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Abordagem
Neoclássica da
Administração
No início da década de 1950, a teoria administrativa passou por um período
de intensa remodelação com um notável surto de desenvolvimento industrial
e econômico sem precedentes. O mundo das organizações ingressou em uma
etapa de grandes mudanças e transformações. Surgiram a televisão, o motor
a jato e o esboço das telecomunicações. O mundo organizacional já não seria
mais o mesmo. Período em que surgiu também a Teoria Neoclássica. Os au-
tores aqui abordados são: Peter F. Drucker, Ernest Dale, Harold Koontz, Cyril
O’Donnell, Michael Jucius, William Newman, Ralph Davis, George Terry, Mor-
ris Hurley, Louis Allen não se preocupam em se alinhar dentro de uma visão
comum. Na verdade, os autores neoclássicos não formam uma escola bem de-
finida, mas um movimento relativamente heterogêneo que recebe denomina-
ções como Escola Operacional ou Escola do Processo Administrativo. O termo
“teoria” acabou sendo o mais usado pelo seu caráter didático e facilidade de
apresentação.
A Administração por Objetivos, que, apesar de dar ênfase à função de planejar,
é um excelente exemplo da relação entre as funções da administração. A criação
da estratégia de uma organização tende a ser um exercício restrito à administra-
ção de alto nível. Mas um elemento do planejamento permeia o cargo de quase
todos, de presidentes a gerentes de projeto e supervisores: a fixação de objetivos.
OBJETIVOS
• Conhecer a Teoria Neoclássica da Administração, sua preocupação com a prática adminis-
trativa, sua ênfase nos objetivos e resultados;
• Compreender a administração como técnica social básica, por meio da qual o administra-
dor alcança resultados pelas pessoas com as quais trabalha;
• Conhecer as definições das funções do administrador que formam o processo administrativo;
• Compreender os princípios básicos da organização.
• Mostrar as origens da APO.
• Definir as características principais da APO.
• Mostrar a ênfase colocada nos objetivos e resultados (fins) e na busca da eficácia (otimi-
zação dos resultados).
• Proporcionar uma apreciação crítica a respeito da APO.
210 • capítulo 6
6.1 Teoria neoclássica da Administração
A Teoria Neoclássica é quase como uma reação à enorme influência da ciência
do comportamento no campo da Administração que ocorreu em detrimento
dos aspectos econômicos e concretos que envolvem as organizações. Os neo-
clássicos pretendem colocar as coisas nos seus devidos lugares. E, para tanto,
retomam grande parte do material desenvolvido pela Teoria Clássica, redimen-
sionando-o e reestruturando-o de acordo com as circunstâncias da época atual,
dando-lhe uma configuração mais ampla e flexível.
Apesar da influência das ciências do comportamento sobre a teoria admi-
nistrativa, os pontos de vista dos autores clássicos nunca deixaram de subsistir.
Apesar de todas as críticas aos postulados clássicos e aos enfoques tradicio-
nais da organização, os princípios de Administração, a departamentalização,
a racionalização do trabalho, a estrutura linear ou funcional, enfim, a aborda-
gem clássica nunca foi totalmente substituída por outra abordagem. Todas
as teorias administrativas posteriores se assentaram na Teoria Clássica, seja
como ponto de partida seja como crítica para tentar uma posição diferente. A
abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção da Teoria Clássica devi-
damente atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais e
ao tamanho das organizações de hoje.
Em outros termos, a Teoria Neoclássica representa a Teoria Clássica coloca-
da em um novo figurino e dentro de um ecletismo que aproveita a contribuição
de todas as demais teorias administrativas.
A abordagem neoclássica baseia-se nos seguintes fundamentos:
capítulo 6 • 211
todo o conhecimento para poder servir de fundamentação científica aos princí-
pios de Administração.
212 • capítulo 6
a toda organização dinâmica e bem-sucedida, pois devem planejar, organizar,
dirigir e controlar as operações do negócio.
Qualquer que seja a organização – indústria, governo, Igreja, exército, su-
permercado, banco ou universidade – apesar das diferentes atividades, os pro-
blemas de selecionar gerentes e pessoas, de estabelecer planos e diretrizes, ava-
liar resultados de desempenho e coordenar e controlar operações para alcançar
objetivos desejados são comuns a todas as organizações.
capítulo 6 • 213
dimensionada, estruturada e orientada. Assim, a Teoria Neoclássica considera
os meios na busca da eficiência, mas enfatiza fortemente os fins e resultados,
na busca da eficiência.
Segundo Peter Drucker, todas as instituições são organizações e tem uma di-
mensão administrativa comum em três aspectos principais:
EFICIÊNCIA EFICÁCIA
Ênfase nos meios Ênfase nos resultados
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EFICIÊNCIA EFICÁCIA
Treinar os subordinados Proporcionar habilidades aos subordinados
Manter as máquinas Máquinas disponíveis
Presença nos templos Rezar Prática dos valores religiosos - Ganhar o céu
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A autoridade, característica presente em todos os conceitos acima, tem seu
papel redefinido e se distingue por três categorias:
• Delegar a tarefa inteira. O gerente deve delegar uma tarefa inteira a uma
pessoa em vez de subdividi-la entre várias pessoas. Isso dá a cada indivíduo a
responsabilidade completa e aumenta sua iniciativa, enquanto proporciona ao
gerente melhor controle sobre os resultados.
• Delegar à pessoa certa. O administrador deve conciliar o talento da pes-
soa com a tarefa para que a delegação seja eficaz e avaliar os subordinados que
são independentes nas decisões e que desejam assumir responsabilidades.
• Delegar responsabilidade e autoridade. Designar apenas as tarefas não
constitui uma delegação completa. A pessoa deve ter responsabilidade para reali-
zar a tarefa e autoridade para desempenhar a tarefa da maneira que julgar melhor.
216 • capítulo 6
• Proporcionar informação adequada. A delegação deve incluir informa-
ção sobre o quê, por que, quando, onde, quem e como. O subordinado deve
compreender a tarefa e os resultados esperados.
• Manter retroação. Retroação significa linhas abertas de comunicação
com o subordinado para responder questões e proporcionar orientação, mas
sem exercer controle. A retroação dá ao subordinado a pista certa, e as linhas
abertas de comunicação aumentam a autoconfiança.
• Avaliar e recompensar o desempenho. O administrador deve avaliar os re-
sultados alcançados e não apenas os métodos. Quando os resultados não alcan-
çam as expectativas, o gerente deve mostrar os erros e consequências. Quando
alcançam ou ultrapassam as expectativas, o gerente deve recompensar o trabalho
bem feito com orgulho, recompensas financeiras e delegação de novas atividades.
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1. Centralização
A centralização enfatiza as relações escalares, isto é, a cadeia de comando. A
organização é desenhada dentro da premissa de que o indivíduo no topo possui
a mais alta autoridade e que a autoridade dos demais indivíduos é escalada para
baixo, de acordo com sua posição relativa no organograma. A cadeia escalar ou
cadeia de comando está intimamente relacionada com a unidade de comando.
Vantagens da centralização
1. As decisões são tomadas por administradores que possuem visão glo-
bal da empresa.
2. Os tomadores de decisão no topo são mais bem treinados e preparados
do que os que estão nos níveis mais baixos.
3. As decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais globais.
4. A centralização elimina esforços duplicados de vários tomadores de de-
cisão e reduz custos operacionais.
5. Certas funções - como compras e tesouraria permitem maior especiali-
zação e vantagens com a centralização.
Desvantagens da centralização
1. As decisões são tomadas na cúpula que está distanciada dos fatos e das
circunstâncias.
2. Os tomadores de decisão no topo têm pouco contato com as pessoas e
situações envolvidas.
3. As linhas de comunicação ao longo da cadeia escalar provocam demora
e maior custo operacional.
4. As decisões passam pela cadeia escalar, envolvendo pessoas intermedi-
árias e possibilitando distorções e erros pessoais no processo de comunicação
das decisões.
2. Descentralização
A descentralização faz com que as decisões sejam pulverizadas nos níveis
mais baixos da organização. A tendência moderna é no intuito de descentra-
lizar para proporcionar melhor utilização dos recursos humanos. O princípio
que rege a descentralização é assim definido: a autoridade para tomar ou ini-
ciar a ação deve ser delegada tão próxima da cena quanto possível.
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1. As decisões sejam tomadas nos níveis mais baixos da hierarquia.
2. As decisões mais importantes sejam tomadas nos níveis mais baixos da
hierarquia.
3. Menor a supervisão sobre as decisões tomadas.
Vantagens da descentralização
A descentralização permite que as decisões sejam tomadas pelas unidades situ-
adas nos níveis mais baixos da organização, proporcionando um considerável au-
mento de eficiência. As vantagens que a descentralização pode proporcionar são:
capítulo 6 • 219
6. Permite a formação de executivos locais ou regionais mais motivados e
conscientes dos seus resultados operacionais. A estrutura descentralizada pro-
duz gerentes gerais em vez de simples especialistas.
Desvantagens da descentralização
1. Falta de uniformidade nas decisões. A padronização e a uniformidade
favorecem a redução de custos operacionais. A descentralização provoca perda
de uniformidade nas decisões. Porém, reuniões de "coordenação" entre os es-
critórios centrais e o pessoal regional que desempenha a mesma função podem
reduzir esse problema.
2. Insuficiente aproveitamento dos especialistas. Em geral, os maiores es-
pecialistas de staff estão concentrados nos escritórios centrais. Com a descen-
tralização, a tendência é pensar que já não se necessita da assessoria da matriz.
O staff da matriz pode ser adequadamente utilizado desde que a direção defina
as relações entre a matriz e o campo de atividades, a fim de encontrar o melhor
equilíbrio entre as vantagens de aguardar a chegada do assessoramento supe-
rior e a ação no mesmo lugar.
3. Falta de equipe apropriada no campo de atividades. Ao proceder-se à
descentralização, deve-se prover o treinamento. O melhor meio consiste na de-
signação paulatina de funções, comprovando com regularidade a atuação para
certificar-se de que as funções existentes foram assimiladas antes de acrescen-
tar outras novas.
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Funções do Administrador segundo os Neoclássicos
→ Planejar
Planejar é o primeiro passo do Processo de Administrar, é pensar antes de
agir ou preparar as maneiras mais adequadas para a ação. Dessa forma, objeti-
va-se o melhor caminho para atingir os resultados esperados. Stoner (1999) diz
que planejar significa que os administradores pensam antecipadamente em
seus objetivos e ações, e que seus atos são baseados em um método, plano ou
lógica, e não em palpites. São os planos que dão à organização seus objetivos e
definem o melhor procedimento para alcançá-los.
De forma semelhante, Chiavenato (2000) diz que: o Planejamento figura como
a primeira função administrativa, por ser aquela que serve de base para as demais
funções. O Planejamento é a função administrativa que determina antecipada-
mente os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los.
O ato de planejar envolve sensibilidade ao mercado e à missão da organização além
de vários métodos e técnicas que tornam o planejamento realmente eficaz. Assim a
organização deixa de agir unicamente de maneira intuitiva e passa a atuar de forma
profissional e focada facilitando seu desenvolvimento e sustentabilidade.
Trata-se de uma função importante, porque contribui para o sucesso da or-
ganização como um todo e possibilita à organização adotar um comportamen-
to pro ativo em relação ao futuro.
Sem planos, os administradores encontrariam bastantes dificuldades na
sua liderança e se tornaria um exercício sem consistência, o que consequente-
mente afetariam toda a organização. O Planejamento é um processo conscien-
te e sistemático de tomar decisões sobre o objetivo que buscará no futuro, para
tanto há diferentes níveis de organizacionais.
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• No nível institucional ou estratégico, o planejamento envolve a determi-
nação dos objetivos;
• No nível intermediário, trata-se da alocação de recursos, traduzindo e in-
terpretando as decisões estratégicas, transformando-as em planos concretos
em nível departamental;
• No nível operacional, o planejamento desdobra os planos de táticos, de
cada departamento, em planos operacionais, de cada tarefa.
→ Organizar
Organizar é o segundo passo do Processo de Administrar, consiste em pro-
curar a melhor forma para executar o que foi planejado. Nesse momento é im-
portante a eficiência das operações.
Para Stoner (1999), organizar é o processo de arrumar e alocar o trabalho, a
autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que
eles possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma.
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Segundo Chiavenato (2000, p. 202), organizar consiste em:
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A escolha da estrutura organizacional adequada para a operacionalização
de determinada estratégia pode representar o sucesso ou o fracasso da ação da
organização. A estrutura organizacional fornece papéis e status, relacionados
com os cargos ou as funções do indivíduo na organização formal, é importante a
empresa desenvolver e cultivar valores que darão aos funcionários significados
pessoais, tornando-os mais seguros e conscientes das posições que ocupam.
A estrutura organizacional será modelada para cada organização, depen-
dendo do seu tamanho, objetivos, missão, etc.
O que influencia a modelagem da estrutura organizacional é a amplitude
administrativa, que diz respeito ao número de subordinados que um chefe
pode supervisionar com eficiência.
Os fatores que interferem na determinação da amplitude administrativa
ideal são: tecnologia utilizada; interdependência entre os subordinados; simi-
laridade entre as funções; qualificação dos subordinados.
A função de organização também estabelece a inter-relação entre os órgãos,
que pode ser uma relação hierárquica ou coordenativa. Podem-se construir os
seguintes modelos de estruturas organizacionais, baseando se no tipo de auto-
ridade disponível:
Organização Linear: é uma estrutura simples, baseada na autoridade line-
ar, em que as funções geralmente são dispostas em “uma organização de linha
em que a cadeia de comando é clara e descendente através dos níveis geren-
ciais”. Comporta chefes que devem entender um pouco de tudo; essa estrutura
promove e facilita a tomada de decisões, estabelecendo relações funcionais e
hierárquicas pouco complexas.
Organização Linha-Staff: permite a convivência da assessoria com as posi-
ções de linha, existe uma equipe de especialistas capaz de resolver questões mais
específicas, que demandem um nível de conhecimento mais profundo; Os ór-
gãos de linha concentram suas atividades no alcance dos objetivos e os órgãos de
staff concentram suas atividades na prestação de serviços especializados, acon-
selhamento e consultoria técnica, auxiliando a linha por meio de sugestões.
Cabendo assim autoridade hierárquica para os administradores de linha e
autoridade técnica ou funcional para os administradores de assessoria.
Há meios pelos quais a empresa opta para alcançar objetivos, em razão de
determinadas estratégias como o desenho de cargos e tarefas, especialização e
enriquecimento de cargos e desenho de cargos e pessoa.
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Por isso, o processo de organizar exige racionalização do trabalho objeti-
vando minimizar desperdícios e otimizar a produtividade para alcançar ótimos
resultados. Organizar significa buscar a melhor maneira para agir.
→ Liderar/Dirigir
Segundo Fayol, o papel da Direção consiste em Dirigir e Conduzir a empresa
no sentido de atingir os objetivos visados, razão de ser da empresa. Devendo
haver um único plano e um só diretor para dirigir todas as operações que tive-
ram o mesmo objetivo. Todos os esforços dirigidos ao mesmo alvo, devem estar
coordenados para uma autoridade.
Liderar é a função mais difícil de se definir, devido à sua complexidade e varie-
dade de conceitos. Esse trabalho não pretende fazer uma grande discussão sobre
aos diferentes estilos de liderança e suas influências. Em poucas palavras, liderar
é usar das habilidades técnicas, conceituais e principalmente humanas, para se
construir junto às pessoas o resultado esperado. Para Stoner (1999) liderar sig-
nifica dirigir, influenciar e motivar os empregados a realizar tarefas essenciais.
Chiavenato (2000) diz que: Definido o planejamento e estabelecida a organiza-
ção, resta fazer as coisas andarem e acontecerem. Este é o papel da direção (lide-
rança): acionar e dinamizar a empresa. A direção (liderança) está relacionada com
a ação, com o colocar-se em marcha, e tem muito a ver com as pessoas. Ela está
relacionada diretamente com a atuação sobre os recursos humanos da empresa.
Para que o planejamento e a organização possam ser eficazes, precisam ser
complementados pela orientação a ser dada ás pessoas por meio da liderança, e
essa orientação é dada pelo administrador no desempenho da função de direção,
função que se refere á relações interpessoais dos administradores com seus su-
bordinados. Por sua relação direta e constante com as pessoas, a habilidade mais
preponderante na liderança é a habilidade pessoal. Saber se comunicar sem ruí-
dos, ter sensibilidade e facilidade em se relacionar bem com as pessoas é impres-
cindível para que se possa construir e fazê-las construir os melhores resultados.
A função de direção está diretamente ligada a autoridade e poder. Poder é
o potencial para exercer influência, autoridade é o poder institucionalizado,
inerente ao papel de um cargo, a autoridade proporciona o poder, entretanto
o poder não proporciona necessariamente a autoridade. Mas ambos são mani-
festações de influência.
A função de direção nos diversos níveis hierárquicos assume aspectos dife-
renciados, a forma de exercer a função dependerá das características específi-
cas das tarefas desempenhadas nos diferentes níveis.
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A função de direção no nível operacional é chamada de supervisão, e suas as
características específicas são:
REFLEXÃO
A importância dos princípios neoclássicos
Os princípios neoclássicos têm um papel na Administração equivalente ao das leis nas
ciências físicas, pois visam demonstrar uma relação de causa-efeito. Enquanto a lei é uma
demonstração de certos fenômenos que ocorrem sob determinadas condições, o princípio
é uma proposição geral aplicável a determinados fenômenos para proporcionar guias para
a ação. Os princípios não devem ser usados de maneira rígida e absoluta, mas relativa e fle-
xível, porquanto devem ser aplicados a situações diversas, sujeitas a uma multiplicidade de
variáveis que independem do controle do administrador.
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Daí o nome de princípios gerais de Administração, pois devem ser aplicados em aspectos ge-
néricos, com base no bom senso do administrador. Ocasiões acontecem em que a aplicação de
um dos princípios pode contrariar a aplicação de um outro. O aspecto mais vantajoso ou mesmo o
bom senso deverá ser o critério na escolha do princípio mais adequado a uma situação.
→ Controlar
Para o Fayol, o controle significa verificar se os procedimentos do pessoal se
acordam com as regras e os princípios estabelecidos na empresa.
Estabelecendo padrões e medidas de desempenho que permitam assegurar
que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espe-
ra. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade
de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.
O controle compreende a verificação da compatibilidade entre a ação orga-
nizacional e o plano que a determinou.
O controle é a última função desempenhada, porque só é possível ocorrer
depois que as demais funções forem completadas; ele está intimamente ligado
ao planejamento, pois estabelece metas e métodos para atingi-las.
A função de controle é importante porque complementa as demais funções,
procurando garantir que os rumos da ação individual e grupal sejam compatí-
veis com os objetivos organizacionais.
O Processo de controle envolve quatro fases:
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A informação é à base do controle gerencial, deverão ser comunicadas de
uma forma correta, no tempo certo e pessoas certas. Um bom sistema de infor-
mação facilita muito cada uma das funções gerenciais, e principalmente úteis
quando se trata do planejamento e do controle.
REFLEXÃO
Apreciação Crítica da Teoria Neoclássica:
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O enfoque organizacional tem como objetivo estudar as organizações. Dentre os aspec-
tos focados estão as características das mesmas e a forma como elas se estruturam.
O primeiro autor a estudar as organizações, foi Max Weber que definiu o conceito de bu-
rocracia. De acordo com ele a burocracia é baseada em três princípios básicos: formalidade,
impessoalidade e profissionalismo.
Na verdade, as organizações não aplicam esses princípios da forma como propôs Weber
e em função disso, vários autores criticaram o conceito de burocracia e apresentaram pro-
postas alternativas.
Dentre as críticas à burocracia temos as disfunções que são: particularismo, patrimonia-
lismo, excesso de regras, excesso de hierarquia e mecanicismo.
Como proposta alternativa às ideias de Weber, Amitai Etzioni categorizou as organiza-
ções em função do tipo de poder exercido sobre as pessoas. Foram identificados três tipos
de organização: coercitiva, utilitária e mecanicista.
Antes da Segunda Grande Guerra, a Administração nos Estados Unidos era domi-
nada por princípios ditados por Taylor e Ford, que a viam como uma ciência (CA-
RAVANTES et al., 2005). Peter Druker, que vinha de uma formação liberal, optou
por vê-la como uma filosofia. Em vez de analisar cada tarefa em detalhe, ele buscou
princípios gerais da Administração subjacentes a todas as tarefas gerenciais. Em
lugar de simplesmente administrar processos, os administradores devem estabe-
lecer objetivos para, então, trabalhar em direção a eles (CARAVANTES et al., 2005).
capítulo 6 • 229
Administração por Objetivos (APO), é uma expressão cunhada por Peter
Druker em 1955, no livro The pratice of management. A APO indica um pro-
cesso participativo de estabelecimento de objetivos e avaliação do desempenho
das pessoas (MAXIMIANO, 2004).
O processo hierárquico, no qual o chefe simplesmente define os objetivos e
os transmite pela cadeia de comando abaixo, para depois avaliar o desempenho
da equipe, foi remodelado para que indivíduos de níveis inferiores da organiza-
ção pudessem participar do processo decisório (MAXIMIANO, 2004).
Para Peter Druker, teórico reconhecido em áreas como estratégia e empreende-
dorismo, as instituições somente existem para atingir algum objetivo. Para as empre-
sas privadas, esse objetivo é o desempenho econômico. Neste contexto, o adminis-
trador possui três reponsabilidades: a) atingir o desempenho econômico; b) tornar
o trabalho produtivo de modo que o desempenho seja atingido mais facilmente; c)
gerenciar os impactos que a empresa, como organização, tem em seu ambiente.
A APO é um processo pelo qual os vários níveis da estrutura organizacional
identificam objetivos comuns, definem as áreas de responsabilidade de cada
um em termos de resultados esperados e utilizam esses objetivos como guias
para sua atividade. Definindo as metas e objetivos em conjunto pelos gerentes e
subordinados, as responsabilidades são especificadas para cada um em função
dos resultados esperados, que passam a constituir os indicadores ou padrões
de desempenho sob os quais ambos serão avaliados (CHIAVENATO, 2003).
Esta teoria da administração está fundamentada em duas hipóteses básicas. Em
primeiro lugar, se alguém está muito interessado em uma meta, provavelmente irá
se esforçar mais para alcançá-la, do que se estivesse menos comprometido com ela.
A segunda hipótese, o princípio da profecia autorrealizável, afirma que sempre que
predizemos que algo vai acontecer, fazemos todo o possível para fazê-lo acontecer.
A APO tem por premissa que os indivíduos preferem ser avaliados de acor-
do com critérios objetivos e por padrões que consideram possíveis de atingir.
Nesse método, as pessoas devem participar do estabelecimento de metas e da
identificação dos critérios que serão usados para avaliar e recompensar seu de-
sempenho. Algumas das metas podem ser medidas em termos quantitativos
(como vendas, produção, volume, despesas ou lucros), enquanto outras serão
calculadas em termos qualitativos (como relações com os clientes, um plano de
marketing ou desenvolvimento de empregados).
A APO funciona hoje como uma abordagem amigável, democrática e parti-
cipativa servindo de base para os novos esquemas de avaliação do desempenho,
230 • capítulo 6
remuneração flexível e, sobretudo, para o alinhamento entre os objetivos da or-
ganização e os objetivos individuais (CHIAVENATO, 2003).
capítulo 6 • 231
c) Manter-se dentro dos princípios de administração. Focar nos alvos vi-
tais do negócio;
d) O objetivo deve ser difícil de ser atingido, mas não a ponto de ser
impossível;
e) O objetivo deve estar atrelado à maximização da riqueza dos acionistas,
que deve ser, para alguns autores, o objetivo único.
CURIOSIDADE
Estratégia e Tática
A diferença básica entre estratégia e tática reside nos seguintes pontos: em primeiro lu-
gar, a estratégia se refere à organização como um todo, pois procura alcançar objetivos orga-
nizacionais globais, enquanto a tática se refere a um de seus componentes (departamentos
232 • capítulo 6
ou unidades, isoladamente), pois procura alcançar objetivos departamentais. A estratégia se
compõe de muitas táticas simultâneas e integradas entre si. Em segundo lugar, a estratégia
se refere aos objetivos situados a médio e longo prazo. Para implementação da estratégia,
tornam-se necessárias muitas táticas que se sucedem ordenamente no tempo. Em terceiro
lugar, a estratégia é definida pela alta administração, enquanto a tática é da responsabilidade
da gerência de cada departamento ou unidade da empresa.
Fonte: Chiavenato (2003)
Balanced Scorecard
O título deste tópico não foi escolhido ao acaso: refere-se a parâmetros e crité-
rios direcionados às avaliações que permitem confirmar evolução e realização
de atividades ou de processos da organização ou, especificamente, de um dado
negócio.
Durante muitos anos, acreditou-se que alguns pontos da organização pos-
suíam grande dificuldade para a sua avaliação, por serem subjetivos. Para en-
tender melhor, imagine como ponderar o rendimento de um escritor que num
dia escreve 20 páginas e no outro escreve duas. Recorrendo à velha e boa mate-
mática, seria muito mais fácil medir seu trabalho, ou seja, em dois dias temos
22 páginas (20 páginas do primeiro dia somadas às duas páginas do segundo.
Isso significa dizer que temos um escritor capaz de produzir em média 11 pá-
ginas por dia, o que não constitui uma verdade na prática. Portanto, existem
outros fatores – como o emocional, a saúde, entre outros – que influenciam
positiva ou negativamente e não podem ser esquecidos e é neste ponto que o
Balanced Scorecard irá atuar (ARAUJO, 2007).
Esta nova arma para o sucesso na gestão organizacional estratégica foi
criada pelos professores de Harvard Business School Robert Kaplan e David
Norton, que divulgaram suas ideias com a publicação de um artigo na Harvard
Business Review, em 1992 (ARAUJO, 2007).
A proposta de Kaplan e Norton parte do pressuposto de que as empresas
constroem metas estratégicas, mas não desenvolvem um sistema amplo e di-
versificado de acompanhamento para o dia a dia da empresa e dos gestores di-
visionais. Assim, os autores propõem um sistema simples e eficiente de acom-
panhamento do desempenho da estratégia da empresa (ARAUJO, 2007).
capítulo 6 • 233
Os próprios autores fazem questão de enfatizar que, na realidade, um sistema
semelhante é utilizado na Europa, principalmente na França, já há mais de duas
décadas, denominado de “Tableau de Bord”, o qual tem por finalidade a iden-
tificação dos fatores-chave de sucesso, principalmente aqueles que podem ser
medidos por variáveis físicas. O Balanced Scorecard é um sistema de informação
para gerenciamento da estratégia empresarial. Traduz as estratégias da empresa
em medidas de desempenho financeiras e não financeiras (PADOVEZE, 2003).
234 • capítulo 6
A seguir as dimensões do Balanced Scorecard:
Financeiro
Para ter sucesso
financeiramente, como nós
devemos aparecer para os
nossos investidores?
Aprendizado e crescimento
Para alcançar nossa visão,
como sustentar a habilidade
de mudar e progredir?
1. Tradução da visão;
2. Comunicação e comprometimento;
3. Planejamento de negócios e;
4. Feedback e aprendizado.
capítulo 6 • 235
Comunicação e comprometimento permitem aos gestores comunicar sua estratégia,
ao longo de todo o sistema empresa e ligando os objetivos empresariais aos departa-
mentais e individuais. O Scorecard proporciona aos gestores uma forma de assegurar
que todos os níveis da organização atendam às estratégias de longo prazo e que tanto
os objetivos departamentais quanto os individuais estejam alinhados entre si.
1. Indicadores financeiros:
• Retorno sobre o investimento/ Valor Econômico Adicionado;
• Lucratividade;
• Aumento/ mix de receita e;
• Redução de custos.
236 • capítulo 6
3. Medidas essenciais de aprendizado e crescimento
• Satisfação dos funcionários;
• Retenção dos funcionários;
• Lucratividade por funcionário e;
• Produtividade por funcionário.
capítulo 6 • 237
ou vendas sobre as atividades de compras, de produção e administrativas e sobre
o número de funcionários que precisam ser contratados desempenhar todas es-
sas funções. Então, o orçamento é uma ferramenta de coordenação e integração
das atividades da organização e ajuda identificar problemas de coordenação. Por
exemplo, suponha que a força de vendas planeje ampliar as vendas significativa-
mente. Comparando os planos de venda com a capacidade de produção, os pla-
nejadores podem descobrir que a capacidade fabril instalada é insuficiente para
apoiar o nível planejado de vendas. Sistemas computacionais de alta velocidade
são inestimáveis nesse papel de coordenação, porque eles permitem aos plane-
jadores simular facilmente, o impacto de várias alternativas excludentes sobre o
desempenho da empresa, entendendo que o termo desempenho não está ligado
somente às questões financeiras (ATKINSON et al., 2000).
O estabelecimento do orçamento aglutina objetivos, planos, decisões e ava-
liação de desempenho de empregados. As inter-relações do orçamento com os
relatórios contábeis e com o processo decisório da administração encontram-
se na figura a seguir.
Organização Indivíduo
Condições projetadas
para o período de Expectativas e
orçamento crenças do indivíduo
Orçamento
238 • capítulo 6
Segundo Padoveze (2003), os propósitos gerais que devem estar contidos no
plano orçamentário podem ser:
capítulo 6 • 239
Orçamento Participativo X Ditatorial
240 • capítulo 6
Resultados do Orçamento
2. Plano de produção
6. Plano de capacidade
4. Política de estoques 5. Plano de produção
produtiva
capítulo 6 • 241
1. Plano de vendas (caixa 2) identifica o nível planejado de vendas;
2. Plano de gastos de capital (caixa 3) especifica os investimentos de capi-
tal a longo prazo, tais como máquinas e equipamentos, que devem ser realiza-
dos para atender aos objetivos de capacidade produtiva desejados;
3. Plano de produção (caixa 5) programa todas as necessidades de produção;
4. Plano de aquisição de materiais (caixa 7), programa todas as atividades
de compras, que está ligado por sua vez, as decisões de estocagem;
5. Plano de contratação e de treinamento de mão de obra (caixa 8) espe-
cifica o número de pessoas que a empresa deve contratar, treinar ou despedir
para alcançar os objetivos de suas atividades e;
6. Plano de gastos administrativos e discricionários (caixa 9) inclui admi-
nistração, assessoria, pesquisa e desenvolvimento e publicidade (ATKINSON,
2000).
242 • capítulo 6
suas funções. Por isso, as metas específicas tendem a limitar o potencial das pes-
soas, por não levarem seus esforços à melhoria constante. No outro extremo, me-
tas exigentes demais, especialmente quando ditadas sem a participação dos ges-
tores, levam os indivíduos a manipular ou falsear dados a fim de as alcançarem.
Uma pesquisa da Bausch & Lomb, como exemplo, constatou que os geren-
tes de divisão se dedicavam a numerosas práticas questionáveis – tais como in-
flar receitas por meio de vendas falsas, despachar produtos que nunca foram
pedidos e obrigar os distribuidores a ficar com mercadorias não desejadas –,
em grande parte porque o presidente da companhia insistia para que os geren-
tes alcançassem objetivos de crescimento anual de dois dígitos, demitindo os
que não o conseguiam (ROBBINS, 2000).
Essas críticas às metas específicas são potencialmente corretas. Mas podem
ser superadas. Uma das alternativas é que os gerentes se certifiquem de que os
funcionários possuem metas múltiplas e que se dediquem tanto à qualidade
como à quantidade da produção. Um trabalhador ou equipe de produção devem
ser avaliados quanto ao número de produtos rejeitados e também quanto ao total
que produzem, ou seja, um indicador da eficiência do trabalhador. Do mesmo
modo, avaliar o número de reclamações registradas contra funcionários do aten-
dimento acrescenta uma meta de qualidade à avaliação de desempenho.
Outra solução é tratar a fixação de metas como uma atividade contínua, me-
tas essas regularmente revisadas e atualizadas. Além disso, os indivíduos que
estabelecem metas difíceis devem ser recompensados, mesmo que elas não se-
jam inteiramente alcançadas. Metas tendem a limitar mais o esforço individual
quando as pessoas acreditam que serão castigadas por não alcançá-las, o que
traria o incentivo para que se fixassem metas mais fáceis de serem atingidas.
Por isso, os funcionários devem ser encorajados a estabelecer metas ambicio-
sas que ampliem suas qualificações, e não devem ser levados a temer as reper-
cussões caso falhem (ROBBINS, 2000).
REFLEXÃO
Críticas quanto aos objetivos
Essas críticas às metas específicas são potencialmente corretas. Mas podem ser supera-
das. Uma das alternativas é que os gerentes se certifiquem de que os funcionários possuem
metas múltiplas e que se dediquem tanto à qualidade como à quantidade da produção. Um tra-
balhador ou equipe de produção devem ser avaliados quanto ao número de produtos rejeitados
e também quanto ao total que produzem, ou seja, um indicador da eficiência do trabalhador. Do
capítulo 6 • 243
mesmo modo, avaliar o número de reclamações registradas contra funcionários do atendimen-
to acrescenta uma meta de qualidade à avaliação de desempenho. Outra solução é tratar a fixa-
ção de metas como uma atividade contínua, metas essas regularmente revisadas e atualizadas.
Além disso, os indivíduos que estabelecem metas difíceis devem ser recompensados, mesmo
que elas não sejam inteiramente alcançadas. Metas tendem a limitar mais o esforço individual
quando as pessoas acreditam que serão castigadas por não alcançá-las, o que traria o incentivo
para que se fixassem metas mais fáceis de serem atingidas. Por isso, os funcionários devem ser
encorajados a estabelecer metas ambiciosas que ampliem suas qualificações, e não devem ser
levados a temer as repercussões caso falhem (ROBBINS, 2000).
LEITURA
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Disponível em:http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0942/economia/
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Artigo 2:
Título: Entendendo o futebol como um negócio – um estudo exploratório
LEONCINI, Marvio Pereira; SILVA, Márcia Terra da. Entendendo o futebol como um negó-
cio: um estudo exploratório. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art-
text&pid=S0104-530X2005000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 08 mar. 2010.
doi: 10.1590/S0104-530X2005000100003.
Artigo 3:
Desafios gerenciais para a reconfiguração da administração burocrática Brasileira
REZENDE, Flávio da Cunha. Desafios gerenciais para a reconfiguração da administração
burocrática Brasileira. Sociologias, Porto Alegre, n. 21, jun. 2009 . Disponível em <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-45222009000100014&lng=pt&nrm=i-
so>. acessos em 08 mar. 2010. doi: 10.1590/S1517-45222009000100014.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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