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AGROINDUSTRIAIS
PROFESSORES
Dr. Julyerme Matheus Tonin
Dr. Silvio Silvestre Barczsz
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczszr
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Núcleo de Educação a Distância. TONIN, Julyerme Matheus;
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
BARCZSZ, Silvio Silvestre; BLANCO, Thiago Henrique Martinez
e Thayla Guimarães
Comercialização de Produtos Agroindustriais.
Editoração
Julyerme Matheus Tonin; Silvio Silvestre Barczsz,
Andreza Diniz Thiago Henrique Martinez Blanco
Design Educacional
Rossana Costa Giani Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. Reimpresso 2021.
208 p.
Revisão Textual
“Graduação - EaD”.
Ana Carolina Ribeiro
1. Comercialização 2. Produtos 3. Agroindustriais. EaD. I. Título.
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 338.981
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Impresso por:
ISBN 978-85-459-2068-7
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4131784Z0
http://lattes.cnpq.br/0838606162324876
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/7922702906736473
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
COMERCIALIZAÇÃO DE
PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS
COMERCIALIZAÇÃO DE
PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS
explorando Ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
64
CONCEITOS MARKETING NO
FUNDAMENTAIS AGRONEGÓCIO
DE MARKETING
UNIDADE 03
96 UNIDADE 04
124
OFERTA E PRECIFICAÇÃO E
DEMANDA INSTRUMENTOS
DE MERCADO DE APOIO À
COMERCIALIZAÇÃO
UNIDADE 05
162 FECHAMENTO
192
COMERCIALIZAÇÃO CONCLUSÃO GERAL
DE PRODUTOS
AGROINDUSTRIAIS
1
CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
de marketing
PROFESSOR
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Administração de marketing
• Análise do ambiente de marketing • Compreendendo clientes e mercados • Administração de portfólio
• Comunicação de Marketing.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Entender como administrar as ações de marketing no dia a dia das organizações • Compreender as
diversas aplicações de marketing nas organizações • Compreender como definir a segmentação, o
posicionamento, o comportamento dos consumidores e aproposta de valor • Entender o ciclo de vida
dos produtos e serviços nas organizações e no mercado • Compreender os planos de promoção dos
produtos e serviços, e da organização para o mercado consumidor.
INTRODUÇÃO
DE MARKETING
O que é marketing?
12
[2019], on-line)¹. Já o dicionário Michaelis descreve marketing como “conjunto de
UNICESUMAR
operações que envolvem a vida do produto, desde concepção até o momento em
que é adquirido pelo consumidor” (MICHAELIS [2019], on-line)².
A Associação Americana de Marketing (American Marketing Association),
apresenta uma definição que está em vigor desde julho de 2013, com base na “criação
e entrega de valor”. Vejamos a tradução da definição para o português, na íntegra:
“
Marketing é uma atividade com conjunto de instituições e processos
para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que têm valor para
os consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral (AMA,
[2019], on-line)3.
pensando juntos
Seguindo (Peter Drucker) esta mesma linha de raciocínio, além de criar valor por meio
do entendimento dos clientes, é dentro da esfera do marketing que aspectos como
preço, promoções e distribuição são definidos, assim como apresentação:
13
“
Marketing é o processo que consiste em planejar e executar a con-
UNIDADE 1
“
Marketing é a função empresarial que identifica necessidades e de-
sejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de
rentabilidade, especifica que mercados-alvo serão mais bem aten-
didos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas
adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca a
todos na organização para pensar no cliente e atender ao cliente
(KOTLER, 2003, p. 11).
14
UNICESUMAR
Autor(es) Definição Palavras-chave
Orientações de marketing
15
Orientação à produção
UNIDADE 1
“
A orientação para a produção centra-se nos produtos e em como
fabricá-los com eficiência. Pressupõe-se que, se os produtos forem
melhores, os clientes irão comprá-los. O papel do marketing para a
produção é, essencialmente, entregar produtos em locais onde pos-
sam ser comprados (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 7).
Segundo Kotler e Armstrong (2007), a orientação para produção é uma das mais
antigas que guiam os vendedores, com foco em produtos disponíveis e acessíveis
para o consumidor:
“
A orientação para produção sustenta que os consumidores preferem
os produtos disponíveis e altamente acessíveis. Portanto, a adminis-
tração deve ter como objetivo melhorar a eficiência de produção e
distribuição (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 7).
Orientação ao produto
As organizações que têm esse tipo de orientação acreditam muito que seus con-
sumidores darão preferência a produtos com características únicas e inovadoras.
Portanto, seu foco está na melhoria contínua de suas soluções, como abordado
por Kotler e Armstrong (2007):
16
“
A orientação de produto sustenta que os consumidores dão prefe-
UNICESUMAR
rência a produtos superiores em qualidade, desempenho e caracte-
rísticas inovadoras. Segundo esse conceito, a estratégia de marketing
se concentra em promover aperfeiçoamentos contínuos em seus
produtos (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 7).
Orientação à venda
“
Muitas organizações seguem a orientação de venda, segundo a qual
os consumidores somente comprarão uma quantidade satisfatória
de produtos da empresa se ela vender em larga escala e realizar
promoções. Contudo essa estratégia incorre em altos riscos, pois é
voltada para a realização da transação de vendas (compra e venda),
e não para a construção de relacionamentos lucrativos e de longo
prazo com os clientes (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 8).
17
Orientação de marketing
UNIDADE 1
“
Em vez de ser uma filosofia de “fazer e vender” centrada no pro-
duto, a orientação de marketing é uma filosofia de “sentir e reagir”
centrada nele. (...) A meta não é encontrar os clientes certos para o
seu produto, mas encontrar os produtos certos para os seus clientes
(KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 8).
Portanto, assim como Churchill e Peter (2012) definem, a orientação para mar-
keting enfatiza a importância de desenvolver e comercializar produtos e serviços
com base no que os clientes precisam e desejam, uma vez que as organizações
devem satisfazer às necessidades e aos desejos dos clientes como meio de alcançar
seus próprios objetivos, como o lucro e a expansão, por exemplo.
pensando juntos
A orientação de marketing trabalha com foco do cliente, e não com o foco no cliente, per-
ceba que há uma grande diferença entre pensar no cliente e, pensar com a perspectiva/
visão dele.
18
Orientação para valor
UNICESUMAR
A orientação para valor sustenta que a estratégia de marketing deveria entregar
valor para os clientes de um modo de que mantivesse ou melhorasse o bem-estar
tanto do cliente quanto da sociedade.
Segundo Kotler e Armstrong (2007), o marketing de hoje está centrado na
criação de valor para o cliente e na construção de relacionamentos lucrativos com
ele. Os autores afirmam, ainda, que o marketing é muito mais do que uma função
isolada de negócios, é uma filosofia que orienta a organização como um todo.
Para Churchill e Peter (2012), o marketing orientado para valor é uma filosofia
empresarial que se concentra em desenvolver e entregar um valor superior para
os clientes como modo de alcançar os objetivos da organização:
“
Marketing voltado para o valor é uma orientação para se alcançar ob-
jetivos desenvolvendo valor superior para os clientes, ele é uma exten-
são da orientação para marketing que se apoia em vários princípios
e pressupostos sobre os clientes (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 11).
Eu acredito que você esteja se perguntando: “ok, mas o que é valor para o cliente?”.
E digo mais: quando nos deparamos com a estratégia de marketing orientado
para valor, é exigido que nós, como profissionais de marketing, naveguemos pela
perspectiva do cliente, observando o nosso entorno sob a ótica dele.
Como abordado por Churchill e Peter (2012), o marketing voltado para o
valor é baseado numa visão simples do motivo que leva clientes a comprarem
produtos e serviços. O valor para o cliente é a diferença entre as percepções dele
quanto aos benefícios da compra e ao uso dos produtos e serviços bem como
os custos envolvidos para obtê-los, se o resultado entre “custo-benefícios” for
positivo, então, a organização está conseguindo entregar sua proposta de valor.
19
É importante ressaltar, contudo,
UNIDADE 1
Por exemplo: nós dois passamos em frente a uma livraria, eu vejo um livro com o
título Marketing do Futuro e logo penso em comprá-lo. Entramos na loja e per-
guntamos o preço. Imagine que a capa está por R$ 49,00, e você, prontamente, me
diz: “não vou levar, está caro demais”. Contudo nós temos diferentes parâmetros
para chegar à conclusão do “caro” ou “barato” e, portanto, eu chego à conclusão
de que está com um preço justo porque estou disposto a pagar, por acreditar que
terei mais benefícios comprando o livro, frente ao seu custo de aquisição, neste
caso hipotético. Portanto, antes de decidirmos por quais estratégia e orientação
escolher, precisamos compreender que tudo dependerá dos objetivos e da visão
da organização, como ela quer ser percebida, ou seja, qual será seu posiciona-
mento perante o mercado e a sociedade em geral.
20
Orientação Enfoque Descrição
UNICESUMAR
Produzir bens e serviços, informar os
Produção Eficiência clientes sobre eles, deixar que os clientes
venham até você.
21
Administração de marketing
UNIDADE 1
Implementar,
Controlar e Compreender
Revisar Atividades os Clientes e
de Marketing. Mercados.
Desenvolver
Desenvolver
Planos e
Composto do
Estratégias de
Marketing.
Marketing.
“
A administração de marketing envolve o que as empresas fazem e
devem fazer para criar valor para os clientes e alcançar seus objeti-
vos. Em geral, essas tarefas incluem desenvolver planos e estratégias
de marketing e, executar atividades de marketing para implementá-
-los controlá-los (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 20).
22
Compreender os clientes e mercados
UNICESUMAR
Sem entendermos quem, de fato, é o nosso cliente, sem compreendermos seu com-
portamento, seus gostos e desejos, suas necessidades, enfim, sem esta base, o trabalho
de marketing compreende apenas uma questão de tentativas e erros. Portanto, é
evidente a importância desse ponto na estratégia global de marketing. Deste modo,
haverá, ainda, na Unidade I, um capítulo dedicado a discutirmos “clientes e mercado”.
“
As partes de estratégia de marketing dos planos incluem formula-
ções de objetivos de marketing, análises de clientes e mercados e
compostos de marketing sugeridos para atingir os objetivos. Os pla-
nos de marketing também devem incluir orçamentos, previsões de
vendas e lucros e qualquer outro objetivo que possa ser usado para
avaliar o sucesso ou fracasso (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 21).
23
Intermediário Concorrentes
UNIDADE 1
de marketing
P
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Produto ke n
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ar ol Promoção en eti
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g Im do
Fornecedores Público
“
Há quatro ferramentas ou elementos primários no composto de mar-
keting: produto, preço, praça e promoção. Tais elementos também são
chamados de “Quatro Ps”, devem ser combinados de forma coerente
para obter máxima eficácia (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 21).
Composto Descrição
UNICESUMAR
[...] envolve as atividades que comunicam e buscam in-
Promoção
fluenciar os consumidores para comprá-lo.
Aluno(a), é importante você saber que as funções do marketing são criar e for-
necer valor para os clientes, captando para si as vantagens daí decorrentes. A
capacidade da empresa de fornecer valor está estritamente relacionada com a
capacidade de criar satisfação para os empregados e para outros interessados.
Para Michael Lanning (apud KOTLER, 2003, p. 219), “a proposição de valor
vai além do posicionamento da empresa em um único atributo, é a experiência to-
tal prometida pelo produto, respaldada por seu fortalecimento efetivo e confiável”.
Como já vimos anteriormente, o marketing orientado para valor é uma filo-
sofia empresarial que se concentra em desenvolver e entregar um valor superior
para os clientes, como modo de alcançar os objetivos da organização. Para os
autores Kotler e Armstrong (2007), os quatro primeiros passos do processo de
marketing envolvem construir relacionamentos com o cliente, criando e entre-
gando valor superior a ele.
“
Ao criar valor superior ao cliente, a empresa cria clientes altamente
satisfeitos que permanecem fiéis e compram mais. Isso, por sua vez,
significa maiores retornos no longo prazo para a empresa. Aqui, dis-
cutimos os resultados da criação de valor para o cliente: fidelidade
e retenção do cliente, participação de mercado e de cliente e valor
do cliente (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 15).
25
O mundo passa por um período de mudanças rápidas e avassaladoras, a tecnologia
UNIDADE 1
UNICESUMAR
AMBIENTE
de marketing
“
O ambiente de marketing de uma empresa é constituído pelos parti-
cipantes e pelas forças externas ao marketing que afetam a capacidade
da administração de marketing de constituir e manter bons relacio-
namentos com clientes-alvo (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 56).
“
Os profissionais de marketing devem examinar todas as dimensões
do ambiente externo. As informações resultantes podem ajudá-los
a identificar as oportunidades para que sirvam melhor seus mer-
cados, criando valor superior (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 27).
27
Churchill e Peter (2012) comple-
UNIDADE 1
Econômico
mentam que os fatores que consti-
tuem o ambiente externo do mar-
keting são: os fatores econômicos, Competitivo
Político e
legal
políticos e legais, sociais, naturais,
tecnológicos e competitivos, con-
Clientes e
forme mostra a Figura 4. Mercado Estratégia
Estratégiade
Marketing
Marketing
de
Ambiente econômico
28
Ambiente político e legal
UNICESUMAR
Segundo Churchill e Peter (2012), as leis, regulamentações e pressões políticas que
afetam as decisões dos profissionais de marketing formam o ambiente político e legal.
“
As leis e regulamentações cobrem muitas atividades de marketing,
entre elas teste de produtos, embalagem, política de preços, propa-
ganda e vendas para menores, esse ambiente influencia as estratégias
de marketing por meio de leis, regulamentações e pressões políticas
(CHURCHILL; PETER, 2012, p. 32).
Ambiente social
“
Os profissionais de marketing descrevem esse ambiente de acordo
com quem são as pessoas (idade, renda, sexo, etc.) e com as carac-
terísticas de sua cultura, mudanças nesse ambiente podem sinali-
zar novas oportunidades e desafios aos profissionais de marketing
(CHURCHILL; PETER, 2012, p. 38).
29
Ambiente natural
UNIDADE 1
“
[...] O ar, a água, os minerais, as plantas e os animais podem ser parte
do ambiente natural de uma empresa, sendo ou não utilizados por ela
para produzir seus bens e serviços (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 44).
Ambiente tecnológico
Ambiente competitivo
Sabemos que é raro uma organização ser a única a fornecer determinado produto
ou serviço, por este motivo, os profissionais de marketing precisam descobrir o
30 que seus concorrentes estão fazendo e (tentar) prever o que eles farão no futuro.
“
O ambiente competitivo contempla a análise de todas as organiza-
UNICESUMAR
ções que poderiam potencialmente criar valor para os clientes de
uma organização. O objetivo último da análise do ambiente com-
petitivo é ajudar as organizações a desenvolverem uma vantagem
competitiva (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 49).
CLIENTES
e mercados
Comportamento do consumidor
Churchill e Peter (2012) defendem que, para criar valor aos consumidores e lucros
cada vez maiores e sustentáveis às organizações, os profissionais de marketing
precisam entender por que os consumidores compram, além de entender, tam-
bém, o porquê de não efetivarem a compra.
32
“
O comportamento do consumidor são pensamentos, sentimentos e
UNICESUMAR
ações dos consumidores e as influências sobre eles que determinam
mudanças. O estudo do comportamento do consumidor muitas ve-
zes centra-se no processo de compra deste e na variedade de forças
que o modelam (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 149).
Como a Figura 5 apresenta, o fluxo proposto por Churchill e Peter (2012) é com-
posto por cinco etapas: reconhecimento da necessidade, busca de informações,
avaliação das alternativas, decisão de compra e avaliação pós-compra. Além disso,
é influenciado por fatores sociais, de marketing e situacionais.
Influências sociais
“
A cultura pode ser entendida como um complexo de valores e com-
portamentos aprendidos que são compartilhados por uma socie-
dade e destinam-se a aumentar sua probabilidade de sobrevivência
(CHURCHILL; PETER, 2012, p. 159).
Toda cultura abriga subculturas. Como apresentado pelos autores Kotler e Ar-
mstrong (2007), muitas delas constituem importantes segmentos de mercado,
e o profissional de marketing deve estar atento para aproveitar as tendências e
criar produtos personalizados. As subculturas são grupos de pessoas que com-
partilham os mesmos sistemas de valor com base em situações e experiências de
vida em comum. Dentre as subculturas, estão as nacionalidades, as religiões, os
grupos raciais e as regiões geográficas. O efeito mais direto é que os esforços de
marketing podem atingir apenas uma parte dos clientes que pretendem servir.
Diferentes subculturas podem representar diferentes mercados-alvo.
Churchill e Peter (2012) apresentam que o termo classe social refere-se a uma
hierarquia de status nacional pela qual indivíduos e grupos são classificados em
termos de valor e prestígio, com base em sua riqueza, em sua habilidade e em seu
poder. Kotler e Armstrong (2007) esclarecem que a classe social não é determi-
nada por um único fator, como a renda:
“
Ela [classe social] é determinada por uma combinação de ocupação,
renda, instrução, riqueza e outras variáveis. [...] Os profissionais
de marketing se interessam pelas classes sociais porque as pessoas
pertencentes a cada uma deles tendem a exibir comportamentos de
compra parecidos (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 116).
Influências de marketing
PREÇO
PRAÇA
PROMOÇÃO
Produto Preço
A novidade do produto pode afetar o
comportamento de compra. Se for algo O preço será, especialmente, importante
inovador, inédito, o processo até a para estimular e criar alternativas para
decisão pela compra pode ser estendido, que a decisão de compra seja tomada,
pois o consumidor procurará mais caso ele seja um dos atributos do
informações a respeito da mercadoria, o produto que entre na avaliação e,
que faz com que a solução seja educá-lo também, na estimativa de valor dos
ao apresentar o produto, sua serventia e consumidores, após a compra.
quais problemas ele resolve.
Praça Promoção
A disponibilidade e facilidade de acesso É fator especial no processo de compra
ao produto, certamente, poderão ser do consumidor, uma vez que é
decisivos para que o consumidor o responsável pela mensagem que
compre, ou não. Ele quer ter a segurança impacta este potencial cliente, e a
de que terá acesso às promessas da oferta principal função da promoção é
quando efetuar a compra. Inclusive, lembrar que há um problema, e o
alguns consumidores podem se dispor a produto pode resolver, além de
enfrentar o trânsito, ou aguardar a entregar um valor maior do que os
transportadora apenas para consumir produtos dos concorrentes.
algo de sua marca preferida.
Ambiente físico
Ambiente social
O ambiente social de uma situação inclui as outras pessoas, por exemplo, como
elas interagem entre si, suas características e seu humor; tudo isso impacta o
processo de decisão. Em contrapartida, outras pessoas, além das companhias de
compras, também podem ser influentes. Imagine uma loja cheia, onde um cliente
discute preço com o vendedor; é provável que influencie os demais consumidores
a duas possíveis situações: repetir a cena e também pechinchar com o vendedor
ou abandonar a loja pela situação desagradável.
Tempo
36
Tarefa
UNICESUMAR
A tarefa inclui os usos para o produto e a identidade da pessoa que utilizará, ou
seja, as razões gerais ou específicas para coletar informações, sair às compras ou
comprar, também influenciam o comportamento do consumidor.
Condições momentâneas
“
O comportamento de compra organizacional (B2B) se refere ao
comportamento das organizações que compram produtos e ser-
viços para utilizar na produção de outros produtos e serviços que
são vendidos, alugados ou fornecidos a terceiros (KOTLER; ARMS-
TRONG, 2007, p. 143).
Produtores
São organizações que compram bens e serviços para produzir outros bens e ser-
viços para a venda ao consumidor final ou a outras organizações.
Intermediários
Governo
Outras instituições
UNICESUMAR
Na perspectiva de Kotler e Armstrong (2007), a unidade de tomada de decisão
de uma organização compradora é chamada de “centro de compras”. Este grupo
inclui os verdadeiros usuários, aqueles que decidem, os que influenciam na de-
cisão, os que fazem a compra e aqueles que controlam as informações.
Mas atenção, prezado(a) aluno(a): é comum que o centro de compras não
seja uma unidade estabelecida e formalmente identificada dentro da organiza-
ção compradora, o que, por sua vez, exigirá do profissional percepção aguçada
e habilidades treinadas para identificar quem são os agentes que influenciam a
decisão dentro das organizações.
“
O conceito de centro de compras representa um grande desafio para
as empresas que atuam no mercado organizacional. Elas precisam
saber quem participa da decisão, qual é a influência relativa de cada
participante e qual critério de avaliação cada participante utiliza
(KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 148).
Usuários
Influenciadores
Compradores
São aqueles com poder formal ou informal para selecionar ou aprovar os forne-
cedores finais, ou seja, a pessoa que definirá o final do processo de compra.
Filtros
Segmentação de mercado
“
“a segmentação de mercado envolve a divisão de um mercado em
grupos menores de compradores com necessidades, características
ou comportamentos diferentes que podem requerer produtos dis-
tintos” (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 164).
“
Segmentação de mercado é o processo de dividir um mercado em
grupos de compradores potenciais com necessidades, desejos, per-
cepções de valores ou comportamentos de compra semelhantes, as
empresas usam as informações para decidir a quais segmentos de
mercado podem atender de forma mais lucrativa (CHURCHILL;
PETER, 2012, p. 210).
40
Conforme a Figura 8, os autores Kotler e Armstrong (2007) apresentam quatro
UNICESUMAR
principais etapas na elaboração de uma estratégia de marketing orientada para
o cliente, sendo elas: segmentação de mercado; determinação do mercado-alvo;
diferenciação e posicionamento.
Diferenciação
Segmentação de mercado Diferenciar a oferta ao mercado
Dividir o mercado total em para criar valor superior
segmentos menores. para o cliente.
Criar valor para
os clientes-alvo
Posicionamento
Determinação do mercado-alvo
Posicionar a oferta ao mercado
Selecionar o(s) segmento(s)
na mente dos
no(s) qual(is) atuar.
consumidores-alvo.
41
• Segmentação psicográfica: divide os compradores em diferentes gru-
UNIDADE 1
4
ADMINISTRAÇÃO DE
PORTFÓLIO
Kotler e Armstrong (2007, p. 238) atestam que “cada produto parece percorrer
um ciclo de vida – nasce, passa por diversas fases e, mais cedo ou mais tarde, mor-
re quando surgem produtos mais novos que atendam melhor às necessidades do
consumidor”. Esse ciclo de vida do produto apresenta dois desafios importantes:
primeiro, como todos os produtos entram em declínio em algum momento, a
organização deve ser hábil no desenvolvimento de novos produtos para substituir
os que se tornam velhos; segundo, a organização deve ser eficiente na adaptação
de suas estratégias de marketing diante das mudanças nos gostos, na tecnologia
e na concorrência ao longo dos estágios do ciclo de vida dos produtos.
42
CICLO DE VIDA DO PRODUTO
UNICESUMAR
Introdução Crescimento Maturidade Declínio
Vendas
Tempo
Figura 9 - Etapas na segmentação de mercado / Fonte: Kotler e Armstrong (2007, p. 165).
Classificação Descrição
43
Ciclo de vida do produto
UNIDADE 1
“
Os quatro estágios do ciclo de vida do produto são introdução,
crescimento, maturidade e declínio. [...] Durante o estágio final
(declínio), os profissionais de marketing podem tentar estimular a
demanda ou podem parar de oferecer o produto. [...] O ciclo de vida
é, portanto, um modelo dos estágios do histórico de vendas e lucros
de um produto (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 244).
Introdução
Crescimento
Maturidade
UNICESUMAR
Por fim, o volume de vendas da maioria dos produtos começa a cair. Para Chur-
chill e Peter (2012, p. 244), “há muitas razões possíveis para um declínio nas
vendas”. Talvez uma nova tecnologia tenha levado a uma alternativa melhor, ou
simplesmente, as necessidades ou os valores dos consumidores pode mudar, de
forma que o produto não seja mais relevante ou atraente.
Dimensão da
Introdução Crescimento Maturidade Declínio
estratégia
Defender a
Estabelecer Aumentar participação Limitar os
um mercado vendas e de mercado custos ou
para o tipo participação da marca; procurar
Objetivos
de produtos; de mercado; procurar maneiras de
básicos
persuadir ado- desenvolver crescimen- reavivar as
tantes iniciais a preferência to atraindo vendas e os
comprá-lo. pela marca. clientes dos lucros.
concorrentes.
Continuar
Proporcionar oferecendo
Melhorar a
alta qualidade; Proporcionar alta qualidade
qualidade;
selecionar uma alta qualida- para manter a
acrescentar
boa marca; de; acrescen- reputação da
Produto recurso para
obter proteção tar serviços marca; procu-
distinguir a
por patente ou para aumen- rar maneiras
marca dos
marca regis- tar o valor. de tornar o
concorrentes.
trada. produto novo
outra vez.
45
Dimensão da
UNIDADE 1
Geralmente
alto, para Baixo, para
recuperar os vender o que
Um pouco
custos de de- Baixo, refletin- resta do esto-
alto por
Preço senvolvimento; do a intensa que, ou alto,
conta da alta
às vezes, baixo, concorrência. para servir
demanda.
para construir um mercado
demanda rapi- de nicho.
damente.
Número
Número
maior de
maior de Número
Número limita- canais e mais
Distribuição canais para limitado de
do de canais. incentivos
atender à canais.
para os re-
demanda.
vendedores.
Mensagens
Voltada para
centram-se
adotantes Voltada para
em diferen-
iniciais; mensa- públicos mais
ciar a marca
gens destina- amplos; men-
dos con-
das a instruir sagens cen-
correntes;
sobre o tipo tram-se nos Mínima, para
grande uso
Promoção de produto; benefícios da manter os
de incentivos,
incentivos, marca; para custos baixos.
como cupons
como amostras produtos de
de descontos,
e cupons de consumo,
para induzir
desconto, para ênfase em
os comprado-
induzir a expe- propaganda.
res a mudar
rimentação.
de marca.
46
Caro(a) aluno(a), após esta leitura, você deve concluir que os profissionais de marke-
UNICESUMAR
ting precisam gerenciar produtos não só individualmente, mas também, de acordo
com sua relação a outros produtos na linha e no composto. Ao considerar se de-
vem deixar as situações como estão, modificar, acrescentar ou remover produtos
ou linhas, os profissionais de marketing devem ter em mente as relações entre eles.
No mesmo sentido, vimos que os produtos passam por estágios de um ciclo
de vida em diferentes velocidades e tempos. Durante o estágio de introdução,
um novo produto entra no mercado com pouca ou nenhuma concorrência, e
os profissionais de marketing precisam convencer o mercado-alvo de que tal
produto satisfaz às suas necessidades e aos seus desejos.
Durante o estágio de crescimento, as vendas aumentam rapidamente, con-
forme mais compradores experimentam o produto e concorrentes entram com
novas marcas, de modo a aproveitar a onda no mercado. Quando um produto
atinge a maturidade, ele já é conhecido em seu grupo mais amplo de comprado-
res, atraindo muitos concorrentes. Quando as vendas começam a cair, o produto
entra em declínio e os profissionais de marketing podem removê-lo do mercado.
O ciclo de vida do produto pode apresentar limitações, mas é útil como uma
estrutura geral para o desenvolvimento de uma estratégia de marketing mais
adequada para determinado produto.
47
5
COMUNICAÇÃO DE
UNIDADE 1
MARKETING
“
As empresas também precisam comunicar suas proposições de va-
lor aos clientes, e aquilo que comunicam não deve ser deixado por
conta do acaso. Todos os seus esforços de comunicação devem ser
planejados e combinados em cuidadosos programas de comunica-
ção integrada de marketing (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 357).
UNICESUMAR
Segundo Shimp (2009), a comunicação de marketing é um aspecto crítico das
missões de marketing nas organizações e um fator determinante dos sucessos ou
fracassos dessas organizações.
“
A importância da componente comunicação de marketing [...] au-
mentou muito na última década. Na realidade, argumenta-se que
marketing e comunicação são praticamente inseparáveis. Todas as
organizações [...], usam várias formas de comunicação de marketing
para promover suas ofertas e alcançar metas financeiras e outros
objetivos (SHIMP, 2009, p. 26).
Modelo AIDA
Comunicação Atenção
de marketing Interesse Desejo Ação
50
Quando analisamos a Figura 11, podemos compreender que toda comunicação
UNICESUMAR
efetiva passará por cada fase do Modelo AIDA para impactar e gerar, ao final do
ciclo, determinada ação do potencial cliente. Para tanto, analisaremos cada fase
individualmente, segundo a ótica de Churchill e Peter (2012, p. 260).
■ Atenção: é necessário criar uma comunicação que rompa a de-
sordem criada por todas as outras mensagens, de forma que o
público-alvo, pelo menos, preste atenção a ela. Isso acontecerá,
em suma, quando o público-alvo perceber e considerar que a
mensagem é distinta das demais e relevante para ele.
■ Interesse: após a comunicação capturar a atenção do público-
-alvo, é importante focar em gerar interesse na organização e
em seus produtos e em suas marcas. Basicamente, isso significa
informar os receptores da mensagem de como a empresa ou
seus produtos podem propiciar valor para eles.
■ Desejo: esta fase está intimamente conectada com a anterior e,
portanto, os profissionais de marketing devem focar, na fase de
interesse, nos benefícios dos produtos ou serviços, e não apenas
nas suas características. Se as informações sobre os benefícios
forem apresentadas com sucesso, os receptores (público-alvo)
podem desenvolver o desejo pelo objeto da mensagem (produ-
to, serviço ou empresa).
■ Ação: todas as organizações gastam suas energias e seu orçamento
para, finalmente, chegar a esta etapa. Aqui, de fato, o público-alvo
se tornará cliente por meio da compra do produto ou contratação
dos serviços. Contudo a ação pode ser ajustada para outros obje-
tivos, como: um cadastro de interessados em ação específica, um
cadastro de e-mail no site da empresa, um compartilhamento de
um artigo publicado pela empresa, dentre outras possibilidades.
É importante você saber que a comunicação eficaz é concebida de forma a ser com-
preensível e atraente para o público-alvo, o que significa ser necessário descobrir quais
palavras soam claras para esse público e de que maneira ele interpreta as fotos, as ima-
gens e os sons utilizados nas mensagens. Portanto, a sugestão é que o Modelo AIDA
seja interpretado como um guia, um fluxo de etapas para o desenvolvimento de uma
mensagem consistente que atinge seu público-alvo em cheio. Provavelmente, você
(ou sua organização) só obterá êxito quando entender e segmentar seu público-alvo.
51
Mix de comunicação de marketing
UNIDADE 1
52
Fica evidente que cada elemento do mix de comunicação tem suas vantagens e
UNICESUMAR
desvantagens; por isso, os profissionais de marketing precisam escolher as me-
lhores maneiras de promover a empresa ou seus produtos e administrar todas as
estratégias, com foco no melhor resultado para a organização.
Prezado(a) aluno(a), ainda hoje, muitas organizações e marcas ainda são subme-
tidas a programas deficientes de comunicação integrada de marketing. Muitas
organizações ainda não consideram os diversos elementos da comunicação como
atividades separadas e sem vínculos.
Shimp (2009) afirma que, segundo a filosofia atual do marketing, a integração
é absolutamente imprescindível para o sucesso da estratégia de comunicação de
marketing da organização.
“
A comunicação integrada de marketing, ou simplesmente CIM, é a
filosofia e prática da coordenação cuidadosa de todos os elementos
de comunicação de marketing da marca. Portanto, é um processo de
comunicação que abrange o planejamento, a criação, a integração e a
implementação de diversas formas, o objetivo é influenciar ou afetar
diretamente o comportamento do público-alvo (SHIMP, 2009, p. 29).
53
O novo cenário da comunicação de marketing
UNIDADE 1
“
Dois fatores principais estão mudando o cenário das comunicações de
marketing de hoje. Em primeiro lugar, à medida que os mercados de
massa se fragmentam, [...] as empresas estão desenvolvendo progra-
mas de marketing focados em construir relacionamentos mais próxi-
mos com os clientes. Em segundo lugar, o enorme aperfeiçoamento da
tecnologia da informação está acelerando o movimento em direção
ao marketing segmentado. [...] Atualmente os profissionais podem
acumular informações detalhadas sobre os clientes e monitorar de
perto as necessidades deles (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 358).
Os autores Kotler e Armstrong (2007) afirmam que a mudança para uma mistura
mais rica de mídias e abordagens de comunicação gera um problema para os
profissionais de marketing.
“
Muito frequentemente, as organizações não conseguem integrar
seus vários canais de comunicação. O resultado é uma miscelânea
de comunicações aos consumidores. A propaganda de massa diz
uma coisa, uma promoção de preços sinaliza outra, a etiqueta de um
produto cria ainda outra mensagem, os panfletos da empresa dizem
algo totalmente diferente, e o site parece estar fora de sintonia com
todo o resto (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 359).
54
O problema, aluno(a), é que essas comunicações, muitas vezes, são provenientes
UNICESUMAR
de diferentes partes da empresa. O que, por sua vez, acarreta o desalinhamento da
mensagem, de modo a provocar no público-alvo uma confusão com relação à comu-
nicação da empresa, do produto ou serviço. Atualmente, este cenário tem mudado
para um número cada vez maior de empresas que adotam o conceito de comuni-
cação integrada de marketing. De acordo com Kotler e Armstrong (2007), a partir
da implantação desse conceito, a empresa integra e coordena, cuidadosamente, seus
diversos canais de comunicação para transmitir uma mensagem clara, consistente
e atraente, assim como apresentado na Figura 12.
Propaganda Venda
Pessoal
Mensagens consistentes,
claras e atraentes sobre a
empresa e seus produtos.
Promoção de Relações
vendas públicas
Marketing
direto
55
■ Os gerentes de marca e suas agências devem ser flexíveis ao utilizarem várias
UNIDADE 1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a maior competição nos mercados e o cenário de oferta superior à demanda, cada
vez mais, as empresas lutam para melhorar sua posição relativa de mercado e diferen-
ciar sua oferta de seus concorrentes. Nessas situações, o plano de marketing passa a
ter uma importante função na definição e na implementação de estratégias para as
empresas do agronegócio, definindo os caminhos que deverão ser seguidos no longo
prazo, bem como as atividades operacionais que garantam a execução das estratégias.
Com isso, apresenta-se o processo estratégico de marketing, o qual envolve: a
segmentação de mercado, por meio da identificação de grupos de consumidores
com necessidades, características e hábitos de compras semelhantes, em que a em-
presa define uma atuação de marketing indiferenciado, diferenciado ou concentra-
do; a diferenciação da oferta, na qual a empresa escolhe um ou mais segmentos a
alvejar e procura diferenciar-se por meio de preços, imagem, serviços, qualidade,
design ou recursos humanos; e o posicionamento em que a empresa toma decisões
de modo a desenvolver uma oferta e imagem distinta e valorizada pelos consumi-
dores, procurando posição de líder, desafiador, seguidor ou de nicho. Assim, pro-
cura-se separar as definições e atividades de marketing estratégico e operacional,
na qual comenta-se uma nova abordagem para o planejamento de marketing como
uma ferramenta de implantação e execução no processo estratégico de marketing.
Num ambiente de negócios cada vez mais competitivo, no qual as empresas lu-
tam por posições relativas de mercado e um cenário de oferta superior à demanda,
o marketing passa a ter uma importante função na estratégia da empresa, tanto em
nível corporativo quanto aspectos operacionais das diversas unidades de negócios
que uma corporação pode possuir.
57
aprimore-se
58
na prática
1. Certa vez, o autor e consultor Peter Drucker disse: “o objetivo do marketing é tornar
a venda desnecessária” (DRUCKER apud KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 4).
2. Não adianta vender algo milagroso que, em termos práticos, não soluciona nenhum
problema ou dificuldade. Mais do que uma ideia inovadora, você precisa se preocu-
par em desenvolver um produto ou serviço que tenha real valor para a sociedade.
É bastante comum que, ao começarem a empreender, as pessoas invistam em so-
luções que consideram geniais – e, teoricamente, o são. Mas muitos desses novos
negócios falham, justamente, por falta de demanda do mercado, ou seja, porque
não há consumidores suficientes dispostos a comprar.
Considerando a assertiva exposta, qual orientação melhor reflete uma das alterna-
tivas a seguir?
a) Orientação de produção.
b) Orientação de produto.
c) Orientação de vendas.
d) Orientação de valor.
e) Orientação de marketing.
59
na prática
60
na prática
a) Introdução.
b) Crescimento.
c) Maturidade.
d) Declínio.
e) Reestruturação.
5. Kotler e Armstrong (2007, p. 238) afirmam que “cada produto parece percorrer um
ciclo de vida – nasce, passa por diversas fases e, mais cedo ou mais tarde, morre
quando surgem produtos mais novos que atendam melhor às necessidades do
consumidor”. Diante desse contexto, explique as fases de crescimento e maturidade,
de acordo com os conceitos discutidos nesta unidade.
61
eu recomendo!
livro
livro
62
eu recomendo!
livro
livro
conecte-se
63
2
MARKETING NO
AGRONEGÓCIO
PROFESSORES
Dr. Silvio Silvestre Barczsz
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Marketing e agronegócio
• Particularidades do marketing no agronegócio • Desafio e oportunidades do marketing no agronegócio
• Marketing orientado para valor no agronegócio • Estratégias de marketing no agronegócio.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Entender a relação do marketing no ambiente do agronegócio • Analisar as particularidades do
marketing aplicado ao agronegócio • Compreender os desafios e as oportunidades ao agronegócio a
partir da aplicação prática de ações mercadológicas • Desenvolver a visão de marketing orientado para
a geração de valor • Conhecer alguns cases de estratégias e ações de marketing.
INTRODUÇÃO
AGRONEGÓCIO
66
O agronegócio pode ser compreendido a partir de diferentes perspectivas
UNICESUMAR
teóricas. Para Zylbersztajn (2000), denominações como cadeia produtiva, SAG
(Sistema Agroindustrial), supply chain etc. são indiscriminadamente utilizadas
e com superposições conceituais. Ponto em comum entre os conceitos é a abor-
dagem sistêmica empregada, tendo como princípio as ideias seminais de Davis
e Goldberg (1957), da escola norte-americana de Harvard.
A eficiência do sistema não depende apenas da eficiência produtiva dentro da
porteira, mas também, da forma competente de condução das operações preceden-
tes e sucessoras. Conceitualmente, segundo Davis e Goldberg (1957), o agronegócio
envolve o conjunto de operações de produção, armazenamento, distribuição e co-
mercialização de insumos e produtos agrícolas bem como seus derivados.
A introdução de estratégias e técnicas do marketing permite que os stakehol-
ders inseridos nas diversas cadeias agroalimentares possam desenvolver o agro-
negócio nacional para além da barreira da produção de commodities. Sair da
condição de apenas “celeiro de alimentos do mundo” para ser conduzido à posição
de líder, também, em inovação, qualidadee produtos diferenciados, eis um dos
grandes desafios do agronegócio brasileiro.
Agregar maior valor a produtos commoditizados é, sim, um grande desafio
para o agronegócio nacional, conforme grande parte dos críticos e analistas de
agronegócios insiste. No entanto outra ala de analistas e profissionais da área de
agronegócios defende que a vocação brasileira é produzir commodities em larga
escala, com qualidade aceitável, que atenda às exigências dos países compradores
e que possua preço baixo.
O que se pode depreender de tudo observado até aqui é que, independente-
mente da vocação nacional, os agentes que se esforçarem, no sentido de aplicar
estratégias e técnicas próprias do marketing, dão um salto não apenas quantitati-
vo, mas qualitativo em relação aos seus concorrentes, nacionais e internacionais.
Dessa forma, cabe ao gestor em agronegócio analisar cada situação e cada caso e
distinguir a realidade de cada ator ligado ao agronegócio, de montante a jusante,
dada a heterogeneidade da realidade das organizações inseridas neste cenário.
67
UNIDADE 2
explorando Ideias
2
PARTICULARIDADES
DO MARKETING
no agronegócio
UNICESUMAR
nho é que tudo se torne um único elemento. Dentro de uma mesma cultivar,
com os padrões legais atendidos, o que diferencia uma marca de sementes de
outra? Praticamente, não há diferença percebida por quem compra, salvo raras
exceções, como o milho, cujo marketing possibilitou criar diferenças de marca
e posicionamento, de certa forma, percebidas pelo mercado. Porém, em relação
aos defensivos agrícolas, com a entrada dos genéricos no mercado, a tendência
também é o “da commoditização”, o mesmo acontecendo com os fertilizantes.
Então, vem a pergunta: como fugir desse lugar - comum?
Para que os produtos tornem-se rentáveis, é imprescindível definir estratégias
que diferenciem o produto e a empresa da concorrência. Criar esse diferencial é a
principal tarefa dos profissionais de marketing que atuam na área de agronegócios.
No entanto faz-se fundamental revisar os principais conceitos de marketing, produ-
to e marca. O primeiro conceito é muito confundido com vendas ou com publici-
dade. Ainda se vê muito o uso das expressões “marketing na televisão” e “marketing
nos jornais”. É preciso entendê-lo, em sua visão mais ampla, como um conjunto de
ações que visam a satisfazer, com lucro para a empresa, às necessidades dos clientes,
desde o projeto do produto até o pós-venda.
Todas as ações do composto de marketing, tais como produto, promoção,
distribuição (place) ou preço, são próprias da atividade do marketing. No tocante
ao produto, hoje, não se entende apenas como o núcleo central, ou seja, o produto
físico, mas sim, tudo o que esteja associado ao mesmo, como embalagem, serviços,
forma de comercialização e outras vantagens que a empresa possa oferecer. No
entanto convém revermos o conceito de marca, que, antes, era entendido como
o símbolo gráfico que identifica uma empresa e, hoje, é entendido como todo
o conjunto de sensações visuais, experienciais e psicológicas em torno de uma
empresa ou produto. Desta forma, a criação de marcas fortes é de fundamental
importância para se fugir da armadilha da padronização, criando distinção de
produtos, na ótica do consumidor. Essa marca deve fazer com que o consumidor
estabeleça uma identificação entre o produto e ele mesmo, distinguindo esse
produto dos demais existentes no mercado.
Outro ponto a ser destacado é o fundamental cuidado com o posicionamento da
marca, ou seja, como se pretende que a empresa ou o produto seja visto, percebido e
distinguido pela sociedade. Para termos uma ideia, no agronegócio, existem empre-
sas que se posicionam para atender ao segmento de agricultores de alta tecnologia
bem como outras que atuam como fornecedores para os segmentos de baixa tecno-
69
logia. Independentemente do posicionamento, o importante é que este seja sempre
UNIDADE 2
reforçado pelo trabalho de marketing e que a empresa seja fiel a esse planejamento.
Diante do exposto, levando em conta os conceitos de marketing, marca e
posicionamento, podemos ver que há um enorme campo de trabalho no agrone-
gócio brasileiro, tanto interna como externamente. Nos diferentes elos das cadeias
produtivas, de montante a jusante, nota-se a carência de planejamento e de uso
de técnicas de marketing, embora casos isolados ocorram.
O princípio básico da aplicação do marketing no agronegócio se sustenta na
diferenciação de produtos, sejam sementes, fertilizantes, defensivos, máquinas e
equipamentos, sejam produtos acabados, processados ou beneficiados, como car-
ne, leite, ovos, sementes, dentre outros. Agregar valor ao consumidor é um ponto
a ser destacado, sendo preponderante que o consumidor perceba essa adição de
valor pelo marketing.
A adoção de uma estratégia de marketing estruturada permite que valor seja
agregado ao produto, o que garante, de um lado, produtos de melhor qualidade
para o consumidor e, pelo lado da agroindústria, vantagens significativas em
termos de lucratividade e rentabilidade. Essa ação de marketing não precisará ser
apenas no produto físico, mas deverá estender-se aos serviços prestados, como a
postura da empresa perante seu público consumidor bem como a outros recursos
que levem o mercado a perceber essa diferenciação.
Um fato é inegável: a construção de uma marca consolidada, com vínculos
consistentes com o cliente/consumidor, poderá formar um diferencial competi-
tivo perante seus concorrentes; a diferenciação pela marca pode criar uma iden-
tificação entre produto e consumidor que, de fato, se torna mais difícil de ser
copiada. Deste modo, uma estratégia baseada em diferenciação de produto pode
ser copiada mais rapidamente, e a vantagem dura menos tempo. Mas a vantagem
estabelecida por meio de fortes vínculos emocionais e psicológicos, embora de-
more mais tempo para ser construída, tem seus efeitos muito mais duradouros,
formando uma posição única no mercado.
E no que se refere ao posicionamento estratégico, poucas empresas do agrone-
gócio nacional fazem isso corretamente. Normalmente, elas pouco conhecem seu
mercado, seus clientes, fornecedores e concorrentes e não definem a que tipo de
público desejam atender. Daí os percalços e ruídos de comunicação entre vendedor
e comprador no que se refere tanto ao preço quanto à qualidade do produto.
Não raro, ouvimos vendedores reclamando que o cliente não se importa com
a qualidade do produto, mas sim, apenas com o preço. Percebemos, neste caso,
70 um claro exemplo de um posicionamento errôneo, em que o vendedor oferece
um produto destinado ao público mais sofisticado, de maior poder aquisitivo,
UNICESUMAR
a um nicho de mercado inadequado, que busca preço como variável principal.
Assim, o que se pode denotar é que, tanto interna como externamente, ainda há
muito o que fazer no que se refere ao marketing no agronegócio brasileiro. Mas
ao considerar o exemplo da notável evolução na tecnologia agrícola, nos últimos
anos, o que tem levado o Brasil à condição de um dos líderes mundiais no agrone-
gócio, vemos que as modernas teorias e técnicas de marketing estão começando
a ser introduzidas e deverão ser cada vez mais empregadas nos próximos anos,
de modo a aumentar a competitividade no setor.
O Brasil tem condições de se tornar o líder da produção e exportação de ali-
mentos e biocombustíveis no mundo, ressaltando que o país poderá se favorecer
de recursos naturais, os quais são escassos na maioria dos demais países, e também,
por meio do crescimento mundial da demanda por alimentos, fibras e energia.
Para continuar contribuindo com o desenvolvimento econômico, deve-se
observar os pontos de melhoria, principalmente, em infraestrutura. Há um con-
junto de pontos fracos que necessitam ser equacionados, dentre eles, segundo
Cruvinel (2009), prioritariamente, se encontram: logística caótica, tecnologia
centrada quase exclusivamente na produtividade do campo, avanço desordenado
de áreas e falta de atrativos para o investimento privado em infraestrutura.
Rocha (2016) corrobora afirmando que a infraestrutura é assunto relevante
em termos de êxito econômico de um país, dado que a infraestrutura ajuda a de-
terminar o sucesso das atividades industriais e da agricultura. No Brasil, é nítida
a dimensão do impacto negativo no setor agroindustrial, causado pela indispo-
nibilidade e pela inadequação de infraestrutura para o escoamento da produção.
Além das necessidades de investimento de infraestrutura, o agronegócio é
pressionado pela sua ação no meio ambiente. Menezes e Pinheiro (2005) refor-
çam que a atuação dos produtores, incorporando estas novas tecnologias, assu-
mindo riscos e gerenciando um processo de agregação de valor aos produtos são
preponderantes para posicionar o agronegócio brasileiro no cenário mundial.
Segundo Canto Neto (2007), o agronegócio brasileiro coloca o país entre as na-
ções mais competitivas do mundo na produção de commodities agroindustriais,
com enorme potencial de expansão horizontal e vertical da oferta, resultado de
uma combinação de fatores, dentre eles, investimentos em tecnologia e pesquisa,
que levaram ao aumento exponencial da produtividade.
Para Romminger (2017) e Almeida (2017), a agricultura sempre foi uma força
motriz da economia brasileira. Isto se deve tanto à capacidade adaptativa do setor
quanto à busca por inovação nas últimas décadas, sinal visto no agronegócio no 71
Brasil, que está passando por grandes mudanças, determinadas, em parte, pelos
UNIDADE 2
UNICESUMAR
DO MARKETING
no agronegócio
Como bem sabemos, o Brasil ocupa lugar de destaque dentre os maiores produ-
tores e, principalmente, exportadores de alimentos e demais produtos ligados às
respectivas cadeias produtivas do agronegócio nacional. Desta forma, além de
cuidar do marketing aplicado ao agronegócio em nível nacional, com atenção
para o mercado interno, devemos estar atentos à implementação de ações de
marketing no mercado externo, com foco nos mercados consumidores das com-
modities brasileiras no mundo. Para tanto, alguns cuidados devem ser tomados
com relação às estratégias e ações de marketing das empresas nacionais nos dife-
rentes mercados mundiais; a questão principal que ronda as empresas nacionais
ligadas às cadeias agroexportadoras do Brasil é saber se são adotadas estratégias
de marketing genéricas de atuação nos diferentes mercados compradores ou se
são empregadas ações e estratégias específicas para cada mercado. Eis a questão!
Atuar em mercados internacionais difere da ação da empresa em seu mercado
doméstico. Basicamente, isso decorre do fato de que as variáveis sobre a realidade
local estão próximas e são relativamente conhecidas pela empresa. Todavia isso
não acontece quando ela decide atuar no mercado internacional. Neste contexto,
a empresa precisa buscar informações específicas sobre os mercados escolhidos,
tais como aspectos culturais, sociais e econômicos.
Para Czinkota et al. (2001), existe uma série de decisões estratégicas que
devem ser tomadas pelas empresas que decidem atuar no mercado externo. Pre-
liminarmente, a organização deve decidir se ela compete ou não no mercado
73
internacional, podendo essa decisão comprometer as ações no mercado domés-
UNIDADE 2
UNICESUMAR
sejam: fatores econômicos, culturais, geográficos e tecnológicos. Os autores afir-
mam que existem particularidades específicas em cada mercado, o que demanda
estratégias específicas para cada país, bem como existem situações em que estra-
tégias genéricas de segmentação de mercados podem ser empregadas em países
com mesmo perfil. A grande vantagem competitiva alcançada nesta situação são
os ganhos de escala. Eles, ainda, defendem que é importante descobrir caminhos
para alcançar segmentos de mercados que transcendam as fronteiras do país.
Decidir
Decidirooprograma
programa Decidir aa organização
Decidir organização Administrar as ações
de
demarketing
marketing de marketing
de marketing de marketing
Figura 1 - Etapas para o marketing global / Fonte: adaptada de Kotler (2001, p. 259).
UNICESUMAR
deia agro-exportadora de frango de corte do Brasil.
Vários fatores influenciam o ambiente do marketing global, o que aumenta a
necessidade de atenção às variáveis que podem afetar as estratégias mercadológi-
cas internacionais de determinada empresa, como: variáveis tecnológicas, recur-
sos e fatores naturais, cultura, demografia, concorrentes, fornecedores e clientes,
assim como estudado na Unidade 1 deste livro.
pensando juntos
4
MARKETING ORIENTADO
PARA VALOR
no agronegócio
“
A essência do Value Proposition Design é implantar ferramentas na
busca desordenada de propostas de valor desejadas pelos clientes
e, mais adiante, mantê-las alinhadas com aquilo que querem. [...]
Trata-se de um processo ininterrupto, no qual é preciso desenvolver
propostas de valor constantemente, de modo a mantê-las relevantes
para os clientes (OSTERWALDER et al., 2014, p. 13).
78
UNICESUMAR
Criadores
de ganhos Ganhos
Produtos
e serviços Tarefas
Dores
Analgésicos
Figura 2 - Canvas da Proposta de Valor / Fonte: adaptada de Osterwalder et al. (2014, p. 28).
Dimensão Explicação
79
Dimensão Explicação
UNIDADE 2
Dimensão Explicação
Tabela 2 - Detalhamento do mapa de valor / Fonte: adaptada de Osterwalder et al. (2014, p. 47-53).
80
Após descrever os dois lados do Canvas: perfil do cliente – em que você esclarece
UNICESUMAR
a compreensão dele – e mapa de valor – em que você descreve como pretende
criar valor para aquele cliente –, você deve observar o nível de encaixe entre os
dois lados, assim como ilustrado na Figura 3.
Os clientes desejam e esperam muito dos
produtos e dos serviços. Ainda assim, sabem
que não podem ter tudo. Concentre-se naque-
Você está focando
les ganhos que mais importam para os
nos ganhos
clientes e que fazem diferença.
fundamentais
para o cliente?
ENCAIXE
Figura 3 - Encaixe entre o perfil do cliente e a proposta de valor / Fonte: adaptada de Oster-
walder et al. (2014, p. 42).
Osterwalder et al. (2014) afirmam que você consegue encaixe quando os clientes
se entusiasmam com sua proposta de valor. Isso ocorre quando você contempla
tarefas relevantes, alivia dores agudas e cria ganhos importantes para os clientes.
Além do mais, veremos, a seguir, na Tabela 3, que existem três tipos subsequentes
de encaixe. Aliás, manter um deles é a essência do design de propostas de valor.
Portanto, você precisa revisar e adaptar seu Canvas a todo momento.
Dimensão Explicação
81
Dimensão Explicação
UNIDADE 2
Tabela 3 - Três tipos de encaixe entre perfil do cliente e mapa de valor / Fonte: adaptada de
Osterwalder et al. (2014, p. 48-49).
Agora, prezado(a) aluno(a), será que você poderia responder positivamente à seguin-
te questão: minha organização realmente possui uma proposta de valor inovadora?
82
5
ESTRATÉGIAS DE
UNICESUMAR
MARKETING
no agronegócios
Brazilian Beef
A marca Brazilian Beef foi criada pela Associação Brasileira das Indústrias Ex-
portadoras de Carne (ABIEC) em parceria com a APEX-Brasil – Agência de
promoção de exportações, com o intuito de fortalecer a marca da carne brasileira
no exterior e estimular a exportação. A iniciativa da ABIEC ressalta as caracterís-
ticas de qualidade do produto nacional, destacando os diferenciais do produto
brasileiro, como a alimentação do rebanho bovino a pasto.
A ABIEC tem participado de feiras internacionais e eventos mundiais do
setor de alimentos, como a Anuga (Colônia-Alemanha) e a SIAL, em Paris, sem-
83
pre com o intuito de promover a marca Brazilian Beef. Além da participação
UNIDADE 2
84
No caso inglês, o Meat and Livestock Commission (MLC) tem a missão de manter
UNICESUMAR
e melhorar a competitividade da indústria pecuária britânica, levando em consideração
as necessidades dos consumidores. É financiada por produtores e frigoríficos, que são
responsáveis pela campanha de marketing que estimula o consumo de carne bovina.
Dos Estados Unidos, vem outro exemplo bem-sucedido de esforços realizados,
em conjunto, pelos agentes da cadeia, o qual visa à promoção da carne bovina. Con-
forme Scare et al. (2004 apud FERRAZ MACHADO; QUEIRÓZ; SCALCO,2007),
os produtores associados à National Cattlemen’s Beef Assocication (NCBA) arre-
cadam fundos (US$ 1,00/cabeça/ano) para investimento em marketing.
Brazilian Chicken
Cafés do Brasil
86
Marca no campo
UNICESUMAR
Ferreli de Souza (2008) apresenta, em sua dissertação de mestrado, uma discussão
sobre a temática da marca no campo, sobre as vantagens e os benefícios que esta
decisão pode representar para uma organização rural. Em seu trabalho intitulado
“Marca ‘em’ Campo: O Produtor Rural Agregando Valor à sua Produção”, alguns
cases são apresentados. Foram selecionados alguns desses, para nosso estudo, con-
forme Ferreli de Souza (2008), quais sejam: Mel do Cerrado, Milk Mel e Mister Pig.
Mel do Cerrado
A marca Mel do Cerrado foi criada pelo seu proprietário, sr. Altair Pereira de
Oliveira, com 26 anos de experiência no ramo da apicultura. A empresa comer-
cializa, praticamente, todos os produtos oriundos da abelha, tais como: cera, mel,
pólen, geleia real e própolis. Em relação à marca, ela foi criada para identificar e
demonstrar aos consumidores a qualidade e o preço adequado do produto. Esta
sinalização permitiria fazer com que o produto se distinguisse dos concorrentes.
A tendência de consumo de alimentos naturais é uma das bases que consolidaram
a criação dessa marca.
A expressão “mel do cerrado” remete à questão da qualidade, do campoe da
segurança do alimento, segundo a declaração do empreendedor, no trabalho
de Ferreli de Souza (2008). A imagem visual da marca tem comunicação direta
e objetiva com o consumidor; uma abelha construindo seu favo de mel, o que
transmite segurança, garantia de qualidade e procedência do produto e, também,
preço baixo. O que se pode compreender é que a adoção de uma marca permitiu
a empresa buscar o crescimento e a evolução contínua, o que norteia as suas
atividades. A meta da Mel do Cerrado é conquistar um novo cliente a cada dia.
87
Milk Mel
UNIDADE 2
O sr. João Abdala sempre teve sua história ligada ao campo e à atividade rural,
pois a família atua, há considerável tempo, nesta área. Do conceito familiar, o
empreendedor decidiu ampliar os negócios para uma visão de empresa com foco
comercial. A criação da marca Milk Mel ocorreu neste contexto.
A marca congrega produtos que vão desde leite tipo A, até a manteiga e o leite
light. A preocupação com a qualidade é um fator essencial na marca, em que o
produtor afirma a garantia da qualidade e a origem do produto, por exemplo,
ao destacar que as vacas são de origem holandesa, as quais se alimentam com
ração, obedecendo, dessa forma, às normas sanitárias de ordenha, processamento,
resfriamento e movimentação do leite.
A ideia de criar a marca foi no sentido de agregar valor a uma commodity. O
processamento da matéria-prima na propriedade, e a criação de uma marca foram
fatores decisivos neste processo. A entrega de qualidade superior ao consumidor
é uma busca incessante do empreendedor, visto que a marca criou condições para
sinalizar que o produto tem garantia de qualidade. Os consumidores do leite Milk
Mel procuram qualidade e segurança nos alimentos destinados às suas famílias; eles
reconhecem estes atributos no produto mencionado, sendo, segundo informações
do proprietário (apud FERRELI DE SOUZA, 2008),fiéis ao seu produto.
A marca desenvolvida pelo empreendedor carrega um significado e o objetivo
de transmitir a ideia de uma marca simples, forte e bonita. O rótulo é escrito em
azul, com destaque para o desenho de uma vaca holandesa, ainda assim, fazendo
referência ao produto “tipo A” e à procedência, Araçatuba, o que remete à tradição
local, de valorizar o produto da região.
Com a integração vertical, de fato, nesse caso, assumida pela empresa, a
produção deixou de ser entregue para outras empresas processadoras de leite
e passou a eliminar os agentes intermediários, os “atravessadores”, permitindo,
dessa forma, que maior parte da receita ficasse com o produtor rural, neste novo
contexto, empreendedor rural.
88
Mister Pig
UNICESUMAR
A empresa familiar Mister Pig é conduzida pelo sr. Luiz Faccini e a sra. Santina
C. Faccini. De famílias de produtores rurais, os empresários apenas produziam
suínos desde 1996, numa atividade ligada apenas à granja, à criação de suínos
para serem processados por outras empresas. Porém, devido a crises financeiras
sucessivas, o casal resolveu estruturar a organização, criar a marca Mister Pig e
abrir um frigorífico suíno. A proposta tinha como intenção encontrar alternativa
para agregar valor ao produto.
A qualidade do produto é uma meta da empresa; o rastreamento ocorre em todas
as etapas do processo produtivo. A empresa produz, basicamente, dois produtos: a)
carcaça de suínos; b) cortes especiais e industrializados. Além da qualidade, a meta
da empresa é fornecer um produto com baixo teor de gordura e excelente sabor, na
tentativa de aliar qualidade e saúde na alimentação, com um sabor diferenciado.
Segundo as tendências do mercado, atendendo às exigências desse consumi-
dor que demanda qualidade, preço e prazer ao degustar um alimento, outro fato
que chama a atenção é o foco na produção de produtos porcionados, fracionados,
e nas embalagens que contenham informações sobre o produto, dados sobre a
rastreabilidade que passem segurança ao consumidor.
A marca Mister Pig remete o consumidor à garantia de qualidade do produto,
à confiabilidade e à seriedade da empresa, a um produto saudável e nutritivo,
diferenciado, constituído por 100% de matéria-prima de origem suína, diferente
dos concorrentes, conforme Ferreli de Souza (2008).
O “porquinho de gravata” é o símbolo que consta na marca da empresa Mister
Pig. A intenção é transmitir a ideia da qualidade do produto, aliada ao sabor e à
segurança do mesmo. A adoção da marca trouxe diferenciais competitivos para a
empresa, pois, com a integração vertical, maior parte da receita gerada pela venda
ao consumidor fica com o produtor rural; o que possibilitou agregação de valor
ao produto e garantia da qualidade.
89
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
90
aprimore-se
91
aprimore-se
modities como algodão, cimento, carvão, petróleo, ferro, aço, automóveis, eletrici-
dade e serviços telefônicos.
Da mesma forma, no livro de Vaile et al. (1952), Marketing in the American Economy,
também houve discussão de como alguns bens individuais são comercializados, in-
clusive carros usados e aviões. Em contraste com o rastreamento do movimento
de mercadorias individuais, Alexander (1951) ilustrou o fluxo agregado de bens nos
Estados Unidos para 1939, desde a fabricação, passando pelo vendas, atacadistas e
varejistas, para consumidores industriais e domésticos.
Em um estudo ainda mais extenso, Cox et al. (1965) explorou o fluxo agregado de
bens nos Estados Unidos em 1947, da agricultura, mineração, pesca e outras indús-
trias extrativistas, por meio de atacadistas e de outros intermediários comerciais, e
construção, ao comércio por grosso e a retalho, incluindo as importações, serviços
públicos, transporte e serviços a usuários finais – incluindo exportações, governo,
empresas e famílias. A maior parte do trabalho na escola de pensamento da mer-
cadoria não envolvia nem as comunidades individuais nem agregava os fluxos de
mercadorias, mas concentrava-se na classificação dos bens.
92
na prática
93
eu recomendo!
livro
livro
94
anotações
3
OFERTA E
DEMANDA
de mercado
PROFESSORES
Professor Dr. Silvio Silvestre Barczsz
Professor Me. Julyerme Matheus Tonin
Professor Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Definição econômica de oferta
e demanda • Particularidades do Setor Agropecuário • Margens de comercialização • Markup de
comercialização • Desenvolvimento de novos mercados.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender a dinâmica de oferta e demanda na agropecuária sob o ponto de vista econômico
• Observar as particularidades do setor agropecuários e seus impactos na comercialização de produtos
• Entender os cálculos envolvendo as margens de comercialização • Entender os cálculos de Markup de
comercialização • Compreender como criar novos mercados no setor agropecuário.
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, caro (a) aluno (a), discutiremos a respeito das defini-
ções econômicas de oferta e demanda na agropecuária, as particularidades
deste setor, as margens de comercialização, os cálculos e a interpretação das
margens e o seu Markup.
Assim como a economia brasileira foi afetada por uma série de mu-
danças, em meados da década de 90, fruto da abertura comercial e de um
bem-sucedido plano de estabilização, o plano Real, a comercialização de
produtos agroindustriais também foi afetada.
No âmbito do mercado consumidor, este processo levou à incorporação
de hábitos de consumo internacionais, por parte dos consumidores brasi-
leiros, por exemplo, a preferência por produtos prontos ou semiprontos, e
a necessidade, por parte das empresas, de reorganizarem suas estratégias
para o atendimento das novas tendências de consumo.
A oferta de produtos também sofreu uma série de mudanças: no se-
tor de processamento de produtos agropecuários, houve fusões, aquisi-
ções e, em menor escala, a criação de novas plantas produtivas, fatores
que tornaram os mercados mais concentrados. Além disso, setores mais
concentrados geram maiores economias de escala e utilizam maior aporte
tecnológico no processo produtivo.
Então, para a melhor compreensão da comercialização de produtos
agroindustriais, é necessário incluir, na análise, os aspectos relacionados
à oferta e à demanda desses produtos. Nesse sentido, analisaremos alguns
aspectos relacionados à oferta, à demanda de produtos agropecuários, aos
fatores que determinam o equilíbrio de mercado e aos demais aspectos
relacionados.
Por fim, veremos que a estratégia de marketing consiste no conjunto de
objetivos que a organização designa para seu departamento de marketing,
para dar suporte à estratégia organizacional global. Dentre as decisões a
serem tomadas, é necessária a escolha dos mercados-alvo, a definição do
composto de marketing adequado bem como a alocação dos recursos ne-
cessários para alcançar suas metas. Bom estudo!
1
DEFINIÇÃO
UNIDADE 3
ECONÔMICA
de oferta e demanda
pensando juntos
Se você se sentir meio perdido na leitura deste item, faça uma revisão de qualquer livro de
introdução à economia. Uma sugestão é você dar uma pesquisada nos livros disponíveis
na sua Biblioteca Virtual da Pearson ou na biblioteca do seu polo.
98
Mercado interior Mercado central Mercado secundário
UNICESUMAR
C
P O
R N
O S
D Cooperativas, Corretores, bolsas, Atacadistas, firmas U
transportadoras fabricantes etc. etc.
U M
T I
O D
R O
R
CONCENTRAÇÃO EQUILÍBRIO DISPERSÃO
uma parcela do que foi produzido não seja consumido, gerando um excedente
de produção. Essa parcela não consumida faz com que as empresas acumulem
estoques, que exercem influência sobre o preço, levando a economia ao ponto
de equilíbrio. Em caso de escassez de produto, a elevação do preço atrai novos
produtos, o que leva a economia ao ponto de equilíbrio.
Ressalta-se que, a oferta e a demanda são, também, determinadas por outras
variáveis, além do preço. De acordo com Vasconcellos e Pinho (2005), a tecnolo-
gia de produção adotada pela empresa, os preços dos insumos, o número de con-
correntes no mercado, as expectativas futuras e a regulamentação do governo são
alguns dos fatores que afetam a oferta, enquanto que os gostos e as preferências
dos consumidores, o preço dos bens relacionados (substitutos e complementares),
a renda do consumidor, o total da população, a disponibilidade de crédito, os
níveis passados de renda e a regulamentação do governo são fatores que afetam
a demanda de determinado produto. Apesar da sua importância, a demanda do
consumidor não é a única curva que nos interessa:
“
Temos de lembrar que o produto agropecuário é o insumo que será
utilizado pela indústria transformadora na fabricação de seus produtos.
Em função de quanto imagina que irá conseguir ao vender seu produto,
o intermediário em qualquer nível decide quanto poderá pagar ao seu
fornecedor, originando, desta forma, uma curva de demanda ao nível de
fornecedor de insumos. Esta curva de demanda, chamada de demanda
derivada, é a demanda normalmente defrontada pelo produtor rural
(MARQUES, MELLO; MARTINES, 2006, p. 15, grifo dos autores).
A demanda de mercado, por sua vez, é o somatório das curvas de demandas dos
consumidores que atuam em um mercado específico. Outro conceito importante
na análise da demanda, é o conceito de elasticidade. Vasconcellos e Garcia (2004)
salientam que a elasticidade é o grau de reação à sensibilidade de uma variável,
quando ocorrem alterações em outra variável.
Em outras palavras, é a resposta relativa da quantidade de demanda de um
bem, mediante variações de seu preço. Se a variação da quantidade demandada de
determinado bem é mais do que proporcional à variação do preço dele, diz-se que
o bem apresenta demanda elástica. Se ambas as variações, o preço e a quantida-
de, apresentarem a mesma intensidade, caracteriza-se como demanda unitária
100
(é mais um conceito teórico não aplicado). Enfim, se a variação percentual no
UNICESUMAR
preço de determinado bem provoca uma variação percentualmente menor na
quantidade demandada, classifica-se como demanda inelástica.
Para Vasconcellos e Garcia (2004), fatores como a essencialidade do bem e
a parcela que este representa do orçamento são fatores que contribuem para a
elasticidade desse bem. É neste contexto que os produtos agropecuários e agroin-
dustriais se inserem, pois são considerados bens de primeira necessidade e, com
isso, apresentam demanda inelástica.
2
PARTICULARIDADES
DO SETOR
agropecuário
Antes de iniciar esta aula, gostaríamos de lhe fazer uma pergunta: quais fatores
podem afetar o comportamento dos consumidores e dos produtores? Ao tratar
do setor agropecuário, é necessário destacar que algumas particularidades desse
setor afetam diretamente o comportamento de produtores e consumidores. Ba-
talha (2005) destaca algumas dessas particularidades:
■ Sazonalidade da produção – Uma característica da produção agrope-
cuária é a alternância de período de excesso e escassez do produto. As
atividades agrícolas e pecuárias dependem tanto do ciclo de vida das
plantas e dos animais quanto do clima e das estações do ano, o que faz
com que a oferta dos produtos agrícolas se concentre em determinados
períodos do ano. Para Araújo (2007), essa característica tem as seguin-
tes implicações: (a) variações dos preços, mais elevados na entressafra
e mais baixos na safra; (b) necessidade de infraestrutura de estocagem
101
e conservação; (c) nos períodos de maior utilização de insumos e nos
UNIDADE 3
102
■ Questões sanitárias – A preocupação com a segurança alimentar da
UNICESUMAR
população e o crescente número de normas para controlar o processo
de produção, ou a utilização de insumos, a qual tem impacto significa-
tivo em todos os segmentos ligados ao agronegócio. Questões de saúde
pública relacionadas à aplicação inadequada de defensivos agrícolas
também são fatores que podem afetar a produção e a comercialização
de produtos oriundos da agropecuária nacional. Assim como a im-
posição de barreiras sanitárias tem impacto no comércio de produtos
agropecuários de um país bem como no resto do mundo.
■ Outras particularidades e considerações – Podem-se destacar os
aspectos culturais, o impacto de novas tecnologias, como a biotecno-
logia, a qual tem repercussão significativa na forma de produção dos
alimentos, ou a tecnologia de informação (TI), a qual facilita a busca, o
acesso e a disseminação de informações ao influenciar, decisivamente,
a forma como são transacionados os produtos. Cabe destacar os efeitos
da atuação do governo, da pesquisa agropecuária, da extensão rural,
do associativismo, do cooperativismo, do mercado externo etc. Enfim,
a atuação de diversidade de agentes e instituições tem impacto em to-
dos os segmentos da comercialização agropecuária.
103
UNIDADE 3
OFERTA DEMANDA
Dessa forma, elencar os fatores que exercem influência sobre os preços de determina-
da commodity é uma prática bastante utilizada no mercado de derivativos. O agente
que assume uma posição futura, seja em um contrato a termo, seja em contrato futuro
ou de opções, busca instrumentos para avaliar qual seria o preço justo do ativo que
está sendo negociado. Existem dois tipos de análises utilizadas para a avaliação do
preço dos ativos no mercado financeiro: análise fundamentalista e análise grafista.
Pela análise fundamentalista, o preço de um contrato futuro ou de opção
divulgada na BM&F, por exemplo, reflete a média das expectativas de compra-
dores e vendedores de quanto deve ser o preço de determinada commodity no
futuro, baseado nos fundamentos no mercado. Desse modo, conhecer os fatores
104
que influenciam um produto no futuro é boa estratégia para obter uma boa taxa de
UNICESUMAR
retorno e diluir os riscos. Com base em uma série de indicadores, os especialistas
em análise fundamentalista buscam descobrir qual é o valor intrínseco de um ativo,
qual o seu valor justo, e compará-lo com o preço de mercado, indicando se o ativo
está subavaliado (indicação de compra) ou sobreavaliado (indicação de venda).
O fundamentalista trabalha com hipóteses, probabilidades. Para prever um
evento futuro, geralmente, utilizam as relações de causa e efeito que identificaram
no passado, esperando que tais situações se repitam, porém, umas parcelas dessas
situações são singulares e variáveis e, quando não incorporadas na análise, podem
contribuir para que o objetivo almejado não seja alcançado. Mesmo com bom co-
nhecimento dos fundamentos do mercado, há possibilidades de erros. Dessa forma,
na análise fundamentalista, além da análise da empresa, é necessário analisar o
contexto em que a empresa está inserida, ou seja, a estrutura de mercado, e investi-
gar se a economia, de modo geral, a quantidade de variáveis envolvidas na análise
fundamentalista - configura-se como uma das principais dificuldades desta análise.
Para Damodaran (2003), a análise fundamentalista, usualmente, utilizada no
mercado de ações, pode ser classificada em três abordagens principais: avaliação
por fluxo de caixa descontado, ou seja, considerar o valor presente dos fluxos de
caixa futuros esperados como determinantes para o valor do ativo; avaliação rela-
tiva, que é dada para precificar diferentes ativos e compará-los levando em conta
as variáveis comuns, como lucros, vendas, valor contábil, ou mesmo, o fluxo de
caixa e, por fim, avaliação de direitos contingentes, modelagem mais sofisticada
que utiliza a precificação de opções para medir o valor dos ativos, e que só pode
ser aplicada para ativos que possuem características de opções.
Pela análise técnica ou grafista, estuda-se os movimentos passados dos
preços e dos volumes de negociação dos ativos financeiros, com o objetivo de
fazer previsões do comportamento futuro dos preços. Os gráficos traduzem o
comportamento do mercado e avaliam a participação da massa de investido-
res a induzirem as formações dos preços. A análise grafista ajuda a entender a
“psicologia do mercado”. Esta análise tem como objetivo determinar quando os
preços se moverão ou modificarão a sua tendência, indicando a hora de comprar
e a hora de vender. A análise fundamentalista busca entender o mercado, o que
permite a formulação de estratégias em médio prazo, já a grafista busca identificar
a tendência dos preços e, com isso, prever as mudanças nessa tendência, o que dá
um caráter de curto prazo para essa análise.
105
Chaves (2004), destaca que a análise técnica pode ser subdividida em dois gru-
UNIDADE 3
3
MARGENS DE
COMERCIALIZAÇÃO
UNICESUMAR
nos diferentes níveis de mercado é que se determina a margem de comercialização:
M CL
Em que:
M representa a margem de comercialização.
C é o custo.
L é o lucro ou prejuízo dos intermediários.
De acordo com a fórmula anterior, a margem corresponde às despesas cobradas
ao consumidor pela realização das atividades de comercialização. Para Marques e
Aguiar (1993), margem de comercialização é definida como a diferença no preço
do produto nos diversos níveis de mercado, expressa em unidade equivalente, e
pode assumir significados, dependendo da amplitude do mercado considerado.
Para Mendes (1994), a margem de comercialização refere-se à diferença entre
preços a diferentes níveis do sistema de comercialização. A margem deve refletir
os custos de comercialização e a porção relativa ao lucro.
Steele, Vera Filho e Welsh (1971) analisam a margem de comercialização
como a diferença entre o que os consumidores finais gastam com o consumo
de seus alimentos em uma economia e o somatório dos preços recebidos pelos
produtores por essas mercadorias em seu estado natural.
O cálculo da margem de comercialização serve para auxiliar no acompanhamen-
to do mercado de um determinado produto. Porém Marques e Aguiar (1993) desta-
caram algumas particularidades no cálculo das margens de comercialização, como:
■ Quanto mais competitivo o mercado é e quanto mais produtos idênticos
são fabricados, menor será a margem de comercialização.
■ Quanto maior o processamento e manuseio de uma mercadoria, maior
será a margem.
■ Quanto mais elevado for o risco no setor, maior a margem de comercia-
lização.
■ Algumas mudanças tecnológicas, como melhoria de armazenamento e
transporte, podem diminuir as margens, enquanto outras que envolvam
maiores processamentos tendem a aumentá-las.
■ As margens de comercialização podem se modificar ao passo que o perfil
e os hábitos do consumidor alteram-se, seja por mudanças políticas, seja
por mudanças sociais, dentre outras.
107
■ Os avanços tecnológicos no processamento podem levar o produto agrí-
UNIDADE 3
Outro aspecto interessante foi identificado por Steele, Vera Filho e Welsh (1971), no
qual a margem de comercialização muda mais lentamente do que os preços. Na lite-
ratura a respeito do tema, você perceberá que a margem de comercialização se dife-
rencia entre distintos produtos e estas diferenças devem-se aos custos de transporte,
armazenagem e grau de desperdício do produto nos seguintes estágios: perecibilidade,
grau de processamento e industrialização do produto, dentre outros.
Ao utilizar a metodologia proposta por Barros (2007), a margem de comer-
cialização pode ser calculada conforme exposto na Tabela 1:
P PP
Margem total MT PV PP MT V 100
PV
P P
Margem no atacado Ma PA PP Ma A P 100
PV
P PA
Margem no varejo Mv PV PA Mv V 100
PV
P
Parcela do produtor PP = PP / PV PP P 100
PV
Tabela 1 - Fatores de influência na comercialização / Fonte: Mendes (1994, p. 57) e Barros
(2007, p. 5).
Em que:
Pv = é o preço a nível de varejo.
PA = é o preço a nível de atacadista.
PP = é o preço recebido pelo produtor.
UNICESUMAR
MT 4, 55 1, 75 2, 80 MT 4, 55 1, 75 4, 55 100 61, 45%
Ma 2, 76 1, 75 1, 01 Ma 2, 76 1, 75 4, 55 100 22, 20%
Mv 4, 55 2, 76 1, 79 Mv 4, 55 2, 76 4, 55 100 39, 34%
109
Fatores Margem
UNIDADE 3
Quanto maior a distância entre o maior será a margem, devido aos custos
produtor e o consumidor, mais elevados para realizar o transporte.
Quanto maior a quantidade de ser- maior será a margem, devido aos maio-
viços adicionados à matéria-prima, res custos para executar os serviços.
UNICESUMAR
melhorar a eficiência de determinado mercado, cujas margens vêm crescendo
sem que o produto final esteja sofrendo melhorias (mais serviços adicionais).
Conhecer as margens é importante para quem pretende participar de uma cadeia
produtiva. A elaboração de projetos requer a determinação dos custos da ativi-
dade a ser desenvolvida. Estes empreendedores pretendem atuar, para ter, assim,
estimativas da rentabilidade da atividade proposta.
Outro ponto relevante na análise é o cálculo da sensibilidade de preços entre
os níveis de mercado, ou seja, a intensidade da relação entre preços em diferentes
níveis de mercado. Assim, pode-se utilizar o impacto em determinado nível de
mercado para prever os efeitos sobre os demais níveis. Este conceito é definido
como elasticidade de transmissão de preço e serve para determinar a relação
nos diferentes níveis de mercado.
4
MARKUP DE
COMERCIALIZAÇÃO
Mendes (1994) apresenta, de forma simples, que “Markup (MK) é a diferença entre
o preço de venda e o preço de compra (ou de custo) ”. Barros (2007) destaca que,
em termos absolutos, o Markup é igual à margem de comercialização, porém em
termos relativos, refere-se à margem absoluta como proporção do preço de compra
em cada nível de mercado e não em termos de venda, como no caso da margem
de comercialização. Segundo o autor, Markup também pode ser definido como o
percentual que cada setor acrescenta ao valor da aquisição para efetuar a sua venda.
111
Aluno(a), na Tabela 3, veremos um resumo das fórmulas utilizadas no cálculo
UNIDADE 3
P PP
Markup total MKT PV PP MKT V 100
PP
P P
Markup no atacado MKa PA PP MKa A P 100
PP
P PA
Markup no varejo MKv PV PA MKv V 100
PA
Tabela 3 - Fórmulas utilizadas no cálculo do Markup / Fonte: Mendes (1994, p. 58).
Como foi dito anteriormente, em termos absolutos, não há diferença entre mar-
gem e Markup. Como o Markup representa o percentual que cada setor acrescen-
te ao valor de aquisição do produto, não há uma relação direta entre os diferentes
Markups, ou seja, não tem o caráter de representatividade da margem, podendo,
na maioria dos casos, ultrapassar o montante de 100%.
Para ilustração, consideraremos os mesmos valores para calcularmos as mar-
gens: R$ 1,75 ao produtor, R$ 2,76 no atacado e R$ 4,55 no varejo.
112
5
DESENVOLVIMENTO DE
UNICESUMAR
NOVOS MERCADOS
113
Antoine (1995) afirma que a estratégia de marketing tem, por objetivo, a con-
UNIDADE 3
114
Em quaisquer dos ambientes, o alimento é essencial para a manutenção da vida
UNICESUMAR
humana. A população mundial conta, a cada dia, com diferenciada disponibili-
dade de alimentos, facilitada pelas novas tecnologias e ligadas ao fluxo da infor-
mação e das mercadorias (NEVES, 1999).
Kohls e Uhl (2002), destacam que o comércio, a competição e as atividades de
marketing de alimentos extrapolam os limites das fronteiras nacionais. Segundo os
autores, o cliente que consome alimentos não se limita ao comprador das ruas próxi-
mas ao seu negócio; estas pessoas estão espalhadas pelo mundo. Um dado interessante
sobre o comércio internacional de alimentos, levantado pelos autores, é que, mesmo
considerando o alimento como um produto característico de consumo interno dos
países produtores, apenas 15% deles têm relações comerciais internacionais.
Em relação à alimentação, o ato da compra pode ter origem na necessidade
fisiológica de se alimentar, ou ainda, da necessidade de obtenção de prazer a partir
do consumo de determinado alimento. O marketing de alimentos atua na atenção
das necessidades básicas do indivíduo, atentando para o aspecto fisiológico, carac-
terístico do alimento, bem como na identificação de suas carências e desejos de
consumo não atendidos, o que, no caso do alimento, tem tênue relação com o prazer.
É função do marketing fazer a ligação entre produtores e consumidores, ou seja,
o arcabouço teórico do marketing pode municiar as estratégias comerciais das or-
ganizações, pela disponibilização dos alimentos que o consumidor deseja comer
em qualquer parte do mundo e de qualquer parte do mundo, a preços, condições e
qualidades desejadas, visando a atender, sobretudo, suas necessidades e seus anseios.
Na visão de Kohls e Uhl (2002), o marketing de alimentos tem muitas faces.
Tem a face do fazendeiro que discute com sua esposa, no café da manhã sobre
quando e onde vender suas colheitas; o pecuarista que monitora preços de ani-
mas em um computador; um grupo dos fazendeiros que excursiona o Extremo
Oriente para compreender melhor as necessidades de mercados estrangeiros;
corretores na bolsa de mercadorias que sinalizam, furiosos, suas ordens de com-
pra e de vendas; um navio que transporta grãos dos Estados Unidos à Singapura;
um grupo de consumidores de fast food comendo na hora do rush; um dono de
mercearia que decide como promover e fixar preços nos produtos; um cliente
que empurra seu carrinho pelos corredores de um supermercado, escolhendo
entre milhares de produtos alimentícios diferentes; um estudante que compra um
lanche, tarde da noite, de uma máquina de venda. Estes aspectos e outros fazem
parte da realidade fascinante do marketing em alimentos.
115
O marketing de alimentos pode representar diferentes situações para diferentes
UNIDADE 3
pessoas. Para o consumidor, o marketing pode ser apenas a compra semanal nas lojas,
as suas idas ao supermercado. Para o produtor rural, apenas os aspectos relacionados
à produção e ao transporte para os supermercados, possíveis compradores e preços
que podem pagar por seus grãos ou seu lote de animais. Já para os elos intermediários
desse processo (varejistas, atacadistas e processadores), sua visão de marketing pode
representar um processo de busca por ganhos e obtenção de vantagens competitivas
sobre seus concorrentes, melhorando vendas e lucros, e satisfazendo consumidores.
Cada grupo tem uma visão particular de marketing de alimentos.
Portanto, Kohls e Uhl (2002) conceituam o marketing de alimentos como
desempenho de todas as atividades de negócios envolvidas no fluxo dos produ-
tos alimentícios e serviços desde o ponto inicial, na produção agrícola, até esses
produtos chegarem às mãos dos consumidores.
A definição de marketing de alimentos proposta por Padberg (1997) não se
distancia da visão de Kohls e Uhl (2002). Para ele, marketing de alimentos refere-se
ao conjunto de compradores e vendedores, às estruturas de incentivo econômico
e ao sistema de manipulação de alimentos, desde o ponto de produção, passando
pelo processamento e distribuição até as vendas aos consumidores finais.
Padberg (1997) acrescenta, no entanto, que o marketing de alimentos, em-
bora apresente características particulares, nem sempre é tratado com a devida
distinção por entidades governamentais e empresas. Estas características, que
demandam estratégias específicas, incluem:
116
■ Todas as pessoas necessitam, continuamente, da oferta de alimentos.
UNICESUMAR
■ A maioria dos alimentos e commodities, em geral, são perecíveis.
■ O manuseio impróprio do alimento pode causar doenças às pessoas.
■ O setor de distribuição em alimentos tem se especializado em “grandes negócios”.
■ Em países de alta renda, o setor de alimentos tem alto nível de diferenciação de
produtos em relação a consumidores de produtos de outras indústrias.
117
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 3
118
aprimore-se
119
aprimore-se
Na área da gestão, existe uma máxima: “você não tem o que merece, mas o
que negocia”. Negociar, comercializar, comprar e vender bem representam parte
essencial de qualquer atividade empresarial. No Agro, tão atrelado ao modelo de
grandes operações e altos volumes financeiros, com margens de lucro pequenas,
isso é ainda mais verdadeiro.
A ampla adoção da tecnologia na comercialização de commodities e insumos agro-
pecuários é uma tendência que sofre resistência, devido a paradigmas e modos arrai-
gados de negociação. Mas já está claro de que se trata de um processo irreversível.
Importante não apenas para garantir eficiência e lucros às grandes operações, mas
também como meio de inclusão e fortalecimento da renda de pequenos e médios
produtores, que assim podem ganhar capilaridade e importância na cadeia produtiva.
A comercialização, em especial no Brasil, tem desafios pelas complexidades tri-
butárias que envolvem diferentes Estados. Assim, a especificidade de cada negocia-
ção é ainda mais necessária, pois cada lote envolve uma conta específica de logística
e de tributação. Conciliar rapidez, confiança e visão abrangente de mercado é um
desafio. A tecnologia pode ajudar a desatar esse nó: um mercado mais conectado é
um mercado mais eficiente.
120
na prática
1. De forma ampla, oferta é uma denominação genérica para indicar o que é disponibi-
lizado ao mercado, independentemente da sua natureza, utilizada para substituir a
expressão “produto” ou “serviço” e englobar os outros elementos que são objeto das
ações de marketing. Sendo assim, baseado(a) nas discussões neste livro, apresente
o conceito da curva de oferta e argumente o que ocorre nas safras subsequentes,
quando o preço de um produto agropecuário aumenta.
121
eu recomendo!
livro
livro
122
eu recomendo!
livro
123
4
PRECIFICAÇÃO E
INSTRUMENTOS
de apoio à comercialização
PROFESSORES
Professor Dr. Silvio Silvestre Barczsz
Professor Me. Julyerme Matheus Tonin
Professor Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • A Lei do Preço Único • Componentes
de uma série temporal • Atuação do governo na comercialização • Política agrícola brasileira
• Estratégias de comercialização.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender, sob o ponto de vista econômico, a lei do preço único e seus reflexos na comercialização
de produtos agropecuários • Compreender as nuances do preço no tempo, a influência de fatores
ambientes e econômicos nas estratégias de precificação • Avaliar a atuação do governo na comercialização
de produtos agropecuários • Compreender os impactos das políticas públicas na comercialização de
produtos agropecuários • Discutir estratégias e instrumentos de comercialização.
INTRODUÇÃO
PREÇO ÚNICO
UNICESUMAR
P = é o preço do produto nacional em US$.
Exemplo:
Considere que uma saca de soja no Brasil custe R$ 45,00 e, na bolsa de Chi-
cago, está sendo cotado a US$ 20,00. Se a taxa de câmbio nominal no Brasil for
de R$ 2,25, teremos a seguinte taxa de câmbio real.
E .P * 2, 25.20
ε ε ε 1, 00 taxa de câmbio real
P 45
A desvalorização da taxa de câmbio real significa que o produto nacional ficou
relativamente mais barato que o estrangeiro, estimulando a demanda por esses pro-
dutos, tanto pelo aumento da exportação quanto pela diminuição das importações
(porque fica relativamente mais caro consumir produtos importados). Observe
que a desvalorização da taxa de câmbio nominal não, necessariamente, significa a
desvalorização da taxa de câmbio real. Por sua vez, a valorização cambial significa
que a moeda nacional ficou mais forte ou que o produto nacional ficou mais caro do
que o similar estrangeiro. Com a valorização cambial, há o estímulo para a redução
das exportações e para o aumento das importações. Enfim, um primeiro fator que
equilibra o comércio entre os países é a taxa de câmbio.
Mundlack e Larson (1992) desenvolveram a Lei do Preço Único para demons-
trar como as variações de preços no mercado externo de algumas commodities são
transmitidas para o mercado interno desse mesmo produto. Nesse modelo, consi-
dera-se a hipótese de ausência de intervenção, ou seja, não há barreiras tarifárias, o
câmbio é flutuante e não se considera os efeitos de políticas comerciais etc.
Desse modo, os autores demonstraram que, por exemplo, as variações interna-
cionais do preço da soja, na bolsa de Chicago, são transmitidas ao mercado interno.
Mesmo que ocorram oscilações na taxa de câmbio, decorrentes de outros fatores
macroeconômicos (que não estão sendo analisados neste material didático), o preço
do mercado interno tende a se ajustar a esta oscilação no mercado externo.
Caso contrário, pelo princípio da arbitragem, se o preço do mercado in-
terno ficasse em um patamar mais baixo do que o preço internacional, então,
alguns agentes obteriam lucros ao comprar o produto do mercado doméstico e
vender no mercado internacional. Este procedimento ocorrerá até que os preços
domésticos e internacionais sejam novamente equiparados.
127
Para exemplificar como a Lei do Preço Único opera em diferentes localidades,
UNIDADE 4
30,00
25,00
20,00
15,00
10,00
ja -06
ja -03
m n-04
m n-05
ja -07
a 3
ju -03
se l-03
v 3
ar 4
ju -04
se l-04
no t-04
ar 5
ju -05
se l-05
no t-05
ar 6
ju 06
se l-06
no t-06
ar 7
ju -07
se l-07
v 7
m n-08
ju -08
se l-08
8
ai 3
ai 4
m -05
ai 8
ai- 6
m -07
ja -0
no t-0
ja -0
no t-0
t-0
m n-0
m n-0
m n-0
m r-0
m -0
m -0
m -0
v
v
v
ai
ai
ar
ja
Figura 1 - Comportamento do preço em diferentes praças / Fonte: Tonin et al. (2008, p. 23).
Tendo como base a Lei do Preço Único, podemos auferir o preço doméstico
do produto agrícola como uma função do preço internacional da commodity
agrícola e da taxa de câmbio nominal. Algebricamente, esse modelo pode ser
representado como:
128
UNICESUMAR
Pit = Pit*. Et
Em que:
Pit = é o preço doméstico do produto i no período t .
Pit* = é o preço internacional do produto i no período t .
Et = é a taxa de câmbio nominal no período t .
Para captar possíveis desvios, em função de variáveis não introduzidas no mo-
delo, adiciona-se um termo de erro µ na equação. Então, podemos escrever a
equação na forma logarítmica:
Por meio de procedimentos econométricos (que não fazem parte do escopo desse
material), pode-se analisar a aplicabilidade da Lei do Preço Único e mensurar
qual é a transmissão de preço do mercado internacional para o mercado domés-
tico de determinadas commodities.
2
COMPONENTES
DE UMA SÉRIE
TEMPORAL
20,00
15,00
US$ / sc
10,00
5,00
ou 5
6
ab 8
jan 0
ou 2
3
5
jan 7
ou 9
0
ab 2
4
ou 6
7
9
jan 1
ou 3
4
ab 6
8
0
/7
t/7
l/7
r/8
/8
t/8
l/8
r/8
/8
t/9
l/9
r/9
/9
t/9
l/9
r/0
/0
t/0
l/0
r/0
/1
jan
jan
jan
ju
ju
ju
ju
ju
ab
ab
UNICESUMAR
Vc
Vd Ib
In
Em que:
Vd = é o valor deflacionado.
Vc = é o valor corrente.
I n = é o índice do deflator para um período n qualquer.
I b = é o índice do deflator para o período base.
7, 73
Vd 218, 803 7, 76 (Preço Real em US$/SC para o Mês 1)
217, 965
Com a série de preço real, pode-se fazer a análise de seus componentes. A ten-
dência é o preço médio da série, o caminho de longo prazo dessa série. Em uma
planilha do Microsoft Excel, já está disponível uma função que permite plotar,
em um gráfico, sua tendência. Assim, a Figura 3 destaca a tendência observada
na série de preço do milho pago ao produtor no Paraná. 131
25,00
UNIDADE 4
20,00
15,00
US$ / sc
10,00
5,00
0,00
ou 5
6
ab 8
jan 0
ou 2
3
5
jan 7
ou 9
0
ab 2
4
ou 6
7
9
jan 1
ou 3
4
ab 6
8
0
/7
t/7
l/7
r/8
/8
t/8
l/8
r/8
/8
t/9
l/9
r/9
/9
t/9
l/9
r/0
/0
t/0
l/0
r/0
/1
jan
jan
jan
ju
ju
ju
ju
ju
ab
ab
Figura 3 - Tendência do preço do milho pago ao produtor no Paraná, entre 1975 e 2010
Fonte: adaptada de SEAB/DERAL (2010, on-line)8.
132
25,00
UNICESUMAR
20,00
15,00
US$ / sc
10,00
5,00
0,00
ou 5
6
ab 8
jan 0
ou 2
3
5
jan 7
ou 9
0
ab 2
4
ou 6
7
9
jan 1
ou 3
4
ab 6
8
0
/7
t/7
l/7
r/8
/8
t/8
l/8
r/8
/8
t/9
l/9
r/9
/9
t/9
l/9
r/0
/0
t/0
l/0
r/0
/1
jan
jan
jan
ju
ju
ju
ju
ju
ab
ab
Figura 4 - Ciclo da série de preço do milho pago ao produtor no Paraná, entre 1975 e 2010
Fonte: adaptada de SEAB/DERAL (2010, on-line)8.
Em que:
134
Cabe destacar que, para o cálculo da sazonalidade, devem ser utilizados pe-
UNICESUMAR
ríodos longos, para evitar que uma safra atípica torne os resultados tendenciosos.
Assim, para a exemplificação do efeito de comparação no final da análise, será
apresentado o índice para o mesmo produto, no período de 1975 a 2010. De todo
modo, para o cálculo do índice de sazonalidade, siga os passos descritos a seguir:
1º passo - Coleta a série de dados nominais, e as observações de preço de
cada ano devem ser disposta em colunas, como aparece na Tabela 2.
11,52
11,60
10,55
2010
9,66
8,04
7,39
7,71
7,58
7,79
7,76
7,66
8,19
2009
8,47
8,99
8,75
7,97
7,97
7,99
8,80
8,45
7,47
6,97
7,47
7,61
11,44
13,40
12,47
12,13
11,86
11,64
11,99
12,52
2008
6,36
6,94
7,82
9,85
13,85
13,11
10,73
10,24
2007
8,16
7,59
7,65
7,30
7,29
7,77
7,82
7,74
2006
7,66
7,16
6,22
5,59
5,50
5,48
5,53
5,37
4,89
5,16
5,93
5,22
2005
5,02
5,37
5,85
6,32
6,41
6,78
6,52
6,45
6,26
5,71
5,20
4,82
2004
4,62
4,84
4,97
5,18
4,97
5,29
5,54
6,07
6,26
5,40
5,10
5,30
2003
5,21
5,02
5,02
4,97
4,35
4,53
5,14
5,25
5,40
5,13
5,51
5,99
2002
5,74
6,21
4,83
4,76
4,35
4,56
4,71
4,86
4,93
4,75
4,46
4,37
2001
4,32
3,96
3,57
3,63
3,69
3,18
3,21
3,11
3,26
3,36
3,62
4,02
NOV
MAR
AGO
OUT
ABR
MAI
DEZ
JUN
JAN
FEV
SET
JUL
135
2º passo – Para facilitar o cálculo, monte uma tabela similar com o deflator escolhi-
UNIDADE 4
do. Nesse caso, como a série é em US$/SC, utilizou-se o CPI-U. Porém, muita aten-
ção, utilizou-se a série em dólares para facilitar o processo de deflação, dado que,
para a deflação de uma série longa de preços, no Brasil, há uma série de empecilhos,
dadas as mudanças de moeda e de indexadores ao longo do tempo. Porém para o
cálculo do índice de sazonalidade, deve-se deflacionar preocupando-se em analisar
a inflação local (utilizando, assim, indicadores locais – IPC, IGP-M, IGP-DI etc.).
216,7
216,7
217,6
218,0
218,2
218,0
218,0
218,3
218,4
218,7
218,8
219,2
2010
211,1
212,2
212,7
213,2
213,9
215,7
215,4
215,8
216,0
216,2
216,3
215,9
2009
211,1
211,7
213,5
214,8
216,6
218,8
220,0
219,1
218,8
216,6
212,4
210,2
2008
202,4
203,5
205,4
206,7
207,9
208,4
208,3
207,9
208,5
208,9
210,2
210,0
2007
198,3
198,7
199,8
201,5
202,5
202,9
203,5
203,9
202,9
201,8
201,5
201,8
2006
190,7
191,8
193,3
194,6
194,4
194,5
195,4
196,4
198,8
199,2
197,6
196,8
2005
185,2
186,2
187,4
188,0
189,1
189,7
189,4
189,5
189,9
190,9
191,0
190,3
2004
181,7
183,1
184,2
183,8
183,5
183,7
183,9
184,6
185,2
185,0
184,5
184,3
2003
177,1
177,8
178,8
179,8
179,8
179,9
180,1
180,7
181,0
181,3
181,3
180,9
2002
175,1
175,8
176,2
176,9
177,7
178,0
177,5
177,5
178,3
177,7
177,4
176,7
2001
MAR
NOV
AGO
OUT
ABR
MAI
JUN
JAN
DEZ
FEV
SET
JUL
JAN 5,03 5,41 7,23 6,28 5,54 5,77 8,38 13,00 7,90 8,29
FEV 4,51 5,50 6,59 6,00 5,94 6,54 8,42 12,42 7,72 7,75
MAR 4,18 5,82 6,11 6,32 6,48 5,66 8,30 11,95 7,18 7,81
aplicação da seguinte fórmula:
ABR 4,04 6,01 6,44 7,30 7,05 5,32 7,73 12,10 7,68 7,83
MAI 3,84 5,92 6,27 7,04 7,27 5,81 7,70 12,27 8,66 7,61
JUN 3,95 5,73 6,13 6,40 7,35 5,97 8,05 12,49 8,95 7,75
JUL 3,93 5,55 5,39 6,12 7,60 5,90 7,98 13,35 8,13 7,43
AGO 4,55 5,28 5,17 5,75 7,16 5,91 8,60 11,45 8,09 8,07
SET 4,46 5,77 5,88 5,97 6,97 6,04 10,77 9,87 8,09 9,70
OUT 4,40 5,84 5,95 5,71 6,44 6,75 11,26 7,91 8,87 10,58
NOV 4,90 7,51 5,96 5,56 5,95 7,79 13,67 7,16 9,11 11,62
DEZ 5,36 6,95 6,19 5,32 5,59 8,32 14,45 6,63 8,60 11,52
Tabela 4 - Série real mensal de preços pagos aos produtores / Fonte: os autores.
3º passo – Para obter a série de preços reais, deve-se deflacionar o preço, com a
137
UNICESUMAR
138
UNIDADE 4
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
JAN - 5,20 6,27 6,16 6,19 6,13 7,47 11,84 8,35 8,12
conforme a fórmula:
FEV - 5,30 6,25 6,22 6,31 6,02 7,68 12,24 8,06 8,09
MAR - 5,39 6,25 6,25 6,41 5,94 7,99 12,34 7,88 8,15
ABR - 5,52 6,26 6,25 6,48 5,91 8,36 12,12 7,86 8,27
MAI - 5,68 6,21 6,22 6,53 5,99 8,75 11,63 7,97 8,42
JUN - 5,85 6,12 6,16 6,56 6,16 9,16 10,95 8,14 8,61
JUL 4,42 5,98 6,05 6,09 6,59 6,36 9,55 10,39 8,25 -
AGO 4,47 6,10 5,99 6,06 6,62 6,53 9,88 9,97 8,26 -
SET 4,57 6,16 5,98 6,06 6,61 6,70 10,20 9,57 8,29 -
OUT 4,71 6,19 6,02 6,06 6,50 6,92 10,55 9,20 8,33 -
NOV 4,88 6,22 6,08 6,06 6,36 7,11 10,96 8,89 8,29 -
DEZ 5,04 6,26 6,12 6,10 6,25 7,28 11,38 8,65 8,20 -
é natural quando se calcula a média móvel para 12 períodos (n=12).
Tabela 5 - Média móvel geométrica centralizada dos preços reais / Fonte: os autores.
Gt 12 Pt 60,5 Pt 5 ... Pt ... Pt 5 Pt 60,5 (5)
4º passo – Após a obtenção da série de dados reais, calcula-se a média móvel
Verifique que foram perdidas as seis primeiras e suas últimas observações, o que
geométrica centralizada de 12 meses da série de preços representada por Gt ,
os autores.
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
com a fórmula:
JAN - 0,040 0,143 0,018 -0,111 -0,062 0,115 0,093 -0,055 0,021
FEV - 0,036 0,053 -0,036 -0,060 0,083 0,092 0,014 -0,044 -0,043
MAR - 0,077 -0,023 0,010 0,012 -0,047 0,038 -0,033 -0,093 -0,042
ABR - 0,085 0,029 0,156 0,085 -0,105 -0,078 -0,002 -0,022 -0,055
MAI - 0,042 0,010 0,124 0,107 -0,030 -0,128 0,054 0,082 -0,100
JUN - -0,020 0,002 0,038 0,114 -0,031 -0,130 0,131 0,094 -0,104
JUL -0,117 -0,075 -0,115 0,004 0,143 -0,075 -0,179 0,251 -0,014 -
AGO 0,019 -0,145 -0,149 -0,053 0,078 -0,099 -0,139 0,138 -0,021 -
SET -0,025 -0,066 -0,017 -0,014 0,053 -0,105 0,054 0,030 -0,025 -
OUT -0,068 -0,059 -0,012 -0,059 -0,009 -0,024 0,065 -0,151 0,063 -
Equação equivale a: ln( Pt ) ln( A) t.ln( B) ln(et ) ln(U t )
NOV 0,004 0,188 -0,019 -0,086 -0,067 0,091 0,221 -0,217 0,094 -
ln( Pt ) a bt et ut (6)
DEZ 0,061 0,105 0,012 -0,136 -0,112 0,133 0,239 -0,265 0,048 -
Tabela 6 - Logaritmo da série de média móvel geométrica centralizada dos preços reais Fonte:
5º passo – Aplica-se o logaritmo neperiano na série de médias móveis, de acordo
139
UNICESUMAR
140
UNIDADE 4
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
JAN - 0,040 0,143 0,018 -0,111 -0,062 0,115 0,093 -0,055 0,021
representado por:
FEV - 0,036 0,053 -0,036 -0,060 0,083 0,092 0,014 -0,044 -0,043
MAR - 0,077 -0,023 0,010 0,012 -0,047 0,038 -0,033 -0,093 -0,042
ABR - 0,085 0,029 0,156 0,085 -0,105 -0,078 -0,002 -0,022 -0,055
MAI - 0,042 0,010 0,124 0,107 -0,030 -0,128 0,054 0,082 -0,100
JUN - -0,020 0,002 0,038 0,114 -0,031 -0,130 0,131 0,094 -0,104
JUL -0,117 -0,075 -0,115 0,004 0,143 -0,075 -0,179 0,251 -0,014 -
AGO 0,019 -0,145 -0,149 -0,053 0,078 -0,099 -0,139 0,138 -0,021 -
SET -0,025 -0,066 -0,017 -0,014 0,053 -0,105 0,054 0,030 -0,025 -
OUT -0,068 -0,059 -0,012 -0,059 -0,009 -0,024 0,065 -0,151 0,063 -
NOV 0,004 0,188 -0,019 -0,086 -0,067 0,091 0,221 -0,217 0,094 -
Dt Dij Pt / Gt *100 (7)
DEZ 0,061 0,105 0,012 -0,136 -0,112 0,133 0,239 -0,265 0,048 -
da dos preços reais mensais pagos aos produtores de milho no Paraná / Fonte: os autores.
Tabela 7 - Série de diferenças entre o preço nominal e a média móvel geométrica centraliza-
6º passo – feito isso, procede-se ao cálculo das diferenças, ou seja, o quociente
que, se multiplicado por 100, corresponde ao índice estacional, que pode ser
12
7º passo – para cumprir a e j 1 , calcula-se o valor dos D* j , ou seja, a mé-
UNICESUMAR
i 1
dia geométrica dos valores de Dij para o j-ésimo mês por meio das fórmulas:
1 1
n1 n1 n n1 (8)
D* j Dij se 7 j 12 e D* j Dij se 1 j 6
i 1 i 2
D* j εˆ j ( D* j / C )
1,00655 1,00676
1,00304 1,00325
0,99672 0,99693
1,00301 1,00323
1,00520 1,00541
1,00305 1,00327
0,99434 0,99455
0,98808 0,98828
0,99632 0,99653
0,99184 0,99204
1,00678 1,00699
1,00275 1,00296
0,99747 1,00000
C= 0,99979
141
*
7º passo – caso o produtório dos D j for diferente de 1, Hoffmann (1998) sa-
UNIDADE 4
1 n1 e 1 n (9)
2 2
sj dij d j
n 2 i 1
sj dij d j
n 2 i 2
se 7 ≤ j ≤ 12 se 1 ≤ j ≤ 6
Em que d j = ln( D j ) .
*
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
JAN - 0,001 0,019 0,000 0,014 0,005 0,012 0,008 0,004 0,000
FEV - 0,001 0,002 0,002 0,004 0,006 0,008 0,000 0,002 0,002
MAR - 0,006 0,000 0,000 0,000 0,002 0,002 0,001 0,008 0,002
ABR - 0,007 0,001 0,023 0,007 0,012 0,007 0,000 0,001 0,003
MAI - 0,001 0,000 0,014 0,010 0,001 0,018 0,002 0,006 0,011
JUN - 0,001 0,000 0,001 0,012 0,001 0,018 0,016 0,008 0,012
JUL 0,012 0,005 0,012 0,000 0,022 0,005 0,030 0,066 0,000 -
AGO 0,001 0,018 0,019 0,002 0,008 0,008 0,016 0,022 0,000 -
SET 0,000 0,004 0,000 0,000 0,003 0,010 0,003 0,001 0,000 -
OUT 0,004 0,003 0,000 0,003 0,000 0,000 0,005 0,020 0,005 -
NOV 0,000 0,033 0,001 0,009 0,005 0,007 0,046 0,050 0,008 -
DEZ 0,003 0,010 0,000 0,019 0,013 0,017 0,056 0,072 0,002 -
Tabela 9 - Série dos índices de dispersão (dij) da série utilizada, cálculos preliminares
Fonte: os autores.
142
9º passo – para finalizar o cálculo, após a definição dos índices de dispersão de
UNICESUMAR
cada mês, é aplicado o somatório. Por definição, o índice de irregularidade é
S j exp s j .
Tabela 10 - Série dos índices de dispersão ( dij ) da série utilizada, cálculos finais.
Fonte: os autores. Nota (a): irregularidade.
143
MÊS Limite inferior Índice sazonal Limite superior
UNIDADE 4
144
3
ATUAÇÃO
UNICESUMAR
DO GOVERNO
na comercialização
Você já percebeu que a política econômica adotada pelo governo interfere tanto na
produção quanto na comercialização agrícola. Desse modo, segue a descrição de
instrumentos de política econômica, como a tributação e os instrumentos de política
comercial (subsídios e barreiras) que impactam, diretamente, o setor agropecuário.
Tributação
145
Subsídios
UNIDADE 4
Barreiras
146
As principais barreiras podem ser econômicas, técnicas e sanitárias, conforme a seguir:
UNICESUMAR
■ Barreiras econômicas: no âmbito da OMC, as barreiras econômicas
praticadas são os direitos compensatórios, as salvaguardas e as cotas:
■ Direitos compensatórios: são efetuados como tarifas sobre o valor de im-
portação de determinando produto oriundo de determinado(s) país(es), para
elevar-lhe os preços aos patamares de preços “reais” de mercado ou pratica-
dos internamente. A utilização de direitos compensatórios é permitida pela
OMC, quando há a comprovação de subsídio à produção no país de origem.
■ Salvaguardas: são elevações de tarifas de importação, referindo-se a deter-
minados produtos, independentemente de suas origens, dispensado da com-
provação prática de subsídios. São barreiras unilaterais e visam, geralmente,
à proteção do setor produtivo, quando o produto importado é subsidiado na
origem ou quando a produção interna não é suficientemente competitiva com
as importações. Normalmente, a salvaguarda tem prazos definidos e a sua
prorrogação ou renovação é alvo de negociações ou de processos na OMC.
■ Cotas: são valores quantitativos máximos, geralmente, definidos em pe-
sos e qualidade, permitidos para a importação de um produto procedente
de determinado país ou independentemente da origem. Os sistemas mais
conhecidos mais conhecidos de cotas no agronegócio são as cotas Hilton,
para importação de carne por países da União Europeia, as cotas de açú-
car de cana e os Acordos Internacionais do Café (AIC).
Barreiras técnicas
147
Barreiras sanitárias
UNIDADE 4
148
4
POLÍTICA
UNICESUMAR
AGRÍCOLA
brasileira
to, por parte do Governo Federal, pelo preço mínimo estabelecido para a
safra vigente, condicionado ao repasse de recursos do Tesouro Nacional
para a operacionalização das Operações.
■ O Empréstimo do Governo Federal (EGF) se classifica como crédito
de comercialização, permitindo a estocagem do produto e a venda em
períodos mais propícios para os produtores, agroindústrias etc. Este ins-
trumento pode ser dividido em duas modalidades:
» EGF com Opção de Venda – EGF/COV, proporciona ao produtor
rural condições para a comercialização do seu produto em época de pre-
ços mais favoráveis, facultando-lhe, ainda, a possibilidade de vender sua
produção financiada à Companhia Nacional de Abastecimento (CO-
NAB), caso o preço corrente esteja abaixo do preço mínimo estipulado.
» EGF sem Opção de Venda – EGF/SOV, com o vencimento do
empréstimo, o produtor rural deve pagá-lo ao agente financeiro, não
podendo vender o produto ao governo pelo preço mínimo.
UNICESUMAR
verno, na comercialização e na administração de estoques de produtos agrícolas.
Com isso, começaram a surgir instrumentos mais modernos que permitem maior
participação do setor privado.
■ Linha Especial de Comercialização (LEC) – É um complemento ao
EGF, lançado em 2003. Tem mais facilidade operacional e financiamento
acima do preço mínimo de garantia. Assim, o tomador pode levantar
recursos maiores para compra e estocagem do produto.
■ Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) – Com este instrumento, o
governo se compromete a comprar o produto pelo seu preço mínimo, mas
evita estocá-lo. Fortuna (2005) destaca que, para isso, o governo realiza leilões,
fixando um prêmio máximo cujo próprio governo se dispõe a pagar para um
arrematante adquirir o produto diretamente do produtor. Quem ofertar o
menor prêmio efetiva a operação. Em suma, o governo banca a diferença entre
o preço mínimo e o preço de mercado por meio da emissão de bônus que são
leiloados no mercado. Quanto maior a procura, menor o prêmio do bônus.
■ Contrato de Opção de Venda de Produtos Agrícolas (COVPA) – Por
meio de leilões da CONAB, o produtor compra um contrato de opção de
venda, pagando um prêmio ao lançador do contrato (governo) para ter
o direito de vender sua produção a um preço preestabelecido (preço de
exercício) na data de vencimento do contrato.
■ Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) – Trata-se de uma sub-
venção econômica concedida ao produtor rural e/ou cooperativa, que se
dispunha a vender seu produto pela diferença entre o Valor de Referência
estabelecido pelo Governo Federal e o Valor do Prêmio Equalizador arre-
matado em leilão, sempre de acordo com a legislação do ICMS vigente em
cada estado da Federação. Assim, este instrumento é usado para garantir
um preço mínimo aos produtores nos momentos de baixa no mercado. Por
meio dele, é feita a equalização entre o preço de mercado e o preço mínimo.
5
ESTRATÉGIAS DE
COMERCIALIZAÇÃO
Mesmo com a sazonalidade na produção agrícola, que exerce forte influência bai-
xista nos preços nos períodos de safra, na atualidade, muitos produtores vendem
sua produção nesta época. Este fato pode ser decorrente das seguintes razões:
152
1. Falta de capacidade de estocagem do produto, na propriedade ou na região.
UNICESUMAR
2. Vencimento de compromissos financeiros na época da colheita, sem outra
fonte de recursos para saldá-los.
3. Expectativas pessimistas quanto ao comportamento dos preços ao longo
do ano. Ou seja, o produtor acredita que os preços não se valorizar o su-
ficiente para cobrir os custos de estocagem.
4. Produtos muito perecíveis, que não são armazenáveis.
Estocagem
153
Venda antecipada
UNIDADE 4
154
■ Cédula de Produto Rural (CPR) – É uma forma mais moderna de
UNICESUMAR
venda antecipada da produção. Pode ser emitida por produtor ou coo-
perativa, como uma promessa de pagamento de entrega futura de deter-
minado produto agrícola. É um título líquido e certo, endossável, exigível
pela quantidade e qualidade do produto nela prevista. A venda por CPR,
além de garantir a comercialização antecipada, fornece aos produtores
os recursos necessários ao desenvolvimento das suas lavouras ou cria-
ções. As principais características da CPR são: a) legislação específica;
b) compromisso de entrega futura (CPR física) ou liquidação financeira
(CPR financeira); c) recebimento à vista; d) emissão restrita por produ-
tores rurais e suas associações; e) emissão em qualquer fase do processo
produtivo; f) endossável; g) exigível pela qualidade e quantidade prees-
tabelecida. A vantagem da CPR em relação aos demais contratos a termo
corriqueiramente negociados no Brasil reside na diminuição dos custos
de transação, que compreendem os custos de operacionalização e forma-
lização do negócio, custos de registros das garantias e custos de fiscaliza-
ção das lavouras implantadas. Atende às necessidades de suprimento de
recursos para financiar a produção, mas, devido à fixação antecipada do
preço de venda, não permite que o produtor rural participe de eventuais
oscilações positivas no preço. Outra vantagem consiste na inclusão de
CPR, pela BM&F, em seu registro de custódia de títulos do agronegócio,
garantindo um mercado secundário para esse título.
155
A nova lei de armazenagem (Lei 9.973/00), sancionada em 9 de maio de 2000,
UNIDADE 4
156
CDA WA CDCA LCA CRA
Depositante de produto
Depositante de produto agro- Pessoas jurídicas que tra-
agropecuário. Pessoa físi-
pecuário. Pessoa física ou jurídi- balham no beneficiamen- Securitizadoras de Direi-
ca ou jurídica responsável Instituições financeiras
Emissor ca responsável legal pelos pro- to, na comercialização ou tos Creditórios do Agro-
legal pelos produtos agro- públicas ou privadas.
dutos agropecuários entregues industrialização de produ- negócio (DCA).
pecuários entregues a um
a um armazém agropecuário. tos agropecuários.
armazém agropecuário.
Investidores privados,
Investidores privados, pessoa fí- Investidores privados, pes- Investidores privados, Investidores privados,
Comprador pessoa física ou jurídica e
sica ou jurídica e agroindústrias. soa física ou jurídica. pessoa física ou jurídica. pessoa física ou jurídica.
agroindústrias.
Forma de Entrega do produto agropecuá- Valor do título mais taxa Valor de resgate (valor de Valor de resgate (valor Valor de resgate (valor de
liquidação rio. de juros. face). de face). face).
Confiabilidade do emissor e/ Confiabilidade do emis- Confiabilidade do emissor Crédito do emissor e Crédito do emissor e ga-
Garantia ou garantias adicionais men- sor e garantias adicionais e garantias adicionais do garantias adicionais do rantias adicionais do res-
cionadas no título. do respectivo título. respectivo título. respectivo título. pectivo título.
157
UNICESUMAR
É importante, caro(a) aluno(a), compreendermos os instrumentos disponíveis
UNIDADE 4
para apoio à comercialização. Em geral, ainda hoje, temos que o modelo de co-
mercialização abarca: a venda na época da colheita (entressafra), a estocagem
(venda pós-safra) e a venda antecipada (pré-safra). Portanto, se faz necessário
que os produtores saibam que há alternativas viáveis para financiar sua produção,
além das bancárias ou tradicionalistas no mercado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
159
na prática
1. Dado que o PEP (Prêmio para Escoamento de Produto) é uma subvenção econômi-
ca do Governo Federal concedida àqueles que se disponham a adquirir o produto
indicado, diretamente do produtor rural e/ou da cooperativa, pelo valor do preço
mínimo fixado, e faz parte da Política de Garantia de Preços Mínimos do Governo
Federal (PGPM), justifique, com base nos estudos deste livro, os impactos dessa
medida na formação das margens de comercialização no mercado secundário.
4. Assim como nos comércios em geral, também há, no agronegócio, algumas estraté-
gias de comercialização dos produtos, além dos subsídios e programas de fomento
dos governos, atualmente, há grande diversificação adotada pelos produtores para
comercializar sua produção. Dado esse cenário, e baseado(a) na literatura deste livro,
apresente as diferenças e justifique quando é melhor adotar por cada estratégia de
vendas na época da colheita, estocagem e venda antecipada.
160
eu recomendo!
livro
161
5
COMERCIALIZAÇÃO
DE PRODUTOS
agroindustriais
PROFESSORES
Dr. Silvio Silvestre, Barczsz
Me. Julyerme Matheus Tonin
Me. Thiago Henrique Martinez Blanco
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Definição de comercialização
• Classificação do mercado • Níveis de mercado • Canais de comercialização • Funções da comercialização.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Definir a função da comercialização aplicada ao contexto agropecuário • Apresentar as classificações
do mercado consumidor • Apresentar os níveis de mercado para comercialização • Compreender os
diversos canais de comercialização no agronegócio • Definir as funções da comercialização sob a ótica
do agronegócio.
INTRODUÇÃO
COMERCIALIZAÇÃO
“
[Comercialização compreende] “o conjunto de atividades realizadas
por instituições que se acham empenhadas na transferência de bens
e serviços desde o ponto de produção inicial até que eles atinjam o
consumidor final...” (PIZA; WELSH, 1968, p. 1).
“
[Comercialização] é o “processo social através do qual a estrutura
de demanda de bens e serviços econômicos é antecipada ou am-
pliada e satisfeita através da concepção, promoção, intercâmbio e
distribuição física de tais bens e serviços (STEELE; VERA FILHO;
WELSH, 1971, p. 99).
UNICESUMAR
sistema de comercialização agrícola pode ser considerado um mecanismo para a
coordenação das atividades de produção, distribuição e consumo. Barros (2007),
por sua vez, define a comercialização como uma série de funções ou atividades
que transformam ou adicionam utilidade ao produto, em que bens e serviços são
transferidos dos produtores aos consumidores.
Para Karam e Zoldan (2003), embora a comercialização trate-se de uma ati-
vidade intermediária, envolve um amplo espectro de atores sociais, cujos atri-
butos variam de acordo com a complexidade da cadeia produtiva envolvida e
suas relações consolidam-se em instituições apropriadas. Para Maluf (1992), a
comercialização constitui uma atividade da esfera de circulação de mercadorias,
ou mais propriamente, da circulação de capital. E, ainda, deve-se a uma forma
particular desse – o capital comercial.
Estas definições demonstram um caráter primordial da comercialização, ou seja,
o ato de estabelecer trocas por valores monetários almejando o lucro. Para obter este,
pressupõe-se uma canalização de esforços para obter maior produtividade ao menor
custo possível, e o maior preço de venda da mercadoria produzida. Nesse contexto,
atributos como a qualidade do produto também são levados em conta. Cabe desta-
car que o sistema de comercialização difere de produto para produto, sendo afetado
ao longo do tempo por mudanças institucionais, tecnologias e hábitos de consumo.
Esse caráter da comercialização está presente desde o princípio do desenvol-
vimento econômico do Brasil, em que os pequenos comerciantes se instalavam
em lugares estratégicos, próximos a rios, por exemplo, para minimizar seus custos
de transporte. Fato este que foi determinante na ocupação territorial do país. Isto
posto, verifica-se que a finalidade da comercialização é levar os bens e serviços
produzidos até o consumidor final, entregando-os no lugar adequado, no mo-
mento certo, na forma e na quantidade desejada.
Na agropecuária, estes resultados são influenciados por diversos riscos. Crou-
hy, Galai e Mark (2004) apresentaram alguns desses riscos:
a. Risco de produção: refere-se à possibilidade do volume de
produção esperada não se concretizar devido a eventos relacio-
nados ao clima (seca, geadas, excesso de chuvas etc.) ou devido
à ocorrência de pragas e doenças.
b. Risco de crédito: refere-se à possibilidade de uma das partes
não honrar o compromisso previamente assumido (pagamento
ou entrega do produto/serviço).
165
c. Risco operacional: risco representado pelas perdas potenciais
UNIDADE 5
166
■ Alterações de tempo: todo o produto agrícola tem um ciclo produtivo
UNICESUMAR
característico, sendo ofertado em um período específico do ano, o período
de safra. Como o consumo desse produto será distribuído durante todo o
ano, inclusive em períodos de escassez do produto (a entressafra), é neces-
sária a armazenagem. Assim, o serviço de armazenamento é considerado
parte integrante do processo de comercialização.
■ Alterações no espaço: devido, principalmente, à crescente urbanização, cada
vez mais, os locais onde se concretiza a produção estão dissociados dos locais
onde se localizam os consumidores desses produtos, criando a necessidade
de transferência das mercadorias entre essas localidades. Assim, o serviço de
transporte é considerado parte integrante do processo de comercialização.
167
Historicamente, os livros-texto de economia apresentavam a economia divi-
UNIDADE 5
dida em três setores: setor primário – o qual está relacionado com a exploração
de recursos da natureza (agricultura, mineração, pesca, pecuária e extrativismo),
setor este, que fornece a matéria-prima para a indústria de transformação; setor
secundário – responsável pela transformação das matérias-primas, termo empre-
gado historicamente para definir o setor manufatureiro; setor terciário – setor
de serviços, como alimentação, comércio, educação, informática, saúde, seguros,
transporte, telecomunicações, turismo etc., conforme as figuras a seguir.
Kon (1999) destaca que essa terminologia (primário, secundário e terciário)
foi introduzida por Fisher, em 1935. Com a inclusão do setor terciário na análise,
destaca-se a preocupação com o bem-estar social, além da preocupação com as
atividades essenciais para a sobrevivência e, em uma economia desenvolvida,
uma sociedade pós-industrial seria a sociedade em que o setor de serviço fosse
dominante, fosse o mais representativo.
explorando Ideias
Os termos primário e secundário já eram utilizados para fazer um contraponto entre ativida-
des extrativas e manufatureiras, a inovação na época, foi a introdução do termo terciário, sen-
do que essa visão da economia dividida em três setores se difundiu nas décadas seguintes.
Fonte: os autores.
Essa classificação não captava a real importância do setor agropecuário para a eco-
nomia como um todo. Com a visão sistêmica de Goldberg e Davis, a definição de
168
agronegócio, conseguiu captar as inter-relações entre a agropecuária e a agroindús-
UNICESUMAR
tria. Na Tabela 1, você pode verificar que, em 2009, contabilizando a agricultura e a
pecuária, em termos de atividade primária, a agropecuária representa apenas 6,14%
do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Mas levando em conta o caráter sistêmico
dessas atividades, o agronegócio passa a representar 23,08% do PIB.
% Segmento 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Média
Insumos 1,01 1,21 0,99 0,93 0,97 0,98 0,98 0,95 0,96 1,01 0,94 0,99
Agropecuária 4,86 5,09 4,31 4,88 5,39 4,71 4,75 4,70 4,89 5,71 5,45 4,98
Indústria 7,39 7,12 7,07 6,77 6,21 5,91 5,72 5,66 6,09 6,59 6,24 6,43
Distribuidores 9,46 9,42 9,15 9,06 8,46 7,81 7,71 7,75 8,60 9,52 8,95 8,72
Consolidado 22,72 22,84 21,52 21,64 21,03 19,41 19,17 19,06 20,54 22,83 21,59 21,12
explorando Ideias
Os termos posse e propriedade têm significados diferentes. A posse é o poder, de fato, sobre
determinado bem, ao passo que a propriedade constitui um poder de direito sobre a coisa.
Fonte: os autores.
169
Para Aguiar (2000), outro sentido que pode ser dado ao termo comerciali-
UNIDADE 5
170
2
CLASIFFICAÇÃO
UNICESUMAR
DO MERCADO
Por essa razão, nada impede que na mesma hora e no mesmo lugar se pratiquem
preços diferentes na compra ou venda de produtos semelhantes. Nesse sentido,
pode-se afirmar que o mercado de balcão se caracteriza por sua baixa transpa-
rência na divulgação de preços e por não seguir regras específicas.
■ Mercado de bolsa: consiste nos locais e sistemas apropriados para a
negociação, com registros, compensação e liquidação das operações de
compra e venda de contratos predefinidos e ampla divulgação das tran-
sações ali realizadas. Além disso, estabelecem mecanismo e normas para
o acompanhamento e a regularização dos mercados, garantindo a auten-
ticidade e a transparência das operações e da sua liquidação.
171
De acordo com B3 ([2019], on-line)12, outra distinção que pode ser feita é entre
UNIDADE 5
UNICESUMAR
e à qualidade do ativo, às formas de liquidação, às garantias, ao prazo de en-
trega dentre outros, sendo negociado, exclusivamente, em bolsa. A liquidação
do contrato pode ser feita por entrega, por diferença ou financeiramente.
■ Contratos de opções: é um direito negociável e não uma obrigação de
efetuar uma compra (call) ou venda (put) de um ativo-objeto em uma data
futura, a um preço futuro predeterminado, mediante o pagamento de um
prêmio. A assimetria entre direitos e deveres das partes envolvidas (o titular
e o lançador) em um contrato de opção faz com que o mesmo tenha, desde
a sua celebração, um valor. Este valor é conhecido como prêmio, pago pelo
comprador (titular) pelo fato de o vendedor do contrato (lançador) assumir
o risco de posições futuras em relação ao preço do ativo contratado.
Em uma opção de compra, o titular da call paga uma quantia para ter o direito
de assumir uma posição comprada no mercado futuro ao preço especificado no
contrato (preço de exercício ou strike price). Em contrapartida, o lançador da call,
ao receber o valor do prêmio, possui a obrigação de vender o objeto da negociação
em uma data futura por determinado preço, caso o comprador venha a exercer o
seu direito. De forma análoga, no caso das opções de venda, o detentor da put tem
o direito de vender o ativo-objeto em determinada data futura. O lançador da put
está sujeito às mesmas regras do lançador da call, sendo que, de ambos, é exigido o
depósito de margens de garantia (PURCELL; KOONTZ,1999).
■ Swaps: é uma estratégia financeira em que dois agentes (empresas ou
instituições financeiras) concordam em trocar fluxos futuros de fundos
de uma forma preestabelecida. Os swaps podem ser registrados em bolsa
e, assim, possuir garantias quanto ao cumprimento dos itens acordados.
MERCADO
UNICESUMAR
equilíbrio e dispersão (Figura 5):
C
P O
R N
O S
D Cooperativas, Coorretores, bolsas, Atacadistas, firmas U
transportadoras, fabricantes etc. etc.
U M
T I
O D
R O
R
CONCENTRAÇÃO EQUILÍBRIO DISPERSÃO
Tabela 2 - Participação dos diferentes setores na riqueza gerada pelo agronegócio / Fonte:
adaptada de CEPEA (2018, on-line)11.
explorando Ideias
Os termos, montante e jusante são utilizados para descrever o fluxo. Geralmente, esses ter-
mos são utilizados para descrever um rio ou represa, em que a água represada está a mon-
tante da represa; jusante representa o lado da represa que não está em contato com a água
represada, sentido em que correm as águas de um fluxo fluvial. Essa mesmo lógica é apli-
cada para descrever o que vem antes ou depois de determinado nível da comercialização.
Fonte: os autores.
176
As transferências, em todos os níveis, envolvem um grande número de interme-
UNICESUMAR
diários especializados nas atividades relacionadas à compra e à venda de bens, são
os chamados agentes de comercialização. A seguir, veja a descrição de Araújo
(2007), do comportamento dos principais agentes envolvidos na comercialização
dos produtos agropecuários:
■ Produtores de insumos: estesegmento é composto por indústrias (de
máquinas, adubos etc.), por empresas produtoras de material genético e
distribuidores de insumos, é um segmento composto por poucas e gran-
des empresas que atuam em conjunto ou isoladamente, são capazes de
influir nos preços e nas quantidades dos produtos ofertados.
■ Produtores rurais: são numerosos e dispersos em propriedades de dife-
rentes tamanhos e níveis tecnológicos empregados na produção, ofertam a
todos os níveis da comercialização, inclusive diretamente aos consumido-
res. Enfrentam a situação de oligopólio e oligopsônio na comercialização.
Há a condição de oligopólio quando compram seus insumos, máquinas e
equipamentos e de oligopsônio quando vendem seus produtos. Em suma
os produtores rurais, na compra dos insumos, perguntam “quanto custa?”
e, na venda de seus produtos, “qual o preço do dia?”.
explorando Ideias
Oligopólio e oligopsônio são estruturas de mercado que tem como características: alto
poder de mercado; parcela restrita de produtores domina a maior parte do mercado;
produtos ofertados similares ou idênticos; baixa competição. A diferença entre oligopólio
e oligopsônio é que, o primeiro, refere-se ao mercado de produtos (venda de produtos
finais) e, o segundo, refere-se ao mercado de fatores (compra de insumos).
Fonte: os autores.
177
Intermediários
UNIDADE 5
Este segmento tem maior importância nas regiões menos desenvolvidas, com
infraestruturas mais precárias e de produtores pequenos e não organizados em
entidades representativas. Em regiões mais desenvolvidas, as associações e coo-
perativas agroindustriais desenvolvem este papel de coletar a produção nas pro-
priedades rurais e transportar para as etapas seguintes de comercialização.
Dentre os intermediários, distinguem-se os concentradores, que são de
maior porte, que adquirem os produtos de intermediários primários, de menor
porte, ou mesmo, de produtores rurais. Geralmente, são pessoas jurídicas, mais
capitalizados, com maior acesso aos compradores de grande porte e estão loca-
lizados em posições geográficas estratégicas.
Para Manfio (2005), o grau de participação do setor intermediário na com-
posição do preço final tem crescido nas últimas décadas, devido, principalmente,
à crescente urbanização do país e às características próprias do setor agrícola.
Em alguns casos, os próprios produtores rurais atuam como intermediários,
se encarregando de parte das atividades de comercialização. Nesse sentido, Barros
(2007) destaca que isso ocorre quando os mesmos se reúnem em associações ou
cooperativas, para buscar maior eficiência técnica e econômica, aumentando,
assim, o poder de barganha nos mercados em que atuam.
Agroindústria
178
Existem dois grupos distintos de agroindústrias:
UNICESUMAR
■ Agroindústrias não alimentares: tais como fibras, couros, calçados,
óleos vegetais não comestíveis e outros.
■ Agroindústrias alimentares: voltadas para a produção de alimentos (líqui-
dos e sólidos), como sucos, polpas, extratos, lácteos, farinhas, carnes e outros.
Distribuidores
179
Consumidores
UNIDADE 5
Serviços auxiliares
SERVIÇOS AUXILIARES
• Pesquisa
• Crédito e
financiamento
• Extensão rural e
assistência técnica
• Elaboração de projetos
• Etc.
PRODUTORES DISTRIBUIDORES C
AGROINDÚSTRIA
DE PRODUTORES INTERMEDIÁRIOS O
RURAIS • Alimentos • Atacadista N
INSUMOS - S
• Centrais de
Não alimentares U
abastecimentos e
bolsa de mercadorias M
• Varejista I
D
O
R
E
S
180
Portanto, a cadeia de comercialização de um produto envolve diversos agentes
UNICESUMAR
ou canais de distribuição interferindo no movimento desse produto desde a ex-
ploração agropecuária até o consumidor final. A complexidade dos circuitos de
comercialização, em termos de número de diferentes agentes, que intervêm na
comercialização do produto, tem a ver tanto com a organização do setor quanto
com o produto em questão e/ou com as exigências do consumidor.
Enfim, a competitividade global de um empreendimento agropecuário de-
pende de sua eficiência em comercializar seus insumos e produtos. E esta eficiên-
cia é determinada pela atuação dos diferentes agentes no processo de comerciali-
zação. De modo geral, utilizaram-se as terminologias “antes da porteira”, “dentro
da porteira” e “depois da porteira” ou setores a montante e setores a jusante da
produção agrícola, para determinar os principais níveis de mercado. Porém é
necessário analisar como as relações se processam entre esses diferentes níveis,
ou seja, analisar os canais de comercialização.
4
CANAIS DE
COMERCIALIZAÇÃO
PRODUTORES RURAIS
182
Enfim, em cada um dos níveis de comercialização apresentados, atuam diferentes
UNICESUMAR
tipos de agentes ou intermediários, pessoas físicas e jurídicas, com características
próprias, comprando produtos e repassando-os para o nível comercial seguinte.
Alguns caminhos possíveis entre o produtor e o consumidor (veja que são múl-
tiplas as possibilidades) dependerão de alguns fatores, como:
■ Natureza do produto: atributos como volume, peso e grau de perecebi-
lidade podem influenciar os canais de comercialização escolhidos. Para
Rodovalho (2006), a maior perecibilidade determina canais de comercia-
lização mais curtos e quanto maior o volume unitário do produto, maior
a possibilidade de sucesso da comercialização direta.
■ Característica do mercado-alvo: neste grupo, cabe destacar a impor-
tância do poder aquisitivo, o volume médio das vendas por consumidor,
a frequência das vendas, o caráter sazonal da demanda, a localização geo-
gráfica, os hábitos de consumo e o grau de exigência dos consumidores e
a concorrência de outros produtores.
■ Qualificação dos agentes intermediários: o grau de instrução, a ex-
periência na área e a capacidade administrativa e de gestão são atributos
necessários para que agentes intermediários se insiram em determinado
canal de comercialização.
■ Considerações financeiras: refere-se à tomada de decisão dos produto-
res frente a diversas opções de distribuição das mercadorias. Rodovalho
(2006) diz que o produtor deve escolher, entre diferentes alternativas, a
que possibilita o maior lucro potencial, para isso, é necessário o conheci-
mento prévio do custo do uso de cada opção.
184
5
FUNÇÕES DA
UNICESUMAR
COMERCIALIZAÇÃO
Além da função de troca e das funções físicas, existe uma série de funções auxilia-
res que são desempenhadas pela comercialização. Neste contexto, Azevedo (2002)
destaca que o suprimento de recursos financeiros, a coordenação de cadeias pro-
dutivas, o fornecimento de informações e a redução de riscos e incertezas em
relação às oscilações de preços dos produtos se constituem em novas funções da
comercialização agropecuária. Dentre as funções auxiliares, cabe destacar:
■ Financiamento: consiste na antecipação de recursos para a realização
de certa atividade. Pode ser assumida pelo intermediário ou transferida
a terceiros, como o sistema financeiro.
■ Padronização e classificação: consiste em isolar o produto em clas-
ses preestabelecidas (por variedade, classe ou quantidade de defeitos),
186
considerando os níveis de qualidade, a exigência dos consumidores e os
UNICESUMAR
padrões de manuseio e, por meio de um sistema de classificação, garantir
a diferenciação entre os diferentes padrões de qualidade existentes. Isso
aumenta a transparência nas relações comerciais, pois o comprador sabe
de antemão as características do produto que está sendo adquirido.
■ Propaganda: tem uma série de funções dentro dos sistemas de comer-
cialização, principalmente porque afeta os níveis de demanda, incre-
mentando-a por produtos existentes, criando novas fontes de demanda.
■ Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): soluções técnicas apresentadas
para aumentar a eficiência da comercialização, melhorando a coordena-
ção de cadeias produtivas e os atributos do produto a ser comercializado.
■ Redução de riscos: com a comercialização antecipada da produção, o
produtor elimina o risco de mercado, ou seja, o risco de não encontrar um
comprador para a sua mercadoria. Existe uma série de contratos que po-
dem ser utilizados para o produtor a fim de transferir o risco de oscilações
indesejadas de preços para outras agentes que aceitam correr esses riscos
(especuladores). Enfim, com a comercialização antecipada, os integrantes
das diferentes cadeias produtivas elaboram, contratualmente, acordos de
suprimento futuro de mercadoria (amenizando o risco dos compradores)
e de recursos financeiros (amenizando o risco dos vendedores).
■ Informações de mercado: esta função pode ser desdobrada em duas,
a descoberta de preço e a disseminação de informação. A descoberta de
preços ocorre quando os instrumentos utilizados na comercialização dão
uma visão do preço que se pode obter no futuro, é o caso dos contratos
futuros e de opções negociadas em bolsas de mercadorias. A dissemina-
ção de informações é uma função fundamental da comercialização para
o setor agropecuário. Como este setor é formado por grande número de
produtores geograficamente dispersos, o acesso à informação não é nem
uniforme e nem constante entre as partes envolvidas em uma transação.
Assim, por meio de negociações no mercado físico ou futuro, ao ocorrer
a comercialização, uma série de informações estão sendo geradas e di-
fundidas, o que é útil para todos os produtores rurais envolvidos com a
produção de determinada mercadoria.
187
São diversos os benefícios em estruturar a comercialização em suas operações no
UNIDADE 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
188
aprimore-se
Numa visão mais limitada, a comercialização agrícola pode ser pensada como um
simples ato do agricultor, o qual consiste na transferência de seu produto para ou-
tros agentes que compõem a cadeia produtiva em que ele está inserido. Esta é uma
visão tradicional da comercialização agrícola, definida pela transferência de proprie-
dade do produto num único ato após o processo produtivo, ainda dentro ou logo
depois dos limites da unidade de produção agrícola.
Entretanto, a comercialização agrícola pode (e deve) ser entendida de forma bem
mais abrangente, como um processo contínuo e organizado de encaminhamento
da produção agrícola ao longo de um canal de comercialização, no qual o produto
sofre transformação, diferenciação e agregação de valor.
Em um enfoque mais atual, estes autores associam o conceito de comerciali-
zação à coordenação existente entre a produção e o consumo dos produtos agro-
pecuários, incluindo a transferência de direitos de propriedade, a manipulação de
produtos e os arranjos institucionais que contribuem para a satisfação dos consu-
midores. Trata-se de um conceito amplo, em que se atribui a essa atividade a função
de transferir os produtos ao consumidor final, considerando a influência de todas
as atividades nesse processo (produção agrícola, industrialização, transporte dos
produtos, relações com o consumidor, etc.).
Dessa forma, o conceito de comercialização distancia-se do conceito de simples
venda dos produtos agrícolas (pós-colheita da safra, por exemplo), devido à sua
amplitude e complexidade. A partir dessa perspectiva, as estratégias de comercia-
lização agrícola começam a ser pensadas na propriedade rural, e até mesmo na
aquisição dos insumos.
Em síntese, a comercialização agrícola busca traduzir as características do con-
junto de atividades e arranjos institucionais necessários para que os produtos che-
guem até o mercado.
189
na prática
190
eu recomendo!
livro
Fundamentos de Agronegócios
Autor: Massilon J. Araújo
Editora: Atlas
Sinopse: este livro expõe conceitos básicos e princípios gerais
fundamentais ao entendimento do significado de agronegócios.
Enfoca temas atuais e de interesse para o setor, como logística,
marketing e formas de organização da produção.
191
conclusão
conclusão geral
geral
conclusão
conclusão geral
geral
192
192
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10 Em: https://www.conab.gov.br/ultimas-noticias/2977-conab-regulamenta-comercializacao-
-eletronica-para-iniciativa-privada-e-parceiros. Acesso em: 15 jan. 2020.
199
gabarito
UNIDADE 1
1. D.
2. E.
3. A.
4. D.
UNIDADE 2
4. Um produto só obterá êxito se proporcionar valor ao seu mercado-alvo. Criar valor aos
seus clientes é a perseguição dos estrategistas de marketing; e criar valor é algo muito
200
gabarito
UNIDADE 3
1. Para Troster e Móchon (2002), a curva de ofertas representa as várias quantidades que
os produtores estarão dispostos e aptos a produzir e oferecer no mercado, em função
dos vários níveis de preços possíveis, em determinado período de tempo. A inclinação
positiva desta curva indica que a preços mais altos, maior será o número de empresas
disponíveis a produzir e vender. Os empresários, de modo geral, estão cientes da sua
limitação de recursos e dos custos envolvidos na produção, por isso, vão ofertar pro-
dutos e gerir seus custos buscando obter o maior lucro possível.
4. O valor que o Markup assume em cada nível de mercado depende do poder de mer-
cado de cada um dos agentes. Você pode notar que não foi considerada a parcela do
produtor na análise, pois de acordo com a teoria econômica, o produtor é tomador
de preço, ou seja, o produtor vai ao mercado para verificar quanto que estão pagando
pelo seu produto, assim, não define qualquer tipo de Markup sobre o seu produto.
201
gabarito
UNIDADE 4
2. Cédula de Produto Rural (CPR) – é uma forma mais moderna de venda antecipada
da produção. Pode ser emitida por produtor ou cooperativa, como uma promessa de
pagamento de entrega futura de determinado produto agrícola. É um título líquido
e certo, endossável, exigível pela quantidade e qualidade do produto nela prevista.
A venda por CPR, além de garantir a comercialização antecipada, fornece aos pro-
dutores os recursos necessários ao desenvolvimento das suas lavouras ou criações.
As principais características da CPR são: a) legislação específica; b) compromisso de
entrega futura (CPR física) ou liquidação financeira (CPR financeira); c) recebimen-
to à vista; d) emissão restrita, por produtores rurais e suas associações; e) emissão
em qualquer fase do processo produtivo; f) endossável; g) exigível pela qualidade e
quantidade preestabelecida. A vantagem da CPR para os demais contratos à termo
corriqueiramente negociado no Brasil, reside na diminuição dos custos de transação,
que compreendem os custos de operacionalização e formalização do negócio, custos
de registros das garantias e os custos de fiscalização das lavouras implantadas. Atende
às necessidades de suprimento de recursos para financiar a produção, mas, devido à
fixação antecipada do preço de venda, não permite que o produtor rural participe de
eventuais oscilações positivas no preço. Outra vantagem consiste na inclusão de CPR,
pela BM&F em seu registro de custódia de títulos do agronegócio, garantindo um
mercado secundário para esse título.
202
gabarito
entre eles: certificados de depósito, notas promissórias, duplicatas, CPR. Letras de Cré-
dito do Agronegócio (LCA) são commercial papers que mobilizam a captação de
recursos de investidores estrangeiros. Esse papel só pode ser emitido por instituições
financeiras, bancos e cooperativas de crédito.
UNIDADE 5
1. Brandt (1980) destaca que o sistema de comercialização agrícola, pode ser considera-
do como um mecanismo para a coordenação das atividades de produção, distribui-
ção e consumo. Barros (1971), por sua vez, define a comercialização como uma série
de funções ou atividades que transformam ou adicionam utilidade ao produto, em
que bens e serviços são transferidos dos produtores aos consumidores. Para Karam e
Zoldan (2003), embora a comercialização se trate de uma atividade intermediária, a
comercialização envolve um amplo espectro de atores sociais, cujos atributos variam
de acordo com a complexidade da cadeia produtiva envolvida e suas relações con-
solidam-se em instituições apropriadas. Para Aguiar (2000), outro sentido que pode
ser dado ao termo comercialização é o do ramo da ciência econômica que estuda os
mercados agropecuários. Nessa concepção, a comercialização envolve a utilização de
modelos econômicos e métodos quantitativos buscando explicar o funcionamento
do sistema de comercialização agrícola. Essa abordagem permite a definição de es-
203
gabarito
204
gabarito
205
anotações
anotações
anotações