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CONTABILIDADE

GERENCIAL
Como as Teorias Institucional, Psicológica e da Contingência
influenciam a Contabilidade Gerencial
Introdução

• A Teoria Clássica;
• A Teoria das Relações Humanas;
• Pode-se definir como sistema de contabilidade gerencial aquele que, segundo
Iudícibus (1998, p. 22), tem como objetivo primordial suprir exclusivamente a
demanda de informações da administração da empresa, utilizando-se para atingir
seus objetivos conceitos derivados não apenas da contabilidade tradicional, mas
também da engenharia, da administração de empresas e de outras áreas de
conhecimento, tais como as teorias Institucional, Psicológicas e da Contingência,
que contribuem positivamente para o modelo decisório utilizado pelo
administrador, usuário dos resultados apresentados.
• O ser humano não é racional.
• Entender como a prática gerencial é construída a partir das relações entre os
indivíduos e o processo de mudança e adaptação da organização nesse âmbito.
A Teoria Institucional

• Advém da Economia, Sociologia e da Ciência Política.

• Possui três correntes fundamentais: a Velha Economia Institucional (VEI), a Nova


Economia Institucional (NEI) e a Nova Sociologia Institucional (NSI).

• Ponto em comum: entender o papel central exercido pelas instituições no


comportamento humano nas atividades sociais.

• A instituição é um conjunto de crenças, formas de agir, de regular, de


compreender a realidade, que pauta a atividade humana em uma sociedade, tal
como as leis de um país, o tipo de cultura de uma empresa ou o conjunto de
normas existentes em um órgão governamental.
A Teoria Institucional

Velha Economia Institucional (VEI)


• Rompe com a teoria neoclássica de que o homem é um ser dotado de racionalidade
extrema, abstraído de valores, aspectos históricos e concepções culturais.
• O individuo é o centro da análise.
• Ele afeta a construção das instituições e é modelado por ela.
• O ponto central sobre o qual repousa a teoria institucional é a ideia de hábitos de um
grupo de pessoas: a instituição é estruturada a partir de rotinas e as rotinas dependem
de hábitos. Os hábitos caracterizam-se como uma tendência para se engajar em formas
de ação anteriormente adotadas. Formalizados e institucionalizados, os hábitos formam
as rotinas que, por sua vez, moldam as instituições.
• A sua aplicação buscou responder essa questão: Por que muitas inovações em
contabilidade gerencial não tem tido sucesso em sua implementação? (Balanced
Scorecard, por exemplo).
• “Rotineirizar”, legitimar, incorporar no dia-a-dia = institucionalizá-las.
A Teoria Institucional

Nova Economia Institucional (NEI)


• Não rompe com a teoria neoclássica, mas adiciona premissas mais realistas ao
seu modelo.
• O ser humano não age racionalmente em todas as suas ações. É racional, mas
com capacidade cognitiva restrita.
• Sendo assim, vemos tais indivíduos atuando sob instituições econômicas que
estruturam seu comportamento.
• Instituições = elementos formais + informais.
• Teoria da transação na explicação do comportamento das empresas: é mais
barato realizar transações a partir de organizações do com pessoas individuais.
A Teoria Institucional

Nova Sociologia Institucional


• Estuda como ambiente institucional afeta o comportamento das organizações.
• Seu foco é descobrir como o impacto do ambiente externo afeta o contexto de
adoção das práticas de contabilidade gerencial.
• A neoclássica acreditava que a adoção de novos modelos de gestão se dava
devido à necessidade econômica e de racionalização de custos.
• A NSI acredita que, pressões da comunidade em que a empresa atua, modismos
gerenciais dos “gurus”, a necessecidade de ser bem vista pela sociedade, é quem
impacta na adoção de novos modelos gerenciais.
• Adaptabilidade, ou seja, isomorfismo.
A Teoria Psicológica

• A Teoria Psicológica pode ajudar a compreender como as pessoas afetam ou são


afetadas pela contabilidade gerencial no âmbito cognitivo, social e
motivacional.
• A psicologia cognitiva está preocupada com os processos internos envolvidos em
extrair sentido do ambiente e decidir que ação deve ser apropriada. Além disso,
questões relativas a forma com as pessoas tomam decisões têm sido objetivo dessa
área. (Memória, aprendizado, feedback, linguagem, raciocínio e pensamento; e
questões relacionado à julgamento e tomada de decisão);
• A psicologia social se preocupa em como as pessoas são impactadas pelo
comportamento de outras, compreendendo pensamentos, sentimentos e ações.
(Teoria da identidade social, dos papéis, da justiça e equidade e a teoria da
honestidade);
• A psicologia motivacional refere-se aos fatores internos do individuo
(necessidades, desejos e interesses) que ativam, mantêm e direcionam o
comportamento.
A Teoria da Contingência

• Diz que não existe soluções únicas para a resolução de problemas organizacionais.
• Não há uma estrutura organizacional única que seja efetiva para todas as organizações,
dependem de fatores como estratégia e tamanho da empresa.
• Quais variáveis afetam a configuração organizacional?
• Ambiente externo, estratégia competitiva e missão, tipo de tecnologia, tamanho e
variáveis do setor, conhecimento e fatores observáveis.
• Sob a ótica da Teoria da Contingência cada empresa é única e possui especificidades e
características que demandam um desenho de um modelo de contabilidade gerencial.
(Ver figura 1).
• Para a teoria contingencial, a contingência causa a estrutura. Assim sendo, as
incertezas do ambiente provocam as mudanças e estas alteram a estrutura, na busca
constante por conformidade. No entanto essa teoria vem sendo contestada, considera-
se que o grau de controle do mercado na qual a organização opera, ela pode tomar as
decisões de forma a alterar as contingências para que essas se adaptem a sua estrutura.
Ambiente Ambientes mais turbulentos e hostis fazem com que as empresas enfatizem
externo sistemas formais de controle, como o orçamento; ambientes incertos fazem
com que os sistemas de controle financeiro sejam utilizados com mais
flexibilidade e baseados em relações interpessoais.

Tecnologia Organizações com alto nível de padronização de seus processos possuem


ênfase em seu processo de controle e baixa ocorrência de folga orçamentária;
organizações com alto nível tecnológico e incerteza na tarefa dão pouca
ênfase a controles formais e estimulam maior participação no orçamento.
Nesse caso, os controles são mais informais e pessoais.

Estrutura Grandes organizações, com estrutura descentralizada, utilizam controles mais


organizacional formais como orçamento; empresas descentralizadas costumam utilizar
sistemas de controle gerenciais mais agregados; estrutura baseada em times
está relacionada a maior participação e à utilização de métricas de
performance compreensivas (grupo)

Tamanho O tamanho da organização está associado com sistemas de controle gerenciais


mais sofisticados
Estratégia Empresas com estratégias caracterizadas como conservadoras ou liderança de
custos utilizam mais controles formais do que empresas que têm como
estratégia de diferenciação ou crescimento
Considerações Finais

• A prática da contabilidade gerencial pode ser explicada em parte pela teoria


institucional, considerando que os hábitos e rotinas possuem suas raízes
conceituas na dimensão sociológica e de cultura organizacional.
• Por outro lado, podemos explicá-la também sob a ótima das teorias psicológicas
que compreende o individuo em sua complexidade de ações e reações dentro do
ambiente organizacional.
• E, por sua vez, sob o enfoque da teoria da contingência, na qual fatores externos
surgem e com eles as novas práticas que devem ser implementadas.
• O enfoque contingencial fornece elementos importantes para a explicação de
mudanças nas práticas da contabilidade, deve-se, no entanto, manter a
racionalidade, ou seja, a partir do momento que se tenha consciência dos fatores
contingentes presentes, podem os gestores implementar as práticas contábeis
que melhor se encaixem a nova realidade.
Considerações Finais

• A contabilidade gerencial continua sendo uma forma cada vez mais eficaz de
controle e gestão de uma empresa. Num mundo em constantes mudanças, quer
seja de ambiente, processos ou mesmo de pessoal, é preciso estar preparado e
entender a mudança como sendo um fato normalmente positivo e oportunidade
de crescimento.

• As contingências continuarão a existir. Portanto, es teorias apresentadas servem


como fator de explicações para as mudanças no âmbito das organizações, é bem
verdade que tais alterações não se resumem à ocorrência de fenômenos
explicados apenas por elas, mas as mesmas conseguem relatar em boa parte o
processo de mudança e sua relação com a teoria da contabilidade gerencial.
Referencias Bibliográficas

• http://www.revistas.usp.br/rcf/article/view/34192/36924

• http://www.congressousp.fipecafi.org/anais/artigos72007/486.pdf

• PARISI, C.; MEGLIORINI, E. – Contabilidade Gerencial – São Paulo: Atlas 2011

• FREZATTI, F.; ROCHA, W.; NASCIMENTO, A. R. do; JUNQUEIRA, E. – Controle Gerencial: uma abordagem da
contabilidade gerencial no contexto econômico, comportamental e sociológico – São Paulo: Atlas 2016

• EQUIPE BRASIL ESCOLA - Abordagem contingencial da administração – 2018. Disponível em:


https://monografias.brasilescola.uol.com.br/administracao-financas/abordagem-contingenial-administracao.htm.
Acessado em: 15/05/2018

• Controle gerencial: uma abordagem da contabilidade gerencial no contexto econômico, comportamental e


sociológico / Fábio Frezatti... [et al.]. – São Paulo: Atlas, 2009.

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