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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
DISCIPLINA NUTRIÇÃO E DIETÉTICA

Profª. Drª. Valzimeire Oliveira

NUTRIÇÃO NO ENVELHECIMENTO
Fortaleza - CE
2023
Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral
de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para
preservação de sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em
condições de liberdade e dignidade.

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e


Lei Federal nº 10.741 do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta
de 1 de Outubro/2003 prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
Lei Federal nº 14.423 trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e
De 22 de julho/2022 à convivência familiar e comunitária.
Aumento da Expectativa de
vida (76,8 anos)
M= 80,3 anos
H= 76,8 anos

Queda de
fecundidade
No Brasil 210 milhões de habitantes, 37,7 milhões de
brasileiros possuem ≥ 60 anos.

Em 2042 a população brasileira deve atingir 232,5


milhões de habitantes, sendo 57 milhões de idosos
(24,5%).

Em 2060 a % de idosos será 25,5% (1 em cada 4


brasileiros será idoso).

(IBGE, 2021)
PROJEÇÃO ESTADO DO CEARÁ

A partir de 2034:

• Idosos (≥ 60 anos) 18,59%;


• Jovens (≤ 14 anos) 18,53%.
(IPECE, 2019)
Politicas
publicas

Nutrição Cuidado e
em prevenção
geriatria

REPERCUSSÕES

Qualificação
de
Acesso a
profissionais saúde

Condições
socioeconô
micas
IDADE CRONOLOGICA x IDADE BIOLOGICA
 Idade cronológica (OMS)
• Países em desenvolvimento: ≥ 60 anos
• BRASIL (Lei nº 10.741/2003): ≥ 60 anos
• Países desenvolvidos: ≥ 65 anos (OMS)
Idade cronológica se refere ao tempo real de um ser humano. Já
a biológica faz referência ao organismo é um indicador do estado de
saúde das células e tecidos, e do grau de envelhecimento do corpo
causado por alterações no DNA.

O envelhecimento compreende cronologia e pelas condições


físicas, mentais, funcionais e de saúde do indivíduo.

Para ter longevidade é preciso manter um estilo de vida


saudável cuidando da idade biológica
O que compreende um estilo de vida saudável?
EXPOSSOMA
EXPOSSOMA
EXPOSSOMA

CADA ORGANISMO É DIFERENTE, O ENVELHECIMENTO SAUDAVEL DEPENDERA DO ESTILO DE VIDA E DOS


FATORES DE EXPOSIÇÃO AMBIENTAL
Deve-se considerar a
influência do estilo de vida,
exposições ambientais e
qual potencial interação.
PROCESSO BIOLOGICO NATURAL

• No período de crescimento e desenvolvimento: são maiores


os processos anabólicos.

• Na maturidade fisiológica: alterações catabólicas se tornam


maiores que os processos anabólicos.

• Prejuízo na estrutura, função e eficiência dos órgãos.


TELÔMEROS
SM ESTRESSE
OXIDATIVO
RI
INFLAMAÇÃO
OBESIDADE
HIPERTENSÃO DANOS DNA

DISLIPIDEMIA AUP ENCURTAMENTO


DM2
ENVELHECIMENTO
CANCÊR

DEPRESSÃO
TELÔMEROS X PADRÃO ALIMENTAR

Pró-oxidante

Antioxidante
Mediterrânea
DASH
A má alimentação está relacionada
com o encurtamento dos telômeros

A ingestão de fibra, alimentos fonte de antioxidantes na


dieta e podem prevenir o encurtamento dos telômeros
ENVELHECIMENTO FISIOLOGICAS

ANATÔMICAS

BIOQUIMICAS
SENESCÊNCIA
Processo natural de envelhecimento ao
nível celular ou o conjunto de fenômenos
associados a este processo metabólico COMPORTAMENTAIS
ativo.
COMPOSIÇÃO CORPORAL
Massa magra:
Músculos;
Água;
Tecido ósseo • Força muscular;
Massa gorda • Velocidade de
Gordura contração muscular;
SARCOPENIA
visceral • Postura ortostática

Pouca autonomia;
Redução de mobilidade;
Quedas e fraturas.
SARCOPÊNIA
Primária - está relacionada ao envelhecimento, quando nenhuma outra causa é evidenciada;
Secundária - considerada multifatorial, pode estar relacionada às doenças, à atividade física
(acamado, estilo de vida sedentário), à nutrição (dieta inadequada, baixa ingestão de calorias ou
proteínas, má absorção, desordens gastrointestinais ou uso de medicamentos anorexígenos)

Resultado ≥ 4
Risco de
sarcopenia
OBESIDADE SARCOPÊNICA

RI, SM

DCV, HAS ANDRÓIDE GINÓIDE

DM2

Redistribuição do tecido adiposo,


diminui gordura periferica,
acumulando-se na região central
COMPOSIÇÃO CORPORAL
Suplementar a
alimentação

 Proteínas ou aminoácidos para combater a


sarcopenia
 Dificuldades digestivas: melhores resultados com a
ingestão de aminoácidos, livrando o organismo da
necessidade de quebrar as proteínas.

 Prática de exercícios de força com carga extra,


fortalece a musculatura e diminui percas;
 Musculação - 2x ou mais na semana (OMS,2020)
ALTERAÇÕES SENSORIAIS
DISGEUSIA (diminuição do paladar)

• Diminuição das papilas gustativas da língua

 Redução da sensibilidade a gostos primários:


amargo, ácido, doce e salgado.

• Diminuição espessura epitélio bucal e lingual

 Aumento sensibilidade da mucosa oral a temperaturas (quente/frio),


sensação ardor

HIPOSMIA (diminuição do olfato)


PALADAR e
• Diminuição dos receptores olfativos
OLFATO
 Redução do apetite e atinge diretamente o prazer de alimentar-se.
ALTERAÇÕES SENSORIAIS

XEROSTOMIA (diminuição de secreção salivar)

 Redução secreção de mucina e ptialina.


 Prejuízos na mastigação e digestão inicial (enzimático)

Edentulismo / uso de próteses

 Prejuízos na mastigação e digestão inicial (mecânico)


 Preferencia por alimentos macios
 Rejeição a alimentos mais densos como frutas, legumes e carnes

CAVIDADE ORAL
ALTERAÇÕES SENSORIAIS

DISFAGIA (dificuldade ao engolir)

 Diminuição da motilidade muscular e de reflexos da


deglutição (faringe e esôfago).
 Xerostomia;
 Risco de broncoaspiração, engasgos

ACLORIDRIA

 Atrofia da mucosa gástrica - células parietais;


 Diminuição do acido clorídrico e fator intrínseco;
CAPACIDADE  Absorção deficiente: cálcio, ferro, vitamina B12

DIGESTIVA
DISFAGIA

Ex.: distúrbios neuromusculares, demência, após


traumas, doenças em geral, uso de sondas enterais
por longo tempo.

Recomendações
• Normalmente há necessidade de espessamento
de líquidos
 Usar espessante ou amido de milho, creme de
arroz.

• Avaliar necessidade de incrementar as


preparações.
 Aumento de densidade calórica com alimentos
e/ou suplementos
(CUPPARI, 2014)
ALTERAÇÕES SENSORIAIS

Retardo no esvaziamento gástrico

 Diminuição da motilidade muscular tornando mais lento;


 Retardo na biodisponibilidade de medicamentos;
 Saciedade precoce;
 Anorexia

Constipação

 Diminuição peristaltica;
 Associado a sedentarismo, baixa ingestão de fibras, agua,
processos patológicos e uso de medicamentos;
CAPACIDADE
DIGESTIVA
ALTERAÇÕES SENSORIAIS

Degeneração macular

 Glaucoma (nervo);
 Catarata (cristalino);

Consequências

 Perca da autonomia atividades diárias: compras de


Alimentos, cozinhar e alimentar-se.
 Redução de consumo e alteração no estado nutricional

VISÃO
Sistema / Alterações Nutriente Recomendação dietética
afetado/consequências
GASTROINTESTINAL
Atrofia mucosa gástrica ocasiona • Ferro não heme e Cálcio Aumento da ingestão de ferro e
1. Produção reduzida de ácido Má-absorção (anemia, vitamina B12; carnes vermelhas,
clorídrico, osteoporose) fígado e cereais fortificados.
2. Reduzida secreção do fator
intrínseco, de enzimas. • Vitamina B12
Absorção prejudicada. Má-absorção
(se grave: anemia perniciosa)
3. Esvaziamento gástrico mais Ingestão de fibras aumentada
lento Probióticos, prebióticos, água
4. Diminuição da motilidade • Fibras
intestinal e do cólon (constipação)
ÓSSEO
1. Hipocloridria • Cálcio e Vit. d Suplementar alimentos fontes
2. Comum a deficiência de Cálcio e Má absorção (osteoporose, risco de Ca: queijo, leite desnatado,
vit. D de fraturas); etc. Alimentos fontes de vit. D.
Absorção de Cálcio prejudicada
OUTRAS
ALTERAÇÕES
Desidratação
• Diminuição da água corporal 15 a 20%;
• Complicações renais; medicamentosas
(laxantes e diureticos), calor;
• Diminuição da sede (disfunção cerebral e
diminuição sensibilidade dos
osmorreceptores)

Imunodepressão
• Resposta lenta e menos eficiente;
• Infecções oportunistas;
• Aumento de incidência de doenças
oncológicas
OUTRAS
ALTERAÇÕES

Neurodegenerativas
• Parkinson;
• Alzheimer;
• Demências;
• Esclerose;
Psicologicas
• Depressão;
FATORES QUE AFETAM O CONSUMO ALIMENTAR

Alterações fisiológicas

Alcoolismo e
Psicossociais
tabagismo

Doenças Crônicas

Medicamentos Econômicos

Repercussão: no estado nutricional e de saúde do idoso

(MAHAN; RAYMOND, 2018)


CONDUTA NUTRICIONAL EM GERIATRIA

ANAMNESE ALIMENTAR

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

RECOMENDAÇÕES DE NUTRIENTES

ELABORAÇÃO DO PLANO ALIMENTAR


ANAMNESE ALIMENTAR

1. QUEIXAS PRINCIPAIS

Ganho ou Exames Sintomas:


perda de laboratoriais constipação,
peso alterados inapetência..

2. HISTÓRIAPREGRESSA

Doenças Doenças
Antecedentes
descompensa
das
DCNT
ANAMNESE ALIMENTAR
3. HÁBITOS /CONSUMOALIMENTAR

• Recordatório alimentar de 24h ou


• Recordatório alimentar de um dia habitual

Investigação da inapetência, se houver


4. ASPECTOS IMPORTANTES A SABER:

• Hábito de fumar e consumir bebida alcoólica;


• Alergias e intolerâncias alimentares;
• Aversões e preferências alimentares;
• Uso de suplementos alimentares e medicamentos;
• Consumo de sal/açúcar/óleo, margarina...
ANAMNESE ALIMENTAR

4. ASPECTOS IMPORTANTES A SABER:

• Rotina;
• Estado funcional/Exercício físico;
• Condição socioeconômica;
• Dificuldade para mastigar ou deglutir;
• Edentulismo ou prótese dentária;
• Hábito intestinal e ingestão hidríca;
AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO ANTROPOMETRICA

PESO ATUAL • Pesar na balança ou


• Estimar por fórmulas

% PP = PESO USUAL - PESO ATUAL x 100


PESO PESO USUAL
HABITUAL

% PERDA DE
PESO x TEMPO

IMC
AVALIAÇÃO ANTROPOMETRICA

Utilizando estadiômetro ou
ALTURA
altura estimada por fórmula
(usando a AJ)

Estimativa de altura:
Homens = [64,19 - (0,04 x idade)] + (2,02 x altura do joelho em cm)
Mulheres = [84,88 - (0,24 x idade)] + (1,83 x altura do joelho em cm)
Fórmula de Chumlea e cols, 1987.
AVALIAÇÃO ANTROPOMETRICA

CIRCUNFERENCIA DA PANTURRILHA Medida mais sensível de massa muscular em


idosos

Medida ao redor da maior  > 31 cm – eutrofia


proeminência da musculatura da
 < 31 cm – desnutrição
panturrilha
PRINCIPAIS OBJETIVOS
OBJETIVOS
•Favorecer a ingestão adequada de energia e nutrientes;

•Manter o peso corpóreo normal ou recuperar o estado nutricional;

•Fornecer uma dieta com consistência adequada para as


condições de dentição e funcionalidade;

•Avaliar o uso de laxantes e hidratação;

o Prevenir e/ou tratar as doenças crônicas;

o Manter ou melhorar a qualidade de vida.


DIETA DO IDOSO

NECESSIDADES ENERGETICAS

A taxa do metabolismo basal


O envelhecimento diminui as necessidades de energia:
• Redução da massa corporal magra redução gasto energético
de repouso
• Redução da atividade física
*Atenção!
Ao risco de insuficiência ou excesso de ingestão de energia.
NECESSIDADE ENERGETICA - EER

EQUAÇÕES

HOMENS > 19 ANOS


EER (Kcal/dia) = 662 – (9,53 x idade) + CAF x (15,91 x peso + 539,6 x estatura)

MULHERES > 19 ANOS


EER (Kcal/dia) = 354 – (6,91 x idade) + CAF x (9,36 x peso + 726 x estatura)
NIVEL DE ATIVIDADE FISICA - NAF
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
CARBOIDRATOS
RDA (2002) recomenda para indivíduos maiores que 50
anos:
130g de CHO/dia.

* Observar a presença de tolerância a glicose reduzida.


o Prescrição: 45 a 65% do VET
AMDR
o Uso de carboidratos complexos para maior oferta de
vitaminas, minerais e fibras.
o Estimular o consumo de frutas, verduras, legumes e 55 a 65% do VET
cereais integrais.
o Diminuir ou substituir o arroz branco, a batata inglesa e o
pão branco. Açúcares simples < 10% do VET
o Usar farinha de trigo integral no preparo de receitas.
o Usar com bastante moderação a sacarose. OMS
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

PROTEINAS

10 a 35 % do VET (AMDR) 10 a 15 % do VET

(0,8g de PTN kg/dia) RDA

Pelo menos 1,0 de proteína/Kg de peso em


idosos sem doenças renais (ESPEN, 2019)
Priorizar o consumo de fontes
proteicas de alto valor biológico
Proteínas de origem vegetal,
 Necessário para manter e recuperar a massa
como feijão e soja são
muscular corpórea.
complementares.
 Recuperar a força muscular
 Avaliar suplementação de Proteínas e AA
essenciais,
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

LIPIDEOS

20 a 35% do VET (AMDR)


25 a 30% do VET

Gordura Saturada < 10% do VET


Gordura Poliinsaturada: 6 a 11%
ômega 6 : 5 a 8% do VET
ômega 3 : 1 a 2% do VET
Gordura Monoinsaturada: diferença
Colesterol < 300mg

Alimentos ricos em ácidos graxos mono e poliinsaturados.


Prescrever: peixes, abacate, azeite de oliva, óleos, castanhas
e sementes.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
LIPIDEOS
• Necessários para a membrana celular, pele, produção de
eicosanoídes e desenvolvimento cerebral.

Ácidos graxos poliinsaturados n-3:


Em grande quantidade pode ser benéfica na redução da
produção de citonas pró-inflamatórias e de eicosanoídes.
São benéficos para a função cognitiva.

Ácidos graxos monoinsaturados:


diminui a sensibilidade das membranas à peroxidação lipídica;
proteção da cognição.
Ácidos graxos poliinsaturados:
n-3: peixes, óleo e semente de linhaça, canola, algas e folhas
verdes.
n-9: óleo de oliva, canola, castanhas, abacate.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

FIBRAS

(AI)
Mulher 21 g/dia;
Homem 30g/dia

 Carboidratos com benefícios na função intestinal.

A constipação:
*A alimentação pobre em fibras e a reduzida ingestão de água
*A falta de atividade física contribui para o agravamento
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

FIBRAS
*Ser fermentada pela microbiota intestinal, formando AGCC.
*Estimular o crescimento e/ou atividade de bactérias intestinais associadas
com a saúde.
Exemplo: Inulina, frutooligossacarídeos, pectina e lignina

Os frutooligosacarídeos: em alimentos como a cebola, alho, tomate, banana,


cereais integrais como a cevada, aveia e trigo.

A pectina: na entrecasca dos cítricos, do maracujá e na maçã.

As ligninas: nas cascas de frutas oleaginosas, linhaça, gergelim, amêndoas...


e leguminosas como a soja e o feijão azuki.

A inulina: principalmente no alho, cebola, aspargos e alcachofra.


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

VITAMINAS E MINERAIS

• Planejamento baseado nas recomendações de


RDA ou AI.
• Atenção para a UL

• Investigar a utilização de suplementos


polivitamínicos

• Investigar a necessidade de uso de


suplementação e indicar a melhor forma (pó,
cápsula, líquido) e a posologia
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINAS E MINERAIS
Elemento importante

Vitamina D
Cálcio

Absorção de Ca.
para prevenção de
osteoporose. Ingestão inadequada
Risco de deficiência: pode aumentar a perda
óssea e o risco de
• Hipocloridria osteoporose;
• Deficiência de vitamina
D, cafeína, Risco de deficiência:
• Uso de medicamentos, • Redução da ingestão
excesso de sódio • Exposição à luz solar.
• Bariatricos
Deficiência: aumento do risco de queda e fraturas!!
Recomendação de Ca – 1200mg/dia homens e mulheres idosos

Recomendação Vit D – Homens e Mulheres 51 a 70 anos – 15 mcg/dia;


Homens e Mulheres >70 anos – 20 mcg/dia
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
CALCIO
Fatores que inibem a absorção de cálcio:
O consumo de álcool, cafeína, ácido oxálico, fitatos e alguns medicamentos podem ser fatores de risco.

Quantidades Fonte de fibras, Ricos em fósforo


superiores a 300 mg ácido oxálico e Alimento rico em
/dia, fitatos: ácido oxálico e
(3 xíc. Médias) Gérmen de trigo, cafeína
nozes, feijões,
espinafre e tomate.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINA D

Baixa exposição solar e alimentação deficiente

 Função muscular, benefícios na imunidade, absorção cálcio intestinal, entre outros.

Níveis baixos de vitamina D são facilmente encontrados em aproximadamente 50% dos idosos.

Estudos clínicos:
Indivíduos que possuem insuficiência de vitamina D:
apresentam alta incidência de queda, fraturas e redução da força muscular.
Associada com a diminuição do desempenho físico.

Fontes alimentares: carnes, peixes e frutos do mar, como salmão, sardinha e mariscos, e alimentos como ovo, leite
fígado, queijos, óleo de fígado de peixe
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINAS E MINERAIS

Vitamina B12
Anemia é prevalente
Ferro

Baixa ingestão devido a


nessa população atrofia gástrica,
Podendo estar
relacionada a má declínio na produção de
absorção, sangramento ácido clorídrico;
do TGI, gastrites,
devido úlcera ou uso de Deficiência associada
antiinflamatórios; com declínio cognitivo
.

Recomendação de Fe – Homens e mulheres – 8 mg/dia

Recomendação de Vit B12: Homens e Mulheres – 2,4 mcg


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
VITAMINAS E MINERAIS

Sódio
Zinco

A deficiência está
Pode haver alta ingestão;
associada à função imunológica
prejudicada, anorexia, disgeusia,
cicatrização retardada e Atentar-se ao consumo
desenvolvimento de úlceras de excessivo.
pressão e na regulação do .
metabolismo ósseo. Há consumo
de quantidades inadequadas de Zn

Recomendação de Zn - Homens – 11mg/dia e Mulheres – 8mg/dia


Recomendação de Sódio - Homens e Mulheres (51 a 70 anos)
Homens e Mulheres (>70 anos): 1.500 mg/dia;
OMEGA 3
SELENIO

B- CAROTENO
Zinco

Vit. C

Cobre
Vit. E

Magnésio Acido Folico


RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

• A alimentação do idoso deve ser fracionada, variada, colorida e atraente.

• Deve-se recomendar receitas de fácil preparo.

• Evitar alimentos processados e temperos industrializados


• Deve-se evitar excesso de sal, que pode ser substituído, em parte, por ervas ou sal de ervas
• Usar temperos suaves e evitar os picantes
• Desestimular o uso de sal e açúcar à mesa
• Consistências do tipo pastosa e branda, se necessário.
• Moderação no uso de óleos e açúcares.
• Líquidos devem ser evitados 30min antes e durante as refeições. Deve-se oferecê-los a cada 1h ou
2h, entre as refeições.
• Distribuir a alimentação diária em cinco ou seis refeições.
• O local das refeições deve ser tranquilo e o convívio com a família nas refeições é importante.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

FLUIDOS

Homens - 3,7 L de água total (água nos alimentos, bebidas e água potável)
3 L deve ser de água

Mulheres - 2,7 L de água total (água nos alimentos, bebidas e água potável)
2,2 L deve ser de água

35 – 40 ml x Kg/peso
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

 A análise do Recordatório 24h – análise por porções do guia


alimentar
Resumo para
planejamento  Recomendações de vitaminas e minerais - DRIs

da dieta
 Mínimo de adequação para os micronutrientes: 90%
 Máximo de adequação para os nutrientes: Não ultrapassar UL

Nutriente Contribuição
Fibras DRIs (Máximo 140%)
Relação Ca/P 0,9 -1,1:1
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

Nutriente Contribuição
Carboidrato 55-65%; Carboidrato simples: < 10%
Resumo para Proteína 10 -15%
planejamento Proteína(g)/kg de 0,8 g/kg/ dia (podendo exceder em até
da dieta peso corporal 250%, atingindo NdpCal% máximo )
Lipídios 25-30%
Ác. Graxos saturados < 10%
Ác. Graxos poli- 6-11%
insaturados
Ác. Graxos Diferença
monoinsaturados
Colesterol < 300mg
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

• Adequar sempre que possível às preferências e hábitos alimentares.


• Identificar quais os horários de maior apetite.
Outras • Entender e traçar estratégias para melhorar a hiporexia.
recomendações • O nutricionista deve dirigir-se sempre à pessoa idosa, evitando que o
idoso sinta-se excluído da consulta (presença do cuidador )
• Realize uma escuta ativa e atenta.
• Escute as crenças/tabus com respeito e oriente;
• Verificar como é feita a alimentação.
• Estabelecer objetivos e metas a curto e longo prazo.
• Mudanças bruscas não são recomendadas.
• Empregar fotos, cartazes e objetos que possam ilustrar as orientações
e a dieta
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Cuidados no armazenamento dos alimentos;
Cuidados com a higiene pessoal e durante o manuseio de alimentos;
Cuidados no preparo das refeições (retirar osso, espinha, casca; temperos
Outras suaves; alimentação colorida)
recomendações Incentivar a higienização das mãos antes das refeições;
Distribuir a alimentação diária em cinco ou seis refeições;
Estimular o entrosamento social nos horários das refeições;
Orientar a pessoa idosa a comer devagar, mastigando bem os
alimentos;
Cuidar bem da saúde bucal (incluindo a escovação da língua), favorecendo
o prazer à mesa;
Estar atento à temperatura de consumo dos alimentos
Selecionar os utensílios mais adequados (talheres
de cabos grossos; canecas ou xícaras com duas alças grandes)
Tipo de medicamento Efeito
Aumento do ph gástrico – redução da
Antiácidos e bloqueadores ácidos absorção de Ca, Fe não heme, magnésio,
zinco, vitamina B12
Anticoagulantes O efeito do medicamento pode ser afetado
com o nível de ingestão de vitamina K
(investigar uso de suplementos)
Interação droga Diuréticos Aumentam excreção de de K, Ca, Mg e
vitaminas hidrossolúveis (tiamina)
nutriente Laxantes Uso excessivo pode depletar
vitaminas lipossolúveis (A, D,
E, K)
Analgésicos e anti-inflamatórios Irritação estomacal (favorecem gastrites e
úlceras)
Antibióticos Podem alterar a flora intestinal, reduzem a
síntese de vitamina K por bactérias
intestinais
Glicocorticoides Osteoporose e hiperglicemia,
catabolismo proteico;
Anti-hipertensivos Afetar os níveis de K, Ca e zinco

Antitubercular Aumenta risco de deficiência de B6, B3 e vit D


Orientações
gerais
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Alimentação
saudável para a pessoa idosa: um manual para profissionais de saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde,
2009. 36 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

BRASIL. Ministério da Saúde. Fascículo 2 Protocolos de uso do Guia Alimentar para a população brasileira na
orientação alimentar da população idosa [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Universidade de São Paulo. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2021. 15 p.

BRASIL. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 2011.

CARUSO, L. Distúrbios do trato digestório. In: CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Clínica no Adulto. 3ª ed. São
Paulo: Manole, 2014. cap. 12, p. 297-325.

REFERENCIAS IBGE. Censo Demográfico . Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>.

IBGE. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa de orçamentos familiares 2017-2018: primeiros


resultados. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. 69 p.

IBGE. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível


https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html>. Acesso em: 05 jan 2022

MALMSTROM, T. K.; MORLEY, J. E. SARC-F: a simple questionnaire to rapidly diagnose sarcopenia. J Am Med
DirAssoc., v. 14, n. 8, p. 531-532, 2013.

VITOLO, M.R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Rubio, 2014.

VOLKERT, D.; BECK, A.M.; CEDERHOLM, T.; CRUZ-JENTOFT, A.; GOISSER, S.. HOOPER, L. et al. ESPEN
guideline on clinical nutrition and hydration in geriatrics. Clinical Nutrition, v. 38, p. 10-47, 2019.

WELLMAN, N. S.; KAMP, B. J. Nutrição no envelhecimento. In: MAHAM, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause:
Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. cap. 20.

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