Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Roteiro de Estudos
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes conteúdos:
Clima, orientações de gestão e valores organizacionais;
O gestor e modelos de gestão;
Cotidiano organizacional e cultura organizacional.
Disparador
Qual a influência da cultura organizacional nas práticas de gestão das organizações?
Organizações modernas praticam modos de operacionalizar a sua estratégia de forma igual a das
empresas mais conservadoras?
Introdução
Esta unidade propõe-se a pensar práticas de gestão da cultura e sua intersecção nos processos de gestão
na organização. Este propósito tem como pano de fundo os estudos até o momento desenvolvidos no livro
e a articulação com outros campos de estudos abordados em outras disciplinas do curso.
Não se pretende aqui promover um amplo estudo de práticas de gestão, mas sim pensar a cultura como
algo não tangível, mas fundamental para a efetividade dos processos organizacionais.
Qualquer organização, como já comentado, possui uma estrutura e um modo de operar que dá a ela uma
identidade, uma marca que se perpetua em suas relações internas e externas, as quais podem se
transformar a partir de demandas externas, do meio ou, também, de suas demandas internas.
Cultura Organizacional (80h): Cultura e Práticas Organizacionais 1 / 12
O modo de operar da organização estrutura-se a partir de vários fatores. Alguns por uma gestão das
relações pautadas no processo, nas relações interpessoais, nas relações com o mercado ou, ainda, nas
ações que buscam resultados.
Evidente que na organização todos estes modos de operar se fazem presentes, mas, devido ao contexto da
organização e do mercado, uma destas modalidades poderá estar mais intensificada para manter a
sobrevivência da organização. Entretanto, mesmo com estas variações nos modos de gerir o negócio há
algo que permanece, que permite afirmar: esta organização é assim.
Alguns denominam de identidade, outros de marca e imagem no mercado ou de valores do grupo, outros
denominam de cultura organizacional.
Neste momento, vamos procurar compreender este algo que dura e como se articula e contribui na
dinâmica da organização: a cultura organizacional.
Assista ao vídeo abaixo, onde a Prof.ª Tânia Bischoff conversa com a Prof.ª Joyce Pernigotti sobre a Cultura
Organizacional.
O eixo vertical relaciona-se a ter uma visão de negócios pautada por uma compreensão do cotidiano com
mais flexibilidade ou com maior controle. O eixo horizontal parte da visão do negócio em que o gestor foca
suas ações somente nos processos internos, os de dentro da organização, ou preocupa-se com o meio do
qual a organização faz parte, o ambiente externo.
A partir destes eixos, quatro modelos são identificados:
Processos Internos;
Relações Humanas;
Sistemas Abertos;
Metas Racionais.
Cada um destes modelos subdivide-se em dois a partir de sua proposta de intervenção, conforme imagem
a seguir.
As organizações são sensíveis ao ambiente pelo impacto que geram neste e como este interfere no seu
modus operandi, é um aprendizado que se faz pela capacidade de adaptação ao mundo exterior à
organização. Esta dinâmica, mesmo sendo de pluri e multidimensional, mantém certa coesão viabilizada por
crenças e valores, que dá a esta uma persona, a identidade organizacional.
As organizações, para se perpetuarem, desenvolvem mecanismos de sobrevivência ao longo do tempo,
sendo um deles estrutural, que é a sua gestão financeira, o que permite sua evolução e continuidade.
Estabelecem, também, relações com pessoas e instituições dentro e em torno de si mesma, mantendo um
grau de tolerância para se manter viva.
Alguns teóricos compreendem como a ecologia da organização, ou seja, os modos desta organização
interagir com o seu meio para manter-se viva. Os gestores estão em constante aprendizado nas
organizações e necessitam desenvolver competências para administrar o ambiente complexo e dinâmico da
organização.
A partir dos modelos propostos por Quinn (2003), são apresentados estilos de gestão, as competências
requeridas nestes estilos e como eles podem contribuir para operacionalizar a gestão organizacional.
Não existe um modelo puro de gestão, mas sim um conjunto de modos de trabalhar e de relacionar-se
que atendem às demandas organizacionais.
No quadro abaixo são relacionadas competências que caracterizam estilos de gestão e em que processos
desta as mesmas são necessárias.
Estilo de
Competências São utilizadas nos processos da organização
Gestão
Compreensão
de si e dos Gerenciar processos de recursos humanos.
outros; Fazer coaching, orientar pessoas para o trabalho.
1. Mentor Eficaz na Planejar ações de desenvolvimento humano.
comunicação; Coordenar reuniões.
Desenvolve Gestionar situações de conflitos no dia a dia da organização.
pessoas.
Monitora
desempenho
individual;
Gerencia
desempenho e
processos Trabalhar em processos de qualidade e de aferição dos resultados.
3. Monitor coletivos; Controles e dados de resultados do desempenho organizacional.
Pensamento Gerenciar processos de BSC - balanced scorecard
crítico ao
analisar
informações;
Gerencia
projetos;
4. Planeja o
trabalho; Realizar e gestionar planejamento estratégico.
Coordenador
Gerência
multidisciplinar.
Desenvolve e
comunica de
forma eficaz a
visão; Promover a mudança a partir de parâmetros identificados no
Estabelece planejamento estratégico.
5. Diretor
metas e Negociador e articulador da mudança organizacional.
objetivos; Hábil para controles e atingimento de metas e resultados.
Planeja e
organiza.
Constitui e
mantém uma
base de poder;
Negocia Articulador das relações, dentro e fora da organização.
7. Negociador acordos e Negociador junto ao mercado de projetos que promovam o
compromissos; desenvolvimento e a produção nos negócios.
Apresenta
ideias.
Convive com a
mudança; Ideal para situações de crise em que são necessárias mudanças
Pensamento significativas, agir. Identifica oportunidades, cria novas estratégias
8. Inovador criativo; para lidar com problemas já conhecidos, ousado, estimula os outros
Gerencia a para a ação.
mudança.
As competências elencadas que são necessárias para a efetivação do trabalho na organização não são
algo estático e nem podem ser concebidas de forma fragmentária.
Como já comentamos, estar vivo é algo complexo e dinâmico. As organizações são vivas porque nelas a
vida acontece através das relações entre as pessoas, as quais são articuladas por diferentes aspectos como
tecnologias, regras e práticas de relacionamento, desejos e necessidades, dentre outros fatores que,
conforme o processo em questão na organização, torna necessário sintonizar modos de agir x processos x
cultura organizacional.
Esta última modela a dinâmica organizacional e os modos de operar e transitar dos indivíduos na
organização.
Assista ao vídeo abaixo, onde a Prof.ª Tânia Bischoff conversa com o Prof. Nilson Varella Rubenich sobre as
relações existentes entre Cultura e Gestão.
Considerações Finais
A cultura é atravessada pela dinâmica que se produz nas ações dos indivíduos, que, por sua vez, trazem para
a organização modos de existir, definido pelo corpo, valores, expectativas, conhecimentos e competências
que produzem e efetivam um modo de existir.
Este modo de existir é dinâmico e em constante mudança. Este conceito provoca outro posicionamento
sobre o conceito de resistência à mudança.
Esta unidade preocupou-se em explicitar que a organização é complexa, composta por várias forças em
constante interação, na qual nada é estático e sim movimento constante, ou seja, está em constante
mudança para manter-se viva.
Aos gestores cabe outra visão quando referem que há resistência à mudança, pois, provavelmente, a
resistência existe porque talvez não seja necessária, não esteja totalmente compreendida por que deve
mudar ou por que não seja uma mudança.
Referências
DE GEUS, Arie. A empresa viva. São Paulo: Campus, 1999.
Créditos
Para referenciar este material, utilize:
COSTA, Luis A.; BISCHOFF, Tânia G. Cultura Organizacional [Recurso Eletrônico]. Osório: CNEC EAD, 2014.