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A palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que pode suceder

ou não, refere-se a uma proposição que só pode ser conhecida pela


experiência e pela evidência e não pela razão. A teoria da contingência vai
bem mais longe do que a teoria de sistemas quando aborda a problemática do
ambiente.

Na teoria da contingência as condições de ambiente é que causam


transformações no interior das organizações. Ou seja, o ambiente explica o
fenômeno organizacional. Há quem negue esta influência total do ambiente
sobre a organização. O argumento é que a influência sobre a organização é
ditada não pelo ambiente, mas apenas pelo que interessa diretamente a
organização, isto é, a tecnologia existente no ambiente.

Poderíamos dizer que uma corrente considera o ambiente total vital para a
organização, e uma outra corrente que considera o ambiente de forma parcial.
De qualquer maneira é o ambiente que conduz a vida da organização.

Uma característica relevante da teoria da contingência é a de que não se


consegue um alto nível de sofisticação organizacional com a aplicação de um
só modelo, ou seja, não há uma só forma de tornar uma organização eficaz e
eficiente. Haverá sempre diferentes alternativas (equifinalidade) para o
encaminhamento de estudos, problemas e carências organizacionais.

A teoria da contingência apresenta os seguintes aspectos básicos:

1. A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema


aberto.
2. As características organizacionais apresentam uma interação
entre si e com o ambiente.
3. As características ambientais são as variáveis independentes,
enquanto as características organizacionais são variáveis
dependentes daquelas.
ORIGENS

A origem da Teoria da Contingência se deu pela pesquisa de Lawrence e


Lorsch sobre a confrontação da organização versus ambiente. Os dois
pesquisadores, preocupados com as características que devem ter as empresas
para enfrentar com eficiência as diferentes condições externas e tecnológicas,
fizeram a pesquisa  com dez empresas em diferentes meios industriais. A
pesquisa foi inicialmente imaginada com o sentido de aplicação da teoria de
sistemas abertos a problemas de estruturas organizacionais e de prática
administrativa. O resultado final do estudo encaminhou a problemática
organizacional para dois aspectos básicos: diferenciação e integração.

Surgiu, também, a partir dos resultados de várias pesquisas que procuraram


verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em
determinados tipos de empresas. As pesquisas, cada qual isoladamente,
pretendiam confirmar se as organizações mais eficazes seguiam os
pressupostos da Teoria Clássica. Os seus resultados conduziram a uma nova
concepção de organização: a estrutura da organização e o seu funcionamento
são dependentes das características do ambiente externo. Não há um único e
melhor jeito (the best way) de organizar.

As condições sob as quais as empresas trabalham são ditadas “de fora” delas,
isto é, do seu ambiente. As contingências externas oferecem oportunidades e
imperativos ou restrições e ameaças que influenciam a estrutura
organizacional e os processos internos das empresas.

PESQUISA DE LAWRENCE E LORSCH SOBRE AMBIENTES

LAWRENCE E LORSCH fizeram uma pesquisa sobre o defrontamento entre


organização e ambiente que marca o aparecimento da Teoria da Contingência.
A denominação Teoria da Contingência derivou desta pesquisa. A pesquisa
envolveu dez empresas em três diferentes meios industriais — plásticos,
alimentos empacotados e recipientes (containers). Os autores concluíram que
os problemas organizacionais básicos são a diferenciação e a integração.

A diferenciação parte da relação que cada subsistema da organização tem


unicamente com o que lhe é relevante. Se os ambientes específicos diferirem
quanto as demandas que fazem, aparecerão diferenciações na estrutura e na
abordagem empregadas pelas unidades ou subsistemas. Em outras palavras,
do ambiente geral emergem ambientes específicos, cada um correspondendo a
um ou mais subsistemas ou unidades da organização.

O conceito de integração é justamente o oposto do conceito anterior.


Integração refere-se ao processo gerado por pressões vindas do ambiente
global da organização no sentido de alcançar unidades de esforços e
coordenação entre os vários órgãos ou subsistemas. Segundo ainda os
pesquisadores, os principais meios de integração encontrados nas empresas
estudadas foram:

Um sistema formal de coordenção para assegurar a integração;

Relacionamento administrativo direto entre unidades (subsistemas);

Hierarquia administrativa;

Utilização de grupos interfuncionais em um ou mais níveis de administração;

Provisão para relações especiais entre indivíduos e criação de uma unidade de


integração.

Esses meios de integração também são encontrados no Brasil, principalmente


em organizações de razoável complexidade. Contudo, o item “e” é encontrado
em um número mínimo de organizações e, via de regra, a preocupação do
funcionário da área de recursos humanos é a de comunicar, por via oral, o
regulamento da organização. Mas, enfim, existe.

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