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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Coordenação Pedagógica – IBRA

DISCIPLINA

TRATAMENTO CLÍNICO
CIRÚRGICO APLICADOS
A ESTÉTICA
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................03

1. NUTRIÇÃO ESTÉTICA E O MERCADO DE TRABALHO....................................................05

2. MODA E ESTÉTICA...............................................................................................................07

3. INFLAMAÇÃO CRÔNICA E DESORDENS ESTÉTICAS......................................................12

4. ANATOMIA FISIOLOGIA E BIOQUÍMICA DA PELE............................................................13

5. ACNE......................................................................................................................................26

6. RECURSOS ELETROTERÁPICOS E MANUAIS EM ESTÉTICA CORPORAL...................30

7. SUPLEMENTOS E FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA..........................................................32

8. REFERÊNCIAS......................................................................................................................34
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INTRODUÇÃO
Prezados alunos,

Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação


daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso.

As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras,
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e
provado pelos pesquisadores.

Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos


colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar
nosso trabalho.

Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês


são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que:
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação
dos nossos/ seus alunos.

Nesta primeira apostila introduzimos as

Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos


serem os mais importantes para a disciplina e uma boa alimentação é com certeza
benéfica e fundamental para a saúde do corpo todo, mas levando-se em consideração
que a busca pela beleza, peso ideal e juventude é cada vez mais constante entre
mulheres e homens nos dias de hoje, e sabendo-se que os nutrientes adequados tem
extrema importância nesse processo, a nutrição estética nada mais é do que uma
maneira de nutrir o corpo de maneira adequada para poder proporcionar além de saúde,
uma melhora de diversos problemas dentro da área estética.
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de redação
científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico.
"
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Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar
Dúvidas e aprofundar os conhecimentos.
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1. NUTRIÇÃO ESTÉTICA E O MERCADO DE TRABALHO

 O que é Nutrição Estética?

Uma boa alimentação reflete-se no nosso corpo todo. A busca desenfreada pela boa
forma e pela beleza vem, no entanto, tirando o foco da verdadeira importância para o nosso
corpo de uma alimentação equilibrada, já que é dela que suprimos as necessidades
nutricionais da pele, unhas e cabelos e de todo o corpo.
Quando isso não acontece de forma adequada, surgem as deficiências. Diversos estudos
já mostraram e comprovaram que maus hábitos alimentares, com deficiências nutricionais e
excesso de gordura saturada, carboidratos simples e sódio, podem causar diversas
alterações estéticas.
É importante, pois, garantir que a ingestão dos nutrientes aconteça na quantidade certa,
pois a falta de um deles pode causar um desequilíbrio metabólico, resultando em diversas
desordens estéticas (que podem ser nas unhas, cabelos, pele, como acne, manchas,
celulite, flacidez, estrias, gordura localizada, envelhecimento precoce) e em problemas de
baixo peso, sobrepeso e até mesmo obesidade.
A nutrição estética, também atua na melhoria da saúde como um todo, já que é da
alimentação que suprimos as necessidades nutricionais para o nosso corpo todo, mas
também foca a melhora de desordens estéticas, dependendo do caso isso pode acontecer
através de uma alimentação especial e de suplementação específica e individual.

 Qual a importância deste segmento se é sabido que uma alimentação


saudável e benéfica para todo o organismo?

Uma boa alimentação é com certeza benéfica e fundamental para a saúde do corpo todo,
mas levando-se em consideração que a busca pela beleza, peso ideal e juventude é cada
vez mais constante entre mulheres e homens nos dias de hoje, e sabendo-se que os
nutrientes adequados tem extrema importância nesse processo, a nutrição estética nada
mais é do que uma maneira de nutrir o corpo de maneira adequada para poder proporcionar
além de saúde, uma melhora de diversos problemas dentro da área estética.
Por exemplo: sabe-se hoje, que através de uma alimentação adequada e rica em
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antioxidantes e uma ingestão adequada de água e minerais, é possível adiar o


envelhecimento da pele.

 O objetivo é potencializar a ação dos cosméticos? Algum alimento pode fazer


isso?
Na verdade, o objetivo não é potencializar a ação dos cosméticos, mas sim, agir em
conjunto com eles. Nenhum alimento pode potencializar a ação dos cosméticos, pelo menos
não diretamente, mas a partir do momento que você usa um cosmético para determinado
fim, e também tem uma alimentação e/ou suplementação adequada para melhorar tal
situação, você com certeza terá mais resultados. Exemplo: Acne: Para sua diminuição, um
dos métodos dermatológicos utilizados é o ácido retinóico. Sabe-se que uma das causas
comuns da acne podem ser alteração hormonal, resistência à insulina, deficiência de alguns
nutrientes (como o Zinco) ou disbiose.
Através da anamnese e dependendo do caso, exames bioquímicos, é possível determinar
a causa e organizar a alimentação para auxiliar na diminuição da acne.

 Este tipo de nutrição foca em algum grupo alimentar específico?


Como toda a nutrição, o foco é organizar a alimentação, para que toda a necessidade de
nutrientes seja suprida, garantir que esses nutrientes estejam sendo absorvidos, e garantir
que a eliminação de toxinas seja feita da forma adequada. Todos os grupos alimentares são
utilizados, mas a quantidade e a constância vão depender muito de cada pessoa e cada
situação.
A sociedade e o mercado perceberam que a estética faz essa interface direta com a
saúde. Isso demanda conhecimento. Os primeiros superiores em estética do país são do
início dos anos 2000. A disseminação das cirurgias plásticas também está ligada ao
crescimento das graduações, pois ajudou a popularizar a procura por métodos alternativos
e menos invasivos.
O Brasil está em terceiro lugar no ranking de consumo de produtos estéticos, atrás de
Estados Unidos e China. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal,
Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) mostram que o setor teve um crescimento médio de 10%
ao ano nas últimas duas décadas, chegando a faturar R$ 43,2 bilhões em 2014. Em relação
à procura por serviços estéticos. O mercado está em ascensão mesmo em meio à crise -
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ressalta o presidente da Abraesc, Marcelo Kertichka. Ter afinidade com cuidados estéticos
é imprescindível, mas não é só isso.
As principais áreas são a estética facial, a corporal e a capilar. Maquiagem é outro
segmento específico muito popular. Clínicas estéticas, salões de beleza, clínicas médicas
(no trabalho com o pós-operatório), spas, academias e indústrias de cosméticos são lugares
nos quais os profissionais atuam.

2. MODA E ESTÉTICA

A estética é uma das funções da moda pela qual o ser humano tem a possibilidade de
poder realçar sua beleza, sensualidade e sobressair-se em diferentes situações. Pode ser
vista como, um solucionador da aparência com a possibilidade de esconder ou amenizar
partes do corpo que não são atraentes.
A aparência passou a ser um jogo que, em grande parte se opõe à realidade através da
dicotomia parecer versus ser, em uma performance em que o individual se sobrepõe ao
coletivo, embora de certa forma dele se alimente. Ao desejo de ser percebido, é
acrescentado o deleite de perceber os outros, resultando daí a conjugação de todos os
verbos que descrevem as relações humanas: provocar, seduzir, conquistar, convencer....
Utilizando-a como estratégia em forma de manipulação, típicas do ser humano, como a
utilização das máscaras sociais.
O corpo passa a fazer a ponte entre o real e o imaginário, assumindo o papel de um
palco onde se desenrolam peças objetivamente simbolizadas pelas vestes em suas cores,
formas e padrões e, subjetivamente, pelos desejos, ilusões e idealizações.
Como comenta Garcia (2002, p. 24): “Pela facilidade com que permite ao homem trocar de
máscara e assumir diversos papéis sociais ao longo do dia, a roupa é um dos itens prediletos
na hora de negociar com o imaginário. ”
A beleza, vista como um ideal estético idealizado e como uma meta a ser alcançada é
de certa forma, a regente desse novo corpo objetivo/subjetivo que em última análise, molda
e justifica o fenômeno moda. Em sua função estética, assume então o papel social de
construir e consertar o corpo humano em sua aparência, tendo como base a beleza “ideal”
de cada época.
A roupa passa a funcionar como um recurso estético que, escondendo, realçando,
amenizando e modificando regiões do corpo feminino, as quais, objetivamente ou
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subjetivamente estão fora dos padrões de beleza e tentam reconstruí-los, incrementando


subjetivamente a autoestima e o poder de sedução.
A moda, tenta transmitir uma beleza natural através de recursos artificiais. É o parecer
sobrepujando o ser, obtido através de uma administração da aparência capaz tanto de
interiorizar, um autocontrato. E, a de exteriorizar, manter contato, como forma de “estados
de espírito” latentes em quem a usa. Sentir e inspirar possibilidades de mudança, e de sugerir
velada ou escancaradamente certo grau de erotismo.
Segundo a Gestalt - Terapia, na perspectiva de Polster & Polster (2001), o “contato” é o
sangue vital do crescimento, o meio para mudar a si mesmo e a experiência que se tem do
mundo.

[..] fundamentalmente, um organismo vive em seu ambiente ao manter suas diferenças; e é


na fronteira que os perigos são rejeitados, os obstáculos são superados e as coisas
assimiláveis são selecionadas e integradas. Agora, aquilo que é assimilado é sempre novo;
o organismo persiste ao assimilar o novo, ao mudar e crescer. (Polster; Polster, 2001, p.
113).

Nas sociedades ocidentais modernas, a moda estabelece alguns comportamentos


estéticos em relação ao modo de vestir que, no entanto, adaptam-se aos estilos individuais.
Existem pessoas que se vestem com versões mais baratas da moda atual, outras preferem
vestir-se com roupas que foram moda há alguns anos, mas que são encontradas em pontos
de venda especializados como brechós, bazares, etc. As mulheres modernas que
consomem esse tipo de roupa mais antiga representam o retrô-chic que, para mulheres um
pouco mais velhas, pode representar ainda uma moda adequada. É a transformação de
uma moda aparentemente velha em algo moderno e atual. O uso de um velho jeans pode
transformar-se em uma roupa informal ou ainda, em uma moda tão formal quanto um terno.
Este tema tem um lado positivo: o direito individual em poder se vestir e se divertir com a
moda de vez em quando, ao invés de passar muito tempo preocupando-se em deixar uma
boa impressão à sociedade. Pode ser também, uma oportunidade que as mulheres têm de
se remeter a um determinado período de vida, provocando sensações com um certo
magnetismo, que até então pareciam estar amortecidas.
“A cada estação, o que a mulher busca é talvez, mais ainda do que um vestido, uma
renovação de seu aspecto psicológico. A moda tem um papel a desempenhar junto à mulher:
ajuda-a a ser. Pode até fazer-lhe às vezes de doping! ” (Fischer-Mirkin, 2001, p. 135).
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A roupa pode também ser utilizada como mais uma fonte de informação, na qual os
psicoterapeutas têm condições de identificar e trabalhar questões trazidas pelos clientes.
Como exemplo: aquela mulher que traz uma queixa de não ter condições financeiras de
pagar o valor cobrado pela terapia e comparece a todas as sessões terapêuticas com roupas
de “griffe”, não contextualizando a questão financeira trazida. Ela só pode estar pagando
neste momento de sua vida, pelo valor que ela tem de si diante do mundo!
Pode-se também, fazer uma relação com a psicoterapia, sobre a vestimenta num sonho,
que pode estar fornecendo campo para que o terapeuta possa trabalhar com o cliente,
conforme mostra o artigo Psychology, reward value of attrativeness and gaze (Sones, 2002):
In psychotherapy dreams about clothing often have to do with the words-the meaning given
by the psychotherapist-to the patient/clients material. It has to do with ordering, the fashioning
of the natural, a way of containing and quelling our fears about the dangerous aggression
and sexuality of unbridled and untamed nature.
Em psicoterapia os sonhos sobre roupas frequentemente têm a ver com as palavras - o
significado dado pelos psicoterapeutas- ao material do paciente/clientes. Tem a ver com
ordenação, a moda do natural, uma maneira de conter e reprimir nossos medos em relação
a agressão perigosa e a sexualidade de natureza desenfreada e selvagem.
A moda representa, por todos estes aspectos, uma forma poderosa de expressão da
personalidade feminina e um meio para ajudar a mulher na conquista de objetivos sociais,
econômicos e afetivos, que poderão talvez implementar mudanças significativas em sua
vida.
Segundo Wilson (1985), a moda tanto se transforma num veículo estético como
contextualiza outras expressões que percorrem caminhos que perpassam pela arte, cultura,
religião, economia e movimentos políticos.
Estas pequenas considerações, positivas, do muito que a moda tem para ser explorada
devem enfatizar que uma grande maioria das mulheres se subordina a um fenômeno que
em maior ou menor grau está por trás de tudo o que ela representa: A busca da beleza.

 A beleza corporal e a moda através dos tempos


A palavra moda geralmente é associada a roupas, vestimentas e afins, mas seu significado
é mais explícito, pois, englobam os mais diversos aspectos de uma cultura, como os objetos
de decoração, a língua, o agir, as obras culturais e seus autores, as ideias e os gostos,
contagiando-os com seus entusiasmos e suas oscilações velozes (FREITAS, et al, 2010).
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A década de 1910 foi marcada pelo fim do uso de espartilhos pelo estilista Paul Poiret, dando
lugar ao chemise, sendo que o mesmo defendia que se devia mostrar a beleza natural do
corpo feminino, onde bastava como suporte uma cinta e um soutien. Sendo que o
pensamento de que o espartilho era prejudicial à saúde iniciou do arquiteto Henry van de
Velde e foi aceito por médicos, pedagogos, artistas e sociólogos investindo assim contra a
moda pouco natural (TRINDADE, 2010).
Os anos 20 foram conhecidos como a época da dança de charleston-girl e do jazz, onde
as mulheres começaram a usar vestidos curtos com franjas e longos colares, numa
libertação sexual. A moda feminina experimentou uma troca extraordinária, a mulher aparece
ao público fumando e dançando, com cabelo liso e bem curto com franjas acima da linha das
sobrancelhas, cintura muita baixa, joelhos apenas cobertos pelas saias, roupas folgadas e
meias de seda (TRINDADE, 2010).
Na década 1930 evidenciou-se uma nostalgia pelos modelos clássicos, apresentando uma
beleza absoluta, remanescente de ideias greco-romanos e renascentistas. Os homens
preferiam mulheres loiras, os penteados imitavam os ondulados das gregas, porém com
brilhantina. Surge a indústria de tintura, a maquiagem segue o estilo clássico com formatos
escultóricos, sendo que as sobrancelhas eram completamente depiladas (TRINDADE,
2010).
Por volta da década de 1940 e 1950, Trindade (2010) aborda que ocorreu o racionamento
de roupas causado pela Segunda Guerra Mundial. A indústria investe na precisão e
acabamentos, roupas com muitos detalhes, há introdução de corantes sintéticos. Por um
lado, a riqueza com linha princesa e cintura marcada e, por outro lado, a pobreza com
pensamento de aproveitar o que se tem e remendar, surge o salto plataforma.
Já os anos 1960 foram considerados a década da revolução, pois, surgiu o movimento
hippie, onde houve a quebra da diferenciação do feminino e masculino, surgindo então o
unissex, muitas cores, franjas nas roupas, túnicas, vestidos floridos cumpridos, calças boca-
de-sino, pantalona, bolsas e acessórios de couro rústico (TRINDADE, 2010).
Na década de 70, foram consideradas antimoda, surgindo o movimento punk que
manifestava contra o sistema de consumo, usando calças rasgadas, saias curtas e com
rasgos, jaquetas pretas de couro tacheadas. As maquiagens eram carregadas em preto, os
cabelos eram espetados e coloridos e febre nos jeans (ROCHA, 2011).
Já na década de 80 enquanto a forma física virou obsessão, a moda tornou-se particular,
sendo que ficou conhecida como os anos de contraste. Quebrando o estilo unissex, usavam
babados, saias armadas de tafetás e laços, meias fumês, cabelos cacheados, maquiagem
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teatral alongando os olhos e focalizando desenhos em alguma parte do rosto (ROCHA,


2011).
Os anos 1990 revolucionaram a forma de se pensar e fazer moda, surgindo uma moda
democrática. Utilizavam jeans surrados, sobreposições de blusas brancas ou pretas com
camisas de flanela com estampa xadrez, tênis, roupas justas, esportivas, com cores
fosforescentes e ácidas. O corpo passou a ser elemento fundamental na transformação
estética, onde as academias de ginástica tornaram-se moda em todo mundo, ocorrendo a
democratização das cirurgias plásticas e popularização do uso de piercings e tatuagens. A
preocupação em exibir a silhueta livre de gorduras e sem nenhuma imperfeição foi a marca
da década (ROCHA, 2011).
O ano 2000 foi marcado pela mistura de estilos das décadas anteriores às novidades da
modernidade. Eram usadas saias florais, tranças no cabelo, bolsas de couro transpassadas,
tiras de couro no meio da testa e brincos, pulseiras e colares feitos com penas e sementes.
A moda possibilitou a visibilidade do belo aos diferentes tipos de corpos. Na busca pelo corpo
perfeito apelavam a intervenções cirúrgicas, mas a marca foi a prevenção e exibição de um
corpo bonito, porem saudável (ROCHA, 2011).
E assim a cada momento e época vigente, a moda, o corpo e nossa história se
transformam!

Fonte: Jones (apud TRINDADE 2010)


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3. INFLAMAÇÃO CRÔNICA E DESORDENS ESTÉTICAS

A inflamação era vista apenas como um sistema de defesa do organismo, resposta


local aguda a infecções, cirurgias e traumas. Mas, atualmente, o processo inflamatório
crônico, mediado pelo sistema imune inato, está sendo bem estudado e já se constatou sua
correlação com o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como
obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.
Essa inflamação crônica é promovida por meio da atividade de citocinas e
polipeptídios produzidos por algumas células, como monócitos e macrófagos, produção
estimulada pelo estilo de vida, exposição a toxinas (fumo), dieta inadequada, estresse, entre
outros fatores. A dieta ocidental atual é reconhecidamente um fator que contribui muito para
essa inflamação, e um dos principais fatores é o desequilíbrio entre o consumo de ácidos
graxos ômega-3 e ômega-6.Quem faz o controle da inflamação no organismo são
hormônios, os quais podem ativar ou inibir a inflamação. Esses hormônios são
prostaglandinas e leucotrienos sintetizados a partir do ômega-3 e 6 provenientes da dieta.
As prostaglandinas e leucotrienos produzidos pelo ômega-3 são respectivamente das séries
3 e 5, que atuam no processo anti-inflamatório; diferente dos que são produzidos pelo
ômega-6 das séries 2 e 4, que participam de maneira efetiva na inflamação.
Desordens estéticas podem ser desencadeadas ou agravadas pela liberação de
mediadores inflamatórios. A obesidade, por exemplo, é caracterizada por um processo
inflamatório crônico e brando no tecido adiposo, que é um órgão secretor de produtos e
mediadores inflamatórios. Processo, este, que induz resistência à insulina, que, por sua vez,
em consequência ao déficit de sua ação no fígado, tecidos adiposo e muscular, leva ao
aumento da reação inflamatória crônica, com isso, formando um ciclo vicioso sem fim. No
processo de inflamação crônica, também, são liberadas proteases citotóxicas e radicais
livres de oxigênio responsáveis por danos significativos em diversos órgãos, como na pele.
Juntamente com a ação da protease de fracionar a elastina e o colágeno da pele, podem
provocar e aumentar o envelhecimento cutâneo.
Conforme o exposto, fica evidente a importância da recomendação de uma dieta
composta por alimentos com características anti-inflamatórias, como ácidos graxos poli-
insaturados, peixes, ervas, fitoterápicos e outros alimentos (vegetais de folhas verdes,
abacaxi, aveia, arroz integral, etc.).
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4. ANATOMIA FISIOLOGIA E BIOQUÍMICA DA PELE

A pele é um órgão complexo composto por diversos tecidos, tipos celulares e


estruturas especializadas. Constitui a interface do corpo humano com o meio externo,
exercendo funções cruciais para a vida, como termorregulação, vigilância imunológica,
sensibilidade e proteção do indivíduo contra agressões exógenas, de natureza química,
física ou biológica, e contra a perda de água e de proteínas para o exterior.
É o maior órgão do corpo humano e representa 15% do peso corpóreo, com variações
estruturais ao longo de sua extensão. É composta por três camadas interdependentes: a
epiderme, mais externa; a derme, intermediária; e a hipoderme ou panículo adiposo, sobre
a qual repousam as camadas já citadas, permitindo que a pele se movimente livremente
sobre as estruturas mais profundas do corpo.

 Epiderme
A epiderme consiste em um epitélio pavimentoso estratificado e queratinizado, de
origem ectodérmica. Sua espessura varia aproximadamente de 0,04 a 1,5 mm de acordo
com a topografia; 95% das células que compõem a epiderme são queratinócitos organizados
em 4 camadas que se renovam continuamente. São elas: camada basal ou germinativa,
camada espinhosa, camada granulosa e camada córnea. A camada mais profunda, a basal,
apresenta atividade mitótica, e os queratinócitos resultantes da divisão celular sofrem
diferenciação à medida que são empurrados para as camadas mais superiores, sintetizando
quantidade crescente de queratina no seu citoplasma. O tempo de maturação de uma célula
basal até atingir a camada córnea é de aproximadamente 26 dias.
As camadas da epiderme estão dispostas de modo que sua superfície é relativamente
plana, com exceção das áreas das pregas cutâneas, submetidas a extensões e contrações.
A base da epiderme é sinuosa, formada por cones epidérmicos que se projetam na derme e
encontram-se intercalados com projeções digitiformes da derme denominadas papilas. Essa
disposição confere grande adesão da epiderme com a derme e maior superfície de contato
entre elas, permitindo uma área eficaz de troca entre esses dois componentes, já que a
epiderme é avascular e sua nutrição deriva dos capilares dérmicos.
Intercalados entre os queratinócitos, há outros tipos celulares, como os melanócitos,
as células de Langerhans e as células de Merkel.
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 População Queratocítica

Camada Basal

É a camada mais profunda da epiderme, delimitando-se com a derme. É constituída


habitualmente por única camada de queratinócitos que possuem citoplasma basófilo e
núcleos grandes, alongados, ovais e hiper-românticos, em contínua divisão mitótica.

 Camada Espinhosa ou Malpighiana

Situa-se logo acima da camada basal e é formada por 5 a 10 camadas de


queratinócitos com configuração poliédrica, achatando-se progressivamente em direção à
superfície, com seus maiores eixos paralelos a esta.
As células espinhosas estão unidas mecanicamente entre si e às células basais
subjacentes por meio de pontes intercelulares denominadas desmossomos, estruturas
complexas que conferem à pele resistência a traumas mecânicos. Na camada basal, há
apenas uma placa de aderência ligando a membrana plasmática das células basais à
membrana basal; essas estruturas de adesão são chamadas hemidesmossomos.
Anormalidades dos desmossomos causam separação das células (acantólise), com
formação de bolhas ou vesículas na epiderme. É o que ocorre em doenças autoimunes como
pênfigo foliáceo e pênfigo vulgar, onde há produção de anticorpos contra as desmogleínas
1 e 3 (constituintes dos desmossomos), respectivamente.

 Camada Granulosa

É composta por 1 a 3 camadas achatadas de queratinócitos com formato losangular e


citoplasma repleto de grânulos de querato-hialina, que dá origem à filagrina, importante
componente do envelope das células corneificadas. Nesta camada, já se observam, além da
filagrina, os outros componentes necessários para a morte programada das células e a
formação da barreira superficial impermeável à água, como involucrina, queratolinina,
pancornulinas e loricrina.
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Na pele da região palmoplantar, há uma camada adicional entre as camadas granulosa


e córnea denominada estrato lúcido. Suas células são anucleadas e formam uma faixa clara
e homogênea, fortemente coradas pela eosina à microscopia óptica.

 Camada Córnea

É a camada mais superficial da pele. Sua espessura é variável de acordo com a


topografia anatômica, sendo maior nas palmas e plantas. O processo de maturação dos
queratinócitos está completo no estrato córneo, apresentando células anucleadas com um
sistema de filamentos de queratina imerso em uma matriz contínua circundada por
membrana celular espessada.

 População Não- Queratolítica

 Melanócitos

São células dendríticas de origem ectodérmica que sintetizam pigmento melânico.


Localizam-se na camada basal e seus dendritos estendem-se por longas distâncias na
epiderme, estando em contato com muitos queratinócitos para os quais transfere melanina.
O melanócito e os queratinócitos com os quais se relaciona constituem as unidades
epidermo melânicas da pele, numa proporção de 1 para 36, respectivamente.

 Células de Langerhans

São células dendríticas originadas na medula óssea que constituem 2 a 8% das células
da epiderme e localizam-se na camada espinhosa. Na microscopia eletrônica, são
caracterizadas por estruturas citoplasmáticas denominadas grânulos de Birbeck, que se
assemelham a uma raquete de tênis. Têm função imunológica, como células apresentadoras
de antígenos aos linfócitos T.
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 Células de Merkel

São células de origem controversa encontradas nas extremidades distais dos dedos,
lábios, gengivas e bainha externa dos folículos pilosos. Alguns acreditam que sejam de
origem neuroendócrina, pois apresentam grânulos intracitoplasmáticos com substâncias
neurotransmissoras e estão em contato íntimo com fibras nervosas da derme, constituindo
os discos de Merkel, que provavelmente são mecanorreceptores.

 Junção Dermoepidérmica

As células da camada basal da epiderme repousam sobre uma estrutura chamada


membrana basal. À microscopia óptica, essa zona limítrofe corada pelo ácido periódico de
Schiff (PAS) revela uma delgada zona uniforme de reação intensa. Os estudos de
microscopia eletrônica esclareceram a complexidade dessa região, o que vem facilitando a
compreensão de várias doenças cutâneas. A zona da membrana basal é constituída por 4
áreas distintas: a membrana celular da célula basal; a lâmina lúcida, sob a membrana
plasmática dos queratinócitos basais, com seus hemidesmossomos; a lâmina densa,
formada por colágeno tipo IV; e a lâmina fibrorreticular, que se continua com a derme
subjacente.
A função da zona da membrana basal é fornecer a ancoragem e a adesão da epiderme
com a derme, mantendo a permeabilidade nas trocas entre estes dois componentes e
atuando como filtro para a transferência de materiais e células inflamatórias ou neoplásicas.
Várias doenças mecano bolhosas hereditárias e autoimunes envolvem a separação e a
formação de bolhas em vários níveis da junção dermo epidérmica, como epidermólise
bolhosa, penfigoide bolhoso, penfigoide gestacional e lúpus eritematoso bolhoso.

 Derme
A derme é a camada situada logo abaixo da epiderme, formada por denso estroma
fibroelástico de tecido conectivo em meio a uma substância fundamental, que serve de
suporte para extensas redes vasculares e nervosas, e anexos cutâneos que derivam da
epiderme.
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Os principais componentes da derme incluem o colágeno (70 a 80%) para resistência, a


elastina (1 a 3%) para elasticidade e os proteoglicanos, que constituem a substância amorfa
em torno das fibras colágenas e elásticas.
A derme divide-se em papilar (mais externa), reticular (mais interna) e derme perianexial.
A derme papilar é mais delgada, altamente vascularizada e preenche as concavidades entre
as cristas epidérmicas, dando origem às papilas ou cristas dérmicas. É formada por feixes
delicados de fibras colágenas (principalmente do tipo III) e elásticas, dispostas em uma rede
frouxa, circundada por abundante gel de mucopolissacarídeos. A derme reticular compõe a
maior parte da espessura da derme, está abaixo do nível das cristas epidérmicas e é
constituída de fibras colágenas (principalmente do tipo I) entrelaçadas, além de fibras
elásticas que estão dispostas paralelamente à superfície da pele. A derme perianexial tem a
mesma estrutura da derme papilar, mas localiza-se em torno dos anexos cutâneos.
O sistema elástico, que permeia as fibras colágenas das dermes papilar e reticular, é
responsável pela elasticidade cutânea, ou seja, capacidade da pele de retornar à posição
original quando submetida ao estiramento.
A derme contém população mista de células, incluindo fibroblastos, fibrócitos,
macrófagos teciduais, melanófagos mastócitos e leucócitos sanguíneos (como neutrófilos,
eosinófilos, linfócitos, monócitos e plasmócitos).

 Vascularização

O suprimento vascular da pele é limitado à derme e constitui-se de um plexo profundo


em conexão com um plexo superficial. Estes plexos correm paralelos à superfície cutânea e
estão ligados por vasos comunicantes dispostos perpendicularmente.
O plexo superficial situa-se na porção superficial da derme reticular, com arteríolas
pequenas das quais partem alças capilares que ascendem até o topo de cada papila dérmica
e retornam como capilares venosos.
O plexo profundo situa-se na base da derme reticular e é composto por arteríolas e
vênulas de paredes mais espessas. Há ligação íntima entre os plexos por meio dos vasos
comunicantes, e o controle do fluxo sanguíneo dérmico por esses vasos contribui para o
controle da temperatura corpórea.
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 Hipoderme
A hipoderme ou panículo adiposo é a camada mais profunda da pele e está organizada
em lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos compostos de colágeno, por onde
correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Une a derme à fáscia profunda subjacente,
absorve choques e funciona como isolante térmico.

 Inervação
A inervação da pele é abundante e constituída por nervos motores autonômicos e por
nervos sensoriais somáticos.
O sistema autonômico é composto por fibras simpáticas e é responsável pela
piloereção, constrição da vasculatura cutânea e secreção do suor. As fibras que inervam as
glândulas écrinas são simpáticas, mas têm como neurotransmissor a acetilcolina.
O sistema somático é responsável pelas sensações de dor, prurido, tato suave, tato
discriminativo, pressão, vibração, propriocepção e térmica. Os nervos sensitivos têm
receptores especializados divididos funcionalmente em mecanorreceptores,
termorreceptores e nociceptores. Morfologicamente, estes receptores podem constituir
estruturas especializadas, como:

 Corpúsculos de Vater-Pacini, nas regiões palmoplantares, específicos para pressão


e vibração;
 Corpúsculos de Meissner, nas polpas dos dedos, específicos para o tato;
 Corpúsculos de Krause, nas áreas de transição entre pele e mucosas, sensíveis ao
frio;
 Corpúsculos de Ruffini, sensíveis ao calor.

Podem também ser desprovidos de características estruturais específicas, que são as


terminações nervosas livres responsáveis pela sensibilidade da dor, prurido e parte da
térmica.
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 ANEXOS CUTÂNEOS

 Unidade Pilos Sebácea

As unidades pilos sebáceas são encontradas sobre toda a superfície da pele, exceto nas
regiões palmoplantares, nos lábios e na glande. Compõem-se de uma haste pilosa
circundada por bainha epitelial contínua com a epiderme, uma glândula sebácea,
musculatura lisa piloeretora e, em certas regiões corpóreas, ducto excretor de uma glândula
apócrina que desemboca acima da glândula sebácea.
A haste pilosa é a parte do pelo que se projeta para fora da pele, e sua raiz é a região
que fica dentro da pele. A haste é composta por cutícula externa, córtex intermediário e
medula. A bainha epitelial da raiz divide-se em bainhas radiculares externa e interna. A
externa dá continuidade às células da camada espinhosa da epiderme superficial, e a interna
é formada por três camadas celulares distintas: camada de Henle, camada de Huxley e
cutícula, formada por escamas que se entrelaçam com as escamas da cutícula do pelo.
Na porção mais inferior do folículo piloso, há uma expansão chamada de bulbo piloso,
que contém a matriz do pelo. Nela ocorre a atividade mitótica do pelo e encontram-se os
melanócitos, sendo, portanto, responsável pelo crescimento e pigmentação do pelo.
Há dois tipos de pelo: o lanugo ou pelo fetal, que são curtos, delicados e claros, idênticos
aos pelos velus do adulto; e o terminal, mais grosso, escuro e grande, encontrado nas axilas,
cabelos, barba e região púbica.
Os pelos não crescem continuamente, e sim de maneira cíclica, podendo-se identificar 3
fases distintas:

 Anágena: fase de crescimento ativo, com duração de 2 a 3 anos; corresponde a 85% dos
cabelos;
 Catágena: fase de involução, com duração de 3 semanas; corresponde a 1% dos
cabelos;
 Telógena: fase de queda, com duração de 3 a 4 meses; corresponde a 14% dos cabelos.
20

As glândulas sebáceas são glândulas holócrinas cuja função é produzir o sebo, que é
uma combinação de ésteres de cera, esqualeno, ésteres de colesterol e triglicérides. É
secretado através do ducto sebáceo na luz do folículo piloso e recobre a superfície cutânea,
atuando como lubrificante natural do pelo, além de evitar a perda de água pela camada
córnea, proteger contra excesso de água na superfície e ter ação bactericida e antifúngica.
Ocorrem por toda a pele, exceto na região palmoplantar, e seu controle é hormonal,
especialmente andrógeno.

 Glândulas Sudoríparas Écrinas

As glândulas sudoríparas écrinas derivam da epiderme e não pertencem à unidade


pilossebácea. Cada glândula é um túbulo simples com um segmento secretor enovelado
situado na derme e um ducto reto que se estende até a superfície da pele. São inervadas
por fibras simpáticas, mas têm a acetilcolina como mediador.
Estão localizadas em toda a superfície cutânea, exceto nas áreas de pele modificada,
como os lábios, os leitos ungueais e a glande. Participam da termorregulação, produzindo
suor hipotônico que evapora durante o calor ou estresse emocional.

 Glândulas Sudoríparas Apócrinas


As glândulas sudoríparas apócrinas derivam da epiderme e fazem parte da unidade
pilossebácea, desembocando, em geral, nos folículos pilosos. Localizam-se nas axilas,
escroto, prepúcio, pequenos lábios, mamilos e região perineal, além de, modificadamente,
nas pálpebras (glândulas de Moll), mamas (glândulas mamárias) e conduto auditivo externo
(glândulas ceruminosas). Produzem secreção viscosa e leitosa constituída de proteínas,
açúcares, amônio e ácidos graxos; é inodora quando atinge a superfície, mas as bactérias a
decompõem, causando odor desagradável. São inervadas por fibras nervosas simpáticas e
estão sob controle dos hormônios sexuais. Sua função provavelmente representa vestígios
de espécies inferiores, cuja comunicação sexual se dá por meio de substâncias químicas.
21

 Unhas
São placas córneas localizadas no dorso das falanges distais dos quirodáctilos e
pododáctilos. São compostas por 4 partes: a raiz, parte proximal recoberta por uma prega
de pele chamada de prega ungueal proximal; a lâmina, que está aderida sobre o leito
ungueal; as dobras laterais, que cobrem as bordas laterais da lâmina ungueal; e a borda
livre.
No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a camada basal, que se torna opaca na
sua parte proximal, formando a lúnula. Aí encontra-se a matriz, que tem intensa atividade
proliferativa e é responsável pelo crescimento da unha.

 Fisiologia Da Pele
As várias estruturas da pele exercem funções primordiais para a sobrevivência do
organismo. São elas:
 O estrato córneo atua como barreira para a perda de água das camadas epidérmicas
internas e para lesão proveniente do ambiente externo, como a entrada de agentes
tóxicos e micro-organismos.
 Os melanócitos exercem proteção contra os efeitos indesejáveis da radiação solar
ultravioleta por meio da melanina, que a absorve amplamente.
 Os nervos dérmicos têm a importante função de percepção do meio.
 As fibras colágenas e elásticas da derme e sua substância fundamental conferem à pele
propriedades viscoelásticas e de resistência que a protegem contra as forças de
cisalhamento.
 A termorregulação se dá pela extensa rede vascular cutânea, através do controle do fluxo
sanguíneo, e pelas glândulas sudoríparas écrinas, cuja secreção proporciona o
resfriamento por evaporação a partir da superfície da pele.
 O papel da pele na proteção imunológica do organismo se deve principalmente à célula
de Langerhans, que participa de várias reações imunológicas, inclusive na interação
macrófago-célula T e nas interações entre linfócitos T e B.
 A pele desempenha uma função endócrina, pois a ação da radiação ultravioleta sobre o
7-deidrocolesterol nos ceratinócitos forma a vitamina D3, que estimula a absorção de
cálcio e fosfato no intestino.

 FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO CUTÂNEO


22

A pele senescente é definida pelo conjunto de alterações naturais ligadas ao processo


de envelhecimento. Esse envelhecimento ocorre de duas formas:

 Envelhecimento natural: (fisiológico) que traduz as modificações do aspecto, da estrutura


e das funções ligadas à idade no tocante a pele.
 Fotoenvelhecimento: envelhecimento causado por exposição solar.

 Fatores responsáveis pelo envelhecimento da pele.

 Fator genético: assim como ocorre com todos os órgãos, o envelhecimento da pele está
programado geneticamente, o que diferencia um indivíduo do outro. A pele de cada um
envelhece de maneira própria e ao seu tempo. O aparecimento dos cabelos brancos, as
rugas, e outros inconvenientes estão inscritos no DNA de cada um.
 Fumo: se explica pelo efeito vasoconstritor da nicotina que diminui a oxigenação da pele.
Além disso, conta com uma grande quantidade de radicais livres que promovem o
envelhecimento cutâneo.
 Agressões do meio-ambiente: o frio, a secura, a poluição, o ar condicionado entre outros,
podem alterar a pele.
 Fatores nutricionais: Carência de vitaminas e sais minerais também contribui no
envelhecimento da pele.
 Fatores mecânicos: As trações repetitivas dos músculos da pele podem aprofundar
rugas e marcas de expressão.
 Carência de estrógeno na mulher: acentua o envelhecimento da pele na menopausa.
 O sol: é ele que tem a maior responsabilidade no envelhecimento cutâneo. As regiões
“descobertas” do corpo, expostas de uma forma permanente ao sol (rosto, dorso das
mãos, colo e nuca) envelhecem primeiro do que as cobertas.
23

 Características comuns da pele senescente:

As alterações cutâneas podem ser evidenciadas nas diferentes camadas da pele:


epiderme; derme e hipoderme. Dependem de fatores individuais, geneticamente
determinados, bem como fatores externos os quais a pele foi exposta durante toda a vida.
As Rugas: Elas apresentam a marca principal do envelhecimento. São produzidas pela
ação repetida dos músculos do rosto. Nos jovens, a elasticidade da pele faz com que as
modificações geradas pela contração destes músculos sejam reversíveis. Ao contrário, na
pessoa idosa, cuja pele perdeu a elasticidade, as pregas tendem a se tornarem permanentes
e a exposição solar aprofunda ainda mais o processo.
Com o envelhecimento a derme apresenta redução da espessura com perda das fibras
elásticas e do colágeno. As fibras elásticas ficam mais amorfas e as colágenas afinam-se.
Essas alterações são também responsáveis pelo enrugamento, muito embora grandes
sulcos possam decorrer de alterações da hipoderme e da massa muscular. Estudos têm
mostrado que o colágeno da derme muda tanto qualitativamente quanto quantitativamente
com o envelhecimento. As mudanças qualitativas refletem na diminuição da solubilidade e
na alteração de várias propriedades físicas da molécula (ficam mais estáveis, pelo acúmulo
no número de ligações covalentes cruzadas entre as cadeias alfa das moléculas do
colágeno). As mudanças quantitativas de colágeno são resultantes da diminuição da
atividade metabólica dos fibrablastos, que são as células responsáveis por sua síntese. Não
se pode esquecer que é a derme que proporciona a resistência e a elasticidade da pele.

 A pele se torna fina: A espessura da pele se tornar tão fina que pode se ver através dela
a saliência azulada dos capilares sanguíneos.
Na epiderme, a camada córnea fica marcadamente reduzida, embora possa haver áreas
de espessamento hiperceratótico. A hipoderme também poderá diminuir com a idade,
agravando as condições da pele que, além de mais fina e vulnerável, ficará mais
desprotegida sem o seu acolchoamento adiposo, favorecendo o enrugamento.

 Flacidez e ptose: A pele fica com um aspecto amassado, formando grandes pregas nos
braços, nas coxas e abdômen. A perda da elasticidade da derme está relacionada a esse
processo.
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 Pele seca: O estado de pele seca é uma sensação frequentemente mencionada em


peles idosas. A pele pode ficar seca por uma questão de falta de hidratação (alteração
nas glândulas sudoríparas) ou pobre em sebo propriamente dito (diminuição das
secreções das glândulas sebáceas). As glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem,
em tamanho e função, em graus variáveis. De fato, a pele envelhecida se torna áspera
ao toque sobretudo porque as células córneas da epiderme não descamam mais de uma
maneira imperceptível como ocorre em peles jovens.
A descamação, principalmente nas extremidades, é bem marcada, sendo basicamente
causada por diminuição da secreção sebácea, por mudanças nos lipídios, associadas a
menor conteúdo de água, predispondo a pele a maior ressecamento e presença de fissuras,
com resistência diminuída à agressão de substâncias alcalinas, como sabões e outros
produtos químicos. Há variações no tamanho e na forma das células da camada basal que
apresentam distribuição desordenada.

 Manchas senis: Com a idade, há uma progressiva redução do número de melanócitos


da pele com consequente formação de manchas. Há também formação de sardas
(pequenas manchas pigmentadas, castanhas) que surgem no rosto e no corpo de certas
pessoas, sobretudo nas de pele muito clara, devido ao aumento da deposição de
melanina. Surgem também melanoses (pigmentos pretos pelo depósito abundante de
melanina). Estas alterações ocorrem em 50% dos indivíduos acima de 45 anos.

 Fragilidade Capilar: As alterações mais frequentes são o embranquecimento e a queda.


O embranquecimento inicia-se nas têmporas, em faixa etária que depende de raça e
hereditariedade, disseminando-se, gradualmente, pelo couro cabeludo.

 Modificações fisiológicas na pele senescente:


São as modificações associadas à idade que atingem o conjunto do revestimento cutâneo
e lesam as estruturas da pele. O envelhecimento cutâneo é evidenciado pela diminuição das
secreções endócrinas afetando as reações enzimáticas do tecido conjuntivo e estruturas
epiteliais, interferindo na nutrição da pele, nas fibras de sustentação, no tecido adiposo e dos
músculos.
 Modificações na epiderme: Os queratinócitos se renovam mais lentamente havendo uma
diminuição na espessura da epiderme. Os melanócitos diminuem em quantidade,
25

aproximadamente 10% a cada 10 anos o que leva a uma redução na proteção natural
aos raios UV.
 Modificações na derme: há uma atrofia considerável após os 70 anos. Reduz o número
de fibroblastos, muda-se a estrutura do colágeno, cai a qualidade das fibras elásticas.
Nas mulheres na pós-menopausa, o colágeno declina cerca de 2,1% ao ano.
 Modificações na hipoderme: também diminui de tamanho e os vasos sanguíneos se
rarefazem tornando a circulação mais lenta. Ocorre a diminuição da oxigenação na pele
e o aumento do número de células de gordura.

 HIDRATAÇÃO CUTÂNEA

Quando pensamos em uma pele hidratada, logo vem à mente pele macia, com brilho
natural e saudável. Acho que algumas pessoas não pararam para pensar, mas pele
hidratada = pele saudável.
A hidratação protege a pele da irritação, dos efeitos da poluição, do envelhecimento
precoce, das infecções e do ressecamento. A hidratação é fator importante na manutenção
do estrato córneo, camada responsável pela proteção da nossa pele.
Para que nossa pele fique hidratada, é necessário cuidá-la e protege-la do vento, do sol,
do frio, do ar seco, da poluição e de outros fatores que favorecem a desidratação.
Segundo Ribeiro (2010), a pele se mantém hidratada graças à presença de lipídios
secretados pelas glândulas sebáceas, à matriz lipídica intercelular na camada córnea, ao
fator natural de hidratação, ou Natural Moisturizing Factor (NMF), à presença da integridade
dos corneodesmossomas responsáveis pela coesão do extrato córneo e as aquaporinas.
A hidratação sofre variação de acordo com umidade do ar, capacidade de evaporação,
transporte de água das camadas mais profundas para as mais superficiais da pele e a
capacidade de produzir lipídios que fazem parte do manto hidrolipídico. A glândula sebácea,
também é responsável pela hidratação da pele. Este conteúdo lipídico, que é produzido pela
glândula, forma um filme lipofílico, o que favorece na retenção de água na pele. Durante a
formação da camada córnea, os queratinócitos produzem e secretam para os espaços
intercorneocitários uma mistura de lipídios formada, principalmente, por ceramidas 40%,
ácidos graxos 20% e colesterol 25%. Pode-se encontrar ainda sulfato de colesterol,
fosfolipídios e glicoceramidas. (RIBEIRO, 2010)
26

Um exemplo muito prático que gosto de citar é quando lavamos louça. Você sente sua
pele ressecada, áspera, e é isso que acontece com a nossa pele, principalmente no inverno,
quando tomamos banho com água quente. Quando usamos detergente de lavar louça, a
água quente no banho ou produtos que não são adequados para realizar a higienização,
acontece uma redução nos níveis de ceramidas, levando à desidratação. Manter a pele
hidratada é tão importante que se torna necessária para que a renovação da pele aconteça
a cada 28 dias.
No ano de 2003, o cientista americano Peter Agre foi homenageado com o Prêmio Nobel
de Química, ele descreveu o sistema de irrigação dos tecidos do corpo humano. Desde a
sua descoberta, as pessoas começaram a entender uma nova proposta de hidratação e
rejuvenescimento. As aquaporinas formam canais de água que são responsáveis pelo
transporte de água e pequenos solutos. Na nossa pele, as aquaporinas identificadas é a
AQP3 ou aquaporina 3, a única presente e encontrada nos queratinócitos. Quando ocorre a
diminuição dessas proteínas na pele, ocorre um desequilíbrio, o que sugere diminuição da
hidratação cutânea. Fatores como exposição solar e o envelhecimento contribui para a
diminuição.

5. ACNE
Muito comum, acne é o nome dado a espinhas e cravos que surgem devido a um
processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilos sebáceos. Muito
frequente na fase da adolescência, sem deixar de ser comum também em adultos,
principalmente em mulheres. Além do incômodo das lesões, como na adolescência a
aparência é um fator importante, o comprometimento estético determinado por alterações da
pele pode atingir o lado psicológico e tornar o adolescente inseguro, tímido, deprimido,
infeliz, com rebaixamento da autoestima e com consequências sérias que podem persistir
pelo resto da vida.

Sintomas

Hormônios sexuais, que começam a ser produzidos na puberdade, são os principais


responsáveis pelas alterações das características da pele, assim como pelo surgimento da
acne. As lesões aparecem com mais frequência na face, mas também podem ocorrer nas
costas, ombros e peito. Esses hormônios, chamados andrógenos e estrógenos, são
produzidos tanto pelos ovários (mulher) e testículos (homem) quanto pelas glândulas
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suprarrenais (duas pequenas glândulas situadas sobre os rins) em ambos os sexos. A


produção dos andrógenos é maior nos homens e a dos estrógenos é maior nas mulheres.
São os andrógenos os responsáveis pelo início do funcionamento das chamadas glândulas
sebáceas que são mais ativas na face, peito, costas e couro cabeludo. Essas glândulas
estão presentes desde o nascimento, mas são mais ativas na puberdade, época em que, em
pessoas com predisposição genética, desencadeia mudanças relacionadas ao conteúdo de
gordura (secreção sebácea) da pele e do couro cabeludo. Assim, os sintomas principais são:
comedões (cravos); pápulas (lesões sólidas arredondadas, endurecidas e eritematosas);
pústulas (lesões com pus); nódulos (lesões caracterizadas pela inflamação, que se
expandem por camadas mais profundas da pele e podem levar à destruição de tecidos,
causando cicatrizes) e cistos (maiores que as pústulas, inflamados, expandem-se por
camadas mais profundas da pele, podem ser muito dolorosos e deixar cicatrizes). Pode
ocorrer piora relacionada a situações de estresse ou no período menstrual. Certos
medicamentos como corticoides, vitaminas do complexo B, exposição exagerada ao sol,
contato com óleos, graxas ou produtos gordurosos, época do ano (especialmente inverno)
e, principalmente, o hábito de mexer nas lesões (“espremer cravos e espinhas”) pioram o
quadro. A acne não é contagiosa e não se relaciona à “sujeira” da pele ou do sangue.

Tratamentos

O ideal é a acne ser tratada o mais precocemente possível. Está ultrapassada a ideia
de que não se deve tratá-la por ser considerada “própria da idade”, “de desaparecimento
espontâneo com o tempo” ou “de não ser doença”. Seu controle é recomendável não só por
razões estéticas, como também para preservar a saúde da pele e a saúde psíquica, além de
prevenir cicatrizes (marcas da acne) tão difíceis de corrigir na idade adulta. E a melhor forma
de evitá-las é começar o tratamento adequado o mais cedo possível. Ou seja, a acne tem
tratamento e pode ser curada ou controlada, porém, isso pode levar bastante tempo.
Importante: quem tem acne não deve, em nenhuma hipótese, manipular (“cutucar,
espremer”) as lesões, pois isso pode levar à infecção, inflamação e cicatrizes. Há opções
tanto de terapia local, quanto por via oral, ou a combinação de ambas. O tratamento vai
variar de acordo com a gravidade e a localização, e em função de características individuais.
É necessário verificar se há lesões não inflamatórias (“cravos”) e/ou inflamatórias
(“espinhas”, nódulos, cistos) e/ou cicatrizes. Em formas leves, o tratamento pode ser apenas
local, com inúmeros produtos existentes no mercado, isolados ou combinados: ácido
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salicílico, peróxido de benzoíla, retinoides (tretinoína, adapaleno), antibióticos (clindamicina


e eritromicina, de preferência associados - no mesmo produto - aos retinoides ou peróxido
de benzoíla) e ácido azeláico. Quando o quadro não evolui bem o tratamento por via oral é
associado, utilizando-se antibióticos específicos, da classe das ciclinas (tetraciclina,
doxiciclina, minociclina, limeciclina) ou macrolídeos (eritromicina) ou sulfas (sulfametoxazol-
trimetoprima), sempre associados ao tratamento local com retinoides ou peróxido de
benzoíla ou ácido azeláico. O tratamento com antibiótico oral deve ser feito por, no máximo,
três meses, em um ou até três ciclos. O tratamento hormonal, com anticoncepcionais orais,
é sempre útil para as mulheres, desde que não existam contraindicações. Quando não há
uma boa resposta aos tratamentos e se percebe uma tendência para cicatrizes ou um
importante impacto negativo na qualidade de vida, deve ser indicada, o mais precocemente
possível e desde que não existam contraindicações, a isotretinoína oral, mesmo em casos
moderados. Contudo, esta droga é absolutamente contraindicada quando há possibilidade
de gravidez, pois pode causar danos graves ao feto. Os efeitos colaterais mais comuns são:
ressecamento dos lábios, nariz, olhos, pele do corpo; aumento do colesterol, triglicerídeos e
enzimas hepáticas. Portanto, são necessários exames de sangue antes e durante o
tratamento. É obrigatório afastar gravidez com um teste, aguardar a menstruação para iniciar
o tratamento e se assegurar sobre o uso de métodos anticoncepcionais, iniciado um mês
antes, mantido durante todo o tratamento e por um período de um mês após a suspensão
da droga. Não existem riscos para gestações no futuro. Procedimentos complementares que
ajudam no controle da acne são: extração de “cravos”, drenagem de abscessos, infiltração
com corticoides em lesões nodulares muito inflamadas ou em cicatrizes elevadas, peelings
químicos, microdermabrasão, alguns tipos de laser, luzes e esfoliações químicas. Orientação
para não manipular as lesões e proteção solar são ações coadjuvantes importantes durante
o tratamento. A limpeza de pele, quando bem indicada pelo dermatologista, e bem executada
por esteticista treinado, pode ser um ótimo complemento do tratamento de algumas formas
de acne. Observação: nunca uma limpeza de pele feita por leigos pode ser considerada
forma de tratamento.

Prevenção
A prevenção começa com higiene adequada da pele com um sabonete ou produto de
limpeza indicado especialmente para pela acneica ou oleosa. A limpeza excessiva é
prejudicial à pele como um todo (causando irritação) e pode piorar as lesões. Também se
deve evitar cosméticos que aumentem a oleosidade. Acne tem forte componente genético,
29

e não se relaciona diretamente com alimentação. Apesar de vários tabus, não é necessária
nenhuma dieta ou restrição alimentar para seu tratamento ou prevenção. A pele pode
melhorar após a exposição ao sol, porém, essa melhora é apenas temporária e a exposição
exagerada acarreta piora do quadro. As pessoas com acne, como todos, devem se expor ao
sol de maneira cuidadosa, racional e orientada.

 FIBRO EDEMA GELÓIDE

A beleza é uma fábrica de auto- estima que obedece a rapidez do mundo moderno,
sofre alterações influenciada pela mídia e pela tecnologia, com isso contribui para
insatisfação da paciente com o próprio corpo.
A fisioterapia Dermato - funcional tem sido aplicada de modo a verificar alguns
tratamentos estéticos utilizados em diversas afecções, como é o caso do fibro edema gelóide
(celulite), que atinge cerca de 80% das mulheres e acomete principalmente as regiões da
coxa, abdômen, culote e glúteo.
O fibro edema gelóide (FEG) é definido como uma infiltração edematosa do tecido
conjuntivo, não inflamatório, seguida de polimerização da substância fundamental que,
infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva, ou seja, os
mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de gelificação.
Podemos classificar o fibro edema gelóide em três ou quatro graus, de acordo com
as alterações clínicas e histopatológica.
Grau 1: Temos um aspecto visível somente a palpação ou sob contração muscular
voluntária, com ausência de dor;
Grau 2: As depressões são visíveis, sem e com a contração muscular e há alteração
de sensibilidade;
Grau 3: O acontecimento pode ser observado na posição ortostática e em decúbito
dorsal a fibrose, com predominância e aspecto de “casca de laranja”, o paciente apresenta
alteração de sensibilidade a dor;
Grau 4: Temos reações fibroblásticas devido a uma grande proliferação de fibras, há
infiltração em todo o tecido, dando-lhe uma consistência rígida, esclerótica, formam-se
nódulos de pequeno e de grande tamanho.

Por se tratar de uma afecção multifatorial, pode ser determinada por fatores
predisponentes (genético, idade, sexo e desequilíbrio hormonal) e fatores condicionantes
30

(estresse, fumo, maus hábitos alimentares, sedentarismo, aumento da pressão capilar e a


dificuldade na reabsorção linfática).
Dentre os fatores predisponentes, o fator hormonal é uma das principais causas para
o aparecimento do FEG, pois o estrogênio provoca uma hipersensibilização das células
adiposas e favorece retenção hídrica no local, por isso o fibro edema gelóide é predominante
nas mulheres devido a gravidez; o uso de anticoncepcional e medicamentos à base de
hormônios.
6. RECURSOS ELETROTERÁPICOS E MANUAIS EM ESTÉTICA CORPORAL

Este processo de tratamento consiste em um profissional qualificado que oferece


serviços personalizados com produtos específicos usados para atender às necessidades
individuais, como serviços de massagens para aplicar na recuperação da beleza do corpo.
São profissionais como esteticistas e massagistas que realizam drenagem linfática,
massagens redutoras modeladoras, esfoliação corporal, banho de lua e muitas outras
opções. Há muitas variedades de tratamento que podem ser informadas pelo profissional
qualificado para cada modalidade de serviço que permitem auxiliar na redução de celulite,
problemas de acne na pele, flacidez, rugas e específicas aplicações para procedimentos
pós-operatórios.
O processo eletroterépico precisa ter atendimento por profissionais qualificados para
realizar o tratamento com aparelhos específicos, como peeling, ultrassônicos e outros
métodos referentes à estética corporal. São técnicas conhecidas como lipodistrofia ginoide
para atender problemas de celulite, gordura localizada em parte como abdômen, pernas,
braços etc.
Enfim, para obter uma estética corporal sempre bonita e saudável, as pessoas podem
adotar tratamentos naturais, relaxantes e com bons resultados mais rápidos do que você
possa imaginar.

 ACUPUNTURA FACIAL E ESTÉTICA CORPORAL

O procedimento é feito da mesma maneira que as sessões de acupuntura tradicionais.


Os pontos de energia do corpo que não estão em harmonia são estimulados com agulhas,
laser, eletro acupuntura, haihua, etc. O laser tem mostrado de grande ajuda na reconstituição
de tecidos danificados, melhorando o colágeno e elastina da pele.
31

Acupuntura estética facial, no caso de rugas profundas, o tratamento de acupuntura


tem como objetivo harmonizar a pele dando maior vitalidade, maior firmeza, fortalece a
musculatura, preenche sulcos e melhora a qualidade da pele realçando sua beleza,
deixando-a mais bonita.
Para se obter um resultado ainda mais profundo e rápido, pode-se lançar mão da
eletromagnetopuntura. A eletromagnetopuntura é um aparelho que dispensa o uso de
agulhas e que faz todo um trabalho de estimulação celular profundo. Desenvolvido na China,
o HaiHua (nome genérico do aparelho) funciona como uma descarga eletromagnética, sem
riscos para a saúde do paciente (com pequenas contraindicações como marca passo, útero
grávido, etc.) e que desempenha um papel surpreendente na área de estética facial. A
aplicação é rápida. Comumente dura cerca de 15 minutos no total, cobrindo-se várias áreas.
E tem a vantagem da não utilização das agulhas, para aqueles que assim preferem.

Acupuntura estética corporal


O procedimento é muito parecido e a fisiologia do tratamento também. Por ser uma
área maior a ser atendida, requer o uso das agulhas comuns de uso corporal. O alcance vai
desde pequenas áreas de gordura localizada, ou até mesmo pacientes clinicamente obesos.
A quebra da gordura funciona obedecendo ao mesmo raciocínio da aceleração
metabólica fornecida pelo estimulo da acupuntura. Seu corpo recebe uma ordem para
‘mover’ algo que está ali parado, estagnado, e botar esse acúmulo em circulação. Uma vez
em circulação, essa gordura tende a buscar uma saída, pois seu sistema nervoso vai
reconhecer que o lugar dessa gordura não é ficar circulando pelo seu corpo’.
Daí a importância de se saber usar os ‘pontos de escape’ para que essa gordura
possa escoar para fora de seu corpo através das formas já conhecidas. O aparelho de
eletromagnetopuntura também se faz presente nesse tratamento, tornando todo esse
processo mais rápido e facilitando o acesso a grandes áreas como cintura, nádegas, abdome
e entre outros.

 CIRURGIA PLÁSTICA NA ESTÉTICA

O objetivo da cirurgia plástica é reconstituir ou modificar uma parte do corpo humano


por razões médicas ou estéticas.
32

A cirurgia plástica reparadora tem a finalidade de corrigir defeitos congênitos ou


adquiridos e lesões deformantes. É considerada tão necessária quanto qualquer outra
intervenção cirúrgica, quando há a patologia congênita ou adquirida devidamente
reconhecida ou ainda quando existe déficit funcional parcial ou total cujo tratamento exige
recursos técnicos da cirurgia plástica. São procedimentos em que a cirurgia plástica procura
aprimorar ou recuperar as funções, e ainda restabelecer a forma mais próxima possível do
normal. Alguns exemplos de cirurgia plástica reparadora são: cisto e câncer de pele;
atenuação ou reversão de defeitos congênitos; sequelas deixadas em portadores de câncer;
sequelas em pacientes queimados; sequelas em acidentados e traumatizados e sequelas
em ex-obesos que fizeram cirurgia bariátrica.
Já a cirurgia plástica estética é feita com o propósito de melhorar a aparência do
paciente. Quando a pessoa se submete a tal procedimento cirúrgico não o faz com o
propósito de alcançar melhora em seu estado de saúde, mas de aperfeiçoar algum aspecto
físico que não gosta, ou seja, condições que não lhe causam prejuízo da ordem funcional,
mas sim de ordem psicológica. Alguns exemplos são: alteração da forma e tamanho do nariz,
orelhas e mamas e retirada de excesso de pele do corpo.
Atualmente, as duas cirurgias plásticas estéticas mais realizadas no Brasil são a
lipoaspiração e o implante de prótese de silicone nos seios. Brasil é o segundo país no
ranking mundial de cirurgias plásticas.
Em 2013, o Brasil chegou ao primeiro lugar no ranking dos países que mais faziam
cirurgias plásticas no mundo. Porém esse número vem caindo. De acordo com a última
pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps), o Brasil realizou
1,22 milhão de procedimentos em 2015, quase 10% a menos que no ano anterior. Mas,
apesar da queda de quase 230 mil procedimentos anuais em comparação a 2013, o Brasil
permanece em segundo lugar no ranking, atrás somente dos Estados Unidos que, em 2015,
fizeram 1,41 milhão de cirurgias plásticas.

7. SUPLEMENTOS E FITOTERÁPICOS EM ESTÉTICA

Com o passar dos anos podemos perceber uma maior preocupação e valorização da
estética. E a beleza, além de ser mais valorizada e desejada, ainda se tornou um bem de
consumo, tendo em vista que esta pode ser "construída”.
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Um novo aliado no campo da estética é a Fitoterapia, que nada mais é do que o uso
de plantas medicinais como coadjuvantes do tratamento estético. Essas plantas possuem
em sua constituição princípios ativos que possuem ação terapêutica em nosso organismo e
podem ser utilizados de diversas formas. Entre os fitoterápicos que potencializam aquele
tratamento estético temos:
O Chá Verde possui em sua constituição um polifenol que apresenta uma ação
significante no crescimento capilar, a epigalocatequina-3-galato (EGCG) que em soluções
de uso tópico, induz o alongamento do folículo capilar e auxilia no crescimento do cabelo.
Pesquisas também demonstram que os polifenóis presente no chá verde, em particular a
epigalocatequina-3-galato (EGCG), tem uma importante ação na prevenção dos efeitos
danosos ocasionado pelos raios ultravioletas, entre eles a foto envelhecimento
(envelhecimento precoce da pele devido aos danos causados pelos raios solares).
O extrato das folhas de Piper nigrum é um fitoterápico que têm demonstrado ótimos
efeitos na prevenção do aparecimento de fios brancos. E vai muito além disso, já que
também contribui no tratamento da queda capilar.
Polypodium leucotomos é um fitoterápico de importante ação antioxidante que
também atua prevenindo o fotoenvelhecimento. Amla (Em bilica officinalis Gaertn) é um
fitoterápico rico em vitamina C, minerais e aminoácidos, além de ser uma planta rica em
comp0stos fenólicos como taninos, rutina, cucruminóides, emblicol e outros. Atua no
metabolismo do colágeno, auxiliando na manutenção da firmeza da pele e evitando aquele
aspecto de pele envelhecida.
O Brasil, atualmente, é o terceiro maior consumidor de cosméticos no mundo. Porém,
o uso de fitoterápicos para auxiliar nos tratamentos cosméticos deve obedecer ao para
manter a sua segurança e o uso racional destes. Assim, somente um profissional
especializado, e que tenha conhecimento em fitoterapia, pode prescrever as plantas
relacionadas acima. Isso sem falar que apesar de ser uma terapia milenar em determinadas
culturas, ainda são necessários muitos estudos a fim de compreender melhor o efeito das
plantas sobre o nosso organismo. Por isso, não use nada sem o consentimento de seu
médico ou nutricionista.
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8. REFERÊNCIAS

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