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AMBIENTAL
PROFESSORAS
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
ACESSE AQUI
O SEU LIVRO
NA VERSÃO
DIGITAL!
EXPEDIENTE
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
FICHA CATALOGRÁFICA
Coordenador(a) de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Projeto Gráfico e Capa C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ.
Núcleo de Educação a Distância. STRUET, Mirian Aparecida Mi-
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
carelli; POLASTRI, Paula
e Thayla Guimarães
Qualidade e Certificação Ambiental.
Editoração
Mirian Aparecida Micarelli Struett
Lucas Pinna Silveira Lima Paula Polastri
Design Educacional
Marcus Vinicius A. S. Machado Maringá - PR.: UniCesumar, 2020.
184 p.
Revisão Textual
“Graduação - EaD”.
Cindy Mayumi Okamoto Luca
Nagela Neves da Costa 1. Qualidade 2. Certificação 3. Ambiental. EaD. I. Título.
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Fotos CDD - 22 ed. 333.7
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Shutterstock Impresso por:
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con- são, que é promover a educação de qua-
versão integral das pessoas ao conhecimento. lidade nas diferentes áreas do conheci-
Reitor
Wilson de Matos Silva
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
http://lattes.cnpq.br/3388750064285917
http://lattes.cnpq.br/6170602428689890
A P R E S E N TA Ç Ã O DA DISCIPLINA
Caro(a) aluno(a), é com muito prazer que lhe apresentamos o livro que fará parte da disciplina
Qualidade e Certificação Ambiental. Com ela, esperamos que você adquira os conhecimentos
necessários para a sua atuação enquanto gestor(a) ambiental.
Faremos, na Unidade 2, uma relação entre qualidade, gestão da qualidade e gestão ambien-
tal. Assim, trabalharemos algumas ferramentas de apoio ao gerenciamento da qualidade e à
implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).
Na Unidade 3, explanaremos os principais aspectos que culminaram na busca por uma melhor
forma de realizar a gestão organizacional, especificamente por intermédio do Sistema de Ges-
tão Ambiental (SGA). Com ele, as organizações têm buscado aprimorar a sua gestão por meio
da implantação de sistemas de gestão com base em normas de padrão internacional, da qual
a ISO é a mais reconhecida internacionalmente. Por fim, faremos uma breve descrição sobre a
integração do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
explorando Ideias
quadro-resumo
conceituando
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conecte-se
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01
8 UNIDADE 02
42
INDICADORES E GESTÃO DA
METODOLOGIAS DE QUALIDADE
QUALIDADE E MEIO AMBIENTE
AMBIENTAL
UNIDADE 03
78 UNIDADE 04
112
SISTEMA DE AUDITORIA E
GESTÃO CERTIFICAÇÃO
AMBIENTAL (SGA)
UNIDADE 05
143 FECHAMENTO
171
ROTULAGEM CONCLUSÃO GERAL
AMBIENTAL
INDICADORES E
METODOLOGIAS DE
Qualidade Ambiental
PROFESSORAS
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Construindo conceitos sobre
Qualidade Ambiental • Metodologias e Indicadores de Qualidade Ambiental.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Estabelecer a Qualidade Ambiental como um dos principais parâmetros das estratégias de Desenvol-
vimento Sustentável • Discutir sobre as principais metodologias analíticas relacionadas ao levantamento
e ao diagnóstico da Qualidade Ambiental.
INTRODUÇÃO
SOBRE A QUALIDADE
ambiental
““
Tal discussão estava relacionada, sobretudo, a caminhos e trajetórias
para se alcançar o progresso a partir da submissão (e uso extensivo) da
natureza de forma contínua. Assim, a relação entre questões ambientais
e desenvolvimento, principalmente na escala humana, tornou-se um
importante elo para entender os problemas ecológicos cada vez mais
evidentes e irreversíveis. As indagações crescentes a respeito do futuro
do meio ambiente e da humanidade, no que diz respeito à qualidade
de vida e bem-estar, tornaram necessária a criação de indicadores que
fossem além dos limites trazidos pelo Produto Interno Bruto (PIB).
10
Segundo Costa (2018), a qualidade atrela-se às características, propriedades e
UNICESUMAR
atributos. Podemos, também, adjetivar qualidade ambiental como alta ou baixa,
relacionando-a a outros indicadores, como os que produzem baixa qualidade
ambiental, por exemplo, a poluição (ar, água, solos, atmosfera), a geração de resí-
duos perigosos à vida, entre outros.
Para Toigo e Mattos (2016, p.558), “o uso contínuo dos recursos naturais”; o
crescente nível de poluição” e o “desconhecimento da realidade ambiental” glo-
bal “levariam a um declínio na qualidade de vida da população”. Desse modo,
independentemente da atividade ou do empreendimento, ela será importante
para a economia, mas gerará impactos. O exemplo dado por Silva et al. (2018)
demonstra alguns dos impactos, como assoreamento marítimo, contaminação,
poluição etc., causados pelas atividades nos portos; relacionados às atividades
econômicas e ao ecossistema local, demonstrando a necessidade de uma gestão
ambiental a fim de evitar o declínio da qualidade de vida das pessoas e do planeta.
No levantamento de dados, juntos a outros autores, Silva et al. (2018) identifi-
caram alguns indicadores a serem analisados para verificar a medição do desem-
penho ambiental portuário. Dentre eles, têm-se os principais: resíduos, consumo de
água, treinamentos ambientais, acidentes ambientais, emissões, políticas ambientais,
energia, ecossistema local, licenciamento e certificação, ruídos e custos ambientais.
Ao tratarmos do tema “qualidade ambiental”, podemos associá-lo às proprie-
dades e aos atributos ambientais com padrões existentes, utilizados para avaliar
o potencial de sobrevivência do ser humano. Exemplificaremos, a seguir, veri-
ficando a longevidade e a qualidade ambiental de determinado centro urbano
ou rural. Analisar a exata correlação entre a longevidade, as características e os
atributos da área urbana e rural, porém, será tão complexo quanto a correlação
de sustentabilidade de um país para outro.
Desse modo, ao estabelecer um parâmetro para analisar a qualidade ambiental
da Lagoa da Conceição (Florianópolis-SC), Silva (2002 apud COSTA, 2018) uti-
lizou uma metodologia de densidade populacional, uso e ocupação de solo, que é
uma das utilizadas para realizar uma análise qualitativa sobre pressões ambientais,
mas não são gerados os indicadores quantitativos passíveis de comparação.
Percebemos, assim, que adjetivar qualidade ambiental por termos genéricos
e quantificá-los são de difícil execução, pois existem diversos fatores específicos a
serem avaliados, e, dificilmente, conseguimos encontrar uma única metodologia
para a compreensão e análise da qualidade ambiental (COSTA, 2018).
11
Para Hammond et al. (1995 apud ARAÚJO; MAIA; RODRIGUES, 2016, p.
UNIDADE 1
2), “a palavra ‘indicador’ vem do latim indicare, que significa apontar, divulgar, ou
seja, os indicadores são capazes de mostrar e orientar aspectos de certa realida-
de”. De acordo com Dahl (1997), o maior desafio concentra-se na construção de
indicadores relacionados à sustentabilidade e à qualidade ambiental, pois devem
fornecer um retrato da situação de sustentabilidade.
Para Araújo, Maia e Rodrigues (2016), o primeiro entrave na construção de
indicadores relaciona-se à pluralidade do uso conceitual do termo desenvolvi-
mento sustentável e das diferentes correntes de pensamento, por exemplo, as
correntes da Sustentabilidade Econômica Forte e Fraca:
■■ Sustentabilidade Econômica Fraca: faz parte da corrente neoclássica.
Nesta, justifica-se as perdas ecológicas quando há ganhos econômicos e
utiliza-se indicadores monetários.
■■ Sustentabilidade Econômica Forte: há uma defesa pela ecologia, na
qual, diferentemente da corrente neoclássica, as perdas ecológicas não
podem ser justificadas por ganhos econômicos e os indicadores devem
ser mensurados fisicamente.
12
Os indicadores e seus desdobramentos mencionados a seguir são utilizados
UNICESUMAR
para a formulação e definição de políticas públicas; visam ao alcance dos objetivos
do Desenvolvimento Sustentável (ODS) no mundo e à implementação de medi-
das para o meio ambiente, justamente por representar a orientação das ações de
governos nacionais e internacionais, para proporcionar níveis mais elevados de
renda, redução de desigualdades e da degradação dos recursos naturais, ou seja,
buscar melhorar a relação da sociedade com a natureza.
METODOLOGIAS E
INDICADORES DE
Qualidade Ambiental
““
Todo o debate sobre desenvolvimento humano e sustentabilida-
de encontra maior respaldo, quando se consideram iniciativas
como a Avaliação do Milênio e também no contexto dos tra-
13
balhos de mensuração. Os índices são ferramentas poderosas
UNIDADE 1
UNICESUMAR
do processo de desenvolvimento em dados quantitativos per capita (VEIGA, 2005).
Ainda, concebem Sen e Mahbud (apud VEIGA, 2005, p. 85):
O PNUD admite que o IDH seja o ponto de partida, entretanto não é uma medida
compreensiva, já que não inclui a participação nas decisões que afetam a vida
das pessoas em comunidade. Como afirma Veiga (2005), no relatório 2004, “uma
pessoa pode ser rica, saudável e muito bem instruída, mas sem essa capacidade
o desenvolvimento é retardado”. O principal defeito do IDH é o resultado arit-
mético dos três índices: renda, escolaridade e longevidade, não havendo dispo-
nibilidade para indicadores tão importantes, como ambiental, cívico e cultural.
O IDH foi muito criticado pelos índices que apresentava. Como a metodologia
não era passível de comparação, e a fim de possibilitar que fossem verificadas novas
tendências no desenvolvimento humano, a equipe responsável pelo relatório cal-
culou, também, o IDH 2009 e os demais anos de referência (UNITED NATIONS
DEVELOPMENT PROGRAMME, 2010 apud TOIGO; MATTOS, 2016).
Podemos ver no Mapa, a seguir, a classificação dos países que participaram do
cálculo do IDH global e estão entre os 25% com maior IDH (desenvolvimento
humano muito alto); seguido dos 25% (alto desenvolvimento humano); dos 25%
de desenvolvimento humano médio; e, por fim, os 25% restantes com menor IDH,
classificados como países de baixo desenvolvimento humano.
16
UNICESUMAR
Mapa-múndi indicando o Índice de Desenvolvimento Humano - 2017.
17
Mé-
Gru- Espe- RNB
Anos dia de
po de Posição rança per
esperados anos
Desen- no Ran- País IDH de vida capita
de escola- de
volvi- king ao nas- (PPP,
ridade estu-
mento cer 2018)
dos
Muito
2º Suíça 0.944 83.5 16.2 13.4 57,625
Alto
África do
Médio 113º 0.699 63.4 13.3 10.1 11,923
Sul
Ilhas Sa-
152º 0.546 71.0 10.2 5.5 1,872
lomão
Papua
153º - Nova 0.544 65.7 10.0 4.6 3,403
Baixo Guiné
Quadro 1 - As três primeiras posições em relação ao ranking de cada escalão do IDH / Fonte:
adaptado de UNDP ([2019], on-line)2.
18
Em análise aos resultados apresentados nesse relatório, podemos observar que a
UNICESUMAR
Noruega lidera o ranking do IDH entre os resultados apresentados para os 189
países e territórios, enquanto Níger apresenta a pontuação mais baixa na média
de realizações nacionais do IDH– saúde, educação e renda.
explorando ideias
““
O IDH tem sido criticado por não incluir quaisquer considera-
ções ecológicas, com foco exclusivamente no desempenho na-
cional e na classificação, e por não avaliar o desenvolvimento em
uma perspectiva mais abrangente. O índice também foi criticado
como “redundante” por medir aspectos do desenvolvimento que
já foram estudados exaustivamente (SAGAR; NAJAM, 1998; CA-
SADIO; PALAZZI, 2012; PALAZZI; LAURI, 2013 apud BRASIL;
MACEDO, 2016, p.108).
19
meios urbanos, já que a forma como se apresenta a urbanização das cidades é
UNIDADE 1
““
De acordo com o Department of Economic and Social Affairs
(2012) um bilhão de pessoas já vivem em assentamentos precários,
ou seja, sem infraestrutura e sem acesso aos serviços básicos neces-
sários. Se ações não forem tomadas, em 2050 pode haver três bilhões
de pessoas habitando favelas. Com a preocupação global de mudar
esse cenário, os indicadores tornaram-se ferramentas indispensáveis
para orientar, avaliar e monitorar o desempenho das cidades rumo
ao sustentável (ARAÚJO; MAIA; RODRIGUES, 2016).
““
[...] a evolução da qualidade de vida da sociedade, traduzida pelo
IDH, apresenta uma correlação estreita com o consumo de eletri-
cidade per capita. Como dispomos no Brasil do indicador de IDH
desagregado, podemos adotar nos estados brasileiros o mesmo
raciocínio usado na comparação entre diferentes países. Assim, é
possível traçar a curva IDH vs. Consumo de eletricidade per capita
(SILVA; GUIMARÃES, 2012, p.16).
““
O acesso à energia é um dos fatores fundamentais na evolução da qua-
lidade de vida da sociedade. Com efeito, apenas com acesso à energia
podemos viabilizar melhorias na expectativa de vida, na escolaridade
e na renda da população. Acima de tudo, a disponibilidade de energia
elétrica é um pré-requisito para esta melhoria, e não sua consequência.
20
Como apontamos, anteriormente, bem como destacado pelos autores Silva
UNICESUMAR
e Guimarães, é preciso que essa distribuição equitativa da energia elétrica
ocorra de forma sustentável, de maneira que outros indicadores, como a PE
e o IDA, sejam necessários para avaliar, efetivamente, a sustentabilidade. A
seguir, apresentamos o índice de desempenho ambiental (IDA) e, na sequên-
cia, a Pegada Ecológica (PE).
21
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)
UNIDADE 1
““
A aplicação dessa ferramenta governamental que é o IDA se dá por
meio de um questionário aplicado aos gestores ambientais, o qual
é preenchido de forma voluntária pelos portos. Esse questionário é
composto por 38 indicadores específicos de desempenho ambiental
que são classificados em 4 categorias e 14 indicadores globais, sendo
que para cada indicador foi estabelecido um conjunto de situações
de atendimento (atributos), as quais determinam em que estágio a
gestão se encontra para aquele indicador, ou ainda, em que nível de
atendimento (SILVA et al. 2018,p. 10-11).
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ÍNDICE DE DESEMPENHO AMBIENTAL
UNICESUMAR
Categoria Econômico-Operacional
Licenciamento ambiental
0,117
do porto
Quantidade e qualifica-
Governança ção dos profissionais no 0,033
0,217 núcleo ambiental
Ambiental
Treinamento e capacita-
0,016
ção ambiental
Ocorrência de acidentes
0,036
ambientais
Redução do consumo de
0,019
energia
Fornecimento de energia
0,002
para navios
Custos e Benefícios
Internalização dos custos
das Ações 0,068 0,068
ambientais no orçamento
Ambientais
23
Divulgação de informa-
UNIDADE 1
0,004
ções ambientais do porto
Controle do desempenho
ambiental dos arrenda-
0,038
mentos e operadores
pela Autoridade Portuária
Licenciamento ambiental
0,026
das empresas
Planos de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos dos 0,011
terminais
Certificações voluntárias
0,004
das empresas
Programa de educação
0,008
ambiental nos terminais
CATEGORIA SÓCIO-CULTURAL
Promoção de ações de
Educação Ambiental 0,05 0,05
educação ambiental
Ações de promoção da
0,008
saúde
Saúde Pública 0,025
Plano de contingência de
0,017
saúde no porto
24
CATEGORIA FÍSICO-QUÍMICA
UNICESUMAR
Qualidade ambiental do
0,025
corpo hídrico
Monitoramento
0,039 Drenagem pluvial 0,004
da Água
Ações para redução e
0,01
reuso da água
Poluentes atmosféricos
Monitoramento do 0,011
0,015 (gases e particulados)
Ar e Ruído
Poluição sonora 0,004
CATEGORIA BIOLÓGICO-ECOLÓGICA
Monitoramento de Fauna
0,01
e Flora
Pegada Ecológica
26
De acordo com Scarpa (2012, p. 7), para obter a Pegada Ecológica, deve-se
UNICESUMAR
considerar “a emissão de gases de efeito estufa (principalmente o gás carbônico
- CO2 ) na atmosfera e a presença de poluentes no ar, na água e no solo”. Dessa
forma, todo tipo de consumo (alimentos, bens ou serviços, entre outros) podem
ser convertidos em uma área medida em hectares.
De acordo com o Portal World Wide Fund for Nature - WWF Brasil (2007
apud SILVA, 2016, p.20-21),
““
a pessoa que na somatória de seus pontos obtiver até 23 pontos
possui a pegada ideal (1,8 gha), um planeta Terra; de 24 a 44 pontos
(3,6 gha), 21 o ser humano necessitaria de dois planetas Terra; de 45
a 66 pontos (5,4 gha), o indivíduo necessitaria de três planetas Terra
e; por último, de 67 a 88 pontos (7,2 gha) o impacto de sua pegada
seria de quatro planetas terra.
De acordo com Becker (2012 apud SILVA, 2016), “a média da Pegada Ecológica
mundial era de 2,7 gha por pessoa, enquanto a biocapacidade disponível para
cada ser humano era de apenas 1,8 gha”.
Silva (2016, p.9) afirma que “as projeções para 2050 são que se a humanidade
seguir procedendo desta forma, serão necessários mais de dois planetas para
manter o padrão de consumo”. Como podemos perceber, a sociedade consume
muito mais do que o planeta pode oferecer.
De acordo com os autores Hails et al. (2006 apud PEREIRA, 2008, p. 35), a PE “não
prevê o futuro, portanto ela não estima perdas futuras causadas pela atual degradação
dos ecossistemas”. Para esses mesmos autores, os valores quantitativos encontrados da
pegada não indicam a intensidade de cada zona biologicamente produtiva utilizada,
também não apontam para pressões específicas à biodiversidade.
27
Pegada Ecológica dos colaboradores do
UNIDADE 1
28
UNICESUMAR
Metodologia Pressão-Estado-Resposta
““
Atividades humanas exercem pressão sobre o meio ambiente e mu-
dam sua qualidade e a quantidade dos recursos naturais (estado). A
sociedade responde a estas mudanças através de políticas ambien-
tais, econômicas e setoriais (resposta social). [...] estes passos for-
mam parte de um ciclo (política) ambiental que inclui a percepção
dos problemas, a formulação de políticas, monitoramento e ava-
liação política (OECD, 1993 apud ROSSETO et al., 2004, p.5173).
29
Os indicadores, na estrutura Sistema Pressão-Estado-Resposta, representado
UNIDADE 1
30
A OECD (1993 apud ROSSATO et al., 2004) apresenta quatro categorias de
UNICESUMAR
utilização dos indicadores ambientais, a saber: (1) a medição do desempenho
ambiental; (2) a integração das preocupações ambientais nas políticas setoriais;
(3) a integração das tomadas de decisões econômicas e ambientais; e (4) a infor-
mação sobre o estado do meio ambiente. Esses indicadores, respectivamente, são
utilizados para avaliar desempenho.
O exemplo da figura a seguir demonstra as formas de ação da PER:
Figura 2 - Sistema Pressão-Estado-Resposta / Fonte: OECD (1993 apud ROSSATO et. al., 2004, p. 5174).
31
Relatório de qualidade do Meio Ambiente (RQMA)
UNIDADE 1
32
águas superficiais e subterrâneas, de qualidade do ar, áreas degradadas e número
UNICESUMAR
de espécies, exigem levantamentos de campo, coleta de amostras e análises labo-
ratoriais para definir tais parâmetros.
Assim, com os parâmetros numericamente definidos, executa-se uma com-
paração com as bases oficiais, como abordadas, realizando-se uma posterior
discussão dos resultados encontrados, que faz parte de qualquer trabalho sobre
a análise da qualidade ambiental em nível local, territorial, regional e nacional.
Você deseja ter uma ideia de parâmetros oficiais para comparação na produção
dos relatórios de qualidade ambiental? Veja a sugestão de leitura dessa unidade.
explorando ideias
A partir dos resultados da pesquisa sobre a Pegada Ecológica dos colaboradores e fami-
liares do Supermercado Selau, em Santana do Livramento, comparando-se população e
entrevistado, teríamos a necessidade de dois a três planetas para garantir a manutenção
dos hábitos da população mundial, apesar do tamanho da amostra de respondentes des-
ta pesquisa em relação à população ser muito pequena.
Fonte: Silva (2016).
conecte-se
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 1
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, discutimos um dos temas centrais desta obra:
a Qualidade Ambiental e a mensuração dos indicadores de Desenvolvimento
Sustentável e Sustentabilidade.
O assunto “Qualidade Ambiental” ganhou seu merecido destaque, com sua
conceituação e com a verificação das diferentes metodologias de análise. Infe-
lizmente, muitas metodologias ainda orbitam na indefinição das características
qualitativas e poucas (as mais completas e efetivas) levam em consideração parâ-
metros quantitativos que permitam a comparação com outras bases, em especial,
as bases oficiais, legalmente definidas.
Em termos práticos, a dificuldade em estabelecer uma análise de Qualidade
Ambiental encontra-se, somente, no nível de trabalho exigido, uma vez que a
complexidade das variáveis a serem analisadas é dirimida por um correto planeja-
mento das ações, antes e durante a realização dos trabalhos. Resultados fidedignos
à situação real refletem em um melhor planejamento em termos de políticas pú-
blicas e, em última etapa do ciclo, no estabelecimento de um verdadeiro processo
de desenvolvimento sustentável.
Conforme observamos, prezado(a) aluno(a), várias são as formas de mensura-
ção qualitativa e quantitativa do desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e
qualidade socioambiental atrelada aos objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
É preciso compreender, além dos índices, quais, como e de que forma a degradação,
a poluição e as ações humanas impactam o meio ambiente. Torna-se, portanto,
imprescindível conhecer esses indicadores e essas metodologias analíticas para
balizar o seu conhecimento acerca da qualidade ambiental, e não se esgota, nesta
unidade, os métodos e as propostas estratégicas disponíveis para essa mensuração.
34
na prática
A esse respeito, podemos afirmar que o Indicador que busca medir a igualdade
ou a desigualdade dos países, na distribuição de renda da população; verificar a
homogeneidade econômica e social de seu povo, levando em consideração compo-
nentes como a renda e a infraestrutura, corresponde a ___? Responda, assinalando
a alternativa correta.
a) I, somente.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) IV, somente.
e) I e II, somente.
35
na prática
2. Temas de grande relevância para o município de São Paulo são registrados ano a
ano no Relatório da Qualidade do Meio Ambiente (RQMA), produzido pelo Depar-
tamento de Controle da Qualidade Ambiental (Decont) da Secretaria do Verde e do
Meio Ambiente (SVMA) desde 2010. O relatório atualiza os dados relativos ao ano
anterior, neste caso, 2017, e confere novas informações.
A esse respeito, leia o RQMA de São Paulo 2018 (link, nas referências) e avalie as
afirmações a seguir:
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) I e III, somente.
d) I, II, III e IV.
e) I, II e III, somente.
36
na prática
3. De acordo com Rufino (2002) e Silva (2002), uma questão é clara: a análise de Qua-
lidade Ambiental deve ser realizada sempre em microescala, tendo em vista os di-
ferentes padrões sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais e, ainda, o
estabelecimento de padrões de sustentabilidade locais.
Porque
37
na prática
a) Pressão-Estado-Resposta (PER).
b) Relatório de Qualidade do Meio Ambiente (RQMA)
c) Densidade Populacional/Uso e Ocupação do Solo
d) Modelo Analítico PEIR e RQMA.
e) Pegada Ecológica e Índice de Desempenho Ambiental.
5. O índice, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento vem
por meio dos seus componentes principais: a) longevidade, b) anos de estudo e c)
renda nacional bruta para mensurar o índice de ___________________________. Complete
assinalando a alternativa correta:
a) Qualidade do Desenvolvimento.
b) Desenvolvimento Humano.
c) Índice de Gini - Conrado Gini.
d) Crescimento Econômico (PIB).
e) Riqueza Inclusiva.
38
aprimore-se
39
aprimore-se
que queiram fazer uso desses dados em trabalhos ou para a elaboração de comen-
tários que serão posteriormente incorporados às versões anuais para orientação
dos órgãos gestores daquele segmento.
Dessa forma o RQMA proposto deverá ser dinâmico, permitindo consultas cruza-
das e abordagens por diversos temas. Os dados deverão ser coletados de forma que
possibilitem a sua indexação pelos diversos temas, como localização por Unidade
Federada, Unidade Municipal, Bioma, Bacia Hidrográfica. Deverão tratar de biodi-
versidade, solo, atmosfera, água e bioindicadores.
É uma proposta de todos, e se deve ao fato que a possibilidade de inserção de
informações de forma on-line por várias pessoas, reserva ao IBAMA apenas a respon-
sabilidade pela edição e publicação, garantindo o papel de gerenciador do sistema de
coleta e divulgação e aos informantes a responsabilidade pela inserção, atualização e
conteúdo do documento. Este procedimento parece-nos ser o caminho mais coerente
para a publicação e a atualização do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente.
40
eu recomendo!
livro
filme
conecte-se
Temas de grande relevância para o município de São Paulo são registrados ano a ano
no Relatório da Qualidade do Meio Ambiente (RQMA). O relatório atualiza os dados
relativos ao ano anterior e inova ao trazer um Panorama do Uso e Ocupação do Solo
das Áreas Contaminadas no Município de São Paulo.
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/RQMA%202018_Vanda_
final_ok(5).pdf.
41
GESTÃO DA
QUALIDADE
e Meio Ambiente
PROFESSORAS
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Gestão da qualidade total e
gestão ambiental • Ferramentas da qualidade • Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Entender a qualidade e a sua contribuição para a gestão ambiental • Conhecer as ferramentas de
apoio à gestão da qualidade • Compreender o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).
INTRODUÇÃO
QUALIDADE TOTAL
e gestão ambiental
44
UNICESUMAR
Figura 1 – Fases evolutivas da qualidade / Fonte: adaptada de Shigunov Neto e Campos (2016).
Quadro 1 – Grandes nomes da qualidade total / Fonte: Shigunov Neto e Campos (2016).
45
A qualidade total, também chamada de Total Quality Control (TQC), en-
UNIDADE 2
““
[...] a minimização dos custos por meio de uma organização eficaz
e eficiente e a maximização dos recursos produtivos (matéria-pri-
ma, recursos humanos, equipamentos e instalações). Não se trata
apenas de uma técnica ou ferramenta, como visto, mas sim de uma
estrutura voltada a qualidade, em que se tem o controle das ativi-
dades internas da companhia, buscando sua otimização e visão de
concorrência de mercado na qual atua para promover mais eficácia
(SHIGUNOV NETO; CAMPOS, 2016, p. 80).
46
O ciclo PDCA é uma ferramenta gerencial que visa à melhoria contínua, permi-
UNICESUMAR
tindo que os processos sejam, ao mesmo tempo, avaliados durante a sua operacio-
nalização e forneçam subsídios (retroalimentação) para melhorias. É importante
ressaltar que esse processo envolve a mudança de cultura e de comportamentos
voltados à melhora constante.
Para tanto, o PDCA, segundo Marshall Junior et al. (2011) e Mello (2011),
dá-se em quatro etapas, a saber:
De acordo com Maciel e Silva (2014), há muitos anos, são discutidos os assuntos
voltados para a qualidade e a proteção ambiental nas organizações. A principal
preocupação está relacionada às exigências dos clientes, pois eles estão em cons-
47
tante busca por produtos mais sofisticados, com qualidade, e por empresas que
UNIDADE 2
pensando juntos
explorando Ideias
As organizações que não buscam adaptar-se às exigências e às pressões dos clientes e das
partes interessadas (stakeholders), fatalmente não conseguirão manter-se no mercado.
Fonte: as autoras.
48
De acordo com Maciel e Silva (2014), qualidade e gestão ambiental são temas
UNICESUMAR
que têm atraído e garantido credibilidade entre as organizações do século XXI,
servindo como vantagem competitiva. Nesse sentido, é preciso que ambas se en-
trelacem na criação de estratégias para a redução de impactos ao meio ambiente
e busquem práticas semelhantes para essa implementação, a qual traz diversos
benefícios, como as reduções de custos em água e energia elétrica, por exemplo.
Além disso, é importante destacar que os sistemas de gestão da qualidade e do
meio ambiente devem agir em conjunto para o cumprimento da sua responsa-
bilidade com os diversos setores de fabricação, uma vez que as empresas têm
implementado certificações de normas técnicas para várias organizações.
Para tanto, foi criada a ISO 9001 para o sistema de gestão da qualidade e a ISO
14001 para o sistema de gestão ambiental. Ambas apresentam melhorias e bene-
fícios, uma vez que a 9001 traz melhoria na satisfação dos clientes, redução dos
custos e melhor acesso à informação, enquanto a 14001 proporciona melhoria
na imagem, na proteção ao meio ambiente e na prevenção de riscos ambientais
(SANTOS et al., 2011 apud MACIEL; SILVA, 2014).
Maciel e Silva (2014, p. 5) também sustentam que:
““
Os sistemas de gestão da qualidade e ambiental são processos que
trazem uma melhoria eficiente no mercado, buscando sempre apri-
morar e inovar os existentes nas organizações. Assim, a gestão da
qualidade e a gestão ambiental são de suma importância para as
empresas trazendo reduções de custos, melhoramento na satisfação
das partes interessadas, prevenção das ameaças que podem surgir
ao ambiente e um efeito positivo no desempenho organizacional.
É importante observar que os sistemas (SGQ e SGA) trazem melhorias e são de suma
importância para as empresas, pois proporcionam desempenho organizacional posi-
tivo, prevenindo ameaças que possam afetar direta ou indiretamente o meio ambien-
te. Assim, reduzem-se os custos e é promovida a melhoria contínua, principalmente
no que tange à satisfação das partes interessadas, nas quais incluem-se os clientes.
A seguir, apresentaremos as ferramentas de apoio à gestão da qualidade, o
Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), bem como a sua implantação.
49
FERRAMENTAS DA
UNIDADE 2
QUALIDADE
50
Método 5W1H e 5W2H
UNICESUMAR
Uma das formas de controle da qualidade mais simples e que visa à garantia da
qualidade é o método 5W1H. Nele, são utilizadas algumas perguntas, conforme
pode ser visualizado no quadro a seguir:
Marshall Junior et al. (2011) citam mais um H além dos já mencionados, o chamado
5W2H, conhecido como plano de ação. Para os autores, é uma ferramenta comple-
mentar ao PDCA, de aplicação gerencial, e que visa ao estabelecimento de responsa-
bilidades, métodos, prazos, objetivos e recursos financeiros necessários. Nesse caso, o
H é de How Much, ou seja,“Quanto Custa?”, o qual pode ser complementado, tornan-
do-se “Quanto custa para exercer esse controle?” (MARSHALL JUNIOR et al., 2011).
A seguir, expomos outro exemplo de aplicabilidade dessa ferramenta, o qual
foi descrito por Custódio (2015), sobre defeito no produto:
51
Pergunta Resposta
UNIDADE 2
Por que o operador não fez os testes Porque não estava descrito no pro-
de funcionamento? cedimento de trabalho.
52
Quantidade produzida: 2000 unidades - Amostra verificada: 10%
UNICESUMAR
Data de verificação: 24/04/2011 - Frequência de verificação: diária
Estratificação
Esse método reúne dados significativos, a fim de determinar uma causa específica, avaliando
e comparando com mais de um mecanismo de análise para buscar diferenças entre eles. De
acordo com Barros e Bonafini (2012), esse processo consiste em dividir o problema em por-
menores, segundo relatos dos principais envolvidos. Por exemplo, ao tentar descobrir a causa
de um problema, os envolvidos devem apontar quais seriam as possíveis causas, elegendo
as mais relevantes. Apresentamos, no quadro a seguir–como exemplo de estratificação– a
porcentagem de pessoas dos gêneros feminino e masculino por região do país:
104 3,11%
Norte
212 6,34%
Sul
304 9,09%
Centro-oeste
609 18,21%
Masculino Leste
512 15,31%
Oeste
904 27,03%
Nordeste
700 20,93%
Noroeste
3345 100,00%
53
124 3,15%
UNIDADE 2
Norte
307 5,38%
Sul
204 5,18%
Centro-oeste
812 20,62%
Feminino Leste
470 11,93%
Oeste
1212 30,78%
Nordeste
809 20,54%
Noroeste
3938 100,00%
Quadro 5 – Estratificação por gênero e região do país / Fonte: elaborado pelas autoras.
Diagrama de Pareto
Pintura 300 33 33
Rebarba 250 28 61
Dimensão 180 20 80
Especificação 95 10 91
54
Quebra 30 3 94
UNICESUMAR
Porosidade 20 2 96
Espessura 18 2 98
Outros 15 2 100
Total 908
55
1. Discussão do assunto, contemplando o processo, como ocorre, onde ocor-
UNIDADE 2
re e as áreas envolvidas.
2. Descrição do efeito (problema ou condição específica).
3. Levantamento das causas possíveis e seu agrupamento por categoria.
4. Análise do diagrama e coleta de dados em frequência com a ocorrência das causas.
UNICESUMAR
Há uma infinidade de gráficos e, por meio deles, há melhor visualização dos dados.
Eles são utilizados como ferramentas de controle da qualidade e os mais utiliza-
dos são os do tipo barra, linhas ou pizza. Em seguida, apresentaremos o gráfico de
controle, o qual tem como objetivo demonstrar o limite aceitável de qualidade, de-
tectando situações de não conformidades (SHIGUNOV NETO; CAMPOS, 2016).
Barros e Bonafini (2014, p. 71) explicam que:
““
Shewhart notou que a qualidade e a variabilidade eram conceitos
contraditórios em produtos e processos. De acordo com ele, moni-
torando e analisando a variabilidade, que é um conceito estatístico,
os produtos e processos poderiam apresentar melhores níveis de
qualidade, indicando menores níveis de variação em suas medidas.
Gráfico de controle
Assim como afirmam Barros e Bonafini (2014, p. 29), o gráfico de controle “per-
mite a análise da variação à qual um processo está submetido e demonstra se está
dentro do padrão esperado ou se apresenta desvio que necessita ser investigado”.
Figura 5 – Exemplo esquemático de um gráfico de controle / Fonte: Barros e Bonafini (2014, p. 60).
57
UNIDADE 2
pensando juntos
Histograma
Kaizen
58
que não agregam valor e movimentos desnecessários, os quais devem ser extintos
UNICESUMAR
por todos os envolvidos no processo e nas atividades organizacionais, o que exige
mudança no comportamento e na cultura organizacional.
5S e 8S
O CEP faz uso de técnicas estatísticas que envolvem dados, análises e interpre-
tações, a fim de obter melhoria, controle e qualidade de produtos e serviços. O
objetivo é aprimorar e controlar o processo produtivo por meio da identifica-
ção de diferentes variáveis, monitorando cada situação e realizando análises e
propostas de melhoria para aperfeiçoar o desempenho organizacional. Com-
preenda um pouco mais sobre esse controle mediante a leitura do Aprimore-se.
59
Just in Time (JIT)
UNIDADE 2
60
Figura 6 – Casa da Qualidade / Fonte: Cipriano (2009, p. 19 apud SHIGUNOV NETO; CAMPOS, UNICESUMAR
2016, p. 127).
Benchmarking
Seis Sigma
62
ramentas para sua execução. Algumas delas já foram apresentadas, mas a mais
UNICESUMAR
utilizada é a metodologia utilizada na solução de problemas, conhecida como
ciclo DMAIC: D: Define (definir); M: Measure (medir); A: Analyse (analisar); I:
Improve (melhorar); C: Control (controlar). Ela é demonstrada no quadro a seguir:
63
SISTEMA DE
UNIDADE 2
GESTÃO DA
qualidade (SGQ)
A ISO 9001 é uma norma pode ser aplicada em empresas, produtos e serviços,
com a finalidade de contribuir e auxiliar as empresas a aumentarem a sua efi-
ciência, bem como obterem a satisfação do cliente. Ela é adotada em diversos
países e visa tão somente uniformizar os critérios de qualidade para os sistemas
de gestão, além de possibilitar que organizações tenham acesso a outros países
por intermédio da redução de barreiras técnicas ao comércio.
Essa norma especifica os requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade
(SGQ). Para tanto, ela consegue demonstrar a sua capacidade em prover produtos
e serviços que atendam aos requisitos do cliente, dos estatutários e regulamentares
aplicáveis, bem como aumenta a satisfação do cliente, sendo eficaz, garantindo
uniformidade e conformidade no processo.
Mas o que é um processo? Um processo está relacionado com as diversas
atividades que se relacionam e interagem, a fim de entregar um resultado, ou
seja, uma saída, que poderá ser um produto e/ou um serviço. A qualidade do
que foi produzido ou realizado deve satisfazer aos seus recebedores (clientes e/
ou partes interessadas). A não satisfação desses recebedores, por sua vez, pode
gerar novas fontes de entradas, cujas atividades deverão passar por novas moni-
torações e controles de desempenho, para que as não conformidades não sejam
64
recorrentes, ou seja, não voltem a acontecer. É nesse momento que utilizamos as
UNICESUMAR
mais diversas ferramentas da qualidade. A figura a seguir sintetiza os elementos
presentes em um processo:
““
[...] exige certo formalismo dos procedimentos em vigor de uma
empresa. Um resultado natural da preparação deveria ser uma
melhoria nos processos atuais, entretanto, muitas organizações se
preocupam somente com a certificação, perdendo chance de obter
os verdadeiros ganhos que a abordagem da qualidade oferece.
65
Número Título
UNIDADE 2
Quadro 8 - Principais normas da série ISO 9000 e normas aplicadas à gestão da qualidade /
Fonte: adaptado de Shigunov Neto e Campos (2016).
Os passos para a implantação do SQG, de acordo com Reis (1995 apud SHIGU-
NOV NETO; CAMPOS, 2016), são:
UNICESUMAR
k) Corrigir pontos fracos.
l) Implementar controles estatísticos dos processos (CEP) para gerar dados.
m) Elaborar manuais (qualidade e procedimentos) envolvendo funcionários.
n) Implantar o sistema.
o) Criar auditorias internas, acompanhando e corrigindo a evolução do SGQ.
p) Contratar uma empresa certificadora reconhecida para realizar a audito-
ria final e a certificação da ISO 9000 escolhida.
explorandoideias
A ISO estabelece que uma política de qualidade deve: a) ser apropriada e de acordo com
o propósito da organização, no sentido de apoiá-la estrategicamente; b) servir como es-
trutura para o estabelecimento dos objetivos; c) incluir comprometimento tanto para a
satisfação dos requisitos quanto para com a melhoria contínua do SGQ.
Fonte: ABNT (2015b).
67
UNIDADE 2
Figura 8 – Estrutura da norma ISO 9001:2015 no ciclo PDCA / Fonte: adaptada de ABNT (2015b).
O SQG segue os requisitos padrões, pois a ideia é compatibilizar esse sistema com
outros, como o Sistema de Gestão Ambiental (SGA) com base na norma ISO
14001, por exemplo. A seguir, apresentamos os requisitos da norma ISO 9001:
UNICESUMAR
sitos para produtos e serviços; 8.3 Projeto e desen-
Seção 8 volvimento de produtos e serviços; 8.4 Controle de
Operação processos; 8.5 Produção e provisão de serviços; 8.6
Liberação e produtos e serviços; 8.7 Controle de saídas
não conformes.
Seção 9
9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação; 9.2
Avaliação do
Auditoria interna; 9.3 Análise crítica pela direção.
desempenho
explorando ideias
O conteúdo apresentado não substitui a norma ISO 9001:2015: trata-se apenas de um bre-
ve resumo de sua estrutura. Para que você possa saber mais detalhes sobre essa norma e
adquiri-la, acesse o ABNT Catálogo no link a seguir: https://www.abntcatalogo.com.br.
Fonte: as autoras
70
UNICESUMAR
conecte-se
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A esse respeito, analise como devem ser utilizadas as ferramentas da qualidade, assina-
lando (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a afirmativa falsa:
72
na prática
a) F, F, F, F, V.
b) F, V, V, F, V.
c) V, V, V, V, F.
d) F, V, F, F, V.
e) F, V, V, F, F.
73
na prática
5. A certificação pelas normas ISO é um dos instrumentos mais procurados pelas orga-
nizações que querem e precisam mostrar o seu desempenho ao mercado em relação
à qualidade de seus produtos, processos ou serviços. Dessa forma, a maioria das
instituições já percebeu que há diversas vantagens na implantação de um Sistema
de Gestão da Qualidade (SGQ). Considerando essas vantagens, avalie as afirmações
a seguir:
I - Redução de custos.
II - Redução de defeitos e erros.
III - Aumento da competitividade.
IV - Aumento de riscos de multas.
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) I, II e III, somente.
d) II, III e IV, somente.
e) III, IV e V, somente.
74
aprimore-se
75
aprimore-se
saúde física e mental. Além disso, faz que funcionários fiquem dispostos, além de
realizar melhoria de áreas comuns e em condição de segurança.
O compromisso pessoal com o cumprimento dos padrões éticos, morais e técni-
cos definidos pelo programa 5S define a última etapa desse programa. Assim, o Sen-
so de Autodisciplina/Educação/Compromisso (SHITSUKE) define o hábito de cumprir
os procedimentos operacionais, éticos e morais. A autodisciplina diz respeito à in-
ternalização de padrões, estimular as pessoas a realizarem o seu trabalho correta-
mente, com alegria, e a assumirem responsabilidade. Com isso, a instituição ganha
significativamente, uma vez que trabalha com previsibilidade e melhoria contínua
dos resultados, autoinspeção e autocontrole, trabalho diário agradável, melhoria
nas relações humanas, valorização do ser humano e cumprimento dos procedimen-
tos operacionais e administrativos, ou seja, melhor qualidade.
A aplicabilidade do programa é de responsabilidade de toda a equipe, a qual pos-
sui um conhecimento claro da missão, da visão e dos valores da instituição, passando
a melhorar o sistema de comunicação interna e externa. Deve-se reconhecer o valor
individual das pessoas e promover o trabalho em equipe, definir e compartilhar o
regulamento, bem como os padrões básicos, e desenvolver e operacionalizar instru-
mentos que meçam a satisfação dos clientes. Com o quinto senso, fecha-se a aplica-
ção do programa 5S, que, agora, é preciso gerenciar o programa.
76
eu recomendo!
livro
filme
Erin Brockovich
Ano: 2000
Sinopse: é importante que as empresas busquem a qualidade
para as partes interessadas. Neste filme, Erin (Julia Roberts) des-
cobre que a água de uma cidade no deserto está sendo contami-
nada e espalhando doenças entre seus habitantes. A partir de en-
tão, ela consegue convencer os cidadãos da cidade a cooperarem
com ela, o que exige que a empresa responda por sua imprudên-
cia quanto à falta de qualidade da água junto aos seus stakeholders.
conecte-se
77
SISTEMA DE
GESTÃO
ambiental (SGA)
PROFESSORES
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Histórico do Desenvolvimento
das Normas Ambientais • Norma ISO 14001 • Integração de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) e
Gestão da Qualidade (SGQ)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Compreender o surgimento das normas ambientais • Conhecer a norma ISO 14001, sua estrutura, os
requisitos e as etapas de implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) • Compreender como
ocorre a integração entre os sistemas SGA e SGQ.
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
das normas ambientais
As normas ambientais surgiram como uma proposta concreta para a gestão am-
biental, durante a Conferência Rio 92. Elas são resultado de um processo de
discussões em torno dos problemas ambientais e de como promover o desen-
volvimento econômico frente à questão ambiental.
explorando ideias
Para saber mais sobre as grandes conferências-marco, na área de meio ambiente, acesse
o site da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do link: https://nacoesunidas.
org/acao/meio-ambiente/.
Fonte: as autoras.
UNICESUMAR
(ASSUMPÇÃO, 2011).
Nesse contexto, em 1993, a ISO estabeleceu o Comitê Técnico 207, ou
ISO/TC 207 - Gestão Ambiental, com a participação de cerca de 56 países,
responsável por elaborar a série de normas ISO 14000, inter-relacionan-
do-se com o Comitê Técnico ISO/TC 176, no qual elaborou as normas de
Gestão da Qualidade, a série ISO 9000. Assim, desde a sua origem, a série de
normas ambientais buscou afinidades com a série de normas da qualidade,
deixando clara a integração necessária entre os conceitos de qualidade e
meio ambiente (MOREIRA, 2001).
Ainda, em 1995, muitas organizações desenvolveram e implementaram os
seus sistemas de gestão ambiental, utilizando como base a norma BS 7750 e a
norma que estabelecia o Gerenciamento Ecológico e Plano de Auditoria. Desse
modo, em 1994, emitiu-se a primeira norma internacional, a ISO 14001, e, em
1996, foi publicada no Brasil, por meio da Associação Brasileira de Normas Técni-
cas (ABNT), a ABNT NBR ISO 14001 - Sistemas de gestão ambiental - Requisitos
com orientações para uso (ABNT, 2015c). O desenvolvimento da norma ISO
14001 foi fundamentado na “motivação ambiental”, esta baseada em três correntes
de pensamento (ASSUMPÇÃO, 2011):
• Preocupação crescente com as questões ambientais com foco no desen-
volvimento sustentável.
• Desenvolvimento das políticas econômicas.
• Evolução das legislações ambientais que, com o passar dos anos, torna-
ram-se mais restritivas e exigentes.
trata o SGA e como ele pode ser implantado. Antes de adentramos nesse assunto,
porém, precisamos descrever a família da série ISO 14000.
Número Título
82
Sistemas de gestão ambiental - Diretrizes gerais
UNICESUMAR
ABNT NBR ISO 14004
para a implementação
Número Título
84
NORMA
UNICESUMAR
ISO 14001
É importante você saber que a norma ISO 14001 encontra-se na sua terceira edi-
ção, publicada em 2015. Como já apresentamos, a primeira norma foi publicada
em 1996 e, posteriormente, a segunda edição, em 2004.
Uma breve comparação entre as versões 2004 e 2015 da ISO 14001, destaca-
mos que as principais diferenças referem-se à versão mais recente, esta apresen-
ta maior enfoque no contexto da organização, durante a elaboração da política
ambiental; ao aumento das responsabilidades da Alta Direção; à utilização do
planejamento estratégico da empresa, como base nos objetivos ambientais; à ên-
fase na identificação das oportunidades e ameaças advindas do ambiente externo,
abordagem de risco, e ênfase também, nas ações de melhoria contínua do SGA.
explorando ideias
Para saber mais sobre as principais mudanças entre as versões da ISO 14001 de 2004 e
2015, acesse o vídeo Nova ISO 14001:2015 por meio do link: https://www.youtube.com/
watch?v=2M63dn79BUc.
Fonte: as autoras.
Nesse contexto, a norma ISO 14001, revisada e publicada em 2015, foi atualizada
para adaptar a norma aos parâmetros da Estrutura de Alto Nível - Anexo SL,
assim como a norma ISO 9001 e demais normas de sistemas de gestão, como a
norma ISO 45001 (ABNT, 2018a). Esta estabelece requisitos para implantação
de sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional (SGSSO). Norma esta
que substituiu a norma OSHAS 18001:2007 (Occupational Health and Safety
Assessment Series, em português, Avaliação da Saúde e Segurança Ocupacional).
Na estrutura da norma estão contidos os requisitos genéricos do Anexo SL,
assim como os requisitos específicos do seu sistema de gestão. Para explicar a ISO
14001 em vigor, precisamos abordar o Anexo SL ou Estrutura de Alto Nível,
que originou toda essa mudança.
86
Esse documento foi desenvolvido e publicado em 2012 pela ISO, para definir
UNICESUMAR
uma estrutura ou modelo padrão para todos os sistemas de gestão (inclusive da
ISO 9001:2015, apresentada na unidade anterior), ou seja, padronizar todos os
itens que as novas ou revisadas normas (a partir de 2012), que orientam a implan-
tação e certificação de sistemas de gestão, devem ter para facilitar a integração
desses sistemas nas empresas, pois terão uma estrutura única, diferente do que
acontecia até o momento.
A estrutura de alto nível tem como principal objetivo, como afirmam Silva e
Barbosa (2017, p.62), “unificar/definir estruturas, requisitos e terminologias de
todas suas normas de gestão, o qual chamou de Anexo SL”.
Ainda, de acordo com as autoras Silva e Barbosa (2017), a estrutura proposta
pelo Anexo SL para todas as novas normas inclui: 1. Escopo; 2. Referências normati-
vas; 3. Termos e definições; 4. Contexto da organização; 5. Liderança; 6. Planejamen-
to; 7. Suporte ou Apoio; 8. Operação; 9. Avaliação do desempenho; 10. Melhoria.
Esses itens representam os requisitos genéricos ou cláusulas obrigatórias, visto que
o anexo propõe que o texto principal seja idêntico, assim como os termos e defi-
nições utilizados, podendo cada norma também possuir requisitos específicos, ou
seja, incluir sub-requisitos de acordo com o tipo de sistema de gestão desenvolvido.
O objetivo da ISO 14001 é nortear a organização na proteção ao meio am-
biente, trazendo soluções às modificações ambientais que possam trazer dese-
quilíbrios à área socioeconômica. Como trata-se de uma norma de implantação
voluntária, ou seja, a organização opta pela sua implantação, podemos destacar
que é uma norma destinada ao uso por uma organização que busca gerenciar as
suas responsabilidades ambientais de uma forma sistemática que contribua para
o pilar ambiental da sustentabilidade (ABNT, 2015c).
Você deve se perguntar, neste momento: por que uma organização deve im-
plementar um SGA, visto que sua implantação é voluntária? A demanda de um
SGA, ao que tudo indica, depende de exigências externas à empresa, especialmen-
te de órgãos ambientais e clientes de grande porte ou fatores de contorno que
possam incentivá-las a buscar uma gestão ambiental eficaz, como incentivos de
órgãos governamentais, financiamentos a baixos custos, tanto para implantação
do SGA quanto para obras ambientais (MOREIRA, 2001). Desse modo, mesmo
que a implantação do SGA seja voluntária, as organizações podem sofrer as pres-
sões dos stakeholders para que o SGA seja implantado.
87
UNIDADE 3
explorando ideias
Parte interessada ou stakeholder trata-se de pessoa ou organização que pode afetar, ser
afetada ou se perceber afetada por uma decisão ou atividade. São exemplos: clientes,
proprietários, pessoas na organização, fornecedores, investidores, órgãos regulamenta-
dores, sociedade, mídia etc.
Fonte: ABNT (2015c).
88
UNICESUMAR
explorando ideias
Como no Brasil, a ISO é representada pela ABNT, as normas apresentam a sigla NBR (Nor-
ma Brasileira), expressas como ABNT NBR ISO, seguidas pelo número da norma e o ano.
Dessa forma, aplicando o exemplo a norma ISO 14001, temos: ABNT NBR ISO 14001:2015.
Se utilizarmos, no entanto, o mesmo exemplo, também podemos apresentar as normas
das seguintes maneiras: ABNT NBR ISO 14001 ou simplesmente ISO 14001.
Fonte: as autoras.
Requisitos do SGA
Assim como as demais normas de sistemas de gestão, a ISO 14001 também é baseada
na metodologia PDCA (Plan-Do-Check-Act), a qual fornece um processo iterativo
para alcançar a melhoria contínua. A figura a seguir ilustra como as seções ou cláusulas
de 4 a 10 da norma (em parênteses) podem ser agrupadas em relação ao ciclo PDCA.
Figura 2 - Estrutura da norma ISO 14001:2015 no ciclo PDCA / Fonte: adaptada de ABNT (2015c).
89
De acordo com a ISO 14001 (ABNT, 2015c), o ciclo PDCA pode ser, resumida-
UNIDADE 3
Logo, podemos verificar que, com base no PDCA, os requisitos são os elos que
compõem o sistema, seu funcionamento proporciona a inter-relação dinâmica, in-
dispensável para o alcance dos objetivos do SGA, a saber: controlar, sistemicamente,
o desempenho ambiental e promover a sua melhoria contínua (MOREIRA, 2001).
A norma ISO 14001 contém as mesmas seções que a norma ISO 9001, por-
tanto, é estruturada em: Prefácio, Introdução, 1. Escopo, 2. Referências norma-
tivas e 3. Termos e definições, e as seções de 4 a 10, nas quais compreendem os
requisitos de implantação do SGA. O Quadro 3 apresenta as seções da norma
e os requisitos de implantação.
90
Seção 8 8.1 Planejamento e controle operacionais; 8.2 Prepara-
UNICESUMAR
Operação ção e resposta às emergências
Veja como a estrutura é idêntica a ISO 9001, de acordo com o Anexo SL, a fim de
integrar essas duas normas, bem como os requisitos são muito semelhantes, as di-
ferenças mais significativas referem-se aos requisitos de Planejamento e Operação.
O Contexto da organização abrange os requisitos relacionados às necessida-
des e expectativas das partes interessadas e o escopo do SGA. Para que você entenda
melhor o que se trata uma organização, veja a definição da norma (ABNT, 2015c):
• Organização: pessoa ou grupo de pessoas com suas próprias funções
com responsabilidades, autoridades e relações para alcançar seus objeti-
vos. O conceito de organização inclui empreendedor individual, compa-
nhia, corporação, firma, empresa, associação, instituição, dentre outros,
seja pública, seja privada.
91
Para melhor entendimento, podemos dizer que o escopo do SGA se divide em
UNIDADE 3
92
biental seja estabelecida, implementada e mantida pela Alta Direção, documentada,
UNICESUMAR
comunicada internamente a organização e disponibilizada às partes interessadas.
A política ambiental da organização inicia com a definição dos seus objetivos
ambientais de acordo com o SGA. Deste modo, a organização tem alguns com-
promissos que visam a proteger o meio ambiente, obedecer à legislação e outros
requisitos organizacionais, melhorar continuamente e aumentar o seu desempe-
nho ambiental. Adicionalmente aos compromissos, a política ambiental deverá
se adequar ao propósito e ao contexto da organização, incluindo a natureza, a
escala e os impactos ambientais das suas atividades, produtos e serviços; e prover
a estrutura para o estabelecimento dos objetivos ambientais (ABNT, 2015c).
Veremos, mais adiante, o que se deve manter como informação documentada.
Neste momento, no entanto, é importante você saber de que forma uma orga-
nização pode comunicar a sua política ambiental. São exemplos: a impressão da
política em crachás, murais de avisos, metas dos setores, wallpapers, computado-
res (fundo de tela), e-mail, áreas de convívio dentro da organização, no website
da organização, dentre outros.
explorando ideias
Veja o exemplo de uma política ambiental de uma empresa que detém um SGA imple-
mentado. Acesse o link: https://dana.com.br/fornecedores/politica-ambiental/.
Fonte: as autoras.
93
UNIDADE 3
explorando ideias
Uma ferramenta de gestão ambiental para prevenção da poluição é a Produção Mais Limpa
ou P+L, muito utilizada pelas organizações em associação ao SGA. Conheça mais detalhes
sobre a implementação da P+L por meio dos Guias de P+L para diversos setores produtivos
elaborados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), órgão ambiental
do Estado de São Paulo no link: https://cetesb.sp.gov.br/consumosustentavel/documentos/.
Fonte: as autoras.
Comprometimento da conservação
Consumo de água dos recursos naturais ou o seu esgo-
tamento.
Comprometimento da conservação
Consumo de energia dos recursos naturais ou o seu esgo-
tamento.
94
Alteração da qualidade do solo.
UNICESUMAR
Geração de resíduos sólidos Alteração da qualidade da água.
Alteração da paisagem.
Esgotamento de
Limpeza Consumo de água
recursos naturais
Alteração da quali-
Armazenamento de dade da água e solo
Risco de rompimento da
rejeitos de minério de e mortalidade de
barragem
ferro espécimes de fauna
e flora
mente todos os demais requisitos dependem do que for estabelecido nesse item.
Atenção! O levantamento de aspectos ambientais e a avaliação de impactos am-
bientais não devem ser confundidos com o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
exigido pela legislação de licenciamento ambiental (MOREIRA, 2001).
Podemos destacar que a norma não estabelece a metodologia a ser aplicada para
a determinação dos aspectos e impactos ambientais significativos, entretanto, o mé-
todo e o critério utilizados devem fornecer resultados coerentes, de forma que os
critérios ambientais são os critérios básicos e mínimos para a avaliação dos aspectos
ambientais. Podem se relacionar ao aspecto ambiental, por exemplo, tipo, tamanho,
frequência; e ao impacto, por exemplo, escala, severidade, duração etc. (ABNT, 2015c).
Com relação aos requisitos legais e outros requisitos, a norma estabelece
que a organização deve determinar e ter acesso aos requisitos relacionados a seus
aspectos ambientais. Exemplos de requisitos legais são: legislações ambientais no
âmbito internacional, nacional, estadual e municipal; condicionantes da licença
de operação; dentre outros.
No requisito objetivos ambientais e planejamento para alcançá-los, a
norma estabelece que, para os objetivos ambientais, deve-se levar em considera-
ção os aspectos ambientais significativos e os requisitos legais e outros requisitos
associados, considerando seus riscos e oportunidades. Desse modo, os objetivos
ambientais devem ser: coerentes com a política ambiental, mensuráveis (se viá-
vel), monitorados, comunicados e atualizados. Logo, para alcançar estes objetivos,
a organização deve determinar o que será feito, os recursos requeridos, quem
será responsável, quando será concluído, e como os resultados serão avaliados,
incluindo indicadores para monitorar esses objetivos (ABNT, 2015c).
Para melhor entendimento, apresentamos um exemplo de objetivos ambien-
tais em uma organização que atua no setor de abate de bovinos. O planejamento
para alcançar os objetivos é estabelecido por meio de um plano de ação, conforme
o exemplo a seguir.
96
Média Plano de
Objetivo Indicador Meta Ação Responsável
Anterior ação
Garantir Atendimento
Manter monitoramento de requisitos
o atendi- dos requi-
legais e outros, atualizando, men-
mento dos sitos legais 87,5% 100% Dez-20 Mirian Struett
salmente, por meio de software de
requisitos e outros
controle e requisitos legais.
legais requisitos
97
UNICESUMAR
Você pode observar que os aspectos ambientais significativos são: o consumo de
UNIDADE 3
98
UNICESUMAR
Figura 4 - Estrutura dos documentos do SGA / Fonte: adaptado de ABNT (2002a).
99
cluindo os processos de auditoria interna e análise crítica. A respeito da auditoria
UNIDADE 3
explorando ideias
O conteúdo apresentado não substitui a norma ISO 14001:2015, trata-se apenas de um re-
sumo da sua estrutura. Para saber mais detalhes sobre a norma e adquiri-la, acesse o ABNT
Catálogo no link: https://www.abntcatalogo.com.br.
Fonte: as autoras.
100
UNICESUMAR
Processo de implantação do SGA
Como vimos, a norma ISO 14001 adota a metodologia do PDCA no seu processo
de implantação. Primeiramente, deve-se definir quem irá implantar o SGA, pode
ser uma consultoria especializada ou equipe interna, formada por funcionários
da própria organização. Algumas empresas possuem um Comitê de Gestão Am-
biental ou do SGA, que se constitui uma ferramenta estratégica para propiciar
o comprometimento de todos com o assunto meio ambiente. A criação deste
comitê, no entanto, é opcional (MOREIRA, 2001).
Em seguida, a Alta Direção deve elaborar a Política Ambiental, esta deve con-
ter os requisitos mínimos da ISO 14001 e atender ao planejamento estratégico
da empresa. Essa política deve ser documentada, implementada e comunicada
às partes interessadas para que elas possam ajudar a promovê-la e cumpri-la. A
política ambiental representa a posição adotada por uma organização referente
ao meio ambiente, ou seja, é ela que norteia o SGA, é a expressão das intenções
dos gestores da empresa, em relação às questões ambientais. Portanto, deve ser
elaborada por eles, mas não é suficiente formular a política, é preciso que a Alta
Direção da empresa se comprometa com ela.
101
Em seguida, é realizado o planejamento do SGA, composto pelo diagnóstico
UNIDADE 3
102
• Elaboração e comunicação da política ambiental.
UNICESUMAR
• Levantamentos dos aspectos ambientais e avaliação dos significativos.
• Estudo da legislação ambiental e outros requisitos aplicáveis.
• Definição de objetivos e metas ambientais.
• Elaboração e implantação de procedimentos do SGA e acompanha-
mento de ações.
• Conscientização e comunicação interna.
• Treinamento de auditores internos.
• Planejamento e realização de auditoria interna.
• Análise crítica pela Alta Direção.
• Correção das não conformidades.
• Pré-auditoria de certificação ou auditoria de certificação (opcional).
Por fim, salientamos que podem ocorrer diversos problemas, tanto antes quanto
durante a implantação de uma norma, mas, em sua maioria, eles não se relacionam
à aplicação das técnicas previstas, mas à resistência que as pessoas têm em relação à
mudança que a norma gerará dentro da empresa e dos processos de trabalho. Por
isso, é preciso criar uma cultura de gestão ambiental, pois esse problema pode se
agravar, caso a empresa não tenha uma cultura organizacional consolidada.
Para tanto, é preciso investir na sensibilização dos colaboradores por meio
de treinamentos permanentes. Quando uma empresa apresenta consciência am-
biental, o meio ambiente deixa de ser um problema e passa a ser uma oportuni-
dade de negócios.
103
INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE
UNIDADE 3
GESTÃO AMBIENTAL
(SGA) COM O SISTEMA
de gestão da qualidade (SGQ)
104
As estruturas de cláusulas, nas edições de 2015 da ISO 9001 e da ISO 14001, foram
UNICESUMAR
padronizadas, justamente, para facilitar essa integração em um único sistema.
Podemos perceber que, primeiro, as organizações implementam o SGQ e, depois,
implantam o SGA. A integração dos requisitos viabilizadores é bastante evidente
e de mais fácil integração, depois que houve essa atualização nas duas normas.
Podemos integrar, por exemplo, processos de gestão relacionados aos requisitos
de Liderança ou Suporte que é mais imediato, pois apesar de terem finalidades
diferentes, os processos de gestão para atender a esses requisitos são similares
(CARPINETTI; GEROLAMO, 2016). Da mesma forma, acontece com os proces-
sos do requisito Contexto da organização, parte dos requisitos do Planejamento,
da Avaliação de desempenho e da Melhoria contínua (ABNT, 2015b, 2015c).
Para Carpinetti e Gerolamo (2016), no entanto, os requisitos da Cláusula 8,
que se referem à operação, e os requisitos da cláusula 6.1, que se tratam de riscos e
oportunidades, requerem processos de gestão mais específicos. Os procedimentos
de gestão definidos pela organização para o SGI resultarão em graus variados de
integração dos sistemas. É importante salientar que as organizações, além disso,
devem analisar seus processos, particularidades e legislações específicas.
conecte-se
105
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 3
106
na prática
Nesse contexto, considere uma organização de grande porte com atuação no mercado
nacional e internacional, que, por exigência do seu maior cliente, implantará um SGA com
base na norma ISO 14001. No entanto, a Alta Direção, ainda, não tem o conhecimento
dos benefícios que o SGA poderá trazer para a empresa. Dessa forma, apresente pelo
menos cinco benefícios que essa empresa poderá obter com a implantação do SGA.
3. Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), segundo a norma ISO 14001, permite a uma
organização desenvolver uma política ambiental, estabelecer objetivos e processos
para o seu cumprimento, agir, conforme necessário, para melhorar continuamen-
te seu desempenho ambiental, verificar e demonstrar a conformidade do sistema
com os requisitos legais, da norma e aqueles com os quais a organização decide,
voluntariamente, aderir.
107
na prática
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
108
na prática
a) Planejamento e implementação.
b) Planejamento, implementação e revisão.
c) Política ambiental, planejamento, implementação e revisão.
d) Planejamento, implementação e operação, verificação e ações corretivas, e revisão.
e) Política ambiental, planejamento, implementação e operação, verificação e ações
corretivas, e revisão.
109
aprimore-se
110
eu recomendo!
livro
filme
conecte-se
111
AUDITORIA E
CERTIFICAÇÃO
PROFESSORAS
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Auditorias ambientais • A norma
ISO 19011 • Auditoria interna • Processo de certificação do sistema de gestão ambiental.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer os tipos de auditorias ambientais • Entender os tipos de auditorias aplicadas aos sistemas
de gestão da qualidade e ambiental • Estudar as etapas e os envolvidos na auditoria interna • Com-
preender o processo de certificação.
INTRODUÇÃO
AMBIENTAIS
A auditoria ambiental teve a sua origem nos Estados Unidos, por meio da realiza-
ção de auditorias voluntárias na década de 70, nas quais eram realizadas análises
do desempenho ambiental e de conformidade de forma crítica. Essas análises
visavam reduzir riscos, principalmente os dos investidores, que poderiam ter
sanções nos resultados das ações organizacionais. Ainda, o órgão americano de
proteção ao meio ambiente, a Environmental Protection Agency (EPA), serviu de
instrumento para tornar as auditorias ambientais compulsórias, ou seja, obriga-
tórias, em alguns setores industriais (CAMPOS; LERÍPIO, 2009).
Assim, nessa época, as auditorias ambientais se tornaram um instrumento
autônomo de gestão ambiental. Inicialmente, tinham o objetivo de averiguar o
cumprimento das legislações ambientais, as quais estavam se tornando cada vez
mais rigorosas, principalmente sob a influência da Conferência das Nações Uni-
das sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo na Suécia, em 1972 (BARBIERI,
2016). A Conferência de Estocolmo foi a primeira grande conferência-marco na
área de meio ambiente (ONU, [2019], on-line)¹.
Dessa forma, no início, as auditorias ambientais eram denominadas auditorias
de conformidade ou de cumprimento legal e buscavam, basicamente, assegurar
a adequação das empresas às legislações ambientais, ou seja, procuravam identi-
ficar os possíveis problemas relacionados com as multas, indenizações e outras
penalidades. Portanto, muitas organizações começaram a realizar auditorias vo-
114
luntárias e os órgãos ambientais passaram a estimular tal prática. Com o tempo,
UNICESUMAR
outras considerações foram acrescentadas, tornando a auditoria ambiental bem
elástica, uma vez que passou a identificar, averiguar e analisar, nas mais diversas
atividades, fatos e problemas ambientais (BARBIERI, 2016).
Ao final da década de 80, as auditorias ambientais acabaram sendo cada
vez mais utilizadas como uma ferramenta gerencial tanto pelos países de-
senvolvidos quanto em desenvolvimento, por meio de empresas estrangeiras
que operam nesses países e pelas demais empresas locais. Assim, de acordo
com Campos e Lerípio (2009), os principais benefícios advindos das audi-
torias ambientais são:
■■ Verificação da existência de passivos ambientais ou até mesmo de poten-
ciais passivos e da sua relação com as legislações vigentes.
■■ Diminuição dos possíveis conflitos com órgãos ambientais, buscando
uma boa relação com as partes interessadas.
■■ Busca pelo equilíbrio entre as práticas e os procedimentos nas unidades
da organização.
■■ Avaliação das inadimplências, priorizando os investimentos.
■■ Geração de oportunidades, com o controle de perdas de matéria e de
energia, o que reduz, por exemplo, os custos.
■■ Melhoria da posição da organização no mercado a partir do cumprimen-
to dos requisitos ambientais.
115
Portanto, com a popularização das questões ambientais, as auditorias ganha-
UNIDADE 4
• Auditoria ou análise
crítica ambiental.
• Auditoria de
• Auditoria de primeira
conformidade.
parte.
• Auditoria due diligence.
• Auditoria de segunda • Auditoria interna.
• Auditoria de Sistema
parte. • Auditoria externa.
de Gestão Ambiental
• Auditoria de terceira
(SGA).
parte.
• Auditoria de questões
isoladas ou de
desempenho.
Quadro 1 – Classificação das auditorias ambientais / Fonte: adaptado de Campos e Lerípio (2009).
116
A auditoria ou análise crítica ambiental é realizada em organizações que
UNICESUMAR
não possuem um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) implementado. É exe-
cutada internamente e buscando relacionar com as atividades organizacionais
relacionadas às operações ambientais com os aspectos previstos na legislação
e o desempenho ambiental. Além disso, esse tipo de auditoria também é feito
enquanto diagnóstico ambiental, pois aponta os problemas e as vulnerabilidades
da organização (MORAES; PUGLIESI, 2014).
Já a auditoria de conformidade objetiva verificar o status das licenças am-
bientais e avaliar se as atividades da empresa estão atendendo às legislações am-
bientais aplicáveis, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, seja no interna-
cional. Ainda, é possível que incluam avaliações de diferentes origens, tais como
exigências legais atuais ou futuras, normas e diretrizes dos setores industriais,
políticas ambientais e normas internas, melhores práticas ambientais e outros
(CAMPOS; LERÍPIO, 2009; CURI, 2011; MORAES; PUGLIESI, 2014).
Por sua vez, a auditoria de questões isoladas ou de desempenho realiza
análises críticas do desempenho ambiental em uma área particular, as quais podem
ser divididas, segundo Campos e Lerípio (2009) e Moraes e Pugliesi (2014), em:
■■ Auditoria de atividade: análise crítica da atividade particular.
■■ Auditoria de processo: avaliação da tecnologia e das técnicas de controle
do processo.
■■ Auditoria de questões emergentes: previsão do futuro, buscando, com
a avaliação da capacidade organizacional, a solução de novos desafios.
■■ Etapa ou Fase 3: nesta última etapa ou fase, são realizadas ações de forma
corretiva, a fim de extinguir ou reduzir os riscos ambientais.
118
A NORMA
UNICESUMAR
ISO 19011
explorando ideias
120
Para melhor entendimento, veja a associação desses conceitos na Figura 1:
UNICESUMAR
Fonte de informação
Evidência de auditoria
Constatações de auditoria
Analisando criticamente
Conclusões de auditoria
Figura 1– Visão geral de um processo usual para coletar e verificar informação / Fonte: adap-
tada de ABNT (2018b).
Além disso, as auditorias aplicadas aos sistemas de gestão, como no caso do SGA,
podem ser internas e externas, conforme é ilustrado no Quadro 2
Quadro 2– Tipos de auditorias conforme norma ISO 19011 / Fonte: adaptado de ABNT (2018b).
122
■■ Auditoria de pré-certificação, pré-auditoria ou auditoria inicial:
UNICESUMAR
apesar de não ser obrigatória, é considerada uma etapa importante para
ajustar o sistema antes da auditoria de certificação. Dessa forma, identi-
fica-se o nível de maturidade da implantação do SGA, a fim de saber se a
empresa já está preparada para receber a auditoria de certificação.
■■ Auditoria de certificação: é obrigatória na emissão tanto da certificação
quanto da recertificação de um Sistema, podendo se dividida em:
• Auditoria inicial ou de adequação: trata-se de uma auditoria de
primeira fase, pois visa verificar a estrutura documental do SGA.
Dentre os documentos analisados, podemos incluir o manual do
SGA (não obrigatório), procedimentos etc., assim como os regis-
tros que evidenciam a conformidade do sistema com os requisitos
propostos pela norma vigente.
• Auditoria principal, de conformidade ou de certificação: é
uma auditoria de segunda fase, pois visa verificar a implantação do
SGA propriamente dita. Dessa forma, os resultados da certificação
de adequação e conformidade identificam se o SGA da empresa
pode ser certificado ou não.
• Auditoria de monitoramento, acompanhamento ou manuten-
ção: por meio de amostragem, uma ou duas vezes ao ano, busca-se ve-
rificar se a organização está atendendo aos requisitos da norma.
• Auditoria de recertificação: realizada a cada três anos, verifica-se
a empresa manteve os requisitos.
123
UNIDADE 4
explorando ideias
A norma ISO 19011 pode ser utilizada para auditorias externas, mas não para as que compreendem os
sistemas de gestão para a certificação da terceira parte. A norma que fornece requisitos para esse tipo
de auditoria é a ISO/IEC 17021-1. Além disso, o conteúdo apresentado não substitui a norma ISO 19011,
mas é apenas um breve resumo de sua estrutura. Para que você possa saber mais detalhes sobre essa
norma e adquiri-la, acesse o site da ABNT Catálogo no link a seguir: https://www.abntcatalogo.com.br.
Fonte: as autoras.
AUDITORIA
INTERNA
UNICESUMAR
do SGA se refere a uma auditoria ambiental, sendo, portanto, um instrumento
de gestão ambiental (BARBIERI, 2016).
Em relação ao requisito auditoria interna, a ISO 14001 explana que, por meio
de intervalos planejados, a organização conduz o processo de SGA, verificando
a conformidade entre os requisitos da organização com o seu SGA bem como a
conciliação entre a norma e a sua implementação eficaz (ABNT, 2015c).
Para que haja o atendimento a esse requisito, a organização precisa estabele-
cer, implementar e manter um ou mais programas de auditoria interna, demons-
trando a frequência, os métodos e as responsabilidades bem como os requisitos
para planejamento e relato dessas auditorias. Quanto ao programa de auditoria,
a instituição deve definir critérios e escopo delas, realizar a seleção de auditores
e conduzir as auditorias, assegurando que o processo ocorra de forma objetiva e
imparcial e que os resultados sejam relatados para a respectiva gerência (ABNT,
2015c). Por fim, para evidenciar a implementação do programa de auditoria in-
terna e dos resultados dela, a organização deve reter informação documentada.
Conforme fora estabelecido no requisito da norma, os objetivos da auditoria
interna são:
■■ Determinar a conformidade do sistema, ou seja, definir se o SGA está em
conformidade com o que foi estabelecido no manual do SGA, nos proce-
dimentos, nas instruções de trabalho etc. Assim, deve-se verificar se todos
os aspectos anteriores estão sendo atendidos na rotina organizacional.
■■ Averiguar se o SGA atende aos requisitos da norma ISO 14001.
■■ Constatar se o SGA foi devidamente implementado e mantido, ou seja, se
as evidências objetivas podem comprovar o funcionamento do sistema.
■■ Fornecer, para a alta direção, informações sobre os resultados das audito-
rias enquanto principal subsídio para a sua análise crítica.
Neste momento, você deve estar se perguntando: por que uma organização deve
realizar uma auditoria interna? Isso se deve ao fato de que ela é um dos requisitos
de implantação do SGA e dos demais sistemas de gestão, tais como o SGQ, o qual
foi estudado na Unidade 2, por exemplo. Logo, é obrigatória para a organização que
queira ter um SGA implementado e/ou certificado conforme a norma ISO 14001.
Portanto, é por meio da auditoria interna que ocorre a verificação do SGA,
e possibilita identificar o que não está em conformidade e fazer as melhorias
necessárias. Para atender aos requisitos da norma, a empresa precisa elaborar o
125
programa de auditorias internas, o qual deve incluir informação e recursos a
UNIDADE 4
126
Dessa forma, uma auditoria interna é dividida em etapas de planejamento, prepara-
UNICESUMAR
ção, execução e elaboração do relatório final, conforme apresentado no Quadro 3:
Etapa Atividades
Reunião de abertura.
Coleta e avaliação das evidências.
Execução da auditoria Constatações.
Reunião de encerramento e apresentação
dos resultados.
ISO 14001:
Produção de cortes, recortes e miúdos bovinos, resfriados e congelados,
Escopo buchos congelados, tripas bovinas e subprodutos (farinha de carne e
ossos, sangue in natura e sebo bovino) e supergelados (hambúrguer,
almôndegas, quibe e carne moída).
127
Itinerário
UNIDADE 4
Reunião de
José, Maria e
8:00-8:30 abertura AG, HL, NQ
João
Avaliação da
Documentação:
Informação
documentada
José, Maria e
8:30-
Direção: AG, HL, NQ João
12:00
Política e objetivos
Provisão de
recursos
Análise crítica
Gerenciamento:
Auditoria e
melhorias
13:00- Aspectos/perigos e José, Maria e
AG, HL, NQ
15:00 Requisitos legais João
Plano de controle
Plano de
emergência
Gerenciamento de
15:00- José, Maria e
resíduos AG, HL, NQ
17:00 João
Controles
UNICESUMAR
dades detectadas (CAMPOS; LERÍPIO, 2009).
O relatório de auditoria registra, formalmente, o resultado dela, ou seja, é o documento
em que a equipe de auditores apresenta as evidências de conformidade e de não confor-
midade da organização auditada, segundo os critérios de auditoria (CAMPOS; LERÍPIO,
2009).Além disso, deve conter quais foram as não conformidades encontradas, junto com
as recomendações das medidas de ações corretivas, enumerando prazo de implantação e
responsáveis pela área auditada.Assim, deve fornecer um registro completo, exato, conciso
e claro da auditoria. Não só, mas convém que inclua ou se refira a:
a) objetivos de auditoria;
b) escopo de auditoria, particularmente a identificação da
organização (o auditado) e as funções ou processos auditados;
[...]
d) identificação da equipe de auditoria e de participantes do
auditado na auditoria;
e) datas e locais onde as atividades de auditoria foram con-
duzidas;
f) critérios de auditoria;
g) constatações de auditoria e evidências relacionadas (ABNT,
2018b, p. 32).
Por fim, podemos destacar que o cliente final da auditoria interna é a alta direção
da organização, pois os resultados serão o principal subsídio para a análise crítica
do SGA, requisito da norma ISO 14001, a qual estudamos na Unidade 3.
129
Pessoas envolvidas em uma auditoria
UNIDADE 4
130
O auditor líder tem, ainda, como responsabilidade, assegurar que o processo de
UNICESUMAR
auditoria seja eficiente e eficaz, de acordo com o escopo (abrangência e limites,
as quais incluem a descrição da infraestrutura, das atividades, entre outros) e o
plano de auditoria, descrição de atividades e arranjos para uma auditoria, cujo
objetivo é garantir o cumprimento do escopo, aprovado pelo cliente. Além de
um segundo auditor, a equipe de auditoria pode ser composta por especialistas,
técnicos e auditores em treinamento (CAMPOS; LERÍPIO, 2009; ABNT, 2018a).
Segundo a norma ISO 19011, convém que os auditores tenham competência
necessária para a realização de auditoria interna, incluindo o conhecimento de:
■■ Princípios de auditoria, métodos e processos.
■■ Normas (gestão ou outras relevantes) e documentos (referência/orientação).
■■ Informações do auditado e seu contexto (por exemplo, necessidades e
expectativas do auditado, negócio, produto, serviço e processo etc.).
■■ Requisitos estatutários e regulamentares bem como os relacionados à
atividade do negócio auditado.
131
PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
UNIDADE 4
DO SISTEMA
de gestão ambiental
““
[...] um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo
independente, sem relação comercial, com o objetivo de atestar pu-
blicamente, por escrito, que determinado produto ou processo está
em conformidade com os requisitos especificados. Esses requisitos
podem ser nacionais ou internacionais (MARSHALL JÚNIOR et
al., 2008, p. 69).
132
O processo de certificação consiste em ser uma auditoria de terceira parte (auditoria
UNICESUMAR
independente), a qual é realizada por um organismo certificador devidamente auto-
rizado por um organismo credenciador, com o objetivo de comprovar a eficácia do
SGA para certificação (ou recertificação para SGA implementados). Neste caso, três
entidades estão envolvidas no processo de certificação: organismo normalizador,
credenciador e certificador, assim como é apresentado na Quadro 4
Organismo Descrição
explorando Ideias
134
UNICESUMAR
follow-up
follow-up
follow-up
135
O processo de certificação se inicia com a escolha do organismo de certificação,
UNIDADE 4
explorando Ideias
Se a organização implantou um sistema de gestão integrado com base nas normas ISO 9001,
ISO 14001 e ISO 45001, por exemplo, deverá escolher um organismo que seja credenciado
para auditar todos os sistemas e cada um será objeto de um certificado específico, mesmo
que sejam apresentados de maneira integrada. Assim, a empresa pode optar por auditorias
simultâneas ou não.
Fonte: adaptado de Moreira (2001).
136
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNICESUMAR
A tendência natural é que as empresas passem a ser cada vez mais cobradas pelo
gerenciamento das suas atividades e dos impactos que essas ações causam ao
meio ambiente. Logo, as organizações têm um grande desafio: compatibilizar
crescimento e desenvolvimento sustentável na gestão.
Para tanto, uma das medidas encontradas para realizar essa gestão de forma
adequada é a adoção dos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) a fim de melhorar
o desempenho organizacional. Neste contexto, destacamos a auditoria ambiental
como uma poderosa avaliação do desempenho ambiental de uma empresa.
Os objetivos básicos das auditorias ambientais podem ser a verificação do
atendimento aos requisitos legais, a redução dos riscos de impactos ambientais
negativos e a melhoria no controle operacional e nos custos com sistemas de
gestão. Assim, a auditoria ambiental pode ser uma poderosa ferramenta e uma
contribuição valiosa para o aprimoramento da gestão ambiental da empresa.
Após a implantação do SGA, a empresa, caso queira certificar o seu sistema,
solicitará a auditoria de certificação, a qual será realizada pelo organismo cer-
tificador. Caso esteja tudo em conformidade, a instituição será indicada para a
certificação. Com a obtenção do certificado, a empresa terá a auditoria de manu-
tenção, que lhe permitirá o acompanhamento do seu sistema de gestão. Não só,
mas também haverá a auditoria de recertificação, que ocorre após a auditoria de
certificação, a qual objetiva analisar se a organização manteve o seu sistema de
gestão consolidado no período avaliado.
Por fim, é plausível afirmar que a implementação do SGA, de acordo com
a norma ISO 14001, ou até mesmo a implementação de um sistema de gestão
integrado é a opção mais adequada para que as organizações equilibrem as suas
atividades produtivas e socioeconômicas com as demandas socioambientais,
agregando uma imagem responsável perante as partes interessadas.
137
na prática
a) II, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) III, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
138
na prática
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV.
3. A empresa ABC passou pelo processo de recertificação da norma da ISO 14001, por
meio da auditoria de manutenção, em agosto de 2018. Esta certificação é utilizada
por organizações a fim de comprovarem que apresentam um SGA implementado.
Dessa forma, afirme até quando essa empresa terá o seu certificado ISO 14001
válido e explique por qual tipo de auditoria essa organização deverá passar durante
a vigência desse certificado.
139
na prática
140
aprimore-se
141
eu recomendo!
livro
conecte-se
Para saber mais sobre as principais mudanças entre as versões da norma ISO 19011
de 2012 e 2018, assista ao vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=bKyImdqqIyc.
142
ROTULAGEM
AMBIENTAL
PROFESSORAS
Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett
Me. Paula Polastri
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Histórico da rotulagem ambiental
• Selos e certificações ambientais • Aspectos extras da rotulagem ambiental
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Demonstrar, historicamente, a necessidade dos programas de rotulagem ambiental e os tipos de ro-
tulagem existentes • Apresentar os principais selos e certificações ambientais nacionais e internacionais
• Trabalhar alguns aspectos extras da rotulagem ambiental
INTRODUÇÃO
UNICESUMAR
ROTULAGEM
ambiental
““
Considera-se que a empresa, ao internalizar as questões ambien-
tais e incorporar tal variável no negócio, busca a racionalização da
utilização da matéria-prima e energia, aumentando a eficiência dos
processos e reduzindo o desperdício, o que permite a ela a redução
de custos e o aperfeiçoamento da qualidade.
145
Segundo Barbieri (2016), os rótulos são baseados em metodologias científicas,
UNIDADE 5
com o objetivo de dar suporte para as afirmações. Não só, mas os critérios uti-
lizados devem ser relevantes ao ciclo de vida do produto. Neste contexto, a ava-
liação de ciclo de vida serve de subsídio para a rotulagem ambiental e para a
identificação dos aspectos ambientais relacionados tanto ao produto quanto ao
processo. Assim, a maioria dos rótulos ecológicos passa por uma avaliação dos
seus impactos ambientais, ao longo do ciclo de vida.
Para Moraes e Pugliesi (2014, p. 255), os rótulos ambientais “visam informar ao
consumidor algum aspecto ambiental do produto e evidenciam que o produto atende
aos padrões ambientais requeridos”. De maneira geral, a organização busca garantir
o desempenho ambiental por meio da demonstração da qualidade ambiental. Para
tanto, a rotulagem apresenta alguns objetivos, os quais são apresentados na Figura 1:
Moraes e Pugliesi (2014, p. 247) explanam, ainda, que a rotulagem não serve ape-
nas para a proteção do meio ambiente, mas também como “estímulo à inovação
ambientalmente sustentável na indústria e no desenvolvimento da consciência
ambiental dos consumidores”. Assim, a rotulagem encoraja a produção e o consumo
de produtos que apresentam características menos agressivas ao meio ambiente, se
comparados a outros que não oferecem a política da qualidade ambiental.
Portanto, a rotulagem ambiental pode ser demonstrada por meio de uma
marca na embalagem, por exemplo, com o uso de selo verde, selo/rótulo ecoló-
gico, entre outros, a fim de demonstrar que a organização produziu um produto
com menos impactos ambientais.
Diante do exposto, torna-se importante conhecermos um pouco mais das
normas que regulamentam essa rotulagem ambiental. Não só, mas os principais
rótulos ecológicos e certificações existentes no Brasil e em outros países bem
como as suas aplicações.
146
Normas aplicadas aos rótulos ambientais
UNICESUMAR
Os procedimentos para a rotulagem ambiental são estabelecidos pelas normas
da International Organization For Standardization - ISO (em português, Or-
ganização Internacional de Normalização ou Organização Internacional para
Padronização). Assim como já foi estudado nas unidades anteriores, a ISO é re-
presentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no Brasil.
Assim, os rótulos ambientais são divididos em três categorias por tipo, a saber:
Número Título
Quadro 1 – Normas aplicadas à rotulagem ambiental / Fonte: ABNT (2002, 2004, 2015, 2017).
““
[...] é classificado como um Rótulo Tipo I, ou seja, é uma certificação
de terceira parte. Este tipo de rótulo leva em consideração o ciclo
de vida dos produtos, e tem como objetivo principal a redução dos
impactos negativos causados ao meio ambiente em todas as etapas
do seu ciclo de vida, desde a extração dos recursos, até a fabricação,
passando pela distribuição, utilização e descarte.
148
A ABNT ([2019], on-line)7 explana que os benefícios do rótulo ecológico são: pro-
UNICESUMAR
mover a redução de desperdícios e a otimização dos processos; demonstrar ao
mercado que a sua empresa está preocupada com as próximas gerações e promover
a preservação do meio ambiente por meio da diminuição dos impactos negativos.
Diante dos diversos rótulos ambientais Tipo I, Flores (2011) explica que os
processos de concessão são muito parecidos entre si, com exceção do selo da ABNT,
que apresenta pontos distintos em relação aos internacionais. Neste sentido, propõe:
■■ A monitoria, controlada e regular, posterior à obtenção do selo.
■■ Abrangência de outras áreas além da ambiental, avaliação do desempe-
nho do produto, tais como o cumprimento de leis trabalhistas e antidis-
criminatórias, e critérios focados em aspectos sociais.
■■ Avaliação de questões importantes para a sustentabilidade do produto,
tais como: diminuição das emissões; incentivo aos fornecedores e distri-
buidores das boas práticas e qualificação ambiental; implementação de
Sistema de Gestão ISO 14001; metas de redução no uso de combustíveis
fósseis etc.
149
SELOS E
UNIDADE 5
CERTIFICAÇÕES
ambientais
150
Selos de rotulagem ambiental
UNICESUMAR
Neste subtópico, apresentaremos os selos e os certificados ambientais nacionais
e internacionais mais conhecidos. Não é nosso interesse aprofundar em cada
tema, mas tão somente orientá-los para a existência, a finalidade e a importân-
cia de tais na área ambiental, além de refletirmos sobre alguns aspectos extras
relacionados com a sua obtenção.
A Alemanha foi o primeiro país a criar, em 1978, um sistema de rotulagem
baseado em critérios ambientais, com a designação de Anjo Azul (Blaue Engel).
Esta classificação implicava o uso eficiente de combustíveis fósseis, a redução de
gases de efeito estufa (GEE) e a diminuição do consumo de matérias-primas não
renováveis. Em 1988, o Canadá criou o rótulo ecológico EcoLogo e, um ano após,
em 1989, os países do Norte da Europa, ou seja, Finlândia, Islândia, Noruega e
Suécia criaram O Cisne (do inglês, The Swan). A Dinamarca aderiu a esse sistema
de certificação somente em 1998. Já em 1989, os Estados Unidos criaram o Selo
Verde (do inglês, Green Seal), o Japão, o Ecomark e, em 1992, foi criado o rótulo
ecológico Europeu Eco-Label (TORGAL; JALALI, 2010).
De acordo com Flores (2011), no Brasil, o mercado da rotulagem teve início
após a Conferência do Rio (Eco92). Em 1994, foi criada uma associação sem
fins lucrativos, a Global Ecolabelling Network (GEN), considerada de tercei-
ra parte (Tipo I), cuja finalidade foi promover e desenvolver as certificações
de produtos/serviços bem como a troca de informações e a cooperação entre
organizações. Essa associação é mundialmente reconhecida e, no Brasil, é re-
presentada pela ABNT (FLORES, 2011).
O programa de rotulagem ambiental, todavia, foi desenvolvido somente em
1995, pela ABNT. O rótulo ecológico (selo verde) brasileiro é apresentado pela
logomarca de um beija-flor verde e branco sobre o globo terrestre azul, o rótulo
Colibri. É importante destacar que o rótulo ecológico brasileiro tem, como pa-
râmetro, as diretrizes do Global Ecolabelling Network (GEN). O foco do GEN
vai muito além da questão ambiental, visto que obedece, também, critérios de
adequação ao uso (qualidade) e a aspectos sociais.
151
Em seguida, apresentaremos outros exemplos de selos/certificações existentes
UNIDADE 5
pensando juntos
Algumas organizações, infelizmente, plantam uma única árvore para ter esse selo. Será
que essas organizações se preocupam, realmente, com o meio ambiente? O que elas, de
fato, querem transmitir para seus clientes?
152
Certificação FSC – Forest Stewardship Council
UNICESUMAR
É muito comum ver o selo FSC quando há a aquisição de produtos de papelaria,
embalagens e móveis. Ele é o selo representativo das empresas que são certificadas
por meio do FSC ou do Conselho de Manejo Florestal. Trata-se de uma insti-
tuição certificadora internacional nascida na década de 90, a qual possui, como
objeto certificador, a prática sustentável e o manejo responsável dos produtos
florestais. Portanto, trata-se de um selo do Tipo I, pois a licença é concedida
por terceira parte (órgão independente) para uso do rótulo (normalmente, uma
logo) e, para obter esse selo, a organização precisa mostrar que o seu produto é
ecologicamente correto.
Assim como asseveram os autores Torgal e Jalali (2010), esse rótulo é utiliza-
do para madeira certificada. Dessa forma, essa certificação foi criada como uma
forma de diferenciar os produtos que tivessem, como matéria-prima, a madeira
que viesse de uma floresta remanejada, em decorrência do próprio anseio da so-
ciedade. Atualmente, há dois sistemas de certificação válidos internacionalmente:
o Programme for de Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC) e o
Forest Stewardship Council (FSC). O primeiro certifica as florestas nacionais por
meio de um esquema multiparticipativo e adaptado às realidades locais, enquanto
o segundo, o qual é mais conhecido, envolve um sistema baseado em princípios
e critérios (multicritérios). Ao todo, são dez princípios e 70 critérios aprovados,
os quais são considerados os mais importantes, em nosso contexto, por esses
membros internacionais (PUGLIESI; MORAES, 2014).
Outra propriedade interessante dessa certificação é a sua flexibilidade em
termos de oportunidades de certificação para empresas de menor porte, as quais
são formadas por agricultores e extrativistas. Nestes últimos casos, a certificação
pode ser solicitada por associações e cooperativas de produtores, de forma que os
custos com a auditagem e a certificação podem ser rateados entre os membros.
153
Selos do Conselho Nacional de Defesa Ambiental
UNIDADE 5
(CNDA)
Selo verde
O selo verde, também conhecido como green label ou green seal, é uma ecoeti-
queta apoiada pela sociedade civil e que busca demonstrar, por meio de laudos
técnicos, por exemplo, que a organização tem qualidade em suas atividades de
produção ou serviço e em outras áreas ecológicas e/ou socioambientais. Esse selo
demonstra que a organização que o obtém se preocupa com o planeta, buscando
não prejudicá-lo em todos os seus aspectos.
UNICESUMAR
energia elétrica, combustíveis e uso de água).
A certificação de produtos orgânicos tem ganhado destaque nos dias atuais pelo
fato de tratar de um tema basilar para a sobrevivência do ser humano: a alimenta-
ção. Ainda, é necessário destacar que considera os malefícios dos produtos feitos
em modelos convencionais de produção.
Nós estamos contribuindo para o desenvolvimento sustentável ao consumir produtos
orgânicos, os quais se apresentam sob a forma de um selo (afixado ou impresso) no rótulo
ou na embalagem do produto. Para que um produtor orgânico obtenha a certificação,
primeiramente, deve fazer parte do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO).
As três principais certificadoras de produtos orgânicos, no Brasil, são a ECO-
CERT Brasil, o Instituto Biodinâmico e o Instituto Tecnológico do Paraná – TE-
CPAR. Isto se deve ao fato de que apresentam uma característica relevante em re-
lação às demais certificadoras: tratam-se de certificados aceitos internacionalmente,
em especial para as duas primeiras instituições, e são classificados em selo Tipo I.
Essa aceitação se deve pela acreditação dos certificados. Em outras palavras,
os certificados emitidos por essas instituições são avalizados por instituições in-
ternacionais, a exemplo da Federação Internacional de Movimentos de Agricul-
tura Orgânica (IFOAM), do Deutsche Akkreditierungsrat (DAR), órgão com alta
competência de credenciamento de certificadoras da Alemanha e União Europeia,
e do United States Department of Agriculture (USDA), que garante, aos produtos
certificados, acesso ao mercado norte-americano, e da Demeter International, a
qual garante a certificação de produtos biodinâmicos com a marca Demeter.
Há, ainda, muitas outras marcas presentes no mercado nacional e interna-
cional, além das mais conhecidas. Neste sentido, é preciso obter mais informa-
ções sobre a criação de cada uma delas e as suas finalidades específicas. Cada
instituição possui as suas próprias metodologias de certificação e auditagem,
mas se tratam de metodologias convergentes no que tange à desintoxicação do
solo, a não utilização de adubos químicos e agrotóxicos, ao atendimento das
normas ambientais, em especial às áreas de preservação permanente, ao respeito
às normas sociais e trabalhistas, ao bem-estar animal e ao desenvolvimento de
projetos de responsabilidade socioambiental.
155
Certificação para construções sustentáveis
UNIDADE 5
UNICESUMAR
ISO 14044 ou uma Declaração Ambiental do Produto baseada na NBR ISO 14025.
Por ser um sistema de certificação documentado online, também permite o
crescimento e a adoção internacional do LEED, criando, realmente, um padrão
mundial para construções sustentáveis. Contudo sua limitação está no processo
de auditagem, o qual é feito, basicamente, por declaração comprobatória, por
meio de documentos (em inglês) e materiais visuais (fotos e vídeos), que são
tramitados online. Além do LEED, existem outros selos de sustentabilidade uti-
lizados para quem quer obter reconhecimento na área da construção civil.
sistema Alta Qualidade Ambiental (AQUA), o qual é voltado para as edificações sus-
tentáveis. Ela também criou um selo ambiental denominado RGMAT, com o objetivo
de avaliar o desempenho ambiental dos materiais de construção por meio da declara-
ção ambiental de produto, a qual é baseada na avaliação do ciclo de vida do material.
A ACV envolve diversos aspectos, tais como: consumo e emissões (como o
consumo da água e a emissão de resíduos na natureza), a produção, a extração, o
transporte, entre outros. No entanto, diferentemente dos demais selos ambientais
apresentados, o RGMAT é uma Declaração Ambiental do Tipo III (CAIADO, 2014).
Assim como o próprio nome já diz, esse selo visa à eficiência energética em edifi-
cações, ou seja, busca o uso racional da energia elétrica nestes locais. Não só, mas
também se empenha em orientar o consumidor na hora da compra do imóvel
ou da construção, ao saber o quanto ele pode contribuir para o meio ambiente e
o quanto ele reduzirá em custos com energia elétrica.
Assim, obter o selo Procel Edifica distinguirá uma edificação de outra no
momento da escolha para o consumidor consciente. Além disso, a economia que
o cliente tem, com uma edificação premiada com esse selo, supera mais de 30%
de redução de energia em sua vida útil.
É importante salientar que existe uma infinidade de selos e certificações. Até
aqui, apresentamos apenas alguns mais conhecidos e utilizados no âmbito nacio-
nal e internacional. Entretanto, as certificações apresentadas já foram suficientes
para destacar os seus aspectos principais, a saber: a necessidade de um processo
metodológico definido; a acreditação das certificadoras para validação em mer-
cados nacionais e internacionais; a essencialidade do processo (nem sempre as
certificações de responsabilidade social fazem jus ao meio ambiente); a grande
presença de ONGs e OSCIPs nos processos de certificação; a diferenciação entre
certificação e selo; e o ônus e a relação custo/benefício da certificação (trata-se
de um processo oneroso, mas com um custo benefício atrativo em longo prazo).
Para cada segmento de mercado, os gestores podem escolher um ou mais
selos, sem, entretanto, deixar de considerar que a sua obtenção envolve diversos
aspectos extras, os quais discorremos a seguir.
158
ASPECTOS
UNICESUMAR
EXTRAS DAS
certificações ambientais
Mesmo com a explanação desses aspectos, muitas vezes, eles são classificados
enquanto dificuldades no processo. Vale salientar que os benefícios ambientais e
comerciais os suplantam, afinal, o investimento em sustentabilidade transpassa
as questões econômicas, uma vez que, acima de tudo, estabelecem uma chave
primordial para a sobrevivência da sociedade global.
Leite (2017, p. 21) se baseia na ABNT, ao sustentar que:
““
A Rotulagem Ambiental é um importante mecanismo de implementa-
ção de políticas ambientais dirigido aos consumidores, auxiliando-os
na escolha de produtos menos agressivos ao meio ambiente. É também
um instrumento de marketing para as organizações que investem nes-
ta área e querem oferecer produtos diferenciados no mercado.
160
““
Uma estratégia de grande poder para o desenvolvimento do merca-
UNICESUMAR
do verde é buscar a conexão entre as variáveis do composto de mar-
keting, formadas pelo produto, preço, praça e promoção (KOTLER,
1998 apud EIDT; CARDOSO; ROMAN, 2017, p. 206).
Para Kotler (1998 apud EIDT; CARDOSO; ROMAN, 2017), o marketing ver-
de, também chamado marketing ecológico ou marketing ambiental, teve início
no momento em que as organizações e empresas perceberam que precisavam
atender às preocupações ambientais tanto dos consumidores quanto das partes
interessadas (produzindo ecologicamente, com produtos mais corretos, seguros,
éticos, com embalagens recicláveis e biodegradáveis, entre outras a que são atri-
buídas o desempenho organizacional).
Dias (2017) incorpora o conceito do composto de marketing desenvolvido
por Kotler, definindo-o como marketing mix ecológico. Este envolve quatro ques-
tões importantes a serem observadas:
1. Produto verde: o conceito envolve, no processo de fabricação, os atribu-
tos específicos e ecológicos do produto. Neste sentido, as decisões tomadas
pelos gestores devem ser direcionadas para projetar a melhoria do bem
ou serviço, de forma que haja redução (água, luz, resíduos da produção
etc.) de recursos, sem comprometer a qualidade almejada pelos clientes.
Portanto, as questões que envolvem os produtos verdes devem ser anali-
sadas por ferramentas da qualidade ambiental, como as normas da série
ISO 9000 e da ISO 14000 e, especificamente, as de rotulagem ambiental,
as quais foram apresentadas nos tópicos anteriores.
2. Preço ecológico: envolve o preço do valor atribuído ao produto pelo
valor ecológico que ele apresenta bem como o seu custo de fabricação.
Neste momento, o consumidor deve ter clareza do custo-benefício dos
produtos ecológicos.
3. Distribuição do produto ecológico: relaciona produção e consumo
ao envolver questões, tais como: escolha do canal de distribuição; pontos
de venda; logística, etc. Em cada atividade, devem ser relacionados os
aspectos ambientais, como a minimização de recursos e a promoção de
um sistema eficiente de distribuição em toda a cadeia produtiva. Neste
caso, relatamos a logística reversa: ela faz o gerenciamento do retorno de
produtos e embalagens para a origem.
161
4. Comunicação do produto ecológico: o objetivo, assim como o nome já
UNIDADE 5
Outra questão que não pode ser desconsiderada na comunicação com as partes
interessadas é a falta de transparência ou o uso de práticas enganosas na comu-
nicação. Isto se dá, principalmente, nas rotulagens do Tipo II, as quais possuem
informações normatizadas pela ISO 14021, o que permite que a empresa di-
vulgue, na mídia, seus benefícios ambientais próprios e métodos específicos de
avaliação/verificação (LEITE, 2017).
De acordo com Lemos (2012 apud LEITE, 2017, p. 30), a norma apresenta
vários termos, tais como compostável e projetado para desmonte, os quais podem
ser usados quando são relevantes ao produto. Entretanto, todos deveriam seguir
o objetivo dessa norma, a saber:
162
c) Comunicar informações não enganosas: em 07 de junho de 2011
UNICESUMAR
o Conar – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária
– cria normas éticas para apelos de sustentabilidade na publicidade
(CONAR, 2012). Apesar disto, conceitos sobre o assunto ainda não
estão claros para todas as partes envolvidas e a cobrança do merca-
do pela comprovação da informação é incipiente. Confirmando a
necessidade desta regulamentação, a norma define que não devem
ser utilizadas frases vagas, como: “ambientalmente seguro”, “amigo
do meio ambiente”, “amigo da Terra”, “não poluente”, “verde”, “amigo
da natureza”, “amigo da camada de ozônio”, dentre outros (LEMOS,
2012 apud LEITE, 2017, p. 30).
163
CONSIDERAÇÕES FINAIS
UNIDADE 5
164
na prática
( 1 ) Tipo 1
( 2 ) Tipo 2
( 3 ) Tipo 3
A sequência correta é:
a) 2, 1, 3.
b) 1, 2, 3.
c) 3, 2, 1.
d) 1, 3, 2.
e) 2, 3, 1.
165
na prática
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) I, II e III, somente.
d) II, III e IV, somente.
e) I, II, III e IV.
a) Cisne.
b) Colibri.
c) EcoLogo.
d) Ecomark.
e) Blaue Engel.
4. Existem alguns termos que são muito utilizados pelas organizações na rotulagem
de seus produtos ou em outra forma de comunicação e publicidade. São exemplos:
I - Greenwashing.
II - Lavagem verde.
III - Maquiagem verde.
IV - Informação verificável.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III e IV, apenas.
166
na prática
e) I, II e III, apenas.
Coluna A
Coluna B
A sequência correta é:
a) 1, 2, 3, 4, 5.
b) 2, 3, 4, 1, 5.
c) 3, 1, 2, 4, 5.
d) 4, 2, 1, 5, 3.
e) 4, 1, 2, 3, 5.
167
aprimore-se
Até a rotulagem ambiental com certificação tem sido utilizada de modo indiscriminado
e, ao invés de auxiliar o consumidor, pode acabar por desorientá-lo, na busca de uma
escolha consciente. Basicamente, são dois os tipos de “poluição” de rótulos verdes cer-
tificados: o logojungle e o greenwashing, os quais serão objeto de estudo a seguir.
O logojungle (selva dos logotipos) se caracteriza quando os empresários utilizam in-
discriminadamente os rótulos, por meio da comparação, por exemplo, de selos priva-
dos ainda insipientes com selos públicos tradicionais e respeitados, o que confunde o
consumidor. Não só, mas quando há uma grande quantidade de rótulos disponíveis no
mercado e o consumidor acaba por não compreender qual é a diferença entre eles, não
se sentindo confortável em escolher em qual confiar e comprar (LEITÃO, 2011, p. 109).
Nesse sentido, Leitão (2011, p. 110) expõe que:
““
A multiplicidade de rótulos é fonte de embaraço, desnorteadora da-
quilo que se deseja transmitir, fazendo com que os consumidores se
sintam rodeados por informação em excesso, a qual não são capa-
zes de ler, compreender e assimilar. A razão do fenômeno decorre
do sucesso dos programas oficiais de rotulagem ecológica sobre as
vendas dos produtos que a ostentam, porque esse sucesso desenca-
deia uma tentação nos fornecedores de reproduzir, ilimitadamente,
rótulos ecológicos das mais variadas espécies. Essa ação é facilitada,
ainda, pela ausência de um sistema harmonizado e completo de nor-
mas tratando do tema.
168
aprimore-se
““
O termo “greenwashing” foi inicialmente utilizado em 1986 pelo norte
americano Jay Westerveld. Ao observar as então novas práticas ho-
teleiras de encorajar o consumidor (hóspede, no caso) a reutilizar as
toalhas e lençóis (ao invés de trocá-los diariamente, como se costu-
mava fazer) sob o pretexto de que, com tal atitude, o hóspede esta-
ria ajudando a “salvar o meio ambiente”, Westerveld observou que
tais práticas nada mais eram do que uma manobra para aumentar os
lucros, pois, na realidade, a campanha de reutilização dos lençóis e
toalhas era isolada e não havia nenhuma outra política ou ação efeti-
vamente sustentável pelos hotéis (MÜLLER, 2011, on-line).
169
eu recomendo!
livro
Edifício Ambiental
Autor: Joana Carla Soares Gonçalves e Klaus Bode
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Sinopse: mais do que um livro de arquitetura: um novo conceito
em edificações. Esta obra convida o leitor a pensar criticamente
questões, tais como desempenho, qualidade e impacto ambien-
tal, as quais vão além do consumo de energia e devem ser anali-
sadas a partir da relação de um edifício com o seu entorno, transcendendo limi-
tes quantitativos de desempenho, o que atribui qualidade e autenticidade para a
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Conheça os três tipos de programas que usam a imagem Colibri: o Rótulo Ecológico da
ABNT, os Organismos de Verificação e Validação de Gases de Efeito Estufa e a Pegada de
Carbono (quantidade de gases de efeito estufa emitida ao longo do ciclo de vida do produto).
https://www.abntonline.com.br/sustentabilidade/.
170
conclusão geral
conclusão geral
171
referências
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176
gabarito
177
gabarito
5W2H: seu uso gera respostas para as Falso - O gráfico apresenta uma linha
perguntas orientadoras, as quais escla- central e dois limites (superior e infe-
recem o problema a ser resolvido ou or- rior), apresentando apenas se o proces-
ganizam as ideias na resolução dos pro- so está fora do controle.
blemas. As perguntas orientadoras são: Verdadeiro - Esse método reúne dados
What: o que será feito? Why: por que fa- significativos, a fim de determinar uma
zer? Where: onde será feito? Who: quan- causa específica, avaliando e compa-
do será feito? Who: quem fará? How: rando com mais de um mecanismo de
como será feito? e How much: quanto análise para buscar diferenças entre eles.
custará? Exemplo: o quê? Reduzir o
consumo de água. Como? Fechando 4. Orientação e sugestão de resposta:
adequadamente a torneira. Quando? a) Carta de Controle: deverá apresentar
De 01 a 30 de cada mês. Quem fará? dados, cálculos e um gráfico.
Todos os que utilizam torneiras. Onde? b) Deverá apresentar um exemplo de
Na empresa inteira. Por que fazer? Por- gráfico de espinha de peixe.
que causa impacto no preço do produ- c) Deverá apresentar um exemplo que
to. Quanto custa? Redução de 10% no contemple o método 5W2H
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gabarito
UNIDADE 3
UNIDADE 4
1. O objetivo da ISO 14001 é prover às or-
ganizações uma estrutura para a pro- 1. C
teção do meio ambiente e possibilitar A afirmativa I está incorreta, pois a audi-
uma resposta às mudanças das condi- toria interna de uma organização pode
ções ambientais em equilíbrio com as avaliar mais de um sistema de gestão.
necessidades socioeconômicas. Especi-
fica, portanto, os requisitos que permi- A afirmativa II está incorreta, pois a úni-
tem que uma organização alcance os ca norma de auditoria de sistemas em
resultados pretendidos e definidos para vigor é a ISO 19011.
seu sistema de gestão ambiental. A afirmativa III está correta, pois a au-
2. O(a) aluno(a), com base no conteúdo do ditoria de conformidade avalia o aten-
livro didático e das aulas ao vivo, poderá dimento às exigências legais e outros
citar cinco dos seguintes benefícios de requisitos aplicáveis na auditoria am-
um SGA: melhorar a imagem junto aos biental.
clientes, órgãos ambientais, à comuni- A afirmativa IV está incorreta, pois a or-
dade e ONGs; aumento de competiti- ganização realiza a auditoria interna e
vidade tornando-a mais atraente para contrata uma terceira parte para reali-
o mercado; conservação dos recursos zar a auditoria externa.
naturais, devido a redução do uso des-
2. E.
ses, como água e energia; redução da
geração de resíduos sólidos e efluentes A afirmativa I está incorreta, pois o au-
líquidos e dos poluentes em geral; me- ditor líder ou líder da equipe realiza au-
lhoria nos procedimentos ambientais; ditoria interna.
melhoria nas relações com o público; li-
A afirmativa II está correta, pois tanto a
mitação à exposição a processos legais;
empresa pode formar quanto contratar
melhoria no desempenho ambiental;
auditores internos, porém a primeira
redução de desperdícios; prevenção
opção é a melhor para a empresa.
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gabarito
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gabarito
Tipo I: para obter esse selo, a organiza- B: Certificação Forest Stewardship Cou-
ção precisa comprovar que o seu pro- ncil (FSC): é o selo representativo das
duto é ecologicamente correto. empresas que são certificadas por meio
A afirmativa I está correta, pois os rótu- organização que apoia as questões so-
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anotações
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