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Metodologia
do ensino da
educação especial
Margarete Terezinha de Andrade Costa
Metodologia do ensino
da educação especial
Vamos começar nossa conversa buscando entender qual é o objeto que deve-
mos analisar durante nosso caminho de estudos. Sabemos que temos como foco a
metodologia de ensino, mas o que realmente isso significa? Como e quando ela é
utilizada? Por que é necessário estudá-la? Essas perguntas permeiam o processo
ensino-aprendizagem. Assim, vamos esquadrinhar neste primeiro capítulo as defi-
nições e explicações que esclarecem tal conceito e como fazer melhor uso do que já
foi estudado sobre o assunto.
Figura 1 – Metodologia.
• capacidade psicomotora.
Mesmo tendo esse conhecimento, sabemos que o reconhecimento dos alunos que neces-
sitam de uma atenção especial não acontece instantaneamente. O professor precisa conhecer
e ter a sensibilidade de reconhecer e acolher aqueles que se diferem dos demais.
Conteúdo
Objetivo
Métodos
e
técnicas
Para serem válidos, os métodos e técnicas precisam ter um caráter científico e sistemá-
tico. Mesmo sabendo que todo o conhecimento tem seu valor, é necessário ter um entendi-
mento científico do que se está estudando. Da mesma forma, os métodos precisam ajudar
a compreensão e assimilação dos conteúdos estudados, daí a necessidade de organizar os
objetivos de forma a facilitar seu entendimento.
Outro ponto importante é a relação entre a teoria e a prática, pois quando os alunos
relacionam um fazer com o que aprendem, eles interagem melhor com esse conhecimento
e acabam interiorizando as teorias que lhes dão suporte. É uma boa forma de estimular os
estudos. Do mesmo modo que retomar sempre que possível um conteúdo já estudado ou
relacioná-lo com os novos contribui para a consolidação desses saberes.
Sala de aula invertida – este método tem como base ensinar aos alunos a
estudar e preparar-se para a aula, com antencedência. A ideia que na sala
de aula sejam discutidos os assuntos já vistos pelos alunos de forma siste-
matizada em casa. Assim, as aulas seriam o esclarecimento de dúvidas e
um avanço sobre os conteúdos.
Atividades
1. Leia com atenção o texto abaixo retirado do livro Múltiplos olhares sobre a educação e
cultura e assinale a alternativa incorreta:
a. A escola deve ser vista como espaço sociocultural, o que significa entendê-la na
ótica da cultura, sob um olhar mais denso, que leva em conta a dimensão do di-
namismo, levado a efeito por professores, alunos e trabalhadores da escola, res-
gatando o papel desses sujeitos na trama social que a constitui como instituição.
a. V, V, F, V
b. F, V, F, V
c. F, V, V, V
d. V, V, F, F
b. sem estímulos e o que poderá realizar se for adequadamente motivada por seus
pais e/ou professores.
Referências
BRASIL. Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimen-
to educacional especializado e dá outras providências. Publicado no DOU em 18.11.2011. Disponível
em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm#art11>. Acesso
em: 11 mai. 2017.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Operacionais da
Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica. Brasília:
MEC/SEESP, 2009.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Inclusão: Revista da Educação Especial, v. 4, n 1,
janeiro/junho 2008. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2004.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. 8. Ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
______. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 21° ed. São
Paulo: Loyola, 2006.
MENEGAZO, Rosana; XAVIER, Rosely Perez. Do método à autonomia do fazer crítico. Trab. Ling.
Aplic., Campinas, (43): 115-126, Jan./Jun. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tla/v43n1/
a09v43n1.pdf>. Acesso em: 13 jun. 2017.
MIRANDA, Josete Barbosa; SENRA, Luciana Xavier. Aquisição e desenvolvimento da linguagem: con-
tribuições de Piaget, Vygotsky e Maturana. Psicologia. PT-O Portal dos Psicólogos, 2012. Disponível
em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0306.pdf>. Acesso em: 11 mai. 2017.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência. Nova Iorque, 2006.
Resolução
1. C
2. C
3. D
Assim, uma pessoa deficiente não é necessariamente uma pessoa incapaz; a deficiência
é inseparável ao corpo e a incapacidade é resultado da relação entre a deficiência e os oca-
sionais empecilhos do meio. Um deficiente visual, por exemplo, pode ter a capacidade de
operar com um computador se este for adaptado a ele; de tal modo o aluno continua com a
deficiência, mas tem capacidade de operação.
Vamos estudar melhor quem é o deficiente visual.
A deficiência visual é, portanto, uma limitação das ações e funções do sistema visual e
pode variar basicamente em dois grupos:
• Cegueira – quando há perda total da visão, que induz a pessoa a precisar do siste-
ma braille como meio de leitura e escrita.
• Baixa visão ou visão subnormal – quando há comprometimento do funcionamento
da visão não corrigível pelo uso de óculos, lentes de contato, medicação ou cirurgia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a classificação da acuidade visual e
imparidade:
Acuidade
Classificação Auxílios
Visual Snellen
Normal 20/12 a 20/25 Bifocais comuns
Isso significa que se a pessoa tem baixa visão (leve, moderada ou profunda), ela com-
pensa com uso de lentes de aumento, lupas, telescópios, com o auxílio de bengalas e de
treinamentos de orientação. Devemos considerar também que há oscilações na condição
visual da pessoa conforme o estado emocional, circunstância e posição frente às condições
de iluminação.
Muitas dessas oscilações são a variação e comprometimentos das funções visuais nas
pessoas com baixa visão (ambliopia, visão subnormal ou visão residual). Elas podem ter
somente a percepção de luz, redução da acuidade do campo visual, fadiga durante a leitura.
Dessa forma, percebe-se que a baixa visão reduz o número de informações sobre o mundo
que nos rodeia, o mundo “visto”.
Já se a pessoa está próxima da cegueira, ela é capaz de distinguir luz e sombra, mas já em-
prega o sistema braille para ler e escrever; utiliza recursos de voz para acessar programas de com-
putador, locomove-se com a bengala e precisa de treinamentos de orientação e de mobilidade.
A cegueira ocorre quando não existe qualquer percepção de luz; é uma alteração grave
ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável
a capacidade de notar cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo
mais ou menos abrangente.
Para cada caso deverá existir adaptações e adequações próprias. O ideal é que a escola
e sua comunidade estejam preparadas para receber todo e qualquer tipo de aluno. Sabemos
que isso não é tão fácil quanto parece, assim é necessário pelo menos apropriar-se de conhe-
cimentos e técnicas para atender aqueles que da escola fazem uso.
Existem instituições preparadas para esse tipo de conversão e a escola precisa estar em
contato constante com tais órgãos para pedir auxílio e suporte necessário. Vejamos algumas
recomendações dadas pelo “Atendimento Educacional na área da Deficiência Visual” edita-
do pelo Ministério da Educação – MEC:
Recomendações úteis
• Sentar o aluno a uma distância de aproximadamente um metro do quadro
negro na parte central da sala.
• Evitar a incidência de claridade diretamente nos olhos da criança.
• Estimular o uso constante dos óculos, caso seja esta a indicação médica.
• Colocar a carteira em local onde não haja reflexo de iluminação no quadro negro.
• Posicionar a carteira de maneira que o aluno não escreva na própria sombra.
• Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do aluno.
• Em certos casos, conceder maior tempo para o término das atividades pro-
postas, principalmente quando houver indicação de telescópio.
• Ter clareza de que o aluno enxerga as palavras e ilustrações mostradas.
• Sentar o aluno em lugar sombrio se ele tiver fotofobia (dificuldade de ver
bem em ambiente com muita luz).
• Evitar iluminação excessiva em sala de aula.
• Observar a qualidade e nitidez do material utilizado pelo aluno: letras, nú-
meros, traços, figuras, margens, desenhos com bom contraste figura/fundo.
• Observar o espaçamento adequado entre letras, palavras e linhas.
• Utilizar papel fosco, para não refletir a claridade.
• Explicar, com palavras, as tarefas a serem realizadas. (MEC, 2007)
Todo o material a ser utilizado deve passar por um processo de aproximação com o
aluno com deficiência visual. Por exemplo, as imagens precisam ter uma fala narrativa des-
critivas; isso pode ser feito pelo professor, pelos colegas ou mesmo por um tutor especial
para o aluno. Quando se for trabalhar com equipamentos ou objetos, é importante realizar a
fala descritiva e o uso do tato pelo aluno.
Vejamos algumas técnicas importantes:
• O aluno deve receber os textos transcritos na forma que tem acesso: forma digital,
em braille, áudio, e-mail.
• Os vocabulários novos deverão ser soletrados, principalmente aqueles com grafias
significativas e mais difíceis.
• As atividades expostas no quadro de giz devem ser lidas em voz alta.
14
25
36
Braille
Fonte: IESDE BRASIL S/A.
Os relevos em braille podem ser produzidos pela máquina Perkins, a reglete de bolso
ou a impressora braille. A reglete é uma prancha com celas na qual se prende uma folha de
papel. Acompanha um instrumento pontudo (punção) que produz uma imagem em relevo
para que seja sentida ao toque.
Fonte: Ayakochun/iStockphoto.
Alfabeto Braille
A K U 1
B L V 2
C M W 3
D N X 4
E O Y 5
F P Z 6
G Q . 7
H R ! 8
I S ? 9
J T , 0
Fonte: IESDE BRASIL S/A.
Para conhecimento e integração de todos os alunos, o alfabeto braille pode ser confec-
cionado pelos próprios alunos com bolinhas de papel coladas em cartolina, com a ajuda do
aluno cego.
Aliás, a participação dos alunos com visão normal em atividades direcionadas para os
cegos é muito expressiva. É interessante realizar atividades de olhos vendados com os alu-
nos que veem. Assim, eles podem perceber as dificuldades, limitações e possibilidades que
o aluno com deficiência visual possui.
Com criatividade vários recursos podem ser adaptados, se houver foco na inclusão. Um
bom exemplo de atividade compartilhada de um recurso é o uso do ábaco/soroban (calculador
manual para aritmética composto de quadro com vários filos paralelos em que deslizam bo-
tões ou bolas móveis) que ajudará todas as crianças em lições de Matemática.
Fonte: Tolola/iStockphoto.
Pintura de desenhos, gráficos, tabelas ou similares com barbante é outra técnica inte-
ressante. Consiste em colar um barbante nas delimitações da ilustração e realizar a pintura
nos espaços vazios, que pode ser feita com lápis, giz, tinta ou outro material qualquer. É
importante que o aluno perceba os limites das imagens, seus espaços vazios e consiga criar
novos desenhos.
Uso de massa de modelar, barro ou argila também é conveniente, pois esses materiais
são muito versáteis e baratos, de fácil uso, e podem ser aproveitados para uma infinita rea-
lização de tarefas em diferentes áreas do ensino.
As sucatas como pedaços de madeira, tampas de garrafas, rolo de papel higiênico, ca-
nudos podem ser usados para confecção e demonstração em diversas situações. Um bom
exemplo são os sólidos geométricos.
Para a recreação existe o “Futebol de 5” que é um jogo de futebol e uma modalidade
paraolímpica no qual somente o goleiro enxerga, os outros jogadores devem estar vendados,
a bola deve ter um guizo dentro para fazer barulho. Todos os alunos podem participar por
ser uma atividade inclusiva reconhecida mundialmente.
Os jogos como o dominó, jogo da velha e bingo com as marcas em alto relevo são de
fácil criação e podem ser compartilhados tanto na execução, quanto no uso durante as aulas
ou fora delas. Da mesma forma, os jogos de encaixe – ligue-ligues – podem ser usados sem
adaptação.
É importante ressaltar que as atividades com todos os alunos vendados são muito inte-
ressantes, pois farão com que todos se coloquem no lugar do aluno com deficiência visual e
possam ajudá-lo a superar algumas necessidades.
Informações essenciais
Representação
Finalidade
15
°
0,90 a 1,10
0,30 0
0,3
2,0
Dimensões em centímetros
2a3
20
[...]
Atividades
1. Pense em uma atividade escolar qualquer, em seguida vende os olhos e tente realizar
esta atividade. Depois disto, faça as adaptações necessárias nesta atividade para alu-
nos cegos. Reflita: como foi realizá-la estando com os olhos vendados e sem adapta-
ção. Você conseguiu adaptar a atividade para alunos cegos?
d. Baixa visão é quando a pessoa tem a visão perfeita em apenas um dos olhos.
A sequência correta é:
a. 1 – 2 – 4 – 3
b. 3 – 4 – 2 – 1
c. 2 – 3 – 1 – 4
d. 4 – 1 – 3 – 2
e. 3 – 2 – 4 – 1
Referências
ABNT. NBR 9050, Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
Associação brasileira de normas técnicas, 2004. Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia.
gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_24.
pdf>. Acesso em: 31 mar. 2017.
BRASIL. Decreto n. 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento
educacional especializado e dá outras providências. Publicado no DOU em 18.11.2011. Disponível em:<http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm#art11>. Acesso em: 11 mai. 2017.
______. Ministério da Educação. Atendimento escolar especializado. Deficiência visual. SEESP/
SEED/MEC: Brasília, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf>.
Acesso em: 11 maio 2017.
SILVA, Luzia Guacira dos Santos. Orientações para atuação pedagógica junto a alunos com deficiên-
cia: intelectual, auditiva, visual, física. Natal: WP Editora, 2010.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação internacional de doenças e problemas rela-
cionadas à saúde – 10° rev. São Paulo: Edusp, 1993.
2. A
3. E
3
Metodologia para alunos
com deficiência auditiva
Assim, neste capítulo, vamos entender melhor quem é o aluno com deficiência
auditiva e como proceder eficazmente em sua inclusão escolar.
A surdez pode ser classificada em unilateral ou bilateral. Como os próprios termos in-
dicam, unilateral em apenas um ouvido e bilateral nos dois. Porém, o mais importante para
nossos estudos é saber que a surdez, seja ela em qualquer nível, interfere diretamente na co-
municação e consequentemente na relação do aluno com o universo em que convive. Assim,
quando a criança demora a desenvolver a fala e linguagem ou apresenta alterações articu-
latórias, é necessário investigar os motivos, pois pode haver um caso de perda auditiva. Da
mesma forma, alunos desatentos, com dificuldade no aprendizado, devem ser considerados
e avaliados em relação à audição.
Vejamos como identificar crianças com surdez de acordo com o artigo elaborado pela
Prof.a Daisy Maria Collet de Araujo Lima (BRASIL, 2006):
Quanto mais cedo houver a identificação de qualquer deficiência, melhor serão as adap-
tações, encaminhamentos e procedimentos que minimizarão as consequências das carências
e/ou ausências.
Por exemplo, os alunos com surdez leve ou moderada, podem estudar em creches e
classes regulares desde a pré-escola, com o uso da língua portuguesa e a Libras paralela-
mente. Já o aluno com surdez severa ou profunda deve iniciar seus estudos utilizando a lín-
gua de sinais e somente mais tarde aprender a língua portuguesa – neste caso é necessária
a presença de um intérprete.
Obviamente, o aluno surdo também deve conhecer e dominar a Libras para poder acom-
panhar o trabalho do intérprete. Todavia não é função do intérprete ensinar Libras, sua função
é somente interpretar o que o professor da disciplina está dizendo e traduzir ao aluno.
Cabe ao Atendimento Educacional Especializado em Libras fornecer suporte para o
acompanhamento do aluno surdo. Este divide-se em três atendimentos educacionais especia-
lizados para o ensino de Libras e de Língua Portuguesa. O primeiro fornece bases conceituais
da língua e do conteúdo curricular estudado em sala; o segundo, o ensino propriamente dito
de Libras; o terceiro, trabalha especificamente com o estudo da Língua Portuguesa.
A libras é uma língariuca e complexa, que, em alguns momentos faz uso do Alfabeto
Manual ou Datilologia, no qual cada letra do alfabeto é representada com uma posição e/ou
movimento das mãos. Vejamos a representação a seguir.
A B C D E F
G H I J K L
M N O P Q R
S T U V W X
Y Z 1 2 3 4
5 6 7 8 9 0
Fonte: IESDE BRASIL S/A.
É importante salientar que esse alfabeto não substitu a libras, sendo empregado para
soletrar algumas palavras, como o nome de alguém.
Estudar a educação escolar das pessoas com surdez nos reporta não só a
questões referentes aos seus limites e possibilidades, como também aos
preconceitos existentes nas atitudes da sociedade para com elas.
Não se trata de trocar a escola excludente especial, por uma escola exclu-
dente comum. Ocorre que alguns discursos e práticas educacionais ainda
não conseguiram, responder às questões acima formuladas, mantendo os
processos de normalização das pessoas com surdez.
[...]
Atividades
1. Em relação à classificação dos níves de perda auditiva, temos os seguintes parâmetros:
I. Surdez leve – A utilização de prótese auditiva favorece uma melhor percepção.
II. Surdez moderada – Há dificuldade para ouvir o latir do cachorro, bebê chorando,
aspirador de pó e outros ruídos mais altos.
III. Surdez acentuada – Nenhum som é entendido.
IV. Surdez profunda – Só consegue ouvir os sons.
a. I e II.
b. I, II e IV.
c. I, III e IV.
d. II, III e IV.
2. Vários são os métodos de ensino quanto à educação de surdos. Eles podem voltar-se
para o oralismo, a comunicação total ou o bilinguismo.
a. O bilinguismo é uma abordagem que não usa a língua dos sinais, a ideia é ensi-
nar o surdo por meio da língua oral ou falada, por leitura labial (técnica de ler e
interpretar os movimentos dos lábios).
b. O oralismo tem como princípio a comunicação, seja ela realizada por qualquer
meio ou forma, como desenho, gestos, mímicas, oralização, língua de sinais, lei-
tura labial, alfabeto manual, ampliação sonora, leitura e escrita.
Referências
BRASIL. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002.Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá
outras providências. Publicado no DOU em 25.4.2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em: 11 mai. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Atendimento escolar especializado. Pessoa com surdez. Elaboração:
DAMAZIO, Mirlene Ferreira Macedo. SEESP / SEED / MEC. Brasília: 2007. Disponível em: <http://por-
tal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_da.pdf>. Acesso em: 11 mai. 2017.
______. Ministério da Educação. Educação Especial. A educação dos surdos. Organizado por
Giuseppe Rinaldi et al. Brasília: MEC/SEESP, 1997. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.
pr.gov.br/arquivos/File/pdf/educacao_surdos.pdf>. Acesso em: 11 mai. 2017.
______. Ministério da Educação. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de
comunicação e sinalização: surdez. Elaboração: LIMA, Daisy Maria Collet de Araujo. Secretaria de
Estado da Educação do Distrito Federal... [et al.]. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/surdez.pdf>. Acesso em: 11 mai. 2017.
BRITO, L. F. Integração social e educação de surdos. Rio de Janeiro: BABEL Editora, 1993.
CICCONE, M. Comunicação total. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1990.
COUTO, A. Como posso falar: aprendizagem da língua portuguesa pelo deficiente auditivo. Rio de
Janeiro: aula Ed., 1988.
FERNANDES, E. Problemas linguísticos e cognitivos do surdo. Rio de Janeiro: Agir, 1990.
GOLDFELD, M. A criança surda. São Paulo: Pexus, 1997.
HONORA, Márcia, FRIZANCO, Mary Lopes Esteves. Livro ilustrado de língua brasileira de sinais: des-
vendando a comunicação usada pelas pessoas com surdez. II Título, São Paulo, Ciranda Cultural, 2009.
Resolução
1. A
2. E
3. A
4.1 Definições
Vídeo
O termo deficiência intelectual é relativamente novo, ele veio substituindo
o termo deficiência mental. Tal mudança se deu para evitar confusão entre a
deficiência intelectual, que é um atraso no desenvolvimento, com a “doença
mental” que é um estado patológico, um transtorno psiquiátrico no qual se
somam uma série de alterações que modificam o humor e o comportamen-
to do aluno. Tal distúrbio deve ser controlado com uso de medicamentos indicados por
psiquiatras.
A Declaração de Montreal foi um dos primeiros documentos que alterou o termo
deficiência mental por deficiência intelectual. Esse documento é resultante da Conferência
Internacional sobre Deficiência Intelectual acontecida no Canadá, em 2004. E a Convenção
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas
Portadoras de Deficiência, mais conhecida como Convenção da Guatemala, definiu-a da
seguinte forma
A Convenção da Guatemala, internalizada à Constituição Brasileira pelo Decreto
3956/2001, no seu artigo 1º define deficiência como [...] “uma restrição física,
mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capa-
cidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou
agravada pelo ambiente econômico e social”. Essa definição ratifica a deficiência
como uma situação. (BATISTA, 2006. p. 10)
A deficiência intelectual se distingue por limitações, tanto no funcionamento intelectual
abaixo da média quanto no comportamento adaptativo (área da comunicação, autocuida-
dos, vida doméstica, habilidades sociais e/ou interpessoais, uso de recursos comunitários,
autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer e segurança), expresso nas habi-
lidades conceituais, sociais e práticas, e tem início antes dos 18 anos de idade. Em outras
palavras, o aluno tem dificuldades em aprender, entender ou realizar algumas atividades
comuns, dando a impressão que tem menos idade.
As causas da deficiência intelectual variam, podendo ser causas genéticas ou ambien-
tais. Tais variações são na realidade um grande desafio tanto para conhecer suas causas
quanto para saber como trabalhar com elas. Outras causas podem ocorrer durante a gra-
videz (pré-natais), no momento do parto (perinatais) ou após o nascimento (pós-natais).
Porém, em muitos casos não se sabe o porquê da causa, conhecem-se fatores de risco como
os biomédicos, sociais, comportamentais e educacionais.
Tais fatores de risco estão relacionados com distúrbio ou síndromes cromossômicos e
genéticos, lesões cerebrais traumáticas, doenças ou má nutrição materna, uso de álcool e/
ou drogas pelos pais, abandono ou abuso da criança, violência, falta de estimulação, entre
muitas outras.
Entre os distúrbios estruturais e funcionais genéticos podemos listar os seguintes.
A grande dificuldade é que algumas síndromes só são percebidas na fase escolar, daí a
importância do teste do pezinho realizado logo após o nascimento. Quanto mais precoce for
o diagnóstico, melhor é o tratamento e a qualidade de vida das crianças e de seus familiares.
É importante ressaltar que
O diagnóstico de deficiência mental está a cargo de médicos e psicólogos clíni-
cos, realizando-se em consultórios, hospitais, centros de reabilitação e clínicas.
Equipes interdisciplinares de instituições educacionais também o realizam. De
um modo geral, a demanda atende propósitos educacionais, ocupacionais, pro-
fissionais e de intervenção. (CARVALHO et al., 2003)
É importante que o atendimento de alunos com deficiência intelectual seja próprio para
cada caso. Mais uma vez, não se pode permitir somente a presença do aluno em sala, é ne-
cessário dar subsídios para que o seu desenvolvimento aconteça, mesmo que seja de forma
e tempo diferente dos demais. Assim é importante conhecer os diferentes possíveis espaços
de atendimento.
Os alunos com deficiência intelectual podem apresentar:
• Atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor (a criança demora em firmar
a cabeça, sentar, andar, falar, alternar os pés ao subir uma escada, por exem-
plo) e na linguagem compreensiva (dificuldades para compreender ordens)
e expressiva (atraso para começar a falar, dificuldade de expressar suas
ideias, dificuldades em nomear objetos, etc.).
• Dificuldade no aprendizado (recepção, memorização e reação aos estímulos
visuais, auditivos e táteis).
• Dificuldade de articular pensamento e ação (planejar planos de trabalho e
tarefas, bem como colocá-las em prática, etc.).
• Dificuldade de localização espaço temporal.
• Dificuldade de consciência, imagem e esquema corporal.
• Necessidade de supervisão em atividades de autocuidado (controle de es-
fíncteres, higiene corporal...).
• Aprendizagem lenta, com atraso acentuado no rendimento escolar.
• Comportamento infantilizado para sua faixa etária.
• Dependência afetiva da figura adulta de referência.
• Dificuldades no registro gráfico das atividades.
• Necessidade de apoio visual para reter imagens mentais (necessidade de ver
o objeto para lembrar-se dele).
• Dificuldade para generalizar, transferir e aplicar estratégias já aprendidas
em situações e problemas diferentes dos atuais, deflagrando dificuldade de
transpor a aprendizagem.
• Capacidade de persistir um longo período de tempo em atividades repeti-
tivas e de rotina.
• Baixa autoestima, decorrente de como foram tratados em sua vida escolar e
familiar. (BRASIL, 2005a)
Nas escolas, os alunos com deficiência intelectual podem ser incluídos em salas regu-
lares e/ou atendidos em AEE (Atendimento Educacional Especializado). Fora das escolas, o
atendimento é clínico. A seguir, vamos analisar cada espaço com mais detalhes.
O professor deve fazer todas as explicações de forma lenta e tranquila e repetir quantas
vezes for necessário, pois a repetição e a rotina são elementos que trazem uma maior com-
preensão e ajudam na aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual. De acordo com
Moreira, a aprendizagem significativa:
[...] ocorre quando uma nova informação, ancora-se em conhecimentos espe-
cificamente relevantes (subsunçores) pré-existentes na estrutura cognitiva. Ou
seja, novas ideias, novos conceitos, proposições podem ser apreendidos signifi-
cativamente (e retidos) na medida em que outras ideias, conceitos, proposições
relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura
cognitiva do indivíduo e funcionem, dessa forma, como ponto de ancoragem
para os primeiros. (MOREIRA, 1999, p. 11)
As atividades e os conteúdos trabalhados com os alunos com deficiência intelectual
precisam ser os mesmos, obviamente com adaptações como a flexibilidade de tempo e re-
dimensionamento de fazeres com base em suas capacidades. A ajuda dos colegas é sempre
bem vista, principalmente porque auxilia na integração e socialização. É importante organi-
zar uma rotina para que o aluno com deficiência intelectual possa organizar-se e preparar-se
para as atividades.
Como ocorre com todo aluno, o professor deve indicar quando se dá uma resposta
correta ou incorreta na sala de aula, pois obviamente essa atitude é essencial para o de-
senvolvimento dos alunos, sejam eles deficientes intelectuais ou não. Assim, é necessário
trabalhar junto aos alunos acompanhando seus passos e indicando o que precisa ser revisto.
Nesse sentido as tarefas de autocorreção são interessantes, pois ajudam o aluno a perceber
as falhas e buscar soluções mais exatas dos problemas.
O contato entre os alunos é fundamental para desenvolver relações socioafetivas.
O abraço, a aproximação, o toque, a demonstração de carinho trazem segurança e percepção
de presença. Contudo, é necessário conhecer o aluno e saber qual reação ele tem com tais
aproximações. Algumas crianças com Síndrome de Down, por exemplo, podem ser extre-
mante carinhosas, mas podem em algum momento ser agressivas. Dessa forma, é necessário
conquistar a confiança da criança e perceber qual é o seu estado emocional no momento de
aproximação.
[...]
Atividades
1. O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial, especifica
que o ensino especializado (políticas públicas, serviços de apoio, atendimento edu-
cacional especializado etc.) deve ser destinado ao aluno quando houver ao menos
um dos seguintes prejuízos:
a. Apenas a I.
b. Apenas a I e II.
c. Apenas a I e III.
d. Apenas a II e III.
a. Apenas a I.
b. Apenas a I e II.
c. Apenas a I e III.
d. Apenas a II e III.
Resolução
1. E
3. E
5.1 Definições
Vídeo
Os transtornos globais do desenvolvimento são conhecidos pela sigla
TGD. Eles são distúrbios nas interações sociais e manifestam-se nos primei-
ros cinco anos de vida. Isso se dá por alterações no desenvolvimento neurop-
sicomotor, e causa também comprometimento na comunicação, no repertó-
rio de interesses e movimentos repetitivos.
As crianças com TGD têm dificuldades em iniciar e sustentar uma conversa; evitam o
contato visual e não gostam de ser tocadas. Outro ponto importante a saber é que os alunos
com TGD apresentam variação na atenção e concentração e algumas vezes na coordenação
motora. Seu humor também é instável e podem apresentar acessos de agressividade, carac-
terísticas que lhes dificultam a adaptação escolar e, consequentemente, da aprendizagem.
Os TGD englobam os alunos com Autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de
Kanner, Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância nos quais se enquadram
as psicoses infantis.
Vamos conhecer um pouco mais destes transtornos.
Autismo – o termo tem origem no grego autós que significa “por si mesmo”, o que re-
mete à definição da doença. O autismo é um distúrbio que afeta a capacidade de estabelecer
relacionamento e responder apropriadamente aos ambientes, fazendo com que se demons-
tre pouca ou nenhuma afetividade e se manifesta antes da idade de três anos. Os alunos au-
tistas apresentam apego não apropriado a objetos, demonstram problemas de comunicação,
são fechados, distantes, presos a comportamentos restritos e também a rígidos padrões de
comportamento com oposição a mudanças. O autismo é considerado um transtorno do de-
senvolvimento, que “se caracteriza pela presença de um desenvolvimento acentuadamente
prejudicado na interação social e comunicação, além de um repertório marcantemente res-
trito de atividades e interesses” (BRASIL, 2010, p. 15). Habitualmente, o transtorno se segue
de numerosas outras manifestações inespecíficas, como fobias, perturbações de sono ou da
alimentação, crises de birra ou agressividade (autoagressividade). Quando se sentem frus-
trados, manifestam-se por meio de ações explosivas e gritos.
Os bebês autistas tendem a evitar contato visual, não se interessam pela voz humana
e não se interessam em estar com os outros; agem como se fossem surdos. É comum que
cheirem ou lambam objetos, também podem ferir-se intencionalmente ou mostrar-se insen-
síveis a ferimentos. As crianças maiores permanecem com esses aspectos e podem desenvol-
ver sintomas obsessivos, como o cuidado com a contaminação e comportamento repetitivo.
Alguns alunos podem apresentar a inteligência e fala intactas, outros não.
Síndrome de Asperger – também conhecida como transtorno invasivo do desenvolvi-
mento, é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não
comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da lingua-
gem. Os alunos com essa síndrome podem ter inteligência normal, mas apresentam dificul-
dades sociais com dano severo e persistente na interação social e com isso podem tornar-se
Por diversas vezes neste texto, comunicamos que estaríamos nos pau-
tando em alunos com TGD, que apresentam maiores prejuízos nas áreas
de comunicação, compartilhamento social e flexibilidade mental, por
entendermos que são estes que causam maior impacto e dificuldades na
percepção de possibilidades pedagógicas no cotidiano escolar. No item
sobre a comunicação, abordamos a perspectiva da escola com alunos que
não apresentam comunicação verbal ou não verbal.
[...]
Atividades
1. Os TGD englobam os alunos com Autismo, Síndromes de Asperger, Síndrome de
Kanner, Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância nos quais se en-
quadram as psicoses infantis. Relacione a segunda coluna com a primeira assertiva-
mente:
A sequência correta é
a. A – B – C –D
b. B – C – D – A
c. C – B – D – A
d. C – D – A – B
I. É necessário fazer uma entrevista com os pais ou responsáveis do aluno, assim como
dos profissionais que o acompanham fora da escola, pois todos esses dados são essen-
ciais para definir o trato com este aluno.
II. É importante considerar que as crianças com TGD não gostam de mudanças, são
sensíveis a pressões do ambiente, são ansiosas e sofrem estresse quando não sabem o
que vai acontecer.
III. As interações psicossociais e a comunicação devem ser trabalhadas entre os alunos. A
ajuda de colegas não é essencial para o desenvolvimento dos alunos, principalmente
frente às regras de convívio social.
a. Somente a I.
b. Somente a I e II.
c. Somente a II e III.
3. Entre os alunos que chegam às escolas com o diagnóstico de espectro autista encon-
tram-se, não poucas vezes, crianças que respondem muito rapidamente às interven-
ções em sala de aula, aderindo rapidamente às tarefas escolares e mostrando, com o
decorrer do tempo, um desempenho bastante significativo nas atividades e avalia-
ções realizadas na escola.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na perspectiva da inclusão escolar: transtor-
nos globais do desenvolvimento. José Ferreira Belisário Filho, Patrícia Cunha. Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 9.
(Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar). Disponível em: <https://central3.
to.gov.br/arquivo/299634/>. Acesso em: 11 maio 2017.
CARVALHO, Magda Fernandes. DANTAS, José Salomão. Intervenções estratégicas diferenciadas
para atuação com transtorno global do desenvolvimento na perspectiva inclusiva. XI Congresso
Nacional de Educação EDUCERE. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2013. Disponível em:
<http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/8203_5014.pdf>. Acesso em: 11 maio 2017.
Resolução
1. C
3. B
Capacidade intelectual geral – são alunos que demonstram ter pensamentos rápidos,
excelente memória e compreensão, grande curiosidade, principalmente na área intelectual,
com excepcional poder de observação e fantástica capacidade de pensamento abstrato.
Aptidão acadêmica específica – estes alunos apresentam ótimo desempenho em rela-
ção à atenção e concentração, resultando grande interesse por disciplinas acadêmicas; con-
sequentemente são aqueles que obtêm alta pontuação em provas e testes escolares.
Pensamento criativo ou produtivo – os alunos que se enquadram nessa categoria são
os que possuem originalidade de pensamento e imaginação; dessa forma, são aptos a resol-
ver problemas de forma inovadora e conseguem também perceber de diferentes formas um
fenômeno ou fato.
Capacidade de liderança – são alunos que têm sensibilidade interpessoal, são coopera-
tivos e conseguem resolver com facilidade situações sociais mais complexas. Eles possuem
o poder de persuasão com o qual influenciam as pessoas do grupo e desenvolvimento da
interação produtiva com todos.
Habilidades
SD
Motivação Criatividade
Fonte: Elaborado pela autora com base em Renzulli apud VIRGOLIM, 2007.
Podemos notar que há uma gama de definições usadas para qualificar pessoas que se
destacam em determinadas atividades. Algumas são usadas de forma errônea e há vários
mitos em relação aos alunos com altas habilidades/superdotação.
Reserve alguns minutos para listar os nomes dos alunos que venham primeiramente à sua
mente quando você lê as descrições abaixo. Utilize esta lista como uma associação livre e
de forma rápida. Não é necessário preencher todas as linhas. É provável que você encontre
mais do que um aluno em cada descrição.
01 Aprende fácil e rapidamente
_________________________________________________________________________
02 Original, imaginativo, criativo, não convencional
_________________________________________________________________________
03 Amplamente informado; informado em áreas não comuns
_________________________________________________________________________
04 Pensa de forma incomum para resolver problemas
_________________________________________________________________________
05 Persistente, independente, autodirecionado (faz coisa sem que seja mandado)
_________________________________________________________________________
06 Persuasivo, capaz de influenciar os outros
_________________________________________________________________________
07 Mostra senso comum; pode não tolerar tolices
_________________________________________________________________________
08 Inquisitivo, cético, curioso sobre o como e o porquê das coisas
_________________________________________________________________________
09 Adapta-se a uma variedade de situações e novos ambientes
_________________________________________________________________________
10 Esperto ao fazer coisas com materiais comuns
_________________________________________________________________________
11 Habilidades nas artes (música, dança, desenho etc.)
_________________________________________________________________________
12 Entende a importância da natureza (tempo, Lua, Sol, estrelas, solo etc.)
_________________________________________________________________________
Tipo Talento Especial – pode-se destacar tanto na área das artes plásticas,
musicais, como dramáticas, literárias ou cênicas, evidenciando habilida-
des especiais para essas atividades e alto desempenho.
[...]
Atividades
1. Segundo Virgolim (2007), os alunos com altas habilidades/superdotação são os edu-
candos que demonstram notável desempenho e/ou elevada potencialidade em as-
pectos isolados ou combinados. Frente a essa colocação, relacione a segunda coluna
com a primeira corretamente.
A relação correta é
a. A – B – C – D – E – F
b. B – D – E – A – C – F
c. F – E – D – C – B – A
d. F – B – D – E – B – A
e. A – B – D – C – E – F
a. F, V, F, V, V
b. F, F, V, V, V
c. V, F, V, F, V
d. V, V, V, F, F
Estão corretos os itens:
a. I e II.
b. III e IV.
c. I, II e III.
Referências
BRASIL. Resolução n. 02/2001. Instrui as Diretrizes Nacionais da Educação Especial para a Educação
Básica. Brasília: Conselho Nacional de Educação/ Câmara de Educação Básica, 2001.
______. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências
para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades/superdo-
tação. [2. ed.] / coordenação geral SEESP/MEC. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.
143 p. (Série: Saberes e práticas da inclusão). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/
pdf/altashabilidades.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2017.
GUENTHER Zenita Cunha; RONDINI. Carina Alexandra Capacidade, dotação, talento, habilidades:
uma sondagem da conceituação pelo ideário dos educadores. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982012000100011>. Acesso em: 26 abr. 2017.
VIRGOLIM, Angela M. R. Altas habilidade/superdotação: encorajando potenciais. Brasília: Ministério
da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. 70 p.
Resolução
1. C
2. C
3. D
De acordo com nossa Constituição Federal (BRASIL, 1988) todos temos o direito
de ir e vir. O artigo 5° no inciso XV traz: “É livre a locomoção no território nacio-
nal em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
permanecer ou sair com seus bens”. Porém alguns de nós temos algumas barrei-
ras em relação a essa determinação constitucional e, talvez a pior delas, seja falta
de acessibilidade tanto à própria legislação, até a dificuldade de chegar à escola.
Nesse item incluem-se os alunos com deficiência física que precisam superar vários
entraves, principalmente em termos de mobilidade.
Assim, nesta aula, estudaremos o que é deficiência física em seus diferentes graus
de mobilidade e coordenação, suas causas, sua classificação e, principalmente, como
pode acontecer o atendimento em sala dos alunos com deficiência física.
ou outros equipamentos. As adaptações nos espaços da escola, tais como rampas, banheiros
adaptados, barras de apoio devem contemplar a necessidade desses alunos.
Se o prédio escolar tiver dois ou mais pavimentos, devem-se oferecer elevadores e, se
isso não ocorrer, todos os espaços comuns devem ficar no pavimento térreo.
As mesas, carteiras, balcões, bebedouros, quadro de avisos e outros mobiliários devem
ser mais amplos para comportar os usuários de cadeiras de rodas. Da mesma forma, os
espaços entre as carteiras e das portas devem permitir a passagem do cadeirante. Também
é preciso ter em conta que alguns alunos podem precisar de ajuda para seu deslocamento,
como ir ao banheiro, e assim necessitar de um acompanhante.
Para promover a mobilidade dos alunos, a escola pode disponibilizar pranchas, presi-
lhas de papel, suporte para lápis e canetas, presilha de braço, tesoura com adaptações, qua-
dros magnéticos. As tecnologias assistivas são uma forma de ampliar o acesso às atividades
desenvolvidas em sala de aula.
O entorno da escola também precisa estar adaptado para receber o aluno com defi-
ciência física, assim as guias devem ser rebaixadas, a travessia de pedestres sinalizada, as
calçadas conservadas.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define os padrões ideais para aces-
sibilidade em prédios e edificações na norma NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobi-
liários, espaços e equipamentos urbanos. Vejamos os padrões mais básicos.
As portas e os corredores devem ter no mínimo 90 cm, pois essa é a largura para deslo-
camento em linha reta de pessoas em cadeira de rodas.
A figura a seguir mostra dimensões referenciais para deslocamento em linha reta de
pessoas em cadeiras de rodas.
Vista frontal
0,75
0,75 0,90
0,90 0,90 0,86 0,75
0,95 1,20
0,90 0,90 0,90 0,90
1,20
Área de
circulação
adjacente
1,20 min.
1,50 recomendado
patamar
0,11
1,01
0,80
0,75
0,45
1,50
Área de giro
D=1.50
0,50
0,80
0,24
0,32
0,90
Outra ferramenta muito utilizada por alunos com deficiência física é o suporte para
lápis ou canetas. Existe um suporte denominado aranha-mola, no qual os dedos dos alunos
se fixam junto ao lápis. Um engrossador de canetas com espuma, fita crepe ou adesiva, tam-
bém resulta em um processo mais facilitado para seu manuseio.
Figura 6 – Aranha-mola.
Mais uma vez esses recursos podem ser confeccionados pelos professores mais habi-
lidosos e com materiais dos mais variados. As adaptações devem ser realizadas de acordo
com as necessidades, a criatividade e busca de soluções; é o melhor caminho para adapta-
ções. Por exemplo, engrossadores de canetas podem ser adaptados aos pincéis, à cola, giz de
cera, à escola de dente e todos os materiais que possuam cabos.
As pulseiras imantadas, com peso ou as órteses auxiliam na escrita ou no desenho
quando o aluno não tiver controle de movimentos (movimentos involuntários).
Os textos escritos ou lidos podem ser fixados na bancada a fim de auxiliar na escrita e/
ou leitura. Isso pode ser feito com bases que possuam elásticos para prender o papel, velcro
ou similares. É interessante manter o texto de leitura à altura dos olhos, de tal modo, um su-
porte é necessário. Da mesma forma, separadores de páginas ajudam no folheio das páginas.
O mais importante na busca de soluções é conhecer as dificuldades dos alunos, assim
observar, conversar e perguntar sobre os recursos possíveis com e sobre o aluno é importan-
tíssimo. O professor deve trocar ideias com os familiares, outros profissionais, colegas, arte-
sãos, todos que de alguma maneira possam contribuir para facilitar o desenvolvimento das
atividades escolares. Buscar parcerias com faculdades, outras escolas, marcenarias, oficinas
para desenvolver e construir equipamentos não é tão difícil, se houver interesse e busca.
Da mesma forma, a construção dos recursos adaptados pode ser realizada com ma-
teriais e objetos baratos disponíveis no mercado. Basta ter vontade e criatividade, as
primeiras tentativas podem falhar ou não resultar bem, porém a partir dos primeiros
experimentos a habilidade em buscar soluções vai se afinando e as soluções começam a
aparecer mais facilmente.
E o último conselho: sempre que você encontrar alguma solução para qualquer pro-
blema divulgue, compartilhe, disponibilize para todos. Você pode beneficiar assim muitos
alunos e professores nesse exercício.
Como toda situação nova, a inclusão traz consigo novos desafios e tam-
bém a necessidade de encontrar soluções inovadoras. Assim, em todo
Brasil, há um enorme esforço para formar gestores, professores e fun-
cionários para lidar com as diferenças humanas que estão presentes em
todas as escolas. Não basta, portanto, o acesso à matrícula. É necessário,
além disso, o investimento em ações que assegurem a acessibilidade nas
escolas. Mas como identificar as necessidades de alunos com deficiência?
Como buscar alternativas para eliminação das barreiras de acesso? O que
fazer para que a escola se torne acessível?
[...]
Atividades
1. Entre os diversos motivos relevantes da inclusão educacional da pessoa portado-
ra de deficiência, destacam-se os princípios de justiça e igualdade, considerando
que todos têm direito à oportunidade de acesso à educação, nas mesmas condições.
O que é a deficiência física?
a. I e II.
b. I e III.
c. II e III.
Referências
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050:2015. 3 ed. Acessibilidade a edifcações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. ABNT, 2015.
BRASIL. Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei n. 7.853, de 24 de outubro
de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, con-
solida as normas de proteção, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em: 3 maio 2017.
______. Decreto n. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis n. 10.048, de 8 de novembro
de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de
2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Publicado no DOU
em 3.12.2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/
d5296.htm>. Acesso em: 11 maio 2017.
______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 3 maio 2017.
DISCHINGER, Marta. Manual de acessibilidade espacial para escolas: o direito à escola acessível /
Marta Dischinger; Vera Helena Moro Bins Ely; Monna Michelle Faleiros da Cunha Borges. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2009. Disponível em: <http://www.ifto.edu.
br/portal/docs/proen/manual_acessibilidade_secadi.pdf>. Acesso em: 4 maio 2017.
SCHIRMER Carolina R.; BROWNING, Nádia; BERSCH, Rita; MACHADO, Rosângela. Atendimento
Educacional Especializado – Deficiência Física. SEESP / SEED / MEC. Brasília/DF, 2007.
2. D
3. A
Avaliação de habilidades
Não
Os resultados foram atingidos?
Sim
Implementações tecnológicas
Acompanhamento/feedback
Alguns fatores estão associados à garantia de resultados positivos no uso das tecnolo-
gias assistivas. De acordo com Kintsch, eles são
– o fabricante: tipos de produtos comercialmente disponíveis no mercado; requisitos
de projeto que atenda as necessidades identitárias, expectativas e funcionalidades;
testes e avaliações feitas com diversas categorias de usuários, durante o projeto; cri-
térios de utilidade, eficiência, segurança, durabilidade, estética adequada e preço
realista; compreensão das condições em que seu projeto vai ser utilizado;
– o usuário: iniciativa, reconhecimento da necessidade de TA, busca ativa da
ampliação de suas atividades funcionais, conhecimento dos próprios direitos,
informação sobre as potencialidades da TA; uso da TA dentro de um projeto de
vida e não apenas como mecanismo compensatório;
– o cuidador: identificação e avaliação das necessidades, capacidades e limitações
reais do usuário; observação e conhecimento das atividades e contextos reais de
uso; conhecimento da satisfação e conforto do usuário com a TA utilizada;
[...]
Atividades
1. O conceito de tecnologia assistiva (TA) vem sendo revisado nos últimos anos, devido
à abrangência e importância dessa área para a garantia da inclusão da pessoa com
deficiência. A melhor definição para tecnologia assistiva é:
a. Apenas a I.
b. Apenas a II.
c. Apenas a III.
d. Apenas a I e III.
a. Pessoas com deficiência não conseguem usufruir o sexo normal e têm disfunções
sexuais relacionadas ao desejo, à excitação e ao orgasmo.
Referências
BERSCH, Rita. Recursos pedagógicos acessíveis – Tecnologia assistiva (TA) e processo de avalia-
ção nas escolas. Disponível em: <http://www.assistiva.com.br/Recursos_Ped_Acessiveis_Avaliacao_
ABR2013.pdf>. Acesso em: 18 maio 2017.
BRASIL. Portal de ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógico para educa-
ção, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: tecnologia assistiva: recursos de aces-
sibilidade ao computador II / Secretaria de Educação Especial. Brasília: ABPEE – MEC: SEESP, 2006.
Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/tecnologia_assistiva.
pdf>. Acesso em: 16 maio 2017.
______. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Comitê de Ajudas
Técnicas. Tecnologia Assistiva. Brasília: CORDE, 2009. 138 p. Disponível em: <http://www.pessoa-
comdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/livro-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em:
16 maio 2017.
CENTER ON DISABILITIES. Assistive Technology Applications Certificate Program California
State University Northridge – ATACP. Anais do FastTrax, 2006. Disponível em: <http://www.csun.
edu/cod/assistive-technology-certificate-program>. Acesso em: 18 mai. 2017.
FILHO, Teófilo Alves Galvão; DAMASCENO, Luciana Lopes. Tecnologia Assistiva em ambien-
te computacional. Recursos para a autonomia e inclusão sócio digital da pessoa com deficiên-
cia. In: Tecnologia Assistiva nas escolas. Recursos básicos de acessibilidade sócio-digital para pes-
soas com deficiência. Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil|) e Microsoft Educação. Tecnologia
Assistiva nas escolas, 2008. Disponível em: <http://www.ufjf.br/acessibilidade/files/2009/07/
Resolução
1. A
2. E
3. E
9 788538 76321 5