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SUPRIMENTOS
PROFESSOR
Me. Adriano Aparecido de Oliveira
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. OLIVEIRA, Adriano Aparecido
de.
e Thayla Guimarães
Editoração Gestão na Cadeia de Suprimentos.
Adriano Aparecido de Oliveira
Arthur Cantareli Silva
Design Educacional
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. Reimpresso em 2021.
Bárbara Neves
162 p.
Revisão Textual “Graduação - EaD”.
Diego Delavega M. de Oliveira
1. Gestão 2. Suprimentos 3. Cadeia. EaD. I. Título.
Ilustração
Marta Kakitani
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 658.4
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Impresso por:
ISBN 978-85-459-1998-8
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Seja bem-vindo (a) à disciplina de Gestão da Cadeia de Suprimentos. Ela contemplará as diver-
sas questões relacionadas com a cadeia de suprimentos, que é uma sequência de atividades
as quais se iniciam no fornecedor e passam pela indústria e demais intermediários. Tudo isso,
a fim de fornecer produtos ou serviços que atendam às necessidades dos clientes por meio
de um sistema de colaborativismo e de cooperação.
Apresento-lhe, aluno(a), o material didático que irá auxiliá-lo no processo de ensino e apren-
dizagem. Para tanto, o livro está estruturado em cinco unidades.
Por fim, na Unidade V, estudaremos os assuntos relacionados aos serviços, tais como os tipos
de serviços e níveis de serviços. Estudaremos, ainda, os conceitos relacionados com as boas
práticas na cadeia de suprimentos e no contexto brasileiro.
Aproveito este momento para desejar bons estudos e que você, de fato, tenha uma leitura
muito proveitosa. Este material foi preparado não com o intuito de contemplar todo o extenso
conteúdo da cadeia de suprimentos, mas para expor os aspectos fundamentais que ainda
poderão nortear estudos posteriores, no sentido de aprofundar-se na temática da disciplina.
Assim, o professor é responsável por levá-lo até a porta e abri-la; já a decisão de seguir adiante
é com você, aluno (a).
Tive o cuidado de pesquisar sobre os principais autores de logística, para que você esteja
amparado (a) pelas melhores pesquisas já realizadas nesta área. Portanto, espero que este
conteúdo seja muito proveitoso para a sua formação pessoal e profissional.
Bons estudos!
ÍCONES
pensando juntos
explorando Ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
10 UNIDADE 02
47
GESTÃO DA CADEIA TECNOLOGIAS
DE SUPRIMENTOS NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS
UNIDADE 03
80 UNIDADE 04
110
PLANEJAMENTO SUPRIMENTOS
NA CADEIA DE
SUPRIMENTOS
UNIDADE 05
138 FECHAMENTO
159
SERVIÇOS E CONCLUSÃO GERAL
RECOMENDAÇÕES
FINAIS
1
GESTÃO DA
CADEIA
de suprimentos
PROFESSOR
Me. Adriano Aparecido de Oliveira
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Gestão da cadeia de Suprimen-
tos (Supply Chain Management) • A importância da cadeia de suprimentos • Localização • Parcerias e
colaboração • Gerenciamento e implantação da cadeia de suprimentos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Explicar a importância da cadeia de suprimentos • Entender a importância da cadeia de suprimentos
• Destacar como se dá o planejamento da localização • Como realizar parcerias e colaboração • Estabe-
lecer a importância do gerenciamento e implantação da cadeia de suprimentos.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, houve uma evolução nos processos logísticos em re-
lação à forma como as empresas movimentam e entregam os produtos
aos consumidores. Para buscar a eficiência nesse processo e proporcionar
uma experiência ótima para os clientes, as empresas estão utilizando um
conceito que chamamos degestão da cadeia de suprimentos.
Até a década de 80, a logística era entendida como uma gestão departa-
mentalizada. Entretanto, com a evolução dos modelos de gestão das empre-
sas, houve uma grande preocupação com um modelo de negócios que pos-
sibilitasse atuar em alta performance: assim, a integração entre os ambientes
internos e externos passaram a ter espaço no planejamento das empresas.
Diante disso, a partir da integração total, surgiu o conceito de Supply
Chain Management (SCM) o qual possibilitou a integração desde o for-
necedor até o cliente da empresa. Dessa forma, seria necessário não mais
pensar em apenas como movimentar os produtos, assim como acontece na
logística tradicional, mas estabelecer estratégias em termos de localização
da planta industrial e da própria aproximação com fornecedores e clientes.
Logo, a localização passa a ser uma preocupação em busca da eficiência.
Para que esse processo possa funcionar de forma otimizada, é necessá-
rio que haja uma relação de cooperação e de confiança entre os integrantes
da cadeia de suprimentos, amparados pela troca de informação e pela tec-
nologia da informação, que vai dar todo o suporte necessário em busca da
redução de custos, agregando valor ao Supply Chain (SC).
Desse modo, é importante que a empresa passe por algumas etapas
de implantação e que os objetivos estejam alinhados com os integrantes
da cadeia de suprimentos, de maneira a superar as barreiras que podem
impedir a implantação do Supply Chain Management (SCM).
Assim, caro(a) aluno (a), espero que a leitura deste material seja uma
experiência muito proveitosa, afinal, todo profissional precisa conhecer as
boas práticas da sua área de atuação e, aqui, é o ponto de partida para um
futuro diferente do presente.
Bons estudos!
1
GESTÃO DA CADEIA DE
UNIDADE 1
SUPRIMENTOS
(supply chain management)
É fato que você, aluno(a), deve estar se perguntando: qual é a diferença entre
logística e cadeia de suprimentos? Realmente, ambos os termos possuem uma
interface direta, mas a logística é um processo que envolve a movimentação de
insumos, mercadorias, produtos etc. Resumindo: se movimentou, é logística. Por-
tanto, a logística é parte da cadeia de suprimentos, e não o processo inteiro, e tem
como objetivo atender às necessidades dos clientes.
A cadeia de suprimentos passou por uma evolução ao longo dos anos. De acordo
com Martins e Laugeni (2005, p. 171), a “logística evoluiu ao longo dos anos, o que
pode ser representado pelas quatro fases de seu desenvolvimento até os dias de hoje”.
12
UNICESUMAR
2. Fase 2 – Visão Funcional (1960 – 1980) – Características:
a. Atividades aglutinadas, visando à redução de custos.
b. Visão de negócio ainda interno.
c. Baixa visão de toda a cadeia de sistemas locais – não integrados.
e. Indicadores de desempenho específicos à função.
f. Visão de curto prazo.
13
UNIDADE 1
Gestão de relacionamentos
Rede de fornecedores
Empresa integrada
Rede de distribuição
para o mercado
Consumidores
Materiais
Atendimento
Suprimento ao cliente
Logística
Manufatura
14
A cadeia de suprimentos está, basicamente, em uma posição intermediária entre
UNICESUMAR
a produção e o marketing, em que há entrelaçamento entre os objetivos. A con-
fiança de um pedido e a velocidade de entrega ajudam a diminuir os estoques e,
consequentemente, os seus custos (GOMES; RIBEIRO, 2004). Já a produção e dis-
tribuição devem trabalhar em sinergia para que os custos de produção possam ser
estudados para otimizar os serviços ao longo da cadeia (GOMES; RIBEIRO, 2004).
Quando se fala em cadeia de suprimentos, você, aluno(a), deve pensar em
todo o fluxo de materiais, desde o fornecedor de primeira camada, ou seja, aquele
que trabalha com a matéria-prima bruta, e, aqui podemos, inclusive, imaginar a
própria extração mineral, até o momento em que a matéria-prima passa por al-
gum tipo de processamento pelos fornecedores de segunda camada ou terceira,
caso houver, e chegar à indústria para a transformação em produto acabado ou
produto em processo. Tudo isso, para, então, ir para a expedição, a fim de que seja
entregue aos centros de distribuição e armazenamento ou entregue diretamente
para o cliente. Em outras palavras, a cadeia de suprimentos acontece de ponto a
ponto, desde o fornecedor até o cliente.
O que vai diferenciar o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (GCS) da lo-
gística tradicional é que, nesse caso, existe um ambiente de interação e cooperação
contínua entre todos os integrantes ao longo da cadeia, buscando oportunidades
para reduzir os custos logísticos ou melhorar os serviços aos clientes. Desse modo,
atualmente, de acordo com Ballou (2006), as empresas estão otimizando os seus
processos e obtendo sucesso no compartilhamento de informações em tempo real
com os integrantes da cadeia, comopor exemplo, com os fornecedores, os quais,
por sua vez, aceitam manter e gerenciar os estoques do fabricante ou do varejista.
Muitas indústrias já têm operado em esquemas de produção pautados no
sistema Just in Time, mantendo relacionamentos com os fornecedores, o que gera
benefícios dentro de um conceito prático denominado ganha-ganha. Em outras
palavras, o processo beneficia ambas as partes por meio da redução de estoques.
Todavia, não se preocupe com esse termo neste momento, pois nos aprofunda-
remos em relação aos preceitos do Just in Time logo mais adiante.
A cadeia de suprimentos, portanto, contempla todas as atividades relaciona-
das ao processo de movimentação e transformação de mercadorias, desde o pe-
ríodo de extração (matéria-prima) até o cliente final, amparado, obviamente, por
um sistema moderno de troca de informação. O gerenciamento de tal processo
é uma integração entre todas essas atividades, de forma que os relacionamentos
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são muito próximos e constantemente aperfeiçoados ao longo da cadeia de supri-
UNIDADE 1
ATIVIDADES-CHAVE:
2. Transporte:
b. Consolidação de fretes.
c. Determinação de roteiros.
d. Programação de veículos.
e. Seleção do equipamento.
g. Auditoria de frete.
3. Gerência de estoques:
16
d. Número, tamanho e localização dos pontos de estocagem.
UNICESUMAR
e. Estratégias Just In Time de empurrar e de puxar.
ATIVIDADES DE SUPORTE
1. Armazenagem:
a. Determinação do espaço.
c. Configuração do armazém.
d. Localização do estoque.
a. Seleção do equipamento.
3. Compras:
b. O momento da compra.
a. Manuseio.
b. Estocagem.
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c. Proteção contra perdas e danos.
UNIDADE 1
6. Manutenção de informações:
b. Análise de dados.
c. Procedimentos de controle.
explorando Ideias
Muitas companhias reconhecem cada vez mais que a parceria e a cooperação propor-
cionam melhores resultados do que o interesse próprio e o conflito. Em outras palavras,
as empresas passaram a perceber que, juntas, elas podem compartilhar informações,
tecnologias e processos, melhorando os serviços e os processos ao longo da cadeia, o que
vai refletir diretamente no desempenho, no lucro e no atendimento das necessidades
dos clientes, afinal, esse é o principal objetivo das empresas. Assim, para conseguir tal
façanha, é necessário que todo o processo seja suportado pela tecnologia da informação.
Fonte: adaptado de Gomes e Ribeiro (2004).
18
2
A IMPORTÂNCIA DA CADEIA
UNICESUMAR
DE SUPRIMENTOS
Fluxo de
informação
Fábrica
Transporte
19
Conforme pode ser observado na Figura 2, o processo de atendimento das ne-
UNIDADE 1
pensando juntos
20
Desse modo, a importância da Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) está na
UNICESUMAR
busca de relações, a fim de alcançar um resultado que seja bom para ambas as
partes, ou seja, para o fornecedor que seja mais lucrativo e, para o cliente, que
tenha atendidas as suas necessidades. Isso não é uma tarefa simples, apesar de
parecer um conceito simples, pois existem alguns desafios que podem ocorrer
em ocasiões em que o interesse próprio da empresa tenha que se sobressair em
relação aos integrantes da cadeia de suprimentos. Como sair dessa situação?
A resposta para essa questão é: por meio da logística e de uma gestão otimi-
zada de suprimentos, na busca por vantagens competitivas, isto é, de processos
que proporcionem uma certa superioridade em relação aos principais players
de mercado, em termos de preferências do mercado consumidor, que pode ser
alcançada por meio da gestão dos processos. As bases para o sucesso, de acordo
com Christopher (2012), podem ser fundamentadas em torno do enlace trian-
gular da empresa, seus clientes e seus concorrentes.
Clientes
Necessidades na busca de
benefícios a preços aceitáveis
Va
or
l
l
Va
or
Companhia Concorrente
Figura 3 – Vantagem competitiva dos três Cs / Fonte: Christopher (2012, p. 5).
te do seu valor quando não está disponível aos clientes para o seu consumo.
Quando a empresa garante a disponibilidade do produto e o torna disponível
para o seu cliente no tempo certo, isso gerará valor para o cliente, agregando
valor ao processo.
Martins e Alt (2009) sustentam que os objetivos da Supply Chain (SC) são os
de atender às necessidades dos clientes, na tentativa de se diferenciar dos concor-
rentes, e diminuir os custos financeiros, eliminando os desperdícios e evitando
as atividades que não agregam valor para a cadeia de suprimentos, como espera,
armazenamento, transporte e controles.
Assim, podemos perceber o quão importante é o gerenciamento da cadeia de
suprimentos e como a sua implantação pode revolucionar a logística de compras,
produção, distribuição e atendimento do cliente. Os integrantes da cadeia de su-
primentos devem estar preparados para que, juntos, maximizem o desempenho
e adaptem-se, de forma natural, às mudanças. Para isso, é necessário, ainda, dimi-
nuir os custos ao longo da cadeia (de 10 % a 30%) e o tempo médio de estocagem
para cerca de 50% (MARTINS; ALT, 2009).
22
3 LOCALIZAÇÃO
UNICESUMAR
A localização das instalações fixas ao longo da cadeia de suprimentos é um aspecto
importante que envolve um conjunto de instalações e toda a disposição geográfica.
As decisões acerca da localização das instalações físicas contemplam a
questão da quantidade, do local mais adequado e toda a infraestrutura neces-
sária. Essas instalações envolvem pontos fundamentais na rede os quais devem
contemplar proximidade com fábricas, portos, vendedores, armazéns, pontos
de varejo e pontos estratégicos para rede na cadeia de suprimentos, em que os
produtos possam ficar armazenados de forma temporária até que cheguem ao
consumidor final (BALLOU, 2006).
Força Direcionadora
23
Número de Instalações
UNIDADE 1
Neste aspecto, deve ser levado em consideração toda a estrutura necessária para
movimentar produtos, insumos ou matérias-primas de forma eficiente.
Para definir a localização, existem duas alternativas: a primeira é a localiza-
ção única, na qual são centralizados todos os estoques e demandas de trabalho,
considerando os custos desses processos. Já a segunda é a escolha de uma dispo-
sição de centros de distribuição que facilite o atendimento de regiões específicas.
Ballou (2006) explica que a melhor maneira de definir a questão da localização
de depósitos e armazéns é entendê-la como um problema, pois trata-se de algo
comum a todos os tipos de empresa. Assim, algumas perguntas podem direcionar
o planejamento:
1. Quantos armazéns a cadeia de suprimentos deveria possuir? Qual é a
capacidade necessária? E qual é a localização mais adequada para as ne-
cessidades da cadeia?
2. Por quais demandas cada armazém ficará encarregado? Qual armazém
ficará encarregado de distribuir quais produtos e de quais fábricas?
3. Quais são os produtos que possuem necessidades de períodos de estoca-
gem? Quais produtos devem ser expedidos imediatamente após o pro-
cesso de fabricação, dos fornecedores, dos portos ou clientes?
24
incluir locais em que os estoques de matérias-primas, produtos em processo ou aca-
UNICESUMAR
bados são movimentados e armazenados. Portanto, a disposição de toda a rede de
instalações deve seguir um padrão de análise em termos competitivos e em custos.
A instalação de uma indústria pode demorar muitos anos para ser imple-
mentada. Por exemplo, a General Motors precisou de mais de cinco anos, desde
o planejamento até o início das operações, para criar a sua fábrica de montagem
do Cadillac em Lansing, Michigan (EUA).
No entanto, os arranjos ou a rede de depósitos podem ser tão flexíveis ao
ponto de serem utilizados somente em determinados períodos específicos. Em
vista disso, a decisão dos locais é uma decisão especializada e influenciada por
decisões que envolvem a competitividade da empresa e os custos relacionados.
25
4
PARCERIAS E
UNIDADE 1
COLABORAÇÃO
UNICESUMAR
comunicação, cujos objetivos são reduzir os custos e agregar valor aos produtos
e serviços da cadeia (PIRES, 2016).
Em relação ao relacionamento com os clientes, nesse processo, as empresas po-
dem optar por um conjunto seleto de clientes com os quais já possuem relações
consolidadas de parceria, com foco na rentabilidade e no retorno dos negócios. Esse
também é um ponto-chave, pois muitas empresas podem ter o sentimento que estão
perdendo algo ou oportunidade. Isso é natural do ser humano, mas é fundamental
que a empresa tenha consciência das suas limitações e dos recursos que ela possui
para atender tais clientes, definindo, dessa forma, quais são as prioridades para a
empresa (PIRES, 2016).
Retornando à discussão do fornecedores, Pires (2006) também destaca alguns
aspectos no que tange à base de relacionamento:
■ O sistema de parcerias e colaboração só faz sentido na Gestão da Cadeia
de Suprimentos (GCS) se, de fato, existir um processo pelo qual é reali-
zado um trabalho forte em termos de seleção de clientes e fornecedores.
■ No ambiente empresarial, existem processos que contemplam a globa-
lização e a sua expansão tem-se refletido diretamente em práticas de
globalsourcing e fallowsourcing, que proporcionam uma redução dos
fornecedores e a sua manutenção ao redor do mundo.
explorando Ideias
Global sourcing é uma estratégia que envolve a compra de produtos ou serviços em paí-
ses nos quais a compra se torna mais vantajosa. Follow sourcing é uma estratégia na qual
os fornecedores se tornam mais próximos da empresa.
Fonte: o autor.
não deveria comprar mais do que 25% a 30% de sua matéria-prima de um único
fornecedor, para que a empresa não ficasse na dependência.
UNICESUMAR
já foi deixado para trás ou superado, pois o importante é estabelecer e manter um
relacionamento permanente entre o fornecedor e o cliente, não na contemplação de
apenas algumas compras, mas também na participação ativa no desenvolvimento
do produto, proporcionando a redução dos custos e tempo (MARTINS; ALT, 2009).
À medida que as empresas crescem e expandem as suas atividades e serviços, o
mesmo desempenho deve ser acompanhado pelos fornecedores, entregando ser-
viços de qualidade, no prazo certo e com características que proporcionem algum
tipo de inovação a preços competitivos. Quando isso não acontece, Pires (2016)
aponta para, ao menos, três alternativas:
■ Produzir os próprios componentes.
■ Mudar de fornecedor.
■ Ajudar o fornecedor a melhorar os serviços.
Escolha do Fornecedor
De modo geral, de acordo com Martins e Alt (2009), são várias as formas uti-
lizadas pelas empresas para avaliar os potenciais fornecedores. De forma geral,
pode-se destacar alguns aspectos, a saber:
Custos: verificar se os custos estão de acordo com o que está sendo praticado no
mercado, partindo, obviamente, do pressuposto de que os custos devem ser reduzidos
Qualidade: atualmente, a questão da qualidade é um aspecto básico e, so-
mente se houver qualidade, o relacionamento frutificará. Mesmo que o fornece-
dor não tenha, reconhecidamente, um sistema que garanta a qualidade desejável,
é importante observar os problemas e que o fornecedor esteja disposto a mudar
e implantar um sistema de qualidade nos moldes da ISO 9000. Além disso, ava-
liações periódicas são necessárias para mensurar a qualidade
29
Pontualidade: a pontualidade deixou de ser uma regra para ser algo primor-
UNIDADE 1
dial, ou seja, os fornecedores devem ter pontualidade nas suas entregas para não
quebrar a cadeia. A não pontualidade oferece muitos riscos para ambos os lados
e, por isso, merece muita atenção.
Inovação: a zona de conforto não é uma boa pedida. Boas práticas devem ser
implementadas, a fim de otimizar o processo e estar amparado pelas tecnologias,
que, todos os dias, surgem para facilitar os processos.
Flexibilidade: o ambiente é cheio de mudanças constantes e, portanto, é variá-
vel. Assim, o fornecedor deve ter a capacidade de se adaptar rapidamente e com cer-
ta agilidade a tais mudanças, já que, caso contrário, isso pode se tornar uma ameaça.
Produtividade: tanto a empresa quanto os fornecedores devem estar pre-
parados para lidar com um sistema de melhoria contínua, a fim de aumentar a
produtividade ereduzir os custos, aumentando a qualidade e reduzindo os prazos.
Instalações: o cliente deve avaliar as instalações do fornecedor quanto às
condições mínimas para se entregar um produto de qualidade.
Capacidade gerencial: verificar se o fornecedor possui uma estrutura bem
definida e analisar a sua capacidade financeira, a fim de que isso não venha re-
presentar riscos e ameaças no atendimento dos pedidos.
Dessa forma, é possível utilizar o Quadro 1 para avaliar os possíveis fornece-
dores e identificar se vale a pena estabelecer uma relação de parceria, ou não, de
acordo com o resultado da avaliação:
PRODUTO
Custo 10
Qualidade 14
Embalagem 7
Garantia 4
30
SERVIÇOS
UNICESUMAR
Pontualidade na entrega 10
Presteza no atendimento 5
Cortesia no relacionamento 2
Assistência pós-venda 5
ENGENHARIA
Pesquisa 2
Grau de inovação 9
Flexibilidade 4
INSTALAÇÕES
Equipamentos 9
Prédios 3
Adequação e layout 3
ADMINISTRAÇÃO/ FINANÇAS
Relações humanas 5
Relacionamento comercial 3
Capacidade financeira 2
31
Critérios de avaliação:
UNIDADE 1
Multiplica-se então, para cada item, a nota obtida em cada quesito com o seu peso:
PRODUTO
Custo 10 X
Qualidade 14 X
Embalagem 7 X
Garantia 4 X
SERVIÇOS
Pontualidade na entrega 10 X
Presteza no atendimento 5 X
Cortesia no relacionamento 2 X
Qualidade na expedição e
3 X
transporte
Assistência pós-venda 5 X
ENGENHARIA
Pesquisa 2 X
Grau de inovação 9 X
Flexibilidade 4 X X
32
INSTALAÇÕES
UNICESUMAR
Equipamentos 9 X
Prédios 3 X
Adequação e layout 3 X
ADMINISTRAÇÃO/ FINANÇAS
Relações humanas 5 X
Relacionamento comercial 3 X
Capacidade financeira 2 X
TOTAL 301
pensando juntos
33
Nem todas as empresas ou clientes precisam se preocupar com fornecedores, já
UNIDADE 1
que algumas delas são abastecidas por fornecedores com um patamar mundial.
Em alguns casos, o volume de compras é tão pequeno que não são necessários
muitos investimentos. Entretanto, existem alguns fatores que precisam ser ana-
lisados do ponto de vista estratégico para a empresa. O Quadro 4 mostra uma
matriz para orientar a análise dos itens que são comprados:
Itens Estratégicos
Itens Gargalo
• Produtos estrategica-
• Difícil substituição de pro-
mente importantes.
dutos.
Grande • Não é fácil substituir o
• Mercados dominados por
oportunidade produto.
uma única empresa.
e alto risco • Poucos fornecedores
• Muitas barreiras de entrada.
alternativos.
• A situação geográfica pode
• Importante para as
ser um impeditivo.
atividades da empresa.
Itens alavancados
Itens não críticos
Baixa • Quantidade adequada.
• Boa disponibilidade.
oportunidade • Muitos fornecedores
• Padronização.
e baixo risco alternativos.
• Fácil substituição.
• Preços adequados.
34
difícil substituição. É nesse ponto que devem ser desenvolvidos os relacionamen-
UNICESUMAR
tos com os fornecedores.
É uma etapa que merece muita atenção, pois é necessário avaliar o desempenho
dos fornecedores em relação aos itens classificados como estratégicos para a
empresa. Uma ferramenta que pode ser aplicada nessa fase é a classificação
ABC, na qual os estoques são classificados por ordem de importância e se é es-
tipulado que 20% dos fornecedores são responsáveis por 80% do desempenho
abaixo do esperado. São justamente desse grupo os potenciais fornecedores
para compor a cadeia de suprimentos para que haja o desenvolvimento de
estratégias em conjunto.
É o processo em que a empresa tem que montar uma equipe de trabalho antes
de começar os trabalhos junto aos fornecedores. Objetivos e regras devem ser
claramente definidos. Feito isso, o próximo passo é alinhar as atividades junto
aos fornecedores.
35
5
GERENCIAMENTO E
UNIDADE 1
IMPLANTAÇÃO
da cadeia de suprimentos
Assim como estudamos até agora, a Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS), ou Supply
Chain Management (SCM), tem se apresentado como uma solução inovadora para as
empresas que pretendem buscar um diferencial competitivo ao longo da sua estrutura
logística e obter vantagens competitivas. O SCM tem direcionado as empresas a busca-
rem atitudes para que o seu posicionamento de mercado possa estar alinhado com as es-
tratégias da empresa com fornecedores, quanto ao atendimento dos clientes da empresa.
Assim, a Gestão da Cadeia de Suprimentos contempla toda a cadeia produtiva, des-
de a relação com fornecedores até seus clientes, assim como pode ser visto na Figura 4:
Central de Aquisição
Fluxo de Material • Atividades do ERP 1
• Planejamento
• Realização de vendas
• Desenvolvimento de vendas
• Análise de estoque
Central Logística
5
2
7
• Planejamento
Vendas
6
3
Cliente
Central de Distribuição
• Estoque movimento interno 4
• Estoque movimento Armazém
Fluxo de Informação
36
Nesse sentido, o propósito básico da cadeia é aumentar a sinergia entre todos
UNICESUMAR
os integrantes da cadeia produtiva, na tentativa de atender às necessidades dos
clientes de forma positiva, por meio de um produto com valor agregado e ali-
nhado com as redução dos custos. Essas práticas têm sido objeto das principais
organizações mundo afora, as quais têm obtido fortes resultados em termos com-
petitivos, representando resultados positivos.
Para termos uma visão mais prática da implantação, Pozo (2015) sugere cinco
passos para a implantação e o gerenciamento da cadeia de suprimentos:
PASSOS DESCRIÇÃO
37
UNIDADE 1
Nessa perspectiva, Pozo (2015) recomenda o cuidado com um outro aspecto im-
portante, o outsourcing, o qual contempla as áreas consideradas secundárias, como a
produção, a distribuição e o marketing. Outsourcing é a ação em que uma terceira em-
presa entra em cena, por meio de um relacionamento colaborativo e independente.
Essa terceira empresa aumenta e possibilita a eficiência do atendimento aos
clientes. Entretanto, o cliente não deixa de ter um relacionamento direto e colabora-
tivo com a empresa. É importante destacar que o outsourcing não é a terceirização,
mas uma parceria com um relacionamento muito próximo da empresa, baseado na
lealdade ao longo da cadeia com um objetivo estratégico. É fato que isso tem pro-
porcionado crescimento da GCS no mundo todo, inclusive no Brasil, onde temos
muitos casos de sucesso na área industrial (POZO, 2015).
Atualmente, o que se tem visto no mercado não é mais o produto da empresa A
competindo com a empresa B, mas a cadeia de suprimentos da empresa A competindo
com a cadeia de suprimentos da empresa B, pois a logística, em todos os seus processos,
tem se tornado uma fonte de vantagens competitivas desde a década de 80, momento
em que a redução dos custos deixou de ser a grande preocupação dessas empresas.
A integração entre os processos internos e externos da empresa não é uma tarefa
das mais fáceis, mas, quando uma organização consegue trabalhar com esses con-
ceitos provenientes do Supply Chain (SC), alguns objetivos podem ser percebidos
facilmente. Dentre eles, estão o aumento da cota de mercado, o crescimento nas
vendas, a redução do nível de inventário e dos custos, os tempos de entrega e uma
previsão de vendas acurada (POZO, 2015).
38
Um segmento que tem conseguido, com muita eficácia, obter as vantagens da
UNICESUMAR
GCS é a produção industrial de veículos automotivos, que deve ter processos
eficientes e inovadores em sua linha de produção, contemplando ações que possi-
bilitem atender à demanda de mercado com segurança, equilibrando a produção
e a comakership.
Comarkership, de acordo com Martins e Alt (2009), é um relacionamento
cliente-fornecedor, por meio da atuação do cliente (comprador) junto aos forne-
cedores, no esforço de atingir um grau de eficiência e relação de confiança entre
ambos. Esse tipo de relação não surge do dia para a noite: é necessário que haja
um tempo de amadurecimento, para que a capacidade do fornecedor seja com-
patibilizada com as necessidades do cliente. Nesse aspecto, o cliente buscará atuar
nos fundamentos que lhe possam proporcionar vantagens competitivas. Assim
sendo, é necessário avaliar os fornecedores para, enfim, chegar a uma negociação
ou parceria de sucesso (ver Quadros 01 e 02).
Ao retomar o caso da montadora de veículos automotores, os clientes têm sido
um fator-chave para medir o desempenho das empresas em função da qualidade
em todo o processo. Com uma cadeia estruturada, é possível adotar práticas para
atender à demanda de mercado não só em função dos produtos, mas em toda a
interface com os parceiros.
Desse modo, cada processo na cadeia de suprimentos é bem delineado, tornando
algo complexo em procedimentos operacionais mais simples, principalmente no que
tange à sincronização entre as atividades internas. Em muitos casos, esses processos
contemplam certa padronização nos dados utilizados nos sistemas de informação
ou nos procedimentos operacionais, tornando as tarefas de execução homogêneas.
Assim, a estrutura da cadeia de suprimentos é contemplada por fornecedores, fabri-
cantes, distribuidores e clientes. Esses agentes se interligam uns com os outros por
meio de um fluxo de informações bidirecionais de materiais, finanças, informações
e fornecimento de matéria prima (POZO, 2015).
Para que esses processos ocorram de forma eficiente, portanto, são necessários a
correlação e o alinhamento dos relacionamentos empresariais junto ao desempenho
dos fornecedores. Para os compradores que possuem uma posição dominante nesse
processo, existe a tendência para a proatividade, com a aproximação, o desenvolvi-
mento e a criação de novos produtos, facilitando todo esse processo de integração
no supply (POZO, 2015). Em suma, na constituição desse processo, é importante
que haja um certo grau de maturidade. Para tanto, algumas barreiras de implantação
devem ser superadas, assim como pontua Pozo (2015):
39
Barreiras de incentivos: ocorre quando os ganhos de produtividade ou até
UNIDADE 1
40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade, trabalhamos os principais fundamentos
que norteiam a conceitualização da Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) ou
Supply Chain Management (SCM). O SCM tem, como propósito, a utilização de
um relacionamento pautado pela confiança e colaboração dos parceiros.
As organizações já puderam perceber, há muito tempo, que, sozinhas, elas po-
dem não ser tão competitivas quanto de maneira integrada, possibilitando, dessa
forma, alcançar melhores resultados corporativos. O caminho para se ter uma
gestão de suprimentos de alta performance é por meio da integração e intermé-
dio de um modelo de negócio pautado nas parcerias colaborativas e estratégicas,
amparado pela tecnologia da informação.
Tal modelo colaborativo entre parceiros deve ser alinhado aos objetivos em
comum, com ampla troca de informações e por meio de um relacionamento de
confiança entre os integrantes, planejando ações a curto, médio e em longo prazo.
Deve, inclusive, alcançar modelos de negócios nos quais as empresas possam se
ajudar. Isso se deve, pois a concorrência entre empresas já não é mais entre pro-
duto da empresa A, com o da empresa B, mas de toda a cadeia de suprimentos
da empresa A com a empresa B.
Dessa forma, estimado(a) aluno(a), você estará alinhado com as boas práticas
logísticas e poderá constar, nestas unidades, a importância da cadeia de suprimen-
tos no desenvolvimento de uma logística de alta performance. Assim, é fundamen-
tal que você se aprofunde em relação a esses conceitos e busque o entendimento
prático, para que não seja um profissional apenas com conhecimentos empíricos,
mas científicos e pautados em estudos e práticas já utilizadas por empresas que
conseguiram implantar um modelo de alto desempenho, gerando, para os seus
clientes, o melhor custo e benefício acerca de um determinado produto.
Bons estudos!
41
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III, IV e V.
42
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II, e III.
43
na prática
44
aprimore-se
MERCADO GLOBAL
Na forma como os países têm se integrado com o mercado globalizado, muitos de-
safios surgem para os gestores de logística, assim como novos problemas em ter-
mos logísticos começam a surgir.
No Brasil, por exemplo, os empresários que exportam os seus produtos, como
o aço e os grãos, sofrem com os elevados custos e com a falta de infraestrutura
adequada para tornar o processo mais eficiente, pois a estrutura portuária é muito
deficiente em nosso país, o que gera inúmeros transtornos tanto na ancoragem dos
navios quanto nas longas filas de carretas e caminhões, que ficam um longo tempo
parados à espera pela sua vez para desembarcar os produtos.
Toda essa situação acaba por gerar o que conhecemos no meio logístico como
“Custo Brasil”. Em outras palavras, para perdas que são geradas em razão da falta
de infraestrutura adequada para o escoamento dos produtos ou até mesmo no re-
cebimento, podem-se destacar as rodovias sucateadas, considerando que boa parte
dos transportes é feito por meio do modal rodoviário, a falta de armazéns e silos, e
outras perdas decorrentes de operações mal executadas.
No Brasil, ainda temos uma ampla extensão geográfica por onde são escoados
e distribuídos os produtos entre os parceiros, gerando inúmeros desafios ao consi-
derar a infraestrutura precária e defasada em muitas regiões Brasil afora. No que
tange aos problemas relacionados ao mundo globalizado, em termos logísticos, ain-
da temos que lidar com o problema de escassez de contêineres e o terrorismo. No
âmbito dos contêineres, eles saem do Brasil muito mais do que entram, gerando,
dessa forma, a falta de contêineres no mercado.
Em relação ao terrorismo, o mundo nunca mais foi o mesmo após os episódios ocor-
ridos nos Estados Unidos em 11 de Setembro de 2001. Assim, são muitos os desafios
em termos de segurança tanto na entrada quanto na saída de produtos dos países.
Para finalizar, espero que você, aluno(a), saiba que, além dos limites que a em-
presa tem controle, existem inúmeros outros fatores que precisam ser analisados
para se tomar uma decisão acertada na cadeia de suprimentos. Tudo isso para não
ficar na superficialidade do ambiente interno da empresa.
Fonte: o autor.
45
eu recomendo!
livro
46
2
TECNOLOGIAS NA CADEIA
DE SUPRIMENTOS
PROFESSOR
Me. Adriano Aparecido de Oliveira
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: Tecnologia da informação na
cadeia de suprimentos • Tecnologias de apoio • Gestão colaborativa em TI • Comércio eletrônico.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender a importância da tecnologia da informação • Entender o funcionamento das tecnologias
de apoio • Entender como funciona a gestão colaborativa em TI • Conhecer os desafios do e-commerce.
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
INFORMAÇÃO
na cadeia de suprimentos
49
Com a utilização da tecnologia da informação na Gestão da Cadeia de Su-
UNIDADE 2
50
2
TECNOLOGIAS DE
UNICESUMAR
APOIO
51
A partir de agora, abordaremos cada um dos sistemas e seu funcionamento. No
UNIDADE 2
Satélite
(Rede de Comunicação)
UNICESUMAR
e fornecedor. Um outro aspecto é o controle de estoques: toda vez que o estoque
chega próximo de certo nível mínimo, o sistema, automaticamente, solicita um
pedido de reposição para os fornecedores, sem que haja alguém manipulando o
sistema, ou seja, é tudo automatizado (GOMES; RIBEIRO, 2004).
Dessa forma, o EDI é implantado, geralmente, por duas empresas, amparado
por contrato. Cada uma das partes pode planejar o seu sistema de fluxo de mer-
cadorias de acordo com as necessidades, caracterizando-se como um sistema de
automação.
Para implantar um EDI, são necessárias algumas etapas. De acordo com Go-
mes e Ribeiro (2004), são elas:
■ O EDI deve ficar restrito a empresas que são participantes; logo elas de-
vem formalizar um contrato entre as partes.
■ É preciso definir quais serão os parâmetros a serem utilizados no EDI.
Isso, a fim de que o sistema seja programado para estabelecer a comunica-
ção com os fornecedores de acordo com os parâmetros, tais como prazo,
preços, condições de faturamento etc.
■ O EDI possui campos, cada um com suas especificidades de informação
(imagem, preço, quantidade, código etc). Assim, é necessário definir qual
será o formato para compor o sistema e manter um padrão.
■ É importante escolher a tecnologia de hardware que irá realizar esse tra-
balho. A empresa pode buscar soluções em tecnologias específicas que
devem ser compatíveis com o sistema.
■ É necessário um período de testes. A partir deste momento, o controle
será automatizado de acordo com as necessidades das partes.
■ Com a automatização dos processos operacionais, as empresas podem
concentrar as suas atenções em estratégias competitivas, e não em pro-
cessos operacionais.
Ainda de acordo com Gomes e Ribeiro (2004), com o EDI, as empresas podem:
■ No âmbito da produção: automatizar o processo do produto, o qual será
realizado somente quando um produto for vendido, produzindo somen-
te o que é realmente necessário. Dessa forma, a empresa não precisa ter
estoques elevados, pois o EDI possibilita essa ligação com fornecedores.
■ Just in time: introduzir o conceito de estoque zero e eliminação de desperdícios,
conceitos modernos de gestão que iremos estudar um pouco mais adiante.
53
■ Parcerias de negócios: reforçar o conceito de parceria de negócios, man-
UNIDADE 2
VANTAGENS DESVANTAGENS
UNICESUMAR
O Sistema de Gerenciamento de Pedidos (SGP) integra o contato inicial na etapa
em que o cliente busca o produto. O SGP vai entrar em contato com o sistema
de gerenciamento de armazéns (SGA ou WMS), para verificar a disponibilidade
dos produtos. Isso gera informações sobre a localização do produto ao longo da
cadeia de suprimentos, inclusive, em termos de quantidade e estimativa de en-
trega. Havendo essa possibilidade de disponibilidade do produto, de acordo com
as necessidades dos clientes, o SGP se comunica com o departamento financeiro
da empresa para verificar as questões financeiras (BALLOU, 2006).
1. Entrada
2. Estocagem
3. Gerenciamento dos estoques
4. Pedidos realizados
5. Expedição ou embarque
Todos esses aspectos estão contemplados no WMS ou SGA, muito embora alguns
não estejam presentes em depósitos utilizados, sendo disponíveis somente para arma-
zenamento em longo prazo ou situações que envolvam o alto giro (BALLOU, 2006).
55
A entrada no sistema de gerenciamento de armazéns é o check-in da infor-
UNIDADE 2
UNICESUMAR
sequenciamento e para o volume carregado. No caso de mercadorias do varejo, os
códigos podem já estar fixados, de forma que estão aptos a serem postos nas gôndo-
las ou prateleiras, sem a necessidade de movimentação adicional (BALLOU, 2006).
Gomes e Ribeiro (2004) pontuam que os documentos de transportes podem
ser enviados para as transportadoras, a fim de agilizar o tempo de liberação dos
modais de transportes. Essa integração com as transportadoras possibilita, tam-
bém, a transmissão de dados de recebimento dos produtos pelos clientes, para
que seja possível avaliar o desempenho das transportadoras, bem como rastrear
os pedidos. Diante desses aspectos, o WMS ou SGA busca aumentar a precisão
das informações em relação aos estoques, às velocidades e à qualidade do CD,
aumentando a produtividade de todos os envolvidos nessas atividades.
58
Essa tecnologia permite rastrear a movimentação das mercadorias e con-
UNICESUMAR
trolar o inventário da empresa. No varejo, a RFID possibilita relacionar as
informações dos produtos com os clientes, possibilitando o rastreamento e a
vigilância. Em outras palavras, é possível ter um controle mais completo sobre
os hábitos de consumo dos consumidores.
A RFID possui três componentes básicos: a antena, o leitor e a etiqueta inteli-
gente. Esta última é uma forma de etiqueta com um campo magnético que produz
um sinal de resposta, ou seja, é um componente que transmite informação para
um leitor que interpreta a resposta. A antena é constituída dentro do leitor, sendo
responsável pela recepção do sinal e da transmissão. Existem diversos tamanhos,
os quais podem variar de acordo com a aplicação (GOMES, RIBEIRO, 2004).
Assim, a tecnologia que contempla a RFID possibilita as seguintes vantagens,
de acordo com Gomes e Ribeiro (2004):
■ Simplificar o processo que envolve os negócios.
■ Melhorar as operações de controle e informações.
■ Atualização das informações em tempo real.
■ Leitura de muitos produtos de forma simultânea.
■ Cada produto possui um único código.
■ Alta capacidade de memória.
59
As principais desvantagens estão diretamente ligadas com as questões que en-
UNIDADE 2
Código de Barras
O sistema de códigos de barras pode ser uma excelente aplicação para a área
logística, para que seja possível rastrear e acompanhar um determinado produto
desde a expedição até o recebimento, automatizando o processo (GRANT, 2013).
Os códigos de barras são
eficientes. Desde 1995, eles têm
sido utilizados para facilitar os
processos de identificação, di-
minuir os custos, aumentar a
qualidade e reduzir o tempo de
resposta. A tecnologia é um for-
mato passivo; assim, a empresa deve utilizar uma ferramenta para realizar a
leitura e a identificação do código de barras (GRANT, 2013).
Outra tecnologia vinculada ao código e que tem sido utilizada é o código
de resposta rápida (QR), muito empregado em ambientes Business to Business
(veremos esse termo adiante). O código QR é um código de barras específico,
possui matriz bidimensional e é lido por lei-
toras específicas, como smartphones e outros
equipamentos (GRANT, 2013). Ele consiste
em ser módulos negros que são distribuídos
em um padrão quadrado com fundo bran-
co, os quais podem ser codificados em texto,
URL entre outros (GRANT, 2013).
60
3
GESTÃO
UNICESUMAR
COLABORATIVA
EM TI
61
SCM
UNIDADE 2
explorando Ideias
A SAP é uma empresa alemã que desenvolveu softwares de gestão para as organizações.
Ao longo do tempo, passou a ser uma empresa líder de mercado em soluções colaborativas
para as empresas. Basicamente, ela ajuda as instituições a enfrentarem os desafios e as
complexidades de mercado, além de possibilitar que enxerguem novas oportunidades de
62
inovação e crescimento frente aos concorrentes. Tudo isso, graças aos módulos de software.
UNICESUMAR
Conheça mais acessando o site: https://www.sap.com/brazil/about.html.
Fonte: adaptado de SAP ([2019], on-line)¹.
Planejamento de
recursos empresariais
(ERP)
Planejamento e
Integração Operações
monitoramento
e administração empresariais
empresarial
Relatórios
financeiros
e operacionais
63
o ECR (Efficient Consumer Response – resposta eficiente ao consumidor), alinhado
UNIDADE 2
com a tecnologia de EDI (ver figura 2), tem possibilitado um aumento da eficiência
e melhorado as decisões acerca do marketing e da produção (PIRES, 2016).
Pozo (2015) explica que o ECR é um movimento global baseado na melhoria
contínua entre todos os integrantes da cadeia de suprimentos, sendo um traba-
lho em conjunto para cumprir os objetivos e melhorar o atendimento com mais
velocidade ao menor custo possível. Em vista disso, o ECR é um sistema simples
e eficiente, no qual todos os integrantes da cadeia de suprimentos trabalham em
conjunto para satisfazer as necessidades dos consumidores ao menor custo.
O ECR está baseado em uma lógica de resposta rápida (Quick Response – QR),
uma técnica que não se preocupa apenas com a estratégia relacionada à velocidade de
entrega, mas com um conjunto de fatores que possibilitam um atendimento rápido
e que está dentro de um padrão ligado com a qualidade e o preço (PIRES, 2016).
Pozo (2015) pontua, também, que existem dois pontos de partida para a uti-
lização do ECR:
1. A determinação da demanda de produtos pelos consumidores possui
um papel fundamental nas estratégias. Logo, o foco está na garantia de
melhoria contínua e da plena satisfação dos consumidores em relação aos
produtos e a sua qualidade.
2. Para conseguir a satisfação dos clientes ou consumidores, é necessário
buscar a máxima eficiência na cadeia de suprimentos. Para que isso ocor-
ra, é importante que haja troca de informações precisas e que devem estar
disponíveis no momento necessário. Os sistemas de informação ajudam
nessa troca de informação e na redução dos custos, substituindo os do-
cumentos em papel.
Pires (2016) explica que, no ECR, um dos aspectos mais marcantes é quando
os varejistas gerenciam os produtos em suas lojas por categorias. Consequen-
temente, conseguem controlar a sua lucratividade e o giro de estoque de cada
categoria. No modelo tradicional de ECR, esse gerenciamento dos estoques era
executado por fornecedores. Entretanto, recentemente, as empresas têm optado
por buscar parcerias com um único fornecedor, o qual depende, obviamente, das
especificidades do negócio da empresa.
Dessa forma, o propósito do ECR é o de garantir o fluxo adequado nas pra-
teleiras dos varejistas. Isso implica, obviamente, em estratégias que possibilitem
64
uma resposta rápida em relação às mudanças da demanda. Uma reposição rápida
UNICESUMAR
e eficiente contribui no sentido de reduzir os custos, por meio da minimização
da quantidade de inventário no sistema (POZO, 2015).
A gestão de ressuprimentos e da reposição de produtos pode conter algumas
barreiras. Para superá-las, as tecnologias são importantes para se utilizar um sistema
de gerenciamento de suprimentos e reposição, conforme mostra a Fgura 6:
Categoria de Reposição do
Gerenciamento Produto
Compras Logística e Varejistas
e Gestão de
Mercados Materiais
Barreiras
entre os
parceiros
Vendas Produção
e e
Propaganda Distribuição Fabricantes
65
UNIDADE 2
pensando juntos
Mais qualidade representa mais custos logísticos. Logo, tem-se uma situação de Trade
Off na qual o gestor deverá tomar uma decisão em razão de outra e buscar um equilíbrio
entre qualidade e custo.
66
Antes (normal) Depois (com EDI)
UNICESUMAR
Espera para descarga 52 minutos 12 minutos
Quadro 2 – Comparativo entre o EDI e o processo normal / Fonte: Pozo (2015, p. 148).
Como pôde ser visto no Quadro 2, o ECR aplicado junto ao EDI possibilitou a
redução dos custos e melhorou o atendimento do cliente, o que viabiliza trabalhar
com preços mais competitivos no mercado.
e isso tem feito que as empresas utilizem a tecnologia para conhecê-los mais
de perto, por meio das reclamações, informações, sugestões ou outras informa-
ções relevantes. Na verdade, é um tipo de atendimento personalizado no qual o
cliente terá um atendimento individualizado, o que impõe desafios no Supply
Chain. Dessa maneira, a tecnologia da informação tem sido um forte parceiro
desse programa, que visa o máximo de satisfação por parte dos clientes. Com
sistemas alimentados com informações dos clientes e bancos de dados, é possível
traçar diferentes estratégias.
Pozo (2015) explica que, para buscar um CRM eficiente, é necessária a união
de toda a empresa. Além disso, é importante o acompanhamento dos processos,
para que as possíveis falhas sejam identificadas em tempo real. Assim, é possí-
vel a integração com o ERP, inclusive, com fornecedores ao longo da cadeia de
suprimentos, juntos em um único programa, mesmo sem considerar o CRM
como um programa.
Dessa forma, na cadeia de suprimentos, é importante selecionar os clientes
que a empresa pretende atingir, para não ter gastos desnecessários com clientes
com pouca potência, ou seja, que não geram retornos satisfatórios para a empresa.
Portanto, é por meio de um contato mais próximo com o cliente que a empresa
conseguirá entender as suas necessidades e, junto com a cadeia de suprimentos,
traçará um planejamento adequado e que atenda ao propósito do negócio.
68
4
COMÉRCIO
UNICESUMAR
ELETRÔNICO
69
UNIDADE 2
Tipo Descrição
70
Tipo Descrição
UNICESUMAR
Comércio entre pessoas físicas, realizado, normalmente,
Consumer to
pela Internet, mediante a intermediação de um portal,
consumer (C2C)
como o Mercado Livre.
40 35,8
28,8 80%
30
22,5 60%
20 18,7
26% 28% 24% 40%
10 20% 15%
7,4% 20%
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Financeiro Variação
Desse modo, caro(a) aluno(a), é possível afirmar que o volume de produtos co-
mercializados por meio da Internet é tão grande, que muitas lojas, se pudessem
optar entre uma loja física e uma virtual, sem dúvidas, ficariam somente com a
virtual, o que acaba trazendo alguns desafios para os gestores logísticos, tais como:
71
UNIDADE 2
72
e, depois, encaminham para um varejista, ou seja, para as lojas físicas. Nesse
UNICESUMAR
caso, muitas vezes, os produtos saem em grandes lotes ou em carga fechada
e isso, de certa forma, facilita o planejamento, pois é muito mais fácil realizar
o planejamento já considerando, de forma antecipada, as características e as
especificidades dos produtos que serão movimentados. Nessa situação, assim
que o produto sai de dentro da loja, a empresa não tem mais responsabilidade
no que tange à movimentação.
No caso do e-commerce, as indústrias, após produzirem o produto, transfe-
rem-no para um centro de distribuição. A partir desse momento, começa a se
tornar algo complexo, dado que os consumidores compram os produtos de forma
fracionada, e, dessa maneira, as empresas precisam organizar as cargas, conside-
rando-as especificadas, para otimizar a distribuição e não desperdiçar espaços.
Além disso, o Brasil conta com uma infraestrutura defasada, o que gera muitos
outros desafios, pois, dependendo da região do país, as entregas podem demorar
até 10 dias úteis. O oposto acontece nos Estados Unidos, uma vez quemuitas
empresas já conseguem, apesar da grande extensão territorial, entregar as mer-
cadorias no mesmo dia ou em D+1.
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 2
74
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
75
na prática
76
aprimore-se
Caro(a) aluno(a), espero que você tenha em mente que sempre será possível buscar me-
lhores resultados, aumentando a eficiência e a eficácia na cadeia de suprimentos, com
a utilização de diferentes ferramentas que a tecnologia da informação tem a oferecer.
Um dos grandes desafios na cadeia de suprimentos é o acompanhamento de um
produto, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, a fim de que a empre-
sa tenha um maior controle e consiga, consequentemente, reduzir os seus custos
logísticos. Desse modo, a tecnologia da informação possui um papel fundamental
para que não haja desencontro de informações e ajude a empresa, no que tange a
algumas decisões importantes, como analisar os investimentos necessários, definir
os volumes de estoques e a localização dos centros de distribuição, diminuir os cus-
tos logísticos e buscar uma proximidade maior com os fornecedores, por exemplo.
As organizações, por meio da tecnologia da informação, conseguem, ainda, con-
trolar as ações sobre os departamentos de finanças, marketing, recursos humanos,
comercial e operacional, relacionando-os por meio da tecnologia. Tal tecnologia
transformou as operações nas empresas, mudando as suas atuações em seus mer-
cados, facilitando a integração com fornecedores, clientes e parceiros. Por meio da
tecnologia da informação, é possível, também, analisar o desempenho dos fornece-
dores e identificar os gargalos ou problemas existentes na estrutura logística, para
avaliar e potencializar os resultados. Por exemplo, hoje, as empresas já conseguem
realizar um envio totalmente computadorizado e rastrear os produtos, em função
da integração do ERP com o CRM, o que facilita a visualização das informações na
cadeia de suprimentos.
77
aprimore-se
Há, ainda, a tecnologia de RFID (rádio frequência), que é um sistema que ajuda
a acompanhar a movimentação dos produtos por meio de um chip colocado na
embalagem do produto. As empresas também estão presentes nas mídias sociais
(facebook, twitter e outros), facilitando a interação com os clientes e tornando a co-
municação muito mais ágil e eficiente.
Desse jeito, caro(a) aluno(a), a tecnologia é um caminho sem volta e as empresas
que querem ser competitivas precisam buscar e alinhar as suas estratégias com a
tecnologia da informação. Não só, mas devem estar atentas aos hábitos dos consu-
midores, a fim de se adequarem às mudanças de comportamento, utilizando, por
exemplo, as redes enquanto ferramenta estratégica.
Fonte: o autor.
78
eu recomendo!
livro
79
3
PLANEJAMENTO NA
CADEIA DE
SUPRIMENTOS
PROFESSOR MESTRE
Adriano Aparecido de Oliveira
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: Planejamento da cadeia de
suprimentos • Transportes na cadeia de suprimentos • Estratégias de armazenamento e distribuição
• Logística reversa.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender o planejamento na cadeia de suprimentos • Conhecer os principais modais de transportes
• Entender as estratégias de armazenamento e distribuição • Compreender a logística reversa.
INTRODUÇÃO
CADEIA DE
SUPRIMENTOS
82
UNICESUMAR
Ao exemplificar a Figura 1, a empresa observará as suas estratégias por meio de
como ela se encontra no cenário atual, para, então, partir para uma estratégia que
lhe proporcione vantagens competitivas e verificar se tudo o que foi planejado
está sendo executado por meio do controle estratégico.
Basicamente, esse processo que envolve o planejamento estratégico trabalha
com alguns propósitos. De acordo com Grant (2013):
■ Faz que a empresa avalie, de forma contínua, as suas atividades à luz das
tendências do ambiente de negócio.
■ Leva a empresa a determinar quais são os seus pontos fortes, pontos fra-
cos, oportunidades e ameaças.
■ Exige que a empresa elabore as suas estratégia de acordo com o cenário
em que ela atua.
■ Estimula a empresa a buscar vantagens competitivas.
Forças Fraquezas
Fonte Fonte
Missão
Forças Oportunidades
internas externas
Estratégia
Fraquezas Ameaças
internas externas
Vantagem
competitiva
UNICESUMAR
■ Planejamento tático em médio prazo.
■ Planejamento operacional em curto prazo.
Nível estratégico
Área da decisão
Estratégica Tática Operacional
Quantidade, área
Localização das e localização de
instalações armazéns, plan-
tas e terminais
Leasing de
Seleção de Roteamento,
Transporte equipamento
modal despacho
periódico
Regras de
Padrões de pro- priorização Preparação de
Serviço aos clientes
cedimentos dos pedidos remessas
de clientes
Escolhas
Seleção do ma- de espaços Separação
terial de desloca- sazonais e de pedidos e
Armazenagem
mento, leiaute da utilização reposição de
instalação de espaços estoques
privados
85
Nível estratégico
UNIDADE 3
Área da decisão
Estratégica Tática Operacional
Contratação
Desenvolvimen-
seleção de Liberação de pe-
to de relações
Compra fornecedo- didos e apressar
fornecedor-com-
res, compras compras
prador
antecipadas
ESTRATÉGIAS BÁSICAS
É fato: as estratégias não podem ser entendidas como uma fórmula mágica que se aplica
a todas as cadeias de suprimentos da mesma maneira. É necessário considerar que todas
as empresas possuem as suas especificidades. Diante do diagnóstico estratégico, conside-
rando o ambiente no qual a empresa está inserida, serão elaboradas as estratégias corpo-
rativas da empresa, de acordo com a sua cadeia de suprimentos e o relacionamento com
os integrantes ou parceiros. Assim, Gonçalves (2013) cita algumas estratégias genéricas:
Distribuição especializada: o foco ou propósito está no nível de serviço. Isso
significa que o cliente tem uma expectativa, por exemplo, em relação ao recebi-
mento do produto (indústria ou cliente final), tempo de entrega, acompanhamen-
to, qualidade de atendimento e entre outros. Assim, é necessário considerar o nível
de serviço prestado para cada cliente individualmente, além de prezar, é claro, o
seu grau de importância na cadeia de suprimentos. É necessário observar, ainda,
que nem todos os produtos devem possuir o mesmo nível de serviço aos clientes.
É uma situação estratégica no planejamento logístico, pois o nível de cliente, de
produto, das características das vendas e entre outros, indicarão a conveniência
necessária, em termos estratégicos, para a distribuição de cada linha de produtos.
Adiamento: este tipo de estratégia é baseado no conceito de economia de
energia. Em outras palavras, para reduzir os custos e aumentar a eficiência no
processo, só se produz ou se movimenta um determinado produto quando real-
mente for algo que não se pode esperar ou deixar para depois.
86
UNICESUMAR
explorando Ideias
toques se referem à forma com que eles serão gerenciados. É uma decisão
que envolve trade-off. É possível empurrar os estoques ou, simplesmente,
puxá-los para o local de armazenamento, de acordo com as estratégias da
empresa. A estratégia a ser utilizada pela cadeia de suprimentos influenciará
diretamente na localização das instalações e, em função disso, deverá ser
considerada na estratégia logística (BALLOU, 2006).
Serviços ao cliente: os serviços aos clientes, em seu sentido mais genérico,
contemplam a rapidez, a agilidade e a precisão no processamento dos pedidos.
À medida que os serviços são melhorados, os custos também aumentam, o que
gera uma situação de trade-off, especialmente quando esse nível já estiver em
um nível de serviço alto.
Grant (2013) ainda pontua outras estratégias, tais como:
Sistemas de informação: a maneira ou a forma como a empresa utiliza a
tecnologia da informação aplicada à GCS.
Desenvolvimento de fornecedores e relacionamento entre fornecedores
e empresa: como serão as estratégias de relacionamento e o nível de confiança en-
tre as partes. Esse relacionamento deve ser pautado na questão dos valores éticos.
Equipamentos: quais serão os equipamentos e recursos que a empresa uti-
lizará na execução das suas atividades.
A questão da aplicação da estratégia pode ir muito mais além, mas dependerá das
características da empresa ou do negócio. Não temos a intenção de esgotar todas as
vertentes e, em função disso, você, aluno(a), deverá pensar e refletir: o que você quer
para o futuro da sua empresa? Qual é o caminho a ser percorrido? Quais serão as metas
e objetivos? Quais são as atividades a serem executadas a curto, médio e a longo prazo
e em quais áreas da empresa? Isso se deve, pois as possibilidades são muitas, como a
atribuição do foco no relacionamento com clientes, redução de custos e automatização
dos processos e estoques, por exemplo. Enfim, são muitas as vertentes que podem ser
trabalhadas na cadeia de suprimentos no âmbito do planejamento estratégico.
pensando juntos
88
2
TRANSPORTES NA
UNICESUMAR
CADEIA DE
SUPRIMENTOS
Público
Governo
Transportadora Destinatário
Embarcador
e agentes (Recebedor)
Internet
UNICESUMAR
empresas. Além disso, as transportadoras possuem, normalmente, toda uma expertise
no setor, reduzindo os custos acerca da mão de obra dispensada nesses serviços.
Governo: tem interesse nos transportes, devido a sua importância criativa
na economia de um país. Basta perceber que, recentemente, o governo teve de
intervir no Brasil, pois houve a paralisação dos caminhoneiros, o que afetou toda
a cadeia de abastecimento, além da própria economia do país. Dessa forma, o
governo almeja que o transporte esteja estável e, ao mesmo tempo, eficiente, para
apoiar o crescimento econômico.
Internet: os recentes avanços no setor de transportes, em termos de eficiência,
tempo e acompanhamento da carga, são frutos dos avanços da tecnologia da infor-
mação, que, por meio da Internet, elevou as nossas expectativas a outro patamar de
exigência. A Internet mudou a forma com que as transportadoras se comunicam,
pois já existe a possibilidade de troca de informações entre empresa e cliente em
tempo real. Além disso, a troca de informações colaborou no sentido de facilitar a
coordenação da capacidade de carga da transportadora com os carregamentos dis-
poníveis. Não só, mas facilitou a existência de um controle maior sobre a compra
de combustíveis, equipamentos, peças e suprimentos. Com a Internet, é possível
agregar valor aos processos e, como você pôde perceber, ao comprar um novo
smartphone de uma rede de varejo pela Internet, por exemplo,você conseguirá
acompanhar toda a evolução do processo desde o pagamento até o exato momento
da entrega em sua residência. Isso é simplesmente fantástico, não?
Público: o último participante desse processo, talvez, seja o mais importante, afinal,
as empresas existem, porque há pessoas dispostas a comprar um determinado produto.
Por isso, esse participante deve receber atenção especial no que tange a alguns requisitos:
acessibilidade, custos do transporte, padrões de segurança e ambientais. O transporte
começa a partir da iniciativa do público, que cria indiretamente a demanda de transpor-
tes ao comprar um produto. A partir disso, o sujeito tem interesse na maior eficiência
possível nesse processo, em termos de custos, tempo, segurança e entre outros.
Estrutura de transportes: há, ainda, um fator fundamental a ser analisado,
que é a matriz de transporte, ou seja, toda a infraestrutura necessária para uti-
lizar determinado modal em razão de outro. No Brasil, é sabível a existência de
uma infraestrutura deficitária e que privilegia o modal rodoviário, mesmo que,
muitas vezes, seja realizado sem qualidade. Por conseguinte, é necessário realizar
esse tipo de análise de forma apurada, para decidir sobre a utilização, ou não, do
modal. Veremos um pouco mais sobre essas opções de modais a seguir.
91
Modais de transporte na cadeia de suprimentos
UNIDADE 3
Existem cinco opções básicas de transportes aos usuários. Assim, é possível uti-
lizar um sistema conhecido como multimodal (um único documento de trans-
porte) ou intermodal, o qual substitui o documento de transporte a cada troca
de intermediador de transportes.
Modal ferroviário
Modal rodoviário
No Brasil, esse modal é o mais utilizado, ocupando cerca de 60% das movimen-
tações de produtos. O transporte rodoviário é o mais adequado para transportes
que envolvem o chamado “porta a porta” e para a distribuição de mercadorias em
grandes centros, com um ciclo de 24 horas. Os pontos positivos desse modal, de
acordo com Grant (2013), incluem a alta flexibilidade, períodos de carga e des-
carga menores, tempo de transporte baixo etc. Entretanto, os pontos negativos
envolvem o volume de transporte, que é limitado, os efeitos meteorológicos no
decorrer da viagem, trânsito, impacto ambiental, em razão dos combustíveis, e a
emissão de poluentes.
92
Modal aéreo
UNICESUMAR
Esse modal é relativamente novo, se comparado aos demais. Ele tem crescido
muito nos últimos anos, embora seus custos sejam superiores aos do transporte
ferroviário, por exemplo, ou até 16 vezes mais caro do que o transporte rodoviário.
Todavia, é incomparável em relação ao tempo de transporte, principalmente em
longas distâncias (BALLOU, 2006).
Grant (2013) pontua, inclusive, que esse modal é o mais indicado para produtos
de alto valor. Seus pontos positivos estão relacionados com a frequência, segurança
e transportes de peças leves, com um custo atrativo em termos de benefício. No
entanto, dependendo da especificidade do produto, como a granel, ou em áreas
remotas, torna-se muito caro, além de ser muito mais agressivo ao meio ambiente.
Modal dutoviário
Esse modal tem as suas particularidades, pelo fato de possuir uma limitada gama de
produtos que pode ser utilizada, incluindo o gás natural, óleo, derivados de petróleo
etc. Um fator positivo é que ele se apresenta como uma opção econômica, segura e
ecológica. No Brasil, esse tipo de transporte é, de certa forma, até comum, mas a rede
é bem pequena, se comparada, principalmente, com outros modais de transporte.
Diante do exposto, os modais possuem algumas particularidades que você pre-
cisa compreender para tomar uma decisão correta, assim como veremos a seguir:
93
UNIDADE 3
Dutoviário: custo fixo mais alto de todos (dutos, faixas de domínio, constru-
ção, necessidade de estações de controle e capacidade de bombeamento).
Custo variável mais baixo de todos (não há custo de mão de obra significativo).
Quadro 2 – Estrutura de custos de cada modal / Fonte: Bowersox et al. (2014, p. 210)
Características
Ferroviário Rodoviário Hidroviário Dutoviário Aéreo
operacionais
Velocidade 3 2 4 5 1
Disponibilidade 2 1 4 5 3
Confiabilidade 3 2 4 1 5
Capacidade 2 3 1 5 4
Frequência 4 2 5 1 3
Total 14 10 18 17 16
Tabela 1 – Características operacionais de cada modal / Fonte: Bowersox et al. (2014, p. 210).
94
Assim, os dados apresentados podem ser uma fonte de estudo para a tomada de
UNICESUMAR
decisão acerca do modal mais adequado, considerando as necessidades ao longo
da cadeia de suprimentos e suas especificidades.
Danos e perdas
explorando Ideias
95
Ballou (2006) explica que as cargas atrasadas ou que possuem condições que são
UNIDADE 3
UNICESUMAR
ARMAZENAMENTO
E DISTRIBUIÇÃO
Embora os sistemas logísticos não sejam elaborados, na maioria das vezes, para
manter um estoque elevado e armazenado por longos períodos, existem situações
em que o armazenamento é necessário e justificável em função do custo e do servi-
ço. O armazenamento sempre foi visto como um aspecto importante na estratégia
das empresas. Todavia, ao longo dos últimos anos, em razão da modernização dos
processos de distribuição, esse ciclo de estocagem tem sido menor. Além do mais,
as empresas têm transferido essa responsabilidade para os fornecedores.
Grant (2013) explica que o processo de armazenagem é parte de um sistema
logístico no qual uma empresa ou uma cadeia de suprimentos deverá abrigar
produtos e informar a disposição dos itens que são armazenados. Os armazéns
podem ser utilizados para apoiar as atividades nas instalações da empresa, assim
como para organizar os produtos provenientes de várias unidades de produção e
que são expedidos para um único cliente, dividindo a carga em partes menores.
Bowersox et al. (2014) pontuam que o processo de armazenamento no varejo
passou por muitas mudanças e novas práticas foram adotadas para reduzir o tempo
de permanência dos produtos ou matéria-prima. Por conseguinte, tudo isso se tornou
parte de uma estratégia integrante do conceito de Just In Time (JIT) e da produção
sem estoque. Embora o JIT tenha como objetivo reduzir os estoques e eliminar os
desperdícios, essas estratégias precisam estar dentro de um processo em que haja con-
fiabilidade. Por sua vez, conseguir a eficiência nesse processo, considerando um mer-
cado global como o dos dias de hoje, normalmente, exigirá depósitos bem localizados.
97
Utilizar um estoque de matéria-prima ou de produtos em um depósito central
UNIDADE 3
98
Assim, basicamente, a função geral de um armazém poderá ser vista na Fgura 7,
UNICESUMAR
que, de acordo com Grant (2013), contempla as seguintes características:
■ Receber as remessas de estoque de forma organizada. Assim, deve-se con-
ferir a qualidade e a quantidade das remessas eentre outros requisitos, de
acordo com a ordem de compra, para, então, movimentá-las em contêi-
neres ou paletes, a fim de enviá-las a outros locais de utilização. O tipo de
armazenamento dependerá diretamente das especificidades do produto,
do tempo e do espaço disponível.
■ Realizar operações que possibilitem agregar valor aos processos, como o
cross-docking, como veremos a seguir.
Recebimento
Contêiner
ou palete
Contêiner
Recuperação, separação ou palete
de itens, embalagem e
acumulação de pedido de
compra
Montagem
Montagem
99
UNIDADE 3
explorando Ideias
Cross-docking
Os cross-dockingtêm como objetivo combinar produtos de origens diversas. Os varejistas,
por exemplo, recebem produtos para reabastecer os seus estoques de alta rotatividade.
Nesse modelo, é necessário que haja pontualidade por parte de cada fabricante, pois, à
medida que os produtos são recebidos, eles já são, também, separados e despachados
por destinos. Desse modo, o fabricante, que, na maioria das vezes, já sabe a exata quan-
tidade, envia-os separados, na proporção desejada para cada destino. Então, o produto,
após o seu recebimento, é movimentado até chegar a um caminhão dedicado ao destino
de entrega. Para que haja eficiência no processo, é necessário que a operação seja ampa-
rada pela tecnologia da informação. É importante enfatizar que, dessa forma, o produto
não fica em estoque no depósito, pois na proporção em que chega, já é despachado.
Fonte: Bowersox et al. (2014).
100
4
LOGÍSTICA
UNICESUMAR
REVERSA
As atividades relacionadas com a logística reversa estão ligadas aos processos que
envolvem as devoluções, remanufatura e reparo, revenda, reciclagem e disposição
de retorno dos produtos. O gerenciamento das devoluções é projetado para faci-
litar o fluxo reverso de produtos que não foram vendidos ou para receber aqueles
que são retirados do mercado. As instalações de remanufatura são ajustadas para
receber os produtos depois da vida útil, ou seja, os que já foram utilizados, como
o retorno dos pneus, lâmpadas etc.
Basicamente, a logística reversa é a movimentação dos produtos ou merca-
dorias do seu ponto de consumo até o seu retorno à indústria, a fim de que se
realize a remanufatura ou restauração para finalizar adequadamente o produto
já utilizado (GRANT, 2013).
Dessa forma, de acordo com Grant (2013, p. 285), as atividades relacionadas
com a logística reversa contemplam as seguintes atividades:
■ Vigilância (gatekeeping) para triar as mercadorias defeituosas e
injustificadas, devolvidas no ponto de entrada no processo de lo-
gística reversa.
■ Tempos de ciclo de descarte curtos, relacionados a decisões, movi-
mentação e processamento de produtos devolvidos, para evitar o
envelhecimento do produto em situações de devolução.
■ Sistemas de informação de logística inversos para rastrear as devoluções
e medir os tempos de ciclo de descarte e desempenho do fabricante
adequadamente. 101
■ Centros de devolução ou instalações de processamento centrais
UNIDADE 3
Assim, Gonçalves (2013) ressalta, também, que a logística reversa tem centrado as
suas ações nos produtos após a sua vida útil, como nas baterias, automóveis, equipa-
mentos eletrônicos etc. Fica cada vez mais claro que as gerações atual e futura não
estão contentes com esse volume de produtos inutilizáveis que são gerados e, inclu-
sive, a legislação mundial, de modo geral, tem caminhado também nesse sentido.
A regra, na logística reversa, deverá, cada vez mais, funcionar da seguinte forma:
quem produz o produto deverá ser o responsável por ele após a sua vida útil. Dessa
forma, o gestor que atuará na cadeia de suprimentos deverá desenvolver estratégias
para se adequar a esse movimento. Muitas empresas já perceberam, há tempos, que
esse “problema” poderá ser convertido em vantagem competitiva, principalmente
no que tange à própria imagem que a instituição transmite perante o mercado.
102
Desse modo, uma série de sugestões tem surgido nesse sentido e a cadeia
UNICESUMAR
de suprimentos deverá se adequar a essa questão que tem se qualificado rapida-
mente e se transformado em critério para entrar em mercados mais exigentes e,
geralmente, de maior poder aquisitivo. Tudo isso não deixa dúvidas de que essa
agenda deverá ser incorporada de forma urgente na GCS, em todos os segmentos
industriais (GONÇALVES, 2013).
Cadeia de
LOGÍSTICA distribuição direta
REVERSA de
pós-consumo LOGÍSTICA
REVERSA de
Consumidor pós-venda
• Reciclagem
industrial
• Desmanche • Seleção/
Bens de
industrial destino
pós-venda
• Reúso • Consolidação
• Consolidação • Coletas
• Coletas Bens de
pós-consumo
Assim como fora exposto, cada vez mais, os consumidores estão preocupados
com a prática da logística reversa, pois a inutilização dos produtos e o descarte
inadequado tem causado muitos problemas ambientais para a sociedade. Por
conseguinte, tudo isso contribui para que a logística reversa seja, de fato, imple-
mentada nas empresas, exigindo que elas se comprometam a resolver tais pro-
blemas para defender a sua perenidade econômica, a sua imagem corporativa e
o meio ambiente. Portanto, você, aluno(a), enquanto gestor de logística, deverá
elaborar um plano ao longo da cadeia de suprimentos para se adequar às boas
práticas e se sobressair nesse mercado (POZO, 2015).
103
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 3
104
na prática
1. A criação da estratégia corporativa se inicia com uma definição muito clara dos ob-
jetivos da empresa. É indispensável um entendimento geral de quais são as metas
mais importantes – realização de lucros, retorno do investimento, participação no
mercado ou crescimento. Assim, a estratégia perpassa pela análise de SWOT (BAL-
LOU, 2006). Considerando o foco de concentração das variáveis da análise de SWOT
na realização de um diagnóstico estratégico, avalie os itens a seguir:
I - Pontos Fracos.
II - Pontos Fortes.
III - Oportunidades.
IV - Ameaças.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
105
na prática
a) Rodoviário.
b) Ferroviário.
c) Marítimo.
d) Dutoviário.
e) Aéreo.
4. Os cinco modais básicos de transportes oferecem serviços diretos aos usuários. Isso
ocorre em contraposição à utilização do “intermediador do transporte”, por exemplo,
o despachante de cargas, que vende serviços de transporte. mas. normalmente.
tem pouca ou nenhuma capacidade de movimentação direta. O serviço de modal
exclusivo também faz contraste com aqueles que envolvem dois ou mais modais
independentes de transporte (BALLOU, 2006).
a) Rodoviário.
b) Ferroviário.
c) Marítimo.
d) Dutoviário.
e) Aéreo.
5. O mundo está cada vez mais preocupado com as ações do homem quanto a utilização
dos recursos naturais. Tal preocupação perpassa, também, pela responsabilidade que as
empresas devem dar aos produtos depois de utilizados pelo cliente, ou seja, no final do
seu ciclo de vida.
a) Logística ambiental.
b) Logística reversa.
c) Logística ética.
d) Logística natural.
e) Logística rural.
106
aprimore-se
107
aprimore-se
108
eu recomendo!
livro
109
4
SUPRIMENTOS
PROFESSOR
Me. Adriano Aparecido de Oliveira
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Decisões de compras • Just in
time • Indicadores de desempenho na cadeia de suprimentos • Riscos e sustentabilidade.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender o processo de decisão de compras • Trabalhar os conceitos de Just in Time • Estudar os
indicadores de desempenho • Entender os riscos e a sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
COMPRAS
Em toda empresa, seja atacadista ou varejista, sempre haverá uma área que envolve
as operações de suprimentos, ou seja, as compras. Há um tempo, essa função era
executada por cargos administrativos, cuja responsabilidade era garantir a repo-
sição do produto ou matéria-prima de acordo com os níveis de estoques e com as
necessidades da empresa. Basicamente, esse departamento tinha uma carteira de
fornecedores para a qual a empresa enviava uma lista com orçamentos e o papel
do setor de compras se limitava a executar a compra da matéria-prima desejada
ao menor preço possível, nas quantidades e com as especificidades necessárias.
No entanto, essa visão tradicional da área de compras tem sido mudada ao lon-
go dos anos e o foco passou a concentrar as suas ações no custo e no relacionamento
entre a empresa e os seus fornecedores, na tentativa de utilizar estratégias em con-
junto para proporcionar a melhor experiência ao longo da cadeia de suprimentos.
Objetivo de compras
112
empresa esteja amparada estrategicamente por ações em conjunto com as áreas
UNICESUMAR
de marketing e de produção, com o apoio dos fornecedores. O objetivo principal,
com essa nova postura, é o de garantir o fornecimento contínuo e com o foco na
minimização dos estoques, na qualidade do relacionamento com fornecedores,
no acesso às novas tecnologias e no menor custo possível. Assim, de acordo com
Bowersox et al. (2014), são aspectos que contemplam a área de compras:
Fornecimento contínuo: a falta de matéria ou de peças pode fazer que a em-
presa tenha que parar o processo produtivo, cujos resultados são custos inespe-
rados para a empresa. O tempo parado eleva os custos operacionais e pode fazer
que a empresa não consiga fornecer os produtos aos clientes, conforme prometi-
do. Imagine uma linha de montagem de um automóvel: todos os produtos estão
montados na linha de produção, mas apenas se espera a chegada dos pneus para
continuar o processo. Por esse motivo, o objetivo de compra é assegurar que haja
um fornecimento contínuo nas operações da empresa ao menor estoque possível.
Minimização dos investimentos em estoques: no passado, as empresas utili-
zavam um alto volume de estoque para amortecer a demanda. Todavia, as instituições
têm percebido que o estoque parado é dispendioso e requer grandes investimentos
em capital parado. Por causa disso, um dos objetivos de compras é o de assegurar a
continuidade dos suprimentos com o menor volume de estoque possível. Contudo,
esse tipo de ação exigirá que o gestor de logística tenha a capacidade de comparar
os custos de mantimento dos materiais em estoques e a interrupção na produção,
em caso de falta de estoques. O melhor dos cenários, nesse caso, é, evidentemente,
fazer que os materiais cheguem no exato momento em que estão programados para
serem utilizados no processo industrial ou, em outras palavras, Just In Time.
Melhoria em qualidade: o setor de compras deve ser crítico, no que tange aos
aspectos que envolvem a qualidade, afinal, isso depende diretamente da qualidade
da matéria-prima utilizada. Se forem utilizados componentes de baixa qualidade,
o produto, provavelmente, será de baixa qualidade. Dessa forma, tanto a empresa
quanto os seus fornecedores devem estar comprometidos com a procedência da
matéria-prima, para que haja uma melhoria contínua em todo o processo.
Desenvolvimento de fornecedores: o relacionamento com fornecedores
deixou de ser compreendido simplesmente como um contrato de compra e venda
há muito tempo. Atualmente, os fornecedores têm trabalhado em conjunto com
a empresa para garantir a melhoria contínua. Assim, é fundamental o desenvol-
vimento de relacionamentos próximos com os fornecedores da empresa, com o
objetivo de compartilhar informações e recursos, para melhorar os resultados de
113
ambos. Por exemplo, uma indústria pode compartilhar o seu plano de produção
UNIDADE 4
Atividades de compras
UNICESUMAR
pectos que envolvem prazo, preço, condições de pagamentos etc. Essas são respon-
sabilidades que um gestor de suprimentos deve conhecer no processo operacional
interno e externo para o sucesso da empresa na cadeia de suprimentos (POZO,
2015). Diante disso, no procedimento que envolve a área de compras, algumas
atividades podem ser listadas como genéricas, pois podem variar de empresa para
empresa, dependendo do seu segmento, tamanho, estrutura etc.
Tais atividades são listadas a seguir, de acordo com Pozo (2015, p. 79):
INFORMAÇÃO BÁSICA:
■ Controle e registro de fornecedores.
■ Controle e registro de compras.
■ Controle e registro de preço.
■ Controle e registro de especificações.
■ Controle e registro de estoques.
■ Controle e registro de consumo.
■ Controle e registro de catálogos.
■ Controle e registro de econômicos.
PESQUISA DE SUPRIMENTOS
■ Estudo de mercado.
■ Especificações de materiais.
■ Análise de custos.
■ Análise financeira.
■ Desenvolvimento de novos fornecedores.
■ Desenvolvimento de novos materiais.
■ Qualificação de fornecedores.
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
■ Garantir o atendimento das requisições.
■ Realizar a manutenção de estoques.
■ Evitar o excesso de estoques.
■ Melhorar o giro de estoques.
■ Garantir a transferência de materiais.
■ Padronizar as embalagens.
■ Elaborar relatórios.
115
SISTEMA DE AQUISIÇÃO
UNIDADE 4
■ Negociar contratos.
■ Efetivar as compras.
■ Analisar cotações.
■ Analisar requisições.
■ Analisar as condições dos contratos.
■ Verificar o recebimento dos materiais.
■ Conferir a fatura de compra.
■ Contatar vendedores.
■ Negociar a redução de preços.
■ Relacionamento interdepartamental.
Além dessas atividades, ainda existe a possibilidade de outras, as quais são resol-
vidas em conjunto com as demais áreas da empresa.
116
UNICESUMAR
Desenvolvimento de fornecedores: existem situações em que a empresa
precisa do fornecedor. Entretanto, quando tal fornecedor não possui os requi-
sitos necessários, será necessário que a empresa o ajude a desenvolver as suas
capacidades. Isso significa que a instituição, nesse caso, na figura do cliente,
deve investir na melhoria dos processos e no desenvolvimento dos possíveis
fornecedores. Assim sendo, esse processo é necessário quando:
■ A empresa deseja um produto único e exclusivo.
■ A empresa quer um produto ou uma matéria-prima mais barata.
■ A empresa não quer depender exclusivamente de um único fornecedor.
■ O fornecedor atual não tem condições de atender toda a demanda.
■ A empresa não está satisfeita com o fornecedor atual.
117
relações e o desempenho de forma regular. Dessa forma, deverão ser elaborados
UNIDADE 4
explorando Ideias
118
Entradas: contratos assinados, pareceres sobre o processo de
UNICESUMAR
compra, assessoria jurídica.
Jurídico
Saídas: solicitações de pareceres, informações de campo sobre
fornecedores.
Informática
Saídas: informações sobre fornecedores, cópias de solicitações de
compras, cópia de contratos de fornecimento de serviços.
119
2 JUST IN TIME
UNIDADE 4
(JIT)
É fato: o sistema Just in Time possui muito prestígio no mundo dos negócios
pela economia proporcionada por essa metodologia, que não se trata de um
processo simples.
No JIT, o conceito é baseado na resposta rápida entre as várias atividades nos
canais de suprimentos. No canal de suprimentos, as necessidades de produção
no processo operacional representam as demandas a serem atendidas. Um gestor
de logística pode atender às demandas da linha de produção de duas maneiras:
na primeira, elas podem ser programadas para estar disponíveis no exato mo-
mento em que são necessárias para o processo produtivo; já na segunda opção,
os estoques são contemplados, ou seja, as necessidades da linha de produção são
atendidas a partir de um estoque da empresa. Todavia, várias são as empresas que
utilizam essas duas técnicas ao mesmo tempo (BALLOU, 2006).
Dessa forma, quando se fala na primeira opção mencionada, na qual se mantém o
estoque em zero, falamos da programação que envolve o Just in Time (JIT). Ela é uma
filosofia operacional que representa uma alternativa para estoques, na qual são disponi-
bilizados os produtos certos, no lugar certo e no tempo certo. É uma metodologia para
gerenciar o canal de suprimentos, com o objetivo de eliminar desperdícios e os gargalos.
De acordo com Ballou (2006, p. 344), “a programação just in time pode ser
definida como uma filosofia de planejamento em que todo o canal de suprimen-
tos é sincronizado para reagir às necessidades das operações dos clientes”. Suas
características principais são:
120
■ Relações privilegiadas com poucos fornecedores e transportadores.
UNICESUMAR
■ Informação compartilhada entre compradores e fornecedores.
■ Produção/compra e transporte de mercadorias em pequenas quantidades
são frequentes e se traduzem em níveis mínimos de estoques.
■ Eliminação das incertezas, sempre que possível, ao longo do canal de su-
primentos.
■ Metas de alta qualidade.
Por razões frequentemente óbvias, existem muitas implicações nessa técnica; por
isso, são poucas as empresas que conseguem ter eficiência em tal processo. Para
que seja possível a implementação desse processo na cadeia de suprimentos, será
necessário lidar com fornecedores que possuem alta capacidade, consistência e
qualidade no produto e nos processos, afinal, a matéria-prima ou produto em
processamento irá diretamente para a produção final.
Nesse processo, o desempenho logístico deve ser impecável e transmitir muita
confiança, a fim de que seja possível eliminar os estoques. No JIT, as entregas são
frequentes e em quantidades menores, o que pode exigir modificações no tipo
de transporte de entrada. Ainda, nesse processo, para que o JIT possa, de fato,
funcionar, a cooperação e a colaboração na comunicação ao longo da cadeia de
suprimentos são fundamentaise, é claro, amparado pela tecnologia da informação,
que transmite informações em tempo real ou com atualizações muito frequentes.
O resultado do planejamento adequado, a partir da filosofia JIT, é o desenvolvi-
mento de um fluxo de produtos que são devidamente sincronizados de acordo com
a demanda, ou seja, o setup de produção começa a partir da necessidade do cliente.
Assim, para que você compreenda de forma prática como funciona esse pro-
cesso, imagine a seguinte situação hipotética: em um belo dia, você, aluno(a) da
Unicesumar, acorda com a decisão de comprar um novo veículo. Você vai até a
concessionária de veículos e, lá, para a sua surpresa, não há nenhum carro no
estoque à pronta entrega. Então, você encontra um vendedor em uma mesa com
um computador. Quando você expõe o seu objetivo, o vendedor lhe mostra, na
tela do computador, todas as diferentes opções que a montadora pode lhe ofe-
recer, como cor, modelo, número de portas, enfim, tudo aquilo que você deseja
para o seu novo automóvel. Naturalmente, ao final do processo de compras, você
saberá exatamente qual é o valor de compra. O seu cartão magnético passado no
terminal, ligado ao agente financeiro, demonstrará que o negócio pode ser con-
cluído. Pronto, você já é dono(a) do carro. Contudo, pelo fato de que a concessio-
121
nária não tem o carro, você deseja saber quando poderá recebê-lo. No momento
UNIDADE 4
Legal, né? Parece até ficção científica, mas não é. No Brasil, temos alguns casos
em que o conceito e a filosofia JIT são considerados modelos de sucesso para o
mundo todo, como o consórcio modular Volkswagen, por exemplo, na cidade de
Resende, no Rio de Janeiro.
conecte-se
122
3
INDICADORES DE
UNICESUMAR
DESEMPENHO
na cadeia de suprimentos
123
UNIDADE 4
É fato que todos os negócios precisam estabelecer objetivos realistas e formas para
alcançá-los. Além disso, é importante considerar as suas especificidades de acordo
com o mercado que a empresa está competindo. Para algumas instituições, o mais
importante é a confiabilidade, isto é, as entregas nas datas previstas. Já para outras,
pode ser a velocidade de entrega em resposta a um pedido ou, ainda, a flexibilida-
de de algum tipo de mudança em um produto de linha (MARTINS; ALT, 2009).
Assim sendo, é importante estabelecer indicadores com base em, ao menos, três
124
aspectos: a) o que os clientes desejam; b) o nível de serviço que os clientes recebem,
UNICESUMAR
se comparado com os principais players de mercado; c) como o serviço prestado se
compara ao dos concorrentes direitos e indiretos (MARTINS; ALT, 2009).
Sabendo quais são os objetivos da empresa na cadeia de suprimentos, o pró-
ximo passo é definir metas realistas e que representem o perfil da empresa. Metas
inadequadas só servem para atrapalhar os negócios. Metas fáceis de serem alcan-
çadas também levam a empresa para baixo facilmente (MARTINS; ALT, 2009).
Perspectiva financeira
Como os acionistas nos veem?
Perspectiva das
Perspectiva do cliente operações internas
Como os clientes nos veem? Em que nos devemos destacar?
Conforme pode ser visto na Fgura 2, o BSC trabalha com quatro perspectivas
para compatibilizar os objetivos da empresa com que deve ser realizado, confor-
me detalhado a seguir:
■ Perspectiva financeira: é necessário analisar o negócio do ponto de vista
financeiro. Assim, é importante ter indicadores que possibilitem verificar
se o negócio dá lucro para a empresa.
■ Perspectiva do cliente: é importante analisar o negócio do ponto de vista
do cliente, para verificar o seu grau de satisfação.
■ Perspectiva dos processos internos: é importante analisar os processos internos,
para verificar como se encontra o desempenho da empresa no ambiente interno.
125
■ Perspectiva da aprendizagem e do crescimento organizacional: analisar os
UNIDADE 4
Pires (2016) explica que muitos autores pontuam que o BSC combina bem com
os princípios da GCS. Isso pode ser visualizado no Quadro 3, no qual é possível
identificar como alguns elementos importantes da cadeia de suprimentos (objeti-
vos, benefícios para o cliente final, benefícios financeiros e melhorias) podem ser
medidos por meio das perspectivas do BSC:
Balanced
Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS)
Scorecard (BSC)
Objetivos da GCS
• Redução de desperdícios. Perspectiva dos
• Diminuição dos tempos de atendimento, produção etc. processos de
• Respostas mais flexíveis. negócios.
• Redução dos custos unitários.
Benefícios financeiros
• Altas margens de lucro.
• Melhoria dos fluxos de caixa. Perspectiva financeira.
• Crescimentos das receitas.
• Altos retornos sobre os ativos.
É importante que você, aluno(a), compreenda que o BSC não oferta um con-
junto específico de medidas aplicadas à GCS. Por isso, é preciso adaptá-lo, se
observar a estratégia da empresa, bem como suas características funcionais na
cadeia de suprimentos.
126
4
RISCOS E
UNICESUMAR
SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade
UNICESUMAR
No âmbito da redução de uso, há o envolvimento dos resíduos que devem ter
um direcionamento correto, o aumento da reciclagem e a diminuição da emissão
de gases. Além disso, as empresas já têm diminuído muito a utilização de maté-
rias-primas que causam danos à saúde, ou seja, a eliminação de produtos que são
tóxicos (BOWERSOX et al., 2014).
Dessa forma, as organizações podem criar estratégias ambientais eficientes para
a GCS, como esforços proativos e em colaboração com os participantes, que podem
incluir uma quantidade menor de matérias-primas maléficas à saúde humana, bem
como ampliar a vida útil dos produtos. Ainda no âmbito gerencial, existe, também, o
esforço de colaboração com fornecedores, para que a decisão da localização seja em
conjunto, de forma que venha a favorecer mais o meio ambiente, ou até terceirizar
as operações de produção ou logística, a fim de reduzir os impactos ambientais da
empresa (BOWERSOX et al., 2014).
Nesse sentido, a dimensão ambiental inclui ações, a fim de que seja possível
eliminar a poluição ambiental por meio de produtos e processos produtivos.
Alguns países já começaram a incrementar, por exemplo, critérios de ordem
ambiental nos seus processos de qualificação dos fornecedores, o que torna um
critério qualificador para determinados mercados e clientes (PIRES, 2016).
A cadeia de suprimentos tem sido muito utilizada nos últimos tempos. A
quantidade de gestores que atuam na área cresceu muito nos últimos anos, tanto
no mundo quanto no Brasil: basta visitar alguns periódicos para acessar centenas
de publicações e pesquisas.
Caro(a) aluno(a), é importante que você compreenda que as possíveis es-
tratégias, se analisar o fator ambiental e a sustentabilidade, não são um cus-
to adicional para a empresa. Na verdade, são investimentos tanto na própria
empresa quanto nas gerações futuras e cabe a você ter uma consciência ética
pautada em princípios e valores coletivos.
pensando juntos
Sobre a questão do lucro desenfreado, sempre digo aos meus alunos: o lucro será uma
consequência dos seus esforços, mas não a qualquer custo. Isso inclui, também, uma
consciência ambiental dentro dos preceitos éticos e morais da coletividade.
129
Riscos
UNIDADE 4
130
Segurança: a cadeia de suprimentos tem operado em vias globais, nas quais
UNICESUMAR
exige-se cada vez mais segurança, a fim de proteger a empresa, seus produtos e
sua reputação. As cadeias de suprimentos exigem que os parceiros colaborativos
atuem para minimizar os riscos, em especial, entre fronteiras. Nesse aspecto, a
colaboração é fundamental, pois o contrário poderia expor a cadeia de supri-
mentos e, consequentemente, os consumidores a riscos maiores, o que também
representaria custos maiores.
A realidade é que existem muitos outros riscos envolvidos e isso depende das
especificidades de cada negócio. Por isso, Pires (2016) menciona algumas etapas
para que seja possível identificar os riscos ao longo da cadeia de suprimentos:
1. Identificação: o primeiro passo é identificar os principais riscos envolvi-
dos: pode ser interno, o qual a cadeia de suprimentos possui total controle;
ou externo, o qual não se tem controle sobre a situação.
2. Avaliação: contempla a avaliação da possibilidade do risco impactar sobre
a empresa e suas consequências diretas.
3. Mitigação: são as ações que podem ser implementadas para tratar dos
riscos que foram identificados. Além disso, o risco pode ser transferi-
do para outras empresas, ser reduzido, por meio de ações específicas, ou
compartilhado com outros participantes da cadeia. No entanto, é claro, a
melhor recomendação é evitar o risco, eliminando os aspectos que pos-
sam potencializá-lo.
4. Monitoramento: está relacionado com as ações de supervisão dos riscos
para avaliar as suas consequências diretas e indiretas.
Assim sendo, caríssimo(a) aluno(a), essa discussão dos riscos inerentes à cadeia
de suprimentos tem sido pauta de muitos estudos nos últimos anos. Por isso, é
importante que você saiba identificar e avaliar corretamente os riscos, para que
seja possível tomar uma decisão correta em termos competitivos para a empresa.
Talvez, nessa etapa de avaliação de riscos, seja o momento em que você se depare
com muitos Trade-offs, ou seja, é uma decisão em razão de outra. O fato é: mar
calmo não faz bom marinheiro, assim como diz um velho ditado popular. Por
essa razão, toda e qualquer decisão deve ser avaliada à luz dos riscos envolvidos.
131
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4
132
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II, III.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
133
na prática
a) EDI.
b) MRP.
c) MP.
d) PCP.
e) ANSI.
4. Para acompanhar se a implementação está alinhada com aquilo que foi planejado,
é necessário realizar o controle dos fluxos e da armazenagem de mercadorias,
pois, sem o controle, a empresa ficará à mercê da sorte na gestão dos seus fluxos
logísticos, assumindo riscos desnecessários. Nesse sentido, é necessária a utiliza-
ção de uma ferramenta que possa controlar a performance logística (OLIVEIRA;
PAPPA; ALVES, 2018).
134
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
135
aprimore-se
CONSÓRCIO MODULAR
136
aprimore-se
livro
137
5
SERVIÇOS E
RECOMENDAÇÕES
FINAIS
PROFESSOR MESTRE
Adriano Aparecido de Oliveira
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Serviços ao cliente na cadeia
de suprimentos • Tipos de serviços aos clientes • Níveis de serviços • Supply Chain no Brasil e últimas
providências.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Entender a importância dos serviços na cadeia de suprimentos • Compreender os tipos de serviços
• Trabalhar os níveis de serviços • Estudar a importância do Supply Chain no Brasil.
INTRODUÇÃO
CLIENTE NA CADEIA
de suprimentos
UNICESUMAR
ser visto como maiores custos logísticos. Portanto, como alcançar um excelente
desempenho sem que isso represente mais custos logísticos? Responder a essa
pergunta não é uma tarefa fácil, mas o gestor de logística deverá ter a sensatez na
hora de tomar tais decisões e uma análise aprofundada é necessária para definir
uma estratégia adequada para serviços.
Gonçalves (2013) explica que as expectativas dos clientes, no que tange aos
serviços, podem ser colhidas por meio de pesquisas realizadas por empresas
especializadas em captar as necessidades dos consumidores. O resultado da pes-
quisa ajudará a empresa a entender a manifestação dos clientes e a elaborar um
plano tático e operacional que a ajude a focar em processos que estão diretamente
ligados com as expectativas dos clientes, manifestadas nas pesquisas realizadas.
Um estudo realizado nos Estados Unidos, desenvolvido pela National Eco-
nomic Development Center, permitiu identificar as principais necessidades de
serviços aos clientes, retratadas na Figura 1. Dentro dessa análise, os elementos
importantes para classificar um serviço de alta performance, de acordo com Gon-
çalves (2013), são:
■ Produto ■ Tempo
■ Custo ■ Lugar
■ Quantidade ■ Condições
■ Cliente
Qualidade dos produtos
Suporte ao cliente (18%)
(15%)
Confiabilidade
nas entregas
(18%)
Flexibilidade
nos pedidos
(15%)
Redução no
intervalo de entrega
(17%)
Conhecimento técnico
(17%)
Figura 1 – Desejo dos clientes em termos de serviços logísticos / Fonte: Gonçalves (2013, p. 90).
Assim, cada empresa poderá definir, junto com toda a cadeia de suprimentos,
quais são as principais expectativas, considerando o segmento de atuação, es-
pecificidades do produto, expectativa dos clientes e, consequentemente, as suas
próprias condições de atender à demanda.
141
2
TIPOS DE
UNIDADE 5
SERVIÇOS
aos clientes
142
UNICESUMAR
· Estrutura organizacional voltada para o serviço ao cliente.
· Flexibilidade operacional.
· Status do pedido.
· Rastreamento do pedido.
· Substituição de produtos.
· Definição da embalagem.
· Processamento do faturamento.
Grant (2013) complementa outros elementos que podem ser inseridos nas três
fases, de acordo com a Figura 2, com o objetivo final de garantir a satisfação total
dos clientes:
143
UNIDADE 5
Considerando as três fases do pedido, os serviços aos clientes ainda podem ser
influenciados por diversos fatores, com um amplo leque de alternativas que en-
volvem a disponibilidade, desempenho operacional e a confiabilidade dos ser-
viços, os quais serão explicitados a seguir.
144
3
NÍVEIS DE
UNICESUMAR
SERVIÇOS
Existem alguns atributos esperados nos serviços prestados aos clientes, como o de-
sempenho operacional, a disponibilidade e a confiabilidade de serviços, que são fun-
damentais para que seja possível atender ao nível de serviço desejado pelos clientes.
Disponibilidade
Desempenho operacional
UNICESUMAR
tange ao ciclo de atividades.
A flexibilidade tem relação com a capacidade que a empresa tem em respon-
der as situações que envolvam eventualidade ou até mesmo regimes de exceção,
incomuns ou inesperados, como um pedido com uma quantidade maior do que
fora planejado ou mais rápido do que está previsto.
No aspecto que envolve a recuperação de falhas, embora todo e qualquer
serviço tenha que trabalhar com a perspectiva de um trabalho perfeito, falhas
sempre ocorrerão. Assim, é fundamental contar com um plano de contingência
para lidar com as eventualidades. Um exemplo é um produto que consta no
sistema, mas não no estoque.
Confiabilidade no serviço
pensando juntos
Do que adianta ter um produto perfeito se o serviço prestado não atende as suas
expectativas?
147
4
SUPPLY CHAIN
UNIDADE 5
NO BRASIL E AS
ÚLTIMAS
PROVIDÊNCIAS
O mundo tem passado por muitas mudanças no que diz respeito às práticas
logísticas. No Brasil não tem sido diferente, porquanto fatores como eficiência,
qualidade, disponibilidade, infraestrutura e comunicações já fazem parte de uma
logística contemporânea e moderna (GOMES, 2013).
A abertura comercial e a globalização permitiram que novos mercados fossem
alcançados e isso tem impulsionado a logística internacional, que precisa lidar
com vários aspectos burocráticos, culturais e desafios em torno da infraestrutura.
Por conseguinte, tudo isso tem possibilitado o crescimento e o movimento de
colaboração entre cliente e fornecedor na cadeia de suprimento (GOMES, 2013).
No setor varejista, no Brasil, de acordo com Gomes (2013), a Associação Brasileira
de Supermercados (Abras) já tem utilizado o conceito de resposta rápida ao consumi-
dor (ECR), com o objetivo de reduzir os custos e melhorar a qualidade dos serviços.
Com a entrada de grandes redes varejistas no Brasil, o ECR tem sido uma realidade
para a qual as empresas se dispõem a compartilhar informações, dificuldades e pro-
blemas, para que seja possível que, juntos, melhorem o seu contexto operacional.
Nesse sentido, Pires (2016) cita alguns fatores que influenciam positivamente
a cadeia de suprimentos no Brasil:
■ Estabilidade.
■ Diversificação da economia.
■ Extenso mercado interno.
■ Mão de obra flexível e entre outros.
148
Ainda, segundo o autor, do ponto de vista negativo, também existem alguns fa-
UNICESUMAR
tores importantes a serem destacados:
■ Infraestrutura.
■ Comunicação.
■ Sistema tributário.
■ Localização geográfica no planeta.
■ Mão de obra desqualificada ou a falta dela.
■ Política ambiental, entre outros.
Assim, Pires (2016) faz algumas recomendações, principalmente para que pes-
soas como você, aluno(a), possam entender quais são os desafios e como podem
garantir que a empresa tenha um aumento de faturamento, redução dos custos,
satisfação dos clientes e entre outros. Dessa forma, vale a pena conferir os sete
princípios básicos para a gestão da cadeia de suprimentos:
1- Segmentar os clientes
Boa parte das empresas tem utilizado uma abordagem padrão nas operações de
logística. Essa abordagem tem como objetivo atender toda a base de clientes ou
segmento de forma padrão. Entretanto, a customização dos processos, conside-
rando as individualidades e necessidades dos clientes, pode trazer mais resultados
em termos logísticos.
149
3- Entender o mercado e planejar adequadamente
UNIDADE 5
explorando Ideias
Bowersox et al. (2014) explicam que o S&OP é um processo pelo qual há o compartilha-
mento de informações e a definição de responsabilidades, com o objetivo de desenvolver,
de forma sistemática, um planejamento que seja bom para ambos os lados (empresa-for-
necedor). Para que o S&OP funcione de forma eficiente, é necessário que tenha um supor-
te efetivo da tecnologia da informação, que pode variar de algo simples, desde planilhas de
Excel, a softwares mais sofisticados, pois o que não falta são opções no mercado.
Fonte: Bowersox et al. (2014).
5- Abastecer-se estrategicamente
150
atendimento ao cliente final. No entanto, para que isso seja possível, como já
UNICESUMAR
foi mencionado de forma exaustiva ao longo deste livro, é importante deixar
de lado aquela visão competitiva com os fornecedores, para uma abordagem
com maior de grau maturidade, ou seja, de forma colaborativa com fornece-
dores chave para a empresa.
Dessa forma, caro(a) aluno(a), com essas dicas, você poderá aplicar os concei-
tos de Supply Chain (SP), no sentido de fazer que a empresa tenha muito mais
competitividade e, em relação a logística, alcance os seus objetivos.
151
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
152
na prática
a) I, apenas
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
153
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I, e II, apenas.
d) II, apenas.
e) I, II e III.
3. Imagine a seguinte situação hipotética: uma pessoa acessa um site de uma grande
rede de varejo e faz a compra de um notebook. A empresa processa o pedido e
contrata uma empresa terceirizada de transporte para realizar o envio. No entanto,
o cliente, ao receber o produto, percebe que, no lugar do notebook, há, na verdade,
uma telha duplana, para a sua completa insatisfação. Considerando os níveis de
serviços, assinale a alternativa que representa a falha no processo logístico:
a) Confiabilidade.
b) Velocidade.
c) Disponibilidade.
d) Agilidade.
e) Indisponibilidade.
4. Ronaldo e André, que atuam como gestores de uma grande rede de varejo, deci-
diram que seria necessário entender melhor o comportamento dos clientes para,
então, definir as estratégias na cadeia de suprimentos e, assim, começar a segmentar
a clientela. Sobre a segmentação, assinale a alternativa correta:
154
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
155
aprimore-se
156
aprimore-se
Um abraço!
Fonte: o autor.
157
eu recomendo!
livro
158
conclusão geral
conclusão geral
159
referências
BOWERSOX, D. J. et al. Gestão logística da cadeia de suprimentos. São Paulo: Bookman, 2014.
HANDFIELD, R. et al. Avoid the pitfalls in supply development. Sloan Management Review,
Massachusetts, v. 41, n. 2, 2000.
TURCHI, S. R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
REFERÊNCIAS ON-LINE
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gabarito
161
gabarito
UNIDADE 3
1. E
2. A
3. B
4. A
5. B
UNIDADE 4
1. D
2. E
3. A
4. B
5. A
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1. E
2. E
3. A
4. C
5. E
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