O documento discute a alimentação de idosos, focando em: 1) fatores que afetam os hábitos alimentares de idosos como dificuldades de mastigação e digestão; 2) hábitos nutricionais errôneos ao longo da vida que podem prejudicar a saúde dos idosos; 3) a importância de uma alimentação balanceada e hidratação adequada para a saúde dos idosos.
O documento discute a alimentação de idosos, focando em: 1) fatores que afetam os hábitos alimentares de idosos como dificuldades de mastigação e digestão; 2) hábitos nutricionais errôneos ao longo da vida que podem prejudicar a saúde dos idosos; 3) a importância de uma alimentação balanceada e hidratação adequada para a saúde dos idosos.
O documento discute a alimentação de idosos, focando em: 1) fatores que afetam os hábitos alimentares de idosos como dificuldades de mastigação e digestão; 2) hábitos nutricionais errôneos ao longo da vida que podem prejudicar a saúde dos idosos; 3) a importância de uma alimentação balanceada e hidratação adequada para a saúde dos idosos.
Enfermagem em Saúde Mental e Enfermagem Geriátrica
Curso de Enfermagem Geral
Alimentação do idoso
Factores que afectam os hábitos alimentares
nesta faixa etária; Défices e hábitos nutricionais errôneos cometidos ao longo da vida; Qualidade da alimentação oferecida ao utente idoso; Hidratação do utente idoso.
2 Curso de Enfermagem Geral
Objectivos de aprendizagem Ao final desta sessão os estudantes deverão ser capazes de: Citar fatores que afetam os hábitos alimentares de idosos; Identificar hábitos nutricionais errôneos ao longo da vida para o idoso; Descrever os passos da qualidade da alimentação para o idoso; Compreender as particularidades da hidratação no idoso.
3 Curso de Enfermagem Geral
Introdução A alimentação do idoso deve atender aos mesmos objectivos que na vida adulta; No entanto, esta adquire especial importância nesta etapa de vida, porque o envelhecimento, apesar de ser um processo normal e fisiológico, acarreta alterações no organismo que podem modificar as necessidades nutricionais e o estado nutricional (JACOB, 1998). Destacam-se neste grupo, duas questões relevantes: de um lado a presença de magreza e, de outro, o excesso de peso, ambos podendo estar associados às carências nutricionais.
4 Curso de Enfermagem Geral
Factores que afectam os hábitos alimentares do idoso A mastigação e a deglutição podem estar comprometidas devido a alterações na cavidade bucal, ausência parcial ou total dos dentes, uso de próteses e diminuição da das papilas gustativas e da secreção salivar. Saúde oral precária
Tais alterações podem diminuir o consumo de certos tipos de
alimentos, como carnes, frutas, legumes e verduras crus, o que poderia gerar uma ingestão inadequada de fibras, vitaminas e minerais. 5 Curso de Enfermagem Geral Factores que afectam os hábitos alimentares do idoso As alterações na visão, paladar, olfato, audição e tato podem estar presentes levando à perda de apetite e contribuindo para uma ingestão menor de alimentos. A digestão também pode ser prejudicada pela diminuição dos movimentos peristálticos, da secreção de ácido clorídrico, de enzimas digestivas, do fator intrínseco e de sais biliares, principalmente de gorduras, dificultando a absorção de nutrientes.
6 Curso de Enfermagem Geral
Factores que afectam os hábitos alimentares do idoso Quanto aos aspectos sociais e psicológicos, destacam-se a viuvez, a solidão, a pobreza ou dificuldade financeira, que, somadas às dificuldades de movimento ou de locomoção, podem interferir na compra e no preparo de alimentos e, conseqüentemente, no seu consumo.
Esse aspecto é relevante
em Moçambique.
7 Curso de Enfermagem Geral
Factores que afectam os hábitos alimentares do idoso A perda de papéis sociais, associada à perda do poder aquisitivo, em que parte dos recursos é utilizada para a compra de medicamentos, devido à presença simultânea de diversas doenças, pode levar à aquisição de alimentos mais baratos e de mais fácil preparo, geralmente ricos em carboidratos e gorduras.
8 Curso de Enfermagem Geral
Factores que afectam os hábitos alimentares do idoso Alteração da composição corporal associada à diminuição da atividade física leva à diminuição das necessidades energéticas. A massa magra declina com o envelhecimento, principalmente depois de 65 anos para homens e 75 para mulheres, havendo proporcional aumento da massa gorda (TAVARES, 1997).
A actividade física é indispensável à saúde do idoso
9 Curso de Enfermagem Geral
Défices e hábitos nutricionais errôneos ao longo da vida; Os principais erros alimentares incluem: Alimentação rica em carboidratos e gorduras (são mais saboras e de menor custo); Alimentação hipersódica; Horários irregulares das refeições; Deficiência no número de refeições/dia; Consumo exagerado de alimentos na mesma refeição; Baixa ingesta de alimentos ricos em fibras; Substituição de alimentos naturais pelos alimentos industrializados. 10 Curso de Enfermagem Geral Cuidado alimentar do idoso A quantidade de alimentos por refeição deve ser menor para facilitar a digestão, já que os processos digestivos estão mais lentos. Deve-se evitar jejuns prolongados e excesso de alimentos em uma única refeição. A regularidade de horário das refeições faz-se necessária, sendo indispensáveis o desjejum, o almoço, o lanche e o jantar.
11 Curso de Enfermagem Geral
Cuidado alimentar do idoso A alimentação diária deve ser bem variada (colorida), contemplando os diferentes grupos de alimentos, agradável a todos os órgãos dos sentidos, a fim de despertar o apetite e o prazer de comer.
12 Curso de Enfermagem Geral
Cuidado alimentar do idoso Devem ser respeitados os hábitos e preferências do idoso, desde que não prejudiquem à saúde. O consumo de sal, açúcar, doces, gorduras, alimentos e temperos industrializados deve ser moderado, para prevenir doenças ou complicações das mesmas quando existentes.
13 Curso de Enfermagem Geral
Cuidado alimentar do idoso O consumo de alimentos ricos em fibras (Frutas, Legumes e Verduras - FLV) e cereais integrais deve ser enfatizado, pois são nutritivos e evitam a constipação intestinal. Caso a função mastigatória esteja comprometida, a consistência das preparações deve ser em forma de papas, purês ou de alimentos bem cozidos.
14 Curso de Enfermagem Geral
Cuidado alimentar do idoso Os alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados, de preferência com pouca gordura, também devem ter seu consumo incentivado, assim como a atividade física e a exposição ao sol em horários apropriados e com proteção da pele. Deve-se evitar a ingestão de bebidas adoçadas e refrigerantes.
15 Curso de Enfermagem Geral
Cuidado alimentar do idoso Alguns idosos com tremores, por exemplo, não conseguem levar o alimento até a boca. Primeiro devem ser realizadas improvisações para que o mesmo supere essa limitação. Em último caso, alimentá-lo com paciência, estimulando a boa mastigação. 16 Curso de Enfermagem Geral Qualidade da alimentação do idoso Em relação à alimentação saudável do idoso, sem doenças que requeiram cuidados alimentares específicos, uma orientação adequada pode ser trabalhada por meio dos "Dez Passos para uma Alimentação Saudável“, adaptada. 1º passo: faça pelo menos 3 refeições (café da manhã, almoço e jantar) e 2 lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições!
17 Curso de Enfermagem Geral
Qualidade da alimentação do idoso 2º passo: inclua diariamente 6 porções do grupo dos cereais (arroz, milho e trigo pães e massas), tubérculos como a batata, raízes como mandioca/ macaxeira, nas refeições. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos naturais. 3º passo: coma diariamente pelo menos 3 porções de legumes e verduras como parte das refeições e 3 porções ou mais de frutas nas sobremesas e lanches; 4º passo: coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, 5 vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação completa de proteínas e bom para a saúde. 18 Curso de Enfermagem Geral Qualidade da alimentação do idoso 5º passo: consuma diariamente 3 porções de leite e derivados e 1 porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis! 6º passo: consuma, no máximo, 1 porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga ou margarina 7º passo: evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da alimentação. Coma-os, no máximo, 2 vezes por semana.
19 Curso de Enfermagem Geral
Qualidade da alimentação do idoso 8º passo: diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro da mesa. 9º passo: beba pelo menos 2 litros (6 a 8 copos) de água por dia. Dê preferência ao consumo de água nos intervalos das refeições. 10º passo: torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo.
20 Curso de Enfermagem Geral
Orientações que favorecem a hidratação do idoso Oferecendo e estimulando a ingestão de pelo menos 6 copos de 200 ml de água, ou, 12 copos de 100 ml ao dia; Na recusa à água, substituir por chá de frutas (chá de ervas pode interagir com medicamentos); Oferecer suco natural, fruta amassada, picada, liquidificada ou cozida (a fruta é rica em líquidos); Oferecer leite (o idoso costuma aceitar bem); Se o idoso apresentar disfagia (dificuldade de deglutição) e necessitar de líquidos espessados, acrescente banana , mamão ou abacate aos suco de frutas natural ou leite (vitamina). Ofereça na consistência de creme 21 Curso de Enfermagem Geral Hidratação do idoso A água é fundamental à saúde e à vida; 90% do corpo do RN é constituído de água; 70% do corpo do adolescente; 60% do corpo do adulto; e 50% do corpo do idoso (60 anos). Isso faz parte do processo natural de envelhecimento. O sangue, que é responsável pelo transporte de nutrientes até as células,ou seja, vital para o funcionamento do corpo, é líquido, consequentemente, riquíssimo em água. Quanto ao consumo de líquidos, é importante o idoso beber em média de 6 a 8 copos de água ou outros líquidos por dia, para manter uma boa hidratação e evitar quadros de desidratação e de constipação intestinal.
22 Curso de Enfermagem Geral
Hidratação do idoso Só há uma via de “entrada” de água no corpo: a boca. Ao ser ingerida, a água é absorvida pelo intestino e enviada para todas as partes do corpo; entretanto, há várias formas de saída: Após a filtração dos rins, pela urina; No bolo fecal; Pelo suor, a respiração. Todas essa vias de “saída” são constantes, daí a necessidade de beber 1,5 a 2 litros de água por dia, ou, para ser mais específico em idosos, 30 ml de líquidos por quilo de peso.
23 Curso de Enfermagem Geral
Hidratação do idoso O Prof. Arnaldo Lichtenstein afirma: “Sempre que dou aula de Clínica Médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta: “Quais as causas que mais fazem o idoso ter confusão mental?” Alguns arriscam: “Tumor na cabeça”. Eu digo: “Não”. Outros apostam: “Mal de Alzheimer”. Respondo, novamente: “Não”. A cada negativa a turma espanta-se. E fica ainda mais boquiaberta quando enumero as três causas mais comuns: diabetes descontrolado; infecção urinária; desidratação”.
24 Curso de Enfermagem Geral
Hidratação do idoso Segue o Prof. Arnaldo Lichtenstein “A família passou um dia inteiro fora, enquanto os idosos ficaram em casa. Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos. Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez. A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo”. “Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos (“batedeira”), angina (dor no peito), coma e até morte. Insisto: não é brincadeira”.
25 Curso de Enfermagem Geral
Hidratação do idoso No idoso, a desidratação se faz presente mais frequentemente, pois o mecanismo da sede está, muitas vezes, deficiente. O fato de não sentir sede, mesmo desidratados, faz com que idosos não procurem beber água. Essa deficiência na sensação de sede pode dar impressão de que o idoso não precisa de tanta água como quando era jovem, isso não é verdade, não há uma diminuição da necessidade da água com o avançar da idade.
26 Curso de Enfermagem Geral
Hidratação do idoso Há sensores de água em várias partes do corpo. Estes verificam a adequação do nível. Quando o nível de água cai, aciona-se automaticamente um “alarme”, pois pouca água significa menor quantidade de sangue, de oxigênio e de sais minerais em nossas artérias e veias. Por isso, o corpo “pede” água. A informação é passada ao cérebro, a pessoa sente sede e busca tomar líquidos. Nos idosos, porém, esses mecanismos são menos eficientes.
27 Curso de Enfermagem Geral
Hidratação do idoso
Portanto, idosos desidratam-se facilmente não
apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo. Além disso, para a desidratação ser grave, eles não precisam de grandes perdas de água, como diarréias, vômitos ou exposição intensa ao sol. Basta o dia estar quente ou a humidade do ar baixar muito. Nessas situações, o idoso perde mais água pela respiração e pelo suor, merecendo cuidados.