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GESTÃO DE
PESSOAS
PROFESSORA
Me. Angela Ferreira de Lima Pizzaia
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Luciano Santana Pereira
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho Núcleo de Educação a Distância. PIZZAIA, Angela Ferreira de
Lima.
e Thayla Guimarães
Editoração Coaching Aplicado à Gestão de Pessoas.
Angela Ferreira de Lima Pizzaia.
Bruna Stefane Martins Marconato
Design Educacional
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020.
Amanda Peçanha
272 p.
Revisão Textual “Graduação - EaD”.
Nágela Neves da Costa
1. Coaching 2. Gestão 3. Pessoas. EaD. I. Título.
Ilustração
André Azevedo, Bruno Pardinho
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 658.3
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Impresso por:
ISBN 978-65-5615-105-2
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/5976910976816385
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) a esta disciplina! Juntos, faremos uma viagem surpreendente
pelo universo do Coaching, voltado à gestão de RH. Convido você a vir comigo nesta viagem
que contribuirá, significativamente, para o desenvolvimento de seus conhecimentos, habili-
dades e competências. Estes, de forma sistematizada, podem ser empregados, consistente-
mente, na gestão de RH.
Na atualidade, é preciso repensar o RH, suas dinâmicas, atuações e, até mesmo, o próprio
nome RH (recursos humanos). Neste sentido, é preciso perceber que existem abordagens
“modernas”, capazes de atender demandas e alavancar resultados, quando manuseadas de
forma adequada e por profissionais qualificados. Pensar um novo RH, portanto, é pensar
em novas maneiras de gerir pessoas, pois obter resultados extraordinários só será possível
por meio de um time extraordinário, e o Coaching pode ser um método bem adequado
a esta demanda, pois seu foco é alcançar resultados desejados, por meio de uma melhor
performance. Desse modo, ao longo deste livro, você terá a chance de se familiarizar com o
universo do Coaching e compreender como, quando e onde implementar esta metodologia
para atingir resultados.
Na primeira unidade, você terá seu primeiro contato com o Coaching, compreendendo sua
origem, conceito e estrutura. Na segunda unidade, nossa viagem se dará em torno do contexto
organizacional; aqui, você entenderá como um processo de Coaching pode atuar de forma
benéfica, contribuindo para melhorar o desempenho individual e das equipes, e vislumbrará
a importância da atuação de um líder como Coach. Na terceira unidade, a imersão será,
diretamente, nos conhecimentos de RH, isto é, entender o líder como facilitador do desen-
volvimento de pessoas; compreender os principais papéis de um líder e, ainda, o Coaching
como metodologia para o desenvolvimento de carreira. Na quarta unidade, o aprimoramento
de resultados será o foco, por isso, questionaremos, neste momento: como os processos de
Coaching podem ajudar a alavancar resultados? Por fim, na quinta unidade, apresentamos a
você vários kits de ferramentas/técnicas, utilizados em processos de coaching.
Vamos juntos nessa viagem? Confie em mim, se tudo correr bem, ao término desta leitura,
você enxergará um leque de possibilidades que jamais havia passado pela sua mente. Isso
será libertador. A mente é a chave!
ÍCONES
pensando juntos
explorando ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
54
CONCEITOS E COACHING NO
FUNDAMENTOS CONTEXTO DAS
DO COACHING ORGANIZAÇÕES
UNIDADE 03
104 UNIDADE 04
162
COACHING NA COACHING NO
GESTÃO DE APRIMORAMENTO
PESSOAS DE RESULTADOS
UNIDADE 05
210 FECHAMENTO
265
TÉCNICAS E CONCLUSÃO
FERRAMENTAS GERAL
APLICADAS NO
PROCESSO DE
COACHING
1
CONCEITOS E
FUNDAMENTOS
do coaching
PROFESSORA
Me. Angela Ferreira de Lima Pizzaia
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Origens do Coaching • O que é
Coaching • A atuação do Coach • Self 1 e Self 2: Mente Consciente e Mente Inconsciente.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer a história do Coaching, os termos comuns a este contexto e reconhecer a atuação do Coach
como profissional qualificado • Compreender o processo de Coaching com suas abordagens e princípios
direcionadores e entender o papel da aprendizagem neste contexto • Entender o que significa Self 1
e Self 2 e sua relação com o processo de Coaching.
INTRODUÇÃO
DO COACHING
Você já ouviu falar em Coaching? Sabe do que se trata? Já teve contato com
algum profissional da área? Ao longo deste estudo, compreenderemos a origem
do conceito de coach e o diferenciaremos de coaching e coachee, termos, comu-
mente, utilizados por profissionais que atuam como coaches. Está curioso(a)
para conhecer esse universo e saber como tais conhecimentos podem auxiliar
no processo de desenvolvimento de habilidades e competências, ações tão perti-
nentes ao contexto da Gestão de Recursos Humanos? Então, vem comigo, vamos,
juntos, estabelecer contato com a essência do processo de coaching e os termos
a ele relacionados.
O termo Coaching ou o que ele significa não é recente. Alguns estudos in-
dicam que Coaching existe há muitos séculos, desde o tempo do filósofo grego
Sócrates. O termo remete a ação do filósofo de reunir-se com os seus discípulos
para discutir assuntos filosóficos. Esse costume deu origem, mais tarde, ao méto-
do socrático, este contempla o ato do professor conduzir o aluno a um processo de
reflexão e descoberta de valores e, por meio de perguntas e desafios, desenvolver
o seu conhecimento sobre determinada situação. No viés da Grécia Antiga, po-
demos dizer que essa é uma definição da essência do Coaching (CABECEIRO,
2013). Mais do que ensinar, Sócrates auxiliava no processo de aprendizagem, na
busca interna do saber. Acredito, pessoalmente, nesse viés para o processo de
coaching bem-sucedido. Mas vamos lá, há muito a se descobrir sobre a história
do Coaching.
10
Breve História do Coaching
UNICESUMAR
Como vimos, falar em coaching remonta a história dos filósofos, por exemplo,
Sócrates, da Grécia Antiga. Então, evidentemente, não falamos de uma abor-
dagem inédita e moderna. Esta reflexão se faz necessária, pois a compreensão
do processo de coaching deve partir do entendimento da ação do facilitador,
mediador, partner, “treinador” ou coach. Então, como você verá adiante, ao lon-
go deste estudo, essa abordagem, na atualidade, apresenta, simplesmente, outra
roupagem e se estrutura de forma sistêmica e organizada a fim de alavancar e
acelerar resultados a partir do autoconhecimento. Este pode partir da ação de
reconhecer o próprio estado atual, identificar o estado desejado (futuro) e dese-
nhar um percurso (estratégia) eficiente para atingir metas e/ou objetivos pessoais
e/ou profissionais.
Você já ouviu falar em Tim Gallwey? Ele foi aluno da Universidade de Har-
vard, na década de 70, costumava ensinar pessoas a jogar tênis. Certo dia, no fim
de mais uma tarde, lançava as bolas de volta para os alunos de maneira entedian-
te e cansativa. De repente, começou a observar que seus alunos apresentavam
melhora na performance, mesmo sem ele oferecer um grande desafio ou com-
partilhar quaisquer instruções. Foi, neste ponto, que Gallwey percebeu que, no
subconsciente, seus alunos estavam em contato com o próprio potencial.
Gallwey entendeu que, enquanto seus alunos executavam a jogada, seus sub-
conscientes trabalhavam no contexto, ignorado pelos técnicos e treinadores que,
sempre, mantinham o foco nas técnicas e acontecimentos externos, sem se per-
guntar o que, internamente, acontecia com o jogador/aluno. Gallwey chamou
esse evento interno de Jogo Interior. Este jogo pode ser um obstáculo, gerar falta
de concentração, nervosismo, insegurança e autocondenação. Realmente, é um
desafio enfrentar os hábitos da mente que inibem a excelência da performance
(GALLWEY, 2016).
Gallwey, ainda, identificou que as pessoas recebiam “interferência” de um diá-
logo interno, em que refletiam em conversa interna, perguntando-se o que pre-
cisavam lembrar, durante o jogo, e criticavam jogadas não satisfatórias. Gallwey
chamou isso de Self 1. Ao continuar sua observação acerca do comportamento de
seus alunos de tênis, ele identificou, também, que havia momentos de fluxo de alta
performance, este fluxo era alcançado quando se atingia um estado de relaxamento
focado. Nesse momento, o diálogo do Self 1 desaparecia, e o aluno atingia o seu me-
lhor. Esse segundo momento Gallwey chamou de Self 2 (COOK, 2010). Aprofun-
11
daremos estes conceitos, posteriormente. Nos próximos tópicos, compreenderemos
UNIDADE 1
, ,
Figura 1 - Evolução do Coaching / Fonte: autora.
12
O Termo Coach
UNICESUMAR
A palavra coach, no contexto de nosso estudo, leva-nos a reflexões importantes
a respeito do uso correto do termo. Coach é uma palavra inglesa, mas de origem
húngara (kocsi). Kocs é uma cidade na Hungria que, no século XVI, começou a
produzir carruagens, estas foram as primeiras a serem produzidas com suspen-
são feita de molas de aço e, então, tornaram-se as mais cobiçadas da época por
seu conforto. Estas carruagens eram chamadas de kocsi szeker, assim como os
nascidos nesta cidade. Os ingleses entendiam este termo Kocsi como “coach”, por
isso, o primeiro significado da palavra coach é “carruagem”. Vamos continuar essa
viagem em busca da compreensão do termo Coach? Tenho certeza que você se
surpreenderá com a história do termo e sua ligação com o sentido do termo na
atualidade. Então, vamos lá!
Ao longo do tempo, surgiu uma metáfora relacionada à carruagem, interes-
sante por sinal. A função da carruagem era levar as pessoas a distintos e diversos
espaços geográficos, então, o “coach” era a forma como se chamava o tutor que
conduzia outras pessoas pelos diversos campos do conhecimento. Isso é sensa-
cional! Qual sua opinião? Compreendeu o uso da palavra “coach” para se referir
ao tutor? Aliás, você sabe o que era um tutor na antiguidade?
No Egito Antigo, havia a sistemática de se empregar pessoas específicas para
o ensinamento de certas habilidades, tais pessoas eram responsáveis por ensinar
e acompanhar o aprendizado de seu tutelado. Entre os espartanos, a educação
era fruto da preocupação com o aprimoramento das habilidades físicas do indi-
víduo, cada criança era mantida por um tutor a partir dos sete anos de idade. Em
Atenas, o serviço era feito mediante uma cobrança, e cada tipo de conhecimento
era delegado a um tipo de tutor. É interessante relembrarmos que, mesmo ha-
vendo escolas estruturadas na Grécia Antiga, reconhecia-se a necessidade de uma
continuação de aprendizagem de temas e conceitos que não eram abordados na
escola, como podemos ver a seguir:
“
[...] os estudos de filosofia, música, atletismo e poesia desenvolviam-
-se de forma significativa. Entretanto, nas escolas, eram ministrados
apenas ensinos fundamentais, como a leitura, ginástica, música e a
aritmética. Havia, então, a necessidade de continuidade das práticas
educacionais (SOUZA, 2008, p. 20).
13
Conseguiu entender o papel de um tutor? Na atualidade, ainda, utilizamos
UNIDADE 1
esse termo em vários contextos e atribuições, mas, de certa forma, ainda, perdura
a essência do termo.
Vamos continuar nossa “viagem”, discutindo a carruagem e a sua metáfora?
Há relatos de que as famílias bem ricas, em extensas viagens pela Europa, levavam
servos no interior da carruagem com o objetivo de que lessem em voz alta para as
crianças. Dessa forma, as crianças aprendiam o que era necessário. Com o tempo,
esse servo passou a ser chamado de coach também.
Agora, chegamos ao século XIX, aproximadamente, no final da década de
1820. Neste período, os alunos da Universidade de Oxford adotaram a gíria
“coach” para apelidar os professores que lhes auxiliavam nos exames finais. Na
sequência, a própria universidade, também, adotou o termo e passou a chamar
os técnicos das equipes esportivas de coach. Assim, chegamos ao segundo signi-
ficado do termo coach: “técnico”.
E então? Como está sua compreensão a respeito da origem do termo coach?
Há relação com o tutor? Percebeu porque foi necessário conhecer a metáfora da
carruagem e a origem da palavra em húngaro? Em relação ao termo traduzido
como técnico, você acha coerente? Sobre essa tradução falaremos posteriormente.
Lembra-se de que deve concatenar as ideias, fazendo uma relação entre elas? O
que vimos, até agora, faz sentido para você?
Tudo, em nossa vida, deve ser compreendido com profundidade. Quanto do
que está ao seu redor você conhece com profundidade? Pode considerar tudo
mesmo! Família, empresa, religião, comunidade, sociedade etc. Percebe como
as coisas fazem mais sentido quando conhecemos sua história e as razões delas
existirem? Destaco este ponto, pois há uma forte congruência com o processo
de coaching. O cerne do processo será, sempre, a compreensão aprofundada do
porquê de o cliente (coachee) buscar tal experiência.
Agora, chegamos a década de 70. Lembra-se de Tim Gallwey, aluno da Uni-
versidade de Harvard? Ao conhecermos a história deste conseguimos entender
o porquê do termo coach, considerando seu contexto e tudo que já aprendemos
até aqui. Na atualidade, o termo coach, de origem inglesa, significa treinador(a),
mas também podemos chamá-lo de técnico. Coach, em tradução livre, quer dizer
treinador(a). É preciso, entretanto, pensar esse termo de forma mais adequada
14
para o processo de coaching, mas o faremos posteriormente. Agora, pare e pense
UNICESUMAR
um pouco: qual o papel desempenhado por um treinador? E, claro, vamos nos
referenciar em treinadores de equipes ou atletas de alta performance, pois, assim,
inspiramo-nos. Tem algum nome em mente?
Em 1974, Tim Gallwey escreveu um livro intitulado “The Inner Game de Tim
Gallwey” (em português, "O jogo interior do tênis"), mas só a partir de 1980 é
que ocorreu o verdadeiro impacto. Nesse período, muitas pessoas relacionadas
ao coaching se conheciam, então, começaram a se relacionar e trocar ideias, o que
levou ao desenvolvimento do conceito de coaching de forma mais estruturada.
Mais tarde, surgiram as primeiras empresas que ofertavam treinamentos de
coaching individual e empresarial, nos Estados Unidos e no Reino Unido. John
Whitmore, após estudar e trabalhar com Tim Gallwey, empregou a mesma me-
todologia de performance no Reino Unido e desenvolveu um modelo que, pos-
teriormente, seria aplicado globalmente (COOK, 2010).
Anteriormente a estruturação do coaching como serviço, inúmeros pesqui-
sadores, teóricos e simpatizantes adotaram o tema. Muitas conferências e fóruns
internacionais foram realizados, em especial, após a fundação do Esalen Institute,
em 1960, que viabilizou muitas pesquisas e Workshops. Tais eventos permitiram o
contato com os integrantes desse instituto, este desenvolvia pesquisas significati-
vas acerca das relações da aprendizagem e o impacto do comportamento de cada
indivíduo nos outros e vice-versa. Ainda, preconizava-se a ideia de se estabelecer
um processo de questionamento para entender reações e impactos entre as pes-
soas envolvidas no processo. Dava-se ênfase ao silêncio, que se seguia a cada uma
das falas dos participantes. Era um processo na vida familiar e profissional. Saber
ouvir é, entre outros fatores, um dos pilares do coaching. Muitas outras ideias,
como saúde mental e aumento do potencial humano, foram desenvolvidas no
Instituto Esalen, desde a década de 60 (REIS, 2014).
Não há dúvidas sobre o grande impacto deste Instituto sobre o tema, o que
favoreceu, de forma significativa, a divulgação das ideias iniciais. É impossível,
no entanto, indicar um único criador do coaching, apesar da posição privilegiada
de alguns dos nomes apresentados na literatura pertinente ao tema. Desse modo,
conheça a seguir alguns nomes de influenciadores do Coaching na América
Latina.
15
UNIDADE 1
2
O QUE É
COACHING
“
em última análise, todas as disciplinas que acrescentam algum co-
nhecimento útil ao Coaching partilham a mesma raiz - a forma
como os humanos se desenvolvem, se relacionam com os outros
e crescem e mudam de modo a melhor alcançar os seus objetivos.
17
Teórico Definição
UNIDADE 1
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UNICESUMAR
FORMAL: contrato, sessões agendadas,
encontros formais. O profissional coach
apoia e conduz seu coachee no alcance
de suas metas e é pago por isso.
pensando juntos
Quando alguém vem conversar com você, até mesmo, desabafar ou pedir um conselho,
sua escuta é genuína? Você, realmente, demonstra interesse no que o outro tem a lhe
dizer?
Marques (2017a), em sua apostila Profissional e Self Coaching- PSC, versão 66,
apresenta-nos alguns princípios fundamentais na realização do processo de coa-
ching. Vamos conhecer?
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Suspender todo tipo de julgamento
UNIDADE 1
Ação (tarefas)
Confidencialidade e Ética
UNICESUMAR
Ao longo da história da humanidade, acreditou-se que a chave para o crescimento
e a felicidade reside em conhecer e aceitar a si mesmo (VRIES et al. 2009), ou
seja, o autoconhecimento é a aceitação, a aprendizagem sobre si. Entender que,
em um processo de coaching, é necessário levar o coachee a esse tipo de apren-
dizagem configura um grande desafio, mas se faz necessário, uma vez que esse
autoconhecimento tornará possível a conscientização acerca do diálogo interior
e sua posterior transformação, quando fundamental.
Agora, você pode se perguntar: professora, porque tal aprendizado é im-
portante? Boa pergunta! Vamos compreender a importância desse aprendizado
no processo de coaching! Poderá ser uma aprendizagem sobre si mesmo e suas
crenças, aliás, é importante salientar, aqui, que o estímulo ao autoconhecimento
deve ser fator presente em qualquer processo de coaching; poderá ser a busca
por desenvolver novas habilidades, ou pôr em prática habilidades adormecidas.
Enfim, cada pessoa vivenciará um processo único e, como tal, com suas especi-
ficidades e singularidades.
Entende, agora, porque não é possível desenhar um processo de coaching
pronto e empregá-lo, sem pensar no perfil e nas particularidades de cada pes-
soa? Quando falamos de pessoas, ninguém é igual a ninguém. Há uma frase de
Drummond que amo, vou compartilhá-la com você:
“
“Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho
ímpar” (ANDRADE, 2014, [s. p.]).
Não sei o que você pensou ou sentiu ao ler esta frase. Ela é parte de um poema de
Drummond; eu, quando a li, pela primeira vez, senti-me impactada pela profun-
didade da verdade e pela tamanha sensibilidade impregnada. Consegue, neste
momento, compreender a profundidade e a responsabilidade, além de muita sen-
sibilidade e interesse verdadeiro no outro que permeia um processo de coaching?
Sim, isso mesmo, pense em cada um dos adjetivos, aqui, citados, é assim que deve
ser, caso contrário, a atuação do coach estará fadada ao fracasso para si mesma e
para seu coachee, pois representará a massificação do processo e sua contamina-
ção pelo capitalismo simples e puro, sem intenções nobres e sem interesse genuíno.
21
No mercado atual, você poderá encontrar Coaches e “Coaches”, fique atento,
UNIDADE 1
pois, além de uma profissão, ser coach representa uma missão ou filosofia de vida,
se, assim, não for, comprometerá os resultados do coachee e os seus próprios tam-
bém. Mesmo que um coach atenda às pessoas com os mesmos objetivos, ainda,
não será possível empregar processos idênticos, pois as pessoas são diferentes,
sua história de vida é diferente.
É, nessa história, que o coach conduzirá o coachee a fim de descobrir quais
são suas crenças limitantes, onde surgiram, porque possui determinada visão de
mundo e como isso pode beneficiar ou atrapalhar sua performance, em busca de
resultados. Lembra-se do “jogo interior” de Gallwey? Então, compreender o modelo
mental de cada indivíduo que busca o processo de coaching é uma ação inegociável,
pois há de se ter esta compreensão do diálogo interior. Existe uma frase que aprecio
muito e, neste momento, acredito ser oportuno compartilhar com você:
“
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma
alma humana, seja apenas outra alma humana” (JUNG, 1996, p. 43).
UNICESUMAR
qual o melhor percurso para se atingir esse estado desejado (objetivo/resultado).
Sob uma perspectiva genérica, ainda, podemos dizer que:
“
o profissional de coaching atua como um estimulador externo que
desperta o potencial interno de outras pessoas, usando uma combi-
nação de paciência, insigth, perseverança e interesse (às vezes cha-
mado de carisma), para ajudar os receptores do coaching (coachees)
a acessar seus recursos internos e externos, e com isso, melhorar seu
desempenho (CLUTTERBUCK, 2008, p. 11).
Veja como é interessante ajudar o coachee a acessar seus recursos internos e externos.
Quais são os recursos? Considerando que estes auxiliam na melhora do desempenho
do coachee, é indiscutível que necessitamos saber identificar e compreender tais
recursos. Mais adiante, abordaremos novos conceitos de aprendizagem, níveis de
aprendizagem, zona de aprendizagem, níveis neurológicos e muito mais, não perca!
explorando Ideias
De acordo com Napoleon Hill, em seu livro A Lei do Triunfo, existe uma estimativa/per-
centual relacionado ao fato de atingirmos nossos objetivos. veja a seguir.
• Ouvir uma ideia = 10%.
• Decidir adotar uma ideia = 25%.
• Decidir quando realizar = 40%.
• Planejar como realizar = 50%.
• Comprometer-se com os outros = 65%.
• Estabelecer um compromisso de relatar os resultados para outros = 95%.
Fonte: adaptado de Hill (2015).
Vamos continuar nossa viagem por esse universo maravilhoso? Agora, aprofun-
daremos na atuação do profissional de Coaching o chamado Coach. Vamos lá?
conecte-se
23
3
A ATUAÇÃO
UNIDADE 1
DO COACH
24
encontramos a essência do papel do coach, conduzir, assim como a carruagem,
UNICESUMAR
o tutor “coach” conduzia outras pessoas pelos diversos campos do conhecimento.
O coach é considerado um profissional habilitado que proporciona aos execu-
tivos, gerentes e qualquer pessoa interessada a possibilidade de desenvolver suas
potencialidades individuais, por meio de ferramentas específicas. Trata-se de uma
prática reconhecida no campo do desenvolvimento de pessoas (SINCLAIR,1994;
UNDERHILL, 2010).
“O coach através de perguntas, exercícios, observação, feedback, entre outros,
ajuda a pessoa a ver o problema/desafio de vários prismas e a escolher o caminho
mais acertado no seu contexto, mas não escolhe por ela” (CABECEIRO, 2013, p.
25). É esse o viés de atuação do coach, ele atua como facilitador, contribuindo
para que a pessoa, no caso o coachee, identifique e compreenda seu estado atual,
defina qual seu estado desejado e, por fim, o melhor caminho (estratégia) a adotar
para se alcançar o estado desejado (objetivo) e o prazo para realização.
Segundo Miller (2014), o coach deve viabilizar um ambiente em que a pessoa
que vivencia o processo de coaching possa analisar os seus comportamentos,
contexto, questões elencadas como prioridades e tomar decisões que promoverão
a assertividade e o êxito, no que tange ao alcance de objetivos pessoais e profis-
sionais, em curto e longo prazo. A forma como o coach viabiliza esse ambiente é
diferente para cada cliente, considerando que cada indivíduo é único.
pensando juntos
25
De acordo com Marques (2017a), existem três principais habilidades de um
UNIDADE 1
UNICESUMAR
indica caminhos, ele não resolve pelo coachee. Assim, como Sócrates, o coach
utiliza perguntas poderosas para levar o coachee à reflexão e ao alcance de res-
postas, estratégias, compreensões etc.
Para que esse processo aconteça de forma eficiente, é essencial que o coach
desenvolva uma conexão real e segura com seu coachee, pois gerará credibilidade
e confiança no processo de coaching. Quando falamos de credibilidade, conexão
e confiança na relação entre coach e coachee, consideramos a real necessidade
de que o processo de coaching seja pensado e estruturado de forma personali-
zada. Não existe um processo de coaching pronto, como uma regra ou método
pré-estruturado, com determinadas técnicas e ferramentas. O que deve existir é a
adequação do processo à necessidade e perfil do cliente e do profissional atuante
como coach (MARQUES, 2014).
conceituando
Eficiência versus Eficácia: eficiência é o bom uso das ferramentas, tem a ver com os meios.
eficácia, por sua vez, é o alcance dos resultados almejados, tem a ver com os fins. A re-
lação entre eficiência e eficácia é direta. Isso, porém, não significa que ser eficiente seja
sinônimo de ser eficaz.
Fonte: adaptado de Politi (2017, on-line)1.
O que você achou do que estudamos, até aqui, sobre a atuação do Coach? Sen-
sacional, não é mesmo? Lembremos que, na área de atuação desse profissional,
entender o ser humano como um ser complexo; saber que sua história é única;
contemplar seu contexto e suas crenças atuais é essencial. Além disso, ter uma
visão humanística do ser humano e do Universo em si levará esse profissional,
com atuação tão significativa, a auxiliar o outro ser humano com amor e pro-
fundidade, em um processo que visa acelerar o alcance de resultados, por meio
de estratégias eficientes.
É importante, neste momento, lembrarmos de Gallwey, citado, anteriormente.
Embora o coach não seja um técnico ou um treinador, os conceitos, apresentados
por Gallwey, referentes ao “jogo interior”, faz-se presente na atuação do coach.
Todo o diálogo interno existente com seus obstáculos deve ser identificado e
revertido, só assim a condução poderá levar a possibilidade de um desempenho
de alta performance.
27
À frente, trabalharemos os conceitos de Self 1 e Self 2 os quais permeiam esse
UNIDADE 1
1 Ouve na essência
Honra e respeita a
4 própria história e
a história alheia
Principais
Características
de um Coach
5 Tem metas e objetivos
definidos
6 Tem autoconhecimento
8 Desenvolve pessoas
Busca sempre
9 o resultado
extraordinário
10 É um ser de luz
28
O Processo de Coaching - As Sessões
UNICESUMAR
Em algum momento ao longo desse estudo, eu disse que coaching é a arte de es-
tabelecer acordos, e de fato o é. Para que tais acordos se sustentem, é preciso que
haja conexão e comprometimento. Ratifico, aqui, a importância do profissional,
que atua como Coach, ser qualificado, capacitado e, sobretudo, genuinamente,
interessado no desenvolvimento do Coachee.
O coach poderá definir os encontros de forma semanal, quinzenal ou mensal.
Esses encontros poderão ser presenciais ou online, e a sessão não tem uma dura-
ção fixa, ela pode variar entre 1 e 2 horas. Geralmente, um processo contempla de
10 a 12 sessões, mas isso poderá variar, dependendo das variáveis consideradas.
Os acordos entre o Coach e o Coachee são importantes, pois isso gera clareza do
processo e comprometimento, o que levará ambos a cumprirem seus papéis e a
executarem as ações/tarefas acordadas, ao longo das sessões.
De forma geral, é preciso que se pense em como atuar, ou seja, planejar a es-
trutura do processo de coaching como um todo, isso contempla pensar o que
será trabalhado em cada sessão, obviamente, com flexibilidade para adaptações
caso sejam necessárias. O modelo 1-2-3-4, desenvolvido por José Roberto Mar-
ques, apresenta, de forma simples e
eficiente, o que deve ser considerado
em cada momento do processo.
4 - Reavaliação 1 - Avaliação e
Observamos, nesse modelo, que e Mensuração Aliança
um processo de coaching apresenta
quatro momentos e, em cada mo-
mento ou fase, é necessário trabalhar
questões importantes que darão sus-
tentação à próxima fase. Então, cada 2 - Preparação e
3 - Ação
sessão, dependendo da fase do pro- Planejamento
29
1. Avaliação e Aliança 3. Ação
UNIDADE 1
UNICESUMAR
coachee busca no processo, explicar, de forma detalhada, como funcionará o
processo e o valor a ser investido (Coaching Education), mapear o estado atual
do coachee, compreender o estado desejado do coachee, ou seja, sua meta, de-
senhar, em conjunto, com o coachee a estratégia a ser utilizada para alcançar a
meta, o que incluirá tarefas/ações que deverão ser executadas pelo coachee, o
prazo para alcance do resultado esperado e, por fim, exemplificar como poderá
ser mensurada a evolução, ao longo do processo, na busca pela meta, quando e
como se verificará o atingimento da meta. Ao longo desse processo, o Coach irá:
Estimular o cliente a identificar e demonstrar seus valores essenciais.
Gerar ação.
Despertar foco e motivação para que o Coachee possa atingir seus objetivos.
2 4 6 8
1 3 5 7
32
UNICESUMAR
ESTRUTURA BÁSICA DE UMA SESSÃO
I. CONEXÃO – RAPPORT E ACOMPANHAMENTO
1.1. Confiança, Rapport, Gerar vínculos.
1.2. Criar ambiente seguro, gerar estado de receptividade (misturar o que está
separado – dois se conecta em um).
V. APRENDIZADOS DA SESSÃO
5.1. Por que valeu a pena o encontro de hoje?
5.2. Quais foram os maiores aprendizados?
5.3. Efetivamente e na prática, o que você leva da sessão de hoje para a sua
vida?
5.4. Como você gostaria de terminar esta sessão? De quais assuntos você,
ainda, quer falar?
33
UNIDADE 1
COACHING
Foco
Estado Desejado
COACHING
Foco
Demana
EstadodoDesejado
Coachee Demanda do Estado
a cada semana Desejado (ponto B,
(interferências e que é o acordo de
novidades da vida dele) Coaching)
Demana do Coachee Demanda do Estado
a cada semana Desejado (ponto B,
Temporalidade (interferências e que é o acordo de
Periodicidade
novidades da vida dele) Coaching)
(O Caminho das Sessões)
Temporalidade
Periodicidade
(O Caminho das Sessões)
Shazan Roda da Feedback A Roda do Significados Missão Montando Visão e Roda da Plane
Vida projetivo processo sua legado Prosperidade
Shazan Auto Roda da Feedback 360ºA Roda do evolutivo
Significados Crenças
Missão Propósito Visão auto
Montando e e Abundância Rota
Roda da Planejamento
feedbackVida Minha projetivo processo sua biografia
legado Prosperidade
Auto história 360º
em Ampliando
evolutivo Crenças Valores
Propósito auto e Abundância Rota de Ação
feedback Minha4 capítulos a percepção biografia
história em Ampliando de si mesmo Valores
4 capítulos a percepção
de si mesmo
34
Esta representação gráfica lhe mostra, de forma sistematizada, o que um processo
UNICESUMAR
de Coaching deve contemplar, entretanto podem haver variações de um processo
para outro em vários aspectos, não há uma regra, mas parâmetros para uma boa
estruturação do processo. Continuando nossa viagem pelo universo do Coaching,
agora, conheceremos o que Gallwey chamou de Self 1 e Self 2 bem como a relação
desses conceitos com os recursos internos e externos. Vamos lá?
explorando Ideias
Uma curiosidade: apesar de ser considerada arcaica, a palavra “coacher”, para designar o
coach, existe, mas caiu em desuso a partir de 1910. Mas, ainda hoje, algumas empresas a
adotam para se referir ao coach.
Fonte: Celestino ([2020], on-line)4.
conecte-se
Quer conhecer mais detalhes? Saber como é o consultório de um Coach? Então, acesse
o Link: https://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/como-funciona-uma-sessao-de-
-coaching/
35
4
SELF 1 E SELF 2: MENTE
UNIDADE 1
CONSCIENTE E
mente inconsciente
Gallwey, em seu livro O jogo interior do tênis, indica que um jogo (podemos
relacionar o jogo, aqui, citado por ele, como qualquer evento de nossa vida em
que estejamos empenhados a desenvolver a melhor performance) é composto por
duas partes, a exterior e a interior. De acordo com Gallwey (2016, p. 15), “o jogo
exterior tem um adversário externo, obstáculos externos e um objetivo externo
[...], o jogo interior acontece na mente do jogador, e seus obstáculos são a falta de
concentração, o nervosismo, a insegurança e autocondenação”.
“
“Descobrir e explorar o potencial contido no corpo do ser humano
é o desafio do jogo interior!” (Gallwey, 2016, p. 16).
36
Gallwey conta, em seu livro, que os tenistas têm o hábito de conversar com
UNICESUMAR
eles mesmos quando estão na quadra. Frases, como: vá em direção à bola, man-
tenha os olhos na bola, dobre os joelhos etc., são comuns entre os jogadores,
lembrando que se referem a eles mesmos. Claro que você já deve ter percebido
esse tipo de monólogo em outros contextos. Talvez, você mesmo(a) tenha esse
hábito ou já se pegou, vez ou outra, em uma conversa consigo mesmo.
É importante analisarmos alguns elementos, ao abordarmos esse tipo de diá-
logo interno. Primeiro, o que se passa na mente de uma pessoa quando isso ocor-
re? Quem fala e para quem? Quando você conversa consigo mesmo, quem seria
o “eu” e quem seria o “consigo mesmo”? Evidentemente, percebemos que o “eu” e
o “consigo mesmo” são elementos separados, caso contrário, não seria possível a
tal conversa interior. Desse modo, sigamos adiante, considerando as explicações
de Gallwey acerca desses dois elementos.
De acordo com as explicações de Gallwey (2016), em cada sujeito, existem
dois “seres”. O primeiro parece dar as instruções e fazer questionamentos — o “eu”.
O segundo parece executar as ações determinadas pelo “eu”, este seria o “consigo
mesmo” ou o “comigo mesmo”. Depois, o “eu” avalia a ação executada. Gallwey
denominou esses dois “seres” de Self 1 e Self 2, ou, ainda, Ser 1 (instrutor) e Ser
2 (executor). Ainda, segundo Gallwey (2016, p. 24), “a chave para qualquer coisa
que precisa ser aperfeiçoada, está em melhorar o relacionamento entre o instrutor
consciente - Sef 1, e as capacidades naturais de execução do Self 2”.
De forma resumida, Marques (2017a) caracteriza os Selfs 1 e 2. Self, o autor
define, como a estrutura dos nossos pensamentos e a nossa estrutura sistêmica
maior, compreende nosso ser em essência e pode ser entendido numa divisão
binária, o Self 1 e Self 2.
37
UNIDADE 1
SELF 1 SELF 2
Self 1 é o centro Self 2 é o centro direcionador da
direcionador da consciência, inconsciência, da intuição,
da cognição e racionalidade. nossa luz, a transcendência das
sombras, nossa espiritualidade,
centelha divina, tudo de melhor
que existe dentro de nós.
38
UNICESUMAR
LEMBRE-SE:
O Self 1 é a memória de curta duração, pois não guardamos por muito
tempo, os processamentos cognitivos, a menos que eles tenham tocado
nossos sentidos. Daí, usamos o Self 2, que cria memórias de longa duração,
pois ultrapassa a mera cognição e o nível de consciência. Entendimento e
cognição é a essência do Self 1.
explorando Ideias
39
Relacionamento entre Self 1 e Self 2
UNIDADE 1
40
de manter o padrão que gerou o elogio e surge o medo do fracasso. Por exemplo:
UNICESUMAR
se meu professor ficou feliz com meu desempenho na atividade e me elogiou, ele
ficará triste com o oposto. Se ele me aprecia, porque fiz algo bem feito, ele não
vai me apreciar caso eu não me saia bem. O resultado é o estabelecimento de um
padrão, de bom e ruim, de certo e errado; por isso, é inevitável uma concentração
comprometida pela interferência do ego. Muito “louco” isso, não acha?
Se nós, seres humanos, funcionamos assim, é, extremamente, importante que
compreendamos isso, pois nos levará ao autoconhecimento. Só podemos lidar
de forma assertiva com aquilo que conhecemos, o que não conhecemos fica sus-
penso e passível de inúmeras tentativas frustrantes, até que se tome conhecido
pela experiência e experimentação.
Podemos entender o Self 1 como nosso ego. Sua constante atividade dominante
interfere, diretamente, nas habilidades naturais do Self 2. Para que haja harmonia
nesse relacionamento, é necessário que o Self 1 esteja em silêncio e focado em algu-
ma coisa, o resultado será, então, o atingimento de uma performance de alto nível.
Você se lembra dos quatro níveis de aprendizagem estudados anteriormente?
Especificamente, pense no nível quatro, o último nível, quando a competência
é inconsciente (CI). É, nesse nível, que o Self 1 é silenciado, não preciso pensar
para executar, dessa forma, o Self 2 age em sua naturalidade, porque já aprendeu,
há tempos, o que deve ser feito e, intuitivamente, realiza a ação, sem nenhuma
questão de tensão. Mesmo havendo variáveis a serem consideradas, por exemplo,
no jogo de tênis, o jogador sabe, sem precisar refletir, o que deve ser feito e age
instintivamente. “Os grandes resultados aparecem quando a mente está tranqui-
la e silenciosa” (GALLWEY, 2016, p. 30). Neste momento, a mente não age em
divisão, com um dos lados instruindo e julgando o que foi realizado. Ela está em
silêncio, então, a união é completa e a ação flui livremente, naturalmente.
Utilizamos, aqui, ainda, o contexto da quadra de tênis, quando esse nível é
alcançado, tem-se o foco, sem precisar de concentração. Há espontaneidade, mes-
mo alerta, há segurança e faz-se o que é necessário, sem esforço excessivo. Há a
confiança no Self 2, não há dúvidas sobre sua capacidade em executar aquilo que
já aprendeu. Quando crianças, agimos, sempre, assim, há a aprendizagem e pron-
41
to, vamos lá e fazemos sem pensar se vamos conseguir, se, realmente, sabemos
UNIDADE 1
fazer aquilo ou se algo poderá interferir e nos impedir de realizar o que queremos.
Resumidamente, Gallwey (2016, p. 31) diz que
“
[...] para aumentar a eficácia é necessário acalmar a mente. Silenciar
a mente significa evitar pensar, calcular, julgar, preocupar-se, temer,
ansiar, testar, arrepender-se, controlar, agitar-se ou distrair-se. A
mente está tranquila quando se encontra no presente, em unidade
com a ação e o executor.
Na busca por esse nível mental, o primeiro passo é desenvolver a habilidade de evitar
a tendência que temos de julgar nosso desempenho como bom ou ruim. Livre-se dos
julgamentos! Julgar é atribuir algum valor a algo, então, se a atribuição for boa, o Self
1 refletirá sobre como ocorreu a ação e tentará registrá-la nos mínimos detalhes para
que possa repeti-la. Ele, o Self 1, não tenta fazer o corpo repetir o movimento assertivo
de forma espontânea, ele foca na ordem que deve dar ao corpo para que execute a
ação; dessa forma, ocorre a perpetuação do processo de raciocínio e desempenho
consciente, ou seja, fixa-se no terceiro nível de aprendizagem. Lembre-se desse nível,
já o estudamos aqui. O resultado é tensão, mas deveria ser relaxamento, e a ação é
artificial, quando deveria ser natural com fluidez.
“
“Não julgar é diferente de não observar. Não julgar significa ape-
nas observar de maneira neutra o que seus olhos testemunham. As
coisas são o que são, sem distorção. Desta forma, a mente fica mais
calma” (GALLWEY, 2016, p. 46).
42
e mostrar do que é capaz, pois o Self 1 estará silenciado, no momento certo, então,
UNICESUMAR
não causará interrupções ou duvidará da capacidade do Self 2. Apenas, deixe fluir!
“
O primeiro passo no caminho da harmonia entre Self 1 e Self 2 é
deixar de lado o autojulgamento. Somente quando o Self 1 parar de
julgar o Self 2 e suas ações, ele poderá ter uma melhor ideia de suas
capacidades e seu funcionamento. E quando isso ocorre, a confiança
começa a surgir, e finalmente se transforma no ingrediente básico
da alta performance (GALLWEY, 2016, p. 49).
Talvez, você se pergunte: como deixarei acontecer a cargo do Self 2, se for algo que,
ainda, não aprendi? Então, deixe-se aprender. A memória mecânica do Self 2 cap-
tura informações e as armazena para utilizar no futuro. Com a prática, ele refina
e amplia seu banco de dados na memória. Ele aprende o tempo todo e percebe
todos os detalhes, registrando-os. Então, é necessário que se permita o processo
de aprendizagem natural, ele ocorrerá; deixe de lado as instruções e os esforços
demasiados no passo a passo, o Self 2 percebe o todo, registra, e, praticando de
forma natural, repete o que viu e praticou (GALLWEY, 2016).
Considerando nosso padrão de aprendizagem e, certamente, o do cliente, o
coach atenderá a necessidade de se estabelecer uma nova relação com o Self 2.
Na relação padrão, o Self 1 adota uma postura crítica e não valoriza o Self 2, re-
conhecendo-o como inferior. Então, o objetivo, agora, é olhar para o Self 2 como
superior, resultado do reconhecimento de sua inteligência natural e suas capaci-
dades. É preciso adotar uma atitude humildade que demonstra a admiração que
temos pelo Self 2. É preciso saber como se comunicar de forma eficaz com ele,
qual sua linguagem? A base do desenvolvimento de uma relação saudável entre
os Selfs é encontrar novas formas de comunicação.
A língua nativa do Self 2 é baseada em imagens sensoriais, então, necessita-se
encontrar uma comunicação adequada ao contexto. Considerando essa informa-
ção significativa a respeito da língua nativa do self 2, a seguir, apresentaremos três
métodos de comunicação, estes envolvem o envio de mensagens orientadas, de
forma objetiva, por intermédio de imagens e sentimentos.
43
Imagine o resultado
UNIDADE 1
Redesenhe a ação
UNICESUMAR
■ Visualizar o resultado desejado.
■ Confiar no Self 2.
■ Observar, imparcialmente, a mudança e o resultado.
Pense na qualidade
conceituando
Lembre-se de que você é a única pessoa que pode preencher seu mundo com sol.
(Branca de Neve e os Sete Anões)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
47
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
2. Ao longo de nosso estudo sobre o papel desempenhado pelo coach num processo
de coaching, foi possível perceber que a metáfora da carruagem é muito pertinente,
afinal, não é ela que define o destino ou o caminho escolhido. Considerando o que
foi apresentado sobre o assunto, o adjetivo que melhor indica o papel do coach em
um processo de coaching é:
a) Treinador.
b) Condutor.
c) Direcionador.
d) Analisador.
e) Finalizador.
48
na prática
4. Gallwey, em seu livro "O jogo interior do tênis", indica que podemos relacionar o jogo
citado por ele a qualquer evento de nossa vida, em que estejamos empenhados a
desenvolver melhor performance. Segundo o autor, o jogo é composto por duas
partes, a exterior e a interior. De acordo com Gallwey (2016, p. 15), “o jogo exterior
tem um adversário externo, obstáculos externos e um objetivo externo [...], o jogo
interior acontece na mente do jogador, e seus obstáculos são a falta de concentra-
ção, o nervosismo, a insegurança e autocondenação”. Sabemos que tais conceitos
contemplam o Self 1 e Self 2, então, discorra acerca de cada um deles.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
49
aprimore-se
A ICC (International Coaching Community) foi fundada em 2001 por Joseph O’Con-
nor e Andrea Lages. Conta com mais de 14.000 coaches certificados e 48 trainers
oficiais e está presente nos 5 continentes. De acordo com a ICC, há habilidades que
os Coaches deverão demonstrar, consistentemente, em seu trabalho de coaching
profissional. Vamos conhecê-las?
Geral
■ Entende e segue as diretrizes éticas e os padrões publicados da ICC.
■ Faz uma clara distinção entre conteúdo e processo da questão do cliente, ou
seja, qual é a questão e como eles a representam.
■ Trabalha, sempre, para dar aos clientes mais opções do que eles têm atual-
mente.
Conhecimento
■ Conhece a área de atuação de Coaching.
■ Conhece a distinção entre o Coaching e o aconselhamento terapêutico, o trei-
namento e a consultoria.
■ É familiar com a terminologia específica do Coaching.
■ Conhece os critérios para testar o processo e as metas de resultado.
Habilidades em Relacionamentos
■ Constrói um relacionamento de respeito e confiança com o cliente.
■ Trabalha para que o cliente seja responsável pelo processo de Coaching e
pelas tarefas que ambos combinaram para o processo.
■ Gera uma parceira de igualdade e de cooperação com o cliente.
Ouvir
■ É, completamente, presente e atencioso durante o processo de Coaching,
ouvindo e apoiando as expressões próprias do cliente, concentrando-se nos
planos do cliente e não nos seus próprios.
■ Está em contato e atento à sua intuição.
Autocontrole
■ Mantém a sua própria perspectiva e não se deixa influenciar pelas emoções
do cliente.
■ Avalia e distingue as diferentes mensagens que o cliente lhe envia.
50
aprimore-se
51
eu recomendo!
livro
conecte-se
52
anotações
2
COACHING NO
CONTEXTO DAS
organizações
PROFESSORA
Me. Angela Ferreira de Lima Pizzaia
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Abordagens “similares” ao coa-
ching • Coaching no contexto organizacional • Coaching no desenvolvimento de líderes • Coaching
de Equipe.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer abordagens “similares” ao processo de coaching • Compreender como o processo de coaching
transita no contexto organizacional • Entender as dimensões do processo de coaching no desenvol-
vimento de lideranças • Conhecer e compreender as possibilidades de intervenção do processo de
coaching na construção e otimização do desempenho de equipes.
INTRODUÇÃO
O que você está pensando sobre o processo de coaching, com base nas in-
formações que teve acesso até o momento? Vamos partir, agora, para a com-
preensão do processo de coaching no contexto das organizações? Assim
como as teorias da Administração surgem para o atendimento de novas
demandas provenientes das mudanças da sociedade e do comportamento
humano, fatores que impactam, diretamente, o contexto das organizações,
o processo de coaching, também, surgiu para prover auxílio e expertise no
atendimento de demandas organizacionais.
Os líderes enfrentam, hoje, grandes desafios, e, dentre as condições
atuais, temos um mercado, altamente, competitivo, em que as pessoas
buscam, muitas vezes, na individualidade, um degrau para se destacarem.
Pensar o trabalho em equipe e a alta performance exige que o líder seja
capaz de conquistar o engajamento e o comprometimento de cada membro
da equipe.
Líderes, gestores ou pessoas em cargos de chefia que coordenam equi-
pes devem sempre estar atentos ao nível de inspiração emitido aos seus
colaboradores. É necessário viabilizar um ambiente de trabalho harmo-
nioso, onde cada indivíduo possa dar o melhor de si. Uma excelente opção
para as empresas em busca de técnicas e treinamentos motivacionais que
gerem desenvolvimento humano é o segmento de coaching, conhecido por
alguns como Coaching Company ou, também, Coaching Executivo. Falar
em coaching no contexto organizacional nos remete a tipos diferentes de
processos que, muitas vezes, recebem tal título erroneamente, por exemplo:
mentoring, counseling, terapia, consultoria, dentre outros.
É importante compreendermos as atribuições dos processos, pois,
embora as abordagens apresentadas sejam “similares”, cada uma delas se
destina a um resultado diferente e se desenrola de formas diversificadas.
Ao longo dessa unidade, dedicaremos a entender as diferenças entre al-
guns desses processos que, por vezes, também, habitam o universo das
organizações. Está pronto(a)? Então, vamos adiante em nossa viagem de
conhecimento acerca do universo do coaching!
1
ABORDAGENS
UNIDADE 2
“SIMILARES”
ao Coaching
Mentoring/Mentoria
56
O mentoring ou a mentoria (tradução livre) é um modelo de desenvolvimen-
UNICESUMAR
to profissional que consiste na tutoria e no aconselhamento realizados por uma
pessoa mais experiente (MARQUES, 2017a). Vamos esmiuçar um pouco mais
este conceito? Vem comigo!
Do que se trata?
Qual o objetivo?
Counseling/aconselhamento
Do que se trata?
Qual o objetivo?
UNICESUMAR
Você já ouviu algum terapeuta ou psicólogo criticar o processo de coaching? Há
grande chance de sua resposta ser positiva, sabe por quê? Por falta de compreen-
der do que, realmente, trata-se um processo de coaching, ou por julgar de forma
generalizada, com base em atuação de profissionais despreparados e, diga-se de
passagem, há esse tipo em qualquer profissão, ou por não saber que determinado
profissional que atua como coach, também, é qualificado em outra área, como a
psicologia, por exemplo. Então, alguns profissionais criticam ou desmerecem a
atuação do coach.
Como já vimos anteriormente, o coach não atua como psicólogo ou terapeu-
ta, a não ser que ele, também, esteja qualificado para isso. São abordagens com
objetivos e tempo de duração, efetivamente, diferentes. E, como falamos anterior-
mente, claro que um bom profissional que atua como coach procurará cursos e
conhecimentos acerca do comportamento humano, compreenderá como ocorre
a aprendizagem e, assim, por diante, mas o profissional consciente jamais atuará
em questões que ele não domina.
Num processo de coaching, a abordagem será de um aspecto único, elencado
pelo coachee como prioritário, e o foco será em como atingir o objetivo alme-
jado, otimizando tempo e recursos. Isto soa para você como psicoterapia? Pois
é, evidentemente que não. Mas vamos entender um pouco mais, vem comigo.
Figura 2 - Terapia
59
Do que se trata?
UNIDADE 2
Qual o objetivo?
“
“O coaching enfatiza a busca de soluções em lugar de se aprofun-
dar no diagnóstico e na compreensão de problemas e dificuldades.
Portanto, o coaching está mais voltado para o futuro enquanto a
terapia tende a focalizar o passado” (CLUTTERBUCK, 2008, p. 23).
60
Consultoria
UNICESUMAR
É comum, no ambiente organizacional, a confusão entre coaching e consultoria.
Embora os dois processos sejam pertinentes ao contexto organizacional e diri-
gidos ao desenvolvimento profis-
sional e ao crescimento humano,
ainda assim, apresentam especifi-
cidades. Este tipo de contratação
é muito mais comum no contexto
corporativo, pois a consultoria visa
a oferecer soluções específicas, ob-
jetivando atender às demandas e
aos objetivos específicos de deter-
minado cliente. O serviço sempre
será ofertado por um consultor,
que terá expertise na área em que
o cliente vive um gap, ou desali-
nhamento ou desconhecimento
de alguma especialidade que julga
necessária (MARQUES, 2017a). Figura 3 - Consultoria
Do que se trata?
Consultoria Organizacional
Utilizado pelas empresas, visa a tomada de decisões estratégicas, de forma mais coesa
e assertiva. Neste cenário, o consultor traz determinadas informações para ajudar no
processo decisório, o que amplia a visão do mercado e as possibilidades de acerto
do líder.
Consultoria Empresarial
"Quer empreender e não sabe por onde começar"? Indicado para quem deseja
empreender e conhecer profundamente o nicho de mercado onde deseja atuar.
Com o apoio de profissionais especializados é possível conhecer as oportunidades e
dificuldades do empreendimento e fazer um plano de negócios congruente.
Consultoria Profissional
Esta consultoria fornece auxílio ao desenvolvimento de carreira. Oferece subsídios
para que o profissional alavanque seus resultados, a partir da avaliação e apoio de um
especialista, que por ter mais experiências consegue orientar de forma mais assertiva.
Consultoria Pessoal
Este tipo de consultoria favorece que a pessoa consiga organizar melhor suas metas e
objetivos de vida e ajustar determinados aspectos que precisam de atenção especial.
Consultoria de Imagem
Este profissional é um mix de relações pública, assessoria de imprensa e consultoria de carreira.
Atua oferecendo a artistas e e celebridades orientações sobre como se comunicar, portar-se,
vestir-se, apresentar-se em eventos, nas redes sociais, e também ajuda a definir quais trabalhos
escolher e as marcas que tem conexão com a imagem que desejam passar para o público.
conecte-se
Atualmente, existem vários campos de atuação para o Coaching. Acesse o link e conheça
um pouco mais sobre os tipos de coaching.
https://www.jrmcoaching.com.br/blog/quais-os-tipos-de-coaching/
62
2
O COACHING NO
UNICESUMAR
CONTEXTO
organizacional
LIFE
COACHING
Coaching voltado às necessidades pessoais: melhorias em relacionamentos
interpessoais, familiares, emagrecimento etc.
EXECUTIVE
BUSINESS
COACHING Coaching voltado às necessidades empresariais e profissionais:
carreira, promoção, liderança, empreendedorismo etc.
63
Na atualidade, como já sabemos, as mudanças estão cada vez mais rápidas e
UNIDADE 2
pensando juntos
E quanto as pessoas que atuam nesse contexto, como mudá-las e desenvolvê-las? Isto é
possível? É necessário? Qual é sua opinião?
64
UNICESUMAR
1. Desenvolvimento de liderança eficaz.
5. Negociação e delegação.
9. Feedbacks assertivos.
,
,
65
Tal atuação requer que o coach já esteja socializado ao ambiente, e que as pessoas
UNIDADE 2
“
• Habilidade crítica nº 1: Comunicação 43% - Saber ouvir, fazer
perguntas, dar feedback, gerar comunicação eficaz de duas vias,
construir uma relação de confiança e um relacionamento saudável
em todos os níveis da organização.
• Habilidade crítica nº 2: Gestão eficaz de pessoas 17% - Desenvol-
ver as pessoas utilizando estilos de liderança apropriados e atuando
como um coach para as equipes e os indivíduos.
• Habilidade crítica nº 3: Empatia 15% - Compreender, entender,
estabelecer rapport, demonstrar cuidado, encorajar, envolver e co-
nectar-se com seu pessoal, valorizar, respeitar sua dignidade e ofe-
recer um ambiente de empoderamento (KRAUSZ, 2016, p. 184).
66
4 - Não estabelecem metas e objetivos claros 76%
UNICESUMAR
5 - Não treinam, não desenvolvem seu pessoal 59%
Quadro 1 - Comportamentos nocivos mais comuns a “líderes” / Fonte: Krausz (2016, p. 185).
explorando Ideias
O Business Coaching é um processo que tem como objetivo aumentar o desempenho or-
ganizacional, por meio do foco no Desenvolvimento e Gestão de Pessoas. E o profissional
Business Coach tem como função auxiliar as empresas a alcançarem resultados em seus
negócios por meio de novas competências empreendedoras e do desenvolvimento de
estratégias e planos de negócios eficientes.
Fonte: Instituto Brasileiro de Coaching ([2020], on-line)8.
“
O business coach (profissional especializado em Coaching de Ne-
gócios) auxiliará o empresário no crescimento de sua empresa e a
tornar mais clara a sua visão de negócio, sempre alinhando tudo isso
com seus objetivos e desejos pessoais (MARQUES, 2018b, p. 26).
“
Otimização das habilidades de Comunicação, Negociação e Delega-
ção, no Desenvolvimento de líderes, desenvolvimento da capacida-
de de trabalho em equipe, em processos de Coaching de Carreira, na
Potencialização de Equipes,desenvolvimento de Super Executivos.
explorando Ideias
UNICESUMAR
2 As metas individuais de um trabalho de coaching executivo devem sempre se
reconectar e estar subordinadas aos objetivos estratégicos da organização.
Figura 8 - Fatores que diferenciam o Coaching Executivo dos demais tipos de Coaching
Fonte: a autora.
“
o coaching executivo é uma parceria entre um coach executivo e
um gestor que se propõe a alterar aspectos do seu comportamento
e assim elevar a sua performance profissional, a da sua equipe e da
organização para a qual trabalha.
Ainda, para esta autora, tal processo contempla cinco aspectos fundamentais em
nível de aprendizagem:
“
1 - Desenvolvimento e análise de opções para prevenir e solucionar
problemas.
2 - Desenvolvimento/aperfeiçoamento de formas alternativas de pen-
sar e agir, bem como das competências necessárias para a adoção de
estilos construtivos de liderança.
3 - Utilização desses estilos de modo a favorecer a integração, o cres-
cimento e o uso adequado do potencial da equipe, contribuindo as-
sim para a elevação do desempenho próprio, dos colaboradores e da
organização.
4 - Desenvolvimento da capacidade de “aprender a aprender” por
meio da prática da auto-reflexão/ação/auto-reflexão, e assim garantir
que a aprendizagem prosseguirá como um processo contínuo, não só
no decorrer da carreira profissional, mas também durante toda a vida.
5 - Ampliação e aprofundamento do autoconhecimento, das compe-
tências permanentes/duráveis e das renováveis. (KRAUSZ, 2016, p.
66-67).
Para que você possa conhecer uma estrutura básica de um processo de Execu-
tive Coaching, apresento a seguir um quadro que explicita, de forma sucinta, tal
dinâmica que auxilia tanto coach quanto o coachee a manterem o foco, não se
perdendo no tempo e podendo, assim, atingir o estado desejado/objetivos elen-
cados. Tal metodologia foi estruturada pelos autores: Bloch, Mendes e Visconde
(2012) e a encontramos no livro “Coaching Executivo: uma questão de atitude”. 69
70
UNIDADE 2
Elaboração do Ação e
Diagnóstico Comprometimento Resultados
Plano de Ação Acompanhamento
Medição dos
resultados e
comprome-
Cenário e Desenvolvimento
Processo Tomada de consciência. Visão de futuro. timento com
objetivos. do potencial.
a sustenta-
bilidade do
processo.
Levantamento Avaliação de
Consenso com
das expec- resultados
a chefia sobre o
tativas da com a che-
Etabelecimento de plano.
organização e fia e demais
Atividades Autoconhecimento. metas e ações de Envolvimento dos
do coachee. stakeholders.
desenvolvimento. stakeholders.
Definição de Feedbacks
Implementações
resultados para o coa-
das ações.
esperados. chee.
FASE PRÉVIA FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4
Desenvolvimento
Comprometimento de habilidades.
Administração
com pontos de Mudanças de ati-
de expecta-
mudança ou de tude. Atendimento
tivas entre Identificação de forças e
Resultados melhoria. Aquisição de expe- das expectati-
organização, gaps.
Plano de ação. riências e conheci- vas iniciais .
coachee e
Comprometimento mentos.
coach.
dos stakeholders Tomada de decisão
de carreira.
Quadro 2 - Executive Coaching: estrutura básica da metodologia / Fonte: adaptado de Bloch, Mendes e Visconte (2012, p. 48-49).
71
UNICESUMAR
A estrutura, anteriormente, apresentada é essencial para que as reflexões aconte-
UNIDADE 2
çam em determinada ordem. Assim, uma reunião dependerá da anterior para que
se crie, a cada etapa, um novo nível de consciência. E, obviamente, a forma como
o processo será conduzido é, extremamente, importante, pois, para despertar a
potencialidade do indivíduo, o coach deve estar preparado e apto para atuar neste
contexto, levando o executivo, constantemente, à reflexão (BLOCK; MENDES;
VISCONTE, 2012).
Lembra-se do que já tratamos em outro momento sobre algumas habilidades
essenciais do coach? Dentre elas estão: saber ouvir genuinamente e fazer pergun-
tas poderosas. Então, dessa forma, será possível alavancar as reflexões necessárias
ao processo. Vale destacar, neste momento, que o coaching se apresenta como uma
estratégia de desenvolvimento humano, seja no âmbito pessoal ou profissional,
que gera uma evolução sistêmica, pois independentemente da área escolhida
como foco, o resultado alcançado reverbera por todos os vieses da vida. Isso é
maravilhoso, não acha?
conceituando
72
3
COACHING NO
UNICESUMAR
DESENVOLVIMENTO
de líderes
1 ano 60 dias
7 anos
3 anos
Pessoas
Manufatura
Propaganda
Preço
Figura 9 - Principais ameaças às vantagens competitivas das empresas
Fonte: Opinião RH (2014, on-line)13.
74
desenvolvimento humano; também, viabiliza o aprimoramento das habilida-
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des pessoais e elimina possíveis crenças limitantes que impedem o alcance de
resultados (MARQUES, 2019, on-line)14. Além das qualidades já citadas como
importantes para o exercício da liderança eficaz, com base em Marques (2019,
on-line)14, podemos mencionar outras habilidades como:
■ Gestão de tempo eficiente.
■ Foco.
■ Capacidade para gerir o capital humano.
■ Comunicação assertiva.
■ Planejamento estratégico.
■ Garantia de um ambiente de trabalho saudável.
■ Comprometimento com o cumprimento das metas da organização.
conecte-se
75
UNIDADE 2
SOLIDÃO NO COMANDO
MEDO DA INVEJA
DEPENDÊNCIA DO PODER
E AGORA?
Figura 10 - Desafios do contexto da liderança / Fonte: adaptada de Vries et al. (2009, p. 33-34).
Solidão no comando
Medo da inveja
Às vezes, parece que tudo o que um executivo faz, seja no trabalho, seja na vida
privada, atrai, inevitavelmente, a atenção dos segmentos da sociedade. É preciso
muita coragem e esforço para manter-se autêntico e evitar a necessidade de olhar
76
por cima do ombro ou conferir qualquer declaração feita de cunho público (hoje,
UNICESUMAR
temos as redes sociais que dão voz a todos, sem censura).
Dependência do poder
O medo de perder aquilo que foi tão difícil conquistar, uma posição de destaque,
como líder, às vezes, tal sentimento incentiva as pessoas a se envolverem em ações
não éticas.
E agora?
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viamente, sabemos da existência de inúmeros cursos e qualificações direcionadas
a esses profissionais, entretanto, durante muito tempo, o alvo sempre foi a qualifi-
cação técnica, o desenvolvimento de habilidades para compreender e lidar com o
outro. O foco não era e, ainda hoje, em inúmeros casos, não é como lidar consigo
mesmo. O coaching executivo traz esta abordagem: primeiro, eu me conheço e
me reconheço (o mais profundamente possível) e, então, eu posso compreender e
reconhecer o outro verdadeiramente, pois estou livre de percepções distorcidas a
respeito de mim mesmo e que afetam, diretamente, a percepção que tenho do outro.
Desenvolvimento de líderes
“
“Um líder eficaz é alguém cujos seguidores fazem as coisas certas. Po-
pularidade não é liderança. Resultados sim” (DRUCKER, 2006, p. 32).
Foco nos processos, apego ao passado Foco no futuro, não mais no passado, por mais
sucesso que tenha tido.
Diz como as coisas devem ser feitas. Aprende e incentiva os outros a aprender.
CHEFE LÍDER
80
UNICESUMAR
Figura 12 - Contribuição do processo de coaching
Fonte: adaptada de Clutterbuck (2008, p. 137).
Feedback
UNICESUMAR
Neste nicho de atuação, os coaches combinam um grau de treinamento clínico
com alguma experiência administrativa. É necessário que haja experiência admi-
nistrativa e maturidade para acelerar o entendimento das questões em debate e
para construir empatia com cada um dos integrantes do grupo. O coach precisa
ostentar sofisticação internacional para avaliar as sutilezas culturais de cada indi-
víduo e da transnacional (ou empresa familiar) para a qual o indivíduo trabalha.
O treinamento clínico viabiliza o entendimento e a administração de questões
psicológicas subjacentes. Um bom coach de liderança contará com uma forte
noção de bom senso, capaz de abrir caminho para discussões práticas e planos de
ação. É preciso que o coach esteja capacitado para atuar neste contexto, pois isso
assegura consistência em visão de mundo, familiaridade com os instrumentos e
permite a coordenação ininterrupta entre currículo e experiência.
83
Integração do coaching ao contexto do
UNIDADE 2
programa geral
84
da vida do líder, a questão seja a identificação com a função, transição para pré
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aposentadoria, desapontamento, tédio, equilíbrio trabalho/vida distorcido etc.
São inúmeras as demandas que podem surgir, seja assumir como nova função
a liderança, seja atuar, há muito tempo, na função. Conseguiu perceber a impor-
tância de se compreender quais são as demandas da organização em relação à
postura e às competências dos líderes?
“
Quando um executivo é incumbido de uma missão desafiadora,
exige-se dele uma mudança fundamental de papel, que requer novas
habilidades, relacionamentos e estilos de interação com terceiros.
Num processo de coaching será essencial analisar o que os líderes
fazem, o que são e como evoluem (VRIES et al., 2009, p. 165).
conceituando
Síndrome do impostor: algumas das pessoas mais capazes, inteligentes e que trabalham
mais duro sofrem de um fenômeno debilitador: uma distorção que faz com que elas pen-
sem que são incompetentes, burras e preguiçosas. Além disso, elas pensam que estão
“enganando” as pessoas quando conseguem alcançar seus objetivos e, um dia, serão
descobertos e expostos à vergonha. Isso é chamado pela psicologia de síndrome do im-
postor. Os que sofrem deste transtorno “mantém uma forte consciência de que não são
inteligentes e de que estão enganando todo mundo”, conforme descrição de um estudo
feito pelas psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, em 1978.
Fonte: Alencar (2016, on-line)15.
85
4
COACHING
UNIDADE 2
DE EQUIPE
“
não dá para trabalhar com Business Coaching sem desenvolver ex-
pertise em Coaching Group [...] os processos de Coaching Group
são as melhores ferramentas para o Business Coaching. Sabendo
disso, é preciso entender sobre o coração, o núcleo do Coaching
Group, a sinergia.
pensando juntos
86
Geralmente, as organizações buscam um processo de coaching de equipe, quan-
UNICESUMAR
do almejam o desenvolvimento de habilidades e competências que levem à alta
performance, viabilizando, assim, resultados extraordinários. Você sabe quais são
as dez necessidades comportamentais para equipes de alta performance? Vamos
conhecê-las?
Ter uma equipe engajada, em que seja possível o atendimento de todas as neces-
sidades comportamentais elencadas anteriormente, é um grande desafio para
as organizações. Entretanto trabalhar para atender o maior número possível de
tais necessidades resulta em engajamento e alta performance da equipe, então,
vale a pena investir em recursos que viabilizem tais elementos tão significativos.
Neste viés, o processo de coaching, seja ele Team Coaching, seja Group Coaching,
ganha espaço importante, uma vez que contribui, significativamente, para que as
equipes desenvolvam seu potencial máximo.
Algumas disfunções são comuns em grupos e podem comprometer o enga-
jamento e performance, assim como quando as necessidades comportamentais
não são atendidas. O coaching de equipe pode ser uma ótima opção para mitigar
e prevenir tais desalinhamentos. Observe, na figura, a seguir, as cinco principais
disfunções que podem ocorrer em uma equipe.
87
As 5 Disfunções da Equipe
UNIDADE 2
Status e EGO
Intenção
de Resultados
Evita
Baixo Padrão Responsabilidade
Falta de
Ambiguidade Comprometimento
“
A equipe se enxerga como equipe?
Se não se enxerga, considera como valor se tornar uma equipe?
Seus membros estão preparados para se comprometer a enfrentar
as questões por meio de diálogos abertos e honestos?
Há, no momento, algum conflito que precise ser enfrentado, antes
dos atuais problemas serem trabalhados?
Há um desejo genuíno de mudança?
Em que medida a equipe entende o processo de coaching?
“
alto grau de transparência nas discussões em grupo e entre a equi-
pe e a organização, mas as conversas individuais que envolvem o
coach e os membros da equipe, precisam ser mantidas em limites
confidenciais, a fim de não limitar a qualidade do diálogo (CLUT-
TERBUCK, 2008, p. 103).
88
Tal dinâmica pode significar:
UNICESUMAR
“
um jogo de equilíbrio muito delicado para o coach, que deve guar-
dar para si as informações ventiladas em contatos com indivíduos
isoladamente, sabendo, por outro lado, o que é relevante mencionar
nas conversas com toda a equipe (CLUTTERBUCK, 2008, p. 103).
89
UNIDADE 2
90
ATIVIDADES DO HABILIDADES DO
UNICESUMAR
DINÂMICA
COACH COACH
• Processar rapi-
• Muito mais neces- damente muitas
sária a habilidade informações.
• Oportunidade para o coach como facilitador. • Observar a dinâ-
demonstrar os comportamen- • Envolver todos mica interpessoal
tos desejados. Dificuldade da os membros da e intergrupal, e a
equipe em reconhecer a neces- equipe. Lidar com sua própria com a
sidade de mudar sua aborda- conflitos, resumir equipe.
gem ou ponto de vista coletivo os vários pontos • A eficiência na
em razão do pensamento gru- de vista em maior observação de-
pal, esquivamento de conflitos, número de vezes penderá do filtro
questões culturais etc. (cada pessoa ouve o adequado a fim
comentário em um de que não haja
momento diferente). sobrecarga de
informações.
Figura 16 - Resultado de estudo de caso redigido pela Skai Associates, empresa britânica líder
de consultoria em desenvolvimento / Fonte: adaptada de Clutterbuck (2008, p. 112-114).
É muito importante que o coach, ao atuar num processo de equipe, pense nas
variáveis próprias deste contexto, interligado ao contexto organizacional, e amarre
as discussões realizadas aos objetivos predeterminados, pois é necessário eviden-
ciar se ocorre ou não o movimento em direção aos objetivos estabelecidos pela
organização e pela própria equipe.
explorando Ideias
91
Coaching Group e Team Coaching
UNIDADE 2
Você sabe qual a diferença entre grupo e equipe? O quadro a seguir poderá elu-
cidar tais conceitos, observe:
GRUPOS
Veem seu emprego como contratados, sem premiação para ajudar a estabe-
lecer metas.
Recebem ordens do que e como fazer as tarefas, sugestões não são incenti-
vadas.
EQUIPES
92
EQUIPES
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São abertos e honestos desde que o líder, também, seja, informações não
são omitidas e explicações são dadas livremente.
Quadro 3 - Diferenças entre grupo e equipe / Fonte: adaptado de Marques (2018b, p.155-157).
conecte-se
Trabalhar em grupo ou trabalhar em equipe. Qual a diferença? Para ler sobre esse assun-
to, acesse: https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=diferen%-
C3%A7a+entre+grupo+ou+equipe&btnG=
A dificuldade para lidar com o diverso pode dificultar a solução dos desafios a serem
enfrentados pela equipe. Leia a matéria na íntegra da revista Você S/A, acessando o link:
https://exame.abril.com.br/carreira/a-necessidade-do-coaching-de-equipe/
“
Preparar times de alta performance, com habilidades tanto técnicas
como emocionais e comportamentais, deve ser uma das prioridades
das organizações, uma vez que colaboradores bem preparados para
os desafios são um diferencial competitivo que todo negócio precisa
ter para ir além (MARQUES, 2018b, p. 168).
conceituando
Rapport é um conceito do ramo da psicologia que significa uma técnica usada para criar
uma ligação de sintonia e empatia com outra pessoa. Esta técnica é muito útil, porque cria
laços de compreensão entre dois ou mais indivíduos.
Fonte: Significados (2017, on-line)18.
UNICESUMAR
te” (MARQUES, 2018b, p. 153).
Mais uma vez, na busca por alta performance e entrega de resultados, o con-
texto organizacional lança mão dos processos de coaching que podem, de forma
metodológica, contribuir para o desenvolvimento de elementos necessários que
culminem no estado desejado da organização. Isso, invariavelmente, ocorre por
meio das pessoas.
pensando juntos
No momento em que você duvida da sua habilidade de voar, você cessa para sempre sua
chance de poder fazer isso.
(Peter Pan)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
I - Poder do cargo.
II - Foco no futuro.
III - Resultados são frutos pessoais.
IV - Feedback constante.
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) IV, apenas.
96
na prática
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
97
na prática
4. A busca por maneiras de elevar os resultados de uma empresa tem levado diversos
empresários a buscar a metodologia do Coaching. Na atualidade, a comprovação
de que as metodologias do Coaching são eficazes para o contexto organizacional
pode ser encontrada em diversos estudos científicos. Considerando os benefícios
do Coaching para Negócios, analise as afirmativas a seguir.
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) IV, apenas.
98
na prática
POR QUE
99
aprimore-se
100
eu recomendo!
livro
livro
101
eu recomendo!
filme
conecte-se
102
anotações
3
COACHING NA
GESTÃO DE
pessoas
PROFESSORA
Me. Angela Ferreira de Lima Pizzaia
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • O líder como facilitador no de-
senvolvimento de pessoas • Papéis essenciais da liderança • Líder Coach • Coaching de carreira.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender de que forma se dá a influência do líder no desenvolvimento das pessoas • Identificar
quais características e papéis são essenciais no exercício da liderança eficaz • Conhecer o perfil do líder
coach e sua importância na gestão de pessoas • Conhecer modelos de gestão de carreira e como se
dá na prática.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
de pessoas
Você já se perguntou alguma vez o que os líderes, realmente, fazem? Como você
responderia a esta pergunta? Esta é uma ótima reflexão para quem pretende atuar
como gestor em uma organização! Saber a resposta desta pergunta é essencial,
considerando que, independentemente do ramo de atuação de uma organização,
seu sucesso ou fracasso dependerá, diretamente, da atuação do(s) líder(es).
Eu, particularmente, acredito que o papel do líder é gerar resultados por meio
das pessoas de forma humanizada e sustentável. Entretanto, na literatura, você
encontrará inúmeras possibilidades atribuídas como sendo o papel do líder. Pen-
sar a liderança é pensar a missão da empresa, sua visão, seus valores, sua cultura,
seu clima, seu capital intelectual etc. É compreender que a liderança se apresenta
como um maestro que deverá, de forma exímia, conhecer, respeitar, aproveitar e
desenvolver as potencialidades individuais e coletivas, gerando sinergia, que, por
sua vez, resultará em uma extraordinária e harmoniosa sinfonia que expressa alta
performance e entrega de resultados surpreendentes.
Percebe a importância de se adotar uma visão sistêmica das organizações?
Tudo está integrado. Não há nada isolado em si mesmo, há um sistema totalmente
interligado e interdependente, e isso, obviamente, aplica-se também às pessoas
inseridas neste contexto. As pessoas, também denominadas na atualidade de ca-
106
pital intelectual, são o dínamo das organizações. São elas que de inúmeras formas
UNICESUMAR
viabilizam e sustentam o funcionamento das organizações; são elas a principal
vantagem competitiva das empresas. Percebe a importância deste “ativo”? Assim
sendo, qual o papel da liderança de forma prática na gestão de pessoas? Pode-
mos compreender como gestão de pessoas “uma atividade de interação humana
que envolve: liderança, metas/objetivos, processos a serem conduzidos e apoio/
suporte para sua efetivação” (MARINELLI, 2014, p. 156).
Sim, a liderança é uma condição sine qua non, para a gestão de pessoas. Você
deve se lembrar de que já estudamos as diferenças entre ser chefe e ser líder, então,
um chefe, na gestão de pessoas, não serve; é indispensável um líder, pois, assim, le-
vará as pessoas a entregarem resultados extraordinários, resultado de uma gestão
humanizada. Para isso, deve-se dar atenção a qualidade da relação líder-liderado,
pois será esta relação que poderá ou não inspirar as pessoas a potencializarem
suas competências por meio de seu autoconhecimento e desenvolvimento.
De acordo com Miller (2014, p. 167), “uma gestão humanizada valoriza a in-
teração, o respeito entre as pessoas e há real preocupação com o desenvolvimento
da equipe”. Não há dúvidas sobre a influência do líder neste processo, pois será
a liderança adotada que impactará, diretamente, na formação e nos valores da
equipe. Quando se opta pela gestão humanizada, o primeiro passo é investir em
autoconhecimento e, então, viabilizar o desenvolvimento do colaborador.
Ao se trabalhar o autoconhecimento, é possível mapear “seu diferencial, suas
fortalezas e pontos a serem aprimorados, [...] é um mergulho interior em busca
de conhecer suas satisfações, seus motivadores, suas reais necessidades e o seu
propósito” (MILLER, 2014, p. 169). Então, o líder parte de seu próprio autoconhe-
cimento, vivencia, de forma plena, a experiência e seu resultado e apresenta tal
dinâmica para seus liderados, a fim de viabilizar o autoconhecimento de cada um
e, assim, possibilitar o desenvolvimento de possíveis pontos a serem melhorados.
Neste processo, o coaching pode ser um aliado significativo:
“
preparando o líder para atender com mais efetividade às necessida-
des da empresa, os desafios do mercado, e especialmente para lidar
com as pessoas com mais humanidade. Alinhando suas expectati-
vas, reconhecendo seu valor, promovendo uma evolução contínua
e retendo os talentos (MARQUES, 2018a, p. 155).
107
Na gestão humanizada e na busca pelo desenvolvimento dos liderados, o líder
UNIDADE 3
não esconde seus pontos a melhorar, é um humano como qualquer outro, isso de
fato humaniza a relação e traz proximidade, então, desenvolve-se uma relação de
confiança que convencerá os liderados a, também, buscarem seu autodesenvol-
vimento, a reconhecerem suas limitações e a buscarem apoio em quem confiam.
A figura do líder deve representar um farol que indica qual o melhor caminho a
seguir e jamais gerar medo ou qualquer comportamento resultado de intimida-
ção ou coerção. Afinal, como já disse Camus (2007), nada é mais desprezível que
o respeito baseado no medo.
Com o objetivo de atuar como facilitador no desenvolvimento individual, o
líder deve, de forma singular/personalizada, auxiliar seus liderados a olhar para
trás de forma eficiente, avaliando a própria atuação e aprendendo a não cometer
os mesmos erros (feedback). Também, deve orientá-los a olhar para frente, le-
vando cada membro de sua equipe a identificar quais habilidades/competências
precisam ser desenvolvidas para que se alcance novos patamares (feedforward).
O líder deve estar próximo de seus liderados, deve servir de exemplo em atitu-
des, palavras e ações. Isso gera credibilidade e confiança, resultando em coesão da
equipe e busca por melhor desempenho. O líder deve se mostrar como é, humano
em busca de seu próprio desenvolvimento, encorajar, sempre, estimulando os lide-
rados a não se contentarem com os níveis de desempenhos já alcançados, inspirar
cada um a se diferenciar e buscar algo mais. A interação deve ser constante e since-
ra e a comunicação, com abertura e transparência. Isso viabiliza o fortalecimento
da equipe e a busca individual pelo próprio desenvolvimento (MILLER, 2014).
Outro ponto importante a ser evidenciado no papel do líder como facili-
tador, no desenvolvimento de seus liderados, é dar poder. Isso gera uma gestão
compartilhada e incentiva a busca pela ampliação das habilidades, evidenciando
os talentos individualmente. É necessário que se reconheça as contribuições da
equipe, lembrando que as pessoas necessitam ser reconhecidas de forma indi-
vidualizada e personalizada, o que envolve a gestão da singularidade. É preciso
que se conheça o que cada um aprecia e o que de fato pode ser uma recompensa
inspiradora. E, por fim, o líder deve comemorar as conquistas da equipe, isso
une, ainda mais, as pessoas em torno de um objetivo comum. Além disso, o líder
demonstra orgulho e gratidão por trabalhar com sua equipe, o que gera encora-
jamento, atração e retenção de pessoas (MILLER, 2014).
108
“
Cada etapa é uma oportunidade de aprendizado e de transformação.
UNICESUMAR
A gestão humanizada elenca o líder como facilitador no desenvol-
vimento de seus liderados, diferenciando-se pelo respeito a diver-
sidade de visões, crenças e realidade. O líder extrai o máximo de si
mesmo e das pessoas para realizar algo maior, trazendo ainda mais
significado a vida de todos (MILLER, 2014, p. 170).
Diante do que tratamos até aqui, fica evidente algumas competências e habilida-
des que um líder deve apresentar, mas, ainda, há inúmeras outras competências
que líderes bem-sucedidos têm em comum. O quadro, a seguir, registra o resul-
tado de uma pesquisa, que identificou algumas competências comuns entre tais
líderes. Vamos conhecê-las?
Encaram o trabalho como ato de emoção e paixão de fazer aquilo que apre-
ciam.
109
Procuram as oportunidades para a mudança e desejam alterar profunda-
UNIDADE 3
conceituando
Sine qua non: extremamente importante, essencial; que não se pode nem se consegue
dispensar; indispensável. Algo indispensável ou essencial para que outra coisa aconteça.
Fonte: Dicionário Online de Língua Portuguesa ([2020], on-line)21.
Tudo que foi abordado sobre liderança, até aqui, permeia o viés do relaciona-
mento interpessoal, percebeu isso? E de fato, garantir que o relacionamento se
apresente de forma confiável e que transmita segurança é essencial. [...] o re-
lacionamento do empregado com o chefe direto é um fator mais importante
para sua permanência no emprego do que salário ou benefícios empregatícios”
(CARNEGIE, 2014, p. 55).
Isso não é uma grande novidade no contexto de gestão de pessoas. Na década
de 30, o movimento da Escola das Relações Humanas foi fortalecido em razão de
uma pesquisa, realizada pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Uni-
dos na cidade de Chicago (Experiência de Hawthorne), na qual indicava que as
relações de trabalho impactavam, diretamente, na produtividade do colaborador.
Entre outros pontos, evidenciou-se que o nível de produção é determinado pela
capacidade social do empregador, aqui, como empregador podemos entender a
chefia direta. Resumidamente, pode-se inferir que a forma como as relações no
contexto de trabalho se dá e, em especial, como se dá a relação direta do líder com
seus liderados, impacta, diretamente, na performance existente.
110
O líder deverá atuar/se relacionar, de forma a garantir que sua liderança seja
UNICESUMAR
inspiradora, justa; que seus liderados o vejam como tutor (coach), o que irá culmi-
nar em engajamento, pois a percepção de que o líder se preocupa, pessoalmente,
com cada liderado gera confiança que resulta em sinergia. Estudos indicam que
outras formas de incentivo que não seja o dinheiro podem ser mais eficazes, como
a valorização e o envolvimento, por exemplo. Valorizar e envolver o colaborador
está, diretamente, relacionado à forma como o líder/organização se relaciona, no
dia a dia, com seus times.
De acordo com Carnegie (2014), para que haja o sentimento de valorização e
envolvimento, o líder deve convencer seus liderados, de forma verbal e não ver-
bal, de que sua posição é respeitada e de que eles são importantes para o sucesso
da organização. Também, é importante celebrar marcos e vitórias, o que pode
ocorrer de forma verbal ou por escrito, com prontidão e sinceridade.
O papel do líder, no que tange à relação interpessoal, deve garantir que os
liderados percebam que a relação existente entre eles é confiável e que há segu-
rança nessa relação. A construção dessa relação requer que o líder, realmente,
entenda a importância deste vínculo e o que significa em termos de performance.
Desse modo, buscar meios para que tal relação seja sólida e constante deve ser
uma intenção diária. Algumas ações são necessárias para que se desenvolva esta
relação consistente e, assim, gerar motivação. Vamos conhecê-las?
■ Aprenda as particularidades de cada pessoa.
■ Aprenda o que é importante para os funcionários: suas ambições e seus
objetivos, família, principais preocupações, em outras palavras, o que os
faz vibrar.
■ Cada pessoa tem uma maneira própria de realizar o trabalho e de viver
sua vida. Este é o “M.O.” (Método de Operação) de cada um. Estude a
forma de operar de cada um dos membros da equipe e descubra seu M.O.
■ Ouça quando eles falam: ouça o que dizem e o que não dizem. Ouça de
forma genuína, com interesse verdadeiro.
■ Seja flexível.
■ Observe como os funcionários fazem o seu trabalho e a forma como
agem e reagem.
■ Entenda-os como seres humanos e trabalhe com eles como indivíduos,
de modo a ajudá-los a assumir e cumprir compromissos para um desem-
penho melhor, mostre que é possível avançar.
111
■ Não se mostre sem defeitos, mostre sua humanidade e que todos podem
UNIDADE 3
112
A gestão da singularidade busca alavancar resultados por meio do aprimo-
UNICESUMAR
ramento da inovação e performance da equipe, desenhando estratégias distintas
compatíveis com níveis diferentes de performance, engajamento e conhecimento.
O que se busca é oferecer o recurso certo para a pessoa certa, na medida certa,
no momento certo, pelo motivo certo e da maneira certa (CARMELLO, 2013).
O verdadeiro líder sabe que, mais do que recrutar talentos, será necessário pre-
parar cada colaborador para aprender os conhecimentos que geram valor para a
empresa e para os clientes, deverá promover o engajamento para que haja com-
prometimento e superem barreiras e obstáculos, levando-os a atuar de maneira
valorosa e eficaz na busca por alavancagem de resultados (CARMELLO, 2013).
De acordo com Carmello (2013), os talentos variam em termos de níveis e suas
necessidades também. Observe a figura a seguir:
TALENTO DE ALTA PERFORMANCE
Precisa de um líder mais próximo, de feedback Para ele, é importante que o líder demonstre sua
e instrução mais frequente e intensa. importância para o projeto e para a empresa.
trabalhados de forma coletiva, mas a abordagem será generalista e não tão apro-
fundada, tratando-se do objetivo geral e resultados alcançados pela equipe como
um todo. Então, o ideal é que depois de uma reunião com toda a equipe para
tais momentos de retorno e novo planejamento, haja os momentos individuais.
Saber dar um feedback exige habilidade e interesse genuíno no outro. Neste
momento, aquela relação de confiança de credibilidade, que já abordamos, é mui-
to importante, pois criará um ambiente seguro e de proximidade, o que viabiliza
uma comunicação clara, aberta e sincera. Não há nada menos produtivo do que
um feedback falso ou agressivo.
É importante que o retorno dado ao liderado faça sentido para seu contexto
de trabalho e sua atuação avaliada. Preparar o indivíduo para esse momento e
evidenciar que é um momento de avaliação para crescimento e elogios é essencial.
Uma das maneiras de realizar o feedback é por meio do modelo Burger. Lem-
bre-se que, nesse momento, você já utilizou as ferramentas para coleta de infor-
mações, como autoavaliação, avaliação 180º, avaliação 360º, avaliação da equipe
etc., a avaliação já ocorreu e, agora, é a hora de dar o retorno para o colaborador.
ELOGIO OU QUEBRA-GELO
NUNCA USAR: MAS O PORÉM PARA
PASSAR PARA A PRÓXIMA ETAPA.
114
Feedback Corretivo
UNICESUMAR
ELOGIO OU QUEBRA-GELO
NUNCA USAR: MAS O PORÉM PARA
PASSAR PARA A PRÓXIMA ETAPA.
4 ETAPAS:
1 - FATO: DESCREVA O FATO SEM JULGAR.
2 - SENTIMENTO: REAÇÃO EM MIM.
3 - ABRANGÊNCIA: CONSEQUÊNCIAS DO
FATO QUE SEJAM RELEVANTES AO
INTERLOCUTOR (colegas, chefias,
sociedade, família etc.) AO FINAL,
DESTACAR AS CONSEQUÊNCIAS PARA
ELE MESMO.
4 - AÇÃO: 1. O que irá fazer para corrigir
o que aconteceu. 2. O que irá fazer para
que isso não se repita.
COMPROMISSO ENTRE AS
PARTES. INCENTIVE A MUDANÇA/
AGENDE O ACOMPANHAMENTO.
O feedforward
115
O feedforward foca no futuro, qual é o estado desejado e como vou alcançar
UNIDADE 3
conecte-se
116
Liderança Exponencial
UNICESUMAR
Inteligência
Artificial Robótica
Big Data
e mais 4ª REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
Complexidade
Automação
Mecânica Elétrica
3ª REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
1ª REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL 2ª REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
Você já ouviu falar em Indústria 4.0 ou Revolução Industrial 4.0? Já leu algo a res-
peito? Caso sua resposta seja negativa, sugiro que faça uma pesquisa e identifique
por si mesmo(a) essa realidade que vivemos atualmente. Sim, o contexto orga-
nizacional mundial atual expressa características, comportamentos, inovações e
perspectivas que o elencam ou levam-no a ser denominado como Indústria 4.0.
Vamos, rapidamente, compreender este movimento.
Bem, essa Era 4.0, em linhas gerais, potencializa a inteligência em toda ca-
deia produtiva (fábrica inteligente, logística inteligente, produto inteligente etc.),
utilizando sensores, sistemas integrados e uma série de tecnologias facilitadoras
(manufatura aditiva, drones, realidade virtual e aumentada, máquinas que apren-
dem, computação cognitiva etc.), portanto, o conjunto de tecnologias, soluções
e processos promete reduzir custo, aumentar a produtividade e, especialmente,
melhorar a tomada de decisão, além disso, ainda, tem-se a inteligência artificial
e a potencialização dos negócios cognitivos.
Nesse contexto, termos, como inteligência artificial, big data, internet das
coisas, robótica, algoritmos, plataformas digitais, são comuns entre a população,
termos que, até pouco tempo atrás, estavam restritos a cientistas, pesquisadores
ou nerds (MAGALDI; NETO, 2018). Segundo Sartori et al. (2018, p. 1), “a com-
117
putação em nuvem é uma característica fundamental dessa revolução, esse novo
UNIDADE 3
ambiente inclui quatro componentes: a internet das coisas, a internet dos dados,
a internet dos serviços e a internet das pessoas”.
A Indústria 4.0, neste momento, rompe fronteiras, questionando modelos e
dando origem a um novo mindset global entre os executivos e líderes de negócio.
Em meio a estas inovações e mudanças surgem as empresas exponenciais e dis-
ruptivas, e isso exige um novo perfil de líderes. A transformação, em andamento,
confronta o que conhecemos sobre gerenciar negócios e pessoas (WEIGEL, 2018,
on-line)24. Se, antes, a concorrência era a grande multinacional no exterior, hoje, é
o garoto em uma garagem no Vale do Silício ou em Bandra (Mumbai), utilizando
as mais recentes ferramentas online para projetar e imprimir, a partir da nuvem,
sua mais recente inovação (SALIM et al., 2019).
É primordial que as organizações estejam dispostas a romper com o comum,
com o tradicional se desejarem acompanhar o ritmo de crescimento definido
pelas organizações exponenciais. Há de se ter uma visão, totalmente, nova; tec-
nologicamente inteligente, adaptável e abrangente, pois irá atuar em um contexto
inédito, e seu legado será a transformação. Como exemplo de empresas expo-
nenciais mais importantes do mundo, nos últimos seis anos, encontramos: Waze,
Tesla, Airbnb, Uber, Xiaomi, Netflix, Valve, Google (Ventures), GitHub, Quirky
dentre outras, incluindo empresas de sucesso, como GE, Haier, Coca Cola, Ama-
zon, Citibank e ING Bank (SALIM et al., 2019).
conecte-se
Saiba como está nosso país neste movimento da Indústria 4.0, acesse:
http://www.industria40.gov.br/
118
“
Organização exponencial (ExO) é aquela cujo impacto ou resulta-
UNICESUMAR
do é desproporcionalmente grande - pelo menos dez vezes maior
- comparado ao de seus pares, devido ao uso de novas técnicas or-
ganizacionais que alavancam as tecnologias aceleradas (SALIM et
al., 2019, p. 12).
conceituando
Disruptivo é aquilo que causa disrupção, ou seja, que causa um rompimento na ordem
usual ou andamento normal de um processo. Para que algo seja considerado disruptivo,
deve provocar uma ruptura nos padrões e modelos estabelecidos no mercado. Logo, não
basta ser inovador para causar disrupção: é preciso quebrar paradigmas e impactar hábi-
tos e comportamentos dos consumidores.
Fonte: SBCoaching (2019, on-line)25.
conecte-se
O Brasil é o segundo país do mundo que mais utiliza o Watson, motor de inteligência arti-
ficial da IBM. Você sabia? Não? Então, acesse:
https://cryptoid.com.br/inteligencia-artificial/o-brasil-e-o-segundo-pais-do-mundo-que-
-mais-utiliza-o-watson-motor-de-inteligencia-artificial-da-ibm/
119
Organizações exponenciais pedem líderes
UNIDADE 3
exponenciais
“
[...] as habilidades deste novo líder são diretamente ligadas a pro-
pósito, consciência e a uma essência inconformada; eles são capa-
zes de implementar ideias revolucionárias, engajar pessoas e causar
impactos sociais extraordinários, desafiando de forma agressiva o
status do antigo modelo capitalista.
“
O líder exponencial precisa ter a essência disruptiva e não apenas
boas formações técnicas. Lidar com o mundo VUCA (Volátil, In-
certo, Complexo e Ambíguo), com informações por todos os lados,
velocidade acelerada mantendo agilidade sustentável são desafios
enormes. Por incrível que pareça, empresas que nascem digitais nem
sempre têm líderes exponenciais à frente do projeto, e empresas
tradicionais têm escassez completa de pessoas com este modelo
mental (WEIGEL, 2018, on-line)24.
120
FUTURISTA
UNICESUMAR
Se as mudanças ocorrem a todo o momento, como os líderes devem se
posicionar frente ao futuro? Quando pensamos num líder exponencial, a
proposta é que ele seja capaz de se antecipar às mudanças. Parece simples,
porém não é desse modo que os líderes operam atualmente. Muitas vezes,
eles ficam presos às projeções feitas com base em movimentos lineares, ou
seja, os eventos futuros são vistos como uma extensão do passado.
Na visão futurista, o princípio é outro. O profissional deve ser capaz de ques-
tionar a forma como o trabalho é realizado; analisar as novas possibilidades e
estudar como elas podem ser exploradas. Na sustentação desse tipo de atua-
ção, o futurista tem a seu favor o uso das ferramentas que ajudam a prever
os cenários, porém o seu foco é a questão da disrupção. Em outras palavras,
esse líder do futuro precisa dar espaço para as práticas imaginativas, levando
em conta que, apesar das resistências, as mudanças são irreversíveis.
INOVADOR
121
TECNÓLOGO
UNIDADE 3
HUMANITÁRIO
Por que o líder exponencial precisa ter um perfil humanitário? Simples: não se
concebe mais modelos de negócios que ignorem a responsabilidade corpo-
rativa nos campos social e ambiental. A defesa da ideia pode soar um tanto
demagógica. Trata-se, porém, de uma premissa bastante consistente para o
desenvolvimento das empresas, até porque está alinhada com a questão dos
propósitos.
O público tornou-se mais exigente nessa seara e, vale lembrar, tem, hoje,
condições de se manifestar, o que pode impactar o negócio, também, do
ponto de vista econômico. Pensar no bem comum e no trabalho compar-
tilhado pode fazer muita diferença nos resultados obtidos pelas lideranças
exponenciais. Pense nisso: o objetivo é que elas usem a sua visão futurista,
inovadora e tecnológica para melhorar a vida das pessoas.
Avaliando o impacto disso na gestão de pessoas, o principal é compreender
que essa nova visão deve permear, também, a relação mantida com os cola-
boradores. Resulta daí a relevância conquistada pela liderança humanizada.
Afinal, o desenvolvimento pessoal não pode ser visto como secundário no
ambiente corporativo.
122
Nesse novo contexto, portanto, é, extremamente, necessário que o líder esteja ali-
UNICESUMAR
nhado e engajado com as novas demandas da sociedade e da empresa. Além disso,
deve ser capaz de orientar sua equipe para a mudança, inspirando-os e levando
a organização a quebrar paradigmas e a se posicionar para a incrementação da
inovação, que deve permear todos os níveis organizacionais.
Podemos inferir, a partir da nossa discussão, que a capacitação do líder tem
grande importância e fica claro que apresentar as habilidades e competências
mais apropriadas para esse contexto é essencial e insubstituível. Faça, agora, uma
autoanálise, você acredita que é um líder exponencial? Caso, ainda, não seja, quais
competências é preciso desenvolver para que se torne este líder? Pense nisso!
explorando Ideias
123
2
PAPÉIS GERENCIAIS
UNIDADE 3
DA LIDERANÇA
“
“Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravi-
lhoso do mundo. Mas é necessário ter pessoas para transformar seu
sonho em realidade” Walt Disney.
Como mobilizar pessoas para que ajam de forma extraordinária no contexto or-
ganizacional? Particularmente, acredito que a mais importante qualidade de um
líder é reconhecer o valor das pessoas. Então, a partir dessa premissa, é possível
alavancar resultados, otimizar processos, mergulhar na inovação e desenvolver
mentes disruptivas para os novos modelos de negócios, por meio da habilidade
de influenciar e gerenciar, de forma estratégica.
Na atualidade, a busca pela definição perfeita do que é liderança e de qual
seria o perfil do líder ideal invade todas as mídias e é pauta de inúmeras discus-
sões e debates, as próprias produções acadêmicas estão abarrotadas pelo tema.
É evidente que tal busca indica a necessidade incondicional de ter, dentro das
organizações, uma figura que seja capaz de atuar de forma excelente, mobilizar
recursos de forma eficiente e entregar resultados extraordinários, considerando
e administrando inúmeras variáveis do contexto organizacional. Não tenho, aqui,
a ingênua e inadequada intenção de esgotar este tema e, muito menos, restringir
124
o conceito, o que proponho a você é navegar e apreciar os contornos, aqui, apre-
UNICESUMAR
sentados, relacionando-os com a prática da gestão.
Antes de abordar alguns dos papéis essenciais do líder em seu gerenciamento
das variáveis organizacionais, quero lhe apresentar uma cadeia que apresenta os
três elementos essenciais para a capacidade de aprendizado contínuo e transfor-
mação do conhecimento em valor, movimento inerente ao líder, que deverá tra-
balhar em prol do desenvolvimento de seus liderados, para que, também, atuem,
integrando conhecimento, habilidade e competência.
Conhecimento
• Aprender a aprender
• Saber o que e como (Know-how
e Know-why)
• Informação organizada e estruturada
• Bagagem e referencial cognitivo.
Habilidade
• Aplicação do conhecimento Competência
• Saber fazer • Alcance de resultados por meio
• Transformação do conhecimento do conhecimento
em resultados • Saber fazer acontecer
• Resolução de problemas • Transformação do conhecimento
• Negociação e gestão de conflitos. em riqueza
• Inovação e mudança.
125
2012). É necessário, desse modo, que o líder esteja atento ao nível de conhecimento
UNIDADE 3
“
“A liderança não pode simplesmente delegar a gestão, em vez de dife-
renciar gerentes de líderes, deveríamos enxergar gerentes como líderes
e a liderança como a gestão praticada corretamente” (MINTZBERG,
2014, p. 17).
Papel interpessoal
126
SÍMBOLO
UNICESUMAR
• Representante (relações públicas) da organização. O papel de símbolo está presente em um
certo número de tarefas. Nenhuma dessas tarefas envolve, significativamente, o processamento
de informações ou tomada de decisões.
LÍDER
LIGAÇÃO
• O papel de ligação envolve a teia de relacionamentos que o gerente deve manter,
principalmente, com seus pares. Nesses relacionamentos, ele vincula sua equipe com outras, a fim
de fazer o intercâmbio de recursos e informações que lhe permitem trabalhar.
Figura 6 - Gestor como símbolo, líder ou ligação / Fonte: Mintzberg (1973, 1990).
“
“A influência dos gerentes é mais claramente vista no papel de líder.
Neste papel formal de autoridade eles atuam com grande poder po-
tencial, a liderança determina em grande parte o quanto será realizado”
(MINTZBERG, 1990, p. 7, tradução livre).
127
Papel informacional
UNIDADE 3
MONITOR
• Recebe ou procura obter informações que lhe permitem entender o que se passa em sua
organização e no meio ambiente. Esse papel envolve a necessidade e a capacidade de lidar com
uma grande variedade de fontes de informação, que vão desde a literatura técnica até a “rádio peão”.
DISSEMINADOR
PORTA-VOZ
• Enquanto o papel de disseminador está relacionado com a transmissão de fora pra dentro, o
papel de porta-voz envolve o inverso – a transmissão de informação de dentro para o meio
ambiente da orgnaização.
“
Como monitor, o gerente está sempre “varrendo” o ambiente para
obter informações, conversando com contatos de contato e subordi-
nados, e recebendo informações não solicitadas, muitas delas como
resultado da rede de contatos pessoais (MINTZBERG, 1990, p. 7,
tradução livre).
128
Papel Decisorial
UNICESUMAR
Esse papel contempla a resolução de problemas e a tomada de decisões que te-
nham relação com novos empreendimentos, distúrbios, alocação de recursos e
negociações.
“
A informação não é, obviamente, um fim em si mesma, é a entrada
básica para a tomada de decisão. Uma coisa é clara no estudo do
trabalho gerencial: o gerente/gestor desempenha o papel principal
na tomada de decisão. Como autoridade formal, somente o gerente/
gestor pode direcionar a unidade a novos cursos de ação impor-
tantes, e como centro nervoso, apenas o gerente/gestor tem infor-
mações atuais para tomar o conjunto de decisões que determina
a estratégia da unidade (MINTZBERG, 1990, p. 7, tradução livre).
EMPREENDEDOR
• O gerente/gestor é iniciador e planejador da maior parte das mudanças controladas em sua
organização. São mudanças desejadas pelo próprio gestor, que podem incluir melhoramentos na
organização e a identificação e aproveitamento de oportunidades de novos negócios, dentre outras
iniciativas.
CONTROLADOR DE DISTÚRBIOS
• Os distúrbio, ao contrário das mudanças controladas, são aquelas situações que estão, parcialmente,
fora do controle gerencial, tais como os eventos imprevistos, as crises ou os conflitos. Para lidar com
essas situações, o gerente/gestor desempenha o papel de controlador de distúrbios.
ADMINISTRADOR DE RECURSOS
• A alocação de recursos é o coração do sistema de formulação de estratégias de uma organização.
O papel de administrar recursos, que é inerente à autoridade formal, está presente em, praticamente,
qualquer decisão que o gerente tome. A administração (alocação) de recursos compreende três elementos
essenciais: administrar o próprio tempo, programar o trabalho e autorizar decisões tomadas por terceiros.
NEGOCIADOR
• De vez em quando, a organização envolve-se em negociações que fogem da rotina, com outras
organizações ou indivíduos. Frequentemente, é o gerente/gestor quem lidera os representantes de sua
organização nessas negociações, que podem lidar com sindicatos, clientes, credores ou empregados
individuais, dentre outras possibilidades.
129
Negociar faz parte do dia a dia de um gestor/gerente, pois, na maioria das ve-
UNIDADE 3
O Processo Decisório
UNICESUMAR
líderes incentivam seus liderados a se posicionarem, darem um passo à frente,
participando de análises e decisões. Tal ação reflete uma cultura de gestão que
busca e incentiva o desenvolvimento de novos líderes.
Para Davenport e Manville (2012), pensar o processo de tomada de decisão,
de forma participativa, para resolução de problemas, é uma grande estratégia.
Para eles, a capacidade de julgamento depende de um processo disciplinado e
bem-estruturado. Esquematizando este processo, temos:
Análise baseada
em fatos,
Envolvimento mensurando
de uma riscos e benefícios;
diversidade de formulação e teste
opiniões. de hipóteses e
Análise do busca de todas
problema por as opções apropriadas
meio de passos até que surja
interativos que outra melhor.
em progressão
refinem as
Identificação questões a serem
do problema respondidas
a ser resolvido.
Figura 9 - Processo de tomada de decisão / Fonte: adaptada de Davenport e Manville (2012, p. 16).
Matriz de decisão
Ideia 1 4 2 4 (4-2+4) = 6
Ideia 2 5 4 3 (5-4+3) = 4
Ideia 3 3 2 5 (3-1+5) = 7
Matriz GUT
A tabela, a seguir, indica o que cada pontuação (1 a 5) significa para cada categoria.
NOTA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA
Piorar
2 Pouco grave Pouco urgente
em longo prazo
Piorar em
3 Grave O mais rápido possível
médio prazo
132
NOTA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA
UNICESUMAR
Piorar
4 Muito Grave É urgente
em curto prazo
Extremamente Piorar
5 Precisa ser resolvido já
Grave rapidamente
Atraso na
4 4 3
entrega
Capacitação da equipe
3 3 1
de vendas
Defeitos na produção
5 5 5
da embalagem
Aumento do consumo
3 2 1
de água
48 2
9 3
125 1
6 4
133
Método FCA + 5 Why
UNIDADE 3
Os 5 Porquês
UNICESUMAR
perguntas, detectou-se uma falha no gerenciamento do estoque, sendo uma
falha interna da própria organização, e não de seus entregadores. Dessa for-
ma, a empresa poderá alterar a eficiência da sua gestão e eliminar o proble-
ma. As questões feitas para chegar à raiz do problema poderiam ser:
136
Com informações detalhadas e bem-dispostas, a tomada de decisão se torna
UNICESUMAR
muito mais natural e assertiva, visto que é pautada em conhecimentos gerados de
forma confiável acerca da própria empresa e não baseada em suposições e fontes,
sem muita confiabilidade. A seguir, apresentaremos três dicas para otimizar seu
processo decisório.
O excesso de confiança não é um fenômeno uni-
versal, depende de fatores que incluem cultura e
personalidade, mas é grande a probabilidade de
você ser mais confiante acerca de cada passo do
processo de tomada de decisão do que deveria.
Dica 1 - Tenha mais Assim, a primeira regra da tomada de decisão é,
dúvidas simplesmente, ser menos seguro a respeito de
tudo. Acha que a escolha A leva ao resultado B?
Possivelmente, é um pouco menos provável do
que você acredita. Pensa que o resultado B é pre-
ferível ao C? Provavelmente, você também está
muito confiante acerca disso.
137
UNIDADE 3
Quadro 4 - Dicas para otimização do processo decisório / Fonte: Frick (2018, on-line)29.
138
3
O LÍDER
UNICESUMAR
COACH
pensando juntos
No futuro, todos os líderes serão coaches, quem não desenvolver essa habilidade auto-
maticamente será descartado pelo mercado.
(Jack Welch)
Sem querer ser redundante, é possível afirmar que o profissional que apresentar
as competências e habilidades que o torne um líder de verdade, possivelmente,
será disputado “a tapas” pelo mercado. Olha aí que nicho de atuação profissional
sensacional! O melhor de tudo é que, com dedicação, estudo e preparação, qual-
quer pessoa pode se tornar este líder tão desejado pelas organizações.
Como vimos, um líder de verdade adota a gestão da singularidade, o que
viabiliza conhecer e confiar nas capacidades dos liderados; sabe delegar e dar
feedbacks e feedforwards de maneira assertiva; tem foco no desenvolvimento
humano, pois reconhece que o “crescimento” individual gera resultado coletivo;
elabora planos de ação de forma estratégica, tendo uma visão futurista e disrup-
tiva (lembra do líder exponencial?), e realiza o acompanhamento do progresso
139
da equipe e alcance de resultados desejados, visando à qualidade e aos realinha-
UNIDADE 3
mentos necessários.
Agora, vamos falar um pouco sobre o chamado Líder Coach? Já conhecia
este termo? Na atualidade, é um estilo de liderança bem-quisto no ambiente
organizacional, pois transita pelo viés da humanização, potencializando o de-
senvolvimento das pessoas, e apresenta resultados significativos. De acordo com
Marques (2017b), este tipo de líder é uma pessoa inspiradora, ele inspira por suas
ações e profissionalismo, resultando em liderados motivados.
Ainda, segundo Marques (2017b), as características mais presentes nesse tipo
de líder é o respeito, a flexibilidade e a motivação, o que gera empatia e lealdade
por parte dos liderados, uma vez que ele não se impõe, mas é pela sua capacidade
de ouvir e aceitar as ideias de sua equipe que consegue tal conexão. Também,
adota uma gestão empreendedora, sempre, inovando em ideias e soluções, assume
os riscos e erros que por ventura ocorram no percurso, posiciona-se a favor da
equipe, os membros sentem que ele faz parte da equipe e sente orgulho disso. É
proativo e busca, sempre, fazer mais e melhor; busca o alcance de resultados, sem
abrir mão de seu objetivo maior, que é o bem-estar da equipe.
Lembra-se de que, na Unidade 1 deste livro, abordamos a habilidade de ou-
vir na essência como característica essencial de um profissional que atua como
coach? Pois bem, o líder coach ouve na essência seus liderados; compartilha suas
experiências e conhecimentos, com o intuito de contribuir com os demais; não
teme que, ao desenvolver as pessoas, no futuro, elas possam se tornar ameaças ao
seu cargo; é um líder servidor; presta atenção e se importa com as necessidades
das pessoas. Para Marques (2017b, p. 155):
“
as equipes que são geridas por um Leader Coach têm ganhos rela-
cionados ao autoconhecimento e autoconfiança, o que aumentará
o engajamento dentro da empresa, pois o nível de satisfação no tra-
balho também estará crescendo gradativamente à medida que as
mudanças positivas estiverem ocorrendo.
140
base os ensinamentos do coaching, o que o capacita para atuar dessa forma. Tal
UNICESUMAR
processo leva o liderado a descobrir como ele pode contribuir mais e melhor, de
forma alinhada, com seus limites e necessidades pessoais e profissionais.
É interessante pontuar que o líder coach não se apresentará de formas di-
ferentes, dependendo do ambiente em que está. Esse líder, gradativamente, de-
senvolve as habilidades próprias deste perfil de liderança, e isso refletirá em seu
modo de ser. Com disciplina e comprometimento com a sua mudança, abrirá
mão de velhos hábitos e se tornará uma pessoa melhor, procurando aprimorar,
continuamente, suas competências. Inserir os ensinamentos do coaching em sua
rotina o leva a ser uma pessoa melhor e interessada, genuinamente, nos outros,
em qualquer lugar que vá (MARQUES, 2017b).
A organização, que busca desenvolver a liderança sob o viés do Coaching,
deve viabilizar não, apenas, as capacitações e treinamentos necessários para isso,
como o Business Coaching, mas, em especial, deve procurar desenvolver uma
cultura organizacional compatível com este tipo de liderança, pois a atuação do
líder impactará, diretamente, na forma como se dará o alinhamento da missão,
visão e valores da empresa, com os interesses profissionais e pessoais dos cola-
boradores, de forma a gerar resultados.
Não adiantará, porém, ter um líder coach na empresa se ele não tiver o respal-
do necessário da organização, a fim de atuar em consonância com os ensinamen-
tos do coaching. Por exemplo, compreender que esse tipo de liderança prioriza a
visão holística e humana do ser, não adota uma postura autoritária, nem valoriza
o controle hierárquico para a geração de resultados, deve ser um entendimento
comum e permear todos os níveis organizacionais (BLOCK; MENDES; VIS-
CONTE, 2012).
O líder coach busca seu autodesenvolvimento continuamente, estando apto
a auxiliar no crescimento da carreira de seus liderados, que também se dará pelo
autoconhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional. Ele(a) incentiva seus
liderados a atingirem patamares superiores, e, para isso, ele dá apoio, estimulando
a expansão do potencial de cada um e a geração de aprendizados, o que ocorre
tanto com experiências em grupo quanto individuais (MARQUES, 2017b).
Um processo de coaching direcionado para o desenvolvimento de lideranças,
que pode ser, por exemplo, a liderança com o perfil coach, auxilia o indivíduo
a desenvolver determinadas habilidades muito importantes para essa atuação.
Conheça algumas delas no quadro a seguir.
141
• Estar aberto a inovações.
UNIDADE 3
• Contratar pessoas.
• Demitir pessoas.
• “Motivar” pessoas.
• Pensar positivamente.
• Reconhecer os erros.
• Saber planejar.
• Ser ético.
• Ser profissional.
• Ter coragem.
• Tomar decisões.
Este estilo de liderança exige que o líder assuma alguns papéis importantes, como
o de instrutor, pois auxiliará os liderados no amadurecimento, por meio do apren-
dizado, e o papel de facilitador que leva a equipe a definir suas próprias metas e a
descobrir suas habilidades, provocando reflexões, por meio de perguntas signifi-
cativas e pontuais. O líder coach, desse modo, atua sempre com alguns objetivos
em mente (MARQUES, 2017b), vamos conhecê-los?
142
1. Auxiliar o liderado na busca por respostas: evita dar conselhos pron-
UNICESUMAR
tos, o ideal é incentivar a equipe ou o indivíduo a buscar por si mesmo. O
desenvolvimento do autoconhecimento é essencial nesse processo, pois
permitirá que o poder de decidir seja sempre do indivíduo e não do líder,
isso gera autoconfiança e autonomia.
2. Desenvolver novos potenciais: busca prevenir situações e desalinha-
mentos, priorizando o aprendizado e o desenvolvimento de seus lidera-
dos, de forma antecipada. Foca em promover mudanças de comporta-
mentos, potencializar as competências de cada um e desenvolver o que
é necessário para a autorrealização, vinculada à entrega de resultados.
3. Contribuir para o aprendizado: possibilita o aprendizado em todas as
experiências vividas pelo liderado, em especial, nos momentos em que
o liderado comete erros ou sente-se intimidado frente a dificuldades. O
líder coach é equilibrado e, por meio de perguntas, leva o liderado a refle-
xões sobre como ele mesmo pode acessar recursos internos para reverter
a situação. O foco não é identificar culpados, mas descobrir como fazer
diferente e como desenvolver recursos internos.
4. Feedback objetivo: o tempo é um elemento muito valorizado. Dessa
forma, o feedback, o feedforward e as conversas com as equipes são rea-
lizadas, utilizando as técnicas e ferramentas do coaching, o que acelera e
potencializa o processo.
5. Desenvolver competências: visa que seus liderados estejam sempre ap-
tos a assumirem novos cargos e preparados para uma promoção. Assim,
busca aperfeiçoar as competências que o liderado possui e desenvolver as
que ele, ainda, necessita para dar um novo direcionamento à sua carreira,
objetivando o sucesso profissional.
O líder coach estimula e auxilia a busca autônoma de seus liderados, seja para re-
solver adversidades, seja para alcançar mais, rapidamente, objetivos. Dessa forma,
o líder desenvolverá outros líderes, que serão responsáveis pelas próprias ações e
se tornarão novos líderes (MARQUES, 2017b). O líder coach se esforça para que
todos os seus liderados alcancem seu nível de excelência. Deseja, sinceramente,
desenvolver líderes capazes de atuar, de forma a servir e auxiliar outras pessoas,
trabalha para que cada um se desenvolva em sua carreira profissional e atinja
sua realização profissional e pessoal. É por meio destes esforços e metodologia
aplicada que entrega resultados extraordinários para a empresa em que atua.
143
4
COACHING
UNIDADE 3
DE CARREIRA
O que significa ter sucesso para você? Esta é uma pergunta muito importante,
quando falamos sobre uma carreira profissional de sucesso. É comum as pessoas
confundirem fama com sucesso, por exemplo, é comum, também, tomarem para
si valores de grupos sociais, da mídia, da família etc. Então, convido você, neste
momento, a refletir sobre o que significa ter uma carreira de sucesso, se possível
descreva, de forma detalhada, como seria esta realidade para você.
Todos nós queremos ter uma carreira de sucesso, para isso, precisamos es-
colher uma profissão, o que exige foco e dedicação. A escolha de uma profissão
nem sempre é fácil, dúvidas como: fiz a escolha certa? Será que vou dar conta do
recado? Isso me deixa feliz? Estou pronto(a) para atuar? Este é o caminho para
o sucesso etc.? Essas questões são uma pequena amostra dos “fantasmas” que
podem surgir. Esse processo pode acontecer carregado de angústias e incertezas
e é, neste momento, que o coaching de carreira pode ser um forte aliado.
O termo “carreira” é utilizado com frequência, aqui, já citei inúmeras vezes. A
compreensão, todavia, é bem simples, nossa carreira é nossa trajetória profissio-
nal, ou seja, tudo aquilo que fazemos em nossa vida profissional é nossa carreira.
Pode-se inferir que nossa vida profissional, contemplando, absolutamente, tudo
que fizemos, constitui nossa carreira.
Agora, olhe para sua vida profissional, pense em tudo que já fez; tudo em
que você pensou faz parte de sua carreira profissional, inclusive suas escolhas
144
acadêmicas e outras capacitações. Talvez, você esteja dando início à sua carreira,
UNICESUMAR
talvez já tenha uma carreira consolidada ou, ainda, pensando em mudar de área
de atuação, não importa seu momento ou a decisão que tomará, tudo faz parte
de sua carreira profissional.
Compreender, agora, que cada pessoa percebe sua carreira de forma única
(lembra-se de que o termo sucesso pode ter significados diferentes para pessoas
diferentes?) a conduzirá de forma única. Nesse viés, o Coaching de Carreira pode
atuar de forma a facilitar a identificação dessa percepção e da escolha de qual
seria a melhor forma de condução da carreira. O processo de coaching viabiliza
para o coachee a identificação de seu estado atual e obtenção de uma visão clara
de seu estado desejado, ou seja, aquilo que o coachee define como seu sucesso
profissional (MARQUES; CARLI, 2012). O coaching de carreira pode atender
demandas diferentes; nesse contexto, vamos conhecer algumas delas, apresenta-
das pelos autores Marques e Carli (2012)?
145
Coaching para executivos recém contratados
UNIDADE 3
146
Coaching para colocação após perda de emprego
UNICESUMAR
Administrar os possíveis sentimentos após desligamento de perda, como raiva,
vergonha etc. Será desenvolvido estratégias para que se possa lidar e resolver tais
sentimentos. Entender as novas expectativas, conduzir uma avaliação de habili-
dades e uma revisão do histórico de carreira, dando foco ao sucesso e às aptidões.
Discutir as possibilidades existentes, considerando a mudança do mercado e suas
tendências, estabelecer sua meta e um plano de ação. Por fim, fazer acompanha-
mento e dar feedbacks, ao longo do processo de procura do novo desafio.
Modelos de carreira
Trilho
Nesse modelo de carreira, temos as características de uma linha férrea, isso mes-
mo, trata-se de um caminho com poucos desvios, paradas conhecidas e, por vezes,
obrigatórias, cabe ao maquinista decidir, apenas, a velocidade a ser adotada. É
um caminho muito eficiente e garante pontualidade, além de uma viagem com
147
probabilidade mínima de imprevistos. Entretanto, quando de fato sofre uma ação
UNIDADE 3
externa, não prevista, como um deslizamento, a única saída é a parada até que se
resolva o incidente e se libere o trilho.
Nesse modelo de plano de carreira adotado por algumas organizações, o pro-
fissional ingressa em determinada estação e segue no trilho, de estação em estação
(cargos), até o ponto final da viagem, que pode ser a presidência da empresa,
conselho, diretoria etc. A velocidade desta jornada é determinada pelos gestores
que, comumente, usam frases como: “Fulano tem as competências necessárias,
mas, ainda, é novo demais para a posição”, “esta pessoa vai muito bem, vamos
deixá-la nesta posição por um ou dois anos para que crie “músculos” e então a
promovemos” etc.
Mapa
Você pode contar com diversos tipos de mapas, vou utilizar, como exemplo, a
carta náutica, modelo de mapa muito democrático. Esse modelo contempla inú-
meras informações sobre pequenas partes de mar e costa, propiciando que os
navegadores definam seu curso. São informações muito importantes que possibi-
litam ao navegador tomar decisões, como onde navegar, onde atracar, qual o me-
lhor percurso etc. Veja que interessante, este mapa apresenta todas as informações
necessárias para que haja uma tomada de decisão, ele é fundamental para uma
decisão acertada, entretanto, quem, a partir das informações, decidirá o caminho
é o navegador, o mapa não decide ou indica qual deve ser o caminho adotado.
Nesse modelo de carreira, em caso de tempestades, o melhor será enfrentá-las
ou parar e esperar passar, entre outras possibilidades, apenas, o navegador, ou seja,
quem dirige o barco, definirá isso. Obviamente, é necessário ter conhecimento
aprofundado de todas as informações do mapa; conhecer os pontos de vantagem
e desvantagem; formular uma estratégia e seguir em frente. Talvez, seja necessário
mudar a rota, então, é importantíssimo a capacidade de adaptação e conhecer
muito bem o ambiente em que está para que possa fazer as manobras com segu-
rança. De acordo com Marques e Carli (2012, p. 56), “a carreira em mapa dá ao
indivíduo a possibilidade de ascender com mais liberdade, traçando o caminho
que ele achar que será mais conveniente ao que o ambiente proporciona”.
148
UNICESUMAR
conecte-se
Condutor ou passageiro
Pense sobre sua carreira, olhe, atentamente, para sua vida profissional, você se
considera o condutor ou passageiro de sua carreira? Vamos compreender estas
duas posições, que, ao longo de uma carreira profissional, podem variar de acordo
com o momento vivido.
Há vantagens em escolher ser o passageiro, pense comigo, há o conforto de
ser conduzido, a tranquilidade de não precisar decidir o caminho nem os desvios
e, melhor ainda, não ser responsável por eventuais contratempos. No caso do
condutor, há a imensa responsabilidade sobre todas as decisões a serem tomadas
e, ainda, é preciso assumir o risco e as consequências por eventualidades que não,
raramente, ocorrem.
É preciso, porém, compreender que há inúmeros profissionais que se realizam
ao trilharem um plano de carreira delineado pela empresa; seguem a política de
promoção da empresa e, nem por isso, são menos realizados ou infelizes com o
que fazem. Em um tempo não muito distante, para não dizer ainda na atualidade,
para muitas empresas, o profissional — contratado em cargos ditos “inferiores”,
como mensageiro, office boy etc., e, após muitos anos na empresa, chega a cargos
de gerência ou coordenação — é considerado exemplo a ser seguido.
O que precisa ser compreendido é o que para você é importante, o que lhe
satisfaz, o que lhe realiza profissionalmente? Não há certo ou errado, melhor ou
pior, existe a escolha que para você, e exclusivamente para você, é a mais ade-
quada e lhe deixa realizado(a). Obviamente, o mercado nos apresenta inúmeros
estigmas e modelos estereotipados, não seja hipnotizado por isso, olhe para si.
Nesse sentido, é importante o autoconhecimento; o que significa estar realizado
profissionalmente para você?
149
Trilho e Passageiro
UNIDADE 3
Para início de carreira, ser passageiro em um modelo em trilho não é uma opção
a ser descartada, pois é possível contar com a proteção de um plano de carreira e
o com o auxílio de mentores que conduzirão a orientação dos primeiros passos
para as atividades que deverão ser realizadas. Se isso for bem aproveitado, poderá
resultar em desenvolvimento profissional significativo.
Agora, tal situação pode não ser a adequada e, até mesmo, gerar patologias,
no caso de condução de carreira para profissionais com anos de atuação e com
muita experiência. Tal situação pode gerar frustração uma vez que há a capaci-
dade de tomada de decisão devido a sua experiência, mas é passageiro em um
trem guiado por outros.
Trilho e condutor
Mapa e passageiro
UNICESUMAR
o profissional está nesta situação, por um longo período, e há reconhecimento de
suas conquistas e sucesso, ocorre um esquecimento de que, ainda, faz parte de
uma organização e que ele não está no comando da operação, ainda é passageiro
desse trem. Em especial, quando empreende em negociações ou projetos de risco
que, muitas vezes, são barrados pela organização ou, simplesmente, não conse-
gue materializar o desconto que prometeu ao cliente, porque a empresa negou o
pedido, ou a entrega que garantiu em determinado prazo não se realizou. Essas
situações podem gerar sintomas destrutivos, como ira, frustração etc.
Caso escolha este tipo de gestão de carreira, é preciso que haja mais “por fa-
vor” do que “me desculpe”. Habilidades, como construir alianças fortes, disputar
recursos e estar preparado para lidar com negativas, são essenciais.
conecte-se
Mapa e condutor
O que significa liberdade para você? Equivocadamente, por vezes, pensa-se que
liberdade significa fazer o que quiser, como quiser e no momento que quiser.
Lamento informar que isso não é liberdade, isso é utopia, sim, por mais liberdade
que se possa ter, ainda sim, estamos inseridos em algum tipo de contexto que
exige, em algum nível, algo de nós.
Lembra-se do que contempla o mapa? Pois então, são informações que, de
certa forma, delimita a escolha, indicando que tal caminho não é seguro ou apre-
senta muitos obstáculos, induz a decisão de se escolher outro percurso. Obvia-
mente, ainda sim, há liberdade, pois é o dono do mapa quem decide, sua escolha,
porém, não se pauta, apenas, pelo que deseja, ela considera informações impor-
tantes que contém no mapa.
A característica principal, nesse modelo de gestão de carreira, portanto, é o
empreendedorismo, lembrando que o empreendedorismo pode ser reconhecido,
151
também, em ações de profissionais atuantes em empresas que não são suas. Isso
UNIDADE 3
Foco. Empreendedorismo.
MAPA Entendimento das regras. Aceitação do risco.
Resistência à frustação. Planejamento.
Alinhamento. Disciplina.
Flexibilidade.
Paciência.
TRILHO Confiança.
Percepção de papel.
Iniciativa.
Respeito à hierarquia.
Inovação.
Perseverança.
Autodesenvolvimento.
PASSAGEIRO CONDUTOR
152
UNICESUMAR
pensando juntos
Você não pode focar no que não está dando certo. Sempre há uma forma de dar a volta
por cima.
(Divertida Mente)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
153
na prática
PORQUE
2. O líder exponencial precisa ter a essência disruptiva e não, apenas, boas formações
técnicas. Lidar com o mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), com in-
formações por todos os lados, velocidade acelerada mantendo agilidade sustentável,
são desafios enormes (WEIGEL, 2017, on-line)30. Conforme apresentado, há alguns
pilares básicos do líder disruptivo e exponencial, tais pilares apresentam caracte-
rísticas e habilidades que formam uma rede de competências e um estado de ser
único. A característica, busca pela experimentação, tem um componente importante:
ela parte da análise do comportamento do público. É a partir dos seus insights que
os líderes exponenciais devem ir atrás de soluções para os problemas dos clientes,
e não, necessariamente, de novos produtos e serviços. Tal comportamento está
relacionado a qual pilar?
154
na prática
a) Humanitário.
b) Tecnólogo.
c) Inovador.
d) Futurista.
e) Cooperador.
3. Para Weigel (2018, on-line)24, “as habilidades deste novo líder são, diretamente, liga-
das a propósito, consciência e a uma essência inconformada; eles são capazes de
implementar ideias revolucionárias, engajar pessoas e causar impactos sociais ex-
traordinários, desafiando, de forma agressiva, o status do antigo modelo capitalista”.
A contextualização apresentada refere-se a que perfil de liderança?
a) Líder Coach.
b) Líder Exponencial.
c) Líder Humanitário.
d) Líder Singular.
e) Líder Inovador.
155
na prática
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
5. O líder Coach assume alguns papéis importantes, como o papel de instrutor, pois
auxiliará os liderados no amadurecimento por meio do aprendizado, e o papel de
facilitador que leva a equipe a definir suas próprias metas e a descobrir suas ha-
bilidades, provocando reflexões por meio de perguntas significativas e pontuais. O
líder coach atua, sempre, com alguns objetivos em mente; considerando o objetivo
Feedback objetivo, analise as afirmativas a seguir.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
156
aprimore-se
O RH TORNA-SE ÁGIL
Ser ágil já não é prerrogativa só da tecnologia. A metodologia agile está sendo apli-
cada em outras áreas e atividades, desde desenvolvimento de produto até manufa-
tura — e agora está transformando o modo como as empresas contratam e admi-
nistram seu pessoal e crescem.
Você poderia dizer que o RH está se tornando ágil, mas em versão light: a área
aplica os princípios gerais sem adotar todas as ferramentas e protocolos do mundo
da tecnologia. Trata-se da mudança da abordagem baseada em regras e planeja-
mento para um modelo mais simples e rápido baseado no feedback dos participan-
tes. Esse novo paradigma decolou, de verdade, na área de gestão de desempenho
(em uma pesquisa da Deloitte de 2017, 79% dos executivos globais consideraram a
agilidade de gestão de desempenho uma alta prioridade organizacional). Mas ou-
tros processos do RH estão começando a mudar.
No momento, estamos observando uma transformação mais generalizada. Por
que agora? Porque a inovação rápida se tornou uma necessidade estratégica para
a maioria das empresas, não apenas para algumas. Com o objetivo de colocá-la em
prática, as empresas passaram a prestar atenção no Vale do Silício e nas empresas
de software em particular, copiando suas práticas ágeis para gerenciar projetos. Por
isso, os modelos de planejamento de cima para baixo estão sendo substituídos por
métodos mais ágeis, orientados para o usuário, e mais adequados à adaptação no
curto prazo, como prototipagem rápida, feedback iterativo, decisões baseadas na
equipe e “sprints” centrados na tarefa. Como sugere Lynn Roger, diretor de transfor-
mação do BMO, “a velocidade é a moeda corrente nos novos negócios”.
Não havendo mais a justificativa para manter os antigos sistemas de RH, e com o
manual da agilidade disponível para ser copiado, o RH está, finalmente, conseguin-
do sua tão esperada reformulação. Neste artigo, ilustramos algumas das profundas
mudanças que as empresas estão empreendendo em sua administração de talen-
tos e descrevemos os desafios que enfrentam na transição para um RH ágil.
Onde observamos as maiores mudanças
157
aprimore-se
158
aprimore-se
159
eu recomendo!
livro
filme
160
eu recomendo!
filme
conecte-se
161
4
COACHING NO
APRIMORAMENTO
de resultados
PROFESSORA
Me. Angela Ferreira de Lima Pizzaia
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Coaching de Performance • Gestão
Emocional • Aprendizagem, Recursos e Estratégias • Ressignificação de Resultados.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Reconhecer o impacto das emoções no comportamento das pessoas e assimilar técnicas, de gerencia-
mento das emoções • Reconhecer, em níveis cognitivos, como a aprendizagem se dá e sua importância
em um processo de coaching • Ser capaz de utilizar a ressignificação, a partir de sua compreensão e
relação com a obtenção de resultados.
INTRODUÇÃO
O quanto você está disposto a fazer algo ou abrir mão de algo para alcan-
çar um objetivo que deseja muito? Essa deve ser a primeira pergunta a ser
feita, quando falamos de alavancagem de performance. E, quando falamos
performance, discutimos o desempenho, ou seja, ação e comportamento.
Isso significa que, para se alcançar um novo nível de performance, faz-se
necessária a mudança de comportamento, que, por sua vez, acontece a
partir da alteração de perspectiva da realidade.
Parece confuso? Acredite, é bem simples! Mente e corpo são parte do
mesmo sistema, se quero agir de determinada forma, é preciso que minha
mente crie pensamentos que me levem a tais comportamentos. Isso porque
nossas ações resultam dos sentimentos gerados pelas nossas emoções. “E
agora?” — Você pode se perguntar. Mais uma vez: é simples! Basta apren-
dermos a gerenciar, adequadamente, nossas emoções.
Nesta unidade, faremos uma viagem maravilhosa que o(a) levará a co-
nhecer este universo, único para cada ser humano, isto é, alguns aspectos
da nossa mente e como podem influenciar na busca por resultados. Uma
reflexão é fato: se quero obter resultados diferentes, preciso agir de for-
ma diferente do habitual, caso contrário, continuarei a obter os mesmos
resultados. Desse modo, compreender como o processo de coaching de
performance, o gerenciamento adequado das emoções, a aprendizagem e a
ressignificação podem ajudar no processo de alavancagem de performance
é o objetivo principal dessa unidade. Vem comigo nessa jornada!
1
COACHING DE
UNIDADE 4
PERFORMANCE
Se alguém o(a) fizesse a seguinte pergunta: “De 0 a 10, que nota você atribui para
sua performance (desempenho) nas esferas pessoal, profissional ou de negócios
atualmente?” Qual seria a sua resposta?
Vivemos em um contexto, em que o pensamento disruptivo é, cada vez mais,
exigido. Lembra-se das organizações exponenciais? Pois bem, o seu nível de per-
formance, entre outras variáveis, será impactado por sua habilidade de adaptar-se
aos novos contextos; capacidade de gerir, de forma adequada, as suas emoções e
de quem o(a) rodeia, isto é, construção e manutenção de relacionamentos saudá-
veis; entrega de resultados esperados e, ainda, sua capacidade de pensar fora da
“caixa”. Isso mesmo, o quanto você está arraigado a padrões obsoletos e crenças
limitantes que o(a) impedem de ser inovador(a)? Acredite, por vezes, não nos
damos conta de como nosso processo cognitivo está comprometido, vinculado
a padrões arcaicos de processamento de informações e obediente a “verdades”,
que nem mesmo são nossas.
Ao falar em performance, desse modo, não se contempla, apenas, o viés profis-
sional, mas qualquer esfera de nossa vida. E o coaching de performance tem como
objetivo, justamente, contribuir para melhorar o desempenho, em quaisquer des-
sas áreas. O elemento chave do coaching é a consciência, e, quando falamos em
coaching de performance, isso não é diferente. Whitmore (2006, p. 34-35) faz uma
analogia muito interessante, observe:
164
“
[...] como nossa visão ou audição, que podem ser boas ou fracas; há
UNICESUMAR
infinitos graus de consciência. Diferentemente da visão ou audição,
que por padrão são boas, nossa consciência diária é, por padrão,
fraca. Lentes de aumento ou um amplificador podem elevar nossa
visão e audição a um limiar muito acima do normal. Do mesmo
modo, a consciência pode ser desenvolvida ou elevada consideravel-
mente através de uma atenção direcionada e da prática, sem que se
precise recorrer à drogaria da esquina! A consciência ampliada pro-
porciona maior clareza na percepção, como as lentes de aumento.
Agora, você pode se perguntar, o que é consciência? De forma sucinta, pode-se di-
zer que é a união entre nossa percepção clara dos fatos e as informações relevan-
tes, ou nossa capacidade de determinar o que é relevante. Consciência contempla,
ainda, a autoconsciência, em especial, o fato de se reconhecer quando e como as
emoções ou desejos distorcem a própria percepção (WHITMORE, 2006).
Após ler o parágrafo anterior, faz sentido para você, pensar em autoconhe-
cimento? Só serei capaz de reconhecer algo em mim, se de fato me conhecer
com profundidade, concorda? Só serei capaz de ter uma consciência ampliada se
me conhecer tão bem a ponto de saber que, em determinado momento, minha
percepção está distorcida e ser capaz de identificar o que causa essa distorção
(autoconsciência).
pensando juntos
Sou capaz de controlar apenas aquilo de que tenho consciência. Aquilo de que não tenho
consciência me controla. A CONSCIÊNCIA me fortalece.
(John Whitmore)
166
herói. Geralmente, nestas tramas, em algum momento da jornada, o “herói” sente
UNICESUMAR
a necessidade de conhecer melhor a si mesmo, saber quais são suas potenciali-
dades, suas vantagens e desvantagens, forças e fraquezas, conhecer sua luz e sua
sombra e, então, revelar seu potencial oculto. É, a partir desse momento, que ele
parte para enfrentar seus medos, desafios, obstáculos e realizar sua missão ou
atingir seu objetivo. Lembrou-se de algum filme ou série?
Em um processo de coaching de performance, no primeiro instante, será o
momento em que o coach convida o coachee a viajar para dentro de si, o que gera-
rá autoconhecimento, elemento essencial para identificar seu estado atual, definir
seu estado desejado (sua missão/meta) e, por fim, o caminho a ser percorrido para
se alcançar o novo estado. Neste momento, um PDI (Plano de Desenvolvimento
Individual) pode ser muito útil.
Nessa viagem, o profissional coach poderá lançar mão de variadas ferramen-
tas de coaching para garantir que o coachee, de fato, abra-se para o autoconhe-
cimento e, na medida do possível, contribua para mudanças necessárias, sejam
estas de comportamento, percepção, crenças, sejam de sentimentos. O processo
de coaching, desse modo, viabiliza:
“
uma crescente consciência que traz à tona e destaca os atributos
únicos do corpo e da mente de cada indivíduo, enquanto desenvol-
ve a capacidade e a segurança para melhorar sem a prescrição de
terceiros. Isso desenvolve a autoconfiança, a segurança e a respon-
sabilidade próprias” (WHITMORE, 2006, p. 36).
167
posicionamento de vítima, mas, sim, de participante ativo que se responsabiliza
UNIDADE 4
mesmo quando algo não dá certo ou uma meta não foi batida, pois entende que
participou das decisões e não, apenas, seguiu ordens, sem fazer parte do processo.
Tal comportamento reflete maturidade emocional, pois, a partir do momen-
to que há a autorresponsabilidade, há, também, o entendimento de que se sou
responsável por tudo o que acontece comigo, então, tenho o poder para mudar
qualquer coisa em minha vida, inclusive, o que acontece comigo e que não gosto.
Percebe que tudo está na mente?
A grande maioria dos obstáculos a uma performance desejada está na mente
das pessoas. Tudo que foi abordado, até aqui, nesta unidade, leva-nos a compreen-
são de que a maneira como “percebemos” a realidade e a nós mesmos determinará
como nos posicionamos no dia a dia e frente às diversas situações. Nesse sentido,
as competências emocionais devem estar na mira de quem já desenvolveu seu
autoconhecimento e, agora, traça a estratégia para gerar mudança de comporta-
mento. Um profissional pode ter experiência e conhecimento, mas a chave para
o sucesso é a mente. De acordo com Whitmore (2006, p. 41), “a eliminação de
obstáculos internos com frequência reduz os obstáculos externos a proporções
administráveis”.
Evidencia-se, portanto, que os treinamentos tradicionais ofertados pelas em-
presas não dão conta das novas demandas exigidas pelo mercado atual, em que
competências interiores, como resiliência, pensamento disruptivo, adaptabili-
dade, otimismo, inteligência emocional etc., são exigidas neste contexto. Diante
desta nova demanda, entre as alternativas de intervenções profissionais existentes
que contemplam as novas condições e exigências, existe o coaching, com uma
metodologia de aceleração de resultados que, cada vez mais, legitima-se no am-
biente organizacional.
Dessa forma, a atuação do coach, neste processo de autoconhecimento, deve
garantir que, caso seja necessário, haja uma mudança de mindset, a fim de que
o coachee se veja como capaz, realizador e autorresponsável. E serão as pergun-
tas poderosas abertas que atuarão como os maiores geradores de consciência e
responsabilidade. Segundo Napoleon Hill (2015, p. 28), “Nenhum homem terá
chance para desfrutar um triunfo permanente se não começar por olhar-se num
espelho para descobrir a causa real de todos os seus erros”.
Na Unidade 5, você terá acesso a inúmeras ferramentas que podem contribuir
para o desenvolvimento do autoconhecimento, o que é essencial para o mapea-
mento do estado atual de qualquer pessoa.
168
UNICESUMAR
conecte-se
10 perguntas disparadoras para seu processo reflexivo, de modo que comece, agora mes-
mo, a identificar e mapear seu estado atual. Acesse:
http://mamtra.com.br/estado-atual-como-mapear/
“
A PNL é a arte e a ciência da excelência, derivada do estudo de
como pessoas altamente qualificadas em vários campos obtêm re-
sultados excepcionais. Qualquer pessoa pode aprender técnicas de
comunicação para aumentar sua eficiência pessoal e profissional,
[...] há muitos modelos de excelência que a PNL criou no campo
da comunicação, dos negócios, da educação e da terapia. A aborda-
gem é prática, dá resultados e é cada vez mais utilizada em muitas
disciplinas no mundo inteiro.
“
A PNL estuda talento e qualidade - como organizações e indivíduos
excelentes obtêm seus resultados excelentes. Os métodos podem
ser ensinados a outros para que eles também possam obter a mes-
ma classe de resultados. Esse processo denomina-se “modelagem
(O’CONNOR, 2017, p. 8).
“
Para modelar, a PNL estuda como estruturamos nossa experiência
subjetiva - como pensamos sobre nossos valores e crenças e como
criamos nossos estados emocionais - e como construímos nosso
mundo interno a partir de nossa experiência e lhe damos significado.
Nenhum evento tem significado em si mesmo, nós lhe atribuímos sig-
nificado, e pessoas diferentes podem lhe atribuir significados iguais
ou diferentes. Assim a PNl estuda a experiência do lado de dentro.
170
ESTRUTURAS COMPORTAMENTAIS
UNICESUMAR
Descobrir o que você e os outros desejam, descobrir
os recursos de que dispõe e usar esses recursos para
atingir os resultados desejados. A atitude voltada para
o problema é, geralmente, chamada de “estrutura de
Atitude voltada para os
culpa”. Isto significa analisar, detalhadamente, o que
resultados, ao invés de
está errado e fazer perguntas, tais como: “Por que
para os problemas
tenho este problema? De que forma isso me limita? De
quem é a culpa?” Esses tipos de perguntas, geralmente,
não levam a nada de útil. Só fazem com que a pessoa
se sinta pior e não resolvem o problema.
171
Percebe que tudo gira em torno de como se percebe a realidade? A percepção que
UNIDADE 4
Vamos a um exemplo
O Coachee apresenta frases do tipo “Todo brasileiro é desonesto”. Essa frase pode
significar uma crença construída de forma inconsciente, então, as perguntas le-
vantadas pelo Coach serão:
1. Como você sabe que todo brasileiro é desonesto?
2. Quando você chegou a essa conclusão?
3. Por que você acredita nisso?
172
Percebe como é importante que, em um processo de coaching, seja identifi-
UNICESUMAR
cado se há crenças limitantes por parte do Coachee? Ocorrendo tal identificação,
por meio das perguntas (exemplo apresentado anteriormente), será possível levar
a racionalização da crença o que levará a sua desconstrução e, na sequência, o
Coach leva o Coachee a construir uma nova percepção/ressignificação acerca
daquele tema de forma positiva.
Na busca pela performance, é importante este mapeamento, para então dar
sequência ao processo que, na PNL, apresenta-se em três passos (resultado, acui-
dade e flexibilidade), em que o Coach mais uma vez, por meio de perguntas
significativas, levará o Coachee a refletir e a agir.
pensando juntos
Consciência é saber o que está acontecendo à sua volta. Autoconsciência é saber o que
você está sentindo.
(Joseph O’Connor e John Seymour)
“
Se a PNL fosse apresentada em um seminário de três minutos, ocor-
reria mais ou menos o seguinte:
O apresentador diria: Senhoras e senhores, para ter sucesso na vida,
uma pessoa só precisa ter em mente três coisas.
Primeiro, saber o que quer. Ter uma ideia clara do objetivo desejado
em qualquer situação.
Segundo, estar alerta e receptiva para observar o que está conse-
guindo.
Terceiro, ter flexibilidade para continuar mudando até conseguir o
que quer (O’CONNOR; SEYMOUR, 1990, p. 23).
173
Que resultado desejo alcançar? Se não soubermos para onde
UNIDADE 4
1º Definir objetivo
estamos indo, fica mais difícil chegar lá.
“
Quando se aluga um barco a remo para explorar um trecho de rio.
Decide-se aonde se quer ir: este é o objetivo inicial. Começa-se a
remar, observando o caminho: acuidade sensorial. Compara-se a
direção tomada com o local aonde se deseja chegar e, caso o cami-
nho esteja errado, muda-se o rumo. Este ciclo é repetido até que
se chegue ao destino final (O’CONNOR; SEYMOUR, 1990, p. 24).
174
de outros para alcançá-lo. Concentre-se naquilo que precisa fazer para
UNICESUMAR
provocar a reação dos outros, se for o caso, por exemplo, ao invés de es-
perar que alguém apareça e se torne seu amigo, pense no que pode fazer
para se tornar amigo de alguém.
3. Seja o mais específico possível, ao pensar em como será ao atingir seu ob-
jetivo. Imagine, com riqueza de detalhes, este momento. Como saber se já
atingiu seu objetivo? Quais os indícios sensoriais que lhe permitirão saber
que já tem aquilo que deseja? O que verá, ouvirá e sentirá quando tiver
atingido esse objetivo? Pensar nisso de forma específica possibilitará que
seu cérebro ensaie e perceba oportunidades para poder atingir o objetivo.
4. Pense sobre os recursos necessários para que você possa atingir seu ob-
jetivo. Quais são necessários? Você já os possui? O que falta? É possível
acessar os recursos ausentes? Estes recursos podem ser de caráter interno
ou externo, é importante que se pense sobre todos os recursos necessários.
5. Analise o tamanho do seu objetivo. Dependendo da extensão, talvez seja
necessário dividi-lo em etapas, em objetivos menores que possam ser
atingidos mais facilmente. Perguntas, como: o que me impede de atingir
este objetivo? O que atingir esse objetivo me proporcionará? Quem mais
será afetado por isso?, devem fazer parte da análise.
Após ter identificado de forma clara e objetiva o estado atual do coachee e seu
estado desejado, processo que você já teve a oportunidade de ver aqui neste li-
vro, é hora de pensar na estratégia, o caminho a ser percorrido para se alcançar
o resultado pretendido. Como discutimos a performance, o melhor caminho
será pensar em um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI). Afinal, para se
atingir o melhor desempenho, o desenvolvimento de conhecimento, habilidades
e competências se faz necessário. Nesse caso, tem-se uma meta inicial que é de-
senvolver a performance para, então, atingir a meta final, isto é, o que de fato o
motiva a busca pela melhora de performance. A figura, a seguir, ilustra o processo.
“
Conseguir uma melhor performance de qualquer grupo ou indiví-
duo, incluindo você mesmo, significa ter uma mudança permanente
no modo como você pensa e coordena o seu negócio. Uma mudança
desse tipo não é apenas uma simples transação, mas uma jornada,
e esta tem um ponto de partida específico [REALIDADE] e um
destino claro [OBJETIVO] (WHITMORE, 2006, p. 91).
175
PROCESSO
UNIDADE 4
Estruturando resultados
Pensamento voltado para resultados: decidir o que quer em uma dada situação.
“
Orientação para resultados - pensar em resultados consistentemen-
te e ter direcionamento e propósito gerais na vida. Até que saiba o
que quer, o que fizer não terá propósito, e seus resultados serão alea-
tórios. A orientação para resultados lhe dá controle sobre a direção
na qual viajará. Você necessita dela em sua vida pessoal e é essencial
nos negócios (O’CONNOR, 2017, p. 14).
Você quer ter resultados realistas, alcançáveis e motivadores? Então, faça as se-
guintes perguntas elencadas por O’Connor (2017):
1. O que você quer? (Positivo)
O positivo, aqui, significa que seu foco é no que você quer e não no que de-
seja evitar. Por isso, a pergunta é o que você quer e não o que você não quer.
2. Como você saberá se está tendo ou obteve sucesso? (Evidência)
Você precisa de feedback adequado, na quantidade adequada e que seja
preciso, o que será medido, qual a métrica? Você precisa saber se está no
caminho certo. A evidência pode se apresentar à medida que você pro-
gride (feedback) ou no alcance do resultado, como sabe que atingiu sua
meta (o que será visto, ouvido, sentido etc.).
3. Quando, onde e com quem? (Pontos específicos)
176
Onde você quer o resultado exatamente? Pode ser que você queira au-
UNICESUMAR
mentar sua produtividade em algo específico e não de forma generalizada,
por exemplo. Quando? Qual o prazo determinado para isso? E em que
contexto quer isso? Pessoas serão impactadas por isso, quais pessoas?
4. De que recursos você dispõe? (Recursos)
Relacione seus recursos, distribua-os nas seguintes categorias:
• Objetos: escritório, tecnologia, livros, palestras etc.
• Pessoas: contatos de negócios, família, amigos, pares de trabalho etc.
• Modelos: você conhece alguém que já obteve sucesso no alcance do
resultado que você almeja? Com quem você pode falar? Há livros
sobre esta experiência?
• Qualidades pessoais: que qualidades você tem ou precisa desen-
volver para atingir o resultado? Pense em todas as suas habilidades e
capacidades pessoais (há ferramentas que podem lhe auxiliar neste
mapeamento — vide Unidade 5).
• Dinheiro: tem o suficiente? Pode levantar o suficiente?
5. Você pode iniciar e manter esse resultado? (Controle)
Pense sobre até que ponto o alcance de seu objetivo depende, exclusiva-
mente, de você. Há pessoas que precisarão participar, quem? Como levará
as pessoas a, realmente, desejarem ajudá-lo(a) e não se sentirem obrigadas
a isso? Analise, na busca do resultado, o que depende, exclusivamente,
de mim e o que depende da atuação de outros. O que você pode fazer,
diretamente, para alcançar seu resultado? Como pode persuadir outros
a lhe ajudar, caso isso seja preciso?
6. Quais são as consequências maiores? (Ecologia)
Quanto tempo, esforço e recursos esse resultado exigirá? Isso vai impactar
outras esferas de sua vida, talvez, recursos de outro lugar precisarão ser
remanejados. Quem será afetado e como se sentirá? Pense em sua vida
profissional e pessoal, ao longo do processo e após o resultado, quem será
afetado e como? Dependendo da resposta, talvez, seja necessário repensar
o objetivo ou o meio para alcançá-lo. De que terá que abrir mão para alcan-
çar o resultado? O que é bom em relação a seu estado atual e o que deseja
manter? A perda de aspectos valiosos atuais são a maior causa de resistência
à mudança. O que mais pode acontecer ao atingir o resultado? Pense em
consequências secundárias, às vezes, estas se tornam um grande problema.
177
7. Esse resultado tem a ver com quem você é? (Identidade)
UNIDADE 4
conecte-se
Entrevista com Joseph O’connor. Entrevista cedida a João Nicolau Carvalho e Joanna D’Arc
Matias, durante o curso de Certificação em Coaching, no Rio de Janeiro, de 20 a 29 de Mar-
ço de 2003. Acesse: https://golfinho.com.br/joseph-oconnor-fala-sobre-pnl.htm
178
PDI — Plano de Desenvolvimento Individual
UNICESUMAR
Agora, é o momento das perguntas: o que você vai fazer? Quando você vai fazer?
Esta ação vai atingir seu objetivo? Que obstáculos você poderia encontrar pelo
caminho? Quem precisa saber? De que apoio você precisa? Como e quando você
vai conseguir esse apoio? Que outros pontos você está considerando? Em uma
escala de 1 a 10, qual é o grau de certeza que você tem de que levará adiante as
ações combinadas? O que impede a obtenção do grau 10?
Um plano de desenvolvimento é importante, pois a performance depende
de aprendizado, mas este aprendizado e a performance desejada precisam ser
permeados por prazer, de acordo com Whitmore (2006); por isso, tanto a esco-
lha das ações a serem adotadas para o desenvolvimento quanto o meio, em que
será externalizada tal performance, precisam garantir algum nível de prazer. Mas
sobre aprendizagem, abordarei mais a frente, compreenderemos, neste momento,
a estrutura de um PDI.
Um PDI é uma excelente ferramenta que viabiliza o desenvolvimento de co-
nhecimentos, comportamentos e habilidades. Partindo do mapeamento realizado
com vistas ao estado desejado, é possível, então, definir quais serão os passos
adotados para que se desenvolva o que é preciso, quais são as novas competências
conquistadas.
Muitas empresas, na atualidade, na busca por melhores resultados, investem
no desenvolvimento de seus colaboradores, processo que poderá ser, inclusive,
a implementação do coaching, voltado para o contexto organizacional. Para o
acompanhamento do desenvolvimento individual do quadro de colaboradores,
utilizam softwares que registram o estado atual, o que se busca desenvolver e faz
o acompanhamento de PDIs de seus colaboradores, o que garante uma visão
clara sobre as competências atuais, o que precisa ser desenvolvido, o que já está
sendo trabalhado e quais são resultados esperados, após o desenvolvimento das
competências trabalhadas. Um PDI completo estrutura-se da seguinte forma:
■ Objetivo: Meta inicial (performance) e Meta final (resultado).
■ Competências: o que precisa ser desenvolvido (pós mapeamento).
■ Plano de ação: ações que viabilizarão o desenvolvimento das competên-
cias desejadas, data inicial e final e recursos necessários.
179
Exemplo:
UNIDADE 4
COMPETÊNCIA: liderança.
RESULTADOS
AÇÃO RESPONSÁVEL RECURSOS PRAZO
ESPERADOS
Desenvolvimento
Curso de habilidades
presencial de próprias de
Início em:
desenvolvimento liderança, com
de liderança. Coachee R$ xxx,xx reconhecimento
Conclusão
Local: Associação da equipe pela
em:
Comercial da nova atuação e
Cidade. atingimento de
metas.
explorando Ideias
UNICESUMAR
EMOCIONAL
“
Sem gritar nem chorar, pais e filhos judeus tiravam as roupas, reu-
niam-se em círculos familiares, beijavam-se e despediam-se uns dos
outros, esperando por um sinal de outros homens da SS que ficavam
perto da vala com chicotes nas mãos. Durante os 15 minutos que
estive presente naquele cenário, não ouvi nenhum pedido de cle-
mência diante do pelotão de fuzilamento... O que mais me abalou
foi presenciar uma família de umas sete pessoas, um homem e uma
mulher de aproximadamente 50 anos, com duas filhas, de 20 e 24
anos, três meninos, de 10, 7 e um de apenas 1... A mãe segurava o
bebê. O casal se olhava com lágrimas nos olhos. Depois, o pai se-
gurou as mãos do menino de 10 anos e falou com ele ternamente;
o menino lutava para conter as lágrimas. Então ouvi uma série de
tiros. Olhei para a vala e vi os corpos se contorcendo ou imóveis em
cima dos que morreram antes deles… (CURY, 2012, p. 10).
O que você, caro(a) aluno(a), sentiu ao ler o excerto anterior? Consegue iden-
tificar as emoções que tomaram conta de você? Como se sentiu após vivenciar
tais emoções? Confesso que, quando li este trecho, que é o primeiro parágrafo do
livro, não contive minhas lágrimas, e meu estado emocional levou um tempo para
voltar ao normal. Seja na leitura de um livro, ao assistir filmes, séries ou mesmo a
um noticiário, estamos vulneráveis a estímulos que podem nos despertar as mais
variadas emoções. Agora, pense sobre a vida real, suas relações pessoais e pro-
181
fissionais bem como em situações vivenciadas diariamente; tais eventos podem
UNIDADE 4
“
“O quão bem você aprende depende do estado em que você está. O
quão bem você se desempenha depende do estado em que você está”
(O’CONNOR, 2017, p. 85) .
182
Os estados afetam nossas capacidades, alguém pode ter ensaiado uma palestra,
UNICESUMAR
muitas vezes, e estar preparado para executá-la com perfeição, isso enquanto
ninguém está assistindo. Diante de uma plateia, porém, pode não desempenhar
tão bem, há o que é denominado ansiedade de desempenho, e tal situação reduz
o desempenho em 20 a 30 por cento. Dependendo da pessoa, pode ficar tão pa-
ralisada que é incapaz de qualquer desempenho, por exemplo:
“
Estados bons para aprendizagem são a curiosidade, fascinação, o
interesse e a empolgação. Quando as pessoas estão entediadas, de-
sanimadas, ansiosas ou hostis, nada aprendem. Os melhores pro-
fessores são capazes de mudar os estados de seus alunos para bons
estados de aprendizagem. Fazem isso estando em bons estados eles
mesmos - estados são contagiosos (O’CONNOR, 2017, p. 84).
Ter liberdade emocional não nos impede de vivenciar estados negativos, mas
nos possibilita senti-los de forma limpa, lidar com eles e escolher a resposta a ser
dada (O’CONNOR, 2017). Mudando seu estado:
Conscientize-se de seu estado
Como quer se sentir? Pense em um momento em que se sentiu dessa forma. Associe-
-se, esteja lá novamente, vendo através de seus próprios olhos. Sinta os sentimentos
positivos.
Faça com que a boa lembrança fique ainda mais intensa mudando suas qualidades.
Por exemplo, torne suas imagens mentais maiores e mais brilhantes. Torne quaisquer
sons mais altos ou suaves. Observe o efeito que essas mudanças têm sobre seus
sentimentos
Finja que se sente mais positivo. Sorria, mude sua postura. Quando alterar sua
fisiologia, você mudará sua forma de pensar. De início parecerá incongruente, mas,
depois se realmente quiser mudar seu estado, seu pensamento começará a seguir
sua mudança fisiológica.
183
Mova-se
UNIDADE 4
Movimentação vigorosa mudará seu estado. O exercício liberará beta endorfina. Essas
substâncias químicas naturais são poderosas intensificadoras de humor.
Respirar mais profundamente e levar o dobro de tempo para expirar do que para ins-
pirar têm um efeito calmante porque alteram a concentração de dióxido de carbono
no sangue. Rir é uma maneira fantástica de mudar sua respiração e sempre irá alterar
seu estado. (Rir também libera beta endorfina)
Dê atenção especial àqueles ao redor de seu maxilar, rosto e pescoço. Toda emoção
possui uma tensão muscular e um padrão de respiração característicos. É difícil sen-
tir-se desprovido de recursos quando relaxa seu rosto e pescoço.
A maioria dos estados sem recursos estreita sua visão para uma área, geralmente para
baixo em direção ao chão. Para combater isso, olhe para cima e deixe sua visão se ex-
pandir. Conscientize-se de sua visão periférica (aquilo que vê com o canto dos olhos).
Envolva-se com as preocupações dela. Busque ajudá-la ou fazer algo positivo por ela.
Coma
A comida é psicoativa, e comer mudará seu estado. Tome cuidado, no entanto – esta
não é uma resposta de longo prazo para estados ruins consistentes. Comer produz
efeitos reais sobre seu metabolismo e sua cintura e você se arrisca a transformar um
estado ruim em um peso adicional – e poderá se sentir pior.
184
Há um grande desafio para nós, seres humanos: precisamos desenvolver a capaci-
UNICESUMAR
dade de saber lidar com as emoções, ou melhor, saber lidar, de forma inteligente,
com as reações/comportamentos causados pelas emoções. Na atuação, como ges-
tor no contexto organizacional, há inúmeras situações que demandam tomada de
decisão, escolhas, lidar com conflitos e demandas inesperadas, relacionar-se, fazer
a gestão de pessoas e, ainda, apresentar resultados. Tais eventos exigem atitudes,
habilidades e competências e, por isso, seria apropriado reagir com inteligência
aos vários estímulos recebidos, sem perder o controle.
Ter uma postura adequada diante de tantas situações e manter o equilíbrio
que resulta na administração correta de conflitos, relacionamentos saudáveis e
qualidade de vida parece ser um desejo inalcançável, mas, acredite, não é. Alguns
estudiosos apresentam, no conceito da Inteligência Emocional, a oportunidade
de desenvolver tais habilidades, e vão além, a habilidade de poder gerenciar as
emoções das pessoas ao seu redor, isso parece uma habilidade importante para
líderes ou gestores, não acha? Como vimos, anteriormente, tudo está dentro de
nós, a mente é a chave, lembra-se? Então, novamente, se partirmos do autoconhe-
cimento ou autoconsciência, seremos capazes de desenvolver esta habilidade tão
importante.
Quando pensamos em inteligência, geralmente, associamos esta a parte ra-
cional de nosso cérebro apenas, mas, na verdade, a parte da emoção é muito
significativa, pois reagimos a nossas emoções constantemente, então, usamos
recursos, como conhecimento e entendimento, sobre o que se sente. Reagir a isso
de forma coerente e equilibrada é muito importante.
Como posso atuar na gestão de pessoas, sem a capacidade de identificar e ad-
ministrar minhas emoções de forma coerente? Como vou auxiliar minha equipe
a se relacionar melhor, fomentando o autodesenvolvimento se eu, enquanto líder,
não desenvolvi esta habilidade em mim? Faz sentido para você que a atuação na
gestão de pessoas exige algum nível de inteligência emocional? O desenvolvi-
mento desta habilidade parte, primeiramente, do autoconhecimento ou auto-
consciência. Abordamos este tema, anteriormente, mas vale a pena pensarmos o
autoconhecimento no viés do reconhecimento de nossas emoções.
Goleman (2005) apresenta uma visão mais ampla de inteligência, tentando re-
inventá-la em termos do que é necessário para viver bem a vida, conceito, original-
mente, pensado pelos psicólogos Sternberg e Salovey. Estes, também, apresentam a
inteligência emocional, expandindo essas aptidões em cinco domínios principais:
autoconsciência: conhecer as próprias emoções; lidar com as emoções: lidar
185
com os sentimentos para que sejam apropriados é uma aptidão que se desenvolve
UNIDADE 4
Autoconhecimento e as emoções
UNICESUMAR
lumbram a liberdade de gerir as próprias emoções.“O objetivo é o equilíbrio e não a
supressão das emoções: cada sentimento tem seu valor e significado” (GOLEMAN,
2005, p. 88). Há formas variadas de se lidar com as emoções, a seguir, apresentaremos
um exemplo de como lidar com situações que despertem a raiva.
Pense sobre a razão daquilo estar acontecendo. Não atribua má intenção ao compor-
tamento do outro (isso não alimentará o aumento do sentimento).
Distraia-se. Após o esfriamento, pense em coisas que gosta de fazer e que o(a) dei-
xam feliz e, se possível, realize alguma delas.
187
UNIDADE 4
pensando juntos
Vivemos em tempos em que o tecido social parece esgarçar-se com uma rapidez cada vez
maior, em que o egoísmo, a violência e a mesquinhez de espírito parecem estar fazendo
apodrecer a bondade de nossas vidas comunitárias. Aqui, a defesa da importância da
inteligência emocional depende da ligação entre sentimento, caráter e instintos morais.
(Daniel Goleman)
Quadro 6 - Sinais de gestão adequada das emoções / Fonte: adaptado de Goleman (2005).
Autossabotagem
De acordo com O’Connor (2017, p. 12), “as pessoas respondem à sua experiência,
e não a realidade em si”. Não sabemos de fato o que é a realidade, o que temos é
um mapa que criamos em nossa mente, com base em nossas crenças, valores, ex-
periências passadas e sentimentos e acreditamos que este mapa é o território, mas
não é (O’CONNOR, 2017). Alguns podem ter um mapa melhor do que outros e
o utilizar como orientador para “navegar” pela vida — o “território”.
Muitas vezes, as crenças limitantes (conceito abordado anteriormente, lem-
bra-se?) impactam, de forma significativa, nossa percepção de mundo e somos
bloqueados por elas. Isso nos impede de expressar nosso potencial pleno. Cren-
ças, como: “não sou capaz”; “sou desastrado”; “não consigo”; “sou um burro”; “não
aprendo mesmo”; “nem adianta tentar, pois sei que não vai dar certo” etc., malefi-
camente, funcionam como comando para nosso cérebro, que, automaticamente,
cumpre a ordem. As crenças limitantes, desse modo, atuam como sabotadores.
Nosso questionamento, neste momento, é: onde estão tais crenças? Dentro de
nossa mente, ficam gravadas, impregnadas no sistema límbico e, então, dão ori-
gem a comportamentos sabotadores.
Como exemplo de comportamentos sabotadores, temos: quero emagrecer,
mas continuo comendo o que não devo (talvez, a crença limitante, aqui, seja de
que “não vou conseguir mesmo, para que me sacrificar”) ou quero assumir uma
nova função na empresa, mas não me qualifico e não falo sobre isso com meu chefe
direto a respeito do meu desejo (talvez, a crença limitante, aqui, seja, “eu sou um
burro”; “não vou aprender nada”). Somente o autoconhecimento poderá viabilizar
a descoberta de crenças limitantes que geram comportamentos sabotadores.
Uma forma prática de identificar crenças limitantes sobre você mesmo é pe-
gar um papel e uma caneta e anotar frases prontas que você costuma utilizar,
188
SEUS
SONHOS
isso mesmo, frases que você usa repetidamente, elas vão mostrar qual é a sua
UNICESUMAR
SEUS
autoimagem e o padrão sabotador de comportamento que pode ter. É preciso
SONHOS
substituir tais crenças limitantes por crenças possibilitadoras, que nos impulsio-
nam de forma benéfica. Crenças, como: “sou vitoriosa” (crença de identidade),
“todo evento tem um aprendizado” (crença sobre fatos),“as pessoas sempre fazem
o melhor” (crenças sobre pessoas), darão comandos diferentes ao cérebro que,
obedientemente, executará.
“Euazê-l
“Eu
“É
SEUS
f
po
SONHOS
po o.”
me
ssí
sso
reç
ve
“Euazê-l
“Eu
o”
l”
“É
f
po
po o.”
me
ssí
sso
reç
ve
o”
l”
“Euazê-l
“Eu
“É
f
po
po o.”
me
ssí
sso
reç
ve
o”
l”
Figura 2 - Chave para realização de sonhos / Fonte: adaptada de O’Connor, (2017, p. 24).
“Euazê-l
“Eu
“É
f
po
po o.”
me
ssí
sso
Ter autoconfiança é essencial na busca por resultados melhores, muitas crenças limi-
reç
ve
o”
l”
pensando juntos
Há uma vitória e uma derrota - a maior e a melhor das vitórias, a mais baixa e a pior das
derrotas -, que cada homem conquista ou sofre não pelas mãos dos outros, mas pelas
próprias mãos.
(Platão)
Âncoras
te para você ou a foto do nascimento de seu primeiro filho etc. Ao ter contato com
tais lembranças, as emoções geradas construirão sensações prazerosas e sempre
que isso se repetir, a associação se fortalece (O’CONNOR; SEYMOUR, 1990).
Nos exemplos citados anteriormente, os gatilhos, uma associação que permite
evocar o estado emocional original, foram a música e as fotografias, mas, obvia-
mente, nossa vida é rica de estados emocionais e, se acessarmos alguns gatilhos
que nem mesmo temos consciência, tais emoções podem vir à tona. Em PNL,
esses gatilhos são chamados de âncoras, “âncora é qualquer coisa que dê acesso
a um estado emocional, e elas são tão óbvias e comuns que praticamente mal as
notamos” (O’CONNOR; SEYMOUR, 1990, p. 67).
As âncoras se formam de duas formas específicas. Primeira, por repetição, se,
constantemente, vejo a cor vermelha associada a perigo, ela se torna uma âncora.
Desse modo, tem-se uma aprendizagem simples: vermelho significa perigo. Se-
gunda, por emoção forte, cria-se uma âncora instantaneamente se a emoção for
forte e o momento certo. A repetição só é necessária se não há emoção.
Palavras, também, podem funcionar como âncoras. Para os estudantes, por
exemplo, quando ouve a palavra prova. Você, quando sabe que realizará uma pro-
va, quais emoções surgem em você? Geralmente, para a maioria dos estudantes, a
palavra prova é uma âncora que desperta ansiedade e o sentimento de incapacida-
de de dar seu melhor. Provavelmente, o primeiro contato desses estudantes com a
palavra prova foi de forma intimidadora, em que seria avaliado, quase que sua vida
dependeria de ser bem-sucedido naquele teste. Poderíamos estender tal situação,
também, para possíveis frases utilizadas com os pequenos em seus primeiros conta-
tos com provas, em que “professores” ameaçam dizendo que vão chamar os pais para
mostrar o mau resultado, e, muitas vezes, alunos são expostos frente a turma pelo seu
“mau” desempenho no teste. Pense sobre as âncoras criadas em circunstâncias assim,
muitas dessas âncoras surgem, ainda, na primeira e segunda infância. Não vou nem
falar sobre a famigerada TABUADA, para não fazer ninguém chorar!
Ao longo da vida, carregamos tais âncoras e, na maioria das vezes, não sabe-
mos porque reagimos de determinada forma, em algumas circunstâncias. Isso foi,
apenas, um exemplo, pense nas âncoras criadas, ao longo da sua vida, e claro que
em situações de prazer e alegria, também, formam-se âncoras, pois, também, são
permeadas por emoções fortes. Em casos extremos, um estímulo externo pode
disparar um estado negativo muito forte, é quando surgem as fobias, resultado,
também, das associações pertinentes a âncoras.
190
Nossa mente é incapaz de não fazer as associações, muitas pessoas têm suas vidas
UNICESUMAR
limitadas por medos criados em sua história passada. Será que as associações que
você fez e faz são agradáveis, úteis e fortalecedoras ou elas o limitam? (O’CONNOR;
SEYMOUR, 1990). É possível, diante de qualquer experiência, difícil ou desafiadora,
decidir previamente em que estado fisiológico gostaríamos de estar. Podemos criar
outra associação e, portanto, uma nova resposta, a partir das âncoras.
De acordo com O’Connor (2017, p. 71), “isso é feito em duas etapas. Primeiro,
você deve escolher o estado emocional que deseja; depois, associá-lo a um estí-
mulo ou âncora, de maneira a trazê-lo à mente sempre que o desejar”. Também,
podemos criar âncoras propositadamente, pois elas podem nos ajudar a criar
um estado de maior capacidade, o que, efetivamente, contribui para que se possa
mudar o próprio comportamento e de outras pessoas.
pensando juntos
Tanto o medo como a confiança, o apetite, a ira, a compaixão, e em geral o prazer e a dor,
podem ser sentidos em excesso ou em grau insuficiente; e, num caso como no outro, isso
é um mal, mas senti-los na ocasião apropriada, com referência aos objetos apropriados,
para com as pessoas apropriadas, pelo motivo e da maneira conveniente, nisso consistem
o meio-termo e a excelência característicos da virtude.
(Aristóteles)
Ancoragem
1. Identifique a situação na qual deseja ter mais recursos, por exemplo, falar em
público.
5. Selecione as âncoras que vai usar em cada um dos três sistemas representacionais:
algo que você vê, ouve e sente. Visual: escolha uma imagem que faça sentido para
você e a relacione com o estado desejado. Auditivo: pode ser em uma palavra ou
frase que esteja ligada à sensação que deseja e que gere algum impacto em você, seu
tom de voz e a forma como falará terá tanto impacto quanto a palavra ou frase em si.
Cinestésico: pode cerrar o punho, encostar o polegar na palma da mão, você escolhe.
9. Identifique o sinal que o faz saber que está numa situação problemática na qual
deseja usar o seu recurso. Esse sinal vai lembrá-lo de usar a âncora.
Ancorar e utilizar estados de recursos é uma técnica. Dessa forma, torna-se mais
fácil e mais eficaz com o uso, assim como acontece com qualquer técnica.
explorando Ideias
Um guerreiro samurai, conta uma velha história japonesa, certa vez, desafiou um mestre
Zen a explicar os conceitos de céu e inferno. Mas o monge respondeu-lhe com desprezo:
— Não passas de um bruto... não vou desperdiçar meu tempo com gente da tua laia! Ata-
cado na própria honra, o samurai teve um acesso de fúria e, sacando a espada da bainha,
berrou: — Eu poderia te matar por tua impertinência. — Isso — respondeu calmamente
o monge — é o inferno. Espantado por reconhecer como verdadeiro o que o mestre dizia
acerca da cólera que o dominara, o samurai acalmou-se, embainhou a espada e fez uma
mesura, agradecendo ao monge a revelação. — E isso — disse o monge — é o céu.
A súbita consciência do samurai sobre seu estado de agitação ilustra a crucial diferença
entre alguém ser possuído por um sentimento e tomar consciência de que está sendo
arrebatado por ele. A recomendação de Sócrates — “Conhece-te a ti mesmo” — é a pedra
de toque da inteligência emocional: a consciência de nossos sentimentos no momento
exato em que eles ocorrem.
Fonte: Goleman (2005, p. 77).
192
3
APRENDIZAGEM,
UNICESUMAR
RECURSOS E
estratégias
Esses três níveis são separados por Dilts et al. (1980) em quatro estágios, em suas
abordagens sobre PNL. Observe a figura a seguir:
193
UNIDADE 4
COMPETÊNCIA INCONSCIENTE
• Excelência e Maestria (recursos)
4
COMPETÊNCIA CONSCIENTE
• Sabe que sabe (recursos)
3
INCOMPETÊNCIA CONSCIENTE 2
• Sabe que não sabe (limitações) 1
INCOMPETÊNCIA INCONSCIENTE
• Não sabe que não sabe (limitações)
194
UNICESUMAR
Nesse estágio, o indivíduo faz o que faz no “piloto automá-
tico”, não tem ciência de que sabe as coisas que sabe. Até
COMPETÊNCIA
o 3º estágio, o indivíduo precisa fazer as coisas, prestando
4 INCONSCIENTE
atenção em cada movimento. Com o passar do tempo e
(CI)
com a prática, a ação se torna algo natural. Nem se pensa
no que está fazendo.
196
É preciso que, no processo, o coach “entre” no mundo do cliente (coachee).
UNICESUMAR
Obviamente, para que isso se dê de forma efetiva, há técnicas, entretanto nada é
mais efetivo do que o verdadeiro interesse no sucesso do outro. Como você po-
derá ver em suas pesquisas sobre o tema, há várias abordagens num processo de
coaching, mas, acredite, nenhuma delas apresentará resultados tão satisfatórios
quanto àquela que estiver permeada por este interesse genuíno do coach pelo
coachee. Sob uma perspectiva genérica, ainda, podemos dizer que
“
[...] o profissional de coaching atua como um estimulador externo
que desperta o potencial interno de outras pessoas, usando uma
combinação de paciência, insigth, perseverança e interesse (às ve-
zes chamado de carisma), para ajudar os receptores do coaching
(coachees) a acessar seus recursos internos e externos, e com isso,
melhorar seu desempenho (CLUTTERBUCK, 2008, p. 11).
Veja que interessante é ajudar o coachee a acessar seus recursos internos e ex-
ternos. Em sua leitura, neste livro, sobre Self 1 e Self 2, você aprendeu alguns
recursos, e, quando abordamos os estados emocionais, foi possível acessar co-
nhecimentos a respeito deste elemento tão importante. É imprescindível identi-
ficar todos os recursos que estão disponíveis e como eles podem contribuir no
processo de melhora de performance, na grande maioria das vezes, os recursos
que de fato necessitamos está dentro de cada um de nós.
197
4
RESSIGNIFICAÇÃO
UNIDADE 4
DE RESULTADOS
Como já vimos, nesta unidade, “a experiência pura não tem qualquer significado.
Apenas é. Atribuímos significado a ela de acordo com nossas crenças, valores,
preocupações, gostos e desgostos” (O’CONNOR, 2017, p. 270). Dito isso, quando
se fala em ressignificação, quer dizer dar novo significado a algo, (re)significar.
Veja só, o objetivo da ressignificação não é passar uma borracha no passado (al-
gum acontecimento que possa ter gerado sentimentos negativos), mas olhar para
este acontecimento e perceber o que pode ser aprendido (feedback) com ele, o que
de proveito é possível tirar da situação passada. Conforme O’Connor (2017, p.
270), “ressignificar é mudar a maneira pela qual você percebe um evento, e assim
mudar o significado. Quando o significado muda, respostas e comportamentos
também mudarão”.
“
“Não há nada que seja bom nem mal, mas o pensamento o faz assim”
(William Shakespeare).
198
Na busca por resultados, poderemos vivenciar sucessos ou não, como vamos lidar
UNICESUMAR
com isso é o mais importante. Essa escolha cabe, única e exclusivamente, a cada
um. Fato é que não temos controle sobre tudo, então, estamos sujeitos às mais
variadas situações, mas como vamos reagir a tais situações está sob nosso con-
trole e diz muito sobre nós. A escolha está entre lamentos, tristezas, vitimismos,
aprendizados e novas razões para continuar. Há, ainda, dois tipos principais de
ressignificação: a de contexto e a de conteúdo, vamos conhecê-las.
Ressignificação de contexto: este tipo de ressignificação trabalha com ge-
neralizações comparativas. Por exemplo, na afirmação “eu sou muito detalhista e
isso é um problema” ou “eu gostaria de deixar de fazer […]”. Neste caso, é preciso
pensar em um contexto adequado para estes comportamentos. Ser detalhista tem
sido um problema, mas, em outro contexto, isso seria importante e benéfico. Você
quer deixar de fazer algo ou ter determinado tipo de comportamento, tudo bem,
mas pense sobre um outro contexto em que este mesmo comportamento seria
coerente, ou até necessário. Pergunte-se: onde este comportamento seria útil?
Onde este comportamento seria positivo? Após identificar um contexto em que
o comportamento seja apropriado, ensaie, mentalmente, este comportamento
nesse novo contexto e crie outro comportamento para o contexto original.
Ressignificação de conteúdo: nesse caso, falaremos da experiência vivida.
É o momento de ressignificar a forma como reage ou reagiu a situações. Per-
gunte-se: o que isso poderia significar? O que eu gostaria que isso significasse?
Em que enquadramento isso poderia ser positivo ou um recurso? A partir das
respostas dadas, dê um novo significado à situação. A verdadeira ressignificação
só funcionará se, realmente, fizer sentido para a pessoa. Falar da boca para fora
resultará em insucesso. Avaliar uma experiência tida como negativa, sob uma
nova perspectiva de aprendizado e valor, fornecerá recursos internos para avançar
positivamente e, também, contribuirá no remodelamento de comportamento e
perspectivas acerca de eventos, ao longo da vida.
conceituando
199
Ressignificação em seis passos
UNIDADE 4
200
É necessário saber se há outras partes que teriam
UNICESUMAR
alguma objeção às suas novas opções, perguntan-
do: «Há algum lado meu que seja contra qualquer
uma dessas novas opções?”. Esteja atento aos
sinais. Seja bastante cuidadoso aqui. Se aparecer
um sinal, peça a esse seu lado que o intensifique
se houver realmente uma objeção. Certifique-se
de que as novas opções sejam aprovadas por
Passo 6 - Verificação ecológica
todos os lados interessados, senão, um deles vai
sabotar o seu trabalho. Se houver uma objeção,
você poderá fazer o seguinte: ou voltar à etapa nú-
mero 2 e ressignificar o lado que está levantando
a objeção, ou pedir ao seu lado criativo que se alie,
ao lado que tem objeção para criar novas opções.
Não se esqueça de checar também essas novas
opções para ver se há alguma outra objeção.
pensando juntos
O passado pode machucar. Mas, da maneira que eu vejo, você pode ou fugir dele ou
aprender com ele.
(Rei Leão)
201
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 4
E, um dia, vi que era possível ser feliz, descobri que poderia revisitar minha his-
tória e reescrever os significados que dei a cada evento, colorindo-os com alegria,
aprendizado, satisfação, superação e força. Então, pude mergulhar fundo em meus
objetivos sem medo, pois sabia que os erros só existem para quem percebe o
aprendizado desta forma. Desse modo, eu aprendi que erros não existem, acerta-
mos ou aprendemos. Isso me deu coragem para alçar voos mais altos, pois sabia
que a rede de segurança estava dentro mim.
Nesta unidade, foi possível navegar por inúmeros conceitos, técnicas e proces-
sos que podem, sim, fazer a diferença na sua performance, se forem bem aplica-
dos. Foi possível compreender que nosso estado emocional e nossa percepção da
realidade impactam, diretamente, em nossos comportamentos e resultados. Não
temos controle sobre o que ocorre, externamente, a nós, mas temos garantido o
direito de escolher como vamos reagir a cada uma das situações que se apresen-
tarem em nossa vida. Qual é a sua escolha?
A busca por resultados deve ser planejada, e o coaching de performance pode
atuar, de forma produtiva, nesse processo. Por meio do autoconhecimento, é pos-
sível lançar mão de muitos recursos internos e externos que podem contribuir
para o sucesso. Reconhecer e modificar âncoras ou crenças limitantes que estejam
nos bloqueando, ressignificar o que for preciso e compreender que quem tem
medo de errar fica paralisado e não chega a lugar algum são importantes com-
preensões para quem quer ter sucesso em suas buscas, sejam elas em quaisquer
áreas.
Todas as abordagens apresentadas nesta unidade podem e devem ser im-
plementadas na gestão de RH, uma vez que viabiliza o crescimento e desen-
volvimento do ser humano de forma sistêmica, resultando em alavancagem de
performance.
202
na prática
2. Como nossa visão ou audição, que podem ser boas ou fracas, há infinitos graus de
consciência. Diferentemente da visão ou audição, que, por padrão, são boas, nossa
consciência diária é, por padrão, fraca. Lentes de aumento ou um amplificador po-
dem elevar nossa visão e audição a um limiar muito acima do normal. Do mesmo
modo, a consciência pode ser desenvolvida ou elevada, consideravelmente, por meio
de uma atenção direcionada e da prática, sem que se precise recorrer à drogaria
da esquina! A consciência ampliada proporciona maior clareza na percepção, como
as lentes de aumento. A respeito do conceito de consciência, analise as afirmativas
a seguir.
I - União entre nossa percepção clara dos fatos e informações relevantes e nossa
capacidade de determinar o que é relevante.
II - Contempla a autoconsciência, em especial, o fato de se reconhecer quando e
como as emoções ou desejos distorcem a própria percepção.
III - Em certo nível, está, diretamente, ligada ao autoconhecimento.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
203
na prática
3. Somente o próprio indivíduo pode afirmar o que gera motivação em si, qual é o
estímulo mais adequado e o que o faz levantar todas as manhãs. Entretanto tais
perguntas só serão respondidas a partir de um nível razoável de autoconhecimen-
to/autoconsciência. Seria um erro um coach apresentar uma receita pronta para
o desenvolvimento de performance, o foco é levar o coachee à consciência plena
de suas potencialidades, seus gaps, suas crenças limitantes etc. Com base nesta
informação, na sequência, analise as asserções:
PORQUE
II - Somente o próprio indivíduo pode afirmar o que gera motivação em si, qual é o
estímulo mais adequado e o que o faz levantar todas as manhãs.
“Nenhum homem terá chance para desfrutar um triunfo permanente se não come-
çar por olhar-se num espelho para descobrir a causa real de todos os seus erros”
(HILL, 2015, p. 28 ).
204
na prática
PORQUE
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
205
aprimore-se
OS PILARES DA PNL
A PNL possui seis princípios básicos, denominados como os “pilares da PNL”. Vamos
conhecê-los?
1 - Você: seu estado emocional e nível de habilidade
Tudo parte de você e você é a principal pessoa que vai se beneficiar dos resulta-
dos com a PNL. Você envolve seu estado emocional ou nível de habilidade. Lembre-
-se, você é o único responsável pelo seu sucesso.
2 - Pressuposições: os princípios da PNL
As pressuposições são os princípios centrais da Programação Neurolinguística.
São os princípios da PNL, são as crenças e ideias consideradas certas, acima de tudo,
crenças que vão trazer resultados positivos para sua vida, em cima dessas crenças
todas as ações serão executadas.
3 - RAPPORT: a qualidade do relacionamento
É a qualidade de relacionamento que resulta em confiança e responsividade. É fa-
lar a “língua” da outra pessoa, é a harmonia, uma conexão e a empatia que você gera
em um algum relacionamento. O Rapport é essencial para uma boa comunicação.
4 - Resultado: saber o que quer
Habilidade básica da PNL - ser claro sobre aquilo que se quer e ser capaz de sa-
ber dos outros aquilo que desejam. Resultado é aquilo que você deseja, uma tarefa
é o que você faz para consegui-lo.
Os 3 elementos básicos do Resultado são:
■ Conhecer sua situação atual (onde você está agora).
■ Conhecer sua situação desejada (onde você quer estar).
■ Planejar sua estratégia (como chegar de um ponto até outro utilizando os
recursos que dispõe e criando novos recursos).
206
aprimore-se
207
eu recomendo!
livro
livro
208
eu recomendo!
filme
PadMan
Ano: 2018
Sinopse: o filme é baseado na história real de Arunachalam Muru-
ganantham, inventor de uma máquina que produz absorventes
de baixo custo, ajudando a conscientizar a população sobre as
práticas anti-higiênicas tradicionais em torno da menstruação
nas áreas rurais da Índia.
conecte-se
209
5
TÉCNICAS E FERRAMENTAS
APLICADAS NO
processo de coaching
PROFESSORA
Me. Angela Ferreira de Lima Pizzaia
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Modelo para o Processo de
Coaching • Kit de ferramentas 1: Identificação e Análise de Necessidades • Kit de ferramentas 2: Pla-
nejamento e Definição de Objetivos • Kit de ferramentas 3: Implementação e Acompanhamento de
Resultados.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Desenvolver o pensamento sistêmico sobre a estruturação de um processo de coaching • Ser capaz
de utilizar e aplicar ferramentas que realizam o mapeamento de comportamentos predominantes •
Desenvolver a habilidade de estruturar, de forma detalhada, objetivos e implementar planos de ação •
Ser capaz de acompanhar o desenvolvimento do plano de ação, realizando o ajuste do plano quando
necessário.
INTRODUÇÃO
Preparado(a) para nossa última unidade? Você tem alguma opinião acerca
do universo do coaching? E sobre o coaching como ferramenta na ges-
tão de RH? Considera este processo significativo no desenvolvimento de
líderes e de equipes? Como gestor(a) de RH, você adotaria processos de
coaching para o desenvolvimento de sua equipe?
Ao longo deste livro, você teve a oportunidade de navegar pelo mun-
do do Coaching, considerando suas variadas atuações e aspirações. Com-
preendeu que um processo de coaching nada mais é do que uma meto-
dologia que acelera o alcance de resultados; um processo que viabiliza a
mudança de estado, ou seja, que uma pessoa ou organização saia do ponto
A para o ponto B desejado. Um processo que, mesmo tendo como foco o
resultado, valoriza a interação humana e reconhece que o interesse genuíno
no outro deve fazer parte do processo.
Nesta última unidade, apresentarei a você algumas ferramentas po-
derosas que contribuem para o autoconhecimento e o progresso em bus-
ca de melhor desempenho. Existem diversas informações, ferramentas e
capacitações acerca desse universo, você pode, se desejar, continuar esta
jornada e se aprofundar.
Como vimos, ao longo deste livro, o autoconhecimento é essencial,
uma vez que tudo depende de como nos percebemos, pois a nossa per-
cepção de mundo parte, primeiramente, da compreensão que temos de
nós mesmos. Pense comigo, se me percebo incapaz ou inferior aos demais,
invariavelmente, perceberei o mundo mais desafiador, acreditarei que os
degraus que preciso galgar profissionalmente são imensos e que só pessoas
excepcionais são capazes disso. Percebe como a ideia que temos de nós
mesmos influencia a percepção que temos das coisas e do mundo? Bem,
agora, vamos direto ao ponto, alguns exemplos de ferramentas e técnicas
do universo do coaching que podem ser aplicadas à gestão de RH. Tenho
certeza que você vai gostar!
1
MODELO PARA O
UNIDADE 5
PROCESSO
de Coaching
212
ESTRUTURA DE UM PROCESSO DE COACHING - 3 a 6 MESES
SMART GROW
RAPPORT
FEEDBACKS
FEEDBACK
SWOT E-MAIL
213
UNICESUMAR
Ao longo de um processo de coaching, como você sabe, o uso de técnicas e
UNIDADE 5
pensando juntos
Você acredita de fato que, ao término de um processo de coaching, é possível que o coa-
chee se torne uma nova pessoa?
2
KIT DE FERRAMENTAS 1:
IDENTIFICAÇÃO E
Análise de necessidades
UNICESUMAR
Essa ferramenta, por meio do uso da metáfora da jornada, leva o coachee a iden-
tificar o que, realmente, busca e o porquê da busca. Tal informação é importante,
pois o que motiva a busca deve ficar claro e ser de fato um motivador potente.
Além disso, essa ferramenta contribui para elucidar, especificamente, o objetivo
pretendido, ou seja, o estado desejado.
CLIENTE SESSÃO DATA
215
Exemplo preenchido:
UNIDADE 5
A grande Jornada
CLIENTE: ALICE SESSÃO: 1 DATA:
pensando juntos
Qual nome você daria para a sua jornada? Pense em um nome que seja inspirador para você.
A Roda da Vida
Essa ferramenta é muito utilizada no coaching, por ser ótima para a autorreflexão,
gera um nível significativo de autoconhecimento e oferece uma representação
visual do quanto a vida do coachee está equilibrada. O ideal é que se imprima a
216
roda e pinte de cores variadas cada parte, isso fornecerá uma mandala colorida
UNICESUMAR
ao final, evidenciando, notadamente, as áreas da vida que estão bem avaliadas
(satisfação) e as que precisam de atenção (pouca ou nenhuma satisfação).
A Roda da Vida se divide nos quatro grandes âmbitos de nossa vida: Pessoal,
Profissional, Relacionamento e Qualidade de Vida. Cada grande âmbito se sub-
divide em aspectos específicos, como se observa na Roda a seguir. A avaliação se
dará por meio da atribuição de notas de satisfação, entre 0 e 10, para cada aspecto
da Roda (sendo 1 valor mínimo e 10 valor máximo). Isso, ao final, indicará o nível
de satisfação do coachee, em relação a cada área de sua vida.
Saúde
Pergunte a si mesmo: estou me alimentando bem? Vou ao médico regular-
mente? Minha saúde mental é nutrida por coisas boas? Estou feliz com meu
peso? Diversas perguntas que, ao serem avaliadas na Roda da Vida Coaching,
serão esclarecidas. Como dizem os especialistas “o corpo fala”, e ele nos
mostra a real situação da saúde. Um corpo exausto e uma mente esgotada
são sinais de atenção. Quando em risco, consequentemente, colocamos à
prova nossas realizações. Por meio de uma reavaliação de comportamentos,
é possível identificar pontos a melhorar e a fortalecer.
Intelecto
De 1 a 10, qual seu nível de satisfação, quando se trata em investimento de
desenvolvimento intelectual? Pensando em amadurecimento pessoal e cres-
cimento na carreira, o intelecto é parte fundamental na evolução do indiví-
duo. Por meio do conhecimento, o ser aprende a lidar com mais sabedoria e
inteligência as situações adversas.
Emocional
Com que importância lido com minhas emoções? A reação, perante aconteci-
mentos diários, revela sua real condição emocional. O equilíbrio, ao lidar com
desafios, conflitos, inseguranças e imprevistos, aponta a qualidade de vida.
Quanto melhor e mais positiva for a resposta diante dos impasses diários,
melhor será seu controle das emoções nocivas.
Pilar Profissional
Convívio Social
Viver em comunidade significa que suas ações afetam os demais. Já parou
para pensar se o que você faz contribui ou não para ambiente em que
pertence? Todas as nossas ações impactam, indireta ou diretamente, na vida
do outro, por isso, é necessário um cuidado à nossa contribuição. Busque
realizar suas ações com amor, respeito e compaixão, trazendo resultados
positivos a todos que estão em sua volta e tranquilidade a você.
Realização e Planos
Sua vida profissional caminha junto aos seus planos de vida? Ao levantar,
sente-se motivado para mais um dia? A realização atrelada aos seus planos
resulta em entendimento para as ações; impacta, positivamente, a vida do
próximo e traz tranquilidade ao seu dia a dia. Reconhecer sua razão de existir
contribui esclarecer os planos e trazer significado a sua missão.
218
Pilar Profissional
UNICESUMAR
Recursos Financeiros
Como está sua situação financeira? A prosperidade está clara em sua vida ou
sua visão de recursos financeiros se limita a cada dia? Analise não só o quan-
to você tem, mas sua organização e educação financeira. Com base na sua
Roda da Vida, verifique se você lida com o dinheiro de maneira inteligente.
Uma boa educação financeira e o investimento correto resultam em prospe-
ridade e satisfação.
Pilar de Relacionamento
Social
De 1 a 10, qual sua facilidade de adaptação em ambientes diferentes? Por
mais reservado que seja, a capacidade de se relacionar em diversos ambien-
tes ou de se retrair em situações extremas são sinais de equilíbrio social.
Entender sua situação ajudará a reconhecer quais pontos precisam ser anali-
sados com mais cautela.
Amoroso
Solteiro, namorando ou casado, não importa. Como está sua vida amorosa
atualmente? Acompanhado ou não, sua qualidade de vida depende da feli-
cidade que você propaga a si mesmo ou ao outro. Pergunte-se, sempre, se
o que está acontecendo em sua vida íntima lhe satisfaz e agrada aos outros,
quando próximos. Não nos referimos a ser algo que você não é para agradar,
mas ser agradável do jeitinho que você é.
Familiar
Ponto essencial na vida de uma pessoa, a família é o aspecto mais importan-
te na avaliação. Todas as áreas da vida podem estar na pior turbulência, mas,
com uma saúde familiar saudável, é possível superar qualquer obstáculo.
Reavalie suas atitudes e reações perante aos problemas de família, busque
pela empatia e conviva sempre em paz e com harmonia.
Lazer
Haja corpo e mente para quem exerce, somente, a rotina profissional. Reser-
ve um tempo para você e viva as mais diversas emoções em momentos de
lazer. A organização do tempo, combinado com situações de prazer, elevam
a criatividade e a produtividade. Tire um tempo para você e reavalie sua dis-
posição e eficiência, após essa experiência de liberdade.
219
Pilar da Qualidade de Vida
UNIDADE 5
Felicidade
Em alguma fase da vida, perguntamo-nos se somos felizes ou não. Para
obter essa resposta, volte no tempo, pense em todos os momentos no qual
se sentiu em pleno gozo da felicidade e comprometa-se a vivê-los com mais
frequência. Todo ser é merecedor da felicidade, basta ter a consciência de
que uma experiência feliz deve ser vivida mais de uma vez.
Espiritualidade
Não se trata de religião, mas de um aspecto de vida. Qual o seu nível de
satisfação espiritual? Sua crença gira em torno de ser positivo, acreditar que
tudo vai dar certo? As diversas formas de expressar sua crença positiva em
si mesmo, nas pessoas e na vida geram o exercício da espiritualidade. Suas
ideias e sentimentos bons revelam sua capacidade espiritual e sua energia
para cativar pessoas e atrair coisas boas.
A Roda da Vida pode ser utilizada em qualquer tipo de processo de coaching. Há,
também, outras Rodas que podem contribuir para o entendimento do momento
atual do coachee, em outros aspectos. Se o processo de coaching for para Execu-
tive Coaching ou Coaching Group, por exemplo, a Roda da Liderança ou a Roda
das Competências viabilizará o conhecimento sobre o estado atual do coachee no
que tange a suas capacidades específicas, no contexto de sua atuação profissional.
O teste, aqui, apresentado objetiva dar uma visão geral, sem muito detalhamento,
do perfil comportamental do coachee. Tal conhecimento é importante, pois con-
tribui para o autoconhecimento individual, proporcionando um melhor alinha-
mento com o objetivo elencado pelo coachee. Há congruência entre seu estado
desejado e seu perfil comportamental predominante? Entre outras reflexões que
deverão ser feitas, a aplicação de um teste mais detalhado de análise de perfil
comportamental, como DISC/Assessment, pode contribuir de maneira pontual
ao se elencar as competências que precisam ser desenvolvidas para se alcançar
a meta almejada, ou os pontos que precisam de atenção em relação ao contexto
atual do coachee.
220
UNICESUMAR
Comunicação Organização
Idealização Ação
O Teste dos Bichos, aqui, apresentado é uma forma simples, mas efetiva de se
traçar o perfil comportamental de uma pessoa e identificar a sua dominância,
a partir de suas preferências, motivações, impeditivos, crenças etc., de acordo
com a sua personalidade predominante. Este conceito é adaptado dos estudos
sobre Teoria da Dominância Cerebral, do pesquisador norte-americano, Ned
Herrmann (IBC, 2020, on-line)36. Cada perfil lida com as situações de uma for-
ma diferente, seja no trabalho, com a família, com os amigos ou no cotidiano da
vida, isso porque cada um possui uma visão de mundo diferente. Isso significa
que você possui uma “lente” particular, diretamente, influenciada pelo seu tipo
de perfil comportamental. Na gestão de equipes, ter acesso a tais informações
individuais é muito importante, conhecer o perfil de cada membro viabiliza sua
alocação de forma mais assertiva, potencializa suas competências e alavanca re-
sultados. Vamos ao teste.
221
Em cada uma das 25 questões a seguir, escolha uma alternativa (I, C, O ou A) e
UNIDADE 5
6. Eu penso que...
5. Eu me divirto quando... C - Unidos venceremos, divididos perdere-
A - Estou me exercitando ( ) mos ( )
I - Tenho novidades ( ) A - O ataque é melhor que a defesa ( )
C - Estou com os outros ( ) I - É bom ser manso, mas andar com um
O - Determino as regras ( ) porrete ( )
O - Um homem prevenido vale por dois ( )
8. Eu prefiro...
7. Minha preocupação é...
I - Perguntas a respostas ( )
I - Gerar a ideia global ( )
O - Ter todos os detalhes ( )
C - Fazer com que as pessoas gostem ( )
A - Vantagens a meu favor ( )
O - Fazer com que funcione ( )
C - Que todos tenham a chance de serem
A - Fazer com que aconteça ( )
ouvidos ( )
222
UNICESUMAR
11. Um ótimo dia pra mim é quando... 12. Eu vejo a morte como...
A - Consigo fazer muitas coisas ( ) I - Uma grande aventura misteriosa ( )
C - Me divirto com meus amigos ( ) C - Oportunidade para rever os falecidos ( )
O - Tudo segue conforme planejado ( ) O - Um modo de receber recompensas ( )
I - Desfruto de coisas novas e estimulantes ( ) A - Algo que sempre chega muito cedo ( )
15. Eu gosto de mudanças se... 16. Não existe nada de errado em...
A - Der a mim uma vantagem competitiva ( ) A - Colocar-se na frente ( )
C - For divertido e puder ser compartilhado ( ) C - Colocar os outros na frente ( )
I - Der a mim mais liberdade e variedade ( ) I - Mudar de ideia ( )
O - Melhorar ou me der mais controle ( ) O - Ser consistente ( )
223
22. Eu acredito que…
UNIDADE 5
RESULTADO
I X4 % Águia
C X4 % Gato
O X4 % Tubarão
A X4 % Lobo
224
Preencha, agora, a figura com o seu percentual:
UNICESUMAR
GATO ÁGUIA
TUBARÃO LOBO
Para o preenchimento, a seguir, você deverá somar as letras indicadas (são aquelas
que você atribuiu no questionário), depois, basta marcar o resultado da soma na
Figura 7.
225
UNIDADE 5
PENSANTE
ANTERIOR
(O + I)
ESQUERDO DIREITO
(A + O) (I + C)
RACIONAL EMOCIONAL
POSTERIOR
(C + A)
ATUANTE
Figura 7 - Lado cerebral predominante / Fonte: Marques (2017a).
conecte-se
226
Vamos, agora, compreender cada perfil?
UNICESUMAR
Tubarão: Ação
Pessoas com este perfil são determinadas, objetivas e são focadas em resultados.
Com agilidade e precisão, superam seus desafios e obstáculos, pois são muito
determinadas.
Gato: Comunicação
227
COMPORTAMENTOS PONTOS FORTES
UNIDADE 5
Lobo: Organização
UNICESUMAR
ORGANIZAÇÃO LOBO • Certeza, compreensão LOBO
exata de quais são as regras.
• Dificuldades de se • Conhecimento específico
adaptar às mudanças. do trabalho.
• Pode impedir o • Ausência de riscos e
progresso. erros.
• Detalhista, estruturado e • Ver o produto acabado -
demasiado sistematizado. começo, meio e fim.
Águia: Idealização
Pessoas com as características da águia não gostam da rotina. Pensar e fazer di-
ferente é o que as move. São pessoas visionárias e costumam provocar mudanças
importantes no contexto em que estão inseridas.
COMPORTAMENTOS PONTOS FORTES
LOBO TUBARÃO
VALORES
• ORDEM E
• RESULTADOS
CONTROLE
conecte-se
230
1. Toda pessoa de Alta Performance sabe quais contribuições produtivas pre-
UNICESUMAR
tende proporcionar para a organização em que trabalha e para a sociedade
em que vive.
A - Tenho escrita a contribuição que desejo realizar.
B - Tenho, na cabeça, a contribuição que desejo realizar.
C - Sei que contribuo com algo, mas nunca pensei em saber com o quê.
D - Não me preocupo com isso.
2. Um indivíduo de Alta Performance sabe que tipo de gente quer ser, onde
quer morar, quanto deseja ter de renda mensal, se prefere ser empregado ou
empresário, que tipo de família quer construir, que carreira seguir etc.
A - Tenho este cenário descrito em detalhes.
B - Tenho este cenário em mente, mas nunca pensei em escrevê-lo.
C - De vez em quando, penso nessas coisas.
D - Essas ideias são, apenas sonhos.
4. A pessoa de Alta Performance age com base nas necessidades que a orga-
nização e a sociedade demonstram, relacionadas com seu trabalho.
A - Procuro mudar minhas atitudes e processos de trabalho para satisfazer
melhor as necessidades da organização e da sociedade que usufrui do produ-
to desse trabalho.
B - Sei que posso melhorar meu trabalho, em função das necessidades das
pessoas que usufruem dele, mas não me preocupo muito com isso.
C - Enquanto as pessoas não dizem nada, continuo a fazer meu trabalho da
mesma forma.
D - Não me preocupo com as necessidades dos outros.
231
6. Alta Performance exige busca contínua de novos conhecimentos.
UNIDADE 5
232
10. As pessoas de Alta Performance usam o plano de ações como diferencia-
UNICESUMAR
dor para auxiliar a realização dos objetivos.
A - Tenho um plano de ações escrito para garantir a realização de cada um
dos meus objetivos.
B - Tenho na minha cabeça o que devo fazer para a realização de meus obje-
tivos.
C - Sei que é importante ter um plano de ações, mas não parei para fazê-lo.
D - Plano de ações são inúteis.
12. É importante medir, continuamente, até onde a prática das ações realiza
os objetivos desejados.
A - Registro e quantifico, por meio de números, o resultado de minhas ações
em um determinado período.
B - Quantifico o resultado de minhas ações, mas não por meios numéricos.
C - Sei que é importante medir os resultados de minhas ações, mas, ainda,
não tenho um método para isso.
D - Não tenho certeza de que medir o impacto de meu trabalho em outras
pessoas seja algo importante.
13. Pessoas de Alta Performance procuram avaliar até que ponto o resultado
de suas contribuições é compatível com sua Missão e Visão.
A - Sempre, ao realizar um trabalho, observo até que ponto os resultados con-
seguidos são compatíveis com os objetivos a que me havia proposto.
B - Comparo os resultados realizados, apenas, em relação aos objetivos mais
amplos.
C - Acho importante comparar resultados com objetivos, mas não faço isso de
forma regular.
D - Nunca comparo os resultados do meu trabalho com os objetivos. Não
acho isso necessário.
233
UNIDADE 5
GABARITO
A = 4 Pontos
TOTAL DE PONTOS 60 45 30 15
-
Figura 13 - Gabarito Teste Nível de Performance / Fonte: adaptada de Marques e Carli (2012).
234
UNICESUMAR
conecte-se
3
KIT DE FERRAMENTAS 2:
PLANEJAMENTO
e definição de objetivos
235
A construção se dá por meio de perguntas, que gerarão reflexão e estabelecimento
UNIDADE 5
pensando juntos
Qual é a sua missão de vida? Se, ainda, não estruturou a sua, aproveite essa ferramenta e a
construa. A missão de vida impacta, diretamente, no alcance do sucesso em nossas vidas.
Modelo GROW
WWWW • O que deve ser feito, quando, por quem e a vontade de fazer (comprometimento).
GOAL - META
• Qual é a matéria ou assunto no qual você gostaria de trabalhar?
• Que tipo de resultado você está esperando ao final desta sessão de coaching?
• Quão longe e quão detalhadamente você espera ir nesta sessão de coaching?
• No longo prazo, qual é o seu goal relacionado a este assunto?
• Qual o tempo para isso?
• Quais os passos intermediários e quando eles irão acontecer?
REALITY - REALIDADE
• Qual é o detalhamento da situação atual?
• Qual e quão grande é a sua preocupação sobre isso?
• A quem mais este assunto afeta além de você?
• Quem conhece seu desejo de fazer alguma coisa sobre isso?
• Qual é o grau de controle que você, pessoalmente, tem sobre esse resultado?
• Quem mais tem controle e em que grau?
• Que ações você já tomou a respeito até agora?
• O que lhe impediu de fazer mais?
• Que obstáculos você terá que enfrentar pelo caminho?
• Existe algum obstáculo interno ou resistência pessoal sua para tomar essas ações?
• Que recursos você já tem? Habilidades, tempo, entusiasmo, dinheiro, apoio etc.
• Que outros recursos você necessita? De onde eles virão?
• Qual é, realmente, o problema aqui, o ponto central?
237
OPTIONS - OPÇÕES
• Que outros recursos você necessita? De onde eles virão?
• Qual é, realmente, o problema aqui, o ponto central?
UNIDADE 5
OPTIONS - OPÇÕES
• Quais são as diferentes maneiras pelas quais voê poderia lidar com esse assunto?
• Faça uma lista de todas as alternativas, pequenas ou grandes, completas ou parciais.
• O que mais você poderia fazer?
• O que você faria se tivesse mais tempo, orçamento maior ou se você fosse o chefe?
• O que você faria se você pudesse começar do zero, ou com uma nova equipe?
• Você gostaria de ouvir uma sugestão minha?
• Quais são as vantagens e as desvantagens de cada uma dessas alternativas?
• Qual o(a) levaria ao melhor resultado?
• Quais destas soluções lhe atraem mais, ou você sente que seria melhor para você?
• O que lhe daria maior satisfação?
238
Obviamente, há uma imensidão de perguntas articuladas que existem e po-
UNICESUMAR
dem contribuir. Aqui, apresentamos algumas apenas, na tentativa de fazê-lo(a)
compreender seu papel valioso em uma sessão de coaching. Podemos, de forma
resumida e simples, pensar o seguinte para uma sessão de coaching, seja de curta
duração, seja de equipe, com objetivos específicos e de curto prazo ou, ainda,
no desenvolvimento de líderes que buscam novas competências, habilidades ou
comportamentos específicos:
• O que você quer?
• Qual é o seu objetivo?
• Por que você quer isso (valores)?
• Isto está sob seu controle?
• Está ao seu alcance?
• Como você pode conseguir isso?
• Quais são as alternativas de ação? Qual a melhor?
• Qual é o seu plano de ação passo a passo?
• Qual o primeiro passo que você pode dar agora para alcançá-lo?
• O que pode lhe impedir? Quais os maiores obstáculos?
• Como você vai saber que conseguiu?
• Se você já tivesse alcançado esse objetivo, como seria? (Parâmetros de
avaliação e pontos de controle).
pensando juntos
O que você ganhará se obtiver isso? O que você perderá se obtiver isso?
(Motivadores / prazer) (Sabotadores / dor)
Minimização das perdas (sabotadores, dor): o que você pode fazer para
minimizar as possíveis perdas?
Quadro 7 - Perguntas: Diagrama Ganhos e Perdas / Fonte: adaptado de SBC ([2020], on-line)37.
240
A ferramenta perdas e ganhos pode ser aplicada em qualquer área em que seja
UNICESUMAR
necessário a tomada de decisão, tanto na esfera pessoal quanto profissional, pois
auxilia a diagnosticar o impacto da decisão ao agir.
241
UNIDADE 5
O QUÊ?
Descreva todas as
ações para alcançar
o objetivo principal.
QUEM?
Defina um responsável
(você mesmo ou
alguém que possa
lhe ajudar).
QUANDO?
Determine uma data
limite para cada
ação estabelecida.
ONDE?
Defina onde as ações
deverão
ser realizadas.
242
POR QUÊ?
ser realizadas. cada ação lhe trará.
UNICESUMAR
POR QUÊ? COMO?
QUANTO CUSTARÁ?
COMO?
Detalheosacustos
Defina maneirade
como cada ação
cada ação para
deverá aser
verificar sua
executada.
viabilidade.
ELEMENTOS
LIMITANTES
RECURSOS
NECESSÁRIOS
Descreva quais os
recursos (materiais
ou emocionais)
necessários para
cada ação.
243
4
KIT DE FERRAMENTAS 3:
UNIDADE 5
IMPLEMENTAÇÃO
e acompanhamento de
resultados
Trello
Tarefas do time
Em andamentos Concluído
Adicionar um cartão...
244
Diga adeus aos posts-its, agendas, e-mails e grupo de WhatsApp. Essa ferramenta
UNICESUMAR
de gerenciamento de projetos possibilita o acompanhamento das ações pré-es-
tabelecidas e o plano de ações, em um projeto individual; também, viabiliza o
acompanhamento, de forma dinâmica e interativa, em caso de projetos em equipe,
tudo em um só lugar. Conta com diversos recursos, como cartões, listas, quadros,
comentários, datas, anexos etc., facilita a criação, programação e organização das
ações e seu acompanhamento de forma intuitiva e prática.
Você pode criar projetos e, por meio dos cartões, que aceitam a sinaliza-
ção com cores, estatus, responsável e prazo, tornar fácil o acompanhamento e a
participação de toda a equipe, no caso de um projeto coletivo. A atualização é
instantânea, o que facilita a atualização do time, ou sua própria visualização de
todas as etapas do projeto, de forma prática e atualizada. Você pode acessar esta
ferramenta pelo seu computador, por meio do link: https://trello.com/pt-BR. Não
é necessário baixar programas, basta se cadastrar e usar. Há versões completas e
gratuitas, também, para celular, é preciso, apenas, baixar o App.
Revisitando os objetivos
1. Revisite a • O que mudou que poderia interferir com o alcance do resultado desejado?
• Qual o seu nível de comprometimento de 0 a 100, para se dedicar a este objetivo?
situação atual
• O que falta para chegar em 100?
UNICESUMAR
• Quanto ao nível de dificuldade, está adequado?
2. Revisite o • (Se a ferramenta SMART não foi aplicada, agora é o momento, caso tenha
objetivo sido aplicada, revisite-a com seu coachee)
Feedback Sandwich
É uma ótima ferramenta para mensurar, avaliar e ajustar as ações em curso, refe-
rentes à execução do plano de ações. Além disso, prepara o coachee para fazer fee-
dback com os seus liderados, pois a análise será feita, em conjunto, com o coachee.
1. O que foi feito corretamente // Pontos positivos.
2. O que é necessário melhorar // Pontos a serem melhorados.
3. No geral, sentença positiva // Ponto forte.
Obs.: Utilize o “e” como junção entre cada etapa mencionada. O “mas” elimina o
que foi dito anteriormente.
Regras:
■ Descritivo (não julgativo e avaliativo)
Apenas, faça a descrição, sem julgamento da situação. Não utilize palavras,
como: lamentável, decepcionante, ruim etc., nada em si possui teor emo-
cional, lembre-se de que somos nós que atribuímos significados às coisas.
■ Específico (não geral)
Seja o mais específico possível, detenha-se no comportamento que precisa
de atenção e mudança.
■ Focado na necessidade do recebedor (não do emissor)
O objetivo do feedback é buscar, sempre, o aperfeiçoamento, então, mes-
mo sob circunstâncias desafiadoras, deve-se manter a calma e suspender
o julgamento, não é o momento para liberar emoções negativas.
247
■ Focado no comportamento (não na identidade)
UNIDADE 5
É essencial que haja a separação entre o que a pessoa faz e o que ela é. Em um
feedback, é preciso que a pessoa perceba, claramente, que o que precisa de
ajustes é o comportamento dela em determinada situação e não ela enquanto
pessoa. Não utilize frases com “você é”, todo ser humano tem aversão a re-
jeição, se o interlocutor se sentir ameaçado ou rejeitado, ficará na defensiva,
ativando emoções desnecessárias que impedirão o aprendizado necessário.
■ Solicitado e bem recebido (não imposto)
Se você deseja que seu feedback seja produtivo, é preciso preparar o “terreno”
antes. Isso mesmo, crie um clima tranquilo, descontraído e amigável. Dessa
forma, a pessoa perceberá que se trata de um momento bom e produtivo e
não uma ameaça ou algo tenso e intimidador. Utilize frases como: "tenho
algumas sugestões para lhe dar, tem interesse em ouvir?" "Preciso conversar
com você sobre um evento, podemos ter um tempo de conversa?" "Acredito
que você é capaz de melhorar sua performance, o que acha?" Tais abordagens
mostram que a busca é em conjunto com objetivo de aperfeiçoamento e não
punição ou julgamento, o que deixa a pessoa mais confortável e amistosa.
■ Rápido (logo após o evento)
A maioria de nós tem uma capacidade limitada para armazenar detalhes de
acontecimentos na memória. Assim, para evitar que você ou interlocutor
não se lembre de detalhes importantes não demore a dar o feedback, que, na
maioria das vezes, é recheado de detalhes, seja rápido(a).
É preciso que o interlocutor apresente uma escuta ativa, verifique se o que
foi acordado ou explicado não entrou por um ouvido e saiu pelo outro. É
preciso garantir que a pessoa tenha entendido, perfeitamente, as informações
passadas. Uma forma de se fazer esta checagem é perguntar: a partir de agora
o que você fará de diferente? Quais mudanças você poderá adotar diante
destas situações?
Fique atento, se, em algum momento da conversa, a pessoa começar a tentar
justificar seu comportamento em relação a algo que você diz, é possível que
algumas das regras, aqui, apresentadas não foi entendida, completamente,
por ele. Identifique onde está a não compreensão, volte e trabalhe novamente.
Também, é preciso que, nestes casos, você faça uma autoanálise e veja onde
falhou, ao apresentar o feedback. Dê um feedback de qualidade a você mesmo
e siga em frente.
248
Tríade do Tempo
UNICESUMAR
Essa ferramenta, adaptamos do livro "Tríade do Tempo", de Christian Barbosa.
Conhece? Não? Fica, aqui, uma dica leitura! Então, vamos lá! Por inúmeras vezes,
ao longo de um processo de coaching, o coachee alega que não teve tempo de
realizar as tarefas indicadas ou, simplesmente, logo na primeira sessão, diz que
não consegue atingir seus objetivos, porque não tem tempo para se dedicar.
Nós, também, dizemos isso inúmeras vezes, não é? Você já disse alguma vez
que não realizou sua atividade da disciplina, porque não teve tempo? Ok, não
precisa responder, não vamos nos expor! Pois bem, se houve esta fala do coachee,
é preciso atentar-se: se ele está ocupado e, por isso, não tem tempo ou se ele está
produzindo e, por isso, não tem tempo. Isso mesmo, estar ocupado não significa
que alguém está sendo produtivo, e esta ferramenta genial nos auxilia, justamente,
nesta identificação. Sensacional não acha? Ficou empolgado(a) para saber se você
está ocupado(a) ou produtivo(a)?
A Tríade do Tempo é uma ferramenta que mostra, em um modelo de clas-
sificação, gráfica e percentualmente, a forma como utilizamos as horas. Usa-se o
termo Tríade porque, nesta teoria, há a classificação do uso do tempo dividido
em três elementos ou atividades que são: importantes, urgentes e circunstanciais.
IMPORTANTES
CIRCUNSTANCIAIS URGENTES
249
explorando Ideias
UNIDADE 5
O brasileiro dedica, apenas, 30% do seu tempo às atividades importantes de sua vida.
As mulheres têm maior foco entre as urgências e as atividades importantes. A tríade fe-
minina é composta da seguinte forma: 30,99% – importante, 44,39% – urgente, 24,62%
– circunstancial.
Os homens têm maior volume de atividades circunstanciais que as mulheres. A tríade
masculina é composta da seguinte forma: 27,80% – importante, 36,73% – urgente, 35,47%
– circunstancial.
Fonte: Barbosa (2011).
Teste
O quadro, a seguir, informa o valor numérico com seu respectivo significado que
deverá ser utilizado ao responder cada questão.
2. Não consigo realizar tudo que me propus a fazer no dia , por isso, preciso
fazer hora extra e levar trabalho para casa?
1 2 3 4 5
3. Quando recebo um novo e-mail, costumo dar uma olhada para checar
o conteúdo?
1 2 3 4 5
250
6. Assumo compromissos com outras pessoas ou aceito novas posições na
UNICESUMAR
empresa, mesmo que não goste muito da nova atividade, se for para au-
mentar meus rendimentos ou obter uma promoção?
1 2 3 4 5
7. Tenho um tempo definido para dedicar a mim mesmo e, nele, posso fazer
o que quiser?
1 2 3 4 5
10. Faço um planejamento por escrito de tudo que preciso fazer durante mi-
nha semana?
1 2 3 4 5
11. Posso afirmar que consigo realizar tudo que gostaria em minha vida e que
o tempo passa de forma correta?
1 2 3 4 5
251
14. Quando quero alguma coisa, defino esse objetivo por escrito, estabeleço
UNIDADE 5
1 2 3 4 5
16. Estive atrasado com minhas tarefas ou reuniões nas últimas semanas?
1 2 3 4 5
18. É comum reduzir meu horário de almoço ou, até mesmo, comer enquanto
trabalho para concluir um projeto ou tarefa.
1 2 3 4 5
1 4 2
3 7 5
6 10 8
9 11 13
12 14 16
15 17 18
252
CONJUNTO A CONJUNTO B CONJUNTO C
UNICESUMAR
TOTAL A = TOTAL B = TOTAL C =
253
UNIDADE 5
IMPORTANTE
__________%
CIRCUNSTANCIAL URGENTE
__________% __________%
Surpreso(a) com o resultado? Barbosa (2011) recomenda que, a cada tarefa que
faça no dia, pare para analisar em qual esfera da tríade ela se encontra. Isso serve
para você exercitar seu padrão mental, a partir de um novo modelo de produtivi-
dade. Também, ajuda você a tornar consciente o processo de gestão do seu tempo
e a querer mudar seus padrões atuais. Agora, compreenderemos cada esfera da
tríade.
pensando juntos
A vida é curta, por isso não faça dela um rascunho. Pode não dar tempo de passá-la a
limpo.
(Christian Barbosa)
254
Esfera Importante: são todas as atividades que você faz e são relevantes em sua
UNICESUMAR
vida. Aquelas que trazem resultado de curto, médio e longo prazo. É a esfera da
estrada certa. As coisas importantes têm prazos de execução e nunca são urgen-
tes, elas só se tornarão urgentes se não forem cumpridas no prazo previsto. Um
check-up normal agendado com antecedência no cardiologista, por exemplo,
deixará de ser importante e se tornará urgente se você sofrer um infarto por não
ter realizado o acompanhamento esperado (BARBOSA, 2011).
Esfera da Urgência: contempla todas as atividades para as quais o tempo
está curto ou se esgotou. São exigências de última hora, não podem ser previstas
ou, como o importante foi negligenciado, tornou-se urgente. Geralmente, tais
situações causam pressão e estresse. Comumente, acostumamo-nos com as ur-
gências da vida e acabamos por adiar o que é importante e só a realizamos quando
se torna urgente. Quando você vai ao dentista? Quando leva o carro à oficina?
Quando vai ao médico? (BARBOSA, 2011).
Esfera Circunstancial: são as atividades desnecessárias ou excessivas. É o
desperdício de tempo e as tarefas feitas por comodidade ou por serem “socialmen-
te esperadas”. É a estrada que leva a lugar nenhum, não traz resultado, mas muitas
frustrações (uso exagerado da internet, festas em excesso, happy hour em excesso,
reuniões sem propósito, horas incontáveis perdidas diante da TV e conversas fú-
teis são bons exemplos). Obviamente, se você trabalha com redes sociais ou uso
exclusivo da internet para trabalhar, não se trata de uma atividade circunstancial,
e, sim, uma atividade importante. Para que fique bem claro, o circunstancial é o
tempo perdido, o tempo utilizado de forma inútil (BARBOSA, 2011).
Agora que você já fez o teste e compreendeu cada esfera da tríade do tempo,
pense sobre em qual esfera se encontra a maior parte de seu tempo. Seu tempo
é bem utilizado? Você está ocupado(a) ou está produzindo? Percebeu como esta
ferramenta é fantástica? Em uma sessão de coaching, ela viabiliza o autoconhe-
cimento e evidência ao coach se o coachee, realmente, é tão produtivo a ponto de
não ser capaz de se dedicar ao processo na obtenção de resultados ou se está só
ocupado, desperdiçando seu tempo com esferas que precisam ser administradas.
Existe uma distribuição ideal do tempo entre as esferas? Você pode se pergun-
tar. Obviamente, a sugestão que será explicitada sobre a distribuição do tempo
entre as esferas não é uma regra, pois somos seres ímpares. Mas, de forma geral,
um bom parâmetro seria:
255
UNIDADE 5
IMPORTANTE
70
__________%
CIRCUNSTANCIAL URGENTE
10
__________% 20
__________%
explorando Ideias
256
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
Caro aluno(a), chegamos ao fim de nossa viagem pelo universo do coaching,
voltado à gestão de RH! Qual foi a sua percepção acerca dos assuntos abordados?
Qual momento foi mais marcante para você? Já detinha algum conhecimento
prévio sobre o assunto? Algo lhe surpreendeu? Gostou das ferramentas apresen-
tadas nesta unidade? Espero que tenha, realmente, aproveitado essa viagem de
conhecimento tão significativo para sua vida pessoal e profissional.
Para nós, que trabalhamos no contexto das organizações, é fundamental iden-
tificar o surgimento das diversas demandas e compreender que muitas aborda-
gens surgem para atendê-las. Nesse sentido, o coaching voltado para o contexto
organizacional é, justamente, uma dessas “novas” abordagens que atende uma
demanda específica e de caráter holístico, em relação ao ser humano, nesse con-
texto, por vezes, tão desumano.
Ao longo deste livro, conseguiu perceber como atua o coach e, em especial,
seu papel junto a gestão de pessoas? Independentemente do cargo ou função que
ocupamos, nunca deixamos de contemplar as fragilidades e capacidades inerentes
ao ser humano. Dessa forma, quando uma organização pensa o desenvolvimento
de pessoas, a partir da essência humana, e vislumbra suas potencialidades com-
preende a importância da assistência direcionada para o autoconhecimento e
o desenvolvimento de habilidades, por meio do processo de coaching, que, por
vezes, lança mão de inúmeras ferramentas e técnicas que contribuem, de forma
significativa, para o alcance de resultados almejados.
Desejo a você uma caminhada pela vida repleta de conquistas e alegrias, que
você seja capaz de escolher sempre produzir e não, apenas, estar ocupado(a). Que
você compreenda que cada um de nós somos capazes de realizar o que quiser-
mos, basta, realmente, comprometermo-nos com nosso propósito. E lembre-se,
sempre: você é a sua melhor escolha! Não existe erro, acertamos ou aprendemos!
Nunca se esqueça disso!
257
na prática
a) Habilidades.
b) Metas.
c) Perguntas.
d) Reuniões.
e) Possibilidades.
2. Esta ferramenta é considerada uma das mais famosas do Coaching por sua ampla
possibilidade de aplicação e de variação, conforme o contexto particular de cada
aplicação. Considerada por muitos pesquisadores de autoria de Peter Drucker, ela
auxilia na hora da definição de metas, sejam elas pessoais, sejam profissionais. Fa-
lamos da ferramenta:
a) GROW.
b) Roda da Vida.
c) SMART.
d) Tríade do Tempo.
e) Perguntas poderosas.
3. Esta ferramenta é muito utilizada no coaching por ser ótima para a autorreflexão, o
que gera um nível significativo de autoconhecimento, e oferecer uma representação
visual do quanto a vida do coachee está equilibrada. Esta ferramenta se apresenta
dividida nos quatro grandes âmbitos: Pessoal, Profissional, Relacionamento e Qua-
lidade de Vida. Assinale a alternativa que apresenta o nome da ferramenta, aqui,
apresentada.
258
na prática
4. O Teste dos Bichos é um método simples, rápido e muito efetivo, uma vez que ajuda
a traçar o perfil comportamental e a identificar a dominância cerebral de cada pes-
soa: suas preferências, mapa de mundo, motivações, impeditivos, crenças e valores,
conforme a sua personalidade predominante. Considerando as características com-
portamentais elencados no perfil do LOBO, analise as afirmativas a seguir.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
I - São todas as atividades que trazem resultado de curto, médio e longo prazo. É
a esfera da estrada certa.
II - Contempla todas as atividades para as quais o tempo está curto ou se esgotou.
III - Geralmente, tais situações causam pressão e estresse.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
259
aprimore-se
Reza a lenda que, quando Hércules enfrentou a Hidra de Lerna pela primeira vez,
ficou desesperado ao ver que, ao cortar uma de suas cabeças, outras duas cresciam.
Nunca poderia matá-la se ela se tornava cada vez mais forte ao receber um golpe. O
ensaísta de origem libanesa Nicholas Taleb explica em seu livro Antifrágil: coisas que
se beneficiam com o caos que usamos a palavra “fragilidade” para designar coisas,
pessoas ou organizações que se debilitam ao ser feridas, e as palavras “robustez”
e “resiliência” para designar aquilo que aguenta golpes sem se abater, mas não há
uma palavra, em nenhum idioma, para se referir ao que se fortalece ao ser ferido (até
certo ponto).
Para falar do poder da Hidra de Lerna, daquilo que se torna mais forte ao receber
um golpe, Nicholas Taleb propõe a palavra antifragilidade.
Por trás dessa ideia está o célebre aforismo de Nietzsche: “O que não nos mata,
nos fortalece.” Catástrofes ou eventos fora do normal são bons exemplos para ex-
plicar fenômenos de antifragilidade. Em 2011, um tsunami na região de Tohoku
provocou um estrago enorme em dezenas de povoados e cidades da costa. Infe-
lizmente, muita gente morreu e aldeias inteiras desapareceram. Ao visitar a costa
afetada, dois anos após a catástrofe, depois de dirigir por muitos quilômetros de
estradas com crateras e passar diante de vários postos de gasolina vazios, atraves-
samos diversos povoados fantasmas com ruas tomadas por casas em ruínas, carros
amontoados e estações de trem abandonadas. Esses povoados são lugares frágeis e
esquecidos pelo governo, que não puderam se recuperar.
Outras cidades, como Ishinomaki ou Kesennuma, foram muito devastadas, mas,
graças à ajuda de muitas pessoas, conseguiram ser reconstruídas em alguns anos.
Ishinomaki e Kesennuma demostraram sua robustez e capacidade de voltar à nor-
malidade depois da catástrofe. O terremoto também afetou a central nuclear de
Fukushima. Nesse caso, os engenheiros da TEPCO não estavam preparados para
receber um golpe e se recuperar rápido. A central de Fukushima, contudo, segue
em estado de emergência e permanecerá assim ao longo de várias décadas. Ela
260
aprimore-se
261
eu recomendo!
livro
livro
262
eu recomendo!
livro
O Cérebro Criativo
Autor: Ned Herrmann
Editora: Ned Herrmann Group
Sinopse: este livro apresenta comprovado recurso para o desen-
volvimento de criatividade, por meio da compreensão do nosso
mais poderoso recurso criativo: o cérebro. Repleto de anedotas
pessoais, dados, gráficos úteis e modelos práticos e fáceis de apli-
car, ele irá inspirar e entreter os leitores, ao mesmo tempo em que mostra como
aumentar a criatividade nos níveis individual e organizacional.
livro
Ferramentas de Coaching
Autor: João Alberto Catalão e Ana Teresa Penim
Editora: LIDEL
Sinopse: livro de interesse de Especialistas em Gestão de Talen-
tos, Líderes, Psicólogos, Mundo Académico e a todos os interes-
sados no desenvolvimento pessoal e de performance. Trata-se
de ferramentas efetivas e originais, operacionalizadas pelos auto-
res em Processos de Coaching com decisões e profissionais de contextos empre-
sariais, altamente, competitivos. Inclui, ainda, um pequeno glossário com corres-
pondência de termos em português europeu e português do Brasil. Ao longo do
livro, são abordados, dentre outros, os seguintes temas: 55 Ferramentas de Coa-
ching de diferentes orientações Internacionais e Contribuições de Especialistas.
263
eu recomendo!
filme
A grande aposta
Ano: 2016
Sinopse: gerenciamento de crise é o grande tema trabalhado no
filme indicado a cinco categorias do Oscar 2016. Ao abordar as
questões que envolveram a crise econômica que abateu os EUA,
em 2008, a obra ressalta a importância da gestão para prever
intempéries e momentos de adversidade nos negócios.
filme
Divertida Mente
Ano: 2016
Sinopse: gerenciamento de crise é o grande tema trabalhado no
filme indicado a cinco categorias do Oscar 2016. Ao abordar as
questões que envolveram a crise econômica que abateu os EUA,
em 2008, a obra ressalta a importância da gestão para prever
intempéries e momentos de adversidade nos negócios.
264
conclusão geral
conclusão geral
Caro(a) aluno(a),
265
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te-perfil-comportamental/. Acesso em: 1 jun. 2020.
271
gabarito
UNIDADE 1 UNIDADE 3
1. B. 1. A.
2. B. 2. C.
5. E. UNIDADE 5
1. C.
UNIDADE 2
2. C.
1. B. 3. C.
2. D. 4. B.
3. B. 5. D.
4. C.
5. B
272