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2018/2019
1. A gestão e as organizações
Gerir é criar organizações que adicionem valor aos recursos que utilizam, sendo que esse valor é
subjetivo. Existem dois tipos de organizações: as lucrativas e as não lucrativas.
A gestão ocorre quando uma pessoa assume a responsabilidade sobre uma atividade de modo
consciente e tenta que ela resulte numa parte de um processo da produção de um produto/serviço ou
resulte no próprio produto/serviço.
Gestão é o processo de coordenação das atividades de trabalho de forma a serem cumpridas com
eficiência (obter o máximo de output com o mínimo de input – “Doing things right”) e eficácia (cumprir
os objetivos – “Doing the right things”)
Gestor
Gestores intermédios Coordena o trabalho das equipas de base em função dos planos definidos
Gestores de base / Gestores de 1ª linha É todo o gestor que gere o trabalho dos que estão diretamente envolvidos na
produção ou criação de serviços da organização
Executantes
A gestão é uma área bastante abrangente: contabilidade, finanças, logística, recursos humanos e
marketing.
• Interpessoais – reflete as relações que o gestor estabelece com as pessoas com que se relaciona
dentro e fora da organização
1. Figura de Proa – representa a organização
2. Líder – diz respeito à relação dos gestores com as pessoas o que inclui motivar, comunicar
3. Elo de ligação – contatos com pessoas de fora da unidade onde trabalha
2. Modelos de gestão
Um modelo é uma simplificação da realidade complexa, focando-se nos seus elementos essenciais e
na relação entre eles e como é que as mudanças os afetam.
Nenhum modelo oferece uma solução completa, cada situação é única. Os modelos são desenvolvidos
em resposta a diferentes circunstâncias.
Modelos Racionais
Dentro dos modelos racionais destacamos Taylor que propôs a Teoria da Gestão Científica com o
objetivo de organizar a produção da fábrica de forma eficiente. Taylor utilizou métodos científicos para
selecionar o melhor caminho (“One and only best way”) e aumentar a eficiência do trabalhador,
maximizando os resultados. Considerou os seguintes princípios:
• Promoção da investigação cientifica na empresa
• Seleção cuidadosa e preparação dos trabalhadores para a realização do trabalho no qual
revelem mais aptidão, utilizando ainda incentivos financeiros individuais
• Estandardização de processos
Outros autores olharam para a organização como estruturas e hierarquias, preocupando-se com
formas objetivas de decisão, regras e procedimentos. Destacam-se Max Webber e Henri Fayol.
Henri Fayol, desenvolveu a Teoria da Gestão Admistrativa na qual mostrou a sua preocupação em
tornar a gestão mais efetiva, propondo um conjunto universal de funções de gestão (PLOC). Criou 14
princípios para organizar o negócio como um todo, sendo que devem ser aplicados de forma flexível
e adaptados de acordo com as circunstancias: planear, organizar, comandar, coordenar, controlar,
divisão do trabalho, autoridade, disciplina, unidade de comando, unidade de direção, subordinação do
interesse individual ao interesse geral, remuneração pessoal, centralização, cadeia de comendo,
ordem, equidade, estabilidade do pessoal, iniciativa, “esprit de corps”.
Este modelo foca-se nas pessoas enquanto seres sociais com diversas necessidades (não materiais).
Mary Follet considerou que se deve confiar na burocracia desde que as pessoas possam analisar os
seus problemas e implementar as suas soluções. No entanto defendeu que a burocracia devia ser
substituída pelas redes e grupos nos quais as pessoas resolvem problemas revelando assim a
importância da criatividade e do trabalho de grupo.
Elton Mayo levou a cabo diversas experiências numa fábrica, para testar e compreender os vários
fatores que afetam o comportamento humano nas organizações. Conclui que as condições de trabalho
afetam a produtividade dos trabalhadores, assim como a vida pessoal afeta o seu trabalho, desta
forma, as chefias devem pensar nas pessoas de forma diferente. Introduziu assim a ideia do “social
man” em oposição ao “economic man” das teorias anteriores.
Segundo a visão dos valores contrastantes de Quinn (2003) deve-se agrupar todos os modelos de
modo a obter uma melhor compreensão de cada situação.
Meio competitivo, Porter e o modelo das cinco forças (Variáveis da envolvente transacional
/ imediato / indústria / Ambiente geral (micro) / ambiente interno )
Porter considerava que a intensidade das cinco forças determina a rendibilidade das empresas a partir
dos seus efeitos nos preços, custos e requisitos de investimentos.
1. Quanto menos participantes, menor será o lucro – a entrada de novos participantes depende
se conseguirem ultrapassar as barreiras:
o Existência de economias de escala
o Alto investimento em capital
o Falta de canais de distribuição
o Subsídios concedidos às empresas já existentes
o Fidelidade dos clientes às marcas já existentes
2. Maior concorrência significa menos lucro (aviação, Nokia) – quando ocorrem menos lucros?
o Muitas empresas num determinado setor
o Custos fixos elevados
o Crescimento lento dos mercados
o Barreiras de saída (lealdade e negócios de família, mão de obra intensiva)
3. Maior poder de negociação dos clientes significa menos lucro para o vendedor
(supermercados) – o poder dos clientes aumenta quando:
o Compram uma grande percentagem dos produtos ao vendedor
o Existem muitas alternativas quer a nível de produtos que a nível de vendedores
o O produto representa uma elevada percentagem dos custos do produtor, criando
incentivo à procura de alternativas
o Custos de mudança para outros fornecedores é baixo
4. Maior poder de negociação do fornecedor, menor lucro para o comprador (marcas de luxo,
software) – o poder dos fornecedores é elevado quando:
o Existem poucos fornecedores
o O produto é diferenciado
o Custos de mudança são elevados
o Os fornecedores podem ameaçar competir com os seus próprios clientes
5. Quanto mais fácil for de substituir, menor é o lucro (online media) – a substituição torna-se
fácil quando:
o Consumidores querem mudar de hábitos
o Desenvolvimento tecnológico
o Novos fornecedores entram no mercado
o Relação qualidade/preço mais favorável
A análise PESTAL identifica os fatores do ambiente geral que influenciam de modo mais relevante as
organizações, isto é , que moldam as políticas de gestão.
1. Política – politicas estabelecidas pelos governos
2. Economia – ordenados, taxas de inflação e juros
3. Sociocultural – demografia, gostos individuais...
4. Tecnologia – as alterações tecnológicas
5. Ambiente – fatores ambientais
6. Legislação – aspetos legais ajudam/limitam
Stakeholders
4. Planeamento
O planeamento consiste na definição de objetivos e estratégias para os atingir, através do
desenvolvimento de planos para coordenar e integrar as atividades.
Importância do planeamento
• Etapa base das funções da gestão
• Motiva as pessoas no sentido de compreender o contributo do seu trabalho para o todo
da empresa e clarifica as suas responsabilidades
• Permite o uso eficiente dos recursos e uma avaliação dos progressos
• Ajuda a lidar com as incertezas, pelo conhecimento dos objetivos, diretivas e ações
• Melhora a coordenação do trabalho
Tipos de planos
1. Recolha de informação
É a principal tarefa do planeamento, podendo ser formal ou informal (encontros casuais) e
devendo incluir informação externa (meio envolvente) ou interna (recursos e capacidades
disponíveis) à organização. Uma ferramenta que sumariza a informação externa/interna e permite
uma avaliação critica da mesma é a análise SWOT – Strenghts, Weaknesses, Opportunities,
Threats.
Mais recolha de informação: fatores críticos de sucesso (o que devemos fazer para satisfazer um
mercado- alvo especifico); previsões; análise de sensibilidade (testar os efeitos da mudança numa
variável); cenários prospetivos (alternativas credíveis e coerentes acerca do futuro)
5. Tomada de decisão
Uma decisão é um compromisso especifico para se tomar uma determinada ação. A tomada de
decisão é um processo que parte por identificar o problema ou oportunidade e, depois, resolve-lo.
Condições de contexto
• Certeza – tem toda a informação disponível para a tomada de decisão
• Risco – existe informação suficiente para estimar probabilidades das alternativas
possíveis, usando métodos estatísticos
• Incerteza – os objetivos são claros mas falta informação para decidir a ação mais correta
(por ex.: lançamento de um novo produto)
• Ambiguidade – falta de clareza nos objetivos e na forma de os atingir (por ex.: decisões
estratégicas)
Modelos de decisão
O groupthink caracteriza-se por um pensar de grupo de forma uniforme, onde as pessoas nele
pertencentes se sentem coesas e a ênfase da unanimidade sobrepõe a procura e análise realista das
diferentes alternativas.
• Estrutura por rede – organização como intermediário entre unidades independentes que
estão ligadas através de tecnologias de informação
Tipos de estrutura
• Supervisão direta (“span of control”)
• Hierarquia (resolver problemas de diferentes departamentos)
• Estandardização dos inputs/outputs
• Regras e procedimentos
• Sistemas de informação
• Contacto pessoal direto
A tecnologia diz respeito ao conhecimento, instrumentos e às técnicas que são utilizadas para
transformar os inputs em outputs. Tal inclui edifícios, maquinas, computadores e também o
conhecimento e os procedimentos associados a todo o processo de produzir o produto/serviço.
Existem três tipos de sistemas de produção: produção unitária e em pequenas series
(protótipos, bens por medida e de grandes dimensão), produção em massa (linhas de
montagem, grandes series), e produção em continuo (eletricidade, gás, petróleo, química).
Quanto maior for a dimensão de uma organização, mais complexa será a sua estrutura, ou seja,
mais especializadas serão as suas tarefas, mais diferenciadas as suas unidades e mais
desenvolvida a sua componente admistrativas, criando assim uma maior tendência para a
departamentalização, maior número de posições “staff” para apoiar o topo a lidar com a
dimensão, mais regras e regulação e, por fim, uma maior descentralização.
Se o meio envolvente for estável, deve-se escolher o método mecanicista para a estrutura não
ficar demasiada solta. Se for instável, deve-se escolher o método orgânico, pois o mecanicista
ficaria muito apertado.
O ciclo de vida relaciona-se com a estrutura ideal para cada tamanho da organização à medida
que ela vai crescendo.
1. Arranque/nascimento – negócio com poucas pessoas que trabalham de forma informal,
fraca divisão do trabalho, organicista e centralizada
2. Crescimento/Juventude – decisões amplamente partilhadas, empregados especialistas
em determinadas áreas
3. Meia idade – elevada divisão de responsabilidades, regras e procedimentos para
coordenação
4. Maturidade – grande dimensão e mecanicista, regras e politicas (burocracia),
centralização e comunicação horizontal difícil (mudança de estrutura, venda de algumas
unidades...).
8. Liderança
Os gestores fazem o seu trabalho através da sua influência sobre os “outros” – subordinados,
colegas, superiores e pessoas superiores à organização.
A sua influência pode gerar: resistência (tenta evitar a execução do que foi pedido);
conformidade (faz o pedido mas não há entusiasmo); identificação (faz o pedido para manter a
relação); ou internalização (concorda com o que foi pedido e faz um esforço para executar).
Algumas pessoas tem certas características pessoais que as tornam líderes, nomeadamente:
características físicas, visão, otimismo, dinâmica, energia, autoconfiança, persistência, ambição,
cooperação, resistência ao stress...
• Segundo o modelo de Fleishman (1953) – Ohio State University, existem duas categorias
de comportamento de um líder:
o “Initiating structure” (estrutura inicial) – o líder espera que os subordinados
sigam as regras e que trabalhem de modo a atingirem a capacidade total de
produção. Atribui assim tarefas especificas aos subordinados, define os padroes
de desempenho, calendarização...
o “Consideration” (consideração) – o líder evidencia sensibilidade com o
relacionamento e as necessidades socias dos subordinados, expressando
apreciação, ajuda e proximidade.
• No modelo de Blake e Mouton (1964) foi desenvolvida uma grelha de gestão combinando
a orientação para a produção (initiating structere) com a orientação para as pessoas
(consideration).
o (1.1) Anémico – limita-se a passar instruções segundo o sistema estabelecido,
procurando ficar longe de problemas
o (1.9) Simpático – o líder cria uma atmosfera confortável, e familiar, assumindo que
os subordinado irão corresponder produtivamente
o (5.5) Intermédio – obtém uma performance adequada ao balancear as
necessidades produtivas com o interesse dos subordinados
o (9.1) Autocrático – só tem em conta as necessidades da organização, pressionando
os trabalhadores a cumprir os objetivos
o (9.9) Integrador – é a abordagem mais eficaz, combinando a elevada performance
com a construção de relações de confiança e respeito.
O Path-goal model afirma que o papel do líder é ajudar os seguidores a alcançarem os seus
objetivos e dar-lhes a direção e suporte necessários para garantir que esses objetivos são
compatíveis com as metas organizacionais. Os líderes assumem diferentes tipos de liderança de
acordo com a situação:
• Quando a tarefa é ambígua, ou os subordinados tem pouca flexibilidade, ou não partilham
os mesmos objetivos que o gestor ou o tempo de execução é curto, o líder assume um
estilo diretivo, ou seja, dá a conhecer o que é esperado do subordinado, orienta os
métodos e clarifica os padrões de avaliação e de recompensas;
• Quando as tarefas são desagradáveis, repetitivas ou frustrantes o líder adota um estilo
de apoio, ou seja, tem em consideração o bem estar dos subordinados, fazendo pequenas
coisas para tornar o trabalho mais agradável e melhorar relações no grupo;
• Quando as tarefas são repetitivas, ou a informação não é suficiente, ou o problema não
é claro, ou os subordinados estão confiantes que as conseguem fazer, o líder adota um
estilo participativo através da consulta dos subordinados, considerando as suas opiniões
na tomada de decisão
• Quando os subordinados enfrentam tarefas não repetitivas e ambíguas e que desafiam a
sua capacidade, o líder adota um estilo orientado à excelência, fixando objetivos
desafiantes e desenvolvendo a autoconfiança dos subordinados.
Perspetiva do poder
Segundo French e Raven (1959), a influência depende do poder da pessoa, existindo portanto: o
poder legitimo (posição hierárquica da pessoa), o poder de atribuir recompensas, o poder
coercivo (autoridade usar ameaças de sanções ou punições), poder referencial (líder com
características atrativas para o subordinado), e a competência (possui skills que lhe permitem ter
autoridade para criar ou usar regras ou para aceder a informações).
Kipnis, Yukl e Tracey identificaram nove táticas para influenciar subordinados, superiores e
colegas: persuasão racional, apelo inspiracional (ideias e valores), consulta (procura
participação), sedução, apelo pessoal, aliança, apelo à legitimidade e pressão. Sendo: persuasão
racional para os superiores, apelo inspiracional para os subordinados e troca para os colegas.
Contrato Psicológico
O contrato psicológico é um vínculo formado com base em expetativas mútuas implícitas (não
escritas) entre o trabalhador e a empresa, variando com o contexto. No entanto, sendo subjetivo
o contrato psicológico é facilmente posto em causa.
Modificação de comportamentos
Estas teorias explicam porque é que as pessoas trabalham e identificam as necessidades humanas
que o trabalho pode satisfazer.
Autorrealização (tornar-se aquilo que realmente pode ser, fazer aquilo que Oportunidades para crescimento na empresa, tarefas
verdadeiramente lhe interessa e ajudar-se a si próprio a descobrir novos talentos) desafiantes...
Autoestima (necessidade de ser reconhecido e status) Reconhecimento do trabalho realizado, mais responsabilidades..
Sociais (necessidade de ser amado pela família, amigos, Criar laços com os colegas de trabalho
colegas...)
• Alderfer – ERG
Alderfer testou a teoria de Maslow (necessidades que as pessoas procuram satisfazer no
trabalho) e agrupou as necessidades, sem estabelecer uma hierarquia pois varia consoante a
pessoa. Definiu então as necessidade de crescimento (autorrealização e autoestima), de
relacionamento (sociais e de pertença) e de existência (segurança e fisiológicas).
As terias do processo ajudam a explicar como é que as pessoas decidem qual a melhor opção que
devem escolher entre as diferentes possibilidade, de modo a melhor satisfazer as suas
necessidades.
• Teoria da expetativa
Segundo a teoria da expetativa a motivação depende do valor atribuído a determinado
objetivo (valência) e a expetativa da atuação do esforço nesse objetivo e do resultado da atuação.
Se o valor do objetivo for elevado e a probabilidade de o atingir for notável, a pessoa fica motivada
para o atingir. Assim antes da ação da pessoa, esta deve considerar se tem habilidade e esforço e
se isso trará bons resultados.
Motivação e estratégia
Pfeffer (2005) defende que o sucesso depende de uma boa gestão de pessoas, assente em :
• Segurança adequada;
• Retribuições elevadas e participação no capital;
• Recrutamento seletivo;
• Partilha de informação, participação e empowerment;
• Self-management;
• Treino e desenvolvimento de competências.
• Correção que envolve tomar medidas de correção quando as variações são significativas.
Acontece muitas vezes que as medidas de correção podem levar a alterações no processo
de transformação.
Muitas vezes é necessário combinar as duas abordagens utilizando a mecanicista para operações
estáveis e previsíveis e a orgânica para partes do negocio de maior incerteza e volatilidade.
Segundo Jonh Child (2005), um gestor, dependendo das contingências, deve escolher a
estratégia que melhor se adapta à situação.
Medição da performance
As cinco medidas de desempenho são:
• Qualidade (defeitos por unidades ou devoluções de clientes)
• Fiabilidade (tempo médio entre falhas, atrasos)
• Velocidade (tempo de entrega, taxa de transferência)
• Flexibilidade (variedade de funcionalidades, número de opções)
• Custo (custo da matéria prima, custo do trabalho)
As empresas utilizam este conjunto de medidas para construir um quadro geral da performance
da empresa, o KPI’s – Key Performance Indicators. A grande dificuldade é encontrar um
equilíbrio entre ter poucas medidas (diretas e simples, mas suficientes e uteis) e ter muitas
medidas detalhadas (maior relevância operacional, mas grande complexidade e dificuldade de
gestão.
As pessoas tem objetivos e interesses pessoais que afetam o modo como reagem às tentativas
de controlo do seu comportamento:
• Comportamento rígido e burocrático por exemplo leva à concentração em aspetos que
são avaliadas mesmo que não sejam relevantes;
• Informação enviesada, por exemplo destorcendo a informação que se presta de modo a
que a performance pareça melhor
• Efeitos desmotivadores, por exemplo no caso da perceção de que o controle é um
obstáculo às necessidades
A ética refere-se ao código de princípios e valores morais que guiam as ações das pessoas e que
estabelecem padrões relativamente ao que é aceitável.
Os filósofos identificaram quatro princípios que as pessoas usam para avaliar se determinada ação
é ética:
• Princípios morais – se a ação está em linha com o que é aceitável
• Utilitarismo – a ação mais correta é aquela que traz mais benefícios do que prejuízos para
o maior número de pessoas
• Direitos humanos – se a ação vai de encontro com os direitos humanos (privacidade,
liberdade...)
• Individualismo – a ação mais aceitável é aquela que tiver por base os interesses pessoais
As pessoas tendem naturalmente a avaliar, em termos éticos, as ações dos outros, contudo as
pessoas tem diferentes personalidades, backgrounds e experiências que as levam a encontrar
significados diferentes para o que estão a julgar.
De acordo com Trevino e Weaver (2003), o modelo ético de tomada de decisão face a situações
de dilemas depende de aspetos de personalidades das pessoas como também dos fatores
contextuais. Os dilemas éticos surgem, principalmente, quando as pessoas se encontram as
trabalhar em países estrangeiros e são confrontadas com condutas diferentes face a
determinadas questões. Existem assim duas perspetivas de atuação:
• Perspetiva universal - agem de modo ético independentemente do local onde estão
• Perspetiva de relativismo ético – quando confrontados com um dilema que coloca em
conflito os princípios morais do país de origem com os do país onde se encontram, optam
por atuar segundo os princípios do país onde se encontram.
Carroll definiu quatro critérios de desempenho social da empresa, sendo que os hierarquizou na
medida em que para realizar um deles tem de realizar o anterior primeiro:
• Responsabilidade Económica – gerar lucros, emprego
• Responsabilidade legal – obedecer à lei, cumprir com os impostos
• Responsabilidade ética – fazer o que é correto, evitar danos colaterais
• Responsabilidade Discriminatória – contribuir para a comunidade, ser filantrópico
Os diferentes tipos de stakeholders têm diferentes interesses sociais na empresa. Temos por
exemplo:
• Funcionários- segurança no trabalho, pagamento justo, recompensas justas;
• Acionistas- retorno do investimento;
• Fornecedores-pagamentos a pronto, negócios favoráveis;
• Estado- pagamento de impostos, obedecer a lei
• Clientes- preço, qualidade, segurança
Vogel (2005) consideram que as ações de responsabilidade social por parte das organizações
apenas são sustentáveis se tiverem um retorno financeiro para a empresa.
Existem três formas de responsabilidade social que as empresas podem recorrer para suportar a
sua estratégia e obter retorno financeiro:
• Responsabilidade social como missão da organização - As empresas colocam a
responsabilidade social como centro do seu negócio, uma vez que estas refletem as
crenças e valores dos fundadores e gestores de topo da organização.
• Responsabilidade social que vai ao encontro das necessidades dos clientes - A empresa
foca-se nos princípios dos seus clientes e, assim, tem ações de responsabilidade social
que vão ao encontro das preferências dos seus consumidores.
• Responsabilidade social como parte da estratégia da organização - A empresa coloca a
responsabilidade social como parte da sua estratégia organizacional com o objetivo de
atrair clientes.
Alguns investigadores acreditam que uma empresa consegue ter as ações de responsabilidade
social e um bom desempenho económico em simultâneo. Outros não concordam, afirmando que
nenhuma empresa consegue conciliar estas duas dimensões.