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Iris

Rivera

O Meu Novo CEO

Trilogia — Vulcano

Livro 1












Todos os Direitos Reservados


Plágio é crime!



Atenção: Livro recomendado para maiores de 18 anos, contém palavras
de baixo calão!
Se você não gosta de cenas hot e nem palavrões pode parar por aqui
mesmo! Esse livro está cheio disso!

Capa: Caroline Moreira





Dedicatória

Para Fabrício.

Para Roseane, por ter lido a versão beta, ter me dados idéias maravilhosas e ter
me corrigido.
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Prólogo
São Paulo, 36 anos atrás.
— Hoje é o seu grande dia, Ana Sales! Se conseguir esse estágio, vai
poder dar aulas, abater os horários de estágio da faculdade e ainda de quebra vai
ganhar um salário melhor!
Ela estava no banheiro de um restaurante que ficava próximo à Avenida
Paulista, não havia ido lá para almoçar, apenas para terminar de se ajeitar, da
entrevista iria direito para a faculdade, comprara a prestação um lindo vestido
azul e branco com um terninho azul.
Aquele dia já começara esquisito, acordou atrasada, quebrara um salto do
sapato, esquecera seus documentos em casa, não conseguia fazer uma
maquiagem decente. Estava um caos! Mas finalmente conseguira chegar, só
Deus sabe como, na Avenida Paulista.
Ana saiu do banheiro e logo em seguida do restaurante, estava na calçada
do restaurante quando sentiu um homenzarrão tropeçando nela, de quebra tomou
um banho de vinho.
— Madonna mia! Mi scusi! — Disse uma voz de trovão em italiano.
— Você estragou minha melhor roupa e eu nem terminei de pagar! —
Disse ela chateada e meio brava. —Hoje, definitivamente, não é o meu dia!
— Mi scusi, per favore! — Ele disse mais uma vez.
Ela finalmente olhou para ele, era um lindo italiano de olhos verdes e
cabelos castanhos penteados para o lado direito. Ele era alto, bem mais alto que
ela, por sinal.
— Mi scusi, per favore!
— Olha eu não falo um A em italiano, poderia por favor falar em
português?
— Signorina, per favore espera! Mi scusa! Ti ho preso un vestito nuovo!
Io te pago um vestido nuovo!
— Não precisa! Obrigada! Desculpe, estou atrasada!
— Aspetta! Espere! Posso ao menos te invitare a un caffè?
Ana olhou para ele desconfiada e semicerrou os olhos, ele lhe sorriu
timidamente, parecia realmente sem graça pelo deslize, sabia que não fizera
aquilo por mal, mas aquele dia havia começado azedo para ela.
— Per favore!
— Oh, está bem!
— Bravo! — Ele sorriu, havia ficado interessado na jovem. — Andiamo,
signorina! Mi chiamo Geovane Vulcano. E a signorina?
— Ana Sales.
— Bello nome!
— Obrigada!
Ana e Geovane foram para um café, ali Geovane perguntou se Ana
poderia se limpar por conta do vinho tinto que ele havia derramado nela, seu
vestido estava arruinado. Deveria ir pra entrevista, mas como estava toda
manchada não iria se apresentar assim. Quem sabe aquele dia lhe reservava algo
de bom? Ficaram o resto do dia conversando. Eles combinaram de se encontrar
no sábado naquela mesma hora, ali na Avenida Paulista, pouco tempo depois
eles se casaram. Ana se mudara para Calábria e quando o marido ia ao Brasil a
negócios ela o acompanhava, até aquele trágico acidente com o jatinho deles,
apenas Giuliano, o filho de oito anos deles, sobreviveu e fora criado pelos avós
paternos.
Giuliano estudara Administração e Tecnologia da Informação em
Princenton. Quando voltou reassumiu os negócios do pai e dentro da Vulcano &
Company fundara mais um braço, a Vulcano IT, onde oferecia seus serviços de
tecnologia da informação a várias empresas parceiras com quem o braço
vitivinicultor comercializava. Se tornara um magnata do vinho e comprara várias
pequenas empresa de TI angariando pequenos e médios clientes na sua seleta
carteira.

Capítulo 1
— Que inferno! Será que ninguém consegue fazer nada direito e do que
eu peço nessa empresa? — Podia-se ouvir os gritos de Giuliano pelo corredor da
presidência. — Estou cansada de sua incompetência! Pode passar no RH agora
mesmo!
Era a terceira secretária só naquele mês. Ela bagunçara toda sua agenda,
nunca sabia onde nada estava, fez um inferno nos seus horários e vida. A
secretária saiu correndo.
— Giuliano, o que se passa, amico mio? — Perguntou Matt, vice-
presidente e amigo de Giuliano.
— Essa incompetente que não sabe de nada e nem fazer nada! Quem foi
o idiota que selecionou essa idiota?
Matt coçou os olhos com impaciência, aquele homem estava um inferno
hoje, acordara virado no giraya e depois da confusão que a secretária fizera em
sua vida e agenda, Matt entendia o nervoso do amigo.
— Foi o RH.
— Maravilha, me tragam o idiota que comanda o RH, quero falar com
ele.
— Eu vou até lá!
Matt desceu até o RH e foi falar com André:
— André, melhor você subir, o Giuliano está lá em cima que nem um
dragão enjaulado.
— Estou sabendo! A secretária dele está chorando! O que aconteceu dessa
vez?
— Ela bagunçou a vida dele todinha!
— Puta merda! Vamos logo, quanto mais rápido ele comer meu fígado,
melhor!
André e Matt subiram para a sala de Giuliano. Ele estava tomando um
cálice de vinho, mas estava com o olhar distraído.
— André, preciso de uma nova secretária. Você sabe bem que irei viajar e
ficarei duas semanas fora, quero uma secretária nova pra ontem. Quando eu
voltar quero ela aqui pronta pra me atender do jeito que eu espero e preciso.
— Eu sei. Me diz o que você precisa, Giuliano. A última secretária tinha
boas referências e todas as suas exigências.
— Boas referências e incompetência.
— Está bem, diga-me o que precisa.
Dois dias depois,
Giovana finalmente se hospedara numa pensão na Calábria, poderia
descansar depois de quatro anos trabalhando numa empresa de TI no Brasil.
Resolvera sair pois queria conhecer novas pessoas e novos ares.
Decidiu tirar umas férias bem longas e conhecer a Calábria. Ficou na
Reggio Calábria, pois ali era o coração comercial da região. Ela desceu e
resolveu conhecer os arredores.
Comprou um gelato de frutas vermelhas e passou próximo a uma agência
de empregos e um anúncio chamou sua atenção:
"Empresa de grande porte contrata Secretária para trabalhar com CEO.
Necessário italiano, inglês e espanhol fluente. Resiliente, discreta e que saiba
trabalhar sobre pressão. CEO extremamente exigente!"
— Olha só, que bacana! Será que devo tentar? Não vim aqui atrás de um
emprego. — "Mas veio atrás de vida nova, olha que oportunidade
excelente!" — Oh, está bem! Vamos fazer uma ficha.
Giovana entrou na agência e preencheu a ficha.
— A senhorita tem um curriculum?
— Não aqui, mas tenho no meu e-mail. Eu vou numa lan house e imprimo.
— Não precisa, imprimimos aqui mesmo.
— Tudo bem!
— Você não é daqui, não é?
— Eu me mudei faz pouco tempo, estou morando definitivamente aqui na
Itália. — Giovana sabia que iria pro lado obscuro por estar mentindo.
— Ótimo!
A moça deu acesso para Giovana e imprimiu seu curriculum, grampeou
com a ficha e disse:
— Só aguardar o contato da empresa.
— Obrigada!
Giovana aproveitou o dia e foi turistar.

— Matt, quem vai fazer a escolha da nova secretária agora que Giuliano
está fora?
— Eu faço, André. Vamos olhar os currículos que a agência mandou.
— Com licença, sr. Barone.
— Entre, Sabrina. — Disse Matt. — O que foi?
— Chegou um último curriculum, a agência disse que essa moça aqui se
encaixa perfeitamente no que os senhores esperam.
— Deixa-me ver. — Matt pegou o curriculum. — Vamos olhar esses outros
primeiros. De qualquer forma não há muitos mesmo. Obrigada, Sabrina.
— De nada, sr. Barone.
— Trabalhar para um Vulcano não é fácil. — Disse André.- Eu achei que o
Giuliano ia arrancar minha cabeça.
— Foi por pouco, sorte sua que ele estava mais calmo!
André e Matt finalmente chegaram no curriculum que Sabrina trouxera por
último.
— Quero falar com essa moça. — Disse Matt. — Marque com ela ainda
hoje para amanhã no primeiro horário.
— E as outras?
— Se for quem estou pensando, não precisaremos de outras.
André estranhou, mas ligou mesmo assim.
Giovana estava saindo do banho quando ouviu o celular tocar.
— Alô?
— Signorina Guerra?
— Sì!
— Boa tarde, me chamo André Ferretti, e falo da empresa Vulcano &
Company, a senhorita preencheu uma ficha na agência e deixou seu curriculum e
gostaríamos de marcar uma entrevista.
— Claro! Para quando?
— Amanhã as oito da manhã, pode ser?
— Claro!
— Ótimo, anote nosso endereço, a senhorita deve procurar a mim.
— Tudo bem.
Giovana anotou o endereço. Mal podia acreditar que em menos de uma
semana que estava ali já conseguira uma entrevista de emprego. Fizera bem em
ter ouvido sua intuição, mesmo sabendo que fora para lá de férias, mas era bom
mesmo assim, queria mudanças e o destino lhe trouxe. Era bem-vinda!
Giovanna abriu seu armário na pensão e procurou um vestido trespassado
vermelho, tinha ganhado um par de sapatos tão brilhantes vermelhos sangue, iria
de fêmea fatal, quem sabe? Melhor não! Deixaria a fêmea fatal para outro dia.
— Acho que terei que comprar roupas novas! — Disse ela satisfeita.
Ela foi falar com Martina a dona da pensão, dona Martina era um italiana
baixinha de cabelos pretos cacheados, olhos castanhos espertos.
— Dona Martina.
— Sim, bambina?
— A senhora não sabe!
— Não mesmo! Me conte!
— Amanhã tenho uma entrevista numa tal de empresa Vulcano &
Company, para secretária do CEO.
— Ah bambina! Se conseguir o emprego lá, você é sortuda!
— Por que?
— É uma das maiores empresas da Itália, bambina! Eles exportam vinho
pra tudo quanto é lugar, vinhos maravilhosos, por sinal. E eles trabalham
também com essa coisa de computadores que vocês jovens tanto gostam.
— Com Tecnologia da Informação?
— Acho que é isso!
— Dona Martina, posso dar seu endereço para qualquer eventualidade?
— Claro, bambina!
— Obrigada! Se der tudo certo, vamos comemorar com uma garrafa de um
vinho Vulcano que eu ganhei de um antigo cliente da empresa onde trabalhei.
— Mamma mia! Com certeza!
— Onde posso comprar roupas sociais e baratas aqui, dona Martina?
— Compras? Adoro!
— Vamos?
— Agora!
Dona Martina deixou a neta, Beatrice cuidando da pensão enquanto
ficavam fora.
— Nona me traz uma echarpe?
— Não!
— Eu trago, Beatrice! — Disse Giovana rindo.
— Não acostume essa ragazza, ela é folgada!
— Ah dona Martina, ela é tão boazinha!
— Sabe como são os adolescentes!
— Sim! Mesmo assim, ela é uma excelente garota.
Giovana e dona Martina foram para o centro de Reggio Calabria e
passaram por várias lojas, nenhuma das vitrines a agradou, até que foram numa
pequena loja, muito simples e humilde e num manequim havia um vestido de
alças grossas, preto com uma faixa fina em amarelo e outra em roxo lavanda que
desciam até a barra do vestido, o casaquinho meia estação tinha as mesmas
faixas do lado esquerdo.
Giovana experimentou e se olhou no espelho, ela deu um estalo com a
língua e fez um coque.
— Perfeito! — Disse satisfeita consigo mesma.
— Precisa de um sapato preto vinil. — Disse dona Martina.
— Entende de moda, dona Martina?
— Já fui jovem que nem você, bambina! Ou acha que nasci desse
tamanho?
— Claro que não!
— Eu era costureira de grandes grifes italianas, mas depois que meu Pepe
morreu deixando minha Beatrice aos meus cuidados eu abri a pensão.
— Ah dona Martina, minhas condolências!
— Meu Pepe me faz falta até hoje. Mio Bambino!
Giovana mordeu o lábio e foi correndo dar um abraço em dona Martina.
— Obrigada, Bambina!
— Eu não tenho ninguém nesse mundo também, dona Martina. Sei como
se sente!
— Agora você tem a mim, e se der tudo certo amanhã, quero que fique
conosco, bambina!
— Claro! Será um prazer!
— Olha, bambina, echarpes! — Disse dona Martina secando as lágrimas.
A dona da pequena loja mostrou as várias echarpes, uma mais bonita que a
outra e Giovana não se decidia por qual escolher, então levou todas.
— Grazie, signorina!
— Grazie!
Dona Martina e Giovana sairam cheias de sacolas.
— Bambina, aqui pertinho tem um calzolaio muito bom!
— Calzolaio?
— Sim, sapateiro!
— Ah tá! Desculpe dona Martina, mas meu italiano não é lá essas coisas!
— Mas você fala bem. Logo mais vai aprender tudo o que precisa!
— Deus te ouça!

Matt olhava o curriculum de Giovana. Será que era a mesma Giovana que
conhecera quando ele trabalhara no Brasil? Esperava que sim! Amanhã iria
descobrir.
— Matt? — André estava na baia de Matt.
— Oi André?
— Ainda olhando esse curriculum?
— Sim!Acho que talvez eu conheça essa pessoa!
— Por isso a selecionou?
— Sim! Se for quem estou pensando, ela era secretária ou ainda é, não sei,
de um presidente de uma empresa grande de TI no Brasil. Se for ela mesmo, e
espero de verdade que seja, o Giuliano estará em boas mãos.
— Pelo menos ele vai parar de gritar pelos corredores!
—Verdade!
— Como é essa moça?
— Giovana tem cabelos cacheados, bem cumpridos e pretos, olhos
espertos azuis mediterrâneo, ela é um lindo chello. Quando eu a conheci eu a
chamava de chello, ela ficou um ano me assessorando na empresa,porque eu
estava lá pra um projeto enorme, antes de vir pra Vulcano. Extremamente
competente, ela sabia o que eu queria e eu nem precisava abrir minha boca.
— Você era apaixonado por ela?
— Não! Eu a admirava, aliás,ainda admiro! Na época ela estava sofrendo
com um relacionamento e tomou um porre um dia numa sexta-feira, quando foi
na segunda ela tinha voltado a sorrir.
— Ela tinha voltado pro namorado?
— Que nada! Ela estava solteira! Ela estava sempre sorrindo, doida de
pedra! Arrumava qualquer desculpa para fazer uma festa no site onde estávamos.
Qualquer data comemorativa no Brasil era motivo para festa.
— Ela é animada!
— Sim! Uma pessoa fantástica! Acho que ela vai saber lidar bem com o
Giuliano.
— Será?
— Bom,um dos dois vai enlouquecer primeiro! Ela é durona, ela colocava
o presidente no chinelo. Ela era o muro entre ele e o restante do
pessoal.Extremamente profissional e competente. Aquela judia sem vergonha
chamava atenção de todo mundo, não pelo corpo, que é lindo, mas pelo seu
sorriso e simpatia. Um dia estávamos num coquetel e ela estava sorrindo e
quando virava o rosto fechava a cara.
— Por que?
— O sapato a estava machucando. Ela não reclamou, mas eu podia ver que
estava incomodada. Quando terminou, ela entrou no carro do Gregory, um dos
vice-presidentes e não tirou os sapatos dos pés, estava no banco de trás e
disse: "Graças a Deus!". Ela era muito irreverente. Ela disse: "Pessoal agora
vocês vão sofrer com meu chulé!"
— Mancada!
— Mas ela não tirou os sapatos por um minuto. No dia seguinte, eu a vi
chegando de chinelos, os dedos todos machucados. O Stephen, que era o
presidente da empresa,não estava lá,ele iria visitar uns clientes e ficaria fora o
dia todo. Ela sentou-se em sua mesa, pegou a caixa que estava segurando, foi
para o banheiro e colocou os sapatos, seus dedos estavam cheio de curativos,mas
trabalhou como se nada tivesse acontecido. Sempre impecável!
— Eu não aguento mais procurar secretárias para o Giuliano.
— E quem é que aguenta?
— Espero que essa moça seja o que ele está procurando.
— Será!Se for a Giovana que eu estou pensando, ela vai colocar o Giuliano
no bolso e sair andando!

— Dona Martina, o que a senhora acha desse sapato?
— Lindo! Vai ficar um charme com meia fina preta.
— O senhor tem algum sapato roxo?
— Acho que sim.
Dona Martina e Giovana passaram o restante da tarde comprando algumas
coisas para a entrevista de Giovana. O outono estava indo embora, mas sabia que
no dia seguinte faria um tempo bom, um dia mais quente. O clima temperado da
Itália era um convite indecente para tomar um bom vinho e comer algo bem
quente e gorduroso.
Se Giovana conseguisse mesmo o emprego,ficaria na pensão de dona
Martina, e assim como já tinha pago o mês a ela, ajudaria nas despesas da
pensão e tudo o mais que ela precisasse.
Giovana e dona Martina voltaram para a pensão cheia de sacolas, já era
quase seis horas e Beatrice havia iniciado o preparo da janta.
Giovana ficou sentada numa mesinha que dona Martina colocava fora da
pensão. Elas jantaram ali fora e tomaram um vinho comendo um pedaço de pão
caseiro que dona Martina fizera com ervas finas.
— Se eu continuar a comer tudo o que a senhora faz, vou sair daqui
rolando.
— Ora bambina, está muito magrinha! Precisa comer mesmo! Amanhã vai
tomar um café bem reforçado!
— Se prepara, Giovana. A nona adora empanturrar os outros.
— Beatrice, não se meta na conversa!
— Poxa, nona!
Giovana sorriu.
— Beatrice, tem um embrulhinho pra você numa das minhas sacolas.
— Eu vou pegar!
A adolescente de quatorze anos correu para o quarto de Giovana e
encontrou um pequeno embrulho cor de rosa cheio de flores. Ela sorriu e desceu
para a rua, onde estava sua nona e Giovana. Ela abriu e tirou uma linda echarpe
de lá, verde com bolinhas laranjas.
— Para combinar com o verde dos seus olhos, Beatrice!
— Madonna Mia! Grazie, Giovana!
— Imagina!
— Vou usar amanhã mesmo para ir a scuola.
— Vai ficar linda,vai combinar também com esses cachos loiros.
— Amanhã eu vou ser a garota mais linda e estilosa da scuola.
— Você já é!
— Fala isso pro Patrício!
— Olha, temos um alvo em potencial então!
— Mais ou menos!
— Como ele é?
— Lindo! Cabelos castanhos, olhos azuis! — Ela rodopiou em seu próprio
eixo, como fazia quando estava dançando balé, segurava apertado o echarpe. —
Mas, ele não olha pra mim. Só tem olhos para as garotas mais bonitas da scuola.
— Então, não vá atras dele. Se ele não sabe apreciar uma rosa, jamais
saberá apreciar um diamante. — Disse Giovana segurando o queixo de Beatrice.
— Eu não sou um diamante!
— Claro que é! Você é um diamante bruto! Só saberá o seu valor quem for
especialista em diamante, como ele não é então ele não sabe a linda e
maravilhosa garota que você é, que será uma mulher fantástica quando tiver a
minha idade!
— Não tem como saber!
— Eu tenho sim! Eu era que nem você!
— Você já namorou?
— Sim! Mas não vamos entrar em detalhes!
— Vamos tomar un vino. — Disse Dona Martina trazendo uma baixela
com vinho, pão, taças e suco de uva.
— Eu quero vinho, nona!
— Você quer é apanhar, isso sim! Não tem idade para tomar vinho!
— Nona eu sou quase uma adulta!
— Você só me tem quattordici anni, bambina! — Disse a avó juntando os
dedos e sacudindo a mão próximo do rosto da neta. — Quando você tiver
diciotto anni eu vou pensar em te deixar beber un vino!
— Ah,nona!
Giovana riu e serviu-se de vinho e a dona Martina e depois deu suco de uva
para Beatrice. Elas ficaram ali conversando sobre as aventuras de Giovana no
Brasil quando era secretária em São Paulo e o porquê de ter ido para a Itália.


Do outro lado da Itália, em Trento, Giuliano estava se arrumando.
— Você precisa mesmo ir embora, Giu?
— Giuliano. Odeio quando me chama de Giu, Rafaela.
— Você odeia tudo. — Disse a bela loira deitada na cama coberta com um
leve cobertor.
— Tenho negócios para fechar.
— Ah os negócios! Sempre vem em primeiro lugar.
— São os negócios que pagam os presentes que te dou, os jantares,
algumas viagens. O que mais você quer?
— Você sabe bem!
— Meu coração é uma das coisas que você jamais terá! Você sabe disso!
Foi um acordo nosso, e você aceitou porquê quis.
— Joga mesmo na minha cara, Giuliano!
— Rafaela, você aceitou ser a minha amante e aceitou quando eu disse que
eu te chamaria ou te visitaria. Você tem uma vida de luxo e não precisa de mim
para nada, o que quer mais? Não me peça o que eu não posso te dar! E outra essa
conversa está me irritando! Eu vim aqui para me distrair e aliviar minhas
tensões, já tem meses que você me enche com essa sua conversinha mole de
relacionamento sério! Quer saber? Pra mim já deu! Não quero uma esposa para
me cobrar, e não vai ser uma amante simplória que vai me amarrar e dizer o que
devo ou não fazer! Adeus, Rafaela!
— Giuliano, espera!
Giuliano saiu do apartamento de Rafaela com suas malas, desceu para o
estacionamento e entrou no carro alugado. Voltou para o hotel, no dia seguinte
teria que voar diretamente para Kosice. Ligou para Julian:
— Buona sera, Julian.
— Buona sera, signore Vulcano.
— O jatinho já está pronto?
— Sì, signore.
— Ótimo! Amanhã tenho que estar cedo em Kosice. A tonta da minha
secretária anterior te passou o roteiro ou pediu os planos de voo?
— No, signore.
— Merda! Terei que comprar uma passagem de primeira classe então.
— Mi scusa, signore!
— A culpa não é sua! Vá descansar!
— Tem certeza de que não vai precisar de mim?
— Não, eu me viro! Grazie!
— De nada! Buona sera.
— Buona sera.
Giuliano desligou o telefone e subiu para o seu quarto. Estralou os ossos do
pescoço e das costas. Ligou para a companhia aérea e comprou a última
passagem de avião da primeira classe para Kosice, viajaria em pouco mais de
cinco horas. Não chegaria a tempo!
— Inferno!
Giuliano ligou para Matt.
— Matt, é o Giuliano.
— Oi Giuliano. O que precisa?
— Do plano de vôo. A tonta da secretária anterior não mandou para o
piloto.
— Você passou o roteiro para ele?
— Não, mas até ele montar o plano de voo. Não vou chegar a tempo em
Kosice.
— Onde você está?
— Em Trento.
— Bom, dependendo de onde estiver, de Trento para Milão são umas três
horas de viagem. Lá tem o aeroporto internacional.
— Qual deles?Milão-Malpensa? Que seja esse, céus!
— Esse mesmo.
— Ótimo! Acho que você pegar escala. Melhor eu ir logo pro aeroporto.
— Buon viaggio!
— Pro inferno, Matt!
— Não entendi!
—Já conseguiu minha nova secretária?
— Amanhã faremos uma entrevista com uma das candidatas.
— Matt, veja lá o que você vai me arrumar. Não deixa o André selecionar,
porque as últimas foram um desastre!
— Confie no papai aqui!
— Esse é o meu medo!
Enquanto Giuliano falava com Matt saia do quarto do hotel e se dirigiu
para a recepção e fechava a conta. O pajem pegou o carro alugado de Giuliano e
trouxe até ele.
— Grazie, signore! — Disse o rapaz ao ver a nota de cinquenta euros.
— Matt, veja bem o que está fazendo! — Giuliano deu as malas para o
pajem e abriu o porta-malas.
— Giuliano, já te decepcionei alguma vez?
— Não!
— Então, feche a boquinha e deixa o papai aqui trabalhar, beleza?
— Está certo.
— Por que você não vai meter um pouco pra ver se dá uma relaxada nesse
stress?
— Foi o que fiz! — Giuliano entrou no carro e fechou a porta.
— E pelo jeito a moçoila não deu conta, não é?
—Me deixou mais estressado quando falou de relacionamento. Só um
minuto! — Giuliano colocou o cinto, ligou a conexão bluetooth do celular e
pareou com o carro, fechou as janelas. — Está me ouvindo?
— Sim! Continue! Você disse que a moça não o agradou!
— Não entendo o que essas mulheres querem. Aceitam o caso e depois
querem casamento.
— É a vida, amigão!Por isso eu prefiro escolher uma por uma noite e
mando embora quando o sol nem raiou.
— Você é um puto!
— Não, eu sou esperto! Bom, Giuliano o papo está bom, mas se me der
licença a presa da noite já chegou e está na minha banheira, e eu estou louco pra
comer aquela coisinha gostosa.
— Transe por mim!
— Nem a pau!
— Filho da puta!
Giuliano e Matt riram. Giuliano desligou o telefone.
Capítulo 2

— Signorina, per favore, me acompanhe!
— Claro!
Giovana acompanhou a recepcionista até o sétimo andar, os escritórios
eram enormes, as portas de vidros tinham entradas eletrônicas, que os
funcionários acessavam através do crachá. O prédio de quinze andares era
enorme e espaçoso.
Chegaram até a porta e a recepcionista disse:
— Signorina, bata o crachá aqui na entrada senão não vai conseguir sair
depois.
A recepcionista fez o mesmo e abriu a porta para Giovana. Passaram pelas
baias até chegarem a uma das secretárias.
— Mafalda, a signorina Guerra veio para a entrevista com o sr. André.
— Claro, solo un momento. — Ela ligou para André que atendeu na única
sala que tinha no andar. André olhou para Giovana e depois baixou os olhos para
o computador. Mafalda desligou e olhou para a recepcionista. — Chame o sr.
Barone, por favor, Tabitha, enquanto eu levo a signorina Guerra até o André. —
Mafalda se levantou e arrumou sua saia impecável.
— Sim. — Tabitha ligou do telefone de Mafalda para Sabrina, secretária de
Matt. — Sabrina, peça para o sr. Barone descer na sala do sr. Ferretti, per favore.
Grazie!
— Venha, signorina!
Giovana seguiu Mafalda, até a porta da sala de André, a mesa de Mafalda
era colada à parede da sala de André. Mafalda bateu na porta aberta.
— Sr. André, a signorina Guerra!
Ele acenou para entrar.
— Scusami. — Disse Giovana entrando na sala.
André tinha os cabelos castanhos enrolados e olhos castanhos claros.
— Siediti, per favore, signorina Guerra.
— Grazie.
Ela sentou-se com graça e elegância,trazia uma pasta transparente discreta
nas mãos e uma bolsa de mão preta de vinil.
— Vamos esperar o sr. Barone.
— Não precisa, já estou aqui!
Quando Giovana cruzou com os olhos de Matt, ela sorriu.
— Ah eu não acredito! — Disse ele abrindo os braços. — Venha aqui me
dar um abraço, doçura! Estava torcendo para ser você, Giovana Guerra!
— Que mundo pequeno, sr. Barone. — Disse ela com ar de gozação.
— Sente-se, minha querida! — Matt foi na porta. — Mafalda traga um café
e um vinho!
— Sim, signore Barone!
Matt sentou-se e o ambiente ficou descontraído.
— Não acredito que está aqui na Calábria.
— Eu vim de férias bem longas, aí vi o anúncio mas nunca imaginei que
estava trabalhando aqui. Então você saiu mesmo da última empresa.
— Ah sim, e você pelo visto também.
— Precisava de novos ares!
— Eu entendo!
— Scusi, sr. Barone, o café e o vinho! — Disse Mafalda que deu passagem
para o copeiro.
— Ottimo!
Matt serviu aos três o café.
— Conte-nos sobre sua experiência, signorina!
— André, ela tem experiência de sobra, extremamente profissional. A
melhor secretária que um CEO poderia ter. Venha vamos conhecer a empresa e
veja se gosta! Já vou avisando, você vai atender um CEO muito chato! Mas você
vai tirar de letra!
— Mais que o anterior?
— Muito mais! —Matt olhou para as unhas dela e viu a francesinha
delicada que ela sempre usava nas enormes unhas. - E você continua com essas
garras lindas!
— Só pra te assustar!
— Você não mudou nada!
— Nem você!
— Continua solteira?
— Graças a Deus!
— Já terminou seu café?
— Não! Você como sempre apressado!
— Esqueci que você degusta café!
— Me conte mais sobre o CEO.
— O Giuliano é muito exigente. — Disse André solene.
— Em outras palavras, affetto, ele é um chato!
Giovana escondeu o riso.
— Gosta de perfeição, de eficiência e de rapidez.
— Traduzindo: você tem que ser uma feiticeira!
André deu uma olhada de soslaio para Matt.
— Affetto,a coisa funciona assim, — Matt puxou o notebook de André e
entrou na intranet da empresa.Ele abriu a página da organização da empresa. —
A Vulcano & Company tem dois braços bem distintos, a vitivinicultura e a área
de TI.Basicamente você vai cuidar de tudo o que o Giuliano precisa. Do mesmo
jeitinho que fazia quando trabalhamos juntos no Brasil, lembra?
— Sim!
— Ótimo! Seja rápida e esperta, esteja dois passos à frente do Giuliano,
porque ele é muito ligeiro e inteligente, mas você é mais! Terá que fazer
constantes visitas com ele para os vinhedos da família dele. Você fala italiano,
né?
— Sim!
— Ótimo! Eu acho que ele vai te testar e vai falar com você somente em
italiano, depois ele vai falar em português, mas aí vocês entram em acordo.
— Senza problemi!
— Ottimo! Venha conhecer os servidores, depois vamos subindo andar por
andar, você vai conhecer a sala dele e a sua mesa.
— Está bem!
— André, prepare o contrato de trabalho da Giovana, ela começa hoje
mesmo!
— Está bem! Trouxe seus documentos?
— Sim!
— Deixe-os comigo! Se tiver visto de turista vamos ter que mudar para
conseguir trabalhar legalmente.
— André, resolva isso! - Disse Matt.
— Sim!
— Venha belezoca!
Giovana riu e pediu licença para sair.
Matt e ela foram pelo corredor e saíram porta a fora, desceram pelo
elevador para a recepção e de lá entraram nos servidores.
— O térreo,primeiro e segundo andar são destinados aos servidores e aos
robôs das fitas de backup e storage, como você bem sabe.
— Aqui também tem o Mainframe e o AS400?
— Sim!
— Matt, como veio para na Vulcano?
— Giuliano e eu somos amigos de faculdade!
— Está explicado!
— Vamos lá gatinha, quero que conheça os meninos de infraestrutura. —
Matt abriu a porta com o crachá. — Buongiorno, rapazes, essa é a Giovana nova
secretária do CEO.
— Buongiorno, signorina! — Eles disseram.
— A Dayane é a engenheira chefe e líder do setor, eles se reportam a mim,
eu sou o VP de TI. Toda parte de infra é com a Day. Se seu ar condicionado
estiver frio demais ou quente demais, chama a Day ou os meninos.
— Bacana!
— Day, vamos nos servidores, chama o Matteo por favor.
— Tá bom.
Giovana cumprimentou a todos e saiu da sala seguindo Matt que entrou
nos servidores.
— Aqui estão todos os dados dos nosso clientes. Não muda muita coisa
aqui do que você conhece de TI no Brasil.
Eles passearam pelos servidores e viram alguns funcionários logados nos
hacks trabalhando.
— Quem cuida dos servidores e acessos é a equipe do Matteo. Ainda
temos o segundo nível, que também é com ele. O chefe do Backup e Storage é o
Giovanni. Vamos para os andares que eu te explico.
— Tudo bem.
Naquela manhã, Giovana conheceu os diretos e os diretores dos quatro
braços que formavam a parte de TI da Vulcano.
— Você vai ter tempo para conhecer a todos, o Giuliano está em Kosice
agora fechando um contrato com um cliente grande eu vou te apresentar a Lisa,
ela é a recepcionista do andar do Giuliano, vocês irão trabalhar juntas.
— Como assim uma recepcionista para o andar?
— Você vai me entender!
Eles chegaram ao décimo quinto andar, era um andar enorme.
— Bom dia, Lisa.
— Bom dia, Matt.
— Essa daqui é a Giovana, nova secretária do Giuliano.
— Muito prazer. — Disse a linda loira dos olhos verdes sorrindo.
— Prazer é meu!
— Seja bem-vinda!
— Obrigada!
— Lisa, temos que marcar a manhã de boas-vindas para os novos
funcionários.
— Sim, já falei com o André e assim que o sr. Vulcano voltar iremos
agendar para a manhã seguinte, de acordo com a agenda dele.
— Giovana você vai participar desse boas-vindas, faz parte da sua
integração na Vulcano.
— Tudo bem!
— Agora vou te mostrar porque temos uma recepcionista aqui em cima,
mas antes, - ele se virou para Lisa. — Lisa, quero que depois do almoço você
ajude a Giovana com os nossos sistemas tá bom?
— Claro, Matt!
— Obrigada. — Disse Giovana.
— Imagina! — Lisa sorriu e voltou-se para seus afazeres.
Quando eles entraram no enorme espaço, Giovana viu vários VP's naquele
andar, suas secretárias estavam sempre a frente de suas chefias, VP's e
secretárias dividiam o mesmo espaço, como pequenas salas sem porta, apenas
separados uma espécie de divisórias de vidros que tinha aproximadamente um
metro e meio de altura, podia-se ver um VP conversando com o outro. Matt
levou Giovana até um espaço muito grande, ali estava uma mesa com um
notebook, entre a mesa e a parte do primeiro VP havia uma impressora, um
armário e uma caixa de correspondências.
— Aqui é sua mesa, Giovana. Tem um armário de material de escritório,
você é a responsável por abastecer todo o prédio com material de escritório, a
minha turma tem uma repartição que cuida de abastecer o tonner das
impressoras. Você tem uma impressora só para você. Mas você tem acesso a
todas da empresa. Nos andares abaixo tem salas de reunião, mas a principal é a
de décimo primeiro andar, é a Sala Toscana, as salas tem nome de cidades e
regiões italianas. Tem uma sala de visitas no terceiro andar onde fica a
monitoração, lá é a nossa vitrine da área de TI e no primeiro andar tem a sala que
dá para as videiras, fazemos a reunião lá quando é a parte de vitivinicultura. O
Guiliano sempre convida os clientes para conhecerem os vinhedos antes de
fecharem negócio, mas o primeiro impacto é aqui.
— Certo!
— Aqui está o reduto do Giuliano. — Matt abriu a porta e acendeu a luz.
— Ah sim, a produção de vinho não fica aqui, fica nos vinhedos.
— Uau!
A enorme sala de Giuliano tinha vidro fumê na janela da parede entre a
sala e a mesa de Giovana, a mesa de madeira do Líbano brilhava como nunca, o
notebook dele estava desligado, a cadeira de couro preta mostrava a imponência
do seu dono, um telefone preto, um frigobar branco atrás de sua cadeira, um
armário pequeno que tomava metade da parede atrás da mesa, cheio de chaves,
uma porta de vidro mostrava uma enorme plantação de videiras, uma televisão
na parede esquerda e duas saídas de ar condicionado.
— Ali no frigobar tem água, vinho e sucos. Se quiser beber algo só pegar.
Tem pó de café também, o Giuliano só começa o dia dele depois de uma xícara
de café bem forte.
— Certo! Eu faço um café chiquetoso. — Disse ela fazendo um OK com
os dedos.
— Não precisa, a copeira faz.
— Eu prefiro eu fazer.
— Tudo bem, seu café é muito bom mesmo. Você viu que tem uma porta
na lateral da saída do andar?
— Sim!
— Ali é a cozinha! Lá você tem tudo para fazer um café, mas o Giuliano
gosta desse pó que fica na geladeira.
— Tudo bem! Onde ficam as xícaras?
— No seu armário!
— Tá bom!
— Eu fico aqui em cima, logo depois de você! A Sabrina fica na minha
frente.
— Certo!
— Qualquer coisa que precisar, me chame ou a chame!
— Tudo bem! Tem algum padrão para atender ligações internas e externas?
— Sim! Quando for interna só diga o seu nome, e quando for externa, você
diz Vulcano e seu nome.
— Bacana!
— Ah sim, quando o Giuliano for viajar, você irá com ele em algumas
viagens! Será paga pra isso como extra, tá bom?
— Tudo bem!
— Venha, vou te apresentar agora ao braço vitivinicultor da Vulcano.
Giovana conheceu os VP's de marketing de TI e da vitivinicultura, assim
como os do financeiro, a parte de auditoria e tudo o mais que compunha a
Vulcano & Company.
— Só um minuto. — Matt atendeu o celular. — Oi André. Estamos
descendo. — Matt desligou e olhou para Giovana. — Vamos descer, seu contrato
de trabalho está pronto.
Eles desceram até o RH e entraram na sala de André.
— Aqui está seu contrato, seus documentos, iremos juntos na embaixada
levar o seu contrato e seus documentos para mudar seu visto. A Vulcano vai
pagar tudo, fique despreocupada.
— Tudo bem! Mas não falamos de salário. — Disse Giovana sem graça.
— Me desculpe! — Disse Matt.
— Eu percebi que na parte do salário está vazio. — Disse Giovana com
sinceridade para Matt. — Porque pelo que estão me dizendo, o signore Vulcano
é muito exigente, mas o salário tem que compensar, Matt.
— Verdade! Só um minuto! — Matt ligou para Giuliano. — Giuliano pode
falar? Coisa rápida!
— Fala logo que eu estou entrando numa reunião em dois minutos. —
Disse ele azedo.
— Qual o salário da secretária?
— Matt quanto você acha que podemos oferecer?
— O triplo pelo menos!
— Você quer me foder, né?
— Você vai saber porque o triplo quando a conhecer! Porque pra te
aguentar, isso ainda é pouco!
— Está bem! Ciao!
— Ciao! — Matt desligou e anotou no contrato.Giovana quase caiu de
costas e André ficou de boca aberta. — Aí está! Assine logo isso aí porque eu
quero almoçar!
— Tudo bem! — Giovana assinou e pegou os documentos.
— Aqui está seu celular corporativo, você tem direito a um carro. Sabe
dirigir?
— Sim!
— Ótimo! Se não souber muito bem tem uma autoescola aqui próximo,
você pode ir lá depois do horário de trabalho! Será de segunda a sexta das oito as
seis da tarde, com duas horas de almoço.
— Certo!
— Pode fazer hora extra se quiser, mas deve cumprir suas duas horas de
almoço tá bom?
— Tudo bem!
— O Matt irá criar um e-mail corporativo para você assim como um ramal
e tudo o mais que precisar! Ainda hoje iremos anunciar na intranet sua chegada,
e iremos colocar sua foto no organograma, ainda hoje seu crachá estará pronto,
assim como o sr. Vulcano a senhorita terá acesso a empresa inteira.
— Tudo bem!
— Seja bem vinda, senhorita!
— Obrigada!
— Vamos tirar uma foto sua agora!
Após Giovana tirar uma foto, Matt disse, puxando-a:
— Venha, Giovana, vamos alocar você direitinho!
Eles subiram para o décimo quinto andar, Matt deu algumas chaves para
ela:
— Você e o Giuliano tem a chave da sala dele, e as meninas da limpeza
pegam a sua cópia e tem uma cópia na portaria. É a chave maior, guarde-a com a
sua vida.
— Tudo bem!
— As chaves dos armários e das coisas do Giuliano também estão aqui.
Quando ele chegar à mesa dele deve haver água sem gelo, no armarinho deve
estar a garrafa de café dele com uma xícara, pires e colher, ao lado o açúcar
mascavo dele. O notebook deve estar ligado e o ar também.
— Tudo bem!
— Nada muito frio se não ele reclama. Olha, ele é um chato! Mas se
souber lidar com ele vocês irão se dar bem.
— Eu sei, Matt! Pode deixar comigo!
— Confio no seu trabalho! Vou deixar você se ambientar e daqui uma hora
eu te chamo pra almoçar. Vou criar seu ramal e tudo o mais que você precisa.
Enquanto isso, use a senha do Giuliano para ter acesso as coisas dele.
— Tudo bem!
Matt foi para sua mesa e Giovana ligou o notebook dela.
— Matt, você pode colocar o acesso para mim, por favor.
— Ah desculpe gatinha, coloco já e anota aí, guarde com sua vida, por
favor!
— Tudo bem!
Matt deu o acesso de Giuliano e Giovana abriu a agenda dele, quase caiu
para trás.
— Esse homem deveria se clonar! Todos os compromissos criados por uma
tal de Alexsandra estavam uma bagunça.
— Pra você ver, gatinha! Eu vou terminar de fazer as coisas, depois do
almoço a Lisa vai te ajudar tá bom?
— Tudo bem!
De repente, o telefone de Giovana começou a tocar, um som alto demais,
ela baixou o som e atendeu o telefone:
— Presidência da Vulcano, Giovana.
— Buon pomeriggio, signorina. — A voz de trovão disse.
— Buon pomeriggio.
— Giuliano Vulcano.
A voz dela era aveludada e sexy, imaginou como ela era. Que não fosse
uma velha, por favor Deus!
— Em que posso ser útil, signore Vulcano?
— Signorina Guerra. — Ele já sabia o nome dela! Ela arregalou os olhos.
— Preciso de um plano de voo de Kosice para Cracóvia, de Cracóvia para
Nuremberg e de Nuremberg para Genebra, de Genebra para Lyon, de Lyon para
Saragoça e de Saragoça para a Cidade do Porto e da Cidade do Porto para
Calábria.
Giovana anotara rapidamente.
— Sim, signore!
— Quero isso para ontem! Fale com o Julian, meu piloto, quero meu
jatinho ainda hoje em Kosice!
— Sim, signore!
Giuliano desligou. A voz dele era um trovão, mas era tão sensual que a
deixou arrepiada. Giovana foi falar com Matt.
— Matt onde fica o número de telefone do capitão Julian?
— Tem uma agenda onde está todos os telefones que o Giuliano precisa,
veja se está no seu armário de material de escritório.
— Certo, obrigada!
Giovana abriu o armário e não encontrou, olhou no armarinho embaixo da
sua mesa, e também ali não estava. Entrou no escritório e sentou-se na cadeira
do chefe, abriu as portas e gavetas e não encontrou nada. Onde estaria essa
maldita agenda?
Havia um armário ao lado de sua impressora, abriu-o e o encontrou ali.
— Graças a Deus. — Pegou o telefone do capitão que demorou a atender.
— Bom dia, o capitão Julian por favor.
— É ele!
— Eu sou a Giovana a nova secretária do sr. Vulcano.
— Prazer, pois não signorina! No que posso ser útil?
— O prazer é meu! Preciso de uns planos de voo para ontem, pode me
ajudar, por favor?
— Agora!
Giovana passou os itinerários e olhou na agenda do Giuliano onde ele
estaria, as datas e horários.
— Sabe se ele aluga carros no itinerários, Julian?
— Sim, signorina! Ele aluga de uma empresa, a signorina vai encontrar na
agenda de contatos dele.
— Obrigada!
— Só olhar na letra A que está tudo lá!
— Ótimo! Grazie!
— De nada! Daqui meia hora te passo tudo!
— Grazie!
Ela desligou o telefone e começou a fazer as reservas dos carros para
Giuliano.
— Gatinha, teu e-mail está pronto!
— Obrigada, Matt.
Giovana foi pegar o contato de Julian mas ele retornou logo.
— Me passa seu e-mail, Giovana. — Ela passou. — Olhe na sua caixa de
entrada!
— Já chegou! Grazie!
— De nada! Agora só colar na agenda do chefe cada plano de voo. Estou
indo agora para Kosice, chegarei lá em três horas.
— Certo, irei avisá-lo.
— Ciao!
— Ciao!
Giovana copiou os planos de voo e jogou na agenda de Giuliano, junto
com as reservas dos carros. Ela acessou a agenda de Giuliano e se deu a
permissão de ver sua agenda e e-mails, ela viu que os VP's deram acesso a
visualização das suas agendas. As recepcionistas deram acesso à agenda das
salas de reunião que haviam no prédio. De repente, na sua caixa de entrada
começou a chover e-mails.
— Socorro! — Ela começou a cantar para si mesma.
Um hora depois Matt se levanta:
— Vamos almoçar, meninas! — Disse Matt sorrindo. — Giovana, essa é a
Sabrina! Quando eu não estiver aqui, fala com ela!
— Prazer! — Disse Sabrina apertando a mão de Giovana.
— Prazer é meu!
— Já começou a enxurrada de e-mails?
— Sim!
— Não se preocupe, você vai dar conta!
— Espero que sim!
— No começo é difícil, mas depois você pega o jeito!
O telefone de Giovana tocou.
— Presidência da Vulcano, Giovana.
— Signorina Guerra, é o Giuliano.
— Sim, signore Vulcano!
— Meus planos de voo.
— Estão na sua agenda, arrumei-a conforme os horários e confirmei com o
clientes as visitas e também já deixei um carro de aluguel para cada aeroporto
que chegarem, confirmei as reservas dos hotéis para o signore e o capitão Julian,
também já pedi diesel nos aeroportos, estão todos a postos esperando pelo
signore. Está tudo nos horários que bloqueei em sua agenda.
— Ottimo! — Ele disse de boca aberta. Aquela era a primeira secretária
que pensava além dele.
— Pedi também ao capitão Julian que se ele tivesse acesso a sua residência
que pegasse uma mala com roupas, além das suas, signore.
— O Matt te deu a chave da minha casa?
— Ainda não!
— Tem uma cópia na primeira gaveta do meu armário embaixo da minha
mesa, guarde-a com sua vida. Só você tem acesso a ela.
— Sim, signore!
— Faça as minhas malas! Minha empregada está lá e vai te ajudar! Vá
almoçar primeiro!
— O Julian disse que já estava saindo e estaria em três horas em Kosice.
— Eu ligo para ele e peço para que te espere na empresa para pegar minhas
malas.
— Sim signore. Vou agora para lá e depois eu almoço, não tem problema!
— Tudo bem! Assim que Julian estiver com as minhas malas, me mande
uma mensagem!
— Sim, signore!
Giuliano desligou.
— Pessoal, eu vou ter que ir fazer as malas do Giuliano. — Disse Giovana
colocando a mão na testa.
— Maravilha! — Disse Matt sorrindo.
Giovana foi na sala de Giuliano e pegou um molho de chaves, deu um
suspiro. Foi até sua mesa e pegou sua agenda, logo na capa havia o endereço da
casa de Giuliano, o telefone e o nome de sua empregada. Ela discou o número no
celular enquanto pegava sua bolsa de mão, colocava o molho de chaves na bolsa,
pegava a chave de um carro que Matt lhe dera.
— Vejo vocês daqui a pouco, depois me passem o nome do restaurante que
vocês irão por mensagem.
— Tudo bem!
— Desculpa, gente!
— O seu carro é o da vaga número dois.
— Obrigada!
— O estacionamento é no subsolo.
— Grazie!
Eles desceram pelo elevador enquanto Giovana falava com Mary.
— Casa dos Vulcano.
— Por favor, a Mary?
— É ela!
— Boa tarde, Mary, me chamo...
— Giovana. Já sei! A nova secretária do ragazzo Giuliano.
— Isso!
— Estou te aguardando para fazermos as malas dele. Já separei algumas
coisas, mas quero que aprove!
— Tudo bem! — Giovana arregalou os olhos.
— Até mais!
— Até!
Giovana foi para a vaga dois e lá havia um carro sedan preto, ela apertou o
botão e destravou o alarme e as portas, entrou no carro, e sentou-se no majestoso
banco preto de couro,o carro era completo.
Colocou no gps o endereço de Giuliano, colocou o cinto e saiu do
estacionamento. quando parou no farol, abriu a janela do carro e acendeu um
cigarro, precisava desestressar. Pegou seu óculos escuro estilo chanel e saiu
pelas ruas de Reggio Calábria.

Capítulo 3

— Seja bem vinda, signorina! Eu sou Mary!
— Grazie!
— Vamos, não podemos perder tempo. Mio ragazzo deve estar sem roupa.
Você tem a programação dele?
— Sim.
— Deixe-me ver!
Giovana foi conduzida por Mary até o imenso closet de Giuliano. Ela lhe
mostrou pelo celular para onde ele iria.
— Ah certo, ele vai ficar pela Europa. Então está ótimo! Ternos, camisas,
calças, sapatos italianos e cuecas. Toalha não precisa, mas perfume, loção pós
barba e todo kit de higiene dele precisa.
Mary foi pegando os cabides e os sapatos.
— Querida, vá no banheiro dele e pegue uma frasqueira transparente, tem
várias, mas é uma média, tem uma escova de dentes verde.
— Tudo bem!
Giovana entrou no enorme banheiro de mármore, encontrou a tal frasqueira
junto de várias.
— É uma escova elétrica verde?
— Isso!
Ela pegou a frasqueira e abriu para ver se não faltava nada.
— Gel, sabonete, shampoo, condicionador, pasta de dente, pente e escova
de cabelo, loção pós barba, navalha e gilete. Acho que está tudo aqui. — Disse
ela indo em direção a Mary.
— E o perfume?
— Também. — Giovana reconheceu o perfume de mais de quarenta mil
dólares, era o segundo mais caro do mundo.
— Ele tem um em cada frasqueira.
— Percebi!
— Mio Giuliano é muito vaidoso!
— Interessante!
— Vamos lá, ragazza! Precisamos terminar essas malas.
Rapidamente, Mary e Giovana terminaram as malas de Giuliano e
colocaram no porta-malas do carro de Giovana.
— Quando você começou a trabalhar na Vulcano?
— Hoje!
— Hoje?
— Sim. Por que?
— Por nada! Só acho estranho o bambino ter te dado a chave de casa tão
rápido.
— Ah, é que eu disse a ele que como ele iria viajar muito, poderia precisar
de mais roupas, então eu perguntei a ele se poderia pegar mais roupas para ele.
Ele disse que a chave estava na gaveta e que era para eu fazer as malas dele.
— Interessante! Vá lá levar as malas para o Julian. Iremos nos ver mais
vezes. Até mais, signorina!
— Obrigada, Mary! Até mais!
— Ciao!
— Ciao!
Giovana saiu pelas ruas e no meio do caminho ligou para Julian e o
encontrou no aeroporto.
— Aqui está, Julian!
— Grazie, signorina!
— Boa viagem!
— Grazie!
Giovana enquanto se dirigia para o carro mandou uma mensagem para
Giuliano.
"Sr Vulcano, malas feitas, Julian está indo em direção a Kosice! Em no
máximo, quatro horas estará no aeroporto internacional a sua espera! Precisa
de algo mais?"
A resposta veio em seguida:
"Não!"
— Ele poderia ser mais educado! — Ela disse. Giovana se dirigiu para a
empresa e encontrou uma feira, parou próximo e viu um senhor fazendo uns
lanches com baguete, queijo branco, alface, tomate e bastante azeite. Pediu um
lanche para viagem e voltou para a empresa. Foi para a cozinha e pegou um
guardanapo, comeu seu lanche com calma, estava faminta!
Pegou uma chaleira e depois de comer passou um café, tomou um copo
imenso de café e colocou numa das garrafas, pegou o elevador e foi para a sala
de descompressão, sentou-se numa poltrona e quando deu por si, Matt estava
tocando em seu pulso.
— Gio?
— Oi? — Ela deu um pulo.
— Você está bem? Conseguiu almoçar?
— Sim! Eu até fiz um café.
— Trabalhar para o Giuliano é cansativo mesmo. Mas você pega o ritmo!
— Espero que sim!
— Venha, trouxe um chocolate pra te dar energia! Eu falei com ele pelo
telefone!
— Ah é?!
— Sim! Disse que está impressionado mas que quer ver como serão as
próximas semanas. Prepare-se viu! Quando ele voltar daqui uma semana e meia,
você tem que estar tinindo! Mas vai ser moleza pra você!
— Senhor! — Giovana cantarolou e Matt riu.
— Venha! Vou te ensinar a fazer prestação de contas! O Giuliano tem um
cartão corporativo e mais três pessoais. Cada um com limite de dez milhões de
euros. Ilimitado na verdade, né?!
— Uau!
— Sim! Geralmente ele traz alguns souvenires ou presentes pro pessoal,
mas não para todos. Então a fatura dos cartões chegam sempre aqui, você vai
prestar contas do cartão corporativo, e do pessoal ele vai te dar acesso à conta
dele e você faz os pagamentos das despesas das casas dele.
— Você disse casas?
— Sim! A casa dele, onde você foi, o apartamento na Sicília, que é onde
ele passa o final de semana e feriados, os vinhedos, onde fica a principal
vitivinicultura e onde fica a maior plantação de vinho da região
— Bacana!
— Mas isso é aqui na Itália, fora a ilha que ele tem!
— Ele tem uma ilha?
— Sim! Acho que você vai conhecer tudo.
— Maravilha! — Ela passou a mão no olho e na testa.
— Você não se machuca com essa unha não?
— Não! Quer tentar?
— Não, obrigado!
— Matt, vou pegar mais café! Você quer?
— Eu vou com você!
Depois de terem pego café, Lisa entregou as contas pessoas e da empresa
para Giovana.
— Olha, não esquece de separar as contas tá bom? Depois o Sr Vulcano vai
querer ver.
— Pode deixar, Lisa!
— Vamos lá! Vou te ajudar com o sistema, depois do Matt te ensinar a
prestar contas, me liga tá bom?
— Tudo bem!
Matt e Giovana sentaram-se no espaço dela, e Matt ensinou-a passo a passo
a como mexer no sistema.
— Olha, nesse sistema aqui é possível prestar contas, solicitar viagens e
fazer suas prestações, fazer reembolsos para os funcionários, mas você vai
cuidar apenas do Giuliano o que já é trabalho demais.
— Certo!
— Vamos começar!
Matt ensinou Giovana a prestar contas.
— Anota a referência, depois você anexa o arquivo, você vai ter que
escanear e anexar, tá bom?
— Tudo bem!
Giovana anotava tudo para fazer sozinha depois.
— Tem alguma capa onde mando para o financeiro com as
documentações?
— Não! Mas sai uma capa que você grampeia com os documentos.
— Eu posso criar uma?
— Claro que pode! Vai ficar até mais fácil!
— Legal!
Matt gostava da empolgação da Giovana, sabia que quando ela colocava
algo em prática se tornava viral na empresa.
— Agora acho que consegue fazer sozinha!
— É parecido com o sistema da empresa anterior.
— Sim, mas mais complexo porque esse sistema é só pro Giuliano, o outro
é para o restante dos funcionários. Mas estão interligado, sabe? Mas só você tem
acesso para fazer, o Giuliano pra aprovar e o financeiro para dar baixa.
— Entendi!
— Então, gatinha, fique à vontade! Faça uns três e depois me chama para
eu ver.
— Tudo bem!
Rapidamente Giovana fez as prestações de contas das últimas viagens de
Giuliano e depois montou uma capa para mandar todas as solicitações em aberto
para aprovação do Giuliano e do financeiro.
Ela chegou com os documentos para Matt que olhou tudo.
— Bacana essa capa! Tem o número do RA dele, nome completo, número
da solicitação, qual é a solicitação , valores gastos. Gostei!
— Que bom!
— Ah, eu também quero essa capa, Giovana! Você me manda?
— Agora, Sabrina! Tem uma DL de secretarias aqui na empresa?
— Tem sim! Já atrelei seu e-mail na DL.
— Obrigada! Eu posso mandar por lá?
— Claro que pode! Se apresente para as meninas e mande! Amanhã iremos
almoçar todas juntas, as secretarias e recepcionistas. Combinado?
— Combinado!
— Vou te apresentar as meninas!
— Bacana!
O telefone de Giovana tocou:
— Presidência da Vulcano, Giovana.
— É o Giuliano.
— Pois não, signore Vulcano.
— Eu já aprovei as prestações de contas, por favor anota meu acesso no
banco, na mesma gaveta onde você pegou as chaves das minhas casas tem um
pequeno token do banco, por lá você tem acesso a um código único que acessa a
minha conta, anota aí os dados e guarde-os como a sua vida!
— Sim, signore Vulcano. Só um minuto!
— Não está na sua mesa?
— Eu fui levar uma documentação para o sr. Barone dar uma olhada.
— Você é minha secretária e não dele.
— Eu sei! — Ela sentou-se e pegou a agenda dele, e escreveu num código
que só ela sabia as informações que ele passara.
— Pague ainda hoje essas contas que quando eu voltar eu quero as
prestações.
— Sim, signore Vulcano, estarão na sua mesa quando o signore chegar!
— Ottimo!
Giovana não esperou e desligou. Giuliano olhou para o telefone:
— Petulante!
— Toma desaforado! — Ela disse fazendo bico.
— Você desligou na cara do Giuliano?
— Desliguei, Matt! Não me aguentei!
Matt riu.
— Você não mudou nada, Giovana! O Giuliano rosna, mas raramente
morde!
— Não tenho medo de cara feia, trabalhei com você!
— Olha menina, me respeita viu! Eu sou lindo!
— E continua solteiro!
— Mas toda semana tem uma bambina esquentando minha cama!
— Cachorro!
Matt riu.
— Eu vou continuar a trabalhar! — Giovana ligou para Lisa. — Lisa, estou
pronta!
— Vou transferir meu ramal pro seu e já estou indo.
— Tá bom!
Dois minutos depois Lisa estava sentada ao lado de Giovana ensinando
todos os sistemas, com quem deveria falar para todas as coisas que precisasse.
De repente, o telefone de Giovana toca numa ligação internacional.
— Presidência da Vulcano, Giovana. — Disse ela em inglês.
— Giovana é o Giuliano! Preciso de uma passagem pra ontem pra voltar!
— E o Julian onde está?
— Eu não sei! Não estou conseguindo falar com ele.
— Vou tentar falar com a torre de controle!
— Eu já tentei! Mas tente você, porque eu não consegui!
— Ele nem chegou aí em Kosice, então! Espero que nada tenha
acontecido!
— Eu também!
— Eu vou tentar falar com ele!
— Eu já tentei,você não me escutou!
— Signore Vulcano, —Giovana foi firme. — eu não sou surda e muito
menos burra, eu vou tentar falar com a torre de controle de Kosice e de Milão, e
vou tentar falar com o capitão Julian, então o senhor me aguarde na linha, até
porque acredito que esse seu desespero é descabido, tenho quase certeza de que
o capitão Julian está chegando! E por favor, pare de me tratar como se eu fosse
uma idiota! Agora fique aí na linha, eu vou colocar no viva-voz, o senhor
aguarde!
Giovana não esperou resposta e colocou no viva voz e escutou Giuliano
falando baixinho:
— Petulante!
Ela colocou no mudo, Lisa estava com os olhos arregalados e ouviu a nova
amiga dizer:
— Babaca!
Lisa escondeu o riso. Giovana ligou para o aeroporto de Milão e no celular
ligava para o capitão Julian. Giovana conhecia alguns contatos das torres de
controle e conseguiu ligar, trabalhara por pouco tempo na aviação, mas
conseguira fazer bastante amizade por onde passara. Descobriu que o capitão
Julian tivera que descer num pequeno aeroporto para abastecer.
Ele atendeu o telefone:
— Oi Giovana.
— Ai, Julian que bom que consegui falar contigo!
— Oi, o sinal aqui está horrível. Já estou na Eslováquia, tive que parar num
aeroporto nacional para abastecer, você consegue pagar uma P.O para mim?
— Consigo, me mande o número da Invoice e do P.O que eu mando pro
financeiro ainda hoje. O Giuliano está doido atrás de você!
— As ligações e mensagens perdidas estão chegando agora!
— Tudo bem! Eu estou com ele na linha e vou avisá-lo. Você desce no
portão dois tá bom?
— Tá bom! Diga ao big boss que chegarei no horário combinado!
— Certo! Por que você não verificou se o tanque estava cheio?
— Eu errei, confiei no pessoal do aeroporto, geralmente eu mesmo
abasteço e faço a verificação antes e depois de cada viagem, mas como tive que
sair correndo eu só fiz a verificação e não olhei o tanque.
— Tudo bem! Vou falar com o dragão e acalma-lo.
Julian riu.
— Boa sorte e grazie!
— De nada!
Giovana desligou e tirou a ligação de Giuliano do mudo e do viva-voz:
— Sr. Vulcano, o capitão Julian fez uma breve parada para reabastecer o
jatinho,visto que com a correria dele para sair de Milão e ir encontrá-lo em
Kosice ele apenas verificou o jatinho e não percebeu que abasteceram de menos,
mas ele estará no portão dois do aeroporto internacional lhe esperando. As
ligações e mensagens estão chegando para ele agora. Ajudo em algo mais?
— Não!
— Ottimo!
Giovana desligou o telefone. Giuliano entrou na intranet e foi no
organograma, a foto dela ainda não estava lá! Como era la bambina petulante?
Será que ela era assim na cama também?
— Giuliano, pare de fantasiar! Isso é muito clichê até para você!
Enquanto isso no escritório Lisa dava risada.
— Giovana você é demais! É a primeira vez que eu vejo il grande capo
resmungar com uma secretária, geralmente lui urla.
— Mas comigo ele não vai gritar mesmo!
—Vamos continuar então! — Disse Lisa rindo muito.
Giovana e Lisa passaram o resto do dia trabalhando no sistema sem mais
interrupções. Giovana chegou na pensão e foi contar para dona Martina a
novidade:
— Dona Martina, bouna sera!
— Onde você estava, bambina?
— Eu consegui o emprego e comecei hoje mesmo. Um dos VP's trabalhou
comigo na empresa anterior e aí ele me contratou.
— Olha, que bom! Então já é contratada da Vulcano!
— Sim! Amanhã iremos mudar meu visto, irei com o chefe do RH. Acho
que teremos que ir no consulado brasileiro e depois ir no governo italiano.
— Pode ser que sim, bambina! Mas eles conhecem todos os trâmites, então
não se preocupe com niente! Mangia che te fa bene!
Dona Martina colocou um prato enorme de lasanha verde para Giovana.
— Dona Martina, vou pegar um dos vinhos que eu ganhei, um vinho
Vulcano!
— Ottimo!
— Dona Martina, eu vou continuar pagando a signora mensalmente tá
bom?! E pra não ficar puxado eu vou lavar minhas roupas na lavanderia.
— Pare com isso! Deixa comigo! Não quero que se preocupe com nada!
Vou arrumar um quarto melhor para você, assim vai ter mais privacidade!
— Dona Martina, não quero abusar!
— Não abusa em nada! Você está me ajudando, isso sim! Está decidido!
Hoje eu vou mudar o seu quarto para o da varanda, você vai amar a vista! É um
quarto grande e tem um banheiro, você não vai dividi-lo com ninguém!
— Dona Martina!
— Está decidido! Quando chegar amanhã à noite você pode subir, vai
encontrar seu quarto. Agora termine de mangiare e vá dormir, porque seu dia
começa cedo domani!
— Verdade, Dona Martina, meu dia vai começar cedo amanhã!
Giovana terminou a janta e foi para seu quarto, tomando uma taça enorme
do famoso vinho Vulcano. Um vinho seco que combinara com a lasanha verde,
era quente e encorpado. Será que Giuliano era assim também?
— Pare de pensar bobagens, Giovana! Ele é um insuportável! — "Ah mas
aquela voz dele de trovão te deixa arrepiada! Admita!", a voz em sua cabeça
falou. — Jamais! — Ela disse, estava sem enganando, mas era melhor isso do
que criar expectativas por uma pessoa que ela nem conhece!
A semana passou rápido. Giovana estava sempre em contato com Giuliano,
ela colocara o vestido preto com detalhes em roxo lavanda e amarelo, a meia
fina preta e o sapato preto vinil, trocou seus pertences de bolsa e pegou a chave,
o documento do carro da empresa, o crachá e o celular corporativo. Ela fez uma
trança, tinha pintado as pontas do cabelo de rosa choque no final de semana,
então prendeu a trança num coque que ficou parecendo uma flor. Colocou longos
brincos dourado, gargantilha e uma pulseira dourada com detalhes em roxo e
amarelo que ela fizera. Maquiou-se e deu uma olhada no espelho.
— Nada mal, signorina Guerra! Agora só falta um batom vermelho. — Ela
passou o vermelho sangue mate e mandou um beijo para seu reflexo que
respondeu com um sorriso. — Agora sim! Vamos lá arrasar bem linda hoje, até
porque não sou obrigada a nada!
Giovana olhou pela sacada de seu quarto e o dia estava lindo, colocou seu
terninho meia estação, pegou sua bolsa e foi tomar café da manhã. Olhou a
agenda do Vulcano e viu que surgiu um compromisso de última hora.
— Ué! Mas isso daqui não está certo! Bom dia, dona Martina!
— Bom dia, bambina! — Disse ela colocando chá na xícara de Giovana.
— Alguma coisa errada?
— Estranho esse compromisso! Devo estar vendo errado! — Ela mordeu a
torrada e tomou o chá. Comeu um fruta e um enorme pedaço de queijo branco.
Deu um beijo em dona Martina — Ciao dona Martina!
— Ciao, bambina! Um bom dia de trabalho pra você!
— Grazie!
Giovana colocou o óculos escuros e entrou no carro, ligou o som, colocou
um Metallica, prendeu seu cinto de segurança e acendeu seu cigarro mentolado,
ligou o carro e partiu pelas ruas de Reggio Calábria.
Chegou no subsolo e viu que na vaga número um estava um carro sedan
preto. Não falou nada, mas acho estranho, estacionou o carro na vaga número
dois, que era sua. Pegou o elevador e subiu para o décimo quinto andar, Lisa
ainda não havia chego, pois ainda era sete da manhã, mas viu que as luzes da
mesa dela e do Matt já estavam acesas. Ela foi na cozinha e preparou um café e
colocou nas garrafas, tirou sua xícara e encheu-a de café, pegou a xícara de Matt
e encheu-a também.
— Vamos começar bem o dia com uma xícara de café!
Ela saiu da copa e entrou no escritório e ouviu duas risadas masculinas.
Matt já estava ali, isso era certeza!
— Não acredito, man!
— Verdade! — Dizia o outro.
— Você deixou a moça na cama e terminou o caso com ela? Você é muito
do mal, cara!
— Do mal é ela que quer me arrastar para um casamento! Estou fora! Não
casei até agora, você acha mesmo que eu vou me dar esse trabalho quando posso
ter sexo a hora que quiser com quem quiser? Brincou hein!
— Cara, um dia ainda você vai se apaixonar por um belo par de pernas!
— Prefiro que tenha cérebro também!
— Você gosta de patricinhas debilóides, isso sim!
— Eu gosto de companhia! Como disse eu não preciso de um casamento
quando posso ter a mulher que eu quiser na minha cama!
— Cuidado! Um dia você vai se apaixonar!
— Sai fora! — Disse ele batendo na mesa de madeira. — Não estou afim,
obrigado!
— Ah mas vai! Quando você menos esperar!
— Um solteirão falando do outro!
— Eu posso!
— Não pode mesmo, você é mais sujo que pau de galinheiro, Matt!
— Mentira! Você tem inveja, isso sim! Sou o homem mais bonito dessa
empresa!
— E com o maior ego e cabeça da empresa!
— As garotas não reclamam!
Giovana passou pelos dois e não deu atenção para o convidado de Matt.
Ela colocou as xícaras na mesa e ligou o notebook, pegou a xícara de Matt e foi
até a divisória de vidro dele.
— Bom dia, Matt! Quer café?
— Bom dia, Gio! Eu quero!
— Tome! — Ela passou a xícara para ele.
— Gio, dê a volta por favor! — Disse ele se levantando e pegando a xícara
da mão dela. Ela deu a volta e olhou para os dois homens. — Giovana, esse é o
Giuliano Vulcano! Giuliano, essa é sua nova secretária, Giovana Guerra!








Capítulo 4

Ele sentira o perfume dela invadir suas narinas, era suave e marcante,
uma mistura de jasmim com frutas vermelhas. Ela era linda, devia ter por volta
de um metro e setenta, mas com os saltos finos de sete centímetros ficava mais
alta, era um violonchello, cheia de curvas, seios grandes, mas nem tanto, cintura
voluptuosa, olhos sagazes, espertos, estava com os cabelos presos e seu ar
divertido ficou sério.
— Prazer, signorina Guerra! Finalmente conheci a pessoa que vive batendo
o telefone na minha cara! — Ele disse divertido.
Ele apertou a mão dela, era quente e um aperto forte, uma descarga elétrica
atingiu a ambos, os olhos dele escureceram e ela ficou com as bochechas num
leve tom rosado.
— Signore Vulcano, é um prazer! — Disse ela meio vacilante, ele era
enorme, devia ter por volta de um metro e noventa de altura, o fino terno italiano
parecia que ia explodir sob o peito musculoso, cabelos castanhos escuros e olhos
castanhos claro. Será que ele era tão quente na cama quanto o calor que emanava
dele? "Ora, Giovana! Ficou curiosa? Muito clichê não acha, chefe e
secretaria?", "Cale-se!" Ela silenciou a voz em sua cabeça. Ele ainda segurava a
sua mão. — Sr Vulcano pode soltar a minha mão, por favor, meu café está
esfriando!
— Me desculpe! Você disse café?
— Sim! O signore aceita caffė?
— Aceito!
— Eu vou pegar!
— É o mínimo que tem que fazer já que é minha secretária!
— Sou sua secretária, não sua copeira e muito menos sua escrava! É
apenas uma gentileza! — Disse ela imperturbável com um meio sorriso pegando
uma pequena xícara de café e indo em direção à cozinha. — Mas se pedir com
jeitinho posso até te trazer uma xícara de café sem laxante!
Ela saiu deixando Matt escondendo a risada.
— Bambina petulante! Você viu?
— Eu vi! Você quem começou!
Giuliano e Matt riram. Giovana voltou trazendo o café de Giuliano, foi
para sua mesa e pegou as prestações de contas pessoais e da última viagem e dos
cartões e entrou na sala dele, deixou a documentação ali na mesa, trocou os
copos de água e deixou uma garrafa de café no armarinho, imperturbável. Nem
parecia uma bagunça por dentro, quando ele a tocara seu coração parecia um
tambor de festa, disparado.
Ela ligou o ar condicionado e observou a mesa para ver se nada mais
faltava, sabia que ele a estava observando, avaliando, ponderando. Ela fingiu que
nada viu. Foi para sua mesa e abriu seus e-mails, havia mais de cem à espera de
sua resposta.
O telefone tocou:
— Presidência da Vulcano, Giovana! — Ela ouviu e respondeu. — Só um
minuto. Signore Vulcano, telefone para o signore. É o gerente de sua conta
pessoal. Posso transferir para o telefone do Matt?
— Não! Eu vou aí atender! — Giuliano levantou-se e pegou a cadeira de
rodinhas que estava na mesa de Sabrina e foi até Giovana, ela passou o telefone
para ele e virou-se para o computador, abriu o sistema e observou as prestações
de contas para as aprovações. — Ciao! É ele!
Ele sentou-se confortavelmente na poltrona e a observava, parecia um tigre
tomando sol observando sua presa. Giovana não ligou, mas o perfume dele era
um caso sério!
Ele observou as belas mãos dela trabalhando, as unhas bem pintadas eram
enormes, imaginou-a embaixo dele vibrando de prazer e suas unhas arranhando
as costas dele. "Giuliano Vulcano preste atenção no seu gerente de contas!"
— Pode repetir, per favore!
Por que ele tinha que se sentar tão majestosamente folgado na cadeira de
Sabrina? E ainda mais com aquelas pernas grossas abertas? O que ele queria
firmar com aquilo?
"Fala que você não curtiu a ideia, Giovana? Não adianta enganar e se
enganar! Você está adorando a visão dele e do sexo dele! Parece que ele é bem
dotado!", aquela vozinha de novo em sua cabeça, parecia o anjinho e o capetinha
no seu ombro! Só que só existia o capetinha! Saco!
"Giovana pare de pensa abobrinha e trabalhe!", finalmente a voz do
anjinho aparecera, mas só para lhe dar as ordens que ela já sabia! Céus!
Ela pegou na pasta sanfona algumas prestações de conta e começou a colar
nas folhas que ela havia personalizado, ele terminou sua ligação dando uma
ordem:
— Você deixa cem mil na conta, oitenta por cento do que você retirar vai
para a poupança e os vinte por cento você aplica! Grazie!
Ele estendeu o fone e ela nem notou, estava concentrada nas suas colagens.
Ele olhou-a com aquele ar de sabe tudo e colocou o fone no gancho.
— Ah, obrigada, signore Vulcano, percebi que tem mãos para colocar o
fone no gancho!
— Sim! — Ele completou bem baixinho. — E para outras coisas também,
signorina!
Ele a deixou sem resposta. Ela revirou os olhos e o viu afastar-se e
levantar-se em direção a mesa de Matt para pegar sua mochila e ir para sua sala.
— Matt, na minha sala por favor!
Matt foi atrás e fez um gesto de boxe com os punhos fechados para
Giuliano olhando para Giovana, ela deu um sorriso.
— Feche a porta!
Giuliano colocou a mochila em cima do armarinho, ao lado da garrafa de
café, ele se serviu novamente de café, adoçou e colocou em cima da mesa, tirou
o terno e o pendurou num cabide e colocou atrás da porta. Matt entrou e fechou a
porta.
— Foi essa a secretária que você contratou?
— Algum problema?
— Ela é inadequada!
— E você está babando nela!
— Você está louco?
— Giuliano, você mente pra quem quiser, menos para mim, amico mio!
— Matt, de verdade, ela não tem nada que me atrai!
— Uhum, tá escrito otário na minha testa! Você finge que engana e eu
fingo que acredito, combinado?
— Vai a merda, Matt! Me passe os últimos posicionamentos.
Matt conversa com Giuliano que andava de um lado para outro, até que ele
se lembrou que trouxera alguns souvenires de presente para Matt e chocolate
para Sabrina e Giovana. Como não sabia do que a secretária gostava então optou
pelo mais óbvio. Mas achou melhor não dar nada a ela. Ela era muito sem graça!
Giuliano pegou os presentinhos e deu a Matt:
— Toma, seu otário!Trouxe de Kosice, Cracóvia, Nuremberg, Genebra,
Lyon, Saragoça e Cidade do Porto.- Você e suas manias de globinhos de neve de
cada lugar! Frochio!
— Cada um com suas coleções!
— Essas duas caixas de chocolate são para a Sabrina!
— Ah é? E por que na outra está escrito Giovana?
— Escrevi errado!
— Bugiardo!
— Eu não minto!
— Bugiardo!
Giuliano deu olhada em Matt e semicerrou os olhos.
— Chame-a.
Matt saiu da sala de Giuliano e olhou para Giovana:
— Ele quer falar com você!
— Ele tem boca, Matt!
— Não o espezinhe, Giovana! Ele chegou agora de viagem e está cansado!
— A culpa não é minha! — Ela deu de ombros. — Era para ele chegar
somente daqui dois dias!
— Sim, mas ele resolveu tudo antes e conseguiu chegar mais cedo graças
aos fusos horários. Ele está cansado! Vai lá falar com ele, por favor!
— Tudo bem, Matt! Mas só porque você está me pedindo!
— Boa garota!
Giovana levantou-se e tirou seu terninho meia estação e foi falar com o
chefe levando um bloquinho de notas e um lápis.
— Me chamou, signore Vulcano?
— Sim! — Ele realmente estava cansado, agora que Giovana o observava
melhor, as olheiras deles estavam mais do que aparentes. Ele coçou os olhos com
fadiga e olhou para a secretária. — Graças a sua organização eu consegui fazer
tudo o que precisava em menos tempo que achei que levaria! Per favore, sente-
se!
— Estou bem de pé, grazie! O que deseja de mim?
Ele mexeu na sua bolsa e retirou um plástico de quatro furos cheio de
comprovantes e notas.
— Por favor, preste contas das viagens e tudo o mais, provavelmente terei
que devolver dinheiro à empresa! Chegou alguma correspondência?
— Sim! Só um minuto! — Giovana pegou o plástico com as prestações e
foi em sua mesa, trouxe os variados envelopes. — Scusami! Aqui estão, signore
Vulcano!
— Per favore, sente-se!
— Já disse que estou bem assim!
— Estou pedindo que se sente!
Giovana revirou os olhos e deu um suspiro de impaciência, sentou-se na
ponta da poltrona e abriu os envelopes.
— A maioria são convites de coquetéis.
— Deixe-me ver!
Giovana passou os convites para Giuliano que olhou tudo.
— Por falar em coquetéis, você tem um coquetel para organizar!
— Para quando?
— O mais rápido possível!
— Ou seja, prazo bem apertado!
— Isso mesmo! Sua primeira prova de fogo! Esse coquetel é para
comemorarmos o novo cliente, o Matt direcionará uma equipe para esse cliente,
e essa equipe deve estar no coquetel, mas antes faremos uma reunião amanhã
com os funcionários que ficarão responsáveis pela migração do antigo provedor
de TI deles para os nossos.
— Sim, eu entendo como funciona uma migração.
— Eu sei, o Matt me disse! Quando a migração tiver terminada e for bem
sucedida, faremos um coquetel. Acredito que você tem uma semana para
organizar o coquetel, agendar voos e fazer reservas dos hotéis.
— Algum de preferência?
— O melhor da cidade! A empresa vai pelas despesas do cliente. Acredito
que dez pessoas são o suficiente, mas estenda o convite para no máximo vinte
pessoas.
— Tudo bem!
— Vou te mandar o e-mail do CEO do novo cliente.
— Qual o seguimento deles, signore Vulcano?
— São banqueiros. Um dos maiores banco da Europa. Fui visitar alguma
filiais deles. Por isso cheguei mais cedo!
— Entendo!
— Ah sim, não esqueça de que vamos precisar do melhor vinho da casa,
quero a safra de setenta e três. Tem vários barris dele no vinhedo, peça três, por
favor. Vou te passar o telefone da secretária do CEO do banco, converse com ela
e adeque as agendas de todos, por favor.
— Sim.
— Amanhã quero discutir o cardápio. Tem um buffet que sempre
contratamos que conhece os gostos de nossos clientes e principalmente o meu. O
telefone deles está na agenda. Peça que venham amanhã para fazermos a
degustação, eu vou trazer umas garrafas de vinho pra ter certeza de que escolhi a
safra correta.
— Sim, signore Vulcano! Eu tive uma idéia, signore!
— Pode falar!
— Pensou em dar alguns mimos a eles?
— Como por exemplo?
— Eu vi alguns abridores de vinho no Brasil uma vez, lá eram mais caros,
mas aqui deve ser um valor até barato, mas isso eu pesquiso, eu pensei numa
caixinha de madeira mesmo, bem rústica, sabe? Com meias garrafas de
degustação, eu não entendo muito bem de vinho, mas posso aprender rápido
sobre!
Ele deu um meio sorriso.
— Vou pensar, eu entendi sua idéia. Signorina conhece Abruzzo e a
Toscana?
— Não, signore!
— Está bem! Quero que ligue para Julian e marque dois voos, por favor.
Tenho que dar uma olhada nas minhas vinhas, minha nona me ligou e disse que
tem algumas coisas que temos que resolver, eu preciso falar com os
trabalhadores. Hoje é terça-feira certo?
— Sim, signore!
— Quero viajar na quinta as cinco da manhã.
— Sim, signore Vulcano, irei falar com ele agora.
Ela se levantou e estava a porta quando ele chamou:
— Signorina Guerra!
— Sim, signore Vulcano!
— Prepare minha mala para quatro dias.
— Sim, signore Vulcano!
— E as suas também!
— As minhas?
— Si! A signorina vai comigo. Quer aprender mais sobre vinhos, não quer?
— Sim!
— Então vai aprender na prática!
— Está bem!
Ela voltou para sua mesa. Ele achou que ela ia ficar empolgada, mas não
viu sinal algum de que ela ficara feliz, pelo contrário, ela ficara aborrecida.
Giovana teve um dia atribulado, até o meio dia quando ouviu Giuliano
chamá-la.
— Signorina Guerra!
— Pois não, signore Vulcano! — Ela foi até sua sala.
— Hoje não vou sair para almoçar, peça meu almoço, per favore!
— Sim, signore Vulcano! Tem algo em mente?
— Não! Traga qualquer coisa!
— Sim! — Ela se virou e ele falou sem tirar os olhos do computador.
— Ah sim, per favore, traga mais daquela água suja que a signorina chama
de caffè! — Ele fez questão de provocá-la.
Ela abriu a boca e semicerrou os olhos, mas não se virou, não ia deixa-lo
perceber que caíra na provocação, então não respondeu. Foi até a copa e ligou
para dona Martina.
— Dona Martina, é a Gio!
— Sí, bambina!
— A senhora pode me trazer um almoço?
— O que mia bambina quer?
— Me traga um fettuccine à carbonara de camarões, per favore! Para duas
pessoas!
— Três! — Disse Matt chegando de surpresa.
— Três, aliás!
— Está certo, bambina, em meia hora estou aí na Vulcano.
— Eu mando ir buscar!
— Não precisa! Eu levo aí. Me passa o endereço.
Giovana passou o endereço enquanto enchia a cafeteira com água e pó de
café. Ela desligou o telefone e olhou para Matt que estava lavando sua xícara.
— Matt, aquele desaforado chamou meu caffè de água suja!
Matt explodiu em risadas.
— Qual a graça?
— Nenhuma! — Ele se dobrava de rir. —E o que ele falou mais?
— Que ele queria mais!
— Então ele gostou! Fique tranquila, ele gostou de você!
— Como sabe?
— Ele já gritou com você hoje?
— Não!
— Então pronto!
O cheiro do café de Giovana invadiu o décimo quinto andar, todos queriam
saber de onde vinha o cheiro. Giovana passou pela porta de vidro levando duas
garrafas grandes, deixou uma perto da sua mesa, junto com sua xícara cheia e a
outra levou para Giuliano.
— Aqui está a sua água suja, signore Giuliano. E é um caffè tão ruim que
todos querem tomar.
— É porque eles não imaginam que você colocou laxante, signorina
Guerra.
— Não no caffè deles, somente no seu!
Ela saiu da sala brava e o ouviu rindo.
— Idiota! — Ela disse baixinho.
Pouco tempo depois, o telefone de Giovana tocou, ela percebeu que era
interno.
— Giovana.
— Gio é a Lisa, tem uma senhora Martina aqui querendo falar com você.
— Estou indo, Lisa. Grazie!
— De nada!
— Signorina Guerra, venha cá, per favore!
Ela revirou os olhos e deu um longo suspiro. Será que aquele homem ia
continuar a espezinha-la?
— Pois não, signore Vulcano! — Ela foi até a porta.
— Meu almoço, signorina!
— Eu estava indo buscar!
— Ottimo! Quero a signorina aqui, hoje terá que almoçar aqui comigo,
temos muitas coisas a fazer.
— Está bem!
Giovana foi a mesa de Sabrina:
— Sabrina, o almoço das meninas vai ter que ficar pra outro dia, tá?
Desculpa! Eu tenho um milhão de coisas para fazer! Sei que combinamos
quando entrei aqui, mas me desculpa, não vai dar.
— Tudo bem, Giovana! Nós vamos agora,então! Posso deixar você de
backup?
— Claro. Pede para as meninas me deixarem de backup que eu pego as
ligações.
— Grazie!
— Buon pranzo!
Sabrina e as outras secretárias foram para o elevador com Giovana atrás.
— Ciao, dona Martina!
— Ciao, bambina! Aqui está! Fiz una insalata caprese também!
— Não precisava!
— Vá bambina, mangia che te fa bene.
— Grazie!
— De nada!
— Dona Martina, quinta-feira eu viajo bem cedo tá bom?
— Para onde?
— Abruzzo e Toscana.
— Va bene!
— Grazie!
Giovana viu dona Martina descer pelo elevador, quando ela se virou com
as mãos segurando um enorme refratário e em cima um outro de salada, deu de
cara com os olhos castanhos claros de Giuliano.
— O almoço chegou, signore Vulcano!
— Ótimo! Me dê aqui, deve estar pesado! No seu armário tem pratos,
talheres e taças, pegue-os e chame o Matt para almoçar conosco!
— Sim, signore Vulcano!
Giovana passou os pesados refratários de dona Martina para Giuliano, eles
foram até a porta de vidro e Giuliano não conseguia bater seu crachá:
— Espere que eu te ajudo! -Disse Giovana pegando o crachá dele ficando
quase com o corpo colado ao dele, "Ah esse corpo quente italiano!", a voz disse
na cabeça dela, "Dá pra calar essa boca?",ela disse a voz, "Não! E que perfume
maravilhoso! Vontade de pular nesse homem e meter gostoso com ele em cima
daquela mesa enorme! O pau dele deve ser uma delícia! Adoraria chupar
gostoso um pau italiano, na verdade estou louca pra chupar o pau de Giuliano
Vulcano! Ele deve ser o Vulcão Etna na cama!", a voz a provocou.
— Grazie! - Disse Giuliano quebrando os pensamentos de Giovana, ela
bateu o seu crachá e ele abriu a porta de vidro com o corpo dando passagem a
ela, a seguiu porta a dentro do décimo quinto andar, ele estava adorando a visão,
aquela bunda brasileira era uma delícia, ela tinha um andar provocante, mas nem
se ligava naquilo, ela era pequena para ele, mas era uma mulher grande, cheia de
curvas, ela o deixava em alerta total. Estava decidido! Ele deveria ficar bem
longe dela, ela era pura distração e ele não precisa de distrações no momento.
Ela foi até a mesa de Matt e ele não estava lá. Ligou para ele.
— Matt, onde está?
— Almoçando com as meninas, amore mio!
— Você não ia almoçar com o Vulcano?
— Eu desisti depois que percebi que ele ia almoçar e trabalhar. Só você de
escrava está de bom tamanho!
— Cretino! Bom almoço!
— Pra você também!
Ela abriu seu armário e lá encontrou um conjunto de louça de aparelho de
jantar e talheres, além de taças. Pegou tudo o que precisava e foi para a sala de
Giuliano.
— Deixe isso aí, pegue seu notebook e venha para cá!
Ela assim o fez e quando voltou ele havia colocado uma toalha na metade
da mesa e os pratos, talheres e taças estavam ali aguardando-os, Giuliano abria
uma garrafa de vinho. Giovana tirou o papel alumínio dos refratários, viu que
dona Martina tinha mandado azeite, sal e limão siciliano.
— Signore Vulcano, quer que eu te sirva?
— Não precisa! Fique à vontade!
Giovana se serviu de salada e temperou-a, Giuliano passou uma taça de
vinho para ela. Ela agradeceu e colocou o prato de lado quando viu que sua caixa
de e-mail estava lotada de novo. A secretaria do CEO do banco respondera seu
e-mail com a lista de convidados, Julian mandou o plano de voo, o buffet iria
mandar um deguste para Giovana e Giuliano escolherem o menu do coquetel, e
as vinícolas de Giuliano já os aguardavam.
Giovana deu uma garfada na salada e sem olhar tomou um longo gole do
vinho licoroso. Giuliano apenas a observava.
Ela mandou e-mail para o hotel pedindo às reservas e mandando os dados
dos hóspedes. Pediu cotação das passagens aéreas e aguardava a resposta do
terraço onde havia solicitado a agenda e valor do aluguel da noite.
— Signorina Guerra!
— Sim, signore Vulcano!
— Coloque esse notebook de lado e almoce direito! A signorina tomou um
vinho de quarenta anos e nem percebeu o toque frutado dele! Desacelere um
pouco, per favore!
— Eu bem que gostaria, mas a demanda é grande!
— Mas a demanda não vai fugir da signorina! Coma com calma e depois
volte a seus afazeres.
— Não dá! Desculpe!
Ela não o olhava nos olhos, estavam respondendo vários e-mails. O
telefone de Giovana tocou e ela puxou a ligação do ramal de Giuliano.
— Presidência da Vulcano, Giovana! — Ela pegou um bloco de notas. —
Não, signore, ele está almoçando! Posso anotar o recado e entrar em contato
conforme o pedido dele. — Ela deu uma garfada no tomate cereja e comeu, uma
mão foi para o fone para abafar o som. — Certo! E o assunto? Está bem! Eu vou
passar o recado para ele. Grazie!
— Quem era?
— Pare de ser curioso, era para o Matt!
Giovana destacou o papel e levou para a mesa de Matt e o colocou virado
para baixo e no código que eles tinham desde que trabalharam juntos.
Ela sentou-se novamente na poltrona e voltou a comer sempre olhando
seus e-mails. Giuliano a observava. Ela era linda!
"Imagina esse pequeno vulcão na sua cama, Giuliano! Chupar a boceta
dela deve ser uma delícia, senti-la vibrando de prazer e até mesmo gritando
depois de uma gozada gostosa deve deixar você louco! Já imaginou poder
enterrar seu pau italiano dentro daquela boceta brasileira? Deve ser muito
quente e gostoso!", inferno! Ele estava começando a imaginar coisas!
Capítulo 5

O dia de Giovana já começara cedo, com a merda do telefone tocando. Ela
não podia acreditar! Que horas eram? Ela olhou no celular corporativo que
tocava.
— Ah tá de brincadeira né?! — Ela atendeu. — Alô!
— Buongiorno, signorina Guerra! — A voz dela de sono o fez imaginar ela
na cama. Será que usa baby-doll? Ou melhor, dorme nua?
— Buongiorno, signore Vulcano! No que posso ser útil?
— A signorina está atrasada!
— São quatro e meia da manhã!
— Lo so!
— Não estou entendendo!
—Se apresse, não tenho a manhã toda para brincadeiras! Estou aqui na
frente de onde a signorina reside, tenho um cliente logo as seis da manhã! E a
signorina vai con me!
— Eu?
— Si! Andiamo!
Ela desligou o telefone e tomou uma ducha rápida, se maquiou de forma
mais simples e nem teve tempo de trançar os cabelos, prendeu-os num rabo de
cavalo alto e colocou um vestido floral rosa com um salto de dois dedos de
altura rosa vinil. Pegou sua bolsa de mão, passou um batom rosa choque mate e
saiu correndo.
— Ciao dona Martina!
— Leve um caffė bambina!
Giovana voltou e pegou um enorme copo de papel de café. Ela saiu e viu
Giuliano encostado na porta do carro, estava respondendo uns e-mails no celular
e estava vestido de azul aquele dia. Ela estava com a cara meio inchada de sono
ainda, ele levantou o rosto e levantou uma sobrancelha. Abriu a porta do carro
para ela e deu a volta.
— Ah caffè! Grazie!
— E quem disse que é pra você? O caffè é meu!
— Egoísta!
— Egocêntrico! O mundo não gira ao seu redor!
— Mas o seu gira! — Disse ele sardônico colocando o cinto. — Dá logo
esse café aqui, você ainda tem que colocar o cinto!
— Não me enche, você já me acordou sabendo que vai me pagar horas
extras! Me deixe tomar meu café, dirige aí e vamos logo!
Ela bebeu um gole do café e ele tirou o copo da mão dela, ele de
propósito bebeu no mesmo lugar que ela. Cretino! Giovana colocou o cinto e o
endereço no gps, fechou a janela e ligou o som.
Giuliano colocou o copo no compartimento, ligou o carro e saíram pelas
ruas de Reggio Calábria.
— Onde vamos?
— Olha na agenda, sua desinformada!
— Dormiu comigo hoje? — A boca dela foi mais rápida que o cérebro.
— Não! E também quem iria querer uma megera boca dura do lado?
— Não vou te mandar o puta que o pariu porque você é meu chefe! E eu
não estou afim de perder meu emprego!
— Que bom que sabe! Essa caralha de terno está me incomodando! Acho
que tem uma etiqueta me fazendo cócegas!
— Quando pararmos no farol você tira o terno, eu vou pegar uma tesoura
aqui pra tirar a etiqueta.
— O que você não tem nessa bolsa?
— Uma pistola!
— Graças a Dio!
Eles foram no farol e Giuliano tirou o paletó.
— Melhor irmos em algum lugar pra eu tirar essa etiqueta.
— Quando chegarmos lá, antes de entrarmos você tira!
— Está bem!
— Curta a paisagem!
Eles estavam indo para Sicília. Iriam pegar a barca e encontrar o cliente
lá. Eles pararam no farol e Giuliano começou a coçar as costas.
— Inferno de etiqueta!
— Estaciona esse carro!
— O que?
— Estaciona esse carro!
Giuliano estacionou e Giovana tirou o cinto, pegou a tesoura e viu
Giuliano afrouxar o no da gravata.
— Abre a camisa.
Ele o fez, ela pegou uma caixinha de costura, linha e agulha e então
olhou o peitoral dele e ficou sem graça, ele puxou a etiqueta e Giovana viu que a
pele dele estava irritada. Ela cortou a costura da etiqueta e isso abriu a camisa,
ela tirou a etiqueta e começou a costurar dois dedos mais baixos de onde havia
aberto a costura. O cheiro e calor dele estavam deixando-a inebriada. Ela deu
uma picada no dedo.
— Ai!
— Se machucou?
— Não! Só foi uma picada.
— Está sangrando!
Ela colocou o local ferido na boca e olhou para Giuliano. Ela vou fogo
no olhar dele ou estava vendo demais? Ela terminou de costurar rapidamente.
Ele a imaginou na cama agora chupando o seu pau. "Mandona Mia!", ela
tinha muito fogo, ele não queria se distrair com ela, mas sentiria logo a falta de
uma mulher quente em sua cama.
— Pronto, signore Vulcano!
— Grazie!
— Melhor?
— Sim! Grazie!
— De nada!
Ele a viu colocar o cinto de segurança e guardar suas coisas, ele abotoou
a camisa e tentou se arrumar o melhor que pôde, colocou o cinto e ligou o carro,
estavam um pouco atrasados.
Giovana viu a paisagem mudando e foi tirando foto de tudo. Olhava uma
parte da Calábria com curiosidade, enquanto isso Giuliano se focava na estrada,
mas observava com um meio sorriso a curiosidade de sua secretária, o sol nasceu
e ela colocou seu óculos escuros, Giuliano fez o mesmo. A viu tirando selfie.
— Giovana!
— Sim!
Era a primeira vez que chamava uma secretária pelo nome, ela gostou de
ouvir seu nome na voz dele. Aquele sotaque italiano maravilhoso a deixava
oriçada!
— Me chame de Giuliano a partir de hoje!
— Sim, signore Vulcano! Digo, Giuliano!
O telefone de Giovana tocou.
— Giovana! Oi Lisa! Não, hoje iremos visitar um cliente de última hora
então ficarei fora o dia todo. Certo! Desvia o ramal pra mim, por favor! Sim,
deixe na geladeira por favor se chegar que quando voltarmos eu passo aí no
escritório e pego. Tenho que preparar algumas coisas ainda. Está bem, querida!
Grazie! Faz um favor pra mim? Coloca meu note na bolsa, per favore! Já me
ajuda muito! Pede pro pessoal mandar e-mail, mas eu vou colocar o alerta pra
deixar você e a Sabrina de backup. Vou ligar agora pra ela, inclusive! Ottimo!
Grazie! Ciao!
Giovana ligou para Sabrina e falaram rapidamente. Giuliano apenas
observava. Meia hora depois, Giuliano parou o carro no acostamento.
— O que foi?
— Nada! Quero te mostrar una cosa!
— O que?
— Venha!
— Onde estamos?
— Villa San Giovanni.
— É lindo! — Ela nunca vira um mar tão azul. Estava de boca aberta!
Ela tirou várias fotos e ficou boba com as casas em contraste com o azul do mar.
Giuliano a observava. Ele esperou-a explorar a paisagem e depois
voltaram para o carro. Pegaram a navegação para chegar à Sicília. Encontraram
com o cliente dentro da navegação, Giovana percebeu que o carro de Giuliano se
destacava, não pela cor, mas pela imponência. Ela sabia que ele tinha muito
dinheiro, mas não imaginava quanto fosse, e nem fazia questão para falar a
verdade.
Eles se sentaram e começaram a conversar em italiano. Giovana se
atentou a conversa e anotou tudo pelo celular. Aquele cliente além de renovar o
contrato também decidira deixar seus dados nas mãos da empresa, eram
especialistas em vinho e o vinho Vulcano era muito bem cotado nas lojas
espalhadas pela Itália.
Eles passaram a manhã e à tarde na Sicília. Na hora do almoço, foram
para um restaurante que tinha um deque e comiam observando o mar.
Aquela salada com camarão era uma delícia, mas não era tão boa quanto
da dona Martina. Giovana espetou o camarão rosa e apreciou.
— A salada da senhora da pensão é mil vezes melhor. — Disse Giuliano.
— Você acha, signore? Não está bom? — Perguntou o maître do
restaurante. — Eu mando fazer outra.
— Não! Não estou dizendo que é ruim, disse apenas que a da dona da
pensão é melhor. A de vocês é boa, mas comida caseira é melhor.
— Entendo, signore Vulcano! Scusami!
— Giovana!
— Sim, signore Vulcano!
— Giuliano. — Ele corrigiu.
— Giuliano!
— Será que a senhora da pensão não faria o favor de fazer aquela insalata
de novo?
— Posso perguntar.
— Per favore.
Giovana ligou para dona Martina que adorou a ideia dizendo para
jantarem lá, e que ele não deveria esperar muito porquê era um lugar simples.
Giuliano gostou da ideia e disse a ela que quando voltassem passariam primeiro
no escritório e depois lá. Dona Martina concordou.
Quando estavam na metade do caminho de volta Giuliano perguntou:
— Gostou da Sicília?
— Sim, tão bonita quanto a Calábria.
— Você ainda não conheceu meu vinhedo.
— Verdade?
— Sì! Mas amanhã você vai descobrir. Vai ver as videiras agora no
outono como estão bellas.
Já era mais de oito da noite quando chegaram no escritório, Giovana
pegou seu notebook, algumas pastas, avisou Giuliano que pegaria a degustação
na geladeira e que ia pegar um chocolate na descompressão, passou na cozinha e
pegou a enorme cesta de degustação do buffet, deixou tudo na sua mesa, e foi
para a porta de vidro, foi para a descompressão pegar chocolate na máquina de
café entrou no elevador estava mexendo no celular respondendo e-mails, os
andares estavam praticamente escuros, entrou quando ouviu o barulho, nem
estava atenta a nada. Estava descendo quando o elevador parou no décimo andar,
as luzes se apagaram, o elevador parou entre o décimo e o décimo primeiro
andar.
— Maravilha! — Ela disse. — Putz e agora?
Ela olhou para o celular e estava quase sem bateria, e pra ajudar sem
sinal.
De repente sentiu alguém a abraçando por trás.
— Ah!
A pessoa colocou a mão em sua boca.
— Shiii! Está tudo bem! Relaxe!
Aquela voz sensual não era estranha, parou de pensar quando ele a beijou
no pescoço. Ela fechou os olhos. Por que estava confiando tanto? E se ele a
estuprasse? Com aquelas mãos massageando os seus seios e aquela boca sensual
dominando seu pescoço, seria muito difícil de acreditar! Estava há tanto tempo
sem sexo que viria bem a calhar. Tomara que ele a comesse bem gostoso!
Ela conhecia aquele cheiro, aquele calor, sentiu a pressão do peitoral dele
de ferro, sentiu o pau dele duro fazendo pressão contra sua bunda. De onde
conhecia aquele cheiro e calor? Para de pensar, Giovana!
"Céus! Será que é o??? Ah não! É muita loucura! Não pode ser! Mas e
se for?", sua mente se calou quando ele a virou e a beijou com um calor de
derreter até uma geleira do continente Antártida. Ela num instinto o abraçou, o
estranho a pegou no colo e ela entrelaçou as pernas no corpo musculoso e quente
dele. A língua dele invadia e dominava a boca dela, ele tinha gosto de vinho.
O seu cérebro gritava para ela dar um basta, mas quando ele passou a
mão nas suas pernas indo em direção a sua boceta o cérebro calou-se e virou
geleia. Seu coração estava a mil.
Giovana sentiu que estava mais do que molhada. E então ele colocou a
mão na sua calcinha e deu um sorriso enquanto a beijava. Ela estava tão
molhada! Ele a desceu um pouco mais para que ela sentiu a dureza do seu pau e
quando ela sentiu seu coração deu outro salto e seu clitóris latejava
gostosamente.
Era sua segunda semana ali e ela estava beijando um estranho num
elevador escuro e quebrado. Loucura! Mas era a loucura mais gostosa que já
havia acontecido com ela.
Ele começou a brincar com o clitóris dela e não deixou um segundo de
beija-la. Ele sentia-a vibrar e então ele colocou o dedo dentro da boceta dela,
estava quente e latejante do jeito que ele queria. Céus! Aquele filho da puta ia
fazê-la gozar logo.
Ela deu um gemido abafado e quando ele colocou o dedo na boceta dela
sentiu-a pronta! Ele abriu o zíper da calça e colocou a mão dela dentro da cueca
dele. Ela não reclamou e pegou no grande e grosso pau dele e começou a trilhar
a mão naquela pedreira batendo uma punheta bem gostosa para ele. O ouviu dar
um suspiro longo e profundo.
Delicia! Ele era do jeito que ela gostava, grande e grosso, os italianos
eram bons amantes, disso sabia porque Matt era italiano e ele vivia comendo
uma secretária amiga dela.
Ela queria chupar aquele pau, mas ele não deixaria, ela ainda estava com
as pernas cruzadas no corpo dele, ele tirou com delicadeza a mão dela do pau
dele.
— Posso? — Ele perguntou.
— Sì! — Ela disse sem fôlego.
Ele a penetrou com gosto. Ela era tão apertada! Sentiu-a
maravilhosamente quente e molhada. Ela o abraçou e ele a beijou e meteu nela
com gosto e fundo. Giovana estava ficando louca! Ela estava adorando aquela
foda dentro de um elevador quebrado e com um desconhecido.
Ele metia tão gostoso e tão fundo na boceta dela, ele abriu a camisete e
baixou o sutiã dela, ele, literalmente, mamou naqueles seios fartos e duros
enquanto metia vigorosamente nela, ela o abraçou e ele a beijou com fogo e
paixão. Ele a desceu e a virou de costas, levantou uma perna dela e apoiou no
corrimão do elevador e meteu com tudo, puxou os cabelos dela trazendo seu
pescoço para perto dele, ele com a outra mão manipulava o clitóris latejante dela
que estava o dobro do tamanho já. Ah como ela era quente e gostosa!
Ele sentiu-a apertar sua boceta sobre seu pau, ela parecia tragá-lo para
dentro dela, isso o encorajou a penetrá-la mais fundo, sentiu que batia na parede
do útero e então a trouxe mais para perto dele. Ele mexia gostoso no clitóris
dela. E então ele ouvia-a sussurrar:
— Eu vou gozar!
Ele a virou para si e levantou a perna dela, meteu dentro dela com vigor e
abraçou-a, dominá-la era uma delícia!
— Ah que metida gostosa! Me come com gosto!
Ele sorriu e a beijou. Ela cravou as unhas nas costas dele e o arranhou.
Ele deu um gemido alto. Ela o abraçou no pescoço e ele levantou sua perna,
Giovana esticou a perna e descansou-a no peito dele para dar mais espaço para
ele meter mais fundo dentro dela, e ele assim o fez e a abraçou. Ela estava de
salto então não precisava se esforçar muito para ficar na altura que ele precisava.
Ele sentiu o grito preso dentro da garganta de Giovana quando ela gozou
sobre o pau dele, ela se escondeu no peito dele, ele continuou investindo dentro
dela e sentiu o gozo dela no pau dele e então ele não se controlou e soltou um
som gutural que deixou Giovana deliciada. Ele gozou dentro dela intensamente.
Ele a soltou e ela estava de pernas bambas, ele colocou o pau dentro da cueca e
fechou seu zíper. O elevador de repente voltou a funcionar mas as luzes não
voltaram, ela viu apenas a enorme silhueta dele, o elevador subiu para o décimo
primeiro andar que estava todo escuro e abriu a porta, ela estava se segurando no
corrimão do elevador e estava tentando se recuperar quando a porta se abriu. Ela
o viu saindo com uma mão no bolso e a porta do elevador se fechou, Giovana
apertou o número quinze e o elevador subiu, ela arrumou-se rapidamente e
quando o elevador abriu a porta as luzes se acenderam e ela foi correndo pro
banheiro.
Quando se viu, estava vermelha e seus lábios inchados, cabelos
despenteados e a camisete torta. Sentou-se vaso sanitário e fez xixi, depois da
gozada maravilhosa que dera não era estranho encharcar o caro papel higiênico
da empresa. Ela ainda sentia o pau dele dentro dela.E então a ficha caiu: eles
transaram sem camisinha! Mas que transa gostosa, há muito tempo não tinha
uma foda tão gostosa como aquela.
— Caralho!
Giovana demorou horrores para sair do banheiro, ainda estava em
frangalhos, mas bem melhor e bem mais iluminada do que quando entrou.
— Meu Deus, o que meu chefe pensaria se soubesse que dois
funcionários dele transaram dentro do elevador? Céus, espero que o elevador não
tenha câmera, se tiverem que estejam desligadas ou quebradas!
Giovana bateu o crachá e entrou pela porta de vidro. Giuliano estava
sentado na sua poltrona olhando com ar sério para o notebook. Ela foi até sua
mesa e sentou-se, pegou a chave do armário de material de escritório e pegou
dois cadernos de anotações, uma pasta, dois plásticos de quatro furos, algumas
canetas, lápis, marca texto, papeis de anotações colantes, borrachas, apontadores,
um pen-drive em forma de chave.
— Giovana!
— Ah! — Giovana jogou tudo para o ar. Seu coração disparou. — Que
susto!
— Scusami! Deixa, eu te ajudar!
— Não precisa!
Eles se abaixaram juntos e pegaram as coisas que Giovana deixara cair, e
então quando ela pegou no caderno de anotações, ele pegou em sua mão e eles se
olharam. O olhar dele a deixou sem graça e ele rapidamente ajuda-a a se levantar
ainda segurando em sua mão.
— Obrigada! — Disse ela mais vermelha que tomate.
— De nada! Você está bem? Você demorou. — Ele parecia realmente
preocupado.
— Sim!
— Você não costuma se assustar! Está distraída!
— Não foi nada! O que deseja?
— O deguste do buffet.
— Ah sim! — Ela pegou a enorme cesta e deu para ele. — Aqui está!
— Venha! Vamos comer essas guloseimas aqui!
— Eu?
— Sì! C'è un problema?
— Não! Nenhum! É que dona Martina deve estar esperando.
— Verdade! Vamos fazer assim, nós vamos para lá, você leva as coisas
que tem pra levar e eu levo os notebooks.
— Tudo bem! Eu vou arrumar as coisas aqui, então.
— Sì! Quando estiver pronta, fammi sapere, per favore!
— Sì!
Giuliano voltou para sua sala e continuou a ler seus e-mails enquanto
Giovana arrumava as coisas rapidamente. Giovana se lembrou de que não pedira
a Mary para fazer as malas de Giuliano, ligou rapidamente para a governanta.
— Mary, buona sera!
— Buona sera, signorina!
— Scusami o horário,mas amanhã Giuliano vai para Abruzzo e Toscana.
— Está bem! Para quantos dias?
— Quatro!
— Tudo bem, quando ele chegar aqui as malas estarão prontas.
— Grazie! Salvou minha vida!
— Fique tranquila! Buona sera.
— Buona sera!
Giovana pegou suas anotações e deu um longo suspiro, ele a observou e
viu que ela baixou a cabeça cansada. Era interessante observar as caras e bocas
que ela fazia, mas como dissera a si mesmo, distração não era a opção no
momento.
Meia hora depois estavam saindo do estacionamento da Vulcano.
Giovana colocou o cinto, precisava relaxar, queria fumar um cigarro. Não ia
pedir para fumar porquê achava deselegante fumar perto de um homem, ainda
mais o seu chefe.
Quando chegaram na pensão já era quase dez da noite, Giuliano trazia as
bolsas de notebook e a enorme cesta de deguste.
— Dona Martina!
— Ah finalmente chegou bambina! — Dona Martina chegou secando as
mãos num pano de prato. — Estava preocupada com vocês! Ainda bem que não
temperei a ensalata.
— Scusami, dona Martina, foi culpa minha. — Disse ele dando a mão
para a senhora rechonchuda, que apertou e sorriu.
— Buona sera, signore Vulcano.
— Buona sera, signora Martina.
— Smettiamo di parlare e mangiamo!
— Buona idea!Vamos parar de falar e vamos comer! — Disse Giuliano
sorrindo para dona Martina.
Giovana nunca o viu sorrindo, aquele sorriso lindo deveria ser proibido
em praça pública! Cretino!
Dona Martina os levou para o jardim atrás da casa e ali estava uma mesa
de cantina, Giuliano colocou os notebooks em cima da mesa junto com a cesta
de deguste, havia dois pratos de porcelana, alguns cachos de uva e maçãs bem
vermelhas, talheres e duas taças de vinho, um ambiente bem intimista. Giovana
bateu com a mão na testa! Iria matar dona Martina!
— C'è un problema? — Perguntou Giuliano.
— Não! Mas acho que dona Martina quis arrumar uma espécie de
encontro entre você e eu, achando que jantar aqui era mais intimista e... — ela
deu um suspiro resignado. — deixa pra lá!
Giuliano riu antes o constrangimento da secretária. Mas ele a entendia,
dona Martina de boba só tinha a cara!
— Fique in pace!
— Scusami, Giuliano!
— Não tem que pedir desculpas, fique tranquila!
Giuliano e Giovana jantaram e dona Martina os deixou sossegados,
Giuliano foi no carro e pegou uma caixa de madeira antiga e levou para dentro
da pensão e pegou Giovana distraída, estava olhando o computador, mas não
estava atenta, estava longe, muito longe, estava com a mão no queixo, os dedos
alisavam o belo queixo da brasileira de origem italiana.
— Giovana! — Ele colocou a mão no ombro dela, ela o olhou ainda
distraída. — Giovana!
— Sim, Giuliano!
— Você está bem? Está nas nuvens hoje!
— Estou sim! Não se preocupe! Vamos degustar o buffet?
— Vamos! Eu trouxe o vinho sete três que te falei.
— Vamos ver se combina! Vou pegar duas taças limpas.
— Não precisa! — Disse ele mostrando duas taças lindas de cristal,
desde que começara a trabalhar na Vulcano resolvera aprender mais sobre vinho,
e estava, praticamente, comendo as informações da internet e enchia dona
Martina de perguntas. Ela lhe deu um meio sorriso. — Esse vinho é um Prugnolo
Gentile feito com uvas sangiovese, e você pode comer com queijo Gruyère,
Fontina, Apeenzeller e Hoch Ybrig.
— A nossa noite vai ser longa, então!
— Não vai não, estamos cansados e temos poucas horas de sono, mas eu
vou te ensinando aos poucos, não se preocupe. Apenas experimente e deixe as
notas das frutas te surpreender.
Capítulo 6

As três e meia da manhã Giovana acordou, estava muito ansiosa. Iria
passar quatro dias fora, nunca fizera uma viagem assim, estava acompanhando
seu chefe em dois vinhedos dele. Giuliano chegaria logo para irem para o
aeroporto. Tomou um banho rápido e terminou de arrumar as malas. Colocou
uma calça social marrom, camisete branca e uma cacharréu verde musgo,
colocou brincos e gargantilhas verdes, resolveu deixar os cachos soltos e pegou
duas mechas da têmpora enrolando-as e prendendo numa liga preta atrás da
cabeça, maquiou-se e desceu para tomar um rápido café.
— Boungiorno, dona Martina!
— Buongiorno, bambina! Vai sair avoada de novo?
— Sim! Só preciso de uma boa xícara de café. Eu volto domenica sera, tá
bom?
— Sì, bambina!
Dona Martina estava colocando café me dois copos de papel quando
ouviram uma batida na porta. Dona Martina deu os copos para Giovana terminar
de colocar o café e foi abrira porta.
— Buongiorno, signore Vulcano.
— Buongiorno, signora Martina.
— Mia bambina já está vindo, está colocando caffè para o signore! Ela
me disse que vocês quase brigaram pelo caffè.
— Verdade, singora Martina. Il tuo caffè è multo buono.
— Grazie!
Giovana chegou trazendo dois copos de café e uma cara de sono. Ele
estava charmoso, de calça social azul escura, blusa social branca, gravata azul
escuro e uma blusa fina de lã azul escuro, os sapatos italianos pretos bem
engraxados quadrados, os cabelos estavam meio bagunçados, ela deu um meio
sorriso. Ele era de tirar o fôlego, isso não podia negar.
— Buongiorno, Giuliano!
— Buongiorno, Giovana!
Aquela voz de sono dela era impagável. Ela estendeu o café para
Giuliano que disse:
— Leve os caffè que eu levo suas bolsas.
— Está bem! A bolsa de notebook está ali, junto com as pastas e a minha
mala.
— Madona mia, por que vocês, donne, gostam de levar tantas coisas?
— Eu não sei! O que eu sei é que como secretária, eu devo estar a
duzentos passos a sua frente, então eu tenho que pensar em tudo o que você não
pensaria, e isso requer uma bolsa e mala de viagem enorme.
Giuliano olhou pensativo para ela e disse por fim:
— Argumento aceito!
De repente um homem do tamanho de Giuliano chegou na porta:
— Signore Vulcano, algo de errado?
— Não, Jake! Deixa-me te apresentar, Jake essa é Giovana minha nova
secretária e a signora Martina, dona da pensão onde Giovana reside.
— Piacere! — Disse ele acenando coma cabeça.
— Piacere! — As duas disseram.
— Jake, me ajuda com essas coisas, per favore!
— Sì!
Giuliano seguiu para o carro com Jake e Giovana atrás que se despediu
de dona Martina.
— Giudizio, ragazza!
— Sì. — Giuliano abriu a porta para Giovana entrar, dona Martina
percebeu que ele a olhava diferente, e sorriu. Ele fechou a porta do lado dela e
deu a volta rapidamente, ele entrou no carro, e colocou o cinto, ela lhe estendeu
o café e ele deu um longo gole. Ligou o carro e saíram pelas ruas da Calabria em
direção ao aeroporto.
— Durma um pouco Giovana! Fomos dormir tarde, então descanse!
Preciso de você inteira! — Disse ele com duplo sentido.
— Depois de tomar café você acha mesmo que eu vou dormir?
— Não!
— Então por que me tortura?
— É divertido!
— Empiastro! — Ela resmungou sorrindo.
— Você vai conhecer mio nono e mia nona.
— Verdade?
— Sì! Mia nona vai te alugar até Maria chegar da lenha! Ela amava a
minha mãe, e quando souber que você também é brasileira, aí se prepare para
ouvi-la e todas as suas histórias, mas eu vou tentar te salvar.
— Está bem!
— Eu disse tentar! Não significa que eu vá conseguir.
— Madonna mia!
Giuliano sorriu. Giovana olhou para o retrovisor direito do carro e viu o
carro preto de Jake ir para a direita, e olhou para o lado de Giuliano e mais um
carro ultrapassava e ficava a frente do carro de Giuliano.
O carro de Jake tomou a dianteira e Giovana viu que mais um carro
estava atrás deles.
— Fique tranquila. São meus seguranças!
— Entendo!
— Eu sofri um atentado uma vez, então contratei seguranças.
— Está certo!
Giuliano não falara para ela que colocara seguranças discretamente atrás
dela, ela sabia de muita coisa dele e saberia de mais ainda, então não podia se
arriscar em nada! Quem tivesse a Giovana nas mãos teria acesso à toda sua vida,
contas bancárias e tudo o mais, ela era uma peça fundamental para o bom
funcionamento da empresa, e em menos de um mês ela era parte dele como um
braço, ou um fígado, era essencial. Chegaram ao aeroporto rapidamente, as
estradas estavam vazias pelo horário.
— Julian, boungiorno.
— Buongiorno, signore Vulcano.
— Essa é a Giovana!
— Finalmente a conheci, signorina Guerra!
— Como você está, Capitão Julian?
— Bem, me chame de Julian, per favore.
— Tudo bem.
— Julian, as malas estão sendo trazidas. Podemos entrar? A Rebeca já
chegou?
Giovana estranhou, nunca ouvira falar dela. Será que seria sua
namorada?
— Sim, signore Vulcano. Podem entrar sim.
Giovana percebera que o jato que Giuliano utilizava na verdade era um
boing.
— Vamos! — Giuliano pegou no quadril de Giovana discretamente. Eles
subiram no avião e Giovana viu o luxo do avião e ficou de olhos arregalados.
— Bem vindos! — Disse uma linda moça.
— Olá, Rebeca!
— Bom dia, signore Vulcano.
— Bom dia. O Bartolo está na cabine?
— Sì, signore.
— Giovana, sente-se fique à vontade, eu vou falar com o co-piloto.
Qualquer coisa que precisar, chame pela Rebeca, a comissária de bordo.
— Tudo bem.
— Venha, signorina, sente-se aqui!
Os seguranças entraram e Jake trouxe as malas dos notebooks.
— Obrigada, Jake.
Ele apenas acenou e foi para trás, ficaram numa parte separada de
Giovana e Giuliano. Giovana abriu a mala e retirou o notebook, estava olhando
alguns e-mails e estava preparando os cardápios para o coquetel. Ela e Giuliano
resolveram pedir quase tudo do cardápio, pois tudo combinava com o vinho.
Giuliano saiu rindo da cabine e Rebeca fechou a porta, Giovana colocou
o cinto de segurança, e Rebeca puxou a mesinha que saia do braço da poltrona e
fez o mesmo para Giuliano.
— Grazie, Rebeca. — Disse Giovana.
— De nada, signorina. — Disse a sorridente comissária.
Giuliano observou a secretária voltar a seriedade, ele pegou o telefone e
fez uma ligação.
— Ciao, nona! Prepara le cose che saranno lì in poche ore. Sì! Ti piacerà,
ti piacerà, pagherò il triplo, fuori dagli straordinari. È eccellente!
Giovana sabia que ele falava dela, dizia que a avó iria gostar dela, que ele
estava pagando o triplo, que ela era excelente. Também disse para preparar as
coisas que estariam lá em algumas horas.
Ele desligou o telefone depois de dar uma risada gostosa, ela sorriu
discretamente, nunca o tinha visto assim, sorrindo, ele era sisudo quando estava
na Vulcano. Por que ele estava abrindo as portas da sua intimidade? Não era pelo
trabalho, em menos de um mês ele confiara suas casas, contas, negócios, agenda,
tudo o que ele era e representava, para ela. Nem seus antigos CEO's fizeram isso.
Giuliano simplesmente dera carta branca para ela. Giovana olhou pela
janela e viu que ainda não tinham decolado.
— Giovana, feche a mesinha e o notebook, vamos decolar já!-Disse
Giuliano suavemente.
— Sim!
Giuliano observou sua secretária olhar pela janela da aeronave, ele estava
sentado de frente a ela, pegou o celular que estava em modo vôo e silencioso,
tirou uma foto dela, estava tão bonita. Mesmo o céu ainda estando tão escuro, ela
resplandecia sobre a escuridão.
"O que você está fazendo, Giuliano? Está se interessando pela sua
secretária?" Inferno!
Ele fechou a cara, ficou emburrado como uma criança, Giovana percebeu
a movimentação dele e o olhou.
— Algum problema, Giuliano?
— Não, Giovana!
— Então por que fechou a cara?
— Não é nada!
— Tudo bem! Não vou insistir! — Ela disse amavelmente.
"Céus! Será que tem algum problema comigo? E se ele descobriu que eu
transei no elevador da empresa com um desconhecido? No mínimo ele vai me
escorraçar e me mandar embora por justa causa! Tô fodida!"
— Gostaria de tomar café da manhã, Giovana? — Perguntou
ele fazendo-a sair dos seus pensamentos.
— Sì, per favore!
Giuliano apertou o botão e Rebeca veio até ele.
— Cosa può essere utile, signore Vulcano?
— Traga-nos o café da manhã, per favore, e leve para os seguranças
também.
— Sì!
— Grazie!
— De nada!
Poucos minutos depois, Rebeca empurra um carrinho enorme, com
garrafas de café e leite, água quente para chá, frutas, pães, bolos, um café da
manhã completo.
— Não é igual ao da signora Martina, mas dá para o gasto.— Disse
Giuliano sorrindo para Giovana.
"Deveriam prendê-lo e chicoteá-lo em praça pública por ter esse sorriso
tão lindo! Cretino!"
Giuliano levantou-se primeiro e deu uma bela visão da bunda dele.
"— Jesus, apaga a luz! Que bunda gostosa é essa? Vontade de apertar!
— Disse a diabinha na cabeça de Giovana.
— Ora, comporte-se! — Disse a anjinha.
— Como eu vou me comportar com aquela delícia ali? Olha para
aquilo!
— Você tem razão! Que delícia!
— Calem-se!” — Pensou Giovana.
— Giovana, estou te chamando! Você está bem?
— Ah sim, estou! Desculpe! Estava longe agora. — "Sim, bem na bunda
dele!"
— Venha tomar café!
Ele deu um prato de sobremesa para ela, quando se sentaram para comer
Giuliano perguntou:
— Você atualizou minha agenda?
— Sim, ontem à noite, antes de você ir embora!
— Aqui não atualizou!
— Impossível, Giuliano!
— Está me chamando de mentiroso?
— Não! Jamais! Eu mostrei para você!
— Então, olhe aqui!
Giuliano virou o notebook para Giovana que viu que realmente a agenda
dele não estava arrumada.
— Impossível! — Giovana abriu seu notebook e entrou na agenda dele,
que ela havia arrumado, estava uma baderna. — Giuliano,você viu! Eu arrumei!
— Você salvou?
— Sim!
Giuliano fechou a cara, ela sabia que ele ia brigar com ela.
— Giovana, o que aconteceu? Você é tão organizada!
— Giuliano, você viu a agenda ontem! Eu arrumei conforme me pediu!
Como ela foi mudar assim do nada?
— É isso o que eu quero saber! Você deu o meu acesso para alguém?
— Claro que não!
— Giovana! — Giuliano estava uma fera, seus olhos faiscavam.
— Giuliano, pelo amor de Dio! Eu jamais quebraria a confiança que
depositou em mim!Eu conheço e sei muito bem qual é o meu lugar!
— Giovana, você não deixou essas informações por aí?
— Eu não acredito nisso, signore Vulcano! Como pode pensar tão mal de
mim? Acha que sou o que? — Ela se levantou brava, ele fez o mesmo. — Eu sou
profissional, fiz faculdade e pós-graduação! O signore deve estar brincando
comigo, só pode!
— Preste bem atenção, signorina Guerra! Eu não preciso mentir e muito
menos estragar o trabalho de ninguém, se é isso o que a signorina está pensando!
— Conforme ele ia falando se aproximava dela, ela dava passos para trás, e ele
continuava a avançar. — A signorina deveria ter ajustado a agenda antes de eu
ver, era isso o que deveria ter feito! E não ficar me chamando de mentiroso!
— Mas, Giuliano, eu olhei ontem a noite!
— Olhou hoje de manhã?
— Não! Você sabe! Eu estava com você!
— Mas estava sentada até agora! Estava fazendo o que?
— Respondendo o e-mail do buffet com o menu do coquetel, mandei e-
mail para o vinhedo de Toscana pedindo dois barris da safra sete três conforme
planejamos. Eu falei com o pessoal do marketing e pedi para fazerem as
cotações das lembrancinhas do coquetel, eu ia te mostrar para que tivesse sua
aprovação quando me perguntou da sua agenda.
Ele a havia encurralado na aeronave, ele estava com os dois braços
apoiados próximos à cabeça dela. Ele tinha o cheiro tão bom! Ele era tão grande,
o tamanho dele a constrangia, o cheiro dele a inebriava, os olhos castanhos
estavam verdes pela raiva, sua expressão era dura, os olhos trovejavam.
Ela estava acuada, bem onde ele queria, ela era linda, os olhos azuis de
coelho assustado o deixavam doido, queria puxar aqueles cachos negros e se
perder dentro dela. A atração deles era palpável!
— Isso não é desculpa! — Ele olhava para os lábios dela, que estavam
abertos.
Quando ele a beijaria? Ela estava louca para agarrar aquele homenzarrão
e beijá-lo.
— Arrume agora a minha agenda!
Ele ainda a impedia de sair, ele não queria quebrar aquilo, aquela
atmosfera de sedução, ainda não!
— Sim, Giuliano! — Ela murmurou, passou por debaixo do braço dele e
sentou-se. Ela estava com medo e raiva reprimida, ele sentia isso, ela estava em
puro fogo! Não era indiferente a ele, e nem ele a ela.
Ele foi para o banheiro e lavou o rosto, ficou um tempinho por lá, se
olhando no espelho e pensando no que faria. Quando voltou, Giovana não estava
no assento.
— Rebeca!
— Sì, signore Vulcano!
— Onde está a signorina Guerra?
— Está com o Jake!
— Fazendo o que?
— Verificando a segurança e tudo o mais nos vinhedos, já que o signore
sofreu o atentado, ela falou também com o capitão Julian sobre o diesel da
aeronave e se ia precisar de mecânicos aeronautas quando chegarmos em
Abruzzo e na Toscana.
— E o que mais?
— Ela ligou para a signora Vulcano!
— Para que? — Ele olhou para a aeromoça estranhando.
— Para avisar que precisam de quartos para todos nós, signore, e pediu a
signora Vulcano que, per favore, mostrasse a adega e a produção de vinho para
ela.
— Mais alguma coisa?
— No, signore!
Giovana voltou rindo com Jake atrás, quando viu Giuliano fechou a cara
e sentou-se na frente dele, enquanto isso Jake foi para a cabine falar com Julian.
— Alguma novidade? — Perguntou Giuliano.
— Não!— Ela foi seca. — Já arrumei a agenda! Veja se está de acordo!
Ele abriu sua agenda e os compromissos estavam arrumados conforme
estivera antes dele mexer na agenda. Ele queria um motivo para brigar com ela e
mandá-la embora. Ela era uma distração e perdição para ele, a queria em sua
cama, gritando de prazer enquanto ele metia-se dentro dela,bem fundo, e para
isso ela não podia trabalhar para ele.
— Está ótimo!
A verdade é que ele não tinha motivo palpável para mandá-la embora.
Ela sabia o que ele estava pensando só de olhar, podia ver que se comunicavam
pelos olhos. Inferno! Ele sabia que ela era excelente no que fazia e que tinha
muito orgulho disso. Giuliano admirava o trabalho dela, ela estava sempre a
frente dele cinco passos a frente, ele era a mil por hora e ela acompanhava seu
ritmo com maestria, como se nascera para aquilo. Na verdade nascera, ela estava
ali o atendendo e o surpreendendo a cada pequeno detalhe que passava
despercebido por ele.
O cliente que eles encontraram na balsa para Sicília a elogiara, dissera
que o trabalho dela era muito bom, que ela se preocupara com cada detalhe, que
ela era muito competente, não estranhara quando ele disse que roubaria sua
secretária para trabalhar com ele, Giuliano tinha que se cuidar, pois ele disse que
faria uma proposta indecente para ela, pagaria o dobro que a Vulcano pagava.
Matt tinha razão, o que eles pagavam para ela não era o justo devido a sua
competência. Sempre soubera que as secretárias brasileiras, assim como as
comissárias, eram as melhores do mundo, mas Giovana era além do esperado.
"Você estava certo,seu filho da puta! Em três meses iremos aumentar o
salário da Giovana, o dobro do que ela ganha!", Giuliano mandou um e-mail
para Matt.
"Eu te avisei!", Matt respondeu. Giuliano já estava até vendo a cara de
deboche de Matt.
"Cale a boca pra eu gostar de você, seu trouxa!"
"Sua irmã não reclama, aquela gostosa!"
Giuliano sorriu e rapidamente mandou um e-mail para André Ferretti
solicitando que no quarto mês dobrasse o salário de Giovana. Ele jogou a
conversa fora, pois sabia que Giovana tinha acesso aos seus e-mails, não que ela
fosse curiosa, mas melhor prevenir do que remediar. Ela não precisava saber de
nada.

— Madonna mia! Finalmente chegaram!
— Ciao nona!
— Ciao! Ciao!
A nona não parecia tão interessada no neto. Giuliano a viu ir de encontro
a Giovana.
— Você deve ser a Giovana Guerra!
— Sì!
— Isabella Vulcano, a nona de Giuliano.
— Molto piacere, signora Vulcano!
— Me chame de nona, ragazza!
— No, signora Vulcano.
— Me chame de nona! — Ela insistiu.
— Está bem! Nona! — Giovana deu um sorriso lindo para Isabella, uma
matrona de um metro e meio de cabelos negros tingidos e olhos azuis. — Mio
nipote fala muito de você.
— Ah é? — Ela olhou para ele, seus olhos azuis faiscavam de raiva e ele
coçou a cabeça sem graça.
— Ora nona, não é verdade!
— É vero sì, ragazza! Venha ragazza, vamos acomodar você!
— Nona e eu?
— Você se vira!
— Nona!
— Você é grande como tuo pai, então sabe muito bem se virar! A ragazza
não conhece nada por aqui! Vamos, mia bambina.
Dona Isabella cumprimentou a todos os funcionários que vieram com
eles e puxou Giovana.
— Roberto Vulcano, venha receber tuo nipote! — Gritou a matriarca. Ela
olhou para Giovana e completou. — Venha ragazza, vou te colocar no mesmo
quarto onde coloquei mia Ana quando mio Geovane a trouxe aqui antes de se
casarem.
Giuliano estava sem palavras, sua avó só fora cordial e amorosa com sua
mãe, ela jamais fora tão aberta com alguém depois que seus pais faleceram.
— Grazie, nona!
— Isabella, quem é essa bella ragazza?
Uma versão mais velha de Giuliano perguntou.
— Giovana Guerra, secretária de nostro nipote!
— Bella ragazza, bella Giovana.
— Molto piacere, signore Vulcano!
— Molto piacere, bella Giovana!
— Grazie. — Disse ela sem graça.
— Isabella, leve a ragazza para o quarto de nostra Ana!
— Sì, marito!
Roberto abraçou o neto.
— E a viagem?
— Foi bem, nono! — Giuliano não tirava os olhos da secretária, estavam
um pouco longe da enorme casa, e ele viu a avó conversando animadamente com
Giovana. Isso não passou despercebido pelo avô.
— Quer um lenço?
— Para que?
— Giuliano!
— O que, nono?
— Sou vecchio, mas non sono un idiota!
— Ora, nono, eu não disse que era velho e nem idiota!
— Não precisa dizer. Você olha para ela como tuo papa olhava para tua
mama!
— Não gosto dela! Ela é inadequada!
— E você um libertino! Ela é perfeita! Você quem tem que se adequar a
ela e não o contrário, idiota! Ela vai te colocar nas rédeas e montar nas suas
costas! Vai ser lindo vê-lo beijando o chão que ela pisa! — Disse dom Roberto
dando as costas pro neto. — E se revirar os olhos para mim novamente e pelas
minhas costas, te dou uma surra, ainda é meu nipote!
— Como sabe?
— Io ti conosco!
Giovana viu uma enorme piscina e a nona disse:
— Sabe nadar, ragazza?
— Sì, nona!
— Ottimo! A noite se quiser pode nadar à vontade!
— Não, nona! Eu não trouxe roupa de banho e estou aqui a trabalho e
não a diversão! O que o Giuliano vai falar?
— Nada! Ele não tem que falar nada! Ele não te trouxe aqui só pra
trabalhar! Vocês vão ficar aqui hoje e amanhã e depois vão pra outro vinhedo, lá
também tem uma piscina enorme, até parece que o Giuliano não vai cair na
piscina! Ah tá bom!
— Eu prefiro assim, nona!
— Veremos!
A matrona conduziu Giovana para um lindo quarto, que era enorme por
sinal, lá tinha um closet é um lindo banheiro em marmore rosa, o quarto era
decorado em pérola, branco e o chão no mesmo mármore rosa que do banheiro.
A cama queen estava cheia de travesseiros com capas rosa e branco perolados.
Definitivamente era um quarto de menina. Giovana sorriu.
— Que lindo quarto, nona!
— Arrumei-o para você, ragazza mia!
— Grazie! Não precisava!
— Precisava sim! Giuliano falou muito de você, e falou muito bem! Você
é especial para ele.
— Eu?
— Sì! Ele te tem em alta consta. Ele confia em você, sabe! Ele te deu
tudo o que era dele, a chave das casas, acesso às contas dele, a vida dele, tudo o
que é dele e se refere a ele.
— É que eu sou boa no que faço!
— Independente disso! Ele não o fez porque você é boa ou não, ele viu
algo em você!
— Em mim?
— Sì! Mas o que é eu não sei, mas imagino! Você é amiga do ragazzo
Matt?
— Sim! Trabalhamos juntos no Brasil!
— Ah você é brasileira?
— Sì, nona!
— Mais um excelente motivo pra eu ter você aqui. Mia Ana também era
brasileira. Mio Geovane era apaixonado por ela! Louco de pedra pela pequena
brasileira. Linda mia ragazza Ana! Saudades dela! Ela era a alegria da casa e do
mio ragazzo. Eles me deram essa encrenca que se chama Giuliano. — As duas
sorriram com cumplicidade.
Capítulo 7

Naquela noite, Giuliano conversou com os trabalhadores e apresentou
Giovana a eles. Eles andaram pelas videiras e Giovana aprendeu mais sobre as
uvas e as combinações de comida que completavam o saboroso vinho Vulcano.
Eles se sentaram na mesa de cantina comiam salada caprese, queijos,
pães e tomando vinho. O vento do outono arrepiou a pele de Giovana que não
estava acostumada com o clima temperado.
Giuliano tirou o casaco e colocou sobre os ombros dela, nona Isabella
apenas observou de canto de olhos enquanto falava com o marido.
— Não precisa, Giuliano!
— Você ainda não está acostumada com o clima italiano, se não se cuidar
vai pegar uma gripe. Você não me serve doente!
Ela revirou os olhos.
— De nada!
— Não pedi nada a você então não vou te agradecer por nada!
— Como quiser! — Ele comeu um pedaço de pão e tomou o vinho. Ele
virou de lado e começou a conversar com um trabalhador, ignorou-a
completamente.
O cheiro dele a assaltou! Por que ele era tão cheiroso, Madonna Mia?
Conhecia aquele cheiro, mas de onde?
— Com licença, eu vou me retirar! Buona sera!
— Buona sera! — Disseram os avós e Giuliano.
Giovana foi para seu quarto, enquanto enchia a banheira, tirava a roupa e
colocava o roupão macio que a nona lhe dera. Iriam para a Toscana na próxima
noite, a nona disse que ia preparar uma bela lasanha para eles e uma salada de
camarão para acompanhar, um suco de limão siciliano e panacotta de limão
siciliano. Giovana pedira a nona a receita, ela amava panacotta.
— Eu te mando pelo mio Giuliano, tudo bem?
— Claro, nona! Grazie!
— De nada!
Giovana não tinha família, fora criada num orfanato e conseguira uma
bolsa de estudos e de pós-graduação pela universidade. Não usava isso como
vitimismo e sim como um degrau para chegar onde queria. Ela entrou na
banheira se deliciou com aquela água quente. Ligou a hidromassagem que
começou a fazer espuma que logo a cobriu. Aquele sabonete era tão gostoso!
— Giovana!
— Ah pelo amor de Deus, eu não posso nem tomar banho em paz,
Giuliano Vulcano!
— Precisamos conversar!— Ele estava de pé com as mãos no bolso
dentro do banheiro dela.
— Eu estou tomando banho! Não dava pra esperar até amanhã, não? Pelo
amor de Dio! O que você quer?
— Amanhã iremos a fabricação de vinho bem cedo! Então se prepare
para estar de pé as seis e meia em ponto!
— Está certo! Era isso que queria me dizer?
— No! Um cliente virá pra fechar negócio, você trouxe alguma coisa do
marketing?
— No! Podemos engarrafar um vinho Bordeaux numa garrafa de
trezentos e setenta e cinco e dar de lembrança numa caixa de madeira, ou mesmo
com um laço vermelho.
— Asì no!
— Giuliano, de verdade?
— O que?
— Vai lamber sabão, vai, e me deixa tomar banho em paz, per favore!
Quero descansar! Amanhã pensamos em alguma coisa!
— Amanhã, não! Hoje!
— Se me deixar tomar banho eu penso em alguma coisa! Inferno!
— Herege!
— Vai perturbar outro vai! Ciao, signore Vulcano!
Ela acenou mandando-o embora do quarto. Ele saiu ainda com as mãos
no bolso. Se ela visse o volume que estava em sua calça iria chamá-lo de
pervertido, a culpa era dele, só de vê-la na banheira imaginou-a metendo com ele
embaixo do banho. Por que ele fora lá? Precisava vê-la e saber se estava bem
acomodada, mesmo sabendo que sua nona a adorara desde que a vira e cuidara
de tudo para ela com todo zelo. Inferno!
Pena que a espuma estava cobrindo o corpo daquela filha da puta!
Melhor assim, senão não teria como explicar àquela gostosa porque pulara na
banheira de roupa e tudo e ela jamais aceitaria um caso com o seu chefe!
— A não ser que a comprometa, então terá que me servir na cama
também! — Ele disse aos seus botões entrando no seu quarto, que ficava ao lado
do dela, ele colocou a sunga e pegou sua toalha, um mergulho na piscina fria
faria com que seu pau se aquietasse junto com a porra da libido dele que fazia
com que seu cérebro pensasse em mil e uma pornografias com aquela gostosa
que chamava de secretária. — Essa filha da puta tá mais pra secretina! Eu vou
comer gostoso essa boceta brasileira! Ah se vou, ou não me chamo Giuliano
Vicenzo Vulcano! Caralho, ainda estou de pau duro! Acho que vou bater uma
punheta pensando nela e a imaginando chupando meu pau!
Giovana estava com um blusão e um shorts quando desceu para a
cozinha para pegar água, estava pensando num presente para dar aos clientes.
Não tinha muito o que fazer, ou era o vinho envasado ou uma caixa de uvas.
— Inferno!
Ela bebia a água mas andava de um lado para o outro.
— Por que ele me inventa agora isso? Por que não me disse que colocara
um cliente na lista? Não posso ser injusta, e se apareceu de última hora? Não o
vi falando com mais ninguém, pode ser que seja um cliente local. Enfim, melhor
parar de conjecturas, vou acordar mais cedo e pensar em algo.
— Acordada, Giovana?
— Que susto, Giuliano!
— Perdoname! Eu estava na piscina e vi que estava na cozinha.
Ele estava somente de sunga e chinelo, a toalha em volta do pescoço, as
gotas de água corriam pelo seu corpo. Ela queria ser essa gota de água e correr
pelo corpo quente dele todinho.
"— Giovana, você está louca? Ele é o seu chefe!
— Muito tarde pra isso, não acha? Essa idiota sabe que a atração deles
é questão de tempo para virar o Etna na cama!
— Inferno! Não consigo nem controlar meus pensamentos?"
— Eu estava aqui pensando no que poderíamos dar ao cliente. Pensei no
vinho envasado, numa caixa de uvas da Vinha Vulcano, ou mesmo uma caixa de
vinho com uvas e acompanhamentos que combinem.
— Boa ideia! Vai juntar o útil ao agradável.
— Sim! Pena que não temos abridores, não é?
— Acho que a nona tem! Sempre mando muita coisa pra cá. Amanhã
cedo vemos isso, então! Vá descansar, Gio! Você trabalhou e aprendeu muito
hoje, seu descanso é merecido!
— Olha, ele está sendo cavalheiro! Estou ferrada amanhã, né?!
— Por que?
— Essa sua falsa educação me assusta e me dá um alerta pavoroso!
Ele riu.
— Buona sera, Gio!
— Buona sera, Giu!
Ele não achou ruim ela lhe chamar de Giu, mas por que com Rafaela ele
não gostara? Ela lhe sorriu e subiu. Céus! Estava ficando de pau duro de novo! A
filha da puta estava com um shortinho que desenhava o contorno daquela bunda
enorme! Estava sem sutiã, ele viu que os bicos dos seios dela estavam
arrepiados.
— Vou te comer gostoso, sua filha da puta! Você vai gritar meu nome
quando eu te fazer gozar! Você vai me chupar com gosto, te prometo isto, cara
mia! — Disse ele baixinho observando-a subir as escadas rebolando aquele
bundão.
Giovana chegou no quarto e fechou correndo a porta, encostou-se de
costas na porta e respeitou fundo. Ela queria pular nele! Caralho!
Sua boceta estava molhada, com certeza aquela noite seria uma porcaria
para dormir.
— Porra de clitóris que não para de latejar! Se ele colocasse a mão eu
gozaria com certeza! Caralho! Ele é meu chefe, porra!
Aquela noite para dormir foi um pega, Giovana dormiu três horas. Estava
um caco! Trabalhar com Giuliano era desgastante, mas escolhera aquilo, não
deveria reclamar, mesmo aquele filho da puta sendo um tremendo de um filho da
puta com ela.
Ela se arrumou e se maquiou e desceu, a nona estava colocando o café da
manhã na mesa, seu Roberto estava sentado a mesa e sorriu quando viu Giovana.
— Buongiorno, nona e seu Roberto.
— Buongiorno, bella Giovana.— Disse ele sorrindo.
— Buongiorno, ragazza. — Disse a nona sorrindo e colocando a leiteira
na mesa. — Sente-se ragazza.
— Sì!
Giovana sentou-se e a nona colocou um copo de água para ela beber e
depois o encheu com suco de abacaxi com hortelã.
— Como sabe, nona, que adoro suco de abacaxi com hortelã?
— Giuliano. — Disse ela com simplicidade.
— Entendi.
Ela serviu-se de café com leite e começou a comer uma fatia de pão
quando Giuliano chegou a mesa.
— Buongiorno, famiglia!
— Buongiorno! — Eles disseram.
Ele sentou-se de frente para Giovana e a olhou com intensidade:
— Não vai me dar buongiorno , Giovana?
— Não sou da sua família.
— Mas está dentro dela!
— Buongiorno, signore Giuliano Vicenzo Vulcano.
Ela não esperou resposta é saiu da mesa indo em direção a porta.
— Idiota!
— Au, nona! Precisa me dar um tapa na cabeça?
— Não aprendeu nada com seu pai?
— O que?
— Por que não a comprimentou direito?
— Mas eu falei!
— Mas ela não entendeu assim! Cretino! Vai lá falar com a ragazza
agora!
— Nona!
— Agora, ragazzo! Essa não foi a educação que te demos. Diga ao seu
nipote, Roberto!
Roberto apontou para onde Giovana tinha saído, Giuliano baixou a
cabeça vencido e foi atrás da secretária. Ainda ouviu:
— Queremos tomar caffè em paz, ragazzo! Traga-a para cá agora!
Ele levantou os braços se confirmando. Ele perguntou a um dos
empregados se vira a secretária e ninguém a havia visto. Onde ela estaria?
Ele foi em direção às videiras e ouviu alguém cantando. Ele conhecia a
música, mas na versão em inglês. Era uma música de dor de cotovelo, mas a voz
era tão bonita que ele não interrompeu.
"Se eu soubesse que ia ser assim, tudo por nada.E confesso que eu
acreditei em meias verdades.Você nunca me disse te amo, mas também não disse
que não."
Ela parou de cantar quando o viu.
— Per favore, continue. Sua voz é tão bonita.
Ela não respondeu.
— Perdonami por ser tão rude com você, Gio! Eu só ainda não estou
acostumado com você.
Ela não se deu o trabalho de responder. As mãos dela seguravam um
pequeno ramo de flores. Ela cheirou o pequeno ramo e sorriu.
— Será a última a dar frutos, mas serão apetitosos e vistosos, darão um
excelente vinho se for colhido no tempo certo. Não acha, Giuliano?
— Sim! Tenho certeza.
— Eu também!
Ela sorriu para o ramo e disse:
— Sejam as melhores que puderem ser! Eu acredito em vocês!
Ela deixou Giuliano ali pensando e voltou para tomar o café como se
nada tivesse acontecido. Ele achou que ela ia torcer o pescoço dele, mas não, ela
apenas o ignorou e fingiu que nada aconteceu. Por que?
Por que ela fazia questão de ignora-lo quando ele era rude com ela? Ou
mesmo não se irritar quando ele a irritava? Será que ela entendera que a
provocação no avião era porquê ele a queria na cama dele?
— Eu jamais conseguirei entendê-la!

Depois do café da manhã, Giuliano e Giovana arrumaram as caixas de
presente que dariam para o cliente e seu pessoal, a nona pegou uma caixa de
abridores de garrafa e uma fita branca com o logo da Vinha Vulcano.
— Que fita linda, nona!
— Mia Ana quem mandou fazer! Amo essa fita!
— Se tiver mais no marketing, eu peço para a signora!
— Grazie!
Terminaram as caixas e colocaram alguns cartões de visita, blocos de
nota em formato do cacho de uva da Vulcano e uma caneta de pena com o logo
da empresa, Giovana fechou as caixas e usou as fitas como enfeite. Giuliano
entrou e viu a secretária distraída conversando com sua avó, ela tinha um sorriso
tão bonito.
— Ah que bom que está aqui, olhe Giuliano, o que acha? Aprova?
Ele estava com um cacho de uva nas mãos, ele tirou uma e a mordeu,
olhando para ela.
— Excelente! Podíamos fazer mais desses pra deixar na matriz.
— Estou te falando isso desde que começamos a falar do coquetel.
— Era isso que tinha em mente?
— Claro!
— E por que não me disse antes?
— Eu tentei, mas você me vetou logo no início!
— Desculpe! Eu não consegui visualizar. Você conversou com o pessoal
do buffet?
— Sim! Decoração branco, vinho e dourado, rosas colombianas, cachos
de uvas e videiras e tudo o mais que pediu.
— Ótimo! Vamos?
— Sì!
Giuliano pegou as caixas e deu um beijo na testa de sua nona enquanto
Giovana pegava as pastas e sua bolsa.
— Até breve! Não me atrasem pro almoço!
— Sì, nona! — Os dois disseram ao mesmo tempo e se olharam
surpresos. Giuliano revirou os olhos divertidos e Giovana fingiu-se de brava.
Giuliano abriu a porta do carro e esperou Giovana entrar no Jeep
marrom, ele lhe entregou as caixas e fechou a porta. Ela o viu dar a volta e entrar
no carro, o sol começou a nascer.
— Estamos atrasados, Giovana!
— Não estamos, Giuliano! O cliente ainda não chegou!
— Como sabe?
— Eu adiantei seu relógio em meia hora!
— Garota esperta!
— Sempre! Você tem mania de se atrasar então tomei essa atitude.
— Não é verdade!
— É e você sabe disso! Jamais discuta com sua secretária, eu sempre
tenho razão!
— Melhor concordar, vai que você faz da minha vida um inferno. Tenho
medo de você!
— Tenha mesmo!
Giuliano sorriu. Ele chegaram na fábrica rústica e Giuliano ajudou-a a
descer, pegou as caixas de presente e entraram, Giovana viu o trabalhadores
amassando com os pés as frutas, além da produção de máquina, que eram apenas
para envase do vinho para fermentação.
— Uau!
— Lindo não é? Só modernizamos os envases, mas o restante é tudo feito
por esforço humano.
— É maravilhoso!
— Buongiorno, signore Vulcano! — Os empregados lhe sorriam.
— Buongiorno! — Ele se virou para o chefe de seção. — Pietro prepare
um para Giovana que ela irá pisar nas uvas hoje.
— Sì, signore Vulcano!
— Giuliano, per favore, eu nunca fiz isso!
— Vai fazer! Quer aprender, não é?
— Sì!
— Então...
— Dio!
Giovana esterilizou os pés conforme as normas de qualidade e
procedimentos da empresa e Giuliano pegou-a no colo e a colocou dentro da
enorme tina cheia de uvas roxas.
— Pode começar! Eu te seguro! — Disse Pietro.
Giovana começou a pisar nas frutas e Pietro segurava a sua mão, até que
ela achou um ponto de equilíbrio e ficou mais fácil. De repente ela sentiu alguém
segurando sua cintura, ela virou o rosto e viu Giuliano dentro da tina com ela, as
pernas da calça social dobrada até o joelho e ele sorria para ela. Ele ficou de
frente para ela e segurou-lhe as mãos. Ela sorria e olhava para as frutas onde
pisavam. Ela olhou para ele e riu, e nenhum momento desviou o olhar, os
empregados colocavam mais e mais uvas.
Ele amava o sorriso e a risada dela, eram contagiantes, ele sabia que ia se
perder se realmente a comprometesse, mas já que estava ali, não iria voltar atrás.
— Madonna Mia, Giuliano! — O riso fez a magia entre eles terminar.
Era o cliente.
— Buongiorno, Giacomo!
— Buongiorno!
— Esta é minha secretária, Giovana Guerra!
— Piacere!
— Piacere!
— Vamos, Giovana! Vamos deixar os profissionais terminarem.
Um dos empregados veio até eles e os ajudou a limpar e desinfetar o pé,
Giuliano se ajoelhou e ajudou Giovana a colocar a sandália depois de ter
colocados suas meias e sapatos e ter desdobrado sua calça. Giacomo sorria, eram
amigos de infância e sabia como Giuliano gostava de amassar as uvas.
— Giacomo!
— Giuliano!
Os dois se abraçaram fraternalmente, Giacomo abraçou Giovana de
supetão.
— Solte minha secretária, seu canastrão! — Disse Giuliano brincando.
— Ciumento ele, não? — Disse Giacomo dando um grande sorriso para
Giovana.
— Um cliente já me perguntou qual o salário dela que ele iria fazer uma
contra proposta para ela trabalhar com ele. Então, per favore, não me faça o
mesmo! Essa mulher tem a minha vida nas mãos dela! Se ela for embora, eu não
serei nada.
— Não é verdade, Giuliano! Você sabe bem que não funciona assim.
Você só é previsível!
— Não disse! — Giuliano olhou para Giacomo.
— Então ela é melhor do que eu esperava! — Disse Giacomo sorrindo e
virou-se para Giovana. —Eu pago o triplo, Giovana! Ele é muito chato e mal-
humorado!
— E como, signore Gurgel. E como! Só Dio e eu sabemos como ele é
chato e mal-humorado!
— Ei, eu ainda estou aqui sabia?!
— Negociamos depois, bella Giovana! — Disse Giacomo sorrindo para
Giovana provocando Giuliano.
— Sì! Longe dos olhos de lombriga do meu chefe!
Giacomo riu a deu um tapa nas costas de Giuliano.
— Mamma mia! Que humor excelente dela! Acho que vou mesmo
roubá-la de você!
— Eu corto seu saco fora! Não usa essa porcaria aí para nada mesmo!
— Sua irmã não reclama, pelo contrário, ela me fala que a como gostoso!
— Respeita minha secretária, seu idiota!
— Desculpe, Giovana!
Giacomo riu dos olhos azuis arregalados de Giovana.
— Vamos logo fazer negócios, seu palhaço!
— Nossa, como é direto!
— Giacomo, daqui estou indo para o outro vinhedo!
— Sem pressa!
Giovana pegou seu notebook e começou a digitar o contrato conforme
eles combinavam as cláusulas.
— Signore Gurgel, na segunda-feira eu te mando o arquivo certinho e o
signore aprova ou não, tudo bem?
— Confio no seu trabalho, querida! Me chame de Giacomo,per favore.
Giovana sorriu, não disse nem que sim e nem que não.
— Giacomo, leve uma caixa dessas para sua mãe. Ela adora meus
vinhos.
— Ela é uma velha puxa-saco, isso sim!
— Não fale dela assim!
Giovana trouxe duas caixas de lembrança para Giacomo.
— Leve uma para sua secretária também, sr. Gurgel. Todas gostamos de
ser lembradas. Na caixa dela tem meu cartão de visitas, eu mandarei o e-mail
com cópia para ela, tudo bem?
— Claro!
— Quando secretárias se juntam só Dio sabe o que elas podem fazer com
nossas vidas! — Disse Giuliano provocando Giovana.
— Não reclame! Se não eu aceito a proposta do sr. Gurgel além de
destrambelhar sua vida!
— Mais ainda?
— Posso fazer bem pior!
— No! Grazie!
— De nada!
Giacomo sabia que o amigo estava interessado nela somente pelo jeito de
olhar para ela. Ele estava sorrindo.
— Não sabia que ainda sabia rir, Giuliano Vicenzo Vulcano!
— Ci vorrà nel tuo ano!
— Giuliano! — Disse Giovana de boca aberta, pois ele mandara o amigo
e cliente ir tomar no cu.
Giacomo riu ainda mais.
— Para de me provocar, Giacomo, figglio de puttana!
— Giuliano Vulcano!
— Deixe-o Giovana! Você achou que ia passar despercebido por mim,
amico? Não pode esconder nada de mim!
— Eu sei! Não quero falar disso!
— Eu vou sair para que vocês fiquem à vontade se xingando! Dio Mio!
Giovana deu as costas e pegou as caixas que trouxeram.
— Giovana, fique! — Giuliano levantou-se e a segurou pelo pulso.
— Não! Eu tenho que ajeitar as coisas antes de partirmos para Toscana.
Scusami!
Giovana não esperou resposta, apenas se desvencilhou da mão quente e
grande dele e seguiu seu caminho até o carro. Guardou as coisas e acendeu um
cigarro. Enquanto isso, dentro do escritório da fábrica, Giacomo conversava com
Giuliano, que estava observando a produção de vinho.
— Vamos, Giuliano! Não pode ser tão ruim assim!
— Mas é! Ela é minha secretária! Eu vou matar aquele Il figlio di puttana
di Matt!
— Ele não fez nada para você! Quem fez foi você mesmo!
— Como assim?
— Somos nós quem decidimos nos apaixonar, homem!
— Eu escolhi não me apaixonar por ninguém, e aqui estou eu numa
tremenda enrascada!
— Aí que você se engana!
— Você está louco, Giacomo? Quem em sã consciência escolhe se
apaixonar por alguém, inferno?
— Todos nós! Não me diga que quando a viu pela primeira vez não a
achou bonita?
— Claro que achei! Não sou cego e nem burro!
— Aí está sua resposta! E ela é a pessoa tão certa para você que você está
até irritado e desnorteado!
— Inferno de mulher! Que caralho, Giacomo! — Giuliano deu um berro.
O amigo que sabia que Giuliano não estava bravo com ele e nem gritando,
estava bravo consigo mesmo. Caíra na rede dela, mas ela não caíra na sua, por
enquanto.
— O que pretende fazer?
— Comprometer essa filha da puta!
— Como?
Giuliano deu uma risada maligna para Giacomo e pegou o celular,
mostrou ao amigo:
— Con quello!
Giacomo deu um assobio.
Capítulo 8

— Sei un bastardo, Giuliano!
— Eu sei que sou um bastardo! Eu jogo para ganhar, e sempre ganho!
— Por isso sou seu amigo! Porque ser um figlio di puttana é a sua cara
mesmo!
— Grazie!

— E quando pretende fazer isso?

— Logo!

Giuliano sorriu para o amigo, ele parecia o capeta sorrindo. Giacomo


sabia que ela o perturbava e adorava ver a briga silenciosa dele. Ela não queria
ser dominada e estava lutando contra isso, Giuliano adorava domar uma potra
nova, mas aquela era um desafio mental para ele.
Os olhos dela escondiam tudo o que pensava, e Giuliano queria morrer
com aquilo.
— Irei colocá-la numa situação periclitante e então a terei na minha cama
assim. — Disse Giuliano estralando os dedos.
— Já disse, quero morrer seu amigo!

— Não fique no meu caminho e nem queira roubar minha secretária para
você!
— Tá certo!

Giuliano e Giacomo foram até o carro de Giuliano e se despediram,


Giuliano viu a secretária fumando.
— Se soubesse que fumava não a teria contratado!

— Se eu soubesse que você era um chato arrogante, não teria aceito o


emprego!
— Pode se demitir se quiser!

— Me mande embora você!

Ele parou para pensar e disse:


— Melhor não, você tem acesso a minha vida inteira, vai que você dá a
louca e acaba com minha vida?!
— Eu não preciso fazer muito esforço para isso, hein!

— Verdade! Saímos assim que terminar de fumar.

— Obrigada! Você é muito educado!

— Você também! — Disse ele sorrindo como um moleque que vai


aprontar com a secretária. De repente só ouviram um estralo.
— Giuliano Vicenzo Vulcano! Eu vou te matar! Como trocou meu cigarro
por cigarros explosivos?
— Quando você foi trocar de óculos eu vi seu cigarro, aí eu resolvi fazer
uma pegadinha de boas-vindas para você, era para ter sido há mais tempo, mas
você pouco fuma. Mas não perdeu a graça!
— Idiota!

Giuliano dava uma risada tão gostosa que Giovana não resistiu, riu com
ele.
— Pro seu azar eu tenho outro maço comigo! Babaca!

— Putz! Que mancada!

— E eu vou fumar dentro do carro!

— Não vai não!

— Vou sim!

Giovana entrou no carro e Giuliano deu a volta rapidamente para impedi-


la de acender mais um cigarro, mas ela foi mais rápida, ela riu ante a visão dele
frustrado pois ela havia fechado o carro por dentro.
— Ah, porcaria, vou ficar fedendo!

— Vai a merda, Giuliano! Pra aturar você eu preciso fumar uns setenta
cigarros por dia pra ver se eu me acalmo!
— Ah, nem vem vai! Eu sou um chefe bacana!

— Bacana mesmo, bacana de dar um chute!


Ele ligou o carro rindo.
— Sei la segretaria più abusata che abbia mai avuto!
— Eu sei que sou abusada, mas sou a única que sabe o que você pensa!
— Verità!
— Então, me valorize!
— E quem disse que eu não valorizo? — Ele olhou profundamente
naqueles olhos azuis. Ela ficou sem graça. — Você é única secretária que trouxe
para conhecer minhas propriedades.
— Por que?
— Porque as anteriores não queriam aprender sobre o negócio, acham
que é só me atender e acabou, e não é assim! Tem que saber do que falo, tem que
querer aprender, saber como começou a Vulcano, como você vai falar de sua
empresa se não sabe o que ela comercializa.
— Entendi!
— Eu gosto quando as pessoas mostram interesse em aprender. Matt me
disse que você faz questão de conhecer todos os funcionários.
— Sim! Preciso conhecer, afinal de contas, as áreas se conversam então
fica mais fácil saber com quem falar quando precisar de algo, ou se alguém
precisar de mim, já me conhece.
— Inteligente de sua parte! Por isso quero te ensinar mais sobre a
Vulcano na parte de vinho, porque a parte de TI você já conhece bem.
— Sim!
— Melhor irmos para casa, se não a nona vai achar que eu te sequestrei.
Giovana riu.
— Será que posso ver as videiras?
— Claro! Mas depois de voltarmos para casa.
— Tudo bem!
Eles rapidamente chegaram até a enorme casa, nona Isabella já estava na
porta com seu marido.
— Ah, finalmente!
— Vamos ver as videiras, nona! De lá iremos almoçar e depois levantar
voo.
— Sì! Já liguei para Toscana e estão esperando por vocês.
— E os meninos da segurança, nona? — Perguntou Giovana.
— Está tudo pronto conforme a sua previsão, ragazza!
— Ótimo! Fico aliviada! Grazie, nona!
— De nada!
— Vocês duas vão ficar mesmo nessa rasgação de seda?
— Vá a merda, Giuliano Vulcano! — Disse a nona brava.
Giuliano riu.

Giuliano observava sua curiosa secretária olhar admirada as videiras, estava


tudo tão colorido, ele pegou o celular e tirou uma foto da bela secretária sem que
ela percebesse, ele sabia que ela estava distraída e não prestaria atenção nele.
Pancho, um trabalhador de origem latina contava a ela mais sobre a
enorme vinícola, como Geovane Vulcano transformara e plantara junto com
Roberto, seu pai, as videiras. Giovana olhava tudo do alto e via da esquerda para
a direita as videiras, uma parte em floração, onde as abelhas estavam em
polvorosa fazendo a polinização, outra parte com os frutos ainda verde, e a
última parte com uvas sendo colhidas. O vinhedo mais parecia uma città, porquê
realmente parecia uma cidade de tantas pessoas que trabalhavam ali, estava
linda.
—Você precisa ver isso aqui na primavera, Giovana. É lindo! Quem sabe
no próximo ano! — Disse Giuliano.
Giovana pegou o celular e tirou várias fotos. Estavam amando tudo
aquilo e Giuliano estava orgulhoso por alguém ainda olhar os pequenos detalhes
que ele tanto amava. Aquilo era a sua vida, o vinho era o que o mantinha vivo,
porque ele não tinha mais seus pais, por mais que tivesse seus avós, não era a
mesma coisa.
— É muito bonito, Giuliano! Obrigada por dividir isso comigo! — Disse
ela sem tirar os olhos da plantação. Ela admirava, parecia beber todo o
conhecimento adquirido. Ela, finalmente, se virou para ele, e ele viu os belos
olhos azuis brilharem como estrelas.
— Eu quem agradeço!
— Pelo que?
— Por entender como é importante isso para mim. Por me ajudar, mesmo
eu sendo tão difícil. Grazie!
Ela sorriu.
— Giuliano! Giovana! Vieni a mangiare! — Nona Isabella bateu um
sino, os trabalhadores pararam tudo o que estavam fazendo e foram se lavar para
almoçar.
— Venha, Gio! Hoje o almoço vai ser daquele jeito!
— Que jeito?
— Mesa cheia! E se deixar a nona vai mandar uma marmita do tamanho
de um trem de carga pra gente levar.
— Adoro!
— Não dá moral pra ela, per favore.
— Por que?
— Só porque ela te adora! Ela vê minha mãe em você!
— Em mim? Por que?
— Você é brasileira. Minha mãe também era. Eu não lembro muito dela,
mas meus avós a amavam como uma filha.
— Sorte a dela. Eu nem pais tenho.
— Como assim?
— Fui criada numa instituição de menores. Quando completei dezesseis
anos eu comecei a trabalhar, aos dezoito consegui uma bolsa de estudo em
secretariado e depois trabalhando consegui na mesma universidade que estudei
uma bolsa de pós-graduação. Eu morei em república, e depois fui morar numa
quitinete. Minha vida nunca foi fácil, Giuliano. Eu nunca tive ninguém por mim.
Então, dei minhas cabeçadas e aprendi da maneira mais difícil, não porque eu
queria, mas porque não tive pais para me orientar. Então, eu sou sozinha no
mundo, e foi esse mundo que me deu oportunidades, e eu abracei todas que
podia.
— Onde você conheceu o Matt?
— Numa empresa de TI onde ele veio trabalhar um ano conosco, num
projeto grande, eu tinha acabado de ser promovida para secretária do CEO
porquê ele gostou de mim e do meu trabalho. Eu tinha um relacionamento, mas
acho que só eu quem estava no relacionamento.
— Por que?
— Porque ele me traiu! Peguei ele na cama com uma colega minha de
trabalho. Já tinha dois anos que ele tinham o caso e eu nada desconfiava. - Um
nó se formou na garganta dela. — O filho da puta levantou a mão pra mim, me
bateu tanto que eu perdi o bebê.
— Madonna Mia!
— Então quando terminei com ele, depois de passar um final de semana
no hospital, eu resolvi que iria viver somente para mim, e que quem quisesse
entrar na minha vida teria que provar pra mim que era tão bom a ponto de não
querer nada de mim. Hoje, quem quiser estar comigo, tem que provar, não por
palavras, porquê palavras o vento leva, mas por atitudes.
— Está certa!
Enquanto conversavam, Giuliano entendeu a sombra que pairava no
olhar dela diminuir. Ela sorriu e disse:
— Quem chegar por último, paga o almoço do outro por um mês! —
Giovana empurrou Giuliano e saiu correndo de salto alto.
— Trapaceira!
A risada dela era gostosa! Ela não estava correndo em direção a casa, e
sim para as videiras, ele resolveu segui-la. Ela corria e ria e isso dava a ele
combustível para tentar pegá-la. Nada passava-se pela sua cabeça, apenas
alcança-la. Era sua presa, não podia negar que os dois tinham uma atração muito
forte.
Ele a viu correr pelas videiras, como ela podia ser tão rápida com aqueles
saltos enormes? Ele apenas a observou e achou o padrão dela, ela corria em
diagonal, sabia onde ela iria, então cortou caminho, ela corria como uma lebre,
ela olhou para trás para ver se ele a alcançava, até que bateu em muralha feita de
carne e osso, ela ia cair mas dois braços a cercaram e ela se viu olhando para
aqueles olhos castanho claro que estavam verdes pela claridade.
— Você me deve um mês de almoço, signorina Guerra! E eu vou fazer
questão de cobrar!
Ela estava esbaforida, não pela corrida, mas pelo jeito que ele a prendi
em seus braços. Ele era tão alto, seu perfume a inebriava, o maxilar dele se
contraiu, como se ele fizesse força para resistir a ela. Ela respirou fundo, suas
mãos estavam apoiadas no peito dele, seus seios subiam e desciam e
enfrentavam o peito de ferro dele. O vento forte os assaltou, eles se encaravam,
ele não queria soltá-la e ela não queria sair dos braços dele.
De repente, ouviram um sino tocando e uma voz gritando-os.
— É melhor irmos, antes que a nona arranque nossos cabelos! — Disse
Giuliano com a voz baixa e rouca.
— S-sim!
Eles ainda se encaravam, Giuliano ainda a abraçava apertado. Seu olhar
era firme e sua expressão era dura, imaginou como seria aquele um metro e
noventa na cama.
"Giovana, pare com isso!"
Eles subiram até a casa em silêncio, Giuliano estava com as mangas da
blusa dobradas até metade do antebraço, o relógio simples era do seu pai e ele
fazia questão de usá-lo. Isabella viu a tensão dos dois e apenas observou. Algo
acontecera, ela não precisava adivinhar era só olhar para a cara deles, a mesa
estava cheia, eles chegaram juntos, Giovana estava mais vermelha que um
tomate e com os olhos brilhantes, Giuliano estava sisudo e com os punhos
fechados. Isabella estava colocando uma enorme travessa de vidro com
macarronada enquanto Roberto servia a todos com vinho.
— Finalmente os dois vieram almoçar, madonna mia!
— Desculpe, nona, eu me perdi nas videiras! — Disse Giovana sem
graça. — Eu sou apaixonada pelo cheiro das uvas e das flores, então ficou meio
difícil pra onde ir.
— E onde estava Giuliano que não te ajudou?
— Tentando descobrir onde eu estava, ele estava no telefone com um
cliente quando percebeu que eu já estava longe! — Ela não estava olhando para
a nona, apenas respondia baixo. Sentiu a tensão de Giuliano ao seu lado.
— E como sabe que ele estava com um cliente no telefone?
— A agenda dele.
Isabella sabia que era mentira, mas fingiu acreditar.
— Vamos! Mangia, ti fa stare bene!
— Sì, nona!
— Não vai falar nada, Giuliano?
— Ela já te respondeu, nona!
— Isabella, pare de espezinhar os ragazzos, per favore!
— Ele tem que cuidar dela, Roberto!
— Deixe que ele faça isso! Ela não é a Ana!
Isabella olhou para Roberto querendo matá-lo.
— Stai zitto, Roberto!
Giuliano serviu Giovana, estava sisudo, odiava ser supostamente pego
numa travessura, quase a beijou nas videiras, graças a Dio onde estavam era bem
coberto.
Roberto estendeu uma taça de vinho para Giovana.
— Grazie, nono!
— De nada, ragazza!
Giovana ficou em silêncio o almoço inteiro, estava tentando entender o
que estava acontecendo. Já Giuliano estava muito falante para o gosto dela, mas
sabia que era o modo dele de pensar nas coisas, ou não pensar.
Ele a olhou e disse discretamente:
— Quero falar com você a sós quando chegarmos na Toscana.
Ele não esperou que ela respondesse saiu da mesa e levou os pratos, foi
até uma videira, pegou dois cachos de uvas montepulcianas, Giovana tinha
experimentado e adorara aquele tipo de uva.
Giuliano trouxe os dois cachos lavados e colocou entre ele e Giovana.
Isabella apenas observava com um sorriso discreto.
O voo até a Toscana tinha sido silencioso, Giuliano estava respondendo
aos e-mails e confirmando alguns compromissos enquanto Giovana entrava em
contato com o pessoal de Toscana avisando que logo mais estariam chegando
por lá.
A situação estava esquisita entre eles. Finalmente chegaram na Toscana.
— Ragazzo Giuliano! Que bom que veio!
— Olá, Adriana. Como estão as coisas por aqui?
— Boas, graças a Dio!
— Ótimo! Essa é Giovana Guerra, minha secretária.
— Piacere!
— Piacere, signorina!
— Adriana, per favore, precisamos descansar, acomode o pessoal, sì?
— Sì, ragazzo!
Giuliano entrou na enorme casa e foi afrouxando a gravata e tirando a
camisa, Giovana ficou com Adriana, mas logo ouviu Giuliano a chamando na
porta.
— Giovana!
— Sì!
— Você vem comigo!
— Mas tenho que ajudar Adriana.
— Ora!
Giovana olhou para Adriana que sorriu e disse:
— Vai lá, ragazza! O chefe te chama!
— Mas Adriana.
— O pessoal me ajuda. Grazie!
Giovana queria fugir da conversa com ele, sabia que seria uma conversa
que ela não ia gostar nenhum pouco.
— Inferno! — Disse baixinho.
Lá estava ele esperando-a na porta, apenas de calça social e descalço, de
braços cruzados. Por que aquele filho da puta tinha que ser tão gostoso? Que
caralho!
— Sim, Giuliano! No que posso ser útil?
— Venha!
— Sì!
Giuliano atravessou a enorme casa e foi em direção a um escritório cheio
de livros, a mesa de madeira escura era imponente que nem o dono, Giovana viu
que havia dois retratos na parede, um deles sabia que era Isabella e Roberto, e no
outro estava uma moça sorridente no dia de seu casamento com uma cópia de
Giuliano. Giuliano viu que Giovana olhava com admiração para as duas fotos. O
DNA deles era muito forte.
— Mio padre e mia madre. Geovane Vulcano e Ana Sales.
— Você não pode negar que é um Vulcano. Você e seu pai são a cópia
fiel de seu avô.
Giuliano riu. No meio das fotos estava a foto de Giuliano de terno e
gravata, logo acima da poltrona. Ele sentou-se e abriu seu notebook.
— Você recebeu o e-mail do buffet?
— Sim! Já recebi todas as confirmações e será na próxima sexta-feira,
conforme pediu. Já confirmei o local, inclusive as reservas do hotel.
— Quero que mude o local!
— Giuliano, como assim?
— Mude o local, mude tudo, menos o buffet!
— Eu não acredito, Giuliano!
— Acredite!
— Giuliano, você está tirando uma comigo, só pode!
— Não! Estou falando sério! — Ele segurava uma caneta e brincava com
ela por entre os dedos.
— E para onde devo mudar as coisas estão?
— Para Napoli! Mais precisamente para o Castelo Aragonese.
— O que? Como?
— Tenho um amigo que me deve muitos favores, vou te passar o contato
dele, ele irá ajeitar tudo para que o coquetel seja lá.
— Giuliano, lá é um ponto de turismo, como vai fazer para que vire um
coquetel?
— O Patrício vai cuidar disso. Mandei um e-mail para ele, ele irá
responder e quero que se apresente a ele e resolva tudo com ele, me copie nos e-
mails.
— Papai! Espero que o hotel tenha disponibilidade.
— Terá! Diga que é para Giuliano Vulcano e seus convidados.
Giovana pegou o telefone do hotel e ligou, enquanto mandava e-mail
para o buffet.
— Boa tarde, me chamo Giovana Guerra e sou secretária do signore
Giuliano Vicenzo Vulcano, per favore, gostaria de fazer uma reserva para ele e
seus convidados.
— Para qual data, signorina Guerra?
— Para a próxima sexta-feira, será apenas uma noite.
— Quantos convidados?
— Vinte. Preciso de vinte quartos, per favore.
— Infelizmente não temos esse número signorina.
— Só um minuto, per favore. — Giovana colocou no mudo e olhou para
Giuliano. — Eles não tem vinte quartos, Giuliano.
— Me dá o telefone. — Giovana passou o fone para ele e tirou do mudo.
— Buon pomeriggio.
— Buon pomeriggio!
— Signorina, per favore, quero falar com o signore Malta.
— Ele não se encontra, signore Vulcano!
Giovana ligou para o celular do sr. Malta.
— Signore Malta, me chamo Giovana Guerra e sou secretária do signore
Vulcano, ele gostaria de falar com o signore.
— Olá, signorina, peça para a recepcionista transferi-lo agora para mim,
per favore.
— Ela disse que o signore no está.
— Signorina, minha secretária está com o signore Malta no telefone e ele
está sim e quer falar comigo. Per favore, transfira a ligação. Grazie!
A recepcionista ficou sem graça e transferiu a ligação. Giovana falou:
— Grazie, signore Malta. Até logo!
— Até logo, signorina Guerra!
Giovana desligou o celular e rapidamente ligou para o buffet, ela
conversava com eles sobre a mudança a ser feita, enquanto isso Giuliano
conversava com o sr. Malta e mexia no seu celular, depois disso ele mexeu no
computador e imprimiu uns documentos. Ele ria e conversava rapidamente em
italiano com sr. Malta quando se virou e pegou suas impressões, ele se levantou
e colocou as impressões no notebook de Giovana que parou petrificada.
Ele estava olhando para ela com um brilho feroz no olhar e um sorriso
maquiavélico. Ele tinha inúmeras fotos dela. E pra piorar, eram fotos do circuito
de segurança interno da empresa, eram as fotos dela transando com o
desconhecido.
Ela ficou branca e arregalou os olhos, ela não tinha mais chão, começou
tremer dos pés à cabeça, ficou gelada. As fotos não mostravam o rosto mas as
costas do desconhecido.
"Caralho, Giovana! Olha que merda que você fez! Tudo por causa de um
sexo gosto, um pau grande e grosso de um desconhecido! Que caralho! Você
fodeu com sua vida profissional, porra!"
— Está bem, combinado então! Nos vemos na sexta, Malta! Grazie!
Ciao!
Ele sentou-se em cima da mesa e cruzou os braços, sério.
— Estou esperando uma explicação, Giovana!

Capítulo 9

"Tomei no cu!"
Ela não sabia onde enfiar a cara. Tinha feito merda e das grandes e agora
tinha que arcar com tudo. Sabia que não podia esconder nada, principalmente de
um homem como Giuliano, que além de ser o dono da empresa, era seu chefe.
— Estou esperando, Giovana! Me explica o que é isso aqui!
Ele estava sério, mas por dentro estava adorando a situação, sabia que
aquele momento ia chegar, ele só precisava ter certeza de que ela não era
indiferente a ele, ele jogou a isca e ela mordeu.
— É o que você está vendo, Giuliano! Como conseguiu isso se no dia
faltou luz?
— Câmera de vigilância noturna, elas tinham bateria o suficiente para
pegar a sua pequena brincadeira no meu elevador.
— Eu... eu nem sei o que te falar. Quando eu dei por mim, eu estava
transando no seu elevador.
— E quem é a pessoa?
— Eu não sei! — Ela não sabia onde enfiar a cara, ela apenas via as fotos
e estava mais branca que cera de vela.
— Que porra, Giovana! Como você me transa no elevador e não sabe
com quem foi? Que caralho, Giovana! Tá achando que minha empresa é bordel?
— Giuliano eu nunca fiz isso, eu...
— Mas fez aqui, porra! O que eu faço com você, Giovana? Se eu estralar
os dedos todas as portas das industrias italianas estão fechadas para você, além
de eu conseguir te despachar de volta pro Brasil sob o pretexto de que veio se
prostituir aqui!
— Não, Giuliano, per favore! Eu não vim pra Itália pra me prostituir, eu
vim pra mudar minha vida!
— Mudar de vida como, Giovana? Transando no meu elevador? Você
quer me foder, porra?
— Claro que não!
— Cazzo, Giovana!
— Giuliano eu sei que fiz merda, me perdoa! Só não me manda embora,
eu amo trabalhar aqui!
— Não parece! O que os funcionários vão falar se sonharem que a
secretária do CEO transou com um desconhecido na empresa?
— Giuliano, per favore! — Ela não podia perder aquele emprego. — Não
me mande embora, eu sei que você tem todo o direito, e até seria uma obrigação
sua me demitir, mas eu preciso desse emprego. É minha vida profissional que vai
ruir, e com toda razão. Mas, per favore, não me mande embora!
Ele a tinha nas mãos, sabia que ela estava desesperada. Ele olhou para
aquela lagoa azul e deu um sorriso sarcástico.
— Eu não tenho outra alternativa, Giovana. — Ele iria brincar mais um
pouco com ela. - Eu vou pedir ao André que rescinda seu contrato.
— Per favore, Giuliano! — Lágrimas começaram a rolar dos olhos dela.
— Não me mande embora!
— Giovana, você me afrontou, você desprezou seu local de trabalho e
não quer que eu te mande embora? Por Dio!
— Eu faço o que você quiser! — As palavras saíram da boca dela sem
que ela pudesse pensar, ela tampou a boca com a mão.
Ela falara as palavras mágicas. Ele a olhou descaradamente.
— Faz o que eu quiser?
— Giuliano, você em entendeu!
— Entendi! — Ele parou para pensar um pouco e pegou as fotos que
estavam nas mãos dela. — É o seguinte, Giovana, vou ser direto e reto, curto e
grosso.
— Estou ouvindo!
— Vamos fazer assim, você precisa do emprego, certo?
— Sì!
— E eu preciso de uma mulher na minha cama!
— O que? Ah isso não!
— Ah isso sim, se não mando te deportar rapidinho de volta pro Brasil,
além de acabar com sua carreira internacionalmente! Está entendendo?
— Você faria mesmo isso? — Ela estava apavorada.
— Quer tentar a sorte?
— Não!
— Então, você escolhe, ou você além de me servir na empresa como
minha secretária, vai me servir na cama, ou você dê adeus a sua carreira de
secretária!
"Caralho, Giovana! Ele te fodeu!"
— Eu vou te dar um tempinho para pensar. Cinco minutos, pense nas
vantagens e desvantagens!
Ele sentou-se na poltrona como se nada tivesse ocorrido, abriu a gaveta
de documentos e pegou um envelope pardo, colocou as fotos ali, selou e guardou
no cofre. Ele se sentou e olhou para ela:
— E então?
— Eu tenho escolha?
— Tem, e você sabe qual é.
— Inferno, Giuliano!
— Quem se colocou nessa situação foi você, cara mia, e não eu!
— E você está se aproveitando!
— Ah sim! Eu sempre jogo para ganhar, bella Giovana! — Ela estava
uma fera, os olhos dela faíscavam, se ela pudesse já o teria enforcado.
— Quais são as suas condições?
— Vai me servir a hora que eu quiser e quando eu te chamar. Não quero
você enfiada em minha casa, eu mando te buscar e te levar, você continua
trabalhando na Vulcano durante o dia e durante a noite você é minha!
— E o que mais?
— Se abrir a boca para alguém, te mando de volta para o Brasil no
primeiro navio negreiro que eu encontrar! Sua vida pertence a mim agora, bella
Giovana, a partir de hoje!
— Não tenho escolha, não é?
— Não!
— Maravilha!
— Já terminou seus afazeres?
— Não!
— Então termine! E fique sempre alerta e pronta para quando eu te
chamar, saberá quando é a trabalho e quando é para me satisfazer, entendeu
bem?
— Sì!
— Ottimo!
Como uma mosca que caía na teia da aranha, Giovana armara o próprio
laço e caíra nele. Inferno!
— Como conseguiu essas fotos, Giuliano?
— Jamais direi!
Giovana pegou seu notebook e levantou-se com toda dignidade do
mundo, quando chegou a porta Giuliano disse:
— Por acaso eu deixei você sair?
— Não sou sua escrava, Giuliano, sou sua secretária!
Ela não esperou resposta, saiu do escritório soltando fumaça como um
dragão. Giuliano deu um sorriso maquiavélico.
— Domênica! - Giuliano berrou.
Uma jovem empregada rechonchuda apareceu correndo:
— Sì, signore!
— Mostre a signorina Guerra onde é o quarto dela.
— Sì, signore!
Domênica conduziu Giovana, a secretária, a contra gosto, a seguiu.
— Por aqui, signorina. O signore Vulcano pediu que separasse o melhor
quarto da casa para a signorina!
— Grazie, Domênica!
— Imagina, signorina!
Domênica abriu a porta da enorme suíte, um quarto em mármore branco
e marfim davam-lhe as boas-vindas. A enorme cama de casal estava no meio do
quarto e para chegar até ela, devia subir três degraus.
— Suas coisas já se encontram aqui, signorina! Não se preocupe com
nada, tá bom?
— Grazie, Domênica!
— Não tem que agradecer!
— Pode se retirar, Domênica! — Disse Giuliano de supetão.
— Sì, signore Vulcano!
A empregada saiu e Giuliano olhou para Giovana que colocava o
notebook na mesa perto da janela.
— Gostou do seu quarto?
— E a minha resposta vai mudar em alguma coisa?
— No!
— Então não preciso responder, eu gostando ou não vai dar na mesma!
— Amanhã cedo quero você de pé as cinco e meia. O café da manhã
aqui é servido cedo, e eu quero sentar com meus empregados e tomar café com
eles, esteja pronta a esse horário!
Como não era uma pergunta, ela não se deu ao luxo de responder. Ela
abriu o notebook e conectou o carregador, procurou uma tomada com o plug na
mão, estava uma fera e Giuliano via isso, ele tirou o plug da mão dela e ligou na
tomada.
— Não precisava, eu sei me virar! — Ela resmungou.
— Cortesia da casa!
Ele saiu do quarto dela, ela sentou-se e começou com os trâmites da
transferência do coquetel. Informou a secretária do cliente, informou aos
funcionários que iam cuidar do cliente e ao Matt que iria gerenciar a enorme
conta.
Giovana terminou suas coisas e resolveu tomar um banho, fechou a porta
do quarto, ligou a água e encheu a banheira, colocou sais de banho e fez espuma,
tirou a roupa e soltou o cabelo do apertado coque, seu couro cabeludo estava
dormente, mergulhou na água quente.
Notou que próximo da banheira havia um sino, pra que servia aquilo?
Pouco tempo depois descobriu, sua pressão caiu e ela começou a passar mal, sua
visão ficou escura e ela conseguiu tatear até pegar o sino, badalou tão forte e tão
desesperadamente, que rapidamente sentiu alguém tirando-a da banheira e o sino
caiu de suas mãos.
— Madonna Mia! — Disse Domênica.
— Chame o médico, Domênica, rápido! Onde está a água gelada?
— Na mesinha!
Giuliano colocou Giovana deitada nua na cama e a cobriu, levantou suas
pernas a quarenta e cinco graus, ele viu a cor voltar no rosto dela.

Giovana acordou num quarto bege com cortinas verde oliva. Sua visão
estava embaçada, mas sabia que já era noite, viu Giuliano sentado na sua mesa e
digitava no notebook, estava sisudo, ele agora pegava no mouse e mexia
apressado, pegou uma caneta e começou a escrever. Giovana não sabia que o
chefe era canhoto e nem que usava óculos.
— Está parecendo o Harry Potter!
Ele a olhou e sua expressão aliviou-se.
— Que bom que acordou!
— O que aconteceu?
— Você desmaiou na banheira! Colocou água muito quente.
— Esse quarto é seu?
— Sì! As meninas estão providenciando um colchão seco para você.
Você nos deu um susto!
— Desculpe!
— Vou pedir sua janta. Só um minuto!
— Não precisa, eu vou buscar!
— Fique deitada! — Ele disse com firmeza, ela não teve coragem de
desobedecer. Giuliano levantou-se e foi até a cozinha, voltou com duas
empregadas, ele trazia uma baixela com salada caprese com camarão que ele
sabia que ela gostava, um caldo bem forte que o médico pedira que ele fizesse
para ela, as empregadas traziam pratos, taças, talheres, sucos, vinho e panacotta.
— O médico disse que você tem que se alimentar bem, que passou mal na
banheira por conta do calor e porque tem pressão baixa.
— É a primeira vez que passo mal desse jeito.
— Então, nada de tomar banho de banheira, somente de chuveiro. Podem
ir, meninas. Grazie!
— Scusa! — Ela disseram.
Giuliano serviu a Giovana e colocou a mão em sua testa e bochechas:
— Não está com febre, graças a Dio! Adesso mangia!
-Sì!
Depois de jantar e tomar um suco de abacaxi com hortelã, Giuliano
serviu panacotta para Giovana. Domênica bateu a porta e falou discretamente
com Giuliano que ficou sério e depois pensativo.
— Está bem, Domênica! Pode ir! Amanhã vemos isso!
— Buona sera, signore Vulcano!
— Buona sera!
— O que foi, Giuliano? Algo sério?
— No! Apenas que seu colchão não secou a tempo, e não tem outro
colchão ortopédico na casa e nem do tamanho certo para aquela cama.
— E agora? — Ela arregalou os olhos. — Eu durmo em outro quarto, não
tem problema.
— Não dá, os outros quartos estão fechados, e os que tem são para o
pessoal que veio conosco.
— Eu durmo com a Rebeca!
— Numa cama de solteiro? Duvido que ela vai querer! E outra, ela
merece descansar tanto quanto você! Não tire o conforto dela!
— Não estou tirando o conforto dela, eu durmo no sofá então!
— Você vai dormir aqui!
— Eu não posso!
— E por que não?
— Aqui é o seu quarto, não é o certo!
— Não é o certo você se divertir no meu elevador, Giovana! Você vai
dormir aqui e ponto final! Acostume-se a isso, bella Gio! Vai dormir muito
comigo ainda!
— Tem que me lembrar disso a toda momento que pode?
— Sì! Termine sua janta, não se preocupe, hoje não vou desfrutar de você
e nem do seu belo violoncello que chama de corpo.
Giovana não sabia o que fazer naquela situação, apenas terminou sua
panacotta, ele pegou as coisas e levou de volta para a cozinha, quando voltou ela
estava dormindo. O médico havia dito que o remédio que dera faria com que ela
sentisse muito sono, mas assim que acordasse deveria comer bem.
Ele terminou de fazer suas coisas e trancou a porta do quarto, sabia que
não necessitava daquilo, mas achou melhor assim. Ele deitou-se ao lado dela,
estava em sono profundo, mas ficou com medo de acordá-la mesmo assim, ele
ligara para dona Martina e dissera que estava tudo bem e que domingo à noite
estaria de volta.
Ele se cobriu e foi para junto dela, percebeu que ela tremia, ele a
abraçou, passou o braço por debaixo da cabeça dela e a trouxe para ele, ela,
automaticamente, se virou para ele e o abraçou e ele envolveu a perna dela nas
dele, ela se escondeu no abraço dele e sorriu. Ele não sabia se ela estava ciente
do que fazia, ou se era efeito do remédio.
Ele a abraçou bem apertado, sentiu o cheiro dela, era tão bom! Tinha
cheiro de orquídea selvagem. O calor do corpo dela o envolveu e ele logo
adormeceu.
Giovana acordou com um cheiro de café maravilhoso, se espreguiçou
como uma gata e lembrou-se de onde estava.
— Buongiorno, mia segretaria, o dovrei dire, la mia amante?
— Bom dia, sou sua secretária e não sua amante!
— Ainda não é, mas assim que eu te comer gostoso, será as duas coisas!
— Acúmulo de função, vou cobrar mais caro!
— Fique à vontade, dinheiro é o que não me falta!
— Cretino!
— Quando ver o tamanho do meu pau e o que posso fazer com ele dentro
de você aí vai me chamar de outra coisa!
Giovana ficou mais vermelha que um tomate.
— Venha tomar caffè, mia piccola puttana!
— Não sou sua puta! E muito menos pequena!
— Verdade! Você é una donna! Sua boceta é grande que nem você? Pelo
seu tamanho deve ser um bocetão bem gostoso!
— Me respeite, Giuliano! Sei un idiota!
— Posso até ser um idiota pra você, mas tem que admitir, sou mais
esperto que você!
— Eu não vou falar mais nada!
— Melhor mesmo! Até por que você está em maus lençóis comigo!
Lembre-se, foi você quem transou no meu elevador, e não eu!
— Filho da puta!
— Sente-se aqui e venha tomar seu caffè, não temos tempo para
conversas.
— Preciso tomar um banho, preciso pegar minhas coisas.
— Tem um roupão pra você no banheiro, quando sair você vai no seu
quarto se arrumar e depois venha tomar caffè, ou sei lá o que vai fazer!
Giovana não se deu o trabalho de responder, ela foi para o banho e ficou
ali cerca de quinze minutos de olhos fechados, quando ela terminou o banho,
Giuliano estava sentado dentro da banheira cantando "O Barbeiro de Sevilha” da
obra “As Bodas de Fígaro". Ele estava se esfregando e cantando a plenos
pulmões a fez rir.
— O que?
— Nada!
— Olha, ela ainda sabe rir!
— Vai ficar aí mesmo é? Preciso sair!
— Só sair!
— Com você aí me olhando? Nem a pau!
— Bella Giovana, quem te tirou da banheira fui eu!
— Madonna mia!
— É madonna tua mesmo! Então, mia bella Giovana, já vi o que tinha
que ver!
— Isso não é motivo!
Giuliano se levantou e Giovana escondeu o rosto. Ele pegou o roupão
dela, que ele havia deixado longe dela de propósito, sem pressa alguma, e
colocou na porta do box, ele se enrolou na toalha e bateu na porta do box.
— Aí está!
Ela abriu a porta e se enrolou no roupão, pegou uma toalha e secou os
longos cabelos, enrolou a toalha neles e saiu do quarto. Quando cruzou a porta,
uma das empregadas estava passando pelo corredor, a jovem moça nada falou,
apenas passou, mas Giovana sabia bem o que ela pensara.
— Giuliano Vulcano, você me paga por essa situação embaraçosa.
Ela colocou um vestido meia estação verde musgo, meias finas e sapatos
marrom, penteou os longos cabelos negros e fez uma maquiagem leve para
aquela manhã de outono. De repente, algo chamou sua atenção.
— Filho da puta!
Ela entrou no quarto dele de supetão, ele estava completamente nu e ela
tampou os olhos. A sorte era que ele estava de costas.
— Inferno, Giuliano Vulcano, será que dá pra você colocar uma roupa?
— Estou tentando, cara mia!
— Eu vou falar assim mesmo! Que merda você está tentando fazer
comigo?
— Como assim?
— Tenho certeza de que o colchão nunca saiu do meu quarto, Giuliano
Vulcano!
— Está me chamando de mentiroso? Olha pra mim Giovana!
— Não vou olhar! Só tenho uma coisa a dizer, pode me demitir! Eu não
vou deixar você me chantagear desse jeito e com atitudes baratas!
Ele foi até ela e pegou em seus pulsos, ele viu o olhar de desafio dela.
— Cara mia, não se quebra o pacto com o diabo! Se prefere ter seu nome
jogado na lama no setor internacional, é só uma ligação e tudo isso acaba! Você
não tem ninguém mesmo nesse mundo por você não é? Então, meu amor,
quando terá uma oportunidade de se reerguer? Pense direito, Giovana! — Ela se
soltou das mãos dele e se virou para se retirar, quando chegou na porta, ele disse.
— Ah, o seu colchão realmente estava molhado, você sabe quanto água seu
enorme e bello capelli sugam água? Você deveria respeitar o trabalho dos meus
empregados por eles terem conseguido secar seu colchão em apenas uma noite
no outono. — Ela se virou para ele. — Agora pode sair, preciso terminar de me
arrumar.
Ele estava de cueca e todo molhado ainda, os cabelos estavam
bagunçados, as gotas percorriam seu corpo. Que homem era aquele?
Quando eles saíram para se encontrar com os trabalhadores, Giovana
estava uma fera. Ele sabia que ela o estava excomungando até sua décima quinta
geração, coitada de sua mãe!
Eles chegaram nas videiras, um lugar mais alto que Abruzzo, eles tinham
uma visão privilegiada da fábrica e das adegas, os trabalhadores estavam
terminando de colocar as cadeiras de madeira rústica.
— Buongiorno, signorina, estamos terminando de colocar o caffè,
sabemos como o signore Vulcano é exigente com o horário, mas não estamos
atrasados, tudo bem? — Disse Adriana.
— Grazie, cara!
— Singorina, seu colchão ficou bom? — Perguntou Domênica receosa.
— Ficou ótimo, Domênica, grazie!
— Quando conseguimos secar já era de madrugada.
— Por que não me chamaram?
— O signore Vulcano ficou muito preocupado com a signorina e disse
que ele mesmo ia ficar de olho na signorina, e que por aquela noite preferia que
ficasse próximo dele. Ele disse que era o responsável pela signorina já que
estavam viajando a trabalho.
Ela mordeu os lábios.
— Entendi. Está tudo bem, Domênica! Grazie pela preocupação, o
signore Vulcano sabe o que faz.
— Sì, signorina! Ele gosta muito da signorina, pode ter certeza! Ele é um
excelente patrão, cuida de todos nós.
— Verdade!
— Ele é meio mandão e chato, mas é um bom patrão e um buon uomo.
Giovana apenas sorriu assentindo.
— Falando mal de mim, Domênica?
— Jamais, signore Vulcano!
— Deveria! De acordo com minha secretária, eu sou chato arrogante!
— Mas é mesmo e todos nós sabemos disso, e olha que legal, ninguém
esconde o que pensa de você!
— É isso que eu chamo de sinceridade. Vamos todos tomar caffè.
Giovana conheceu mais os empregados e gerentes de Giuliano. Eles
gostavam muito do patrão que tinham, e o melhor de tudo, Giuliano conquistara
a fidelidade deles.
— José, a Giovana conheceu Abruzzo, agora falta conhecer a Toscana.
— Veio ao melhor vinhedo, signorina!
— Eles competem, Abruzzo e Toscana, para ver qual melhor vinho,
melhor vinhedo, qual produção vende mais.
— Maravilha, e todos saem ganhando!
— Sì! Mas no final do ano, o melhor vinhedo ganha um viagem de uma
semana para Lipari, ou qualquer outra escolha deles dentro da Itália. Cada
trabalhador ganha uma viagem, conforme a escolha deles, além de dois salários
além do salário mensal.
— Caramba! Até eu queria entrar nessa!
— Isso não é problema, mas eu não vejo você colocando a mão na terra e
se sujando toda plantando uma videira.
— Não imagina do que sou capaz, Giuliano Vulcano!
— E nem você! — Disse ele baixinho olhando para ela sorrindo.
Ela arregalou as bolinhas de gude que tinha e ficou em silêncio, Giuliano
continuou o assunto das videiras como se nada tivesse dito.
Capítulo 10

Ela achava o máximo aquela visão privilegiada das videiras, um rio
cortava o enorme vinhedo e as videiras estavam carregadas de uvas sangiovese.
Estava tudo verde e roxo.
— Como eu amo essa cor! — Disse Giovana para si mesma.
— Somos dois!
— Não estava falando com você, ficcanaso!
Ele riu.
— Vamos, bella Giovana! Hoje nosso dia vai ser cheio! E pare de me
chamar de abelhudo!
— Esse é o meu medo! Você podia me dar uma folga, isso sim!
— Amanhã, cara mia! Amanhã!
— Amanhã?
— Sì! Amanhã você vai ter folga. Aliás, amanhã teremos folga. Graças a
Dio!
— Deus é bom!
— Sì! Quero aproveitar o outono, faz anos que não aproveito o outono
aqui na Toscana. Da próxima vez que viermos será mais tranquilo.
— Próxima vez?
— Sì, eu venho para cá a cada seis meses. Ou a cada três, depende! Mas
nunca bate com o outono, aqui na Toscana, somente em Abruzzo.
— Entendi!
Giovana e Giuliano desceram para a fabricação do vinho, depois eles
foram para adega. Giovana viu a enorme adega, era tão grande quanto a adega de
Abruzzo, ainda havia as etiquetas de produção nas garrafas de acordo com tipo
de vinho. Um em especial lhe chamou atenção.
— Esse daqui eu ganhei de um cliente antes de ir embora do Brasil.
— Ele tem um bom gosto. Esse é o segundo mais caro da minha safra.
São exclusivos! Um vinho desse custa em média dez mil dólares.
— Madonna mia!
— Pois é! A qualidade de um Vulcano não é pra qualquer um e não é de
qualquer jeito! Por isso acho interessante você querer aprender sobre vinho.
Você se daria bem como sommelier.
— Ainda prefiro ser secretária! Gosto do que faço, mas gosto de
aprender mais sobre onde trabalho.
— Pena!
— Por que?
— Se não fosse minha secretária, já estaria na minha cama!
— Cretino! — Ela se virou para dar um tapa nele, mas ele segurou seus
pulsos, a tensão entre eles cresceu e ela sentiu-se frágil e excitada.
— Quando estiver na minha cama não vai me dizer isso! Vai me pedir
pra te fazer gozar mais!
— Giuliano, seja menos! Quem muito fala, pouco faz!
Ele a pegou pelos cabelos e a prendeu, falou bem baixinho e sorrindo,
quem via achava que eles estavam conversando:
— Eu cumpro o que prometo! E pode ter certeza de uma coisa, Giovana
Guerra, você vai gritar pelo meu nome a hora que eu estiver dentro de você!
Ele deu-lhe uma leve mordida no lóbulo da orelha e a soltou, ela se
arrepiou toda e o viu descer até as videiras.
— Filho da puta!
Na segunda-feira, Giovana chegou cedo na empresa, ainda estava tudo
escuro quando ela chegou no escritório, pegou as correspondências e abriu-as,
convites e mais convites não paravam de chegar, as faturas dos cartões de
Giuliano eram absurdas! A maioria foi gasto com sua última viagem, antes dela
trabalhar pra ele.
Ela foi para a copa e preparou um café, quando estava saindo, deu um
esbarrão numa muralha e quase caiu para trás.
— Ai!
— Buongiorno, Giovana! Você está bem?
— Tirando que eu estraguei meu vestido novo e seu terno está tudo certo.
— Isso não é problema! Mande-os para lavanderia!
— E aí eu trabalho só de lingerie, né?
— Não seria uma má idéia! — Disse ele levantando uma sobrancelha.
— Me respeite, Giuliano Vicenzo! Aqui eu sou sua secretária e não sua
amante!
— Verdade! Hoje você almoça comigo no shopping e aí trocamos esse
vestido!
— Não!
— Não estou pedindo, Giovana! — Disse ele saindo, mas parou na porta
de vidro e virou-se. — E me traga essa água suja que chama de caffè!
— Vai pro inferno, Giuliano!
Ele riu e entrou pro escritório. Giovana pegou uma xícara para Giuliano e
encheu novamente a dela e depois a dele.
Ela entrou na sala dele.
— Aqui está, Giuliano!
— Eu não quero nessa xícara não! Quero na minha!
— Vai pro inferno, Giuliano! Você vai beber nessa xícara mesmo se
quiser, se não vai você buscar!
— Eu vou te demitir, Giovana!
— Demita mesmo, Giuliano Vulcano, me demita! Assim eu não serei
obrigada a ser sua amante pra satisfazer o seu ego e nem seu capricho! Não serei
mais chantageada por causa do meu emprego, me demita logo, Giuliano Vicenzo
Vulcano!
Giovana saiu da sala pisando duro e pegou sua bolsa. Ele foi atrás dela e
a segurou pelo pulso:
— Onde você vai?
— Eu vou embora! Não sou obrigada a ficar com um homem que acha
que estou aqui pra satisfazer seus caprichos a qualquer hora! Sou uma
profissional, sou secretária e não sua puta, Giuliano Vulcano!
— Você vai aonde eu disser que tem que ir! Não importa se é minha
secretária ou minha puta!
— Me solte, Giuliano! Eu me demito!
— Quem manda nessa empresa e em você sou eu!
— Você não manda em mim! Vai pro inferno, Giuliano Vulcano!
Ela se soltou dele e ele novamente a pegou e a puxou com tudo, ele
virou-a com a força do puxão e a beijou. Céus! Ela estava uma fera com ele e ele
adorava provocá-la.
Ela não pensou mais em nada, a não ser bater naquele muro de ferro que
ele chamava de peito. Quando ele sentiu a resistência dela ir embora ele a
abraçou e invadiu a boca dela com sua língua, o gosto dela era uma delícia. Ele
segurou seu rosto e investiu ainda mais naquele beijo, Giuliano estava louco para
comer aquela secretária, estava louco para se saciar dentro dela. Seus braços e
mãos escorregaram pelo corpo dela e a apertaram contra ele, ele queria mostrar a
ela como ela o deixava louco de tesão, então a apertou ainda mais contra si.
Ela sentiu a dureza dele e ficou excitada. Meu Deus que beijo era aquele,
aquele homem a beijava com o corpo todo, ele era tão quente e seu cheiro a
inebriava. Ela passou seus braços pelo pescoço dele, ele a levantou e passou as
pernas dela pela sua cintura, ele se sentou na mesa dela e ela pode sentir ainda
mais o pau dele latejando contra a roupa dela. Mais um pouco e ele estaria
dentro da boceta quente e latejante dela, mas ainda não era hora, ele se levantou
com ela ainda e seu colo, colocou-a em cima da mesa, ele passou a mão sobre as
pernas dela, eram roliças e apetitosas. O telefone da sala dele tocou. Ele parou de
beija-la, estavam sem fôlego. O telefone tocava. Ele olhou para aquele olhos
azuis brilhantes, o telefone tocava, ele disse sem fôlego:
— Nunca mais me desafie, Giovana! Isso é só uma amostra do que eu
posso fazer. Sou um homem, Giovana, e não um santo! Não teste minha
paciência! Vai se ajeitar e volte para sua mesa! — O telefone insistia. —Caralha
de telefone! Que porra! Quem é o bastardo filho de uma puta que me liga tão
cedo? — Ele pegou o fone. — Ciao!
Giovana foi para o banheiro, estava um trapo. Ele a beijara! Porra, ele a
beijara!
Ela pegou um lenço de papel e molho-o um pouco, passou na nuca, na
testa e no pescoço. Sua sorte era que o banheiro das secretárias tinha uma gaveta
e um armário de madeira bem trabalhado para cada uma. A gaveta e armário de
Giovana eram os maiores. Ela pegou um pente e soltou seus cabelos, penteou-os
e os prendeu num rabo de cavalo alto, maquiou-se novamente e se perfumou,
como se nada tivesse acontecido foi até a copa e de lá voltou para sua mesa.
Giuliano a viu voltando, estava linda e fresca como uma orquídea
selvagem. Ele iria seduzi-la e logo mais ela estaria lhe pedindo de joelhos que
ele fizesse amor com ela ali mesmo em sua mesa.
Ela sentou-se em sua cadeira e ligou seu notebook, tinha muito trabalho
para se distrair com aquele italiano filho da puta.
— Que caralho, Giovana! — Ela disse baixinho para si. — Você se
deixou levar por um desconhecido, teve o melhor sexo da sua vida num elevador
e agora se encontra nessa situação periclitante. Está de parabéns, sua filha de
uma puta! — Disse ela entrando no sistema da empresa para prestar contas dos
gastos de Giuliano.
— Olha, falar sozinha eu até entendo, porquê é uma mania sua e vai
continuar sendo, Gio, agora se xingar, para mim, é nova!
— Buongiorno, Matt!
— Buongiorno, bella Giovana! Minha linda Giovana!
Matt a abraçou e Giuliano levantou-se:
— Matthew, venha até a minha sala! Agora!
— Acho que acabei de tomar no cu, Gio!
— Eu tenho quase certeza, Matt querido!
— Espero que pelo menos ele enfie com jeito, até porque com força
sangra!
— Matt! — Giovana deu uma risada discreta.
A voz de Giuliano demonstrava irritação. Matt foi até a sala:
— Buongiorno, Giuliano!
— Buongiorno! Feche a porta e sente-se!
— O que foi dessa vez, Giuliano? — Matt coçou a sobrancelha.
— Feche a porra da porta, Matthew! — Giuliano trovejou.
— Está bem! — Matt fechou a porta e sentou-se. — O que foi, amico? O
que se passa?
— Tomei no cu! Tô fudido, Matt! Você me fodeu!
— Eu? Por que?
— A secretária que você me arrumou está me fodendo, caralho!
— Como assim?
Giovana colocou seu iPod para tocar e seus fones na orelha, esfregou as
mãos e disse:
— Bora, Giovana!
Ela começou a alimentar o sistema com as informações e rapidamente
prestou contas das viagens e gastos de Giuliano, anexou os comprovantes nas
capas das referências. Quando terminou, foi até a sala de Giuliano e deu duas
batidas de leve na porta:
— Scusa, Giuliano! Vou levar esses documentos e preciso da sua
aprovação. O financeiro pediu que revisasse e assinasse, per favore.
Ele estendeu a mão:
— Claro! Espere um momento.
Ele deu uma passada de olhos e rapidamente conferiu o quanto lhe foi
adiantado e o quanto ele gastara, ele assinou e devolveu:
— Já aprovou no sistema?
— Ainda não! Estava esperando o seu aval.
— Ottimo! Pode aprovar!
— Sì! Scusa!
Quando Giovana saiu, Matt olhou para o amigo:
— Ah caralho, Giuliano! Puta que pariu!
— É!
— Você está fodido!— Matt começou a rir. — Você tomou no cu!
— De verde, vermelho e branco!
— A Gio é dureza!
— Você não imagina o que eu tive que fazer!
— Você vai ter que me contar!
— Jamais!
— Filho da puta!
— Eu quero que você me ajude com algumas coisas!
— Com o que?
— Napoli. Mudei o lugar do coquetel, faremos lá para as seis horas e por
volta das onze da noite começamos a balada.
— Onde?
— Castelo Aragonese!
— Você é um filho da puta sortudo mesmo! Caralho!
— Só conheço as pessoas certas que me devem vários favores! — Disse
ele apoiando o queixo na mão.
— Scusi!— Giovana entrou. — Giuliano assina essa prestação de contas,
per favore, você esqueceu.
— Sì!
Giovana percebeu o caro Rolex que brilhava no pulso direito do italiano,
Matt apenas observava.
— Aqui está!
— Grazie!
Ele segurava uma bela caneta de pena com o corpo azul e detalhes em
ouro.
— Scusi, Giuliano! Posso ver sua caneta?
— Sì!
Ele a entregou para a secretária e percebeu que ela ficara fascinada. A
devolveu para o chefe e ele perguntou:
— Gostou?
— Muito! Uma vez vi uma em rosa, parecendo marfim, sabe, e ouro, só
não comprei porquê teria que vender minha pobre alminha para Satan para obter
uma dessas.
— Eu sei de qual está falando.
— A de madre-pérola é linda também. Bom deixa eu correr. Scusami!
Giovana foi para o financeiro, rapidamente voltou para sua mesa, recebeu
um e-mail do amigo de Giuliano sobre o Castelo Aragonese, ele conseguira o
local e Giovana bateu palmas de alegria. Ela havia visto o local e era lindo!
Ela ligou para o buffet avisando o novo local, pedira também que eles
mandassem uma amostra da comida a ser servida, e também o novo orçamento.
— Giuliano, pode aprovar os convites para mim, per favore! Além dos
cartões de visita, claro.
— Sì! Deixa-me ver.
Ele vira em prata os convites com o logo brilhante e letras pretas,
Giovana tinha um excelente gosto. O envelope do convite era em prata na forma
de lagos.
— Tem bom gosto, Giovana! Excelente! Aprovado! Vou te mandar o e-
mail e já pode ligar para a gráfica.
— Grazie! — Disse ela sorrindo.
Giovana ligou na gráfica e depois em Abruzzo pedindo para mandar os
tonéis para o novo local, além de uma safra especial para ser engarrafado nas
garrafas de trezentos e setenta e cinco.
— Nona, a signora pode me mandar até quarta-feira?
— Amanhã estará na sua mesa, ragazza!
— Grazie!
— De nada!
— Ciao!
— Ciao!
Lisa chegou rapidamente até Giovana:
— Gio, o pessoal do buffet está aqui querendo falar com você.
-— Pode mandar entrar! Sabrina!
— Oi!
— Preciso de você e da Lisa. Podem me ajudar?
— Claro! — Disseram as duas loiras ao mesmo tempo.
— Ótimo! Lisa traz o pessoal do buffet, per favore, vou montar aqui
mesmo, na minha mesa adjacente.
— Certo!
Lisa rapidamente trouxe o pessoal e ela montou a mesa conforme
imaginara. Pegou uma garrafa da safra que Giuliano escolhera. Ela foi até a sala
dele:
— Giuliano, scusami!
— Sì!
— Preciso do seu aval para a mesa e o buffet. Pode me ajudar, per
favore? O Matt pode vir também.
— Opa! — Disse Matt parecendo uma criança que foi autorizada a comer
sua guloseima favorita.
Giuliano saiu primeiro e Matt veio atrás, Giovana mostrou a eles como
ficaria a mesa caso aprovasse. O fino guardanapo azul royal de cetim estava
preso com um apetrecho do cacho de uva Vulcano de prata com madrepérolas,
os finos talheres estavam dispostos conforme os pratos, a taça de vinho estava
servida. Giuliano pegou um petit four e comeu, pegou uma taça de vinho e
tomou.
— Ottimo!
Conforme foi comendo ia degustando o vinho. Giovana fizera as
escolhas junto com ele de acordo com o vinho.
— As combinações estão excelentes, Giovana!
— Verdade! — Disse Matt de boca cheia.
— Somos uma excelente dupla! — Disse Giuliano levantando a mão e
Giovana bateu na palma da mão dele. — Aprovado! Quero desse jeito mesmo,
Giovana!
— Combinado!
— Giovana, não esqueça de que tem que transferir o hotel.
— Vou fazer isso agora, Giuliano!
Giovana se despediu do pessoal do buffet e pediu que Lisa e Sabrina a
ajudassem no dia. Ela ligou no hotel confirmando as reservas, os convites
chegaram naquela tarde e Giovana mandou despachar com urgência.
As lembranças foram montadas por Giovana, Lisa e Sabrina, mesmo que
ainda faltasse as garrafas de vinho, Giovana achou melhor já adiantar muita
coisa. Quando deu a hora do almoço, Giovana já estava saindo quando ouviu:
— Signorina Guerra!
— Sì! — Disse ela se virando para Giuliano.
— Hoje a signorina almoça comigo, temos que trocar esse vestido.
— Não precisa, Giuliano!
— Não perguntei se precisa. Andiamo!
Giuliano conduziu Giovana para o elevador e desceram para o subsolo.
Giovana não sabia onde enfiar a cara.
— O que foi, Giovana?
— Giuliano, não precisa de nada disso! Per favore!
— Faça o que estou pedindo, Giovana. Ou prefere que eu mande?
— Está bem!
Quando chegaram no shopping, Giuliano a levou numa loja de grife, ele
a ajudou a escolher um vestido novo, era um vestido rosa bebê com saia em
grafite, a saia era de cetim e parecia molhada, um cinto grafite discreto fechava o
belo look.
— É lindo, Giovana! — Ele se virou para a vendedora. — Vamos ficar
com ele.
— Que lindo, Giuliano! E eu vou sair de sapato azul?
— Moça, per favore, sapatos para essa Cinderella!
— Sì!
Giovana saiu da loja cheia de sacolas, Giuliano fazia questão de levar.
— Isso é um exagero, Giuliano!
— Fica quietinha, fica! Grazie! Agora, mangiano! Estou azul de fome.
— Não está não!
— Você me entendeu!
— Sim, só estou te espezinhando!
— Mais ainda?
— Claro! Porque eu não sou mulher de pouco, eu sou de muito.
Ela deu um risada gostosa e ele não teve como não rir.
— Vamos doida!
Giovana percebia como as mulheres olhavam para ele, Giuliano era
muito bonito, chamava atenção por onde passasse.
— Venha! — Ele escolheu o restaurante.
Eles se sentaram e o garçom veio trazer o menu, quando Giovana abriu
viu que não havia preços.
— Ei, pode parar! Eu não vou comer aqui!
— Por que não?
— Começa que é chique demais, e já estou descolada dessas coisas,
quando não tem preço é porque é os olhos da cara e eu tô fora! Se sou eu quem
vai pagar seu almoço por um mês, então pode parar com isso, vai ser do meu
jeito e da minha escolha.
— Não seu preocupe. — Disse ele fazendo cara de cínico. — Eu não vou
cobrar agora, inclusive seus favores sexuais, que vamos combinar, não será favor
algum, você tem que manter seu emprego e eu minha libido em alta.
— Cretino!
— Mas sou sincero! Não se preocupe, o almoço hoje é por minha conta e
eu não vou descontar nada do seu ordenado.
— Ah mas não vai mesmo, porquê se fizesse eu ia dar um escândalo na
sua sala tão pequeno que ela ia ficar minúscula.
— E eu sei que você faz mesmo! Quem é capaz de me atender do jeito
que você me atende, é capaz de qualquer coisa.
Giovana riu.
— Olha, quem diria, o signore Giuliano Vicenzo Vulcano tem humor.
Inclusive começo até a achar que você é humano.
— Quase isso, bella Gio.

— Meninas, preciso de ajuda no dia do evento. O Giuliano mudou tudo.
— Espera, espera, espera! — Disseram Lisa e Sabrina juntas.
— O que?
— Você chama o signore Vulcano pelo nome? — Perguntou Lisa de boca
aberta.
— Sim, por que?
— O único que chama o signore Vulcano pelo nome é o Matt, ele não
deixa ninguém o chamar assim. Tirando os empregados mais antigos da empresa
e das casas dele.
— Ai, gente! Sei lá!
— Nem a antiga secretária dele o chamava pelo nome.
Lisa e Sabrina fizeram cara de cúmplices.
— Ah, pode parar! Meninas, preciso de ajuda e não suposições, per
favore.
— Mas nós não falamos nada! — Disse a linda Sabrina com ar inocente.
— Me engana que eu gosto! Vamos parar de bobagens e vamos falar
sério. Eu tenho uma programação para terminar e preciso de vocês. Será um
final de semana para os funcionários, mas para o cliente apenas um dia e uma
noite.
— Bacana!
Giovana sentou-se com as garotas e imprimiu a programação para elas.
— Lisa, preciso de você recepcionando no coquetel e na balada. Giuliano
quer porquê quer uma balada para comemorar com os funcionários e talvez os
clientes irão. Eles foram convidados e ficou em aberto.
— Certo. Farei o meu melhor, senhora!
— Ottimo! Sei que fará. — Ela olhou para Sabrina. — Como o Matt será
o responsável direto pelo cliente, você irá com ele, então terá um encontro com
as secretária do CEO e nós. Preciso de você para me ajudar com a distribuição
das coisas e eventos. Sabe como Giuliano é perfeccionista.
— E como! Chega até a ser chato.
— Eu na verdade o entendo.
— Ah, mas ele é demais!
— Sim!
As três riram.
— Ih, Matt! Quando as secretárias se reúnem e estão dando risada é
porquê estão falando mal dos chefes.
— Tenho até medo, Giuliano!
— Estamos salvando a vida de vocês, isso sim!
— Se você está falando...
— Melhor acredita, Giuliano Vulcano.
Ele sorriu e Matt seguiu Giuliano junto com outros VP's.
— Giovana, Sabrina e Lisa, estamos esperando por vocês na sala de
reunião no terceiro andar, precisamos falar sobre o novo cliente. Por favor, não
se demorem.
— Sì! Estou acertando os últimos detalhes com as meninas e estamos
descendo.
— Traga as pastas, Gio, per favore.
— Sì!
Giovana pegou uma caixa que já continha uma garrafa sem vinho, para
dar de exemplo, as pastas que ela montara sobre o cliente e seus negócios, além
de toda a parafernália. As três moças desceram para a sala de reuniões rindo e
falando das peculiaridades de seus chefes. Quando chegaram na sala de reuniões,
Giovana viu Giuliano na ponta da mesa, ele estava conversando com Matt e
André, Mário, chefe do Financeiro, estava perto deles, mas havia uma poltrona
vazia do lado direito de Giuliano.
— Boa tarde, pessoal.
— Boa tarde. — Os funcionários responderam em uníssono.
— Sente-se aqui, Giovana. — Disse Giuliano apontando para a cadeira.
— Lisa e Sabrina, cada uma senta de um lado do Matt, per favore.
— Duas lindas garotas só pro papai aqui!
Elas sorriram. Giovana se dirigiu a mesa e colocou suas coisas próximas
a Giuliano.
— Quanta coisa!
— A culpa é sua!
— Minha?
— Claro!
— Por que?
— Porque a sua secretária sou eu, e eu estou sempre certa! Se eu disser
que a culpa é sua, é porque a culpa é sua mesmo! Quem foi que exigiu um
coquetel para o cliente?
— Eu!
— E a balada pra comemorar?
— Eu!
— E as lembranças?
— Eu!
— Logo...
— A culpa é minha!
Os funcionários riram. Giovana deu um lindo sorriso para Giuliano. Ela
distribuiu as pastas enquanto Giuliano ligava o data show, ela apagou as luzes e
começaram a reunião.
Naquela mesma noite as garrafas de vinho chegaram e Giovana as
guardou na caixinha de mimos, conforme ela mesma nomeara. Ela se levantou e
mostrou para Sabrina.
— O que acha, Sabrina?
— Ah, que lindinha! O que tem?
—Venha ver! — Giovana colocou em cima da mesa de Sabrina e abriu a
caixa. -Tem queijos, pães, vinho, duas taças, um abridor de garrafas, uvas e
cartões de visita do Giuliano.
— Bacana, hein, Gio! — Disse Matt olhando por cima delas.
— Vou mostrar para o Giuliano. Licença, gente.
Giovana fechou a caixa rústica e novamente fez o belo laço. Ela bateu na
porta de Giuliano:
— Scusi! Giuliano, o que acha? Você aprova?
— Deixa-me ver!
Ele pegou a caixa e colocou as mãos em cima das mãos dela. Ela sentiu-
se quente e ficou sem graça, baixou os olhos e disse baixinho:
— Per favore, preciso da sua aprovação ainda hoje. Tenho setenta dessas
caixas pra fazer.
— Tudo bem! Te falo em cinco minutos.
— Grazie!
Ele ainda segurava as mãos dela entre a caixa. Ela soltou-se lentamente
das mãos dele e saiu da sala. A semana correu, na quinta-feira de manhã,
Giovana pegou o código de reserva do cliente e dos funcionários, ao todo foram
além de vinte quartos, foram quarenta quartos.
— Giuliano, madonna mia!
— O que foi, Gio?
— Quarenta quartos!
— Tudo bem!
— Tudo bem?
— Sì! Melhor acomodarmos o cliente e os funcionários, nós dois não
precisamos de quarto.
— Por que não? Vamos dormir na rua?
— Qualquer coisa tem minha casa em Napoli, é ali perto, não vai fazer
diferença.
— Meu, quantas casas você tem?
— Melhor perguntar onde eu não tenho.
— Mamma mia!
Ele riu.
— Giovana, hoje vamos embora mais cedo, tá bom?
— Por que?
— Arrumar as malas. Eu não preciso, tenho roupas na casa em Napoli,
mas você precisa. Precisamos estar cedo lá amanhã, estou bem capaz de ir hoje.
— Disse ele pensativo.
— Acho melhor. Eu liguei no buffet e pedi para estarem lá a tarde.
— Melhor irem pela manhã.
— Sì, pensei a mesma coisa!
— Ligue para lá e peça para irem pela manhã.
— Agora. — Giovana ligou e reagendou o horário do buffet. —Iremos
para lá hoje, Sandra, nos encontramos amanhã cedo então, pode ser?
— Sì, por volta das dez da manhã, pode ser?
— Giuliano pode ser as dez?
—Sì!
— Pode sim, Sandra. — Disse ela voltando ao telefone.
— Ottimo! Então, até as dez.
— Até. Grazie.
— Grazie.
— Pronto, Giuliano.
— Não esqueça de avisar a dona Martina. Tem mais alguma coisa para
fazer?
— Sim, terminar de arrumar as setenta caixas, imprimir os conteúdos das
pastas, e falar sobre as reservas com os funcionários.
— Eu te ajudo.
Enquanto Giovana imprimia os documentos e manda e-mail para os
funcionários com os códigos das reservas e os flyers, Giuliano arruma as caixas
restante.
— Onde vamos colocar as caixas Giovana?
— Vamos para o aeroporto com seu carro ou com o meu?
— Com o meu.
— Tudo bem. Melhor deixarmos lá então, no banco de trás, por que você
é esquecido.
— Não é verdade!
— Se não fosse, você não precisaria de mim.
— Você sempre ganha, né?
— Não, eu sempre tenho razão. Giuliano os funcionários vão pegar voo
ou vão no seu jato?
— No meu jato, não é justo com eles.
— E o cliente?
— Também, mas eu vou buscá-los depois de alocar os funcionários no
hotel. Eles descerão no mesmo aeroporto em que o jato está, então fica mais
fácil.
— Tá bom!
Naquela mesma noite, Giuliano e Giovana partiram para Napoli num voo
de quase quatro horas.

Capítulo 11

— Como assim não tem, moça? Eu fiz a reserva!
— Só tem reservado o quarto do signore Vulcano, o da signorina não está
reservado!
— Mas eu fiz a reserva. Tenho o código comigo.
— Ele está dando inválido. Mas no quarto do signore Vulcano tem uma
cama adjacente.
— Ah isso não!
— Giovana, — Disse Giuliano suavemente. — deixe suas coisas no meu
quarto e quando voltarmos resolvemos isso.
— Não, Giuliano! Tenho que resolver isso agora! Não posso ficar sem
dormir. E nem sem um quarto.
— Eu sei, mas precisamos ir no castelo, querida!
— Está bem!
Giuliano e Giovana subiram para o quarto, a suíte presidencial, ela entrou
primeiro e viu o enorme quarto. Mal sabia ela que Giuliano cancelara a reserva
dela de propósito para que eles tivessem que dormir no mesmo quarto.
— Coloque suas coisas aí e vamos ver o castelo.
— Está bem! — Disse ela fazendo bico.
Eles rapidamente desceram e foram a pé para o castelo, à noite estava fria
mas não tanto quanto no inverno. Giovana usava um vestido verde musgo com
calça legging, bota e casaco marrom, usava luvas verde musgo, os cabelos
estavam soltos.
Giuliano usava uma calça social preta, seus sapatos sempre impecáveis,
sobretudo preto, cachecol preto e luvas de couro. Eles caminharam lado a lado,
Giovana levava sua bolsa e as pastas além de uma sacola com as caixas,
Giuliano levava algumas caixas de lembranças nos braços e as outras numa
mochila e mais um tanto numa sacola de shopping.
— Será que trouxemos tudo, Giuliano?
— Se não trouxemos buscamos novamente.
— Ah eu não gosto de retrabalho. Eu vou te retaliar se eu tiver
retrabalho!
— Medo!
Giovana riu. Quando eles chegaram no castelo encontraram o pessoal da
iluminação e Patrício, amigo de Giuliano.
— Patrício!
— Giuliano! E esta deve ser a bella Giovana.
— Piacere!
— Piacere!
— Obrigado, Patrício!
— Obrigado?! Você quase me fodeu, seu filho da puta! — Ele se virou
para Giovana. — Scusa!
— Sem problema! Xingue meu chefe à vontade!
— Você quase me fodeu, seu corno! Quase dei o toba pra conseguir o
castelo pra você, filho da puta!
— Não se esqueça de que você me deve muitos favores ainda. Pense pelo
lado positivo, ainda bem que não são favores sexuais.
Giovana entendera o recado mas fingira que não era com ela.
— Ainda bem, né, mio amico! Porque olha, eu vou te falar!
Giuliano riu.
— Vamos parar de falar besteiras e vamos ao que interessa! O castelo
está fechado para vocês por três dias, hoje para arrumar, amanhã para o coquetel
e a balada e no sábado para arrumação. Mas tem que ser pela manhã, até no
máximo dez da manhã tem que estar limpo e entregue, tudo bem?
— Antes disso estará entregue. Será que conseguimos umas oito da
manhã, Giovana?
— Acredito que sim! Só falar com a equipe de limpeza que o buffet
trouxer que deixamos tudo nos conformes.
— Ottimo! Vamos lá conhecer o Castelo Aragonese.
Quando voltaram da visita ainda tinham que resolver o quarto de
Giovana.
— Que absurdo! Eu vou procurar um hotel na cidade, não é possível!
— Gio posso te dar uma sugestão?
— Qual?
— Você fica na minha casa, é aqui ao lado.
— Não, Giuliano!
— Eu tentei fazer uma reserva pra você, mas os hotéis estão cheios,
querida! Você vai ficar na rua? Não pode!
Giovana pensou e disse:
— Está bem!
Giovana estava tão brava que não vira nenhum detalhe da casa de
Giuliano. Ele a colocou no quarto ao lado do seu, ela tomou um banho e caiu na
cama, no dia seguinte iria trabalhar muito.
O coquetel havia sido um sucesso, Giovana ainda estava brava por não
ter um quarto no hotel para ela, mas sua raiva passou quando viu as luzes azuis e
brancas e um garçom a serviu com um espumante a música alta começou a
tomar conta dela, há muito tempo não ia numa balada!
Giuliano observou o remelexo da secretária, ela estava linda com aquele
vestido colado, os cabelos presos num coque frouxo e os cabelos das têmporas
solto que terminavam num lindo cacho. Ele pegou sua taça e foi para o bar e
ficou observando-a dançar enquanto os convidados não chegavam, apenas
alguns funcionários estavam ali. Matt chegou-se a ela e a acompanhou, ele a via
segurar a taça e dançar, ela levantava os braços até a cabeça, fechava os olhos e
remexia o corpo no ritmo da música, as luzes piscavam, Giuliano estava
adorando aquilo tudo. Sabia que estava tudo nos conformes porquê Giovana era
extremamente detalhista, até mais que ele.
Ela bebeu do espumante e sorriu ainda mais, parecia que ela dançava em
câmera lenta por conta das luzes piscantes. De repente, ela puxou o palito que
prendia seu coque e um vento forte soprou e desfez seu coque perfeito, seus
cachos caíram como uma cascata de petróleo, ele ficou de boca aberta. Ela é
perfeita! Ela mexeu a cabeça e seus cachos voavam, seus olhos estavam
fechados e ela sorria. Ele não resistiu, colocou sua taça no balcão, e foi até ela,
ele acenou para Matt sair e ele assim o fez, ele pegou-a pela cintura com as duas
mãos e ela se deixou levar, se apoiou nele, nem viu quando ele pegou sua taça e
deu para um garçom que passava ali.
Ele estava adorando sentir o cheiro dela, o corpo dela no dele, não iria
conseguir se controlar, fora uma péssima ideia cancelar a reserva dela para ela
ser forçada a dormir no quarto dele. Inferno! Por que ela tinha que ser tão bonita
e tão gostosa? Que caralho! Por que essa filha da puta estava acabando com sua
vida e juízo?
Ela colocou as mãos em volta dele fazendo com que ele se achegasse
mais a ela, ele rapidamente virou-a de frente para ele e encarou aqueles olhos
azuis brilhantes, aquela não era mais a sua secretária, aquela era a verdadeira
Giovana, uma Giovana que ficava escondida a maior parte do tempo.
Ela levou as mãos até a cabeça e enterrou os dedos nos cabelos e depois
os soltos numa dança tão sexy, seus olhos lânguidos e sua boca meio aberta meio
fechada completavam o rosto que se iluminava, ela estava se sentindo livre, e ele
fazia parte daquilo. Ela o deixou fazer parte daquilo.
Puta que pariu! Ele estava vendo a hora que iria arrastar aquela louca
pelos cabelos pro primeiro quarto que tivesse na sua casa e iria jogá-la na cama e
fazer amor com ela. Ele iria acabar com isso e era agora, antes que ele a
possuísse ali mesmo! Inferno!
Pegou o celular e digitou uma mensagem para Matt, ele virou Giovana de
modo que ele via Matt, ele viu o amigo pegar o celular, ler a mensagem e olhar
para ele. Matt arregalou os olhos e olhou para ele, Giuliano deu um olhar
significativo para Matt e Matt fez positivo para ele discretamente, Giuliano
acenou com a cabeça rapidamente.
— Giovana! — Disse ele no ouvido dela bem baixinho.
— Sì!
— Venha para casa comigo hoje?
— O que?
A música estava parando, o garçom chegou trazendo mais bebidas que
Giuliano pegou de pronto para os dois, eles bridaram com as taças, Giuliano
dava um olhar significativo para Giovana, ela lhe deu um sorriso atrevido, se
aproximou dele e se virou ficando de costas para ele e continuou a dançar, ela se
aproximou mais dele e disse:
— Repete!
— Venha para casa comigo hoje. — Ele fala ao ouvido dela, os cachos de
petróleo faziam gracinha no rosto dele o deixando doido. O cheiro daqueles
cabelos o estavam entorpecendo e ele fechou os olhos aspirando o perfume dela.
— Está me dando uma ordem, signore Vulcano? — Ela virou-se com
atrevimento para encará-lo.
— Não! O Giuliano é quem está pedindo para a Giovana vir com ele para
casa. O signore Vulcano ficou na Calábria.
Ela não parava de dançar e ele acompanhava seu ritmo. Giuliano estava
com uma calça social preta, sapatos italianos pretos e bem engraxados, blusa de
tricô com gola rolê preta de manga comprida por baixo, um casaco de frio de
zíper lateral também preta, com oito botões grandes, o casaco estava fechado até
o peito, mostrando a bela gola do casaco e a blusa de tricô. Ele parecia um
sonho, Giovana não queria acordar!
— Vamos para casa comigo, Giovana!
— Casa?
— Sì! Venha para casa comigo!
— E a balada , Giuliano?
— Foda-se! Eu quero você! Estou morrendo de desejo de ter você,
Giovana! — Os olhos dele eram brasa viva! — Você vai transar comigo ouvindo
essa música! É a minha favorita! — Disse ele no ouvido dela, ele mordeu o
lóbulo de sua orelha, o que a fez se arrepiar. — Venha, porquê hoje, você é
minha!
Ele olhou para Matt rapidamente, que os observava discretamente de
longe, Giuliano puxou a secretária com discrição, quem olhasse não via a mão
dele a conduzindo para fora do coquetel. Giuliano pegou o celular e a chave do
carro, Giovana ainda requebrava ao som da música.
Giuliano sabia que Giovana trabalhava ouvindo música de acordo com
seu humor, e se deixasse ouviria a mesma música mil vezes, então, como ele
conhecia o DJ que virara seu amigo, ele pediu que gravasse a música por uma
hora inteira, e ele assim o fez, Giuliano colocou a música que Giovana queria
ouvir, ele pegara o Ipod dela e vira que ela vivia ouvindo aquela música, ele
colocara no coquetel porquê sabia que ela ia gostar e fizera o pedido especial
para Marco, o DJ.
Giuliano abriu a porta do carro para Giovana, deu o celular dele para ela
segurar, enquanto ela colocava o cinto de segurança e dançava, ele dava a volta
no carro e entrava, colocava o cinto e ligava o bluetooth do carro e a música
começou a tocar nos alto-falantes. Giovana ficou doida, fechou os olhos e
dançava no seu acento. Giuliano saiu com o carro e foi para sua casa de praia.
Ele havia antes armado com Matt, se abrira com ele, era seu melhor amigo.
Eram irmãos, um arrumava amante para o outro.
— Giuliano, vai dar merda!
— Não vai! Cala a boca e me ajuda!
— Mano, isso é muito clichê até para você!
— Vai tomar no cú, não pedi sua opinião, caralho! Eu tô doido por essa
filha da puta e você aí querendo me dar uma porra de um sermão?
— Eu? Jamais! Vai fundo, cara! Mas se magoar mia Giovana, eu corto
teu pinto fora!
Giuliano riu.
Ele dera aos empregados folga por uma semana, então eram só os dois.
Ele arrumara tudo, queria perfeição, mas não queria que Giovana soubesse.
Eles chegaram na enorme casa de praia, um caminho de luzes azuis ia
desde a garagem enorme cheia de carros esportes de Giuliano até a porta.
Giovana não conseguia mais parar de dançar aquela música que tanto amava
ouvir. Giuliano a acompanhava, mas sem dançar, apenas segurava sua mão, ele
viu a felicidade dela e resolveu acompanha-la na dança.
— Venha, Giuliano Vulcano, dance comigo!
Ele a beijou tão profundamente que ela ficou de pernas bambas. Eles
dançaram no deque que dava para a casa, ele abriu a porta e ela entrou dançando
ainda, com o celular de Giuliano nas mãos. Ela parou no meio da sala e colocou
a mão no pescoço e desceu pelos seios até a barriga com os olhos fechados.
Giuliano fechou a porta, achegou-se a ela e a abraçou pelas costas e beijou seu
pescoço.
Ele sabia que quando Giovana começava a dançar não parava mais. Ela
colocou a mão no pescoço dele dando livre acesso ao pescoço dela. Ele mordeu
o lóbulo da orelha dela deixando-a mais mole ainda, pegou o controle remoto da
casa e ligou a luz, o aparelho de som e pegou o celular das mãos de Giovana,
conectou via bluetooth o celular nos alto-falantes e o som saiu pela casa toda, ele
colocou seu celular para carregar, virou-se para ela que não parava mais de
dançar.
Ela já havia dito a ele que aquela música para ser perfeita só falta uma
coisa, que ela não tivesse fim, então ele proporcionou aquilo para ela. Ele a
abraçou pelas costas e ela o recebeu, ele a virou e a beijou profundamente. Ela o
abraçou passou uma das mãos pelo pescoço dele e a outra em seu peito. O
coração dela esmurrava seu peito e ele podia sentir que ela estava a mil por hora.
Eles haviam ido para a balada naquela semana, ela havia saído com Lisa,
a recepcionista do andar, e ele e Matt acabaram se encontrando com as garotas
por acaso. Mas conhecendo Matt do jeito que conhecia, fora proposital.
— Por que você quis vir aqui, Matt?
— Porque precisamos nos divertir! Nada melhor do que uma baladinha
pra gente ver garotas bonitas e remexer os esqueletos.
— Sei!
Eles se sentaram na área VIP e pediram uma bebida. De repente, uma
loira linda e uma morena de cabelos cacheados chamaram sua atenção, elas
dançavam em perfeita harmonia. O corpo violoncello da morena era lindo, com
um vestido de vinil colado ao corpo e salto altos, ela chamava atenção, as
pulseiras coloridas neon davam destaque para sua pele branca como porcelana.
— Achou sua presa, Giuliano Vulcano? — Matt perguntara. Sabia que
Giuliano estava amarradão na secretária, mas não sabia se ela correspondia. Ele
riu ante a insatisfação de Giuliano.
— Você me trouxe aqui de propósito, né, seu filho da puta!
— Imagina!
— Corno!
Matt riu. Ele viu Giuliano descer da área VIP e ir para a pista de dança,
sob a música preferida de Giovana ele a viu florescer como um lindo lírio negro.
Lisa sorriu ao ver Giuliano e deu espaço para ele dançar com Giovana, ela ainda
não se dera conta que ele estava ali, só quando ele a segurou pela cintura, ela
abriu os olhos e os arregalou ao ver seu chefe ali dançando com ela. Lisa sorriu
descaradamente deixando a amiga com o chefão.
"Lisa, você me paga, sua pequena vadia!", pensou Giovana. Ela dançou
com ele quase a noite toda. E agora ali estavam eles, naquele cenário lindo de
Napoli, ele a beijava com tanto furor e ardor que ela não tinha como não se
render a ele. Ela não sabia que tinha feito pacto com o diabo e agora ele vinha
cobrar sua dívida.
— Se renda a mim, Giovana! Me deixe mostrar a você quem realmente
sou. — Disse ele entre um beijo e outro.
— Não faça isso comigo, Giuliano, per favore!
— Você tem uma promessa de vida comigo! Mais do que isso, você tem
uma dívida comigo, Giovana! Então me deixe cobra-la da forma mais prazerosa
que um homem pode dar a uma mulher. Não estou te pedindo muito!
Ele voltou a beija-la. Ele sabia que estava jogando sujo com ela, a droga
dela era aquela música, e ele estava usando aquilo a seu favor. Ele era um
verdadeiro filho da puta! Mas antes de mais nada era um homem de negócios
multimilionário.
Ele tirou sua jaqueta e ela tirou a blusa de tricô dele e abriu suas blusa
social com tudo, ela explorou seu peito com as mãos enquanto ele trilhava pelo
seu pescoço, ela deu livre acesso a ele, não conseguia dizer "não" para Giuliano.
Ele tomou-a no colo e subiu para seu quarto, abriu a porta com o pé e
entrou no seu recinto sagrado, colocou-a na cama e tirou sua blusa social e seus
sapatos enquanto ela puxava seus longos cachos e os espalhava pela cama, seus
olhos lânguidos e sua respiração pesada o estava deixando louco.
Ele ficou só de cueca e Giovana viu o imenso volume dele. "Caralho!",
ela pensou. Ela ia tirar o vestido, mas achou melhor não, ele deitou em cima dela
e ela o virou com tudo:
— Não, signore! Hoje quem manda em você sou eu!
Ela ficou sentada sobre ele. E explorou novamente seu peito liso e
musculoso, o arranhou de leve e sentiu a excitação dele, seu pau estava duro
como uma pedra e sentia-o contra sua boceta. Ela o beijou por um breve
momento o provocando-o. Novamente ficou ereta e pegou suas grandes mãos e
depositou em seu corpo, ele trilhou pela cintura dela e foi até a barra do vestido
colado. Como num passe de mágica ela estava só de calcinha e ele teve a visão
dos petulantes seios dela e da sua calcinha preta.
— Você é tão linda, Giovana! Madonna Mia!
Ele a segurou e a virou, quando ela deu conta de si ele estava por cima
dela beijando-a ele colheu seus seios e desceu até um deles e o sorveu.
Ele seria tão bom com a boceta dela quanto era com seu seio? Tomara
que sim! Ela ainda estava com o cheiro fresco do banho e ele estava adorando
tudo aquilo. Ele baixou sua calcinha enquanto beijava sua barriga. Aquela
sensação de borboletas voando em sua barriga não a largava e a deixava mais
excitada. Ele finalmente desceu até a boceta dela e se apossou de seu clitóris.
Enfiou sua língua naquela boceta toda depilada, estava tão lisinha e sua língua
escorregava na lubrificação dela. Ela estava muito molhada e ele adorava aquele
cheiro. Ela segurou os cabelos dele enquanto se saciava com o banho de língua
maravilhoso que ele lhe dava.
Ele não ia estragar a brincadeira e colocar um dedo dentro da boceta dela,
sabia de olhar que Giovana se concentrava em uma coisa de cada vez e na cama
era a mesma coisa.
— Ah, Giovana! Desde o dia que te conheci eu te desejo!
Ela não conseguia responder, ele a estava levando à loucura. Giuliano
passou a língua pelo clitóris dela:
— Aí! Continua! Não para!
Ele achará o ponto de excitação dela e ali ele ficou. Rapidamente ela
sentiu o orgasmo a assaltando:
— Giuliano, eu vou.... — Ele sorrindo sentiu a boceta dela se apertar e a
gozada dela com seu grito contido.
— Ah, Giovana! Quero que goze tão gostoso, quanto gozou agora, no
meu pau.
Ele tirou a cueca e com cuidado a penetrou.
— Você é tão apertada! — Ele sentia seu pênis batendo na parede do
útero dela. — Ah Giovana! — Ele esperou um pouco para que ela se
acostumasse com o tamanho dele. E quando sentiu a resistência dela baixar, ele
começou a se movimentar dentro dela.
Ele começou com estocadas leves e depois aprofundou e com
movimentos fortes se enterrava dentro dela. Ela o abraçou com as pernas e os
braços, ele puxou seus cabelos e a beijou com ferocidade. Ele adorava aquele
cheiro dela e agora com a mistura do cheiro do sexo deles era um combustível a
mais para ele.
Ela começou a arranha-lo e beijou-lhe o pescoço, deu-lhe uma leve
mordida em seu queixo, ele ficou doido.
Ele os virou e deixou-a cavalgar nele como uma amazona, ele tinha a
visão dos seios jovens dela, a pele branca e os bicos dos seios rosados eram um
convite para ele se enterrar no meio deles.
Ah, ela sentia o pau dele dentro dela tão gostoso, seu clitóris se esfregava
deliciosamente na pélvis dele, ela jogou a cabeça para trás, ele se inclinou como
se fosse se sentar e isso fez com ela perdesse o foco.
— Quem mandou se sentar? Deite-se!
— Eu não vou aguentar, mia ragazza!
— Eu não perguntei! Deite-se! Agora!
Ele o fez e ela voltou a esfregar sua boceta na pélvis nele enquanto o pau
dele estava duro e latejante dentro dela. Ela estava quase gozando, ele podia
sentir a boceta dela apertando o pau dele.
Ela arranhou o peito dele e pegou suas mãos e colocou em sua bunda.
— Me aperta com gosto! Puxa meus cabelos!
Ele o fez.
— Giuliano, eu vou gozar de novo!
— Goza no meu pau, sua figglia de una puttana!
— Isso! Me xinga de novo!
— Filha da puta!
Ela ficava tão excitada quando ele a xingava. Mais uma vez o orgasmo a
atingiu de uma forma tão intensa e gostosa que ela deu um grito.
— Giuliano!
Ele ficou ainda mais excitado quando a ouviu gritar seu nome. Ela foi
parando aos poucos de se movimentar e então ele a colocou de quatro, queria ver
aquela bunda imensa virada para ele. Ele a penetrou com vigor e ficou
manipulando o clitóris dela.
— Não! — Disse ela sem fôlego.
— Cale a boca! Quem manda em você sou eu!
Ele puxou os cabelos dela até ela vir até ele diminuindo a distância entre
eles, assim ele poderia penetra-lá com mais intensidade.
— Caralho, Giovana! Como você é gostosa!
— Cala a boca e me come, seu filho da puta! Me rasga inteira, vai! Bate
na minha bunda!
Ele o fez, deu um tapa na bunda dela que ecoou no quarto. Ele sentia o
clitóris dela latejando! Porra, ela estava super molhada!
Ele trocou de posição e a deitou de lado, na posição fetal, e a penetrou,
ficou mais apertada e mais baixa. Ele estava adorando aquilo.
Meu Deus! Quanto mais estocava nela, mais frenético ficava. Giovana ia
gozar de novo!
— Você está proibida de gozar sem mim, sua filha da puta!
— Está pedindo demais de mim!
Ele saiu de dentro dela e a chupou de novo.
— Isso não é justo, Giuliano! Eu quero te chupar!
Ele fizeram um meia nove e quando Giuliano percebeu que Giovana ia
gozar, ele a tirou de cima dele e a penetrou de novo. Ele deu mais alguma
estocadas fortes e sentiu-a gozar, ele gozou dentro dela. Ela sentiu os espasmos
dele e o som gutural que saia de sua garganta.
— Ah minha doce Giovana! — Ele ainda estava dentro dela, se
movimentava bem devagar. Ele a beijou com doçura enquanto se mexia dentro
dela ainda. — Você é tão gostosa, mia ragazza! Tão doce!
Ele não queria sair de dentro dela. Por ele ficava ali até amanhecer. Ele
caiu para o lado e a trouxe junto ao seu peito, ela se aninhou a ele, colocou sua
cabeça no peito dele e ouviu as batidas do seu coração, sua mão foi para junto de
seu peito enquanto sua perna foi para cima da perna dele, ele a abraçou com as
pernas e braços. Giovana estava de olhos fechados enquanto Giuliano fazia
carinho nas suas costas e beijava sua cabeça.
— Dormi, mia dolce Giovana! Dormi, mia dolce ragazza!
Ela deu um longo suspiro, se embrenhou no pescoço dele e sentiu o
cheiro, seus olhos ficaram pesados e ela logo dormiu.




Capítulo 12

Aquela noite, Giuliano não a deixou descansar.
— Mas, Giuliano...
— Eu já disse e vou repetir, eu vim pra cobrar minha dívida, e quando eu
me saciar de você, direi se ela está paga ou não! Então aproveite, minha doce
Giovana, e me satisfaça como deve ser! Você é minha! — Disse ele com olhos
do diabo e cheirando seus cabelos.
Ele estava deitado em cima dela e se apoiava no braço direito, Giovana o
sentiu excitado novamente.
— Já que é assim que você quer...
— Como se você não quisesse também.
— Você quem está falando.
Ela pegou no pau dele e o sentiu duro, começou a bater uma punheta e
olhava para ele que fechou os olhos a hora que ela começou, ele a virou, ela
desceu até seu pau e o engoliu, Giovana adorava fazer um boquete e ele tinha um
pau tão gostoso, enchia sua boca d'água.
"Madonna Mia! Como eu estou adorando chupar esse pau!"
Ela segurava o pau dele com uma mão e com a outra acariciava as bolas,
e chupava com gostoso e com a boca cheia d'água. Já que era pra ser amante
dele, seria uma inesquecível!
— Giovana, venha cá minha doce ragazza! Me deixa te comer gostoso.
— Não! Não terminei aqui ainda.
— Se você continuar eu vou gozar na sua boca, sua piccola figlia di
puttana.— Disse ele entre os dentes e puxando os cabelos dela trazendo-o para
ele.
A briga de poder deles na cama era ótima, porque os dois ganhavam. Ele
puxou-a para cima a contra gosto dela e desceu para sua boceta e enfiou a língua
dentro da vagina dela e como um gato lambeu até o clítoris. Depois começou a
chupar o clítoris dela e novamente achou o ponto de excitação da doida. Ela
puxou seus cabelos mas ele não levantou a cabeça, continuou chupando-a.
— Giuliano, eu vou gozar, minhas pernas estão bambas.
— Eu sei! A idéia é essa!
Ele voltou sua atenção novamente para a boceta dela que estava inchada
e sensível. Ele penetrou-a do nada e continuou mexendo no clitóris dela, ele
sentiu-a apertando seu pau e ela deu um grito quando jorrou seu orgasmo no pau
dele.
Ele foi até ela e a beijou quando ela ainda sentia os espasmo do orgasmo,
o pequeno corpo dela tremia por conta dos espasmos e ele ainda estocava fundo
nela, ela o abraçou:
— Giuliano! — Ela o chamou sem fôlego e o abraçou com as pernas e
braços, ele passou seu braço pelo pescoço dela e com a outra mão se apoiou e
enterrou-se ainda mais dentro dela, sentiu seu pau batendo no útero dela e no seu
movimento frenético gozou dentro dela mais uma vez.
Giovana estava amando sentir os espasmos dele e o prazer que ela
proporcionava a ele. Ela sentiu-o gozar tão gostoso e novamente o som gutural
que saia dele a deixava orgulhosa de si. Ele não saiu de dentro dela, somente
quando fora obrigado, então ele a virou de frente para ele e a abraçou, a perna
dela ficou no meio das pernas dele, enquanto ele a abraçava por inteiro e os
cobria.
Eles se olharam, os olhos azuis dela estavam lânguidos e em completo
torpor. Giuliano respirou fundo e beijou a testa dela. Ele tocou no nariz dela
fazendo-a sorrir, beijou-a com paixão.
— Giuliano, preciso perguntar.
— A vontade, mia dolce ragazza!
— Por que eu?
— Como assim?
— Existem tantas mulheres, por que você me chantageou desse jeito?
— Você sabe bem porquê, depois que vi a sua carinha de prazer naquelas
gravações eu quis me enterrar dentro de você e eu mesmo ver. Não imagina a
mulher linda que é. Não só quando está gritando por causa de um orgasmo, mas
também quando está de roupa.
Giovana riu sem graça.
— Você é tão doce, mia ragazza, tão serena.
— Só se for na cama, porque no trabalho eu sou elétrica.
— Isso é verdade, mas a verdadeira Giovana me provocou o coquetel
inteiro, nos vinhedos e na balada e está deitada comigo agora nessa cama, o
melhor lado da Giovana só eu conheço.
— Isso é verdade!
— Você, até hoje, foi a única secretária com quem eu me relacionei.
— Nossa, não sei se me sinto triste ou feliz.
— Por que?
— Feliz por me sentir lisonjeada pelo meu chefe reconhecer minhas
qualidades além do trabalho ou triste porquê por causa de um emprego meu
chefe me chantageou, não estou tirando a minha culpa, mas que isso é
chantagem, ah isso é!
Ele riu.
— Então fique feliz pelas duas coisas. — Ele beijou-lhe os cabelos. —
Você trouxe roupa de banho?
— Sim, por que?
— Amanhã eu vou te comer na piscina! Se prepare!
— Mamma mia!
— Mamma mia mesmo! Quero você amanhã prontinha pra mim, você e
essa sua boceta gostosa! Por hora vamos dormir. Buona sera, mia dolce ragazza!
— Buona sera, signore Vulcano!
Ele sorriu e a abraçou mais apertado.
Giovana acordou com um cheiro de café maravilhoso. Ela se espreguiçou
como um gato preguiçoso, olhou para a cama e estava sozinha, colocou a
calcinha e a camisa de Giuliano, escovou os dentes e desceu descalça. Foi
seguindo o cheiro e ouviu Giuliano na cozinha usando apenas uma calça de
moletom, descalço e com um pano de prato no ombro músculo, estava cantando
Santa Lúcia. A voz de tenor dele era um encanto, deixava-a sonhadora ela foi até
ele e o abraçou pelas costas.
Ele deixou a escumadeira em cima da pia e se virou, abraçou-a e beijou-
a.
— Buongiorno, mia dolce ragazza!
— Buongiorno, Vulcano!
Ela ficou na ponta dos pés e ele se abaixou para beija-lá novamente, ela
passou os braços pelo pescoço dele, ele a prendeu em seus braços, deu dois
beijos estralados nela. Olhou-a profundamente.
— O que, Vulcano?
— Nada! Estou olhando para esses lindos olhos azuis e em como a
verdadeira Giovana é diferente da secretária. Como pode?
— E isso importa agora?
— No!
Ele a beijou novamente, não teve pressa, até que sentiram um cheiro de
queimado. Ele interrompeu o beijo e disse:
— Ah, Madonna Mia! Mia frittelle!
— Adoro panquecas! Vou deixar você terminar pra depois te provocar.
— Isso, siediti per fare colazione. Você já me distrai sem precisar de
muita coisa!
— Eu? — Disse ela indo sentar-se no balcão.
— Sì! Você e questo corpo di violoncello! Senta esse bundão e não me
distraia. — Ele disse jogando fora a panqueca queimada e lavando a frigideira.
Ele novamente colocou a frigideira limpa no fogo, enquanto ela
esquentava novamente, ele pegou um suco de abacaxi com hortelã, café, leite,
manteiga, mel, açúcar mascavo, salada de frutas e colocou em cima da mesa. Ele
derramou a massa na frigideira e rapidamente pegou pratos e talheres, virou as
panqueca e colocou as xícaras na mesa em cima dos pratos.
— Quer ajuda?
— No!
Ele colocou a panqueca no prato dela e colocou mais massa.
— Mangia!
— Vou esperar por você! Não se preocupe.
Rapidamente Giuliano terminou as panquecas e sentou-se ao lado de
Giovana. Ela passou manteiga e mel na panqueca e mordeu.
— Que mistura louca!
— O que?
— Manteiga e mel!
— Eu gosto! Mas também amo mostarda e mel.
— Toma! — Disse ele dando um potinho para ela.
— Doido!
Eles riram.
Giovana ficou preguiçosa depois do café da manhã que Giuliano lhe
servirá.
— Giuliano, precisamos ir no castelo para verificar a limpeza.
— Sì! Vamos lá!
Eles se arrumaram e foram a pé para o castelo, quando chegaram,
Patrício estava no castelo observando o término da limpeza.
— Buongiorno Patrício! — Disse Giuliano.
— Buongiorno, ragazzos!
— E a limpeza, signore Patrício?
— Está tudo ottimo! Curtiram a balada?
— Sì! — Disse Giuliano
De repente Matt chegou com Sabrina.
— Buongiorno pessoal!
— Buongiorno!
— Giuliano, os funcionários estão querendo saber se eles vão embora
hoje ou amanhã.
— Amanhã, Matt! Estamos verificando algumas coisas aqui e já iremos
para o hotel.
Patrício deu um olhar para Giuliano, Giovana estava mexendo no celular.
— Giuliano, a reunião que me pediu para marcar já foi agendada. Olhe!
— Ottimo! — Disse ele olhando para o celular dela. Ela sabia como tirá-
lo de situações embaraçosas.
— Eu não recebi o invite, Gio! -Disse Sabrina inocente olhando o celular.
— É outra reunião, com cliente, Sabrina!
— Ah tá! Scusami!
Giovana sorriu para a amiga, olhou para Matt que lhe deu um olhar
engraçado.
— Matt você recebeu o invite? — O olhar dela se pudesse lançava
adagas nele.
— Vou ver agora, veja pra mim, Ssbrina, per favore!
— Vamos indo, Giovana! Matt quando acabar aqui, per favore, volte para
o hotel que temos coisas a fazer.
— Sì!
Giovana e Giuliano saíram do castelo e quando estavam bem longe,
Giuliano disse:
— Só você para me tirar de certas saias justas.
— Vou começar a cobrar.
Ele riu, abraçou-a e a beijou.
— Giuliano!
— O que?
— Alguém pode ver!
— Foda-se! Ninguém vai falar nada!
— Mas vão comentar!
— Melhor ainda! Você se preocupa demais!
— Eu me preocupo com nossa reputação, isso sim!
— Fica quietinha, fica!
Ele parou no meio da calçada e a beijou com gosto, deixando-a sem
graça, ele a inclinou e eles ouviram um click. Era um velhinho que tirará uma
foto deles com o mar Tirreno no fundo.
— Bella coppia.
— Grazie! — Disse Giuliano.
— Un momento. — Ele imprimiu a foto e entregou para Giuliano.
— Grazie!
Giuliano deu uma nota alta de euro para o velhinho e abraçou Giovana
dando-lhe a foto e beijando sua cabeça. Ela riu e eles caminharam abraçados até
a chegada no hotel. A recepcionista do hotel a chamou discretamente:
— Scusami, signore Vulcano!
— Giovana vá indo para a sala de reuniões que eu te alcanço.
— Sì, Giuliano.
Ela saiu e ele se virou para a recepcionista:
— Sì!
— Tem uma moça querendo falar com o signore.
— Quem? — Ele estranhou.
— Ela disse que se chama Rafaela Sartori.
— Merda! Onde ela está?
— No restaurante esperando o signore.
— Está bem! Grazie!
Giuliano foi tenso até o restaurante e lá encontrou Rafaela.
— O que faz aqui?
— Estava morrendo de saudades. Você me deixou falando sozinha no
meu apartamento. — Disse ela pulando no pescoço dele.
- — Me largue, Rafaela! Quem te contou que eu estava aqui?
— Esqueceu-se de que meu irmão trabalha na empresa que você fechou
contrato recentemente?
— Merda! — Ele estava muito irritado. — O que você quer? Por que
veio até aqui?
— Já disse, estava com saudades!
— O que foi que eu te disse a última vez que nos falamos?
— Que nosso caso tinha acabado! Mas sabemos bem que só eu te
satisfaço, faço do jeito que você gosta! — Disse ela passando o dedo indicador
no peito dele e fazendo bico.
— Tire suas mãos de mim agora! — Ele estava uma fera.
— Ah, Giu não seja assim! Sabemos bem que você não resiste a mim.
Ele levantou a cabeça e suspirou impaciente.
— Rafaela, nosso caso acabou há semanas! Eu disse a você que não ia
me casar e você sempre soube disso!
— Eu sei, Giu!
— Não me chame de Giu, inferno! Vá embora! Você deu viagem
perdida! Sabe que minha palavra não volta atrás!
— Giuliano, per favore, scusami! Eu não volto mais a falar de
casamento, mas volta pra mim!
— Nem pra você e nem com você! Acabou naquela noite, Rafaela! Me
esquece e me deixe em paz!
— Per favore, Giuliano! Vamos voltar pro meu apartamento!
— No! Não quero mais nada com você e nem te ver,entendeu?
De repente uma voz suave o chamou:
— Signore Vulcano, os funcionários estão o esperando! — Disse
Giovana calma, ele viu que seus olhos azuis faiscavam. Há quanto tempo estava
ali? Será que ela ouvira a conversa deles?
— Grazie, Giovana! Estou bem atrás de você!
Giovana não esperou resposta, virou-se no seu elegante Christian
Louboutin preto e saiu com toda dignidade do mundo.
Então, Rafaela viu o que não queria ver, um brilho no olhar de Giuliano,
os olhos deles se iluminaram como uma supernova e ela entendeu que tinha uma
rival.
— Ah, então é isso! Está apaixonadinho pela secretária, Giuliano?
Ele pegou-a pelos pulsos e a chacoalhou:
— Vá embora, Rafaela! Não brinque comigo! Sabe muito bem quem sou
eu, não sabe? — Disse ele parecendo o diabo.
— Sim! — Disse ela olhando assustada para ele.
— Então não me provoque! O que eu faço ou deixo de fazer na minha
vida privada nunca foi e nem será problema seu! A Giovana é só minha
secretária e simplesmente tem minha vida nas mãos dela, então deixe-a em paz!
Se por sua causa ela foder com minha vida, eu vou foder com a sua de um modo
tão pequeno que sua vigésima quinta geração vai precisar de um continente
inteiro para tirá-los do lamaçal que eu irei te jogar!
Ele a soltou e saiu andando, quando chegou na porta parou e disse, sem
virar o rosto:
— Quando eu sair da reunião, quero que já esteja no primeiro avião de
volta para sua casa!
Ele saiu andando deixando-a plantada. Ele entrou na sala de reuniões e
viu Giovana conduzindo a reunião que ele deveria conduzir com maestria.
— Pessoal, o financeiro irá criar uma conta do cliente dentro do sistema.
O primeiro pagamento será feito em dois dias, e então poderemos iniciar o
processo de consolidação e migração dos dados. De acordo com o Matt iremos
usar o data center dois, os hacks sete a dez, é um cliente grande, com dados
pesados, além disso forneceremos as safras de primeira e segunda linha dos
vinhos Vulcano. Eles são uma enorme rede de bancos que atende famílias
tradicionais europeias além de requintados restaurantes, eles atendem clientes
exclusivos. Então eu peço que, per favore, tomem cuidado com esse cliente,
vocês são os melhores de seu time e cuidarão exclusivamente desse cliente.
Matt olhou torto para Giuliano.
— Que bom que chegou, signore Vulcano! O signore pode falar mais do
cliente para o pessoal, per favore?
— Sì! — Disse ele desconcertado.
Era a primeira vez que Matt via o amigo ser pego de calças curtas, ele
olhou para Giovana que parecia uma fera enjaulada num corpo e lindo sorriso de
mulher. Ele sabia que o amigo fizera alguma merda porquê ela estava sendo
cordial demais.
"O que você fez, seu asno?", Matt perguntou via torpedo para Giuliano,
que colocou o celular virado para baixo.
— Ciao, pessoal. Scusami a demora, estava resolvendo um pequeno
detalhe! Acredito que Giovana já deu um geral sobre o novo cliente e como o
trabalho de vocês é muito importante. Vocês foram escolhidos a dedo por Matt e
seus gerentes...
Giovana saiu da sala discretamente, mas não passou despercebida por
Giuliano, ela pegou as caixas de lembranças que fizera para os funcionários,
deixou-a em cima do móvel e saiu novamente.
Estava uma fera, ouvira toda a conversa. Não ia falar nada, apenas ia
esperar o que ele tinha para dizer! Filho da puta! Como ele pôde? Ele a
chantageou para ela virar amante dele e agora isso!
— O ditado é bem certeiro, não é? Quando a melancia é boa demais,
nunca comemos sozinhos! - Disse ela para seus botões passando a mão na testa.
- Ok, Giovana! Ele não é nada seu a não ser seu chefe e seu amante! Eu nem sei
mais o que eu estou fazendo aqui! Se controla, Giovana! Por que comigo, Dio
mio? Já não basta pelo que passei com o Rodrigo? Calma, Giovana!
Ela foi até o restaurante onde seria servido o café da manhã e pediu um
copo de água gelado.
— Ah, aí está você!
Ela se virou e viu uma loira de cabelos curtos tipo chanel, olhos verdes,
pinta em cima dos lábios, um pouco menor que ela, corpo esguio, Giovana ficou
com certa inveja, ela era mignon, enquanto Giovana era uma cavalona, tinha
curvas.
— Desculpe?
— Não se faça de desentendida!
— Como assim? — Disse ela bebendo mais água. Giovana sabia quem
era ela.
— Vamos ficar nesse jogo mesmo?
— Que jogo?
— Ai, ai, olha só, você sabe bem quem eu sou e eu sei quem é você, tá
legal?! Eu sou a Rafaela e você deve ser a nova conquista do Giuliano. Mas olha
só, deixa eu te falar umas coisas sobre o signore Vulcano.
— Desculpa, mas eu não estou interessada e nem sei do que está falando!
— Ah você sabe sim! Você causa brilho nos olhos dele, eu conheço bem
o Giuliano para saber, mas deixa eu te avisar uma coisinha, querida! Lui è il mio
uomo!
— Me desculpe, e eu com isso? Se ele é seu ou de outra pessoa, pra mim
pouco importa! Ele é meu chefe.
— Por quanto tempo mais ele vai ser apenas o seu chefinho querido?
Giuliano é um homem muito bonito e perigoso também, ele pode acabar com sua
carreira em dois segundos, querida! Cuidado com ele!
Giovana deu um sorrisinho debochado.
— Deseja algo mais?
— Não! Mas quero que saiba de uma coisa, seja com você ou qualquer
outra mulher, eu vou lutar por ele e trazê-lo de volta para mim!
— À vontade! Scusami signorina eu tenho mais o que fazer! -Giovana
viu o maître — Leon, que bom te ver, vamos ver o menu do café da manhã do
pessoal, per favore.
— Buongiorno, bella Giovana! Vamos, venha ver a mesa maravilhosa
que montei para vocês.
— Você sempre atencioso, Leon!
Giovana conhecia Leon quando ele trabalhara no Brasil, ele era maître no
restaurante mais badalado de São Paulo, conhecera um lindo italiano e se
apaixonara perdidamente, o italiano, Rossi, era muito parecido com Freddie
Mercury, Giovana os achava lindos!
— E como está meu Freddie Mercury?
— Está lindo e bem como sempre! Mandou um beijo pra você.
— Ah, que lindo! Mande outro!
— Por que seus olhos estão tristes? Venha e me conte tudo!
— Ah não é nada!
— É tudo! Venha! Vou te preparar uma linda e maravilhosa mesa de café
da manhã.
— Não dá tempo, meu amor, tenho que chamar o pessoal pro café.
— Faz assim, então, você chama e vem falar comigo!
— Combinado! Eu já volto! — Ela deu um beijo e um abraço tão aperto
nele que quase chorou. — Ah, Leon, você é o melhor amico que uma mulher
poderia ter!
— Só porquê eu amo você!
— Também te amo! Me deixa correr.
— Vá lá e volte aqui!
— Sim!
Giovana saiu, literalmente, correndo pra alegria de Leon. Ela chegou na
sala de reuniões e viu que era Matt quem estava falando com os funcionários.
Ela sentou-se ao lado de Sabrina e cochichou:
— O café já vai ser servido!
— Ótimo! To morrendo de fome!
Giovana levou a cadeira de rodinha até Giuliano:
— Giuliano, o café vai ser servido já, vamos dispensar logo o pessoal,
porquê de verdade, essas reuniões são um pé no saco!
— Concordo! Estamos terminando as estratégias de migração e
acomodação do cliente e também da distribuição dos vinhos. Mais dez minutos e
terminamos.
— Ótimo!
— Onde você estava?
— No restaurante do hotel, oras bolas! Onde mais eu estaria? Esqueceu-
se, onde tem comida boa, Giovana Guerra está no meio!
Ele deu um riso abafado e voltou a seriedade.
— Agora passo a palavra para o signore Vulcano e a signorina Guerra. —
Disse Matt.
Eles se levantaram e foram até o móvel, Giovana foi dando as caixas para
Giuliano que levou-as de uma vez para a ponta da mesa.
— Pessoal, sei que todos estão cansados, então vamos liberá-los para o
café da manhã, mas antes, queremos agradecê-los pelo empenho e por darem o
seu melhor na Vulcano. E como minha secretária é uma pessoa muito caprichosa
e atenciosa não só com as minhas coisas mas como meus funcionários, ela me
pediu autorização para montar uma pequena lembrança desse final de semana
maravilhoso. Você quer falar, Giovana?
— Não! — Disse ela sorrindo.
— Então, tudo bem! Pessoal vamos tomar o café e aí vocês estarão
dispensados para curtirem esse final de semana maravilhoso que foi preparado
exclusivamente pra vocês.
Giuliano e Giovana distribuíram as caixinhas de lembrança. Um dos
funcionário, Filipe chegou-se a eles:
— Desculpe, signore Vulcano, mas tudo bem se eu voltar para mia casa?
Minha esposa está grávida e...
— Vá, Filipe! Você tem dinheiro para pegar um voo?
— A signorina Guerra já deixou tudo certo para eu voltar para casa.
Grazie, signorina!
— De nada! Mas me chama de Giovana, per favore. Tome café, Filipe e
depois você vai, seu vôo é próximo do meio dia não é?
— Sì!
— Então, vai lá e aproveita um pouco,dá um beijo na Lavínia por mim!
Se ela fizer chá de bebê eu quero ir, tá bom?
— Sì, Giovana!
Filipe sorriu e Giuliano sentiu uma pontinha de ciúmes, ela era doce com
os funcionários, mas sabia que uma górgona o esperava quando estivessem a sós.
Estava fodido! Quando todos os funcionários, Sabrina perguntou:
— Giovana te ajudo em algo mais?
— Não, Sabrina! Vai lá tomar café, eu cuido do restante aqui. Não tem
mais muita coisa pra fazer mesmo, vai tomar um pouco de sol nessas suas pernas
brancas, vai.
— Ah não exagera! — Ela disse rindo. — Até mais!
— Até, querida! Obrigada por toda ajuda até aqui!
— Imagina!
Sabrina e Matt saíram, mas sem antes Matt dar uma olhada significativa
para Giuliano que passou desapercebida de Giovana.
— Pode ir, signore Vulcano, eu termino aqui e fecho a sala.
— Giovana, eu...
— Não precisa me dizer nada! — Ela não se deixou abalar, estava
entretida recolhendo as coisas e arrumando a sala, enquanto Giuliano estava no
canto próximo da porta com as mãos no bolso parecendo uma criança que tinha
aprontado e agora precisava do perdão da mãe.
— Giovana, não é assim!
— É assim, sim! Você deixou tudo bem claro! — Ela levantou o rosto, já
havia terminado de arrumar as coisas, foi para a ponta da mesa e pegou as caixas
de madeira, estava próxima a ele e finalmente olhou em seus olhos. — O que
você faz na sua vida pessoal não é problema meu. Eu sei que sou só um capricho
seu, e de verdade, isso pouco me importa. Se você tem uma, duas, dez, quinze
amantes, dane-se, não é problema meu. Eu fui obrigada a aceitar porquê eu
preciso de um emprego e porquê gosto de trabalhar na Vulcano, é um ambiente
maravilhoso, trabalho com a maioria de homens, então pra mim, estou em casa!
Eu amo o que eu faço e eu atenderia você de qualquer jeito, porquê foi a
promessa que eu fiz quando me formei, e promessas eu não quebro, eu as
cumpro! Agora, se me der licença, eu tenho que acompanhar o café da manhã
dos funcionários. Scusami!
Giuliano abriu a porta para ela, Giovana carregava as caixas e Giuliano
vinha atrás, como um cachorro arrependido.

Capítulo 13

Giovana chegou sorrindo no café da manhã dos funcionários.
— Cheguei, Leon! O pessoal está se servindo já?
— Sim, minha bella madonna! — Ele viu Giuliano chegando atrás de
Giovana. — Olha, quem é o gato?
Ela se virou e fez cara de deboche para o amigo:
— Meu chefe!
— E a razão dos seus tormentos, estou certo?
— Você como sempre um cretino! Quer uma caixinha para você?
— Claro que quero! O que vem aqui?
— Um monte de coisa e um vinho Vulcano! Tenho que separar um para o
gerente do hotel.
— Que por acaso está vindo ali e está indo conversar com o seu chefe.
— Giovana! — Giuliano chamou.
Ela foi até ele:
— Sì!
— Traga uma caixa, per favore.
— Aqui está! — Disse ela dando a caixa para Giuliano.
— Como sempre você lê meus pensamentos! Grazie! — Ele deu um
olhar significativo para ela, que entendeu que a conversa deles não havia
acabado.
— Às vezes!
— Este é o meu amigo, gerente do hotel, signore Malta!
— Finalmente conheci a tão bem falada secretária de Giuliano Vulcano.
Piacere, signorina Guerra!
— Piacere, signore Malta! E posso saber por que sou tão falada?
— Bella Giovana! — Leon interrompeu a conversa. — Scusami signore
Malta, posso roubar a bella Giovana de vocês?
— Sì! — Disse Giuliano a contra gosto.
— Venha tomar o caffè que preparei especialmente para você, minha
bella madonna! — Ele segurava sua mão e a beijava, fazendo Giovana rir e
sorrir.
Giuliano lançou adagas pelos olhos contra Leon, mal sabia ele que Leon
e Giovana eram apenas amigos!
Ele a colocou numa mesa separada de quatro lugares, Leon bateu as
mãos e alguns garçons chegaram com baixelas, serviu a ambos. Giuliano
observava tudo de longe, como uma águia enquanto Malta e ele conversavam.
— O que se passa minha musa?
— Leon, eu estou arrasada! Acabei com a minha vida!
— Como assim?
— Deixa-me começar do começo.
— É um bom lugar pra começar. Vai contando que eu te sirvo.
— Tá bom! — Ela deu um imenso suspiro. — Eu comecei a trabalhar na
Vulcano tem quase dois meses, eu fui fazer a entrevista na Calábria por fazer e
encontrei o Matt.
— Ele é um pedaço de homem, né?!
— Você quem está falando! — Disse ela rindo.— Enfim, e aí eu conheci
o Giuliano. Só que eu fiz uma besteira bem grande!
— Qual?
— Eu transei no elevador da empresa!
— O que?
— Leon, eu transei no elevador da empresa quando faltou luz. Eu fiquei
presa com um desconhecido entre o décimo e o décimo primeiro andar! Foi
assim, eu fui pegar um chocolate e nem vi quem estava no elevador porquê eu
estava mexendo na agenda do Giuliano, aí do nada acabou a luz da empresa
quando eu me dei conta eu estava tendo um orgasmo maravilhoso!
— Menina! E aí?
— E aí, que eu me fodi, Leon! O Giuliano pegou a gravação da câmera
noturna, e esfregou na minha cara! Ele me chantageou, ou eu viraria a amante
dele ou ele me mandava embora, além de acabar com minha reputação
profissional como secretária aqui na Itália e no Brasil! Eu estou fodida, Leon!
— Estou bege! E aí?
— E aí que ontem eu tive orgasmos maravilhosos com aquele italiano
filho da puta e hoje a ex-amante dele estava ou está aqui no hotel, eu não sei. E
ela me afrontou dizendo que ia recupera-lo ele sendo meu amante ou não!
— Menina que babado!
— Abafa o caso!
— Abafado! Mas o que te preocupa?
— Eu disse a ele que não me importava se ele tivesse a mim ou a quinze
amantes, porque eu só queria manter meu emprego! Mas, poxa, tivesse sido
sincero!
— Você está pedindo demais! Olha o tamanho daquele homem, e você só
é amante dele! Tem que saber seu lugar! Mas pelo porte dele, ele não parece ter
várias mulheres! Mas as aparências podem enganar, não é?!
— Sim! Leon, eu só quero manter meu emprego, estou amando viver
aqui na Itália!
— Então, se submeta até você encontrar um emprego novo! E aproveita
boba! Ele é dotado? Me conta tudo!
Giovana riu e deu as mãos para Leon:
— Ah é tão bom ter você aqui comigo, Leon! Não imagina quanto senti
sua falta, você me abandonou e me trocou por aquele deus grego que é a cara do
Freddie Mercury!
— Ah mas eu ia te trocar mesmo, querida! Ainda bem que você nunca
viu o tamanho do pau dele, porque se visse até você ia querer chupar, sua cretina,
e ia me roubar ele.
— Jamais!
— Mentirosa!
Eles riram. Giuliano sentiu ciúmes, ele cruzou os braços, franziu o cenho
e apenas ouviu a risada maravilhosa de Giovana. Não era ele quem estava
fazendo-a rir, e sim um desconhecido. Iria acabar com aquela palhaçada já, já, na
verdade já teria acabado se Malta não o tivesse pego para Cristo.
"Madonna mia, que conversa frustrante e chata!", ele pensou.
— Giuliano, fique à vontade, obrigado pelo presente! Vou te deixar
cuidar dos seus funcionários porque sei que é um homem bastante ocupado.
— Grazie, Malta! Quando estiver na Calábria passe em casa ou na
empresa.
— Claro! Ciao!
— Ciao!
Malta saiu e Giuliano foi interceptado por Matt.
— Mais um! — Disse Giuliano a contra gosto.
— O que está acontecendo,Giuliano?
— O que aconteceu, né, você quer dizer?!
— Tanto faz!
— Rafaela!
— O que?
— Isso mesmo!
— A doida te ligou?
— Pior! Apareceu aqui no hotel, está hospedada aqui, ou estava, não sei!
Giovana olhou de soslaio e viu Matt e Giuliano conversando seriamente,
ela adorava aquele cabelo engomadinho dele, a camisa listrada branca e azul, ele
estava de braços cruzados e o belo Louis Moinet Meteoris reluzia em seu braço,
a calça bem cortada preta, o sapato italiano quadrado sempre bem engraxado
completava a bela pintura.
— Puta que pariu, Giuliano! Como ela ficou sabendo?
— Sartori!
— Filho da puta!
— Isso não é o pior!
— E pode piorar?
— Não só pode, como acho que já piorou. Acho que Giovana ouviu
minha discussão com ela. Quase certeza! —Disse ele esfregando os olhos.
— Puta que pariu! Você está de brincadeira!
— Não!
Giovana não conseguia ouvir a conversa, mas via que a coisa não estava
nada boa, os dois estavam muito sérios, e ver o Matt sério, não era engraçado.
— Caralho, Giuliano! E agora?
— Eu não sei! A única coisa que eu sei é que o bonitão ali está fazendo
as honras da casa e eu não estou gostando.
— O Leon?
— Esse é o nome dele?
— Sim! Mas não se preocupe.
— Por que?
— Ele é casado!
— Não quer dizer nada!
— Da fruta que sua bella Giovana gosta, ele come até o caroço.
— Oi?
— É! Ele é casado com um italiano, a Gio diz que o marido do Leon
parece o Freddie Mercury.
Giuliano riu. Estava com ciúmes à toa e não sabia de onde vinha aquele
sentimento de alívio.
— Fala sério, Matt!
— Verdade! Leon e Giovana trabalharam juntos, ela encomendava os
cafés e todo o buffet do restaurante que ele tinha.
— Está certo!
— Conselho meu para você, mio amico, vá logo falar com ela antes que
mais alguém vá! Eu te avisei, a Giovana é foda, então vá logo se entender com
ela e explicar toda situação. A hora que ela souber que você armou para ela e que
eu também estou envolvido, vamos tomar no cu, até porquê sou seu cúmplice!
— Verdade!
— Caralho, Giuliano, se você se foder, eu me fodo por tabela!
— Caralho digo eu! A culpa é sua!
— Minha?
— Sì! Quem me arrumou a secretária competente e mais gostosa que eu
já vi na vida foi você, seu viado!
— Ela precisava de um emprego e você de uma secretária pulso firme,
não reclame! Vá logo falar com ela, seu corno!
— Isso se ela quiser falar comigo, né?!
— Está com medo, Giuliano? Você nunca foi de ter medo de falar com
mulher alguma!
— Agora é diferente, né? Tive que armar uma emboscada das boas pra
ficar com essa daí, ela jamais olharia para mim se não fosse por isso!
— Não mesmo! A Gio é muito profissional!
— Então! Eu não teria chance alguma!
— Você não sabe! Mas, tente a sorte! Vai lá e conversa com ela.
Giuliano foi até ela, ele a viu parar de rir quando o viu.
— Nos falamos depois, mia bella Giovana! Me mande um alô quando
chegar em casa, tá bom?! — Leon pegou as mãos de Giovana e as beijou.
— Pode deixar! De um beijo bem gostoso no meu Freddie Mercury e
diga a ele que ele é um cretino safado e que o amo muito!
— Pode deixar! Scusami. - Ele olhou para Giuliano. — Signore Vulcano!
— Maître Leon! — Disse Giuliano respondendo o cumprimento de Leon.
Ele olhou para Giovana. — Posso?
— A vontade! — Disse ela apontando para a mesa e tomando um suco de
laranja fresco.
— Giovana, eu...
— Pode parar, Giuliano! Não me importa o que você vai falar, eu não
quero saber!
— Giovana, me ouça, per favore! — Ele parecia implorar.
— Está bem! — Disse ela dando um longo suspiro de impaciência.
— Gio, realmente eu tive um caso com Rafaela, mas bem antes de você
chegar na empresa, e antes de eu te conhecer eu já havia terminado com ela, cara
mia!
— Tudo bem, Giuliano! Eu não me importo, sabe por quê?
— Não!
— Simplesmente pelo fato dela ter vindo me afrontar. Ela é uma linda
mulher, sabe?! Ela me falou um monte, mas sabe, Giuliano, eu nunca me senti
bonita, devido ao fato do meu ex-namorado viver me chamando de gorda, feia,
barriguda, pouco seio, que havia mulheres mais bonitas que eu, me chama de
lixo, de resto dos outros, e veja bem, eu perdi minha virgindade com ele. Você
vai entender onde quero chegar.
— Pode continuar, Gio! Mas só quero dizer uma coisa, ele era um
tremendo de um filho da puta!
— Sim! Enfim, um bom tempo depois, eu terminei com ele, emagreci
bastante e realizei meu sonho, que era minha cirurgia, tirei a barriga e coloquei
meu silicone, ninguém sabe disso, estou contando para você, mas como eu disse,
você vai entender onde quero chegar. Depois do que ouvi da sua amante ou ex-
amante.
— Ex-amante, Giovana!
— É isso o que você diz, mas não é o que ela pensa! E isso não vem ao
caso, não no momento, depois do que ouvi dessa Rafaela, ela é linda! Mas eu me
senti tão bonita, pela segunda vez na minha vida e em meus vinte e cinco anos
de idade, eu senti que alguém me olhava, não como uma piada, mas como uma
mulher bonita. Eu me senti lisonjeada e elogiada. Eu tenho consciência de que
estou bonita, mas de que sou bonita, é a segunda vez!
— E quando foi a primeira?
— Quando vi admiração em seus olhos a ponto de você me chantagear
para eu ser sua amante, sabendo do senso de responsabilidade que tenho e como
levo a sério meu trabalho. — Giovana viu o queixo de Giuliano cair.— Então, de
verdade, eu não me importo com o que ela disse, eu me sinto linda sabendo que
uma mulher me vê como potencial perigo, eu de verdade, não quero perder o
meu emprego, porque eu amo o que eu faço, eu aprendi a gostar de te atender,
como secretária, ter o Matt ao lado, pra mim é maravilhoso, o Matt é como um
irmão para mim. Eu amo trabalhar com TI e estou amando aprender sobre a
vitivinicultura, além do que você me deu orgasmos maravilhosos! E você
realmente tinha razão quando disse que eu só poderia sair ganhando se eu
aceitasse por livre e espontânea pressão ser sua amante. Giuliano, eu de boba, só
tenho a cara e o jeito de andar e falar! Então, eu seria muito idiota se entrasse na
pilha da sua ex.
Giuliano estava sem palavras, pela primeira vez. Quem caíra na teia de
quem?
— Giovana, eu nem sei o que te falar!
— E nem precisa! Mas tem uma coisa que eu quero saber.
— O que?
— Quando você vai me comer dentro da piscina como me prometeu
ontem à noite?
— A hora que quiser!
— Então, vamos!
A calma e sorriso dela o deixaram assustado. Ele não entendia o porquê,
parecia que ela não fazia questão dele e nem do sexo deles, era como se ele fosse
apenas mais um que ia passar na vida dela.
"Giuliano, acho bom pensar em algo para fazer com que essa doida
fique na sua vida por todo tempo do mundo!", ele disse a si mesmo.
— Matt!
— Oi Gio!
— O Giuliano disse que ia me ciceronear por Napoli. Qualquer coisa,
você me liga, tá bom?
— Claro, gatinha!
— Vamos, Giuliano?
— Tá. — Disse ele sem saber o que falar.
Matt levantou a mão e colocou o óculos escuros, Giovana bateu em sua
mão.
— O Giuliano parecia meio perdido, não acha, Matt? — Perguntou
Sabrina com sua habitual curiosidade.
— Você achou?
— Ah sim!
— Que tal a gente se perder por aí, Sabrina?
— Oi?
— Isso o que você escutou.
— O que quer dizer?
— Ah, você sabe!
Sabrina semicerrou os olhos.
— O último que chegar na piscina paga o jantar. — Disse Sabrina saindo
correndo do restaurante com Matt atrás rindo.


Giuliano e Giovana chegaram esbarrando em tudo na casa de Giuliano,
ela acendeu a luz desajeitadamente enquanto ele a beijava com paixão. Ele
derrubou um caríssimo vaso de cristal que havia comprado na Turquia, enquanto
ela arrancava sua camisa, ele a pegou no colo e subiram as escadas quase caindo.
Ela arranhava suas costas enquanto ele a beijava mais e mais
profundamente. Aquele homem ia fazê-la gozar horrores.
— Pra onde está me levando?
— Pro quarto!
— Não senhor! Piscina! Agora!
— E a roupa de banho, doida?
— É mesmo! Havia me esquecido!
Eles voltaram a se beijar e quase caíram na cama de vez. Giuliano a
levou para a piscina sem deixar de beijá-la, ele estava duro e ela estava adorando
sentir a rigidez do pau dele.
— Ah, Giuliano Vulcano, hoje você é só meu! Vem me comer, vem!
Ele a deitou com delicadeza na confortável espreguiçadeira de madeira,
ela era suspensa e tinha uma pequena cobertura, a piscina de Giuliano era alta, e
parecia não ter fim.
— Vou te comer aqui nessa cadeira!
— Não vai, não, signore Vulcano! Pode aquecer essa piscina, porque
hoje, quem vai te comer sou eu! Até porque eu nunca vi uma banana comer uma
boca!
— Olha, ela é esperta!
— Até demais para o meu gosto! Agora pare de falar e venha me chupar!
— Caralho, Giovana, como você é gostosa!
— Eu sei!
— Cretina!
Giovana riu.
— Giuliano.
— Oi?
— Eu quero mergulhar nessa piscina!
— Vai me deixar esperando mesmo?
— Sim!
— Já te chamei de cretina hoje?
— Já!
— Então vou chamar de novo! Cretina!
Giovana riu e Giuliano deu passagem para ela, antes que ela pudesse sair,
ele a puxou pelos cabelos.
— Ai!
— Venha cá!
Ele levantou o vestido dela e baixou sua calcinha, ela estava molhada.
— Você só vai colocar aquele biquíni indecente depois que eu te comer,
sua cachorra! — Ele sabia que o ponto fraco dela, depois do clitóris era a orelha,
ele a mordeu e sentiu-a derreter-se.
Ele baixou o zíper da calça e Giovana colocou a mão dentro da cueca
dele e começou a bater punheta nele, enquanto ele dava atenção ao seu pescoço,
ele virou seu rosto e a beijou, Giovana inclinou a bunda e Giuliano a fez apoiar-
se na espreguiçadeira, ele a penetrou tão fundo que ela deu um gritinho.
— Te machuquei?
— Não! Cala a boca e me come, seu filho da puta!
Giuliano metia nela tão gostoso.
— Vamos na outra espreguiçadeira, Giu?
— Vamos, Gio!
Giuliano a conduziu ainda dentro dela até a espreguiçadeira de chão, ela
ficou de quatro e ele teve a visão daquela lua que ela chamava de bunda, ele
puxou seus cabelos e segurou-a pelo ombro para diminuir a distância entre eles.
Giovana estava com o útero tão baixo que Giuliano sentiu que a estava
incomodando um pouco.
— Deite-se de barriga pra cima.
— O que?
— Agora!
Ela o fez e ele se enterrou nela. Ele a beijou enquanto ela segurava seus
cabelos, ele mordeu-lhe a orelha e sentiu-a explodir no pau dele.
— Giuliano! — Ela gritou seu nome.
Ele se derramou dentro dela.
Capítulo 14

Giovana acordou numa cama gostosa e confortável. Se espreguiçou e
sentou-se dolorida, sorriu, ela lembrou-se de que fora por causa da tórrida noite
de sexo com Giuliano.
"Italiano filho da puta!", ela pensou sorrindo.
Ela desceu para a sala e viu numa das portas uma sala de música, ela viu
no centro da sala um lindo piano branco, a janela estava aberta para um lindo dia
que parecia um quadro, as cortinas dançavam ao sabor do vento marinho que
entrava pela janela aberta, Giovana sentou-se no piano. Será que ainda sabia
tocar? Arriscou umas notas e lembrou-se de uma música clássica composta por
um jovem italiano. Ela fechou os olhos e começou a tocar.
Giuliano estava sentado na cozinha, olhando uns e-mails esperando sua
bela brasileira acordar quando ouviu um piano sendo tocado, ele parou para
ouvir e fechou os olhos.
— Será possível? — Ele perguntou-se baixinho. — Me deixa ver!
Ele foi até a sala de música pé ante pé, sorte que estava descalço, então
ele a viu, estava de camisola ainda, cabelos negros soltos, de cabeça erguida
como se estivesse olhando para o teto, viu seu pequeno Vesúvio tocando piano, a
visão era tão bonita. Ele cruzou os braços e encostou-se no batente da porta
fechou os olhos e saboreou a música que ela estava tocando, o vento soprou e ele
abriu os olhos, viu o vento passar seus longos dedos pelos cabelos de Giovana,
ela literalmente bebia a música que tocava. Era como se a música a alimentasse,
agora entendia o porquê dela não parar mais de dançar quando ouvia a música da
balada que tanto gostava. Ela se rendia a música como se rendia a ele quando
estavam fazendo amor, era muito intenso! Era quase insano o modo como ela o
incendiava, sabia que havia paixão escondida dentro dela, mas não imaginava
que era um vulcão de emoções, e aquela música expressava aquilo.
Giovana podia sentir o vento acariciando seus cabelos, era uma carícia
mágica e sensual, fazia anos que não tocava um piano, mas seus dedos tinham
memória e ela se deixou levar, quando era mais nova ia na Escola de Música do
Estado de São Paulo - Tom Jobim, ela era apaixonada por piano e quando passou
pela escola perguntou se poderia tocar. O professor perguntou se ela sabia tocar
piano e ela disse que já tinha visto e tocado um, numa loja de música, mas que
queria muito tocar aquele, o professor deixou e se surpreendeu, isso era final de
ano, em janeiro do ano seguinte, Giovana estava tendo aulas de piano na Escola
de Música. Mas sua vida tomou outros rumos, e ela abandonou o que seria uma
carreira promissora.
Quando ela terminou ele bateu palmas.
— Bravíssimo!
Ela deu um pulo da cadeira.
— Não queria te assustar! Scusami!
— Ah, não tem problema! Eu nunca tenho uma plateia mesmo. Desculpe,
eu vi seu piano e não resisti.
— Não tem problema! Fique a vontade! Pode ficar o dia todo tocando se
quiser. Eu não vou achar, ruim!
Giovana sorriu.

Ela voltara de Napoli renovada. Foi para casa e Giuliano entrou com ela.
— Ciao dona Martina!
— Ciao, ragazza! Achei que não ia voltar mais!
— Bem que eu queria, viu, tirar umas férias desse daqui! - Disse ela
apontando para Giuliano que revirou os olhos.
Dona Martina sorriu. Ela percebera que os dois estavam mais próximos,
pareciam até um casal.
— Deixe suas coisas aí que eu arrumo para você, ragazza! Signore
Vulcano vai ficar para o lanche da tarde e para a janta?
— Não, signora Martina! Mas, grazie pelo convite. Vou dar um descanso
para minha secretária. Amanhã começamos as migrações do novo cliente e ela
vai ter que se esconder debaixo da mesa dela se não quiser fazer hora extra!
— Mamma! — Choramingou Giovana.
— Venha, Giovana! Me leve até a porta, amanhã vamos ter um longo dia.
— Verdade!
— Signora Martina, per favore, ensine essa ragazza a fazer caffè, porque
ela vive me servindo aquela água suja me engando me dizendo que é caffè!
— Pode deixar, signore Vulcano! - Disse dona Martina rindo.
— Olha só! Agora quem irá fazer os seus caffès será você, Giuliano
Vicenzo Vulcano!
— Venha até a porta se despedir direito, sua mal educada!
— Eu sou mesmo, não tive pais para me ensinar nada, signore Vulcano!
— Disse ela o acompanhando.
Ela saiu porta a fora e ele a abraçou na escada que dava para a calçada de
pedra. Ele a abraçou e a levantou para que ela ficasse do tamanho dele e a
beijou, deu-lhe um beijo estralado que a fez rir.
— Até amanhã, mia dolce ragazza!
— Até amanhã, chatice!
Mal sabia ela que tinha duas mulheres na plateia, dona Martina e a neta.
Giuliano beijou-a demoradamente e depois entrou no carro.
— Não se atrase amanhã, quero você mais cedo na empresa! — Disse ele
dentro do carro.
— Que horas? — Ela se abaixou para falar com ele.
— As seis! Precisamos arrumar um caffè da manhã decente para os
funcionários que irão fazer a migração e o pessoal de TI do cliente virá as nove.
— Tudo bem! Pode deixar comigo!
Ele tocou em seu rosto e deu-lhe mais um beijo. Ela o viu partir e sentiu-
se plena. Quando ela entrou em casa viu dona Martina preparando a mesa do
café da tarde e Beatrice a olhando com a mão segurando o riso. Dona Martina a
olhou com aquele olhar de sabe tudo.
— O que foi?
— Aconteceu alguma coisa que devemos saber, Giovana? Olha, não é
querendo nos meter na sua vida, mas nos preocupamos com você!
— Eu...
— Nós vimos vocês se beijando. — Disse Beatrice.
— Beatrice! — Disse dona Martina brava.
— Eu não sei o que está acontecendo entre nós dois, mas eu não sei se
estou pronta para contar, dona Martina! O que eu sei é que eu não sei de nada.
Nem sei como contar o que está acontecendo, porque é uma história muito
louca!
— Eu entendo! Fique à vontade para contar quando quiser, se se sentir
confortável, claro!
— Tem coisas que não são para o ouvido de Beatrice, dona Martina!
— Ah! Isso não vale! Não é justo!
— Fique quieta, Beatrice! Você calada já está errada!
Giovana riu.
— Dona Martina, eu vou tomar banho para tomarmos o nosso caffè da
tarde.
— Sì, ragazza!
Naquela noite, Giovana dera os presentes e umas duas caixas de
lembranças para dona Martina. Giuliano mandara um presente para Beatrice e
Dona Martina também.
— Só porque ele ama seu café, dona Martina! Aquele puxa-saco!
— Ele não é bobo!
— Não mesmo!
No dia seguinte, Giovana chegou as cinco e meia da manhã na Vulcano,
as recepcionistas chegavam as oito da manhã, hora em que o expediente
começava na Vulcano, ela subiu para o décimo quinto andar, foi para a copa e
preparou um caffè bem forte. Ela pegou duas xícaras e as preparou, uma com
açúcar para ela e outra sem, para Giuliano. Colocou a tampa térmica na xícara
dele e bateu o crachá na entrada, viu que a luz da sala dele estava acesa,
conhecia o perfume dele de longe, que por acaso andava de um lado para o outro
pelo andar.
Giuliano sentiu um cheiro de orquídea selvagem e caffè. Olhou para a
porta e ali estava seu objeto de desejos realizados na Terra segurando uma xícara
de caffè encostada no batente da porta de sua sala.
— Buongiorno, signore Vulcano! — Disse Giovana séria, usava um
vestido roxo berinjela tubinho de mangas compridas, meia fina preta e sapato
bico fino preto, os cabelos presos num coque alto. Em nada se parecia com a
Giovana do final de semana.
— Buongiorno, signorina Guerra! — Disse ele sorrindo. Ah aquele
sorriso deveria ser proibido em praça pública! Ele estava vestido de azul royal
com risca de giz, camisa azul clara e gravata azul royal, os cabelos sempre
penteados para trás brilhantes.
— Quer caffè? — Perguntou ela estendendo a xícara térmica dele.
— Aprendeu a fazer, pelo menos?
— Experimente! Só falta por açúcar.
— E por que não colocou?
— Porque você é muito folgado, Vulcano!
Novamente ele sorriu. Ele levantou-se e pegou a xícara, abriu a tampa e
cheirou o café, tomou um gole olhando nos olhos dela.
— Madonna mia! Que caffè amargo!
Giovana riu.
— Você fez de propósito, não é?
— Sì! — Disse ela rindo da cara dele.
— Pilantrinha!
"Será que ele vai me beijar?", ela se perguntava. Ele voltou-se para o
móvel onde ficava as xícaras e o açúcar, adoçou o café e depois experimentou.
— Ah! Agora sim! Tenho que admitir uma coisa!
— O que?
— Agora seu caffè não parece mais água suja!
— Ah é?
— É!
— Grazie, eu acho!
— Está mais para petróleo! Madonna mia, Giovana! Acordou mal-
humorada foi? Ou dormiu comigo?
— Bom se for contar o final de semana, sim, mas se contar ontem, não!
— Está explicado! Mia dolce ragazza, per favore, pare de fazer caffè! É
horrível! Não é querendo te ofender, mas se você não sabe fazer um caffè então
não sabe cozinhar!
— Vá a merda, Giuliano! — Disse ela revirando os olhos e saindo da
sala.
Ele a puxou pelo pulso e a virou para ele.
— Onde pensa que vai? — Perguntou ele a abraçando com a mão livre.
— Vou para a minha mesa!
— Não vai não! Se perguntou por que te chamei mais cedo?
— Pra começarmos as migrações do cliente?
— Essa foi a desculpa para dona Martina, não ia dizer na cara dela que
queria comer a protegida dela em cima da minha mesa! — Disse ele cheirando o
pescoço dela.
— Ela nos viu!
— Claro que viu!
— Quando nos beijamos. Ela e a Beatrice!
— Danadinhas! — Disse ele beijando o pescoço dela e colocando a
xícara de café dele no móvel. Ele pegou a xícara dela e colocou junto. — Agora,
suba nessa mesa!
— O que?
— Agora! Sente-se em cima da minha mesa! Estou mandando! — Ele
disse fechando a porta de sua sala.
— Giuliano você está louco?
— Sì! Passei uma noite horrível, não consegui dormir pensando em você
nua! Estou com o pau dolorido de tão duro que ficou!
— Giuliano!
— Pare de usar meu nome, abaixe logo essa meia fina antes que eu a
rasgue! — Disse ele colocando-a em cima da mesa e ficando de joelhos. — Não
me ouviu né? Agora toma! — Ele rasgou a meia fina dela.
— Giuliano!
Baixou sua calcinha e meteu-se no meio das pernas dela chupando sua
boceta, ela só teve tempo de fechar os olhos.
— Giuliano, per favore! Os funcionários podem chegar!
— Não estou nenhum pouquinho preocupado! E também não sei porque
está! Quer saber de uma coisa? — Perguntou ele se levantando.
— O que?
Ele a desceu da sua mesa e a fez se abaixar.
— Chupa minha rola, vai! Você fala demais!
Ela assim o fez, sabia que ele estava excitado e estava adorando aquilo.
Ela o chupou tão gostoso, sentia o pau dele latejando em sua boca, pegou suas
bolas e começou a massagear, ela olhou para ele e o viu olhando para o teto e
ouvia os sussurros dele de prazer, ela segurou o pau dele e teve acesso as suas
bolas e passou a língua na linha que tem nos testículos e ele ficou doido!
— Ah minha puta! Você chupa tão gostoso, Giovana! Vem aqui! — Ele a
pegou pelo pescoço e a beijou com atrevimento, deitou-a em sua mesa e ela
abriu suas pernas e ele a penetrou.
— Madonna mia, Giuliano! Devagar!
— Cala a boca! Antes que eu te deite no chão e te coma por inteiro!
Ele segurou-a pelos braços, mas o vestido estava atrapalhando-o a entrar
mais fundo dentro dela. Ele levantou o vestido dela até a cintura e abriu mais
suas pernas, trazendo-o para si, então a penetrou fundo, meteu com tudo dentro
dela e a viu gemer de prazer. Então tirou-a da mesa e a virou para que ficasse
apoiada na mesa, ele a inclinou e ela colocou as mãos na mesa, ele a penetrou,
adorava ver aquela bunda se arrebitar, deu-lhe um tapa em sua bunda e a viu
olhar com desejo para ele, segurou-a pelo ombro e meteu tanto nela, ela estava
adorando aquilo, e começou a se masturbar até que pegou nas bolas dele.
— Ah minha putinha, isso! Massageia minhas bolas, vai!
Giovana adorava pegar nas bolas dele e então sentiu e dedo dele no
clitóris inchado dela. Quando ele a tocou ela gritou:
— Giuliano! — Suas pernas ficaram bambas, como ela chegara tão
rápido?
— Isso, minha putinha, goza gostoso no meu pau! — Ele sentia o
orgasmo dela e ela apertando seu pau com a boceta e seus testículos com a mão,
ele rapidamente gozou gostoso. Deu as três últimas estocadas jorrando seu
esperma dentro dela. — Madonna mia, Giovana! Já comi várias mulheres, mas
igual a você está para nascer! Mulher gostosa! Não tenho vontade alguma de sair
de dentro de você.
— Mas é melhor sair, Giu, daqui a pouco esse escritório estará cheio!
— Ah não! Que horas são?
— Seis e meia!
— Temos mais uma hora e meia, doida!
— Não, Giu, eu tenho que comprar uma meia fina nova!
— Como? As lojas ainda não abriram!
— Verdade!
— Não vai escapar de mim, sua gostosa! Vou te comer até eu me cansar
de você!
— Será que você não vai se cansar?
— Vamos tentar, mas duvido muito!
— Que bom! — Disse ela se virando de frente para ele, abraçando-o e o
beijando, pegou no pau dele e começou a bater uma punheta e sorriu para ele,
então lembrou-se. — Espera Giuliano.
— O que foi, Giovana?
— Eu tenho que tomar meu anticoncepcional.
— Vai logo!
Giovana levantou a calcinha e baixou seu vestido, foi até a bolsa e pegou
a pequena cartela, colocou um comprimido na boca e guardou a cartela na bolsa,
voltou para a sala de Giuliano e tomou um gole de café enquanto ele se
apoderava de seu pescoço.
Giuliano voltou para dentro dela, sua meta era deixá-la esfolada. E ele
iria conseguir.
Após a hora do almoço, Lisa chamou por Giovana:
— Gio, chegou um convite para o signore Vulcano!
— Quando voltarmos do almoço eu pego com você.
— Tudo bem!
— Vamos almoçar no restaurante do Rafael hoje? Eu, você e a Sabrina?
— Vamos!
— Então combinado! Assim que eu terminar aqui, eu te aviso!
— Fechado!
Giovana desligou o telefone e foi até a baia de Matt e Sabrina.
— Sabrina, vamos almoçar hoje você, Lisa e eu?
— Por que ninguém nunca me convida? — Perguntou Matt se fazendo de
sentido.
— Porque vamos falar de coisas de menina!?
— Vocês ficam me excluindo, só porque eu sou cabeludo!
Elas riram.
— O que está acontecendo por aqui?
— Giuliano, as meninas e eu iremos almoçar tá bom?
— Não!
— Oi?
— Vamos a um almoço com um cliente hoje.
— Mas, Giuliano não tem nada na agenda.
— Entrou agora!
— Vamos outro dia, Gio! Eu aviso pra Lisa!
— Desculpa, Sabrina! Eu vou lá na recepção pegar o convite que chegou
pro Giuliano, — Disse Giovana de ombros baixos. — Bom almoço pra vocês!
Sabrina ligou para Lisa enquanto Giovana ia para a recepção.
— Lisa eu vim pegar o convite do Giuliano!
— Ah tá bom! A Sabrina me disse o que aconteceu. Amanhã nós vamos!
— Desculpa, Lisa!
— Fique tranquila! Trabalhar direto com o signore Vulcano é assim
mesmo! Aqui está o convite!
— Obrigada! Bom almoço!
— Pra vocês também!
Lisa e Sabrina saíram para almoçar junto com todos os outros
funcionários enquanto Giovana voltava para sua mesa e lia o convite antes de
levar para Giuliano.
— Giovana!
— Sim, Giuliano?
— Que convite é esse?
— Estou tentando descobrir! Você vai continuar a me chamar ou vai me
deixar ler isso aqui?
— Leia logo e em voz alta.
— Espera! O signore está convidado para o coquetel de lançamento da
Rose's House.
— Conheço os donos. Ótima oportunidade para angariar clientes.
Quando e onde vai ser?
— Será sexta à noite, no Champs Élysées?! Oi?!
— A Rose's House fica em Paris, cara mia! Quantos convites tem aí?
— Dois!
— Ótimo! E o traje?
— Black tie.
— Amanhã sairemos pra comprarmos um vestido pra você!
— Oi?
— Isso que você ouviu! Agora vamos almoçar porque eu estou morrendo
de fome!
— Tá bom! Vamos almoçar onde?
— Você vai ver!
Giuliano levou Giovana para sua casa.
— Sério, Giuliano? Seu apartamento?
— Sì! Você vai saborear hoje da minha comida!
— E depois?
— Você será minha sobremesa!
— Giuliano, pelo amor de Dio! Você quer me deixar esfolada?
— Espertinha! Mas antes, vamos comprar suas meias finas, signorina!
— Ah, obrigada! Finalmente vamos fazer algo que não seja relacionado a
sexo!
— Que triste!
Eles entraram numa loja de departamento que ficava próximo ao
apartamento de Giuliano e de lá foram para o apartamento dele. Ele morava na
cobertura, o porteiro eletrônico solicitou a digital de Giuliano e nisso subiram
por um elevador que não tinha números.
— Ué? — Perguntou Giovana.
— O porteiro eletrônico sabe exatamente em que andar cada morador
sobe, então quando você bate a digital, o elevador sobe sem fazer paradas nos
outros andares.
— Entendi! Sabe que não entendo muito dessas coisas não é?
— Pra uma secretária você entende muito bem de TI.
— Como assim?
— Tem pessoas que não se interessam em aprender e tem pessoas que se
interessam. No seu caso, você gosta de aprender e isso é louvável, espero que
você continue com essa sede de aprendizado. — Disse ele sorriso com malícia.
— O que quer dizer com isso, Giuliano Vicenzo Vulcano?
— Você vai saber! — Disse ele beijando o pescoço dela. Ele mordeu-a
com delicadeza, estava louco pra enfiar a rola nela mais uma vez e todas as
vezes que pudesse. Estava de pau duro! Caralho!
O elevador parou no vigésimo quinto andar. As portas se abriram e deu a
visão de uma porta de vidro, do lado esquerdo havia um número vinte e cinco de
inox na parede com um estrado de madeira, lia-se "Giuliano Vicenzo
Vulcano" em letras de metal e algo que parecia ser uma caixa de correios.
Giuliano pegou uma pequena chave e abriu a portinha.
— Já falei para mandarem as cartas pro escritório, mas não adiantou
nada! Inferno! — Disse ele pegando as correspondências e entregando para
Giovana. — Guarde-as, per favore, quando estivermos voltando para o escritório
você me diz o que é!
— Está bem! — Disse ela guardando na bolsa as correspondências.
— Mais tarde, per favore, peça aos bancos que mudem o endereço de
entrega está bem? Estou mais na empresa do que em casa!
— Tudo bem, Giuliano! Pode deixar comigo que eu resolvo isso pra
você!
— Ótimo! Agora vamos resolver outra coisa. — Disse ele pegando a
chave do apartamento, que parecia um crachá e abrindo a porta.
— Ah é? O que?
— Nossa fome! — Disse ele abrindo a porta dando passagem para ela
entrar. — Signorina!
— Grazie, signore Vulcano!
— Não se faça de virgem e entre logo, per favore!
— Você já foi à merda hoje , Giuliano?
— Não, grazie!
Ela entrou no sóbrio apartamento de cor azul marinho e branco. Ficou
encantada com os simples e caríssimos móveis de Giuliano.
O bar que ele tinha havia várias taças para os variados tipos de bebida,
taças de cristal que ela sabia que seu salário não pagaria meia taça. Giuliano
tinha um excelente gosto para roupas, perfumes, sapatos e relógios. "Coisas de
italiano!", como dona Martina e nona Isabella não cansavam de lhe falar.
Giuliano colocou suas coisas no sofá e se dirigiu à cozinha que tinha uma
bela ilha de mármore com banquetas.
— Sente-se mia bella ragazza!
— Está bem, signore Vulcano!
Giuliano tirou sua camisa e a pendurou no closet próximo a porta de
entrada do apartamento, voltou para a cozinha e colocou seu avental azul, abriu
um vinho branco e começou a cantar a peça "As Bodas de Fígaro", serviu a
ambos e Giovana o viu preparar uma salada e um antepasto de berinjela:
— Mangia, mia bella ragazza!
— Giuliano, você quer me engordar, não é?
— No! Mangia!
— Como sabe que amo berinjela!
— Sei muitas coisas sobre você, mia bella Giovana!
Ele era tão versátil na cozinha, parecia que nascerá ali, enquanto
colocava algo no fogo ele comia com ela.
Eles almoçaram pasta de espinafre recheado com ricota regado no molho
branco com champignon e ervas finas.
— Mamma, estou cheia!
— Agora a sobremesa!
— Giuliano, eu não consigo comer mais nada!
— Gelato de nata!
— Opa, eu quero!
— Ué? Achei que estivesse cheia.
— Nunca para um gelato de nata.
— Quer calda de chocolate?
— Claro!
Giuliano despejou calda quente de chocolate.
— Isso é golpe baixo, Giuliano!
— E quem disse que com você eu jogo limpo?
— Verdade! — Giovana olhou as horas. — Precisamos ir!
— Não precisamos não! Eu bloqueei a agenda e essa tarde é toda nossa!
— Giuliano, você tem compromissos!
— Já disse que bloqueei tudo! Agora fique quietinha e me siga. Vou te
comer gostoso debaixo do chuveiro.
Giovana arregalou os olhos enquanto Giuliano a conduzia pela mão. Ele
levou as mãos deles até o seu ombro. Quando chegaram na luxuosa suíte ele a
beijou com fúria.
— Estou desde cedo louco para terminar o que comecei!
— Ah é? E o que é?
— Te comer sem pressa, degustar de você e dessa sua boceta
maravilhosa!
— Me sinto lisonjeada, eu acho.
— Então se sinto mesmo, porquê quando gosto muito de algo ou de
alguém, eu não me canso! — Disse ele na orelha dela, ele mordeu-lhe o lóbulo
da orelha e a viu se arrepiar.
Ele se enterrou nela debaixo do chuveiro e a comeu com vigor. Ele sabia
que por ser muito grande poderia machucá-la, ele sabia que estava exigindo
muito dela na cama, mas ele não queria que ela saísse de sua cama e vida nunca
mais!
Capítulo 15

O telefone de Giuliano tocou e o acordou.
— Ciao!
— Giuliano, onde você está?
— Em casa, Matt. O que foi?
— Precisamos de você aqui na empresa agora!
— O que aconteceu?
— Cara, você se esqueceu que a migração começa agora a noite?
— Que horas são?
— Dez da noite! Você e a Giovana saíram e não falaram nada. O CEO da
empresa está aqui!
— Calma, Matt! Estou indo! O pessoal da equipe já está aí?
— Sì! Estamos aguardando você e a Giovana!
— Tá! E onde ela está?
— Não sei! Liguei para signora Martina e ela não está lá, não chegou
depois do trabalho.
— Está bem! Vou ver se consigo localizá-la e estou indo já, daqui uma
hora estou chegando!
— Uma hora?
— Sì! Se continuar a falar comigo vai me atrasar! Ciao!
— Ciao!
Ele desligou o telefone e beijou a cabeça de Giovana, que estava olhando
para ele.
— Não sabe onde estou, Giuliano Vulcano?
— O CEO Giuliano Vulcano não sabe, mas o Giuliano Vulcano sabe!
— Olha, e onde está a Giovana?
— A secretária Giovana Guerra eu não sei, mas a Giovana Guerra está
deitada nos meus braços.
— Olha, ele é esperto!
— Mais do que você imagina! Agora venha aqui, ragazza!
— O que vai fazer?
— Te comer mais uma vez, antes que liguem de novo enchendo o nosso
saco! Temos um cliente a nossa espera! E você liga pra signora Martina e avise
de que vai passar a madrugada na empresa. Vamos passar lá e você troca de
roupa e já pega uma troca de roupa porquê vamos virar a noite.
— Tudo bem!
— Ei! Onde está indo?
— Pro banheiro e ligando pra dona Martina.
— Vocês mulheres conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo, não
é?
— Sim!
Giovana falou com dona Martina e ela separou uma muda de roupa.
Quando entrou no banho e mergulhou o corpo, sentiu duas mãos passando pela
sua cintura.
— Giuliano, o cliente está esperando!
— Eu sei! E vai continuar, até porque eu também estou esperando e você
querendo dar uma de difícil. — Disse ele sorrindo maliciosamente e colocando o
dedo no clitóris dela.
Quando Giovana se deu conta, Giuliano estava dentro dela e ela gritava
por mais.

— Ah, finalmente chegaram! Onde vocês estavam? — Perguntou Matt


discretamente entre os dentes.
— Isso não importa, Matt, vocês pediram janta?
— Não, Gio!
— Você é um cabeçudo! Eu deixei tudo pronto e você não ligou no buffet
pedindo para trazerem a janta?
— Eu vou saber?
— Eu te avisei! Agora deixa, eu vou ligar para eles, tomara que eles
atendam, se não quem vai pagar a janta é você!
— Eu?
— -Sì!
— Giuliano!
— Problema seu, amigão! Se vira aí com a secretária que você me
arrumou!
Giovana pegou o celular corporativo e ligou para o buffet. Graças aos
céus eles estavam só aguardando-a para levarem a janta e o lanche da noite,
porque no dia seguinte bem cedo estariam lá para levar o café da manhã.
— Você tem muita sorte, Matt! O buffet está vindo!
— Que bom!
— Se não fosse por isso, você saberia que minha vingança é maligna!
— Medo!
Giovana colocou o CD no gravador da sala e iniciou a ata de início de
consolidação e migração de dados do novo cliente. Enquanto fazia isso,
respondia aos e-mails da tarde e prestações de contas e solicitação de pagamento
de ordens de serviços.
Eles viraram à noite e quando a aurora nasceu, Giovana sussurrou para
Giuliano:
— Preciso descansar, Giuliano, pelo menos uma hora!
— Veja se no hotel aqui perto tem quartos disponíveis.
— Posso até ver, mas eu vou ficar por aqui mesmo! Estou muito cansada
para dirigir até em casa.
— Quer que eu te leve?
— Não precisa, Giu! Você também está cansado!
— Não tanto quanto você imagina! — Disse ele malicioso e apontou
discretamente para o pau duro dele.
— Pelo amor de Dio, Giuliano!
— Fazer o que? Ninguém manda ser gostosa!
— Cretino!
Giuliano riu. Giovana ajeitou o hotel parlara os funcionários e para o
cliente.
— Você vai ou fica, Giu?
— Vou pra casa, daqui duas horas eu volto! Quer carona?
— Quero!
— Pessoal da migração, o pessoal do segundo turno está chegando para
render a cada um, nos vemos mais tarde! Matt, cuida de tudo pra mim, per
favore?
— Sì!
— Assim que o pessoal chegar pede pro Spencer ficar no seu lugar até eu
voltar.
— Pode deixar!

— Giovana! — Giuliano chamou de sua sala.
— Oi, Giuliano!
— Você já foi num concerto?
— Olha, pra falar a verdade, eu fui uma vez quando ainda era secretária
no Brasil, eu fui na Sala São Paulo.
— Bacana! E o que achou?
— Eu gostei! Sabe como é, não é? Uma menina que cresceu em um
orfanato no Brasil não tem muita instrução cultural, mas eu ouvi uma vez e me
apaixonei, mas depois não tive mais tempo de ir. Por que?
— Vai ter um concerto de metais no Teatro Politeama e eu tenho dois
convites, quer ir comigo?
— Quando?
— Amanhã à noite, será uma hora de viagem daqui para lá, então temos
que sair cedo.
— Tudo bem! Roupa?
— Bom, vai só a alta sociedade e depois terá um coquetel, black tie,
querida!
— Sério?
— Sì!
— Tá bom, então!
Na noite seguinte, Giuliano foi pegar Sheevah, Jake dirigia a luxuosa
limousine preta. Giuliano bateu na porta, estava num lindo smoking, dona
Martina abriu a porta.
— Ciao, signore Vulcano!
— Ciao, signora Martina! A Giovana está?
— Não! Ela ainda não chegou do cabeleireiro, mas entre! Fale para seu
motorista entrar também.
— Sì! — Giuliano virou-se para Jake. — Quer entrar, Jake?
— No, signore Vulcano! Vou ficar aqui fora fazendo sua segurança e da
signorina.
— Está bem!
Giuliano entrou e dona Martina o fez sentar-se na sala e já lhe deu uma
xícara de café.
— Ah, esse seu caffè, signora Martina!
— Grazie! Giovana disse que você a vive insultando por causa do caffè
dela. É tão ruim assim?
— Não! É maravilhoso, e com todo respeito, tão bom quanto o da
signora!
— Que bom! Fico feliz!
— Eu faço isso só para tirá-la do sério, mesmo!
— Desculpe a indiscrição, signore Vulcano, mas preciso lhe perguntar.
— O que?
— O signore e a Giovana estão tendo, é, você sabe... — Disse ela sem
graça.
— Sei o que?
— Ah o signore sabe.
— O que, signora Martina? — Giuliano estava se divertindo com a
curiosidade e a timidez de dona Martina.
Nisso, Giovana chegou como um furacão em casa.
— Ah mio Dio, dona Martina! O Giuliano já chegou? — Perguntou ela
na antessala da pensão.
— Sì! Estamos aqui na sala, ragazza. Venha aqui!
— Não dá! Estou muito atrasada! Giuliano eu vou tomar banho rapidinho
e já desço.
— Só não esquece de colocar a roupa nesse meio tempo! — Disse ele
rindo.
— Vá a merda, Giuliano! Você me entendeu!
Giuliano riu. Ele se virou para dona Martina e disse:
— Signora Martina, a Giovana é minha secretária na empresa, ela é uma
mulher muito atraente. É brasileira, né?! E as brasileiras são maravilhosas e
lindas. Eu sei que a signora e sua nipote nos viram quando eu a beijei, mas quero
que saiba que eu jamais machucaria ou feriria a Giovana. Eu entendo a
superproteção da signora e não tiro sua razão, a signora conhece a minha fama
assim como toda Itália.
— Sì!
— E de verdade, eu nunca estive tão...como posso dizer? Tão encantado
com uma mulher como estou com ela. Os negócios são os negócios, como hoje,
por exemplo, é um coquetel onde os grandes empresários irão para gastar
dinheiro por uma boa causa, uma causa humanitária e eu não quero ir sozinho,
eu adoro a companhia da Giovana, ela é espirituosa, sarrista e arranca sorrisos,
suspiros e inspiração por onde vai. Ela é uma mulher fantástica e eu seria muito
burro se não a tivesse ao meu lado como mulher e profissional.
— E o que pretende fazer? Giovana não tem ninguém no mundo a não
ser eu e Beatrice.
— Eu a quero na minha vida, mas ainda não sei como fazê-lo.
— Se a magoar, eu te mato!
— À vontade!
Giovana desceu num lindo vestido rosa antigo com marrom ombro a
ombro, cheio de pedraria na barra, o vestido sereia moldava sua cintura, seus
cabelos estavam presos num rabo de cavalo alto com um topete médio, como das
comissárias de bordo, em volta da presilha do rabo de cavalo havia uma trança
dando a volta presa num pingente de flores de cerejeira feito de cristal, os lindos
cachos de Giovana caiam como cascatas do rabo de cavalo, a maquiagem da
noite estava um show a parte, rosa combinava com ela e com aquele olhos azuis
do diabo. Trazia uma bolsa de mão pequena em rosa antigo perolado, a bolsa
tinha formato de concha.
— O que acha? — Perguntou ela incerta.
— Madonna mia! — Disse dona Martina.
— Está linda, Giovana! Parece Vênus!
— Não exagera, Giuliano!
Giuliano viu o belo sapato de bico fino marrom de verniz, ele sabia que
ela adorava esses tipos de sapatos.
— Está bella, cara mia! — Disse ele a admirando de boca aberta.
— Vamos então?
— Sì! Até mais tarde, signora Martina. — Disse Giuliano.
— Ciao, ragazzos!
— Giuliano não podemos esquecer de Paris, sexta-feira.
—Cara mia, ainda é quarta-feira, per favore!
Giovana revirou os olhos. Giuliano conduziu Giovana. Quando chegaram
ao teatro, Giuliano deu o braço para Giovana se apoiar nele. Havia vários
paparazzis das revistas italianas.
"O que estou fazendo aqui? Não é meu mundo isso aqui!", Giovana
pensava,mas continuava com as afeições neutras e sorria como a Mona Lisa.
— Venha, Gio, querem tirar nossa foto.
— Giuliano, eu... eu não quero!
— Por que no?
— Isso não é para mim, não é minha realidade!
— Agora vai ser! Acostume-se! Estou aqui para te proteger de tudo e de
todos, entendeu?
— Está bem! Confio em você!
— Então venha, cara mia! Você é a donna mais linda que eu já vi,
Giovana, e hoje não é diferente!
— Verdade?
— Sì! Venha, cara mia!
Giovana foi conduzida por Giuliano até os fotógrafos, as câmeras não
paravam mais de tirar fotos. Todos queriam saber quem era a bella donna que
estava com um dos empresários mais cobiçados e multimilionários da Europa.
O coquetel e o concerto de metais era para arrecadar fundos para uma
obra que Giuliano e alguns empresários tinham na África, eles enviavam
alimentos e estavam furando poços para conseguir água potável para uma boa
parte dos povos mais pobres do continente africano.
Isso trazia muitos inimigos não só para Giuliano mas para seus amigos
também. Eles entraram no teatro e logo em seguida foi dado o primeiro sinal
para eles entrarem.
Giuliano deu os convites para a bilheteira que os furou.
— Bello spettacolo, signore Vulcano e signorina Guerra.
— Grazie! — Disseram os dois ao mesmo tempo.
Eles subiram para um camarote VIP. Giovana percebeu que havia mais
cadeiras mas que só eles estavam ali.
— Giuliano, cadê o restante do pessoal aqui em cima?
— Não vem!
— Por que?
— Porque esse camarote é exclusivo nosso! — Disse ele sem olhar para
ela, observando o anfiteatro.
— Giuliano!
— Shiiii! Já vai começar!
De fato, as luzes baixaram e a orquestra de metais entrou e todos bateram
palmas. Giovana ficou maravilhada pela primeira música, uma fanfarra alegre e
contagiante. Os trombones e trompetes tocavam com vigor, os tambores
entravam em seguida e Giuliano viu pelo canto de olhos que Giovana bebia a
música.
A música vibrava pelo corpo de Giovana que a bebia como se matasse
uma sede de anos!A maravilhosa peça de fanfarra era de um compositor pouco
conhecido para a maioria, mas para Giovana não era tão desconhecido assim,
sabia que era uma peça maravilhosa, mas jamais imaginara que seria tão
esplêndida assim, a deixou cheia de vigor e energia.
Ele deu um sorriso! Apesar dela ser sozinha no mundo e de não querer
falar muita coisa sobre ela, ele sabia que ela era poliglota, que tinha conseguido
uma bolsa para mestrado numa das universidade na Itália, e que tinha algumas
publicações de suas monografias, que ela tinha ITIL e todas as certificações em
TI que muitos dos funcionários dele ainda estavam estudando para ter, além de
ser uma excelente pianista, harpista e violinista. Ela tirara um sarro da cara dele
bonito quando dissera que só fora uma vez a um concerto. “Cachorra!”, pensou
ele sorrindo.
Ele a admirava, porquê todas as oportunidades de estudar que lhe foram
conferidas, ela assim as aproveitou. Ela era a prova viva do ditado que sua avó
sempre dizia: "Saber não ocupa espaço!"
Depois a orquestra tocou Villa Lobos e Giovana disse:
— Ai, as Bachianas Brasileiras! Não acredito! — Disse ela colocando a
mão no coração. Quando tocou O Trenzinho do Caipira Giovana foi a loucura.
— Ah não acredito, Giuliano! Mamma Mia!
— Sabia que ia gostar!
Giuliano via os olhos de Giovana brilhar e seu corpo responder a música,
ela estava embevecida.
— Ah essa eu conheço. Mas, me deixa lembrar o nome.
— Concerto para Harpa em G maior de Wagenseil. — Disse ele cortando
o barato dela.
— Fica quieto, Giuliano! Só você quer acertar tudo?
Eles riram.
— Olha, Toccata and Fudge in D Minor de Bach. — Disse ela ouvindo
de olhos fechados.
— Fala a verdade, você estava tirando um sarro da minha cara quando
disse que só tinha ido uma vez num concerto não é?
— Ainda bem que sabe, seu presunçoso. Acha que por que não tive pai e
nem mãe eu simplesmente fiquei com dó de mim e não me agarrei as
oportunidades é?
— Nunca disse isso!
—Não precisa! Suas atitudes falam por você. Agora feche essa boca de
caçapa e me deixe me embebedar com esse concerto.
Giuliano sorriu. Quando terminou o concerto, Giovana disse:
— Eu poderia ficar até semana que vem ouvindo isso!
— Tenho várias coletâneas em casa, quando quiser já sabe.
— Sei! Quando a esmola é demais o santo desconfia, viu!
— Sabe qual sua sorte, querida?
— Não!
— Que estamos em público, porque se fosse diferente, você estaria agora
em cima da minha rola dura.
Giuliano riu ao ver Giovana arregalar os olhos.
— Saindo daqui iremos para a empresa direto, ok?
— Mas Giuliano preciso trocar de roupa.
— Não dá tempo, tenho que render o Matt!
— Coitado do Matt!
— Coitado de mim, você quer dizer não é?
— Não mesmo! Coitado do Matt que tem que te aturar, isso sim, você
não dá folga a ninguém!
— Não dou folga a você e a ele.
— Não sabia que estava comendo aos dois. Definitivamente, Giuliano,
você tem uns gostos esquisitos! Jamais imaginei isso de você!
— Você acha que ele vai gostar da minha cueca nova? Acredita que eu
nem me depilei hoje, menina, minhas pernas estão cabeludas!
Giovana riu. De repente, ela viu um homem esquisito no coquetel, que
olhava de forma intensa para eles. Rapidamente ela voltou-se para Giuliano que
pegava duas taças de champanha e deu-lhe uma.
— Giuliano, — Disse ela sorrindo. — vamos pegar uns canapés?
— Está com fome?
— Não! Mas quero mastigar algo. Você pega para mim, per favore?
— Claro!
— Grazie!
— O que você quer?
— Qualquer coisa.
— Com peixe, certo?
— Isso!
— Tudo bem! Eu vou pegar para nós.
— Grazie!
Assim que Giuliano saiu, Giovana foi até Jake.
— Jake, tem um homem esquisito olhando para mim e para o Giuliano.
— Disse ela ainda sorrindo para que ninguém percebesse sua tensão.
— Eu percebi! Fique em paz, signorina, eu vou avisar aos seguranças.
— Grazie!
— Sabe quem é o homem?
— Sim! Ele tem uma cicatriz na bochecha esquerda, os olhos castanhos e
cabelos pretos.
— Vou observar. Tome. — Disse ele dando um ponto de rádio para ela.
— Use e me informe qualquer anormalidade. Estou por perto, vou observar o
perímetro.
— Está bem! Devo avisar ao Giuliano?
— Ainda não! Se sentir que há alguma ameaça contra ele ou a você, me
avise que tomarei as medidas necessárias.
— Está bem!
Giovana foi de encontro a Giuliano que ainda estava pegando alguns
canapés.
— Não se decidiu?
— Não! Você tem gosto peculiar para as coisas, é como eu.
“— Atenção, seguranças, um homem com cicatriz na bochecha esquerda,
cabelos pretos e olhos castanhos está a todo momento observando o signore
Vulcano e a signorina Guerra. Fiquem alertas!” — Giovana ouviu no ponto.
— Olha, pode ser qualquer um!
— Achei, aqui está!
Giuliano colocou alguns canapés num pratinho e o garçom rapidamente
trocou as taças deles. Giovana olhava ao redor como quem não quisesse nada.
— Giuliano!
— Ferretti!
— Como está, amico mio?
— Bem e você? Me deixe te apresentar minha secretária e amiga,
Giovana Guerra! Giovana, este é Ferretti Andreolli.
— Piacere, signore Andreolli.
— Piacere, bella Giovana Guerra! Não deve ser fácil aturar esse mio
amico hein.
— Olha, o signore acertou! Não é fácil, mas é divertido! E sabe qual é o
melhor de tudo?
— No!
— Eu sempre tenho razão!
Ferretti riu.
— Só porque ela cuida da minha agenda e vida!
Giovana sorriu.
De repente, o homem esquisito apareceu novamente no quadrante de
Giovana novamente e ela apertou o ponto no ouvido:
— Jake, ele está no quadrante de novo!
— Eu vi, signorina mas estou longe!
Um ponto vermelho apareceu na testa de Giuliano, Giovana virou-se e
viu o homem esquisito apontado uma glock com silenciador atrás de Giuliano e
seguiu rapidamente o ponto vermelho e viu um outro no mezanino apontando
para Giuliano.
Como em câmera lenta, Giovana abraçou a Giuliano que se surpreendeu
com o ato, puxando-o para o lado:
— Rápido, dois atiradores, mezanino e chão. — Disse Giovana
apertando o mini ponto.
Giovana puxou Giuliano pelo colarinho até ela, viu um segurança pegar o
atirador do mezanino, ela se virou dando as costas para Giuliano, mas não deu
para evitar o tiro do atirador do chão, Giuliano era alvo fácil por causa de sua
altura. Finalmente Giuliano viu o atirador, Jake conseguiu pegá-lo por trás e
desarmá-lo.
Foi uma correria e gritaria total, os convidados ficaram desesperados.
— Giuliano, você está bem? — Perguntou Giovana suando esbaforida.
— Sì! — Ele viu que ela segurava o estômago. Ele tirou a mão dela e viu
um furo e o lindo vestido manchando de sangue. — Giovana! Dio mio!
— Venha, signore Vulcano!
— Jake, temos que levar Giovana para o hospital! Agora!
A polícia rapidamente chegou e junto com eles a ambulância. Giovana
estava abraçada a Giuliano, mas estava perdendo muito sangue, por mais que
Giuliano tentasse estancar.
— Giuliano!
— Calma, Giovana, os médicos já estão chegando!
— Sì!
A visão de Giovana começou a ficar turva, sua cabeça começou a rodar e
ela não tinha mais chão, começou a se sentir gelada e nada mais viu.
— Giovana! — o corpo de Giovana foi escorregando aos poucos e
Giuliano foi acompanhando. — Giovana, pelo amor de Dio! Giovana! — Ele
sussurrava. Ele a deitou e colocou o ouvido em seu peito para ouvir as fracas
batidas do coração de Giovana. Ele tentava estancar o sangue que corria. —
Giovana, per favore, aguente firme! — Ele acarinhava a cabeça de Giovana. —
Giovana, per favore! — Ele a beijou.

Giuliano estava para lá e para cá esperando no corredor do hospital.
Estava sem o paletó e a gravata borboleta, estava uma bagunça por dentro e por
fora.
— Madonna mia, quando teremos respostas?
— Calma, signore Vulcano! Vai ficar tudo bem, o signore vai ver!
— Espero que sì, signora Martina! — Giuliano olhou para Jake. — E o
que aconteceu com os dois atiradores, Jake?
— Estão presos, signore Vulcano! Mas a polícia vai vir para pegar o
depoimento da signorina. Ela salvou sua vida!
— Sì! Devo minha vida a ela!
Giuliano voltou a andar de um lado para outro e a cena em câmera lenta
dele beijando Giovana voltava a sua mente.
— Giovana! — Ele sussurrou.
Duas horas depois, os médicos saíram do centro cirúrgico e se
encaminharam para Giuliano.
— Quem é o responsável pela signora Guerra?
— Eu! — Disse Giuliano. — Giuliano Vulcano!
— Dr Salvatore!
— E então, doutor?
— Sua moglie está em estado grave, ela levou um tiro na boca do
estômago e quase pega o coração.
— Aquela bala era para mim, doutor!
—Então, agradeça pelo enorme amor que ela sente por você! Ela vai
ficar um bom tempo aqui internada, signore Vulcano!
—Não tem problema, eu pago tudo o que ela precisar! Ela salvou minha
vida e não tem dinheiro que pague isso.
— Verdade!
— E quando posso vê-la?
— Somente amanhã. Sugiro que o signore vá descansar!
— Não, eu vou ficar aqui! Quero que coloquem-na no melhor quarto que
tiver!
— Não se preocupe, signore Vulcano! Venha, vamos até a administração
e iremos resolver a papelada.
— Sì!
— Ah sim, ela vai precisar de doação de sangue!
— Qual tipo sanguíneo dela?
— O negativo.
— É o mesmo que o meu. Per favore, use o meu!
— Está bem! Mas primeiro o signore deve se alimentar, daqui duas
horas, que é o tempo do corpo fazer a digestão, prepararemos o signore para a
transfusão, enquanto isso, per favore, vamos na administração.
Eles seguiram para a recepção e de lá subiram para a administração do
hospital.
Capítulo 16

— Giovana Guerra, se você morrer eu te mato! — Disse Giuliano
fazendo carinho na testa de Giovana, que estava inconsciente. Giuliano ligou
para Sabrina.
— Ciao, signore Vulcano!
— Ciao, Sabrina! Per favore, desvie o meu ramal para meu celular, e o
ramal da Giovana também!
— Signore Vulcano está em todos os canais da televisão e em toda
internet! Inclusive querem saber quem é a Giovana!
— Merda de imprensa! Não fale nada! Pede pro Michel ligar para mim,
per favore!
— Sì, signore Vulcano! Pode deixar comigo, vou pedir para filtrar as
ligações para mim.
Sabrina desligou o telefone e Matt foi falar com ela:
— E aí?
— Nada! Ele não deu detalhes, só disse que era para eu desviar o ramal
dele e da Giovana para o celular dele e pedir para o Michel ligar para ele.
— O assessor de imprensa?
— Sì!
— Algo está muito errado, Sabrina!
— Você acha Matt?
— Tenho certeza! O Giuliano não é de abafar as coisas! Vamos ligar a
televisão do Giuliano. Venha!
Sabrina desviou o ramal de Giovana para o de Giuliano e quando entrou
na sala de Giuliano, Matt estava abrindo o armário atrás da porta e ligando a
televisão, Sabrina desviou o ramal para o número de Giuliano.
" — Ainda não temos nenhuma informação sobre o que realmente
aconteceu no Teatro Politeama, apenas sabemos que era um coquetel
organizado por empresas para arrecadação de fundos para alimentação de
pessoas em condições de extrema pobreza na África! Inclusive o magnata do
vinho e de TI, Giuliano Vulcano encontrava-se nesse coquetel com uma bela
moça. Quem seria ela? Sua namorada? O que você acha, Charles? —
Perguntou a repórter.
— Olha, Katina, como toda Itália sabe, Giuliano Vulcano, o empresário
e magnata dos vinhos não é de relacionamentos sérios e nem fala sobre isso.
Mas a pergunta que você fez não quer calar! Quem é a jovem e bela moça que
estava com ele?
— É uma boa pergunta! Tentamos contato com o Signore Vulcano, mas
até o momento não fomos atendidos e ninguém da empresa sabe de nada!
— Estamos com a repórter Lisandra em frente ao luxuoso hospital em
que o signore Vulcano se encontra. É com você, Lisandra!
— Bom dia, Katina e Charles, estamos aqui de frente para o hospital
onde se encontra o signore Vulcano com a jovem desconhecida e até o momento
ninguém soube nos informar sobre o atentado sofrido pelo signore Vulcano. O
que sabemos é que ouviram-se tiros dentro do Teatro Politeama e que tanto a
polícia quanto os paramédicos foram acionados.
— Lisandra, é a Katina, no final das contas, quem sofreu o atentado?
— Não sabemos ainda se foi o signore Vulcano ou se foi a jovem que
estava com ele.
A foto de Giuliano e Giovana que eles tiraram no início do evento
apareceu ao lado de Lisandra.
— Tudo bem, Lisandra! Per favore, se tiver mais informações, nos
chame!
— Sì!"
Giuliano desligou o televisor do quarto onde as enfermeiras estavam
preparando tudo para receber Giovana após a transfusão de sangue.
— Bando de carniceiros!
O administrador do hospital, Adrian, amigo do pai de Giuliano chegou ao
quarto.
— Giuliano!
— Adrian!
— Eu conversei com toda equipe e pedi que não falassem nada e nem
comentassem nada!
— Grazie! Quero poupá-la de tudo isso! A culpa não é dela, ela salvou a
minha vida!
— Sì! Falei ainda que se saísse uma informação saberíamos de quem era
e que iríamos lidar com a situação conforme as regras do hospital.
— Mais uma vez, grazie!
— Fique em paz, está bem? Vai dar tudo certo! Ela já está fora de perigo,
não totalmente, mas está. Ainda precisa de muitos cuidados, e os médicos estão
te aguardando para iniciar a transfusão de sangue.
— Ottimo!
Giuliano seguiu Adrian pelos corredores. O telefone de Giuliano tocou.
— Ciao!
— Signore Vulcano é o Michel!
— Oi Michel! Você está vendo o noticiário?
— Sì! Quer que eu vá até o hospital?
— Per favore! Vou entrar agora na sala e estou te esperando. Assim que
estiver aqui, me ligue!
— Sì! Ciao!
— Ciao!
O médico e as enfermeiras preparam Giuliano para a doação de sangue.
— Giuliano, como precisamos de emergência, pedimos ao laboratório de
referência que fizesse a separação enquanto ainda temos estoque de sangue. O
sangue de vocês é raro, mas ainda temos algumas bolsas aqui, mas mesmo
assim!
— Tudo bem! Então vamos rápido com isso, ela precisa de mim.
Uma hora depois, Giuliano viu seu sangue ser multiplicado por quatro e
duas bolsas irem para Giovana.
Nisso o assessor de imprensa de Giuliano chegou.
— Signore Vulcano.
— Ciao Michel!
— O que aconteceu? A imprensa toda está lá fora!
Giuliano contou a Michel o que aconteceu e juntos montaram uma
estratégia para que as atenções saísse de cima de Giovana e que o caso fosse
abafado.
Giuliano ligou para alguns amigos e cobrou alguns favores e esperava
que, por Dio, por pelo menos três dias ninguém mais falasse sobre aquilo. Ele
precisava proteger a si mesmo, pois já bastava estar sob os holofotes por conta
de ser um magnata italiano vitivinicultor e de TI. Mas era a si próprio que queria
proteger mesmo ou era a Giovana?
— Inferno! Pra quem estou mentindo se não só pra mim?! Claro que é
pra proteger Giovana! Não vou deixar esses carniceiros chegarem perto dela,
mesmo que eu tenha a exposto e começado o buchicho, não vou deixar ninguém
ir atrás do passado dela ou mesmo de algo que a faça sentir vergonha de si
mesma por minha causa. Deveria ter sido mais cuidadoso! Caralho, Giuliano,
como você é burro! Seu pai jamais deixaria isso acontecer! — Dizia para si
mesmo andando de um lado para outro no quarto luxuoso onde instalará Giovana
enquanto ela se recuperava.
— Matt, o que será que aconteceu?
— Só saberemos quando Giuliano voltar e se ele voltar!
— Matt, posso estar sendo muito maldosa, mas, essa super proteção que
o signore Vulcano está fazendo, será que não é porque ele gosta muito dela a
ponto de, sei lá, protegê-la ou sendo pior ainda, porque eles têm um caso?
— Sabrina, de onde tirou isso?
— Matt, sou loira mas não sou burra e não sou secretária à toa. Eu vejo
como o signore Vulcano olha para a Gio e vice-versa. Ele só falta engoli-la e ela
o provoca não só com o olhar, mas também com atitudes e palavras. Ninguém
provoca ninguém por puro prazer e sem interesse algum.
— Experiência própria, Sabrina? — Perguntou Matt se achegando ainda
mais a secretaria, estava tão perto dela que podia aspirar seu perfume de jasmim.
— Como assim, Matt?
— Você me entendeu, Sabrina!
— Na verdade não! — Disse ela coçando a cabeça confusa.
— Ah não?
— Não!
Ele a encurralara, abraçou-a e ela o encarou com aqueles olhos de coelho
assustado.
— Por que você é tão bonita, Sabrina?
— Eu... eu...
Matt a beijou. Fazia tempo que estava afim de pegar aquela secretina que
tinha como secretária. Será que pegara o vírus de Giuliano? O amigo estava
caidinho pela secretaria e agora ele.
— Dio mio! Scusami! — Disse Lisa de boca aberta.
Matt e Sabrina se separaram num susto. Lisa estava com os olhos
brilhando como uma criança travessa que pega os pais se beijando na cozinha.
— Lisa, não é nada disso que você está pensando! — Disse Sabrina sem
graça.
— Ah, finalmente vocês se pegaram! Matt, telefone pra você, linha três,
atende aí que é o big boss.
— Obrigado, Lisa!
Lisa saiu com toda sua elegância do mundo e mandou uma mensagem
para Sabrina.
"Quero os detalhes, sua danada!"
"Estou fodida, Lisa!"
— Ciao!
— Como estão as coisas por aí?
— A Sabrina está filtrando as ligações da imprensa e eu já mandei
comunicado geral para a segurança e pro pessoal do marketing e de
comunicação.
— Ótimo! Estou tentando abafar esse assunto.
— O que aconteceu, Giuliano?
— A Giovana tomou um tiro que era pra eu ter tomado.
— Puta que pariu!
— Quando eu chegar eu te conto melhor. Por favor, não comente nada!
— Pode deixar! E como ela está?
— Já fez a cirurgia, ainda corre risco porque perdeu muito sangue e
precisou de transfusão. Está tomando a segunda bolsa agora.
— Tá bom! Vou cuidar de tudo aqui!
— Grazie, amico!
— Não precisa agradecer, seu puto!
Matt desligou o telefone e Sabrina o olhou:
— E então?
— Só saberemos das coisas quando ele chegar na empresa. E se bobear,
ainda assim, não saberemos de tudo. Sabe como ele é!
— Por que ele está abafando tanto o caso?
— Não sei, e de verdade não quero nem saber, ele tem os motivos dele!
Agora pare de ser curiosa e vamos trabalhar.
— Credo Matt!
— Vamos, Sabrina! Pare com isso!
— Estou indo! Estou indo! Chato!
— Curiosa!
No hospital Giuliano ainda estava esperando o médico terminar de
escrever no prontuário de Giovana. Ele ficou ao seu lado o tempo todo.
— Ragazzo, vá descansar! Eu fico aqui com ela!
— No, signora Martina! Vou ficar, afinal de contas, se não fosse por ela,
quem estaria nessa cama seria eu, e tenho certeza de que se tivesse, ela ficaria
comigo. Vá descansar, signora Martina! qualquer novidade, eu ligo para a
signora.
— Está bem!
O médico olhou para Giuliano:
— Agora vamos aguardá-la reagir, mas ela está indo bem!
— Grazie, doutor.
Giuliano sentou-se na desconfortável cadeira ao lado da cama, Giovana
dormia profunda e serenamente, parecia até que estava sorrindo. Ele pegou em
sua mão com cuidado por causa do acesso.
— Ei! Acorda logo tá bom?! Estou sentindo falta do seu bom humor, dos
seus xingos e revirada de olhos. Per favore, não saia da minha vida!
Giuliano conversou tanto com Giovana que nem percebeu que dormiu
encostado na cama de cabeça baixa, o braço virara o travesseiro enquanto a outra
mão segurava a mão de Giovana.
Giovana ouviu tudo o que Giuliano falara, na verdade, a voz dele de
trovão a acordara, era suave e parecia implorar por algo. Ela resmungou bem
baixinho antes de abrir os olhos, sua visão estava embaçada, ela abriu e fechou
os olhos várias vezes até conseguir enxergar direito. Foi esfregar os olhos e sua
mão estava presa. Ela olhou para o lado e viu uma cabeça de cabelos castanhos
desalinhados, fazendo o braço de travesseiro e a outra mão segurando a sua. Ela
sorriu.
Giuliano sentiu algo se mexendo e levantou a cabeça e viu um lindo par
de olhos azuis violeta e um sorriso sonolento.
— Oi! — Disse ele sussurrando e sorrindo.
— Oi! — Ela respondeu também sussurrando e sorrindo.
— Como está se sentindo?
— Posso dizer que já tive dias melhores.
— Fico feliz que tenha acordado, significa que seu corpo está reagindo.
— Espero que seja algo bom então.
— Mas é! Bom, eu quero acreditar que seja! — Disse ele olhando para
ela e mexendo a cabeça um pouco.
— Você está horrível!
— E você continua linda!
Ela sorriu timidamente.
— Eu vou avisar ao médico de que minha Bela Adormecida acordou.
— Está bem!
Giuliano foi e voltou num piscar de olhos e atrás dele veio o médico e as
enfermeiras.
— Como está se sentindo, signorina Guerra?
— Com fome!
— Bom sinal! As enfermeiras deixarão um café da manhã pra a
signorina, e daqui a pouco eu volto!
— Sì, grazie!
— De nada! Signore Vulcano venha comigo, per favore!
— Sì!
Giuliano deu um sorriso para Giovana e saiu depois do médico.
— Giuliano, ela precisa de descanso, quero mantê-la aqui até se
recuperar por completo, tudo bem para você?
— Doutor, o que o signore falar é lei! Eu pago todas as despesas dela de
olhos fechados.
— Eu sei! E também sei que dinheiro para você não é problema. E pode
ficar tranquilo que está tudo em total sigilo.
— Grazie! É muito importante para mim que ela fique protegida de toda
imprensa e de todo tipo de fofoca!
— Sì!
— Mas doutor quero te pedir uma coisa. Será que eu posso acompanhá-la
até que ela se recupere totalmente e tenha alta?
— Claro! Se isso não te atrapalhar.
— Eu devo isso a ela e muito mais. Ela salvou a minha vida!
— Então nunca terá com o que possa pagar isso, Giuliano.
— Não mesmo!
— A não ser agradecer.
— E nem sei se agradecer também será suficiente! Aliás, nunca será!
— Então, cuide bem dela!
— Pode deixar!
Giuliano voltou para o quarto e encontrou Giovana com uma sonda de
alimento no nariz e resmungando.
— Está parecendo um pernilongo!
— Cala a boca! Eu nem posso mastigar nada.
— É assim mesmo, depois você volta a se alimentar normalmente.
—Ali está o seu! Agora cale a boca e venha comer, seu batráquio!
— Olha que o sapo pode virar príncipe!
— Só nos seus sonhos, Vulcano!
— Ou seria nos seus?
— Noway, baby! Jamais!
— Veremos!
— Quer bater uma aposta?
— Topo!
— Valendo o que?
— Se eu ganhar eu posso te pedir o que eu quiser! Mas se você ganhar,
você fará o que eu quiser!
— Ei, trapaceiro! Da no mesmo! Só você sai ganhando!
— Porque você sempre sai ganhando em tudo, cara mia!
— Sei não! Isso me parece meio injusto!
— Quer mesmo que eu te mostre o que é injusto?
— Prefiro não! Quero saber de uma coisa.
— O que?
— Quando volto pra casa?
Giuliano silenciou-se.
— Eu não sei! Mas eu vou ficar aqui com você.
— Não, Giu! Você tem suas coisas pra fazer, as empresas.
— Não se preocupe! Eu administro daqui! Eu quero que fique bem e que
não se preocupe com nada, mia dolce Giovana.
— Mas, Giuliano...
— Nem mas e nem meio mas, é uma ordem, Giovana! — O tom dele era
autoritário e ela não iria desafiá-lo. Não estava ficando louca.
Durante duas semanas, Giuliano ficou pajeando Giovana em tudo. Ela
implorou a ele que trouxesse seu notebook para que pudesse trabalhar, visto que
o coquetel de Paris aconteceu e eles, por motivos óbvios, não puderam ir.
— Quando você sair do hospital eu te levo para conhecer a Rose House's.
É uma promessa!
— Não precisa, Giuliano!
— Precisa sim! Olha Gio, eu nunca vou poder te agradecer o suficiente
por ter salvo minha vida. Então, per favore, me deixe demonstrar minha
gratidão!
Ele a olhava como um cachorrinho sem dono.
— Oh, está bem! — Disse ela revirando os olhos e colocando um sorriso
lindo nos lábios dele. — Esse seu sorriso devia ser proibido em praça pública,
sabia?
— Verdade?
— Sì!
— Perché?
— Giuliano Vicenzo Vulcano, simplesmente o solteirão mais cobiçado da
Itália! E você ainda me vem com essa suas fuças sem vergonha e me pergunta na
maior cara de pau: Perché? Vá a merda, vá, Vulcano!
Giuliano ri.
— Não sei porquê ainda te dou tanta moral pra falar assim comigo!
— Será que é porque, você além de me comer e me chantagear, sabe que
eu posso acabar com sua agenda e vida num piscar de olhos?
— Não sei! Mas tenho quase certeza de que é isso mesmo!
Giovana riu.

— Estou me sentindo uma oferenda! — Disse Giovana baixinho para
Giuliano quando saíram do quarto dela.
— Por que? — Perguntou ele rindo.
— Com todas essas flores e chocolate!
Ele riu mais ainda.
— Giovana, o pessoal da empresa ficou muito preocupado com você aí
eles fizeram essa pequena gentileza.
— Eu sei! É só pra descontrair!
— Você é terrível!
— Não vejo a hora de estar em casa!
— Eu sei!
— Obrigada por ter ficado comigo todos esses dias!
— Não precisa agradecer. Sabe que se a mira do sem vergonha tivesse
mais um pouco para cima, teria pego no seu coração, não sabe?
— Sim! Acho que o Eterno quer alguma coisa comigo, não é possível!
— Eterno?
— Sim, vocês chamam de Deus!
— Você é judia?
— Sim!
— Explica muita coisa!
— Como assim?
— Deixa pra lá!
— Aqui está a conta do hospital signore Vulcano! — Disse a
recepcionista para ele.
Giovana viu a conta e quase caiu para trás.
— Giuliano, pelo amor de Dio, isso é um absurdo!
— Fica quietinha, fica, só pra eu gostar de você! Grazie, de nada! — Ele
se virou para a recepcionista e pegou seu cartão platina. — Débito, querida!
— Giuliano, no!
— Giuliano, sì!
— É um empréstimo! Vai descontando do meu salário!
— Vou te cobrar de outras formas, pode ter certeza, cara mia! — Disse
ele olhando-a com malicia nos olhos.
— Você só pensa em bobagem!
Ele riu e colocou a senha do cartão. Giovana estava embasbacada. O
telefone de Giuliano tocou.
— Ciao! — A pessoa respondeu. — Oi César! Sì! Estou no hospital.
Não, estou ótimo, mas minha secretária sofreu um acidente e estou pagando a
conta do hospital, libera o valor pra mim, per favore! — Ele esperou mais um
pouco e riu. — Olha, separa dez mil euros pra mim, per favore, o que sobrar,
oitenta por cento vai para a poupança, e os vinte por cento você aplica. Eu quero
as ações da empresas de TI e também de petróleo. — Ele esperou mais um
pouco. — Os juros da poupança você transfere pra mim, per favore. Isso, esses
cem mil é de juros o restante já sabe o que fazer. — Ele esperou mais um pouco.
— Grazie! Ciao!
O que Giovana mais gostava nele era que ele falava bem baixo, somente
ela ouvia, mas quando ele destrambelhava a falar alto, ninguém aguentava.
Ele se virou para a recepcionista e disse:
— Passa mais uma vez, per favore.
— Sì, signore Vulcano!
Ela passou, ele colocou a senha e em menos de cinco segundos o canhoto
dele e o cartão estavam de volta na luxuosa carteira de couro.
— Tenham um bom dia!
— Grazie!
Eles saíram pela porta da frente e o vento frio do inverno os assaltou. O
pálido sol italiano dava as boas-vindas a Giovana, que sorriu e colocou o óculos
escuros. Jake estava encostado na porta da limusine de Giuliano, ele os viu e
abriu a porta.
— Buongiorno, signorina Guerra.
— Buongiorno, Jake. Como está?
— Bem e a senhorita?
— Pronta para outra!
— Ottimo! Bom ver a signorina bem.
— Grazie!
— Boungiorno, Jake.
— Buongiorno, signore Vulcano. Vamos para a empresa?
— No! Vamos para a pensão da signora Martina. De lá quero que tire
uma folga. Fique uma semana de folga. Você merece, mio amico. Sem prejuízo
de salário.
— Grazie, signore Vulcano. Devo indicar alguém para o meu lugar?
— Sì! Confio no seu trabalho e na sua escolha. — Eles entraram e Jake
os levou para a pensão.
Capítulo 17

Giovana estava no avião de Giuliano, estavam indo para Roma, iam
conhecer uma montadora de carros. O cliente em potencial fizera contato e
queriam conhecer Giuliano.
Giovana fizera toda tramitação e iria junto com ele a pedido dele. Sabrina
e Matt ficaram como backups deles.
— Sabrina, é hoje!
— O que, Gio?
— Vamos embarcar para Roma e espero que Giuliano resolva me dar
uma folga para turistar por lá!
— Duvido!
— Por que?
— Você só veio turistar na Itália e arrumou emprego, vai que acontece o
mesmo!
— Ai não!
— Ele de bobo só a cara!
— Detalhe!
— E você como está, cara mia?
— Indo bem! Graças a Deus conseguiram tirar a bala do meu estômago e
não ficou nenhuma sequela, mas perdi muito sangue.
— Que bom! Olha, vamos no banheiro?
— Código amarelo?
— Sì!
— Tá bom, me deixa só falar com o Giuliano.
— Tá bom!
Giovana foi até a sala dele.
— Giuliano, vou no banheiro, coisa de menina sabe? Qualquer coisa me
chama no celular tá?
Ele levantou uma sobrancelha:
— Coisa de menina?
— Sì!
Ela saiu sem dar mais explicações.
— Vamos!
Elas foram para a recepção e Sabrina chamou Lisa:
— Código amarelo, para a sala de reunião.
— Agora! — Lisa transferiu o ramal para o celular de Giovana.
Elas entraram no banheiro e Mafalda está lá com Thabita.
— Olá, meninas! — Disse Giovana sorrindente.
— Oi, Giovana! Como você está?
— Bem melhor, graças ao Eterno!
— Que bom! Nós ficamos meio assim de ir falar com você.
— Por que?
— Por causa do signore Vulcano. Ele não deixa ninguém se aproximar
dele e muito menos de você!
— Isso é estranho porquê todo mundo fala comigo e precisam falar
comigo para chegar até Giuliano. Bom, mas agora conseguiram falar comigo,
quando for assim, venham diretamente a mim, sì?!
— Sì! — Disseram ela sorrindo e saindo da sala.
Lisa trancou a porta do banheiro.
— Agora nos conte tudo!
— Tudo o que?
Lisa revirou os olhos.
— Olha aqui, dona Giovana Guerra, não dê uma de doida! Mas não
queremos que se sinta pressionada a nos falar, seria bom desabafar!
— Concordo! — Disse Sabrina.
— Vocês loiras estão sempre em complô, não é mesmo?
— Só se gostamos muito da pessoa! Sorte a sua! Te adoramos! — Disse
Lisa sorrindo como uma criança.
— Obrigada, meninas. Não imaginam como pra mim é solitário não ter
amigas aqui.
— E a signora Martina?
— Ela pra mim é como minha avó. Mas não é a mesma coisa!
— Entendo! — Disse Sabrina triste. Mas logo o sorriso doce voltou a dar
o ar da graça. — Agora pare de nos enrolar e nos conte tudo!
— O que vocês querem saber?
— Vou ser direita, tá bom?
— Sì!
— Você e o signore Vulcano tem alguma coisa?
— Queremos saber se vocês tem um caso!
— Lisa!
— Ué, mas era isso que queríamos saber! — Disse ela com cara de quem
não entendeu para Sabrina. — Eu não entendo você, Sabrina! Não precisa ser
cheia de dedos com a Giovana.
Giovana ria de uma Sabrina mais vermelha que um tomate.
— Bom, eu vou matar a curiosidade de vocês com uma condição!
— Qual?
— Segredo absoluto, meninas, per favore!
— Nem precisa pedir, né, Gio!
Giovana contou tudo para as garotas que a cada momento arregalavam
ainda mais os olhos e seus queixos caiam ainda mais.
— Ai, Gio, você é tão sortuda! — Disse Lisa com os olhos brilhando. —
O signore Vulcano é tão gostoso!
Giovana riu.
— Lisa! — Disse Sabrina.
— Ah não vem não! Olha Gio, não é só você viu!
— Cala a boca, Lisa!
— O que está acontecendo que vocês não me colocaram no circuito?
— A Sabrina e o Matt finalmente se beijaram quando você e o big boss
estavam no hospital!
— Não! — Giovana olhou para Sabrina de boca aberta. — Sua
safadinha!
— Eu né?! Pelo menos não transei com um desconhecido no elevador!
— Meninas, foi uma das melhores transas da minha vida!
Ela riram.
— Melhor que o signore Vulcano?
— Bom, estão no mesmo nível!
Elas deram um gritinho de excitação. De repente, Giovana ficou sem
graça.
— Eu descobri no hospital que temos o mesmo tipo sanguíneo.
— Ah é?
— Gio, — disse Lisa — desculpe minha ignorância, mas o que isso tem a
ver com o hospital?
— Ele me doou sangue. Foram duas bolsas de sangue dele só no primeiro
dia.
Elas arregalaram os olhos.
— Uma vida pela outra! — Disse Lisa de queixo caído.
— Sì! Mas, ele disse que ainda se sente em dívida comigo pelo que eu
fiz. Mas, sei lá, sabe! É complicado!
— Não acho! — Disse Lisa pensando. — Se ele se sente em dívida com
você, a doação de sangue foi apenas um pretexto, assim como ele usou a transa
no elevador para te chantagear. Acho que ele gosta de você e como ele não sabe
ouvir um não, teve medo de te fazer a proposta e você não aceitar.
— Mas eu não aceitaria mesmo! Só aceitei porque ele disse que ia
mandar me extraditar com o pretexto de que eu vim pra me prostituir!
— Como? Se você está com o visto de trabalho por contrato!
Giovana ficou de queixo caído.
— É verdade! Eu não tinha pensado nisso! Eu vou matar o Giuliano!
— Ah, eu não mataria se ele fosse o melhor sexo da minha vida e me
fizesse gozar horrores!
— Ai, Lisa! Você só pensa naquilo! — Disse Sabrina revirando os olhos
fazendo com que elas rissem.
— Ai, meninas, eu não sei o que seria de mim sem vocês. — Disse
Giovana rindo e as abraçando.
— Sua vida seria sem graça! — Disse Lisa rindo.
— Verdade!
O telefone de Giovana tocou.
— Giovana!
— Venha na minha sala, per favore.
— Sì! — Ela desligou o telefone.
— É o chefão delícia? — Perguntou Lisa com um sorriso matreiro.
— Sim!
— Boa sorte!
— Vou precisar!
Giovana destrancou a porta e saiu do banheiro, foi até a sala de Giuliano
que estava lendo um relatório e estava sério, anotava no caderno algumas coisas
e voltava a ler o relatório.
— Giuliano, está tudo bem?
— Sì! Mas, preciso falar com você! — Ele tirou o óculos e coçou os
olhos e olhou-a novamente.
— Quer um caffè?
— Sì!
Giovana saiu e fez um café,viu que Giuliano estava tenso, então fez
bastante, afinal de contas, não sabia se sairia viva da sala dele. Ela passou pelo
corredor e o cheiro de café assaltou a todos.
— Gente, quem quiser caffè, eu deixei duas garrafas bem cheias tá bom?
— Oba! — Disse Sabrina indo pegar café.
Ela entrou na sala de Giuliano e fechou a porta usando o quadril.
— Aqui está, Giuliano! — Disse ela colocando uma xícara bem cheia de
café quente e fumegante.
— Grazie! — Disse ele adoçando o café. — O que você colocou nele
dessa vez?
— Água raz! — Disse ela sentando-se e bebendo seu café.
Ele sorriu e bebeu o café. Uma sombra de preocupação passou por seus
olhos.
— O que foi, Giuliano? Fala comigo!
Ele pegou sua mão.
— Sabia que você foi a melhor coisa que me aconteceu nesse final de
ano, Giovana?
Ela ficou sem graça.
— Giovana, a imprensa especulou o que aconteceu no teatro, estão
fuçando até hoje! Mas a culpa é minha, eu deveria ter te resguardado em
primeiro lugar e depois ter pensado no ego.
— Giuliano, a culpa não é sua, não tinha como saber.
— A culpa é minha, eu deveria ter te resguardado e agora todo mundo
quer saber quem é você!
Ela arregalou os olhos.
— Giovana, a partir de amanhã o Isaac, um dos subalternos de Jake, e o
Andrew farão sua segurança.
— Giuliano, não precisa de nada disso!
— Precisa sim! Eu adiei até agora, mas a polícia quer seu depoimento e
hoje iremos na delegacia para você depor e reconhecer o atirador.
Giovana começou a tremer.
— Eu temo pelo sua segurança, principalmente agora. Eu não quero que
você fale com a imprensa, eu quero que você fique sossegada!
— Não é como estou me sentindo agora, Giuliano!
— Eu sei, cara mia! Por isso que eu vou colocar o Isaac e o Andrew com
você.
— Giu, eu não quero!
— Giovana, não dá para não querer!
— Giu, eu tive uma idéia!
— Qual?
— E se eu sair do cicuito por um tempo?
Giuliano pensou um pouco e fez a proposta:
— Que tal uma semana em Paris e outra em Madri? Assim saímos de
foco um pouco, continuamos trabalhando, vou angariar clientes, tenho que
visitar alguns outros.
— Por mim, tudo bem!
— Ótimo! O que você vai fazer nesse fim de semana?
— Nada eu acho. Por que?
— Você conhece a Fontana di Trevi?
— Qual? Aquela que aparece no clip do Bon Jovi, da música Thank You
For Loving Me? Se for essa, eu nunca fui, mas é tão bonita! As pessoas ficam
jogando moedas lá.
— Essa mesma! Ela fica em Roma.
— Ah, está dentro do roteiro da viagem de hoje, então.
— Sì! Eu gostei daquela caixinha de lembranças, você ainda tem delas?
— Sì! Eu mandei fazer uma especialmente para essa viagem. Agora me
resta saber qual safra você quer que envase.
— Traz a caixinha aqui e escolhemos qual vamos envasar.
— Eu pensei num vinho de sobremesa ou mesmo num espumante.
— É uma boa!
— Eu vou lá no marketing pegar e já volto.
—E quando voltar, per favore, traga essa água de batata que chama de
caffè.
Giovana revirou os olhos. Ela ligou para Katalina, secretária da VP de
marketing e comunicação, Gema:
— Katalina.
— Oi Katalina, Giovana.
— Olá, tudo bom?
— Sì! Grazie pela cesta de café da manhã.
— De nada, cara. No que posso ser útil?
— O signore Vulcano quer uma das caixinhas para o cliente de Roma.
Posso ir buscar?
— Sì! Mas ainda falta o vinho para envase.
— Eu disse a ele, e ele disse que irá decidir qual melhor para envase.
— Tudo bem. Pode vir buscar que estou separando uma para você agora.
— Grazie.
— De nada!
Giovana desceu ao nono andar e entrou no setor. Katalina era uma linda
ruiva de olhos verdes e cheia de sardas.
— Olá!
— Olá! Aqui está a caixinha, já preparei os prospectos e toda a papelada.
— Grazie! Vou mandar pro signore Vulcano.
— De nada, cara! Como você está?
— Bem, graças a Dio! — O telefone de Giovana tocou. Ela olhou. — Ixi,
deixa eu subir. Grazie, Katalina.
— De nada, cara mia!
Giovana virou-se e atendeu o telefone:
— Oi, Giu!
— Conseguiu pegar a caixinha?
— Sì!
— Venha logo!
— Calma, to indo!
Giovana correu para o elevador.
— O que foi?
— Feche a porta!
— Tá bom!
Giovana fechou a porta e nisso sentiu as mãos de Giuliano em sua
cintura, seu peito colou-se nas costas dela e ele cheirou seus cabelos.
— Fiquei com medo de te perder!
— É mesmo? E por que? E outra, Giuliano, estamos no meio do
expediente!
— Não me importa! — Ele mordeu-lhe o lóbulo da orelha e enfiou a mão
por dentro de sua blusa. — Giovana você é o sonho encarnado de qualquer
homem!
— Você fala isso porquê não me viu antes da cirurgia! Giuliano estamos
no meio do expediente! Per favore!
Ele não ouviu e deu atenção para o seu pescoço beijando e dando leve
mordidas, enquanto isso sua mão se ocupava dos seios e a outra descia para
dentro de sua saia.
— Não! — Disse ela pegando na mão dele. — Giuliano, per favore!
— Hoje eu vou te comer gostoso!
Giuliano quebrou a mágica e Giovana ficou desapontada.
— Eu vou para a delegacia prestar o depoimento.
— Não vai não. Quando voltarmos de Roma você vai.
— Eu preciso ir, Giuliano. Você mesmo disse.
— Eu sei que precisa, cara mia. Mas depoimentos levam horas e não temos
todo tempo do mundo. Quando voltarmos você vai.
— Giuliano voltaremos no final de semana.
— Lo so. Você vai dar seu depoimento in Lunedi.
— Que inferno, Giuliano!
— Que inferno digo eu! — Ele levantou-se de sopetão dando um murro na
mesa e gritando.
O escritório parou, mesmo com a porta fechada foi possível ouvir o grito
de Giuliano.
— Você está louco? — Giovana subiu de zero a cem em dois segundos. —
Nunca mais grite comigo! Sou sua secretária e não sua escrava!
— Eu falo do jeito que eu quiser! Sou dono desta empresa e seu chefe!
— Foda-se! Vai se ferrar, Giuliano! Se está achando que vou ficar aqui
ouvindo seus rompantes você está muito enganado! Vá para o diabo que te
carregue e vá para Roma sozinho, porque não há necessidade alguma de eu ir!
— Você vai porquê eu estou mandando!
— Você NÃO manda em mim, Giuliano Vicenzo Vulcano!
Giovana abriu a porta e saiu pisando duro, pegou seu cigarro e isqueiro e
saiu com Giuliano atrás.
— Não me dê as costas, Giovana Guerra! Estou falando com você!
— Vai a merda, Giuliano Vulcano!
Matt levantou-se de boca aberta e foi até Giuliano.
— Mulher do inferno! — Ele pragejou.
— Giuliano, acalme-se, per favore. — Disse Matt baixinho.
— Acalmar-me? Vou atrás dessa megera! Quem ela pensa que é? —
Giuliano saiu atrás de Giovana e deixou Matt falando sozinho.
Matt voltou-se para todos:
— Está tudo bem, pessoal! Agora, vamos voltar a trabalhar, per favore.
Lisa viu Giovana sair parecendo uma tempestade tropical, e em seguida viu
Giuliano parecendo o Etna sair atrás dela. A coisa estava pegando, Sabrina foi
até ela:
— Lisa!
— Me conta o que aconteceu!
— A Gio e o signore Vulcano tiveram uma discussão enorme.
— Que bafo!
— Sabe que o signore Vulcano não suporta que o desafiem.
— Sim. E ela o fez, né?!
— Sì!
— Percebi! Ele foi atrás dela!
— Isso se ele a encontrar né! Sabe pra onde ela foi?
— No! Mas deve ter ido fumar, ela levou a carteira de cigarro e o isqueiro.
Enquanto isso, Giovana havia pegou uma xícara enorme de caffè e saira
porta a fora da empresa, estava debaixo de uma árvore, havia um banco de praça
debaixo da árvore e Giovana se sentou lá, de costas para tudo. Acendeu seu
cigarro e ficou pensativa, tomando café e fumando.
— Eu também sento aqui quando quero espairecer. Foi aqui que sentei
várias e várias vezes pensando em você! — Disse uma voz conhecida dela.
Ela não respondeu e nem virou-se para ele.
— Quer saber por quê insisto tanto que venha comigo? — Vendo que ela
não respondia, ele continuou. — Eu quero que venha, porquê até hoje, você foi a
única secretária que se interessou de verdade por uma das minhas paixões. O
mundo vitivinicultor é um mundo a parte e compartilhar com alguém que ainda
não saiba sobre, para mim, é mágico. Giovana, eu amo sua companhia e amo
mais ainda ver seus olhos brilharem quando aprende algo novo. Eu não pedi para
a secretária me acompanhar, e sim a Giovana.
Ela se virou e olhou para ele.
— E o que eu devo pensar do rompante e da vergonha que você me fez
passar no escritório?
— Me perdoe! Sei que não vai adiantar eu falar nada agora, até porquê nos
exaltamos.
— Você se exaltou primeiro só por que eu disse, que inferno, Giuliano!
— Lo so. Mas eu não quero que vá à delegacia sem mim, eu quero ir com
você, quero te proteger, se eu pudesse colocava você dentro de mim e saia
andando.
— Por que, Giuliano?
— Não sei! Eu não sei o que pensar, sabe? Você não se impressiona com
nada que seja em relação a dinheiro, você não faz questão da minha companhia e
nem me dá bola!
Giovana deu um meio sorriso.
— Volta lá para dentro comigo, per favore! Não me abandona! Eu ainda
tenho jeito!
— Vou pensar, Giuliano. E eu nem sei se quero mais ir hoje para Roma
com você.
— Você vai amar Roma, tenho certeza!
— Palavras o vento leva, Giuliano!
— Eu não volto com minha palavra, como bem sabe!
— Se você levantar a voz para mim mais uma vez, eu vou te mandar a puta
que pariu e vou embora da empresa e da sua vida, entendeu bem?
— Sì, signorina!
— Ottimo! Vamos! — Disse ela batendo na perna dele.
Giuliano se levantou enquanto Giovana terminava de beber o café e
colocava um chiclete na boca. Ele deu a mão para ela e a ajudou a se levantar.
Ela se esticou como uma gata e então ele a abraçou. Ela ficou sem ação.
— Se pensar em sair da minha vida, não esqueça de que ainda posso te
difamar, cara mia!
— Filho da puta!
Ele riu e roubou um beijo dela.
— Hoje, eu vou te comer gostoso!
— Que horas isso?
— Você vai saber!


— Rebeca, hoje temos muito trabalho para fazer, per favore, só venha se te
chamarmos.
— Sì, signore Vulcano!
Rebeca os deixou sozinhos, Giuliano havia dispensado Giovana mais cedo
para arrumar suas malas e as dele, após ela passar no apartamento dele e ter pego
as malas, foi para a pensão, tomou banho enquanto dona Martina arrumava suas
coisas.
— E quando você volta, Giovana?
— Domingo, dona Martina.
— Está bem!
— Eu deixei o dinheiro desse mês aí na escrivaninha. — Disse ela no
banho.
— Está bem!
Giovana desligou o chuveiro e se secou.
— Se precisar de alguma coisa, me ligue, per favore.
— Tá bom!
Giovana terminou de se arrumar e ajudou dona Martina a terminar de
arrumar sua mala. Jake estava esperando no carro e viu quando as duas saíram,
rapidamente ele as ajudou e foram para a mansão de Giuliano que os esperava no
portão.
— Madonna mia, que demora!
— Vá a merda, Vulcano!
— Se continuar com esse atrevimento, vou te demitir!
— É um favor que me faz!
— Abusada!
— Arrogante!
Giuliano foi na frente com Jake, e Giovana viu quatro carros enconstando,
ficou tensa.
— Fique calma, signorina, — disse Jake. — é o meu pessoal.
Giovana apenas acenou com a cabeça. O carro sedan preto pegou a
autoestrada para o aeroporto.
— Giovana, estou falando com você!
— Desculpe, Giuliano! O que dizia?
— Está distraída, está tudo bem?
— Sì! É só a correria que me deixa cansada e com a cabeça longe.
— Entendo! Eu tenho muita demanda e não dou conta da metade das
coisas.
— Por isso me contratou!
— Eu não, o Matt!
— E você gostou!
— No começo não! Mas a gente se acostuma!
Giovana revirou os olhos e Giuliano riu.
— Venha cá, Giovana! — Disse ele pegando em sua mão. — Sente-se do
meu lado, cara mia.
— Giuliano, já estou na sua frente, o que mais você quer? Estou cheia de
coisas para resolver. Você pegou as caixas de lembrança?
— Madonna mia! — Disse ele embasbacado.
— Não acredito, Giuliano Vulcano!
— Mentira, eu trouxe, estão lá dentro! O Jake e os rapazes levaram quando
colocaram as malas no compartimento.
— Ai, Vulcano! — Disse Giovana respirando aliviada.
— Agora vem cá, vem!
— Não! Venha você aqui!
Giuliano se levantou e foi até Giovana, ele a olhou com malícia e então
abaixou-se e se acomodou entre as pernas de Giovana.
— O que está fazendo?
— Fecha a boquinha! — Ele a beijou e suas mãos percorreram a cintura de
Giovana, uma delas escorregou por sua coxa com o dedo polegar fazendo
movimentos circulares, a outra mão de Giuliano subiu para o seio de Giovana,
ele a beijava tão gostoso, tão sensual e tão quente.
Ela não reclamou quando a mão dele entrou por debaixo de sua saia e
rasgou-lhe a meia fina que ele lhe comprara, ele alcançou a calcinha e
massageou o clitóris dela.
Madonna mia, ela estava queimando! Giuliano abriu a blusa dela e
alcançou o sutiã, o baixou e se apassou dos fartos seios de Giovana, a pele do
bico rosada o chamava, ele interrompeu o beijo e deu atenção aos seios dela,
sugando-os e massageando, ele colocou a mão para dentro da calcinha de
Giovana e sentiu-a extremamente molhada, com o polegar circulou o clitóris
massagenado-o, sentiu-o inchado. Ele não resistiu e rapidamente baixou a
calcinha de Giovana e levantou sua saia até a cintura.
— Giuliano! — Sussurrou Giovana.
Ele lhe sorriu maliciosamente e então inclinou a cadeira dela de modo que
ficasse quase deitada, ele chupou a boceta de Giovana com gosto! Amava o
gosto dela, enfiou a língua dentro da boceta dela e chupou seu clitóris levando-a
a loucura. Giovana segurou em seus cabelos enquanto ele a fazia tremer de
prazer.
— Giuliano, quero te chupar!
— Ah você quer?
— Quero! Agora!
Eles trocaram de lugar e Giovana abriu um zíper da calça de Giuliano e
soltou o cinto e o botão, puxou a calça e pela cueca viu o pau de Giuliano duro
como pedra.
— Ah, faz tempo que quero isso! — Disse ela com água na boca!
Giovana puxou a cueca de Giuliano e começou a provoca-lo, passou a
língua por sua virilha e depois foi em direção aos testículos, chupou-lhe cada um
deles com cuidado enquanto sua mão subia e descia pelo pau duro dele. Então,
morosamente passou a língua pelo pau dele até chegar a cabeça, rodeou com a
língua e olhou para ele que estava observando-a com fogo nos olhos. Giovana o
abocanhou e ele deu um leve gemido jogando a cabeça para trás.
— Puta que pariu, Giovana! Você chupa tão gostoso!
Giovana sorriu enquanto o chupava, sua mão acompanhava o movimento
da cabeça em torno do pau dele. Ele agarrou seus cabelos e comandou o
movimento dela.
— Se continuar, eu vou gozar na sua boca! — Disse a puxando a contra
gosto dela.
— Não! — Disse ela protestando. — Eu quero mais! Quero chupar mais!
— Cara mia, eu vou gozar!
— Problema seu! Se gozar, eu corto suas bolas fora!
— Aí você vai ficar sem seu brinquedo favorito!
— Melhor não, né?!
— Melhor não, mesmo! — Disse ele sorrindo. — Vem cá, vem! Me deixa
me afundar dentro de você, mia dolce Giovana.
Giuliano levantou-se e tirou sua calça e pegou um cobertor, rapidamente
cobriu a ambos e penetrou Giovana, como estavam apertados, Giovana não
conseguiu abrir tantos as pernas, mas isso foi ótimo, Giuliano conseguiu penetrá-
la bem e os movimentos lentos e morosos ficaram frenéticos, como estavam num
vôo rápido, não poderia demorar-se tanto.
Giovana cravou as unhas em suas costas e Giuliano fechou os olhos,
enterrou o rosto no pescoço de Giovana e quando estava gozando a beijou.
—É uma pena eu não poder ficar aqui dentro mais tempo.
— Verdade! — Disse ela sorrindo. — Temos que nos arrumar.


Giuliano havia pedido um hotel que ficava próximo da Piazza di Trevi, eles
chegaram no quarto e Giovana olhou a agenda de Giuliano.
— Amanhã cedo temos reunião, Giuliano.
— Sì! Depois temos a tarde livre, certo?
— Isso mesmo! Sabe uma coisa que eu não entendo?
— O que, cara mia?
— Essa vida de princesa de contos de fada que você faz questão de me
mostrar.
— Como assim?
— Sabe, não precisa de nada disso!
— Giovana, eu faço questão. Sei que sua vida não foi fácil, você conhece
um extremo e eu outro, então eu acho mais fácil te inserir no meu mundo do que
eu no seu. Não que de todo seja ruim, te fez o que você é, mas cara mia, dinheiro
abre muitas portas e eu quero abrir todas possíveis para você!
— Por que, Giuliano?
— E precisa de um por quê?
— Ah, eu gostaria de saber!
Giuliano coçou a cabeça olhando para ela. Sentou-se na cama e ela numa
poltrona.
— Não tem um motivo, cara mia. Eu só quero fazê-lo. Acho que para essas
coisas, não precisa de motivo, além do enorme e vantajoso acordo que temos.
— Vantagem pra quem?
— Para você! Acredito que vai viajar mais comigo do que tem feito até
agora! Fora o sexo maravilhoso que temos!
— Ah, você tinha que lembrar? — Perguntou ela revirando os olhos e
morrendo de vergonha.
— Claro! Essa é a melhor parte de nós dois!
Giovana balançou a cabeça e sorriu.
— Quer saber, Vulcano? Vou tomar banho e vou para o anexo!
— Não vai, não! Vai ficar aqui!
— Giuliano Vulcano o que os seus funcionários vão pensar?
— Nada! Eles são fiéis e discretos. E de verdade, estou pouco me lixando
para o que eles pensam! E se alguém falar qualquer coisa, já sabem como é o
patrão deles.
Giovana revirou os olhos.
— Se continuar revirando esses lindos olhos azuis, eu vou te comer até
amanhã!
— Que medo! — Disse Giovana levantando-se e indo em direção ao
banheiro.
Giuliano levantou-se e correu atrás dela. Ela riu e o deixou invadir o
luxuoso banheiro. Ele a beijou e levantou-a no ar.
— Sua danadinha!
Ele a beijou novamente e a colocou no chão.
— Preciso tomar banho, Giuliano. — Disse ela tentando falar conforme ele
lhe dava selinhos.
— É mesmo? Então, vamos tomar banho!
— Vamos?
— Sim! Não sabia que a água do planeta está acabando, então para
economizar, iremos tomar banho juntos!
— Seu safado!
Ele riu.


No dia seguinte, os dois encontraram-se com um cliente novo e um antigo
de Giuliano, além disso ele havia comprado um empresa pequena de TI e
estavam indo visitar as instalações, pois os clientes da carteira dessa pequena
empresa eram clientes valiosos de acordo com Giuliano.
Giovana não sabia como Giuliano conseguia administrar o tempo dele com
tanta maestria. Era um compromisso em cima do outro e ele chegava em todos
cinco ou dez minutos adiantado.
— Não precisamos de tanta conversa assim. São coisas simples,
geralmente os clientes que nos procuram já sabem o que querem, o nosso
marketing é excelente!
— Percebi! Eu fico de boca aberta como você consegue ser tão prático e
resolver as coisas num piscar de olhos.
— Prática! — Disse ele com simplicidade. — Giovana, mudando de
assunto, acho que vou comprar mais um vinhedo.
— Como?
— Com dinheiro, oras.
— Isso eu sei, eu quero dizer o seguinte, você tem duas, mais uma?
— Quanto mais melhor, cara mia.
— E onde fica?
— Piemonte. Quero ampliar a linha Vulcano e tem, o dono está pedindo
uma bagatela. O nome dele é Andrew Revoredo. Per favore, marque um horário
com ele. O contato está no meu e-mail, iremos lá semana que vem, depois que
você prestar o depoimento na delegacia.
— Está bem!
— Ah sim, iremos para Israel também!
— Madonna mia! Verdade? — Perguntou ela com os olhos brilhando.
— Sì! Perché?
— Eu sempre quis conhecer Israel! Acho que todo judeu que mora fora de
Israel quer conhecer o Estado!
Ele sorriu ante a empolgação dela.
— Lá é muito bonito!
— Para de me fazer inveja, Giuliano!
— Tá bom! Agora temos a tarde livre, o que quer fazer?
—Será podemos visitar a Fontana di Trevi?
— Pode ser!
— Legal! Vou me arrumar e podemos sair.
— Eu espero! — Disse ele se sentando na cama e observando-a pegar um
belo vestido florido de fundo verde água, colocou uma sandália. — Você não
sente frio nos pés e nas pernas não, Giovana?
— No, Vulcano! Mas nos braços sì! — Ela colocou um sobretudo de lã no
mesmo tom de verde, pegou uma bolsa de mão, colocou o celular, o óculos
escuros e um batom, passou um perfume e virou-se para Giuliano. — Vamos,
Vulcano?
— Bora! — Disse ele se levantando e tirando de sua mala sua frasqueira
onde estava seu óculos escuro.
— Eu não sei pra que essa frasqueira, isso é coisa de menina!
— Na cama você não fala que eu sou uma menina! Geralmente você não
fala nada, apenas geme ou grita!
— Cala a boca!
Giuliano riu e deu o braço para Giovana.
— Uau! — Disse ela de boca aberta quando chegaram à Fontana. — É
linda demais!
— De acordo com a lenda, se você joga uma moeda na Fontana, você
volta a Roma, se jogar uma segunda, você se apaixonara por um italiano e se
jogar uma terceira moeda, garante o casamento.
“Eu nem joguei a segunda moeda, e já estou gamada nesse italiano,
imagine se eu jogasse!”, pensou Giovana.
— Vamos jogar?
— Vamos! Quantas moedas você quer?
— Só uma! Imagine se eu me apaixonasse por um italiano como você, eu
estava ferrada!
Giuliano riu.
— Boba! Pega logo suas moedas, porque com certeza você vai voltar
mais vezes à Roma.
Giovana semicerrou os olhos.
— Olha aqui, bonitão, por que eu tenho uma leve desconfiança da sua
pessoa? Estou achando que você quer me ver no limbo, não é?
— No limbo?
— Sim! Acho que você quer me ver apaixonada!
— Se se apaixonar, ou amar alguém é estar no limbo, então o que aprendi
sobre amor com meus pais e avós deve ser o Hades! Não é tão ruim assim, vai!
— Olha, o solteirão número um está pensando em se apaixonar!
— Quem sabe?
— E quem é a doida?
— Você é que não é! — Aquilo a magoou. — Agora pegue suas moedas
e vamos jogar na Fontana e fazer um pedido.
Capítulo 18

Giuliano levou Giovana numa balada super exclusiva. Eles entraram e
foram para a área VIP que ele reservara para os dois.
Uma garçonete com olhar atrevido olhou para ele e perguntou:
— O que vão beber?
— O que você quer beber, minha bella Giovana?
— Nada! — Disse ela olhando para ele sorrindo. — Eu quero é dançar!
Você vem? Ou vai ficar aí só olhando?
— Vamos lá! — Ele olhou para a moça sem interesse. — Depois nós
pedimos! Grazie!
— Tudo bem! — Disse ela murchando.
Giovana desceu dançando para a pista de dança com Giuliano segurando
sua cintura atrás dela. Ela estava linda naquele vestido vermelho colado de
cetim, um salto Luis XV vermelho de bico fino a deixava alta, mas do tamanho
perfeito para ele, a maquiagem da noite estava espetacular. Ela não precisava de
muito para chamar atenção.
Eles foram para o centro da pista e ela se virou para ele e começaram a
dançar juntos, as luzes faziam com que seus olhos brilhassem ainda mais.
Como ele estava lindo aquela noite, o penteado engomadinho dele foi
arruinado por uma fina mecha de cabelo que caiu na testa que deu um charme
todo especial para ele. A música era contagiante e estava amando vê-lo
acompanhá-la. Ele a pegou pega cintura e colocou as mãos dela no ombro dele e
olhando bem fundo nos olhos dela, Giovana entendeu o recado e se deixou levar,
fechou os olhos sentindo o corpo quente dele a conduzindo.
Ele a virou de costas para ele e colocou sua cabeça no pescoço dela e
aspirou seu cheiro de orquídea selvagem, passou a mão sensualmente pela
cintura de pilão dela, com sua mão esquerda, pegou a mão direita dela e deu três
passos fazendo-a rodopiar sobre si mesma, e a parou de frente para ele, ela ria.
Ele a abraçou e a beijou, ela colocou os braços no ombro dele e sua perna
esquerda dobrou, por movimento involuntário, e ela ficou numa perna, amava
beijar aquele homem. Seu beijo e os toques de suas mãos eram tão sensuais, não
tinha como não se entregar a ele! A música continuava tocando e parecia que o
mundo tinha parado, tudo ao redor não importava mais, importava somente
Giuliano e Giovana.
Giuliano não podia se apaixonar por aquela doida, ela era completamente
diferente dele, ele queria uma mulher apenas para... para o que mesmo? Desde
que ela chegara na sua vida e mudara sua rotina ele já nem sabia mais o que
queria, apenas vivia para seduzir aquela doida para que ela nunca mais saísse de
sua vida! Ele estava tecendo sua rede para aprisionar sua pequena e linda
libélula, ela iria se aprisionar a ele por vontade própria. Não foi à toa que ele a
comprometeu!
Se ela ousasse tentar sair da sua vida, ele iria usar mais umas coisinhas
aqui e outras ali que ele tinha reservado. Era injusto, estava sendo um tremendo
filho da puta, ele sabia disso, mas Giovana era uma alma livre e ele queria que
ela estivesse com ele, se amarrasse a ele por vontade própria, então usaria seu
dinheiro, influência e poder para isso. Mostraria a ela, uma garota que não
conhecera os pais, que fora criada num orfanato pago pelo poder público e que
estudara como forma de rebelião, o que uma boa família de posses poderia dar a
ela. Mas por que tinha que mostrar ou provar algo para ela?
Simples, ela não se impressionava com nada que ele lhe mostrasse que
envolvesse poder econômico, ela gostava de bons concertos, os melhores eram
os de graça, como ela mesmo dizia a ele, boa comida caseira, risadas, clima
familiar e ele lhe daria tudo isso!
Giovana estava entorpecida por aquele homem! Quem era ele afinal de
contas? Por que ela? Ele era tão bonito, podia ter as mulheres que quisesse, por
que a escolhera?
Ele deu-lhe dois beijos estralados e continuava abraçado a ela, ele olhou-
a profundamente e deu um meio sorriso, beijou-lhe mais uma vez e fazia
movimentar-se de um lado para o outro.
— Mia dolce Giovana! Sei così bella e così morbida che a volte credo di
essere l'uomo più fortunato del mondo.
— Verdade? E por que você se sente o homem mais afortunado do
mundo? Só por que eu sou bonita e suave?
— Não!
— Ou será que é por quê você me chantageou?
— Não! Você é assim porquê vem de você, independente de eu ter te
chantageado ou o que. Eu vejo como você é com a signora Martina e Beatrice,
vejo a consideração que tem por elas e como as trata com carinho e respeito.
Você sempre se lembra delas!
— Faço isso de graça, porque gosto delas!
— Isso mesmo!
— O que tem demais nisso?
— Não existem tantas pessoas que gostam das outras pelo simples fato
de gostar, sabe? Ela esperam algo em troca! Isso é muito cansativo!
— Já vi que agora é hora da conversa, vamos sentar e beber, porque essa
sua dor de cotovelo tá um saco, Vulcano!
Giuliano riu. De repente começou a tocar uma música mais calma, uma
música de amor.
— Não! Vamos dançar essa, Giovana!
— Pra que? Você não é romântico!
— Mas não quer dizer que eu não tenha um coração e que seja
desprovido de sentimento!
—Nossa, o poderoso e influente Giuliano Vicenzo Vulcano tem coração e
sentimento?
— Claro que tenho!
— Não parece!
— Só por que não demonstro?
— Pode ser!
— Giovana, entenda uma coisa, não é por que não demonstro que não
sou humano. A vida me fez ser assim, você mais do que ninguém deveria me
compreender!
— E por que? A minha vida não foi mais fácil que a sua e nem mais
difícil, apenas passamos por problemas em diferentes amplitudes. Você teve pai
e mãe, eu nem isso. Desde que me conheço por gente eu sempre estive sozinha,
mas isso nunca fez com que eu me vitimizasse, pelo contrário, me deu forças, e
se sou o que sou hoje, foi graças as pedras que encontrei em meu caminho. Eu
resolvi ver o lado bom da vida, mesmo levando cacetada!
— Eu nunca disse que não via!
— Mas também nunca disse que via!
— Touchè! Giovana, eu só demonstro meus sentimentos a quem amo,
que são mios nonos.
— Eu sei! Sabe o que eu acho mais engraçado?
— Não!
— Você entra na empresa e coloca sua máscara de homem de negócios,
eu conheço o Giuliano dono de um império, conheço o Giuliano nipote, conheço
o Giuliano que planta videiras e conheço o Giuliano amante! Quero saber
quando vou conhecer o Giuliano de verdade, o homem de carne e osso, com suas
fraquezas, medos, alegrias, risadas, tristezas, solidões.
— Eu não tenho uma resposta para te dar!
— Por que?
— Porque é a primeira vez que alguém quer me conhecer de verdade sem
intenção alguma por trás disso!
— E se eu tivesse?
— Jamais saberia! Mas eu sei que não tem! Você é transparente demais
para ser tão calculista assim!
— Aí é que você se engana!
— Ah é?
— Sì! Eu sou muito calculista, estou sempre dez passos a sua frente!
— Ah sì! Isso é verdade! Mas estou dizendo na questão de maldade.
— Eu entendi o que quis dizer.
— Então, sabe bem que ainda não tenho respostas para suas perguntas,
porque eu não sei o que se passa dentro de mim!
— E eu não vou perguntar de novo!
Giuliano sorriu e a abraçou novamente, beijou-a com paixão.
— Vamos beber algo, Vulcano?
— Vamos!
Eles subiram para a área VIP, a garçonete chegou e anotou os seus
pedidos, ela parecia que ia engolir a Giuliano, que por sua vez não dava a
mínima para ela.
Ela voltou trazendo as bebidas e petiscos.
— Signore! — Disse Jake.
— Pois não, Jake!
Ele se abaixou para falar no ouvido do patrão.
— A signorina Rafaela está aqui!
— O que? Como?
— Eu só sei que ela está aqui porquê a vi, mas acho que ela viu o signore
também.
— E?
— Ela quer falar com o signore.
— Eu não quero falar com ninguém!
— Sì, signore! — Jake volta para falar com Rafaela, que o faz voltar para
falar com o patrão contrariado. — Signore, ela está sendo muito insistente.
— Que inferno! — Ele se virou para Giovana. —Vou resolver uma
questão e já volto, cara mia!
— Está bem!
Ele lhe deu um beijo e saiu. Encontrou Rafaela tentando entrar na área
VIP.
— Eu quero subir!
— A signorina não tem credencial!
— Eu quero subir agora! Estou com o signore Giuliano Vulcano!
—Ah, mas não está mesmo! Quem está com ele já se encontra lá em
cima! A signorina não vai subir!
— Você sabe quem sou eu?
— Não, singnorina. E com todo respeito, não me interessa! A signorina
não tem credencial e não vai subir!
Jake chegou com Giuliano e Rafaela fez ar de triunfo.
— Apenas observe, empregadinho de meia pataca! — Ela se virou para
Giuliano. — Giu que bom que veio.
— O que você quer?
— Libera a minha entrada, Giuliano. Esse lacaio não me deixa subir.
— E você não vai subir mesmo, a área VIP está reservada apenas para
mim e minha convidada! O que você quer? Fale logo, estou ocupado e odeio
deixar as pessoas esperando!
— Vamos voltar!
— De novo esse assunto? Qual parte do acabou você não entendeu?
— Giu, ela não sabe como te satisfazer, só eu sei!
— Eu não estou procurando alguém que saiba e sim alguém que queira
dividir e multiplicar comigo aquilo que é, sem olhar pro meu dinheiro! Coisa que
você não faz!
— Giuliano, me deixe ao menos tentar de novo? Per favore!
— Não, Rafaela! Sabe o que é mais incrível?
— O que?
— Parece que você sabe de todos os meus passos! Não pode sentir meu
cheiro! Quem está falando para você onde vou ou deixo de ir? É seu irmão? Por
que se for, o bicho vai pegar!
— Giuliano, hoje foi coincidência! Juro!
— Como diz um provérbio hebreu: Quem jura, mente!
— E desde quando você sabe coisas de judeus?
— Desde que contratei uma secretária judia! Olha, de verdade, eu não
tenho que dar satisfações para você! O que eu quero é que você pare de me
perseguir, entendeu, Rafaela? Eu não quero mais nada com você, não quero
olhar para a sua cara! E só não vou demitir seu irmão caçula porque ele, ao invés
de você e do Angelo, tem vergonha na cara! E agora, com licença, eu tenho uma
balada pra curtir! — Giuliano deixou Rafaela falando sozinha e se virou para o
segurança da balada e disso no seu ouvido. — Grazie e desculpe pelo incômodo
dessa doida!
— É o meu trabalho, signore Vulcano! Divirta-se! Mais ninguém irá
incomodá-los. — Disse o segurança de dois metros de altura e quatro de largura.
Giuliano se virou para Jake:
— Divirta-se um pouco, Jake!
— Grazie, signore Vulcano! A hora que o signore quiser ir, per favore,
me mande uma mensagem.
— Sì!
Giuliano encontrou Giovana apoiada no parapeito da área VIP, ela
observava as pessoas dançando enquanto bebia uma taça de espumante e
dançava ao som da música distraída. Ele a abraça pelas costas.
— Conseguiu resolver seu problema com sua ex-amante?
— O que?
— Você me ouviu!
— Como sabia?
— Você não ia sair daqui se ela não tivesse insistido muito. Ela é
persistente e vai tentar te vencer pelo cansaço.
— Acho que sim!
— Eu tenho certeza!
— Está brava?
— E por que eu ficaria?
— Não se sente ameaçada?
— Eu não! Me sinto lisonjeada, isso sim. Olha o meu tamanho e olha o
tamanho dela! Eu sou um mulherão da porra, rapaz! Ela é quem se sente
ameaçada por mim, ela quer de volta o que perdeu! Mas só tem um detalhe que
ela esqueceu.
— Ah é? Qual? — Perguntou ele beijando o pescoço de Giovana.
— Você não a quer! E quando o homem bate o pé, não há nada que o
faça voltar atrás, principalmente um homem como você, Giuliano Vulcano.
— Você é tão observadora!
— Uhum! Quer saber de uma coisa?
— O que?
— E vou para aquela pista de dança! Não vim aqui para ficar sentada.
Tchau, Vulcano!
Giovana se desvencilhou de Giuliano e saiu com a taça na mão, ele a
observou descer e se misturar na multidão. Ela poderia tentar se esconder, mas
os olhos de águia dele não a perdiam de vista em momento algum.
Quando voltaram para a empresa, na semana seguinte, Giovana teve uma
semana cheia. Giuliano demandou trabalho a valer, além de tê-la acompanhado
no depoimento, ficaram horas na delegacia.
Eles iriam para Turim em duas semanas e Giovana já estava só o pó, mas
naquele dia em especial, uma sexta-feira, ela estava com cinco ingressos bem
guardados. Ela estava na sala de Giuliano quando Matt chegou.
— Giuliano, amico mio, vamos num show de rock? — Perguntou Matt
para a alegria de Giovana.
— O que? — Perguntou Giuliano estranhando.
— Ah, estou dentro! — Disse ela empolgada.
— E quem chamou você, ô dos olhos azuis? — Perguntou Matt com
atrevimento provocando a secretária.
Ela semicerrou os olhos e deixou o queixo cair de indignação.
— Você! E mesmo que não fosse convidada por você, o Spencer me
chamou.
— E você vai? — Pergunou Giuliano tirando os óculos e olhando para ela.
— Claro! Fui no show do Metallica em Los Angeles, fui no show do KISS
e do Ozzy em São Paulo! Acha mesmo que eu vou perder o show da banda do
Spencer? Brincou, hein! Além do mais eu ganhei cinco convites, mas como o
Matt aqui, — disse ela batendo no braço dele e se levantando, Giuliano fez o
mesmo. — não me chamou, então eu vou chamar as meninas! — Disse ela
desaforada balançando os ingressos, saiu com toda dignidade do mundo e
rebolando o bundão no salto estileto de sete centímetros.
Giovana passou pela mesa de Sabrina e a chamou, foram em direção a
recepção, Matt ficou observando de boca aberta enquanto Giuliano colocava as
mãos na cintura. Ver aquela coisinha rebolando o bundão o deixava louco, ainda
mais com todo aquele deboche que era só dela. Então ele se lembrou.
— Ai! Por que me bateu, Giuliano?
— Idiota! Eu queria ir nesse show!
— Nada que não possamos remediar. — Matt ligou para Spencer e pediu
para o metaleiro subir. — Ah, Spencer, que bom que veio rápido!
— Pois não? — Disse ele na sua habitual irritação. Spencer tinha cabelos
pretos cumpridos e olhos azuis, todos perguntavam se ele e Giovana eram
irmãos, porque Spencer e ela se davam muito bem e isso era raro de acontecer,
na verdade, ele só se dava bem com duas pessoas, além dele, claro, Giovana e
Matt.
— Você ainda tem convites para o show dessa noite?
— Não! A Giovana tinha me pedido cinco e eu dei, agora só na bilheteria
pagando. Ela não deu para vocês?
— Ela queria! — Disse Giuliano olhando para Spencer. — Mas esse idiota
aqui do Matt, que é o seu chefe, a irritou e ela levou os cinco ingressos de volta e
ela vai levar as meninas.
Spencer olhou com gozação nos olhos para Giuliano.
— Então, não posso fazer nada! Irritar a Gio é como irritar o Etna!
Giuliano deu mais um tapa na cabeça de Matt.
— Ai! Mas que inferno, Giuliano!
— A culpa é sua, idiota! — Giuliano olhou para Spencer. — Spencer, me
passa o endereço e horário do show que nós iremos e quem vai pagar as entradas
é o Matt!
— Aqui está! — Disse Spencer tirando um panfleto do bolso da calça
social.
— Grazie!
— De nada! Posso voltar aos meus afazeres antes que alguém mexa no que
não deve?
— Pode!
Spencer virou-se e saiu andando.
— Gosto desse rapaz! — Disse Giuliano.
— Por que?
— Ele é verdadeiro!
— Sim, até demais!
— Não sei como Giovana e ele se deram bem.
— Ela falou umas poucas e boas para ele logo no primeiro dia, então são
amigos desde então.
Naquela noite, Giuliano e Matt entraram na balada, a casa de shows estava
cheia e então ele procurou o rosto familiar. Eles chamavam atenção por serem
altos e bonitos, as garotas suspiravam, mas Giuliano estava interessado em uma
em especial que atormentava sua vida e sua agenda, mas não a estava vendo.
Então, viu um grupinho sair dos bastidores e irem para uma mesa próximo
do palco. Ali estava ela, de calça jeans cintura média, podia ver seu umbigo em
forma de T, miniblusa branca com o logo da banda do Spencer em preto, bota
cano curto preta de salto estileto e bolsa de mão, segurava uma taça de coquetel,
os cabelos presos num rabo de cavalo alto, brincos dourados e estrelas nos olhos.
Ela ria com as garotas.
— Quer um lenço, Giuliano?
— Vai a puta que pariu, Matt! Achei as garotas, vamos logo!
— Percebi! Então vamos.
Eles chegaram-se até elas. As garotas estavam rindo, Giovana ria e falava e
as garotas riam mais ainda com o que ela falava. Ela colocou a mão na boca para
abafar o som da risada enquanto as outras quatro choravam de rir. Ele queria
estar ali.
As garotas saíram para dançar e Matt disse:
— Eu vou lá com as meninas. Parece que a Giovana não vai dançar.
— Percebi! Vai lá.
Giovana não sabia porquê, mas não queria dançar aquela hora. Então, um
rapaz careca de piercing chegou e olhou para ela e perguntou:
— Quer dançar?
Ela não sabia o que responder.
— Desculpe, amigo, ela está comigo!
Ela se virou para ele revirando os olhos.
— Desculpe!
Ela esperou o rapaz sair e disse para Giuliano:
— Na verdade eu queria!
— É mesmo? — Perguntou ele cruzando os braços.
— Não!
A banda de Spencer entrou no palco e começou a tocar.
— Quer ir para a pista de dança?
— Hoje não! Quero apenas custir a música.
— Ora, o que é isso? Vamos lá!
Giuliano pegou Giovana pela mão e a levou para o meio da pista de dança
e podia-se ver que eles formavam um casal. Sabrina olhou para Giovana,
trocaram olhares significativos. Giuliano estava discretamente com uma das
mãos nas costas de Giovana. Eles dançaram juntos o show inteiro.
No final do show, Matt acompanhou Lisa, Mafalda e Katalina até o taxi, e
depois foi com Giuliano ajudar Spencer e a banda a guardar os equipamentos e
instrumentos.
— E então, Giovana?
— E então o que?
— Como estão as coisas entre você e o bonitão?
— Indo! — Disse ela mexendo no açúcar de seu coquetel sem muita
animação.
— O que está acontecendo? Me conta!
— Nada! Só estou cansada. O Giuliano está demandando muitas coisas. Na
próxima semana iremos para Piemonte, ele vai comprar um vinhedo novo. Os
vinhedos parecem uma città!
— Ah sim, porque, literalmente, acaba virando uma città, os trabalhadores
vivem lá. Piemonte, é?! Que chique! Os melhores vinhos saem de lá.
— Sì! O retorno financeiro dele não será agora e sim daqui uns cinco, dez
anos, dependendo do que tiver lá. Ele disse que o dono está vendendo o vinhedo
por uma bagatela, então ele quer comprar. Fora uma pequena empresa de TI que
ele comprou também, e temos que fazer toda migração e toda papelada para o
governo.
— Ou seja, você está até o talo de trabalho!
— Sì!
— Como dá conta?
— Não sei! No meio das viagens estou sempre me comunicando com tudo
e com todos.
— Agora, a pergunta que não quer calar.
— Ih, lá vem!
— E como ele é na cama?
Nisso, Giuliano e Matt chegaram.
— Garotas, vocês querem mais alguma coisa?
— Não, Matt! Grazie. — Disseram elas.
Giuliano e Matt foram para o balcão, Giovana viu Giuliano e Matt pagando
a conta, então seu celular bipou, ela havia colocado um alerta em seu celular
para os gastos de Giuliano e quase caiu para trás quando ele pagou as bebidas da
saída delas.
Giovana percebeu que Sabrina também recebeu a mensagem de texto.
— Você também recebe, Sabrina?
— Sì! Assim controlo os gastos dele.
— Menina, eles pagaram tudo! Não é justo!
Sabrina fez cara de fazer o que?, e disse:
— Deixe-os ser homens, Giovana! Não seja independente o tempo todo,
eles não gostam!
Giovana pensou um pouco.
— Verdade!
— Mas tudo com moderação!



— Que lugar lindo, Giuliano!
— Verdade, mia dolce ragazza! — Ele se virou para o dono. — Eu vou
comprar seu vinhedo. Quando sai a próxima safra?
— Em setembro, signore Vulcano!
— Ottimo! Os trabalhadores vivem aqui?
— No, signore Vulcano!
— Então temos muita coisa a fazer antes da estação. — Giuliano se virou
para Giovana. — Giovana, vamos voltar para Reggio e depois voltaremos para
cá. Ficaremos aqui por um tempo.
— Quanto tempo?
— Uma média de um mês, até toda transição e obras necessárias terem
sido completas.
— Um mês?
— Sì!
— Madonna mia!
— Avise a signora Martina!
— Está bem! Enquanto isso quem vai ficar no seu lugar?
— Matt! — Disse ele com simplicidade. — Prepare tudo, está bem?
— Sì!
— Signore Vulcano e signorina, tem um lago aqui molto bello. Querem
ver?
—Sì! — Disse Giovana empolgada. — Eu amo lagos!
— O inverno chegou, então acredito que logo mais estará nevando.
— A neve pode prejudicar as videiras? Eu sou brasileira e não entendo
nada disso, desculpe perguntar.
Giuliano sorriu e deixou o dono responder.
— Estamos em época de poda, ragazza!
— Ah tá!
— Aos poucos você aprende, Gio!
— Sì, Giuliano! É fascinante!
— A signorina precisa vir aqui na primavera! É diferente da região sul do
país. É molto bello.
— Eu acredito!
— Va bene, vamos ver o lago.
Giuliano e Giovana seguiram o signore até o belo lago, parecia de cinema,
com pinheiros em volta e cercado de montanhas.
— Madonna mia! — Disse Giovana de boca aberta.
— Uau! — Disse Giuliano.
— Sabiam que iam gostar!
— Mais um motivo para eu comprar. O que acha, Giovana?
— Se não comprar logo, eu compro por você!
— Mais uma vez, vamos fechar negócio agora!
— Sì! Vamos entrar e assinar os contratos.
— Sì! Estou com frio! — Disse Giovana tremendo.
Naquela mesma tarde, eles foram para a cidade e registraram o contrato de
compra e venda e Giovana transferiu o dinheiro para a conta do antigo dono. Em
poucos dias a família dele se mudaria de lá em definitivo.

Capítulo 19

— Dona Martina!
— Sì, ragazza!
— A signora não adivinha! Eu estou las-ca-da!
— Perché?
— Vulcano comprou um novo vinhedo e teremos que ficar lá por um mês
para ajeitar do jeito que ele quer.
— Madonna mia! E quando vocês partem?
— Em duas semanas, eu acho! Isso se ele não mudar tudo e querer ir
amanhã.
— Então é melhor deixar as coisas prontas! Vai que esse homem muda de
ideia.
— Eu não duvido muito. — Disse ela tirando a roupa e indo para o
banheiro tomar banho. — Giuliano Vulcano é uma caixinha de surpresas! Ele
mandou uma coisa para a signora.
— O que?
— Tem uma sacola na minha bolsa, ele mandou para a signora! Disse que é
para uma verdadeira apressiadora.
Enquanto Giovana tomava banho dona Martina desarrumava as malas dela
e separava as roupas para lavar. Então viu uma sacola preta, de lá tirou uma linda
caixa de camurça com uma fita vermelha, ela abriu a caixa com todo cuidado.
— Madonna mia!
— O que é, dona Martina? — Perguntou Giovana saindo do banheiro e
olhando para ela enquanto secava os cabelos na toalha.
— É uma caixa de vinho de Piemonte.
— Mentira!
— É vero, ragazza! Olha!
— Piemonte tem os melhores vinhos da Itália. A qualidade é maravilhosa,
Giuliano manda trazer uvas de Piemonte para Abruzzo, agora entendi o que ele
quer fazer. Esperto!
— Vamos degustar, ragazza! Fiz um jantar maravilhoso.
— O que a senhora preparou hoje?
— Lasagna.
— Vamos descer então!
Dona Martina e Giovana estavam comendo quando ouviram a campainha
tocar.
— Ué? Quem será?
— Está esperando alguém, ragazza?
— No!
— Eu vou abrir.
Dona Martina foi e Giovana só a ouviu agradecendo e voltando com um
enorme buque de camélias. Ela arregalou os olhos:
— Ah que lindo! Olha dona Martina recebendo flores.
— Não são pra mim.
— Não?
— Não! São pra você.
— Para mim?
— Sì!
As camélias pareciam sorrir para Giovana, o lindo buque era tão colorido
e cheio de vida, então ela viu que em cada camélia branca havia uma pérola
enorme lhe sorrindo.
— Madonna mia! — Disse ela de boca aberta pegando o lindo buque.
Então ela viu um envelope em branco pérola todo trabalhado com arabescos e
flor de lis. Ela pegou o envelope.
— Me dê aqui, ragazza. — Disse dona Martina pegando o buquê. — Vou
colocar num vaso.
— Sì!
Giovana abriu o envelope e tirou um cartão.
“Cara mia, sou seu escravo! Faça de mim o que quiser, porque eu não
consigo mais tirar você da minha cabeça e nem do meu coração. Se me aceitar
em sua vida, venha comigo para Veneza hoje!
Estou esperando sua resposta! Se for sim, pegue apenas sua bolsa e
documentos, abra sua porta e coração.
Giuliano.”
— Madonna mia!
— Olha que lindo, ragazza que ficou!
Giovana não respondeu, estava relendo o convite de boca aberta, seus
olhos estavam sonhadores.
— O que foi, Giovana? — Perguntou Beatrice.
— Nada! — Disse ela saindo do transe. — Poxa Beatrice, me desculpe,
nem te vi direito essas últimas semanas, scusami. — Giovana subiu correndo
para o quarto, se trocou rapidamente e pegou seus documentos e bolsas.
— Onde vai, ragazza?
— Eu vou ali e já volto!
— Não esquece o celular!
Giovana já estava com a mão na maçaneta, voltou e pegou o celular
sorrindo.
— Diga ao signore Vulcano para cuidar bem de você!
“Como ela sabe?”, Giovana pensou e sorriu.
— Pode deixar!
Giovana abriu a porta esperançosa e eufórica, esperou na calçada. Lia e
relia o cartão. Então percebeu que ele demorava, olhou para o relógio, estava ali
há quinze minutos, achou melhor esperar um pouco mais. Meia hora depois e já
estava desistindo.
— Acho que me enganei! — Disse para si mesma com o coração
quebrado. — Quem iria gostar de você a ponto de te querer em sua vida? Cai na
real, Giovana! — As lágrimas ameaçaram cair, um nó se formou em sua
garganta. — Nem seus pais te quiseram, seu ex-namorado te traiu e te
machucou, por que Giuliano Vulcano iria querer você? Você não tem nada a
oferecer, ninguém te quer de verdade, nem seus pais te quiseram, por que
Giuliano Vulcano iria se interessar e querer você?
Então ela viu uma enorme limousine chegando as luzes dos faróis
ofuscavam Giovana, ela protegeu os olhos e então viu uma sombra saindo do
teto solar e finalmente conseguiu enxergar quem era. Giuliano estava de
smoking rindo e sem se abaixar tiro da limousine uma camélia branca:
— Vamos, principessa! — Disse ele sorrindo. — Está pronta?
— Sì, Giuliano! Eu estou! — Disse ela sem fôlego.
Ele entrou novamente no carro e Jake saiu do carro e abriu a porta para ela.
— Grazie, Jake.
— De nada, signorina!
Ela entrou na luxuosa limusine, ouviu Jake fechar a porta e logo saíram
pelas ruas de Reggio Calabria para o aeroporto. Giuliano segurou seu rosto e a
beijou.
— Que loucura é essa, Giuliano?
— A maior e melhor de todas que já fiz! — Seus olhos e lábios sorriam. —
Me acompanha?
— Pra onde você quiser!
— Ottimo!
— Giuliano, você é doido! Quer mesmo ir para Veneza?
— Claro! Agora!
— Perché?
— Perché eu não sei mais viver sem você, Giovana! É simples! Você me
faz ser assim e eu quero viver isso com você.
Ele a beijou com tanta doçura que aqueceu o pequeno e apertado coração
dela.
Rapidamente chegaram ao aeroporto. Quando Giovana entrou no avião de
Giuliano havia camélias espalhadas por tudo quanto era lugar.
— Giuliano! — Ela disse surpresa colocando a mão nos lábios.
— Somente para você, cara mia! Vamos, acomode-se, quero chegar ainda
hoje em Veneza.
— Giuliano eu não trouxe uma roupa!
— Não se preocupe com nada! Eu já deixei tudo certo.
— Como?
— Quem tem os contatos que eu tenho, tem tudo o quase tudo, cara mia.
Ela sorriu e lembrou-se do recado:
— Dona Martina disse que é para você cuidar bem de mim!
— Pode deixar!
— Você é doido, Giuliano!
Ele sorriu. Em três horas chegaram em Veneza, Giuliano observava a
curiosidade de Giovana, ela não piscava o olho e observava a Itália vista de
cima. Quando chegaram a Veneza então Giovana lembrou-se de uma coisa:
— Giuliano, e os seguranças que você ia colocar comigo?
— Eles estão com você o tempo todo!
—Eu nunca vi!
Ele sorriu:
— Ottimo! Significa que eles estão fazendo bem seu trabalho.
— Como assim?
— Eu pedi que fosse discretos, que a protegessem sem que você
percebesse ou mesmo sem que você deixasse de fazer suas coisas, e eles o
fizeram, são ótimos nisso. — Ele virou-se para Isaac. — Isaac, per favore.
— Sì, signore Vulcano.
— Pode me passar um relatório da signorina.
— Ela chegou de viagem por volta das dezesseis horas, foi recebida pela
signora Martina e por volta das dezoito horas recebeu uma encomenda e
inclusive achou que o signore a faria de boba por fazê-la esperar, no perímetro
não vimos nada de anormal. Mas durante a viagem dos signores um estranho
estava rondando a pensão. Fizemos a interceptação e descobrimos que o
molecote estava atrás da signorina Beatrice.
— Grazie! Continue com o excelente trabalho. — Ele virou-se para
Giovana dando um sorriso de vitória. — Aí está sua resposta.
— Parece coisa de agente secreto!
— Quase! Quer dizer então que achou que eu ia te fazer de boba?
— Sim! Nem meus pais me quiseram por que você iria me querer?
— Porque você é uma mulher sensacional e é a única em que penso em
dividir qualquer coisa minha.
— Como assim?
— Você vai entender! Agora vamos parar de falar abobrinha e vamos para
o hotel. Amanhã iremos ver os canais. A não ser que queira ver agora a noite.
— E perder toda beleza? No, grazie! Amanhã está ótimo!
— Então vamos descansar, cara mia! Estamos viajando mais do que um
adicto.
— Que horror, Giuliano!
Ele riu. Giuliano deu entrada dos dois e quando entraram no luxuoso
quarto, Giovana viu duas malas, uma grande, que sabia ser de Giuliano e outra
média.
— Ah dona Martina!
— Ela foi minha cúmplice! Falei com ela há semanas e finalmente deu
tudo certo.
— Bem que eu percebi que alguns vestidos meus sumiram. Vocês estão me
saindo melhor que a encomenda, viu!
Giovana entrou no banho, aquela chuveirada quente era uma delícia para
seus músculos tensos. Estava com mas mãos na parede e se deixara levar por
aquela água quente maravilhosa, da cabeça aos pés os jatos do chuveiro caiam.
Sentiu as mãos de Giuliano em sua cintura e seus lábios no seu pescoço.
— Olha, que interessante!
— Shiii, fique quietinha e apenas se deixe levar.
— Eu já até sei onde isso vai parar!
— Ainda bem que sabe! Agora fique caladinha e me deixe cuidar de você.
Giuliano arrancou gemidos abafados de Giovana e uma excitação além do
que ela poderia imaginar, ele a amou ali mesmo, sem pressa, não poderia abusar
muito dela, pois os dois estavam cansados, mas amanhã seria outro dia. Teriam
duas semanas para curtir a pequena viagem que ele planejara. Ele adiou todos os
seus compromissos e deixou Matt cuidando de tudo.
— Você só me fode, Giuliano!
— Não, você eu não gosto, é muito peludo! Prefiro a Gio!
Matt riu.
— Só porquê os dois são meus amigos.
— Quando for sua vez, eu não vou reclamar.
— Espero que não mesmo, Giuliano Vulcano! Agora vai lá!
Giuliano virou Giovana de frente e pegou-a no colo penetrando-a com
vigor.
— Você é tão apertada, Giovana, que me deixa louco.
Ela jogou a cabeça para trás e ele apossou-se do pescoço dela enquanto o
jato de água quente do enorme chuveiro caia nos dois.
Giovana o beijou enquanto ele a fazia movimentar-se, como aquela mulher
conseguia tirá-lo do seu centro e levá-lo ao céu em poucos minutos?
— Que tal continuarmos na cama, Giu?
— Quer me fazer esperar é?
— Só um pouco!
— Vai aguentar o longo passeio de amanhã?
— Não te prometo nada, mas posso tentar.
— Sua diabinha! — Disse ele tocando o nariz dela com o dedo indicador e
a soltando bem devagar. — Isso mesmo, me tortura bem, tá bom!
— A torturada aqui sou eu! Mas eu sei bem o que vou fazer.
— Ah é? E o que é?
Ela ficou de joelhos e engoliu Giuliano. Ele pegou os cabelos de Giovana e
enrolou em sua mão, enquanto ela o chupava e segurava seu pau com a mão e
seguia o movimento da boca. Ela adorava chupá-lo!
Giuliano fechou os olhos e jogou a cabeça para trás. Madonna mia, como
ela chupava!
Ela então mudou o foco e começou a passar a língua nos testículos de
Giuliano e traçou uma linha até a glande dele e com a outra mão massageava os
testículos e chupava.
— Para, Giovana, ou vou gozar na sua boca!
— Delícia!
Giovana levou-se e virou de costas para Giuliano pegou no pau dele e
enfiou dentro da boceta dela ficando com o bundão empinado. Ele não resistiu e
segurou a bunda dele enquanto investia com vigor.
Ela pegou nos testículos dele e massageou, aquilo para ele foi demais.
— Sua filha da puta, está me fazendo gozar!
Ela se sentiu vitoriosa e gloriosa quando saiu da garganta dele o som
gutural que ela tanto amava ouvir.
Giuliano beijou as costas de Giovana e a trouxe com ele, segurou no
pescoço e cabeça dela com a mão e disse:
— Você sempre me satisfaz e me dá orgasmos maravilhosos, mia dolce
ragazza. Você na cama é a pessoa mais doce e carinhosa que eu conheço.
Obrigado por dividir o que você é comigo! — Ele virou o rosto dela e a beijou
com doçura e calor.
Eles terminaram o banho e caíram na cama. Ele ficou por cima dela e a
beijou com doçura.
— Giuliano, precisamos dormir.
— Ainda não! Não ouvi você ainda gritar meu nome tendo aqueles
orgasmos maravilhosos que tanto adora!
Ela riu.
— Bobo!
Giuliano rapidamente desceu para o meio de suas pernas e a chupou,
enfiou e língua em sua boceta e sugou a lubrificação dela, então pegou seu
pequeno clitóris e chupou com delicadeza, lambeu-lhe enquanto massageava sua
virilha, ele sabia que ali era uma das conexões dela de prazer. Ele deu um leve
aperto e continuou sua aventura pelo clitóris de Giovana, a cada lambida que ele
dava ela perdia a respiração e seu coração acelerava, ela sabia o que estava por
vir.
Giuliano colocou o dedo indicador na boceta dela e sentiu-a lubrificada,
então levantou-se e foi até ela:
— Vem cá me chupar de novo, vem!
Ela assim o fez, chupou-o enquanto ele brincava com seu clitóris.
— Giuliano me deixa fazer uma espanhola em você? É o meu sonho!
— Agora!
Ela saiu da cama e ele sentou, ela ficou no meio das pernas dele e colocou
o pau dele no meio dos seus seios e fez o movimento para cima e para baixo.
Giuliano ficou doido.
— Ah não! Eu vou te comer agora! Levante-se daí e me deixa pegar esse
bundão. Fica de quatro pra eu ver essa lua que você chama de bunda!
Giovana ficou e olhou com cara de piranha para ele que a penetrou.
— Madonna mia! — Disse ele jogando a cabeça para trás.
Giuliano apoiou-se nela e ficou de quatro em cima dela e conseguiu
afundar-se ainda mais dentro dela, Giovana colocou a mão na cabeça dele e
gemia de olhos fechados, Giuliano a inclinou e voltou a ficar com o torso reto
enquanto ela ficava inclinada, ele podia sentir a parede entre o útero e vagina
dela, sabia que podia machucá-la, melhor não se empolgar.
— Me rasga, Giuliano! — Disse ela sem fôlego.
Ela inclinou ainda mais a bunda e ficou com o rosto colado na cama, ele
meteu mais fundo nela e com mais vigor.
— Isso! Me come goste, vai, puxa meu cabelo!
Ele enrolou os cabelos dela em sua mão e puxou-a até ele, a distância entre
os dois diminuiu e ele meteu mais rápido dentro dela. Com a outra mão começou
a mexer no clitóris dela e ela massageava os testículos dele.
Ele iria fazê-la gozar e não faltava muito.
— Giuliano, eu vou gozar!
— Goza no meu pau, sua cachorra! — Ele puxou ainda mais os cabelos
dela.
Ele mexia tão gostoso no clitóris dela e metia ainda mais gostoso, então
Giuliano sentiu a boceta dela se contrair ainda mais e apertar seu pau e aquilo ele
adorava.
— Não ouse mudar a posição, Giuliano. Eu estou quase gozando!
— Você lê pensamentos!
— Cala a boca e me come!
A boceta dela estava latejando e o pau dele também, iam gozar logo, e
pelos termores de Giovana seria um dos mais prazerosos.
Então ele ouviu:
— Giuliano!
Ele sentiu o orgasmo dela no seu pau e como seu corpo vibrava. Ele não
resistiu quando sentiu o gozo dela se derramando sobre o pau dele e gozou
também. Ela ouviu o gemido dele e teve sentimento de felicidade.
Dormiram entrelaçados, Giuliano cobriu-a e beijou-lhe a cabeça. Era a
maior loucura que já fizera para alguém e por alguém, ela valia a pena. Ela se
aninhou nos braços e nas pernas dele e deu um suspiro profundo.
O dia seguinte prometia muitas coisas, Giuliano jamais imaginaria que
encontraria uma mulher a altura de sua mãe, ou até mesmo que fosse até mais
orgulhosa e geniosa que ela. Ele sorriu, agora sabia o que seu pai sentira e o mau
pedaço que passara para conquistar sua mãe e no final das contas teve toda
certeza do mundo que, dessa vez, estava fazendo algo certo.




Capítulo 20

Giuliano estava confiante àquela manhã, Giovana não havia acordado
ainda e ele estava aparando a barba com a navalha, com a toalha enrolada na
cintura, quando seu telefone tocou.
Ele atendeu e colocou no viva-voz:
— Ciao!
— Signore Vulcano, é o Jake, buongiorno.
— Buongirno, Jake.
— Está tudo preparado como o signore pediu.
— As gôndolas então prontas como eu pedi?
— Sì!
— Ottimo! Levou dinheiro suficiente para pagar o pessoal?
— Sì! Inclusive sobrou uma boa quantia.
— Quanto?
— Dez por cento.
— Divida entre você e seu pessoal, quero que se divirtam um pouco
também, afinal de contas, vocês vivem em nossa função, e Giovana me ensinou
a valorizar isso.
— Grazie, signore Vulcano. Mas não se preocupe, estamos sempre por
perto.
— Assim que Giovana acordar, eu te mando uma mensagem.
— Tudo bem, signore Vulcano.
— Ciao!
— Ciao!
Giuliano terminou de aparar a barba e viu uma pequena figura entrando no
banheiro de mal humor e sentando-se no vaso sanitário ainda de olhos fechados.
Ele sabia que mexer com a pequena fera era um problema, então esperou que ela
falasse.
— Buongirno, Vulcano!
— Buongirno, Etna!
Ela se espreguiçou ainda sentada, ele viu através do espelho ela se secar,
dar descarga e entrar no banho direto, afinal, estava nua.
— Aaahhhhh!!!!
— O que foi?
— Eu esqueci de pegar a toalha, a calcinha e um absorvente, inferno!
Ele riu.
— Eu pego! Está muito difícil?
— Não, está na mala!
— Eu vou lá pegar.
— Tá bom!
Ele a viu fazer bico e ainda com os olhos colados de sono e foi até a mala
dela, quase caiu para trás, onde estavam as calcinhas?
— No compartimento da tampa, Vulcano! — Gritou Giovana do banheiro.
Ele riu e abriu o tal compartimento e lá encontrou as calcinhas dela, olhou-
as e escolheu a dedo uma bem depravada.
— Ah essa não, seu safado! — Disse ela atrás dele nua e toda molhada. —
Eu estou naqueles dias e você me dá uma dessas? Pode parar! — Ele se
levantou sorrindo matreiramente e ela pegou a toalha dele. — E me dá essa
toalha aqui!
Ela o deixou nu e começou a se secar, ele se arrumou também e sentou-se
esperando-a terminar de se arrumar, ele adorava observar a pequena pupa
transformar-se numa linda borboleta.
Ela pentou os longos cabelos e fez um pequeno topete e prendeu com um
tique-taque e jogou laquê e fez uma maquiagem leve, o inverno dava as caras e
ela não queria pegar um frio daqueles.
Abaixou-se e pegou uma calça jeans, uma meia fina, uma bota preta,
cacharrel preta de manga comprida e uma blusa de frio preta de camurça com
falsa pele na gola e nos punhos. Se arrumou rapidamente e passou perfume,
então se deu conta de que Giuliano a observava.
— O que?
— Eu gosto de te observar, de ver sua transformação.
— É mesmo?
— Sì! Está pronta?
— Sì!
— Ottimo! Vamos tomar café, mia dolce Giovana.
Ele se levantou e viu que ele também usava calça jeans, sapatos sociais
preto, uma cacharrel preta e blusa de frio preta.
— Não esqueça os óculos escuros! — Disse ele apontando para a caixinha
dela.
Ela pegou uma pequena bolsa e colocou seus documentos, absorventes, os
óculos, o celular e um batom. A bolsinha de mão tinha uma alcinha para colocar
no pulso, então saíram para tomar o café, e quando entraram no elevador
encontraram duas senhoras.
— Bom dia. — Disse Giovana em português.
— Bom dia. — Ela disseram.
Giuliano apenas comprimentou com a cabeça. E então ele ouviu-as dizer
em francês:
— Vous avez vous Le célibataire devrait être avec un nouvel amant, ou
payé, car avec le génie qu'il a, qui peut le supporter! — “Você viu o solteirão
com uma nova amante, ou deve ter pago, porque com o gênio que ele tem, quem
é que suporta isso!”
A outra riu e disse:
— Doit être juste une pute, vu comment il sourit même pour ceux qui ne
savent pas? — “Deve ser apenas uma puta, viu como ela sorri mesmo para quem
não conhece?”
Eles chegaram no térreo e Giovana e Giuliano se viraram e encararam as
duas. Givoana disse sorrindo:
— La chienne ici vous souhaite une bonne journée, mesdames. — “A puta
aqui lhes deseja um bom dia, senhoras.”
— Et le garçon ici mange chaud la fiancée de sa fiancée, mesdames, elle
sera toujours ma chienne et mon amoureuse! — “E o solteiro aqui, come a noiva
dele gostoso, senhoras, ela sempre será minha puta e amante!”
Eles saíram do elevador deixando as duas senhoras de boca aberta.
— Sua fama corre, hein, Vulcano!
— A sua também, Guerra!
— Além de secretária, arrumei uma nova profissão, puta!
— Vou te deportar hein!
— Que medo! Não pode me demitir, signore Vulcano, o signore assinou
um contrato de trabalho comigo e de quebra uma chantagem bem sem vergonha!
— E que a signorina está adorando!
— Poxa!
Ele a abraçou e beijou-lhe o rosto fazendo-a rir, isso fez com que alguns
hóspede olhassem para eles, se dirigiram para o restaurante abraçados.
— Nossa, quanta coisa gostosa!
— Tome um caffè bem reforçado porque hoje você vai gastar muita
energia!
Ela olhou para ele desconfiada.
— Ei, calma, hoje vamos nos perder em Veneza!
— Verdade?
— Sì!
Eles tomaram um café da manhã digno de um rei, e partiram para os
canais. Giuliano viu Jake, que estava sentando numa gôndola, Jake acenou com
a cabeça para Giuliano, que conduziu Giovana para uma determinada gôndola.
— Olha que lindo, Giu, aquela gôndola está cheia de camélias e rosas! Eu
amo camélias!
— Lo so.
— Como você sabe?
— Matt! Perguntei para ele tudo sobre você!
— Medo!
A gôndola cheia de camélias e rosas parou do lado deles.
— Benvenuti a Venezia, bella coppia. — Disse o gondoleiro.
— Grazie! — Disse Giuliano. — Venha minha Giovana!
— Vamos nessa gôndola?
— Sì, signorina. Algum problema? Não está do seu agrado? — Perguntuo
o gondoleiro preocupado. — O signore Vulcano pediu que a deixasse bem
florida para a signorina.
Giovana se voltou para ele de boca aberta:
— Você fez tudo isso para mim?
— Sì! — Disse ele sem graça. Era a primeira vez que se sentia tão
inseguro. — Não gostou?
—Não!
— Não?!
— Eu amei! Vamos parar com esse falatório e vamos entrar nesse sonho de
gôndola! Me ajuda aqui, Vulcano!
Giuliano entrou primeiro na gôndola e pegou Giovana pela cintura e com
todo cuidado colocou-a sentada e sentou-se ao lado dela. Ele pegou o celular e
tirou uma selfie deles.
— Espera aí, Vulcano, você nem espera eu me ajeitar! Pega o óculos
escuros aí e aí depois você tira uma foto decente nossa!
— Nossa, chata!
— Cafona!
O gondoleiro riu. Eles visitaram praticamente todas as ilhas sem pressa, se
perderam pelas ruas de Veneza, Guliano andava abraçado a Giovana e com uma
mão dentro do bolso. Uma linda garotinha viu um dois sorrindo e tirou uma foto.
— Mamma, veja, olha que lindo os dois!
— Sofia, é feio tirar foto dos outros sem autorização!
— Será mais feio ainda se não me deixar ver essa foto! — Disse Giuliano
se fingindo de sério.
— Scusami, ela adora tirar fotos!
Ele se abaixou até a garotinha de dez anos e perguntou:
— Posso ver?
— Sì!
Ela mostrou a foto deles, ele estava beijando a cabeça de Giovana sorrindo
e ela ria.
— Pode me dar essa foto?
— Sì! — Ela deu o celular para a mãe. — Mamãe, me ensina?
A mãe da garotinha passou a foto para eles por bluetooth e agradeceu.
Giuliano deu um cartão para a mãe e disse:
— Esse contato é de um amigo meu, um famoso fotógrafo, ela tem um
talento maravilhoso! Não é qualquer pessoa que consegue capturar um momento
assim e com tanta habilidade. Não deixe de investir nela! Diga a ele que eu a
indique e que qualquer coisa que pode entrar em contato comigo, me chamo
Giuliano Vulcano.
— Dos Vinhos Vulcano?
— Sì!
— Grazie, signore Vulcano!
— Obrigado vocês pela bela foto! Tenham um bom dia!
— Igualmente!
— Ciao!
— Ciao!
Eles seguiram seu caminho.
— Está famosinho, hein, Vulcano! — Disse Giovana rindo.
Ele lhe deu um beijo.
— Estou podre! — Disse Giovana quando chegaram no quarto, ela jogou-
se na cama com sacolas e tudo.
— Espero que ainda tenha energia para irmos jantar.
— Me deixa só descansar um pouco, per favore. — Disse ela caindo no
sono.
Giuliano a olhou e viu que ela caira num sono profundo, ele tirou-lhe os
sapatos e a acamodou na cama, cobriu-a e tirou as sacolas da cama. Tirou a
roupa e tomou um banho, depois colocou o notebook em cima da cabeceira e o
ligou, enquanto isso colocava uma samba canção, pegou seu óculos e foi ler seus
e-mails.
Viu um e-mail de Matt e ligou para ele.
— Ciao!
— Ciao, Matt! O que foi?
— Giuliano, nosso sistema foi invadido e hackeado, vazou diversas
informações!
— Puta que pariu, Matt! Quando isso?
— Há uns dez minutos! O Spencer tá se fodendo junto com o pessoal de
TI.
— Por que você não me ligou, porra?
— Porque não queria te incomodar.
— Mas isso é grave, Matt! Onde vai parar nossa confiabilidade? Estou
entrando no sistema, me coloca agora em conferência com o TI.
— Tá bom, peraí.
Matt o colocou na conferência.
— Pessoal.
— Sì, signore Vulcano. — Disse Spencer.
— Estou entrando no sistema, Spencer, assim que eu mandar você derruba
o sistema, veja se consegue fazê-lo sem afetar os clientes.
— Acho que não dá.
— Então eu mesmo farei isso. Achou o problema?
— Ainda não.
— Caralho! Como esses filhos da puta entraram no nosso sistema?
— Vírus!
— Como? Os farewall estão ligados. Acho que essa porra foi interna.
— Tenho certeza, Giuliano. — Disse Matt sério.
— Que caralho! Vou ver se condigo rastrear de onde veio essa merda.
Giuliano entrou nos sistema e no computador de cada funcionário.
— Spencer, você derrubou o sistema da empresa?
— Sì. A empresa inteira está sem sistema!
— Quando vocês detectaram isso?
— Assim que disparou o alarme no meu computador, tem uns quinze
minutos.
— Meu celular não deu alerta, isso está estranho! Era para ter disparado.
— Ele dispara quando é externo, singore Vulcano.
— Então deveria ter configurado direito essa merda! Puta que pariu! —
Giuliano olhou para o sistema e conseguiu rastrear. — Achei porra! Esse cara é
esperto mas nem tanto.
— Mal sabe ele que os três hackers da empresa são mais esperto que eles.
— Disse Matt.
— Achamos rápido, mas nem tanto, essa porra pegou um monte de
nossos dados, Spencer derruba o sistema de todos os clientes agora! Antes que
essa porra se espalhe! Matt, prepare-se para lançar o comando, enquanto isso eu
lanço o antivírus e vou reativar o sistema dos clientes.
Spencer derrubou o sistema de todos os clientes e Matt deu o comando,
rapidamente Giuliano jogou os dados no antivírus e o configurou.
— Rápido, Giuliano! — Disse Matt.
— Calma, porra! Estou digitando os comandos o mais rápido que eu
posso. Matt quando você ver que o antivírus entrou você reativa o sistema e
protege os dados dos clientes. Com o nosso sistema derrubado o vírus fica
estagnado.
— Tá bom!
Giuliano conseguiu configurar o antivirius e o farewall, rapidamente o
vírus conseguiu ser neutralizado e eliminado.
— Agora! — Disse Giuliano.
Matt reativou tudo e disse aliviado.
— Graças a Dio!
— Descobri o endereço de IP. — Disse Spencer.
—De onde veio?
— Puta que pariu! Aqui do TI! Que porra é essa? Desculpe Signore
Vulcano.
— Estou me perguntando a mesma coisa! Spencer, acha essa porra e me
avisa quem foi, vou voltar mais cedo do que o previsto, caralho! Será que nunca
vou conseguir descansar?
Meia hora depois, Giuliano desligou da conferência:
— Está tudo bem, Giuliano?
— Agora sì!
— Percebi! Você fala muito alto quando está nervoso, eu acordei com
você falando.
— Scusami!
— Não tem problema, descobriu quem jogou o vírus?
— O Spencer vai ver quem foi.
— E os clientes?
— Estão vendo qual deles foram afetados para serem compensados.
— Espero que não tenham sido muitos.
— Queria que não fosse nenhum!
— Eu sei! — Ela se achegou até ele e abraçou-o no pescoço pelas costas.
Ele acariciou seu braço e beijou sua mão.
— Teremos eu ir embora mais cedo, ragazza.
— Tudo bem!
— Não vai ficar chateada?
— Claro que não, e por que ficaria? Teremos outras oportunidades de vir,
não é mesmo?
— Sì!
— Ainda bem que compramos souvenirs para todos. Quando você quer
ir?
— Hoje! Vou mandar uma mensagem pro Matt pro pessoal me esperar
chegar, quero fazer uma reunião com todo mundo.
— Então vamos, Giu.
— Desculpa, cara mia.
— Para com isso! Você é necessário na empresa, então tem que ir
mesmo.
— Você não existe, sabia?
— Existo sim! Tanto é que você não me deixa em paz um segundo.
— Está reclamando?
— Não! Jamais reclamaria, como você bem disse, quem sai ganhando
sou sempre eu, e é verdade! — Ela lhe beijou o rosto. — Obrigada! Você é o
homem mais generoso que já conheci! Nunca ninguém dividiu algo comigo sem
um interesse por trás, mesmo que você tenha usado de chantagem para isso, mas
eu entendi o porquê, eu jamais daria bola para você.
— É, eu sei que não foi a forma mais bonita, mas você deu a brecha, e
quer saber? Não me arrependo.
Ela deu uma risadinha.
— Vou tomar um banho e me arrumar bem rápido, tá bom?
— Vai lá,eu vou falar com o Julian para ele mexer no plano de vôo.
Quando estavam no avião, Giovana lembrou-se de algo.
— Giuliano, sei que não é da minha conta, mas por que atentam contra a
sua vida?
— Por causa do trabalho humanitário que faço na África junto com mais
alguns amigos.
— Mas, por que?
— Porque a desgraça de muitos é dinheiro para poucos. As pessoas
enxergam na desgraça alheia uma forma de ganhar dinheiro e dinheiro é poder,
Giovana. Quanto mais dinheiro e contatos se tem, mas poder a pessoa adquire.
Estou pleiteando um contrato exclusivo na África do Sul que muitas gente
mataria para obter, e um dos meus concorrentes está fazendo de tudo para
conseguir, e inclusive atentar contra a minha vida. Eles podem usar tudo contra
mim, inclusive você, principalmente agora.
— Eu? Por que?
— Porque você tem a minha vida em suas mãos. Se acontecer alguma
coisa com você, eu nem sei o que eu faria! Achei que ia te perder naquele
hospital, mas graças a Dio, você está aqui!
Ela sorriu.
— Boa noite, pessoal.
— Boa noite. — Disseram os funcionários de TI.
— Quero saber que merda é essa, pessoal! — Disse Giuliano quando eles
chegaram na sala de reunião. — Tive que vir correndo para cá. O que está
acontecendo? Quero saber quem não está feliz de trabalhar na Vulcano a ponto
de jogar um vírus no nosso sistema e comprometer com trinta clientes enormes,
além de expor tudo, eu vim, junto com o Matt e o Spencer, apagando todos os
dados jogados na internet. Essa pessoa quer me foder, é isso? Por que e para
que?
Ninguém respondia nada. Giovana apenas observava cada um deles, em
poucos meses sabia ali quem era quem.
— E o que é pior, é que além de prejudicar os clientes, prejudicou toda
uma corporação. Cara, por que você é tão egoísta? O que eu fiz para você?
O chefe de segurança veio falar com Giovana, ela fez sinal para ele entrar
e falou com ela discretamente e lhe deu um pen-drive com um vídeo da
segurança.
— Pessoal, isso é muito sério, estamos no mercado há pelo menos dez
anos como empresa de TI. — Disse Matt sério com Sabrina ao seu lado. —
Tivemos que parar a área toda de TI por causa disso, não é brincadeira! A
produção de vinho está parada, o ambiente dos clientes, graças a Dio, não foi
prejudicado e conseguimos apagar todas as informações até agora que foram
jogadas pelo vírus na internet. Então, tenho certeza de que o prejuízo vai sair da
conta de vocês.
— Mas, Matt, por culpa de uma pessoa, ou sei lá quantas, todos nós
vamos pagar? — Perguntou um funcionário.
— Sì! Quando uma parte do corpo não vai bem, todo o corpo não está
bem e sofre junto.
Giovana estava falando com Giuliano discretamente.
— Bom, a não ser que quem viu ou a pessoa que fez, se manifeste! —
Disse Giuliano impassível. — Ou coisas desagradáveis podem acontecer.
— Por exemplo? — Perguntou um deles.
— Quando vocês assinaram um contrato com a empresa, assinaram um
termo de responsabilidade, e lá é bem claro no que diz a respeito de vazamento
de informações, passível de processo pela empresa e pelo cliente. Nesse caso,
clientes. Vai ser bem bacana. — Disse Giuliano olhando para o nada e com a
mão no queixo. — Mas, graças a rapidez da minha secretária e do meu chefe de
segurança, eu tenho um vídeo bem interessante aqui e quero passar para todos.
Giovana, per favore.
Giovana foi até o notebook que ficava na sala e conectou o pen-drive e
ligou o data-show. Juan, o chefe da segurança apagou as luzes e Giovana clicou
no vídeo. Então, todos viram um homem loiro chegando na empresa e falando
com os seguranças, pouco tempo depois viram um rapaz loiro indo recebe-lo na
portaria. Os dois sobem para a monitoração e o rapaz deixa o homem sozinho
por alguns minutos, nisso é possível vê-lo por dez câmeras colocando um pen-
drive e acessando o computador e dando alguns comandos. Depois, rapidamente,
ele tira o pen-drive e o rapaz volta trazendo dois cafés.
— Bartolo, você fica! — Disse Giuliano inflando as narinas. — O
restante pode ir. Matt e Spencer, vocês ficam. Ah, antes que eu me esqueça,
confiabilidade por parte de vocês e discrição é o mínimo que prezamos nessa
empresa, não me façam demitir a todos ainda hoje.
Os funcionários saíram. Giovana ia sair também, mas Giuliano a segurou
pelo braço.
— Fique aqui, você é a única pessoa que consegue me acalmar, per
favore, se não eu vou fazer besteira. — Ele disse num sussurro quase inaudível e
encarando-a com intensidade. Giovana podia ver o ódio no olhar dele.
— Claro que fico!
— Grazie! Depois disso poderemos ir embora.
— Está bem!
Giovana parecia conhecer aquele rapaz, ou ele era alguém muito
parecido com alguém que ela conhecia.
— Muito bem, Bartolo, pode nos dizer o porque do seu irmão estar
dentro da minha empresa?
— Ele veio me visitar, signore Vulcano. Por favor, não me demita! Eu
não sabia que ele viria e muito menos que ele faria essa porcaria. O signore sabe
que não compactuo nem com ele e nem com minha irmã.
— E quem é a sua irmã? — Perguntou Giovana de repente.
— Ela se chama Rafaela, signorina, Rafaela Sartori.
— Está explicado!
Os olhos do jovem rapaz estavam assustados.
— Mano, que merda você fez? — Rugiu Spencer. — Você quer me
foder?
— Não, Spencer! Eu não sabia que o meu irmão viria e nem que ele faria
isso, eu juro!
— Cara, você sabe que não pode levar ninguém de fora para seu
ambiente de trabalho. Que caralho, cara!
— Por favor, não me demitam!
— Giuliano, posso falar com você em particular? — Perguntou Giovana.
— Nós já voltamos!
Eles foram para a sala ao lado.
— Giuliano, essa Rafaela Sartori é aquela Rafaela, sua ex-amante?
— Sì!
— Então está tudo explicado!
— Como assim?
— O menino errou em ter deixado o irmão entrar, mas ele veio de
maldade mesmo! Acho que sua ex fez isso para te prejudicar. Meu conselho é, dê
uma suspensão para o menino de uma semana com prejuízo no salário e processe
o irmão dela. Ele abusou da ingenuidade do rapaz e fez o que fez. O quanto isso
custou de prejuízo a empresa?
— Por volta de cem mil euros.
— Então aí está o valor da sua causa, pelo menos cem mil euros de
prejuízo, mais outros valores de indenização. Você não se prejudica por causa
dos clientes grandes porque a merda vocês já conseguiram limpar, e ainda coloca
cada um no seu lugar. O que acha?
— Excelente ideia, cara mia!
— Eu vou mandar um e-mail para o jurídico e amanhã teremos uma
resposta plausível do que podemos fazer.
— Vamos entrar e falar com eles.
— Sì!
Eles entraram e Giuliano tomou a palavra:
— Bartolo Sartori, não vou demitir você, porquê minha secretária viu
algo de bom em você e isso uniu ao que penso e sei de você, mas não vou deixar
isso barato. Você vai tomar suspensão de uma semana com prejuízo de salário, e
se resmungar muito ou eu souber que abriu essa sua boca enorme, vou te demitir
de verdade, além de eu acabar com sua carreira a ponto de não conseguir
emprego em nenhum lugar desse país, continente, mundo e quadrante estelar,
você entendeu bem?
— Sì, signore Vulcano! — Disse o rapaz com um misto de alívio e medo.
— Eu não tenho nada a ver com o que o Angelo fez, eu juro!
— Eu acredito! Agradeça a Giovana por ela ter intercedido por você,
porque todo mundo sabe bem como eu sou!
— Grazie, signorina, devo a minha vida e carreira a signorina.
— Não me deve nada. Sorte a sua que sei ler as pessoas e seus perfis!
— Grazie!
— Agora, Bartolo, — continuou Giuliano. — Você vai fechar essa sua
boca e não vai falar nada com ninguém, nem com o pessoal da empresa e muito
menos com sua família, me entendeu?
— Sì, signore!
— Sabe que tenho ouvidos pela cidade inteira,não sabe?
— Sì!
— Se sair uma risca, um A dessa sua boca, você está acabado!
— Sì, lo so, signore Vulcano! E mais uma vez grazie!
— Agora vá para casa e só me apareça aqui semana que vem!
— Boa noite, pessoal! Signore Vulcano, me desculpe mesmo! Eu não
sabia que o Angelo daria uma dessas!
— Tudo bem! Mas não vou ficar no prejuízo, saiba disso!
— Eu sei! Boa noite a todos e mais uma vez, grazie.
O rapazote saiu e Giuliano coçou os olhos de cansaço. Giovana deu a
mão para ele por debaixo da mesa, e olhou para ele dando um discreto sorriso.
— Que merda, Matt!
— Foda!
Spencer deu um longo suspiro.
— Bom, meninos, eu vou para casa, estou podre!
— Eu te deixo em casa! — Disse Giuliano se levantando com a chave do
carro na mão.
— Não esquece o pen-drive!
— Verdade.
Giuliano desligou o notebook e pegou o pen-drive e guardou no bolso.
— Melhor deixar isso comigo, vai que acontece alguma coisa! Eu vou
fazer uma cópia de segurança.
Giuliano deu o pen-drive para ela.
— Tchau, meninos!
— Ciao! — Eles disseram.
— Vão descansar seus putos. Peguem o dia de amanhã de folga! — Disse
Giuliano descontraído.
Eles saíram e Spencer disse assustado para Matt:
— Ele nos chamou de puto?
— Sim. Agradeça a Giovana, ela quem tem segurado as pontas e deixado
o Giuliano mais calmo.
— Como?
— Sendo uma excelente profissional!


— Que dia, Vulcano, que dia! — Disse Giovana sentando-se na cadeira
de balanço dupla e dando uma xícara de café para Giuliano.
— Nem me diga, ragazza!
— E como foi a viagem de vocês? — Perguntou dona Martina dando
uma xícara de café para Giovana.
— Perfeita se não tivesse dado merda! — Disse Giuliano bebendo o café
numa talagada.
— Madonna mia, ragazzo, vai engasgar com o caffè!
— Signora Martina, quem toma a água suja que Giovana faz, dizendo
que é caffè, toma um bom caffè num gole tranquilamente. Per favore, eu quero
mais!
Giovana apenas balançou a cabeça e revirou os olhos enquanto bebia seu
café.
— Me contem o que aconteceu, então!
— História longa!
— Não tem problema, amanhã é sábado mesmo!
— Putz, que mancada, Giuliano!
Giovana começou a rir.
— O que foi?
— O Giuliano deu folga pro Matt e pro Spencer no sábado!
— Mas eles trabalham de sábado? — Perguntou dona Martina confusa.
— Não!
Eles riram.
— Não foi de maldade! Estamos viajando tanto que perdemos a noção
dos dias.
— Verdade! E olha estamos nos aproximando do fim de ano, hein. —
Disse dona Martina.
— Já? — Perguntou Giovana.
— Já, ragazza! Quanto meses acha que está aqui?
— Ah sei lá! Um dois meses?
— Quase! Você chegou aqui no início do outono, lembra? Estamos no
inverno já. Quatro para cinco meses.
— Putz!
— Onde vocês três irão passar o Natale?
— Eu não comemoro, Vulcano! — Disse Giovana.
— Para de ser chata! — O telefone de Giuliano tocou. — Ciao. Oi nona!
Está tudo bem, graças a Dio! Sei. Só um minuto. — Ele olhou para Giovana. —
A nona disse que você está convocada a passar o Natale conosco em Abruzzo. A
signora e sua nipote, Beatrice, estão convocadas também.
— Giuliano, per favore, no!
— Nona, a Giovana não quer ir!
— Giuliano!
— Ela tá soltando fogo pelas ventas, nona! Briga com ela!
Giuliano passou o telefone para Giovana, que semicerrou os olhos para
ele.
— Ciao, nona!
— Não quer vir? Não gostou de nós?
— Eu amei! É que eu não comemoro.
—Pare com isso e venha passar uns dias conosco. Precisa ver como aqui
fica bonito no inverno. Faço questão!
— Vou pensar e aviso o Vulcano.
— Passe para ele, per favore.
Ela o fez.
— Oi Nona.
— A convença e só me apareça aqui com ela ou eu corto tuoi testicoli.
— Ai! Tá bom, nona! Ciao.
— Ciao!
Ele desligou o telefone e olhou para Giovana:
— Melhor você ir, se não ela me capa!
— Então ela vai te capar.
— Pense no assunto.
— Tá bom!
— Eu vou embora. Amanhã nos falamos, Gio.
— Fique mais um pouco, signore Vulcano.
— No, signora Martina! Vocês precisam descansar.
— Vou com você até a porta. — Disse Giovana se levantando.
Giuliano se despediu de Giovana com um longo beijo.
— Amanhã você é minha!
— Ui, e para onde vamos?
— Bom, já que minha ideia de ir para Veneza foi atrapalhada por aquele
figlio di una cagna do Sartori, vou pensar em algo interessante. Mas se prepare!
— Tá bom!
Ele deu um selinho nela, estavam abraçados.
— Giovana.
— Oi Giuliano!
— Preciso ir!
— Pode ir!
— Você não deixa!
— Você quem está me abraçando!
— Então, melhor eu soltar né?
— Sì!
Ele a beijou mais uma vez e entrou no carro. Ela lhe sorriu.

— Eu te pego amanhã as cinco da manhã. Já sei para onde vamos!
— E para onde, Giuliano?
— Surpresa! Boa noite, ragazza.
— Boa noite!
Ele saiu e então ela percebeu que dois carros o esperava, ela viu Jake em
um e Isaac em outro, olhou para o outro lado da rua e estava um segurança nas
sombras e outros dois próximos a pensão.
— Boa noite, rapazes!
— Boa noite, singorina.
— Querem um caffè?
— No, grazie! Melhor entrar, signorina, se o signore Vulcano ver a
signorina aqui fora, vai brigar conosco.
— Está bem. Bom turno!
— Bom descanso.


— Giuliano, que loucura! Eu só vi a Acrópole de Atena pela internet!
— Sabia que ia gostar!
— Madonna mia! Eu amei!
— Então vai amar quando formos ao Museu Nacional, lá tem uma
estátua enorme de Atena.
— Ah minha infância com Cavaleiros do Zodíacos!
— Você também assistia?
— Claro!
— Eu tenho uma coleção secreta.
— Mentira!
— Sério!
— Eu quero ver, Giuliano!
— No Natal poderá ver se for para Abruzzo.
— Chantagista!
— Novidade!
— Eu não imagino você colecionando nada!
— Você não imaginava o sexo maravilhoso que temos até ter
experimentado!
— De novo esse assunto?
— Sempre voltarei a ele até que me dê razão.
— Jamais!
— Então a briga vai ser boa!
Eles passaram o dia visitando algumas acrópoles e foram para o Museu
Arqueológico Nacional de Atenas. Giuliano adorava ver como o rosto de
Giovana se iluminava quando aprendia algo novo ou mesmo quando seu
conhecimento por determinado assunto se expandia.
A noite, eles voltaram para o hotel e foram para o restaurante.
— O que vai querer?
— Não sei! Não entendo nada em grego.
Giuliano riu.
— Leia entre parênteses.
— Pior ainda! Deixo a sua escolha.
— E se você não gostar?
— Bom, aí você vai comer o seu prato e o meu!
— Está certo.
Giuliano esperou o garçom vir e pediu em grego as entradas, o prato
principal, a sobremesa e um vinho Vulcano.
— Não sabia que falava grego, Vulcano!
— Falo sete línguas, mia dolce Giovana.
— Poxa, e eu me achando porque falo quatro. Estou aprendendo mais.
— Qual?
— Alemão!
— Bacana, podemos treinar se quiser. Faz tempo que não falo alemão.
— Verdade? Você me ajudaria?
— E por que não?
— Obrigada! Vulcano, quais as línguas que você fala?
— Italiano, português, inglês, espanhol, alemão, grego e francês. Acho
que vou aprender hebraico.
— Ah, eu falo pouquíssimas coisas em hebraico, mas quando dá tempo
eu dou uma lida.
— Entre o trabalho e aprender uma nova língua ainda não sei porque me
surpreendo com sua empolgação em aprender as coisas.
— Ah, aprender não ocupa espaço.
— Verdade!
Eles jantaram e foram para o quarto, iriam voar cedo e ir para a praia em
Lipari.
Na manhã seguinte, as oito da manhã estavam em Reggio Calabria,
Giuliano pegou dona Martina e Beatrice e foram os quatro para a praia de Lipari.
Ele as levou no restaurante na beira da praia, quando estavam voltando
pela Strada Statale 18 Tirrena Inferiore. Elas adoraram aquele restaurante e a
vista. Havia anos que Giuliano não passava um domingo em família.
— Família. — Disse ele para seus botões, a palavra não era mais tão
amarga assim. — Moglie. — Essa também não era. — Doccia di nozze — Essa
era mais doce, casamento. — Matrimonio. — Mais doce ainda, ele sorriu.
— Falou alguma coisa, Giu? — Perguntou Giovana.
— No, estava falando com meus botões.
— Ah sì!
Giuliano viu pelo retrovidor que Beatrice e dona Martina haviam
dormido.
— Grazie, Giuliano!
— Pelo que?
— Por tudo!
Ela apoiou sua cabeça no ombro dele. Quando chegaram na pensão, dona
Martina colocou Beatrice para dentro com ela.
— Giuliano, eu irei para Abruzzo com você!
— Que bom! Assim minha nona não me capa!
Ela riu.
— Quando iremos?
— Dia quinze e só voltamos dia quinze de janeiro. Vou fazer a escala
com o Matt do pessoal que vai trabalhar e folgar nos feridos.
— Vai dar presente de Natale e Nuono Anno para os funcionários.
— O que eu poderia dar?
— Uma cesta de Natale e outra de Nuovo Anno. Fora que podíamos
fazer uma festa de fim de ano não é? O pessoal de TI vai passar o Natale e o
Nuovo Anno trabalhando em escala. Posso pedir uma ceia bem completa para
eles.
— Ottimo! Amanhã vemos isso melhor. Agora no final do ano quero dar
uma descansada. Viajamos muito e quero férias. Depois que voltarmos a Sabrina
e o Matt entram de férias e aí cuidaremos das áreas.
— Tudo bem!
— Buona notte, mia ragazza.
— Buona notte, Giuliano.
Naquelas semanas, Giovana, Giuliano e Matt fizeram as escalas do fim
de ano. Sabrina e Lisa ajudaram Giovana a montar a festa de Natal e Fim de Ano
e decoraram todos os andares da Vulcano.
— Giuliano, preciso comprar enfeites de Natal. Posso pegar o cartão
corporativo?
— Pode! Você vai quando comprar?
— Agora!
— Agora?
— Não! Já! Estou levando a Lisa e a Sabrina. Desviei o ramal pro
celular, aqui estão so relatórios e apresentações que me pediu, qualquer alteração
só pontuar que eu faço quando voltar.Vou ver também a cesta de Natale e Nuovo
Anno e o buffet das festas, além das ceias para ao funcionários que ficarão de
plantão. Fora que vou mandar as cestas pro pessoal de Abruzzo, Toscana e
Piemonte. Ah sim, precisamos iniciar as obras, hein.
— A família do antigo dono já saiu?
— Sì! Eu desloquei alguns trabalhadores de Abruzzo e Toscana para lá,
um deles foi o Pancho.
— Ottimo! Infelizmente as coisas ficarão um pouco atrasadas.
— Não mesmo! Pedi ao Pancho que levasse a empreiteira que fez as
adaptações em Toscana para cotar em Piemonte, estou no aguardo do projeto e
dos valores para sua aprovação. Precisaremos recontratar os funcionários que já
trabalham lá. Pedi pro jurídico o contrato de trabalho para fazermos as propostas
a eles.
— Você pensou em tudo, Giovana!
— Sempre penso em tudo, Giuliano! Meu trabalho está mais do que
adiantado, então ficará no prazo ou próximo do prazo que você quer. Agora eu
posso ir?
— Sì!
— Grazie! Quer alguma coisa da rua?
— No! Só quero que esteja aqui para o almoço.
— Pode esquecer! Vou fazer compras lembra? Além do mais estou
levando o notebook e as agendas comigo. Nos vemos amanhã, Vulcano! Tchau
Matt!
Ela saiu sem mais delongas, sabia que se continuasse ali, Giuliano iria
alugá-la até o dia seguinte.
Quando Giovana saiu com o carro preto sedan e as garotas, acendeu um
cigarro e dirigiu pelas ruas até chegar num enorme loja de departamentos muito
famosa.
Elas se divertiram comprando vários e vários enfeites para o Natal.
— Colocaremos uma árvore em cada andar. Quero duas grandes, uma
para a presidência e outra para a recepção.
— Temos uma de três metros e outra de cinco.
— Quero uma de cada e vinte de dois metros.
— Por que vinte, Gio? — Perguntou Sabrina.
— Por causa dos setores do TI que não ficam nos andares e sim na parte
de trás da empresa. Como a infraestrutura, as meninas da limpeza, os meninos da
segurança.
— Ah tá! Agora eu entendi. Já pensou num presente para os
funcionários?
— Sim, numa cesta de Natale e Nuovo Anno bem recheada! Pensei num
vale-presente também de cem euros para cada, mas não sei se Giuliano vai
aprovar, vai depender do budget, para tirarmos dos centros de custo. Pensei
também em enviar uma cesta bem bacana para os CEOS que representam os
nossos clientes, mas não sei também se Giuliano aprovaria.
— Ué, o não você já tem. Fala com ele, não acho que ele recusaria, ainda
mais vindo de você.
— Eu não sei! Mas, prefiro cuidar dos nossos funcionários do que ficar
puxando saco de cliente, sabe! Parece forçado.
— É! Mas veja o que Giuliano acha.
— Vou mandar mensagem para ele. — Giovana assim o fez e logo
recebeu uma reposta bem clara. — Ele respondeu!
— E aí?
— Leia você mesma.
“NÃO!”
— Putz!
— Não vou argumentar com ele, estou com preguiça! Empurra o
carrinho Sabrina.
— Por que ?
— Porque é a sua vez! — Disse Lisa.
— Vamos atrás dos presépios agora! — Disse Giovana empolgada.
Elas passaram metade da manhã até a hora do almoço fazendo compras
para decorações de Natal. Almoçaram num restaurante ali perto e de lá foram
para o buffet.
— Rafael!
— Bellas Giovana, Lisa e Sabrina. Ao que devo o prazer?
— Precisamos de buffet para a virada do Natale e Nuovo Anno para os
funcionários que ficarão de plantão do TI.
— Quantas pessoas?
— Vamos contar cem pessoas, porque ainda o pessoal vai pegar turno
dobrado e não quero ninguém passando fome.
— Certo, então você quer as ceias, os cafés, almoços e jantares dos dias
vinte e quatro, vinte e cinco, trinta e um e primeiro de janeiro?
— Isso mesmo!
— Para até cem pessoas?
— Isso!
— Cardápio tradicional com panforte, pandoro, torrones, biscoito de
gengibre, zampone, cotechino, tortelini in brodo, lasagna, ministra maritata e
cappone.
— Isso! Está ótimo! O pessoal da segurança também vai estar com eles,
então está ótimo! O vinho e as champanhas eu pego na empresa. Mande sucos
também, per favore e refrigerantes. Salada Caprese e Caesar.
— Anotado! Quer uma amostrinha de cada?
— Sim, vou levar para o signore Vulcano experimentar. Sabe como ele é!
— Sì! Vou preparar agora para você levar para ele.
— Grazie!
— Nós também queremos! — Disseram Lisa e Sabrina juntas.
— Vocês acabaram de comer, suas gulosas!
— Mas nós queremos, ué!
— Rafael, prepare para cinco pessoas, per favore.
— Sì!
— Grazie!
Elas saíram meia hora depois, cada uma com uma cesta e mais duas para
Giuliano e Matt.
Elas foram a um emporium e viram diversas cestas de Natale e Nuovo
Anno, Giovana bateu as fotos e mandou para Giuliano.
Ele ligou para ela:
— Que horas você volta?
— Assim que aprovar duas das cestas que te mandei a foto.
— O que fizer está bem feito! Sabe que tem carta branca comigo!
— Está bem! Depois não reclame.
— Estou cansado, Giovana!
— Lo so. Daqui a pouco estou aí.
— Venha logo, per favore.
— Sì. Ciao!
— Ciao!
Lisa, Sabrina e Giovana escolheram as duas maiores cestas e fecharam
um pacote enorme. Foram falar com o gerente da loja.
— Quantas cestas, signorina?
— Bom, serão quatro mil cestas, por isso queria falar com o signore.
— Quatro mil?
— Sì! temos vários funcionários espalhados pela Itália. São três
vinhedos, que mais parecem uma città cada, e um prédio de quinze andares com
pelos menos mil e trezentos funcionários, signore.
— Eu vou ligar para o estoque central.
— Primeiro vamos negociar!
Eles sentaram-se e conversaram durante duas horas sobre como seriam
feitos os pagamentos e os valores.
— Giuliano. — Giovana ligou para ele.
— Sì!
— Posso pagar no cartão corporativo? Ou você acha melhor abrir um
boleto e a empresa paga?
— Quanto deu, Gio?
— Não me mata!
— Quanto?
— Trezentos mil euros. São quatro mil cestas.
— Você quer me foder, Giovana!
— Claro que não, Giu.
— Até porque é bem o contrário, né?!
— Ainda bem que sabe! Vou ver se consgio um desconto pagando a
vista.
— Espere um minuto, me deixe falar com o banco.
— Está bem!
Giovana esperou enquanto falava com o gerente que ligava para o
estoque central.
— Isso, quatro mil! Está bem! — Dizia o gerente.
— Giovana!
— Oi Giuliano.
— Pode pagar a vista, você está com meus cartões, não é?
— Sì!
— Sabe que isso vai te custar caro, não é?
— Estou sabendo!
— Ottimo! Pode pagar no débito, eu falei com meu gerente no banco.
Você só me dá prejuízo, mulher!
— Mentira! Esse valor nada mais é do que duas horas de trabalho sua!
Para de reclamar! Vai ver como investir nos seus funcionários vai mudar todo
ambiente. Confie em mim e no meu trabalho.
— Eu confio! Até daqui a pouco!
— Até!
Giovana desligou o telefone e esperou o gerente desligar o telefone.
— Eu falei com a diretoria e posso dar um desconto para pagamento a
vista.
— De quanto?
— Vinta por cento.
— Duzentos e quarenta, bom, bom bom, não está né.
— É o que eu posso fazer!
— Não, o signore pode fazer mais que eu sei. Quem é que cuida da sua
parte de TI?
— Uma empresa de fora!
— E está satisfeita com ela?
O gerente ficou sem graça.
— Bom...
— Aqui está o cartão do meu patrão, ele se chama Giuliano Vulcano, a
Vulcano & Company é a melhor empresa de TI da Itália, signore. Deveria
verificar melhor a questão de confiabilidade dos dados da empresa que trabalha.
Já teve um ataque cibernético aqui não já?
— Tudo bem, signorina, trinta por cento de desconto se fechar comigo
agora!
— Duzentos mil e vocês entregam na empresa e nos vinhedos.
— Fechado!
— Aqui está o cartão!
Elas saíram vitoriosas e com a data das entregas para o dia vinte de
dezembro na Toscana, Abruzzo e Piemonte e dia vinte e um para a empresa.
— Giovana! Como você conseguiu baixar cem mil euros?
— Aprendi com um grande estrategista!
Elas riram.
— Vamos voltar para a empresa, meninas, antes que o Giuliano me mate
e me jogue no azeite!
— O que não falta muita coisa! — Disse Sabrina.
— Sì!


Matt chegou na sala de Giuliano.
— Giuliano, cadê minha secretária?
— Está fazendo compras com a minha secretária e com a nossa
recepcionista!
— Passeio de garotas?
— Sì! E com o nosso cartão!
— Puta merda!
— A Giovana gastou uns trezentos mil já!
— Com o que?
— Cestas de Natale e Nuovo Anno, decoração, buffet... Isso é por baixo!
— Se fodeu!
— Nos fodemos, né?! Porque quem vai pagar é a empresa! Mas acho que
as cestas eu não vou pedir reembolso, não!
—Perché?
— Para dar de presente mesmo, sabe?
— É uma boa!
— É porque não é no teu rabo, né, filho da puta!
— Isso aí, man! Nem sei porque você reclama tanto. Quinhentos mil não
é nada comparado com o tanto que você gastava com a Rafaela Sartori!
— Nem me diga!
— E ela não lhe dava retorno algum, pelo contrário, só prejuízo!
Diferente da Giovana!
— Bem diferente!
— E o que mudou na tua vida?
— Tudo! É tão diferente, Matt! Ela é tão cheia de vida e energia. Não sei
como dá conta das demandas.
— Ela é assim mesmo! Quando trabalhamos juntos no Brasil, eu não
falava um A em português e para a minha sorte, ela fala italiano, então me
ensinou português e fomos aprimorando o italiano dela. Ela sempre trabalhou
muito bem e tudo fica centralizado nela. Eu vejo os BO’s que ela resolve antes
de chegar em você e tem muita coisa que não chega até você porque ela é quem
segura as pontas.
— Eu percebi que muitas coisas realmente não chegaram e quando
chegam, ela já resolveu. E eu me pergunto: onde ela estava esse tempo todo?
— No Brasil! E agora está aqui com você, em menos de meio ano ela
mudou até a sua forma de tratar os funcionários, eu não vi mais você nervoso,
Giuliano! E olha que eu nem estou falando do caso de vocês, porque aqui ela é
muito profissional!
— Totalmente! Quando ela entra na empresa o rosto até muda, é
impressionante!
— É dela, Giuliano! O que você tem que resolver logo é essa coisa da
chantagem, a hora que ela descobrir, ela vai virar uma fera e aí nós dois vamos
tomar no cu com ela. Ela é uma ótima pessoa, mas quando ela vira uma leoa,
ninguém segura!
Giuliano coçou os olhos com cansaço e ficou pensativo.
— Eu não sei como fazer, Matt, mas eu dou um jeito.
— Giuliano, per favore, pelo amor de Dio, acaba com essa história! Você
já sabe como ela é na vida pessoal e na profissional, termina logo com isso!
— Não posso, amico mio!
— Por que não?
— Porque eu me apeguei a ela. Não sei mais viver sem ela. Não digo
aqui na empresa, mas em tudo. Você precisa ver como o rosto dela se ilumina
quando ela aprende algo novo ou quando seu conhecimento sobre um assunto
cresce, como ela é boa para a signora Martina e a nipote, a Beatrice, como ela se
preocupa com elas. Ela tem um sorriso tão bonito, um riso cristalino e
transparente, qualquer coisa para ela é festa. Ela me encanta!
Matt riu.
— Cara, você está apaixonado!
— Acho que sim! — Disse ele pensativo.
— Cara, eu achei que não viveria para ver este dia!
— Cala a boca, Matt! Eu estou fudido!
— Lascado e mal pago!
— Entendeu porque não posso parar agora?
— Giuliano, conversa com ela! Ela vai entender, ou não! Mas vocês
chegarão num consenso que eu sei, ela é cabeça-dura e tem um gênio de doer,
mas é compreensiva! Até porque, te aguentar não é fácil.
— Vá a puta que pariu, Matt! Sua irmã não reclama disso!
— Claro não! Porque ela é muda! Mas agora falando sério, conversa com
ela!
— Depois das festas!
— Você quem sabe!
Giuliano olhou pela janela de vidro e viu as garotas chegando com
cestas.
— Elas chegaram! — Disse ele se levantando, ele abriu a porta e
colocou as mãos no bolso. — Finalmente, meninas! Vocês ficaram fora o dia
todo, praticamente.
— Mas resolvemos tudo, Giuliano Vulcano! — Disse Giovana
estendendo uma cesta para ele. — Tome, essa é para você!
— E a minha? — Perguntou Matt.
— Aqui está! — Disse Sabrina sem graça e de voz baixa.
— Obrigada, Sabrina!
— De nada!



Capítulo 21

Dezembro chegou, e com ele um Giuliano mal humorado.
— Isso, Ademir, agora coloca essa guirlanda lá na entrada, Patrício essa
daqui vai para a portaria.
— Giovana, os meninos já levaram as árvores para os andares conforme
você pediu, o que mais falta? — Disse Dayane.
— Obrigada. Eu comprei bastante extensões porque não sabia se tinha
aqui, espero que dê, Dayane.
— Acho que dá sim, qualquer coisa eu monto uma para você. Os presépios
estão sendo montados também.
— Ótimo! Acho que o Giuliano irá gostar! Eu espero que sim, né! De
acordo com o Matt, ele nunca decorou a empresa e nem nada.
— Não mesmo! Mas com você aqui agora, as coisas tem mudado para
melhor.
— Que bom! — Ela se virou e sorriu, estava em cima de uma escada
pendurando alguns enfeites na enorme árvore que comprara para a recepção,
então ela viu Giuliano um passo atrás de Dayane. Ele observava tudo com um
olhar de admiração. Giovana ficou sem graça. — Oi Giuliano!
Dayane se virou e nisso bateu na escada, Giovana se desequilibrou e o peso
da escada a fez cair de uma altura de cinco metros, Giuliano se adiantou e
conseguiu pegá-la no colo.
— Mais um pouco e você quebrava o pescoço.
— Obrigada! — Disse ela assustada e ao mesmo tempo com vergonha.
— Tome cuidado! — Ele se virou para Dayane ainda com Giovana nos
braços. — Dayane, troque essas escadas por escadas mais seguras, per favore.
— Si, signore Vulcano.
— Ainda hoje quero escadas novas.
— Sì! Eu vou pedir a cotação para a empresa e fazer o pedido e mandar
para sua aprovação.
— Manda pra Giovana que ela aprova.
— Sì!
— É, Giuliano!
— Sì?
— Pode me colocar no chão, per favore. Ainda preciso terminar de decorar
a recepção.
— Ah sì! Scusami!
Ele a colocou no chão delicadamente.
— Os clientes estão te esperando na sala de reuniões, o Matt e a Sabrina
estão com eles.
— Que clientes?
— Dos bancos, sobre aquele vírus!
— Ah sì! Madonna mia, meu dia já começou muito bem! Inferno!
— Eu conversei com eles, antes de vir para cá e os comuniquei do que
realmente acontecera, mas sabe como é, não é? Por mais que eu fale, melhor o
dono da empresa do que a secretária.
— Está bem! Eu vou subir, você vai demorar aí?
— Não!
— Ottimo! Faça o seguinte, termine de decorar a empresa ainda hoje e
pegue as secretárias e as recepcionistas para te ajudar, além do pessoal da
Dayane. Mas termine hoje, per favore!
— Sì! Obrigada, Giuliano! — Disse Giovana empolgada quase dando-lhe
um beijo no rosto.
— Eu nunca perguntei isso, mas... — ele foi ficando sem graça. — como
esta sendo seu dia!
Ela arregalou os olhos e respondeu:
— Começou bem e o seu? —Ela perguntou mordendo o lábio.
— Também, esses meses na verdade têm sido muito bons, melhor do que
eu esperava.
— Giuliano! Cara, finalmente você chegou! — Matt quebrou o encanto
chamando Giuliano do mezanino. — O pessoal está te esperando, amico mio!
Giuliano coçou os olhos com impaciência.
— Estou subindo, Matthew Barone. — Ele olhou para Giovana. — Até
mais, Giovana!
— Até mais, Giuliano!
— Um bom dia de trabalho para você.
— Para nós!
Ela lhe sorriu e voltou a subir na escada.
— Dayane segura essa escada aí, per favore.
— Agora, Gio!
Giuliano subiu as escadas e encontrou Matt a sua espera. Giuliano olhou
feio para ele.
— Você é um filho da puta!
— O que eu fiz?
— Interrompeu minha conversa!
— Scusami! Eu não sabia!
— Idiota!
Giuliano e Matt entraram para a reunião, Giuliano viu um coffeebreak
muito bem elaborado.
— A Giovana deixou tudo pronto hoje de manhã.
— Matt ainda são oito da manhã.
— Pois é. Ela não dormiu ajeitando tudo. Ainda bem que o pessoal do
buffet já está acostumado com a nossa rotina.
— Deveríamos incorporá-los à empresa.
— Para que? Para nos dar mais trabalho? Coitada da Giovana que vai ter
que se virar!
— Ela merece um bônus de final de ano.
— Que bom que falou nisso, temos umas promoções para aprovar. Mas,
melhor começarmos logo a reunião.
— Buongiorno, signores!
— Buongiorno!
— Desculpe entrar parecendo um tufão, mas vamos continuar nossa
reunião, tenho explicações a dar e minha secretária já adiantou bastante coisa,
não?
— Sì!
— Então, iremos complementar o que ela disse, e se eu estiver sendo
repetitivo, per favore, me avisem.
Na recepção, Giovana, Dayane e as garotas terminavam de arrumar a
árvore e o presépio, enquanto isso, nos andares as secretárias e alguns
funcionários arrumavam a decoração dos andares.
Eles conseguiram terminar metade do prédio até a hora do almoço, quando
os clientes saíram e viram as decorações.
— Que bonito! Quem montou?
— Minha secretária e os funcionários! — Disse Giuliano sorrindo.
— Um excelente trabalho!
— Ela é excepcional!
— Irei roubá-la de você, Giuliano!
— Duvido muito! Ela ama trabalhar aqui.
— Veremos! Chame-a aqui!
Giuliano ligou para Giovana que estava descendo as escadas rindo com
Lisa e Katalina.
— Giovana, que bom que chegou. Esse é o signore Alberto, ele quer falar
com você.
— Pois não.
— Signorina, eu estava falando com tuo chefe e disse a ele que iria roubá-
la para mim e ele disse que duvida porque a signorina ama trabalhar aqui.
— É verdade, signore Alberto!
— Pois bem, eu pago o dobro!
Giovana sorriu e balançou a cabeça.
— Signore Alberto, por que eu?
— O triplo.
Giovana olhou para Giuliano, que estava com um braço cruzado e a mão
segurando o queixo mas escondendo os lábios, e olhava para ela.
— Bom, signore Alberto, a proposta é tentadora, mas eu vou recusar!
— Perché?
— Me responda duas coisas, per favore, e não se sinta ofendido.
— Pode perguntar.
— O signore vai me dar liberdade para trabalhar ou eu vou ter que viver
em função do signore? E a outra pergunta é, está vendo essa paz aqui nesse
ambiente? O signore pode me garantir que terá um ambiente como esse ou tão
melhor que esse no seu escritório no banco? — Ela esperou uma resposta que
não veio. — Quando o signore puder me oferecer liberdade e paz para trabalhar,
aí nós podemos conversar. Porque até lá, e se tiver um até lá, eu fico na Vulcano.
Não só pela paz e liberdade para trabalhar, mas também por tudo que o signore
Vulcano tem me ensinado sobre o ramo de vitivinicultura, eu sou muito grata a
ele por tudo que tem feito por mim e para mim, e em resposta a isso, ele terá
minha eterna gratidão e o melhor de mim. Não há dinheiro que pague ou que
compre a minha fidelidade para com ele. Com sua licença. — Disse ela
docemente para o velho, então olhou para Giuliano e disse sorrindo. — Giuliano,
eu vou almoçar! Vai conosco ou prefere almoçar aqui? Se quiser peço ou trago
seu almoço.
— Pode ir, te encontro no Rafael.
— Scusami!
Quando ela saiu o signore Alberto disse:
— Ela é muito leal a você.
— Sim, e extremamente competente.
— Qual seu segredo?
— Eu não sei, eu aprendi mais com ela, do que ela comigo!
— Isso é visível! Agora sim, você parece que é humano, Giuliano. E de
verdade, não foram as suas palavras que me deixaram aliviado, e sim as dela.
— Lo so. Ela é excepcional. A melhor secretária que já tive ou terei!
— Não a deixe escapar!
— Não deixarei!
— Vamos almoçar?
— Fica para uma próxima. Eu vou com as garotas para o Rafael.
— Bom, então vai lá! Melhor ir com elas do que com um velho como eu,
iam achar estranho!
Giuliano riu.
— Marcamos um próximo almoço.
— Sì! Tuo padre ficaria muito orgulhoso do homem que se tornou.
— Acho que sim!
— Eu tenho certeza! Até a próxima, Giuliano.
— Até a próxima, signore Alberto.
Após o período de trabalho, ficaram apenas Giovana, Matt, Giuliano e
Sabrina na empresa.
— Sabrina,você tem um relaxante muscular?
— Ô amiga, estou precisando também! Mas acho que tenho aqui.
— Ah, per favore!
— Aqui está!
Ela pegou o comprimido e água para elas.
— A nossa saúde!
— Amém!
Ela brindaram com os copos de água e tomaram o remédio. Enquanto isso,
Matt e Giuliano conversavam sobre aquele dia.
— Matt, vou sair de férias do dia quinze agora até o mês que vem e você
será meu backup.
— Como sempre!
— Depois sai de férias você e a Sabrina, Giovana e eu ficaremos como
backup de vocês. Vocês vão tirar seus dias e horas extras.
— Tudo bem! Ela vai sair de férias também?
— Sì! A nona a convocou para o jantar de Natale e Nuovo Anno.
— Ela aceitou?
— Sì! Se não a nona me capa.
Matt riu.
— A nona é da hora!
— Você fala isso porque não é você, seu corno!
— Graças a Dio!
— Você vem pra Abruzzo?
— Sì! Avisa pra nona que eu quero comer aquela torta de limão siciliano.
— Folgado!
— Ela me ama mais do que a você!
— Só porque você quer! A nona vai adorar.
— É o meu charme! Mas, falando sério agora, acho bom você resolver
aquela situação logo hein.
— Já falei, depois das festas!
— Depois das festas pode ser muito tarde!
Nisso, Giovana e Sabrina entraram na sala.
— Giuliano, estamos indo, vocês vem ou ficam?
— Estamos indo também.
— Buona notte, rapazes! Até amanhã.
— Até!
Sabrina e Giovana saíram juntas no carro de Giovana.
— Hoje a noite é nossa, Sabrina! E a Lisa?
— Temos que passar na casa dela!
— Certo, mas vamos primeiro passar na pensão pra eu tomar banho e
trocar de roupa, assim você já toma banho lá também e troca sua roupa. Você
trouxe tudo, não é?
— Claro!
— Ottimo!
Enquanto isso, Matt e Giuliano ainda conversavam.
— E você e a Sabrina como estão?
— Ainda estou na fase da conquista. Acho que vou chamá-la para sair
hoje.
— Chegou tarde, amigão.
— Por que?
— Hoje tem o clube da Luluzinha! Provavelmente, irão para alguma
balada.
— E nós vamos ficar parecendo duas viúvas alegres aqui? Sabe para que
balada elas vão?
— Não faço a menor idéia. Mas vamos encontra-las! Bora, seu corno!
— Não precisa me elogiar toda vez que me vê, Giuliano!
— É um hábito!
Quando Giuliano passou na pensão soube por dona Martina que Giovana,
Sabrina e Lisa tinham ido num barzinho retrô que ficava no centro de Reggio
Calabria.
— Grazie, signora Martina, era para lá mesmo que íamos chamar as
garotas. Buona notte!
— Buona notte, ragazzo!
Giuliano entrou no carro.
— E aí?
— Ela foram naquele bar retrô.
— Ah, estava na cara! Giovana adora as músicas dos anos 60,70,80 e 90.
Mas nunca imaginei que ela encontraria algo assim por aqui.
— Minha secretária! Nem sei como você ainda subestima a capacidade e
inteligência dela, e olha que você a conhece melhor que eu.
— Detalhe!
Quando Giuliano e Matt chegaram no barzinho, eles viram as garotas na
bancada do bar conversando e dando risada. Um rapaz tirou Lisa para dançar,
Matt foi até Sabrina.
— Vamos dançar, loira!
— Oi Matt! Tchau Gio!
— Oi Matt! Tchau Sabrina!
Giovana tomava uma taça de vinho. Um rapaz chegou até ela e inclinando
a cabeça indicou a pista de dança, ela sentiu-se frustrada, queria que outra pessoa
a chamasse para dançar.
— É...
— Ela está comigo, amigão! — Disse uma voz de trovão atrás dela. Ela se
virou e deu de cara com um par de olhos castanhos.
O rapaz saiu decepcionado.
— Você é tão intrometido!
— Queria dançar com ele?
— Claro!
— Eu o chamo de volta se quiser, sua pequena mentirosa!
Ele a conhecia bem, sabia que estava mentindo, era uma péssima
mentirosa.
— Não obrigada! Você sabe que eu não sei mentir!
— Estava na sua cara que não queria dançar com ele. Agora vai dançar
comigo! Vamos!
Ele pegou na mão dela e a conduziu para a pista de dança. Por que estar
com ele, para ela, era tão certo? A vida de Giovana mudara tão rápido que ela
não conseguia acompanhar as mudanças racionalmente. Será que estava ficando
louca?
Dane-se! Agora estava ali com Giuliano e, como todos os dias, tinha total
atenção dele! Ele a caçava, como um animal que caça sua presa, ele sentia seu
cheiro e descobria onde ela estava. Isso a excitava!
Quem via os dois juntos sabia que havia química entre eles. Giovana viu
Sabrina e Matt sentados conversando e eles estavam intretidos, Lisa arregalou os
olhos quando viu Giovana e Giuliano e deu um sorrisinho malvado para a amiga.
Giuliano pegou no queixo de Giovana com o dedo indicar e levantou o
rosto dela até que ela olhasse para ele, ele baixou sua cabeça e a beijou,
incendiando o corpo dela. Ele não estava nem aí, cansou-se de esconder os dois,
ele a beijou apaixonadamente.
Quando a música parou, Giovana estava sem fôlego.
— Giuliano, eu vou ao banheiro tá bom? Eu já volto!
— Sì! Te espero no balcão do bar.
— Está bem!
Giovana estava indo ao banheiro quando Lisa a puxou com tudo para lá.
— Venha, Gio! Rápido!
— O que foi?
— É a Sabrina!
Elas entraram no banheiro. Sabrina estava trancada chorando.
— Sabrina, abre a porta, somos nós! Gio e Lisa.
— Vão embora!
— Sabrina, se você não abrir essa porta agora, eu vou arrombar a porta!
Sabrina abriu a porta e chorava.
— O que foi, meu amor? — Perguntou Giovana abraçando a amiga.
— Por que ele tem que ser tão filho da puta comigo?
— De quem está falando?
— Do Matt!
— Como assim?
— Giovana, você pode me levar para casa?
— Agora! Suas coisas estão aí?
— Sì!
— Então vamos!
Giovana, Sabrina e Lisa foram embora.

— Um whisky cowboy, per favore!
— Aqui está! — Disse a garçonete dando uma piscadela para Giuliano que
nem ligou. Estava uma fera, Giovana havia deixado-o falando sozinho!
— Aí está você! — Disse Matt.
— O que foi?
— Sabrina e eu tivemos um quebra pau!
— Sorte a sua! Eu quero esganar Giovana e nem aqui ela está para fazer
isso!
— Nem me fale!
— Por que vocês quebraram o pau?
— Porque ela disse que só vai ter alguma coisa comigo quando eu for um
homem sério e a assumir de verdade, e que por enquanto era para eu continuar
com as minhas...
— Putas?
— Isso! — Ele olhou para a garçonete. — Um whisky duplo, per favore.
— E a Giovana que me deixou falando sozinho.
— Hoje, eu vou me embebedar!
— Saúde! — Ele brindaram. — A Giovana só me frustra.
— Eu te entendo! A Sabrina faz a mesma coisa comigo! Cara, se eu
quisesse nem mais solteiro estaria.
— Lo so. E somos dois! E fora que ela nem sonha com a nossa aposta!
— Estamos fudidos!
— Pra caralho!
Giulino sabia que Matt daria trabalho. Ele não sabia beber.
— Eu quero morrer! — Sabrina chorava.
— Não quer não! Pare com isso.
— O Matt é um idiota!
— Novidade! — Giovana revirou os olhos. — Sabrina, ele tem um espírito
livre.
— O Giuliano também e isso não quer dizer nada.
— Como assim?
— Todos vêem a química que vocês tem! E se não fosse por mim, vocês
estariam desfrutando de uma noite de amor quente.
— Apenas sexo, meu amor!
Sabrina revirou os olhos assoando o nariz.
— Você gosta de se enganar, né, Gio! Ele é loucamente apaixonado e
devotado a você. Eu nunca vi o Giuliano caído de quatro por mulher nenhuma
até você chegar.
— Sabrina!
— Pare de gastar meu nome. Me sinto melhor falando da sua vida amorosa
do que da minha, que é um fiasco por sinal.
— Exagerada! Você é linda, loira e magra, pode ter o homem que quiser.
— Lo so, mas o que eu quero apenas quer que eu me torne a amante dele, e
eu não sou assim, com todo respeito amiga.
— Eu sei, mas a minha situação não é das melhores!
— Mas o sexo deve ser. Os olhos do Giuliano pegam fogo quando vêem
você.
— Vou fazer um chá para nós!
— Adoro quando desvia do assunto. — Ela viu a amiga se afastar e
continuou dizendo. — Isso mesmo, desvia bem do assunto, sua bruaca!
Giovana riu. Eram três horas da manhã e depois de várias xícaras de chá e
caixinhas de lenço, Giovana e Sabrina ouviram alguém bater a porta.
— Não abre, Gio!
— Sabrina, abra essa porta agora! — Dizia uma voz pastosa.
— Gio, não abre, per favore!
Giovana foi até a porta e olhou pelo olho mágico.
— Quem é?
— É o Matt!
— Não! Amanhã eu resolvo isso!
— Já é amanhã, querida!
— Não, Gio! Não abre!
Qual foi a surpresa de Giovana abrir a porta e se deparar com Giuliano
segurando um Matt visivelmente bêbado.
—Desculpe, — disse ele sem graça. — ele foi extremamente insistente!
Sabrina chegou correndo.
— Matt, seu idiota!
— Sabrina, me perdoa! Eu realmente fui um idiota! Vem cá, docinho!
Sabrina mordeu os lábios e olhou para Giovana.
— Eu vou leva-lo para casa e cuidar dele. Você fica aqui cuidando do meu
apartamento?
— Fico! Vai logo!
— Fica a vontade com o bonitão, tá bom? — Disse Sabrina piscando
maliciosamente para a amiga.
— Vocês vão ficar bem? — Perguntou Giuliano preocupado. — Precisam
de ajuda?
— Não, seu intrometido! — Disse Matt bêbado. — Venha gatinha!
Sabrina pegou um casaco e abraçou Matt.
— Pode deixar, ficaremos bem!
— Isso mesmo! Venha minha loira estonteante!
Sabrina abraçada a Matt saiu cambaleando. Giovana cruzou os braços.
— Esses dois são um caso sério!
— Ele é apaixonado por ela, mas jamais admitirá!
— Dois cabeça-dura!
Giuliano colocou a mão no batente da porta e de repente ele ficou mais alto
do que já era.
— Melhor nos despedirmos!
— Concordo!
— Já está tarde!
— Sim! Está mesmo.
— Giuliano, é a casa da loira!
— Sim, é a casa da Sabrina!
— Você sempre concorda com tudo é?
— Minha intenção é agradar.
E como ele a agradava, ela o puxou e o beijou, ele a abraçou e entrou,
fechou a porta com o pé. Giovana estava perdida.
— Espera, Giuliano!
— O que?
— É errado! Estamos no apartamento da Sabrina.
— E o que foi que ela te ddise?
— Para eu aproveitar!
— Bora!
Ele a beijou e ela se rendeu ali mesmo na sala. Giovana acordou com um
cheiro maravilhoso. Ela se levantou e se espreguiçou, havia dormido no enorme
e confortável sofá de Sabrina.
Giuliano estava na cozinha e cantava Bed of Roses. Giovana colocou a
camisa dele, e encostou-se no batente da porta da cozinha, e o ouviu sorrindo.
— Buongiorno! — Disse ele de costas.
— Buongiorno! Como sabe que estou aqui?
— Tenho um excelente ouvido.
— Antes de sairmos vou dar uma geral nesse apartamento e deixaremos
almoço pronto para Sabrina.
— Está bem. Eu te ajudo!
— Verdade?
— Sim! O que tem de mais nisso?!
— Não imagino o poderoso Giuliano Vulcano arrumando uma casa.
— Você não imagina muita coisa que eu sei e posso fazer, mia dolce
Giovana!
Ela ficou sem graça sob o olhar malicioso dele.


Giovana estava no jardim da pensão, tomando um chocolate quente e
adiantando algumas coisas da semana seguinte, já que ela iria entrar de férias
junto com Giuliano, a mando da nona Isabella.
Dona Martina ainda não havia acordado e Beatrice acabava de chegar no
jardim ainda de pijama.
— Buongiorno, Giovana!
— Buongiorno, Beatrice! Quer chocolate quente?
— Eu quero! Posso pegar um pouco?
— À vontade, cara mia! Pegue uma xícara e sente-se aqui.
— Grazie!
A menina pegou uma xícara e se serviu de chocolate quente e viu Giovana
trabalhar.
— Você trabalha bastante, não é?
— Sim! Muito!
— Gosta do que faz?
— Sì!
— Gosta do signore Giuliano?
— Que tipo de pergunta é essa? — Perguntou ela sem desviar os olhos do
computador.
— Sabe, como chefe.
— Sim! Ele é um excelente patrão.
— E como homem?
— Beatrice!
— Não se ofenda, per favore. Mas eu vejo que ele é apaixonado por você.
Aliás, todo mundo vê! Se não fosse ele não teria dobrado a quantidade de
seguranças aqui perto de casa.
— Como assim?
— Não percebeu que ao invés de três por turno, tem seis?
— Eu não!
— Ele não aumentaria a quantidade se realmente não tivesse preocupado
com você! Agora resta saber, o porquê!
Nisso, Giovana recebeu uma mensagem no celular. Era de Giuliano.
“Bom dia, minha dolce ragazza! Esse final de semana vou te deixar
sossegada.Não esquece de que viajaremos na quarta-feira. Avise a signora
Martina e a piccola Beatrice!...”
Giovana sabia que quando Giuliano colocava reticência era porquê queria
falar algo a mais, mas que preferira não dizer mais nada.
“Está bem! ;)”, ela respondeu. Ela deu um suspiro meio frustrada, já se
acostumara a ser raptada por ele no final de semana.
Então, seu celular tocou novamente. Eram várias fotos de Giuliano com
Rafaela, o estômago de Giovana gelou, ela colocou a mão na boca que estava
aberta.
— Não é possível!
As fotos eram datadas daquele manhã. Nas fotos aparecia Giuliano
beijando Rafaela. Como aquilo era possível?
Giovana pegou a agenda de Giuliano e sabia que ele tinha alguns
compromissos até no final de semana, mas aquilo já era um absurdo!
— Atende esse telefone, Vulcano!
— Ciao!
— Giuliano, está em casa?
— Sì! Perché?
— Poxa, é que eu me acostumei tanto a você me sequestrar que está até
fazendo falta.
Ele sorriu.
— O que quer fazer, minha linda?
— Podemos conversar um pouco?
— Do que quiser. Quer que eu vá até aí?
— No! Não quero te atrapalhar muito.
Giovana estava se arrumando enquanto enrolava Giuliano. Para não dar
muito na vista, pegou algumas coisas do armário e da geladeira e deixou um
recado para dona Martina.
Giovana entrou no carro e foi em direção a casa de Giuliano.
— Já tomou caffè, Giu?
— Ainda no.
— Abra a porta!
— Tá bom!
Giovana estava com o coração na mão e conversava com ele. Ela o viu pela
porta de vidro, ele deu um lindo sorriso para ela. Ela desligou o telefone e ele
abriu a porta.
— Olha, que surpresa boa!
— Oi, gatão! Já tomou caffè?
— Olha, moça, depende do caffè!
— Que tal um caffè especial?
— Acho que minha Giovana não vai gostar muito. Ela é meio ciumenta,
sabe?!
— Mas eu não sou! Posso te dar um caffè da manhã completo!
— Não vejo a hora!
Ele a abraçou e a beijou, ele tinha gosto de café. Giovana o fez ir para
debaixo do chuveiro e fizeram amor ali. Giovana iria esfolá-lo.
Quando ele estava dormindo, ela abriu todas as portas do apartamento de
Giuliano, olhou embaixo das camas e em tudo onde poderia olhar. Foi para a
cozinha preparar um café, e enquanto a cafeteira coava o pó, ela resolveu olhar a
foto novamente. Uma nova mensagem havia em seu celular:
“Se você está achando que ele só tem a você, está enganada! Ele está
comigo agora! Ele está te fazendo de idiota!”
Era um número desconhecido. Ela resolveu não dar trela, mas iria
rastrear para saber quem era a dona do celular. Ela observou a foto.
— Tem caroço nesse angu. Algo está cheirando mal!
— Giovana?!
— Estou na cozinha.
— Vem pra cá!
— Me deixa terminar de passar o caffè.
— Tá bom, mas venha logo!
Capítulo 22

— Que bom que vieram! — Disse nona Isabella abraçando e beijando
Giovana, dona Martina e Beatrice.
— Nona, essa é a dona Martina e sua nipote Beatrice.
— Piacere! Eu sou Isabella e esse émeu marido Roberto.
— Piacere!
— Venha, vou acomodar vocês. Giuliano, ajude com as malas, per favore!
— Ela se virou para Giovana. — Venha ragazza, deixa esses dois aí!
Nona Isabella acomodou a todos emquanto Giuliano verificava algumas
pendências e falava com os funcionários. Giovana o encontrou no escritório.
— Scusami, Giuliano.Posso entrar?
— Sì!
Ele estava falando com um funcionário.
— Signore Vulcano, eu preciso muito falar com o signore.
— O que se passa, Valter?
— O signore sabe que tenho esposa e uma filha.
— Sì!
— Minha filha e esposa caíram doentes, signore. E eu preciso levá-las ao
hospital, mas ficarei alguns dias ausentes.
— Não precisa me falar mais nada! Vou te dar uma licença sem prejuízo do
seu salário, ainda vou te dar um dinheiro, porque com criança todo cuidado é
pouco e eu quero o atestado da sua esposa e filha. Leve-as para o hospital
próximo daqui.
— Aquele grande?
— Sì!
— Mas, signore Vulcano, eu não tenho dinheiro para pagar aquele hospital.
Não que eu reclame do meu salário, porque o signore é o que mais paga aos
trabalhadores e...
— Lo so, uomo. Me deixe falar, per favore.
— Sì!
— Leve-as ao hospital que estou te indicando e peça para falar com o
Raphael, ele é diretor do hospital e amigo meu. Só um minuto. — Ele se virou
para Giovana que estava de pé um pouco longe. — Giovana, está com minha
agenda aí?
— Sì! Vou ligar para o Raphael.
Giuliano continuou falando com o funcionário até Giovana passar o
telefone para ele, então ele deu uma carta de apresentação lacrada para Raphael
que dizia que todo o medicamento, leito, internação e tudo o que a família do
funcionário precisasse, ele pagaria.
— Grazie, signore Vulcano.
— De nada! Agora vá cuidar de sua esposa e filha. Família é o único bem
precioso que temos.
— È vero! Scusami.
O funcionário saiu.
— Que bonito, Giuliano!
— O que?
— Eu sei que ele não sabe o que diz na carta de apresentação, mas eu sei!
Muito bonito da sua parte.
— Como dono de uma enorme empresa, eu devo zelar pelo bem estar dos
meus funcionários e da família deles.
Ela o abraçou pelas costas e ele colocou a mão em seu braço num gesto de
carinho, ela lhe deu um casto beijo na bochecha.
— Parabéns, signore Vulcano! A cada dia que passa mais humano o
signore se torna e meu orgulho por pertencer a essa empresa cresce.
E a colocou em seu colo e a beijou.
— Sabe uma coisa bem louca que passou agora pela minha cabeça, mia
dolce ragazza?
— No! O que?
— Que tal se eu te comer bem gostoso aqui nessa mesa agora?
— Você é doido? Alguém pode chegar e nos pegar!
— Ninguém me incomoda aqui! Sabem que quando entro aqui é para
resolver coisas da empresa e que não quero ser incomodado. Mas pode sim
aparecer alguém e bater na porta.
— Não, Giuliano!
Então ela sentiu a mão dele dentro de sua calcinha mexendo em seu
clítoris. Ela fechou os olhos.
— Não quer mesmo? Nem uma rapidinha?
— Isso é golpe baixo, Vulcano!
— Eu sei!
Ele enfiou o dedo dentro da boceta dela com cuidado e com o outro mexia
no clitóris dela.
— Giuliano! — Ela abafou seu gemido.
Ele a levantou e ela ficou inclinada na mesa enquanto ele baixava sua
calcinha, abria o zíper e colocava seu pau duro dentro da boceta dela e a comia.
Ele adorava aquelas rapidinhas furtivas que davam pela manhã no
escritório antes de todos chegarem. Ele faria o mesmo hoje.
Ele metia tão gostoso dentro dela, mas não podia se demorar, não
conseguiria fazer com que ela gozasse porque precisavam de tempo, mas a noite
faria uma visita furtiva no quarto dela.
Ele metia com tanto vigor que ela estava começando a gemer alto.
— Giovana!
— O que? A culpa é sua! Ninguém manda me comer gostoso!
Ele puxou o cabelo dela e mordeu-lhe com carinho o pescoço, adorava
aquele pescoço. Isso a fez com que se arrepiasse.
— Giuliano eu vou gozar!
— Goza no meu pau, goza!
Ele meteu mais rápido e mais fundo e então sentia-a gozando, a carinha
dela era excitante demais e logo ele gozou dentro dela. Ele ficou ali por mais um
pouquinho, se se demorasse alguém pegaria os dois. Mentira para ela dizendo
que ali ninguém entrava, mas se não fosse assim, ele não conseguiria dar uma
rapidinha com ela.
Ele deu um tapinha na bunda dela, ajeitou sua calcinha e depois se ajeitou.
— Você é a mulher mais gostosa com quem já compartilhei a cama!
— Sei!
Ela saiu corredor a fora como se nada tivesse acontecido.
— Ah que bom que te encontei, nipote. Quero que me ajude a temperar os
cappones, a signora Martina disse que seu tempero é muito delicioso.
— Ah, eu tento nona! O que a signora acha de um antepasto de berinjela?
— Gostei! Vamos fazer!
— Nona, posso montar a árvore? — Pediu Beatrice.
— Claro! Giuliano te ajuda. — Ela se virou. — GIULIANO!
— Oi nona!
— Ajude a nipote a montar a árvore e traga os presentes. Vamos colocar
aqui fora, como todo ano.
— Tá bom!

Na véspera de Natal, Giovana acordou cedo junto com nona Isabella e
dona Martina.
— Aqui, nipote! Veja essa receita de Pandoro. Sabe fazer?
— Parece receita de pão caseiro, acho que consigo fazer.
— Ottimo!
— Vamos fazer biscoitos de gengibre, nona?
— Sì! O Giuliano é apaixonado por esses biscoitos. Beatrice, cara mia,
ajude a nona aqui, lave essa folhas, per favore.
— Sì, nona!
— Vou pegar um vinho para nós e um suco de uva para você, nipote! —
Disse nona Isabella sujando o nariz de Beatrice de farinha de trigo.
— Faremos para quantas pessoas a ceia, nona? — Perguntou Giovana.
— Cinquenta! — Ela foi até o jardim de trás. — Giuliano! Roberto! Já
acenderam esse forno? — Ela gritou.
— No, nona! O nono tá apanhando aqui!
— Menzogna! —“Mentira!”
— È vero, nona!
— È menzogna!
— Já chega vocês dois, quero esse forno aceso pra hoje! Se não eu mato i
due!
— Venha, Giuliano, pare de rir e me ajude aqui, tuo bugiardo!
— Mas, nono, o signore está levando o maior pau do forno a lenha!
— Cale a boca e me ajude aqui, ragazzo!
Giovana observava tudo da janela da cozinha, Giuliano estava relaxado, de
shorts, camiseta branca, chinelo e de óculos. Ele ria do avô que por sua vez
estava sujo de carvão. O avô pegou a borra e jogo nos cabelos de Giuliano.
Giovana riu!
— O que aqueles pagliacci estão fazendo? — Perguntou a nona.
— Estão se sujando!
— Cretini.
Giovana não parava de rir.
— Pronto, nona! Finalmente o nono conseguiu acender o forno a legna.
— Você está sujando la mia cucina, il tuo clown. Desaparece da minha
frente, stronzo!
A nona estava uma fera.
— Roberto! Vá se lavar sei tu quello da qui che dice di essere tuo nipote.
— Ixi! Não entendi nada, nona. A senhora disse tão rápido. — Falou
Giovana confusa.
— Vá se lavar você e esse daqui que fala que é seu neto.
— Ah tá, grazie.
— De nada!
Giuliano num ato travesso passou a mão toda suja no rosto de Giovana.
— Giuliano Vulcano! Seu Cretino!
Giovana saiu atrás de Giuliano com as mãos sujas de sal. Eles foram para
fora da casa e Giovana pegou a borra de carvão e saiu atrás de Giuliano.
Giuliano corria e olhava para trás, ela corria rápido.
— Fudeu! A baixinha corre pra caralho! Socorro, nona!
— Cada um com seus problemas! — Gritou a nona da cozinha. — Não me
entrem na cozinha, seus cretinos!
Giovana conseguiu chegar em Giuliano e passou a mão na cara dele, ele a
agarrou e não se sabe como os dois caíram na piscina gelada.
— Madonna mia! — Giovana gritou quando subiu pra superfície.
— Ah não, agora você vai ver!
Giuliano a pegou no colo e a jogou dentro da água de novo.
— Giuliano, seu cretino! Eu tenho bronquite!
— O pior é que você fuma, seu trem!
— Vá a merda!
— Vocês dois saiam da minha piscina agora! Banho quente!
— Nona... — Giuliano ia falar.
— AGORA!
— Vixi, molhou, Gio! Vamos antes que ela use um facão para nos capar!
— Quem vai te capar sou eu! Seu corno!
— Jura?
— Duvida?
— Não!
— Saia da minha frente!
Giovana subiu, mas logo foi puxada pela cintura por Giuliano.
— Giuliano!
Quando ele subiu, ela quem o puxou pelo sorts.
— Quer me deixar pelado, doida?
— Não! Me ajuda aqui.
Ele se abaixou e deu a mão para ela que conseguiu puxá-lo de novo e ele
caiu dentro da piscina. Giovana rapidamente saiu da água e começou a rir bem
longe de Giuliano.
— Vamos logo vocês dois! Aqui estão as toalhas! Banho os dois.
Depois do banho, Giovana estava tendo trabalho para secar os cabelos.
Giuliano bateu na porta do quarto e entrou.
— Quer ajuda?
— Sì! Tome o secador e a escova e seque meus cabelos.
— Está bem!
Giuliano amava aquele cabelo.
— Cabelo pesado!
—Sì! Imagine para secar. A culpa é sua!
— Confesso!
Depois de secar os cabelos, Giuliano e Giovana desceram.
— Agora vocês dois parem de bricadeiras! Agora não é hora! Giuliano,
ponha esses cappones para assar, são os mais demorados.
— Sì, nona!
— Rober, ajude o nipote.
Elas passaram o dia todo cozinhando, quando deu o horário, Giovana se
arrumou e colocou um vestido vermelho de cetim com o punho, a barra e a gola
de pluma branca, um cinto preto, e uma bota preta. Parecia uma sexy Mamãe
Noel, fez uma maquiagem leve, prendeu os cabelos num coque.
Quando desceu viu Giuliano arrumando os botões da manga da blusa social
preta, ele conversava com Matt.
— Ah, eu não acredito! Você veio Matt!
— Oi Gio! Eu trouxe a Sabrina e a Lisa também.
— Onde elas estão?
— Na cozinha com a nona. Nossa, como você está bonita, está parecendo a
Mamãe Noel.
— Eu sei! — Disse ela sorrindo.
Giuliano a devorava com o olhar enquanto arrumava a gola da camisa,
Matt estava com um copo de whisky na mão. Giovana desceu as escadas e o
abraçou.
Enquanto ela ia para a cozinha, Giuliano a acompanhou com o olhar.
— Quer um lenço, Giuliano?
— Quer passar o Natale com os olhos roxo, Matt?
— No, grazie!
Giuliano colocou a gravata preta de seda.
— Ah, meninas!
— Ai que linda que você está! — Disseram Sabrina e Lisa juntas.
— Não mais do que vocês!
— Giovana, vai nas videiras e traga umas uvas para compormos as mesas,
per favore.
— Tá bom, nona! Já volto meninas!
Giovana foi para as videiras. Giuliano havia ouvido o que a avó pedira e
olhou para Matt.
— Já sei! Vai lá! Eu distraio o pessoal. Mas seja rápido!
— Não te prometo nada!
Giuliano saiu pela sala e foi para as videiras. Estava fácil de encontra-la,
era um pontinho vermelho em meio a paisagem verde.
— Ué, mas será que tem uvas nessa época? Bom, se a nona pediu, é porque
deve ter.
Ela estava tão distraída que se afastou muito da casa principal e estava
escuro. Ela viu um vulto passar pelo lado dela, seu coração acelerou. Andou
olhando para trás porque tinha certeza que alguém a seguia, então bateu num
muro e quase caiu no chão se não fosse um par de braços fortes a amparar.
— Ai! Scusami!
— Se continuar assim, terei que segui-la para te proteger de si mesma.
— Ah, Giuliano é você! Que susto!
— O que procura?
— Uvas!
— Mas, não tem!
— Então... tenho que procurar!
Ele a beijou.
— Você está uma delícia nesse vestido, minha Mamãe Noel sexy!
— Vem me comer, então!
Giuliano levantou uma das sobrancelhas.
— Sério?
— Sim, até porque com a casa cheia, você não vai conseguir me comer tão
cedo. E eu estou fervendo!
Giuliano a beijou e levantou o vestido dela, enfiou a mão dentro da
calcinha dela e enfiou o dedo em sua boceta e sentiu-a pronta para ele.
Giovana ficou de joelhos e abriu a braguilha de Giuliano e tirou o pau dele
para fora e o abocanhou, queria senti-lo crescer na boca dela.
— Mamma mia, Giovana!
Ela o sugou e massageou seus testículos, ele adorava aquilo!
— Sua filha da puta, levante-se antes que eu goze na sua boca. — Disse ele
enquanto a ajudava a se levantar, ela de propósito ficou de quatro e deu dois
tapas na bunda e olhou para ele com cara de safada. — Sua safada!
Ele a penetrou com vigor e metia sem dó e nem piedade enquanto ela
gemia. Giovana adorava ser dominada por ele, Giuliano metia tão gostoso. Seu
útero estava baixo, então podia senti-lo melhor.
Ele a levantou e pegou-a no colo, ela o abraçou com as pernas e braços, ele
a penetrou e segurou em sua cintura fazendo o movimento por ela. Ela o beijou
enquanto ele a comia gostosamente.
Giuliano sabia que tinha uma árvore ali apoiando algumas videiras, ele foi
até ela e apoiou as costas de Giovana ali.
— Agora vou te comer com tudo, minha cachorra!
— Isso, vem garanhão! Me come gostoso e me faça gozar, quero ficar com
as pernas bambas.
Giuliano a colocou de pé e virou de costas, inclinou um pouco as costas
dela e meteu nela, enquanto manipulava o clitóris dela. Então, ele sentiu a mão
dela nos seus testículos.
— Isso, minha puta, massegeia minhas bolas! Adoro quando faz isso!
Giuliano aprendera como fazer Giovana gozar rápido e de forma muito
prazeirosa, ele metia nela com tudo e sem dó, ele sentiu o corpo dela vibrar,
então virou e novamente a colocou em seu colo, mas conseguiu mexer em seu
clitóris, ele a beijou quando viu que ela ia gritar.
Ele sentiu a gozada dela no pau dele, ela o molhou de uma forma tão
gostosa que ele não resistiu e gozou também. Seu pau estava latejando dentro
dela e ele sentia os espamos da boceta dela. Ele a beijou e depois deu três
selinhos nela.
— Estava com desejo não é, sua diabinha!
— Sim!
— E por que não me procurou?
— Não sei!
Ele deu um sorriso e a beijou novamente.
— Giuliano, achei as uvas!
— Ótimo! Se recomponha e vá lá pegar as uvas enquanto eu pego uns
quatro garrafões de vinho.
— Tá bom!
Giovana pegou as uvas assim que terminou de se arrumar. Ela foi no
depósito e pegou uma cesta pequena e levou as uvas até nona Isabella.
— Cheguei! — Disse ela.
— Nossa, você demorou!
— Eu tive que descer até o galpão para pegar uma cesta, não tinha muitas
uvas, nona. Scusami.
— Está bem!
Elas estavam arrumando as enormes mesas quando Giuliano chegou
trazendo os garrafões, ele deu um olhar de cumplicidade para Giovana, e aquilo
não passou despercebido para nona Isabella.
Giovana ficou sem graça.
— Vamos dar graças. — Disse nono Roberto. — Dêem as mãos. —
Todos assim fizeram, Giuliano pegou na mão de Giovana e discretamente fazia
carinho nela com o polegar. — Damos graças por mais um ano que está
acabando, pelas lutas e vitórias, e também pelas derrotas, pois nos ensinam
lições valiosas. Pedimos e já agradecemos pelo próximo ano. Amém.
— Amém! — Todos repetiram.
Nono Roberto serviu a nona, enquanto dona Martina servia Beatrice, Matt
serviu Sabrina primeiro, depois Lisa e se serviu por último.
— O que você quer,Gio?
— Eu me sirvo, Giuliano, pode deixar!
— Se fizer isso, meus nonos vão ficar ofendidos. É tradição da família
Vulcano o homem servir a esposa.
— Não sou sua esposa. — Disse ela docemente.
— Vou colocar um pouco de cada! — Disse ele fingindo não ouvir.
Ela não respondeu e deixou-se ser servida.
— Grazie.
— De nada! — Ele queria beijá-la, mas não podia. Não naquela hora.
Depois da janta foi a hora de abrir os presentes. Beatrice havia ganho uma
boneca de porcelana colecionável de Giovana e vários echarpes. Para dona
Martina ela dera um conjunto de café de prata, para a nona Isabella e nono
Roberto, ela os presenteou com um pacote de viagem para o Brasil.
— Nipote!
— A signora fala tanto do Brasil, então...
— Grazie!
Para Matt, Giovana lhe dera uma coleção de globos de neve de Israel, para
Sabrina e Lisa, ela deu duas correntes de ouro puro.
— E para mim, Giovana?
— Para você nada!
— Cretina!
Giovana riu. E entregou-lhe um pacote.
— Aqui está!
— O que é?
— Abra!
— Madonna mia! — Disse ele ao abrir. — Uma Esfera Armilar! Como
sabe?
— Eu apenas observo! Sou secretária, lembra?
— Eu tenho um presente para você também. Na verdade dois!
— Ooohhh!! — Disseram todos.
Giovana sorriu sem graça. Giuliano revirou os olhos. Entregou os presentes
de todos e depois os de Giovana.
— Espero que você goste! Como eu sei que também gosta de Astrônomia,
então achei conveniente.
Giovana abriu a primeira caixinha, era um relógio astronômico que ela
sabia ser os olhos da cara.
— Giuliano! — Ela olhou para ele e mordeu o lábio. — Eu nem sei como
te agradecer.
— Não precisa! — Ele sorriu. — Abre o outro.
— Está bem! O que é?
— Abra!
Ela abriu e ficou de boca aberta.
— Giuliano!
Era um lindo colar de garnet azul com diamantes, ainda tinha três pares de
brinco, Giuliano sabia que Giovana tinha três furos em cada orelha, além de um
anel.
— Gostou?
— Eu amei!
— Combina com esses olhos. Eu pedi pra um amigo fazer.
— Não sei como te agradecer! Grazie!
Ela se levantou e o abraçou. Giuliano havia dado um bônus a todos os
funcionários, além das cestas que Giovana havia comprado. Ela aprendera um
pouco mais sobre cada funcionário, estava feliz de estar ali.
A família de Rodrigo nunca a tratara bem de verdade e nem fizera questão
dela, já a família de Giuliano era diferente, ali se sentia em casa, nona Isabella,
praticamente, exigira que ela estivesse ali com eles e a quisera em sua cozinha,
coisa que ela sabia que era sagrada para a nona. Enquanto elas estiveram na
cozinha, ela viu os funcionários arrumando tudo para ceia e Giuliano conversava
com eles como se fossem parentes mesmo, e não patrão e funcionário. Mesmo
que os funcionários o chamem de signore Vulcano, o respeito que ele conquistou
e o carinho era mais do que visível. No final das contas, admirava aquele
homem!
Giuliano viu que Giovana o observava, se virou para ela e sorriu, ela lhe
devolveu o sorriso. Ele estava de braços cruzados e com a mão no queixo,
conversava com um dos funcionários.
— Está tudo bem, Gio? — Perguntou Sabrina.
— Sì! E como está você e o Matt? Nem conseguimos nos falar direito
depois daquele dia.
— Verdade, obrigada por terem deixado almoço para mim. Cheguei em
casa morrendo de fome.
— Que horas você chegou? — Perguntou Lisa curiosa e com olhar
malicioso.
— Três da tarde. E pare de me olhar assim!
— O que aconteceu? Nos conte. — Disse Giovana curiosa.
— Meninas, não vão me julgar?
— Não estamos aqui para isso, somos suas amigas.
— As únicas, por sinal. — Disse Lisa levantando o dedo indicador.
— Eu sei.
— Então pare de graça e nos conte.
— Bom, depois que o Matt e eu saímos, eu o levei para a casa dele, ele me
deu muito trabalho, tirei a roupa dele e o joguei debaixo do chuveiro. Aí ele
começou a falar que saía com um monte de garotas porque eu não dava bola para
ele. Mas não é verdade!
— Peraí! Você o viu nu? — Perguntou Lisa atônita.
— Claro, Lisa. Queria que eu desse banho nele como? De roupa?
— Como ele é?
— Lisa! — Giovana olhou torto para ela.
— Ah, eu só queria saber!
— E então? Como ele é? — Perguntou Giovana para espanto de Lisa.
— Enorme!
Elas riram excitadas, o que chamou atenção de Giuliano e Matt.
— O trio parada dura está reunido! Aí tem coisa, Giuliano!
— Devem estar colocando a fofoca em dia.
A risada de Giovana era demais, Giuliano tinha vontade de rir junto, mas
tinha que se controlar.
— E então?
— Bom, aí ele me pediu desculpas por estar dando trabalho.
— Mas e a noite de vocês?
— Bom, eu dormi!
— E o Matt?
— Também! Como ele ronca! Parece um trator, se eu engatasse a primeira
ele saía andando.
A risada delas foi contagiante.
— Você não imagina o que estou preparando para o Nuovo Anno, Matt!
— Nem quero saber!
— Ottimo! Pretendo entrar no próximo ano com essa doida comprometida
comigo.
— O que? — Matt falou tão alto que todos olharam para ele.
— Shi! Você é um escandaloso!
— Eu falo alto, sou italiano!
— Cala a boca e ouve.


— Não me vão chegar muito tarde, viu! — Disse a nona Isabella. — Eu
posso esperar, mas o Nuovo Anno, no!
— Está bem, nona! — Ele se virou para Giovana. — Vamos logo antes que
ela fique tagarelando na nossa orelha.
Giuliano levou Giovana para sua casa particular em Abruzzo, que não
ficava no vinhedo. Ali era seu refúgio e iria dividir com ela. Estava ansioso,
havia preparado tudo e agora a estava levando sem que ela ao menos sonhasse.
Ele dera um perdido nos avós e em dona Martina, mas sabia que não enganava a
ninguém.
Ele estava que nem um idiota, que nem um trouxa apaixonado por aquela
maluca! Não sabia se ela o correspondia, só sabia que a queria para o resto de
sua vida.
— Para onde estamos indo? — Ela quebrou seus pensamentos.
— Pare de ser curiosa! Você vai saber!
Giovana sorriu.
— O que você está aprontando, Giuliano?
— Tem uma coisa que preciso terminar, e pra isso preciso de você!
— De mim?
— Sim! Mas para isso, preciso que confie em mim.
— Com a minha vida!
Ele sorriu para ela e voltou a concentrar-se na estrada, enquanto isso,
Giovana colocava uma música de Bon Jovi.
— Bem propício! — Ele observou.
— Por que?
— Você vai saber! Pare de ser curiosa.
Eles chegaram a magnifica mansão de Giuliano. Era uma mansão típica
itaiana, com três andares, um enorme jardim bem cuidado, uma fonte com Eros e
Psique lhes dando as boas-vindas.
— Eros e Psique! Eu amo essa história. — Disse Giovana com olhos
sonhadores.
— Minha mãe também. Eu herdei essa mansão quando eles morreram, vivi
anos maravilhosos aqui. São boas lembranças que quero dividir com você!
— Por que eu, Giuliano?
— Não sei! O que sei é que me parece o certo a se fazer. — Ele lhe disse
olhando fundo em seus olhos.
Ela olhou para a enorme mansão e viu a linda paisagem, cheia de pinheiros
e árvores que estavam sem folhas por conta do inverno.A mansão era pintada em
cor de palha, com portas, janelas e batentes branco, a porta francesa era um
charme.
— Venha! — Disse ele lhe dando a mão para sair do carro.
Eles subiram as escadas. Giuliano mostrou primeiro o redor da casa, atrás
havia uma enorme piscina, espreguiçadeiras e guarda-sois, sofás com almofadas,
era um sonho. A enorme piscina fazia um caminho até a lateral esquerda da casa,
onde havia um arco de pedras talhadas e um jardim que acompanhava a piscina,
o arco, na verdade, era um mini jardim suspenso, e pouco mais a frente se via
uma escada que dava para o mezanino, onde tinha um bangalô com mais
espreguiçadeiras e sofá espalhados estrategicamente próximo a alguns centro de
mesas, onde havia velas aromáticas.
Eles entraram pelos fundos e Giovana viu uma antessala que era um
espetáculo, cada móvel de bom gosto e escolhido a dedo por Ana Vulcano.
— Minha mãe quem decorou tudo, e é tão atemporal.
— É lindo, Giuliano.
Então ela viu uma foto de um garotinho de cabelos loiros e olhos castanho
rindo brincando na praia, logo depois, Ana e Geovane com esse mesmo menino
entre eles, eles sorriam com os lábios e olhos. Havia pequenos porta-retratos
com fotos de Giuliano pequeno brincando na piscina da casa.
Ela viu que havia um espaço gourmet avarandado, uma enorme rocha dava
a sustentação do teto e algumas colunas romanas mais a frente, um belo fogão de
seis bocas, uma mesa de vidro com um sofá e algumas baquetas, sofás brancos
próximo as colunas, era um paraíso particular.
— Há quanto tempo não vem aqui, Giuliano?
— Desde que meus pai morreram.
— Há vinte e sete anos então.
— Isso mesmo, cara mia! Venha, vou te mostrar o restante da casa.
Eles turistaram pela casa.
— Entre nesse quarto aqui que eu vou olhar uma coisa no outro que me
chamou atenção. — Disse ele.
— Posso?
— Claro que pode!
Ele saiu andando e ela entrou no quarto.
— Madonna mia!
O quarto era branco, na enorme cama de casal havia pétalas espalhadas,
além disso no chão do quarto também havia.
— Mas como?
Ela entrou com toda reverência do mundo e prestou atenção em todos os
detalhes, o chão de mármore, o quarto arejado e com cortinas que estavam
saboreando o vento, viu várias velas acesas num criado mudo, um ambiente bem
intimista e romântico.
Ela sentiu Giuliano a abraçar e beijar-lhe o pescoço.
— Giuliano!
— Não fale nada, cara mia!
De repente, uma música começou a tocar.
— Olha que golpe baixo, Bed of Roses do Bon Jovi. Agora entendi!
Ele sorriu, virou-a e a beijou. Prendeu-a em seus braços fortes e ela deu
acesso a sua boca e ele encontrou com a língua dela, ela não resistia mais a ele
como antes. Ela abraçou-o colocando os braços no pescoço. Ele a conduziu até a
cama, ela ia tomar a dianteira.
— Não! Deixe-me fazer isso, Giovana. Eu preciso terminar algo que não
consegui em Veneza.
— E o que é?
Ele tirou uma caixinha de veludo vermelho, em formato de rosa e abriu,
ainda abraçado a ela. Então ela viu um lindo par de alianças, uma delas com um
lindo diamante rosa octogonal, ao redor dele e em toda aliança, vários pequenos
diamantes.
— Giuliano! — Ela o olhou surpresa.
— Eu quero fazer isso direito, cara mia! Então me deixe falar.
— Está bem!
— Você entrou na minha vida de forma tão repentina e avassaladora que eu
nem sei o que te falar, a única coisa que sei é que você é a luz da minha vida, que
eu não sou nada sem você. Giovana, per favore, me aceita na sua vida e me
deixa te fazer a mulher mais feliz desse mundo! Casa comigo?
Ela ficou sem resposta. Eles ainda estavam abraços, Giuliano segurava a
caixinha e a olhava intensamente, ela viu sinceridade nos olhos dele.
— Oh sim, Giuliano! Eu caso! — Disse ela sem fôlego e derretida.
— Que bom! — Disse ele com alívio.
Ele retirou a aliança e colocou no dedo dela e ela fez o mesmo. Ele a
beijou.
— Hoje, você é só minha!
— E a ceia de Nuovo Anno?
— Isso não é importante! Quero fazer essa virada de ano somente com
você e de preferência fazendo amor nessa cama. Alguma objeção?
— Não!
— Ottimo!
Giuliano amaria Giovana lentamente, eles tinham todo tempo do mundo. Já
tinha semanas que ele esperava por isso, e agora era a hora. Ele retirou seu belo
vestido e a deitou com todo cuidado do mundo na cama de rosas, ficou por cima
dela a beijou.
Os longos cabelos dela estavam espalhados pela cama, ele pegou nas mãos
dela e as esticou enquanto a beijava e invadia sua boca com sua língua atrevida.
Giovana não estava acreditando no que estava acontecendo. Silenciou seus
pensamentos e deixou-se levar por aquele homem que se tornara tão importante
em sua vida.
Giuliano retirou o belo vestido branco perolado dela, ela estava apenas de
calcinha, ele teve a visão dos belos seios dela, estava fresca como uma flor que
acabava de tomar um banho de chuva, ele deu atenção aos seios dela colheu com
uma mão e sugou, com a outra mão trilhou o corpo dela até chegar à sua
calcinha, de forma atrevida e doce enfiou sua mão por dentro da calcinha dela,
até chegar a sua boceta.
Ele brincou com o clitóris dela até senti-la molhada. Ele sabia que ela
adorava o jeito que ele a chupava. Ele desceu até o meio das pernas dela e tirou
sua calcinha, ela olhou para com ele com aquelas duas lagoas azuis lânguidas,
seus olhos pareciam uma nebulosa, brilhavam mais do que nunca!
Giovana podia ver um sentimento nascendo dentro de Giuliano, ele a
olhava com admiração, como se fosse a primeira vez que estivesse fazendo
aquilo.
Ele se apossou dela e enfiou sua língua dentro da boceta dela e ela deu um
suspiro de surpresa e prazer, Giuliano sabia exatamente onde era o ponto dela e
explorou ali, sabia que ela ia gozar logo e ela tinha orgasmos excepcionais com
ele.
— Giuliano, não seja maldoso!
— Fica quietinha, cara mia, apenas aprecie o momento.
Giuliano continuou a explorar a boceta dela, e quanto mais ela tremia, mais
ele explorava, ele colocou o dedo na boceta dela e sentiu-a molhada. Passou a
língua da boceta até o clítoris e então massageando o clitóris dela, deitou-se
sobre ela e a beijou. Giovana puxou a camisa dele com tudo abrindo os botões e
explorou o peito dele.
Ela adorava aquele peito liso, abraçou-o e cravou suas unhas nas costas
dele e o arranhou tirando um suspiro de prazer dele. Ela sentia-o duro como uma
pedra.
— Tira esse roupa agora, Giuliano!
Ele obedeceu e ela pensou que ele iria voltar para penetrá-la, mas não foi
isso o que ele fez, ela teve a visão maravilhosa da bunda dele, ele pegou uma
champanha aberta e colocou numa linda taça de cristal voltou até ela com um
olhar atrevido e derramou um pouco do espumante na barriga dela e rapidamente
absorveu, o líquido correu para a boceta dela, mas foi interceptado pela boca
dele.
Ele novamente deu atenção à boceta dela e a sugou deixando seu clitóris
inchado e sensível. Ele massageou o clitóris dela e sentiu-a contraindo a boceta,
o que anunciava que ela iria gozar logo e foi o que aconteceu, ela lhe enxurrou:
— Giuliano!
— Ah sua terrível!
— Não para, per favore!
— Não tenho intenção alguma de parar.
Quando ele sentiu que os espamos dela haviam parado colocou a taça de
lado e a penetrou. Quando o fez, ele sentiu um frio na barriga, parecia que
alguma coisa mudara. Mas o que era? Sabia que vinha dele, de dentro dele, será
que era por que deixara de ser apenas sua amante para se tornar sua noiva?
Ele deitou-se sobre ela e a estocou com vigor, do jeito que ela gostava, ele
nunca teve pressa com ela, e aquela vez não seria diferente, ele segurou suas
mãos e esticou-as para o alto da cabeça de Giovana e a prendeu com uma das
mãos, com a outra alcançou a perna dela e a levantou, teve maior acesso a ela se
enterrou dentro dela.
Ele sabia que ia se perder dentro dela, mas não sabia que se perderia tão
rápido a ponto dela se fazer tão importante na vida dele, ela gemia baixinho e
aquilo o deixava doido. Colocou-a de quatro e puxou seus cabelos enquanto
estocava mais fundo, colocou a mão no clitóris dela e sentiu que ela ia gozar de
novo, o que não demorou muito.
— Giuliano, eu vou gozar!
— Isso meu amor, goza no meu pau! Goza bem gostoso, vai!
Ele sentiu-a apertar o pau dele e isso o motivou a acelerar um pouco mais,
enquanto massageava o clitóris dela, então ela deu aquele grito que ele tanto
amava e gozou nele. O corpo dela ficou mole e seu rosto ficou vermelho, ela
olhou para ele sorrindo. Ele lhe devolveu o sorriso, então acelerou as estocadas,
ele a virou de barriga para cima penetrou-a, levantou as pernas dela até o ombro
dele, e então meteu fundo nela e com bastante vontade. Ele deitou-se sobre ela e
a beijou, e então, Giovana sentiu o corpo dele vibrar e o som gutural que ela
tanto gostava sair da garganta dele junto com a explosão dele dentro dela.
Eles ouviram o som de fogos.
— Feliz Nuovo Anno, amore mio!
— Feliz Nuovo Anno, mio Giuliano!
Ele lhe deu um sorriso e a beijou com ternura. Era primeiro de janeiro.


Eles chegaram no vinhedo as dez da manhã, nona Isabella estava
arrumando o café da manhã quando viu os dois, estavam abraçados.
— Ah, buon anno a te.
— Buon anno, nona! — Disseram os dois sorrindo.
— Buongiorno! — Disse nono Roberto que estava sendo seguido por dona
Martina e Beatrice. — Olha os ragazzos voltaram. Onde vocês estavam?
— Eu ia perguntar a mesma coisa!
Giuliano olhou para Giovana sorrindo e com olhar de sabe tudo disse a ela:
— Mostre a eles.
Giovana sorrindo estendeu a mão e balançou os dedos enfatizando o anelar.
— Madonna mia! — Disse a nona de boca aberta.
— Já não era sem tempo! — Disse dona Martina irreverente.
— Concordo! — Disse o nono Roberto.
— Olha, mio Rober, é o anel de mostra Ana. Finalmente vocês se
acertaram. Não aguentava mais os olhares furtivos e de cumplicidade de vocês.
— Como assim?
— Vocês dão muito na cara. — Disse Beatrice com simplicidade.
— Beatrice! — Disse dona Martina.
— Mas é verdade, nona!
— Congratulazione, ragazzos! Sejam felizes, assim como nós somos e
como i tuoi genitori foram. — Disse nono Roberto.
— Grazie, nono! — Disse Giuliano sorrindo e apertando a mão do avô e
depois o abraçando.
Eles abraçaram Giovana e Giuliano.
— Vamos comemorar! — Disse nona Isabella pegando uma campanha. —
Acho bom marcarem essa data de casamento logo!
— Está bem, nona! — Disse Giuliano sorrindo.



Giuliano e Giovana voltaram de férias depois de terem viajado para alguns
lugares e nisso fecharem alguns negócios pequenos e outros grandes. Voltaram
na metade do mês de janeiro e Matt estava sentado na mesa de Giuliano quando
chegaram, lendo jornal.
— Buongiorno!
— Sai da minha mesa, seu canastrão!
— Dormiu comigo?
— Não! Você é muito peludo, já disse. E outra, quem gosta de pelos é
depiladora.
— Essa é nova!
— Aprendi com a Gio.
— Tá aprendendo muita coisa com ela, hein! Aprendeu até a ser mais
humano.
Giuliano revirou os olhos e tirou os pés de Matt de cima de sua mesa.
— Zarpa!
— Poxa, como você é insensível!
— Vai, Matt! Tenho que te dar férias.
— Eu sei!
— Então anda logo!
Matt saiu da mesa de Giuliano e sentou-se na frente dele e começou a
passar os relatórios do mês de dezembro e janeiro. Passaram a manhã inteira
fazendo isso quando Spencer chegou com a cara fechada.
— Scusami, signore Vulcano!
— O que houve, Spencer?
— O ambiente de um cliente caiu. Vamos entrar em call de crise em dois
minutos.
— Vou falar para Giovana... — o telefone tocou. — Oi Giovana.
— Call de crise agora!
— Pode transferir.
Giovana transferiu e ficou na escuta enquanto respondia alguns e-mails e
fazia a prestação de contas das viagens dela e de Giuliano. Eles ficaram naquela
call de crise até o final da tarde.
Enquanto isso, o CEO ligava para o celular de Giuliano e Giovana atendia.
— Celular do signore Vulcano, Giovana Guera. — Ela aguardou. — Sì,
signore, ele está agora no ambiente junto com toda equipe de TI para solucionar
o ocorrido. Manterei o signore informado, estou fazendo a ata. Assim que estiver
tudo certo informamos ao signore. Grazie. Ciao.
Giovana mandou uma mensagem pelo bate-papo da empresa para
Giuliano.
“Giu o CEO ligou e disse que quer saber o que aconteceu. Eu disse que
estou fazendo a ata da call de crise e que vou mandar para ele, e que assim que
o ambiente dele voltar ao normal, que avisaríamos.”
Logo veio a reposta:
“Não se preocupe,amore mio. Deixa isso comigo! Grazie!”
Ela sorriu. Sabia que nessas call de crise Giuliano não podia se distrair, até
porquê a cúpula estava reunida. Giovana viu os gerentes de Matt entrarem na
sala de Giuliano e ficarem a manhã e a tarde toda no ambiente do cliente.
E no final da tarde, outra call de crise, o sistema de uma montadora de
carro caiu. Giuliano já estava irritado, ele deu um berro da sala dele que Giovana
deu um pulo da cadeira. Ela viu Sabrina pela divisória de vidro.
— O que aconteceu Gio?
— Não sei!
— QUE INFERNO, RUBEM, COMO ESSE AMBIENTE FOI CAIR?
— A equipe está verificando, signore Vulcano!
Giovana olhou para Sabrina.
— Vem comigo, Sabrina!
— Onde vamos, Gio?
— Vamos fazer um caffè e pedir um lanche para esses meninos. —
Giovana pegou o celular de Giuliano e discou um número. — Ciao, Beatrice, a
dona Martina está aí?
— Ciao, Gio, está sim, vou passar para ela. Nona, a Gio.
— Ciao, Gio.
— Ciao, dona Martina. Per favore, a signora pode preparar aquelas
baguetes maravilhosas que a signora faz?
— Claro, para quando?
— Para agora, eu vou aí buscar!
— Nossa, ragazza! Faço sim, pode vir!
— Grazie.
— De nada.
Ela desligou o telefone e foi para a cozinha e preparou um caffè.
— Sabrina, vamos na pensão buscar uns lanches para eles, porque eles não
almoçaram, e o Giuliano quando não come fica numa irritação só.
— Coisa de italiano, o Matt é assim também.
— Vou fazer esse caffè aqui, e vamos sair já. Vou avisar ao Giuliano que
vamos buscar os lanches, vou aproveitar e pegar uns sucos de uva no estoque.
— Ottimo! Aí no caminho você aproveita e me conta sobre esse lindo anel
de noivado.
Giovana riu. Depois de preparar o caffè, ela e Sabrina pegaram alguns
copos e xícaras e as garrafas de café e foram para a recepção.
— Oi, Lisa.
— Oi, meninas. Call de crise né?
— Sim! Lisa me faz um favor?
— Claro.
— Pegue umas quatro garrafas de suco de uva branco e tinto pra mim, per
favore, lá no estoque do Vulcano.
— Claro!
— E deixa na minha mesa, tá bom?
— Pode deixar.
— Grazie.
— De nada!
Elas entraram e foram para a mesa de Giovana, deixaram tudo ali e
Giovana pegou sua carteira de cigarro e a chave do carro. Foi até a sala de
Giuliano e olhou para ele. Matt deu um cutucão em Giuliano, que olhou para
Giovana.
— Scusami, estou indo com Sabrina buscar um lanche da tarde para vocês.
Ciao!
Ela não esperou resposta e saiu. Foram para o estacionamento e de lá
chegaram rapidamente à pensão.
— Dona Martina!
— Estou na cozinha, ragazza!
— Chegamos. Dona Martina essa daqui é a Sabrina.
— Ciao!
— Ciao, ragazza! Estou cortando as baguetes, fiz o que deu.
— Tem suco?
— Sì! Na geladeira tem umas garrafas que deixei gelando, mas acho que
ainda não estão boas. Mas na geladeira da despensa tem mais, pode ir lá pegar.
Eu vou colocar os lanches nas caixinhas, me ajuda Sabrina?
— Si, signora Martina.
— Eu vou pegar os sucos.
Giovana correu para a dispensa, sabia que dona Martina era muito
metódica, havia alguns turistas aquele mês na pensão, mas como não via
ninguém de tanto que trabalhava, escutava dona Martina falar. Pegou uma
caixinha de vime e pegou algumas frutas geladinha, os sucos e algumas
panacottas.
— Dona Martina, eu peguei os sucos, umas frutas e algumas panacottas.
— Está bem. Aqui está. Vou ajudar vocês. Onde está o carro?
— Aqui na rua.
— Então vamos lá.
As três saíram com os braços cheio de coisas, Giovana ia abrir o porta-
malas quando um dos seguranças chegou.
— Eu ajudo, signorina.
— Grazie, Rubens. Vocês já tomaram caffè da tarde?
— Sì, signorina. A signora Martina não nos deixa passar fome.
— Ottimo! Estamos indo. Você vem conosco, Rubens?
— No singnorina, hoje quem vai é o Charles.
— Tudo bem. Ciao.
Elas entraram no carro rapidamente e Sabrina ficou olhando para Giovana.
— O que foi?
— Quando vai me contar?
— Quando chegar na empresa, porque aí eu conto uma vez, porque a Lisa
já me deu aquele olhar de curiosidade.
— Está bem.
Quando elas chegaram na empresa, Jake estava na portaria.
— Precisa de ajuda, signorina?
— Ah Jake, sì! Grazie!
Eles subiram pelo elevador e entraram cheio de coisas. Sorte que a sala de
Giuliano era enorme, elas pegaram uma mesa de armar e colocaram dentro da
sala, cobriram com uma toalha branca com bordado branco perolado e um
plástico, colocaram ali o café da tarde deles.
— A baguete da dona Martina é a melhor, pega aqui Sabrina.
— Sì! — Sabrina mordeu. — Huuummm, boa mesmo! Madonna mia!
— Vamos!
Giuliano viu Giovana sair da sala comendo um pedaço de baguete, com um
pratinho com um pouco de cada coisa e uma xícara enorme de café. Ele olhou a
mesa e viu uma cesta com frutas, pães de metro, panacotta, sucos, café e água,
copos e xícaras, pratos e guardanapos. Ele deu um meio sorriso. Levantou-se e
pegou um prato, colocou dois pedaços de pão de metro, uma panacotta, uvas e
café.
— Matt, vem tomar o café que minha secretária providenciou.
Então Matt viu Giuliano colocar uma uva na boca com a mão direita, viu
algo brilhando, lhe deu um sorriso de quem sabe tudo. Ele se levantou e foi até
Giuliano.
— Vai me contar o que se passa, ou vou ter que perguntar pra Giovana?
— Nós noivamos!
Matt riu.
— Eu sabia que você ia se amarrar!
— A culpa é sua, seu filho da puta! — Ele sorriu. — Muito obrigado! Se
não fosse por você, eu não teria essa doida na minha vida.
— De nada!
Era dez da noite ainda quando Giovana pediu janta para todos. O ambiente
da montadora ainda não tinha sido reestabelecido e uma série de coisas
precisavam ser feitas. Giovana sabia que Giuliano era extremamente detalhista e
perfeccionista, então nem que todos ficassem até o seguinte, ele queria nada
menos que perfeição. E ele teria!









Capítulo 23
Quando eles chegaram em Turim, Giovana fez a listagem dos funcionários
que eram do antigo dono da fazenda e junto com André, fizeram a integração
dos novos funcionários.
— Quero que todos vocês façam a integração lá na empresa. Giovana
como podemos fazer com a logística? — Perguntou Giuliano.
— Se o signore puder disponibilizar o avião, eles vão e voltam no mesmo
dia, alugamos van, que sai mais barato e eles fazem a integração na empresa.
— Ottimo! Faça isso, per favore.
— Sì! Vou pedir ao Julian que faça os planos de voo para a próxima
integração e vou alugar as vans.
— Sì! Depois me diga como as coisas ficaram e quanto custou tudo para
debitar do centro de custo do vinho.
— Está bem!
Giovana mandou os e-mails e ajudou André a fazer as integrações, até que
recebeu um torpedo. Mais fotos.
“Você sabe onde seu querido Giuliano estava ontem? Não seja burra,
garota! Ele nunca vai te amar. É muito clichê para uma pessoa só. Se eu fosse
você, desistiria dele e saia da Vulcano. Aí não é o seu lugar!”
— Mas que coisa! De novo essas mensagens?
— Está tudo bem? — Perguntou Giuliano.
— Sì! — Giovana ligou para Spencer. — Spencer, ciao!
— Ciao, Gio! O que manda?
— Rastreia um número para mim, per favore e descubra de quem é para
mim.
— Está acontecendo alguma coisa?
— Sì! Mas prefiro não comentar agora, quando voltar pra empresa eu te
conto tudo.
— Está bem, qual o número?
Giovana deu o número.
— Quando pode me dar um parecer?
— Em dois dias.
— Não pode ser mais rápido?
— Esse é o prazo mais rápido. Sabe como é invadir um sistema sigiloso
sem ser notado?
— Não!
— Logo...
— Está bem. Grazie.
— De nada!
Giovana estava tensa. Giuliano olhou para Giovana e notou a tensão dela.
Ele sentou-se ao lado dela e pegou sua mão e colocou entre as dele, olhou
profundamente naquelas lagoas azuis.
— O que foi, amore mio? O que se passa nessa cabecinha linda?
— Nada!
— Por que está mentindo para mim e para si mesma?
— Estou cansada, Giuliano!
— Quando quiser conversa e falar sério, me avisa!
Ela esfregou os olhos com impaciência.
— Precisamos conversar, mas não agora! — Disse Giovana sem brilho no
olhar.
Giuliano sentiu o chão ruir em seus pés. Ela deu dois tapinhas carinhosos
na mão dele e retirou sua mão das mãos dele, levantou-se e saiu andando por
entre as videiras. Ele sabia que quando ela se encaminhava para as videiras, era
porque queria pensar e ficar sozinha.
Ele bufou e passou a mão pelos cabelos.
— O que está acontecendo que eu não estou sabendo? Inferno!
Ele sabia que algo muito grave estava acontecendo, por mais que ela não
quisesse falar, seu rosto falava por ela. Ele não estava entendendo nada! Até a
cinco minutos atrás estava tudo bem e de repente, o calmo oceano virou uma
tempestade de inverno em sua vida. Giuliano pegou o telefone.
— Sabrina?
— Signore Vulcano!
— O que está acontecendo com Giovana?
— Como assim?
— Está sabendo de algo que não estou sabendo?
— Até onde sei, não! Posso perguntar o que aconteceu?
— Estava tudo bem a cinco minutos atrás e de repente ela ficou distante.
— O signore não fez ou falou nada para ela?
— No! Estavámos falando sobre a integração dos funcionário de Piemonte,
e aí do nada ela fechou a cara e foi para as videiras.
— Então, melhor deixá-la pensar.
— Está bem! Grazie!
— De nada!
Giuliano ia descobrir, ele olhou para a cadeira que ela estava sentada e o
celular não estava ali.
— Saco!
— Signore Vulcano!
— Sì, Pancho!
— Aqui está a lista de tudo o que precisa ser terminado e adaptado,
conforme o signore pediu, o orçamento final está com a signorina Guerra,
preciso que o signore assine para darmos andamento.
— E os estoques de uvas, toneis e vinho?
— Os funcionários já estão levantando as informações.
— Ottimo! Pode voltar para Toscana, eu cuido de tudo aqui. Você vai no
voo comercial ou vai no avião?
— Comercial, eu avisei a signorina Guerra.
— Ottimo! Depois mande para ela os comprovantes para solicitar seus
reembolsos.
— Sì! Grazie, signore! Até o próximo mês.
— Até!
Giovana passou o dia perdida nas videiras, queria ficar sozinha e em
silêncio. Por que ele estava fazendo aquilo com ela? Que merda! Pegou sua
carteira de cigarro, precisava relaxar! Não era de fumar muito, mas estava
precisando.
Ela saiu de perto das videiras e foi para uma área aberta, sentou-se e
observou o sol se pôr. Tinha muito trabalho para fazer, mas podia esperar, ela se
dedicava demais a Vulcano e ao Giuliano. Estava na hora de pensar nela. Então,
sentiu alguém sentando-se atrás dela e apoiando-se em suas costas. Conhecia
aquele cheiro e perfume, sorriu.
— Olha, eu não sei o que está acontecendo, mas quero que saiba que estou
aqui para o que der e vier, mia Giovana! Você é a mulher que eu escolhi para
ficar ao meu lado o resto da vida, ou até quando você me quiser em sua vida,
porque eu te quero na minha até os meus últimos, últimos dias, pelo simples fato
de descobrir em você a mulher forte, guerreira, batalhadora, linda, doce e
geniosa que tanto eu precisava. Gio, você não é tudo aquilo que eu queria, mas é
do jeitinho que eu precisava!
Ele se virou e a abraçou, a chuva os pegou de surpresa e eles ficaram ali.


— Giovana.
— Oi Spencer!
— Você não vai acreditar!
— Diga!
— O telefone que está te mandando essas mensagens é da Rafaela Sartori.
O coração de Giovana disparou.
— Sabia! Grazie.
— Posso te perguntar uma coisa?
— Depende.
— Por que ela está te mandando fotos dela com Giuliano e mensagens
estranhas como se vocês tivessem alguma coisa?
— Porque ela acha que nós temos!
— Acha ou tem certeza?
— Acha! Spencer, quando eu chegar, nós conversamos, me mande essas
infos por e-mail que eu vou imprimir aqui no escritório de Turim.
— Está bem!
— Grazie!
— De nada! Me deve um almoço.
— Combinado!
Giovana saiu do quarto e foi para o escritório. Acessou o computador de
Giuliano e abriu seu e-mail, ali pegou os arquivos e imprimiu. Então viu algo na
tela da área de trabalho como nome dela. Abriu o arquivo.
— Filho da mãe!
Ali estavam seus dados, seus diplomas, toda uma pesquisa feita por
Giuliano, com anotações, observações e tudo o mais.
— Filho da mãe!
Ela abriu o e-mail de Giuliano e viu uma pasta escrita “Pessoal”, então
abriu, havia e-mails e conversas entre ele e Matt.
“Você estava certo.”
“Não imagina o que vou fazer!”
“Já conversou com ela sobre aquilo?”
“Não dá mais, Matt!”
“A hora que ela descobrir, vai nos capar!”
“É um risco, não posso voltar atrás! Estou apaixonado!”
“Se fodeu, man!”
— Giovana, o que faz aqui?
Ela rapidamente fechou a tela.
— Estava imprimindo um e-mail que pedi para o Spencer me mandar. E o
que você faz aqui?
— Aqui é o meu escritório?!
— Não dê uma de bobo, Vulcano! Você nem entra aqui!
— Eu vim procurar um contrato.
— Os contratos estão todos com André.
— Giovana, o que está acontecendo?
— Eu é que pergunto!
Ele mexeu no vespeiro sem saber.
— Vicenzo, eu vou ser bem sincera.
Ele fechou os olhos colocando as mãos no rosto e inclinando a cabeça, deu
um longo suspiro. Sabia que quando ela o chamava pelo nome do meio era
porque estava encrencado.
— Fale, amore mio.
— Amore mio nada! O que é isso daqui, Vicenzo? Que merda é essa? Você
está me tirando de trouxa?
— Do que está falando, amore mio?
— Do que eu to falando? É sério, Vicenzo?
— Amore, não estou entendendo!
— Ah não?! — Ela pegou as folhas e mostrou para ele. — Que caralho é
esse daqui, Vicenzo? Que porra é essa?! Você e a Rafaela Sartori! Tá me tirando,
porra? — Ela estava uma fera e chacoalhava as folhas na cara dele.
— Do que você está falando? Você está louca, Giovana?
— Louca? Você nunca me viu louca, mas agora eu vou pagar pau de louca!
Olha esse caralho, aqui! — Ela pegou as folhas e começou a mostrar as fotos e
as mensagens para ele. — Aqui a louca! Como você teve a audácia, Vicenzo? —
Ela bateu na folha. — A coragem de pegar essa vaca enquanto me comia, seu
filho da puta! Olha essas porras dessas datas! CARALHO, GIULIANO
VICENZO VULCANO!
— Para de gritar!
— EU VOU GRITAR PORQUE ESTOU UMA FERA COM VOCÊ!
— Me deixa ver isso!
Giovana empurrou as folhas para ele. Pegou uma taça e encheu de vinho e
tomou de uma vez.
— Giovana, eu realmente tive um caso com ela, mas terminou antes de
você entrar na minha vida! Essas fotos são do ano passado, meses antes de nos
conhecermos!
— Não é isso que diz aí! Olha essas datas, GIULIANO! — Ela acendeu
um cigarro e pegou o telefone e discou. — É a Giovana, pegue o endereço para
mim daquele e-mail que você me mandou. Grazie. Ciao.
— Que endereço você quer?
— Não te interessa! Eu quero explicação do que está acontecendo.
— Giovana, eu não estou mentindo para você, amore mio!
— Não me chame de amore mio, seu filho da puta! Eu quero uma
explicação agora!
— Madonna mia!
— Madonna mia é o caralho! Quer saber de uma coisa? Vai tomar no cu,
vai a puta que te pariu! Eu não vou ficar mais aqui! Estou indo para Calabria,
você que fique aqui ou vá para o diabo que te carregue com essa vadia
desgraçada!
— Giovana você não vai a lugar nenhum!
— Você não manda em mim, Giuliano Vicenzo Vulcano!E daqui essa porra
de foto! Tá me tirando do que, Giuliano?!
— Meu amor, não estou te tirando de nada, per favore, me escuta! Me
deixa falar, per favore.
— Dois segundos, Giuliano.
— Meu amor, essas fotos são antigas, a data, se você olhar foram alteradas,
olha aqui!
Ela pegou as folhas e observou pela luz do sol. Podia-se ver que realmente
havia uma alteração. Como Giuliano era formado em TI ele sabia bem do que
falava, ele rapidamente havia visto a alteração e sabia de quando era aquela foto.
— Meu amor, essas fotos são de dois anos atrás. A Rafaela foi minha
amante por dois anos, e eu não tive só ela quando estávamos tendo um caso,
fiquei com outras, é verdade, mas depois que te conheci eu não tive mais
ninguém a não ser você.
— E quem me garante que isso é verdade?
— Meu amor,você tem acesso a toda a minha vida, você tem acesso as
minhas contas, e-mails tanto pessoal quanto profissional, celular, as minhas
casas, a minha família. Pelo amor de Dio, Giovana, seja racional!
— Não coloque o Eterno no meio da conversa, seu puto!
— Pergunta para o Matt!
— Ah que bom que falou nele! E que troca de e-mails é essa entre vocês na
sua pasta pessoal? Por que tem um dossiê meu no seu computador?
— Caralho, você olhou tudo hein?!
— Ué, mas não é para eu olhar? Não entendi!
— Você pode olhar, não tenho nada praa esconder, meu amor. Eu trocava
e-mails com ele por sua causa, eu não queria admitir que havia me interessado
por você e nem que me apaixonara feito um doido.
— E por qual motivo eu te caparia, Vulcano?
— Do jeito que você é doida, por qualquer um! — Ele jamais poderia
contar a ela o segredo que ele e Matt tinham.
— Se eu sonhar em desconfiar de algo, Vulcano, eu te mato!
— Juro, meu amor, não tem nada que você não saiba!
— Essa história está muito mal contada, mas eu vou descobrir mais cedo
ou mais tarde, e se estiver mentindo para mim, eu te capo, Giuliano Vulcano!
Ela estava saindo da sala com a papelada quando ele a pegou no braço.
— Meu amor, eu sou todo seu! Meu coração é seu, não tem porquê ter
ciúmes. Eu só amo uma pessoa, você!
— Palavras o vento leva, Vulcano! Terá que me provar!
— Sabe bem que tenho palavra, Giovana Guerra!
— Já disse, palavras o vento leva!
— Quer saber de uma coisa? Eu sei do que você está precisando! Vem
comigo! — Ele pegou-a pelo pulso e a arrastou até o andar de cima.
— Está me machucando!
— Vou te machucar mais se resistir! Seja uma boa garota e venha comigo.
— Ele a olhava com intensidade e raiva.
Ele a levou até o quarto principal, trancou-os e em duas passadas foi até
ela, beijou-a com intensidade e fogo, abraçou-a com paixão, ele estava
queimando.
Giovana o sentiu quente e duro. Já havia alguns dias que não conseguiam
um tempo para eles e a saudade batia forte no peito. Giuliano estava sempre de
cara amarrada quando estava vestido de homem de negócios. Ela não sabia qual
versão dele amava mais, se era o homem de negócios, se era o Giuliano nipote,
se era o Giuliano que se perdia com ela nas videiras... Ou se era todas as partes
da personalidade dele que formam um Giuliano só.
Ela se perdia nos beijos dele, principalmente quando sua língua invadia sua
boca e tomava conta dela. Ele puxou seus cabelos e ela deu acesso ao seu
pescoço que ele rapidamente dominuou e beijou, mordeu-lhe o lóbulo e a deixou
arrepiada. Ela lhe arranhou as costas em resposta, ele abriu sua camisa de uma
vez dando acesso a ela ao peitoral dele, ela o abraçou e sentiu o calor dele ainda
mais.
Ele trilhou o corpo dela sem pressa alguma, tirou a camisete dela puxando
com tudo e tirou sua saia pela cabeça, deitou-a na cama e sem esperar muito,
penetrou-a. Ela deu um doce e baixo gemido tragando-o para dentro de si.
Geralmente ele era muito romântico no sexo, mas ali ele não seria, estava puto
com ela, não pelas fotos, mas sim por ela dizer entrelinhas que ele não tinha
palavra.
— Eu vou te comer sem dó e nem piedade, Giovana Guerra! Você vai
saber quem é Giuliano Vicenzo Vulcano. Eu tenho palavra e cumpro!
— Essa eu quero ver!
Giuliano a fez cruzar as pernas em torno de sua cintura e a penetrou com
mais força e mais rápido.
— Peraí! — Ele tirou rapidamente seus sapatos, meia, calça e cueca.
Penetrou-a mais uma vez e deitou-se sobre ela, puxou seus cabelos e a abraçou,
beijou-a com fúria e invadiu sua boca enquanto metia nela com força e rapidez.
Ele não estava nem aí para o romantismo, ele estava com raiva e excitado.
Tinha duas semanas que não conseguia uma folga para estar com ela e ela ao
invés de parar com a provocação, não! Isso deu um ótimo combustível, iria fazer
aquela louca gozar horrores e várias vezes no seu pau.
Ele, não satisfeito, passou uma das pernas para o lado,fazendo-a virar o
corpo, apertou sua bunda e deu um tapa, deixando-a excitada e vermelha.
Ela o abraçou e gemeu bem baixinho.
— Hoje você vai gritar meu nome pra todo mundo ouvir, minha puta!
— Não mesmo!
— Ah vai!
— Jamais!
Ele novamente a virou e abriu suas pernas, então massageou o clitóris dela
que estava muito inchado, olhou para ela que estava toda vermelha e a ouviu
gemer um pouco mais alto.
— Isso! Grita pro papai aqui ouvir, minha puta!
— Não! — Ela estava sem fôlego.
Ele sentiu a boceta dela se contrair. Virou-a de quatro e a penetrou tendo
acesso maior à sua boceta e o clitóris, ele novamente colocou o dedo e começou
a mexer, por pouco tempo, Giovana gozou e chamou pelo seu nome.
— Giuliano!
— Isso, minha puta!
Ele puxou seu cabelo e bateu um sua bunda.
— Toma! Porque agora quem vai gozar sou eu, minha gostosa!
Ela deu aquele olhar de puta para ele e massageou seus testículos.
— Golpe baixo, pegando nas minhas bolas!
— Assim como você pegou no meu clitóris!
Giovana massageou os testículos dele e ele gozou soltando o som de sua
garganta que ela tanto gostava.
— Se acha que vou parar, você está muito enganada!
— O que? — Ela arregalou os olhos.
— Eu vou te rasgar todinha!
— Giuliano!
— Cala essa boquinha e me deixa te comer!
Ele puxou mais os cabelos dela e quanto mais ela gemia, mais ele metia.
Ele a deitou de barriga para cima e chupou a boceta dela, ela prendeu a
respiração quando ele colocou o dedo na sua boceta e a chupava.
Então, ele levantou-se e foi até a boca dela, ela o chupou com gosto e não
parava mais, ela adorava fazer aquilo.
— Toma aqui, sua puta, e chupa meu pau gostoso! Pra você aprender a
nunca mais duvidar da minha palavra!
Ela chupava o pau dele e massageava os testículos. Ele sentiu que ia gozar
logo, então ele a fez ficar por cima.
— Isso minha amazona. Rebola no meu pau!
Enquanto ela ficava por cima, ele massageava o clitóris dela que já estava
mais do que sensível, e ela se derramou nele mais uma vez.
— Giuliano! — Ela gritou.
— Isso, minha puta, eu falei que você ia gritar pelo meu nome!
Ele a deitou novamente e ficou em cima dela, meteu mais rápido, estava
suando, mas logo gozou mais uma vez, beijou-a enquanto se derramava dentro
dela. Aquela segunda gozada havia sido melhor que a primeira.
Quando a respiração deles se acalmou, ele saiu de dentro dela com cuidado
e deitou, colocou-a nos seus braços, beijou sua testa enquanto a entrelaçava em
suas pernas e braços. Ela dormiu ouvindo as batidas de seu coração e sua
respiração.
Eles voltaram para Reggio Calabria naquela semana.Giovana foi para o
setor de TI e foi diretamente a mesa de Spencer.
— E aí, seu trouxa!
— Fala, sua otária!
— Aqui, você conseguiu ver o que te pedi?
— Sì! Aqui está o endereço dela.
— Obrigada!
— O que você vai fazer?
— Você vai ver!
Giovana saiu com um sorriso maquiavélico no rosto.
— Eu tenho medo de você, Giovana!
— É bom ter mesmo, Spencer! — Disse ela pelo corredor.
Aquela tarde, Giovana deu um passeio pelo luxuoso shopping, fazia tempo
que ela não saia para comprar algumas coisas. Sabrina e Lisa foram com ela.
— Giuliano, eu adiantei meus trabalhos da semana.
— Sì! E o que você precisa, amore mio?
— De uma tarde livre e só de garotas!
— Se a Sabina estiver livre, por mim tudo bem!
Ela deu a volta e o abraçou e lhe deu um beijo na bochecha.
— Já disse que você é o melhor patrão do mundo?
— Não! Mas pode dizer se quiser!
Ela riu:
— Bobo!
—Vai lá, minha linda! Quer o cartão?
— Não! Eu nem consegui gastar meu salário esses meses.
— Pega logo meu cartão!
— Não, Giuliano!
— Fica quietinha e pega logo! Você vai na boutique de uma amiga minha.
O nome dela é Adriana Rossi, na verdade, o Francesco Rossi, marido dela, é
meu amigo.
— Entendi!
— Vou ligar para ele e pedir que eles te atendam.
— Então, mas eu vou fazer minhas unhas, cabelo...
— Vai tirar sua tarde de folga com as meninas, vai! Você anda muito
estressada.
— Verdade!
— Então, vai meu amor, e não se preocupe com nada.
— Tudo bem!
— Vem cá me dar um beijinho, vem.
Ela riu e o beijou. Ele lhe deu seu cartão platina e ela partiu. Ela passou
pela mesa de Sabrina.
— Está pronta?
— Claro! — Ela se virou para Matt que as olhou sem entender nada. —
Tchau, Matt! Até amanhã.
— Como assim?
— Estamos indo para uma tarde de meninas. Quer vir conosco? Vamos
fazer cabelos, unhas, depilação...
— É bom mesmo, Matt, você ir. Eu não gosto de pelos. — Disse Giulinao
atrás de Giovana fazendo-as rir.
— Sai fora! Prefiro minha navalha! Tchau meninas!
— Tchau!
Elas passaram pela recepção e viram Lisa pegando sua bolsa.
— Me esperem!
— Bora!
Quando as garotas saíram, Matt e Giuliano foram para a descompressão.
— Agora me conta!
— Eu a levei na casa dos meus pais.
— Mentira!
— Verdade! Passamos o ano novo na cama, depois que eu a pedi em
casamento. Matt, acho que vou voltar para lá.
— Cara, são três horas de viagem de lá para cá.
— Eu administro a empresa de lá, simples!
— Giuliano, eu não estou te reconhecendo. Calma! Você não é de deixar a
empresa nas mãos de ninguém, cara!
— Lo so. Mas, preciso de um descanso, desde que assumi a empresa da
família e abri o braço de TI, não tenho férias. Aliás, finalmente tive um mês de
descanso. Você me conhece, Matt, sabe bem que eu só trabalho.
— Isso é!
— E casando com essa doida, vou ter que ter muito tempo para ela. Ela é
ligada no quinhentos e cinquenta. Eu não sei como ela consegue adiantar o
serviço da semana.
Matt sorriu como um sabe-tudo:
— Ela é brasileira! As brasileiras são as melhores secretárias e comissárias
do mundo. Eu estava certo!
— Verdade!
— E o que você pretende fazer?
— Não sei, Matt!
— Acho melhor conversar com a Gio.
— Sim. Eu vou para Piemonte novamente e lá eu converso com ela,
melhor assim!
— Melhor mesmo, eu a conheço e ela odeia ser a ultima a saber das coisas.
— Ela me capa!
— Por isso que estou falando que deve conversar com ela direito, ela é
uma mulher centrada e vai entender os seus motivos.
— Ainda não, Matt!
— Uma hora ou outra ela vai descobrir, e aí vai ser pior, amico mio.
Giovana ao mesmo tempo que ela é oito, vai ser oitenta. Ela é escorpiana!
— E eu taurino, grande coisa!
— Acho que é por isso que dão certo!
Giuliano revirou os olhos.
— Alguém está mandando fotos antigas minhas com a Rafaela para a
Giovana.
— O que? Mas como?
— Não sei! Vou ter que trocar o número da Giovana. Ela conseguiu
imprimir as fotos e mensagens e esfregou na minha cara.
— Seu passado te condena.
— O problema é que estão mandando como se isso estivesse acontecendo
hoje e não no passado, entendeu? Como se eu estivesse com ela e com a Rafaela.
— E por falar nisso, você já entrou com o processo?
— Falei com o jurídico, pegaram toda a documentação e entraram com
processo, pegamos as filmagens e tudo o mais, agora é aguardar. O Sartori e a
Rafaela vão me pagar.
— Será que não é ela quem está mandando as mensagens para a Gio?
— Pode ser! Não duvido nada daquela louca! A Giovana está uma fera
ainda, ela não fala nada, mas eu vejo nos olhos dela que ela não acredita em uma
palavra minha!
— Palavras o vento leva, Giuliano.
— Lo so. Mas a verdade vai aparecer, uma hora ou outra e ela vai saber
que sou inocente nessa história.
— Inocente, inocente,você não é né?
— Como é?
— Amico mio, você era o solteirão mais galinha que a Calábria já
conheceu, você é um playboy que trocava de mulher como troca de cueca, aí
você fica dois anos com Rafaela, ela acha que te fisgou e falou em casamento e
você pulou fora, mesmo ela sabendo que só era um caso conveniente. Aí você
conhece a Giovana e se apaixona por ela, cara até eu ficaria emputecido. Mulher
nenhuma gosta de ser tratada como descartável, aliás, ninguém gosta.
— Ela sempre soube que era temporário, me deu porque quis!
Matt bateu a mão na testa.
— Faz isso com a Giovana que ela te capa e eu ajudo.
— Você não pode falar nada. Na sua cama cada dia tem uma loira
diferente, só pro seu ego, porque a Sabrina não te quis por ser um galinhão
também.
— Não é bem assim!
— É sim e você sabe disso!
Matt colocou os dedos no ouvido:
— O que? Não estou escutando!
— Está me escutando sim!
— O que? La, la, la, la...
Eles saíram andando.
— Vamos meninas, tudo por minha conta hoje. Minha não, do Vulcano!
— Ele deu o cartão?
— Deu, não me deixou gastar nada do meu dinheiro.
— Estou precisando de um homem desses. — Disse Lisa.
— Nem me fale! — Disse Sabrina.
— Você tem o Matt, pare de reclamar!
— Eu não tenho nada, Lisa. O Matt não é nada meu!
— Porque você não quer. — Disse Giovana.
— Não é bem assim.
— É sim e você sabe disso. O Matt beija o chão que você pisa.
— Se fosse isso mesmo, ele não seria tão galinha.
— Mais biscateiro que o Vulcano, não tem. —Disse Giovana com
simplicidade. — Mas, vamos logo entrar nesse salão e ter um dia de meninas.
— Bora! — Disseram Lisa e Sabrina juntas.
Elas entraram:
— Buon pomeriggio, signorinas!
— Buon pomeriggio, me chamo Giovana Guerra e tenho um horário para
mim e minhas amigas.
— Ah sì, o signore Vulcano avisou. A signorina é noiva dele não é?
— Sì!
— Venham comigo! Vou deixa-las nas mãos das minhas melhores
cabeleireiras e manicures.
— Grazie!
— Gio, como ele sabia que vinhamos aqui?
— Não sei! Acho que ele viu minha agenda. Enfim, depois vamos numa
boutique de um amigo dele.
— Ottimo! Adoro compras.
— Três.
O gerente levou as garotas para três cabeleireiras e manicures:
— Aqui, garotas, fiquem à vontade! — Ele se dirigiu até as profissionais.
— Essa é Giovana Guerra noiva do signore Giuliano Vulcano.
— O bonitão? — Uma delas perguntou eufórica.
— Ananda!
— Ele mesmo. — Disse Giovana sorrindo.
— Scusami, signorina!
Giovana sorriu.
— Eu te entendo!
— Vamos garotas, já chega dessa conversa! — Disse uma delas. — Sente-
se aqui, signorina Guerra.
Elas estavam conversando e a cabeleireira virou a cadeira de Giovana e
uma outra de uma cliente, então Sabrina e Lisa arregalaram os olhos quando
viram quem era.
— Ora, se não é a noivinha do meu amante!
— Oi Rafaela.
— Pergunta, por acaso você tem dinheiro para pagar o valor dos serviços
daqui desse salão para você e suas amiguinhas?
— Por que? Você quer pagar? Ah, eu me esqueci, você não pode! O
Giuliano não te banca mais, não é?! Esqueci desse detalhe, desculpa! Eu, ao
contrário de você, tenho dinheiro para isso. Tanto é que estou vendo que você só
cortou os cabelos, não é? Ora, se poupe, me poupe e nos poupe, per favore.
— Olha aqui, sua frangota...
— Epa! Pode parar! — Giovana não saiu do salto. — Meu amor, entenda
uma coisa, ele não terminou com você para ficar comigo. Foi bem o contrário!
Ele terminou com você só Deus sabe porquê. Então, sua raiva tinha que ser
direcionada para ele e não para mim. Me atacar não vai adiantar nada.
— E você acha mesmo que o Giuliano só tem você?
— E por que você quer tanto que eu saiba se ele tem outra ou não?
— Giovana, deixa essa desclassificada pra lá, o signore Vulcano a deixou
porque, ela além de ter uma personalidade fétida, ela só servia de pinico pra ele.
— Disse Sabrina.
— O complô de secretinas está armado!
— Secretina é a senhora sua mãe! — Disse Sabrina levantando-se e
apontando o dedo para Rafaela.
— Meninas, acalmem-se, per favore.
— Olha, Renné, eu não sabia que agora estava aceitando qualquer
bagaceirinha aqui no seu salão. — Disse Rafaela cruzando os braços. — Saiba
de uma coisa, bagaceira made in Brasil, o Giuliano quando não está com você,
está na minha cama!
— Jura? Sabe o que é mais engraçado?
— O que?
— Além de eu dormir na cama dele todos os dias, olha só. —Ela mostrou o
anel com o enorme diamante rosa valiosíssimo. — Ele colocou um anel de
noivado na minha mão. Por que ele não colocou na sua?
— Por pouco tempo!
— Only time will tell.
— O que?
— Além disso é burra! — Disse Giovana virando as costas.
Nisso ouviu-se um grito de Sabrina e Lisa, e um armário atrás de Giovana
passou por ela com tudo e quando Giovana viu, Jake estava jogado no chão
segurando Rafaela, uma mão segurava o pulso de Rafaela, que segurava uma
tesoura enorme e afiada. Jake apertou o ponto no ouvido.
— Signore Vulcano, a signorina Guerra quase sofreu um atentado, per
favore, venha logo para o salão.
Giovana arregalou os olhos.
— Ia me pegar a traição, sua vadia!
Rafaela deu um grito.
— SUA BAGACEIRINHA MADE IN BRASIL, EU VOU ACABAR
COM VOCÊ! O GIULIANO NÃO TE AMA E NEM TE QUER, ELE SÓ ESTÁ
BRINCANDO COM VOCÊ!
— Fale o que quiser, eu não ligo!
Quando Giuliano chegou, Jake ainda segurava uma Rafaela descabelada, e
Giovana estava terminando de fazer as unhas.
— O que aconteceu? Luz da minha vida, você está bem?
— Estamos ótimas. Essa doida que queria discutir comigo e quando eu dei
as costas, ela tentou enfiar uma tesoura de costura nas minhas costas.
— Vamos todos para a delegacia agora! Graças a Dio cheguei rápido.
Nisso, Giovana viu Matt abraçando Sabrina e Lisa.
— Vocês estão bem, meninas?
— Sì! É só o susto mesmo!
— Excelente, meninas. — Disse Giuliano, amparando as três junto com
Matt. — Vamos para a delegacia.
— Giu, per favore, eu não quero terminar o dia numa delegacia. Eu quero
ir para casa!
— Tem certeza?
— Sim, ela é uma desequilibrada, coitada! Ela não conseguiu superar ainda
o término. Bom, eu entendo. Um homem como você que banca uma mulher em
tudo, até eu que sou mais boba!
Giuliano sorriu e a beijou.
— Vamos, amore mio! Matt, meninas, podemos ir?
— Sì!
Giuliano olhou para Jake.
— Grazie, Jake, por salvar a vida da mulher da minha vida.
— Estou aqui para isso, signore Vulcano.
— Pode soltá-la, vamos para casa.
— Sì!
Capítulo 24
— Que dia, Dio mio!
— Essas daí são suas pontas soltas, Vulcano! Vou ter mais alguma para
enfrentar?
— No! Scusami, mia bela.
— Só vou te perdoar no dia em que essa doida me deixar em paz, e eu nem
terminei de fazer minhas coisas. Vou no final de semana sair com as garotas.
— Tudo bem! Quer ficar aqui hoje?
— No! Quero minha cama.
— Per favore, fica comigo hoje!
— Vem comigo, oras bolas. Assim você fica falando mal do meu caffè com
a dona Martina.
— Ela não vai se importar se dormirmos juntos?
— E quem disse que vamos dormir juntos?
— Ué? Somos noivos e vamos nos casar logo.
— E daí?
— Você está se achando muito, sua made in Brasil.
— Ah, falo o made in Paraguai.
— Ei, eu sou italiano.
— Não, no máximo você é vira-lata.
— Olha só!
— Nem lá e nem cá.
— Agora você me paga!
Giuliano a colocou no ombro e levou-a para o quarto.
— Vulcano! Eu vou te beliscar.
— A vontade!
Giovana começou a beliscar a bunda dele. Ele tinha uma bunda tão gostosa
que ela sempre quis beliscar. Ele a jogou na cama e deitou-se sobre ela fazendo
cócegas. Ele amava a risada dela, ela o fazia feliz.
O telefone de Giuliano tocou. Ele atendeu:
— Ciao, Matt!
— Vem pra empresa agora! Estamos na Sala de Trevi.
— O que houve?
— Queda do ambiente do hospital. Tá todo mundo aqui na maior correria.
Rápido! Traz a Gio.
— Puta que pariu! Estamos indo. — Ele desligou o telefone. — Vamos,
amore mio.
— O que aconteceu?
— Queda do ambiente do hospital, vamos!
— Puta que pariu! Bora!
Giuliano e Giovana saíram correndo para a empresa. Chegaram na empresa
como um pé de vento.
— Onde está o pessoal?
— Na Sala de Trevi.
Eles foram para a enorme sala, Giovana já achou estranho, estava tudo
muito quieto. Eles abriram a porta e todos gritaram:
— SURPRESA!
Eles ficaram de boca aberta. Podia-se ler num varal:
CONGRATULAZIONI ALLA COPPIA.
— Felicidades ao casal! — Disse Matt levantando uma taça de champanha.
Todos bateram palmas.
— Madonna mia!
— Vocês sabiam de tudo, né, suas piriguetes! — Disse Giovana abraçando
Sabrina e Lisa.
— Claro! Estamos preparando isso desde quando noivaram. É uma forma
de dizermos o quanto amamos vocês, mesmo você sendo um carrasco Giuliano.
Mas a Gio amoleceu seu coração.
— Vocês são umas bruacas.
— Mas você nos ama!
— Sì!
Todos os funcionários vieram cumprimentar Giuliano e Giovana. Ele
percebeu como ela era amada pelos seus funcionários e que ela conhecia a todos.
Giovana viu um lindo bolo clássico de noivado, de três andares, cheio de
bordado e flores, docinhos por toda mesa, champanha e vinho espalhados
estrategicamente.
— Ah gente, nem sei o que falar. — Disse Giovana derretida.
— Mas eu sei. — Disse Giuliano. — Todas as palavras que dissermos não
serão suficientes para agradecermos pelo que fizeram para nós. Sei que foi por
causa da Gio, porque vocês a amam pelo que ela é, enquanto eu sou mais,
digamos assim, seco e distante. O que vocês fizeram para ela, fazem para mim.
Grazie mille. Se eu me tornei um homem mais humano, foi por causa dessa
doida que vocês conhecem como minha secretária.
Eles riram a bateram palmas.
— A Vulcano & Company são vocês, e eu sou muito feliz aqui, pessoal.
Grazie mille. — Disse Giovana.
— Gente, vamos comer, porque eu estou com fome. — Disse Matt
irreverente.
Giovana olhou tudo encantada, havia balões branco pérola dentro de balões
transparentes, camélias por toda parte e um fotógrafo. Ela viu no topo do bolo
um noivinho italiano e uma noivinha brasileira,
— Venha, amore mio, vamos deixá-los se divertir e vamos observar os
detalhes.
— Vamos, Vulcano.
A decoração provençal era um charme a parte, Lisa e Sabrina conheciam
bem o gosto de Giovana e fizeram tudo muito bem elaborado. Eles olharam a
mesa de doces, havia camafeus, bala baiana, macarons, copinhos de chocolate
recheado e decorado com cereja, mini cupcakes, trufas de chocolate amargo com
vinho, caixeta de frutas vermelhas e uva, doce de uva, suspiros coloridos,
mashmellows e tudo o mais que Giovana gostava. Havia uma estação de crepe,
saladas e massas.
— Elas pensaram em tudo, Giuliano!
— Sì!
— Eles nos enganaram direitinho.
— Tre figli di puttana.
— Concordo!
As lembrancinhas eram caixinhas de madeira, Giovana abriu e ficou de
boca aberta.
— Giuliano, olha.
— Madonna mia!
Dentro da caixinha havia uma garrafa de trezentos e setenta de vinho
Vulcano, uma caixinha escrita “Sospiri D'Amore”, um sabonete em formato de
coração com duas alianças entrelaçadas em sachê, seis uvas brancas e tintas
banhadas no chocolate representando Giuliano e Giovana.
— Que lindo! Vou separar uma para nós. — Disse Giovana serelepe. —
Adoro essas coisas.
— Aposto que você só vai nas festas por causa das lembrancinhas.
— São as melhores! Toma Vulcano.
— Giovana! — Chamou Sabrina.
— Eu!
— Vem cá, per favore.
— Já volto! — Disse ela a Giuliano.
— Vai lá. — Disse ele pegando a caixinha que ela lhe dava.
Ela foi até Sabrina e Lisa.
— Gostou? — Perguntou Sabrina insegura.
— Eu amei! Grazie, meninas! Não imaginam como estou feliz, parece que
vou explodir!
— É que vocês não viram os presentes dos clientes e dos funcionários que
vocês ganharam.
— Oi?
— Pois é, cada setor se juntou e fizeram uma vaquinha e compraram um
presente para vocês. Matt, Lisa e eu organizamos tudo. Os clientes quando
souberam ficaram tão felizes que perguntaram no que poderiam ajudar.
— Mas como eles souberam?
— Nona Isabella!
— Papai! — Disse Giovana batendo a mão na testa. — E vocês já sabiam,
né?
— Sim, mas queríamos detalhes! Por isso que Matt e eu ainda não saímos
de férias. E os clientes estão vindo, hein.
— Mentira!
— No!
Quando Giovana percebeu, a enorme sala estava cheia e Giuliano
cumprimentava tanta gente e tantos clientes, ele olhou para ela lhe dando um
olhar significativo.
— Eu vou lá, meninas. — Ela as abraçou. — Grazie!
Giovana foi rapidamente para o lado de Giuliano receber os convidados. Já
era mais de oito da noite quando ficaram apenas Giovana, Giuliano, Matt,
Sabrina e Lisa.
— Não sabemos como agradecer! Muito obrigada! — Disse Giovana. —
Foi tão delicado da parte de vocês. Não sei como agradecer.
— Agora eu sei porque veio um estoque anormal de vinho para cá. Coisa
da nona, né, Matt?
— Sì! E foi ela quem nos falou que vocês noivaram, pena que ela não pode
vir, mas mandamos parte da festa para lá.
— Julian!
— Sì! Sabe como é difícil esconder as coisas de vocês? Cara, eu achei que
ia enfartar quando a Gio perguntou se não íamos tirar férias, essa era a nossa
última missão. Amanhã estamos de férias!
— Glórias! — Disse Sabrina levantando os braços.
Eles riram.
— Vão para casa, então. Boas férias e muito obrigado por tudo.
Nas semanas seguintes, Giovana ficou com as atividades de Sabrina além
das dela com a ajuda de Lisa, e Giuliano assumiu as coisas de Matt junto com
Spencer.
— Gio, já pensou no que vai fazer com aquele endereço?
— Não!
— Veja bem o que vai fazer, viu.
— Pode deixar! — Giovana foi para a sala de Giuliano. — Giuliano,
chegou uns convites de coquetéis.
— Quais são os dias?
— Todos para quarta-feira em diante, e tudo black tie.
— Tem algum que bate os dias?
— No! Tem um interessante, de premiação das melhores empresas de TI da
Itália, tem outro do ramo vitivinicultor.
— Temos que ir em todos, a Vulcano sempre concorre. Ganhamos dois
anos seguidos, quem sabe não ganhamos esse terceiro.
— Seria uma boa! Posso responder positivamente a todos então?
— Pode! Já sabe o esquema, não é?
— Sì! Tenho que comprar vestidos novos. A Lisa pode ir conosco?
— Pode!
— Ótimo! — Disse ela empolgada. — Eu vou avisá-la.
— Não esquece de colocar na agenda.
— Claro, signore Vulcano!

Os paparazzi estavam fervorosos àquele dia. Giuliano deu o braço para
Giovana e Lisa, o vestido black tie das duas eram diferentes. O de Lisa era azul
royal de alça e atrás era transparente com um bordado, seus cabelos estavam
presos num coque frouxos e cheio de mechas soltas.
O vestido de Giovana era magenta e frente única cheia de pedrarias que
desciam até as coxas e na barra do vestido havia os mesmos desenhos das
pedrarias, os cabelos estavam presos num coque grego com adornos rosa e prata.
Giuliano sabia que Giovana estava com vergonha, mas estava se saindo
bem, eles entraram no coquetel de premiação de melhor empresa do ano.
Sentaram-se nas cadeiras e pouco tempo depois a festividade começou.
Foram dados prêmios a diversas áreas e quando chegaram à área de TI, Giuliano
ficou tenso:
— Agora é a hora da verdade, amore mio.
— Sì!
— Bouna Notte a todos. Agora vamos premiar a melhor empresa de TI
italiana. Todos sabem os critérios, não é mesmo?
— Sì!
— Mas, teve uma empresa que foi muito prejudicada por um ataque
cibernético e informações foram vazadas, mas graças a agilidade e transparência,
os dados vazados foram rapidamente recolhidos e protegidos. Tudo isso por um
vírus interno. O CEO dessa empresa juntou seus clientes afetados e foi sincero,
levando um prejuízo de cem mil euros, pelo menos, e mesmo assim, os clientes
não foram afetados externamente e quase ninguém percebeu o que aconteceu.
Vocês estão sabendo hoje porque os clientes vieram nos contar e pediram que
fálassemos sobre isso, não como punição, mas sim pela forma com que foram
tratados, pela honestidade, transparência e rapidez do seu CEO e equipe. Então,
o prêmio de TI esse ano vai para a Vulcano & Company.
— Ah, não acredito! Vai lá, Giuliano! — Disse Giovana sorrindo. Ele lhe
deu um beijo e foi para o palco.
Giuliano recebeu o prêmio e começou a discursar:
— Quero agradecer a todos que votaram na Vulcano, uma empresa familiar
que me foi passada pelo meu pai, e até hoje guardo os seus valores e preceitos.
Mas também quero dar uma agradecimento em especial a uma pessoa que entrou
na minha vida e a mudou completamente, me ensinou um pouco mais sobre
humanidade, humildade e simplicidade, entrou na minha vida como um furacão
e colocou tudo no seu devido lugar. Se não fosse por ela, hoje, a Vulcano não
estaria recebendo esse prêmio de excelência, mia Giovana, grazie por tudo o que
você é e representa na minha vida, não só na minha vida, mas para os
funcionários e para a Vulcano & Company, esse prêmio é seu! Te voglio tanto
bene, amore mio! — Ele lhe mandou um beijo e ela retribuiu.
— Aaaaahhhhh!!!! — Várias mulheres suspiraram e a foto de Giuliano e
Giovana apareceu no telão.
— Você é tudo para mim, se eu sou o que sou, a culpa é sua!
Ela sorriu sem graça, ele desceu e novamente foi chamado na área de
vitivinicultura como melhor empresa para se trabalhar e melhor vitivinicultor.
Eles estavam no coquetel comemorando quando Giuliano foi para o carro
levar os prêmios, Giovana viu que Rafaela a fuzilava com o olhar, Rafaela foi
para o banheiro e Giovana olhou para Lisa:
— Vem comigo, Lisa. Tenho que acertar umas contas!
— Agora, amiga!
— Quero que coloque um aviso de banheiro quebrado e fique na porta.
— Sì! Pena que não vou poder assistir.
— Mas vai ver o resultado!
Lisa pegou o aviso e ficou na porta assim que Giovana entrou. Rafaela
estava passando batom e viu Giovana trancando a porta:
— Ih! Olha só, eu não gosto desse lado não hein!
— Eu vim aqui para te dizer umas coisinhas que eu não pude aquele dia!
— Eu vi os prêmios que o mio Giuliano recebeu. Mas você sabe né?
Quando ele te deixa naquela espelunca de pensão, ele vem para a minha cama.
— Palmas para Rafaela! — Disse Giovana dando um tapa na cara de
Rafaela com um dos seus anéis de formatura.
— Você está louca? — Perguntou ela colocando a mão no rosto
machucado.
— Cala a boca, não fala comigo! — Giovana deu outro tapa, fazendo com
que Rafaela escorregasse. — Esse é por ter tentado acabar com a Vulcano com
seu planinho fétido. — Ela se ajoelhou e prendeu as mãos de Rafaela nas pernas
e sentando entre a barriga e peito dela.
— Sai de cima de mim!
— Já disse para não falar comigo! Você está proibida de falar comigo! —
Ela deu mais um tapa. — Esse é pelas suas mentiras sujas, tentando me colocar
contra o Giuliano mandando fotos de dois anos atrás. — Giovana deu mais um
tapa. — Sua cachorra! — Mais um tapa. — Esse é por você ter tentando contra
minha vida no cabeleireiro! — Outro tapa. — Sua cachorra! — Outro tapa. —
Vabagunda! — Outro tapa. — Piranha! Sua piranha!
Giovana bateu tanto em Rafaela que se cansou.
— Para! — Disse Rafaela chorando.
— Cala a boca! — Giovana deu outro tapa. — Escuta bem, sua vadia!
Escuta bem! Está vendo isso daqui? — Disse ela apontando para o enorme
diamante rosa. — Está vendo? Olha bem, sua piranha, é meu! Nem você e nem
ninguém irá tirar isso de mim, sabe por que? Porque diferente de você, eu tenho
caráter e vergonha na minha cara! Olha bem pra mim, sua vaca! E escuta o que
vou dizer: eu sei ser uma dama, — ela deu um suspiro profundo e continuou. —
mas também, sei ser chave de cadeira, querida!
Giovana levantou-se e foi até a pia e se olhou no espelho, ela lavou as
mãos, secou-as, ajeitou os cabelos e passou batom. Giovana saiu do banheiro
com toda dignidade do mundo, Lisa estava esperando do lado de fora.
— Agora, vamos pegar umas bebidas e uns petiscos para disfarçar, Lisa.
— Certo!
Giovana e Lisa foram para a mesa de petiscos e pegaram bebidas e
rapidamente beberam algo e depois pegaram mais um copo, deram umas voltas
pelo belo salão, conversaram com alguns empresários e suas esposas, nisso
Giuliano veio ao seu encontro.
— Amore mio, estava te procurando!
— Lo so. Eu e a Lisa estávamos conversando com alguns empresários e
bebemos até mais do que devíamos, não é Lisa?!
— Sì!
— Querem ir para casa?
— Ainda não! Vamos esperar mais um pouco, mas sem beber, não é Lisa?
— Per favore.
— Está bem, meu amor. Tive um encontro desagradável com o Sartori, ele
recebeu a intimação e achou ruim.
— Ah que palhaço!
Giovana não viu mais Rafaela e nem Sartori pelo resto da noite.
— Lisa, amanhã você descobre onde a fofa está, per favore, quero fazer
uma visita!
— Faremos, amiga!
No dia seguinte, Lisa conseguiu descobrir onde Rafaela estava e comprou
um lindo buquê de flores.
— Giuliano, preciso ir visitar uma amiga acamada.
— Tudo bem, amore mio!
— Vou levar Lisa comigo.
— Não se demorem, ok?!
— Pode deixar!
— Vem cá me dar um beijinho!
Ela sorriu e o beijou, saiu rebolando o enorme traseiro. Quando chegaram
no hospital passaram pela recepção e esperaram um pouco até subirem ao quarto
de Rafaela.
Giovana bateu na porta.
— Pode entrar!
Ela abriu a porta e viu Rafaela com os olhos e o rosto roxos.
— Ah não, o circo do horror está na cidade!
— É verdade! Só olhar para a sua cara, Rafaela! Olha Lisa, aqui está a obra
de arte que foi feita ontem.
— Amiga, que arraso! Olha até trouxemos flores para te alegrar! E um
espelho para você se admirar!
— Saiam daqui!
— Eu só vim te dar um aviso, querida, mexe de novo comigo e com o
Giuliano, que vai ser bem pior.
— Isso mesmo, e a Gio terá ajuda! Porque eu serei uma das primeiras,
porque foi uma pena eu não poder ter te dado uma surra também.
— Saiam daqui!
— Está avisada, Rafaela! Se você ou seu irmão tentarem nos prejudicar, o
bicho vai pegar pro seu lado e pro lado do seu irmão. Capisce?
— Sì!
— Não ouvi!
— Entendi!
— Ottimo! Tchauzinho querida, uma excelente recuperação! — Giovana
jogou um beijo e colocou seu óculos escuros estilo Chanel e Lisa deixou as
flores em cima da cama e também jogou um beijo para ela e as duas saíram
andando.
Quando saíram do hospital no carro, Lisa comentou:
— Você não vale nada, amiga!
— Eu?
— Sì!
— Nem ligo!
— Está se sentindo melhor?
— Sì!
— Ottimo!
Elas voltaram para a empresa.
— Giovana, per favore, agende uma conferência ainda hoje em todos os
vinhedos e aqui.
— Sì, Giuliano!
— Quero contar as novidades.
— Está bem! Mas acho que para hoje está muito em cima, hein.
— Manda o comunicado, é coisa rápida.
— Tudo bem.
Giovana montou o comunicado e mandou para Giuliano aprovar, assim que
foi aprovado, ela disparou. Na hora marcada, Giuliano entrou em
videoconferência com todos os funcionários, inclusive Matt e Sabrina.
— Sente-se aqui, mia Giovana!
— Aqui estou.
— Buon pomeriggio, pessoal. Solicitei essa videoconferência para dar as
últimas novidades sobre as premiações de ontem. A Vulcano & Company
ganhou três prêmios, de melhor empresa TI, de melhor empresa de
vitivinicultura e melhor empresa para se trabalhar. Eu quero agradecer a vocês,
porque vocês são e fazem a Vulcano. Então, como forma de agradecimento, eu
Giuliano Vulcano, vou liberar um bônus para todos os funcionários. Eu estudei o
budget junto com o financeiro e no próximo pagamento todos receberão um
bônus, para isso eu usarei meu pro-labore. Nada mais do que justo. Obrigado por
fazerem a Vulcano a melhor empresa de TI, vitivinicultura e para se trabalhar.
Tenham um excelente dia.
Giuliano terminou a videoconferência e olhou para Giovana.
—E então? Como me saí?
— Muito bem, signore Vulcano. Estou impressionada! Quando o signore
quer, o signore é até educadinho. Parabéns!
— Grazie!
— Me responde uma coisa, Giu.
— Sì, cara mia.
— Qual o valor desse bônus?
— Um salário.
— Bacana da sua parte.
— Eu dependo deles, cara mia. Aliás, de todos.
— É uma via de mão dupla, não é? Um precisa do outro.
— Isso mesmo. E graças a você, eu tenho despertado esse meu lado mais
um humano.
— Olha, estou me sentindo lisonjeada.
— Tem todo direito.
Giovana riu.
— Sente-se aqui ao meu lado. — Ela o fez. — Venha para casa comigo
hoje.
— Giuliano, você sabe que não dá.
Ele pegou o telefone e discou um número.
— Ciao, signora Martina. Tudo bom? Só estou ligando para avisar que a
Giovana vai para minha casa hoje, está bem? Ottimo! Ciao! — Ele desligou o
telefone e olhou para ela. — Tudo certo, mia dolce Giovana.
— Só você mesmo!
A noite, Giovana pegou uma muda de roupas na pensão e de lá, e se dirigiu
para a casa de Giuliano que a esperava. Quando entrou no apartamento, Giuliano
ouvia Bon Jovi e jogava uma massa verde para o alto. Giovana foi assaltada pelo
aroma de creme branco, ela o viu temperar uma salada com limão siciliano ao
som de Living On Prayer.
— Olha que visão interessante! — Disse ela cruzando os braços e o vendo
somente de samba-canção, avental e chinelo. Ele se virou e ela riu, no seu
avental estava desenhado um corpo de mulher de biquíni. O contraste do homem
de mais de um metro e noventa e o desenho era gritante e ridículo ao mesmo
tempo, Giuliano sorriu para a risada de Giovana.
— Coisa do Matt!
— Vocês dois são um caso sério! Giuliano, precisamos ir para Piemonte.
— Sì, o mais rápido possível, quero te mostrar a colheita das uvas, mas nas
próxima semana será o jugamento do processo que movi contra o Sartori.
— Já?
— Graças a Dio! Aquele cretino vai me pagar!
— Graças a Dio a empresa não perdeu nenhum cliente.
— Pelo contrário, estamos cheios de visitas, tanto na vitivinicultura quanto
no TI.
— Eu sei, o pessoal do marketing está me deixando doida, cada um quer
um horário e data do outro, nessa semana agora teremos as visitas de TI, depois
dos dois braços e por último, da vitivinicultura. Agora que sabem que a empresa
tem Piemonte, todos querem ver.
— Então, se organiza. Eu preciso ir para casa, ver como estão as coisas.
Iremos no final de semana, tudo bem?
— Tudo bem. Não sei para que tantas casas, você não pode morar em todas
ao mesmo tempo.
— Mas são minhas e é isso que importa. — Disse ele num leve tom de
reprimenda.
— Desculpe, não tenho nada a ver com isso.
— Terá! E vai ter que se acostumar a isso, cara mia. Tenho casas em
lugares diferentes porque gosto. Só estou morando nesse apartamento porque é
conveniente e perto da empresa, mas por mim, voltava para casa dos meus pais.
— Até eu que sou mais boba!
— Está vendo! Mas eu tenho um império para administrar. — Ele lhe deu
um casto beijo na testa. — Agora sente-se e tome esse vinho.
— Não sei, não! Acho que você está querendo me embebedar e se
aproveitar da minha pobre pessoa,
— Como você sabe?
— Porque eu te conheço!
— E aí? O que vai fazer?
— Bom... eu vou deixar!
Ele a abraçou sorrindo e a beijou.
— Pare de me distrair, mia piccola, se não, essa janta não sai hoje.
— E o que vai acontecer nesse caso?
— Terei que saciar minha fome com você.
— Olha que proposta interessante!
Ele a beijou de novo e lhe deu a taça de vinho e voltou para sua bancada
terminando o tortellini.
Após jantarem, Giuliano lavou a louça e Giovana secou e guardou. Ele
pegou a garrafa de vinho e a levou pela mão até a sala de estar, afastou a
mesinha de centro e colocou Carpenters para tocar, a música Close To You.
— Vem cá, mia ragazza. Dança comigo!
— Claro signore Vulcano, será uma honra!
Giovana deu a mão para Giuliano que deu-lhe um beijo.
— Olha que cavalheiro!
— Todos os italianos são.
— Você em especial, não é mesmo, Vulcano?
— Principalmente eu!
— Arrogante!
Ele sorriu e a prendeu em seus braços, ficaram ali dançando juntos por um
longo tempo, ele a beijou com ternura, amava o cheiro dela. Ele não era um
homem romântico, era prático, um homem de negócios. Mas agora, estava
vivendo em função dela e de agradá-la. Não queria que ela fosse embora da sua
vida, ela era dele, ela era a vida dele.
— Giovana, cara mia.
— Sì, mio Giuliano.
— Me promete que nunca vai me deixar!
— E por que eu deixaria? Por que deixaria o homem que me apresentou a
sua família e me fez sentir parte dela?
— Vai que você muda de idéia!
— E por que mudaria, Giu?
— Não sei! Vai que você descobre que eu não sou o príncipe encantado e
sim apenas um homem apaixonado cheio de defeitos, e não gostar do que vê e
me abandonar.
— Giuliano, eu não acredito e nem gosto de príncipes encantados.
— Ah não?!
— No! Eu gosto do lodo mau.
— Perché?
— Porque ele me vê melhor, me ouve melhor e além de tudo, ainda me
come.
Giuliano riu.
— Você é incrível, Giovana!
— Mas é verdade! E por falar em comer, me leve logo para aquela cama,
porque o vinho está fazendo um efeito maravilhoso e eu estou começando a
pegar fogo!
— Ottimo!
Ele se abaixou e a colocou em seu ombro fazendo com que ela risse. Ele a
levou para sua enorme cama.
— Oh senhor Lobo Mau, por que esses olhos tão grandes? — Perguntou
ela fazendo voz afetada.
— É para te ver melhor, minha Chapeuzinho Vermelho! — Disse ele
tirando a roupa dela e a beijando.
— Oh senhor Lobo Mau, e por que essas mãos tão grandes?
— É para te acariciar melhor, minha Chapeuzinho Vermelho! — Ele
beijou-lhe o pescoço enquanto invadia a boceta dela com seu dedo médio e com
o polegar acariciava seu clitóris arrancando dela suspiros.
— Oh senhor Lobo Mau, e por que essa boca tão grande?
— É para te beijar melhor e te chupar melhor, minha Chapeuzinho
Vermelho! — Ele colocou sua boca na boceta dela e sugou seu clitóris e ela se
retorceu de prazer. Ele tirou sua roupa e Giovana viu o pau dele grande e duro.
— Oh senhor Lobo Mau, e por que esse pau tão grande e duro?
— É para te comer melhor, minha amada!
Ele penetrou-a com morosidade e ela gemeu. Ele a preenchia por completo,
a boceta dela era pequena para o tamanho do pau dele e ele se orgulhava disso.
Ele metia sem pressa e olhava aqueles olhos azuis que, toda vez que ele estava
dentro dela, pareciam duas explosões de supernovas.
Ela o arranhava nas costas e ele ficava ainda mais cheio de tesão fazendo
com que se movimentasse com mais vigor, ele se indireitou e começou a brincar
com o clitóris dela, fazendo com que ela arqueasse seu quadril e ele tivesse
acesso ainda mais a ela.
Giovana sentia o pau dele dentro da boceta dela e o seu dedo brincando
com seu clitóris, a levando a loucura.
— Giuliano... — Ela chamou por ele. — continue assim. Não para!
Ele sentiu-a apertar a boceta e sabia que ela ia gozar logo, mas não estava
com pressa.
— Nem pense nisso, meu amor, porque hoje eu vou me saciar de você,
como uma uva madura. Vou te comer de todos os jeitos possíveis.
Giuliano saiu de dentro dela, Giovana pegou o seu pau e o abocanhou, ela
chupava e sugava o pau dele, o viu gemer de prazer fechando os olhos e jogando
a cabeça para trás, então massageou os testículos dele.
— Isso é golpe baixo, cara mia!
— Eu sei! — Disse ela com o pau dele dentro da sua boca. — E eu amo te
chupar, meu Lobo Mau! Me come de quatro, come!
— Agora!
Ela empinou o bundão e ele lambeu-lhe a boceta, fazendo com que ela
ficasse sem graça, mas com tesão. Ele a penetrou e ela sentiu borboletas em seu
estômago.
— Que gostoso, amor! Isso, assim, continua. — Ela disse olhando para ele
com as bochechas toda vermelha e mordendo o lábio.
— Toma o que você tanto quer, mia puttana.
Ele puxou seus cabelos diminuindo a distância e metendo nela com mais
rapidez e vigor. Ela gemia alto agora.
— Ai, Giuliano! — Ela o segurou no quadril. — Não para! — Quando ela
menos esperou, gozou. — Giuliano!
— Adoro quando você se derrama em mim, meu amor! Goza gostoso no
meu pau, goza!
Ele sentiu Giovana se derramar quente sobre ele, puxou-a para si com um
braço e com o outro se apoiou na cama, e deu mais três metidas dentro dela.
— Madonna mia! — Ele ainda estava dentro dela quando a deitou com
cuidado de costas para ele, deitou sobre ela, não colocando seu peso totalmente.
— Isso é golpe baixo. Você sabe bem que eu gozo só de você gozar no meu pau!
Ela deu uma risadinha.
— A culpa é sua! Quem manda me comer gostoso.
— Não sinto culpa nenhuma. Pelo contrário, não me canso de comer você
e nunca irei cansar, cara mia! Sabe por que?
— Não!
— Pelo simples fato de amar você! — Ele saiu de dentro dela com
cuidado, e deitou-se do lado dela e a trouxe para o peito dele. Deu-lhe um beijo
na testa e entrelaçou-a nos seus braços.
Estavam dormindo quando o interfone tocou. Giuliano colocou uma
samba-canção e foi atender. Giovana ouviu-o, estava extremamente irritado. Ele
bateu o interfone com tudo e soltou um palavrão, ela nada falou. Ele foi até o
quarto.
— Está tudo bem?
— Sì! Vou resolver um problema que surgiu. É coisa rápida! —Disse ele
colocando um shorts por cima da samba-canção e uma camiseta regata branca,
colocou o chinelo, deu-lhe um beijo e pegou sua chave do apartamento.
Giovana percebeu que ele estava muito bravo, então silenciosamente,
colocou sua roupa e foi discretamente até a porta e o viu de costas, ele brigava
com alguém, mas não conseguia ver quem era. Ela sabia que pelo interfone do
apartamento conseguiria ouvir a conversa, Jake viu Giovana e ela fez sinal de
silêncio para ele, que por sua vez assentiu, ela pegou o fone:
— Quantas vezes eu tenho que te falar que não te quero aqui e muito
menos me perseguindo, Rafaela?
— Você sabia que sua amada Giovana me bateu?
— E foi muito bem feito!
— Ela está aqui, não está?
— Isso não te interessa!
— Ela sabe que aqui é o seu abatedouro? Ela sabe que a casa de Lipari é
outro abatedouro?
Giovana sentiu seu corpo ficar gelado e sem chão.
— Cala a boca, Rafaela.
— Ela sabe quantas amantes você trouxe para cá? E que você cozinha para
todas? Ela sabe, Giuliano? Eu acho que não! — Ele nada respondeu. — Claro
que não sabe, não é? Por que estragar seu sexo fácil, não é mesmo, Giuliano?!
Mal sabe ela que tudo não passa de uma mentira!
— Mentira foi o caso que eu tive com você, eu nunca tive intenção alguma
de casar, e foi isso que te deixou puta da vida, não é?! Porque fiz da minha
amante, minha noiva e farei minha esposa.
— Ah sim, até ela souber que aqui não é a sua casa de verdde, e que aqui é
seu abatedouro, que eu dormi noites e noites naquela enorme cama! Vai ser
lindo, Giuliano, quando ela souber e acabar com sua raça. Porque ela é uma
onça! Tomara que ela descubra que ela é apenas mais uma!
— Olha aqui, Rafaela Sartori, escuta bem o que vou te falar, se abrir o bico
ou soltar um A sobre minhas casas para a Giovana, e se continuar a nos
perseguir, eu juro por Dio, que eu vou acabar com você e sua família. Está
entendendo bem?
— Não tenho medo de ameaças, Giuliano!
— Não é uma ameaça, é uma promessa! Não brinque comigo, Rafaela,
sabe que cumpro o que prometo!
— O que você viu nessa vagabundinha!
— Veja como fala dela! O que eu vi não te interessa, agora saia da minha
casa e da minha vida, nunca mais apareça aqui ou em qualquer propriedade
minha, se não eu mando te prender por invasão!
Giovana desligou o interfone e foi discretamente direto para o quarto de
Giuliano e entrou debaixo do chuveiro. Giuliano entrou no quarto e viu a cama
vazia, seu coração se acelerou, então ouviu o barulho do chuveiro, ele entrou no
banheiro e viu seu alvo com o corpo todo debaixo do chuveiro, estava de costas,
ele sorriu e tirou a roupa, abriu a porta discretamente e abraçou Giovana.
Ela se assustou com o abraço dele, ele a sentiu tensa.
— O que foi, meu amor?
— Nada!
— Esse seu nada, na verdade é tudo!
— Giuliano, me deixe tomar banho sossegada, per favore.
Então, ele percebeu:
— Está chorando, amore mio. O que foi?
— Eu não vou conseguir segurar isso pra mim. — Ela secou as lágrimas.
— O que foi, cara mia? — Ele a abraçou, mas ela se esquivou. —
Giovana!
— Eu ouvi tudo, Vulcano! Eu sou o que para você?
— Você é a mulher da minha vida!
— Para de mentir, Giuliano!
— Meu amor, pare com isso! Olha, me escuta.
— Sou toda ouvidos, Giuliano, mas dependendo do que vou ouvir, você
pode me esquecer! Fale a verdade, Giuliano!
— Meu amor, a única pessoa que minha nona tratou bem, depois da minha
mamma, foi você. Mia nona sabe que não sou santo, e você também.
— Conheço sua fama de piranheiro.
— Eu nunca escondi isso de você, mas não quer dizer que eu continue
sendo assim com você. Tenho um passado, todos nós temos, mas não deve me
julgar por causa de uma mulher mal amada e que eu deixei falando sozinha. O
único interesse dela era meu dinheiro, porque a família Sartori está falida e
individada.
— Eu sei!
— E como sabe?
— Eu fiz uma investigação meio bandida. E sei que andou me investigando
também.
— Andou mexendo nas minhas coisas, não é?!
— Sì! Mas também vi você me elogiando para o Matt.
— Pelo simples fato de você ser a melhor coisa que me aconteceu em trinta
e cinco anos. Meu amor, Rafaela Sartori fez parte do meu passado, isso é
imutável, mas você, faz parte do meu presente e futuro, porque eu escolhi amar
você. Entendeu a diferença? Eu tive várias amantes, mas eu escolhi amar você e
te dar o mundo!
— Belas palavras, Giuliano, mas vai ter que provar!
— Lo so! Eu sei! Então, me deixe provar do meu jeito.
Ela olhou para ele pensativa e então revirou os olhos.
— Oh, está bem! Está bem! Mas se me decepcionar, eu te mato!
— Combinado! Você deu uma surra na Rafaela?
— Dei!
— Pode dar outra, se quiser!
Ela riu:
— Agora, vem me comer gostoso!
— É pra já, signorina!
Ela se virou de costas para ele e empinou sua bunda grande, ele a penetrou
fazendo-a gemer.













Capítulo 25

— E aí, Matt! Como foram as férias? — Perguntou Giuliano.
— De boa!
— Ih! Pela sua cara, as coisas não saíram como queria.
— Como sabe?
— Sua cara não mente, e nem o mau humor da Sabrina. — Disse Giovana
entrando na sala de Giuliano. Matt se levantou e a abraçou. — Quero saber de
vocês o que aconteceu! O roteiro que montamos não deu certo?
— Dar, deu! Mas...
— Uma das suas ex apareceu?
— Sì! Sabrina ficou uma fera!
— Eu entendo a Sabrina, também ficaria, né Giuliano?! — Giovana deixou
um documento para Giuliano e saiu da sala.
— O caldo entornou pra nós dois, né?
— É Matt! A Rafaela apareceu no apartamento.
— No abatedouro?
— Shi! Fale baixo, esqueceu que a Giovana tem ouvido de tuberculoso?
— Puta merda! E aí?
— Bom, aí que ela falou sobre as casas e tudo mais. A Giovana ouviu tudo,
mas terei que provar a ela que eu mudei desde que ela entrou na minha vida.
— Eu te entendo, man! Estamos fudidos!
— Tomamos no cu!
— Literalmente!
Enquanto isso, Giovana e Sabrina conversavam.
— Comigo aconteceu a mesma coisa, Sabrina!
— A doida da Rafaela apareceu mesmo depois da surra?
— Sim! Na maior cara de pau!
— Homens!
— Espera um pouco, ouça, Sabrina!
Giovana ouviu a conversa de Matt e Giuliano, e conforme foi ouvindo, foi
chegando perto da sala e ficou ali de pé ouvindo, sem ser notado por Matt e
Giuliano.
— Giuliano, você já falou com a Giovana? Conta para ela a verdade.
— Não posso, Matt, você sabe. Ainda mais com o que aconteceu ontem.
Meu, ainda bem que consegui ludibriar a Giovana naquele dia que acabou a luz
na empresa.
— Sabemos bem que não acabou nada, né?!
— Mas ela não precisa e nem vai saber!
— Giuliano!
— Não vai, Matt! Não dá pra voltar atrás! Você sabe disso!
— Eu sei, mas mesmo assim cara!
— Ela não pode saber! Não tinha como chamar a atenção dela se não
fosse por aquele jeito, ela nunca me daria bola e você sabe disso!
— Eu sei! E estamos os dois fudidos na hora que ela descobrir que você
armou tudo! — Matt, de repente, arregalou os olhos e ficou branco, mas
Giuliano nem percebeu.
— Estamos mesmo, por isso que deve ser um segredo nosso, ela não
pode saber que eu mandei desligar as luzes e o elevador, para ela ficar presa
comigo, ela nem viu que eu estava lá, nem prestou atenção em mim e jamais
desconfiou que quem transou com ela no elevador aquele dia fui eu!
O mundo de Giovana caiu.
— Então eu finalmente descobri a verdade! — Disse Giovana
surpreendendo Giuliano. — Como você pode ser tão baixo a ponto de me
chantagear por algo que você também fez?
Matt estava lívido e Giuliano surpreso. Não sabia que ela estava atrás
dele e com os braços cruzados.
— Giovana, calma, me deixa te explicar!
—Não tem explicação! Eu ouvi tudo! Sabe o que é pior, Giuliano
Vulcano? É que eu, por um milésimo de segundo, cheguei realmente a acreditar
que alguém ia querer algo comigo de verdade pelo simples fato de gostar do meu
cérebro e não do meu rosto e corpo. Achei por uma fração de segundos que essa
talvez fosse, finalmente, a vida sorrindo pra mim me dizendo que ela já tinha
parado de me castigar pelo simples fato de eu existir!
— Giovana, calma!
— Por que você fez isso comigo? E o que eu vou fazer com a nossa vida
genial, agora? O que eu vou fazer com a vida que ficou na minha vida aqui
dentro de mim? Como você pôde, Giuliano?
— Giovana, me deixe explicar, per favore!
— Você é um crápula! Você não é melhor que um cafetão! A diferença é
que um cafetão não tem tanto dinheiro como você e as putas sabem que são
putas.
— Giovana está me ofendendo!
— E o que você me fez foi o que? Foi certo? Então, foi tudo mentira né,
Giuliano?! Pra que toda aquela cena? Pra que fingir que queria me ensinar sobre
o braço vitivinicultor da Vulcano? Pra que toda aquela cena na casa de Abruzzo,
para os seus avós? Pra que Giuliano? Por uma mentira?! Somente pra eu ser um
objeto seu? Você é um ridículo, egoísta, egocêntrico do caralho! Você é um filho
da puta, Giuliano!
Giuliano percebeu que a voz dela diminuía a cada passo, ela estava indo
embora da sua vida.
— Giovana, me deixa explicar!
— Giuliano, nem vem com essa história furada, tá bom? — Ela tirou a
aliança de noivado deles. — Aqui está! Eu vivi pra você, em função de você
nesse um ano de Vulcano, me apaixonei por você, achei que era recíproco, que
era verdadeiro, mas eu me enganei e descubro o filho da puta que você é! Eu já
passei por isso antes. Por que eu não aprendo, meu Deus?
— Giovana, não é assim, me deixe explicar! — Ele parecia ferido, mas
ela não queria saber.
— E você, signore Matthew Barone nessa sujeirada toda! Achei que
fosse meu amigo!
— Gio...
Ela não deixou nenhum dos dois falar e deu as costas dizendo:
— Adeus, Giuliano Vulcano!
— Giovana, per favore... — Ele foi tentar pegar na mão dela.
— Não encoste em mim! — Disse ela puxando o braço. — Nunca mais
me procure!
Giovana saiu da sala dele e pegou rapidamente sua bolsa. Sabrina sai
atrás dela.
— Gio, calma! Espere per favore!
Elas passaram por Lisa, e Sabrina disse:
— Temos um código vermelho, Lis! Rápido! Venha comigo!
Sabrina e Lisa correram escadas a baixo seguindo Giovana. Enquanto
isso na sala de Giuliano:
— Puta que pariu, Matt!
— Cara eu tentei te avisar! Mas você estava de costas para ela e aí ela
ouviu tudo!
— Eu sou um idiota! Caralho, Matt!
— E agora?
— Eu vou atrás dela!
— Melhor não! Ela vai arrancar seus testículos! Espera um pouco!
— Matt, eu não posso!
— Então tenta a sorte, mas se eu fosse você, eu não iria atrás dela!
Matt saiu da sala com Giuliano atrás.
— Ué, cadê a Sabrina?
— Ela saiu atrás da Giovana! — Disse Mafalda chegando no corredor
com uma papelada em mãos.
— Grazie, Mafalda! — Ele se virou para Giuliano. — Ainda temos
esperanças. Vamos ligar para Sabrina.
Matt ligou para Sabrina.
— Ciao! — Disse Sabrina secamente.
— Sabrina onde vocês estão?
— Vocês quem?
— Você e a Giovana?
— Eu não sei onde a Gio está, Matt! Estou no carro com a Lis atrás da
Gio!
— O que está acontecendo, Sabrina?
— Eu que te pergunto, Matt! A Gio não ia sair da sala do signore
Vulcano segurando o choro a ponto de ter bronquite sem motivo algum, e muito
menos teria saído correndo pegando o primeiro taxi que viu!
— Tente acha-la, per favore, o Giuliano precisa falar com ela!
— Para que? Para vocês esbagaçarem com ela mais uma vez? Eu ouvi
tudo, Matt! E você nessa sujeirada toda! Devia ter vergonha na cara! Se bem
que, depois do que você aprontou, eu nem sei como ainda me surpreendo. Se eu
encontrá-la jamais direi a vocês onde ela está, e com licença, minha amiga está
precisando de mim! Ah sim, e antes que eu me esqueça, atenda você mesmo suas
ligações e suas vagabundas!
Sabrina bateu com o telefone na cara de Matt.
— Caralho, sobrou até pra mim!
— O que foi?
— A Sabrina ouviu tudo!
— Puta que pariu! Vamos na signora Martina, agora!
— Tá bom!
— Richard!
— Sì, signore Vulcano!
— Eu e Matt vamos nos ausentar, até segunda ordem você e o Spencer
são o nosso backup! Entendeu bem?
— Sì!
— Ottimo! Vamos Matt! — Ele se virou para Richard. — Qualquer coisa
que não consiga resolver, pede pra pessoa me ligar depois.
— Sì!
Giuliano e Matt desceram para o estacionamento.
— Matt, vamos de moto, você vai com a sua e eu com a minha, assim
podemos nos dividir e acha-la mais facilmente!
—Sì!
Giuliano saiu na sua Hayabusa enquanto Matt saía na Kawasaki Ninja.
Giovana sentia uma bola dentro da garganta, sua respiração estava
acelerada, não sabia para onde ir. O taxista a olhava pelo retrovisor.
— Signorina, para onde deseja ir?
— Pro inferno! Pra qualquer lugar, per favore, apenas dirija! Eu preciso
espairecer.
Estava sem chão.

Lisa e Sabrina finalmente acharam Giovana, os cabelos pretos dela
presos num coque grego eram inconfundíveis, conseguiram emparelhar com o
taxi de Giovana.
— Gio, per favore, nos espere!
Giovana olhou pela janela e viu as amigas.
— O que fazem aqui?
— Viemos atrás de você! Fale conosco!
— Eu não vou voltar para lá!
— Não volte, mas per favore, fale conosco!
Giovana olhou para o taxista:
— Moço, per favore, pode parar aqui.
Giovana pagou o taxista que parou no meio fio e as garotas pararam um
pouco mais a frente, Giovana correu até elas.
— Me deixa dirigir, per favore. — Pediu Giovana.
— Sì! — Lisa desceu do motorista e foi para o passageiro. — Para onde
vamos?
— Não sei, Lis! — Disse Giovana entrando no carro e colocando o cinto,
arrumou os espelhos e partiu. As lágrimas não paravam de correr.
— Gio, nos conte o que aconteceu, per favore! — Disse Lisa.
— Vou contar tudo assim que chegarmos no nosso destino! Só me
deixem respirar, per favore. — Giovana acendeu um cigarro.
Giovana pegou a estrada e rumou sentido litoral, rapidamente estavam na
Via Italia Porticello, depois entraram na Strada Statale 18 Tirrena Inferiore e
foram parar num restaurante a beira-mar. O telefone de Giovana não parava de
tocar.
Ela olhou e viu que era dona Martina quem ligava. Não iria atender, sabia
que o primeiro lugar que Giuliano iria procurar por ela era lá.
— Scusami, dona Martina, mas eu não vou atender! Meninas, vamos
parar aqui, por enquanto.
— Que lugar lindo, Gio.
— Giuliano quem me trouxe aqui uma vez. — Disse ela sorrindo
tristemente.
— Então por que veio?
— Boas lembranças.
— Venha, querida, — disse Sabrina pegando em sua mão. — vamos
comer algo bem gostoso que aqueça seu coração e comer bastante chocolate,
porque o nosso melhor amigo nessas horas é um balde de sorvete com uma
montanha de chocolate. — Ela sorriu docemente.
— Sì!

— E então, signora Martina?
—Nada, ragazzo! O que você aprontou com mia bambina?
— É uma longa história!
— Tenho todo tempo do mundo! Sente-se que eu vou passar um caffè e
vocês me expliquem tudo bem direitinho e se eu achar que merece ajuda, assim
o farei.
Giuliano olhou para Matt e ele ergueu os ombros se rendendo.
— Ottimo! — Disse dona Martina. Ela rapidamente fez o café e deu para
os dois. — Sou toda ouvidos.
— Não me mate, e per favore, me entenda. Eu sou um homem perdido,
signora Martina.
— Me explique direito, ragazzo.
— Eu fiz besteira!
— Isso eu já percebi!
— Eu chantageei a Giovana.
— Como?
— Eu armei uma arapuca para ela e ela descobriu e está uma fera comigo
e com toda razão. Fiz coisas que não devia e coloquei a vida dela em risco, mas
isso não foi proposital. — Ele deu um suspiro profundo. Seu olhar estava
perdido. — Eu me apaixonei por ela num piscar de olhos!
— Isso eu sempre soube.
— Como assim?
— Pelo jeito que você a olhava, desde o dia em que te conheci. Mas
continue, não vou interromper mais, a não ser que seja necessário.
— Sì! — Ele deu um suspiro imenso. — Vamos lá, aconteceu assim...
— Mamma mia, Giovana! — Disseram Lisa e Sabrina ao mesmo tempo.
— Nós sabíamos porque você nos contava, mas jamais imaginaríamos que o
signore Vulcano fosse fazer isso.
— Eu também, eu achei que o conhecia, ele não precisava ter me
prendido no elevador e ter transado comigo lá para depois usar isso contra mim.
— Menina, que história!
— Sabe o que é pior? As fotos dele com a Rafaela!
—Ah aquela biscate! Mas, conhecendo o signore Vulcano, antes de você
chegar ele realmente tinha terminado o caso com ela. O Matt me contou! E
quando vocês se conheceram, algumas vezes a Rafaela ligou para o Matt e por
várias vezes eu peguei a extensão, porque o Matt pedia, e ela perguntava do
signore Vulcano e queria saber se vocês tinham mesmo um caso, porque quem
via não percebia e ele abafava tudo também, né?
— Sim! Ele dizia que era para me proteger, mas acho que não!
— Bom, não estou defendendo o signore Vulcano, Gio, não é isso, mas
ele te protegia muito. Eu tenho acesso ao Michel, acessor de imprensa do signore
Vulcano e ele sempre me perguntava porque o signore Vulcano queria tanto te
proteger, que os casos dele nunca, nenhuma amante, fora escondida, mas que o
interesse em te proteger era muito grande, ele até colocou seguranças na pensão
e ao seu redor para te proteger. — Disse Sabrina.
— Vai ver ter um caso com uma brasileira, para ele, deve ser vergonhoso.
— A mãe dele era brasileira.
— Eu sei!
— Então nada a ver o que você falou.
Giovana deu um fraco sorriso. Estava enrolando o spaguetti com marisco
sem interesse algum em comer.
— Eu não sei o que fazer, meninas!
— Por que você não se acalma primeiro e depois, só depois, quando já
estiver bem mais calma e quando a poeira baixar, você o ouve?
— Não sei! Sabrina e Lisa, quero que façam um favor para mim.
— Claro, o que você quiser!
— Sabrina, volte para a empresa e entregue isso para o Giuliano. —
Giovana tirou da bolsa um livro. — Diga a ele que quando ele ler e entender de
verdade o significado, que aí sim ele pode me procurar que ele vai me achar. E
então estarei disposta a ouvi-lo.
— Está bem.
— Meninas, eu vou embora.
Lisa ia falar algo mas Sabrina não deixou. Giovana foi para a estrada e
pediu um taxi.
— Moço, per favore, me deixe numa locadora de carros.
— Sì!
Giovana partiu sem deixar endereço.
Ela chegou na locadora e pegou um carro simples, que não chamava
atenção e pagou em dinheiro, foi para Lípari. Seria pelo menos três horas de
viagem de carro, mas valia a pena. Ligou o som do carro e o bluetooth,
emparelhou com o celular e deixou apenas uma música tocando, acendeu um
cigarro, colocou os óculos escuros e dirigiu enquanto as lágrimas rolavam.

Giuliano e Matt chegaram na Vulcano no dia seguinte, na mesa de
Giuliano havia um pequeno embrulho e um cartão.
“Leia e quando finalmente entender, me procure!”
— Sabrina! — Chamou ele indo até a mesa de Matt.
— Estou aqui, signore Vulcano!
— Onde ela está?
— Ela nos deixou ontem e partiu num taxi sem destino.
— Deixaram vocês onde?
— Num restaurante a beira-mar.
— Qual?
— Per favore, signore Vulcano. Eu sou muito fiel ao signore, mas sou
mais ainda a Giovana, além de ser sua amiga, tanto eu como a Lisa. Então não
nos pergunte, porque se ela quisesse que o signore soubesse, ela mesma teria
falado, com todo respeito que lhe tenho.
— Eu entendo, Sabrina!
— E eu te digo o mesmo, signore Vulcano. — Disse Lisa chegando perto
deles. — Ela disse que se o signore ler o livro e realmente entender, irá encontrá-
la e só aí sim irá ouvir o que o signore tem para dizer.
— Está bem. — Disse ele depois de pensar um pouco. — Um bom dia
para vocês, meninas!
— Igualmente, signore Vulcano!
Elas deram as costas a ele e saíram, mas ele ainda pode ouvir:
— Estou com dó dele, está um trapo! — Disse Lisa.
— Eu sei! Mas a Gio está mais. — Respondeu Sabrina.
Giuliano foi para sua sala, estava de cabeça baixa e ombros caídos, nem
parecia o poderoso Giuliano Vulcano magnata dos vinhos. Ele entrou na sua sala
e sentou-se, ali estava a foto que eles haviam tirado quando viajaram para
Veneza. Era um porta-retratos com três partes, as duas da ponta tinham a foto de
seus avós e de seus pais e na do meio ele colocou a sua e de Giovana.
Ele jamais havia imaginado que se apaixonaria perdidamente por aquela
louca! Ela mudou sua vida e rotina e agora lhe escapara das mãos como areia.
— Giuliano? Ei, cara, você está bem?
— Oi Matt! O que foi?
— Precisamos resolver o ambiente do cliente do banco.
— Tá bom! Faça isso por mim, per favore.
— Giuliano!
— Matt, não estou com cabeça para isso. De verdade!
— Que embrulho é esse?
— Não sei!
— Abra!
Giuliano havia esquecido do embrulho que Giovana mandara pelas
garotas. Ele abriu e retirou um pequeno livro.
— O Pequeno Príncipe! A Giovana ama esse livro, sabia, Matt?!
— Sim! Ela vivia lendo esse livro no Brasil. Mas, quem deixou isso
aqui?
— Ela pediu para as garotas mandarem para eu ler.
— Ué? Bom, se ela pediu pra você ler é porquê tem algo de importante.
— Sim, e ainda disse que depois que eu ler e compreender era para eu ir
procura-la.
— Então, está esperando o que?
— Minha cabeça silenciar! Melhor eu trabalhar, só assim consigo
silenciar minha cabeça e entender o que ela quer.
— Melhor mesmo, até porque o cliente está na sala de reuniões com a
equipe e nos esperando.
— E por que não me disse antes?
— Não deu ué!
— Vamos lá!
Giuliano pegou seu notebook e seguiu Matt até o terceiro andar. O dia
seria longo, Dio santíssimo!


Giovana estava tomando um suco na Piazza si Sant´Onofrio, de frente
para o mar e vendo as fotos que ela e Giuliano tiraram quando visitaram a
Fontana di Trevi, quando estavam em Paris, Veneza, Sevilla e Estreito de
Gibraltar. A foto deles sorrindo, todo emcapuzados pelo frio e de fundo o mar e
o farol do Trinity House Lighthouse, ele usava óculos escuros, um casaco de
couro de gola alta, cachecol cinza, blusa de lã cinza por baixo, calça jeans preta e
sapato social preto, o sorriso dele era contagiante, os cabelos estavam sempre
bem arrumados, mas ele deixara para trás o penteado engomadinho e fizera algo
mais descontraído a pedido de Giovana.
“—Vem, para de ser boba e vamos tirar uma foto, mia ragazza!
— Giuliano, estou despenteada!
— Está linda!”
Ela estava com os cabelos soltos, usava uma touca marrom com uma flor
de crochê com miolo em pérola, os lindos olhos azuis brilhavam e ela sorria,
estava de cardigã verde musgo, calça legging marrom, bota de camurça marrom.
Aquele dia fizera um frio de doer, mas ela estava tão aquecida que não estava
ligando para o vento que castigava os seus rostos, andavam abraçados para se
aquecerem.
“— Só você, Giovana, pra me fazer sair do quarto quente para vir pra
praia nesse frio pra ver um farol!
— Ah, para de ser cafona e velho! Você está gostando e não quer
admitir! Eu nunca vi um farol, seu estraga prazeres!
— Vai me recompensar por isso!
— Já faço isso todo dia!
— Ah é? E como,signorina?
— Você me tem só pra você todos os dias. Quer mais o que?
— Vai descobrir qualquer dia desses!”
Mal sabia ela que ele estava pensando em algo que para ele até uns
tempos atrás era um sacrilégio, casamento. Matt estava dando a maior força, mas
agora estava tudo arruinado. Ele estava com a foto deles nas mãos, deu um
suspiro profundo e encostou a cabeça na parede, estava sentado na cama, ele
olhou para o livro que Giovana lhe mandara, era a quinta vez que relia aquele
livro e lhe parecia diferente a cada hora que lia.
Em menos de um ano aquela doida havia mudado a vida e conceito dele
em trezentos e sessenta graus. “Filha da puta!”, pensou ele sorrindo, coçou os
olhos e voltou a ler, precisava ler! A mulher da sua vida estava ali escondida em
alguma daquelas páginas e ele precisava acha-la e coloca-la novamente em sua
vida!
— E lá vamos nós... de novo!
Já era seis horas da manhã quando Giuliano acordou todo duro por ter
dormido de mal jeito, o livro estava abandonado nas suas pernas, as fotos deles
do lado, onde Giovana dormia quando estava no apartamento dele, um dos
lenços que ela adorava usar estava na cama dele. Ele o pegou e sentiu o cheiro
dela. Levantou-se abandonando as coisas dela com ressentimento, aquele dia
seria ainda mais longo que o anterior. Havia duas semanas que ela saíra de sua
vida e com toda razão, se a encontrasse o que falaria? Será que ela o ouviria? De
repente algo lhe dera um estalo. Ele pegou novamente as fotos e viu uma em
especial.
— Como eu sou burro! Essa foto estava dentro do livro! Idiota! Não sei
porquê ela se deixou levar por um homem tão babaca e burro como eu! —
Giuliano pegou o telefone. — Matt, buongiorno!
— Buongiorno, Giuliano.
— Estou indo para Lípari agora.
— A encontrou?
— Ainda não, mas algo me diz que ela está lá. — Disse ele olhando para
a foto deles.
— Então vai atrás dela, bonitão!
— Cuide das coisas para mim, per favore.
— E precisa pedir?
— Não, amico mio!
— Vai lá e não me decepcione!
— Sì, grazie!
— De nada!
Matt desligou o telefone.
— Quem era, Matt? — Perguntou uma jovem loira.
— Ninguém! O dia já amanheceu e eu preciso trabalhar, já se arrumou?
— No!
— Então ande logo, preciso sair!
— Seu grosseiro! — Disse a jovem loira.
O telefone de Matt tocou.
— Ciao!
— Matt, o signore Vulcano acabou de me ligar. — Disse Sabrina.
— Ele me ligou também, affetto.
— Não me chame assim! Ele está indo atrás da Giovana, venha logo para
a empresa, temos que resolver algumas coisas da nova plataforma. Fale pra sua
vadia te largar logo porque você tem trabalho a fazer, ao contrário dela!
Matt ia responder, mas Sabrina desligou.
— Por que você não me chama de affetto, também? — Disse ela
colocando a cabeça nas suas costas.
— Mas que inferno, mulher! Já era para você ter saído.
Matt pegou uma toalha e foi para o banho. Por que ele sempre saia com
moças parecidas com Sabrina? Inferno!
Giuliano foi para o carro, eram sete horas.
— Caralho, vou chegar muito tarde lá!
Ele saiu pelas ruas e estradas feito um doido. Não via a hora de chegar!
Será que ela estaria lá esperando por ele? Tomara que sim!
— Dio, me ajude, per favore!
Giuliano nunca pisou tão fundo no acelerador como estava pisando
aquela hora. Pedia a Deus que o guiasse e que Giovana estivesse a sua espera,
levava o pequeno livro com ele e as fotos.
— Espero que ela me ouça! — Disse aos seus botões.
A viagem foi longa, pegou a balsa e não via a hora de chegar.


Giovana estava olhando as fotos, não tinha vontade alguma de comer
qualquer coisa, estava triste ainda, mas se recompondo aos poucos, iria ouvir o
que Giuliano tivesse para falar, mas não o perdoaria. O que ele fez não se fazia
nem com um animal! Ela respirou fundo, estava de óculos escuros, o sol da
manhã a estava esquentando aos poucos, a primavera europeia era linda, o verão
estava despontando. Se alguém dissesse que sua vida mudaria em menos de um
ano, ela jamais acreditaria!
Estava se lembrando do Natal, era o primeiro que passava “em famiglia”,
a avó de Giuliano havia convocado-a para passar o Natal no vinhedo, ela não
aceitara de pronto, mas Giuliano disse que era para levar a dona Martina e
Beatrice. Ela sorriu ao seu lembrar dos dois no meio da noite nas videiras, ela
balançou a cabeça e sorriu sem graça ao se lembrar da tórrida travessura deles
enquanto escolhiam as uvas para compor a mesa de frutas.
Os fucionários que ficaram partilharam da mesa e Giovana aprendeu
mais da tradição natalina da Itália. Ela se sentiu completa e querida pela primeira
vez em sua vida.
As lágrimas voltaram a rolar e mais lembranças vieram. Ela e Giuliano
passaram a virada do Ano Novo, na casa dos pais dele e lá ele a pedira em
casamento, depois foram para Israel, visitaram diversos lugares, e lá ela contou
que estava no Bom Retiro e viu um belo judeu que usava óculos, cabelos
castanhos e barba, olhos castanhos brilhantes e esperançosos e ele estava
conversando com um comerciante e saiu rindo e sorrindo e aquilo a marcou.
Então procurou um templo e se converteu.
“—Olha, Giuliano, eu não sou santa! Não vou fingir aquilo que não sou
só pra agradar alguém, e eu acho que foi isso que irritou muitas pessoas. Mas
eu sou boa em alguma coisa, finalmente!
— Você é boa em várias coisas, Gio! — Disse ele a acariciando, estavam
deitados no sofá, tinham acabado de dar uma bem gostosa.
— Não como eu gostaria! Mas eu sei que sou excelente em uma coisa.
— E o que seria?
— Eu ser eu mesma!”
Tinha tantas boas lembranças. Não entendia o motivo de Giuliano tê-la
tratado como mais uma e ainda mais com a ajuda de Matt. Achava que Matt era
seu amigo, mas se enganara!
Não sabia ao certo o que fazer, sabia apenas que estava doendo e queria
que aquilo parasse. A sacanagem de Giuliano doeu mais que a traição de
Rodrigo. Por que ele fizera aquilo com ela?
Ela foi para a plataforma de locação de barcos e ficou ali observando o
mar. Deu um longo suspiro. Ela havia estado ali com Giuliano quando ele locara
um barco e eles mergulharam em alto mar. Depois ele a ensinou a pescar. Ela foi
para o porto e viu alguns barcos ali saboreando o vento e o balanço do mar, o
mar estava um lindo azul escuro.
— Giovana! — Ela ouviu alguém de longe a chamar. Ela se virou e não
viu ninguém.
— Acho que estou ouvindo coisas! — Disse ela a si mesma.
— Giovana!
— Não, agora eu tenho certeza!
Ela se virou para o mar e viu uma luxuosa embarcação que ela conhecia.
E nela, estava o objeto da sua desgraça, balançou a cabeça e virou-se para ir
embora.
— Per favore, não vá, amore mio!
— E por que eu deveria ficar?
— Me escute, per favore!
Eles estavam longe um do outro.
— Olha! — Ele apontou para um monomotor que passava com uma faixa
que estava escrita:
“Mia Giovana, encontrei em você todo amor que eu necessitava!
Obrigado por me amar!”
Um outro monomotor terminava a frase:
“Per favore, scusami! Eu te amo!”
Ela ficou de boca aberta.
— Mia Giovana, eu sei que palavras não vão te convencer, mas me
escute, per favore!
— Você tem um minuto, Vulcano!
— É o suficiente.
— Estou ouvindo. — Disse ela olhando o relógio que ele deu para ela e
cruzando os braços.
— Cara mia, amore mio, eu sou completamente louco por você. Desde o
dia em que te vi, não parei mais de pensar em você e em como te manter na
minha vida. Eu sou completamente dependente de você, Giovana. Eu sei que não
deveria ter feito o que fiz, mas foi a única coisa que veio na minha cabeça para
chamar sua atenção. Você vai me dizer que eu não precisava de nada disso, mas
sou um homem desesperado, porque nunca uma mulher se recusou a mim,
somente você.
— Você não tinha como saber, Giuliano!
— Seu olhar para mim no primeiro dia era de quem pouco estava se
importando e no telefone também. Você nem me dava bola e ainda era mal
criada comigo, e isso só me fez querer você, ter você pra sempre comigo. Me
perdoa, amore mio. Per favore! Eu não sou nada sem você! Eu não mereço você,
eu sei disso. Eu venho tentando te trazer para o meu mundo, quando na verdade,
eu estou mais inserido no seu do que você no meu.
Ela apenas observava e ouvia, queria ver algo em seus olhos. Mas o que?
Ela não sabia!
— Mia dolce Giovana, sem você eu não sou ninguém, literalmente, é
muito difícil, para mim, dizer o que eu sinto, mas eu só tenho que agradecer a
Dio pela pessoa maravilhosa que você é na minha vida, e vou entender se quiser
sair dela e me deixar no chão. Não tirarei sua razão,eu fui um filho da puta. A
única coisa que tenho hoje para te oferecer, além do meu coração e alma, é tudo
o que sou.
Então, uma moça chegou perto dela e tocou em seu ombro.
— Signorina!
Um enorme buque de camélias coloridas e rosas vermelhas foi-lhe dado.
— Oh Dio mio! Giuliano, você é doido!
— Sì, cara mia! Sou completamente louco, alucinado por você.
A embarcação atracou e uma prancha foi colocada aos pés dela. Ele veio
até ela, segurando uma rosa vermelha, e lhe segurou a mão. Ele estava lindo de
social preto e camisa branca, o paletó estava apenas com um botão fechado e
estava sem gravata. Ele lhe estendeu a rosa:
— Me perdoa, amore mio. Eu nunca mais farei isso! — Ele parecia um
garotinho perdido.
— O que aprendeu, Vulcano?
— Que o essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver bem com o
coração. Foi o tempo que eu perdi com você que te fez tão importante pra mim.
Que na verdade não foi tempo perdido, foi tempo ganho. Eu sou eternamente
responsável por você, porque eu te cativei.
— Você leu O Pequeno Príncipe quantas vezes?
Ele calculou balançando a cabeça.
— Oito vezes, pelo menos.
— Giuliano! — Ela arregalou os olhos.
— Vai me perdoar, meu amor?
— Dessa vez! Não que você mereça, estou dando uma chance para nós,
mas se sair um isso da linha, acabou!
Ele sorriu e a beijou.
— Vamos para Piemonte?
— Quando?
— Agora!
— E a empresa?
— Está nas mãos do Matt!
— Giuliano!
— Amore mio, faço qualquer coisa por você! Vamos, meu amor?
— Vai ter que dar um bônus para o Matt e para a Sabrina!
— Com certeza!
Ele a beijou e lhe deu a rosa, eles subiram a bordo da embarcação, qual
não foi a surpresa de Giovana ao ver várias e várias camélias e rosas
colombinadas vermelhas espalhadas.
— Tudo isso só pra me pedir perdão?
— Vai que você não aceita!
Ela riu, seu coração estava esperançoso.
— Bobo!
Eles voltaram para o porto da Vila San Giovanni e de lá pegaram um voo
para Turim.
Giovana ainda não tinha visto as obras. Estava ansiosa. Sabia que as
obras em Piemonte estavam aceleradas.
Chegaram de noite em Piemonte.
Capítulo 26

No dia seguinte, Giovana acordou e a cama estava vazia, mas ainda quente,
Giuliano saiu do banheiro somente de toalha e uma toalha de rosto em volta do
pescoço e secando o rosto. Ela olhou para ele mordendo os lábios. Que visão era
aquela, madonna mia!
— Buongiorno, mia dolce Giovana.
— Buongiorno, mio Giuliano.
— Quero te mostrar as videiras em flor e a outra parte que já estão cheia de
uvas maduras.
— Deve estar tão bonito!
— E está! Nós vamos tomar café no meio das videiras, como mia madre è
mio padre faziam quando eu era piccolo.
— Ottimo! Vou tomar banho. — Ela se levantou e ele veio atrás dela
sorrateiro. — E nada de vir atrás de mim pra me comer!
— Poxa! Você é uma estraga prazeres!
— Lo so!
Meia hora depois, Giuliano estava de mãos dadas com Giovana e a
conduzia pelas videiras, o sol ainda estava nascendo. O cheiro das uvas era
inebriante, estavam maduras, Giuliano pegou um pequeno cacho das belas uvas
roxas, deu uma uva para Giovana.
— Madonna mia!
— É disso que estou falando, mia ragazza!
— O vinho que sair dessas uvas vai ser o melhor. Que uva é essa?
— Nebbiolo.
— Ai, — disse ela mordendo os lábios de excitação, — eu sei quais vinhos
que ela produz, não fala.
— Tudo bem, vamos ver se está aprendendo mesmo. — Disse ele feliz ante
a empolgação dela.
— Espera aí que eu vou lembrar.
— Toma, come mais uma! — Disse ele lhe dando uma uva na boca.
— Hum, — ela mastigou a doce uva. — lembrei!
— Que bom! Se acertar você ganha um prêmio.
— O que?
— Não sei, ainda estou pensando. Toma! — Ele deu mais uma uva na boca
dela.
— Barolo e Barbaresco.
— Congratulazioni, ragazza mia.
Ela sorriu e bateu palmas.
—Mas, Giu, a Vulcano vai produzir o Barolo ou o Barbaresco?
— De início o Barolo. Essa safra só vai dar lucro mesmo daqui uns dez,
doze anos. O envelhecimento dele é demorado.
— Mas, eu li que existe novas técnicas de envelhecimento, não é?
— Sì! Mas sabe como sou tradicional para essas coisas!
— Só para essas, né? Porque para outras...
Ele olhou para ela semicerrando os olhos.
— Vamos tomar café com os trabalhadores, vamos.
— Sì!
Eles chegaram nas mesas de mãos dadas, eles estavam num enorme arco de
videiras, e para onde ela olhava havia frutas maduras, flores, uvas em maturação
e trabalhadores dando risada e se ajeitando nas mesas.
— Buongiorno! — Disse Giuliano de pé no centro das enormes mesas de
parque.
— Buongiorno, signore Vulcano!
— Quero começar agradecendo por vocês terem continuado conosco e,
espero e peço a Dio, que essa parceria continue por muitos e muitos anos.
Acredito que a safra desse ano será menor, até mesmo por conta da transição de
donos, mas que seja tão boa quanto é. Quero e faço questão de conhecer a cada
um de vocês, e saibam que não estão sozinhos, mas vamos deixar de papo furado
e vamos tomar esse bello prima colazione. Mangia che te fa bene!
Giovana observou Giuliano rindo e conversando com os funcionários como
se os conhecesse há anos. Ela sorriu, o sorriso mais lindo do mundo era dela, ele
lhe dedicava tudo o que fazia, sabia que ele pensava nela o dia todo, e que por
ela carregaria o universo nas costas, assim como Atlas carregava os céus.


Giovana nem acreditava que aquilo realmente estava acontecendo. Só
acreditou quando viu o lindo vestido de noiva pendurado no cabide, num
ganchinho em cima do batente da janela, balançando ao sabor do vento.
—Ah aí está você! Vamos querida, está na hora de arrumar esses lindos
cachos negros e maquiar esse belo rosto. — Disse a cabeleireira com toda sua
equipe atrás dela.
Estavam em Roma, próximo da Fontana di Trevi, há alguns meses ela e
Giuliano tinham estado ali, juntos jogaram três moedas cada, e cada um fez um
pedido. Ela jamais sonhara estar ali e nem por tudo o que passara, mas sabia de
uma coisa, iria casar-se com o homem que havia lhe chantageado pelo simples
fato de lhe querer ao seu lado e ela não lhe querer.
Era uma loucura, sabia disso! Mas agora estava ali. Giuliano conseguira
com que se casassem, pagara um alto valor, pagaria o valor arrecadado de um dia
de turismo da fonte.
—Pago com gosto! — Disse ele a Matt e ao prefeito de Roma.
—Então está feito! — Se apertaram as mãos e Giuliano preparou tudo.
Agora ali estava ela, perto da praça e da Fontana.
— Aqui está o seu buquê, querida! — Disse a florista que veio
rapidamente lhe entregar um lindo buque de camélias rochas.
—Ah que lindo! Grazie!
Giovana gostava de rosas, mas amava camélias e Giuliano sabia disso.
O vestido de noiva de Giovana era de alça, com busto em formato de
coração com apliques de camélias em renda e nos miolos pérolas, além de lindos
arabescos bordados em pérolas, cada pérola uma bem junta a outra e nos
arabescos saíam as folhas brancas bordadas, as camélias bordadas em renda
caiam em diagonal e terminava numa folha com arabesco e depois se juntavam
no final do vestido e na barra, logo abaixo das camélias foi aplicado pérolas uma
ao lado da outra.
O longo véu catedral era bordado nas barras com pequenas camélias
roxas e mini pérolas, era um sonho. As garras em formato de flores e folhas
eram adornadas por pérolas e diamantes.
Giovana estava pronta e seu coração disparado.
— Calma, mocinha! Falta uma coisa ainda. — Disse a cabeleireira.
—O que?
— O lindo cinto lateral do vestido.
—Tenho que colocar mesmo?
—Claro! Você vai ver como vai ficar lindo.
—Está bem!
A cabeleireira prendeu o cinto lateral branco que continha várias
camélias brancas médias e seis em destaque que ajudam a formar o laço lateral.
Elas eram tão discretas que não tinha como não gostar delas.
—Agora pode olhar!
Giovana se virou e então viu a obra do conjunto e tocou no espelho:
— Sou eu?
— Claro que é!
Ela sorriu.
— Madonna mia!
— O que foi?
— Estamos atrasadas. Mas tenha calma, vamos chegar lá.
— Cadê o Jake?
— No se!
— Madonna mia! — Giovana ligou para Jake. — Jake, onde você está?
— Signorina, deu um problema no carro, mas já já estou aí!
— Já, já nada! Estou indo agora!
Giovana desligou, pegou o buquê e saiu em disparada para a Fontana.
— Giovana, calma! Ele já vem!
—Não vem não!
Giovana saiu correndo descalça pela rua com a cabeleireira atrás dela
segurando os sapatos, ainda bem que o véu estava bem preso aos seus cabelos, se
não tinha voado também.
Todos na rua pararam para ver o que estava acontecendo, ninguém nunca
tinha visto uma noiva sair correndo de um hotel, descalça com uma cabeleireira
e sua equipe atrás dela, gritando para esperar, em direção a Fontana di Trevi.
—Giovana, calma! — As garotas gritavam.
Quanto mais pediam para ela esperar e ter calma, mais ela corria, seu
pulmão doía, era loucura, mas sabia que precisava chegar até ele! Ela chegou a
Piazza di Trevi e logo viu a fonte, lá estava Giuliano vestido de smoking preto,
ao lado dele Matt e Sabrina e seus avós, dona Martina e Beatrice, todos estavam
jogando uma moeda na Fontana di Trevi e desejando felicidades a Giuliano,
então ele a viu. Ela sorriu ainda estava um pouco longe dele, ela correu em sua
direção segurando a saia do vestido, o vento bateu levantando seu veu catedral.
— Uau! — Disse Matt sorrindo de boca aberta. — Mano, você é tão
sortudo! Que visão linda, cara!
— É, eu sei! — Disse ele sorrindo e indo em direção a ela que descia as
escadas como um lindo cisne branco, seu véu esvoaçante e sua saia eram levados
pelo vento conforme ela corria até ele. Era uma linda visão. O fotógrafo disparou
sua câmera.
Giuliano abraçou Giovana e lhe deu um beijo, no topo da escada a
cabeleireira vinha trazendo os lindos sapatos peep toe de cetim roxo de Giovana.
—Signore Vulcano, le scarpe della nostra belíssima Cenerentola.
Giuliano amparou Giovana.
— O que aconteceu?
— O carro quebrou!
— Venha Cinderela colocar seu sapato!
— Devo estar com os pés todos sujos.
— E isso importa?
— Claro!
A cabeleireira ajudou Giuliano a limpar os pés de Giovana rapidamente
com um lenço umedecido, pois sabia que Giovana era muito cri cri, então ele se
abaixou e colocou os sapatos nos pés de Giovana, enquanto ela toca nas costas
dele para se apoiar e a cabeleireira segurava seu outro pulso, já que sua mão
estava ocupada segurando o buque. Ele ajeitou a barra da saia do vestido dela e
se levantou dando o braço para ela.
—Está pronta?
—Sì!
O fotógrafo não perdeu um momento deles.
— Ai, Matt! — Disse Sabrina chorando sem parar. — Eles são um casal
tão fofo!
— E você uma tonta!
— Eu amo finais felizes!
— Eu também princesa! — Disse ele dando um beijo na testa da linda
secretária. — Logo, logo, será o nosso!
—Oi?
Matt sorriu e fez sinal de silêncio para Sabrina, Lisa segurou o lindo
buquê de Giovana quando eles trocaram as alianças. Eles se beijaram e nona
Isabella disse ao nono Roberto:
— Finalmente, mio Rober, nostro nipote encontrou alguém, assim como
nostro Geovane encontrou su Ana.
— Dio è buono, mia vecchia!
—Sì! Dio è buono!
Nono Roberto deu um beijo na cabeça de sua pequena esposa e ela se
apoiou nele e deu um longo suspiro.
Quando a singela cerimônia terminou com Giuliano quebrando uma taça
envolta em um fino tecido, eles foram para o hotel onde Giuliano e Giovana se
hospedaram por aquela noite, que ficava próximo da Fontana que Giovana tanto
adorava.
Um lindo bolo de noiva estava ali a espera deles, Giovana pedira uma
escultura pequena de Eros e Psiquê, juntamente a bela mesa deles e para os
seletos sete convidados do casal.
— Matt, por que eles não convidaram mais pessoas?
— Porque eles não quiseram. Giovana não gosta de se expor, até porque
sabemos bem que o Giuliano é um magnata, né, está sempre emevidência.
Giovana é discreta até demais.
— Mas e as peguetes que ele tinha?
— Então, eram só peguetes, mas com a Gio a coisa foi bem diferente!
Depois que a Giovana foi baleada o Giuliano achou melhor protegê-la e ela
também não gosta de exposição e nem nada. Ela está sempre atrás dele como
secretária, lembra? Então, a única que deu problema foi a Rafaela, mas isso é
passado.
—Sì! Mas agora ela vai ser, junto com ele, dona de um império enorme!
—Sì! Mais uma coisa com o que ela tem que se preocupar: com a
reputação de ambos, não só como magnata, mas agora como homem casado.
Giovana sabe que Giuliano não é um santo e que teve muitas mulheres, mas ele
escolheu casar-se com ela e é isso o que importa para ela.
—Ela é sábia!
—Sì!
Eles tiveram um delicioso almoço com tudo que tinham direito.
—Vocês vão para onde de lua de mel?- Perguntou Lisa.
— Israel. — Disse Giovana olhando com cumplicidade para o marido.
—Por que? Quero dizer, é um destino diferente, né?!
—Porque eu sou judia, Lisa.
—Mentira!
—Verdade! Por que você acha que Giuliano quebrou a taça?
—Ah é por isso?
—Sì!
Eles se despediram ali de sua família e foram para o aeroporto onde o
avião os esperava.
—Parabéns signore e signora Vulcano pelas bodas! — Disse Rebeca
sorrindo. — Aqui está um singelo presente nosso para vocês.
— Ah, muito obrigada, Rebeca! — Disse Giovana abraçando-a.
— Imagina! Venham, se acomodem! Partiremos para Israel em dez
minutos. Belo vestido, signora Vulcano!
— Grazie! Tome é seu! — Disse Giovana dando o belo buque para
Rebeca. — Elas receberam um tratamento especial para nunca murcharem.
— Ah signora Vulcano que lindo!
— Eu continuo sendo Giovana, Rebeca!
— Eu sei, signora.
— Vamos amore mio!
— Sì!
Eles entraram no avião e partiram para Israel. Giovana trocou de vestido
com a ajuda de Rebeca, depois voltou para perto de Giuliano e abraçou o
marido, por trás da poltrona, que estava respondendo alguns e-mails.
— Giu, você parece o Harry Potter usando esse óculos!
—Eu sei, mia cara, você nunca me deixa esquecer!
—Mas vocês tem uma diferença!
—Qual?
—O meu Harry Potter é muito mais bonito e muito mais gostoso!
— É mesmo?
— Sì!
— Venha cá, mia dolce Giovana! — Disse ele fazendo com que ela desse
a volta e sentasse no colo dele. Ele viu que ela havia trocado de vestido, colocara
um branco perolado sereia, as belas formas dela o deixavam louco. — Se
continuar a se insinuar com esse vestido para mim, vou rasga-lo inteiro e te
comer aqui mesmo!
—Giuliano! — Disse ela engasgando de vergonha.
Ele a beijou com paixão, agora não precisava mais esconder seus
sentimentos de ninguém, nem dele mesmo.
— Desde o momento em que te vi, mia dolce Giovana, eu me apaixonei
por você!
—Ah é mesmo?
— Sì! E eu não sabia como poderia mantê-la na minha vida, até que
armei tudo, desde a nossa primeira transa quente no elevador até você ter
descoberto que eu estava te chantageando pelo que fizemos no elevador.
—Você sabia que não precisava de nada disso.
—Na época eu não sabia, achava que você não me dava bola!
—E não mesmo! Mas isso não era motivo para você não ter vindo falar
comigo.
—Conhecendo você e seu orgulho, você jamais aceitaria nada meu, nem
um sorriso. Você até me ameaçou dizendo que ia cortar meu saco ou colocar
laxante no meu caffè!
Giovana riu.
—Mas sabe do que mais me orgulho?
—Não! Do que?
— De ter esse sorriso só pra mim, e mesmo com tudo de errado que fiz,
ter a mulher mais geniosa e generosa que conheço. Você me ensinou tanto, mia
Giovana!
—Por exemplo?
— Coisas simples são as mais preciosas que um homem deve e pode ter,
que dinheiro, mulheres e tudo o mais é vaidade! Que o que realmente importa, só
se vê com o coração!
— Olha, citação de O Pequeno Príncipe!
—Sì! Quando você resolveu ir embora da minha vida eu fiquei duas
semanas recluso e li o livro, você sabe disso. Grazie, mia dolce ragazza. Você me
mostrou como eu era egoísta e pífio. Você deu sentido a minha vida, me deu um
Norte, salvou a minha vida de uma escuridão que nem eu estava enxergando.
Obrigada por ter me aceito em sua vida, não só como seu amante, mas agora
como seu esposo e homem.
Ela deu um sorriso para ele e olhou-o profundamente.
—Não deve me agradecer em nada, só de você reconhecer que era um
babaca egoísta já é um grande passo.
Eles riram.
—Te amo, mia Giovana.
— Também te amo, mio Giuliano.
Ele a beijou com doçura.
Quando chegaram em Israel, Giuliano havia reservado o melhor hotel,
eles foram para o Muro das Lamentações, a pedido de Giovana, ela pegou seu
Sidur, o livro de orações, e deu um para ele, eles foram cada um para o seu lado
do Muro e fizeram suas orações, Giuliano conseguiu localizar onde Giovana
estava e fez sinal para ela para que se aproximassem e um de cada lado, de
acordo com as tradições, estavam orando e de mãos dadas. De Israel, partiram
três dias depois para o Egito e para a Ilha de Java.
Voltaram para Reggio Calabria duas semanas depois. Eles chegaram no
escritório de mãos dadas.
— Buongiorno, Lisa!
— Buongiorno! — Disse Lisa sorrindo. — Por que não nos avisaram que
voltariam hoje? Teríamos feito um café da manhã de boas-vindas!
— Nem pensamos nisso, Lisa! — Disse Giuliano. — Um buongiorno de
trabalho para você!
— Igualmente para os signores!
— Lisa, eu continuo sendo a Giovana!
— Eu sei, mas é melhor assim!
— Depois vemos isso!
Eles entraram na cozinha e, como toda manhã, Giovana preparou caffè e
colocou nas duas garrafas, serviu a ela e Giuliano e ele a ajudou com as garrafas
enquanto ela levava as xícaras.
— Buongiorno! — Disseram eles aos funcionários.
— Buongiorno, signore e signora Vulcano!
Eles chegaram até a mesa de Matt.
— Olá! — Disse Giovana sorrindo.
— Ah vocês voltaram! Nem acredito! — Disse Sabrina se levantando e
abraçando a amiga. — Sentimos sua falta!
— Fale por você, Sabrina! — Disse Matt e Sabrina balançou a cabeça.
— Os dois na minha sala! Agora! — Disse Giuliano não respondendo a
provocação de Matt, sério de repente.
— Ixi! O que foi que eu fiz, Gio?
— Não sei! Também não entendi!
— Giovana! — Giuliano chamou.
— Me deixa correr, já, já chamo vocês!
— Tá bom!
Giovana chegou na sala de Giuliano.
— O que foi, amore mio?
— Nada! Por que?
— Você foi tão seco e grosso com a Sabrina e o Matt.
— Mia dolce moglie, estou tirando uma com a cara deles, então não
estrague a brincadeira! O Matt me pediu um favor quando voltássemos e chegou
a hora.
— Está bem!
— Vá lá chama-los, per favore!
— Sì!
Ela colocou as xícaras de caffè na mesa dele e foi até Matt e Sabrina.
Matt estava com um brilho divertido nos olhos enquanto mexia no computador e
Sabrina parecia angustiada.
— Matt e Sabrina, Vulcano está chamando-os, e a coisa não parece boa!
— Chame a Lisa também, Giovana, per favore. — Disse Giuliano da
sala.
— Melhor irem logo!
Giovana foi até Lisa.
— O Giuliano está te chamando!
— Está bem! Lá vamos nós!
— O que vocês aprontaram?
— Nada, amica!
Giovana semicerrou os olhos. Ela chegaram até a sala de Giuliano.
— Feche a porta, cara mia, per favore e sente-se ao meu lado.
— Sì!
Giovana assim o fez.
— Sentem-se o três! — Disse ele sério.
Lisa sentou-se na ponta, Matt no meio e Sabrina no canto. Ela estava
assustada.
— Um passarinho me contou que enquanto eu e mia Giovana estávamos
no hospital, a signora Sabrina e o signore Matthew estavam a beijos e abraços
em minha sala! Quero saber se isso daqui virou um bordel?
Sabrina arregalou os olhos e Lisa ficou sem graça. Matt olhou para Lisa e
apertou o maxilar.
— Grazie, Lisa! — Disse Matt com raiva.
— Lisa, por que fez isso? — Perguntou Sabrina.
— Eu não fiz nada! Eu não abri a minha boca! — Disse ela se
defendendo.
— Se não tivesse feito, não estariam passando por isso! — Disse
Giuliano sério. Giovana conhecia o marido e ela viu um brilho travesso no olhar
dele, ela nada falou.
— Se você não falou nada, como o signore Vulcano sabe disso, Lisa? —
Perguntou Sabrina indignada. — Achei que fossemos amigas!
— Mas nós somos! Eu não falei nada! Esqueceu-se de que Matt e o
signore Vulcano são mui amicos?
— Isso não é o caso, Lisa! — Disse Giuliano. — Eu quero saber que
maluquice é essa? Se vocês estão achando que a minha empresa é um bordel,
estão muito enganados!
— Giuliano, me deixa falar, per favore!
— Vai se justificar, Matt?
— Ela quem me beijou! — Disse Matt inocentemente.
— Ah, que mentira! — Sabrina levantou-se indignada. — Eu não vou
ficar aqui para ouvir isso!
— Vai sim! Pode se sentar! — Disse Giuliano se levantando e com a cara
fechada, deu um murro na mesa. — Pode se sentar, signorina! Agora!
Sabrina olhou para Giovana:
— Sente-se, Sabrina! Vamos ouvir o que o signore Barone tem a dizer,
per favore! — Ela se virou para Giuliano. — Não precisa de tudo isso, marito!
Não precisa se alterar com a Sabrina, tenho certeza de que ela tem uma
explicação plausível para o que aconteceu! Assim como tuo amico!
— Giovana! — Disse Sabrina indignada.
— Pode falar, Sabrina! Sabe que quando Giuliano quer acabar com
alguém, ele não mede palavras e nem atos.
— Eu não concordo, mas eu vou falar! Viemos até a sala para saber de
vocês pela televisão e quando eu vi o Matt estava me beijando e aí a Lisa
chegou.
— Está dando uma de inocente, Sabrina? — Interrompeu Matt. — Pode
parar! Você quem me beijou!
— Mentira!
— Os dois fiquem quietos e vamos ouvir a Lisa. — Disse Giuliano
apontando a caríssima caneta de pena para a recepcionista.
— Bom, signore Vulcano, quando eu cheguei na sala os dois estavam se
beijando
— Agora a pergunta que não quer calar: quem está falando a verdade?
— Eu! — Disseram Sabrina e Matt juntos.
— Não, eu! — Eles se olharam e falaram ao mesmo tempo.
— Já chega! Os dois! — Disse Giuliano coçando os olhos com
impaciência. — Quer saber? Vou perguntar mais uma vez, eu quero a verdade,
qual dos dois está falando a verdade?
— Giuliano a verdade é uma só! — Disse Matt.
— E qual é, Matt?
Ele se virou para Sabrina e pegou em suas mãos:
— A verdade é que eu sou apaixonado por você, Sabrina! Eu sou
dependente de você pra tudo e em tudo! Nada me faria mais feliz do que ter você
em minha vida! Eu sei que sou um idiota e que várias vezes eu neguei aquilo que
sentia por você por todo esse tempo. Eu tentei substituir você por todas as
mulheres que pude, e no final das contas, procurava as que tinham as mesmas
características que as suas. Então me dei conta de que era você quem eu queria e
quero na minha vida. Per favore, me aceite na sua vida!
Sabrina estava de boca aberta, assim como Lisa e Giovana. Giuliano sorria
travessamente.
— E então, Sabrina? Me aceita na sua vida? Eu sou cheio de defeitos, mas
de uma coisa eu sei, eu sou louco por você!
Sabrina começou a chorar e deu um soquinho no peito de Matt.
— Idiota!
Ele a abraçou sorrindo.
— Se vocês forem se beijar, façam isso lá fora, per favore! — Disse
Giuliano com atrevimento.
— Giu! — Disse Giovana sorrindo e balançando a cabeça.
— Não está brincando comigo, não é? — Perguntou Sabrina chorando.
— Não! — Disse Matt sorrindo para Sabrina. — Eu te amo, sua doida! Eu
aprendi a te amar em silêncio.
— E por que nunca me falou nada?
— Sabrina, você é amiga da Giovana, acha mesmo que eu vou me arriscar
a ter os bagos arrancados pela Gio? Ela quase fez isso com o marido dela,
imagine o que ela poderia fazer comigo que não sou nada dela, além de um
grande amigo, claro!
Giovana riu.
— Vocês são tão injustos! — Disse ela rindo.
— Só eu sei o que passo! — Disse Giuliano provocando a esposa.
— Você passa bem, rapaz! — Disse Giovana.
— Sabrina, per favore, não me deixe sem resposta. — Ele tirou uma
caixinha de veludo vermelha do bolso. — Doida, casa comigo! Per favore!
— Ah, Matt! Sim, eu caso!
— Ai que bom!
— Por que ai que bom?
— Se não eu ia ter que comer o buffet todo sozinho e amargando o seu
não.
— Como assim?
— Preparamos um noivado surpresa pra vocês! — Disse Giuliano. — Pedi
a Matt que nos esperasse voltar. — Giuliano voltou-se para Lisa. — Lisa, você é
uma excelente atriz! Grazie!
Ela riu da cara de Sabrina.
— De nada, signore Vulcano!
— Esposa, ainda vou descobrir como você consegue se virar em cinquenta!
— Coisas de mulher!
— Não acredito! Todos sabiam! — Disse Sabrina chorosa.
— Sì! E estamos muito felizes por vocês! Temos um casamento para
planejar, Lisa! — Disse Giovana sorrindo.
— Que tudo! — Disse Lisa empolgada.
— Vamos comemorar! — Disse Giuliano.
Todos se levantaram e cumprimentaram os noivos, eles saíram na sala de
Giuliano, que foi para o meio do corredor das baias e falou:
— Buongiorno, pessoal!
— Buongirno, signore Vulcano!
— Bom, como todos sabem, Matt preparou um noivado surpresa para ele e
Sabrina, e ela aceitou o pedido!
— Ah ê! Finalmente! — Disseram alguns e todos deram risada.
— Estamos todos convidados para a festa que minha moglie preparou para
eles com a ajuda da Lisa, lá na sala Vulcano no térreo, a maior sala da empresa.
Per favore, venham todos. Gio, você disparou a circular?
— Sì, Giu, disparei para todos, menos para a Sabrina, não é? Por motivos
óbvios.
— Ottimo! Vamos todos!
Eles desceram e encontraram os outros funcionários lá, cumprimentaram
cada um deles e Matt pegou no microfone:
— Bom, antes de fazer as honras da casa, Giuliano e Giovana, per favore,
venham até aqui!
Eles se entreolharam e foram.
— Nós, funcionários da Vulcano & Company, não tivemos tempo para
felicitá-los devidamente pelo enlace de vocês. Até porquê vocês escolheram uma
cerimônia privada e nós respeitamos isso, mas queremos dar esse presente para
vocês, de todos nós! — Sabrina e Lisa entregaram um enorme buque de camélias
roxas para Giovana e Spencer e Gabriel traziam uma caixa enorme e cheia de
presentes para eles.
— Mamma mia! — Disse Gio.
— Não sabíamos o que escolher, então fizemos uma vaquinha, que deveria
ter se chamado vacona, porque arrecadamos bastante dinheiro, e como o
Giuliano tem tudo, então escolhemos coisas a cara de vocês.
— Grazie! — Disse Giovana.
— Olha, Matt, eu nem sei o que dizer! Somente quero agradecer por vocês
estarem comigo, porque eu aprendi com mia moglie que quem faz a Vulcano não
é só o Giuliano, mas sim todos vocês! A Vulcano são vocês e quem deveria dar
presentes a vocês era eu. Grazie mille.
— Agora, vamos aproveitar a festa! — Disse Spencer irreverente.
Giovana puxou Giuliano para o lado.
— Vem cá! Quero falar com signore em particular!
— Olha moça, eu sou casado! Se a mia moglie nos pegar conversando, ela
vai fazer a erupção do Krakatoa parecer coisa de criança! Não imagina o quanto
ela é brava.
— Ah, fala pra ela que não tenho ciúmes!
Ele riu e lhe roubou um selinho.
— Fala, minha Psiquê!
— Eles estão tão felizes, não é?!
— Sì! E tenho que reconhecer uma coisa.
— O que?
— Matt tinha razão quando disse que um dia eu ia me apaixonar e que a
ideia de casamento não ia sair mais da minha cabeça.
— Agora é a vez dele!
— Os dois solteirões entraram para o time dos casados.
— Sì!
— Mas você não me chamou aqui para isso, não é?
— Não, seu bobão!
— Então?
— Você me disse umas coisas quando estávamos indo para Israel na nossa
lua-de-mel e eu não disse nada porque não era hora.
— Lo so.
— Giuliano, eu sou a mulher mais feliz que eu poderia ser, porque em
primeiro lugar eu decidi me fazer feliz, e transbordando essa felicidade eu pude e
posso compartilha-la com você. Você foi um crápula comigo, mas me deu e me
dá tudo de ótimo que você pode, ninguém nunca fez isso por mim e pra mim, eu
sempre tive que batalhar e correr atrás do que eu queria e quero, não que eu
ainda não faça, porque, olha eu vou te contar, como patrão você é um porre, mas
como homem e marido você é o melhor que o Eterno poderia ter-me dado e eu
sou extremamente grata a Ele por isso. Nós começamos de um jeito tão errado,
mas no final, deu tudo tão certo! Eu sou extremamente grata por tudo. Obrigada
por ser esse marido e homem tão bom pra mim, você me proporcionou tudo o
que eu imaginava e não imaginava. Obrigada, marido!
— Eu te amo, mia Giovana. Sou o homem mais feliz desse mundo, a
felicidade que sempre habitou em mim floresceu quando encontrei você. Quando
você levou aquele tiro por mim, eu achei que ia te perder e então vi meu mundo
começando a desabar, eu não imagino minha vida sem você. Eu te serei
devotado o resto da vida, meu amor. Eu te amo, mia dolce ragazza! Eu sabia que
era você quando te vi a primeira vez, mas só entendi o quanto era importante
para mim quando você foi embora, e com toda razão, da minha vida e me deixou
louco por duas semanas. Fui do céu ao inferno em duas semanas. Você me
mostrou o quanto eu era um babaca, idiota egoísta.
— Ainda bem que sabe! — Disse ela rindo.
— Sua terrível! — Ele a abraçou e a beijou. — Sou o homem mais sortudo
do mundo! Você não é de perto a mulher perfeita, mas é perfeita para mim. Você
não é do jeito que eu queria, mas sim do jeito que eu precisava.
Ele a beijou. Se sentia pleno e feliz.
— Te amo, mia dolce ragazza.
— Também te amo, mio Giuliano.
— Agora vamos curtir essa festa.
— Sì!
Giovana viu Lisa rindo horrores com o cabeludo trevoso da empresa,
Spencer. Ela sorriu para a amiga com cumplicidade.
E assim, eles se juntaram a Matt e Sabrina, tendo a certeza de que assim
como eles eram felizes, Sabrina e Matt também seriam.

Continua...

















Olá!

Se você leu até aqui, continue comigo nessa trilogia maravilhosa!
No próximo livro, O Meu VP, iremos observar mais de perto o quente,
tórrido e cheio de desencontros romance de Sabrina e Matt.
E como vocês sabem, usem o ventilador! Hahahahahaha.
Não esqueçam: além das cenas hot, os palavrões continuam e continuarão à
solta, se você não gosta, pode parar por aí então...
Um beijão, e até logo mais com o nosso querido Matthew Barone e Sabrina
Angela Ferri.
Iris Rivera

Table of Contents
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26

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