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Doenças Neurológicas

Sistema nervoso: É responsável pela interação entre o organismo e o meio ambiente.

Funções:
1. Sensitiva: Receptores (visão, audição, olfato… grandes vasos, etc)
2. Integradora: Raciocinar, pensar, calcular, emocionar..
3. Motora: Músculos, secreções, peristaltismo,etc

Divisão anatômica:

Tecido nervoso > Rede de comunicação


Sistema nervoso central: Encéfalo, Medula espinhal (interações entre o organismo e o
meio)
Sistema nervoso periférico: Gânglios, nervos ( ligação do SNC com outras estruturas do
organismo: músculos, órgãos sensoriais, glândulas, etc)

Distúrbios neurológicos e psiquiátricos


- Qualquer distúrbio que acomete a estrutura e/ou funcionamento do SNC ou SNP

Neurológicos: Cognitivos e comportamentais - comprometimento estrutural


Exemplos: AVE, Parkinson, Alzheimer

Psiquiátricos: Alterações do humor e/ou comportamentais sem alterações estruturais


Exemplos: Ansiedade, depressão

Quem são esses pacientes de doenças neurológicas?


A prevalência dessas doenças aumentam conforme a idade

Fatores a considerar: Falta de locomoção (pacientes acamados); Dificuldades em


realizar medidas antropométricas.

Falta de locomoção: Úlceras de pressão; Sarcopenia


Hospitalizações e infecções frequentes: Aumento do GET - catabolismo prolongado

Abordagem centrada no manejo de problemas associados à ingestão:

1. Falta de apetite (anorexia)


- Pequenas refeições
- Preferências alimentares
- Alimentos novos
- Alimentos quentes
- Refeições em companhia
- Avaliar dor e problemas com mastigação e deglutição
2. Problemas com coordenação (Apraxia):
- Tentar promover independência na alimentação
- Alterar utensílios e alimentos que possam ser comidos com a mão
- Prato fundo
- Talheres com cabos mais grossos
- Suporte antiderrapante
3. Redução no olfato e na visão:
- Usar aromas intensos
- Evitar pratos/toalhas estampados (fazer contraste)

4. Redução do paladar
- Usar ervas aromáticas, molhos e especiarias
- Aversão à carne (substituir por fonte proteica)
- Gosto metálico (substituir por utensílios de plástico)

5. Fraqueza que afeta apenas um lado do corpo (Hemiparesia) e/ou problemas


posturais durante a alimentação
- Manter o paciente sentado (num ângulo de 90º) o mais reto possível
- Manter os pés adequadamente apoiados
- Verificar a altura da mesa e manter o paciente sentado bem próximo à mesa
- Promover a independência

Boca seca - Xerostomia

- A temperatura mais fria estimula a salivação (dar cubos de gelo aromatizados e


frutas congeladas)
- Caldos, molhos e sucos - substituir águas (melhorar o paladar, os nutrientes e as
calorias)
- Gomas de mascar sem açúcar
- Saúde bucal

- Esquecer que já comeu: Deixar louças na pia mostrando-lhe que já comeu

- Mastigar continuamente e cuspir: Alimentos com pouca mastigação e pequenas


porções

- Não abrir a boca: Tocar na bochecha com a colher

- Rigidez da face, dificuldade de mastigação/deglutição - disfagia

Sintomas: babar, engasgar, tossir durante ou após as refeições

Mudar consistência dos alimentos - branda/pastosa


Atenção a postura

Disfagia para líquidos: Alterar consistência: utilizar espessantes (leite em pó, maizena,
espessantes comerciais,etc)

Se atentar com a desidratação

Doenças neurológicas agudas e crônicas

Suporte nutricional pode ser benéfico pois auxilia a evitar aspiração, PNM ou sepse.

Doença aguda: suporte no período inicial


Doença crônica: suporte nos estágios finais da doença. para atingir as demandas
metabólicas
TND: corresponde áqueles pacientes que não conseguem atingir suas necessidades
nutricionais exclusivamente pela via oral
Utilizada principalmente: em distúrbios de deglutição associados com fraturas, doenças
neurológicas, câncer, gastroparesia e síndrome de má absorção, desnutrição e pós-
operatório

NE: quando houver alto risco de aspiração ou o paciente não conseguir comer o
suficiente para atingir as necessidades nutricionais
- Sonda Noturna: preenche a lacuna entre ingestão oral e necessidades reais:
liberdade durante o dia;

NP: Lesão de Medula Espinhal

Cuidado Agudo: quando indivíduo previamente bem nutrido, mas incapaz de reassumir
a VO em 7 dias
- Sonda nasogástrica: opção à curto prazo;

Cuidado Crônico: terapia prolongada


- Ostomia (Gastro ou Jejuno): opção à longo prazo; ou recusa na colocação
precoce da sonda: devido ao impacto emocional, econômico e físico;

Suporte Nutricional: deve intensificar a qualidade de vida.

Doenças neurológicas que surgem de deficiências nutricionais

Deficiência de vitaminas Beribéri - Síndrome de Wernicke-Korsakoff; Pelagra

Acidente Vascular Encefálico (AVE)

AVE é caracterizado por diminuição das funções neurológicas devido a alterações do


suprimento sanguíneo para o cérebro e persiste por pelo menos vinte e quatro horas;
Podem ser de dois tipos: hemorrágico e isquêmico

AVE isquêmico (75 a 80%): bloqueio do vaso sanguíneo


- pela formação de uma placa aterosclerótica
- pela presença de um coágulos
- Sintomas: perda repentina da força muscular, dificuldade de comunicação,
tontura, formigamento, alteração na memória

AVE hemorrágico: à ruptura de um vaso sanguíneo, e extravasamento de sangue


- a pressão no vaso faz com que ele se rompa devido à hipertensão (> 22mm Hg)
- Sintomas: dor de cabeça, edema cerebral, aumento da pressão intracraniana,
redução do nível de consciência, náuseas e vômitos
Sintomas AVE: Manifesta-se diferentemente em cada paciente
- Depende do tipo de AVC que o paciente está sofrendo, sua localização, idade,
fatores adjacentes

Usualmente, os AVCs lesam apenas um lado do cérebro • Como os nervos no cérebro


cruzam em direção contrária, os sintomas ocorrem no lado do corpo oposto ao lado
lesado do cérebro.

Acidente vascular encefálico (AVE)


- Sequelas: Depende da área do cérebro afetada e do tempo que o paciente levou
para ser atendido
- Paralisia total ou parcial
- Alteração da fala
- Alterações visuais

Lado direito: susceptíveis à aspiração


Lado esquerdo: Problemas na mastigação

Objetivos da TN:

- Prevenir a desnutrição: 16 a 49% desnutrição na hospitalização


- Prevenir novo AVC
- Promover melhora na qualidade de vida do paciente
- Controle dos fatores de risco: Semelhantes aos de DCV; Modificáveis e não
modificáveis

Condutas:
- Avaliar disfagia e retorno do peristaltismo
- Via oral: Adaptação de textura ou consistência e líquidos espessados (pneumonia
aspirativa)
- Ingestão oral de alimentos estiver aquém da necessidade nutricional por 7 dias
- Enteral: - risco iminente de broncoaspiração (disfagia) - diminuição do nível de
consciência (uso de VM)
- SNE - intestino retorna o peristaltismo antes do estômago: iniciar: 24 a 72h
(precoce)

Recomendações nutricionais para fase aguda:

▫ 15 a 20 kcal/kg/dia inicial e progredir para 25 a 30 kcal/kg/dia, após o quarto dia,


nos pacientes em recuperação

▫ 1,5 a 2,0 g/kg de proteína

▫ OBS 1: 11-14 kcal/kg/dia do peso real, para pacientes com IMC entre 30-50 kg/m2, e
22- 25 kcal/kg/dia do peso ideal, para IMC eutrófico, se IMC > 50 kg/m2.

▫ OBS 2: 2 gramas de proteína por kg de peso ideal por dia, caso IMC entre 30-40 kg/
m2, e até 2,5 gramas por kg de peso ideal por dia, se IMC > 40 kg/m

Abordagem nutricional após AVC:

- Recomendações nutricionais: 25 a 35 kcal/kg/ dia e proteica de 1,2 a 1,5 g de


proteína/kg/dia, levando em consideração o grau de atividade física de
reabilitação, atrofia muscular e particularidade de cada paciente

- Mudanças do estilo de vida: Mesmas condutas para aterosclerose, dislipidemia e


HA (se for o caso)

Doença de Parkinson

É uma doença degenerativa, crônica e progressiva, que acomete em geral pessoas


idosas
- Ocorre pela degeneração de neurônios dopaminérgicos no SNC
- Sintomas motores – inibir movimentos voluntários; perda da capacidade de controlar
movimentos

Etiologia: Idiopática, ou seja, ocorre de modo espontâneo, sem razão aparente

Sintomas:
- Tremor, bradicinesia (lentidão na execução de movimentos), rigidez e
instabilidade postural.
- Movimentos involuntários anormais (oscilações da cabeça, tiques facio-linguais,
oscilações e movimentos giratórios dos braços, pernas e troncos).
- Distúrbios comportamentais (depressão emocional, paranóia, manias).

Progressiva - 5 estágios:
1. 1 lado do corpo
2. 2 lados do corpo
3. Desequilíbrii
4. Incapacidade mas beambula
5. Acamado

Fatores de risco: Menos comum em africanos, asiáticos e mulheres; Prevalência aumenta


conforme idade.
Doença de Parkinson- Fisiopatologia:

Doença de Parkinson - Tratamento

- Tratamento: Levodopa (L-Dopa) – controle dos sintomas por ação dopaminérgica –


atravessa barreira hematoencefálica e é convertido em dopamina pela enzima
dopamina descarboxilase

- Interação Medicamentosa: Efeitos colaterais periféricos, cuja intensidade depende da


dose e etapa da terapia; Náuseas, vômitos ou mal estar (dose muito alta ou se a droga
for ingerida sem alimento).

Indivíduos com doença de Parkinson tendem a desnutrição (Anorexia - 80% dos usuários
iniciantes de L-DOPA)
Deglutição e mastigação comprometidas (músculos trabalham de modo mais lento)

Rastreamento para disfagia no momento do diagnóstico da DP, independente do grau


de evolução da doença - sinais de disfagia orofaríngea (DO): encaminhar ao
fonoaudiólogo

Pacientes com DP avançado e disfagia grave deverão utilizar ostomias como via para
TN de médio a longo prazo. (Braspen 2022)

Perda de peso é comum: >10% em 3 meses o que aumenta o risco de desnutrição e


infecções

• Tremor, rigidez e demência, além de dificultar a ingestão de alimentos, são fatores que necessitam ↑ do
consumo de energia
• Falta de apetite associada a depressão (Dieta com kcal adequada para manter ou
recuperar o EN

• Efeito da Levodopa;

• Disfagia

Dietoterapia:

• Levodopa – considerar consumo proteico (Para reduzir os efeitos gastrointestinais da


L-dopa, ela deve ser ingerida com as refeições)

▫ Competição de aminoácidos por locais de absorção no intestino delgado e


penetração cerebral Doença de Parkinson

o 0,8 a 1,0 g ptna/kg - estágios iniciais


o Não ultrapassar 0,8 g ptna/kg – estágios finais

Restrição e proteína durante o dia e concentrar a PTN no jantar e ceia


Ingerir refeição rica em CHO (5 CHO:1 PTN) próxima à tomada do medicamento (↑ insulina)

- Carboidratos: Normoglicídica
- Lipídeos: Normolipídica

Vitaminas e minerais:
- Vitamina B6

L-Dopa: A descarboxilase, é dependente de piridoxina

Se quantidades excessivas de B6 (suplementos) estiverem presentes, a L-dopa pode ser


metabolizada na periferia e não no SNC onde sua ação é esperada

- Consumos de alimentos fontes de vitaminas e minerais antioxidantes


- Suplementação avaliada individualmente

Recomendado: frutas e vegetais diariamente 2 a 3x ao dia

Constipação intestinal devido a:


- Degeneração dos nervos do TGI como parte do processo degenerativo da doença
de Parkinson.
- Medicações usadas no tratamento diminuem os movimentos peristálticos do
intestino.

Obs: Problemas com a peristalse do TGI - aumento do tempo de trânsito - sensação


precoce de saciedade, indigestão.

Doença de Alzheimer

Doença mais comum do grupo das demências

Doença neurodegenerativa evolutiva demencial, com início aos 65-70 anos


- 50% em pessoas com mais de 85 anos
- Perda de neurônios no hipocampo e no córtex
Declínio progressivo das funções cognitivas: a memória, o pensamento, a compreensão,
o cálculo, a linguagem, a capacidade de aprendizagem, entre outras

• Atual: 46,8 milhões de pessoas com demência no mundo.


▫ 74,7 milhões: 2030 e a 131,5 milhões: 2050

Fatores de risco:

• Alterações químicas que provocam danos nas células cerebrais


▫ Idade (fator de risco principal);
▫ Predisposição genética;
▫ Traumatismo Craniano;
▫ Exposição à radicais livres (ingestão de álcool);
▫ AVE ▫ Hiperhomocisteinemia, DM;
▫ Hipercolesterolemia e HA
▫ Sedentarismo

Fisiopatologia:
• 1 – Placas senis (placas neuríticas)
▫ Proteína precursora do amiloide (APP) sofre clivagem anormal formando a
proteína B-amilóide tóxica para o SNC (disfunção sináptica, dano mitocondrial,
neurodegeneração)
Formação de placas senis ou neuríticas - juntamente com os dentritos e axônios
danificados (precedem a necrose dos neurônios)

• 2 – Emanharados neurofibrilares ▫ que são verdadeiros nós, em estruturas


essenciais dos neurônios. Estes ficam retorcidos e emaranhados prejudicando seu
funcionamento
Hiperfosforilação da proteína tau (Mantém estabilidade neural e transporte de
neurotransmissores)
• Atrofia cerebral e redução de neurotransmissores - acetilcolina (memória, cognição)
Durante muito tempo acreditava-se que a insulina não tinha ligação com o sistema
nervoso central. Mas nos anos 80 vários grupos de pesquisa localizaram o hormônio e
seu receptor no cérebro. O que indicava que a insulina cruzava a barreira
hematoencefálica. Pouco tempo depois foi descoberto que o hormônio desempenha
papel importante no aprendizado e na memória

Novos estudos reforçam a tese que a doença de Alzheimer pode ser um tipo de
diabetes.

Partículas tóxicas típicas da doença de Alzheimer (as ADDLs – criadas pela proteína B
amilóide) deixam os neurônios resistentes à insulina e que isso prejudica a transmissão
de dados entre eles.
“Se confirmarem que a resistência à insulina nos neurônios está ligada ao surgimento
da doença, isso pode ter um impacto enorme no tratamento.”
• Homocisteína: A homocisteína é ativa em tecidos cerebrais e possivelmente suas altas
concentrações plasmáticas contribuem para o desenvolvimento da Doença de
Alzheimer através de mecanismos vasculares ou neurotóxicos
O folato e a vitamina B12 são necessários para a conversão da homocisteína a
metionina, e a vitamina B6 é necessária para a conversão da homocisteína a cisteína

Evolução clínica:

Efeitos do envelhecimento: Esquecer-se ocasionalmente das coisas; Pequenas perdas de


memória a curto prazo

Estágio inicial: Esquecer-se de compromissos; Algumas confusões em ambientes que


não sejam familiares

Estágio intermediário: Problemas na fala; Iniciar repetidamente a mesma conversa

Estágio avançado: Maior agressividade ou passividade; Déficit cognitivo debilitante

Implicações nutricionais:

• Perda de peso, associada a baixa função cognitiva e alteração no comportamento


alimentar
• Autonegligência, apraxia, esquecimento de se alimentar, alterações no olfato e no
paladar, aumento do gasto energético, perda de habilidades e falta de cuidados
adequados com os dentes.

A malnutrição associada a perda de peso é bastante frequente nessa patologia,


embora as causas variem. Podem incluir falta de apetite, dificuldades em cozinhar,
problemas com comunicação ou reconhecimento de fome, má coordenação motora,
maior cansaço, dificuldades de mastigação e deglutição. Por isso, a avaliação do risco e
estado nutricional dos indivíduos com Alzheimer deverão fazer parte da monitorização
da doença, visto que a perda de peso e a desnutrição são indicadores da sua
progressão.

Há também estágios da doença em que o paciente recusa-se a se alimentar, mesmo


quando o alimento lhe é oferecido na boca
No estágio final pode haver uma dificuldade de mastigação e deglutição dos alimentos,
essas situações obrigam a utilização de um suporte nutricional enteral ou até mesmo
parenteral.

Alimentação inadequada: Desnutrição e caquexia com consequência pior progressão


da doença

Alimentação adequada: Progressão mais lenta da doença

Características dietéticas

VCT: doentes restritos ao leito x agitados ou vagantes (manter PI)


PTN: de acordo com avaliação bioquímica e avaliação nutricional
CHO: 55 a 60% (↓IG) observar níveis da glicose sérica (Avaliar DM)
LIP: normolipídica (atentar à devido a saciedade precoce e diarreia)
Assim é possível concluir que uma alimentação com quantidades elevadas de gordura
saturada parece aumentar o risco de aparecimento de doença de Alzheimer, devendo-
se reduzir a sua ingestão como medida preventiva.

Os ácidos graxos eicosapentaenóico (EPA) e cocosahexanóco (DHA) podem afetar a


função sináptica e as capacidades cognitivas aumentando a fluidez da membrama
plasmática na sinapse, o que otimiza o efeito da permeabilidade da membrana,
afetando o funcionamento do cérebro

1g de DHA - Mais associado à prevenção ]

Vitaminas e minerais:

• Atentar aos nutrientes neuromoduladores: É necessário ingerir alimentos com vários


compostos para terem ação necessária
• DIETA MEDITERRÂNEA +
• DIETA DASH = DIETA MIND

- Braspen 2022:
Para todos os nutrientes específicos estudados até o momento (ácidos graxos ômega-3,
vitaminas D, E e do complexo B, selênio e cobre), as evidências atuais dos ensaios
clínicos não recomendam seu uso de rotina, exceto em deficiências nutricionais
específicas, e são improváveis de serem eficazes para o tratamento ou regressão da DA.

Em pacientes com DA avançada, devemos priorizar a alimentação habitual ou


adaptada, para promover conforto e maior segurança alimentar (comfort food). Na fase
avançada, não indicamos a instalação de dispositivos para alimentação artificial
(sondas ou cateteres) para iniciar TNE ou parenteral.

Epilepsia

Condição crônica caracterizada por hiperatividade dos neurônios e circuitos cerebrais


com descargas elétricas desordenadas, excessivas e recorrentes que causam
movimentos convulsivos, distúrbios de sensação e perda de consciência.

É uma síndrome – conjunto de sinais e sintomas – neurológica que gera crises – muitas
vezes, quase imperceptíveis – que se manifestam de diversas maneiras, de acordo com a
área afetada.

Célula nervosa: geração permanente de corrente elétrica: 30 bilhões de neurônios


descarregando continuamente
Tratamento:

• Medicação antiepilética: carbamazepina, clobazam, clonazepam, etosuximida,


fenitoína, fenobarbital, primidona ,valproato de sódio (ácido valpróico), lamotrigina,
oxcarbazepina, topiramato e a vigabatrina

Em geral, cerca de 50% terão seus ataques totalmente controlados, 30% terão seus
ataques reduzidos em frequência e intensidade a ponto de poderem levar vidas
normais, e os outros 20% ou serão resistentes à medicação

Interações droga- nutrientes:


▫ Fenobarbital, fenitoína e primidona: interferem na absorção de Ca (raquitismo em
crianças) – aumenta o metabolismo da vitamina D (Suplementação de vitamina D)
▫ Fenitoína – tem atividade reduzida na presença de ácido fólico (suplementos)
▫Fenobarbital – absorção diminuída por consumo de alimentos (medicamento
intercalado com as refeições)

• Epilepsia intratável: Não é controlada por medicamentos


• Cirurgias (neurocirurgia) - ressecção de tecido cerebral epileptogênico

Os mecanismos para os efeitos antiepilépticos da estimulação do nervo vago não são


completamente entendidos, mas sabe-se da influência dos núcleos de terminação vagal
sobre a susceptibilidade para ocorrência de crise e, consequentemente a modulação de
um ou mais núcleos pode plausivelmente representar um mecanismo de supressão da
crise

Epilepsia intratável: Dieta cetogênica


▫ Produção de corpos cetônicos (ácido acetoacético, acetona, β-hidroxybutírico) -
liberados na corrente sanguínea, podem reduzir ou até mesmo anular crises
convulsivas (mecanismo ainda desconhecido).
▫ Corpos cetônicos comportam-se como inibidores dos neurotransmissores
produzindo efeito anticonvulsivante no organismo.

1. Dieta Cetogênica Tradicional:


▫ AGCL
▫ As drogas antiepiléticas devem ser suspensas
▫ Jejum de 24 a 72 horas (cetonúria 4+)
▫ Inicia-se o consumo 4:1 (Kcal GORD: Kcal PTN +CHO)
▫ LIP 80 a 90%VCT
▫ Proteína 1g/Kg/dia (crescimento)
▫ Consumo de líquidos 60 a 70 ml/Kg/dia, máx 2L/dia
▫ Alimentos predominantes: creme de leite, maionese e gorduras vegetais.
▫ Suplementação de polivitamínicos e Ca.

2. Dieta cetogênica à base de TCM


▫ TCM substituindo TCL (~60%)
▫ Óleo de TCM inodoro, incolor, sem sabor. Melhora a palatabilidade da dieta e
permite maior consumo de CHO
▫ Proteína 1g/Kg/dia (crescimento)
▫ CHO ~ 19%
▫ Não se limita líquidos.
▫ Suplementação de AGE.
▫ As drogas antiepiléticas devem ser suspensas

Habitualmente, a dieta inicia-se em regime de internamento hospitalar, com


monitorização clínica e laboratorial

A dieta é fracionada em 3 refeições/dia idênticas em valor energético e quantidade de


gorduras, proteínas e carboidratos
• Verificação da cetonúria
1 - Retire uma tira do frasco e feche-o imediatamente.
2 - Urine em um recipiente limpo e mergulhe a tira na urina. (Também é possível urinar
diretamente na tira).
3 - Aguarde dois minutos.
4 - Faça a leitura do resultado comparando com a área da cor do frasco.
5 - Anote a data, a hora e o resultado em um diário.

Dificuldades da dieta:
- Exclusão social da criança à mesa
- Mudança de hábitos da família
- Insegurança e medo

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