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Metabolismo

Hormonal
1. Introdução 4
Metabolismo 5
Hormônios 6
Sistema Endócrino 7
Função dos Hormônios 8

2. Mecanismos de Ação dos Hormônios 11


Classificação Química dos Hormônios 12
Características da Atividade Hormonal 13
Os “Segundos Mensageiros” 14
Glândula Tireoide 14
Hipotireoidismo 15
Hipertireoidismo 15
Nódulos na Tireoide 16
Disfunções na Tireoide Alteram Metabolismo 16
Regulação da Função Tireoidiana 17

3. Regulação Hormonal do Aparelho


Reprodutor Feminino 23
Alterações que Ocorrem Durante o Ciclo
Sexual Feminino 24
Ovulação e Formação do Corpo Amarelo 25
Regulação Hormonal da Função Ovariana 26
O Eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovário 26

4. Referências Bibliográficas 32

02
03
METABOLISMO HORMONAL

1. Introdução

Fonte: ABC Med1

A s várias funções do organismo


devem ser capazes de respon-
der, de forma coordenada e apropri-
brem uma curtíssima fenda sináp-
tica existente entre os neurônios. No
segundo agem mensageiros quími-
ada, a diversas modificações físicas e cos denominados hormônios, que
químicas, provenientes de dentro ou são sintetizados e armazenados nas
de fora do organismo. Os sistemas, glândulas endócrinas, e prontos
nervoso, e endócrino, são, estudados para serem liberados na corrente
em separado, porém atuam de for- circulatória pelo processo exocitose
ma integrada na regulação do meta- quando requeridos. Uma vez na cor-
bolismo. No primeiro, a comunica- rente circulatória, os hormônios po-
ção opera através de neurotransmis- dem atingir células-alvo distantes, e
sores, tais como a noradrenalina, a retenção e absorção, são depen-
acetilcolina ou serotonina, que co- dentes de receptores específicos com

1 Retirado em https://www.abc.med.br/

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METABOLISMO HORMONAL

alta afinidade, localizados na super- Catabolismo: é o processo do


fície da membrana plasmática da cé- corpo no qual os alimentos ingeridos
lula, ou no núcleo celular. Eles são tem suas moléculas quebradas em
moduladores de reações enzimáticas partículas menores e energia.
do metabolismo, participando de O que determina o funciona-
funções específicas, como cresci- mento do metabolismo? A velocida-
mento celular, tissular, metabolis- de de funcionamento do metabolis-
mo. mo, ou taxa metabólica, depende de
Os dois grandes sistemas inte- uma série de fatores, que o influen-
gradores do organismo, sistema en- ciam de variadas maneiras. Os prin-
dócrino e sistema nervoso, intera- cipais fatores são:
gem de diversas maneiras para asse- Idade: um dos principais fatores
gurar a manutenção de níveis ade- para o funcionamento metabólico é
quadas de fornecimento, armazena- a idade. À medida que a pessoa en-
mento e utilização de substratos velhece, torna-se mais difícil acele-
energéticos em diferentes condições rar o metabolismo às taxas anterio-
fisiológicas. O controle neuroendó- res. A tendência é que esta taxa di-
crino do metabolismo energético en- minua em cerca de 5% a cada déca-
volve, portanto, a interação desses da, após os 40 anos. Este é o motivo
dois sistemas num grande número pelo qual perdemos massa muscu-
de processos. lar, com o tempo.
Gênero: o gênero também é rele-
Metabolismo vante, neste caso. Homens possuem,
em geral, mais massa muscular do
Metabolismo é um termo téc- que as mulheres, exigindo queima
nico utilizado para descrever todas calórica mais rápida. Por isso, mu-
as reações bioquímicas e hormonais lheres geralmente precisam consu-
no corpo. Elas são essenciais para mir menos calorias diárias para
manter os órgãos e células funcio- manter seu peso. Além disso, o im-
nando adequadamente. pacto hormonal mais pesado ao lon-
Estas reações dividem-se, re- go da vida também afeta a taxa me-
sumidamente, em dois grandes pro- tabólica.
cessos: Hereditariedade: fatores genéti-
Anabolismo: é o processo no qual cos também são extremamente rele-
todos os componentes demandados vantes para o funcionamento meta-
pelas células são sintetizados, dei-
xando-os prontos para o uso.

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METABOLISMO HORMONAL

bólico. Gerações seguidas de deter- Na verdade, a taxa metabólica


minadas características tendem a basal é a forma de referir à “veloci-
ser mantidas. dade do metabolismo”. Quando você
Peso: o cálculo é bastante lógico. diz que possui um metabolismo len-
Pessoas mais pesadas e com maior to, na verdade está dizendo que pos-
estatura exigem um metabolismo sui uma baixa TMB.
mais acelerado do que outras. Isso Sem a nutrição adequada, o
ocorre pois ela simplesmente exige corpo não poderia funcionar ade-
mais energia para manter seu corpo quadamente. No entanto, o tipo de
em atividade. nutriente ingerido influencia no fun-
O que é a taxa metabólica ba- cionamento metabólico. O metabo-
sal? lismo quebra os nutrientes em partí-
culas facilmente utilizáveis e ener-
gia.
Mais tarde, ele reconstrói estas
partículas, utilizando os nutrientes
para manter funções importantes do
corpo. Por isso, ele é o responsável
principal por transformar a comida
Fonte: na manutenção da vida.
https://saboridades.wordpress.com/2
011/07/18/comer-de-3-em-3-horas/ Hormônios

A taxa metabólica basal, TMB, Hormônios são substâncias


é o cálculo que determinar a quanti- químicas secretadas na corrente
dade mínima de energia gasta para sanguínea pelas Glândulas. Provo-
que o corpo queime o máximo de ca- cam efeitos específicos em determi-
lorias possível. A taxa gira em torno nados tecidos que contenham recep-
de 40% a 70% da energia que o cor- tores adequados e consequentemen-
po necessita diariamente, para isso. te alteram as atividades de vários ór-
Obviamente, a taxa é indivi- gãos. Os hormônios são secretados
dual, e depende de uma série de fa- por células especializadas ou glân-
tores específicos, como os mencio- dulas endócrinas para o sangue, pa-
nados no tópico anterior. Estilo de ra o próprio órgão ou para a linfa em
vida também conta para o cálculo, e quantidades normalmente peque-
influencia bastante. nas e que provocam uma resposta fi-

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METABOLISMO HORMONAL

siológica típica em outras células es- produção de energia; este metabo-


pecíficas. Os hormônios são regula- lismo gera excretos e gás carbônico
dores fisiológicos - eles aceleram ou que são eliminados pelo próprio sis-
diminuem a velocidade de reações e tema respiratório e pelo sistema ex-
funções biológicas que acontecem cretor e o sistema circulatório trans-
mesmo na sua ausência, mas em rit- porta todas essas substâncias. Po-
mos diferentes, e essas mudanças de rem para que estes sistemas funcio-
velocidades são fundamentais no nem harmonicamente e de maneira
funcionamento do corpo humano. O integrada é necessário a existência
Sistema nervoso e o sistema endó- de sistemas reguladores. O Sistema
crino trabalham em conjunto na in- Endócrino e o Sistema Nervoso são
tegração e na regulação de várias os dois sistemas reguladores do or-
funções no corpo humano. Pelo sis- ganismo.
tema de feedback é que se controla a
liberação dos hormônios pelas glân- Sistema Endócrino
dulas, ou seja, quando existe grande
quantidade de determinado hormô- O Sistema Endócrino atua
nio na corrente sanguínea, determi- através de hormônios, que são subs-
na-se por meio de estímulos nervo- tâncias de diversas naturezas quími-
sos que sua liberação pela glândula cas produzidas pelas glândulas en-
seja diminuída. E o inverso acontece dócrinas, liberadas na corrente san-
quando se detecta falta do mesmo guínea e que atuam em órgãos-alvo
hormônio. especifico.
Os hormônios têm como ação As glândulas são classificadas
primordial a otimização e a acelera- de acordo com a presença ou ausên-
ção das atividades celulares e conse- cia de conexão. As glândulas exócri-
quentemente dos sistemas do orga- nas são responsáveis pela secreção
nismo. Assim, mesmo que ocorram de suor, lágrimas, ácido gástrico e
marcantes mudanças no ambiente enzimas digestivas, como também
externo, mantém-se a homeostase de uma grande variedade de outras
interna do corpo humano. secreções, e enviam-nas através de
Os sistemas Circulatório, Res- dutos.
piratório, Excretor e Digestivo As glândulas endócrinas libe-
atuam em conjunto: o sistema respi- ram suas secreções, os hormônios,
ratório recolhe oxigênio e o digestivo diretamente na corrente sanguínea.
recolhe os nutrientes que serão utili- Esses exercerão suas funções em ou-
zados pelas células do corpo para a tras partes do corpo, onde houver

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METABOLISMO HORMONAL

receptores adequados. Embora al- mônios não esteroides encontram-


guns hormônios, como o hormônio se dentro dessa subdivisão. Eles não
do crescimento e o hormônio da ti- são lipossolúveis, e por essa razão
reoide, sejam capazes de influenciar tem dificuldade em espalhar-se e
possivelmente todas as células do atravessar e atravessar a membrana
corpo, os outros agem muito seleti- celular, por exemplo, os hormônios
vamente, em um tecido específico. da tireoide (t4-tiroxina e t3-triidoti-
roxina) e os da medula adrenal (epi-
Função dos Hormônios nefrina e norepinefrina).
Cada célula possui um recep-
As funções fisiológicas dos
tor específico para cada hormônio
hormônios podem ser classificadas
correspondente, que pode estar lo-
em três categorias: |Regulação do
calizado na membrana celular no
metabolismo, crescimento e desen-
caso dos hormônios não esteroides,
volvimento, e efeitos no sistema ner-
no citoplasma ou no núcleo no caso
voso. Também podemos classificar
dos hormônios esteroides. Os hor-
os hormônios em duas categorias
mônios se ligam muito especifica-
químicas:
mente a um receptor para desenca-
 Hormônios esteroides: deriva-
dear alguma resposta. Embora a
dos de esteroides e sintetiza-
dos a partir do colesterol cir- maioria dos hormônios circule no
culante pelo córtex supra renal sangue como mensageiros, outros
e pelas gônadas; hormônios, tais como as prostaglan-
 Hormônios não-esteroides: dinas e o hormônio gastrintestinal,
compostos por proteínas for- exercem efeito locais e são metaboli-
madas de aminoácidos ou de- zados dentro de uma região anatô-
rivados dos polipeptídios.
mica limitada.
Dessa forma todas as funções
Os hormônios esteroides: são
do corpo humano e dos vertebrados
derivados do colesterol e possuem
de uma maneira geral são perma-
estrutura química semelhante a ele.
nentemente controladas - em estado
Por causa dessa estrutura, esses hor-
fisiológico - por dois grandes siste-
mônios são lipossolúveis, facilitando
mas que atuam de forma integrada:
sua distribuição e travessia pela
o sistema nervoso e o sistema hor-
membrana celular.
monal. O sistema nervoso é respon-
Os hormônios não-esteroides:
sável basicamente pela obtenção de
são derivados de aminoácidos ou
informações a partir do meio exter-
hormônios peptídeos. Todos os hor-

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METABOLISMO HORMONAL

no e pelo controle das atividades atuação dos hormônios em todo o


corporais, além de realizar a integra- corpo consiste numa conjugação in-
ção entre essas funções e o armaze- timamente inter-relacionada, po-
namento de informações (memó- dendo essa relação entre mais de um
ria). hormônio ser cooperativa ou anta-
A resposta aos estímulos (ou gônica. Como todos os hormônios
informações provenientes do meio são transportados pelo sangue, vir-
externo ou mesmo do meio interno) tualmente todas as células estão ex-
é controlada de três maneiras: 1) postas a todos os hormônios. No en-
contração dos músculos esqueléti- tanto, apenas certos tecidos têm a
cos de todo o corpo; 2) contração da capacidade de responder a determi-
musculatura lisa dos órgãos internos nados hormônios. São os receptores
e 3) secreção de hormônios pelas hormonais, moléculas com confor-
glândulas exócrinas e endócrinas em mações específicas, localizados den-
todo o corpo. tro de cada célula ou nas membra-
Diferentemente dos músculos, nas citoplasmáticas, que lhes dão a
que são os efetores finais de cada capacidade de “reconhecer” cada
ação determinada pelo sistema ner- hormônio e, a partir daí, iniciar uma
voso, os hormônios funcionam como resposta.
intermediários entre a elaboração da A nível celular, essa resposta
resposta pelo sistema nervoso e a pode ser: a) a alteração da veloci-
efetuação desta resposta pelo órgão- dade da síntese proteica intracelu-
alvo. Por isso, considera-se o sis- lar; b) a mudança do ritmo da ativi-
tema hormonal o outro controlador dade enzimática; c) a modificação
das funções corporais. do transporte através da membrana
Os hormônios não formam um citoplasmática e d) a indução da ati-
grupo específico de compostos quí- vidade secretória (atividade essa que
micos. Alguns são aminoácidos mo- pode ser inclusive a secreção de ou-
dificados, outros são pequenos pep- tro hormônio.
tídeos, alguns são polipeptídeos e
outros são proteínas simples ou con-
jugadas. Existem, ainda, hormônios
não-proteicos, como os esteroides,
que são derivados do colesterol. Há
também hormônios menos conheci-
dos e que pertencem a outras classes
de compostos químicos. O modo de

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METABOLISMO HORMONAL

2. Mecanismos de Ação dos Hormônios

Fonte: Recreio2

E xistem diversos mecanismos


através dos quais os hormô-
nios agem em suas respectivas célu-
AMP-cíclico. O AMP-cíclico, en-
quanto presente no interior da cé-
lula executa na mesma uma série de
las-alvo e fazem-nas executar algu- alterações fisiológicas como: ativa-
ma função. Destes, 02 mecanismos ção de enzimas; alterações da per-
são bastante importantes: meabilidade da membrana celular;
Ativação da adenilciclase e for- modificações do grau de contração
mação de AMP-cíclico intrace- de músculo liso; ativação de síntese
lular: é o mecanismo geralmente proteica; aumento na secreção celu-
utilizado pela grande maioria dos lar.
hormônios proteicos. O hormônio, Ativação de genes: é o mecanis-
uma vez ligado a um receptor espe- mo como agem, geralmente, os hor-
cífico localizado na membrana celu- mônios esteroides. Através deste
lar de uma célula-alvo, provoca a ati- mecanismo o hormônio, de encon-
vação de uma enzima intracelular tro à sua respectiva célula-alvo, pe-
(adenilciclase). Esta enzima conver- netra em seu interior e então liga-se
te parte do ATP intracelular em a um receptor específico. Ligado ao

2 Retirado em https://recreio.uol.com.br/corpo-humano/hormonios-como-eles-agem-no-nosso-
corpo.phtml

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METABOLISMO HORMONAL

receptor o hormônio atinge o núcleo nicos das adrenais, gônadas, placen-


da célula, onde genes específicos se- ta. Nas adrenais são produzidos os
riam então ativados. Com a ativação glicocorticoides (cortisol, corticoste-
de determinados genes, moléculas rona e cortisona), e os mineralocor-
de RNA mensageiro se deslocam ticoides (aldosterona). As gônadas
para o citoplasma da célula e deter- produzem os andrógenos (testoste-
minam a síntese de determinadas rona), estrógeno e progesterona. A
proteínas. Estas proteínas, então au- placenta, durante a gestação é uma
mentam atividades específicas da fonte de estrógeno e progesterona.
célula. Neste grupo está incluída a vitamina
D3 ativa (1,25-dihidroxi-colecalcife-
Classificação Química dos rol).
Hormônios Aminas: Produzidos pela medula
adrenal, algumas células nervosas, e
Os hormônios podem ser divi- a tireoide. Tem as catecolaminas e as
didos em quatro grupos, baseados iodotironinas. Os mecanismos de
na sua estrutura química, forma de ação das catecolaminas são simila-
síntese e armazenagem, solubilida- res aos peptídeos. As iodotironinas
de, meia-vida, forma de transporte, têm o seu mecanismo similar aos
receptores na célula e mecanismo de hormônios esteroidais.
ação: Eicosanoides: São produzidos ex-
Peptídeos: Estes hormônios são clusivamente na membrana plasmá-
compostos por aminoácidos, poden- tica das células de quase todos os te-
do ser de 3 aminoácidos (TRH), até cidos e podem ser considerados co-
mais de 180 aminoácidos. Podem mo segundos mensageiros interce-
ser referidos como peptídeos ou po- lulares. São derivados do ácido ara-
lipeptídeos, ou proteínas, depen- quidônico, liberado por fosfolipídios
dendo do seu comprimento de ca- originados da ação das fosofolipa-
deia específica. É o grupo mais nu- ses, ativadas por estímulos hormo-
meroso de hormônios. Os principais nais. O ácido araquidônico é forma-
locais de produção são o hipotá- do essencialmente por ácidos gra-
lamo, hipófise, ilhotas pancreáticas, xos, principalmente o ácido linolei-
placenta, paratireoide e trato gas- co. Os eicosanoides incluem as pros-
trointestinal. taglandinas, os leucotrienos e os
Esteroides: Produzidos a partir do tromboxanos.
colesterol, nos tecidos esteroidogê-

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METABOLISMO HORMONAL

Características da Atividade como ritmo circadiano (diário), ul-


Hormonal tradiano (horas), circalunar (men-
sal). Alguns hormônios, não entram
Os hormônios são considera- na circulação sanguínea, mas podem
dos, como aquelas substâncias pro- ir até a célula-alvo por difusão passi-
duzidas pelos órgãos endócrinos, cu- va, como algumas prostaglandinas.
ja secreção vai para a corrente san- Os hormônios esteroides e tireoidia-
guínea. Na secreção exócrina, os nos, são transportados pelo sangue,
produtos vão para o exterior do or- mediante proteínas específicas, e
ganismo ou trato gastrointestinal. isso limita sua difusão através dos
São reconhecidos também, como tecidos, mas os protege da degrada-
hormônios, as substâncias produzi- ção enzimática. Os hormônios de-
das pelos neurônios, como é o caso vem estar na forma livre para pode-
da vasopressina e da ocitocina, se- rem, entrar nas células-alvo, tendo
cretadas pelo nervo supraóptico e um equilíbrio na forma livre e forma
paraventricular do hipotálamo. unida.
Também são considerados Os mecanismos que controlam
como hormônios, algumas substân- a secreção dos hormônios, estão ba-
cias presentes em zonas do cérebro sicamente centralizados na regula-
com funções de neurotransmissores, ção do tipo feedback. Podem ser
como hormônios liberadores do hi- simples, os quais estão relacionados
potálamo (GnRH, TRH, CRH, soma- com o equilíbrio homeostático dos
tostatina) e alguns hormônios da pi- metabólitos, eletrólitos, fluídos bio-
tuitária (ACTH, β-endorfinas). Ou- lógicos. Um exemplo seria a manu-
tros hormônios são sintetizados por tenção dos níveis plasmáticos de
células disseminadas em determina- Ca2+ e glicose no sangue. Uma que-
dos tecidos e não por órgãos endó- da de Ca2+ plasmático, leva à pro-
crinos definidos. Outros hormônios dução de PTH pela paratireoide
são produzidos no sangue, por ação (feedback negativo), um aumento
enzimática sobre um precursor, dos níveis de glicose sanguínea, leva
como a angiotensina, ou a vitamina a um aumento da produção de insu-
D3, produzida na pele, a partir de lina pelas ilhotas pancreáticas (feed-
precursores exógenos. back positivo).
A secreção hormonal pode Existe um mecanismo de
obedecer a estímulos, estabelecendo feedback mais complexo, e estes po-
ciclos ou ritmos de vários tipos, tais dem ser de “alça longa”, sendo pre-

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METABOLISMO HORMONAL

dominantemente negativos, nos primário hormonal e traduzi-lo em


quais os hormônios secretados pelos alterações metabólicas dentro da cé-
órgãos efetores (esteroides sexuais, lula-alvo. Como exemplos de segun-
glicocorticoides, hormônios tireoi- dos mensageiros, têm AMPc, GMPc,
dianos), têm efeito negativo sobre a cálcio, proteínas-quinases, deriva-
secreção dos hormônios tróficos hi- dos do fosfatidil-inositol e a ação
pofisários (LH, FSH, ACTH, TSH) e hormonal mediada por receptores
sobre os hormônios hipotalâmicos nucleares.
(GnRH, CRH, TRH). Podem ser
também de “alça curta” ou de “alça Glândula Tireoide
ultracurta”, que funcionam em nível
do eixo hipotálamo-hipófise, de for- A tireoide ou tiroide é uma
ma mais rápida. Os hormônios hipo- glândula em forma de borboleta
talâmicos são liberados, obedecendo (com dois lobos), que fica localizada
a uma regulação negativa, podendo na parte anterior pescoço, logo abai-
exercer um efeito positivo (libera- xo da região conhecida como Pomo
dor), ou negativo (inibidor). de Adão (ou popularmente, gogó). É
Os hormônios também podem uma das maiores glândulas do corpo
ser liberados através de controle do humano e tem um peso aproximado
sistema nervoso. Um exemplo seria de 15 a 25 gramas (no adulto). Ela
o efeito da luz sobre a atividade re- age na função de órgãos importantes
produtiva em algumas espécies, co- como o coração, cérebro, fígado e
mo ovinos, equinos, aves. O número rins. Interfere, também, no cresci-
de horas de exposição à luz influen- mento e desenvolvimento das crian-
cia no hipotálamo, modificando a ças e adolescentes; na regulação dos
secreção dos hormônios hipofisários ciclos menstruais; na fertilidade; no
gonadotrópicos, mediante a ação da peso; na memória; na concentração;
melatonina, que é um hormônio no humor; e no controle emocional.
produzido pela glândula pineal. É fundamental estar em perfeito es-
tado de funcionamento para garan-
Os “Segundos Mensageiros” tir o equilíbrio e a harmonia do or-
ganismo.
Os segundos mensageiros são Ela é comparada a uma usina
substâncias que tem suas concentra- hidrelétrica responsável pela gera-
ções elevadas dentro das células em ção da energia do nosso organismo.
resposta a um hormônio primário, A tireoide produz os hormônios T3 e
com a função de transmitir o sinal T4, reconhecidos pelos receptores

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METABOLISMO HORMONAL

das células que regulam o batimento Na verdade, o organismo nesta situ-


cardíaco, a transmissão elétrica dos ação tenta "parar o indivíduo", já
neurônios, a produção de hormô- que não há “combustível” para ser
nios sexuais e de crescimento, den- gasto.
tre outros. A tireoide é controlada
por outra glândula, a hipófise, loca-
lizada no encéfalo e produtora do
hormônio TSH. Por esse motivo a al-
teração da taxa do TSH, que normal-
mente varia entre 0,5 e 4,5, indica
alguma disfunção na tireoide. Com-
parada a outros órgãos do corpo hu-
mano é relativamente pequena ela.
É responsável pela produção dos
hormônios T3 (triiodotironina) e T4
(tiroxina), que atuam em todos os
sistemas do nosso organismo.
Quando a tireoide não está
funcionando adequadamente pode Fonte: http://www.hospitalsantalu-
liberar hormônios em excesso (hi- cia.com.br
pertiroidismo) ou em quantidade in-
suficiente (hipotireoidismo). Hipertireoidismo

Se há produção de hormônio
Hipotireoidismo
em excesso acontece o contrário, o
Se a produção do hormônio é hipertireoidismo. Nesse caso, tudo
insuficiente provoca hipotireoidis- no nosso corpo começa a funcionar
mo. Tudo começa a funcionar mais rápido demais: o coração dispara; o
lentamente no corpo: o coração bate intestino solta; a pessoa fica agitada;
mais devagar, o intestino prende e o fala demais; gesticula muito; dorme
crescimento pode ficar comprome- pouco, pois se sente com muita ener-
tido. Ocorre, também, diminuição gia, mas também muito cansada.
da capacidade de memória; cansaço Tanto no hipotireoidismo co-
excessivo; dores musculares e arti- mo no hipertireoidismo, pode ocor-
culares; sonolência; pele seca; ganho rer um aumento no volume da tire-
de peso; aumento nos níveis de co- oide, que chama-se bócio, e que po-
lesterol no sangue; e até depressão. de ser detectado, através do exame

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METABOLISMO HORMONAL

físico. Problemas na tireoide podem palpação da tireoide é fundamental


aparecer em qualquer fase da vida, para isso. Este exame é simples, fácil
do recém-nascido ao idoso em ho- de ser feito e pode mudar a história
mens e em mulheres. Diagnosticar de uma pessoa. Uma vez identifica-
as doenças da tireoide não é compli- do o nódulo, o endocrinologista soli-
cado e o tratamento pode salvar a citará uma série de exames comple-
vida. mentares para confirmar a presença
ou não do câncer.

Disfunções na Tireoide Alte-


ram Metabolismo

O alto nível de TSH detectado


por exame de sangue confirma aqui-
lo que o cansaço, ganho de peso, pele
seca e intolerância ao frio já sinali-
zam. O metabolismo preguiçoso é
fruto da baixa do ritmo da tireoide,
que acaba estimulando o trabalho da
hipófise e configurando o quadro de
hipotireoidismo.
Uma das raízes do hipotireoi-
dismo é a doença de Hashimoto, do-
Fonte: http://www.hospitalsantalu-
cia.com.br ença autoimune que faz o organismo
produzir anticorpos contra ele mes-
Nódulos na Tireoide mo. Essa disfunção é mais comum
no sexo feminino, numa proporção
Um dos problemas mais fre- de cinco a oito mulheres para um
quentes da tireoide são os nódulos, homem. "Mulheres descobrem o
que não apresentam sintomas. Es- distúrbio por acaso por conta da pre-
tima-se que 60% da população bra- ocupação com o ganho de peso", co-
sileira tenham nódulos na tireoide menta. Ainda não existe um motivo
em algum momento da vida. O que comprovado para a predominância,
não significa que sejam malignos. porém se suspeita de que o hormô-
Apenas 5% dos nódulos são cancero- nio feminino estrógeno tenha in-
sos. O reconhecimento deste nódulo fluência.
precocemente pode salvar a vida e a

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METABOLISMO HORMONAL

O aumento do peso é de no tóxico, que resulta na proliferação


máximo quatro quilos e é explicado de nódulos na glândula e na produ-
pela retenção de líquido advinda da ção autônoma de hormônios. A ter-
deficiência do rim. Sonolência, cons- ceira causa é o adenoma de tireoide,
tipação, anemia, perda de apetite e formador de um nódulo com mais de
discreta depressão também caracte- quatro centímetros visível a olho nu.
rizam a doença. Além dos altos índices de hormônios
Os hormônios produzidos pela tireoidianos, o ultrassom é uma for-
tireoide são constituídos de uma ma de diagnosticar a doença, caso
proteína ligada a três moléculas de seja do tipo nodular.
iodo, logo a deficiência ou excesso O metabolismo acelerado po-
da substância também pode originar de gerar ansiedade, insônia, perda
o hipotireoidismo. O iodo está na de peso, apetite voraz, tremor e suor
maioria dos corantes alimentares nas mãos, intolerância ao calor, ar-
presentes em refrigerantes e enlata- ritmia e transtornos de humor. O
dos. tratamento consiste em medicamen-
Salvos os 5% dos casos de Há- tos antitireoidanos associados a cal-
shimoto que podem ser revertidos, o mantes e drogas para diminuir a fre-
hipotireoidismo é uma doença crô- quência cardíaca.
nica e definitiva. O tratamento é ga-
rantido pela reposição hormonal ba- Regulação da Função Tireoi-
seada na ingestão ininterrupta de diana
um comprimido diário em jejum, no
mínimo quarenta minutos antes do Normalmente a tireoide pode
café da manhã. armazenar em seus folículos o io-
O excesso de trabalho da tire- deto em quantidades até trinta vezes
oide define uma doença menos co- a sua concentração no sangue. Em
mum com sintomas inversos, o hi- atividade máxima chega a armaze-
pertireoidismo. Existem três razões nar até 250 vezes mais Iodo que a
para o aparecimento da disfunção. concentração do sangue.
Uma é a doença de Graves, que tam- A atividade sintética e secretó-
bém é autoimune e faz com que a ria da glândula tireoide é basica-
glândula seja estimulada. Geral- mente controlada pela tirotrofina
mente com o tempo esse estímulo é (TSH), produzida pela hipófise. Na
retardado, virando hipotireoidismo. ausência do TSH a glândula torna-se
Outra causa da produção excessiva hipoativa, diminuindo a produção
da tireoide é o bócio multinodular dos hormônios.

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METABOLISMO HORMONAL

Em condições normais, uma desiodação do anel interno (IRD) de


diminuição dos hormônios circulan- T4 produz o metabólito 3,3’, 5’ –
tes leva a um aumento na síntese hi- triio-dotironina (T3 reverso [rT3]),
pofisária do TSH, o qual, estimulan- que não tem atividade biológica de-
do a tireoide, restaura os níveis cir- terminada. O restante do T4 é meta-
culantes do T4 e T3, cessando o estí- bolizado por diferentes vias identifi-
mulo inicial que desencadeou o au- cadas por conjugação do grupo hi-
mento da secreção do TSH. Da mes- droxilfenólico ao sulfato ou ao ácido
ma forma, uma elevação dos níveis glicurônico. Estas reações permitem
circulantes dos hormônios da tireoi- aumento da solubilidade dos subs-
de (hipertireoidismo) resulta em su- tratos e, deste modo, facilitam a de-
pressão da secreção hipofisária do puração biliar ou excreção urinária.
TSH. O T3 é metabolizado, em sua
maior parte, por IRD e o rT3 por
ORD produzindo, nos dois casos, o
metabólito 3,3’ - diiodotironina
(T2). Assim, ORD é considerada um
via de ativação e IRD de inativação.
A bioviabilidade de HT é determi-
nada, desta forma, por vários fato-
res, incluindo a secreção tireoidiana
de T4 e T3, a conversão de T4 em T3
por ORD e a inativação de T4 e T3
por IRD.
Sendo assim, após o término
da sua formatação o HT é, finalmen-
Fonte: https://www.cursosapren- te, liberado da glândula tireoi-diana
diz.com.br/tireoide/ por endocitose permitindo sua pas-
sagem do coloide para o lúmen foli-
A glândula tireoide produz cular, processo que é estimulado
predominantemente o pró-hormô- pelo hormônio estimulante da ti-
nio T4, juntamente com uma pe- reoide (TSH). As vesículas formadas
quena quantidade de T3 – o hormô- fusionam-se aos lisossomos e a pro-
nio bioativo. A maioria do T3 é pro- teólise é catalisada pela catepsina. O
duzida por desiodação enzimática T4 e o T3 são, então, liberados no in-
do anel externo (ORD) de T4, em te- terior das células da tireoide e por
cidos periféricos. Alternativamente, ação do TSH em receptores celulares

18
METABOLISMO HORMONAL

atingem a circulação como pró-hor- dade de iodotironinas e dos deriva-


mônio ou com T3. dos metabólicos circulam no plas-
A taxa de produção de T4 ex- ma. As concentrações de T4 e T3 são
clusivamente produzida pela tireoi- constantes nos tecidos e podem va-
de é de 80 a 100mg (100 a 130 nmo- riar de acordo com a concentração
les) por dia. Aproximadamente 10% destes livres no plasma. Entretanto,
de T4 é degradada por dia e cerca de a concentração de T3 livre em dife-
80% é desiodada, metade para for- rentes tecidos varia de acordo com a
mação de T3 e a outra metade para quantidade de hormônio transpor-
formar rT3. O restante pode ser con- tado e a atividade das desiodases no
jugado, desanimado e decarboxilado tecido.
formando o ácido tetraiodotiroacé- A proteína tetramérica TTR de
tico (Tetrac) ou ainda, clivado entre 55 kDa é sintetizada também pelo fí-
os dois anéis. A conversão de T4em gado. Cada molécula de TTR conta
T3 em outros tecidos, que não a com dois sítios de ligação ao T4, no
glândula tireoide, leva a um aumen- entanto, a ocupação de um destes sí-
to em sua atividade biológica e é re- tios diminui a afinidade do segundo
gulada, de modo que a produção de ao hormônio. A concentração sérica
T3 possa mudar independente de al- de TTR é de quase 25 mg/dL (4,6
terações na função hipófise-tireoide. mmol/L), uma quantidade que pode
A produção de T3 é de 30 a 40 mg unir-se a 200 mg de T4 (260 nmo-
(45 a 60 nmoles) por dia, embora a les).
produção extratireoidal seja de cerca A TTR, secretada pelo plexo
de 50 mg (75 nmoles), a maioria dos coroide, foi identificada como uma
quais é intracelular. O T3 em torno proteína importante para a manu-
de 75%, já o rT3 é produzido de 30 a tenção de T4 no fluido cérebro-espi-
40 mg (45 s 60 nmoles) por dia, qua- nhal, prevenindo a perda do hormô-
se totalmente por desiodação extra- nio para o sangue11. Em experimen-
tiroidal de T4 e é degradado ainda tos desenvolvidos em girinos, obser-
mais rapidamente do que o T3, prin- vou-se que as atividades de ligação
cipalmente por desiodação. do HT em proteínas plasmáticas so-
Desta forma, as transforma- frem alterações durante metamor-
ções metabólicas do HT nos tecidos fose, sugerindo um papel regulatório
periféricos determinam seu poten- das mesmas.
cial biológico e regulação de seus A albumina por sua vez possui
efeitos celulares. Uma grande varie- vários sítios de ligação ao T4, sendo

19
METABOLISMO HORMONAL

um sítio de ligação forte e outros partir da ocupação dos receptores


mais fracos. Existem quatro isofor- nucleares. Na hipófise e coração não
mas de albuminas transformadoras existe uma correlação linear entre a
com diferentes afinidades para T4 e crescente dos TR e sua consequente
T3. resposta, enquanto que em outros
Como apenas cerca de 12% do tecidos a ocupação de TR resulta em
T4 está ligado á albumina, altera- amplificação das respostas, como no
ções em suas concentrações séricas fígado, na síntese de determinadas
tem pouco efeito sobre as concentra- enzimas.
ções de T4. Finalmente, T3 e T4 po- O TSH, por sua vez, é estimu-
dem ser encontrados ligados e lipo- lado pelo hormônio liberador de ti-
proteínas, principalmente à apolipo- rotrofina (TRH), que é um tripeptí-
proteína Al, um componente de lipo- deo distribuído por toda área do hi-
proteínas de alta densidade. O HT potálamo, mas em maior quanti-
está envolvido na regulação da dade nos núcleos paraventricular e
transcrição de genes alvos. O T3 re- eminência mediana. O TRH é meta-
gula a expressão nuclear de genes bolizado muito rapidamente, sua
por sua ligação a TRα e TRβ. Os TR meia-vida plasmática é de aproxi-
reconhecem elementos tireoidianos madamente três minutos. O estí-
específicos nos promotores dos ge- mulo de TRH sobre a secreção de
nes-alvo e ativam ou reprimem a TSH ocorre pela ativação mediada
transcrição em resposta ao hormô- por receptores via fosfolipase C, o
nio. Assim, as ações nucleares do T3 que estimula a mobilização de cálcio
são sensíveis aos inibidores da intracelular. A estimulação crônica
transcrição e tradução e tem a latên- de TRH também aumenta a síntese
cia de horas ou dias. Os receptores e glicosilação do TSH, aumentando
nucleares apresentam característi- desta forma a atividade biológica do
cas determinantes que estão relacio- TSH. A secreção de TRH é pulsátil,
nadas à afinidade pelo T3 e T4, aos assim como a secreção do TSH.
tipos e localização dos receptores e a Vale salientar que fora da ti-
variabilidade de ação tecidual. reóide, em diversos outros órgãos, a
O T3 liga-se mais avidamente regulação de T3 e T4 está vinculada
que o T4 aos receptores nucleares e a alterações nutricionais, hormonais
in vivo praticamente toda atividade e a fatores relacionados a algumas
nuclear está vinculada ao T3. Há, enfermidades, o que pode variar em
ainda, uma variação nas respostas a diferentes tecidos.

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METABOLISMO HORMONAL

Controle da síntese e secreção de hormônios tireoidianos por feedback


positivo e negativo:

Fonte: https://www.cursosaprendiz.com.br/tireoide/

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METABOLISMO HORMONAL

3. Regulação Hormonal do Aparelho Reprodutor Fe-


minino

Fonte: Clinica RX3

A o contrário do que acontece no


homem o sistema reprodutor
feminino é caracterizado por um
glândulas mamárias e a regulação do
ciclo sexual.
O sistema reprodutor femi-
funcionamento ciclo que se inicia na nino funciona pela sincronização de
puberdade e termina na menopausa. dois ciclos: ovárico e uterino (ou
Em cada ciclo ocorrem transforma- menstrual). Estes fenómenos associ-
ções ao nível de vários órgãos prin- ados ocorrem em ciclos periódicos
cipalmente nos ovários e útero. de cerca de 28 dias. O ciclo ovárico
Na mulher o desenvolvimento ocorre em duas fases distintas sepa-
dos órgãos sexuais primários é esti- radas pela ovulação, fase folicular e
mulado pelos estrogénios, na puber- fase luteínica, influenciado pelas
dade estes também são responsáveis hormonas hipofisárias FSH e LH.
pelo desenvolvimento dos caracte- Na fase folicular alguns folículos pri-
res sexuais secundários como as

3 Retirado em https://clinicarx.com.br/hormonio-luteinizante-lh-teste-rapido-marcador-do-periodo-

de-ovulacao-em-mulheres/

23
METABOLISMO HORMONAL

mordiais desenvolvem-se, mas nor- corpo amarelo que se degenera de


malmente apenas um atinge a matu- imediato se não ocorrer fecundação.
ração, enquanto os restantes desa- Caso contrário este persiste até a
gregam. Após a ovulação, a fase leu- formação da placenta.
teínica inicia-se com a formação do

Fonte: https://www.sportsmd.com/womens-health/birth-control-female-ath-
lete/

Alterações que Ocorrem Du- ção do endométrio devido á contra-


rante o Ciclo Sexual Feminino ção dos vasos sanguíneos desta es-
trutura. Essa destruição é conse-
O ciclo uterino está relaciona- quência de baixas concentrações de
do com as modificações que ocorrem hormonas ováricas, uma vez que o
no endométrio do útero. No ciclo corpo amarelo degenerou. Na fase
uterino consideram-se 03 fases: proliferativa verifica-se um cresci-
menstrual, proliferativa e secretora. mento do endométrio, pois há um
Na fase menstrual ocorre a destrui- desenvolvimento de glândulas e va-

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METABOLISMO HORMONAL

sos sanguíneos devido ao aumento em corpo amarelo por ação da LH.


da taxa de estrogénios que ocorre Este vai agora produzir estrogénios
durante a fase folicular. Já na fase e progesterona que provocam uma
secretora o desenvolvimento do en- retroação negativa no complexo hi-
dométrio continua bem como a acti- potálamo-hipófise inibindo a produ-
vidade secretora das glândulas nele ção de GnRH, FSH e LH. Na ausên-
existente. Algumas destas glândulas cia de fecundação o corpo amarelo
segregam um muco rico em glicogé- acaba por degenerar ficando uma ci-
nio. O endométrio atinge nesta fase catriz na parede do ovário. Esta de-
a sua espessura máxima. sintegração do corpo amarelo pro-
A regulação dos dois ciclos voca uma abrupta redução dos ní-
ocorre de forma a que o crescimento veis das hormonas ováricas. Esta re-
do folículo e a ovulação estejam sin- dução provoca a desagregação do
cronizados com a preparação do en- endométrio-fase menstrual. Dá-se
dométrio para a possível implanta- então início a um novo ciclo ovárico.
ção de um embrião em caso de fe-
cundação. Em cada ciclo sexual que Ovulação e Formação do Cor-
se inicia, o hipotálamo segrega a po Amarelo
hormona GnRH que vai levar à pro-
dução, na hipófise, de pequenas Cinco a sete dias após o pri-
quantidades de LH (lúteo-estimu- meiro dia de uma menstruação, é se-
lina) e FSH (folículo-estimulina). Os leccionado um folículo maduro, que
folículos primordiais são estimula- se torna o folículo dominante desse
dos pela FSH a crescer e a produzir ciclo. Os restantes folículos secundá-
estrogénio. O aumento da taxa de es- rios sofrem atresia, um processo que
trogénios no sangue inibe a liberta- é estimulado pelos androgénios e
ção de GnRH que por sua vez inibe a pelo ligando do FAS e inibido pelas
produção de LH e FSH. A isto se dá gonadotrofinas. O folículo dominan-
o nome de retroação negativa. te cresce exponencialmente nas 48
Os folículos vão agora ser afe- horas anteriores à ovulação, atingin-
tados pela hormona LH. O pico da do os 20 mm de diâmetro e fazendo
concentração desta hormona, cau- saliência macroscópica à superfície
sada pela concentração de estrogé- do ovário. A basal das células da gra-
nios promove a ovulação e a liberta- nulosa é degradada proteolitica-
ção do ovócito II. mente e liberta-se um ovócito secun-
As células foliculares que res- dário, rodeado pela zona pelúcida e
tam da ovulação são transformadas corona radiata. Se não for fecunda-

25
METABOLISMO HORMONAL

do, degenera em 12-24 horas. Se por células da granulosa (80%), cé-


houver fecundação, o ovócito com- lulas tecais (20%), capilares e fi-
pleta a segunda divisão meiótica, em broblastos. As células da granulosa
que o citoplasma é, novamente, divi- aumentam marcadamente a sua se-
dido de modo desigual: A maior par- creção de esteroides, um processo
te permanece no zigoto (ovo fertili- designado por luteinização, que se
zado) e o restante vai para o segundo traduz, em termos ultra-estruturais,
corpo polar que acaba por degene- pelo desenvolvimento mitocondrial
rar. As transformações no ovário (matriz densa, cristas tubulares),
continuam após a ovulação. aparecimento de gotículas lipídicas
no citoplasma e proliferação do retí-
Visão geral do ciclo ovárico culo endoplasmático liso. O corpo
amarelo segrega estrogénios e pro-
gesterona. Caso não ocorra fecunda-
ção, inicia-se a degeneração, cerca
de 4 dias antes da menstruação se-
guinte (luteólise). Sofre necrose,
sendo invadido por leucócitos, ma-
crófagos e fibroblastos, resultando,
no final, uma cicatriz avascular - o
corpus albicans.

Fonte: https://fdocumentos.com/ Regulação Hormonal da


Função Ovariana
O folículo que rompeu enche-
se imediatamente de sangue, for- O Eixo Hipotálamo-Hipófise-
mando o chamado corpus hemor- Ovário
rhagicum, que, por vezes, está na
origem de pequenas hemorragias A Hormona Luteo-estimu-
para o interior da cavidade abdomi- lante (LH) e a Hormona Folículo-es-
nal, causadoras de irritação perito- timulante (FSH) são glicoproteínas
neal e consequente dor hipogástrica cuja função é regular o crescimento,
("mittelschmerz"). As células da gra- maturação pubertária, processos re-
nulosa e tecais iniciam imediata- produtivos e secreção de esteroides
mente a sua multiplicação e o san- sexuais pelas gónadas de ambos os
gue coagulado é rapidamente substi- sexos. A secreção de FSH e LH são
tuído por uma nova estrutura endó- estimuladas por uma única hormo-
crina, o corpo amarelo, composto

26
METABOLISMO HORMONAL

na hipotalámica, a Hormona Liber- ção noradrenalina de Este se di-


tadora das Gonadotrofinas (Gn RH). funde para neurónios produtores de
Esta hormona provoca muito maior GnRH, que se encontram entremea-
libertação de LH do que de FSH, dos com os neurónios NOérgicos e
pelo que é também designada estimula a libertação de GnRH para
LHRH. A GnRH é um decapeptídeo os vasos porta-hipófisários pela acti-
produzido predominantemente ao vação das enzimas guanil-cíclase so-
nível do núcleo arqueado e na área lúvel e cicloxigenase-1. A resposta
pré-óptica do hipotálamo, sendo das terminações neuronais produto-
posteriormente transportada até à ras de GnRH ao NO é inibida pelo
eminência mediana e armazenada etanol.
em grânulos de secreção. Antes da
puberdade, a secreção de GnRH é Controle da liberação de GnRH pelo
contínua e não consegue despertar a NO
secreção de gonadotrofinas pela hi-
pófise. Na puberdade, por matura-
ção do sistema límbico, a secreção
de GnRH torna-se pulsátil, restrin-
gindo-se, primeiro, à fase REM do
sono e generalizando-se, depois, ao
sono não REM e finalmente às 24
horas. A libertação de GnRH é mo-
dulada por influências inibitórias
(dopaminérgicas, endorfinérgicas) e
excitatórias (noradrenérgicas). A melatonina é produzida pela
O mecanismo de ativação da glândula pineal em resposta às vari-
libertação de GnRH é desencadeado ações da luminosidade do meio. A
pela estimulação de terminais nora- secreção de melatonina, que inibe a
drenérgicos na região da eminência produção de gonadotrofinas, é su-
mediana, por terminações glutama- primida pela luminosidade e esti-
térgicas que libertam glutamato. Es- mulada pela escuridão. Nalgumas
te atua via receptores NMDA situa- espécies, a melatonina funciona
dos no neurónio noradrenérgico. A como mediador das variações sazo-
noradrenalina libertada atua, atra- nais da produção de gonadotrofinas
vés de receptores α1, em neurónios e da atividade reprodutora. No ho-
noradrenérgico onde leva à produ- mem, embora os níveis de melatoni-

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METABOLISMO HORMONAL

na se relacionem inversamente com horas. Relativamente às concentra-


a secreção de gonadotrofinas, não ções plasmáticas de FSH, a GnRH
está, ainda, bem esclarecido o papel provoca um crescimento unifásico e
deste mediador na regulação da fun- progressivo. A pulsatilidade da se-
ção reprodutora. A ansiedade e o creção de LH mantém-se à custa da
stress físico e emocional influenciam pulsatilidade da GnRH e não de-
reconhecidamente a função repro- pende dos esteróides gonadais (os
dutora. Na mulher tem-se verificado indivíduos eunucos e as mulheres
a perda da função menstrual e, no pós-menopáusicas têm picos de
homem, a diminuição da produção LH). Por isso, a amplitude dos picos
de espermatozóides, efeitos que são, de LH aumenta durante a puber-
provavelmente, mediados pela Hor- dade, primeiro apenas durante a
mona Libertadora da Corticotrofina noite e generalizando-se às 24 horas
(CRH) que inibe a libertação de ao fim de 1-2 anos de maturação. A
GnRH. As feromonas, partículas es- característica fundamental da secre-
timulantes ou inibitórias de natu- ção de LH na mulher é a sua variação
reza química, são registadas pelo ol- cíclica mensal. O ciclo menstrual re-
facto e chegam ao hipotálamo atra- sulta de uma complexa interacção
vés de conexões deste com o bolbo entre o eixo hipotálamo-hipofisário
olfactivo. Transmitem, assim, ao e as alterações sequenciais na secre-
Sistema Nervoso Central (SNC), si- ção de esteróides pelo ovário, como
nais provenientes do meio e de ou- é descrito adiante. A infertilidade fe-
tros indivíduos. A GnRH atinge a hi- minina pode resultar de perturba-
pófise anterior (adeno-hipófise) ções na regulação hipotalámica le-
através dos vasos do sistema porta vando à incapacidade de produção
hipofisário e liga se à membrana de gonadotrofinas e à impossibili-
plasmática dos gonadotropos. Ge- dade de ocorrer ovulação. Adminis-
ram-se segundos mensageiros (cál- trando GnRH em pulsos, de ampli-
cio-calmodulina, fosfatidilinositol e tude e frequência semelhantes ao
derivados), estimulando-se a exoci- normal (a administração contínua
tose dos grânulos de gonadotrofinas. de GnRH resulta em downregula-
Uma infusão intravenosa de GnRH tion do receptor de GnRH nos gona-
causa uma resposta bifásica na con- dotropos e perda das funções gona-
centração plasmática de LH: há um dais), é possível restaurar a normali-
pico inicial aos 30 minutos, seguido dade da ovulação e dos ciclos mens-
por uma subida gradual que se inicia truais. A GnRH exógena é ainda uti-
aos 90 minutos e continua por várias lizada no tratamento das dores

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METABOLISMO HORMONAL

menstruais em mulheres com endo- FSH é especificamente efectuado


metriose. por uma glicoproteína, a inibina,
A secreção de FSH é, também, produzida pelo corpo amarelo (ini-
pulsátil e exibe um padrão seme- bina A) e pelas células da granulosa
lhante ao da secreção de LH, mas a (inibina B). Esta glicoproteína inibe
amplitude dos picos é muito menor. a síntese da subunidade β da FSH, a
A secreção de LH e FSH é regulada exocitose de FSH e, possivelmente, a
pelos produtos de secreção ovárica e secreção de GnRH. Tem efeitos
rege-se, genericamente, por um me- muito pouco significativos sobre a
canismo de retrocontrolo negativo, secreçao de LH. Porém, o estradiol
isto é, um aumento dos esteróides pode exercer retrocontrolo positivo
ováricos suprime a libertação de go- sobre a secreção de gonadotrofinas.
nadotrofinas. A ablação cirúrgica ou Os contraceptivos orais são compos-
a inactivação funcional dos ovários tos por uma forma sintética de estro-
(hipogonadismo) resulta em au- génio combinada com um progesta-
mento das concentrações plasmáti- tivo sintético. Os comprimidos são
cas de FSH e LH, mas a FSH au- tomados diariamente, durante 3 se-
menta proporcionalmente mais que manas, após o último dia de um pe-
a LH. O 17-β-estradiol (E2) é o estro- ríodo menstrual. Há um aumento
génio mais importante sob o ponto imediato e sustentado dos níveis
de vista funcional. É produzido pelas plasmáticos dos esteróides ováricos,
células da granulosa e inibe a secre- que exercem feedback negativo so-
ção de LH, diminuindo a amplitude bre a secreção de gonadotrofinas,
e a frequência dos seus pulsos, o que impedindo a ovulação.
indica que o estradiol actua tanto a Todo o ciclo se assemelha, en-
nível hipotalámico como a nível hi- tão, a uma falsa fase luteínica, com
pofisário. A administração de estra- altos níveis de progesterona e estro-
diol exógeno bloqueia a resposta dos génios e baixos níveis de gonadotro-
gonadotropos a um pulso de GnRH. finas. A secreção e síntese de FSH é,
Em contraste, quando há deficiência ainda, estimulada pela activina (es-
de estradiol, a produção de LH em truturalmente semelhante à inibina,
resposta à GnRH aumenta muito. A produzida pelas célula da granu-
secreção de FSH é também inibida losa). A activina é, também, sinteti-
pelo estradiol, que bloqueia a res- zada pelas células da hipófise, onde
posta dos gonadotropos produtores actua por auto e paracrinia. A folicu-
de FSH à GnRH. Todavia, o retro- lostatina liga-se à activina, inacti-
controlo negativo da produção de vando-a. A prolactina também inibe

29
METABOLISMO HORMONAL

a libertação de GnRH, diminuindo a


secreção basal de LH e FSH. Final-
mente, a LH pode inibir a secreção
de GnRH, através da denominada
via curta de retrocontrolo.

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METABOLISMO HORMONAL

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