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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS

NEUROLÓGICAS E IMUNES

ALZHEIMER E
PARKINSON

Prof. Letícia Brito


Nutricionista
ALZHEIMER
CONCEITO
• A doença de Alzheimer (DA) se
trata de uma doença incurável
que progride com o decorrer do
tempo, havendo perdas nas
funções cognitivas, afetando
linguagem, memória,
coordenação e atenção devido às
perdas celulares do tecido
cerebral (SILVA; PALORO;
HAMASAKI, 2016), sendo a
doença mais comum em idosos
que causa demência.
Doença de Alzheimer

• 24 milhões de pessoas apresentam algum tipo de demência

• A Doença de Alzheimer (DA) é considerada a principal causa


de demências em indivíduos com 65 anos ou mais

• O próprio envelhecimento é o principal fator de risco


Doenças de Alzheimer

Para diagnóstico de demência, deve-se observar uma perda da


capacidade cognitiva suficiente para interferir nas atividades
diárias incluindo defeitos na memória, defeitos na execução de
tarefas, afasia, agnosia com deterioração da interação social e
ocupacional.

Afasia: distúrbio de linguagem Agnosia: incapacidade de


que afeta a capacidade de reconhecer os objetos ou os
comunicação símbolos usuais
Principais alterações cognitivas
• Atenção
• Memória
• Afetividade
• Imaginação
• Raciocínio
• Percepção
• Compreensão
• Julgamento
ALZHEIMER- CONCEITO
Envolvem ativação local de
Envelhecimento vias da resposta imune
cognitivo normal ou associada a liberação de
patológico citocinas inflamatórias

Macrófago
Produção IL-6 IL -
sustentada 1β

TNF-α

Ciclo de processos neuroinflamatórios, incluindo amiloidose, morte


neuronal, afinamento cortical, volume cerebral reduzido, eventos
relacionados a doenças vasculares cerebrais
Fases da DA
•DA inicial - sinais podem incluir perda de memória, confusão, dificuldade para
lidar com dinheiro, diminuição de crítica, alterações de humor, e Aumento da
ansiedade
•DA moderada - sinais podem incluir aumento da perda de memória e confusão,
problemas no reconhecimento de pessoas, dificuldade com a
linguagem e pensamento, inquietação, agitação, declarações repetitivas,
perambulação
• DA severa ocorre extrema retração cerebral. Os pacientes são
totalmente dependentes. Entre os sinais e sintomas cita-se perda de peso,
convulsões, infecções cutâneas, gemidos, agitação, aumentodo sono, incontinência
urinária /fecal,
A morte ocorre geralmente por pneumonia aspirativa ou outras infecções.
O cérebro preenche a maior parte do crânio. Está
envolvido com as lembranças, resolução de
problemas, pensamentos, sentimentos e
movimentos

O cerebelo encontra-se na parte de trás, abaixo do


cérebro. Controla coordenação e equilíbrio

O tronco cerebral liga o cérebro à medula espinal e


controla funções involuntárias como respiração,
digestão, ritmo cardíaco e pressão arterial
Funções do córtex
•Interpreta sensações do corpo e imagens, sons, e cheiros do
mundo externo
• Cria pensamentos, faz planos e resolve problemas
• Forma e guarda lembranças
• Controla movimentos
O tecido com Alzheimer possui
um número bem menor de
células nervosas e de sinapses do
que um cérebro saudável
Tratamento da DA
• Após diagnosticada evolui gradativamente e em até 20
anos passa por todas as fases

• Não há tratamento para prevenir, curar ou retardar o início


dos sintomas ou a progressão

• Tratamento baseia-se na utilização de drogas para reduzir


temporariamente os sintomas
Exige intervenção multidisciplinar
O que NÃO É Doença de Alzheimer?
1. Esquecimento (lapsos) de nomes, objetos guardados - não
progressivamente
2. Desinteresse pelas coisas e pessoas, não progressivamente
3. Demência com instalação aguda, pós AVC
4. Paciente concorda com alterações de memória apresentadas
pelos familiares
5. Paciente nega-se a fazer ou continuar os testes
6. Alteração de memória pode não ser o primeiro sintoma
(humor, comportamento)
Tratamento nutricional na DA
Tem papel fundamental, impactando positivamente:
• Redução de complicações
• Aumento da qualidade de vida

IMPORTANTE SE ATENTAR AO MONITORAMENTE DO ESTADO NUTRICIONAL


APLICAR AS TÉCNICAS ANTROPOMÉTRICA DE AEN DO IDOSO
ALTERAR A CONSISTÊNCIA DA DIETA DE ACORDO COM O QUADRO CLÍNICO DO PACIENTE
ADEQUAR AS NECESSIDADES CALÓRICAS E PROTEICAS
Protocolo de atendimento da UNIFESP - NEUROLOGIA
Avaliação nutricional – BRASPEN ENVELHECIMENTO, 2019

A perda de massa muscular PODE:


• Aumentar a fragilidade
• Reduzir a performance física
• Agravar o declínio cognitivo
• Elevar as taxas de infecções e mortalidade

O declínio cognitivo prejudica a dinâmica dos


horários de alimentação, além de resultar na
perda da capacidade de mastigar e deglutir
de forma eficaz e segura
ALTERAÇÕES DA COMPOSIÇÃO CORPORAL E DO
EQUILÍBRIO ENERGÉTICO

Tecido adiposo –
principalmente
abdominal

Tecido muscular
Osso
Água
SARCOPENIA
Sarco: músculo
Epenia: perda
Sarco: músculo
SARCOPENIA Epenia: perda
DEFINIÇÃO

✓REDUÇÃO DA MASSA MUSCULAR ESQUELÉTICA


ASSOCIADA À REDUÇÃO DA FORÇA MUSCULAR OU
DESEMPENHO FÍSICO.

REDUÇÃO DA CAPACIDADE
FUNCIONAL
SARCOPENIA
CAUSAS

ORIGEM PRIMÁRIA => ASSOCIADA SOMENTE AO


ENVELHECIMENTO
ORIGEM SECUNDÁRIA => ASSOCIADA A OUTROS FATORES:
❖INATIVIDADE FÍSICA:
- REPOUSO PROLONGADO;
- SEDENTARISMO;
- DESCONDICIONAMENTO;
❖NUTRIÇÃO INADEQUADA:
- INGESTÃO INADEQUADA DE ENERGIA E PROTEÍNAS;
- DESORDENS GASTROINTESTINAIS – MÁ ABSORÇÃO;
- USO DE MEDICAÇÕES QUE CAUSAM HIPOREXIA.
SARCOPENIA
CAUSAS

ORIGEM SECUNDÁRIA => ASSOCIADA A OUTROS FATORES:


❖DOENÇAS QUE PROMOVEM CATABOLISMO – DEGRADAÇÃO PROTEICA:
- INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA / DPOC / INFECÇÕES / ICC / CÂNCER

❖ ESTRESSE OXIDATIVO
> CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS (IL-6; TNF-α);
> RADICAIS LIVRES.
SARCOPENIA

CAQUEXIA: definhamento que ocorre nos estágios finais de doenças graves


como o CA, IRC e ICC
• Indivíduos caquéticos são sarcopênicos, mas o inverso não é verdadeiro.

OBESIDADE SARCOPÊNICA: perda de massa muscular, força e função,


mas sem redução da massa adiposa, às vezes com o seu aumento.
Pode ocorrer em: artrite reumatóide crônica, câncer e no próprio
envelhecimento.
• O conceito de sarcopenia não envolve a perda de peso corporal. Na
obesidade sarcopênica a infiltração gordurosa do músculo esquelético
pode levar a perdas funcionais importantes.
SARCOPENIA - sinais

Declínio da flexibilidade
Redução de energia
Fadiga muscular

Declínio do equilíbrio Declínio da coordenação


Declínio da agilidade
Aumento da rigidez
muscular

DE ACORDO COM O CONSENSO EUROPEU (2010):


SOMENTE REDUÇÃO DA MASSA MUSCULAR: PRÉ-SARCOPENIA;
REDUÇÃO DA M.M + REDUÇÃO NA FORÇA OU DIMINUIÇÃO NO
DESEMPENHO FÍSICO: SARCOPENIA MODERADA
ALTERAÇÃO NAS TRÊS VARIÁVEIS: SARCOPENIA SEVERA
SARCOPENIA
CONSEQUÊNCIAS

❖ FRAGILIDADE
❖ LENTIFICAÇÃO DO METABOLISMO
❖ AUMENTO DE QUEDAS E FRATURAS
❖ LIMITAÇÃO EM ATIVIDADES DO DIA A DIA
❖ PERDA DE AUTONOMIA!!!!!!!!!!
❖ MAIOR RISCO DE MORTE
❖ PROGNÓSTICO RUIM EM HOSPITALIZAÇÃO
Como avaliar e
diagnosticar?

1º Aplicar o questionário SARC-F ou SARC-calF

2º Prosseguir com a investigação diagnóstica completa (Força


de preensão palmar, massa apendicular por DEXA ou
circunferência da panturrilha)
QUESTIONÁRIO 1 OU
QUESTIONÁRIO 2
Prosseguir com a
investigação diagnostica

De acordo com as últimas recomendações, o


diagnóstico de sarcopenia é baseado em dois
critérios:
• Diminuição de força (critério fundamental)
e
• Baixa quantidade de massa muscular
(critério confirmatório).
SARCOPENIA - DIAGNÓSTICO

MASSA Ressonância magnética, Tomografia


MUSCULAR Computadorizada, DEXA – Densitometria,
Bioimpedância, Antropometria.

FORÇA Através da força de preensão


MUSCULAR manual => Dinamômetro manual.
(confiável, fácil e barato)

Teste de velocidade de marcha de


DESEMPENHO seis metros (10 metros no total,
FÍSICO sendo mensurado o tempo gasto
nos 6m intermediários).
Dinamômetro
Avaliação da massa muscular através da
circunferência de panturrilha

O ponto de corte ≤ 34 cm para homens e ≤ 33 cm para mulheres, indicando redução da


massa magra, para a população de idosos brasileiros

Maior correlação com a massa muscular


aferida por DEXA
SARCOPENIA - TRATAMENTO

EXERCÍCIOS:
TREINAMENTO DE FORÇA
- TEM GRANDE EFEITO SOBRE O AUMENTO DA MASSA E FORÇA MUSCULAR;
- UMA DAS FORMAS DE AMENIZAR O CATABOLISMO;
- EFEITO ANABÓLICO – AUMENTO DA SÍNTESE PROTEICA;
- A FORÇA PODE AUMENTAR DE 2 A 3 VEZES EM UM PERÍODO CURTO, DE 3 A 4 MESES;

EXERCÍCIOS AERÓBICOS
- NÃO CONTRIBUEM PARA HIPERTROFIA COMO OS EXERCÍCIOS DE FORÇA;
- AUMENTAM O VOLUME MITOCONDRIAL;
- REDUÇÃO DA GORDURA INTRAMUSCULAR COM CONSEQUENTE MELHORA DA
FUNCIONALIDADE MUSCULAR;
- AUXILIA NA REDUÇÃO DA PERDA DE TECIDO ADIPOSO.

PORÉM..... A MÁ NUTRIÇÃO PODE INTERFERIR NOS RESULTADOS


SARCOPENIA - TRATAMENTO

NUTRIÇÃO:
- REALIZAR DETALHADA ANAMNESE ALIMENTAR:
IDENTIFICAR ERROS ALIMENTARES, PREFERÊNCIAS, DIFICULDADES
(MASTIGAÇÃO, XEROSTOMIA, HIPOGEUSIA, HIDRATAÇÃO);

- AVALIAÇÃO NUTRICIONAL – IMC, CP, CB, MINI-AVALIAÇÃO NUTRICIONAL;

- ADEQUAR OS HÁBITOS COM O OBJETIVO DE SUPRIR AS NECESSIDADES DE


MICRO E MACRONUTRIENTES; OFERECER INGESTÃO ENERGÉTICA
ADEQUADA;

- ELABORAR PLANO ALIMENTAR PERSONALIZADO, RESPEITANDO


PREFERÊNCIAS, NECESSIDADES NUTRICIONAIS E DIFICULDADES
INDIVIDUAIS.
Tratamento nutricional

Sempre adequar a dietoterapia ao quadro clínico atual


Tratamento nutricional

Objetivo:
• Retardar a perda sináptica
• Evitar a perda de peso
• Adequar a ingestão oral
• Adequar a suplementação oral
• Adequar a TNE
• Orientar cuidadores/familiares

Alimentação adequada Alimentação inadequada

Progressão mais lenta da doença Desnutrição/sarcopenia/caquexia

Qualidade de vida Pior qualidade de vida


ALZHEIMER E NUTRIÇÃO

Estudos epidemiológicos mostram efeitos protetores de vários


micronutrientes que melhoram e aumentam a plasticidade
neuronal e com redução de processos neurodegenerativos,
atuando como alternativas importantes para a redução do risco
para Doença de Alzheimer
• Vitaminas do complexo B
• Vitamina D
• Antioxidantes
• Ácidos graxos poli-insaturados
ALZHEIMER E NUTRIÇÃO

Estudos epidemiológicos
NUTRIÇÃO mostram
MODULA efeitos protetores
O SISTEMA de processos
Pode alterar vários
micronutrientes que melhoram IMUNEe aumentam a plasticidade
neuroinflamatórios
neuronal e com redução
Intervenções de processos
dietéticas neurodegenerativos,
podem proteger contra
atuando comooalternativas importantes
declínio cognitivo para a redução do risco
durante o envelhecimento
para Doença de Alzheimer
•• Vitaminas
Vitaminas do complexo B
do complexo B
INIBEM ERO’S
• Vitamina D
• Vitamina D
•• Antioxidantes
Antioxidantes

•• Ácidos
Ácidos graxos poli-insaturados
graxos poli-insaturados
DIETA DO MEDITERRÂNEO TENDE A DIMINUIR O RISCO DE TER DECLÍNIO COGNITIO
Conclusão: Não há evidências consistentes para apoiar a
eficácia da suplementação de ômega-3 na melhoria da função
cognitiva em pacientes com DA a curto e médio prazo.

1720 mg DHA
600 mg EPA

Resumo: O conhecimento acumulado indica que populações saudáveis ​podem ter benefícios
preventivos com a ingestão de peixes e ácido docosahexaenóico, como adultos mais velhos
com queixas de memória / comprometimento cognitivo leve, e talvez subgrupos de
pacientes com doença de Alzheimer leve / moderada também possam apresentar tais
benefícios. Ainda assim, mais estudos são necessários.
Parece melhorar a função cognitiva

Extrato: 60 gotas/dia !!! Apenas especialização em fitoterapia


A suplementação com vitamina E (um estudo, n 516), ginkgo biloba (um estudo, n 482) ou Fortasyn
Connect (um estudo, n 311) não teve efeito significativo na progressão do comprometimento
cognitivo leve para demência e / ou DA.

Para a função cognitiva, os resultados mostraram algumas melhorias no desempenho,


particularmente na memória, com os resultados mais consistentes mostrados por vitaminas complexo
B, incluindo ácido fólico (um estudo, n 266) ou ácido fólico sozinho (um estudo, n 180), DHA e EPA
(dois estudos, n ° 36 e n ° 86) ou somente DHA (um estudo, n ° 240) e suplementação de flavonol (um
estudo, n ° 90).
A suplementação com óleo de peixe (3 × 430mg DHA + 150mg EPA diariamente por 12 meses),
produziu melhorias significativas na reprodução visual I e ​no Teste de Aprendizagem Auditivo Verbal
de Rey recordação retardada. Além disso, houve uma melhora significativa no desempenho da memória

Em um segundo estudo investigando a suplementação de n- 3 PUFA (480 mg de DHA + 720 mg de


EPA diariamente por 6 mesesv. placebo) ( 28 ) , significância estatística limítrofe ( P = 0,047) foi relatada
entre a intervenção e o controle para a memória de trabalho.

No entanto, um terceiro estudo investigando 625 mg de EPA + 600 mg de DHA v. Placebo não mostrou
melhorias significativas na memória ( 29 ) . Um quarto estudo que investigou apenas a suplementação de
DHA (2000 mg / d v. Placebo) ( 30 ) , encontrou melhorias significativas para a memória de curto prazo
( P ≤ 0 · 0001) e memória de longo prazo ( P≤0 · 0001) em comparação com o grupo de placebo.
990mg de flavonoides do cacau por 8 semanas apresentaram resultados significativos nos testes de
fluência verbal.
*O cacau em pó apresenta cerca de dez por cento do seu peso composto de flavonóides.

400 mg por 6 meses de ácido fólico parecem melhorar a memória de curto prazo
GASTROENTEROLOGIA FUNCIONAL
Cuidados nutricionais com paciente com DA

• Se o paciente tem bom apetite, não apresenta problemas para engolir, é independente na mesa,
e alimenta-se bem e de forma variada(carnes, ovos, leite, cereais, legumes, verduras, pães,
sucos, frutas) ESTIMULAR
• Se é um paciente dependente, que necessita de ajuda para comer, engasga, mastiga com
dificuldade, deve-se lembrar que ao passar para dieta pastosa, temos que variá-la ao máximo,
para não causar desnutrição, principalmente de proteínas;
• É importante manter a rotina de horáriose localdas refeições, de preferênciajunto da família;
• É mais fácil para o paciente comer com a colher do que com o garfo, mantendo assim a
compreensão e o respeito;
• Com a evolução da Doença de Alzheimer o paciente não percebe que o alimento possa estar
muito quente ou muito frio, amargo ou azedo;
• A percepção de sede está prejudicada nestes pacientes, e às vezes fazendo em alguns casos
com que fiquem desidratados;
• APÓS AS REFEIÇÕES - Sempre fazer a higiene oral, escovando os dentes, lavando a prótese
dentária, lavando sempre a cavidade oral(boca), para não deixar restos de comida.
DICAS PARA DIETA PASTOSA RICA EM PROTEÍNAS
• MINGAU: enriquecer o leite com frutas liquidificadas ou amassadas, gema de ovo pré-cozida ou
geleia de frutas.
• VITAMINAS: adicionar ao leite, farináceos à base de cereais integrais, com ou sem açúcar, leite
em pó.
• CARNE: liquidificar e adicionar em purês.
• VEGETAIS FOLHOSOS: adicionar em purês de feculentos(batata).
• CEREAIS: preferir feculentos; preparações com milho(polentas, cremes) ou arroz papa.
• LEGUMINOSAS: amassar com garfo ou passar na peneira fina.
• SOPAS: tipo cremes, preparadas em molho branco; à base de leguminosas liquidificadas, ou
fubá com adição de carnes.
• PÃES: de forma sem casca; adicionadas ao leite(papinha); doces ou rosca.
• QUEIJOS: cremosos ou pastas.
• SOBREMESAS: pavês, musses, pudins, flãns, arroz doce, curau, frutas cozidas ou em pasta.
• LÍQUIDOS: leite ou iogurtes batidos com farináceos ou frutas; sucos de furtas e legumes com
adição de farináceos.
PARKINSON

Prof. Letícia Brito


Nutricionista
A Doença de Parkinson (DP) é classificada
como uma doença neurodegenerativa,
crônica e progressiva com consequente
demência, que atinge a mobilidade do
indivíduo o que pode implicar dificuldades
nas atividades de vida diária, tais como
fazer compras e cozinhar, o que
possivelmente também acarretará
mudanças nos hábitos alimentares,
ingestão de energia e nutrientes
A Doença de Parkinson é considerada como uma afecção
caracterizada pelas disfunções do sistema
dopaminérgico, colinérgico e serotoninérgico.
Alguns dos possíveis mecanismos implicados no surgimento da
Doença de Parkinson

➢ Ações das neurotoxinas com produção aumentada de radicais


livres;
➢ Anormalidades mitocondriais;
➢ Predisposição genética;
➢ Envelhecimento cerebral.

À medida que a doença evolui e os neurônios se degeneram, há


desenvolvimento dos corpos de Lewys, sendo estes corpos que se
aglomeram em grande quantidade na substância negra do
mesencéfalo, ocorrendo uma perda neuronal progressiva.
O diagnóstico pode ser feito através:

- Voz (fala baixo e monotonamente);


- Tremor (para durante o sono e diminui em movimento);]
- Rigidez (músculos não recebem ordem pra parar e pode
causar dores musculares e postura encurvada;
- Escrita (a caligrafia torna-se ilegível e pequena);
- Artralgia (dor nas articulações)
- Bradicinesia (movimentos lentos, que para realizá-los
exige muito esforço);
- Marcha típica (os braços ficam imóveis ao deambular);
- Alteração no equilíbrio (postura levemente encurvada para
frente, podendo causar cifose ou provocar quedas);
- Deglutição e mastigação podem ser comprometidas, uma
vez que os músculos podem ter atividade mais lenta. Podem
ter ainda alterações urinárias e constipação intestinal devido ao
mal funcionamento do sistema nervoso autônomo;
- Diminuição de movimentos involuntários autossomáticos
(como por exemplo as pálpebras piscam cada vez menos);
Devido à sintomatologia presente, como perda de peso involuntário, dificuldades de
mastigação e até mesmo a desnutrição, são necessários cuidados nutricionais
específicos, visando a manutenção do peso, ingestão de proteínas adequadas, prevenção do
controle de constipação e adaptação do paciente que pode possuir problemas motores.

Outro ponto que interfere e disputa com a alimentação do parkinsoniano são as drogas
utilizadas no tratamento da doença e que prejudicam, de várias formas, a ingestão de
alimentos e o estado nutricional do indivíduo, diminuindo sua qualidade de vida, podendo
aumentar a morbidade e a mortalidade da doença
Resumo das condutas nutricionais na
doença de Parkinson

✓ Evitar alimentos refinados com alto índice glicêmico/carga glicêmica;


✓ Evitar alimentos gordurosos;
✓ Evitar alimentos alergênicos;
✓ Consumir alimentos com temperos frescos e especiarias;
✓ Consumir frutas, legumes e verduras;
✓ Consumir Alimentos antiinflamatórios e antioxidantes;
✓ Reduzir o consumo de carne vermelha;
✓ Leguminosas (reduzem as flutuações da levadopa em resposta a proteína): feijão preto, soja,
lentilha, feijão mulatinho;
✓ Fontes de vitamina B6: leite desnatado, feijões, batata doce, inhame, abacate, atum e salmão;
✓ Alimentos fontes de fibras insolúveis: cereais integrais, abóbora, folhosos, cenoura crua, quiabo,
mamão, ameixa;
✓ Reduzir o volume das refeições e aumentar o fracionamento em cinco a seis refeições ao dia;
✓ Adicionar Brássicas todos os dias;
✓ Em caso de disfagia, informar o médico e nutricionista;

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