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Abordagem
Contingencial da
Administração
A Teoria da Contingência enfatiza o mais recente estudo integrando na teoria
da Administração, sendo considerada a mais eclética das teorias administra-
tivas, pois, além de considerar as contribuições das diversas teorias anterio-
res, consegue coordenar os princípios básicos da administração, como: as ta-
refas, as estruturas, as pessoas, a tecnologia e o ambiente. Chiavenato (2004)
diz que a palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que pode
suceder ou não.
A abordagem contingencial salienta que não se atinge os objetivos de forma
eficaz seguindo um único modelo ou diretriz, ou forma preestabelecida para to-
das as circunstâncias, mas sim através de diversas variáveis internas e externas.
Tudo é composto de variáveis, sejam situacionais, circunstanciais, ambientais,
tecnologias, econômicas; enfim, diferem de diferentes graus de variação.
Essa teoria dá ênfase às organizações “de dentro para fora”, colocando o am-
biente como fator primordial na estrutura e no comportamento das organiza-
ções como um sistema aberto
OBJETIVOS
• Conhecer as origens da Teoria da Contingência.
• Identificar os pressupostos fundamentais dessa teoria.
• Apresentar as características básicas da Teoria Contingencial.
• Reconhecer os ambientes organizacionais e suas variações.
• Proporcionar a visualização do uso da tecnologia pelas organizações
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8.1 Abordagem Contigencial da
Administração
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CURIOSIDADE
A integração sistêmica da Teoria Contingencial
A teoria da contingência leva em conta todas as teorias administrativas anteriores dentro
do prisma da teoria de sistemas. Os conceitos das teorias anteriores são atualizados, redimen-
sionados e integrados dentro da abordagem sistêmica para permitir uma visão conjunta, maior
e abrangente. Como dizem Scott e Mitchell, “a visão contingencial das coisas parece ser algo
mais do que colocar vinho velho em garrafas novas”. A relação entre a abordagem contingencial
e a teoria de sistemas é paralela à relação existente entre a abordagem neoclássica e a abor-
dagem clássica. Os neoclássicos tentaram estender a teoria clássica adicionando aspectos
das teorias comportamentais, mantendo intactas as premissas básicas da teoria clássica. A
abordagem contingencial fez o mesmo com a teoria de sistemas: aceitou as premissas básicas
da teoria de sistemas a respeito da interdependência e natureza orgânica da organização, do
caráter aberto e adaptativo das organizações e da necessidade de preservar sua flexibilidade
em face das mudanças ambientais. Porém, como a teoria de sistemas é abstrata e de difícil apli-
cação as situações gerenciais práticas, a abordagem contingencial permite meios para mesclar
a teoria com a prática dentro de uma integração sistêmica.
Fonte: Chiavenato (2003).
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O conceito skinneriano de contingência envolve três elementos: um estado
ambiental, um comportamento e uma consequência. Skinner enfatiza as con-
sequências ambientais como mecanismos controladores do comportamento
aprendido. O comportamento atua sobre o ambiente para produzir uma deter-
minada consequência. Ele pode ser mantido, reforçado, alterado ou suprimi-
do de acordo com as consequências produzidas. Portanto, o comportamento
é função de suas consequências. Essa abordagem é eminentemente externa:
enfatiza o efeito das consequências ambientais sobre o comportamento obser-
vável e objetivo das pessoas.
CURIOSIDADE
Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990), nasceu na
cidade de Susquehanna, Pennsylvania, Estados Uni-
dos. Concluiu o segundo grau em 1922, no mesmo
ano entrou na universidade Hamilton College. Gra-
duou-se em literatura inglesa e línguas românicas,
em 1926, e, com essa formação, Skinner decidiu ser
escritor. Essa ideia foi abandonada em 1928 quando
resolveu fazer o curso de pós-graduação em Psicolo-
gia, se inscrevendo no programa de Psicologia Expe-
rimental, em Harvard University. Obteve os títulos de
Mestrado e Doutorado, em 1930 e 1931, respectiva-
mente. Após o doutoramento, permaneceu em Har-
vard, até 1936, com um apoio financeiro para fazer
pesquisas. Após isso, mudou para Minneapolis para assumir as atividades de professor e de
pesquisador na University of Minnesota.
A principal contribuição de Skinner para a Psicologia foi o conceito de Comportamento
Operante, que descreve um tipo de relação entre as respostas dos organismos e o ambiente.
Diferentemente da relação descrita no comportamento respondente, em que um estímulo
elicia/gera uma resposta, o comportamento operante descreve uma relação na qual uma
resposta que gera uma consequência (ou apenas é acompanhada por essa como no caso
do comportamento supersticioso) tem a sua probabilidade de ocorrer novamente em um
contexto semelhante modificada pelo efeito desta consequência sobre a interação.
Saiba mais em: http://goo.gl/GdGRLd
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Segundo Chiavenato (2003), a abordagem contingencial marca nova etapa
na TGA pelas seguintes razões:
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4. Os estudos sobre a interação organização-ambiente e a concepção da or-
ganização como um sistema aberto têm início com a Teoria Estruturalista. A
sociedade de organizações aproxima-se do conceito de um sistema de sistemas
e de uma macroabordagem inter e extra-organizacional. Além do mais, o con-
ceito de organização e do homem são ampliados e redimensionados em uma
tentativa de integração entre as abordagens clássica e humanística a partir de
uma moldura fornecida pela Teoria da Burocracia. Dentro de uma visualização
eclética e crítica, os estruturalistas desenvolvem análises comparativas das or-
ganizações e formulam tipologias para facilitar a localização de características
e objetivos organizacionais, em uma abordagem explicativa e descritiva.
5. A Teoria Neoclássica marca um retorno aos postulados clássicos atuali-
zados e realinhados em uma perspectiva de inovação e adaptação à mudança.
É um enfoque novo, utilizando velhos conceitos de uma teoria que, sem dúvida
alguma, é a única que até aqui apresenta um caráter universalista, fundamen-
tada em princípios que podem ser universalmente aplicados. Ao mesmo tempo
em que realça a Administração como um conjunto de processos básicos (es-
cola operacional), de aplicação de várias funções (escola funcional), de acordo
com princípios fundamentais e universais, também os objetivos são realçados
(Administração por Objetivos). Levanta-se aqui o problema da eficiência no
processo e da eficácia nos resultados em relação aos objetivos. A abordagem
torna a ser normativa e prescritiva, embora em certos aspectos a preocupação
seja explicativa e descritiva.
6. A Teoria Comportamental – a partir da herança deixada pela Teoria
das Relações Humanas ampliou os conceitos de comportamento social para
o comportamento organizacional. Passou a comparar o estilo tradicional de
Administração com o moderno estilo baseado na compreensão dos conceitos
comportamentais e motivacionais. A organização é estudada sob o prisma de
um sistema de trocas e contribuições dentro de uma complexa trama de de-
cisões. É com o movimento do Desenvolvimento Organizacional (DO) que o
impacto da interação entre a organização e o mutável e dinâmico ambiente
que a circunda toma impulso em direção a uma abordagem de sistema aberto.
Enfatiza-se a necessidade de flexibilização das organizações e sua adaptabilida-
de às mudanças ambientais como imperativo de sobrevivência e de crescimen-
to. Para que uma organização mude e se adapte dinamicamente é necessário
mudar não somente a sua estrutura formal, mas, principalmente, o comporta-
mento dos participantes e suas relações interpessoais. Apesar da abordagem
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descritiva e explicativa, alguns autores do DO aproximam-se levemente da
abordagem normativa e prescritiva. Até aqui, a preocupação está centrada ain-
da dentro das organizações, muito embora se cogite o ambiente.
7. É com a Teoria de Sistemas que surge a preocupação com a construção
de modelos abertos que interagem dinamicamente com o ambiente e cujos
subsistemas denotam uma complexa interação interna e externa. Os subsiste-
mas que formam uma organização são interconectados e inter-relacionados,
enquanto o suprassistema ambiental interage com os subsistemas e com a or-
ganização como um todo. Os sistemas vivos - sejam indivíduos ou organizações
- são analisados como "sistemas abertos", isto é, com incessante intercâmbio
de matéria - energia – informação em relação a um ambiente circundante. A
ênfase é colocada nas características organizacionais e nos seus ajustamentos
contínuos às demandas ambientais. Assim, a Teoria de Sistemas desenvolveu
uma ampla visão do funcionamento organizacional, mas demasiado abstrata
para resolver problemas específicos da organização e de sua administração.
8. É com a Teoria da Contingência que há o deslocamento da visualização de
dentro para fora da organização: a ênfase é colocada no ambiente e nas deman-
das ambientais sobre a dinâmica organizacional. Para a abordagem contingen-
cial, são as características ambientais que condicionam as características orga-
nizacionais. É no ambiente que estão as explicações causais das características
das organizações. Assim, não há uma única melhor maneira (the best way) de se
organizar. Tudo depende (it depends) das características ambientais relevan-
tes para a organização. As características organizacionais somente podem ser
entendidas mediante a análise das características ambientais com as quais se
defrontam. A Teoria da Contingência representa um passo além da Teoria dos
Sistemas em Administração. A visão contingencial da organização e da admi-
nistração sugere que a organização é um sistema composto de subsistemas e
definido por limites que o identificam em relação ao suprassistema ambien-
tal. A visão contingencial procura analisar as relações dentro e entre os sub-
sistemas, bem como entre a organização e seu ambiente e definir padrões de
relações ou configuração de variáveis. Ela enfatiza a natureza multivariada das
organizações e procura verificar como as organizações operam sob condições
variáveis e em circunstâncias específicas. A visão contingencial está dirigida
acima de tudo para desenhos organizacionais e sistemas gerenciais adequados
para cada situação específica. Teoria da Contingência.
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A Teoria da Contingência enfatiza que não há nada de absoluto nas organi-
zações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. A aborda-
gem contingencial explica que existe uma relação funcional entre as condições
do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos
objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis independentes,
enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes dentro de uma
relação funcional. Na realidade, não existe uma causalidade direta entre essas
variáveis independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrên-
cia de técnicas administrativas. Assim, em vez de uma relação de causa-efeito
entre variáveis independentes do ambiente e variáveis administrativas depen-
dentes, existe uma relação funcional entre elas. Essa relação funcional é do tipo
"se-então" e pode levar a um alcance eficaz dos objetivos da organização.
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foi inicialmente imaginada com o sentido de aplicação da teoria de sistemas
abertos a problemas de estruturas organizacionais e de prática administrativa.
O resultado final do estudo encaminhou a problemática organizacional para
dois aspectos básicos: diferenciação e integração.
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b) Conceito de integração requerida e de diferenciação requerida
c) Teoria da Contingência
Em função dos resultados da pesquisa, os autores formularam a Teoria da
Contingência: não existe uma única maneira melhor de organizar; ao contrário
às organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambien-
tais. A Teoria da Contingência apresenta os seguintes aspectos básicos:
Pesquisa de Chandler
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1. Acumulação de recursos
Iniciada em 1865, com a expansão da rede ferroviária que provocou o forta-
lecimento do mercado de ferro e aço e o moderno mercado de capitais. A mi-
gração rural e o início da imigração europeia delineiam a característica prin-
cipal do período que é o rápido crescimento urbano facilitado pela estrada de
ferro. Nessa fase, as empresas preferiam ampliar suas instalações de produção
a organizar uma rede de distribuição. A preocupação com as matérias-primas
favoreceu o crescimento dos órgãos de compra e a aquisição de empresas for-
necedoras que detinham o mercado de matérias-primas. Daí o controle por in-
tegração vertical que permitiu a economia em escala.
2. Racionalização do uso dos recursos
Foi iniciada em pleno período da integração vertical. As empresas verti-
calmente integradas tornaram-se grandes e precisavam ser organizadas, pois
acumularam mais recursos (instalações e pessoal) do que necessário. Os cus-
tos precisavam ser contidos por meio de uma estrutura funcional com clara
definição de linhas de autoridade e comunicação. Os lucros dependiam da ra-
cionalização da empresa e sua estrutura deveria ser adequada às oscilações do
mercado. Para reduzir riscos de flutuações do mercado, as empresas passaram
a focar o planejamento (planejamento e controle da produção, determinação
de prazos de entrega), a organização (criação de departamentos funcionais) e a
coordenação (relacionamento entre fabricação e engenharia, desenho de pro-
duto e comercialização, compras e fabricação).
3. Continuação do crescimento
A reorganização geral das empresas na segunda fase permitiu o aumento de
eficiência nas vendas, compras, produção e distribuição, reduzindo as diferen-
ças de custo entre as várias empresas. Com isso, os lucros baixaram, o mercado
foi se tornando saturado e diminuindo as oportunidades de reduzir ainda mais
os custos. Daí, a decisão para diversificação e busca de novos produtos e novos
mercados. Como a velha estrutura funcional criada na fase anterior não estava
ajustada para essa diversificação, a nova estratégia de diversificar provocou o
surgimento de departamentos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), engenha-
ria de produto e desenho industrial.
4. Racionalização do uso de recursos em expansão
A ênfase se concentra na estratégia mercadológica para abranger novas li-
nhas de produtos e novos mercados. Os canais de autoridade e comunicação
da estrutura funcional inadequados para responder à crescente complexidade
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de produtos e operações - levaram à estrutura divisional departamentalizada. A
General Motors e a DuPont foram pioneiras na estrutura multidepartamentali-
zada: cada linha de produtos é administrada por uma divisão autônoma e inte-
grada que envolve todas as funções de staff necessárias. Surge a necessidade de
racionalizar a aplicação dos recursos em expansão, planejamento no longo pra-
zo, administração voltada para objetivos e avaliação do desempenho de cada
divisão. De um lado, descentralização das operações e, de outro, centralização
de controles administrativos.
→ Foco: Organizações
Tom Burns e G.M. Stalker pesquisaram vinte indústrias inglesas para veri-
ficar a relação entre as práticas administrativas e o ambiente externo dessas
indústrias. Classificaram as empresas pesquisadas em dois tipos: organizações
“mecanísticas” e “orgânicas”.
As organizações mecanísticas apresentam as seguintes características:
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As organizações orgânicas apresentam as seguintes características:
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entre pessoas de categorias diferentes se dá mais por meio da consulta lateral
do que do comando vertical. Não se atribui onisciência aos superiores.
A conclusão de Burns e Stalker é que a forma mecanística de organização é
apropriada para condições ambientais estáveis, enquanto a forma orgânica é
apropriada para condições ambientais de mudança e inovação. No fundo, exis-
te um imperativo ambiental: o ambiente que determina a estrutura e o funcio-
namento das organizações.
Uma nova forma de organização surgirá: a ad-hocracia, o inverso da buro-
cracia. A ad-hocracia (do latim, ad hoc = para isso ou para este fim) significa
uma estrutura flexível capaz de dar-se contínua e rapidamente às condições
ambientais em mutação.
A ad-hocracia caracteriza-se por:
→ Foco: Tecnologia
JOAN WOODWARD, socióloga, industrial, organizou uma pesquisa para sa-
ber se os princípios de administração propostos pelas teorias administrativas
se correlacionavam com o êxito do negócio. A pesquisa envolveu uma amostra
de 100 empresas, desde médio porte - 100 empregados – a grande porte - 8.000
empregados, situadas no sul da Inglaterra.
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As empresas foram classificadas em três grupos de tecnologia de produção:
1. Produção unitária ou oficina: A produção é feita por unidades ou pe-
quenas quantidades, cada produto a seu tempo sendo modificado à medida
que é feito. Os trabalhadores utilizam à medida que é feito e utilizam uma varie-
dade de instrumentos e ferramentas. O processo produtivo é menos padroniza-
do e menos automatizado. É o caso da produção de navios, geradores e motores
de grande porte, aviões comerciais e confecções sob medida.
2. Produção em massa ou mecanizada: A produção é feita em grande
quantidade. Os trabalhadores trabalham em linha de montagem ou operando
máquinas que podem desempenhar uma ou mais operações sobre o produto.
É o caso da produção que requer máquinas operadas pelo homem e linhas de
produção ou montagem padronizadas, como as montadoras de carros.
3. Produção em processo ou automatizada: Produção em processamento
contínuo em que um ou poucos operários monitorizam um processo total ou
parcialmente automático de produção. A participação do trabalho humano é
mínima. Exemplos: refinarias de petróleo, siderúrgica etc.
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CURIOSIDADE
Ao lado do ambiente, a tecnologia constitui outra variável independente que influencia as
características organizacionais (variáveis dependentes). Além do impacto ambiental (para
certos autores, imperativo ambiental), existe o impacto tecnológico (para outros autores, im-
perativo tecnológico) sobre as organizações.
As organizações utilizam alguma forma de tecnologia para executar suas operações e
realizar suas tarefas. A tecnologia adotada pode ser tosca e rudimentar (como a faxina e a
limpeza feitas com vassoura ou escovão) como pode ser sofisticada (como o processamento
de dados pelo computador).
Mas é evidente que as organizações dependem da tecnologia para poder funcionar e al-
cançar seus objetivos. Sob um ponto de vista administrativo, a tecnologia é algo que se desen-
volve nas organizações por meio de conhecimentos acumulados e desenvolvidos sobre o signi-
ficado e a execução de tarefas know-how - e pelas suas manifestações físicas como máquinas,
equipamentos, instalações – constituindo um complexo de técnicas usadas na transformação
dos insumos recebidos pela empresa em resultados, isto é, em produtos ou serviços.
A tecnologia pode estar ou não incorporada a bens físicos.
A tecnologia incorporada está contida em bens de capital, matérias-primas intermediá-
rias ou componentes etc. Assim, uma placa de metal é constituída pelo metal mais a tecno-
logia que tornou possível a sua fabricação que está incorporada no equipamento industrial.
Nesse sentido, a tecnologia corresponde ao conceito de hardware.
A tecnologia não incorporada encontra-se nas pessoas – como técnicos, peritos, es-
pecialistas, engenheiros, pesquisadores – sob formas de conhecimentos intelectuais ou
operacionais, facilidade mental ou manual para executar as operações, ou em documentos
que a registram e visam assegurar sua conservação e transmissão – como mapas, plantas,
desenhos, projetos, patentes, relatórios. Corresponde aqui ao conceito de software. As duas
formas de tecnologia – incorporada e não incorporada - frequentemente se confundem
Fonte: Chiavenato (2003)
REFLEXÃO
Essas pesquisas revelam aspectos da dependência da organização em relação ao seu am-
biente e à tecnologia adotada. As características da organização não dependem dela própria,
mas das circunstâncias ambientais e da tecnologia que ela utiliza. Daí, a Teoria da Contingên-
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cia mostra que as características da organização são variáveis dependentes e contingentes
em relação ao ambiente e à tecnologia. Isso explica a importância do estudo do ambiente e
da tecnologia.
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Nível operacional
O nível operacional, também denominado nível técnico ou núcleo técni-
co, está localizado nas áreas inferiores da organização. Está relacionado com
os problemas ligados à execução cotidiana e eficiente das tarefas e operações
da organização e orientado quase exclusivamente para as exigências impostas
pela natureza da tarefa técnica a ser executada, com os materiais a serem pro-
cessados e com a cooperação de numerosos especialistas necessários ao anda-
mento dos trabalhos. É o nível no qual as tarefas são executadas e as operações
realizadas: envolve o trabalho básico relacionado diretamente com a produção
dos produtos ou serviços da organização.
Esse nível é geralmente composto pelas áreas encarregadas de programar
e executar as tarefas e operações básicas da organização. É nele que estão as
máquinas e equipamentos, as instalações físicas, as linhas de montagem, os
escritórios e os balcões de atendimento etc., cujo funcionamento deve atender
a determinadas rotinas e procedimentos programados dentro de uma regulari-
dade e continuidade que assegurem a utilização plena dos recursos disponíveis
e a máxima eficiência das operações.
CURIOSIDADE
As organizações são, de um lado, sistemas abertos, defrontando-se com a incerteza que
provém das ações e contingências externas impostas pelo ambiente e que neles penetram
por meio do nível institucional. Sua eficácia reside na tomada de decisões capazes de permitir
que as organizações se antecipem às oportunidades, se defendam das coações e se ajustem
às contingências do ambiente.
Por outro lado, as organizações são sistemas fechados, tendo em vista que o nível opera-
cional funciona em termos de certeza e de previsibilidade, operando a tecnologia de acordo
com critérios de racionalidade limitada. A eficiência reside nas operações executadas dentro
de programas, rotinas e procedimentos padronizados, cíclicos, repetitivos nos moldes da “me-
lhor maneira” e da otimização na utilização dos recursos disponíveis.
capítulo 8 • 295
Teoria Contingencial e o Desenho Organizacional
Ad-Hocracia
O termo ad-hocracia foi cunhado por Toffler em seu livro Choque do Futuro.
A nova sociedade do futuro será extremamente dinâmica e mutável.
Para poderem acompanhar o ambiente turbulento, as organizações pre-
cisarão ser orgânicas, inovadoras, temporárias e antiburocráticas. As organi-
zações precisarão mudar suas feições internas com tal frequência que os car-
gos mudarão de semana para semana e as responsabilidades se deslocarão
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continuamente. As estruturas organizacionais serão flexíveis e mutáveis, fazen-
do com que departamentos e divisões irrompam subitamente para se integra-
rem em outras organizações. A flexibilidade aparece mais dramaticamente nos
"projetos" ou "forças-tarefas", nos quais os grupos se reúnem a fim de resolver
problemas específicos, temporários e evanescentes. Uma nova forma de orga-
nização surgirá: a ad-hocracia, o inverso da burocracia.
A ad-hocracia significa uma estrutura flexível capaz de amoldar-se contínua
e rapidamente às ambientais em mutação. Essa organização temporária - que
se agrupa e se dissolve, que se modifica e se altera a cada momento - faz com
que as pessoas, em lugar de preencherem cargos ou posições fixas no quadro
organizacional, passem rapidamente de um lugar para o outro. A hierarquia
dentro das organizações sofrerá um colapso: haverá a exigência de maior nú-
mero de informações dentro de um ritmo mais rápido, o que derrubará a hie-
rarquia vertical típica da burocracia. Os sistemas deverão ser temporários, ca-
pazes de rápida adaptação e de mutações rápidas e substanciais.
A ad-hocracia caracteriza-se por:
Estrutura Matricial
capítulo 8 • 297
Assim, a estrutura matricial funciona como uma tabela de dupla entrada. Na
realidade, a estrutura matricial é uma espécie de remendo na velha estrutura
funcional para torná-la mais ágil e flexível às mudanças. Uma espécie de turbo
em um motor velho e exaurido para fazê-lo funcionar com mais velocidade.
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Teoria Contingencial e o Homem Complexo
capítulo 8 • 299
Modelo Contingencial de Motivação
300 • capítulo 8
Modelo de Lawler
O modelo proposto por Vroom foi desenvolvido por Lawler III que o relacio-
nou com o dinheiro. As conclusões de Lawler III são as seguintes:
REFLEXÃO
Uma Comparação entre as Teorias dos Sistemas e Contingencial
A Abordagem Sistêmica tem sua origem na Biologia e nasce da comparação da or-
ganização com organismos vivos. Em decorrência disso, sua ênfase é a organização como
sistema aberto.
capítulo 8 • 301
A ideia central do enfoque sistêmico é o conceito de sistema, que ajuda a entender como
se dá a interação entre as partes da organização e entre ela e o ambiente empresarial.
De acordo com a abordagem sistêmica, uma organização é formada por dois sistemas
que interagem entre si:
Todo sistema é complexo, pois pode adotar um grande número de estados ou compor-
tamentos, além de ser influenciado por inúmeras variáveis. É o gerenciamento efetivo da
complexidade é que mantém a viabilidade de um sistema.
A abordagem sistêmica é fundamentada em três teorias principais: teoria da forma, ci-
bernética e teoria geral dos sistemas
A abordagem contingencial, derivada do enfoque sistêmico, é muito utilizada para tratar
os problemas de administração, pois parte da ideia de que não existe uma única maneira ou
uma forma correta de administrar. A aplicação de um mesmo método de administração em
duas empresas distintas pode produzir resultados. A teoria da contingência enfatiza que nada
é absoluto nas organizações ou na teoria da administração. A Teoria da Contingência parte
para novos modelos organizacionais mais flexíveis e orgânicos, como a estrutura matricial, a
estrutura em redes e a estrutura em equipes. Também enfatiza o modelo do homem comple-
xo e abordagens contingenciais sobre motivação e liderança.
LEITURA
Artigo 1
Título: Uma Abordagem Sistêmica ao Mapeamento e Melhoria do Processo de
Desenvolvimento de Software
Fonte: DONAIRES, O. Uma Abordagem Sistêmica ao Mapeamento e Melhoria do Processo
de Desenvolvimento de Software. Anais do 4º Congresso Brasileiro de Sistemas – Centro
Universitário de Franca Uni-FACEF – 29 e 30 de outubro de 2008. Link: http://www.facef.
br/quartocbs/artigos/B/B_132.pdf
Artigo 2
Título: Enfoque sistêmico na administração de investimentos
Fonte: MONOBE, T. Enfoque sistêmico na administração de investimentos. Caderno de es-
302 • capítulo 8
tudos, São Paulo, FIPECAFI, v.10, n17, p 59-78, janeiro/abril 1998. Link:http://www.eac.fea.
usp.br/cadernos/completos/cad17/index_arquivos/titu5.pdf
Artigo 3
Título: A importância da visão sistêmica para articular ações am-bientais na ca-
deia produtiva coureiro calçadista: uma discussão sobre os resíduos do couro.
Fonte: CULTRI, C; ALVES, V. A importância da visão sistêmica para articular ações ambientais
na cadeia produtiva coureiro calçadista: uma discussão sobre os resíduos do couro. Anais do
4º Congresso Brasileiro de Sistemas – Centro Universitário de Franca Uni-FACEF – 29 e 30
de outubro de 2008. Link: http://www.facef.br/quartocbs/artigos/B/B_129.pdf
Artigo 4
Título: Avaliação psicológica em processos seletivos: contribuições da aborda-
gem sistêmica
Fonte: PARPINELLI, Renata Fabiana; LUNARDELLI, Maria Cristina Frollini. Avaliação psico-
lógica em processos seletivos: contribuições da abordagem sistêmica. Estud. psicol. (Cam-
pinas), Campinas, v. 23, n. 4, dez. 2006 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?s-
cript=sci_arttext&pid=S0103-166X2006000400014&lng=pt&nrm=iso>.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
DAFT, R. Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
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Learning – a Cybernetic Approach to Management. John Wiley & Sons. Chichester. 1996.
GEROLAMO, M. C. Proposta de sistematização para o processo de gestão de melhorias e
mudanças de desempenho. São Carlos, 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
- Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
MARTINELLI, D. P. Negociação empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. Barueri: Manole,
2002.
MAXIMIANO, A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2006.
RIBEIRO, A. L. Teorias da Administração. São Paulo: Saraiva, 2003.
capítulo 8 • 303