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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS DOENÇAS

NEUROLÓGICAS E IMUNES
ACIDENTE
VASCULAR
CEREBRAL

Prof. Letícia Brito


Nutricionista
Doenças cardiovasculares

1º lugar entre as causas de morte no Brasil e no mundo

A aterosclerose é a base fisiológica para os eventos CV

Consequências: infarto e AVC


AVC – PRINCIPAIS FATORES DE RISCO

• DISLIPIDEMIAS
• LDL ELEVADO E HDL DIMINUÍDO
• HAS
MODIFICÁVEIS
• TABAGISMO
• OBESIDADE
• DIABETES
• SEDENTARISMO
• ESTRESSE
AVC – FATORES DE RISCO

Historiadefamiliardeaterosclerose
Parahomens;parentesdeprimeiro
graucomidade<55anos
Paramulheres:parentesdeprimeiro
NÃO MODIFICÁVEIS graucomidade<65anos
Idade > 55 anos, homens e
negros
Idade > 45 anos para
mulheres
AVC - CONCEITO

Também conhecido como


“derrame cerebral”, é uma
interrupção súbita da
circulação cerebral em um ou
mais vasos sanguíneos
AVC- CONCEITO
AVC - CONCEITO

80% dos 20% dos


casos casos
Formação da placa aterosclerótica
Partículas
pequenas e densas
de LDL

Espaço da camada
Rompimento e
intima da artéria
formação do
trombo
LDL adentra por
um aumento de
permeabilidade
causada por fatores
de risco
AVC - EPIDEMIOLOGIA

• Entidade clínica mais agressiva das doenças cerebrovasculares em países desenvolvidos

1/2 dos
sobreviventes -
dependência
permanente
AVC – SINAIS
Sinais de alerta para AVC

• Fraqueza ou dormência súbitas em um lado do corpo


• Confusão, dificuldade pra falar ou entender
• Dificuldade súbita para enxergar com um ou ambos osolhos
• Dificuldade súbita para andar, tontura ouincoordenação
• Cefaléia intensa e súbita sem causa aparente
AVC – ATENDIMENTO

Atendimento Pré-hospitalar
Escala de NIHSS
AVC– FATORESDERISCO
AVC - NUTRIÇÃO
AVC - NUTRIÇÃO
Consequências nutricionais

DISFAGIA DESNUTRIÇÃO

AVC
Alteração temporária Muitas vezes associada
ou permanente a disfagia
AVC - NUTRIÇÃO

PIOR
PROGNÓSTICO
AVC - DISFAGIA

DISFAGIAS
AVC - DISFAGIA

DISFAGIAS
❖ Dificuldade em deglutir o alimento ingerido no trajeto da orofaringe até o
estômago
ETIOLOGIA:
❖Multifatorial: Pode ser ocasionada por diversas doenças, tanto em adultos como
em crianças e idosos.
❖Neurogênica (dano no sistema nervoso, congênito ou não)
❖Decorrente da idade;
❖Mecânica (traumas de boca e garganta, problemas estruturais);
❖Psicogênica (ansiedade ou depressão) ou induzida por drogas
❖Tempo de intubação (UTI)
Disfagia

O paciente manifesta dificuldade no trânsito dos alimentos


desde a boca até o esôfago, ou seja, no início da fase
involuntária da deglutição

+ comum em doenças cerebrovasculares = risco de


pneumonia aspirativa
O tipo do alimento associado à disfagia deve ser bem
explorado durante a história clínica, porque quando a disfagia
é para líquidos, na fase inicial, a causa deve ter origem
neuromuscular e quando para sólidos com progressão para
líquidos as causas mais prováveis são de origem mecânica.
O tratamento da disfagia em pacientes com AVC recebendo reabilitação ativa deve ser oferecido na
medida do tolerado.
Atentar-se ao uso de prótese dentária para solucionar seus problemas de dentes
Modificações na textura dos líquidos e alimentos ou alteração do volume do bolo alimentar.

• Reabilitação e reeducação da deglutição:


• Exercícios de deglutição (fonoaudiólogo)
• Modificações nutricionais e dietéticas: Alimentos macios, possivelmente combinados com medidas
de correção postural
• Sempre que possível, a alimentação oral é a melhor opção.
• Modificar a consistência dos alimentos (espessar os líquidos
• Atentar-se as necessidades nutricionais e de líquidos (considerando o risco de desidratação).
• A adição de ácido cítrico nos alimentos melhora os reflexos da deglutição, possivelmente devido ao
aumento a estimulação gustativa
• O tratamento adjuvante com inibidor da enzima conversora da angiotensina para facilitar o reflexo
da tosse também pode ser útil
• Se houver alto risco de aspiração, ou se a ingestão oral for insuficiente para manter um estado
nutricional adequado, deve-se considerar a TNE
• A alimentação por gastrostomia após AVC reduz a taxa de mortalidade e melhora o estado
nutricional em comparação com a sonda nasogástrica.
AVC – DISFAGIA SINTOMAS

• Dificuldade em iniciar a deglutição,


deglutição repetitiva
• Regurgitação nasal
• Tosse
• Fala anasalada (voz molhada)
• Baba
• Redução no reflexo de tosse
• Engasgo
• Disartria (dificuldade em articular e
pronunciar palavras)
• Pneumonias recorrentes
DISFAGIA DECORRENTE DA IDADE

❖ Disfagia em pacientes idosos;

❖Perda de força muscular e redução de


velocidade, precisão e coordenação dos
movimentos favorecem a disfagia;
AVC - DISFAGIA

Disfagia após IOT:


❖ A intubação orotraqueal (IOT) prolongada pode proporcionar lesões na
cavidade oral, faringe e laringe, que causam diminuição da motricidade e
da sensibilidade local e comprometem o processo da deglutição,
determinando as disfagias orofaríngeas.

❖ Estas podem desencadear problemas como a desnutrição e a pneumonia


aspirativa, piorando significantemente o estado clínico do paciente
internado;

❖ Pior no paciente idoso;


AVC - DISFAGIA

Disfagia após IOT (cont.)


❖ A introdução da alimentação por via oral, nos pacientes que fizeram uso de TOT,
deve ser cuidadosa a fim de garantir a nutrição adequada e evitar complicações
respiratórias.

❖ Risco na reintrodução da via oral: PNM broncoaspirativa (pode levar ao óbito)

❖ Importância da equipe multiprofissional (FONO)

❖ Teste via oral com alimentos em diversas consistências e exames de deglutição.


AVC - DISFAGIA
DISFAGIAS
MECÂNICAS

❖ Paciente com TOT necessita fazer


traqueostomia após 7 a 10 dias (riscos da
IOT: úlcera de laringe, disfonia, paralisia de
cordas vocais etc.)
❖Pacientes com traqueostomia podem
alimentar-se via oral após avaliação do
fonoaudiólogo
❖Consistência da dieta varia de acordo com
necessidade (semilíquida e até dieta geral)
Teste realizado pela fono com azul de metileno

O teste consiste em adicionar o corante azul ao alimentos (gelatina, mingau...)


A fono inicia a alimentação via oral e observa se a secreção saída pela traqueostomia está azul
Se sim, significa que não é o momento de reintroduzir a dieta via oral
AVC -DISFAGIA
AVC - DISFAGIA
PADRONIZAÇÃODASCONSISTÊNCIAS
• Dieta orais hospitalares > cada serviço de nutrição adota um tipo de nomenclatura
PADRONIZAÇÃODASCONSISTÊNCIAS
PADRONIZAÇÃODASCONSISTÊNCIAS
PADRONIZAÇÃODASCONSISTÊNCIAS
PADRONIZAÇÃODASCONSISTÊNCIAS

HOSPITAL GERAL – HGU


• Líquida restrita
• Líquida (batida e coada)
• Semi-líquida (batida sem coar)
• Patosa (alimentos macios, arroz papa)
• Branda (sem alimentos crus)
• Normal ou geral
AVC - DISFAGIA
DISFAGIA
HISTÓRIA NUTRICIONAL: o que avaliar

❖Início do problema (agudo ou gradual) - EN;


❖Peso atual do paciente e história de perda de peso;
❖Via de alimentação (VO, NE ou NPP ou NPT);
❖Tipo, quantidade e frequência da dieta recebida;
❖Tempo médio gasto para uma refeição (se ainda mantiver a VO);
❖Dificuldades durante a alimentação (tosse, engasgos, sufocamento,
sensação de estase do alimento, regurgitação nasal );

Discutir com a fonoaudióloga a consistência da dieta via oral


AVC - DISFAGIA

DISFAGIA

TRATAMENTO NUTRICIONAL
❖ Atentar quanto à necessidade da suspensão da dieta VO quando o
paciente apresentar riscos de broncoaspiração - sugerir TNE
❖ Evoluir a consistência conforme a tolerância, evitando bebidas
quentes e excesso de condimentos;
❖ Evitar alimentos que produzam farelos, secos ou quebradiços, carnes
que requeiram muita mastigação, alimentos pegajosos;
❖Monitoramento constante, reavaliações frequentes;
❖Espessantes comerciais: néctar, mel, flã, pudim
AVC - DISFAGIA

Avaliar a aceitação alimentar – paciente atinge a


recomendação de calorias e proteínas?

Em caso de disfagias graves, desnutrição grave, impossibilidade do uso da


via oral, decidir a melhor estratégia para Terapia
Nutricional Enteral
AVC - NUTRIÇÃO
AVC- NUTRIÇÃO

Espessantes alimentares
TIPOS DE CONSISTÊNCIAS:
NÉCTAR, MEL OU PUDIM
AVC - NUTRIÇÃO

SUPLEMENTOS EM PÓ – Opções com e sem sabor


AVC-NUTRIÇÃO
AVC - NUTRIÇÃO
AVC - NUTRIÇÃO
Exemplo de cardápio – dieta pastosa + espessantes
+ suplementos VO
AVC - CONSTIPAÇÃO
• É comum devido à dificuldade na hidratação, diminuição na ingesta de fibras
e sedentarismo.
• Estratégias para aumentar a hidratação: sucos diluídos, água saborizada,
sopas. Com espessantes se for indicado!!!
• Bater folhas nas sopas e feijão, usar fibras como farelo de aveia, psyllium para
engrossar caldos.
• Pode ser necessário uso de módulos de fibras, principalmente se o paciente
estiver em dieta líquida, semi-líquida ou pastosa.
• Probióticos!

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