Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rivera
O Meu Novo CEO
Trilogia — Vulcano
Livro 1
Todos os Direitos Reservados
Plágio é crime!
Atenção: Livro recomendado para maiores de 18 anos, contém palavras
de baixo calão!
Se você não gosta de cenas hot e nem palavrões pode parar por aqui
mesmo! Esse livro está cheio disso!
Capa: Caroline Moreira
Dedicatória
Para Fabrício.
Para Roseane, por ter lido a versão beta, ter me dados idéias maravilhosas e ter
me corrigido.
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Prólogo
São Paulo, 36 anos atrás.
— Hoje é o seu grande dia, Ana Sales! Se conseguir esse estágio, vai
poder dar aulas, abater os horários de estágio da faculdade e ainda de quebra vai
ganhar um salário melhor!
Ela estava no banheiro de um restaurante que ficava próximo à Avenida
Paulista, não havia ido lá para almoçar, apenas para terminar de se ajeitar, da
entrevista iria direito para a faculdade, comprara a prestação um lindo vestido
azul e branco com um terninho azul.
Aquele dia já começara esquisito, acordou atrasada, quebrara um salto do
sapato, esquecera seus documentos em casa, não conseguia fazer uma
maquiagem decente. Estava um caos! Mas finalmente conseguira chegar, só
Deus sabe como, na Avenida Paulista.
Ana saiu do banheiro e logo em seguida do restaurante, estava na calçada
do restaurante quando sentiu um homenzarrão tropeçando nela, de quebra tomou
um banho de vinho.
— Madonna mia! Mi scusi! — Disse uma voz de trovão em italiano.
— Você estragou minha melhor roupa e eu nem terminei de pagar! —
Disse ela chateada e meio brava. —Hoje, definitivamente, não é o meu dia!
— Mi scusi, per favore! — Ele disse mais uma vez.
Ela finalmente olhou para ele, era um lindo italiano de olhos verdes e
cabelos castanhos penteados para o lado direito. Ele era alto, bem mais alto que
ela, por sinal.
— Mi scusi, per favore!
— Olha eu não falo um A em italiano, poderia por favor falar em
português?
— Signorina, per favore espera! Mi scusa! Ti ho preso un vestito nuovo!
Io te pago um vestido nuovo!
— Não precisa! Obrigada! Desculpe, estou atrasada!
— Aspetta! Espere! Posso ao menos te invitare a un caffè?
Ana olhou para ele desconfiada e semicerrou os olhos, ele lhe sorriu
timidamente, parecia realmente sem graça pelo deslize, sabia que não fizera
aquilo por mal, mas aquele dia havia começado azedo para ela.
— Per favore!
— Oh, está bem!
— Bravo! — Ele sorriu, havia ficado interessado na jovem. — Andiamo,
signorina! Mi chiamo Geovane Vulcano. E a signorina?
— Ana Sales.
— Bello nome!
— Obrigada!
Ana e Geovane foram para um café, ali Geovane perguntou se Ana
poderia se limpar por conta do vinho tinto que ele havia derramado nela, seu
vestido estava arruinado. Deveria ir pra entrevista, mas como estava toda
manchada não iria se apresentar assim. Quem sabe aquele dia lhe reservava algo
de bom? Ficaram o resto do dia conversando. Eles combinaram de se encontrar
no sábado naquela mesma hora, ali na Avenida Paulista, pouco tempo depois
eles se casaram. Ana se mudara para Calábria e quando o marido ia ao Brasil a
negócios ela o acompanhava, até aquele trágico acidente com o jatinho deles,
apenas Giuliano, o filho de oito anos deles, sobreviveu e fora criado pelos avós
paternos.
Giuliano estudara Administração e Tecnologia da Informação em
Princenton. Quando voltou reassumiu os negócios do pai e dentro da Vulcano &
Company fundara mais um braço, a Vulcano IT, onde oferecia seus serviços de
tecnologia da informação a várias empresas parceiras com quem o braço
vitivinicultor comercializava. Se tornara um magnata do vinho e comprara várias
pequenas empresa de TI angariando pequenos e médios clientes na sua seleta
carteira.
Capítulo 1
— Que inferno! Será que ninguém consegue fazer nada direito e do que
eu peço nessa empresa? — Podia-se ouvir os gritos de Giuliano pelo corredor da
presidência. — Estou cansada de sua incompetência! Pode passar no RH agora
mesmo!
Era a terceira secretária só naquele mês. Ela bagunçara toda sua agenda,
nunca sabia onde nada estava, fez um inferno nos seus horários e vida. A
secretária saiu correndo.
— Giuliano, o que se passa, amico mio? — Perguntou Matt, vice-
presidente e amigo de Giuliano.
— Essa incompetente que não sabe de nada e nem fazer nada! Quem foi
o idiota que selecionou essa idiota?
Matt coçou os olhos com impaciência, aquele homem estava um inferno
hoje, acordara virado no giraya e depois da confusão que a secretária fizera em
sua vida e agenda, Matt entendia o nervoso do amigo.
— Foi o RH.
— Maravilha, me tragam o idiota que comanda o RH, quero falar com
ele.
— Eu vou até lá!
Matt desceu até o RH e foi falar com André:
— André, melhor você subir, o Giuliano está lá em cima que nem um
dragão enjaulado.
— Estou sabendo! A secretária dele está chorando! O que aconteceu dessa
vez?
— Ela bagunçou a vida dele todinha!
— Puta merda! Vamos logo, quanto mais rápido ele comer meu fígado,
melhor!
André e Matt subiram para a sala de Giuliano. Ele estava tomando um
cálice de vinho, mas estava com o olhar distraído.
— André, preciso de uma nova secretária. Você sabe bem que irei viajar e
ficarei duas semanas fora, quero uma secretária nova pra ontem. Quando eu
voltar quero ela aqui pronta pra me atender do jeito que eu espero e preciso.
— Eu sei. Me diz o que você precisa, Giuliano. A última secretária tinha
boas referências e todas as suas exigências.
— Boas referências e incompetência.
— Está bem, diga-me o que precisa.
Dois dias depois,
Giovana finalmente se hospedara numa pensão na Calábria, poderia
descansar depois de quatro anos trabalhando numa empresa de TI no Brasil.
Resolvera sair pois queria conhecer novas pessoas e novos ares.
Decidiu tirar umas férias bem longas e conhecer a Calábria. Ficou na
Reggio Calábria, pois ali era o coração comercial da região. Ela desceu e
resolveu conhecer os arredores.
Comprou um gelato de frutas vermelhas e passou próximo a uma agência
de empregos e um anúncio chamou sua atenção:
"Empresa de grande porte contrata Secretária para trabalhar com CEO.
Necessário italiano, inglês e espanhol fluente. Resiliente, discreta e que saiba
trabalhar sobre pressão. CEO extremamente exigente!"
— Olha só, que bacana! Será que devo tentar? Não vim aqui atrás de um
emprego. — "Mas veio atrás de vida nova, olha que oportunidade
excelente!" — Oh, está bem! Vamos fazer uma ficha.
Giovana entrou na agência e preencheu a ficha.
— A senhorita tem um curriculum?
— Não aqui, mas tenho no meu e-mail. Eu vou numa lan house e imprimo.
— Não precisa, imprimimos aqui mesmo.
— Tudo bem!
— Você não é daqui, não é?
— Eu me mudei faz pouco tempo, estou morando definitivamente aqui na
Itália. — Giovana sabia que iria pro lado obscuro por estar mentindo.
— Ótimo!
A moça deu acesso para Giovana e imprimiu seu curriculum, grampeou
com a ficha e disse:
— Só aguardar o contato da empresa.
— Obrigada!
Giovana aproveitou o dia e foi turistar.
— Matt, quem vai fazer a escolha da nova secretária agora que Giuliano
está fora?
— Eu faço, André. Vamos olhar os currículos que a agência mandou.
— Com licença, sr. Barone.
— Entre, Sabrina. — Disse Matt. — O que foi?
— Chegou um último curriculum, a agência disse que essa moça aqui se
encaixa perfeitamente no que os senhores esperam.
— Deixa-me ver. — Matt pegou o curriculum. — Vamos olhar esses outros
primeiros. De qualquer forma não há muitos mesmo. Obrigada, Sabrina.
— De nada, sr. Barone.
— Trabalhar para um Vulcano não é fácil. — Disse André.- Eu achei que o
Giuliano ia arrancar minha cabeça.
— Foi por pouco, sorte sua que ele estava mais calmo!
André e Matt finalmente chegaram no curriculum que Sabrina trouxera por
último.
— Quero falar com essa moça. — Disse Matt. — Marque com ela ainda
hoje para amanhã no primeiro horário.
— E as outras?
— Se for quem estou pensando, não precisaremos de outras.
André estranhou, mas ligou mesmo assim.
Giovana estava saindo do banho quando ouviu o celular tocar.
— Alô?
— Signorina Guerra?
— Sì!
— Boa tarde, me chamo André Ferretti, e falo da empresa Vulcano &
Company, a senhorita preencheu uma ficha na agência e deixou seu curriculum e
gostaríamos de marcar uma entrevista.
— Claro! Para quando?
— Amanhã as oito da manhã, pode ser?
— Claro!
— Ótimo, anote nosso endereço, a senhorita deve procurar a mim.
— Tudo bem.
Giovana anotou o endereço. Mal podia acreditar que em menos de uma
semana que estava ali já conseguira uma entrevista de emprego. Fizera bem em
ter ouvido sua intuição, mesmo sabendo que fora para lá de férias, mas era bom
mesmo assim, queria mudanças e o destino lhe trouxe. Era bem-vinda!
Giovanna abriu seu armário na pensão e procurou um vestido trespassado
vermelho, tinha ganhado um par de sapatos tão brilhantes vermelhos sangue, iria
de fêmea fatal, quem sabe? Melhor não! Deixaria a fêmea fatal para outro dia.
— Acho que terei que comprar roupas novas! — Disse ela satisfeita.
Ela foi falar com Martina a dona da pensão, dona Martina era um italiana
baixinha de cabelos pretos cacheados, olhos castanhos espertos.
— Dona Martina.
— Sim, bambina?
— A senhora não sabe!
— Não mesmo! Me conte!
— Amanhã tenho uma entrevista numa tal de empresa Vulcano &
Company, para secretária do CEO.
— Ah bambina! Se conseguir o emprego lá, você é sortuda!
— Por que?
— É uma das maiores empresas da Itália, bambina! Eles exportam vinho
pra tudo quanto é lugar, vinhos maravilhosos, por sinal. E eles trabalham
também com essa coisa de computadores que vocês jovens tanto gostam.
— Com Tecnologia da Informação?
— Acho que é isso!
— Dona Martina, posso dar seu endereço para qualquer eventualidade?
— Claro, bambina!
— Obrigada! Se der tudo certo, vamos comemorar com uma garrafa de um
vinho Vulcano que eu ganhei de um antigo cliente da empresa onde trabalhei.
— Mamma mia! Com certeza!
— Onde posso comprar roupas sociais e baratas aqui, dona Martina?
— Compras? Adoro!
— Vamos?
— Agora!
Dona Martina deixou a neta, Beatrice cuidando da pensão enquanto
ficavam fora.
— Nona me traz uma echarpe?
— Não!
— Eu trago, Beatrice! — Disse Giovana rindo.
— Não acostume essa ragazza, ela é folgada!
— Ah dona Martina, ela é tão boazinha!
— Sabe como são os adolescentes!
— Sim! Mesmo assim, ela é uma excelente garota.
Giovana e dona Martina foram para o centro de Reggio Calabria e
passaram por várias lojas, nenhuma das vitrines a agradou, até que foram numa
pequena loja, muito simples e humilde e num manequim havia um vestido de
alças grossas, preto com uma faixa fina em amarelo e outra em roxo lavanda que
desciam até a barra do vestido, o casaquinho meia estação tinha as mesmas
faixas do lado esquerdo.
Giovana experimentou e se olhou no espelho, ela deu um estalo com a
língua e fez um coque.
— Perfeito! — Disse satisfeita consigo mesma.
— Precisa de um sapato preto vinil. — Disse dona Martina.
— Entende de moda, dona Martina?
— Já fui jovem que nem você, bambina! Ou acha que nasci desse
tamanho?
— Claro que não!
— Eu era costureira de grandes grifes italianas, mas depois que meu Pepe
morreu deixando minha Beatrice aos meus cuidados eu abri a pensão.
— Ah dona Martina, minhas condolências!
— Meu Pepe me faz falta até hoje. Mio Bambino!
Giovana mordeu o lábio e foi correndo dar um abraço em dona Martina.
— Obrigada, Bambina!
— Eu não tenho ninguém nesse mundo também, dona Martina. Sei como
se sente!
— Agora você tem a mim, e se der tudo certo amanhã, quero que fique
conosco, bambina!
— Claro! Será um prazer!
— Olha, bambina, echarpes! — Disse dona Martina secando as lágrimas.
A dona da pequena loja mostrou as várias echarpes, uma mais bonita que a
outra e Giovana não se decidia por qual escolher, então levou todas.
— Grazie, signorina!
— Grazie!
Dona Martina e Giovana sairam cheias de sacolas.
— Bambina, aqui pertinho tem um calzolaio muito bom!
— Calzolaio?
— Sim, sapateiro!
— Ah tá! Desculpe dona Martina, mas meu italiano não é lá essas coisas!
— Mas você fala bem. Logo mais vai aprender tudo o que precisa!
— Deus te ouça!
Matt olhava o curriculum de Giovana. Será que era a mesma Giovana que
conhecera quando ele trabalhara no Brasil? Esperava que sim! Amanhã iria
descobrir.
— Matt? — André estava na baia de Matt.
— Oi André?
— Ainda olhando esse curriculum?
— Sim!Acho que talvez eu conheça essa pessoa!
— Por isso a selecionou?
— Sim! Se for quem estou pensando, ela era secretária ou ainda é, não sei,
de um presidente de uma empresa grande de TI no Brasil. Se for ela mesmo, e
espero de verdade que seja, o Giuliano estará em boas mãos.
— Pelo menos ele vai parar de gritar pelos corredores!
—Verdade!
— Como é essa moça?
— Giovana tem cabelos cacheados, bem cumpridos e pretos, olhos
espertos azuis mediterrâneo, ela é um lindo chello. Quando eu a conheci eu a
chamava de chello, ela ficou um ano me assessorando na empresa,porque eu
estava lá pra um projeto enorme, antes de vir pra Vulcano. Extremamente
competente, ela sabia o que eu queria e eu nem precisava abrir minha boca.
— Você era apaixonado por ela?
— Não! Eu a admirava, aliás,ainda admiro! Na época ela estava sofrendo
com um relacionamento e tomou um porre um dia numa sexta-feira, quando foi
na segunda ela tinha voltado a sorrir.
— Ela tinha voltado pro namorado?
— Que nada! Ela estava solteira! Ela estava sempre sorrindo, doida de
pedra! Arrumava qualquer desculpa para fazer uma festa no site onde estávamos.
Qualquer data comemorativa no Brasil era motivo para festa.
— Ela é animada!
— Sim! Uma pessoa fantástica! Acho que ela vai saber lidar bem com o
Giuliano.
— Será?
— Bom,um dos dois vai enlouquecer primeiro! Ela é durona, ela colocava
o presidente no chinelo. Ela era o muro entre ele e o restante do
pessoal.Extremamente profissional e competente. Aquela judia sem vergonha
chamava atenção de todo mundo, não pelo corpo, que é lindo, mas pelo seu
sorriso e simpatia. Um dia estávamos num coquetel e ela estava sorrindo e
quando virava o rosto fechava a cara.
— Por que?
— O sapato a estava machucando. Ela não reclamou, mas eu podia ver que
estava incomodada. Quando terminou, ela entrou no carro do Gregory, um dos
vice-presidentes e não tirou os sapatos dos pés, estava no banco de trás e
disse: "Graças a Deus!". Ela era muito irreverente. Ela disse: "Pessoal agora
vocês vão sofrer com meu chulé!"
— Mancada!
— Mas ela não tirou os sapatos por um minuto. No dia seguinte, eu a vi
chegando de chinelos, os dedos todos machucados. O Stephen, que era o
presidente da empresa,não estava lá,ele iria visitar uns clientes e ficaria fora o
dia todo. Ela sentou-se em sua mesa, pegou a caixa que estava segurando, foi
para o banheiro e colocou os sapatos, seus dedos estavam cheio de curativos,mas
trabalhou como se nada tivesse acontecido. Sempre impecável!
— Eu não aguento mais procurar secretárias para o Giuliano.
— E quem é que aguenta?
— Espero que essa moça seja o que ele está procurando.
— Será!Se for a Giovana que eu estou pensando, ela vai colocar o Giuliano
no bolso e sair andando!
— Dona Martina, o que a senhora acha desse sapato?
— Lindo! Vai ficar um charme com meia fina preta.
— O senhor tem algum sapato roxo?
— Acho que sim.
Dona Martina e Giovana passaram o restante da tarde comprando algumas
coisas para a entrevista de Giovana. O outono estava indo embora, mas sabia que
no dia seguinte faria um tempo bom, um dia mais quente. O clima temperado da
Itália era um convite indecente para tomar um bom vinho e comer algo bem
quente e gorduroso.
Se Giovana conseguisse mesmo o emprego,ficaria na pensão de dona
Martina, e assim como já tinha pago o mês a ela, ajudaria nas despesas da
pensão e tudo o mais que ela precisasse.
Giovana e dona Martina voltaram para a pensão cheia de sacolas, já era
quase seis horas e Beatrice havia iniciado o preparo da janta.
Giovana ficou sentada numa mesinha que dona Martina colocava fora da
pensão. Elas jantaram ali fora e tomaram um vinho comendo um pedaço de pão
caseiro que dona Martina fizera com ervas finas.
— Se eu continuar a comer tudo o que a senhora faz, vou sair daqui
rolando.
— Ora bambina, está muito magrinha! Precisa comer mesmo! Amanhã vai
tomar um café bem reforçado!
— Se prepara, Giovana. A nona adora empanturrar os outros.
— Beatrice, não se meta na conversa!
— Poxa, nona!
Giovana sorriu.
— Beatrice, tem um embrulhinho pra você numa das minhas sacolas.
— Eu vou pegar!
A adolescente de quatorze anos correu para o quarto de Giovana e
encontrou um pequeno embrulho cor de rosa cheio de flores. Ela sorriu e desceu
para a rua, onde estava sua nona e Giovana. Ela abriu e tirou uma linda echarpe
de lá, verde com bolinhas laranjas.
— Para combinar com o verde dos seus olhos, Beatrice!
— Madonna Mia! Grazie, Giovana!
— Imagina!
— Vou usar amanhã mesmo para ir a scuola.
— Vai ficar linda,vai combinar também com esses cachos loiros.
— Amanhã eu vou ser a garota mais linda e estilosa da scuola.
— Você já é!
— Fala isso pro Patrício!
— Olha, temos um alvo em potencial então!
— Mais ou menos!
— Como ele é?
— Lindo! Cabelos castanhos, olhos azuis! — Ela rodopiou em seu próprio
eixo, como fazia quando estava dançando balé, segurava apertado o echarpe. —
Mas, ele não olha pra mim. Só tem olhos para as garotas mais bonitas da scuola.
— Então, não vá atras dele. Se ele não sabe apreciar uma rosa, jamais
saberá apreciar um diamante. — Disse Giovana segurando o queixo de Beatrice.
— Eu não sou um diamante!
— Claro que é! Você é um diamante bruto! Só saberá o seu valor quem for
especialista em diamante, como ele não é então ele não sabe a linda e
maravilhosa garota que você é, que será uma mulher fantástica quando tiver a
minha idade!
— Não tem como saber!
— Eu tenho sim! Eu era que nem você!
— Você já namorou?
— Sim! Mas não vamos entrar em detalhes!
— Vamos tomar un vino. — Disse Dona Martina trazendo uma baixela
com vinho, pão, taças e suco de uva.
— Eu quero vinho, nona!
— Você quer é apanhar, isso sim! Não tem idade para tomar vinho!
— Nona eu sou quase uma adulta!
— Você só me tem quattordici anni, bambina! — Disse a avó juntando os
dedos e sacudindo a mão próximo do rosto da neta. — Quando você tiver
diciotto anni eu vou pensar em te deixar beber un vino!
— Ah,nona!
Giovana riu e serviu-se de vinho e a dona Martina e depois deu suco de uva
para Beatrice. Elas ficaram ali conversando sobre as aventuras de Giovana no
Brasil quando era secretária em São Paulo e o porquê de ter ido para a Itália.
Do outro lado da Itália, em Trento, Giuliano estava se arrumando.
— Você precisa mesmo ir embora, Giu?
— Giuliano. Odeio quando me chama de Giu, Rafaela.
— Você odeia tudo. — Disse a bela loira deitada na cama coberta com um
leve cobertor.
— Tenho negócios para fechar.
— Ah os negócios! Sempre vem em primeiro lugar.
— São os negócios que pagam os presentes que te dou, os jantares,
algumas viagens. O que mais você quer?
— Você sabe bem!
— Meu coração é uma das coisas que você jamais terá! Você sabe disso!
Foi um acordo nosso, e você aceitou porquê quis.
— Joga mesmo na minha cara, Giuliano!
— Rafaela, você aceitou ser a minha amante e aceitou quando eu disse que
eu te chamaria ou te visitaria. Você tem uma vida de luxo e não precisa de mim
para nada, o que quer mais? Não me peça o que eu não posso te dar! E outra essa
conversa está me irritando! Eu vim aqui para me distrair e aliviar minhas
tensões, já tem meses que você me enche com essa sua conversinha mole de
relacionamento sério! Quer saber? Pra mim já deu! Não quero uma esposa para
me cobrar, e não vai ser uma amante simplória que vai me amarrar e dizer o que
devo ou não fazer! Adeus, Rafaela!
— Giuliano, espera!
Giuliano saiu do apartamento de Rafaela com suas malas, desceu para o
estacionamento e entrou no carro alugado. Voltou para o hotel, no dia seguinte
teria que voar diretamente para Kosice. Ligou para Julian:
— Buona sera, Julian.
— Buona sera, signore Vulcano.
— O jatinho já está pronto?
— Sì, signore.
— Ótimo! Amanhã tenho que estar cedo em Kosice. A tonta da minha
secretária anterior te passou o roteiro ou pediu os planos de voo?
— No, signore.
— Merda! Terei que comprar uma passagem de primeira classe então.
— Mi scusa, signore!
— A culpa não é sua! Vá descansar!
— Tem certeza de que não vai precisar de mim?
— Não, eu me viro! Grazie!
— De nada! Buona sera.
— Buona sera.
Giuliano desligou o telefone e subiu para o seu quarto. Estralou os ossos do
pescoço e das costas. Ligou para a companhia aérea e comprou a última
passagem de avião da primeira classe para Kosice, viajaria em pouco mais de
cinco horas. Não chegaria a tempo!
— Inferno!
Giuliano ligou para Matt.
— Matt, é o Giuliano.
— Oi Giuliano. O que precisa?
— Do plano de vôo. A tonta da secretária anterior não mandou para o
piloto.
— Você passou o roteiro para ele?
— Não, mas até ele montar o plano de voo. Não vou chegar a tempo em
Kosice.
— Onde você está?
— Em Trento.
— Bom, dependendo de onde estiver, de Trento para Milão são umas três
horas de viagem. Lá tem o aeroporto internacional.
— Qual deles?Milão-Malpensa? Que seja esse, céus!
— Esse mesmo.
— Ótimo! Acho que você pegar escala. Melhor eu ir logo pro aeroporto.
— Buon viaggio!
— Pro inferno, Matt!
— Não entendi!
—Já conseguiu minha nova secretária?
— Amanhã faremos uma entrevista com uma das candidatas.
— Matt, veja lá o que você vai me arrumar. Não deixa o André selecionar,
porque as últimas foram um desastre!
— Confie no papai aqui!
— Esse é o meu medo!
Enquanto Giuliano falava com Matt saia do quarto do hotel e se dirigiu
para a recepção e fechava a conta. O pajem pegou o carro alugado de Giuliano e
trouxe até ele.
— Grazie, signore! — Disse o rapaz ao ver a nota de cinquenta euros.
— Matt, veja bem o que está fazendo! — Giuliano deu as malas para o
pajem e abriu o porta-malas.
— Giuliano, já te decepcionei alguma vez?
— Não!
— Então, feche a boquinha e deixa o papai aqui trabalhar, beleza?
— Está certo.
— Por que você não vai meter um pouco pra ver se dá uma relaxada nesse
stress?
— Foi o que fiz! — Giuliano entrou no carro e fechou a porta.
— E pelo jeito a moçoila não deu conta, não é?
—Me deixou mais estressado quando falou de relacionamento. Só um
minuto! — Giuliano colocou o cinto, ligou a conexão bluetooth do celular e
pareou com o carro, fechou as janelas. — Está me ouvindo?
— Sim! Continue! Você disse que a moça não o agradou!
— Não entendo o que essas mulheres querem. Aceitam o caso e depois
querem casamento.
— É a vida, amigão!Por isso eu prefiro escolher uma por uma noite e
mando embora quando o sol nem raiou.
— Você é um puto!
— Não, eu sou esperto! Bom, Giuliano o papo está bom, mas se me der
licença a presa da noite já chegou e está na minha banheira, e eu estou louco pra
comer aquela coisinha gostosa.
— Transe por mim!
— Nem a pau!
— Filho da puta!
Giuliano e Matt riram. Giuliano desligou o telefone.
Capítulo 2
— Signorina, per favore, me acompanhe!
— Claro!
Giovana acompanhou a recepcionista até o sétimo andar, os escritórios
eram enormes, as portas de vidros tinham entradas eletrônicas, que os
funcionários acessavam através do crachá. O prédio de quinze andares era
enorme e espaçoso.
Chegaram até a porta e a recepcionista disse:
— Signorina, bata o crachá aqui na entrada senão não vai conseguir sair
depois.
A recepcionista fez o mesmo e abriu a porta para Giovana. Passaram pelas
baias até chegarem a uma das secretárias.
— Mafalda, a signorina Guerra veio para a entrevista com o sr. André.
— Claro, solo un momento. — Ela ligou para André que atendeu na única
sala que tinha no andar. André olhou para Giovana e depois baixou os olhos para
o computador. Mafalda desligou e olhou para a recepcionista. — Chame o sr.
Barone, por favor, Tabitha, enquanto eu levo a signorina Guerra até o André. —
Mafalda se levantou e arrumou sua saia impecável.
— Sim. — Tabitha ligou do telefone de Mafalda para Sabrina, secretária de
Matt. — Sabrina, peça para o sr. Barone descer na sala do sr. Ferretti, per favore.
Grazie!
— Venha, signorina!
Giovana seguiu Mafalda, até a porta da sala de André, a mesa de Mafalda
era colada à parede da sala de André. Mafalda bateu na porta aberta.
— Sr. André, a signorina Guerra!
Ele acenou para entrar.
— Scusami. — Disse Giovana entrando na sala.
André tinha os cabelos castanhos enrolados e olhos castanhos claros.
— Siediti, per favore, signorina Guerra.
— Grazie.
Ela sentou-se com graça e elegância,trazia uma pasta transparente discreta
nas mãos e uma bolsa de mão preta de vinil.
— Vamos esperar o sr. Barone.
— Não precisa, já estou aqui!
Quando Giovana cruzou com os olhos de Matt, ela sorriu.
— Ah eu não acredito! — Disse ele abrindo os braços. — Venha aqui me
dar um abraço, doçura! Estava torcendo para ser você, Giovana Guerra!
— Que mundo pequeno, sr. Barone. — Disse ela com ar de gozação.
— Sente-se, minha querida! — Matt foi na porta. — Mafalda traga um café
e um vinho!
— Sim, signore Barone!
Matt sentou-se e o ambiente ficou descontraído.
— Não acredito que está aqui na Calábria.
— Eu vim de férias bem longas, aí vi o anúncio mas nunca imaginei que
estava trabalhando aqui. Então você saiu mesmo da última empresa.
— Ah sim, e você pelo visto também.
— Precisava de novos ares!
— Eu entendo!
— Scusi, sr. Barone, o café e o vinho! — Disse Mafalda que deu passagem
para o copeiro.
— Ottimo!
Matt serviu aos três o café.
— Conte-nos sobre sua experiência, signorina!
— André, ela tem experiência de sobra, extremamente profissional. A
melhor secretária que um CEO poderia ter. Venha vamos conhecer a empresa e
veja se gosta! Já vou avisando, você vai atender um CEO muito chato! Mas você
vai tirar de letra!
— Mais que o anterior?
— Muito mais! —Matt olhou para as unhas dela e viu a francesinha
delicada que ela sempre usava nas enormes unhas. - E você continua com essas
garras lindas!
— Só pra te assustar!
— Você não mudou nada!
— Nem você!
— Continua solteira?
— Graças a Deus!
— Já terminou seu café?
— Não! Você como sempre apressado!
— Esqueci que você degusta café!
— Me conte mais sobre o CEO.
— O Giuliano é muito exigente. — Disse André solene.
— Em outras palavras, affetto, ele é um chato!
Giovana escondeu o riso.
— Gosta de perfeição, de eficiência e de rapidez.
— Traduzindo: você tem que ser uma feiticeira!
André deu uma olhada de soslaio para Matt.
— Affetto,a coisa funciona assim, — Matt puxou o notebook de André e
entrou na intranet da empresa.Ele abriu a página da organização da empresa. —
A Vulcano & Company tem dois braços bem distintos, a vitivinicultura e a área
de TI.Basicamente você vai cuidar de tudo o que o Giuliano precisa. Do mesmo
jeitinho que fazia quando trabalhamos juntos no Brasil, lembra?
— Sim!
— Ótimo! Seja rápida e esperta, esteja dois passos à frente do Giuliano,
porque ele é muito ligeiro e inteligente, mas você é mais! Terá que fazer
constantes visitas com ele para os vinhedos da família dele. Você fala italiano,
né?
— Sim!
— Ótimo! Eu acho que ele vai te testar e vai falar com você somente em
italiano, depois ele vai falar em português, mas aí vocês entram em acordo.
— Senza problemi!
— Ottimo! Venha conhecer os servidores, depois vamos subindo andar por
andar, você vai conhecer a sala dele e a sua mesa.
— Está bem!
— André, prepare o contrato de trabalho da Giovana, ela começa hoje
mesmo!
— Está bem! Trouxe seus documentos?
— Sim!
— Deixe-os comigo! Se tiver visto de turista vamos ter que mudar para
conseguir trabalhar legalmente.
— André, resolva isso! - Disse Matt.
— Sim!
— Venha belezoca!
Giovana riu e pediu licença para sair.
Matt e ela foram pelo corredor e saíram porta a fora, desceram pelo
elevador para a recepção e de lá entraram nos servidores.
— O térreo,primeiro e segundo andar são destinados aos servidores e aos
robôs das fitas de backup e storage, como você bem sabe.
— Aqui também tem o Mainframe e o AS400?
— Sim!
— Matt, como veio para na Vulcano?
— Giuliano e eu somos amigos de faculdade!
— Está explicado!
— Vamos lá gatinha, quero que conheça os meninos de infraestrutura. —
Matt abriu a porta com o crachá. — Buongiorno, rapazes, essa é a Giovana nova
secretária do CEO.
— Buongiorno, signorina! — Eles disseram.
— A Dayane é a engenheira chefe e líder do setor, eles se reportam a mim,
eu sou o VP de TI. Toda parte de infra é com a Day. Se seu ar condicionado
estiver frio demais ou quente demais, chama a Day ou os meninos.
— Bacana!
— Day, vamos nos servidores, chama o Matteo por favor.
— Tá bom.
Giovana cumprimentou a todos e saiu da sala seguindo Matt que entrou
nos servidores.
— Aqui estão todos os dados dos nosso clientes. Não muda muita coisa
aqui do que você conhece de TI no Brasil.
Eles passearam pelos servidores e viram alguns funcionários logados nos
hacks trabalhando.
— Quem cuida dos servidores e acessos é a equipe do Matteo. Ainda
temos o segundo nível, que também é com ele. O chefe do Backup e Storage é o
Giovanni. Vamos para os andares que eu te explico.
— Tudo bem.
Naquela manhã, Giovana conheceu os diretos e os diretores dos quatro
braços que formavam a parte de TI da Vulcano.
— Você vai ter tempo para conhecer a todos, o Giuliano está em Kosice
agora fechando um contrato com um cliente grande eu vou te apresentar a Lisa,
ela é a recepcionista do andar do Giuliano, vocês irão trabalhar juntas.
— Como assim uma recepcionista para o andar?
— Você vai me entender!
Eles chegaram ao décimo quinto andar, era um andar enorme.
— Bom dia, Lisa.
— Bom dia, Matt.
— Essa daqui é a Giovana, nova secretária do Giuliano.
— Muito prazer. — Disse a linda loira dos olhos verdes sorrindo.
— Prazer é meu!
— Seja bem-vinda!
— Obrigada!
— Lisa, temos que marcar a manhã de boas-vindas para os novos
funcionários.
— Sim, já falei com o André e assim que o sr. Vulcano voltar iremos
agendar para a manhã seguinte, de acordo com a agenda dele.
— Giovana você vai participar desse boas-vindas, faz parte da sua
integração na Vulcano.
— Tudo bem!
— Agora vou te mostrar porque temos uma recepcionista aqui em cima,
mas antes, - ele se virou para Lisa. — Lisa, quero que depois do almoço você
ajude a Giovana com os nossos sistemas tá bom?
— Claro, Matt!
— Obrigada. — Disse Giovana.
— Imagina! — Lisa sorriu e voltou-se para seus afazeres.
Quando eles entraram no enorme espaço, Giovana viu vários VP's naquele
andar, suas secretárias estavam sempre a frente de suas chefias, VP's e
secretárias dividiam o mesmo espaço, como pequenas salas sem porta, apenas
separados uma espécie de divisórias de vidros que tinha aproximadamente um
metro e meio de altura, podia-se ver um VP conversando com o outro. Matt
levou Giovana até um espaço muito grande, ali estava uma mesa com um
notebook, entre a mesa e a parte do primeiro VP havia uma impressora, um
armário e uma caixa de correspondências.
— Aqui é sua mesa, Giovana. Tem um armário de material de escritório,
você é a responsável por abastecer todo o prédio com material de escritório, a
minha turma tem uma repartição que cuida de abastecer o tonner das
impressoras. Você tem uma impressora só para você. Mas você tem acesso a
todas da empresa. Nos andares abaixo tem salas de reunião, mas a principal é a
de décimo primeiro andar, é a Sala Toscana, as salas tem nome de cidades e
regiões italianas. Tem uma sala de visitas no terceiro andar onde fica a
monitoração, lá é a nossa vitrine da área de TI e no primeiro andar tem a sala que
dá para as videiras, fazemos a reunião lá quando é a parte de vitivinicultura. O
Guiliano sempre convida os clientes para conhecerem os vinhedos antes de
fecharem negócio, mas o primeiro impacto é aqui.
— Certo!
— Aqui está o reduto do Giuliano. — Matt abriu a porta e acendeu a luz.
— Ah sim, a produção de vinho não fica aqui, fica nos vinhedos.
— Uau!
A enorme sala de Giuliano tinha vidro fumê na janela da parede entre a
sala e a mesa de Giovana, a mesa de madeira do Líbano brilhava como nunca, o
notebook dele estava desligado, a cadeira de couro preta mostrava a imponência
do seu dono, um telefone preto, um frigobar branco atrás de sua cadeira, um
armário pequeno que tomava metade da parede atrás da mesa, cheio de chaves,
uma porta de vidro mostrava uma enorme plantação de videiras, uma televisão
na parede esquerda e duas saídas de ar condicionado.
— Ali no frigobar tem água, vinho e sucos. Se quiser beber algo só pegar.
Tem pó de café também, o Giuliano só começa o dia dele depois de uma xícara
de café bem forte.
— Certo! Eu faço um café chiquetoso. — Disse ela fazendo um OK com
os dedos.
— Não precisa, a copeira faz.
— Eu prefiro eu fazer.
— Tudo bem, seu café é muito bom mesmo. Você viu que tem uma porta
na lateral da saída do andar?
— Sim!
— Ali é a cozinha! Lá você tem tudo para fazer um café, mas o Giuliano
gosta desse pó que fica na geladeira.
— Tudo bem! Onde ficam as xícaras?
— No seu armário!
— Tá bom!
— Eu fico aqui em cima, logo depois de você! A Sabrina fica na minha
frente.
— Certo!
— Qualquer coisa que precisar, me chame ou a chame!
— Tudo bem! Tem algum padrão para atender ligações internas e externas?
— Sim! Quando for interna só diga o seu nome, e quando for externa, você
diz Vulcano e seu nome.
— Bacana!
— Ah sim, quando o Giuliano for viajar, você irá com ele em algumas
viagens! Será paga pra isso como extra, tá bom?
— Tudo bem!
— Venha, vou te apresentar agora ao braço vitivinicultor da Vulcano.
Giovana conheceu os VP's de marketing de TI e da vitivinicultura, assim
como os do financeiro, a parte de auditoria e tudo o mais que compunha a
Vulcano & Company.
— Só um minuto. — Matt atendeu o celular. — Oi André. Estamos
descendo. — Matt desligou e olhou para Giovana. — Vamos descer, seu contrato
de trabalho está pronto.
Eles desceram até o RH e entraram na sala de André.
— Aqui está seu contrato, seus documentos, iremos juntos na embaixada
levar o seu contrato e seus documentos para mudar seu visto. A Vulcano vai
pagar tudo, fique despreocupada.
— Tudo bem! Mas não falamos de salário. — Disse Giovana sem graça.
— Me desculpe! — Disse Matt.
— Eu percebi que na parte do salário está vazio. — Disse Giovana com
sinceridade para Matt. — Porque pelo que estão me dizendo, o signore Vulcano
é muito exigente, mas o salário tem que compensar, Matt.
— Verdade! Só um minuto! — Matt ligou para Giuliano. — Giuliano pode
falar? Coisa rápida!
— Fala logo que eu estou entrando numa reunião em dois minutos. —
Disse ele azedo.
— Qual o salário da secretária?
— Matt quanto você acha que podemos oferecer?
— O triplo pelo menos!
— Você quer me foder, né?
— Você vai saber porque o triplo quando a conhecer! Porque pra te
aguentar, isso ainda é pouco!
— Está bem! Ciao!
— Ciao! — Matt desligou e anotou no contrato.Giovana quase caiu de
costas e André ficou de boca aberta. — Aí está! Assine logo isso aí porque eu
quero almoçar!
— Tudo bem! — Giovana assinou e pegou os documentos.
— Aqui está seu celular corporativo, você tem direito a um carro. Sabe
dirigir?
— Sim!
— Ótimo! Se não souber muito bem tem uma autoescola aqui próximo,
você pode ir lá depois do horário de trabalho! Será de segunda a sexta das oito as
seis da tarde, com duas horas de almoço.
— Certo!
— Pode fazer hora extra se quiser, mas deve cumprir suas duas horas de
almoço tá bom?
— Tudo bem!
— O Matt irá criar um e-mail corporativo para você assim como um ramal
e tudo o mais que precisar! Ainda hoje iremos anunciar na intranet sua chegada,
e iremos colocar sua foto no organograma, ainda hoje seu crachá estará pronto,
assim como o sr. Vulcano a senhorita terá acesso a empresa inteira.
— Tudo bem!
— Seja bem vinda, senhorita!
— Obrigada!
— Vamos tirar uma foto sua agora!
Após Giovana tirar uma foto, Matt disse, puxando-a:
— Venha, Giovana, vamos alocar você direitinho!
Eles subiram para o décimo quinto andar, Matt deu algumas chaves para
ela:
— Você e o Giuliano tem a chave da sala dele, e as meninas da limpeza
pegam a sua cópia e tem uma cópia na portaria. É a chave maior, guarde-a com a
sua vida.
— Tudo bem!
— As chaves dos armários e das coisas do Giuliano também estão aqui.
Quando ele chegar à mesa dele deve haver água sem gelo, no armarinho deve
estar a garrafa de café dele com uma xícara, pires e colher, ao lado o açúcar
mascavo dele. O notebook deve estar ligado e o ar também.
— Tudo bem!
— Nada muito frio se não ele reclama. Olha, ele é um chato! Mas se
souber lidar com ele vocês irão se dar bem.
— Eu sei, Matt! Pode deixar comigo!
— Confio no seu trabalho! Vou deixar você se ambientar e daqui uma hora
eu te chamo pra almoçar. Vou criar seu ramal e tudo o mais que você precisa.
Enquanto isso, use a senha do Giuliano para ter acesso as coisas dele.
— Tudo bem!
Matt foi para sua mesa e Giovana ligou o notebook dela.
— Matt, você pode colocar o acesso para mim, por favor.
— Ah desculpe gatinha, coloco já e anota aí, guarde com sua vida, por
favor!
— Tudo bem!
Matt deu o acesso de Giuliano e Giovana abriu a agenda dele, quase caiu
para trás.
— Esse homem deveria se clonar! Todos os compromissos criados por uma
tal de Alexsandra estavam uma bagunça.
— Pra você ver, gatinha! Eu vou terminar de fazer as coisas, depois do
almoço a Lisa vai te ajudar tá bom?
— Tudo bem!
De repente, o telefone de Giovana começou a tocar, um som alto demais,
ela baixou o som e atendeu o telefone:
— Presidência da Vulcano, Giovana.
— Buon pomeriggio, signorina. — A voz de trovão disse.
— Buon pomeriggio.
— Giuliano Vulcano.
A voz dela era aveludada e sexy, imaginou como ela era. Que não fosse
uma velha, por favor Deus!
— Em que posso ser útil, signore Vulcano?
— Signorina Guerra. — Ele já sabia o nome dela! Ela arregalou os olhos.
— Preciso de um plano de voo de Kosice para Cracóvia, de Cracóvia para
Nuremberg e de Nuremberg para Genebra, de Genebra para Lyon, de Lyon para
Saragoça e de Saragoça para a Cidade do Porto e da Cidade do Porto para
Calábria.
Giovana anotara rapidamente.
— Sim, signore!
— Quero isso para ontem! Fale com o Julian, meu piloto, quero meu
jatinho ainda hoje em Kosice!
— Sim, signore!
Giuliano desligou. A voz dele era um trovão, mas era tão sensual que a
deixou arrepiada. Giovana foi falar com Matt.
— Matt onde fica o número de telefone do capitão Julian?
— Tem uma agenda onde está todos os telefones que o Giuliano precisa,
veja se está no seu armário de material de escritório.
— Certo, obrigada!
Giovana abriu o armário e não encontrou, olhou no armarinho embaixo da
sua mesa, e também ali não estava. Entrou no escritório e sentou-se na cadeira
do chefe, abriu as portas e gavetas e não encontrou nada. Onde estaria essa
maldita agenda?
Havia um armário ao lado de sua impressora, abriu-o e o encontrou ali.
— Graças a Deus. — Pegou o telefone do capitão que demorou a atender.
— Bom dia, o capitão Julian por favor.
— É ele!
— Eu sou a Giovana a nova secretária do sr. Vulcano.
— Prazer, pois não signorina! No que posso ser útil?
— O prazer é meu! Preciso de uns planos de voo para ontem, pode me
ajudar, por favor?
— Agora!
Giovana passou os itinerários e olhou na agenda do Giuliano onde ele
estaria, as datas e horários.
— Sabe se ele aluga carros no itinerários, Julian?
— Sim, signorina! Ele aluga de uma empresa, a signorina vai encontrar na
agenda de contatos dele.
— Obrigada!
— Só olhar na letra A que está tudo lá!
— Ótimo! Grazie!
— De nada! Daqui meia hora te passo tudo!
— Grazie!
Ela desligou o telefone e começou a fazer as reservas dos carros para
Giuliano.
— Gatinha, teu e-mail está pronto!
— Obrigada, Matt.
Giovana foi pegar o contato de Julian mas ele retornou logo.
— Me passa seu e-mail, Giovana. — Ela passou. — Olhe na sua caixa de
entrada!
— Já chegou! Grazie!
— De nada! Agora só colar na agenda do chefe cada plano de voo. Estou
indo agora para Kosice, chegarei lá em três horas.
— Certo, irei avisá-lo.
— Ciao!
— Ciao!
Giovana copiou os planos de voo e jogou na agenda de Giuliano, junto
com as reservas dos carros. Ela acessou a agenda de Giuliano e se deu a
permissão de ver sua agenda e e-mails, ela viu que os VP's deram acesso a
visualização das suas agendas. As recepcionistas deram acesso à agenda das
salas de reunião que haviam no prédio. De repente, na sua caixa de entrada
começou a chover e-mails.
— Socorro! — Ela começou a cantar para si mesma.
Um hora depois Matt se levanta:
— Vamos almoçar, meninas! — Disse Matt sorrindo. — Giovana, essa é a
Sabrina! Quando eu não estiver aqui, fala com ela!
— Prazer! — Disse Sabrina apertando a mão de Giovana.
— Prazer é meu!
— Já começou a enxurrada de e-mails?
— Sim!
— Não se preocupe, você vai dar conta!
— Espero que sim!
— No começo é difícil, mas depois você pega o jeito!
O telefone de Giovana tocou.
— Presidência da Vulcano, Giovana.
— Signorina Guerra, é o Giuliano.
— Sim, signore Vulcano!
— Meus planos de voo.
— Estão na sua agenda, arrumei-a conforme os horários e confirmei com o
clientes as visitas e também já deixei um carro de aluguel para cada aeroporto
que chegarem, confirmei as reservas dos hotéis para o signore e o capitão Julian,
também já pedi diesel nos aeroportos, estão todos a postos esperando pelo
signore. Está tudo nos horários que bloqueei em sua agenda.
— Ottimo! — Ele disse de boca aberta. Aquela era a primeira secretária
que pensava além dele.
— Pedi também ao capitão Julian que se ele tivesse acesso a sua residência
que pegasse uma mala com roupas, além das suas, signore.
— O Matt te deu a chave da minha casa?
— Ainda não!
— Tem uma cópia na primeira gaveta do meu armário embaixo da minha
mesa, guarde-a com sua vida. Só você tem acesso a ela.
— Sim, signore!
— Faça as minhas malas! Minha empregada está lá e vai te ajudar! Vá
almoçar primeiro!
— O Julian disse que já estava saindo e estaria em três horas em Kosice.
— Eu ligo para ele e peço para que te espere na empresa para pegar minhas
malas.
— Sim signore. Vou agora para lá e depois eu almoço, não tem problema!
— Tudo bem! Assim que Julian estiver com as minhas malas, me mande
uma mensagem!
— Sim, signore!
Giuliano desligou.
— Pessoal, eu vou ter que ir fazer as malas do Giuliano. — Disse Giovana
colocando a mão na testa.
— Maravilha! — Disse Matt sorrindo.
Giovana foi na sala de Giuliano e pegou um molho de chaves, deu um
suspiro. Foi até sua mesa e pegou sua agenda, logo na capa havia o endereço da
casa de Giuliano, o telefone e o nome de sua empregada. Ela discou o número no
celular enquanto pegava sua bolsa de mão, colocava o molho de chaves na bolsa,
pegava a chave de um carro que Matt lhe dera.
— Vejo vocês daqui a pouco, depois me passem o nome do restaurante que
vocês irão por mensagem.
— Tudo bem!
— Desculpa, gente!
— O seu carro é o da vaga número dois.
— Obrigada!
— O estacionamento é no subsolo.
— Grazie!
Eles desceram pelo elevador enquanto Giovana falava com Mary.
— Casa dos Vulcano.
— Por favor, a Mary?
— É ela!
— Boa tarde, Mary, me chamo...
— Giovana. Já sei! A nova secretária do ragazzo Giuliano.
— Isso!
— Estou te aguardando para fazermos as malas dele. Já separei algumas
coisas, mas quero que aprove!
— Tudo bem! — Giovana arregalou os olhos.
— Até mais!
— Até!
Giovana foi para a vaga dois e lá havia um carro sedan preto, ela apertou o
botão e destravou o alarme e as portas, entrou no carro, e sentou-se no majestoso
banco preto de couro,o carro era completo.
Colocou no gps o endereço de Giuliano, colocou o cinto e saiu do
estacionamento. quando parou no farol, abriu a janela do carro e acendeu um
cigarro, precisava desestressar. Pegou seu óculos escuro estilo chanel e saiu
pelas ruas de Reggio Calábria.
Capítulo 3
— Seja bem vinda, signorina! Eu sou Mary!
— Grazie!
— Vamos, não podemos perder tempo. Mio ragazzo deve estar sem roupa.
Você tem a programação dele?
— Sim.
— Deixe-me ver!
Giovana foi conduzida por Mary até o imenso closet de Giuliano. Ela lhe
mostrou pelo celular para onde ele iria.
— Ah certo, ele vai ficar pela Europa. Então está ótimo! Ternos, camisas,
calças, sapatos italianos e cuecas. Toalha não precisa, mas perfume, loção pós
barba e todo kit de higiene dele precisa.
Mary foi pegando os cabides e os sapatos.
— Querida, vá no banheiro dele e pegue uma frasqueira transparente, tem
várias, mas é uma média, tem uma escova de dentes verde.
— Tudo bem!
Giovana entrou no enorme banheiro de mármore, encontrou a tal frasqueira
junto de várias.
— É uma escova elétrica verde?
— Isso!
Ela pegou a frasqueira e abriu para ver se não faltava nada.
— Gel, sabonete, shampoo, condicionador, pasta de dente, pente e escova
de cabelo, loção pós barba, navalha e gilete. Acho que está tudo aqui. — Disse
ela indo em direção a Mary.
— E o perfume?
— Também. — Giovana reconheceu o perfume de mais de quarenta mil
dólares, era o segundo mais caro do mundo.
— Ele tem um em cada frasqueira.
— Percebi!
— Mio Giuliano é muito vaidoso!
— Interessante!
— Vamos lá, ragazza! Precisamos terminar essas malas.
Rapidamente, Mary e Giovana terminaram as malas de Giuliano e
colocaram no porta-malas do carro de Giovana.
— Quando você começou a trabalhar na Vulcano?
— Hoje!
— Hoje?
— Sim. Por que?
— Por nada! Só acho estranho o bambino ter te dado a chave de casa tão
rápido.
— Ah, é que eu disse a ele que como ele iria viajar muito, poderia precisar
de mais roupas, então eu perguntei a ele se poderia pegar mais roupas para ele.
Ele disse que a chave estava na gaveta e que era para eu fazer as malas dele.
— Interessante! Vá lá levar as malas para o Julian. Iremos nos ver mais
vezes. Até mais, signorina!
— Obrigada, Mary! Até mais!
— Ciao!
— Ciao!
Giovana saiu pelas ruas e no meio do caminho ligou para Julian e o
encontrou no aeroporto.
— Aqui está, Julian!
— Grazie, signorina!
— Boa viagem!
— Grazie!
Giovana enquanto se dirigia para o carro mandou uma mensagem para
Giuliano.
"Sr Vulcano, malas feitas, Julian está indo em direção a Kosice! Em no
máximo, quatro horas estará no aeroporto internacional a sua espera! Precisa
de algo mais?"
A resposta veio em seguida:
"Não!"
— Ele poderia ser mais educado! — Ela disse. Giovana se dirigiu para a
empresa e encontrou uma feira, parou próximo e viu um senhor fazendo uns
lanches com baguete, queijo branco, alface, tomate e bastante azeite. Pediu um
lanche para viagem e voltou para a empresa. Foi para a cozinha e pegou um
guardanapo, comeu seu lanche com calma, estava faminta!
Pegou uma chaleira e depois de comer passou um café, tomou um copo
imenso de café e colocou numa das garrafas, pegou o elevador e foi para a sala
de descompressão, sentou-se numa poltrona e quando deu por si, Matt estava
tocando em seu pulso.
— Gio?
— Oi? — Ela deu um pulo.
— Você está bem? Conseguiu almoçar?
— Sim! Eu até fiz um café.
— Trabalhar para o Giuliano é cansativo mesmo. Mas você pega o ritmo!
— Espero que sim!
— Venha, trouxe um chocolate pra te dar energia! Eu falei com ele pelo
telefone!
— Ah é?!
— Sim! Disse que está impressionado mas que quer ver como serão as
próximas semanas. Prepare-se viu! Quando ele voltar daqui uma semana e meia,
você tem que estar tinindo! Mas vai ser moleza pra você!
— Senhor! — Giovana cantarolou e Matt riu.
— Venha! Vou te ensinar a fazer prestação de contas! O Giuliano tem um
cartão corporativo e mais três pessoais. Cada um com limite de dez milhões de
euros. Ilimitado na verdade, né?!
— Uau!
— Sim! Geralmente ele traz alguns souvenires ou presentes pro pessoal,
mas não para todos. Então a fatura dos cartões chegam sempre aqui, você vai
prestar contas do cartão corporativo, e do pessoal ele vai te dar acesso à conta
dele e você faz os pagamentos das despesas das casas dele.
— Você disse casas?
— Sim! A casa dele, onde você foi, o apartamento na Sicília, que é onde
ele passa o final de semana e feriados, os vinhedos, onde fica a principal
vitivinicultura e onde fica a maior plantação de vinho da região
— Bacana!
— Mas isso é aqui na Itália, fora a ilha que ele tem!
— Ele tem uma ilha?
— Sim! Acho que você vai conhecer tudo.
— Maravilha! — Ela passou a mão no olho e na testa.
— Você não se machuca com essa unha não?
— Não! Quer tentar?
— Não, obrigado!
— Matt, vou pegar mais café! Você quer?
— Eu vou com você!
Depois de terem pego café, Lisa entregou as contas pessoas e da empresa
para Giovana.
— Olha, não esquece de separar as contas tá bom? Depois o Sr Vulcano vai
querer ver.
— Pode deixar, Lisa!
— Vamos lá! Vou te ajudar com o sistema, depois do Matt te ensinar a
prestar contas, me liga tá bom?
— Tudo bem!
Matt e Giovana sentaram-se no espaço dela, e Matt ensinou-a passo a passo
a como mexer no sistema.
— Olha, nesse sistema aqui é possível prestar contas, solicitar viagens e
fazer suas prestações, fazer reembolsos para os funcionários, mas você vai
cuidar apenas do Giuliano o que já é trabalho demais.
— Certo!
— Vamos começar!
Matt ensinou Giovana a prestar contas.
— Anota a referência, depois você anexa o arquivo, você vai ter que
escanear e anexar, tá bom?
— Tudo bem!
Giovana anotava tudo para fazer sozinha depois.
— Tem alguma capa onde mando para o financeiro com as
documentações?
— Não! Mas sai uma capa que você grampeia com os documentos.
— Eu posso criar uma?
— Claro que pode! Vai ficar até mais fácil!
— Legal!
Matt gostava da empolgação da Giovana, sabia que quando ela colocava
algo em prática se tornava viral na empresa.
— Agora acho que consegue fazer sozinha!
— É parecido com o sistema da empresa anterior.
— Sim, mas mais complexo porque esse sistema é só pro Giuliano, o outro
é para o restante dos funcionários. Mas estão interligado, sabe? Mas só você tem
acesso para fazer, o Giuliano pra aprovar e o financeiro para dar baixa.
— Entendi!
— Então, gatinha, fique à vontade! Faça uns três e depois me chama para
eu ver.
— Tudo bem!
Rapidamente Giovana fez as prestações de contas das últimas viagens de
Giuliano e depois montou uma capa para mandar todas as solicitações em aberto
para aprovação do Giuliano e do financeiro.
Ela chegou com os documentos para Matt que olhou tudo.
— Bacana essa capa! Tem o número do RA dele, nome completo, número
da solicitação, qual é a solicitação , valores gastos. Gostei!
— Que bom!
— Ah, eu também quero essa capa, Giovana! Você me manda?
— Agora, Sabrina! Tem uma DL de secretarias aqui na empresa?
— Tem sim! Já atrelei seu e-mail na DL.
— Obrigada! Eu posso mandar por lá?
— Claro que pode! Se apresente para as meninas e mande! Amanhã iremos
almoçar todas juntas, as secretarias e recepcionistas. Combinado?
— Combinado!
— Vou te apresentar as meninas!
— Bacana!
O telefone de Giovana tocou:
— Presidência da Vulcano, Giovana.
— É o Giuliano.
— Pois não, signore Vulcano.
— Eu já aprovei as prestações de contas, por favor anota meu acesso no
banco, na mesma gaveta onde você pegou as chaves das minhas casas tem um
pequeno token do banco, por lá você tem acesso a um código único que acessa a
minha conta, anota aí os dados e guarde-os como a sua vida!
— Sim, signore Vulcano. Só um minuto!
— Não está na sua mesa?
— Eu fui levar uma documentação para o sr. Barone dar uma olhada.
— Você é minha secretária e não dele.
— Eu sei! — Ela sentou-se e pegou a agenda dele, e escreveu num código
que só ela sabia as informações que ele passara.
— Pague ainda hoje essas contas que quando eu voltar eu quero as
prestações.
— Sim, signore Vulcano, estarão na sua mesa quando o signore chegar!
— Ottimo!
Giovana não esperou e desligou. Giuliano olhou para o telefone:
— Petulante!
— Toma desaforado! — Ela disse fazendo bico.
— Você desligou na cara do Giuliano?
— Desliguei, Matt! Não me aguentei!
Matt riu.
— Você não mudou nada, Giovana! O Giuliano rosna, mas raramente
morde!
— Não tenho medo de cara feia, trabalhei com você!
— Olha menina, me respeita viu! Eu sou lindo!
— E continua solteiro!
— Mas toda semana tem uma bambina esquentando minha cama!
— Cachorro!
Matt riu.
— Eu vou continuar a trabalhar! — Giovana ligou para Lisa. — Lisa, estou
pronta!
— Vou transferir meu ramal pro seu e já estou indo.
— Tá bom!
Dois minutos depois Lisa estava sentada ao lado de Giovana ensinando
todos os sistemas, com quem deveria falar para todas as coisas que precisasse.
De repente, o telefone de Giovana toca numa ligação internacional.
— Presidência da Vulcano, Giovana. — Disse ela em inglês.
— Giovana é o Giuliano! Preciso de uma passagem pra ontem pra voltar!
— E o Julian onde está?
— Eu não sei! Não estou conseguindo falar com ele.
— Vou tentar falar com a torre de controle!
— Eu já tentei! Mas tente você, porque eu não consegui!
— Ele nem chegou aí em Kosice, então! Espero que nada tenha
acontecido!
— Eu também!
— Eu vou tentar falar com ele!
— Eu já tentei,você não me escutou!
— Signore Vulcano, —Giovana foi firme. — eu não sou surda e muito
menos burra, eu vou tentar falar com a torre de controle de Kosice e de Milão, e
vou tentar falar com o capitão Julian, então o senhor me aguarde na linha, até
porque acredito que esse seu desespero é descabido, tenho quase certeza de que
o capitão Julian está chegando! E por favor, pare de me tratar como se eu fosse
uma idiota! Agora fique aí na linha, eu vou colocar no viva-voz, o senhor
aguarde!
Giovana não esperou resposta e colocou no viva voz e escutou Giuliano
falando baixinho:
— Petulante!
Ela colocou no mudo, Lisa estava com os olhos arregalados e ouviu a nova
amiga dizer:
— Babaca!
Lisa escondeu o riso. Giovana ligou para o aeroporto de Milão e no celular
ligava para o capitão Julian. Giovana conhecia alguns contatos das torres de
controle e conseguiu ligar, trabalhara por pouco tempo na aviação, mas
conseguira fazer bastante amizade por onde passara. Descobriu que o capitão
Julian tivera que descer num pequeno aeroporto para abastecer.
Ele atendeu o telefone:
— Oi Giovana.
— Ai, Julian que bom que consegui falar contigo!
— Oi, o sinal aqui está horrível. Já estou na Eslováquia, tive que parar num
aeroporto nacional para abastecer, você consegue pagar uma P.O para mim?
— Consigo, me mande o número da Invoice e do P.O que eu mando pro
financeiro ainda hoje. O Giuliano está doido atrás de você!
— As ligações e mensagens perdidas estão chegando agora!
— Tudo bem! Eu estou com ele na linha e vou avisá-lo. Você desce no
portão dois tá bom?
— Tá bom! Diga ao big boss que chegarei no horário combinado!
— Certo! Por que você não verificou se o tanque estava cheio?
— Eu errei, confiei no pessoal do aeroporto, geralmente eu mesmo
abasteço e faço a verificação antes e depois de cada viagem, mas como tive que
sair correndo eu só fiz a verificação e não olhei o tanque.
— Tudo bem! Vou falar com o dragão e acalma-lo.
Julian riu.
— Boa sorte e grazie!
— De nada!
Giovana desligou e tirou a ligação de Giuliano do mudo e do viva-voz:
— Sr. Vulcano, o capitão Julian fez uma breve parada para reabastecer o
jatinho,visto que com a correria dele para sair de Milão e ir encontrá-lo em
Kosice ele apenas verificou o jatinho e não percebeu que abasteceram de menos,
mas ele estará no portão dois do aeroporto internacional lhe esperando. As
ligações e mensagens estão chegando para ele agora. Ajudo em algo mais?
— Não!
— Ottimo!
Giovana desligou o telefone. Giuliano entrou na intranet e foi no
organograma, a foto dela ainda não estava lá! Como era la bambina petulante?
Será que ela era assim na cama também?
— Giuliano, pare de fantasiar! Isso é muito clichê até para você!
Enquanto isso no escritório Lisa dava risada.
— Giovana você é demais! É a primeira vez que eu vejo il grande capo
resmungar com uma secretária, geralmente lui urla.
— Mas comigo ele não vai gritar mesmo!
—Vamos continuar então! — Disse Lisa rindo muito.
Giovana e Lisa passaram o resto do dia trabalhando no sistema sem mais
interrupções. Giovana chegou na pensão e foi contar para dona Martina a
novidade:
— Dona Martina, bouna sera!
— Onde você estava, bambina?
— Eu consegui o emprego e comecei hoje mesmo. Um dos VP's trabalhou
comigo na empresa anterior e aí ele me contratou.
— Olha, que bom! Então já é contratada da Vulcano!
— Sim! Amanhã iremos mudar meu visto, irei com o chefe do RH. Acho
que teremos que ir no consulado brasileiro e depois ir no governo italiano.
— Pode ser que sim, bambina! Mas eles conhecem todos os trâmites, então
não se preocupe com niente! Mangia che te fa bene!
Dona Martina colocou um prato enorme de lasanha verde para Giovana.
— Dona Martina, vou pegar um dos vinhos que eu ganhei, um vinho
Vulcano!
— Ottimo!
— Dona Martina, eu vou continuar pagando a signora mensalmente tá
bom?! E pra não ficar puxado eu vou lavar minhas roupas na lavanderia.
— Pare com isso! Deixa comigo! Não quero que se preocupe com nada!
Vou arrumar um quarto melhor para você, assim vai ter mais privacidade!
— Dona Martina, não quero abusar!
— Não abusa em nada! Você está me ajudando, isso sim! Está decidido!
Hoje eu vou mudar o seu quarto para o da varanda, você vai amar a vista! É um
quarto grande e tem um banheiro, você não vai dividi-lo com ninguém!
— Dona Martina!
— Está decidido! Quando chegar amanhã à noite você pode subir, vai
encontrar seu quarto. Agora termine de mangiare e vá dormir, porque seu dia
começa cedo domani!
— Verdade, Dona Martina, meu dia vai começar cedo amanhã!
Giovana terminou a janta e foi para seu quarto, tomando uma taça enorme
do famoso vinho Vulcano. Um vinho seco que combinara com a lasanha verde,
era quente e encorpado. Será que Giuliano era assim também?
— Pare de pensar bobagens, Giovana! Ele é um insuportável! — "Ah mas
aquela voz dele de trovão te deixa arrepiada! Admita!", a voz em sua cabeça
falou. — Jamais! — Ela disse, estava sem enganando, mas era melhor isso do
que criar expectativas por uma pessoa que ela nem conhece!
A semana passou rápido. Giovana estava sempre em contato com Giuliano,
ela colocara o vestido preto com detalhes em roxo lavanda e amarelo, a meia
fina preta e o sapato preto vinil, trocou seus pertences de bolsa e pegou a chave,
o documento do carro da empresa, o crachá e o celular corporativo. Ela fez uma
trança, tinha pintado as pontas do cabelo de rosa choque no final de semana,
então prendeu a trança num coque que ficou parecendo uma flor. Colocou longos
brincos dourado, gargantilha e uma pulseira dourada com detalhes em roxo e
amarelo que ela fizera. Maquiou-se e deu uma olhada no espelho.
— Nada mal, signorina Guerra! Agora só falta um batom vermelho. — Ela
passou o vermelho sangue mate e mandou um beijo para seu reflexo que
respondeu com um sorriso. — Agora sim! Vamos lá arrasar bem linda hoje, até
porque não sou obrigada a nada!
Giovana olhou pela sacada de seu quarto e o dia estava lindo, colocou seu
terninho meia estação, pegou sua bolsa e foi tomar café da manhã. Olhou a
agenda do Vulcano e viu que surgiu um compromisso de última hora.
— Ué! Mas isso daqui não está certo! Bom dia, dona Martina!
— Bom dia, bambina! — Disse ela colocando chá na xícara de Giovana.
— Alguma coisa errada?
— Estranho esse compromisso! Devo estar vendo errado! — Ela mordeu a
torrada e tomou o chá. Comeu um fruta e um enorme pedaço de queijo branco.
Deu um beijo em dona Martina — Ciao dona Martina!
— Ciao, bambina! Um bom dia de trabalho pra você!
— Grazie!
Giovana colocou o óculos escuros e entrou no carro, ligou o som, colocou
um Metallica, prendeu seu cinto de segurança e acendeu seu cigarro mentolado,
ligou o carro e partiu pelas ruas de Reggio Calábria.
Chegou no subsolo e viu que na vaga número um estava um carro sedan
preto. Não falou nada, mas acho estranho, estacionou o carro na vaga número
dois, que era sua. Pegou o elevador e subiu para o décimo quinto andar, Lisa
ainda não havia chego, pois ainda era sete da manhã, mas viu que as luzes da
mesa dela e do Matt já estavam acesas. Ela foi na cozinha e preparou um café e
colocou nas garrafas, tirou sua xícara e encheu-a de café, pegou a xícara de Matt
e encheu-a também.
— Vamos começar bem o dia com uma xícara de café!
Ela saiu da copa e entrou no escritório e ouviu duas risadas masculinas.
Matt já estava ali, isso era certeza!
— Não acredito, man!
— Verdade! — Dizia o outro.
— Você deixou a moça na cama e terminou o caso com ela? Você é muito
do mal, cara!
— Do mal é ela que quer me arrastar para um casamento! Estou fora! Não
casei até agora, você acha mesmo que eu vou me dar esse trabalho quando posso
ter sexo a hora que quiser com quem quiser? Brincou hein!
— Cara, um dia ainda você vai se apaixonar por um belo par de pernas!
— Prefiro que tenha cérebro também!
— Você gosta de patricinhas debilóides, isso sim!
— Eu gosto de companhia! Como disse eu não preciso de um casamento
quando posso ter a mulher que eu quiser na minha cama!
— Cuidado! Um dia você vai se apaixonar!
— Sai fora! — Disse ele batendo na mesa de madeira. — Não estou afim,
obrigado!
— Ah mas vai! Quando você menos esperar!
— Um solteirão falando do outro!
— Eu posso!
— Não pode mesmo, você é mais sujo que pau de galinheiro, Matt!
— Mentira! Você tem inveja, isso sim! Sou o homem mais bonito dessa
empresa!
— E com o maior ego e cabeça da empresa!
— As garotas não reclamam!
Giovana passou pelos dois e não deu atenção para o convidado de Matt.
Ela colocou as xícaras na mesa e ligou o notebook, pegou a xícara de Matt e foi
até a divisória de vidro dele.
— Bom dia, Matt! Quer café?
— Bom dia, Gio! Eu quero!
— Tome! — Ela passou a xícara para ele.
— Gio, dê a volta por favor! — Disse ele se levantando e pegando a xícara
da mão dela. Ela deu a volta e olhou para os dois homens. — Giovana, esse é o
Giuliano Vulcano! Giuliano, essa é sua nova secretária, Giovana Guerra!
Capítulo 4
Ele sentira o perfume dela invadir suas narinas, era suave e marcante,
uma mistura de jasmim com frutas vermelhas. Ela era linda, devia ter por volta
de um metro e setenta, mas com os saltos finos de sete centímetros ficava mais
alta, era um violonchello, cheia de curvas, seios grandes, mas nem tanto, cintura
voluptuosa, olhos sagazes, espertos, estava com os cabelos presos e seu ar
divertido ficou sério.
— Prazer, signorina Guerra! Finalmente conheci a pessoa que vive batendo
o telefone na minha cara! — Ele disse divertido.
Ele apertou a mão dela, era quente e um aperto forte, uma descarga elétrica
atingiu a ambos, os olhos dele escureceram e ela ficou com as bochechas num
leve tom rosado.
— Signore Vulcano, é um prazer! — Disse ela meio vacilante, ele era
enorme, devia ter por volta de um metro e noventa de altura, o fino terno italiano
parecia que ia explodir sob o peito musculoso, cabelos castanhos escuros e olhos
castanhos claro. Será que ele era tão quente na cama quanto o calor que emanava
dele? "Ora, Giovana! Ficou curiosa? Muito clichê não acha, chefe e
secretaria?", "Cale-se!" Ela silenciou a voz em sua cabeça. Ele ainda segurava a
sua mão. — Sr Vulcano pode soltar a minha mão, por favor, meu café está
esfriando!
— Me desculpe! Você disse café?
— Sim! O signore aceita caffė?
— Aceito!
— Eu vou pegar!
— É o mínimo que tem que fazer já que é minha secretária!
— Sou sua secretária, não sua copeira e muito menos sua escrava! É
apenas uma gentileza! — Disse ela imperturbável com um meio sorriso pegando
uma pequena xícara de café e indo em direção à cozinha. — Mas se pedir com
jeitinho posso até te trazer uma xícara de café sem laxante!
Ela saiu deixando Matt escondendo a risada.
— Bambina petulante! Você viu?
— Eu vi! Você quem começou!
Giuliano e Matt riram. Giovana voltou trazendo o café de Giuliano, foi
para sua mesa e pegou as prestações de contas pessoais e da última viagem e dos
cartões e entrou na sala dele, deixou a documentação ali na mesa, trocou os
copos de água e deixou uma garrafa de café no armarinho, imperturbável. Nem
parecia uma bagunça por dentro, quando ele a tocara seu coração parecia um
tambor de festa, disparado.
Ela ligou o ar condicionado e observou a mesa para ver se nada mais
faltava, sabia que ele a estava observando, avaliando, ponderando. Ela fingiu que
nada viu. Foi para sua mesa e abriu seus e-mails, havia mais de cem à espera de
sua resposta.
O telefone tocou:
— Presidência da Vulcano, Giovana! — Ela ouviu e respondeu. — Só um
minuto. Signore Vulcano, telefone para o signore. É o gerente de sua conta
pessoal. Posso transferir para o telefone do Matt?
— Não! Eu vou aí atender! — Giuliano levantou-se e pegou a cadeira de
rodinhas que estava na mesa de Sabrina e foi até Giovana, ela passou o telefone
para ele e virou-se para o computador, abriu o sistema e observou as prestações
de contas para as aprovações. — Ciao! É ele!
Ele sentou-se confortavelmente na poltrona e a observava, parecia um tigre
tomando sol observando sua presa. Giovana não ligou, mas o perfume dele era
um caso sério!
Ele observou as belas mãos dela trabalhando, as unhas bem pintadas eram
enormes, imaginou-a embaixo dele vibrando de prazer e suas unhas arranhando
as costas dele. "Giuliano Vulcano preste atenção no seu gerente de contas!"
— Pode repetir, per favore!
Por que ele tinha que se sentar tão majestosamente folgado na cadeira de
Sabrina? E ainda mais com aquelas pernas grossas abertas? O que ele queria
firmar com aquilo?
"Fala que você não curtiu a ideia, Giovana? Não adianta enganar e se
enganar! Você está adorando a visão dele e do sexo dele! Parece que ele é bem
dotado!", aquela vozinha de novo em sua cabeça, parecia o anjinho e o capetinha
no seu ombro! Só que só existia o capetinha! Saco!
"Giovana pare de pensa abobrinha e trabalhe!", finalmente a voz do
anjinho aparecera, mas só para lhe dar as ordens que ela já sabia! Céus!
Ela pegou na pasta sanfona algumas prestações de conta e começou a colar
nas folhas que ela havia personalizado, ele terminou sua ligação dando uma
ordem:
— Você deixa cem mil na conta, oitenta por cento do que você retirar vai
para a poupança e os vinte por cento você aplica! Grazie!
Ele estendeu o fone e ela nem notou, estava concentrada nas suas colagens.
Ele olhou-a com aquele ar de sabe tudo e colocou o fone no gancho.
— Ah, obrigada, signore Vulcano, percebi que tem mãos para colocar o
fone no gancho!
— Sim! — Ele completou bem baixinho. — E para outras coisas também,
signorina!
Ele a deixou sem resposta. Ela revirou os olhos e o viu afastar-se e
levantar-se em direção a mesa de Matt para pegar sua mochila e ir para sua sala.
— Matt, na minha sala por favor!
Matt foi atrás e fez um gesto de boxe com os punhos fechados para
Giuliano olhando para Giovana, ela deu um sorriso.
— Feche a porta!
Giuliano colocou a mochila em cima do armarinho, ao lado da garrafa de
café, ele se serviu novamente de café, adoçou e colocou em cima da mesa, tirou
o terno e o pendurou num cabide e colocou atrás da porta. Matt entrou e fechou a
porta.
— Foi essa a secretária que você contratou?
— Algum problema?
— Ela é inadequada!
— E você está babando nela!
— Você está louco?
— Giuliano, você mente pra quem quiser, menos para mim, amico mio!
— Matt, de verdade, ela não tem nada que me atrai!
— Uhum, tá escrito otário na minha testa! Você finge que engana e eu
fingo que acredito, combinado?
— Vai a merda, Matt! Me passe os últimos posicionamentos.
Matt conversa com Giuliano que andava de um lado para outro, até que ele
se lembrou que trouxera alguns souvenires de presente para Matt e chocolate
para Sabrina e Giovana. Como não sabia do que a secretária gostava então optou
pelo mais óbvio. Mas achou melhor não dar nada a ela. Ela era muito sem graça!
Giuliano pegou os presentinhos e deu a Matt:
— Toma, seu otário!Trouxe de Kosice, Cracóvia, Nuremberg, Genebra,
Lyon, Saragoça e Cidade do Porto.- Você e suas manias de globinhos de neve de
cada lugar! Frochio!
— Cada um com suas coleções!
— Essas duas caixas de chocolate são para a Sabrina!
— Ah é? E por que na outra está escrito Giovana?
— Escrevi errado!
— Bugiardo!
— Eu não minto!
— Bugiardo!
Giuliano deu olhada em Matt e semicerrou os olhos.
— Chame-a.
Matt saiu da sala de Giuliano e olhou para Giovana:
— Ele quer falar com você!
— Ele tem boca, Matt!
— Não o espezinhe, Giovana! Ele chegou agora de viagem e está cansado!
— A culpa não é minha! — Ela deu de ombros. — Era para ele chegar
somente daqui dois dias!
— Sim, mas ele resolveu tudo antes e conseguiu chegar mais cedo graças
aos fusos horários. Ele está cansado! Vai lá falar com ele, por favor!
— Tudo bem, Matt! Mas só porque você está me pedindo!
— Boa garota!
Giovana levantou-se e tirou seu terninho meia estação e foi falar com o
chefe levando um bloquinho de notas e um lápis.
— Me chamou, signore Vulcano?
— Sim! — Ele realmente estava cansado, agora que Giovana o observava
melhor, as olheiras deles estavam mais do que aparentes. Ele coçou os olhos com
fadiga e olhou para a secretária. — Graças a sua organização eu consegui fazer
tudo o que precisava em menos tempo que achei que levaria! Per favore, sente-
se!
— Estou bem de pé, grazie! O que deseja de mim?
Ele mexeu na sua bolsa e retirou um plástico de quatro furos cheio de
comprovantes e notas.
— Por favor, preste contas das viagens e tudo o mais, provavelmente terei
que devolver dinheiro à empresa! Chegou alguma correspondência?
— Sim! Só um minuto! — Giovana pegou o plástico com as prestações e
foi em sua mesa, trouxe os variados envelopes. — Scusami! Aqui estão, signore
Vulcano!
— Per favore, sente-se!
— Já disse que estou bem assim!
— Estou pedindo que se sente!
Giovana revirou os olhos e deu um suspiro de impaciência, sentou-se na
ponta da poltrona e abriu os envelopes.
— A maioria são convites de coquetéis.
— Deixe-me ver!
Giovana passou os convites para Giuliano que olhou tudo.
— Por falar em coquetéis, você tem um coquetel para organizar!
— Para quando?
— O mais rápido possível!
— Ou seja, prazo bem apertado!
— Isso mesmo! Sua primeira prova de fogo! Esse coquetel é para
comemorarmos o novo cliente, o Matt direcionará uma equipe para esse cliente,
e essa equipe deve estar no coquetel, mas antes faremos uma reunião amanhã
com os funcionários que ficarão responsáveis pela migração do antigo provedor
de TI deles para os nossos.
— Sim, eu entendo como funciona uma migração.
— Eu sei, o Matt me disse! Quando a migração tiver terminada e for bem
sucedida, faremos um coquetel. Acredito que você tem uma semana para
organizar o coquetel, agendar voos e fazer reservas dos hotéis.
— Algum de preferência?
— O melhor da cidade! A empresa vai pelas despesas do cliente. Acredito
que dez pessoas são o suficiente, mas estenda o convite para no máximo vinte
pessoas.
— Tudo bem!
— Vou te mandar o e-mail do CEO do novo cliente.
— Qual o seguimento deles, signore Vulcano?
— São banqueiros. Um dos maiores banco da Europa. Fui visitar alguma
filiais deles. Por isso cheguei mais cedo!
— Entendo!
— Ah sim, não esqueça de que vamos precisar do melhor vinho da casa,
quero a safra de setenta e três. Tem vários barris dele no vinhedo, peça três, por
favor. Vou te passar o telefone da secretária do CEO do banco, converse com ela
e adeque as agendas de todos, por favor.
— Sim.
— Amanhã quero discutir o cardápio. Tem um buffet que sempre
contratamos que conhece os gostos de nossos clientes e principalmente o meu. O
telefone deles está na agenda. Peça que venham amanhã para fazermos a
degustação, eu vou trazer umas garrafas de vinho pra ter certeza de que escolhi a
safra correta.
— Sim, signore Vulcano! Eu tive uma idéia, signore!
— Pode falar!
— Pensou em dar alguns mimos a eles?
— Como por exemplo?
— Eu vi alguns abridores de vinho no Brasil uma vez, lá eram mais caros,
mas aqui deve ser um valor até barato, mas isso eu pesquiso, eu pensei numa
caixinha de madeira mesmo, bem rústica, sabe? Com meias garrafas de
degustação, eu não entendo muito bem de vinho, mas posso aprender rápido
sobre!
Ele deu um meio sorriso.
— Vou pensar, eu entendi sua idéia. Signorina conhece Abruzzo e a
Toscana?
— Não, signore!
— Está bem! Quero que ligue para Julian e marque dois voos, por favor.
Tenho que dar uma olhada nas minhas vinhas, minha nona me ligou e disse que
tem algumas coisas que temos que resolver, eu preciso falar com os
trabalhadores. Hoje é terça-feira certo?
— Sim, signore!
— Quero viajar na quinta as cinco da manhã.
— Sim, signore Vulcano, irei falar com ele agora.
Ela se levantou e estava a porta quando ele chamou:
— Signorina Guerra!
— Sim, signore Vulcano!
— Prepare minha mala para quatro dias.
— Sim, signore Vulcano!
— E as suas também!
— As minhas?
— Si! A signorina vai comigo. Quer aprender mais sobre vinhos, não quer?
— Sim!
— Então vai aprender na prática!
— Está bem!
Ela voltou para sua mesa. Ele achou que ela ia ficar empolgada, mas não
viu sinal algum de que ela ficara feliz, pelo contrário, ela ficara aborrecida.
Giovana teve um dia atribulado, até o meio dia quando ouviu Giuliano
chamá-la.
— Signorina Guerra!
— Pois não, signore Vulcano! — Ela foi até sua sala.
— Hoje não vou sair para almoçar, peça meu almoço, per favore!
— Sim, signore Vulcano! Tem algo em mente?
— Não! Traga qualquer coisa!
— Sim! — Ela se virou e ele falou sem tirar os olhos do computador.
— Ah sim, per favore, traga mais daquela água suja que a signorina chama
de caffè! — Ele fez questão de provocá-la.
Ela abriu a boca e semicerrou os olhos, mas não se virou, não ia deixa-lo
perceber que caíra na provocação, então não respondeu. Foi até a copa e ligou
para dona Martina.
— Dona Martina, é a Gio!
— Sí, bambina!
— A senhora pode me trazer um almoço?
— O que mia bambina quer?
— Me traga um fettuccine à carbonara de camarões, per favore! Para duas
pessoas!
— Três! — Disse Matt chegando de surpresa.
— Três, aliás!
— Está certo, bambina, em meia hora estou aí na Vulcano.
— Eu mando ir buscar!
— Não precisa! Eu levo aí. Me passa o endereço.
Giovana passou o endereço enquanto enchia a cafeteira com água e pó de
café. Ela desligou o telefone e olhou para Matt que estava lavando sua xícara.
— Matt, aquele desaforado chamou meu caffè de água suja!
Matt explodiu em risadas.
— Qual a graça?
— Nenhuma! — Ele se dobrava de rir. —E o que ele falou mais?
— Que ele queria mais!
— Então ele gostou! Fique tranquila, ele gostou de você!
— Como sabe?
— Ele já gritou com você hoje?
— Não!
— Então pronto!
O cheiro do café de Giovana invadiu o décimo quinto andar, todos queriam
saber de onde vinha o cheiro. Giovana passou pela porta de vidro levando duas
garrafas grandes, deixou uma perto da sua mesa, junto com sua xícara cheia e a
outra levou para Giuliano.
— Aqui está a sua água suja, signore Giuliano. E é um caffè tão ruim que
todos querem tomar.
— É porque eles não imaginam que você colocou laxante, signorina
Guerra.
— Não no caffè deles, somente no seu!
Ela saiu da sala brava e o ouviu rindo.
— Idiota! — Ela disse baixinho.
Pouco tempo depois, o telefone de Giovana tocou, ela percebeu que era
interno.
— Giovana.
— Gio é a Lisa, tem uma senhora Martina aqui querendo falar com você.
— Estou indo, Lisa. Grazie!
— De nada!
— Signorina Guerra, venha cá, per favore!
Ela revirou os olhos e deu um longo suspiro. Será que aquele homem ia
continuar a espezinha-la?
— Pois não, signore Vulcano! — Ela foi até a porta.
— Meu almoço, signorina!
— Eu estava indo buscar!
— Ottimo! Quero a signorina aqui, hoje terá que almoçar aqui comigo,
temos muitas coisas a fazer.
— Está bem!
Giovana foi a mesa de Sabrina:
— Sabrina, o almoço das meninas vai ter que ficar pra outro dia, tá?
Desculpa! Eu tenho um milhão de coisas para fazer! Sei que combinamos
quando entrei aqui, mas me desculpa, não vai dar.
— Tudo bem, Giovana! Nós vamos agora,então! Posso deixar você de
backup?
— Claro. Pede para as meninas me deixarem de backup que eu pego as
ligações.
— Grazie!
— Buon pranzo!
Sabrina e as outras secretárias foram para o elevador com Giovana atrás.
— Ciao, dona Martina!
— Ciao, bambina! Aqui está! Fiz una insalata caprese também!
— Não precisava!
— Vá bambina, mangia che te fa bene.
— Grazie!
— De nada!
— Dona Martina, quinta-feira eu viajo bem cedo tá bom?
— Para onde?
— Abruzzo e Toscana.
— Va bene!
— Grazie!
Giovana viu dona Martina descer pelo elevador, quando ela se virou com
as mãos segurando um enorme refratário e em cima um outro de salada, deu de
cara com os olhos castanhos claros de Giuliano.
— O almoço chegou, signore Vulcano!
— Ótimo! Me dê aqui, deve estar pesado! No seu armário tem pratos,
talheres e taças, pegue-os e chame o Matt para almoçar conosco!
— Sim, signore Vulcano!
Giovana passou os pesados refratários de dona Martina para Giuliano, eles
foram até a porta de vidro e Giuliano não conseguia bater seu crachá:
— Espere que eu te ajudo! -Disse Giovana pegando o crachá dele ficando
quase com o corpo colado ao dele, "Ah esse corpo quente italiano!", a voz disse
na cabeça dela, "Dá pra calar essa boca?",ela disse a voz, "Não! E que perfume
maravilhoso! Vontade de pular nesse homem e meter gostoso com ele em cima
daquela mesa enorme! O pau dele deve ser uma delícia! Adoraria chupar
gostoso um pau italiano, na verdade estou louca pra chupar o pau de Giuliano
Vulcano! Ele deve ser o Vulcão Etna na cama!", a voz a provocou.
— Grazie! - Disse Giuliano quebrando os pensamentos de Giovana, ela
bateu o seu crachá e ele abriu a porta de vidro com o corpo dando passagem a
ela, a seguiu porta a dentro do décimo quinto andar, ele estava adorando a visão,
aquela bunda brasileira era uma delícia, ela tinha um andar provocante, mas nem
se ligava naquilo, ela era pequena para ele, mas era uma mulher grande, cheia de
curvas, ela o deixava em alerta total. Estava decidido! Ele deveria ficar bem
longe dela, ela era pura distração e ele não precisa de distrações no momento.
Ela foi até a mesa de Matt e ele não estava lá. Ligou para ele.
— Matt, onde está?
— Almoçando com as meninas, amore mio!
— Você não ia almoçar com o Vulcano?
— Eu desisti depois que percebi que ele ia almoçar e trabalhar. Só você de
escrava está de bom tamanho!
— Cretino! Bom almoço!
— Pra você também!
Ela abriu seu armário e lá encontrou um conjunto de louça de aparelho de
jantar e talheres, além de taças. Pegou tudo o que precisava e foi para a sala de
Giuliano.
— Deixe isso aí, pegue seu notebook e venha para cá!
Ela assim o fez e quando voltou ele havia colocado uma toalha na metade
da mesa e os pratos, talheres e taças estavam ali aguardando-os, Giuliano abria
uma garrafa de vinho. Giovana tirou o papel alumínio dos refratários, viu que
dona Martina tinha mandado azeite, sal e limão siciliano.
— Signore Vulcano, quer que eu te sirva?
— Não precisa! Fique à vontade!
Giovana se serviu de salada e temperou-a, Giuliano passou uma taça de
vinho para ela. Ela agradeceu e colocou o prato de lado quando viu que sua caixa
de e-mail estava lotada de novo. A secretaria do CEO do banco respondera seu
e-mail com a lista de convidados, Julian mandou o plano de voo, o buffet iria
mandar um deguste para Giovana e Giuliano escolherem o menu do coquetel, e
as vinícolas de Giuliano já os aguardavam.
Giovana deu uma garfada na salada e sem olhar tomou um longo gole do
vinho licoroso. Giuliano apenas a observava.
Ela mandou e-mail para o hotel pedindo às reservas e mandando os dados
dos hóspedes. Pediu cotação das passagens aéreas e aguardava a resposta do
terraço onde havia solicitado a agenda e valor do aluguel da noite.
— Signorina Guerra!
— Sim, signore Vulcano!
— Coloque esse notebook de lado e almoce direito! A signorina tomou um
vinho de quarenta anos e nem percebeu o toque frutado dele! Desacelere um
pouco, per favore!
— Eu bem que gostaria, mas a demanda é grande!
— Mas a demanda não vai fugir da signorina! Coma com calma e depois
volte a seus afazeres.
— Não dá! Desculpe!
Ela não o olhava nos olhos, estavam respondendo vários e-mails. O
telefone de Giovana tocou e ela puxou a ligação do ramal de Giuliano.
— Presidência da Vulcano, Giovana! — Ela pegou um bloco de notas. —
Não, signore, ele está almoçando! Posso anotar o recado e entrar em contato
conforme o pedido dele. — Ela deu uma garfada no tomate cereja e comeu, uma
mão foi para o fone para abafar o som. — Certo! E o assunto? Está bem! Eu vou
passar o recado para ele. Grazie!
— Quem era?
— Pare de ser curioso, era para o Matt!
Giovana destacou o papel e levou para a mesa de Matt e o colocou virado
para baixo e no código que eles tinham desde que trabalharam juntos.
Ela sentou-se novamente na poltrona e voltou a comer sempre olhando
seus e-mails. Giuliano a observava. Ela era linda!
"Imagina esse pequeno vulcão na sua cama, Giuliano! Chupar a boceta
dela deve ser uma delícia, senti-la vibrando de prazer e até mesmo gritando
depois de uma gozada gostosa deve deixar você louco! Já imaginou poder
enterrar seu pau italiano dentro daquela boceta brasileira? Deve ser muito
quente e gostoso!", inferno! Ele estava começando a imaginar coisas!
Capítulo 5
O dia de Giovana já começara cedo, com a merda do telefone tocando. Ela
não podia acreditar! Que horas eram? Ela olhou no celular corporativo que
tocava.
— Ah tá de brincadeira né?! — Ela atendeu. — Alô!
— Buongiorno, signorina Guerra! — A voz dela de sono o fez imaginar ela
na cama. Será que usa baby-doll? Ou melhor, dorme nua?
— Buongiorno, signore Vulcano! No que posso ser útil?
— A signorina está atrasada!
— São quatro e meia da manhã!
— Lo so!
— Não estou entendendo!
—Se apresse, não tenho a manhã toda para brincadeiras! Estou aqui na
frente de onde a signorina reside, tenho um cliente logo as seis da manhã! E a
signorina vai con me!
— Eu?
— Si! Andiamo!
Ela desligou o telefone e tomou uma ducha rápida, se maquiou de forma
mais simples e nem teve tempo de trançar os cabelos, prendeu-os num rabo de
cavalo alto e colocou um vestido floral rosa com um salto de dois dedos de
altura rosa vinil. Pegou sua bolsa de mão, passou um batom rosa choque mate e
saiu correndo.
— Ciao dona Martina!
— Leve um caffė bambina!
Giovana voltou e pegou um enorme copo de papel de café. Ela saiu e viu
Giuliano encostado na porta do carro, estava respondendo uns e-mails no celular
e estava vestido de azul aquele dia. Ela estava com a cara meio inchada de sono
ainda, ele levantou o rosto e levantou uma sobrancelha. Abriu a porta do carro
para ela e deu a volta.
— Ah caffè! Grazie!
— E quem disse que é pra você? O caffè é meu!
— Egoísta!
— Egocêntrico! O mundo não gira ao seu redor!
— Mas o seu gira! — Disse ele sardônico colocando o cinto. — Dá logo
esse café aqui, você ainda tem que colocar o cinto!
— Não me enche, você já me acordou sabendo que vai me pagar horas
extras! Me deixe tomar meu café, dirige aí e vamos logo!
Ela bebeu um gole do café e ele tirou o copo da mão dela, ele de
propósito bebeu no mesmo lugar que ela. Cretino! Giovana colocou o cinto e o
endereço no gps, fechou a janela e ligou o som.
Giuliano colocou o copo no compartimento, ligou o carro e saíram pelas
ruas de Reggio Calábria.
— Onde vamos?
— Olha na agenda, sua desinformada!
— Dormiu comigo hoje? — A boca dela foi mais rápida que o cérebro.
— Não! E também quem iria querer uma megera boca dura do lado?
— Não vou te mandar o puta que o pariu porque você é meu chefe! E eu
não estou afim de perder meu emprego!
— Que bom que sabe! Essa caralha de terno está me incomodando! Acho
que tem uma etiqueta me fazendo cócegas!
— Quando pararmos no farol você tira o terno, eu vou pegar uma tesoura
aqui pra tirar a etiqueta.
— O que você não tem nessa bolsa?
— Uma pistola!
— Graças a Dio!
Eles foram no farol e Giuliano tirou o paletó.
— Melhor irmos em algum lugar pra eu tirar essa etiqueta.
— Quando chegarmos lá, antes de entrarmos você tira!
— Está bem!
— Curta a paisagem!
Eles estavam indo para Sicília. Iriam pegar a barca e encontrar o cliente
lá. Eles pararam no farol e Giuliano começou a coçar as costas.
— Inferno de etiqueta!
— Estaciona esse carro!
— O que?
— Estaciona esse carro!
Giuliano estacionou e Giovana tirou o cinto, pegou a tesoura e viu
Giuliano afrouxar o no da gravata.
— Abre a camisa.
Ele o fez, ela pegou uma caixinha de costura, linha e agulha e então
olhou o peitoral dele e ficou sem graça, ele puxou a etiqueta e Giovana viu que a
pele dele estava irritada. Ela cortou a costura da etiqueta e isso abriu a camisa,
ela tirou a etiqueta e começou a costurar dois dedos mais baixos de onde havia
aberto a costura. O cheiro e calor dele estavam deixando-a inebriada. Ela deu
uma picada no dedo.
— Ai!
— Se machucou?
— Não! Só foi uma picada.
— Está sangrando!
Ela colocou o local ferido na boca e olhou para Giuliano. Ela vou fogo
no olhar dele ou estava vendo demais? Ela terminou de costurar rapidamente.
Ele a imaginou na cama agora chupando o seu pau. "Mandona Mia!", ela
tinha muito fogo, ele não queria se distrair com ela, mas sentiria logo a falta de
uma mulher quente em sua cama.
— Pronto, signore Vulcano!
— Grazie!
— Melhor?
— Sim! Grazie!
— De nada!
Ele a viu colocar o cinto de segurança e guardar suas coisas, ele abotoou
a camisa e tentou se arrumar o melhor que pôde, colocou o cinto e ligou o carro,
estavam um pouco atrasados.
Giovana viu a paisagem mudando e foi tirando foto de tudo. Olhava uma
parte da Calábria com curiosidade, enquanto isso Giuliano se focava na estrada,
mas observava com um meio sorriso a curiosidade de sua secretária, o sol nasceu
e ela colocou seu óculos escuros, Giuliano fez o mesmo. A viu tirando selfie.
— Giovana!
— Sim!
Era a primeira vez que chamava uma secretária pelo nome, ela gostou de
ouvir seu nome na voz dele. Aquele sotaque italiano maravilhoso a deixava
oriçada!
— Me chame de Giuliano a partir de hoje!
— Sim, signore Vulcano! Digo, Giuliano!
O telefone de Giovana tocou.
— Giovana! Oi Lisa! Não, hoje iremos visitar um cliente de última hora
então ficarei fora o dia todo. Certo! Desvia o ramal pra mim, por favor! Sim,
deixe na geladeira por favor se chegar que quando voltarmos eu passo aí no
escritório e pego. Tenho que preparar algumas coisas ainda. Está bem, querida!
Grazie! Faz um favor pra mim? Coloca meu note na bolsa, per favore! Já me
ajuda muito! Pede pro pessoal mandar e-mail, mas eu vou colocar o alerta pra
deixar você e a Sabrina de backup. Vou ligar agora pra ela, inclusive! Ottimo!
Grazie! Ciao!
Giovana ligou para Sabrina e falaram rapidamente. Giuliano apenas
observava. Meia hora depois, Giuliano parou o carro no acostamento.
— O que foi?
— Nada! Quero te mostrar una cosa!
— O que?
— Venha!
— Onde estamos?
— Villa San Giovanni.
— É lindo! — Ela nunca vira um mar tão azul. Estava de boca aberta!
Ela tirou várias fotos e ficou boba com as casas em contraste com o azul do mar.
Giuliano a observava. Ele esperou-a explorar a paisagem e depois
voltaram para o carro. Pegaram a navegação para chegar à Sicília. Encontraram
com o cliente dentro da navegação, Giovana percebeu que o carro de Giuliano se
destacava, não pela cor, mas pela imponência. Ela sabia que ele tinha muito
dinheiro, mas não imaginava quanto fosse, e nem fazia questão para falar a
verdade.
Eles se sentaram e começaram a conversar em italiano. Giovana se
atentou a conversa e anotou tudo pelo celular. Aquele cliente além de renovar o
contrato também decidira deixar seus dados nas mãos da empresa, eram
especialistas em vinho e o vinho Vulcano era muito bem cotado nas lojas
espalhadas pela Itália.
Eles passaram a manhã e à tarde na Sicília. Na hora do almoço, foram
para um restaurante que tinha um deque e comiam observando o mar.
Aquela salada com camarão era uma delícia, mas não era tão boa quanto
da dona Martina. Giovana espetou o camarão rosa e apreciou.
— A salada da senhora da pensão é mil vezes melhor. — Disse Giuliano.
— Você acha, signore? Não está bom? — Perguntou o maître do
restaurante. — Eu mando fazer outra.
— Não! Não estou dizendo que é ruim, disse apenas que a da dona da
pensão é melhor. A de vocês é boa, mas comida caseira é melhor.
— Entendo, signore Vulcano! Scusami!
— Giovana!
— Sim, signore Vulcano!
— Giuliano. — Ele corrigiu.
— Giuliano!
— Será que a senhora da pensão não faria o favor de fazer aquela insalata
de novo?
— Posso perguntar.
— Per favore.
Giovana ligou para dona Martina que adorou a ideia dizendo para
jantarem lá, e que ele não deveria esperar muito porquê era um lugar simples.
Giuliano gostou da ideia e disse a ela que quando voltassem passariam primeiro
no escritório e depois lá. Dona Martina concordou.
Quando estavam na metade do caminho de volta Giuliano perguntou:
— Gostou da Sicília?
— Sim, tão bonita quanto a Calábria.
— Você ainda não conheceu meu vinhedo.
— Verdade?
— Sì! Mas amanhã você vai descobrir. Vai ver as videiras agora no
outono como estão bellas.
Já era mais de oito da noite quando chegaram no escritório, Giovana
pegou seu notebook, algumas pastas, avisou Giuliano que pegaria a degustação
na geladeira e que ia pegar um chocolate na descompressão, passou na cozinha e
pegou a enorme cesta de degustação do buffet, deixou tudo na sua mesa, e foi
para a porta de vidro, foi para a descompressão pegar chocolate na máquina de
café entrou no elevador estava mexendo no celular respondendo e-mails, os
andares estavam praticamente escuros, entrou quando ouviu o barulho, nem
estava atenta a nada. Estava descendo quando o elevador parou no décimo andar,
as luzes se apagaram, o elevador parou entre o décimo e o décimo primeiro
andar.
— Maravilha! — Ela disse. — Putz e agora?
Ela olhou para o celular e estava quase sem bateria, e pra ajudar sem
sinal.
De repente sentiu alguém a abraçando por trás.
— Ah!
A pessoa colocou a mão em sua boca.
— Shiii! Está tudo bem! Relaxe!
Aquela voz sensual não era estranha, parou de pensar quando ele a beijou
no pescoço. Ela fechou os olhos. Por que estava confiando tanto? E se ele a
estuprasse? Com aquelas mãos massageando os seus seios e aquela boca sensual
dominando seu pescoço, seria muito difícil de acreditar! Estava há tanto tempo
sem sexo que viria bem a calhar. Tomara que ele a comesse bem gostoso!
Ela conhecia aquele cheiro, aquele calor, sentiu a pressão do peitoral dele
de ferro, sentiu o pau dele duro fazendo pressão contra sua bunda. De onde
conhecia aquele cheiro e calor? Para de pensar, Giovana!
"Céus! Será que é o??? Ah não! É muita loucura! Não pode ser! Mas e
se for?", sua mente se calou quando ele a virou e a beijou com um calor de
derreter até uma geleira do continente Antártida. Ela num instinto o abraçou, o
estranho a pegou no colo e ela entrelaçou as pernas no corpo musculoso e quente
dele. A língua dele invadia e dominava a boca dela, ele tinha gosto de vinho.
O seu cérebro gritava para ela dar um basta, mas quando ele passou a
mão nas suas pernas indo em direção a sua boceta o cérebro calou-se e virou
geleia. Seu coração estava a mil.
Giovana sentiu que estava mais do que molhada. E então ele colocou a
mão na sua calcinha e deu um sorriso enquanto a beijava. Ela estava tão
molhada! Ele a desceu um pouco mais para que ela sentiu a dureza do seu pau e
quando ela sentiu seu coração deu outro salto e seu clitóris latejava
gostosamente.
Era sua segunda semana ali e ela estava beijando um estranho num
elevador escuro e quebrado. Loucura! Mas era a loucura mais gostosa que já
havia acontecido com ela.
Ele começou a brincar com o clitóris dela e não deixou um segundo de
beija-la. Ele sentia-a vibrar e então ele colocou o dedo dentro da boceta dela,
estava quente e latejante do jeito que ele queria. Céus! Aquele filho da puta ia
fazê-la gozar logo.
Ela deu um gemido abafado e quando ele colocou o dedo na boceta dela
sentiu-a pronta! Ele abriu o zíper da calça e colocou a mão dela dentro da cueca
dele. Ela não reclamou e pegou no grande e grosso pau dele e começou a trilhar
a mão naquela pedreira batendo uma punheta bem gostosa para ele. O ouviu dar
um suspiro longo e profundo.
Delicia! Ele era do jeito que ela gostava, grande e grosso, os italianos
eram bons amantes, disso sabia porque Matt era italiano e ele vivia comendo
uma secretária amiga dela.
Ela queria chupar aquele pau, mas ele não deixaria, ela ainda estava com
as pernas cruzadas no corpo dele, ele tirou com delicadeza a mão dela do pau
dele.
— Posso? — Ele perguntou.
— Sì! — Ela disse sem fôlego.
Ele a penetrou com gosto. Ela era tão apertada! Sentiu-a
maravilhosamente quente e molhada. Ela o abraçou e ele a beijou e meteu nela
com gosto e fundo. Giovana estava ficando louca! Ela estava adorando aquela
foda dentro de um elevador quebrado e com um desconhecido.
Ele metia tão gostoso e tão fundo na boceta dela, ele abriu a camisete e
baixou o sutiã dela, ele, literalmente, mamou naqueles seios fartos e duros
enquanto metia vigorosamente nela, ela o abraçou e ele a beijou com fogo e
paixão. Ele a desceu e a virou de costas, levantou uma perna dela e apoiou no
corrimão do elevador e meteu com tudo, puxou os cabelos dela trazendo seu
pescoço para perto dele, ele com a outra mão manipulava o clitóris latejante dela
que estava o dobro do tamanho já. Ah como ela era quente e gostosa!
Ele sentiu-a apertar sua boceta sobre seu pau, ela parecia tragá-lo para
dentro dela, isso o encorajou a penetrá-la mais fundo, sentiu que batia na parede
do útero e então a trouxe mais para perto dele. Ele mexia gostoso no clitóris
dela. E então ele ouvia-a sussurrar:
— Eu vou gozar!
Ele a virou para si e levantou a perna dela, meteu dentro dela com vigor e
abraçou-a, dominá-la era uma delícia!
— Ah que metida gostosa! Me come com gosto!
Ele sorriu e a beijou. Ela cravou as unhas nas costas dele e o arranhou.
Ele deu um gemido alto. Ela o abraçou no pescoço e ele levantou sua perna,
Giovana esticou a perna e descansou-a no peito dele para dar mais espaço para
ele meter mais fundo dentro dela, e ele assim o fez e a abraçou. Ela estava de
salto então não precisava se esforçar muito para ficar na altura que ele precisava.
Ele sentiu o grito preso dentro da garganta de Giovana quando ela gozou
sobre o pau dele, ela se escondeu no peito dele, ele continuou investindo dentro
dela e sentiu o gozo dela no pau dele e então ele não se controlou e soltou um
som gutural que deixou Giovana deliciada. Ele gozou dentro dela intensamente.
Ele a soltou e ela estava de pernas bambas, ele colocou o pau dentro da cueca e
fechou seu zíper. O elevador de repente voltou a funcionar mas as luzes não
voltaram, ela viu apenas a enorme silhueta dele, o elevador subiu para o décimo
primeiro andar que estava todo escuro e abriu a porta, ela estava se segurando no
corrimão do elevador e estava tentando se recuperar quando a porta se abriu. Ela
o viu saindo com uma mão no bolso e a porta do elevador se fechou, Giovana
apertou o número quinze e o elevador subiu, ela arrumou-se rapidamente e
quando o elevador abriu a porta as luzes se acenderam e ela foi correndo pro
banheiro.
Quando se viu, estava vermelha e seus lábios inchados, cabelos
despenteados e a camisete torta. Sentou-se vaso sanitário e fez xixi, depois da
gozada maravilhosa que dera não era estranho encharcar o caro papel higiênico
da empresa. Ela ainda sentia o pau dele dentro dela.E então a ficha caiu: eles
transaram sem camisinha! Mas que transa gostosa, há muito tempo não tinha
uma foda tão gostosa como aquela.
— Caralho!
Giovana demorou horrores para sair do banheiro, ainda estava em
frangalhos, mas bem melhor e bem mais iluminada do que quando entrou.
— Meu Deus, o que meu chefe pensaria se soubesse que dois
funcionários dele transaram dentro do elevador? Céus, espero que o elevador não
tenha câmera, se tiverem que estejam desligadas ou quebradas!
Giovana bateu o crachá e entrou pela porta de vidro. Giuliano estava
sentado na sua poltrona olhando com ar sério para o notebook. Ela foi até sua
mesa e sentou-se, pegou a chave do armário de material de escritório e pegou
dois cadernos de anotações, uma pasta, dois plásticos de quatro furos, algumas
canetas, lápis, marca texto, papeis de anotações colantes, borrachas, apontadores,
um pen-drive em forma de chave.
— Giovana!
— Ah! — Giovana jogou tudo para o ar. Seu coração disparou. — Que
susto!
— Scusami! Deixa, eu te ajudar!
— Não precisa!
Eles se abaixaram juntos e pegaram as coisas que Giovana deixara cair, e
então quando ela pegou no caderno de anotações, ele pegou em sua mão e eles se
olharam. O olhar dele a deixou sem graça e ele rapidamente ajuda-a a se levantar
ainda segurando em sua mão.
— Obrigada! — Disse ela mais vermelha que tomate.
— De nada! Você está bem? Você demorou. — Ele parecia realmente
preocupado.
— Sim!
— Você não costuma se assustar! Está distraída!
— Não foi nada! O que deseja?
— O deguste do buffet.
— Ah sim! — Ela pegou a enorme cesta e deu para ele. — Aqui está!
— Venha! Vamos comer essas guloseimas aqui!
— Eu?
— Sì! C'è un problema?
— Não! Nenhum! É que dona Martina deve estar esperando.
— Verdade! Vamos fazer assim, nós vamos para lá, você leva as coisas
que tem pra levar e eu levo os notebooks.
— Tudo bem! Eu vou arrumar as coisas aqui, então.
— Sì! Quando estiver pronta, fammi sapere, per favore!
— Sì!
Giuliano voltou para sua sala e continuou a ler seus e-mails enquanto
Giovana arrumava as coisas rapidamente. Giovana se lembrou de que não pedira
a Mary para fazer as malas de Giuliano, ligou rapidamente para a governanta.
— Mary, buona sera!
— Buona sera, signorina!
— Scusami o horário,mas amanhã Giuliano vai para Abruzzo e Toscana.
— Está bem! Para quantos dias?
— Quatro!
— Tudo bem, quando ele chegar aqui as malas estarão prontas.
— Grazie! Salvou minha vida!
— Fique tranquila! Buona sera.
— Buona sera!
Giovana pegou suas anotações e deu um longo suspiro, ele a observou e
viu que ela baixou a cabeça cansada. Era interessante observar as caras e bocas
que ela fazia, mas como dissera a si mesmo, distração não era a opção no
momento.
Meia hora depois estavam saindo do estacionamento da Vulcano.
Giovana colocou o cinto, precisava relaxar, queria fumar um cigarro. Não ia
pedir para fumar porquê achava deselegante fumar perto de um homem, ainda
mais o seu chefe.
Quando chegaram na pensão já era quase dez da noite, Giuliano trazia as
bolsas de notebook e a enorme cesta de deguste.
— Dona Martina!
— Ah finalmente chegou bambina! — Dona Martina chegou secando as
mãos num pano de prato. — Estava preocupada com vocês! Ainda bem que não
temperei a ensalata.
— Scusami, dona Martina, foi culpa minha. — Disse ele dando a mão
para a senhora rechonchuda, que apertou e sorriu.
— Buona sera, signore Vulcano.
— Buona sera, signora Martina.
— Smettiamo di parlare e mangiamo!
— Buona idea!Vamos parar de falar e vamos comer! — Disse Giuliano
sorrindo para dona Martina.
Giovana nunca o viu sorrindo, aquele sorriso lindo deveria ser proibido
em praça pública! Cretino!
Dona Martina os levou para o jardim atrás da casa e ali estava uma mesa
de cantina, Giuliano colocou os notebooks em cima da mesa junto com a cesta
de deguste, havia dois pratos de porcelana, alguns cachos de uva e maçãs bem
vermelhas, talheres e duas taças de vinho, um ambiente bem intimista. Giovana
bateu com a mão na testa! Iria matar dona Martina!
— C'è un problema? — Perguntou Giuliano.
— Não! Mas acho que dona Martina quis arrumar uma espécie de
encontro entre você e eu, achando que jantar aqui era mais intimista e... — ela
deu um suspiro resignado. — deixa pra lá!
Giuliano riu antes o constrangimento da secretária. Mas ele a entendia,
dona Martina de boba só tinha a cara!
— Fique in pace!
— Scusami, Giuliano!
— Não tem que pedir desculpas, fique tranquila!
Giuliano e Giovana jantaram e dona Martina os deixou sossegados,
Giuliano foi no carro e pegou uma caixa de madeira antiga e levou para dentro
da pensão e pegou Giovana distraída, estava olhando o computador, mas não
estava atenta, estava longe, muito longe, estava com a mão no queixo, os dedos
alisavam o belo queixo da brasileira de origem italiana.
— Giovana! — Ele colocou a mão no ombro dela, ela o olhou ainda
distraída. — Giovana!
— Sim, Giuliano!
— Você está bem? Está nas nuvens hoje!
— Estou sim! Não se preocupe! Vamos degustar o buffet?
— Vamos! Eu trouxe o vinho sete três que te falei.
— Vamos ver se combina! Vou pegar duas taças limpas.
— Não precisa! — Disse ele mostrando duas taças lindas de cristal,
desde que começara a trabalhar na Vulcano resolvera aprender mais sobre vinho,
e estava, praticamente, comendo as informações da internet e enchia dona
Martina de perguntas. Ela lhe deu um meio sorriso. — Esse vinho é um Prugnolo
Gentile feito com uvas sangiovese, e você pode comer com queijo Gruyère,
Fontina, Apeenzeller e Hoch Ybrig.
— A nossa noite vai ser longa, então!
— Não vai não, estamos cansados e temos poucas horas de sono, mas eu
vou te ensinando aos poucos, não se preocupe. Apenas experimente e deixe as
notas das frutas te surpreender.
Capítulo 6
As três e meia da manhã Giovana acordou, estava muito ansiosa. Iria
passar quatro dias fora, nunca fizera uma viagem assim, estava acompanhando
seu chefe em dois vinhedos dele. Giuliano chegaria logo para irem para o
aeroporto. Tomou um banho rápido e terminou de arrumar as malas. Colocou
uma calça social marrom, camisete branca e uma cacharréu verde musgo,
colocou brincos e gargantilhas verdes, resolveu deixar os cachos soltos e pegou
duas mechas da têmpora enrolando-as e prendendo numa liga preta atrás da
cabeça, maquiou-se e desceu para tomar um rápido café.
— Boungiorno, dona Martina!
— Buongiorno, bambina! Vai sair avoada de novo?
— Sim! Só preciso de uma boa xícara de café. Eu volto domenica sera, tá
bom?
— Sì, bambina!
Dona Martina estava colocando café me dois copos de papel quando
ouviram uma batida na porta. Dona Martina deu os copos para Giovana terminar
de colocar o café e foi abrira porta.
— Buongiorno, signore Vulcano.
— Buongiorno, signora Martina.
— Mia bambina já está vindo, está colocando caffè para o signore! Ela
me disse que vocês quase brigaram pelo caffè.
— Verdade, singora Martina. Il tuo caffè è multo buono.
— Grazie!
Giovana chegou trazendo dois copos de café e uma cara de sono. Ele
estava charmoso, de calça social azul escura, blusa social branca, gravata azul
escuro e uma blusa fina de lã azul escuro, os sapatos italianos pretos bem
engraxados quadrados, os cabelos estavam meio bagunçados, ela deu um meio
sorriso. Ele era de tirar o fôlego, isso não podia negar.
— Buongiorno, Giuliano!
— Buongiorno, Giovana!
Aquela voz de sono dela era impagável. Ela estendeu o café para
Giuliano que disse:
— Leve os caffè que eu levo suas bolsas.
— Está bem! A bolsa de notebook está ali, junto com as pastas e a minha
mala.
— Madona mia, por que vocês, donne, gostam de levar tantas coisas?
— Eu não sei! O que eu sei é que como secretária, eu devo estar a
duzentos passos a sua frente, então eu tenho que pensar em tudo o que você não
pensaria, e isso requer uma bolsa e mala de viagem enorme.
Giuliano olhou pensativo para ela e disse por fim:
— Argumento aceito!
De repente um homem do tamanho de Giuliano chegou na porta:
— Signore Vulcano, algo de errado?
— Não, Jake! Deixa-me te apresentar, Jake essa é Giovana minha nova
secretária e a signora Martina, dona da pensão onde Giovana reside.
— Piacere! — Disse ele acenando coma cabeça.
— Piacere! — As duas disseram.
— Jake, me ajuda com essas coisas, per favore!
— Sì!
Giuliano seguiu para o carro com Jake e Giovana atrás que se despediu
de dona Martina.
— Giudizio, ragazza!
— Sì. — Giuliano abriu a porta para Giovana entrar, dona Martina
percebeu que ele a olhava diferente, e sorriu. Ele fechou a porta do lado dela e
deu a volta rapidamente, ele entrou no carro, e colocou o cinto, ela lhe estendeu
o café e ele deu um longo gole. Ligou o carro e saíram pelas ruas da Calabria em
direção ao aeroporto.
— Durma um pouco Giovana! Fomos dormir tarde, então descanse!
Preciso de você inteira! — Disse ele com duplo sentido.
— Depois de tomar café você acha mesmo que eu vou dormir?
— Não!
— Então por que me tortura?
— É divertido!
— Empiastro! — Ela resmungou sorrindo.
— Você vai conhecer mio nono e mia nona.
— Verdade?
— Sì! Mia nona vai te alugar até Maria chegar da lenha! Ela amava a
minha mãe, e quando souber que você também é brasileira, aí se prepare para
ouvi-la e todas as suas histórias, mas eu vou tentar te salvar.
— Está bem!
— Eu disse tentar! Não significa que eu vá conseguir.
— Madonna mia!
Giuliano sorriu. Giovana olhou para o retrovisor direito do carro e viu o
carro preto de Jake ir para a direita, e olhou para o lado de Giuliano e mais um
carro ultrapassava e ficava a frente do carro de Giuliano.
O carro de Jake tomou a dianteira e Giovana viu que mais um carro
estava atrás deles.
— Fique tranquila. São meus seguranças!
— Entendo!
— Eu sofri um atentado uma vez, então contratei seguranças.
— Está certo!
Giuliano não falara para ela que colocara seguranças discretamente atrás
dela, ela sabia de muita coisa dele e saberia de mais ainda, então não podia se
arriscar em nada! Quem tivesse a Giovana nas mãos teria acesso à toda sua vida,
contas bancárias e tudo o mais, ela era uma peça fundamental para o bom
funcionamento da empresa, e em menos de um mês ela era parte dele como um
braço, ou um fígado, era essencial. Chegaram ao aeroporto rapidamente, as
estradas estavam vazias pelo horário.
— Julian, boungiorno.
— Buongiorno, signore Vulcano.
— Essa é a Giovana!
— Finalmente a conheci, signorina Guerra!
— Como você está, Capitão Julian?
— Bem, me chame de Julian, per favore.
— Tudo bem.
— Julian, as malas estão sendo trazidas. Podemos entrar? A Rebeca já
chegou?
Giovana estranhou, nunca ouvira falar dela. Será que seria sua
namorada?
— Sim, signore Vulcano. Podem entrar sim.
Giovana percebera que o jato que Giuliano utilizava na verdade era um
boing.
— Vamos! — Giuliano pegou no quadril de Giovana discretamente. Eles
subiram no avião e Giovana viu o luxo do avião e ficou de olhos arregalados.
— Bem vindos! — Disse uma linda moça.
— Olá, Rebeca!
— Bom dia, signore Vulcano.
— Bom dia. O Bartolo está na cabine?
— Sì, signore.
— Giovana, sente-se fique à vontade, eu vou falar com o co-piloto.
Qualquer coisa que precisar, chame pela Rebeca, a comissária de bordo.
— Tudo bem.
— Venha, signorina, sente-se aqui!
Os seguranças entraram e Jake trouxe as malas dos notebooks.
— Obrigada, Jake.
Ele apenas acenou e foi para trás, ficaram numa parte separada de
Giovana e Giuliano. Giovana abriu a mala e retirou o notebook, estava olhando
alguns e-mails e estava preparando os cardápios para o coquetel. Ela e Giuliano
resolveram pedir quase tudo do cardápio, pois tudo combinava com o vinho.
Giuliano saiu rindo da cabine e Rebeca fechou a porta, Giovana colocou
o cinto de segurança, e Rebeca puxou a mesinha que saia do braço da poltrona e
fez o mesmo para Giuliano.
— Grazie, Rebeca. — Disse Giovana.
— De nada, signorina. — Disse a sorridente comissária.
Giuliano observou a secretária voltar a seriedade, ele pegou o telefone e
fez uma ligação.
— Ciao, nona! Prepara le cose che saranno lì in poche ore. Sì! Ti piacerà,
ti piacerà, pagherò il triplo, fuori dagli straordinari. È eccellente!
Giovana sabia que ele falava dela, dizia que a avó iria gostar dela, que ele
estava pagando o triplo, que ela era excelente. Também disse para preparar as
coisas que estariam lá em algumas horas.
Ele desligou o telefone depois de dar uma risada gostosa, ela sorriu
discretamente, nunca o tinha visto assim, sorrindo, ele era sisudo quando estava
na Vulcano. Por que ele estava abrindo as portas da sua intimidade? Não era pelo
trabalho, em menos de um mês ele confiara suas casas, contas, negócios, agenda,
tudo o que ele era e representava, para ela. Nem seus antigos CEO's fizeram isso.
Giuliano simplesmente dera carta branca para ela. Giovana olhou pela
janela e viu que ainda não tinham decolado.
— Giovana, feche a mesinha e o notebook, vamos decolar já!-Disse
Giuliano suavemente.
— Sim!
Giuliano observou sua secretária olhar pela janela da aeronave, ele estava
sentado de frente a ela, pegou o celular que estava em modo vôo e silencioso,
tirou uma foto dela, estava tão bonita. Mesmo o céu ainda estando tão escuro, ela
resplandecia sobre a escuridão.
"O que você está fazendo, Giuliano? Está se interessando pela sua
secretária?" Inferno!
Ele fechou a cara, ficou emburrado como uma criança, Giovana percebeu
a movimentação dele e o olhou.
— Algum problema, Giuliano?
— Não, Giovana!
— Então por que fechou a cara?
— Não é nada!
— Tudo bem! Não vou insistir! — Ela disse amavelmente.
"Céus! Será que tem algum problema comigo? E se ele descobriu que eu
transei no elevador da empresa com um desconhecido? No mínimo ele vai me
escorraçar e me mandar embora por justa causa! Tô fodida!"
— Gostaria de tomar café da manhã, Giovana? — Perguntou
ele fazendo-a sair dos seus pensamentos.
— Sì, per favore!
Giuliano apertou o botão e Rebeca veio até ele.
— Cosa può essere utile, signore Vulcano?
— Traga-nos o café da manhã, per favore, e leve para os seguranças
também.
— Sì!
— Grazie!
— De nada!
Poucos minutos depois, Rebeca empurra um carrinho enorme, com
garrafas de café e leite, água quente para chá, frutas, pães, bolos, um café da
manhã completo.
— Não é igual ao da signora Martina, mas dá para o gasto.— Disse
Giuliano sorrindo para Giovana.
"Deveriam prendê-lo e chicoteá-lo em praça pública por ter esse sorriso
tão lindo! Cretino!"
Giuliano levantou-se primeiro e deu uma bela visão da bunda dele.
"— Jesus, apaga a luz! Que bunda gostosa é essa? Vontade de apertar!
— Disse a diabinha na cabeça de Giovana.
— Ora, comporte-se! — Disse a anjinha.
— Como eu vou me comportar com aquela delícia ali? Olha para
aquilo!
— Você tem razão! Que delícia!
— Calem-se!” — Pensou Giovana.
— Giovana, estou te chamando! Você está bem?
— Ah sim, estou! Desculpe! Estava longe agora. — "Sim, bem na bunda
dele!"
— Venha tomar café!
Ele deu um prato de sobremesa para ela, quando se sentaram para comer
Giuliano perguntou:
— Você atualizou minha agenda?
— Sim, ontem à noite, antes de você ir embora!
— Aqui não atualizou!
— Impossível, Giuliano!
— Está me chamando de mentiroso?
— Não! Jamais! Eu mostrei para você!
— Então, olhe aqui!
Giuliano virou o notebook para Giovana que viu que realmente a agenda
dele não estava arrumada.
— Impossível! — Giovana abriu seu notebook e entrou na agenda dele,
que ela havia arrumado, estava uma baderna. — Giuliano,você viu! Eu arrumei!
— Você salvou?
— Sim!
Giuliano fechou a cara, ela sabia que ele ia brigar com ela.
— Giovana, o que aconteceu? Você é tão organizada!
— Giuliano, você viu a agenda ontem! Eu arrumei conforme me pediu!
Como ela foi mudar assim do nada?
— É isso o que eu quero saber! Você deu o meu acesso para alguém?
— Claro que não!
— Giovana! — Giuliano estava uma fera, seus olhos faiscavam.
— Giuliano, pelo amor de Dio! Eu jamais quebraria a confiança que
depositou em mim!Eu conheço e sei muito bem qual é o meu lugar!
— Giovana, você não deixou essas informações por aí?
— Eu não acredito nisso, signore Vulcano! Como pode pensar tão mal de
mim? Acha que sou o que? — Ela se levantou brava, ele fez o mesmo. — Eu sou
profissional, fiz faculdade e pós-graduação! O signore deve estar brincando
comigo, só pode!
— Preste bem atenção, signorina Guerra! Eu não preciso mentir e muito
menos estragar o trabalho de ninguém, se é isso o que a signorina está pensando!
— Conforme ele ia falando se aproximava dela, ela dava passos para trás, e ele
continuava a avançar. — A signorina deveria ter ajustado a agenda antes de eu
ver, era isso o que deveria ter feito! E não ficar me chamando de mentiroso!
— Mas, Giuliano, eu olhei ontem a noite!
— Olhou hoje de manhã?
— Não! Você sabe! Eu estava com você!
— Mas estava sentada até agora! Estava fazendo o que?
— Respondendo o e-mail do buffet com o menu do coquetel, mandei e-
mail para o vinhedo de Toscana pedindo dois barris da safra sete três conforme
planejamos. Eu falei com o pessoal do marketing e pedi para fazerem as
cotações das lembrancinhas do coquetel, eu ia te mostrar para que tivesse sua
aprovação quando me perguntou da sua agenda.
Ele a havia encurralado na aeronave, ele estava com os dois braços
apoiados próximos à cabeça dela. Ele tinha o cheiro tão bom! Ele era tão grande,
o tamanho dele a constrangia, o cheiro dele a inebriava, os olhos castanhos
estavam verdes pela raiva, sua expressão era dura, os olhos trovejavam.
Ela estava acuada, bem onde ele queria, ela era linda, os olhos azuis de
coelho assustado o deixavam doido, queria puxar aqueles cachos negros e se
perder dentro dela. A atração deles era palpável!
— Isso não é desculpa! — Ele olhava para os lábios dela, que estavam
abertos.
Quando ele a beijaria? Ela estava louca para agarrar aquele homenzarrão
e beijá-lo.
— Arrume agora a minha agenda!
Ele ainda a impedia de sair, ele não queria quebrar aquilo, aquela
atmosfera de sedução, ainda não!
— Sim, Giuliano! — Ela murmurou, passou por debaixo do braço dele e
sentou-se. Ela estava com medo e raiva reprimida, ele sentia isso, ela estava em
puro fogo! Não era indiferente a ele, e nem ele a ela.
Ele foi para o banheiro e lavou o rosto, ficou um tempinho por lá, se
olhando no espelho e pensando no que faria. Quando voltou, Giovana não estava
no assento.
— Rebeca!
— Sì, signore Vulcano!
— Onde está a signorina Guerra?
— Está com o Jake!
— Fazendo o que?
— Verificando a segurança e tudo o mais nos vinhedos, já que o signore
sofreu o atentado, ela falou também com o capitão Julian sobre o diesel da
aeronave e se ia precisar de mecânicos aeronautas quando chegarmos em
Abruzzo e na Toscana.
— E o que mais?
— Ela ligou para a signora Vulcano!
— Para que? — Ele olhou para a aeromoça estranhando.
— Para avisar que precisam de quartos para todos nós, signore, e pediu a
signora Vulcano que, per favore, mostrasse a adega e a produção de vinho para
ela.
— Mais alguma coisa?
— No, signore!
Giovana voltou rindo com Jake atrás, quando viu Giuliano fechou a cara
e sentou-se na frente dele, enquanto isso Jake foi para a cabine falar com Julian.
— Alguma novidade? — Perguntou Giuliano.
— Não!— Ela foi seca. — Já arrumei a agenda! Veja se está de acordo!
Ele abriu sua agenda e os compromissos estavam arrumados conforme
estivera antes dele mexer na agenda. Ele queria um motivo para brigar com ela e
mandá-la embora. Ela era uma distração e perdição para ele, a queria em sua
cama, gritando de prazer enquanto ele metia-se dentro dela,bem fundo, e para
isso ela não podia trabalhar para ele.
— Está ótimo!
A verdade é que ele não tinha motivo palpável para mandá-la embora.
Ela sabia o que ele estava pensando só de olhar, podia ver que se comunicavam
pelos olhos. Inferno! Ele sabia que ela era excelente no que fazia e que tinha
muito orgulho disso. Giuliano admirava o trabalho dela, ela estava sempre a
frente dele cinco passos a frente, ele era a mil por hora e ela acompanhava seu
ritmo com maestria, como se nascera para aquilo. Na verdade nascera, ela estava
ali o atendendo e o surpreendendo a cada pequeno detalhe que passava
despercebido por ele.
O cliente que eles encontraram na balsa para Sicília a elogiara, dissera
que o trabalho dela era muito bom, que ela se preocupara com cada detalhe, que
ela era muito competente, não estranhara quando ele disse que roubaria sua
secretária para trabalhar com ele, Giuliano tinha que se cuidar, pois ele disse que
faria uma proposta indecente para ela, pagaria o dobro que a Vulcano pagava.
Matt tinha razão, o que eles pagavam para ela não era o justo devido a sua
competência. Sempre soubera que as secretárias brasileiras, assim como as
comissárias, eram as melhores do mundo, mas Giovana era além do esperado.
"Você estava certo,seu filho da puta! Em três meses iremos aumentar o
salário da Giovana, o dobro do que ela ganha!", Giuliano mandou um e-mail
para Matt.
"Eu te avisei!", Matt respondeu. Giuliano já estava até vendo a cara de
deboche de Matt.
"Cale a boca pra eu gostar de você, seu trouxa!"
"Sua irmã não reclama, aquela gostosa!"
Giuliano sorriu e rapidamente mandou um e-mail para André Ferretti
solicitando que no quarto mês dobrasse o salário de Giovana. Ele jogou a
conversa fora, pois sabia que Giovana tinha acesso aos seus e-mails, não que ela
fosse curiosa, mas melhor prevenir do que remediar. Ela não precisava saber de
nada.
— Madonna mia! Finalmente chegaram!
— Ciao nona!
— Ciao! Ciao!
A nona não parecia tão interessada no neto. Giuliano a viu ir de encontro
a Giovana.
— Você deve ser a Giovana Guerra!
— Sì!
— Isabella Vulcano, a nona de Giuliano.
— Molto piacere, signora Vulcano!
— Me chame de nona, ragazza!
— No, signora Vulcano.
— Me chame de nona! — Ela insistiu.
— Está bem! Nona! — Giovana deu um sorriso lindo para Isabella, uma
matrona de um metro e meio de cabelos negros tingidos e olhos azuis. — Mio
nipote fala muito de você.
— Ah é? — Ela olhou para ele, seus olhos azuis faiscavam de raiva e ele
coçou a cabeça sem graça.
— Ora nona, não é verdade!
— É vero sì, ragazza! Venha ragazza, vamos acomodar você!
— Nona e eu?
— Você se vira!
— Nona!
— Você é grande como tuo pai, então sabe muito bem se virar! A ragazza
não conhece nada por aqui! Vamos, mia bambina.
Dona Isabella cumprimentou a todos os funcionários que vieram com
eles e puxou Giovana.
— Roberto Vulcano, venha receber tuo nipote! — Gritou a matriarca. Ela
olhou para Giovana e completou. — Venha ragazza, vou te colocar no mesmo
quarto onde coloquei mia Ana quando mio Geovane a trouxe aqui antes de se
casarem.
Giuliano estava sem palavras, sua avó só fora cordial e amorosa com sua
mãe, ela jamais fora tão aberta com alguém depois que seus pais faleceram.
— Grazie, nona!
— Isabella, quem é essa bella ragazza?
Uma versão mais velha de Giuliano perguntou.
— Giovana Guerra, secretária de nostro nipote!
— Bella ragazza, bella Giovana.
— Molto piacere, signore Vulcano!
— Molto piacere, bella Giovana!
— Grazie. — Disse ela sem graça.
— Isabella, leve a ragazza para o quarto de nostra Ana!
— Sì, marito!
Roberto abraçou o neto.
— E a viagem?
— Foi bem, nono! — Giuliano não tirava os olhos da secretária, estavam
um pouco longe da enorme casa, e ele viu a avó conversando animadamente com
Giovana. Isso não passou despercebido pelo avô.
— Quer um lenço?
— Para que?
— Giuliano!
— O que, nono?
— Sou vecchio, mas non sono un idiota!
— Ora, nono, eu não disse que era velho e nem idiota!
— Não precisa dizer. Você olha para ela como tuo papa olhava para tua
mama!
— Não gosto dela! Ela é inadequada!
— E você um libertino! Ela é perfeita! Você quem tem que se adequar a
ela e não o contrário, idiota! Ela vai te colocar nas rédeas e montar nas suas
costas! Vai ser lindo vê-lo beijando o chão que ela pisa! — Disse dom Roberto
dando as costas pro neto. — E se revirar os olhos para mim novamente e pelas
minhas costas, te dou uma surra, ainda é meu nipote!
— Como sabe?
— Io ti conosco!
Giovana viu uma enorme piscina e a nona disse:
— Sabe nadar, ragazza?
— Sì, nona!
— Ottimo! A noite se quiser pode nadar à vontade!
— Não, nona! Eu não trouxe roupa de banho e estou aqui a trabalho e
não a diversão! O que o Giuliano vai falar?
— Nada! Ele não tem que falar nada! Ele não te trouxe aqui só pra
trabalhar! Vocês vão ficar aqui hoje e amanhã e depois vão pra outro vinhedo, lá
também tem uma piscina enorme, até parece que o Giuliano não vai cair na
piscina! Ah tá bom!
— Eu prefiro assim, nona!
— Veremos!
A matrona conduziu Giovana para um lindo quarto, que era enorme por
sinal, lá tinha um closet é um lindo banheiro em marmore rosa, o quarto era
decorado em pérola, branco e o chão no mesmo mármore rosa que do banheiro.
A cama queen estava cheia de travesseiros com capas rosa e branco perolados.
Definitivamente era um quarto de menina. Giovana sorriu.
— Que lindo quarto, nona!
— Arrumei-o para você, ragazza mia!
— Grazie! Não precisava!
— Precisava sim! Giuliano falou muito de você, e falou muito bem! Você
é especial para ele.
— Eu?
— Sì! Ele te tem em alta consta. Ele confia em você, sabe! Ele te deu
tudo o que era dele, a chave das casas, acesso às contas dele, a vida dele, tudo o
que é dele e se refere a ele.
— É que eu sou boa no que faço!
— Independente disso! Ele não o fez porque você é boa ou não, ele viu
algo em você!
— Em mim?
— Sì! Mas o que é eu não sei, mas imagino! Você é amiga do ragazzo
Matt?
— Sim! Trabalhamos juntos no Brasil!
— Ah você é brasileira?
— Sì, nona!
— Mais um excelente motivo pra eu ter você aqui. Mia Ana também era
brasileira. Mio Geovane era apaixonado por ela! Louco de pedra pela pequena
brasileira. Linda mia ragazza Ana! Saudades dela! Ela era a alegria da casa e do
mio ragazzo. Eles me deram essa encrenca que se chama Giuliano. — As duas
sorriram com cumplicidade.
Capítulo 7
Naquela noite, Giuliano conversou com os trabalhadores e apresentou
Giovana a eles. Eles andaram pelas videiras e Giovana aprendeu mais sobre as
uvas e as combinações de comida que completavam o saboroso vinho Vulcano.
Eles se sentaram na mesa de cantina comiam salada caprese, queijos,
pães e tomando vinho. O vento do outono arrepiou a pele de Giovana que não
estava acostumada com o clima temperado.
Giuliano tirou o casaco e colocou sobre os ombros dela, nona Isabella
apenas observou de canto de olhos enquanto falava com o marido.
— Não precisa, Giuliano!
— Você ainda não está acostumada com o clima italiano, se não se cuidar
vai pegar uma gripe. Você não me serve doente!
Ela revirou os olhos.
— De nada!
— Não pedi nada a você então não vou te agradecer por nada!
— Como quiser! — Ele comeu um pedaço de pão e tomou o vinho. Ele
virou de lado e começou a conversar com um trabalhador, ignorou-a
completamente.
O cheiro dele a assaltou! Por que ele era tão cheiroso, Madonna Mia?
Conhecia aquele cheiro, mas de onde?
— Com licença, eu vou me retirar! Buona sera!
— Buona sera! — Disseram os avós e Giuliano.
Giovana foi para seu quarto, enquanto enchia a banheira, tirava a roupa e
colocava o roupão macio que a nona lhe dera. Iriam para a Toscana na próxima
noite, a nona disse que ia preparar uma bela lasanha para eles e uma salada de
camarão para acompanhar, um suco de limão siciliano e panacotta de limão
siciliano. Giovana pedira a nona a receita, ela amava panacotta.
— Eu te mando pelo mio Giuliano, tudo bem?
— Claro, nona! Grazie!
— De nada!
Giovana não tinha família, fora criada num orfanato e conseguira uma
bolsa de estudos e de pós-graduação pela universidade. Não usava isso como
vitimismo e sim como um degrau para chegar onde queria. Ela entrou na
banheira se deliciou com aquela água quente. Ligou a hidromassagem que
começou a fazer espuma que logo a cobriu. Aquele sabonete era tão gostoso!
— Giovana!
— Ah pelo amor de Deus, eu não posso nem tomar banho em paz,
Giuliano Vulcano!
— Precisamos conversar!— Ele estava de pé com as mãos no bolso
dentro do banheiro dela.
— Eu estou tomando banho! Não dava pra esperar até amanhã, não? Pelo
amor de Dio! O que você quer?
— Amanhã iremos a fabricação de vinho bem cedo! Então se prepare
para estar de pé as seis e meia em ponto!
— Está certo! Era isso que queria me dizer?
— No! Um cliente virá pra fechar negócio, você trouxe alguma coisa do
marketing?
— No! Podemos engarrafar um vinho Bordeaux numa garrafa de
trezentos e setenta e cinco e dar de lembrança numa caixa de madeira, ou mesmo
com um laço vermelho.
— Asì no!
— Giuliano, de verdade?
— O que?
— Vai lamber sabão, vai, e me deixa tomar banho em paz, per favore!
Quero descansar! Amanhã pensamos em alguma coisa!
— Amanhã, não! Hoje!
— Se me deixar tomar banho eu penso em alguma coisa! Inferno!
— Herege!
— Vai perturbar outro vai! Ciao, signore Vulcano!
Ela acenou mandando-o embora do quarto. Ele saiu ainda com as mãos
no bolso. Se ela visse o volume que estava em sua calça iria chamá-lo de
pervertido, a culpa era dele, só de vê-la na banheira imaginou-a metendo com ele
embaixo do banho. Por que ele fora lá? Precisava vê-la e saber se estava bem
acomodada, mesmo sabendo que sua nona a adorara desde que a vira e cuidara
de tudo para ela com todo zelo. Inferno!
Pena que a espuma estava cobrindo o corpo daquela filha da puta!
Melhor assim, senão não teria como explicar àquela gostosa porque pulara na
banheira de roupa e tudo e ela jamais aceitaria um caso com o seu chefe!
— A não ser que a comprometa, então terá que me servir na cama
também! — Ele disse aos seus botões entrando no seu quarto, que ficava ao lado
do dela, ele colocou a sunga e pegou sua toalha, um mergulho na piscina fria
faria com que seu pau se aquietasse junto com a porra da libido dele que fazia
com que seu cérebro pensasse em mil e uma pornografias com aquela gostosa
que chamava de secretária. — Essa filha da puta tá mais pra secretina! Eu vou
comer gostoso essa boceta brasileira! Ah se vou, ou não me chamo Giuliano
Vicenzo Vulcano! Caralho, ainda estou de pau duro! Acho que vou bater uma
punheta pensando nela e a imaginando chupando meu pau!
Giovana estava com um blusão e um shorts quando desceu para a
cozinha para pegar água, estava pensando num presente para dar aos clientes.
Não tinha muito o que fazer, ou era o vinho envasado ou uma caixa de uvas.
— Inferno!
Ela bebia a água mas andava de um lado para o outro.
— Por que ele me inventa agora isso? Por que não me disse que colocara
um cliente na lista? Não posso ser injusta, e se apareceu de última hora? Não o
vi falando com mais ninguém, pode ser que seja um cliente local. Enfim, melhor
parar de conjecturas, vou acordar mais cedo e pensar em algo.
— Acordada, Giovana?
— Que susto, Giuliano!
— Perdoname! Eu estava na piscina e vi que estava na cozinha.
Ele estava somente de sunga e chinelo, a toalha em volta do pescoço, as
gotas de água corriam pelo seu corpo. Ela queria ser essa gota de água e correr
pelo corpo quente dele todinho.
"— Giovana, você está louca? Ele é o seu chefe!
— Muito tarde pra isso, não acha? Essa idiota sabe que a atração deles
é questão de tempo para virar o Etna na cama!
— Inferno! Não consigo nem controlar meus pensamentos?"
— Eu estava aqui pensando no que poderíamos dar ao cliente. Pensei no
vinho envasado, numa caixa de uvas da Vinha Vulcano, ou mesmo uma caixa de
vinho com uvas e acompanhamentos que combinem.
— Boa ideia! Vai juntar o útil ao agradável.
— Sim! Pena que não temos abridores, não é?
— Acho que a nona tem! Sempre mando muita coisa pra cá. Amanhã
cedo vemos isso, então! Vá descansar, Gio! Você trabalhou e aprendeu muito
hoje, seu descanso é merecido!
— Olha, ele está sendo cavalheiro! Estou ferrada amanhã, né?!
— Por que?
— Essa sua falsa educação me assusta e me dá um alerta pavoroso!
Ele riu.
— Buona sera, Gio!
— Buona sera, Giu!
Ele não achou ruim ela lhe chamar de Giu, mas por que com Rafaela ele
não gostara? Ela lhe sorriu e subiu. Céus! Estava ficando de pau duro de novo! A
filha da puta estava com um shortinho que desenhava o contorno daquela bunda
enorme! Estava sem sutiã, ele viu que os bicos dos seios dela estavam
arrepiados.
— Vou te comer gostoso, sua filha da puta! Você vai gritar meu nome
quando eu te fazer gozar! Você vai me chupar com gosto, te prometo isto, cara
mia! — Disse ele baixinho observando-a subir as escadas rebolando aquele
bundão.
Giovana chegou no quarto e fechou correndo a porta, encostou-se de
costas na porta e respeitou fundo. Ela queria pular nele! Caralho!
Sua boceta estava molhada, com certeza aquela noite seria uma porcaria
para dormir.
— Porra de clitóris que não para de latejar! Se ele colocasse a mão eu
gozaria com certeza! Caralho! Ele é meu chefe, porra!
Aquela noite para dormir foi um pega, Giovana dormiu três horas. Estava
um caco! Trabalhar com Giuliano era desgastante, mas escolhera aquilo, não
deveria reclamar, mesmo aquele filho da puta sendo um tremendo de um filho da
puta com ela.
Ela se arrumou e se maquiou e desceu, a nona estava colocando o café da
manhã na mesa, seu Roberto estava sentado a mesa e sorriu quando viu Giovana.
— Buongiorno, nona e seu Roberto.
— Buongiorno, bella Giovana.— Disse ele sorrindo.
— Buongiorno, ragazza. — Disse a nona sorrindo e colocando a leiteira
na mesa. — Sente-se ragazza.
— Sì!
Giovana sentou-se e a nona colocou um copo de água para ela beber e
depois o encheu com suco de abacaxi com hortelã.
— Como sabe, nona, que adoro suco de abacaxi com hortelã?
— Giuliano. — Disse ela com simplicidade.
— Entendi.
Ela serviu-se de café com leite e começou a comer uma fatia de pão
quando Giuliano chegou a mesa.
— Buongiorno, famiglia!
— Buongiorno! — Eles disseram.
Ele sentou-se de frente para Giovana e a olhou com intensidade:
— Não vai me dar buongiorno , Giovana?
— Não sou da sua família.
— Mas está dentro dela!
— Buongiorno, signore Giuliano Vicenzo Vulcano.
Ela não esperou resposta é saiu da mesa indo em direção a porta.
— Idiota!
— Au, nona! Precisa me dar um tapa na cabeça?
— Não aprendeu nada com seu pai?
— O que?
— Por que não a comprimentou direito?
— Mas eu falei!
— Mas ela não entendeu assim! Cretino! Vai lá falar com a ragazza
agora!
— Nona!
— Agora, ragazzo! Essa não foi a educação que te demos. Diga ao seu
nipote, Roberto!
Roberto apontou para onde Giovana tinha saído, Giuliano baixou a
cabeça vencido e foi atrás da secretária. Ainda ouviu:
— Queremos tomar caffè em paz, ragazzo! Traga-a para cá agora!
Ele levantou os braços se confirmando. Ele perguntou a um dos
empregados se vira a secretária e ninguém a havia visto. Onde ela estaria?
Ele foi em direção às videiras e ouviu alguém cantando. Ele conhecia a
música, mas na versão em inglês. Era uma música de dor de cotovelo, mas a voz
era tão bonita que ele não interrompeu.
"Se eu soubesse que ia ser assim, tudo por nada.E confesso que eu
acreditei em meias verdades.Você nunca me disse te amo, mas também não disse
que não."
Ela parou de cantar quando o viu.
— Per favore, continue. Sua voz é tão bonita.
Ela não respondeu.
— Perdonami por ser tão rude com você, Gio! Eu só ainda não estou
acostumado com você.
Ela não se deu o trabalho de responder. As mãos dela seguravam um
pequeno ramo de flores. Ela cheirou o pequeno ramo e sorriu.
— Será a última a dar frutos, mas serão apetitosos e vistosos, darão um
excelente vinho se for colhido no tempo certo. Não acha, Giuliano?
— Sim! Tenho certeza.
— Eu também!
Ela sorriu para o ramo e disse:
— Sejam as melhores que puderem ser! Eu acredito em vocês!
Ela deixou Giuliano ali pensando e voltou para tomar o café como se
nada tivesse acontecido. Ele achou que ela ia torcer o pescoço dele, mas não, ela
apenas o ignorou e fingiu que nada aconteceu. Por que?
Por que ela fazia questão de ignora-lo quando ele era rude com ela? Ou
mesmo não se irritar quando ele a irritava? Será que ela entendera que a
provocação no avião era porquê ele a queria na cama dele?
— Eu jamais conseguirei entendê-la!
Depois do café da manhã, Giuliano e Giovana arrumaram as caixas de
presente que dariam para o cliente e seu pessoal, a nona pegou uma caixa de
abridores de garrafa e uma fita branca com o logo da Vinha Vulcano.
— Que fita linda, nona!
— Mia Ana quem mandou fazer! Amo essa fita!
— Se tiver mais no marketing, eu peço para a signora!
— Grazie!
Terminaram as caixas e colocaram alguns cartões de visita, blocos de
nota em formato do cacho de uva da Vulcano e uma caneta de pena com o logo
da empresa, Giovana fechou as caixas e usou as fitas como enfeite. Giuliano
entrou e viu a secretária distraída conversando com sua avó, ela tinha um sorriso
tão bonito.
— Ah que bom que está aqui, olhe Giuliano, o que acha? Aprova?
Ele estava com um cacho de uva nas mãos, ele tirou uma e a mordeu,
olhando para ela.
— Excelente! Podíamos fazer mais desses pra deixar na matriz.
— Estou te falando isso desde que começamos a falar do coquetel.
— Era isso que tinha em mente?
— Claro!
— E por que não me disse antes?
— Eu tentei, mas você me vetou logo no início!
— Desculpe! Eu não consegui visualizar. Você conversou com o pessoal
do buffet?
— Sim! Decoração branco, vinho e dourado, rosas colombianas, cachos
de uvas e videiras e tudo o mais que pediu.
— Ótimo! Vamos?
— Sì!
Giuliano pegou as caixas e deu um beijo na testa de sua nona enquanto
Giovana pegava as pastas e sua bolsa.
— Até breve! Não me atrasem pro almoço!
— Sì, nona! — Os dois disseram ao mesmo tempo e se olharam
surpresos. Giuliano revirou os olhos divertidos e Giovana fingiu-se de brava.
Giuliano abriu a porta do carro e esperou Giovana entrar no Jeep
marrom, ele lhe entregou as caixas e fechou a porta. Ela o viu dar a volta e entrar
no carro, o sol começou a nascer.
— Estamos atrasados, Giovana!
— Não estamos, Giuliano! O cliente ainda não chegou!
— Como sabe?
— Eu adiantei seu relógio em meia hora!
— Garota esperta!
— Sempre! Você tem mania de se atrasar então tomei essa atitude.
— Não é verdade!
— É e você sabe disso! Jamais discuta com sua secretária, eu sempre
tenho razão!
— Melhor concordar, vai que você faz da minha vida um inferno. Tenho
medo de você!
— Tenha mesmo!
Giuliano sorriu. Ele chegaram na fábrica rústica e Giuliano ajudou-a a
descer, pegou as caixas de presente e entraram, Giovana viu o trabalhadores
amassando com os pés as frutas, além da produção de máquina, que eram apenas
para envase do vinho para fermentação.
— Uau!
— Lindo não é? Só modernizamos os envases, mas o restante é tudo feito
por esforço humano.
— É maravilhoso!
— Buongiorno, signore Vulcano! — Os empregados lhe sorriam.
— Buongiorno! — Ele se virou para o chefe de seção. — Pietro prepare
um para Giovana que ela irá pisar nas uvas hoje.
— Sì, signore Vulcano!
— Giuliano, per favore, eu nunca fiz isso!
— Vai fazer! Quer aprender, não é?
— Sì!
— Então...
— Dio!
Giovana esterilizou os pés conforme as normas de qualidade e
procedimentos da empresa e Giuliano pegou-a no colo e a colocou dentro da
enorme tina cheia de uvas roxas.
— Pode começar! Eu te seguro! — Disse Pietro.
Giovana começou a pisar nas frutas e Pietro segurava a sua mão, até que
ela achou um ponto de equilíbrio e ficou mais fácil. De repente ela sentiu alguém
segurando sua cintura, ela virou o rosto e viu Giuliano dentro da tina com ela, as
pernas da calça social dobrada até o joelho e ele sorria para ela. Ele ficou de
frente para ela e segurou-lhe as mãos. Ela sorria e olhava para as frutas onde
pisavam. Ela olhou para ele e riu, e nenhum momento desviou o olhar, os
empregados colocavam mais e mais uvas.
Ele amava o sorriso e a risada dela, eram contagiantes, ele sabia que ia se
perder se realmente a comprometesse, mas já que estava ali, não iria voltar atrás.
— Madonna Mia, Giuliano! — O riso fez a magia entre eles terminar.
Era o cliente.
— Buongiorno, Giacomo!
— Buongiorno!
— Esta é minha secretária, Giovana Guerra!
— Piacere!
— Piacere!
— Vamos, Giovana! Vamos deixar os profissionais terminarem.
Um dos empregados veio até eles e os ajudou a limpar e desinfetar o pé,
Giuliano se ajoelhou e ajudou Giovana a colocar a sandália depois de ter
colocados suas meias e sapatos e ter desdobrado sua calça. Giacomo sorria, eram
amigos de infância e sabia como Giuliano gostava de amassar as uvas.
— Giacomo!
— Giuliano!
Os dois se abraçaram fraternalmente, Giacomo abraçou Giovana de
supetão.
— Solte minha secretária, seu canastrão! — Disse Giuliano brincando.
— Ciumento ele, não? — Disse Giacomo dando um grande sorriso para
Giovana.
— Um cliente já me perguntou qual o salário dela que ele iria fazer uma
contra proposta para ela trabalhar com ele. Então, per favore, não me faça o
mesmo! Essa mulher tem a minha vida nas mãos dela! Se ela for embora, eu não
serei nada.
— Não é verdade, Giuliano! Você sabe bem que não funciona assim.
Você só é previsível!
— Não disse! — Giuliano olhou para Giacomo.
— Então ela é melhor do que eu esperava! — Disse Giacomo sorrindo e
virou-se para Giovana. —Eu pago o triplo, Giovana! Ele é muito chato e mal-
humorado!
— E como, signore Gurgel. E como! Só Dio e eu sabemos como ele é
chato e mal-humorado!
— Ei, eu ainda estou aqui sabia?!
— Negociamos depois, bella Giovana! — Disse Giacomo sorrindo para
Giovana provocando Giuliano.
— Sì! Longe dos olhos de lombriga do meu chefe!
Giacomo riu a deu um tapa nas costas de Giuliano.
— Mamma mia! Que humor excelente dela! Acho que vou mesmo
roubá-la de você!
— Eu corto seu saco fora! Não usa essa porcaria aí para nada mesmo!
— Sua irmã não reclama, pelo contrário, ela me fala que a como gostoso!
— Respeita minha secretária, seu idiota!
— Desculpe, Giovana!
Giacomo riu dos olhos azuis arregalados de Giovana.
— Vamos logo fazer negócios, seu palhaço!
— Nossa, como é direto!
— Giacomo, daqui estou indo para o outro vinhedo!
— Sem pressa!
Giovana pegou seu notebook e começou a digitar o contrato conforme
eles combinavam as cláusulas.
— Signore Gurgel, na segunda-feira eu te mando o arquivo certinho e o
signore aprova ou não, tudo bem?
— Confio no seu trabalho, querida! Me chame de Giacomo,per favore.
Giovana sorriu, não disse nem que sim e nem que não.
— Giacomo, leve uma caixa dessas para sua mãe. Ela adora meus
vinhos.
— Ela é uma velha puxa-saco, isso sim!
— Não fale dela assim!
Giovana trouxe duas caixas de lembrança para Giacomo.
— Leve uma para sua secretária também, sr. Gurgel. Todas gostamos de
ser lembradas. Na caixa dela tem meu cartão de visitas, eu mandarei o e-mail
com cópia para ela, tudo bem?
— Claro!
— Quando secretárias se juntam só Dio sabe o que elas podem fazer com
nossas vidas! — Disse Giuliano provocando Giovana.
— Não reclame! Se não eu aceito a proposta do sr. Gurgel além de
destrambelhar sua vida!
— Mais ainda?
— Posso fazer bem pior!
— No! Grazie!
— De nada!
Giacomo sabia que o amigo estava interessado nela somente pelo jeito de
olhar para ela. Ele estava sorrindo.
— Não sabia que ainda sabia rir, Giuliano Vicenzo Vulcano!
— Ci vorrà nel tuo ano!
— Giuliano! — Disse Giovana de boca aberta, pois ele mandara o amigo
e cliente ir tomar no cu.
Giacomo riu ainda mais.
— Para de me provocar, Giacomo, figglio de puttana!
— Giuliano Vulcano!
— Deixe-o Giovana! Você achou que ia passar despercebido por mim,
amico? Não pode esconder nada de mim!
— Eu sei! Não quero falar disso!
— Eu vou sair para que vocês fiquem à vontade se xingando! Dio Mio!
Giovana deu as costas e pegou as caixas que trouxeram.
— Giovana, fique! — Giuliano levantou-se e a segurou pelo pulso.
— Não! Eu tenho que ajeitar as coisas antes de partirmos para Toscana.
Scusami!
Giovana não esperou resposta, apenas se desvencilhou da mão quente e
grande dele e seguiu seu caminho até o carro. Guardou as coisas e acendeu um
cigarro. Enquanto isso, dentro do escritório da fábrica, Giacomo conversava com
Giuliano, que estava observando a produção de vinho.
— Vamos, Giuliano! Não pode ser tão ruim assim!
— Mas é! Ela é minha secretária! Eu vou matar aquele Il figlio di puttana
di Matt!
— Ele não fez nada para você! Quem fez foi você mesmo!
— Como assim?
— Somos nós quem decidimos nos apaixonar, homem!
— Eu escolhi não me apaixonar por ninguém, e aqui estou eu numa
tremenda enrascada!
— Aí que você se engana!
— Você está louco, Giacomo? Quem em sã consciência escolhe se
apaixonar por alguém, inferno?
— Todos nós! Não me diga que quando a viu pela primeira vez não a
achou bonita?
— Claro que achei! Não sou cego e nem burro!
— Aí está sua resposta! E ela é a pessoa tão certa para você que você está
até irritado e desnorteado!
— Inferno de mulher! Que caralho, Giacomo! — Giuliano deu um berro.
O amigo que sabia que Giuliano não estava bravo com ele e nem gritando,
estava bravo consigo mesmo. Caíra na rede dela, mas ela não caíra na sua, por
enquanto.
— O que pretende fazer?
— Comprometer essa filha da puta!
— Como?
Giuliano deu uma risada maligna para Giacomo e pegou o celular,
mostrou ao amigo:
— Con quello!
Giacomo deu um assobio.
Capítulo 8
— Sei un bastardo, Giuliano!
— Eu sei que sou um bastardo! Eu jogo para ganhar, e sempre ganho!
— Por isso sou seu amigo! Porque ser um figlio di puttana é a sua cara
mesmo!
— Grazie!
— Logo!
— Não fique no meu caminho e nem queira roubar minha secretária para
você!
— Tá certo!
Giuliano dava uma risada tão gostosa que Giovana não resistiu, riu com
ele.
— Pro seu azar eu tenho outro maço comigo! Babaca!
— Vou sim!
— Vai a merda, Giuliano! Pra aturar você eu preciso fumar uns setenta
cigarros por dia pra ver se eu me acalmo!
— Ah, nem vem vai! Eu sou um chefe bacana!
Giovana acordou num quarto bege com cortinas verde oliva. Sua visão
estava embaçada, mas sabia que já era noite, viu Giuliano sentado na sua mesa e
digitava no notebook, estava sisudo, ele agora pegava no mouse e mexia
apressado, pegou uma caneta e começou a escrever. Giovana não sabia que o
chefe era canhoto e nem que usava óculos.
— Está parecendo o Harry Potter!
Ele a olhou e sua expressão aliviou-se.
— Que bom que acordou!
— O que aconteceu?
— Você desmaiou na banheira! Colocou água muito quente.
— Esse quarto é seu?
— Sì! As meninas estão providenciando um colchão seco para você.
Você nos deu um susto!
— Desculpe!
— Vou pedir sua janta. Só um minuto!
— Não precisa, eu vou buscar!
— Fique deitada! — Ele disse com firmeza, ela não teve coragem de
desobedecer. Giuliano levantou-se e foi até a cozinha, voltou com duas
empregadas, ele trazia uma baixela com salada caprese com camarão que ele
sabia que ela gostava, um caldo bem forte que o médico pedira que ele fizesse
para ela, as empregadas traziam pratos, taças, talheres, sucos, vinho e panacotta.
— O médico disse que você tem que se alimentar bem, que passou mal na
banheira por conta do calor e porque tem pressão baixa.
— É a primeira vez que passo mal desse jeito.
— Então, nada de tomar banho de banheira, somente de chuveiro. Podem
ir, meninas. Grazie!
— Scusa! — Ela disseram.
Giuliano serviu a Giovana e colocou a mão em sua testa e bochechas:
— Não está com febre, graças a Dio! Adesso mangia!
-Sì!
Depois de jantar e tomar um suco de abacaxi com hortelã, Giuliano
serviu panacotta para Giovana. Domênica bateu a porta e falou discretamente
com Giuliano que ficou sério e depois pensativo.
— Está bem, Domênica! Pode ir! Amanhã vemos isso!
— Buona sera, signore Vulcano!
— Buona sera!
— O que foi, Giuliano? Algo sério?
— No! Apenas que seu colchão não secou a tempo, e não tem outro
colchão ortopédico na casa e nem do tamanho certo para aquela cama.
— E agora? — Ela arregalou os olhos. — Eu durmo em outro quarto, não
tem problema.
— Não dá, os outros quartos estão fechados, e os que tem são para o
pessoal que veio conosco.
— Eu durmo com a Rebeca!
— Numa cama de solteiro? Duvido que ela vai querer! E outra, ela
merece descansar tanto quanto você! Não tire o conforto dela!
— Não estou tirando o conforto dela, eu durmo no sofá então!
— Você vai dormir aqui!
— Eu não posso!
— E por que não?
— Aqui é o seu quarto, não é o certo!
— Não é o certo você se divertir no meu elevador, Giovana! Você vai
dormir aqui e ponto final! Acostume-se a isso, bella Gio! Vai dormir muito
comigo ainda!
— Tem que me lembrar disso a toda momento que pode?
— Sì! Termine sua janta, não se preocupe, hoje não vou desfrutar de você
e nem do seu belo violoncello que chama de corpo.
Giovana não sabia o que fazer naquela situação, apenas terminou sua
panacotta, ele pegou as coisas e levou de volta para a cozinha, quando voltou ela
estava dormindo. O médico havia dito que o remédio que dera faria com que ela
sentisse muito sono, mas assim que acordasse deveria comer bem.
Ele terminou de fazer suas coisas e trancou a porta do quarto, sabia que
não necessitava daquilo, mas achou melhor assim. Ele deitou-se ao lado dela,
estava em sono profundo, mas ficou com medo de acordá-la mesmo assim, ele
ligara para dona Martina e dissera que estava tudo bem e que domingo à noite
estaria de volta.
Ele se cobriu e foi para junto dela, percebeu que ela tremia, ele a
abraçou, passou o braço por debaixo da cabeça dela e a trouxe para ele, ela,
automaticamente, se virou para ele e o abraçou e ele envolveu a perna dela nas
dele, ela se escondeu no abraço dele e sorriu. Ele não sabia se ela estava ciente
do que fazia, ou se era efeito do remédio.
Ele a abraçou bem apertado, sentiu o cheiro dela, era tão bom! Tinha
cheiro de orquídea selvagem. O calor do corpo dela o envolveu e ele logo
adormeceu.
Giovana acordou com um cheiro de café maravilhoso, se espreguiçou
como uma gata e lembrou-se de onde estava.
— Buongiorno, mia segretaria, o dovrei dire, la mia amante?
— Bom dia, sou sua secretária e não sua amante!
— Ainda não é, mas assim que eu te comer gostoso, será as duas coisas!
— Acúmulo de função, vou cobrar mais caro!
— Fique à vontade, dinheiro é o que não me falta!
— Cretino!
— Quando ver o tamanho do meu pau e o que posso fazer com ele dentro
de você aí vai me chamar de outra coisa!
Giovana ficou mais vermelha que um tomate.
— Venha tomar caffè, mia piccola puttana!
— Não sou sua puta! E muito menos pequena!
— Verdade! Você é una donna! Sua boceta é grande que nem você? Pelo
seu tamanho deve ser um bocetão bem gostoso!
— Me respeite, Giuliano! Sei un idiota!
— Posso até ser um idiota pra você, mas tem que admitir, sou mais
esperto que você!
— Eu não vou falar mais nada!
— Melhor mesmo! Até por que você está em maus lençóis comigo!
Lembre-se, foi você quem transou no meu elevador, e não eu!
— Filho da puta!
— Sente-se aqui e venha tomar seu caffè, não temos tempo para
conversas.
— Preciso tomar um banho, preciso pegar minhas coisas.
— Tem um roupão pra você no banheiro, quando sair você vai no seu
quarto se arrumar e depois venha tomar caffè, ou sei lá o que vai fazer!
Giovana não se deu o trabalho de responder, ela foi para o banho e ficou
ali cerca de quinze minutos de olhos fechados, quando ela terminou o banho,
Giuliano estava sentado dentro da banheira cantando "O Barbeiro de Sevilha” da
obra “As Bodas de Fígaro". Ele estava se esfregando e cantando a plenos
pulmões a fez rir.
— O que?
— Nada!
— Olha, ela ainda sabe rir!
— Vai ficar aí mesmo é? Preciso sair!
— Só sair!
— Com você aí me olhando? Nem a pau!
— Bella Giovana, quem te tirou da banheira fui eu!
— Madonna mia!
— É madonna tua mesmo! Então, mia bella Giovana, já vi o que tinha
que ver!
— Isso não é motivo!
Giuliano se levantou e Giovana escondeu o rosto. Ele pegou o roupão
dela, que ele havia deixado longe dela de propósito, sem pressa alguma, e
colocou na porta do box, ele se enrolou na toalha e bateu na porta do box.
— Aí está!
Ela abriu a porta e se enrolou no roupão, pegou uma toalha e secou os
longos cabelos, enrolou a toalha neles e saiu do quarto. Quando cruzou a porta,
uma das empregadas estava passando pelo corredor, a jovem moça nada falou,
apenas passou, mas Giovana sabia bem o que ela pensara.
— Giuliano Vulcano, você me paga por essa situação embaraçosa.
Ela colocou um vestido meia estação verde musgo, meias finas e sapatos
marrom, penteou os longos cabelos negros e fez uma maquiagem leve para
aquela manhã de outono. De repente, algo chamou sua atenção.
— Filho da puta!
Ela entrou no quarto dele de supetão, ele estava completamente nu e ela
tampou os olhos. A sorte era que ele estava de costas.
— Inferno, Giuliano Vulcano, será que dá pra você colocar uma roupa?
— Estou tentando, cara mia!
— Eu vou falar assim mesmo! Que merda você está tentando fazer
comigo?
— Como assim?
— Tenho certeza de que o colchão nunca saiu do meu quarto, Giuliano
Vulcano!
— Está me chamando de mentiroso? Olha pra mim Giovana!
— Não vou olhar! Só tenho uma coisa a dizer, pode me demitir! Eu não
vou deixar você me chantagear desse jeito e com atitudes baratas!
Ele foi até ela e pegou em seus pulsos, ele viu o olhar de desafio dela.
— Cara mia, não se quebra o pacto com o diabo! Se prefere ter seu nome
jogado na lama no setor internacional, é só uma ligação e tudo isso acaba! Você
não tem ninguém mesmo nesse mundo por você não é? Então, meu amor,
quando terá uma oportunidade de se reerguer? Pense direito, Giovana! — Ela se
soltou das mãos dele e se virou para se retirar, quando chegou na porta, ele disse.
— Ah, o seu colchão realmente estava molhado, você sabe quanto água seu
enorme e bello capelli sugam água? Você deveria respeitar o trabalho dos meus
empregados por eles terem conseguido secar seu colchão em apenas uma noite
no outono. — Ela se virou para ele. — Agora pode sair, preciso terminar de me
arrumar.
Ele estava de cueca e todo molhado ainda, os cabelos estavam
bagunçados, as gotas percorriam seu corpo. Que homem era aquele?
Quando eles saíram para se encontrar com os trabalhadores, Giovana
estava uma fera. Ele sabia que ela o estava excomungando até sua décima quinta
geração, coitada de sua mãe!
Eles chegaram nas videiras, um lugar mais alto que Abruzzo, eles tinham
uma visão privilegiada da fábrica e das adegas, os trabalhadores estavam
terminando de colocar as cadeiras de madeira rústica.
— Buongiorno, signorina, estamos terminando de colocar o caffè,
sabemos como o signore Vulcano é exigente com o horário, mas não estamos
atrasados, tudo bem? — Disse Adriana.
— Grazie, cara!
— Singorina, seu colchão ficou bom? — Perguntou Domênica receosa.
— Ficou ótimo, Domênica, grazie!
— Quando conseguimos secar já era de madrugada.
— Por que não me chamaram?
— O signore Vulcano ficou muito preocupado com a signorina e disse
que ele mesmo ia ficar de olho na signorina, e que por aquela noite preferia que
ficasse próximo dele. Ele disse que era o responsável pela signorina já que
estavam viajando a trabalho.
Ela mordeu os lábios.
— Entendi. Está tudo bem, Domênica! Grazie pela preocupação, o
signore Vulcano sabe o que faz.
— Sì, signorina! Ele gosta muito da signorina, pode ter certeza! Ele é um
excelente patrão, cuida de todos nós.
— Verdade!
— Ele é meio mandão e chato, mas é um bom patrão e um buon uomo.
Giovana apenas sorriu assentindo.
— Falando mal de mim, Domênica?
— Jamais, signore Vulcano!
— Deveria! De acordo com minha secretária, eu sou chato arrogante!
— Mas é mesmo e todos nós sabemos disso, e olha que legal, ninguém
esconde o que pensa de você!
— É isso que eu chamo de sinceridade. Vamos todos tomar caffè.
Giovana conheceu mais os empregados e gerentes de Giuliano. Eles
gostavam muito do patrão que tinham, e o melhor de tudo, Giuliano conquistara
a fidelidade deles.
— José, a Giovana conheceu Abruzzo, agora falta conhecer a Toscana.
— Veio ao melhor vinhedo, signorina!
— Eles competem, Abruzzo e Toscana, para ver qual melhor vinho,
melhor vinhedo, qual produção vende mais.
— Maravilha, e todos saem ganhando!
— Sì! Mas no final do ano, o melhor vinhedo ganha um viagem de uma
semana para Lipari, ou qualquer outra escolha deles dentro da Itália. Cada
trabalhador ganha uma viagem, conforme a escolha deles, além de dois salários
além do salário mensal.
— Caramba! Até eu queria entrar nessa!
— Isso não é problema, mas eu não vejo você colocando a mão na terra e
se sujando toda plantando uma videira.
— Não imagina do que sou capaz, Giuliano Vulcano!
— E nem você! — Disse ele baixinho olhando para ela sorrindo.
Ela arregalou as bolinhas de gude que tinha e ficou em silêncio, Giuliano
continuou o assunto das videiras como se nada tivesse dito.
Capítulo 10
Ela achava o máximo aquela visão privilegiada das videiras, um rio
cortava o enorme vinhedo e as videiras estavam carregadas de uvas sangiovese.
Estava tudo verde e roxo.
— Como eu amo essa cor! — Disse Giovana para si mesma.
— Somos dois!
— Não estava falando com você, ficcanaso!
Ele riu.
— Vamos, bella Giovana! Hoje nosso dia vai ser cheio! E pare de me
chamar de abelhudo!
— Esse é o meu medo! Você podia me dar uma folga, isso sim!
— Amanhã, cara mia! Amanhã!
— Amanhã?
— Sì! Amanhã você vai ter folga. Aliás, amanhã teremos folga. Graças a
Dio!
— Deus é bom!
— Sì! Quero aproveitar o outono, faz anos que não aproveito o outono
aqui na Toscana. Da próxima vez que viermos será mais tranquilo.
— Próxima vez?
— Sì, eu venho para cá a cada seis meses. Ou a cada três, depende! Mas
nunca bate com o outono, aqui na Toscana, somente em Abruzzo.
— Entendi!
Giovana e Giuliano desceram para a fabricação do vinho, depois eles
foram para adega. Giovana viu a enorme adega, era tão grande quanto a adega de
Abruzzo, ainda havia as etiquetas de produção nas garrafas de acordo com tipo
de vinho. Um em especial lhe chamou atenção.
— Esse daqui eu ganhei de um cliente antes de ir embora do Brasil.
— Ele tem um bom gosto. Esse é o segundo mais caro da minha safra.
São exclusivos! Um vinho desse custa em média dez mil dólares.
— Madonna mia!
— Pois é! A qualidade de um Vulcano não é pra qualquer um e não é de
qualquer jeito! Por isso acho interessante você querer aprender sobre vinho.
Você se daria bem como sommelier.
— Ainda prefiro ser secretária! Gosto do que faço, mas gosto de
aprender mais sobre onde trabalho.
— Pena!
— Por que?
— Se não fosse minha secretária, já estaria na minha cama!
— Cretino! — Ela se virou para dar um tapa nele, mas ele segurou seus
pulsos, a tensão entre eles cresceu e ela sentiu-se frágil e excitada.
— Quando estiver na minha cama não vai me dizer isso! Vai me pedir
pra te fazer gozar mais!
— Giuliano, seja menos! Quem muito fala, pouco faz!
Ele a pegou pelos cabelos e a prendeu, falou bem baixinho e sorrindo,
quem via achava que eles estavam conversando:
— Eu cumpro o que prometo! E pode ter certeza de uma coisa, Giovana
Guerra, você vai gritar pelo meu nome a hora que eu estiver dentro de você!
Ele deu-lhe uma leve mordida no lóbulo da orelha e a soltou, ela se
arrepiou toda e o viu descer até as videiras.
— Filho da puta!
Na segunda-feira, Giovana chegou cedo na empresa, ainda estava tudo
escuro quando ela chegou no escritório, pegou as correspondências e abriu-as,
convites e mais convites não paravam de chegar, as faturas dos cartões de
Giuliano eram absurdas! A maioria foi gasto com sua última viagem, antes dela
trabalhar pra ele.
Ela foi para a copa e preparou um café, quando estava saindo, deu um
esbarrão numa muralha e quase caiu para trás.
— Ai!
— Buongiorno, Giovana! Você está bem?
— Tirando que eu estraguei meu vestido novo e seu terno está tudo certo.
— Isso não é problema! Mande-os para lavanderia!
— E aí eu trabalho só de lingerie, né?
— Não seria uma má idéia! — Disse ele levantando uma sobrancelha.
— Me respeite, Giuliano Vicenzo! Aqui eu sou sua secretária e não sua
amante!
— Verdade! Hoje você almoça comigo no shopping e aí trocamos esse
vestido!
— Não!
— Não estou pedindo, Giovana! — Disse ele saindo, mas parou na porta
de vidro e virou-se. — E me traga essa água suja que chama de caffè!
— Vai pro inferno, Giuliano!
Ele riu e entrou pro escritório. Giovana pegou uma xícara para Giuliano e
encheu novamente a dela e depois a dele.
Ela entrou na sala dele.
— Aqui está, Giuliano!
— Eu não quero nessa xícara não! Quero na minha!
— Vai pro inferno, Giuliano! Você vai beber nessa xícara mesmo se
quiser, se não vai você buscar!
— Eu vou te demitir, Giovana!
— Demita mesmo, Giuliano Vulcano, me demita! Assim eu não serei
obrigada a ser sua amante pra satisfazer o seu ego e nem seu capricho! Não serei
mais chantageada por causa do meu emprego, me demita logo, Giuliano Vicenzo
Vulcano!
Giovana saiu da sala pisando duro e pegou sua bolsa. Ele foi atrás dela e
a segurou pelo pulso:
— Onde você vai?
— Eu vou embora! Não sou obrigada a ficar com um homem que acha
que estou aqui pra satisfazer seus caprichos a qualquer hora! Sou uma
profissional, sou secretária e não sua puta, Giuliano Vulcano!
— Você vai aonde eu disser que tem que ir! Não importa se é minha
secretária ou minha puta!
— Me solte, Giuliano! Eu me demito!
— Quem manda nessa empresa e em você sou eu!
— Você não manda em mim! Vai pro inferno, Giuliano Vulcano!
Ela se soltou dele e ele novamente a pegou e a puxou com tudo, ele
virou-a com a força do puxão e a beijou. Céus! Ela estava uma fera com ele e ele
adorava provocá-la.
Ela não pensou mais em nada, a não ser bater naquele muro de ferro que
ele chamava de peito. Quando ele sentiu a resistência dela ir embora ele a
abraçou e invadiu a boca dela com sua língua, o gosto dela era uma delícia. Ele
segurou seu rosto e investiu ainda mais naquele beijo, Giuliano estava louco para
comer aquela secretária, estava louco para se saciar dentro dela. Seus braços e
mãos escorregaram pelo corpo dela e a apertaram contra ele, ele queria mostrar a
ela como ela o deixava louco de tesão, então a apertou ainda mais contra si.
Ela sentiu a dureza dele e ficou excitada. Meu Deus que beijo era aquele,
aquele homem a beijava com o corpo todo, ele era tão quente e seu cheiro a
inebriava. Ela passou seus braços pelo pescoço dele, ele a levantou e passou as
pernas dela pela sua cintura, ele se sentou na mesa dela e ela pode sentir ainda
mais o pau dele latejando contra a roupa dela. Mais um pouco e ele estaria
dentro da boceta quente e latejante dela, mas ainda não era hora, ele se levantou
com ela ainda e seu colo, colocou-a em cima da mesa, ele passou a mão sobre as
pernas dela, eram roliças e apetitosas. O telefone da sala dele tocou. Ele parou de
beija-la, estavam sem fôlego. O telefone tocava. Ele olhou para aquele olhos
azuis brilhantes, o telefone tocava, ele disse sem fôlego:
— Nunca mais me desafie, Giovana! Isso é só uma amostra do que eu
posso fazer. Sou um homem, Giovana, e não um santo! Não teste minha
paciência! Vai se ajeitar e volte para sua mesa! — O telefone insistia. —Caralha
de telefone! Que porra! Quem é o bastardo filho de uma puta que me liga tão
cedo? — Ele pegou o fone. — Ciao!
Giovana foi para o banheiro, estava um trapo. Ele a beijara! Porra, ele a
beijara!
Ela pegou um lenço de papel e molho-o um pouco, passou na nuca, na
testa e no pescoço. Sua sorte era que o banheiro das secretárias tinha uma gaveta
e um armário de madeira bem trabalhado para cada uma. A gaveta e armário de
Giovana eram os maiores. Ela pegou um pente e soltou seus cabelos, penteou-os
e os prendeu num rabo de cavalo alto, maquiou-se novamente e se perfumou,
como se nada tivesse acontecido foi até a copa e de lá voltou para sua mesa.
Giuliano a viu voltando, estava linda e fresca como uma orquídea
selvagem. Ele iria seduzi-la e logo mais ela estaria lhe pedindo de joelhos que
ele fizesse amor com ela ali mesmo em sua mesa.
Ela sentou-se em sua cadeira e ligou seu notebook, tinha muito trabalho
para se distrair com aquele italiano filho da puta.
— Que caralho, Giovana! — Ela disse baixinho para si. — Você se
deixou levar por um desconhecido, teve o melhor sexo da sua vida num elevador
e agora se encontra nessa situação periclitante. Está de parabéns, sua filha de
uma puta! — Disse ela entrando no sistema da empresa para prestar contas dos
gastos de Giuliano.
— Olha, falar sozinha eu até entendo, porquê é uma mania sua e vai
continuar sendo, Gio, agora se xingar, para mim, é nova!
— Buongiorno, Matt!
— Buongiorno, bella Giovana! Minha linda Giovana!
Matt a abraçou e Giuliano levantou-se:
— Matthew, venha até a minha sala! Agora!
— Acho que acabei de tomar no cu, Gio!
— Eu tenho quase certeza, Matt querido!
— Espero que pelo menos ele enfie com jeito, até porque com força
sangra!
— Matt! — Giovana deu uma risada discreta.
A voz de Giuliano demonstrava irritação. Matt foi até a sala:
— Buongiorno, Giuliano!
— Buongiorno! Feche a porta e sente-se!
— O que foi dessa vez, Giuliano? — Matt coçou a sobrancelha.
— Feche a porra da porta, Matthew! — Giuliano trovejou.
— Está bem! — Matt fechou a porta e sentou-se. — O que foi, amico? O
que se passa?
— Tomei no cu! Tô fudido, Matt! Você me fodeu!
— Eu? Por que?
— A secretária que você me arrumou está me fodendo, caralho!
— Como assim?
Giovana colocou seu iPod para tocar e seus fones na orelha, esfregou as
mãos e disse:
— Bora, Giovana!
Ela começou a alimentar o sistema com as informações e rapidamente
prestou contas das viagens e gastos de Giuliano, anexou os comprovantes nas
capas das referências. Quando terminou, foi até a sala de Giuliano e deu duas
batidas de leve na porta:
— Scusa, Giuliano! Vou levar esses documentos e preciso da sua
aprovação. O financeiro pediu que revisasse e assinasse, per favore.
Ele estendeu a mão:
— Claro! Espere um momento.
Ele deu uma passada de olhos e rapidamente conferiu o quanto lhe foi
adiantado e o quanto ele gastara, ele assinou e devolveu:
— Já aprovou no sistema?
— Ainda não! Estava esperando o seu aval.
— Ottimo! Pode aprovar!
— Sì! Scusa!
Quando Giovana saiu, Matt olhou para o amigo:
— Ah caralho, Giuliano! Puta que pariu!
— É!
— Você está fodido!— Matt começou a rir. — Você tomou no cu!
— De verde, vermelho e branco!
— A Gio é dureza!
— Você não imagina o que eu tive que fazer!
— Você vai ter que me contar!
— Jamais!
— Filho da puta!
— Eu quero que você me ajude com algumas coisas!
— Com o que?
— Napoli. Mudei o lugar do coquetel, faremos lá para as seis horas e por
volta das onze da noite começamos a balada.
— Onde?
— Castelo Aragonese!
— Você é um filho da puta sortudo mesmo! Caralho!
— Só conheço as pessoas certas que me devem vários favores! — Disse
ele apoiando o queixo na mão.
— Scusi!— Giovana entrou. — Giuliano assina essa prestação de contas,
per favore, você esqueceu.
— Sì!
Giovana percebeu o caro Rolex que brilhava no pulso direito do italiano,
Matt apenas observava.
— Aqui está!
— Grazie!
Ele segurava uma bela caneta de pena com o corpo azul e detalhes em
ouro.
— Scusi, Giuliano! Posso ver sua caneta?
— Sì!
Ele a entregou para a secretária e percebeu que ela ficara fascinada. A
devolveu para o chefe e ele perguntou:
— Gostou?
— Muito! Uma vez vi uma em rosa, parecendo marfim, sabe, e ouro, só
não comprei porquê teria que vender minha pobre alminha para Satan para obter
uma dessas.
— Eu sei de qual está falando.
— A de madre-pérola é linda também. Bom deixa eu correr. Scusami!
Giovana foi para o financeiro, rapidamente voltou para sua mesa, recebeu
um e-mail do amigo de Giuliano sobre o Castelo Aragonese, ele conseguira o
local e Giovana bateu palmas de alegria. Ela havia visto o local e era lindo!
Ela ligou para o buffet avisando o novo local, pedira também que eles
mandassem uma amostra da comida a ser servida, e também o novo orçamento.
— Giuliano, pode aprovar os convites para mim, per favore! Além dos
cartões de visita, claro.
— Sì! Deixa-me ver.
Ele vira em prata os convites com o logo brilhante e letras pretas,
Giovana tinha um excelente gosto. O envelope do convite era em prata na forma
de lagos.
— Tem bom gosto, Giovana! Excelente! Aprovado! Vou te mandar o e-
mail e já pode ligar para a gráfica.
— Grazie! — Disse ela sorrindo.
Giovana ligou na gráfica e depois em Abruzzo pedindo para mandar os
tonéis para o novo local, além de uma safra especial para ser engarrafado nas
garrafas de trezentos e setenta e cinco.
— Nona, a signora pode me mandar até quarta-feira?
— Amanhã estará na sua mesa, ragazza!
— Grazie!
— De nada!
— Ciao!
— Ciao!
Lisa chegou rapidamente até Giovana:
— Gio, o pessoal do buffet está aqui querendo falar com você.
-— Pode mandar entrar! Sabrina!
— Oi!
— Preciso de você e da Lisa. Podem me ajudar?
— Claro! — Disseram as duas loiras ao mesmo tempo.
— Ótimo! Lisa traz o pessoal do buffet, per favore, vou montar aqui
mesmo, na minha mesa adjacente.
— Certo!
Lisa rapidamente trouxe o pessoal e ela montou a mesa conforme
imaginara. Pegou uma garrafa da safra que Giuliano escolhera. Ela foi até a sala
dele:
— Giuliano, scusami!
— Sì!
— Preciso do seu aval para a mesa e o buffet. Pode me ajudar, per
favore? O Matt pode vir também.
— Opa! — Disse Matt parecendo uma criança que foi autorizada a comer
sua guloseima favorita.
Giuliano saiu primeiro e Matt veio atrás, Giovana mostrou a eles como
ficaria a mesa caso aprovasse. O fino guardanapo azul royal de cetim estava
preso com um apetrecho do cacho de uva Vulcano de prata com madrepérolas,
os finos talheres estavam dispostos conforme os pratos, a taça de vinho estava
servida. Giuliano pegou um petit four e comeu, pegou uma taça de vinho e
tomou.
— Ottimo!
Conforme foi comendo ia degustando o vinho. Giovana fizera as
escolhas junto com ele de acordo com o vinho.
— As combinações estão excelentes, Giovana!
— Verdade! — Disse Matt de boca cheia.
— Somos uma excelente dupla! — Disse Giuliano levantando a mão e
Giovana bateu na palma da mão dele. — Aprovado! Quero desse jeito mesmo,
Giovana!
— Combinado!
— Giovana, não esqueça de que tem que transferir o hotel.
— Vou fazer isso agora, Giuliano!
Giovana se despediu do pessoal do buffet e pediu que Lisa e Sabrina a
ajudassem no dia. Ela ligou no hotel confirmando as reservas, os convites
chegaram naquela tarde e Giovana mandou despachar com urgência.
As lembranças foram montadas por Giovana, Lisa e Sabrina, mesmo que
ainda faltasse as garrafas de vinho, Giovana achou melhor já adiantar muita
coisa. Quando deu a hora do almoço, Giovana já estava saindo quando ouviu:
— Signorina Guerra!
— Sì! — Disse ela se virando para Giuliano.
— Hoje a signorina almoça comigo, temos que trocar esse vestido.
— Não precisa, Giuliano!
— Não perguntei se precisa. Andiamo!
Giuliano conduziu Giovana para o elevador e desceram para o subsolo.
Giovana não sabia onde enfiar a cara.
— O que foi, Giovana?
— Giuliano, não precisa de nada disso! Per favore!
— Faça o que estou pedindo, Giovana. Ou prefere que eu mande?
— Está bem!
Quando chegaram no shopping, Giuliano a levou numa loja de grife, ele
a ajudou a escolher um vestido novo, era um vestido rosa bebê com saia em
grafite, a saia era de cetim e parecia molhada, um cinto grafite discreto fechava o
belo look.
— É lindo, Giovana! — Ele se virou para a vendedora. — Vamos ficar
com ele.
— Que lindo, Giuliano! E eu vou sair de sapato azul?
— Moça, per favore, sapatos para essa Cinderella!
— Sì!
Giovana saiu da loja cheia de sacolas, Giuliano fazia questão de levar.
— Isso é um exagero, Giuliano!
— Fica quietinha, fica! Grazie! Agora, mangiano! Estou azul de fome.
— Não está não!
— Você me entendeu!
— Sim, só estou te espezinhando!
— Mais ainda?
— Claro! Porque eu não sou mulher de pouco, eu sou de muito.
Ela deu um risada gostosa e ele não teve como não rir.
— Vamos doida!
Giovana percebia como as mulheres olhavam para ele, Giuliano era
muito bonito, chamava atenção por onde passasse.
— Venha! — Ele escolheu o restaurante.
Eles se sentaram e o garçom veio trazer o menu, quando Giovana abriu
viu que não havia preços.
— Ei, pode parar! Eu não vou comer aqui!
— Por que não?
— Começa que é chique demais, e já estou descolada dessas coisas,
quando não tem preço é porque é os olhos da cara e eu tô fora! Se sou eu quem
vai pagar seu almoço por um mês, então pode parar com isso, vai ser do meu
jeito e da minha escolha.
— Não seu preocupe. — Disse ele fazendo cara de cínico. — Eu não vou
cobrar agora, inclusive seus favores sexuais, que vamos combinar, não será favor
algum, você tem que manter seu emprego e eu minha libido em alta.
— Cretino!
— Mas sou sincero! Não se preocupe, o almoço hoje é por minha conta e
eu não vou descontar nada do seu ordenado.
— Ah mas não vai mesmo, porquê se fizesse eu ia dar um escândalo na
sua sala tão pequeno que ela ia ficar minúscula.
— E eu sei que você faz mesmo! Quem é capaz de me atender do jeito
que você me atende, é capaz de qualquer coisa.
Giovana riu.
— Olha, quem diria, o signore Giuliano Vicenzo Vulcano tem humor.
Inclusive começo até a achar que você é humano.
— Quase isso, bella Gio.
— Meninas, preciso de ajuda no dia do evento. O Giuliano mudou tudo.
— Espera, espera, espera! — Disseram Lisa e Sabrina juntas.
— O que?
— Você chama o signore Vulcano pelo nome? — Perguntou Lisa de boca
aberta.
— Sim, por que?
— O único que chama o signore Vulcano pelo nome é o Matt, ele não
deixa ninguém o chamar assim. Tirando os empregados mais antigos da empresa
e das casas dele.
— Ai, gente! Sei lá!
— Nem a antiga secretária dele o chamava pelo nome.
Lisa e Sabrina fizeram cara de cúmplices.
— Ah, pode parar! Meninas, preciso de ajuda e não suposições, per
favore.
— Mas nós não falamos nada! — Disse a linda Sabrina com ar inocente.
— Me engana que eu gosto! Vamos parar de bobagens e vamos falar
sério. Eu tenho uma programação para terminar e preciso de vocês. Será um
final de semana para os funcionários, mas para o cliente apenas um dia e uma
noite.
— Bacana!
Giovana sentou-se com as garotas e imprimiu a programação para elas.
— Lisa, preciso de você recepcionando no coquetel e na balada. Giuliano
quer porquê quer uma balada para comemorar com os funcionários e talvez os
clientes irão. Eles foram convidados e ficou em aberto.
— Certo. Farei o meu melhor, senhora!
— Ottimo! Sei que fará. — Ela olhou para Sabrina. — Como o Matt será
o responsável direto pelo cliente, você irá com ele, então terá um encontro com
as secretária do CEO e nós. Preciso de você para me ajudar com a distribuição
das coisas e eventos. Sabe como Giuliano é perfeccionista.
— E como! Chega até a ser chato.
— Eu na verdade o entendo.
— Ah, mas ele é demais!
— Sim!
As três riram.
— Ih, Matt! Quando as secretárias se reúnem e estão dando risada é
porquê estão falando mal dos chefes.
— Tenho até medo, Giuliano!
— Estamos salvando a vida de vocês, isso sim!
— Se você está falando...
— Melhor acredita, Giuliano Vulcano.
Ele sorriu e Matt seguiu Giuliano junto com outros VP's.
— Giovana, Sabrina e Lisa, estamos esperando por vocês na sala de
reunião no terceiro andar, precisamos falar sobre o novo cliente. Por favor, não
se demorem.
— Sì! Estou acertando os últimos detalhes com as meninas e estamos
descendo.
— Traga as pastas, Gio, per favore.
— Sì!
Giovana pegou uma caixa que já continha uma garrafa sem vinho, para
dar de exemplo, as pastas que ela montara sobre o cliente e seus negócios, além
de toda a parafernália. As três moças desceram para a sala de reuniões rindo e
falando das peculiaridades de seus chefes. Quando chegaram na sala de reuniões,
Giovana viu Giuliano na ponta da mesa, ele estava conversando com Matt e
André, Mário, chefe do Financeiro, estava perto deles, mas havia uma poltrona
vazia do lado direito de Giuliano.
— Boa tarde, pessoal.
— Boa tarde. — Os funcionários responderam em uníssono.
— Sente-se aqui, Giovana. — Disse Giuliano apontando para a cadeira.
— Lisa e Sabrina, cada uma senta de um lado do Matt, per favore.
— Duas lindas garotas só pro papai aqui!
Elas sorriram. Giovana se dirigiu a mesa e colocou suas coisas próximas
a Giuliano.
— Quanta coisa!
— A culpa é sua!
— Minha?
— Claro!
— Por que?
— Porque a sua secretária sou eu, e eu estou sempre certa! Se eu disser
que a culpa é sua, é porque a culpa é sua mesmo! Quem foi que exigiu um
coquetel para o cliente?
— Eu!
— E a balada pra comemorar?
— Eu!
— E as lembranças?
— Eu!
— Logo...
— A culpa é minha!
Os funcionários riram. Giovana deu um lindo sorriso para Giuliano. Ela
distribuiu as pastas enquanto Giuliano ligava o data show, ela apagou as luzes e
começaram a reunião.
Naquela mesma noite as garrafas de vinho chegaram e Giovana as
guardou na caixinha de mimos, conforme ela mesma nomeara. Ela se levantou e
mostrou para Sabrina.
— O que acha, Sabrina?
— Ah, que lindinha! O que tem?
—Venha ver! — Giovana colocou em cima da mesa de Sabrina e abriu a
caixa. -Tem queijos, pães, vinho, duas taças, um abridor de garrafas, uvas e
cartões de visita do Giuliano.
— Bacana, hein, Gio! — Disse Matt olhando por cima delas.
— Vou mostrar para o Giuliano. Licença, gente.
Giovana fechou a caixa rústica e novamente fez o belo laço. Ela bateu na
porta de Giuliano:
— Scusi! Giuliano, o que acha? Você aprova?
— Deixa-me ver!
Ele pegou a caixa e colocou as mãos em cima das mãos dela. Ela sentiu-
se quente e ficou sem graça, baixou os olhos e disse baixinho:
— Per favore, preciso da sua aprovação ainda hoje. Tenho setenta dessas
caixas pra fazer.
— Tudo bem! Te falo em cinco minutos.
— Grazie!
Ele ainda segurava as mãos dela entre a caixa. Ela soltou-se lentamente
das mãos dele e saiu da sala. A semana correu, na quinta-feira de manhã,
Giovana pegou o código de reserva do cliente e dos funcionários, ao todo foram
além de vinte quartos, foram quarenta quartos.
— Giuliano, madonna mia!
— O que foi, Gio?
— Quarenta quartos!
— Tudo bem!
— Tudo bem?
— Sì! Melhor acomodarmos o cliente e os funcionários, nós dois não
precisamos de quarto.
— Por que não? Vamos dormir na rua?
— Qualquer coisa tem minha casa em Napoli, é ali perto, não vai fazer
diferença.
— Meu, quantas casas você tem?
— Melhor perguntar onde eu não tenho.
— Mamma mia!
Ele riu.
— Giovana, hoje vamos embora mais cedo, tá bom?
— Por que?
— Arrumar as malas. Eu não preciso, tenho roupas na casa em Napoli,
mas você precisa. Precisamos estar cedo lá amanhã, estou bem capaz de ir hoje.
— Disse ele pensativo.
— Acho melhor. Eu liguei no buffet e pedi para estarem lá a tarde.
— Melhor irem pela manhã.
— Sì, pensei a mesma coisa!
— Ligue para lá e peça para irem pela manhã.
— Agora. — Giovana ligou e reagendou o horário do buffet. —Iremos
para lá hoje, Sandra, nos encontramos amanhã cedo então, pode ser?
— Sì, por volta das dez da manhã, pode ser?
— Giuliano pode ser as dez?
—Sì!
— Pode sim, Sandra. — Disse ela voltando ao telefone.
— Ottimo! Então, até as dez.
— Até. Grazie.
— Grazie.
— Pronto, Giuliano.
— Não esqueça de avisar a dona Martina. Tem mais alguma coisa para
fazer?
— Sim, terminar de arrumar as setenta caixas, imprimir os conteúdos das
pastas, e falar sobre as reservas com os funcionários.
— Eu te ajudo.
Enquanto Giovana imprimia os documentos e manda e-mail para os
funcionários com os códigos das reservas e os flyers, Giuliano arruma as caixas
restante.
— Onde vamos colocar as caixas Giovana?
— Vamos para o aeroporto com seu carro ou com o meu?
— Com o meu.
— Tudo bem. Melhor deixarmos lá então, no banco de trás, por que você
é esquecido.
— Não é verdade!
— Se não fosse, você não precisaria de mim.
— Você sempre ganha, né?
— Não, eu sempre tenho razão. Giuliano os funcionários vão pegar voo
ou vão no seu jato?
— No meu jato, não é justo com eles.
— E o cliente?
— Também, mas eu vou buscá-los depois de alocar os funcionários no
hotel. Eles descerão no mesmo aeroporto em que o jato está, então fica mais
fácil.
— Tá bom!
Naquela mesma noite, Giuliano e Giovana partiram para Napoli num voo
de quase quatro horas.
Capítulo 11
— Como assim não tem, moça? Eu fiz a reserva!
— Só tem reservado o quarto do signore Vulcano, o da signorina não está
reservado!
— Mas eu fiz a reserva. Tenho o código comigo.
— Ele está dando inválido. Mas no quarto do signore Vulcano tem uma
cama adjacente.
— Ah isso não!
— Giovana, — Disse Giuliano suavemente. — deixe suas coisas no meu
quarto e quando voltarmos resolvemos isso.
— Não, Giuliano! Tenho que resolver isso agora! Não posso ficar sem
dormir. E nem sem um quarto.
— Eu sei, mas precisamos ir no castelo, querida!
— Está bem!
Giuliano e Giovana subiram para o quarto, a suíte presidencial, ela entrou
primeiro e viu o enorme quarto. Mal sabia ela que Giuliano cancelara a reserva
dela de propósito para que eles tivessem que dormir no mesmo quarto.
— Coloque suas coisas aí e vamos ver o castelo.
— Está bem! — Disse ela fazendo bico.
Eles rapidamente desceram e foram a pé para o castelo, à noite estava fria
mas não tanto quanto no inverno. Giovana usava um vestido verde musgo com
calça legging, bota e casaco marrom, usava luvas verde musgo, os cabelos
estavam soltos.
Giuliano usava uma calça social preta, seus sapatos sempre impecáveis,
sobretudo preto, cachecol preto e luvas de couro. Eles caminharam lado a lado,
Giovana levava sua bolsa e as pastas além de uma sacola com as caixas,
Giuliano levava algumas caixas de lembranças nos braços e as outras numa
mochila e mais um tanto numa sacola de shopping.
— Será que trouxemos tudo, Giuliano?
— Se não trouxemos buscamos novamente.
— Ah eu não gosto de retrabalho. Eu vou te retaliar se eu tiver
retrabalho!
— Medo!
Giovana riu. Quando eles chegaram no castelo encontraram o pessoal da
iluminação e Patrício, amigo de Giuliano.
— Patrício!
— Giuliano! E esta deve ser a bella Giovana.
— Piacere!
— Piacere!
— Obrigado, Patrício!
— Obrigado?! Você quase me fodeu, seu filho da puta! — Ele se virou
para Giovana. — Scusa!
— Sem problema! Xingue meu chefe à vontade!
— Você quase me fodeu, seu corno! Quase dei o toba pra conseguir o
castelo pra você, filho da puta!
— Não se esqueça de que você me deve muitos favores ainda. Pense pelo
lado positivo, ainda bem que não são favores sexuais.
Giovana entendera o recado mas fingira que não era com ela.
— Ainda bem, né, mio amico! Porque olha, eu vou te falar!
Giuliano riu.
— Vamos parar de falar besteiras e vamos ao que interessa! O castelo
está fechado para vocês por três dias, hoje para arrumar, amanhã para o coquetel
e a balada e no sábado para arrumação. Mas tem que ser pela manhã, até no
máximo dez da manhã tem que estar limpo e entregue, tudo bem?
— Antes disso estará entregue. Será que conseguimos umas oito da
manhã, Giovana?
— Acredito que sim! Só falar com a equipe de limpeza que o buffet
trouxer que deixamos tudo nos conformes.
— Ottimo! Vamos lá conhecer o Castelo Aragonese.
Quando voltaram da visita ainda tinham que resolver o quarto de
Giovana.
— Que absurdo! Eu vou procurar um hotel na cidade, não é possível!
— Gio posso te dar uma sugestão?
— Qual?
— Você fica na minha casa, é aqui ao lado.
— Não, Giuliano!
— Eu tentei fazer uma reserva pra você, mas os hotéis estão cheios,
querida! Você vai ficar na rua? Não pode!
Giovana pensou e disse:
— Está bem!
Giovana estava tão brava que não vira nenhum detalhe da casa de
Giuliano. Ele a colocou no quarto ao lado do seu, ela tomou um banho e caiu na
cama, no dia seguinte iria trabalhar muito.
O coquetel havia sido um sucesso, Giovana ainda estava brava por não
ter um quarto no hotel para ela, mas sua raiva passou quando viu as luzes azuis e
brancas e um garçom a serviu com um espumante a música alta começou a
tomar conta dela, há muito tempo não ia numa balada!
Giuliano observou o remelexo da secretária, ela estava linda com aquele
vestido colado, os cabelos presos num coque frouxo e os cabelos das têmporas
solto que terminavam num lindo cacho. Ele pegou sua taça e foi para o bar e
ficou observando-a dançar enquanto os convidados não chegavam, apenas
alguns funcionários estavam ali. Matt chegou-se a ela e a acompanhou, ele a via
segurar a taça e dançar, ela levantava os braços até a cabeça, fechava os olhos e
remexia o corpo no ritmo da música, as luzes piscavam, Giuliano estava
adorando aquilo tudo. Sabia que estava tudo nos conformes porquê Giovana era
extremamente detalhista, até mais que ele.
Ela bebeu do espumante e sorriu ainda mais, parecia que ela dançava em
câmera lenta por conta das luzes piscantes. De repente, ela puxou o palito que
prendia seu coque e um vento forte soprou e desfez seu coque perfeito, seus
cachos caíram como uma cascata de petróleo, ele ficou de boca aberta. Ela é
perfeita! Ela mexeu a cabeça e seus cachos voavam, seus olhos estavam
fechados e ela sorria. Ele não resistiu, colocou sua taça no balcão, e foi até ela,
ele acenou para Matt sair e ele assim o fez, ele pegou-a pela cintura com as duas
mãos e ela se deixou levar, se apoiou nele, nem viu quando ele pegou sua taça e
deu para um garçom que passava ali.
Ele estava adorando sentir o cheiro dela, o corpo dela no dele, não iria
conseguir se controlar, fora uma péssima ideia cancelar a reserva dela para ela
ser forçada a dormir no quarto dele. Inferno! Por que ela tinha que ser tão bonita
e tão gostosa? Que caralho! Por que essa filha da puta estava acabando com sua
vida e juízo?
Ela colocou as mãos em volta dele fazendo com que ele se achegasse
mais a ela, ele rapidamente virou-a de frente para ele e encarou aqueles olhos
azuis brilhantes, aquela não era mais a sua secretária, aquela era a verdadeira
Giovana, uma Giovana que ficava escondida a maior parte do tempo.
Ela levou as mãos até a cabeça e enterrou os dedos nos cabelos e depois
os soltos numa dança tão sexy, seus olhos lânguidos e sua boca meio aberta meio
fechada completavam o rosto que se iluminava, ela estava se sentindo livre, e ele
fazia parte daquilo. Ela o deixou fazer parte daquilo.
Puta que pariu! Ele estava vendo a hora que iria arrastar aquela louca
pelos cabelos pro primeiro quarto que tivesse na sua casa e iria jogá-la na cama e
fazer amor com ela. Ele iria acabar com isso e era agora, antes que ele a
possuísse ali mesmo! Inferno!
Pegou o celular e digitou uma mensagem para Matt, ele virou Giovana de
modo que ele via Matt, ele viu o amigo pegar o celular, ler a mensagem e olhar
para ele. Matt arregalou os olhos e olhou para ele, Giuliano deu um olhar
significativo para Matt e Matt fez positivo para ele discretamente, Giuliano
acenou com a cabeça rapidamente.
— Giovana! — Disse ele no ouvido dela bem baixinho.
— Sì!
— Venha para casa comigo hoje?
— O que?
A música estava parando, o garçom chegou trazendo mais bebidas que
Giuliano pegou de pronto para os dois, eles bridaram com as taças, Giuliano
dava um olhar significativo para Giovana, ela lhe deu um sorriso atrevido, se
aproximou dele e se virou ficando de costas para ele e continuou a dançar, ela se
aproximou mais dele e disse:
— Repete!
— Venha para casa comigo hoje. — Ele fala ao ouvido dela, os cachos de
petróleo faziam gracinha no rosto dele o deixando doido. O cheiro daqueles
cabelos o estavam entorpecendo e ele fechou os olhos aspirando o perfume dela.
— Está me dando uma ordem, signore Vulcano? — Ela virou-se com
atrevimento para encará-lo.
— Não! O Giuliano é quem está pedindo para a Giovana vir com ele para
casa. O signore Vulcano ficou na Calábria.
Ela não parava de dançar e ele acompanhava seu ritmo. Giuliano estava
com uma calça social preta, sapatos italianos pretos e bem engraxados, blusa de
tricô com gola rolê preta de manga comprida por baixo, um casaco de frio de
zíper lateral também preta, com oito botões grandes, o casaco estava fechado até
o peito, mostrando a bela gola do casaco e a blusa de tricô. Ele parecia um
sonho, Giovana não queria acordar!
— Vamos para casa comigo, Giovana!
— Casa?
— Sì! Venha para casa comigo!
— E a balada , Giuliano?
— Foda-se! Eu quero você! Estou morrendo de desejo de ter você,
Giovana! — Os olhos dele eram brasa viva! — Você vai transar comigo ouvindo
essa música! É a minha favorita! — Disse ele no ouvido dela, ele mordeu o
lóbulo de sua orelha, o que a fez se arrepiar. — Venha, porquê hoje, você é
minha!
Ele olhou para Matt rapidamente, que os observava discretamente de
longe, Giuliano puxou a secretária com discrição, quem olhasse não via a mão
dele a conduzindo para fora do coquetel. Giuliano pegou o celular e a chave do
carro, Giovana ainda requebrava ao som da música.
Giuliano sabia que Giovana trabalhava ouvindo música de acordo com
seu humor, e se deixasse ouviria a mesma música mil vezes, então, como ele
conhecia o DJ que virara seu amigo, ele pediu que gravasse a música por uma
hora inteira, e ele assim o fez, Giuliano colocou a música que Giovana queria
ouvir, ele pegara o Ipod dela e vira que ela vivia ouvindo aquela música, ele
colocara no coquetel porquê sabia que ela ia gostar e fizera o pedido especial
para Marco, o DJ.
Giuliano abriu a porta do carro para Giovana, deu o celular dele para ela
segurar, enquanto ela colocava o cinto de segurança e dançava, ele dava a volta
no carro e entrava, colocava o cinto e ligava o bluetooth do carro e a música
começou a tocar nos alto-falantes. Giovana ficou doida, fechou os olhos e
dançava no seu acento. Giuliano saiu com o carro e foi para sua casa de praia.
Ele havia antes armado com Matt, se abrira com ele, era seu melhor amigo.
Eram irmãos, um arrumava amante para o outro.
— Giuliano, vai dar merda!
— Não vai! Cala a boca e me ajuda!
— Mano, isso é muito clichê até para você!
— Vai tomar no cú, não pedi sua opinião, caralho! Eu tô doido por essa
filha da puta e você aí querendo me dar uma porra de um sermão?
— Eu? Jamais! Vai fundo, cara! Mas se magoar mia Giovana, eu corto
teu pinto fora!
Giuliano riu.
Ele dera aos empregados folga por uma semana, então eram só os dois.
Ele arrumara tudo, queria perfeição, mas não queria que Giovana soubesse.
Eles chegaram na enorme casa de praia, um caminho de luzes azuis ia
desde a garagem enorme cheia de carros esportes de Giuliano até a porta.
Giovana não conseguia mais parar de dançar aquela música que tanto amava
ouvir. Giuliano a acompanhava, mas sem dançar, apenas segurava sua mão, ele
viu a felicidade dela e resolveu acompanha-la na dança.
— Venha, Giuliano Vulcano, dance comigo!
Ele a beijou tão profundamente que ela ficou de pernas bambas. Eles
dançaram no deque que dava para a casa, ele abriu a porta e ela entrou dançando
ainda, com o celular de Giuliano nas mãos. Ela parou no meio da sala e colocou
a mão no pescoço e desceu pelos seios até a barriga com os olhos fechados.
Giuliano fechou a porta, achegou-se a ela e a abraçou pelas costas e beijou seu
pescoço.
Ele sabia que quando Giovana começava a dançar não parava mais. Ela
colocou a mão no pescoço dele dando livre acesso ao pescoço dela. Ele mordeu
o lóbulo da orelha dela deixando-a mais mole ainda, pegou o controle remoto da
casa e ligou a luz, o aparelho de som e pegou o celular das mãos de Giovana,
conectou via bluetooth o celular nos alto-falantes e o som saiu pela casa toda, ele
colocou seu celular para carregar, virou-se para ela que não parava mais de
dançar.
Ela já havia dito a ele que aquela música para ser perfeita só falta uma
coisa, que ela não tivesse fim, então ele proporcionou aquilo para ela. Ele a
abraçou pelas costas e ela o recebeu, ele a virou e a beijou profundamente. Ela o
abraçou passou uma das mãos pelo pescoço dele e a outra em seu peito. O
coração dela esmurrava seu peito e ele podia sentir que ela estava a mil por hora.
Eles haviam ido para a balada naquela semana, ela havia saído com Lisa,
a recepcionista do andar, e ele e Matt acabaram se encontrando com as garotas
por acaso. Mas conhecendo Matt do jeito que conhecia, fora proposital.
— Por que você quis vir aqui, Matt?
— Porque precisamos nos divertir! Nada melhor do que uma baladinha
pra gente ver garotas bonitas e remexer os esqueletos.
— Sei!
Eles se sentaram na área VIP e pediram uma bebida. De repente, uma
loira linda e uma morena de cabelos cacheados chamaram sua atenção, elas
dançavam em perfeita harmonia. O corpo violoncello da morena era lindo, com
um vestido de vinil colado ao corpo e salto altos, ela chamava atenção, as
pulseiras coloridas neon davam destaque para sua pele branca como porcelana.
— Achou sua presa, Giuliano Vulcano? — Matt perguntara. Sabia que
Giuliano estava amarradão na secretária, mas não sabia se ela correspondia. Ele
riu ante a insatisfação de Giuliano.
— Você me trouxe aqui de propósito, né, seu filho da puta!
— Imagina!
— Corno!
Matt riu. Ele viu Giuliano descer da área VIP e ir para a pista de dança,
sob a música preferida de Giovana ele a viu florescer como um lindo lírio negro.
Lisa sorriu ao ver Giuliano e deu espaço para ele dançar com Giovana, ela ainda
não se dera conta que ele estava ali, só quando ele a segurou pela cintura, ela
abriu os olhos e os arregalou ao ver seu chefe ali dançando com ela. Lisa sorriu
descaradamente deixando a amiga com o chefão.
"Lisa, você me paga, sua pequena vadia!", pensou Giovana. Ela dançou
com ele quase a noite toda. E agora ali estavam eles, naquele cenário lindo de
Napoli, ele a beijava com tanto furor e ardor que ela não tinha como não se
render a ele. Ela não sabia que tinha feito pacto com o diabo e agora ele vinha
cobrar sua dívida.
— Se renda a mim, Giovana! Me deixe mostrar a você quem realmente
sou. — Disse ele entre um beijo e outro.
— Não faça isso comigo, Giuliano, per favore!
— Você tem uma promessa de vida comigo! Mais do que isso, você tem
uma dívida comigo, Giovana! Então me deixe cobra-la da forma mais prazerosa
que um homem pode dar a uma mulher. Não estou te pedindo muito!
Ele voltou a beija-la. Ele sabia que estava jogando sujo com ela, a droga
dela era aquela música, e ele estava usando aquilo a seu favor. Ele era um
verdadeiro filho da puta! Mas antes de mais nada era um homem de negócios
multimilionário.
Ele tirou sua jaqueta e ela tirou a blusa de tricô dele e abriu suas blusa
social com tudo, ela explorou seu peito com as mãos enquanto ele trilhava pelo
seu pescoço, ela deu livre acesso a ele, não conseguia dizer "não" para Giuliano.
Ele tomou-a no colo e subiu para seu quarto, abriu a porta com o pé e
entrou no seu recinto sagrado, colocou-a na cama e tirou sua blusa social e seus
sapatos enquanto ela puxava seus longos cachos e os espalhava pela cama, seus
olhos lânguidos e sua respiração pesada o estava deixando louco.
Ele ficou só de cueca e Giovana viu o imenso volume dele. "Caralho!",
ela pensou. Ela ia tirar o vestido, mas achou melhor não, ele deitou em cima dela
e ela o virou com tudo:
— Não, signore! Hoje quem manda em você sou eu!
Ela ficou sentada sobre ele. E explorou novamente seu peito liso e
musculoso, o arranhou de leve e sentiu a excitação dele, seu pau estava duro
como uma pedra e sentia-o contra sua boceta. Ela o beijou por um breve
momento o provocando-o. Novamente ficou ereta e pegou suas grandes mãos e
depositou em seu corpo, ele trilhou pela cintura dela e foi até a barra do vestido
colado. Como num passe de mágica ela estava só de calcinha e ele teve a visão
dos petulantes seios dela e da sua calcinha preta.
— Você é tão linda, Giovana! Madonna Mia!
Ele a segurou e a virou, quando ela deu conta de si ele estava por cima
dela beijando-a ele colheu seus seios e desceu até um deles e o sorveu.
Ele seria tão bom com a boceta dela quanto era com seu seio? Tomara
que sim! Ela ainda estava com o cheiro fresco do banho e ele estava adorando
tudo aquilo. Ele baixou sua calcinha enquanto beijava sua barriga. Aquela
sensação de borboletas voando em sua barriga não a largava e a deixava mais
excitada. Ele finalmente desceu até a boceta dela e se apossou de seu clitóris.
Enfiou sua língua naquela boceta toda depilada, estava tão lisinha e sua língua
escorregava na lubrificação dela. Ela estava muito molhada e ele adorava aquele
cheiro. Ela segurou os cabelos dele enquanto se saciava com o banho de língua
maravilhoso que ele lhe dava.
Ele não ia estragar a brincadeira e colocar um dedo dentro da boceta dela,
sabia de olhar que Giovana se concentrava em uma coisa de cada vez e na cama
era a mesma coisa.
— Ah, Giovana! Desde o dia que te conheci eu te desejo!
Ela não conseguia responder, ele a estava levando à loucura. Giuliano
passou a língua pelo clitóris dela:
— Aí! Continua! Não para!
Ele achará o ponto de excitação dela e ali ele ficou. Rapidamente ela
sentiu o orgasmo a assaltando:
— Giuliano, eu vou.... — Ele sorrindo sentiu a boceta dela se apertar e a
gozada dela com seu grito contido.
— Ah, Giovana! Quero que goze tão gostoso, quanto gozou agora, no
meu pau.
Ele tirou a cueca e com cuidado a penetrou.
— Você é tão apertada! — Ele sentia seu pênis batendo na parede do
útero dela. — Ah Giovana! — Ele esperou um pouco para que ela se
acostumasse com o tamanho dele. E quando sentiu a resistência dela baixar, ele
começou a se movimentar dentro dela.
Ele começou com estocadas leves e depois aprofundou e com
movimentos fortes se enterrava dentro dela. Ela o abraçou com as pernas e os
braços, ele puxou seus cabelos e a beijou com ferocidade. Ele adorava aquele
cheiro dela e agora com a mistura do cheiro do sexo deles era um combustível a
mais para ele.
Ela começou a arranha-lo e beijou-lhe o pescoço, deu-lhe uma leve
mordida em seu queixo, ele ficou doido.
Ele os virou e deixou-a cavalgar nele como uma amazona, ele tinha a
visão dos seios jovens dela, a pele branca e os bicos dos seios rosados eram um
convite para ele se enterrar no meio deles.
Ah, ela sentia o pau dele dentro dela tão gostoso, seu clitóris se esfregava
deliciosamente na pélvis dele, ela jogou a cabeça para trás, ele se inclinou como
se fosse se sentar e isso fez com ela perdesse o foco.
— Quem mandou se sentar? Deite-se!
— Eu não vou aguentar, mia ragazza!
— Eu não perguntei! Deite-se! Agora!
Ele o fez e ela voltou a esfregar sua boceta na pélvis nele enquanto o pau
dele estava duro e latejante dentro dela. Ela estava quase gozando, ele podia
sentir a boceta dela apertando o pau dele.
Ela arranhou o peito dele e pegou suas mãos e colocou em sua bunda.
— Me aperta com gosto! Puxa meus cabelos!
Ele o fez.
— Giuliano, eu vou gozar de novo!
— Goza no meu pau, sua figglia de una puttana!
— Isso! Me xinga de novo!
— Filha da puta!
Ela ficava tão excitada quando ele a xingava. Mais uma vez o orgasmo a
atingiu de uma forma tão intensa e gostosa que ela deu um grito.
— Giuliano!
Ele ficou ainda mais excitado quando a ouviu gritar seu nome. Ela foi
parando aos poucos de se movimentar e então ele a colocou de quatro, queria ver
aquela bunda imensa virada para ele. Ele a penetrou com vigor e ficou
manipulando o clitóris dela.
— Não! — Disse ela sem fôlego.
— Cale a boca! Quem manda em você sou eu!
Ele puxou os cabelos dela até ela vir até ele diminuindo a distância entre
eles, assim ele poderia penetra-lá com mais intensidade.
— Caralho, Giovana! Como você é gostosa!
— Cala a boca e me come, seu filho da puta! Me rasga inteira, vai! Bate
na minha bunda!
Ele o fez, deu um tapa na bunda dela que ecoou no quarto. Ele sentia o
clitóris dela latejando! Porra, ela estava super molhada!
Ele trocou de posição e a deitou de lado, na posição fetal, e a penetrou,
ficou mais apertada e mais baixa. Ele estava adorando aquilo.
Meu Deus! Quanto mais estocava nela, mais frenético ficava. Giovana ia
gozar de novo!
— Você está proibida de gozar sem mim, sua filha da puta!
— Está pedindo demais de mim!
Ele saiu de dentro dela e a chupou de novo.
— Isso não é justo, Giuliano! Eu quero te chupar!
Ele fizeram um meia nove e quando Giuliano percebeu que Giovana ia
gozar, ele a tirou de cima dele e a penetrou de novo. Ele deu mais alguma
estocadas fortes e sentiu-a gozar, ele gozou dentro dela. Ela sentiu os espasmos
dele e o som gutural que saia de sua garganta.
— Ah minha doce Giovana! — Ele ainda estava dentro dela, se
movimentava bem devagar. Ele a beijou com doçura enquanto se mexia dentro
dela ainda. — Você é tão gostosa, mia ragazza! Tão doce!
Ele não queria sair de dentro dela. Por ele ficava ali até amanhecer. Ele
caiu para o lado e a trouxe junto ao seu peito, ela se aninhou a ele, colocou sua
cabeça no peito dele e ouviu as batidas do seu coração, sua mão foi para junto de
seu peito enquanto sua perna foi para cima da perna dele, ele a abraçou com as
pernas e braços. Giovana estava de olhos fechados enquanto Giuliano fazia
carinho nas suas costas e beijava sua cabeça.
— Dormi, mia dolce Giovana! Dormi, mia dolce ragazza!
Ela deu um longo suspiro, se embrenhou no pescoço dele e sentiu o
cheiro, seus olhos ficaram pesados e ela logo dormiu.
Capítulo 12
Aquela noite, Giuliano não a deixou descansar.
— Mas, Giuliano...
— Eu já disse e vou repetir, eu vim pra cobrar minha dívida, e quando eu
me saciar de você, direi se ela está paga ou não! Então aproveite, minha doce
Giovana, e me satisfaça como deve ser! Você é minha! — Disse ele com olhos
do diabo e cheirando seus cabelos.
Ele estava deitado em cima dela e se apoiava no braço direito, Giovana o
sentiu excitado novamente.
— Já que é assim que você quer...
— Como se você não quisesse também.
— Você quem está falando.
Ela pegou no pau dele e o sentiu duro, começou a bater uma punheta e
olhava para ele que fechou os olhos a hora que ela começou, ele a virou, ela
desceu até seu pau e o engoliu, Giovana adorava fazer um boquete e ele tinha um
pau tão gostoso, enchia sua boca d'água.
"Madonna Mia! Como eu estou adorando chupar esse pau!"
Ela segurava o pau dele com uma mão e com a outra acariciava as bolas,
e chupava com gostoso e com a boca cheia d'água. Já que era pra ser amante
dele, seria uma inesquecível!
— Giovana, venha cá minha doce ragazza! Me deixa te comer gostoso.
— Não! Não terminei aqui ainda.
— Se você continuar eu vou gozar na sua boca, sua piccola figlia di
puttana.— Disse ele entre os dentes e puxando os cabelos dela trazendo-o para
ele.
A briga de poder deles na cama era ótima, porque os dois ganhavam. Ele
puxou-a para cima a contra gosto dela e desceu para sua boceta e enfiou a língua
dentro da vagina dela e como um gato lambeu até o clítoris. Depois começou a
chupar o clítoris dela e novamente achou o ponto de excitação da doida. Ela
puxou seus cabelos mas ele não levantou a cabeça, continuou chupando-a.
— Giuliano, eu vou gozar, minhas pernas estão bambas.
— Eu sei! A idéia é essa!
Ele voltou sua atenção novamente para a boceta dela que estava inchada
e sensível. Ele penetrou-a do nada e continuou mexendo no clitóris dela, ele
sentiu-a apertando seu pau e ela deu um grito quando jorrou seu orgasmo no pau
dele.
Ele foi até ela e a beijou quando ela ainda sentia os espasmo do orgasmo,
o pequeno corpo dela tremia por conta dos espasmos e ele ainda estocava fundo
nela, ela o abraçou:
— Giuliano! — Ela o chamou sem fôlego e o abraçou com as pernas e
braços, ele passou seu braço pelo pescoço dela e com a outra mão se apoiou e
enterrou-se ainda mais dentro dela, sentiu seu pau batendo no útero dela e no seu
movimento frenético gozou dentro dela mais uma vez.
Giovana estava amando sentir os espasmos dele e o prazer que ela
proporcionava a ele. Ela sentiu-o gozar tão gostoso e novamente o som gutural
que saia dele a deixava orgulhosa de si. Ele não saiu de dentro dela, somente
quando fora obrigado, então ele a virou de frente para ele e a abraçou, a perna
dela ficou no meio das pernas dele, enquanto ele a abraçava por inteiro e os
cobria.
Eles se olharam, os olhos azuis dela estavam lânguidos e em completo
torpor. Giuliano respirou fundo e beijou a testa dela. Ele tocou no nariz dela
fazendo-a sorrir, beijou-a com paixão.
— Giuliano, preciso perguntar.
— A vontade, mia dolce ragazza!
— Por que eu?
— Como assim?
— Existem tantas mulheres, por que você me chantageou desse jeito?
— Você sabe bem porquê, depois que vi a sua carinha de prazer naquelas
gravações eu quis me enterrar dentro de você e eu mesmo ver. Não imagina a
mulher linda que é. Não só quando está gritando por causa de um orgasmo, mas
também quando está de roupa.
Giovana riu sem graça.
— Você é tão doce, mia ragazza, tão serena.
— Só se for na cama, porque no trabalho eu sou elétrica.
— Isso é verdade, mas a verdadeira Giovana me provocou o coquetel
inteiro, nos vinhedos e na balada e está deitada comigo agora nessa cama, o
melhor lado da Giovana só eu conheço.
— Isso é verdade!
— Você, até hoje, foi a única secretária com quem eu me relacionei.
— Nossa, não sei se me sinto triste ou feliz.
— Por que?
— Feliz por me sentir lisonjeada pelo meu chefe reconhecer minhas
qualidades além do trabalho ou triste porquê por causa de um emprego meu
chefe me chantageou, não estou tirando a minha culpa, mas que isso é
chantagem, ah isso é!
Ele riu.
— Então fique feliz pelas duas coisas. — Ele beijou-lhe os cabelos. —
Você trouxe roupa de banho?
— Sim, por que?
— Amanhã eu vou te comer na piscina! Se prepare!
— Mamma mia!
— Mamma mia mesmo! Quero você amanhã prontinha pra mim, você e
essa sua boceta gostosa! Por hora vamos dormir. Buona sera, mia dolce ragazza!
— Buona sera, signore Vulcano!
Ele sorriu e a abraçou mais apertado.
Giovana acordou com um cheiro de café maravilhoso. Ela se espreguiçou
como um gato preguiçoso, olhou para a cama e estava sozinha, colocou a
calcinha e a camisa de Giuliano, escovou os dentes e desceu descalça. Foi
seguindo o cheiro e ouviu Giuliano na cozinha usando apenas uma calça de
moletom, descalço e com um pano de prato no ombro músculo, estava cantando
Santa Lúcia. A voz de tenor dele era um encanto, deixava-a sonhadora ela foi até
ele e o abraçou pelas costas.
Ele deixou a escumadeira em cima da pia e se virou, abraçou-a e beijou-
a.
— Buongiorno, mia dolce ragazza!
— Buongiorno, Vulcano!
Ela ficou na ponta dos pés e ele se abaixou para beija-lá novamente, ela
passou os braços pelo pescoço dele, ele a prendeu em seus braços, deu dois
beijos estralados nela. Olhou-a profundamente.
— O que, Vulcano?
— Nada! Estou olhando para esses lindos olhos azuis e em como a
verdadeira Giovana é diferente da secretária. Como pode?
— E isso importa agora?
— No!
Ele a beijou novamente, não teve pressa, até que sentiram um cheiro de
queimado. Ele interrompeu o beijo e disse:
— Ah, Madonna Mia! Mia frittelle!
— Adoro panquecas! Vou deixar você terminar pra depois te provocar.
— Isso, siediti per fare colazione. Você já me distrai sem precisar de
muita coisa!
— Eu? — Disse ela indo sentar-se no balcão.
— Sì! Você e questo corpo di violoncello! Senta esse bundão e não me
distraia. — Ele disse jogando fora a panqueca queimada e lavando a frigideira.
Ele novamente colocou a frigideira limpa no fogo, enquanto ela
esquentava novamente, ele pegou um suco de abacaxi com hortelã, café, leite,
manteiga, mel, açúcar mascavo, salada de frutas e colocou em cima da mesa. Ele
derramou a massa na frigideira e rapidamente pegou pratos e talheres, virou as
panqueca e colocou as xícaras na mesa em cima dos pratos.
— Quer ajuda?
— No!
Ele colocou a panqueca no prato dela e colocou mais massa.
— Mangia!
— Vou esperar por você! Não se preocupe.
Rapidamente Giuliano terminou as panquecas e sentou-se ao lado de
Giovana. Ela passou manteiga e mel na panqueca e mordeu.
— Que mistura louca!
— O que?
— Manteiga e mel!
— Eu gosto! Mas também amo mostarda e mel.
— Toma! — Disse ele dando um potinho para ela.
— Doido!
Eles riram.
Giovana ficou preguiçosa depois do café da manhã que Giuliano lhe
servirá.
— Giuliano, precisamos ir no castelo para verificar a limpeza.
— Sì! Vamos lá!
Eles se arrumaram e foram a pé para o castelo, quando chegaram,
Patrício estava no castelo observando o término da limpeza.
— Buongiorno Patrício! — Disse Giuliano.
— Buongiorno, ragazzos!
— E a limpeza, signore Patrício?
— Está tudo ottimo! Curtiram a balada?
— Sì! — Disse Giuliano
De repente Matt chegou com Sabrina.
— Buongiorno pessoal!
— Buongiorno!
— Giuliano, os funcionários estão querendo saber se eles vão embora
hoje ou amanhã.
— Amanhã, Matt! Estamos verificando algumas coisas aqui e já iremos
para o hotel.
Patrício deu um olhar para Giuliano, Giovana estava mexendo no celular.
— Giuliano, a reunião que me pediu para marcar já foi agendada. Olhe!
— Ottimo! — Disse ele olhando para o celular dela. Ela sabia como tirá-
lo de situações embaraçosas.
— Eu não recebi o invite, Gio! -Disse Sabrina inocente olhando o celular.
— É outra reunião, com cliente, Sabrina!
— Ah tá! Scusami!
Giovana sorriu para a amiga, olhou para Matt que lhe deu um olhar
engraçado.
— Matt você recebeu o invite? — O olhar dela se pudesse lançava
adagas nele.
— Vou ver agora, veja pra mim, Ssbrina, per favore!
— Vamos indo, Giovana! Matt quando acabar aqui, per favore, volte para
o hotel que temos coisas a fazer.
— Sì!
Giovana e Giuliano saíram do castelo e quando estavam bem longe,
Giuliano disse:
— Só você para me tirar de certas saias justas.
— Vou começar a cobrar.
Ele riu, abraçou-a e a beijou.
— Giuliano!
— O que?
— Alguém pode ver!
— Foda-se! Ninguém vai falar nada!
— Mas vão comentar!
— Melhor ainda! Você se preocupa demais!
— Eu me preocupo com nossa reputação, isso sim!
— Fica quietinha, fica!
Ele parou no meio da calçada e a beijou com gosto, deixando-a sem
graça, ele a inclinou e eles ouviram um click. Era um velhinho que tirará uma
foto deles com o mar Tirreno no fundo.
— Bella coppia.
— Grazie! — Disse Giuliano.
— Un momento. — Ele imprimiu a foto e entregou para Giuliano.
— Grazie!
Giuliano deu uma nota alta de euro para o velhinho e abraçou Giovana
dando-lhe a foto e beijando sua cabeça. Ela riu e eles caminharam abraçados até
a chegada no hotel. A recepcionista do hotel a chamou discretamente:
— Scusami, signore Vulcano!
— Giovana vá indo para a sala de reuniões que eu te alcanço.
— Sì, Giuliano.
Ela saiu e ele se virou para a recepcionista:
— Sì!
— Tem uma moça querendo falar com o signore.
— Quem? — Ele estranhou.
— Ela disse que se chama Rafaela Sartori.
— Merda! Onde ela está?
— No restaurante esperando o signore.
— Está bem! Grazie!
Giuliano foi tenso até o restaurante e lá encontrou Rafaela.
— O que faz aqui?
— Estava morrendo de saudades. Você me deixou falando sozinha no
meu apartamento. — Disse ela pulando no pescoço dele.
- — Me largue, Rafaela! Quem te contou que eu estava aqui?
— Esqueceu-se de que meu irmão trabalha na empresa que você fechou
contrato recentemente?
— Merda! — Ele estava muito irritado. — O que você quer? Por que
veio até aqui?
— Já disse, estava com saudades!
— O que foi que eu te disse a última vez que nos falamos?
— Que nosso caso tinha acabado! Mas sabemos bem que só eu te
satisfaço, faço do jeito que você gosta! — Disse ela passando o dedo indicador
no peito dele e fazendo bico.
— Tire suas mãos de mim agora! — Ele estava uma fera.
— Ah, Giu não seja assim! Sabemos bem que você não resiste a mim.
Ele levantou a cabeça e suspirou impaciente.
— Rafaela, nosso caso acabou há semanas! Eu disse a você que não ia
me casar e você sempre soube disso!
— Eu sei, Giu!
— Não me chame de Giu, inferno! Vá embora! Você deu viagem
perdida! Sabe que minha palavra não volta atrás!
— Giuliano, per favore, scusami! Eu não volto mais a falar de
casamento, mas volta pra mim!
— Nem pra você e nem com você! Acabou naquela noite, Rafaela! Me
esquece e me deixe em paz!
— Per favore, Giuliano! Vamos voltar pro meu apartamento!
— No! Não quero mais nada com você e nem te ver,entendeu?
De repente uma voz suave o chamou:
— Signore Vulcano, os funcionários estão o esperando! — Disse
Giovana calma, ele viu que seus olhos azuis faiscavam. Há quanto tempo estava
ali? Será que ela ouvira a conversa deles?
— Grazie, Giovana! Estou bem atrás de você!
Giovana não esperou resposta, virou-se no seu elegante Christian
Louboutin preto e saiu com toda dignidade do mundo.
Então, Rafaela viu o que não queria ver, um brilho no olhar de Giuliano,
os olhos deles se iluminaram como uma supernova e ela entendeu que tinha uma
rival.
— Ah, então é isso! Está apaixonadinho pela secretária, Giuliano?
Ele pegou-a pelos pulsos e a chacoalhou:
— Vá embora, Rafaela! Não brinque comigo! Sabe muito bem quem sou
eu, não sabe? — Disse ele parecendo o diabo.
— Sim! — Disse ela olhando assustada para ele.
— Então não me provoque! O que eu faço ou deixo de fazer na minha
vida privada nunca foi e nem será problema seu! A Giovana é só minha
secretária e simplesmente tem minha vida nas mãos dela, então deixe-a em paz!
Se por sua causa ela foder com minha vida, eu vou foder com a sua de um modo
tão pequeno que sua vigésima quinta geração vai precisar de um continente
inteiro para tirá-los do lamaçal que eu irei te jogar!
Ele a soltou e saiu andando, quando chegou na porta parou e disse, sem
virar o rosto:
— Quando eu sair da reunião, quero que já esteja no primeiro avião de
volta para sua casa!
Ele saiu andando deixando-a plantada. Ele entrou na sala de reuniões e
viu Giovana conduzindo a reunião que ele deveria conduzir com maestria.
— Pessoal, o financeiro irá criar uma conta do cliente dentro do sistema.
O primeiro pagamento será feito em dois dias, e então poderemos iniciar o
processo de consolidação e migração dos dados. De acordo com o Matt iremos
usar o data center dois, os hacks sete a dez, é um cliente grande, com dados
pesados, além disso forneceremos as safras de primeira e segunda linha dos
vinhos Vulcano. Eles são uma enorme rede de bancos que atende famílias
tradicionais europeias além de requintados restaurantes, eles atendem clientes
exclusivos. Então eu peço que, per favore, tomem cuidado com esse cliente,
vocês são os melhores de seu time e cuidarão exclusivamente desse cliente.
Matt olhou torto para Giuliano.
— Que bom que chegou, signore Vulcano! O signore pode falar mais do
cliente para o pessoal, per favore?
— Sì! — Disse ele desconcertado.
Era a primeira vez que Matt via o amigo ser pego de calças curtas, ele
olhou para Giovana que parecia uma fera enjaulada num corpo e lindo sorriso de
mulher. Ele sabia que o amigo fizera alguma merda porquê ela estava sendo
cordial demais.
"O que você fez, seu asno?", Matt perguntou via torpedo para Giuliano,
que colocou o celular virado para baixo.
— Ciao, pessoal. Scusami a demora, estava resolvendo um pequeno
detalhe! Acredito que Giovana já deu um geral sobre o novo cliente e como o
trabalho de vocês é muito importante. Vocês foram escolhidos a dedo por Matt e
seus gerentes...
Giovana saiu da sala discretamente, mas não passou despercebida por
Giuliano, ela pegou as caixas de lembranças que fizera para os funcionários,
deixou-a em cima do móvel e saiu novamente.
Estava uma fera, ouvira toda a conversa. Não ia falar nada, apenas ia
esperar o que ele tinha para dizer! Filho da puta! Como ele pôde? Ele a
chantageou para ela virar amante dele e agora isso!
— O ditado é bem certeiro, não é? Quando a melancia é boa demais,
nunca comemos sozinhos! - Disse ela para seus botões passando a mão na testa.
- Ok, Giovana! Ele não é nada seu a não ser seu chefe e seu amante! Eu nem sei
mais o que eu estou fazendo aqui! Se controla, Giovana! Por que comigo, Dio
mio? Já não basta pelo que passei com o Rodrigo? Calma, Giovana!
Ela foi até o restaurante onde seria servido o café da manhã e pediu um
copo de água gelado.
— Ah, aí está você!
Ela se virou e viu uma loira de cabelos curtos tipo chanel, olhos verdes,
pinta em cima dos lábios, um pouco menor que ela, corpo esguio, Giovana ficou
com certa inveja, ela era mignon, enquanto Giovana era uma cavalona, tinha
curvas.
— Desculpe?
— Não se faça de desentendida!
— Como assim? — Disse ela bebendo mais água. Giovana sabia quem
era ela.
— Vamos ficar nesse jogo mesmo?
— Que jogo?
— Ai, ai, olha só, você sabe bem quem eu sou e eu sei quem é você, tá
legal?! Eu sou a Rafaela e você deve ser a nova conquista do Giuliano. Mas olha
só, deixa eu te falar umas coisas sobre o signore Vulcano.
— Desculpa, mas eu não estou interessada e nem sei do que está falando!
— Ah você sabe sim! Você causa brilho nos olhos dele, eu conheço bem
o Giuliano para saber, mas deixa eu te avisar uma coisinha, querida! Lui è il mio
uomo!
— Me desculpe, e eu com isso? Se ele é seu ou de outra pessoa, pra mim
pouco importa! Ele é meu chefe.
— Por quanto tempo mais ele vai ser apenas o seu chefinho querido?
Giuliano é um homem muito bonito e perigoso também, ele pode acabar com sua
carreira em dois segundos, querida! Cuidado com ele!
Giovana deu um sorrisinho debochado.
— Deseja algo mais?
— Não! Mas quero que saiba de uma coisa, seja com você ou qualquer
outra mulher, eu vou lutar por ele e trazê-lo de volta para mim!
— À vontade! Scusami signorina eu tenho mais o que fazer! -Giovana
viu o maître — Leon, que bom te ver, vamos ver o menu do café da manhã do
pessoal, per favore.
— Buongiorno, bella Giovana! Vamos, venha ver a mesa maravilhosa
que montei para vocês.
— Você sempre atencioso, Leon!
Giovana conhecia Leon quando ele trabalhara no Brasil, ele era maître no
restaurante mais badalado de São Paulo, conhecera um lindo italiano e se
apaixonara perdidamente, o italiano, Rossi, era muito parecido com Freddie
Mercury, Giovana os achava lindos!
— E como está meu Freddie Mercury?
— Está lindo e bem como sempre! Mandou um beijo pra você.
— Ah, que lindo! Mande outro!
— Por que seus olhos estão tristes? Venha e me conte tudo!
— Ah não é nada!
— É tudo! Venha! Vou te preparar uma linda e maravilhosa mesa de café
da manhã.
— Não dá tempo, meu amor, tenho que chamar o pessoal pro café.
— Faz assim, então, você chama e vem falar comigo!
— Combinado! Eu já volto! — Ela deu um beijo e um abraço tão aperto
nele que quase chorou. — Ah, Leon, você é o melhor amico que uma mulher
poderia ter!
— Só porquê eu amo você!
— Também te amo! Me deixa correr.
— Vá lá e volte aqui!
— Sim!
Giovana saiu, literalmente, correndo pra alegria de Leon. Ela chegou na
sala de reuniões e viu que era Matt quem estava falando com os funcionários.
Ela sentou-se ao lado de Sabrina e cochichou:
— O café já vai ser servido!
— Ótimo! To morrendo de fome!
Giovana levou a cadeira de rodinha até Giuliano:
— Giuliano, o café vai ser servido já, vamos dispensar logo o pessoal,
porquê de verdade, essas reuniões são um pé no saco!
— Concordo! Estamos terminando as estratégias de migração e
acomodação do cliente e também da distribuição dos vinhos. Mais dez minutos e
terminamos.
— Ótimo!
— Onde você estava?
— No restaurante do hotel, oras bolas! Onde mais eu estaria? Esqueceu-
se, onde tem comida boa, Giovana Guerra está no meio!
Ele deu um riso abafado e voltou a seriedade.
— Agora passo a palavra para o signore Vulcano e a signorina Guerra. —
Disse Matt.
Eles se levantaram e foram até o móvel, Giovana foi dando as caixas para
Giuliano que levou-as de uma vez para a ponta da mesa.
— Pessoal, sei que todos estão cansados, então vamos liberá-los para o
café da manhã, mas antes, queremos agradecê-los pelo empenho e por darem o
seu melhor na Vulcano. E como minha secretária é uma pessoa muito caprichosa
e atenciosa não só com as minhas coisas mas como meus funcionários, ela me
pediu autorização para montar uma pequena lembrança desse final de semana
maravilhoso. Você quer falar, Giovana?
— Não! — Disse ela sorrindo.
— Então, tudo bem! Pessoal vamos tomar o café e aí vocês estarão
dispensados para curtirem esse final de semana maravilhoso que foi preparado
exclusivamente pra vocês.
Giuliano e Giovana distribuíram as caixinhas de lembrança. Um dos
funcionário, Filipe chegou-se a eles:
— Desculpe, signore Vulcano, mas tudo bem se eu voltar para mia casa?
Minha esposa está grávida e...
— Vá, Filipe! Você tem dinheiro para pegar um voo?
— A signorina Guerra já deixou tudo certo para eu voltar para casa.
Grazie, signorina!
— De nada! Mas me chama de Giovana, per favore. Tome café, Filipe e
depois você vai, seu vôo é próximo do meio dia não é?
— Sì!
— Então, vai lá e aproveita um pouco,dá um beijo na Lavínia por mim!
Se ela fizer chá de bebê eu quero ir, tá bom?
— Sì, Giovana!
Filipe sorriu e Giuliano sentiu uma pontinha de ciúmes, ela era doce com
os funcionários, mas sabia que uma górgona o esperava quando estivessem a sós.
Estava fodido! Quando todos os funcionários, Sabrina perguntou:
— Giovana te ajudo em algo mais?
— Não, Sabrina! Vai lá tomar café, eu cuido do restante aqui. Não tem
mais muita coisa pra fazer mesmo, vai tomar um pouco de sol nessas suas pernas
brancas, vai.
— Ah não exagera! — Ela disse rindo. — Até mais!
— Até, querida! Obrigada por toda ajuda até aqui!
— Imagina!
Sabrina e Matt saíram, mas sem antes Matt dar uma olhada significativa
para Giuliano que passou desapercebida de Giovana.
— Pode ir, signore Vulcano, eu termino aqui e fecho a sala.
— Giovana, eu...
— Não precisa me dizer nada! — Ela não se deixou abalar, estava
entretida recolhendo as coisas e arrumando a sala, enquanto Giuliano estava no
canto próximo da porta com as mãos no bolso parecendo uma criança que tinha
aprontado e agora precisava do perdão da mãe.
— Giovana, não é assim!
— É assim, sim! Você deixou tudo bem claro! — Ela levantou o rosto, já
havia terminado de arrumar as coisas, foi para a ponta da mesa e pegou as caixas
de madeira, estava próxima a ele e finalmente olhou em seus olhos. — O que
você faz na sua vida pessoal não é problema meu. Eu sei que sou só um capricho
seu, e de verdade, isso pouco me importa. Se você tem uma, duas, dez, quinze
amantes, dane-se, não é problema meu. Eu fui obrigada a aceitar porquê eu
preciso de um emprego e porquê gosto de trabalhar na Vulcano, é um ambiente
maravilhoso, trabalho com a maioria de homens, então pra mim, estou em casa!
Eu amo o que eu faço e eu atenderia você de qualquer jeito, porquê foi a
promessa que eu fiz quando me formei, e promessas eu não quebro, eu as
cumpro! Agora, se me der licença, eu tenho que acompanhar o café da manhã
dos funcionários. Scusami!
Giuliano abriu a porta para ela, Giovana carregava as caixas e Giuliano
vinha atrás, como um cachorro arrependido.
Capítulo 13
Giovana chegou sorrindo no café da manhã dos funcionários.
— Cheguei, Leon! O pessoal está se servindo já?
— Sim, minha bella madonna! — Ele viu Giuliano chegando atrás de
Giovana. — Olha, quem é o gato?
Ela se virou e fez cara de deboche para o amigo:
— Meu chefe!
— E a razão dos seus tormentos, estou certo?
— Você como sempre um cretino! Quer uma caixinha para você?
— Claro que quero! O que vem aqui?
— Um monte de coisa e um vinho Vulcano! Tenho que separar um para o
gerente do hotel.
— Que por acaso está vindo ali e está indo conversar com o seu chefe.
— Giovana! — Giuliano chamou.
Ela foi até ele:
— Sì!
— Traga uma caixa, per favore.
— Aqui está! — Disse ela dando a caixa para Giuliano.
— Como sempre você lê meus pensamentos! Grazie! — Ele deu um
olhar significativo para ela, que entendeu que a conversa deles não havia
acabado.
— Às vezes!
— Este é o meu amigo, gerente do hotel, signore Malta!
— Finalmente conheci a tão bem falada secretária de Giuliano Vulcano.
Piacere, signorina Guerra!
— Piacere, signore Malta! E posso saber por que sou tão falada?
— Bella Giovana! — Leon interrompeu a conversa. — Scusami signore
Malta, posso roubar a bella Giovana de vocês?
— Sì! — Disse Giuliano a contra gosto.
— Venha tomar o caffè que preparei especialmente para você, minha
bella madonna! — Ele segurava sua mão e a beijava, fazendo Giovana rir e
sorrir.
Giuliano lançou adagas pelos olhos contra Leon, mal sabia ele que Leon
e Giovana eram apenas amigos!
Ele a colocou numa mesa separada de quatro lugares, Leon bateu as
mãos e alguns garçons chegaram com baixelas, serviu a ambos. Giuliano
observava tudo de longe, como uma águia enquanto Malta e ele conversavam.
— O que se passa minha musa?
— Leon, eu estou arrasada! Acabei com a minha vida!
— Como assim?
— Deixa-me começar do começo.
— É um bom lugar pra começar. Vai contando que eu te sirvo.
— Tá bom! — Ela deu um imenso suspiro. — Eu comecei a trabalhar na
Vulcano tem quase dois meses, eu fui fazer a entrevista na Calábria por fazer e
encontrei o Matt.
— Ele é um pedaço de homem, né?!
— Você quem está falando! — Disse ela rindo.— Enfim, e aí eu conheci
o Giuliano. Só que eu fiz uma besteira bem grande!
— Qual?
— Eu transei no elevador da empresa!
— O que?
— Leon, eu transei no elevador da empresa quando faltou luz. Eu fiquei
presa com um desconhecido entre o décimo e o décimo primeiro andar! Foi
assim, eu fui pegar um chocolate e nem vi quem estava no elevador porquê eu
estava mexendo na agenda do Giuliano, aí do nada acabou a luz da empresa
quando eu me dei conta eu estava tendo um orgasmo maravilhoso!
— Menina! E aí?
— E aí, que eu me fodi, Leon! O Giuliano pegou a gravação da câmera
noturna, e esfregou na minha cara! Ele me chantageou, ou eu viraria a amante
dele ou ele me mandava embora, além de acabar com minha reputação
profissional como secretária aqui na Itália e no Brasil! Eu estou fodida, Leon!
— Estou bege! E aí?
— E aí que ontem eu tive orgasmos maravilhosos com aquele italiano
filho da puta e hoje a ex-amante dele estava ou está aqui no hotel, eu não sei. E
ela me afrontou dizendo que ia recupera-lo ele sendo meu amante ou não!
— Menina que babado!
— Abafa o caso!
— Abafado! Mas o que te preocupa?
— Eu disse a ele que não me importava se ele tivesse a mim ou a quinze
amantes, porque eu só queria manter meu emprego! Mas, poxa, tivesse sido
sincero!
— Você está pedindo demais! Olha o tamanho daquele homem, e você só
é amante dele! Tem que saber seu lugar! Mas pelo porte dele, ele não parece ter
várias mulheres! Mas as aparências podem enganar, não é?!
— Sim! Leon, eu só quero manter meu emprego, estou amando viver
aqui na Itália!
— Então, se submeta até você encontrar um emprego novo! E aproveita
boba! Ele é dotado? Me conta tudo!
Giovana riu e deu as mãos para Leon:
— Ah é tão bom ter você aqui comigo, Leon! Não imagina quanto senti
sua falta, você me abandonou e me trocou por aquele deus grego que é a cara do
Freddie Mercury!
— Ah mas eu ia te trocar mesmo, querida! Ainda bem que você nunca
viu o tamanho do pau dele, porque se visse até você ia querer chupar, sua cretina,
e ia me roubar ele.
— Jamais!
— Mentirosa!
Eles riram. Giuliano sentiu ciúmes, ele cruzou os braços, franziu o cenho
e apenas ouviu a risada maravilhosa de Giovana. Não era ele quem estava
fazendo-a rir, e sim um desconhecido. Iria acabar com aquela palhaçada já, já, na
verdade já teria acabado se Malta não o tivesse pego para Cristo.
"Madonna mia, que conversa frustrante e chata!", ele pensou.
— Giuliano, fique à vontade, obrigado pelo presente! Vou te deixar
cuidar dos seus funcionários porque sei que é um homem bastante ocupado.
— Grazie, Malta! Quando estiver na Calábria passe em casa ou na
empresa.
— Claro! Ciao!
— Ciao!
Malta saiu e Giuliano foi interceptado por Matt.
— Mais um! — Disse Giuliano a contra gosto.
— O que está acontecendo,Giuliano?
— O que aconteceu, né, você quer dizer?!
— Tanto faz!
— Rafaela!
— O que?
— Isso mesmo!
— A doida te ligou?
— Pior! Apareceu aqui no hotel, está hospedada aqui, ou estava, não sei!
Giovana olhou de soslaio e viu Matt e Giuliano conversando seriamente,
ela adorava aquele cabelo engomadinho dele, a camisa listrada branca e azul, ele
estava de braços cruzados e o belo Louis Moinet Meteoris reluzia em seu braço,
a calça bem cortada preta, o sapato italiano quadrado sempre bem engraxado
completava a bela pintura.
— Puta que pariu, Giuliano! Como ela ficou sabendo?
— Sartori!
— Filho da puta!
— Isso não é o pior!
— E pode piorar?
— Não só pode, como acho que já piorou. Acho que Giovana ouviu
minha discussão com ela. Quase certeza! —Disse ele esfregando os olhos.
— Puta que pariu! Você está de brincadeira!
— Não!
Giovana não conseguia ouvir a conversa, mas via que a coisa não estava
nada boa, os dois estavam muito sérios, e ver o Matt sério, não era engraçado.
— Caralho, Giuliano! E agora?
— Eu não sei! A única coisa que eu sei é que o bonitão ali está fazendo
as honras da casa e eu não estou gostando.
— O Leon?
— Esse é o nome dele?
— Sim! Mas não se preocupe.
— Por que?
— Ele é casado!
— Não quer dizer nada!
— Da fruta que sua bella Giovana gosta, ele come até o caroço.
— Oi?
— É! Ele é casado com um italiano, a Gio diz que o marido do Leon
parece o Freddie Mercury.
Giuliano riu. Estava com ciúmes à toa e não sabia de onde vinha aquele
sentimento de alívio.
— Fala sério, Matt!
— Verdade! Leon e Giovana trabalharam juntos, ela encomendava os
cafés e todo o buffet do restaurante que ele tinha.
— Está certo!
— Conselho meu para você, mio amico, vá logo falar com ela antes que
mais alguém vá! Eu te avisei, a Giovana é foda, então vá logo se entender com
ela e explicar toda situação. A hora que ela souber que você armou para ela e que
eu também estou envolvido, vamos tomar no cu, até porquê sou seu cúmplice!
— Verdade!
— Caralho, Giuliano, se você se foder, eu me fodo por tabela!
— Caralho digo eu! A culpa é sua!
— Minha?
— Sì! Quem me arrumou a secretária competente e mais gostosa que eu
já vi na vida foi você, seu viado!
— Ela precisava de um emprego e você de uma secretária pulso firme,
não reclame! Vá logo falar com ela, seu corno!
— Isso se ela quiser falar comigo, né?!
— Está com medo, Giuliano? Você nunca foi de ter medo de falar com
mulher alguma!
— Agora é diferente, né? Tive que armar uma emboscada das boas pra
ficar com essa daí, ela jamais olharia para mim se não fosse por isso!
— Não mesmo! A Gio é muito profissional!
— Então! Eu não teria chance alguma!
— Você não sabe! Mas, tente a sorte! Vai lá e conversa com ela.
Giuliano foi até ela, ele a viu parar de rir quando o viu.
— Nos falamos depois, mia bella Giovana! Me mande um alô quando
chegar em casa, tá bom?! — Leon pegou as mãos de Giovana e as beijou.
— Pode deixar! De um beijo bem gostoso no meu Freddie Mercury e
diga a ele que ele é um cretino safado e que o amo muito!
— Pode deixar! Scusami. - Ele olhou para Giuliano. — Signore Vulcano!
— Maître Leon! — Disse Giuliano respondendo o cumprimento de Leon.
Ele olhou para Giovana. — Posso?
— A vontade! — Disse ela apontando para a mesa e tomando um suco de
laranja fresco.
— Giovana, eu...
— Pode parar, Giuliano! Não me importa o que você vai falar, eu não
quero saber!
— Giovana, me ouça, per favore! — Ele parecia implorar.
— Está bem! — Disse ela dando um longo suspiro de impaciência.
— Gio, realmente eu tive um caso com Rafaela, mas bem antes de você
chegar na empresa, e antes de eu te conhecer eu já havia terminado com ela, cara
mia!
— Tudo bem, Giuliano! Eu não me importo, sabe por quê?
— Não!
— Simplesmente pelo fato dela ter vindo me afrontar. Ela é uma linda
mulher, sabe?! Ela me falou um monte, mas sabe, Giuliano, eu nunca me senti
bonita, devido ao fato do meu ex-namorado viver me chamando de gorda, feia,
barriguda, pouco seio, que havia mulheres mais bonitas que eu, me chama de
lixo, de resto dos outros, e veja bem, eu perdi minha virgindade com ele. Você
vai entender onde quero chegar.
— Pode continuar, Gio! Mas só quero dizer uma coisa, ele era um
tremendo de um filho da puta!
— Sim! Enfim, um bom tempo depois, eu terminei com ele, emagreci
bastante e realizei meu sonho, que era minha cirurgia, tirei a barriga e coloquei
meu silicone, ninguém sabe disso, estou contando para você, mas como eu disse,
você vai entender onde quero chegar. Depois do que ouvi da sua amante ou ex-
amante.
— Ex-amante, Giovana!
— É isso o que você diz, mas não é o que ela pensa! E isso não vem ao
caso, não no momento, depois do que ouvi dessa Rafaela, ela é linda! Mas eu me
senti tão bonita, pela segunda vez na minha vida e em meus vinte e cinco anos
de idade, eu senti que alguém me olhava, não como uma piada, mas como uma
mulher bonita. Eu me senti lisonjeada e elogiada. Eu tenho consciência de que
estou bonita, mas de que sou bonita, é a segunda vez!
— E quando foi a primeira?
— Quando vi admiração em seus olhos a ponto de você me chantagear
para eu ser sua amante, sabendo do senso de responsabilidade que tenho e como
levo a sério meu trabalho. — Giovana viu o queixo de Giuliano cair.— Então, de
verdade, eu não me importo com o que ela disse, eu me sinto linda sabendo que
uma mulher me vê como potencial perigo, eu de verdade, não quero perder o
meu emprego, porque eu amo o que eu faço, eu aprendi a gostar de te atender,
como secretária, ter o Matt ao lado, pra mim é maravilhoso, o Matt é como um
irmão para mim. Eu amo trabalhar com TI e estou amando aprender sobre a
vitivinicultura, além do que você me deu orgasmos maravilhosos! E você
realmente tinha razão quando disse que eu só poderia sair ganhando se eu
aceitasse por livre e espontânea pressão ser sua amante. Giuliano, eu de boba, só
tenho a cara e o jeito de andar e falar! Então, eu seria muito idiota se entrasse na
pilha da sua ex.
Giuliano estava sem palavras, pela primeira vez. Quem caíra na teia de
quem?
— Giovana, eu nem sei o que te falar!
— E nem precisa! Mas tem uma coisa que eu quero saber.
— O que?
— Quando você vai me comer dentro da piscina como me prometeu
ontem à noite?
— A hora que quiser!
— Então, vamos!
A calma e sorriso dela o deixaram assustado. Ele não entendia o porquê,
parecia que ela não fazia questão dele e nem do sexo deles, era como se ele fosse
apenas mais um que ia passar na vida dela.
"Giuliano, acho bom pensar em algo para fazer com que essa doida
fique na sua vida por todo tempo do mundo!", ele disse a si mesmo.
— Matt!
— Oi Gio!
— O Giuliano disse que ia me ciceronear por Napoli. Qualquer coisa,
você me liga, tá bom?
— Claro, gatinha!
— Vamos, Giuliano?
— Tá. — Disse ele sem saber o que falar.
Matt levantou a mão e colocou o óculos escuros, Giovana bateu em sua
mão.
— O Giuliano parecia meio perdido, não acha, Matt? — Perguntou
Sabrina com sua habitual curiosidade.
— Você achou?
— Ah sim!
— Que tal a gente se perder por aí, Sabrina?
— Oi?
— Isso o que você escutou.
— O que quer dizer?
— Ah, você sabe!
Sabrina semicerrou os olhos.
— O último que chegar na piscina paga o jantar. — Disse Sabrina saindo
correndo do restaurante com Matt atrás rindo.
Giuliano e Giovana chegaram esbarrando em tudo na casa de Giuliano,
ela acendeu a luz desajeitadamente enquanto ele a beijava com paixão. Ele
derrubou um caríssimo vaso de cristal que havia comprado na Turquia, enquanto
ela arrancava sua camisa, ele a pegou no colo e subiram as escadas quase caindo.
Ela arranhava suas costas enquanto ele a beijava mais e mais
profundamente. Aquele homem ia fazê-la gozar horrores.
— Pra onde está me levando?
— Pro quarto!
— Não senhor! Piscina! Agora!
— E a roupa de banho, doida?
— É mesmo! Havia me esquecido!
Eles voltaram a se beijar e quase caíram na cama de vez. Giuliano a
levou para a piscina sem deixar de beijá-la, ele estava duro e ela estava adorando
sentir a rigidez do pau dele.
— Ah, Giuliano Vulcano, hoje você é só meu! Vem me comer, vem!
Ele a deitou com delicadeza na confortável espreguiçadeira de madeira,
ela era suspensa e tinha uma pequena cobertura, a piscina de Giuliano era alta, e
parecia não ter fim.
— Vou te comer aqui nessa cadeira!
— Não vai, não, signore Vulcano! Pode aquecer essa piscina, porque
hoje, quem vai te comer sou eu! Até porque eu nunca vi uma banana comer uma
boca!
— Olha, ela é esperta!
— Até demais para o meu gosto! Agora pare de falar e venha me chupar!
— Caralho, Giovana, como você é gostosa!
— Eu sei!
— Cretina!
Giovana riu.
— Giuliano.
— Oi?
— Eu quero mergulhar nessa piscina!
— Vai me deixar esperando mesmo?
— Sim!
— Já te chamei de cretina hoje?
— Já!
— Então vou chamar de novo! Cretina!
Giovana riu e Giuliano deu passagem para ela, antes que ela pudesse sair,
ele a puxou pelos cabelos.
— Ai!
— Venha cá!
Ele levantou o vestido dela e baixou sua calcinha, ela estava molhada.
— Você só vai colocar aquele biquíni indecente depois que eu te comer,
sua cachorra! — Ele sabia que o ponto fraco dela, depois do clitóris era a orelha,
ele a mordeu e sentiu-a derreter-se.
Ele baixou o zíper da calça e Giovana colocou a mão dentro da cueca
dele e começou a bater punheta nele, enquanto ele dava atenção ao seu pescoço,
ele virou seu rosto e a beijou, Giovana inclinou a bunda e Giuliano a fez apoiar-
se na espreguiçadeira, ele a penetrou tão fundo que ela deu um gritinho.
— Te machuquei?
— Não! Cala a boca e me come, seu filho da puta!
Giuliano metia nela tão gostoso.
— Vamos na outra espreguiçadeira, Giu?
— Vamos, Gio!
Giuliano a conduziu ainda dentro dela até a espreguiçadeira de chão, ela
ficou de quatro e ele teve a visão daquela lua que ela chamava de bunda, ele
puxou seus cabelos e segurou-a pelo ombro para diminuir a distância entre eles.
Giovana estava com o útero tão baixo que Giuliano sentiu que a estava
incomodando um pouco.
— Deite-se de barriga pra cima.
— O que?
— Agora!
Ela o fez e ele se enterrou nela. Ele a beijou enquanto ela segurava seus
cabelos, ele mordeu-lhe a orelha e sentiu-a explodir no pau dele.
— Giuliano! — Ela gritou seu nome.
Ele se derramou dentro dela.
Capítulo 14
Giovana acordou numa cama gostosa e confortável. Se espreguiçou e
sentou-se dolorida, sorriu, ela lembrou-se de que fora por causa da tórrida noite
de sexo com Giuliano.
"Italiano filho da puta!", ela pensou sorrindo.
Ela desceu para a sala e viu numa das portas uma sala de música, ela viu
no centro da sala um lindo piano branco, a janela estava aberta para um lindo dia
que parecia um quadro, as cortinas dançavam ao sabor do vento marinho que
entrava pela janela aberta, Giovana sentou-se no piano. Será que ainda sabia
tocar? Arriscou umas notas e lembrou-se de uma música clássica composta por
um jovem italiano. Ela fechou os olhos e começou a tocar.
Giuliano estava sentado na cozinha, olhando uns e-mails esperando sua
bela brasileira acordar quando ouviu um piano sendo tocado, ele parou para
ouvir e fechou os olhos.
— Será possível? — Ele perguntou-se baixinho. — Me deixa ver!
Ele foi até a sala de música pé ante pé, sorte que estava descalço, então
ele a viu, estava de camisola ainda, cabelos negros soltos, de cabeça erguida
como se estivesse olhando para o teto, viu seu pequeno Vesúvio tocando piano, a
visão era tão bonita. Ele cruzou os braços e encostou-se no batente da porta
fechou os olhos e saboreou a música que ela estava tocando, o vento soprou e ele
abriu os olhos, viu o vento passar seus longos dedos pelos cabelos de Giovana,
ela literalmente bebia a música que tocava. Era como se a música a alimentasse,
agora entendia o porquê dela não parar mais de dançar quando ouvia a música da
balada que tanto gostava. Ela se rendia a música como se rendia a ele quando
estavam fazendo amor, era muito intenso! Era quase insano o modo como ela o
incendiava, sabia que havia paixão escondida dentro dela, mas não imaginava
que era um vulcão de emoções, e aquela música expressava aquilo.
Giovana podia sentir o vento acariciando seus cabelos, era uma carícia
mágica e sensual, fazia anos que não tocava um piano, mas seus dedos tinham
memória e ela se deixou levar, quando era mais nova ia na Escola de Música do
Estado de São Paulo - Tom Jobim, ela era apaixonada por piano e quando passou
pela escola perguntou se poderia tocar. O professor perguntou se ela sabia tocar
piano e ela disse que já tinha visto e tocado um, numa loja de música, mas que
queria muito tocar aquele, o professor deixou e se surpreendeu, isso era final de
ano, em janeiro do ano seguinte, Giovana estava tendo aulas de piano na Escola
de Música. Mas sua vida tomou outros rumos, e ela abandonou o que seria uma
carreira promissora.
Quando ela terminou ele bateu palmas.
— Bravíssimo!
Ela deu um pulo da cadeira.
— Não queria te assustar! Scusami!
— Ah, não tem problema! Eu nunca tenho uma plateia mesmo. Desculpe,
eu vi seu piano e não resisti.
— Não tem problema! Fique a vontade! Pode ficar o dia todo tocando se
quiser. Eu não vou achar, ruim!
Giovana sorriu.
Ela voltara de Napoli renovada. Foi para casa e Giuliano entrou com ela.
— Ciao dona Martina!
— Ciao, ragazza! Achei que não ia voltar mais!
— Bem que eu queria, viu, tirar umas férias desse daqui! - Disse ela
apontando para Giuliano que revirou os olhos.
Dona Martina sorriu. Ela percebera que os dois estavam mais próximos,
pareciam até um casal.
— Deixe suas coisas aí que eu arrumo para você, ragazza! Signore
Vulcano vai ficar para o lanche da tarde e para a janta?
— Não, signora Martina! Mas, grazie pelo convite. Vou dar um descanso
para minha secretária. Amanhã começamos as migrações do novo cliente e ela
vai ter que se esconder debaixo da mesa dela se não quiser fazer hora extra!
— Mamma! — Choramingou Giovana.
— Venha, Giovana! Me leve até a porta, amanhã vamos ter um longo dia.
— Verdade!
— Signora Martina, per favore, ensine essa ragazza a fazer caffè, porque
ela vive me servindo aquela água suja me engando me dizendo que é caffè!
— Pode deixar, signore Vulcano! - Disse dona Martina rindo.
— Olha só! Agora quem irá fazer os seus caffès será você, Giuliano
Vicenzo Vulcano!
— Venha até a porta se despedir direito, sua mal educada!
— Eu sou mesmo, não tive pais para me ensinar nada, signore Vulcano!
— Disse ela o acompanhando.
Ela saiu porta a fora e ele a abraçou na escada que dava para a calçada de
pedra. Ele a abraçou e a levantou para que ela ficasse do tamanho dele e a
beijou, deu-lhe um beijo estralado que a fez rir.
— Até amanhã, mia dolce ragazza!
— Até amanhã, chatice!
Mal sabia ela que tinha duas mulheres na plateia, dona Martina e a neta.
Giuliano beijou-a demoradamente e depois entrou no carro.
— Não se atrase amanhã, quero você mais cedo na empresa! — Disse ele
dentro do carro.
— Que horas? — Ela se abaixou para falar com ele.
— As seis! Precisamos arrumar um caffè da manhã decente para os
funcionários que irão fazer a migração e o pessoal de TI do cliente virá as nove.
— Tudo bem! Pode deixar comigo!
Ele tocou em seu rosto e deu-lhe mais um beijo. Ela o viu partir e sentiu-
se plena. Quando ela entrou em casa viu dona Martina preparando a mesa do
café da tarde e Beatrice a olhando com a mão segurando o riso. Dona Martina a
olhou com aquele olhar de sabe tudo.
— O que foi?
— Aconteceu alguma coisa que devemos saber, Giovana? Olha, não é
querendo nos meter na sua vida, mas nos preocupamos com você!
— Eu...
— Nós vimos vocês se beijando. — Disse Beatrice.
— Beatrice! — Disse dona Martina brava.
— Eu não sei o que está acontecendo entre nós dois, mas eu não sei se
estou pronta para contar, dona Martina! O que eu sei é que eu não sei de nada.
Nem sei como contar o que está acontecendo, porque é uma história muito
louca!
— Eu entendo! Fique à vontade para contar quando quiser, se se sentir
confortável, claro!
— Tem coisas que não são para o ouvido de Beatrice, dona Martina!
— Ah! Isso não vale! Não é justo!
— Fique quieta, Beatrice! Você calada já está errada!
Giovana riu.
— Dona Martina, eu vou tomar banho para tomarmos o nosso caffè da
tarde.
— Sì, ragazza!
Naquela noite, Giovana dera os presentes e umas duas caixas de
lembranças para dona Martina. Giuliano mandara um presente para Beatrice e
Dona Martina também.
— Só porque ele ama seu café, dona Martina! Aquele puxa-saco!
— Ele não é bobo!
— Não mesmo!
No dia seguinte, Giovana chegou as cinco e meia da manhã na Vulcano,
as recepcionistas chegavam as oito da manhã, hora em que o expediente
começava na Vulcano, ela subiu para o décimo quinto andar, foi para a copa e
preparou um caffè bem forte. Ela pegou duas xícaras e as preparou, uma com
açúcar para ela e outra sem, para Giuliano. Colocou a tampa térmica na xícara
dele e bateu o crachá na entrada, viu que a luz da sala dele estava acesa,
conhecia o perfume dele de longe, que por acaso andava de um lado para o outro
pelo andar.
Giuliano sentiu um cheiro de orquídea selvagem e caffè. Olhou para a
porta e ali estava seu objeto de desejos realizados na Terra segurando uma xícara
de caffè encostada no batente da porta de sua sala.
— Buongiorno, signore Vulcano! — Disse Giovana séria, usava um
vestido roxo berinjela tubinho de mangas compridas, meia fina preta e sapato
bico fino preto, os cabelos presos num coque alto. Em nada se parecia com a
Giovana do final de semana.
— Buongiorno, signorina Guerra! — Disse ele sorrindo. Ah aquele
sorriso deveria ser proibido em praça pública! Ele estava vestido de azul royal
com risca de giz, camisa azul clara e gravata azul royal, os cabelos sempre
penteados para trás brilhantes.
— Quer caffè? — Perguntou ela estendendo a xícara térmica dele.
— Aprendeu a fazer, pelo menos?
— Experimente! Só falta por açúcar.
— E por que não colocou?
— Porque você é muito folgado, Vulcano!
Novamente ele sorriu. Ele levantou-se e pegou a xícara, abriu a tampa e
cheirou o café, tomou um gole olhando nos olhos dela.
— Madonna mia! Que caffè amargo!
Giovana riu.
— Você fez de propósito, não é?
— Sì! — Disse ela rindo da cara dele.
— Pilantrinha!
"Será que ele vai me beijar?", ela se perguntava. Ele voltou-se para o
móvel onde ficava as xícaras e o açúcar, adoçou o café e depois experimentou.
— Ah! Agora sim! Tenho que admitir uma coisa!
— O que?
— Agora seu caffè não parece mais água suja!
— Ah é?
— É!
— Grazie, eu acho!
— Está mais para petróleo! Madonna mia, Giovana! Acordou mal-
humorada foi? Ou dormiu comigo?
— Bom se for contar o final de semana, sim, mas se contar ontem, não!
— Está explicado! Mia dolce ragazza, per favore, pare de fazer caffè! É
horrível! Não é querendo te ofender, mas se você não sabe fazer um caffè então
não sabe cozinhar!
— Vá a merda, Giuliano! — Disse ela revirando os olhos e saindo da
sala.
Ele a puxou pelo pulso e a virou para ele.
— Onde pensa que vai? — Perguntou ele a abraçando com a mão livre.
— Vou para a minha mesa!
— Não vai não! Se perguntou por que te chamei mais cedo?
— Pra começarmos as migrações do cliente?
— Essa foi a desculpa para dona Martina, não ia dizer na cara dela que
queria comer a protegida dela em cima da minha mesa! — Disse ele cheirando o
pescoço dela.
— Ela nos viu!
— Claro que viu!
— Quando nos beijamos. Ela e a Beatrice!
— Danadinhas! — Disse ele beijando o pescoço dela e colocando a
xícara de café dele no móvel. Ele pegou a xícara dela e colocou junto. — Agora,
suba nessa mesa!
— O que?
— Agora! Sente-se em cima da minha mesa! Estou mandando! — Ele
disse fechando a porta de sua sala.
— Giuliano você está louco?
— Sì! Passei uma noite horrível, não consegui dormir pensando em você
nua! Estou com o pau dolorido de tão duro que ficou!
— Giuliano!
— Pare de usar meu nome, abaixe logo essa meia fina antes que eu a
rasgue! — Disse ele colocando-a em cima da mesa e ficando de joelhos. — Não
me ouviu né? Agora toma! — Ele rasgou a meia fina dela.
— Giuliano!
Baixou sua calcinha e meteu-se no meio das pernas dela chupando sua
boceta, ela só teve tempo de fechar os olhos.
— Giuliano, per favore! Os funcionários podem chegar!
— Não estou nenhum pouquinho preocupado! E também não sei porque
está! Quer saber de uma coisa? — Perguntou ele se levantando.
— O que?
Ele a desceu da sua mesa e a fez se abaixar.
— Chupa minha rola, vai! Você fala demais!
Ela assim o fez, sabia que ele estava excitado e estava adorando aquilo.
Ela o chupou tão gostoso, sentia o pau dele latejando em sua boca, pegou suas
bolas e começou a massagear, ela olhou para ele e o viu olhando para o teto e
ouvia os sussurros dele de prazer, ela segurou o pau dele e teve acesso as suas
bolas e passou a língua na linha que tem nos testículos e ele ficou doido!
— Ah minha puta! Você chupa tão gostoso, Giovana! Vem aqui! — Ele a
pegou pelo pescoço e a beijou com atrevimento, deitou-a em sua mesa e ela
abriu suas pernas e ele a penetrou.
— Madonna mia, Giuliano! Devagar!
— Cala a boca! Antes que eu te deite no chão e te coma por inteiro!
Ele segurou-a pelos braços, mas o vestido estava atrapalhando-o a entrar
mais fundo dentro dela. Ele levantou o vestido dela até a cintura e abriu mais
suas pernas, trazendo-o para si, então a penetrou fundo, meteu com tudo dentro
dela e a viu gemer de prazer. Então tirou-a da mesa e a virou para que ficasse
apoiada na mesa, ele a inclinou e ela colocou as mãos na mesa, ele a penetrou,
adorava ver aquela bunda se arrebitar, deu-lhe um tapa em sua bunda e a viu
olhar com desejo para ele, segurou-a pelo ombro e meteu tanto nela, ela estava
adorando aquilo, e começou a se masturbar até que pegou nas bolas dele.
— Ah minha putinha, isso! Massageia minhas bolas, vai!
Giovana adorava pegar nas bolas dele e então sentiu e dedo dele no
clitóris inchado dela. Quando ele a tocou ela gritou:
— Giuliano! — Suas pernas ficaram bambas, como ela chegara tão
rápido?
— Isso, minha putinha, goza gostoso no meu pau! — Ele sentia o
orgasmo dela e ela apertando seu pau com a boceta e seus testículos com a mão,
ele rapidamente gozou gostoso. Deu as três últimas estocadas jorrando seu
esperma dentro dela. — Madonna mia, Giovana! Já comi várias mulheres, mas
igual a você está para nascer! Mulher gostosa! Não tenho vontade alguma de sair
de dentro de você.
— Mas é melhor sair, Giu, daqui a pouco esse escritório estará cheio!
— Ah não! Que horas são?
— Seis e meia!
— Temos mais uma hora e meia, doida!
— Não, Giu, eu tenho que comprar uma meia fina nova!
— Como? As lojas ainda não abriram!
— Verdade!
— Não vai escapar de mim, sua gostosa! Vou te comer até eu me cansar
de você!
— Será que você não vai se cansar?
— Vamos tentar, mas duvido muito!
— Que bom! — Disse ela se virando de frente para ele, abraçando-o e o
beijando, pegou no pau dele e começou a bater uma punheta e sorriu para ele,
então lembrou-se. — Espera Giuliano.
— O que foi, Giovana?
— Eu tenho que tomar meu anticoncepcional.
— Vai logo!
Giovana levantou a calcinha e baixou seu vestido, foi até a bolsa e pegou
a pequena cartela, colocou um comprimido na boca e guardou a cartela na bolsa,
voltou para a sala de Giuliano e tomou um gole de café enquanto ele se
apoderava de seu pescoço.
Giuliano voltou para dentro dela, sua meta era deixá-la esfolada. E ele
iria conseguir.
Após a hora do almoço, Lisa chamou por Giovana:
— Gio, chegou um convite para o signore Vulcano!
— Quando voltarmos do almoço eu pego com você.
— Tudo bem!
— Vamos almoçar no restaurante do Rafael hoje? Eu, você e a Sabrina?
— Vamos!
— Então combinado! Assim que eu terminar aqui, eu te aviso!
— Fechado!
Giovana desligou o telefone e foi até a baia de Matt e Sabrina.
— Sabrina, vamos almoçar hoje você, Lisa e eu?
— Por que ninguém nunca me convida? — Perguntou Matt se fazendo de
sentido.
— Porque vamos falar de coisas de menina!?
— Vocês ficam me excluindo, só porque eu sou cabeludo!
Elas riram.
— O que está acontecendo por aqui?
— Giuliano, as meninas e eu iremos almoçar tá bom?
— Não!
— Oi?
— Vamos a um almoço com um cliente hoje.
— Mas, Giuliano não tem nada na agenda.
— Entrou agora!
— Vamos outro dia, Gio! Eu aviso pra Lisa!
— Desculpa, Sabrina! Eu vou lá na recepção pegar o convite que chegou
pro Giuliano, — Disse Giovana de ombros baixos. — Bom almoço pra vocês!
Sabrina ligou para Lisa enquanto Giovana ia para a recepção.
— Lisa eu vim pegar o convite do Giuliano!
— Ah tá bom! A Sabrina me disse o que aconteceu. Amanhã nós vamos!
— Desculpa, Lisa!
— Fique tranquila! Trabalhar direto com o signore Vulcano é assim
mesmo! Aqui está o convite!
— Obrigada! Bom almoço!
— Pra vocês também!
Lisa e Sabrina saíram para almoçar junto com todos os outros
funcionários enquanto Giovana voltava para sua mesa e lia o convite antes de
levar para Giuliano.
— Giovana!
— Sim, Giuliano?
— Que convite é esse?
— Estou tentando descobrir! Você vai continuar a me chamar ou vai me
deixar ler isso aqui?
— Leia logo e em voz alta.
— Espera! O signore está convidado para o coquetel de lançamento da
Rose's House.
— Conheço os donos. Ótima oportunidade para angariar clientes.
Quando e onde vai ser?
— Será sexta à noite, no Champs Élysées?! Oi?!
— A Rose's House fica em Paris, cara mia! Quantos convites tem aí?
— Dois!
— Ótimo! E o traje?
— Black tie.
— Amanhã sairemos pra comprarmos um vestido pra você!
— Oi?
— Isso que você ouviu! Agora vamos almoçar porque eu estou morrendo
de fome!
— Tá bom! Vamos almoçar onde?
— Você vai ver!
Giuliano levou Giovana para sua casa.
— Sério, Giuliano? Seu apartamento?
— Sì! Você vai saborear hoje da minha comida!
— E depois?
— Você será minha sobremesa!
— Giuliano, pelo amor de Dio! Você quer me deixar esfolada?
— Espertinha! Mas antes, vamos comprar suas meias finas, signorina!
— Ah, obrigada! Finalmente vamos fazer algo que não seja relacionado a
sexo!
— Que triste!
Eles entraram numa loja de departamento que ficava próximo ao
apartamento de Giuliano e de lá foram para o apartamento dele. Ele morava na
cobertura, o porteiro eletrônico solicitou a digital de Giuliano e nisso subiram
por um elevador que não tinha números.
— Ué? — Perguntou Giovana.
— O porteiro eletrônico sabe exatamente em que andar cada morador
sobe, então quando você bate a digital, o elevador sobe sem fazer paradas nos
outros andares.
— Entendi! Sabe que não entendo muito dessas coisas não é?
— Pra uma secretária você entende muito bem de TI.
— Como assim?
— Tem pessoas que não se interessam em aprender e tem pessoas que se
interessam. No seu caso, você gosta de aprender e isso é louvável, espero que
você continue com essa sede de aprendizado. — Disse ele sorriso com malícia.
— O que quer dizer com isso, Giuliano Vicenzo Vulcano?
— Você vai saber! — Disse ele beijando o pescoço dela. Ele mordeu-a
com delicadeza, estava louco pra enfiar a rola nela mais uma vez e todas as
vezes que pudesse. Estava de pau duro! Caralho!
O elevador parou no vigésimo quinto andar. As portas se abriram e deu a
visão de uma porta de vidro, do lado esquerdo havia um número vinte e cinco de
inox na parede com um estrado de madeira, lia-se "Giuliano Vicenzo
Vulcano" em letras de metal e algo que parecia ser uma caixa de correios.
Giuliano pegou uma pequena chave e abriu a portinha.
— Já falei para mandarem as cartas pro escritório, mas não adiantou
nada! Inferno! — Disse ele pegando as correspondências e entregando para
Giovana. — Guarde-as, per favore, quando estivermos voltando para o escritório
você me diz o que é!
— Está bem! — Disse ela guardando na bolsa as correspondências.
— Mais tarde, per favore, peça aos bancos que mudem o endereço de
entrega está bem? Estou mais na empresa do que em casa!
— Tudo bem, Giuliano! Pode deixar comigo que eu resolvo isso pra
você!
— Ótimo! Agora vamos resolver outra coisa. — Disse ele pegando a
chave do apartamento, que parecia um crachá e abrindo a porta.
— Ah é? O que?
— Nossa fome! — Disse ele abrindo a porta dando passagem para ela
entrar. — Signorina!
— Grazie, signore Vulcano!
— Não se faça de virgem e entre logo, per favore!
— Você já foi à merda hoje , Giuliano?
— Não, grazie!
Ela entrou no sóbrio apartamento de cor azul marinho e branco. Ficou
encantada com os simples e caríssimos móveis de Giuliano.
O bar que ele tinha havia várias taças para os variados tipos de bebida,
taças de cristal que ela sabia que seu salário não pagaria meia taça. Giuliano
tinha um excelente gosto para roupas, perfumes, sapatos e relógios. "Coisas de
italiano!", como dona Martina e nona Isabella não cansavam de lhe falar.
Giuliano colocou suas coisas no sofá e se dirigiu à cozinha que tinha uma
bela ilha de mármore com banquetas.
— Sente-se mia bella ragazza!
— Está bem, signore Vulcano!
Giuliano tirou sua camisa e a pendurou no closet próximo a porta de
entrada do apartamento, voltou para a cozinha e colocou seu avental azul, abriu
um vinho branco e começou a cantar a peça "As Bodas de Fígaro", serviu a
ambos e Giovana o viu preparar uma salada e um antepasto de berinjela:
— Mangia, mia bella ragazza!
— Giuliano, você quer me engordar, não é?
— No! Mangia!
— Como sabe que amo berinjela!
— Sei muitas coisas sobre você, mia bella Giovana!
Ele era tão versátil na cozinha, parecia que nascerá ali, enquanto
colocava algo no fogo ele comia com ela.
Eles almoçaram pasta de espinafre recheado com ricota regado no molho
branco com champignon e ervas finas.
— Mamma, estou cheia!
— Agora a sobremesa!
— Giuliano, eu não consigo comer mais nada!
— Gelato de nata!
— Opa, eu quero!
— Ué? Achei que estivesse cheia.
— Nunca para um gelato de nata.
— Quer calda de chocolate?
— Claro!
Giuliano despejou calda quente de chocolate.
— Isso é golpe baixo, Giuliano!
— E quem disse que com você eu jogo limpo?
— Verdade! — Giovana olhou as horas. — Precisamos ir!
— Não precisamos não! Eu bloqueei a agenda e essa tarde é toda nossa!
— Giuliano, você tem compromissos!
— Já disse que bloqueei tudo! Agora fique quietinha e me siga. Vou te
comer gostoso debaixo do chuveiro.
Giovana arregalou os olhos enquanto Giuliano a conduzia pela mão. Ele
levou as mãos deles até o seu ombro. Quando chegaram na luxuosa suíte ele a
beijou com fúria.
— Estou desde cedo louco para terminar o que comecei!
— Ah é? E o que é?
— Te comer sem pressa, degustar de você e dessa sua boceta
maravilhosa!
— Me sinto lisonjeada, eu acho.
— Então se sinto mesmo, porquê quando gosto muito de algo ou de
alguém, eu não me canso! — Disse ele na orelha dela, ele mordeu-lhe o lóbulo
da orelha e a viu se arrepiar.
Ele se enterrou nela debaixo do chuveiro e a comeu com vigor. Ele sabia
que por ser muito grande poderia machucá-la, ele sabia que estava exigindo
muito dela na cama, mas ele não queria que ela saísse de sua cama e vida nunca
mais!
Capítulo 15
O telefone de Giuliano tocou e o acordou.
— Ciao!
— Giuliano, onde você está?
— Em casa, Matt. O que foi?
— Precisamos de você aqui na empresa agora!
— O que aconteceu?
— Cara, você se esqueceu que a migração começa agora a noite?
— Que horas são?
— Dez da noite! Você e a Giovana saíram e não falaram nada. O CEO da
empresa está aqui!
— Calma, Matt! Estou indo! O pessoal da equipe já está aí?
— Sì! Estamos aguardando você e a Giovana!
— Tá! E onde ela está?
— Não sei! Liguei para signora Martina e ela não está lá, não chegou
depois do trabalho.
— Está bem! Vou ver se consigo localizá-la e estou indo já, daqui uma
hora estou chegando!
— Uma hora?
— Sì! Se continuar a falar comigo vai me atrasar! Ciao!
— Ciao!
Ele desligou o telefone e beijou a cabeça de Giovana, que estava olhando
para ele.
— Não sabe onde estou, Giuliano Vulcano?
— O CEO Giuliano Vulcano não sabe, mas o Giuliano Vulcano sabe!
— Olha, e onde está a Giovana?
— A secretária Giovana Guerra eu não sei, mas a Giovana Guerra está
deitada nos meus braços.
— Olha, ele é esperto!
— Mais do que você imagina! Agora venha aqui, ragazza!
— O que vai fazer?
— Te comer mais uma vez, antes que liguem de novo enchendo o nosso
saco! Temos um cliente a nossa espera! E você liga pra signora Martina e avise
de que vai passar a madrugada na empresa. Vamos passar lá e você troca de
roupa e já pega uma troca de roupa porquê vamos virar a noite.
— Tudo bem!
— Ei! Onde está indo?
— Pro banheiro e ligando pra dona Martina.
— Vocês mulheres conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo, não
é?
— Sim!
Giovana falou com dona Martina e ela separou uma muda de roupa.
Quando entrou no banho e mergulhou o corpo, sentiu duas mãos passando pela
sua cintura.
— Giuliano, o cliente está esperando!
— Eu sei! E vai continuar, até porque eu também estou esperando e você
querendo dar uma de difícil. — Disse ele sorrindo maliciosamente e colocando o
dedo no clitóris dela.
Quando Giovana se deu conta, Giuliano estava dentro dela e ela gritava
por mais.