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Abordagem
Sistêmica da
Administração
A Abordagem Sistêmica tem sua origem na Biologia e nasceu da compa-ração
da organização com a dinâmica dos organismos vivos, os quais são por natu-
reza sistemas abertos. Sistemas abertos são formados por partes interdepen-
dentes e interagentes que buscam um objetivo comum, que é influenciados e
influencia o ambiente externo. No entanto, não é uma teoria aplicável a todo o
universo, mas uma forma de ordenar o processo de pensar as coisas existentes,
especialmente se forem entidades complexas, a exemplo das organizações.
A ideia central do enfoque sistêmico é o conceito de sistema, que ajuda a
entender como se dá a interação entre as partes da organização e entre ela e o
ambiente empresarial. De acordo com a abordagem sistêmica, uma organiza-
ção é formada por dois sistemas que interagem entre si:
OBJETIVOS
• Aprender sobre a Teoria Matemática da Administração
• Entender sobre a Pesquisa Operacional e sua influência para a TGA
• Apresentar os conceitos básicos do enfoque sistêmico.
• Discutir as principais teorias do enfoque sistêmico.
• Mostrar ao aluno como o enfoque sistêmico é utilizado na administração.
• A importância da tecnologia para a administração.
• Conhecer a teoria da informação.
248 • capítulo 7
7.1 Teoria Matemática da Administração
A TGA recebeu muitas contribuições da Matemática sob a forma de modelos
matemáticos para proporcionar soluções de problemas empresariais. Mui-
tas decisões administrativas são tomadas com base em soluções contidas em
equações matemáticas que simulam situações reais (CHIAVENATO, 2003).
A Teoria Matemática aplicada a soluções dos problemas administrativos é
conhecida como Pesquisa Operacional (PO), sendo uma corrente que localiza e
que enfatiza o processo decisório e o trata de modo lógico e racional através de
uma abordagem quantitativa, determinística e lógica.
A maior aplicação da Teoria Matemática está na Administração das
Operações em organizações da manufatura e de serviços que envolvem ativida-
des relacionadas com produtos e serviços, processo e tecnologia, localização in-
dustrial, gerenciamento da qualidade, planejamento e controle de operações.
Os temas mais tratados pelas Administrações das Operações são as operações,
serviços, qualidade, estratégia de operações e tecnologia (CHIAVENATO, 2003).
capítulo 7 • 249
Processo Decisório
A Teoria Matemática desloca a ênfase na ação para a ênfase na decisão que a an-
tecede. O processo decisório é o seu fundamento básico. A tomada de decisão
é o ponto focal da Teoria da Matemática. A tomada de decisão é estudada sob
duas perspectivas (CHIAVENATO, 2003):
• Definição do problema;
• Quais as alternativas possíveis de solução do problema;
• Qual é a melhor alternativa de solução (escolha);
250 • capítulo 7
Problema estruturado é aquele que pode ser perfeitamente definido, pois
suas principais variáveis conhecidas.
Problemas não estruturados já são diferentes, eles não podem ser clara-
mente definidos pois uma ou mais de suas variáveis é desconhecida ou não
pode ser determinada com algum grau de confiança.
Esses problemas podem ser resolvidos através de dois tipos de decisões:
as programadas e as não programadas. A decisão programada é aquela que é
caracterizada pela rotina e repetitividade, com dados evidentes, certeza, são
previsíveis. Já as decisões não programadas têm dados inadequados, únicos e
imprevisíveis, elas têm difícil controle, pois são problemas incomuns, incertos.
A teoria matemática então aparece para resolver os problemas com julgamento
objetivo e lógico, sem confiar na intuição ou criatividade para solucionar esses
problemas (CHIAVENATO, 2003).
Pesquisa Operacional
• Formular o problema;
• Construir um modelo matemático para representar o sistema;
• Deduzir uma solução do modelo;
capítulo 7 • 251
• Testar o modelo e a solução;
• Estabelecer controle sobre a solução;
• Colocar a solução em funcionamento;
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função do objetivo prefixado. A PL é aplicável à programação de processos de-
cisórios para obter custo mínimo e rendimento máximo, sendo essa uma das
suas características dentre as demais, como supor a escolha entre as alterna-
tivas ou combinação delas; considerar limites ou restrições que a cercam e as
variáveis que devem ser quantificáveis e ter relações lineares entre si.
• Programação Dinâmica: É aplicada em problemas que têm várias fases
inter-relacionadas, em que se deve adotar uma decisão adequada a cada uma
das fases, sem perder de vista o objetivo final.
• Analise estatística e cálculo de probabilidade: É o método matemático utili-
zado para obter a mesma informação com a menor quantidade de dados. Uma de
suas aplicações mais conhecidas é o controle estatístico de qualidade na área de
produção. A ideia inicial era aplicar metodologia estatística na inspeção de quali-
dade, passando depois ao controle estatístico de qualidade e chegando à qualidade
assegurada a fim de obter conformidade com as especificações e proporcionar alto
grau de confiabilidade, durabilidade e desempenho nos produtos. Esse controle de
qualidade tem como objetivo localizar desvios, erros, defeitos ou falhas no proces-
so produtivo, comparando o desempenho com o padrão estabelecido, sendo essa
comparação feita por controle de qualidade 100% com inspeção total, controle de
qualidade por amostragem sendo por lotes de amostra recolhidos para serem ins-
pecionados, não interferindo no processo produtivo, porém se a amostra é aprova-
da, todo o lote é aprovado, e por fim pelo controle de qualidade aleatória, sendo a
probabilidade que consiste em inspecionar apenas certa porcentagem de produ-
tos ou do trabalho aleatório. Enquanto o controle estatístico de qualidade (CEQ)
é aplicável apenas no nível operacional, a qualidade total estende o conceito de
qualidade a toda a organização, desde o nível operacional até o nível institucional.
Estratégia Organizacional
capítulo 7 • 253
A necessidade de indicadores de desempenho
REFLEXÃO
A Teoria Matemática trouxe uma enorme contribuição à Administração, oferecendo técnicas
de planejamento e controle no emprego de recursos materiais, financeiros, humanos, etc, e
um formidável suporte na tomada de decisões, no sentido de otimizar a execução de traba-
lhos e diminuir os riscos envolvidos nos planos que afetam o futuro a curto o longo prazo.
Apesar dos benefícios, é importante salientar que ela apresenta algumas limitações, pois
ela apresenta aplicações de projetos que envolvam órgãos ou grupos de pessoas, mas não
aplicações globais envolvendo toda a organização como um conjunto. Além disso, a Teoria
Matemática reduz todas as situações a números ou expressões matemáticas para serem
desenvolvidas, mas a maior parte dos problemas nem sempre apresenta condições de ser
resolvida por expressões numéricas ou quantitativas. Ela também oferece poucas técnicas
em níveis elevados na hierarquia empresarial, pois se restringe à pesquisa e à investigação
das operações situadas no nível operacional da organização.
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Tecnologia e Informação Para a TGA
capítulo 7 • 255
Isto é, produção por unidades, em grandes quantidades ou dentro de um pro-
cesso contínuo com poucos operários monitorando um processo automatizado.
A tecnologia adotada por uma empresa provoca forte impacto nos controles ad-
ministrativos e exerce influência na importância concedida às suas várias funções.
Ela precisa ser administrada por meio de decisões racionais para produzir eficiência.
Cibernética
O Computador e a cibernética
O computador tem sua origem na Cibernética. O primeiro esforço científico integrado no
sentido de reunir diferentes áreas e especialidades da ciência matemática, engenharia,
medicina, eletrônica, física, neurologia, etc, para a construção de uma máquina complexa
que teria funcionamento parecido com o cérebro humano: o cérebro eletrônico.
Este foi o primeiro nome dado ao computador, então uma máquina gigantesca dotada de
válvulas e de circuitos complicados. Uma máquina burra que precisava ser previamente
programada em seus mínimos detalhes para poder funcionar. Um enorme hardware que
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requeria um enorme software. Logo, surgiram os mainframes (computadores de grande
porte para uso corporativo). Mas foi o aparecimento do computador pessoal (PC) em
1975 que popularizou o computador, e proporcionaria a informática em larga escala, tan-
to corporativa como individual ou doméstica – e a substituição dos antigos centros de
processamento de dados corporativos em redes corporativas de informação.
Um novo mundo organizacional estava sendo criado. A tecnologia estava oferecendo
soluções para atender às necessidades organizacionais de crescimento e complexidade.
Mas adiante, a tecnologia passaria a se antecipar a estas necessidades gerando novas
perspectivas e oportunidades para as organizações.
Origens da Cibernética
capítulo 7 • 257
– Emprego na criação de máquinas de comportamento autorregulável
(computador e robô), em Engenharia, Biologia, Sociologia e, finalmente, na te-
oria administrativa.
Entradas Saídas
Processo
Feedback
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da mão e do objeto; o cérebro vai repetindo a ordem para corrigir eventuais desvios até
que o objeto seja alcançado.
O sistema nervoso funciona através de processos circulares de ida e de retorno (re-
troação) de comunicação, que partem dele para os músculos e retornam por meio dos
órgãos dos sentidos. A retroaçào confirma se o objetivo foi cumprido, o que é funda-
mental para o equilíbrio do sistema.
capítulo 7 • 259
b) Entropia: processo pelo qual um sistema tende à exaustão e, para se
manter, busca reabastecer-se de energia e informação no ambiente externo
(CHIAVENATO, 2003).
REFLEXÃO
Vale lembrar que “complexo” não é sinônimo de “complicado”. Diz-se que alguma coisa é com-
plexa quando é constituída de inúmeras partes que funcionam entre si em relações de inter-
dependência ou de subordinação, formando um todo mais ou menos coerente. Complicado é
tudo aquilo que se apresenta para nós de forma confusa ou desorganizada ou que nós assim o
tornamos por nossa dificuldade de lidar com a situação, fato, pessoa, objeto etc (DAFT,
260 • capítulo 7
Quanto mais turbulento o ambiente em que a empresa estiver inserida, maior
terá de ser sua flexibilidade para providenciar uma resposta adequada às mu-
danças provocadas pelo ambiente
Mas como o enfoque sistêmico ajuda a lidar com a complexidade?
O enfoque sistêmico fornece os subsídios necessários para as organizações
lidarem com a mudança por meio do conceito de complexidade, que é a pro-
priedade de um sistema estar apto a adotar um grande número de estados ou
comportamentos, podendo ser medida pela variedade, que é o número de pos-
síveis estados de um sistema.
Dentre as diversas contribuições do enfoque sistêmico para as empresas
destacam-se (MAXIMIANO, 2006):
Teoria da Forma
O conceito básico da teoria da forma foi desenvolvido por Max Wertheimer e ou-
tros psicólogos alemães entre os anos de 1912 e 1940. De acordo com a teoria da
forma, ou Gestalt, a natureza de cada elemento de um conjunto é definida pela
estrutura e pela finalidade desse mesmo conjunto. Isso significa que qualquer
elemento de um sistema não é visto isoladamente, e sim como parte do todo, ou
seja, como parte do sistema. O sistema é visto como um todo, e não como um
conjunto de elementos atuando de forma independente (MAXIMIANO, 2006).
Vamos utilizar um exemplo para entender melhor este conceito?
Quando olhamos um carro em movimento na rua, enxergarmos esse siste-
ma como um todo, não ficamos reparando nas partes que compõem o carro e
interagem para colocá-lo em movimento. Do mesmo modo quando focamos
um dos elementos do carro, por exemplo, o pneu, geralmente o enxergamos
como parte do carro. Ficou mais fácil agora?
capítulo 7 • 261
Principais Características das Organizações como Sistemas Abertos
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e) Fronteiras ou limites: é a linha imaginária que serve para marcar o que
está dentro e o que está fora do sistema. Nem sempre a fronteira de um sistema
existe fisicamente – fronteiras permeáveis – sobreposições e intercâmbios com
os sistemas do ambiente;
f) Morfogênese: capacidade de se modificar, de determinar o cresci-
mento e as formas da organização, de se corrigir e de obter novos e melhores
resultados;
g) Resiliência: capacidade de o sistema superar o distúrbio imposto por
um fenômeno externo. As organizações, como sistemas abertos, apresentam
a capacidade de enfrentar e superar perturbações externas provocadas pela so-
ciedade sem que desapareça seu potencial de auto-organização;
h) Sinergia: esforço simultâneo de vários órgãos que provoca um resulta-
do ampliado. A soma das partes é maior do que o todo (2 + 2 = 5 ou mais);
i) Entropia: consequência da falta de relacionamento entre as partes de
um sistema, o que provoca perdas e desperdícios. É um processo inverso a si-
nergia, a soma das partes é menor que o todo (2 + 2 = 3). A entropia leva o siste-
ma à perda de energia, decomposição e desintegração.
Por volta da década de 1950, o biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy elaborou
uma teoria interdisciplinar para transcender os problemas exclusivos de cada
ciência e proporcionar princípios gerais (sejam físicos, biológicos, sociológi-
cos, químicos etc.) e modelos gerais para todas as ciências envolvidas, de modo
que as descobertas efetuadas em cada uma pudessem ser utilizadas pelas de-
mais (CHIAVENATO, 2007).
O método que procura entender como os sistemas funcionam é a teoria ge-
ral dos sistemas, que compreende duas ideias básicas:
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CURIOSIDADE
Karl Ludwig von Bertalanffy (Viena, 19 de setembro de 1901 — Buffalo, Nova Iorque, 12
de junho de 1972) foi um biólogo austríaco.
Foi o criador da teoria geral dos sistemas. Cidadão austríaco, desenvolveu a maior parte
do seu trabalho científico nos Estados Unidos.
Bertalanffy fez os seus estudos em biologia e interessou-se desde cedo pelos organis-
mos e pelos problemas do crescimento.
Os seus trabalhos iniciais datam dos anos 20 e são sobre a abordagem orgânica. Com
efeito, Bertalanffy não concordava com a visão cartesiana do universo. Colocou então uma
abordagem orgânica da biologia e tentou fazer aceitar a ideia de que o organismo é um todo
maior que a soma das suas partes. Criticou a visão de que o mundo é dividido em diferentes
áreas, como física, química, biologia, psicologia, etc. Ao contrário, sugeria que se deve estudar
sistemas globalmente, de forma a envolver todas as suas interdependências, pois cada um
dos elementos, ao serem reunidos para constituir uma unidade funcional maior, desenvolvem
qualidades que não se encontram em seus componentes isolados.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_von_Bertalanffy
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relaciona com o todo maior que o envolve e do qual faz parte. O expansionismo
não nega que cada fenômeno seja constituído de partes, mas a sua ênfase resi-
de na focalização do todo, do qual aquele fenômeno faz parte.
2. Pensamento sintético: é o fenômeno visto como parte de um sistema
maior e é explicado em termos do papel que desempenha nesse sistema maior.
Os órgãos do organismo humano são explicados pelo papel que desempenham
no organismo e não pelo comportamento de seus tecidos ou estruturas de orga-
nização. A TGS está mais interessada em juntar as coisas do que em separá-las.
3. Teleologia: conjunto das especulações que se aplicam à noção de finali-
dade e às causas finais. É o princípio segundo o qual a causa é uma condição ne-
cessária, mas nem sempre suficiente para que surja o efeito. Em outros termos, a
relação causa-efeito não é uma relação determinística ou mecanicista, mas sim-
plesmente probabilística. A teleologia é o estudo do comportamento com a fina-
lidade de alcançar objetivos e passou a influenciar poderosamente as ciências.
capítulo 7 • 265
CURIOSIDADE
Aproximação da TGS ao mundo das organizações
Kenneth Boulding escreveu para Ludwig von Bertalanffy, em 1953, depois de ler um
artigo do mesmo escrito para a Scientific ICMS Mensal:
“Eu pareço ter chegado à mesma conclusão que você chegou, através da aproximação
(da Teoria Geral dos Sistemas) em direção à economia e às ciências sociais e não da biologia
– que há um corpo do que venho chamando de” teoria geral empírica“ (ou teoria geral dos sis-
temas, em sua excelente terminologia) que é de grande aplicabilidade em muitas disciplinas
diferentes. Tenho a certeza de que há muitas pessoas em todo o mundo que chegaram es-
sencialmente à mesma posição que nós temos, mas estamos dispersos e não conhecemos
uns aos outros, por isso é que é difícil de atravessar as fronteiras das disciplinas “. (disponível
em: http://www.bertalanffy.org/)
Pode-se observar, portanto, já na década de 1950, a tentativa de aproximação da TGS
da Teoria Administrativa.
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• Abertos: são os sistemas que apresentam relações de intercâmbio com
o ambiente, por meio de entradas e saídas.
CURIOSIDADE
Sistemas Abertos
A estrutura de sistemas abertos é formada pela interação e intercâmbio da organização
com o ambiente. De acordo com as mudanças do ambiente externo, a organização se adapta
para sobreviver mudando seus produtos, técnicas e estruturas.
A interação e intercâmbio da organização com o ambiente moldam a estrutura de siste-
mas abertos. Quando ocorre uma mudança no ambiente externo, a organização se transforma
mudando seus produtos, técnicas e estruturas para se adaptar a essas mudanças e sobreviver.
As organizações, segundo a Teoria dos Sistemas, podem ser vistas como um sistema
dinâmico e aberto, sendo é um conjunto de elementos mutuamente dependentes que intera-
gem entre si com determinados objetivos e realizam determinadas funções.
As organizações são dependentes de fluxos de recursos do ambiente externo, assim
como os sistemas abertos. Essa dependência pode ocorrer de duas maneiras. Por um lado,
ela precisa do ambiente externo para conseguir os recursos humanos e materiais que vão
garantir seu funcionamento. Por outro lado, ela precisa do ambiente externo para comprar e
vender serviços e produtos. Desse modo, para a organização sobreviver, ela precisa de ajus-
tes como ambiente externo, além de ajustes no ambiente interno.
Ademais, assim como um sistema aberto, uma organização pode ser definida como uma
associação de grupos de interesses, sendo esses formados por elementos distintos, em que
cada um busca atingir seus objetivos no contexto do ambiente mais amplo.
As ações que definem o comportamento organizacional dependem também de uma
análise do ambiente em que ela se encontra e da maneira como a mesma se relaciona com
o ambiente externo, respondendo à pressões, estabelecendo relações ou até evitando algu-
mas Além disso, a teoria do sistema aberto também consiste em demonstrar o papel de um
funcionário dentro de uma organização, expressando o conceito de “Homem Funcional”, ou
seja, o homem tem um papel dentro das organizações, estabelecendo relações com outros
indivíduos, exatamente como prega um sistema aberto.
Sobre suas ações, o próprio funcionário cria diversas expectativas, tanto para seu papel,
quanto para o papel de todos os outros elementos que fazem parte da organização como um
capítulo 7 • 267
todo, e ainda transmitindo-as a todos indivíduos participantes. Apesar de essa relação ser
inevitável, ela pode tanto alterar como reforçar seu papel dentro da instituição. Logo, uma
organização pode ser definida como um sistema de papéis nos qual indivíduos (ou no caso,
funcionários) agem como verdadeiros transmissores de papel e pessoas focais.
Até meados dos anos 1950 a teoria administrativa clássica pouco considerava o
ambiente externo das organizações. Não eram consideradas tanto questões de
flexibilidade das organizações quanto as mudanças do ambiente extraempre-
sa. As organizações eram definidas com sistemas bastante fechados, sendo que
a eficiência operacional era tida como o único meio para a empresa obter êxito
e de se tornar eficaz.
Atualmente, porém, as mudanças do ambiente externo à empresa além de
frequentes, ocorrem rapidamente. Por isso elas têm um impacto de longo al-
cance nas organizações. Os acontecimentos do meio externo podem facilmen-
te afetar a empresa e vice-versa, ao ponto que as organizações não podem mais
ser consideradas como sistemas fechados, mas como sistemas abertos. Neste
novo cenário as organizações devem ser permeáveis às mudanças do volátil am-
biente externo, ou seja o ambiente externo deve ser mais considerado quando
as empresas desenvolvem suas atividades.
As organizações são por definição sistemas abertos, pois não podem ser
adequadamente compreendidas de forma isolada, mas sim pelo inter-relacio-
namento entre diversas variáveis internas e externas, que afetam seu compor-
tamento. Tal como os organismos vivos, as organizações têm seis funções pri-
márias ou principais, que mantêm estreita relação entre si, mas que podem ser
estudadas individualmente.
São seis funções primárias ou principais de uma empresa que se inter-rela-
cionam, mas podem ser estudas isoladamente:
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b) Processamento: no animal, a comida é transformada em energia e su-
primento das células. Na organização, a produção é equivalente a esse ciclo
animal. Os materiais são processados havendo certa relação entre entradas e
saídas, em que o excesso é o equivalente à energia necessária para a sobrevivên-
cia da organização (transformação em produtos).
c) Reação ao ambiente: o animal que reage diante de mudanças ambien-
tais para sua sobrevivência deve adaptar-se as mudanças. Também nas organi-
zações reage ao seu ambiente, mudando seus materiais, consumidores, empre-
gados e recursos financeiros. As alterações podem se efetuar nos produtos, no
processo ou na estrutura (mudanças face ao mercado).
d) Suprimento das partes: os participantes da organização são supridos,
não só do significado de suas funções, mas também de dados de compras, pro-
dução, vendas ou contabilidade, e são recompensados principalmente sob a
forma de salários e benefícios.
e) Regeneração das partes: as partes do organismo perdem sua eficiên-
cia, adoecem ou morrem e devem ser regenerados ou recolocados no sentido
de sobreviver no conjunto. Os membros das organizações também podem ado-
ecer, aposentar-se, desligar-se da firma ou então morrer. As máquinas podem
tornar-se obsoletas. Ambos, os homens e as máquinas, devem ser mantidos ou
recolocados – manutenção e substituição.
f) Organização: administração e decisão sobre as funções;
Alterações
Alterações nas leis e
nas reservas regulamentos Condições de
de recursos competição
naturais
Materiais Produtos
Equipamentos Processamento Bens
Energia Serviços
Entrada Saída
Problemas Inovações
econômicos: Mudança das tecnológicas
inflação, renda, condições
crescimento sócio-políticas
capítulo 7 • 269
As organizações como Sistemas Abertos apresentam as seguintes
características:
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Diferenciação: As organizações como sistemas abertos podem adotar estra-
tégias para proporcionar a busca de diferenciais diante dos concorrentes.
Equifinalidade: Uma organização pode fabricar 1.000 pares de sapatos por
intermédio da utilização de diferentes meios, independentemente das condi-
ções iniciais (inputs), ou seja, ela pode alcançar o objetivo pretendido usando
uma multiplicidade de meios e métodos.
Ciclo de eventos: As organizações como sistemas abertos interagem de for-
ma permanente com o meio externo e, nesse sentido, podem constituir diferen-
tes ciclos de eventos para reconstituir os inputs, o processamento e os outputs.
Limites ou fronteiras: Todas as organizações atuam dentro de determina-
do território ou limite, os quais, por sua vez, demarcam a área de atuação das
empresas e, ainda, demonstram as interações que estas podem ter no ambien-
te: quanto mais interações a organização apresentar, maior o intercâmbio dela
com o ambiente direto e indireto.
capítulo 7 • 271
– Características básicas da análise sistêmica.
– Caráter integrativo e abstrato da teoria dos sistemas;
– O efeito sinérgico das organizações como sistemas abertos;
– O “homem funcional”;
– Uma nova abordagem organizacional;
– Ordem e Desordem;
O “Homem Funcional”
272 • capítulo 7
Uma Nova Abordagem Organizacional
A perspectiva sistêmica trouxe uma nova maneira de ver as coisas. Não somen-
te em termos de abrangência, mas principalmente quanto ao enfoque. O enfo-
que do todo e das partes, do dentro e do fora, do total e da especialização, da
integração interna e da adaptação externa, da eficiência e da eficácia.
Ordem e Desordem
REFLEXÃO
Na apreciação crítica da Teoria de Sistemas, verifica-se que essa abordagem trouxe uma
fantástica ampliação na visão dos problemas organizacionais em contraposição à antiga
abordagem do sistema fechado. Seu caráter integrativo e abstrato e a possibilidade de com-
preensão dos efeitos sinergísticos da organização são realmente surpreendentes. A visão do
capítulo 7 • 273
homem funcional dentro das organizações é a decorrência principal sobre a concepção da
natureza humana. Apesar do enorme impulso, a Teoria de Sistemas ainda carece de melhor
sistematização e detalhamento, pois sua aplicação prática é ainda incipiente.
LEITURA
Na apreciação crítica da Teoria de Sistemas, verifica-se que essa abordagem trouxe
uma fantástica ampliação na visão dos problemas organizacionais em contraposição à antiga
abordagem do sistema fechado. Seu caráter integrativo e abstrato e a possibilidade de com-
preensão dos efeitos sinergísticos da organização são realmente surpreendentes. A visão
do homem funcional dentro das organizações é a decorrência principal sore a concepção da
natureza humana. Apesar do enorme impulso, a Teoria de Sistemas ainda carece de melhor
sistematização e detalhamento, pois sua aplicação prática é ainda incipiente.
LEITURA
Artigo 1
Título: Uma Abordagem Sistêmica ao Mapeamento e Melhoria do Processo de Desen-
volvimento de Software Fonte: DONAIRES, O. Uma Abordagem Sistêmica ao Mapeamento
e Melhoria do Processo de Desenvolvimento de Software. Anais do 4º Congresso Brasileiro
de Sistemas – Centro Universitário de Franca UniFACEF – 29 e 30 de outubro de 2008.
Link: http://www.facef.br/quartocbs/artigos/B/B_132.pdf
Artigo 2
Título: Enfoque sistêmico na administração de investimentos Fonte: MONOBE, T. Enfo-
que sistêmico na administração de investimentos. Caderno de estudos, São Paulo, FIPECAFI,
v.10, n17, p 59-78, janeiro/abril 1998.
Link: http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/cad17/index_arquivos/titu5.pdf
Artigo 3
Título: A importância da visão sistêmica para articular ações ambientais na cadeia produ-
tiva coureiro calçadista: uma discussão sobre os resíduos do couro.
Fonte: CULTRI, C; ALVES, V. A importância da visão sistêmica para articular ações am-
bientais na cadeia produtiva coureiro calçadista: uma discussão sobre os resíduos do couro.
274 • capítulo 7
Anais do 4º Congresso Brasileiro de Sistemas – Centro Universitário de Franca Uni-FACEF
– 29 e 30 de outubro de 2008.
Link: http://www.facef.br/quartocbs/artigos/B/B_129.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AKTOUF, O. A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas, 1996.
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
DAFT, R. Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
ESPEJO, R.; SCHUHMAN, W.; SCHWANINGER, M.; BILELLO, U. Organizational Transformation and
Learning – a Cybernetic Approach to Management. John Wiley & Sons. Chichester. 1996.
GEROLAMO, M. C. Proposta de sistematização para o processo de gestão de melhorias e
mudanças de desempenho. São Carlos, 2003. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) -
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
MARTINELLI, D. P. Negociação empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. Barueri: Manole,
2002.
MAXIMIANO, A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2006.
RIBEIRO, A. L. Teorias da Administração. São Paulo: Saraiva, 2003.
capítulo 7 • 275