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PERIGOSAS

O Herdeiro da Máfia Série a Máfia | Livro


1

NACIONAIS-ACHERON
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Camila Oliveira
Revisão: Lilian Lima Capa: Fernando Mix design E-mail para contato: co-
dias2012@bol.com.br

Copyright © 2017. Camila Oliveira


Esta é uma obra de ficção. Nome, personagens, lugares e acontecimentos descritos, são produtos da
imaginação do autor. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera
coincidência.
É proibido o armazenamento e/ ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer
meios – tangível ou intangível – sem o consentimento escrito da autora.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela lei nº. 9. 610/98 e punido pelo artigo 184 do
Código Penal.
Edição Digital | Criado no Brasil.

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Sinopse
Ao descobrir que estava sendo traída pelo seu namorado, Anne decidiu
dar um tempo na sua vida e viajar com a sua melhor amiga e sua irmã para
um lugar paradisíaco, para que possa esquecer todos os problemas que tem.
Em uma noite ela conhece um homem encantador, lindo e sedutor, mas
autoritário ao mesmo tempo e se apaixona. Só que ela não sabia que este
homem era o Capo da máfia Americana.
Uma única noite pode trazer grandes consequências.
Uma única noite uniu a vida deles para sempre.

Capítulo Um
- Nós tínhamos combinado essa viagem há semanas Anne - Amanda falou me
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olhando com raiva. Soltou um suspiro de cansaço. Eu não estou com


nenhuma vontade de ir nessa viagem, estou com a minha cabeça cheia de
problemas.
- Eu sei, mas não estou com cabeça para viajar. - Digo olhando para outras
pessoas sentadas nas mesas da cafeteria.
- Você não pode ficar triste por alguém que não lhe merece. – Diz ela
segurando a minha mão por cima da mesa. - Você Anne, merece alguém
melhor do que ele.
Dou um pequeno sorriso para ela. Já fazia algumas semanas que descobri que
Jonas, meu ex-namorado, estava me traindo. No começo me perguntei o
porquê dele ter feito isso, mas desisti de tentar encontrar uma resposta para
isso. Nada iria mudar o que aconteceu.
- Eu sei, mas ainda não estou bem. Prefiro ficar em casa.
- De jeito nenhum! Você vai nessa viagem nem que eu tenha que lhe arrastar
até o aeroporto.
Reviro os meus olhos para ela. Amanda parecia impaciente.
- Até Carla vai – Murmura.
Olhei-a de relance. Fazia um bom tempo que não via minha irmã.
- Vamos Anne, por favor!
Ela faz um biquinho e pisca os olhos. Fico séria olhando-a, eu sabia que ela
não iria desistir, até que eu concordasse de ir nessa viagem. Mordo o meu
lábio inferior e fiquei pensando se deveria ir, se eu não for Amanda não vai
me perdoar e se eu for irei fazer a minha amiga feliz e talvez eu possa
esquecer tudo que está acontecendo comigo nessas semanas, que está sendo
um inferno para mim.
- Ok! Você me convenceu. Que horas sai o voo amanhã?
- Às duas da tarde - Amanda tinha um sorriso no rosto. - Você não vai se
arrepender de ir nessa viagem.
- Tomara!!!
- Ah! Vai ser o máximo. – Diz ela, batendo palmas.
- Por que tanta empolgação?
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- Por nada. Faz tanto tempo que não saímos de Nova York, que até fico
animada com uma simples viagem de férias.
Fazia mesmo um bom tempo que não tirávamos férias. Encosto-me à cadeira,
pego minha xícara, bebericando um pouco meu café e pensando no que Jonas
fez comigo, será que eu merecia a sua traição?
- Sabe Amanda, me pergunto por que ele fez aquilo, o nosso relacionamento
era tão sem graça assim? Que o fez ir atrás de outra? - Falo de repente.
Amanda me olhou por um instante e suspirou.
- Eu não sei, mas posso dizer uma coisa: Jonas é um babaca! Pode ter ido
atrás de outra para satisfazer o ego masculino dele. Mas nisso, perdeu uma
mulher maravilhosa! É a única coisa que posso afirmar com certeza. E um dia
ele vai ver isso e irá se arrepender por ter lhe traído, minha amiga.
- Eu tinha imaginado minha vida inteira com ele. – Sussurrei tristemente. E
senti os meus olhos ficarem marejados.
- Posso lhe dá um conselho? - Confirmo com a cabeça. - Não pense nele, pois
ele não merece nem um suspiro que você solta.
- Você está certa, não irei mais pensar nele. - Digo depois de uma respiração
dura, me controlando para não cair em lágrimas na frente dela. - Irei nessa
viagem, esquecerei todos os meus problemas e me divertirei um pouco.
- É assim que se fala! - Ela sorriu para mim.
Olho para o meu relógio de pulso que marcava duas da tarde, nem tinha visto
o tempo passar. Era bom conversar com Amanda, eu me sentia mais leve com
a minha amiga, e também me sentia menos sozinha. Passar horas no meu
apartamento olhando para a TV não estava me ajudando, me sentia
melancólica e ficava pensando em Jonas o todo tempo. Eu estava tentando
esquecê-lo, mas sempre me lembrava dele quando estava só. Eu até passo
horas a mais na redação para não me lembrar dele. Mas está impossível, a sua
traição me atormentava todas as noites antes de dormir. Mas eu sei que um
dia ainda irei esquecê-lo. E encontrarei uma pessoa que me faça feliz. Olho
para Amanda que estava falando sem parar. Deixei a xícara em cima da mesa
e peguei a minha bolsa.
- Tenho que ir, eu ainda vou terminar algumas coisas na redação.
-Tudo bem, nós nos vemos amanhã. - Me despeço dela e saio da cafeteria.
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Peguei minha chave de dentro da bolsa, e vou para o carro. Entro no mesmo,
coloco o cinto de segurança e dou partida.
Ao parar em um sinal, viro a cabeça para o lado e fico olhando as pessoas
andando felizes pelas ruas. O que parece é que todas as pessoas estão felizes,
menos eu. Isso era irritante. Talvez Amanda tenha razão, eu não devo mais
lembrar do Jonas e seguir a minha vida adiante. Irei nesta viagem e
esquecerei todos os meus problemas e talvez eu possa conhecer alguém que
possa me fazer bem.
Ao chegar à minha casa, deixei minha bolsa em cima da mesinha do hall, e
vou para a cozinha, abro a geladeira, pego uma garrafa d’água e um copo,
coloco a água e guardo a garrafa. Vou para a sala em direção à minha
escrivaninha, que fica ao lado da porta da sacada, sentei-me na cadeira,
coloco o copo na mesa e abro o notebook.
Quando o mesmo ligou, confiro o meu e-mail e vejo alguns relatórios sobre
alguns acontecimentos que houve, abri o primeiro e-mail e era sobre um
desfile de moda, que prometia ajudar Amanda a fazer o documentário dos
acontecimentos, daqui a um mês, anotei na minha agenda, para não esquecer,
e fui olhar os outros e-mails.

****

Quando acabei de trabalhar, me sentia exausta, levantei da cadeira, senti o


meu corpo rígido. Alonguei um pouco o meu corpo, olhei o relógio no meu
pulso que marcava quase sete da noite, nem tinha visto o tempo passar. Ando
até a cozinha e procuro algo para fazer, pego uma panela, a enchi de água e
coloco em cima do fogão, decido pelo frango que tinha na geladeira, o cheiro
para ver se estava bom, o coloco no micro ondas para esquentar. Assim que a
água ferveu coloquei o macarrão.
Depois que a comida ficou pronta coloquei tudo em um prato e voltei para a
sala, sentei-me no sofá, liguei a televisão e procurei um filme para assistir e
decidi por um filme de comédia romântica, fiquei olhando para o casal do
filme que brigavam direto, mas se amavam loucamente. E me imaginei sendo
uma personagem de um filme, a minha personagem seria atraída pelo
namorado, que preferiu a secretária peituda e de cabelos tingidos de loiro. E
agradeço por ser loira natural.
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Depois de terminar de comer, deixei meu prato na pia. Vou para o quarto, tiro
o meu vestido preto que ia até os meus joelhos e os meus saltos da mesma cor
do vestido. Entrei no banheiro, prendi o meu cabelo em um coque frouxo. Ao
ligar a água e a mesma bater no meu corpo, senti que relaxei um pouco, fecho
os meus olhos e encosto minha testa no azulejo frio do box. Fiquei no banho
por mais alguns minutos. Ao sair peguei uma toalha e me enxuguei, voltei
para o quarto, vesti uma camisola de seda branca, que ia até a metade das
minhas coxas, arrumei os meus cabelos e deitei na cama. Viro de lado e fico
olhando para a janela do quarto que iam do teto ao chão e que estava coberta
por uma cortina creme. Mas eu conseguia ver que as luzes lá fora piscavam e
isso me deixava calma. Fechei os meus olhos e tentei descansar o meu corpo
que estava exausto.

****

Sou acordada com um barulho do meu celular, abro os olhos e pego o mesmo
que estava em cima do aparador ao lado da cama, desbloqueio a tela e vejo
uma mensagem de Amanda.
“Querida Anne o nosso voo sai daqui à uma hora e meia, e nada de você
chegar!
Cadê você? ”

Amanda Evans.

Olho a hora pelo celular e já era quase uma da tarde, dei um pulo da cama e
andei até o banheiro tirando a minha roupa. Tomei um banho rápido e tentei
não molhar o meu cabelo, saí do banheiro e corri até o closet, coloquei uma
calça jeans branca, uma blusa sem mangas da cor azul e peguei por último
uma sapatilha branca para combinar com a calça, sai do closet apressada.
Volto no banheiro pegando meu relógio de pulso e meus brincos. Arrumo
meus cabelos em um rabo de cavalo e saio do banheiro. Peguei minha mala
que tinha feito ontem à noite antes de dormir.
Ao chegar à sala vou até a minha escrivaninha, pego algumas papeladas que
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iria lê no voo, as coloco na minha bolsa e verifiquei se não estava esquecendo


nada. Olho mais uma vez o meu apartamento e saí.
Apertei o botão do elevador várias vezes - eu sabia que quando eu chegasse
ao aeroporto Amanda iria me matar por chegar atrasada - o elevador se abriu
e entrei, apertei o botão do térreo, olhei para cima vendo os números dos
andares diminuir, mas parecia uma eternidade.
Quando as portas do elevador se abriram saio andando quase correndo,
acenei para o seu Paulo e saí do prédio, pela pressa toda me esqueci de ligar
pra um taxista, andei pela rua procurando um táxi, quando achei, apontei a
mão e ele parou na minha frente, abri a porta de trás coloquei minha mala
dentro e logo depois entrei.
Digo o destino para o taxista e senti o meu celular vibrar no bolso da calça, o
pego e era uma mensagem de Carla: “Diz que está chegando, Amanda está
quase dando um chilique aqui. ”
Carla Clark.
Respondo rapidamente:
“Fala para Amanda se acalmar, que já estou chegando, daqui a alguns
minutos estou aí. ”
Anne Clark.
Bloqueio à tela do celular e o guardo na bolsa, olho para a janela e fico
observando as pessoas andando apressadas, mulheres falando ao telefone,
tentando resolver algo urgente.
Fechei os meus olhos, encostei minha cabeça no vidro gelado e rezei para
Amanda não me matar quando me vê.

****

Quando o taxista parou na frente do aeroporto, paguei e saí apressada do


carro. Ando pelo aeroporto, desviando das pessoas. Olho para o meu relógio,
já tinham se passado cinquenta minutos - e nesse ato de olhar o relógio
esbarrei em uma pessoa que parecia ser um muro de concreto.
- Desculpe! - Olho para o homem que tinha esbarrado, ele era muito alto, de
cabelos castanhos bem arrumados para trás, e seus olhos eram de um
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castanho intenso, que nesse momento estavam me olhando com raiva.


- Olha pra onde anda! - Diz ele grosseiro. Parece que ele não escutou o meu
pedido de desculpas e sem pensar falei: - Idiota! – Murmurei. Virei-me e
voltei a andar. Mesmo um pouco distante escutei o ogro falar com a sua voz
rouca: - Olha como fala com as pessoas! - Tive vontade de esticar o dedo do
meio, mas me controlei. Não vou perder a minha paciência com uma pessoa
que não conheço.
Encontrei Amanda sentada na sala de espera, ela folheava a revista com raiva,
ela levantou seu olhar e me viu andando até ela.
- Até que enfim! - Diz se levantando, Carla olhou pra mim e também se
levantou.
- Desculpe, perdi a hora - Digo parando a sua frente dando um sorriso sem
graça.
- Ok! O importante é que você chegou há tempo. - Diz suspirando. Vejo que
ela tentava mostrar que não estava com raiva.
Confirmo com a cabeça, viro e olho pra Carla. A puxei para um abraço. Fazia
um bom tempo que não a via e sentia saudade da minha irmã caçula. Ela
retribuiu o meu abraço e ficamos assim por um tempo.
- Estava com saudade. - Digo baixo.
- Eu também. - Respondeu. Afastei-me dela e dei um sorriso. Sento-me e fico
esperando o voo ser chamado.

****

Depois de esperar mais alguns minutos o voo foi anunciado. Nós nos
levantamos e fomos até o portão de embarque. Dei o meu passaporte para a
mulher conferir, logo depois ela me entregou e andei até os portões de
embarque.
Sento-me na poltrona ao lado da janela do avião, Amanda se sentou ao meu
lado. Ela pegou sua revista que estava folheando antes. Peguei o meu celular
e fones de ouvido, os coloquei nos ouvidos. Fechei os meus olhos e tentei
descansar um pouco, porque demoraria até chegar ao Caribe.

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****

Ao desembarcar do avião, pego a minha mala. Mesmo dentro do aeroporto do


Caribe dava para sentir o calor lá de fora. E agradeci por ter vindo de blusa
sem manga.
Quando saímos do aeroporto para pegar um táxi, Amanda grita: - ENFIM
CARIBE! - Alguns passageiros, que também tinham desembarcado, olharam
pra nós, eles deveriam achar que Amanda fosse louca por estar gritando
daquele jeito.
- Amanda pare de gritar. - falo séria a olhando e apontei para o táxi a nossa
frente. - Entre logo no táxi.
- Estraga prazeres! - Resmungou, e entrou no táxi emburrada. Carla logo
entrou e por último eu entrei no carro. Assim que o carro começa a se
movimentar, fico olhando para a paisagem - a praia sempre me acalmava -
fico olhando para as lojas que tinham ali. Olho para pessoas andando pela rua
sem se preocupar com nada, e pessoas olhando as vitrines de roupas e
joalherias famosas.

****

O taxista parou na frente do hotel que iríamos ficar. Saí do carro e olhei pra
cima, o sol bate no meu rosto. Virei e fui até onde as meninas estavam,
peguei a minha mala que já estava no chão.
- Precisa de ajuda senhora? - Um funcionário do hotel perguntou, parando a
minha frente. Ele tinha um sorriso simpático no rosto. Sorri para ele e o
respondi: - Não obrigada! – Digo, colocando a alça da minha bolsa no ombro.
Ele assentiu e foi pegar umas das malas, que no caso eram muitas. Eu me
pergunto o porquê dela ter trazido quatro malas se nós só iremos ficar por
quase duas semanas.
Entrei no hotel - e me encantei com a beleza que o hotel tinha - vou até a
recepção, e atrás do balcão tinha uma mulher alta de corpo esguio, a pele dela
era bronzeada – por causa do sol – os seus cabelos eram pretos, estavam bem
arrumados em um coque bem feito e os seus olhos eram azuis. Ela deu um
sorriso treinado a me ver parada.

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- Boa noite! - Ela falou simpática – Em que posso ajudar?


- Boa noite, eu fiz uma reserva hoje mais cedo.
- A senhora pode me dizer o seu nome? - Perguntou olhando para o
computador a sua frente.
- Anne Clark. - Digo.
-Sim, está aqui senhorita Clark. - Diz pegando um cartão de acesso, me
entregando. - O seu quarto fica no décimo andar, quarto 129.
Agradeço-a e vou até o elevador, aperto no botão e espero. Assim que as
portas de aço se abrem, entro no elevador e aperto no botão do meu andar.
Fico olhando para a minha frente.
O elevador parou, saí, andando pelo corredor, que era bem iluminado. Paro
na porta que tinha o número 129, passo o cartão e a porta se destrancou,
acendi a luz do quarto - que tinha uma enorme cama no meio, coberta por
colchas roxas, tinha uma janela que ia do teto ao chão, uma poltrona que
ficava ao lado da janela e que era coberta por uma cortina roxa, uma cômoda
de madeira escura perto de uma porta, que deveria ser o banheiro. E uma
televisão de frente para a cama.
Deixo minha mala ao lado da cama, tiro as sapatilhas que já estavam
machucando os meus pés. Andei até a sacada do quarto, abri a porta de vidro
- e avistar do mar me deixou maravilhada - fico olhando para aquele mar azul
a minha frente. Fechos os meus olhos e senti a brisa bater no meu rosto. Essa
calmaria me deixava leve e tranquila. E por alguns instantes eu pude esquecer
todos os meus problemas.
Sou tirada dos meus pensamentos por algumas batidas na porta, saí da
sacada, para ir até a porta. Ao abri-la, olho para Amanda que já tinha trocado
de roupa e usava um vestido leve, da cor azul Royal. E os seus cabelos ruivos
estavam soltos e caíam como uma cascata pelos seus ombros.
- Vamos jantar?
- Claro, só vou tomar um banho. - Digo virando e voltando para o quarto,
escuto a porta ser fechada.
- Te espero aqui. - Diz ela se sentando na poltrona.
- Dez minutos – Falo já abrindo a mala, pego um vestido vermelho que ficava
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um pouco justo no meu corpo.


Depois do banho, saio do banheiro, já vestida, vou até a minha mala e pego
sandália de salto alto da cor preta, para combinar com o meu vestido.
-Uau!!! - Amanda falou me olhando de cima a baixo.
Sorrio para ela e pego um batom vermelho passando nos meus lábios.
-Como estou?
-Linda! - Ela se levantou e veio até mim. - Vamos?
Confirmo, pego minha bolsa de mão, saímos do quarto e fomos andando pelo
corredor até o elevador.
-Carla onde está?
-No restaurante esperando nós duas. - Diz mexendo no anel do seu dedo.
-Ok! - As portas do elevador se abrem e nós duas entramos.
Ficamos caladas, até chegar ao restaurante do hotel, Carla estava sentada em
uma mesa que ficava ao lado de uma janela que ia do teto ao chão, ela parecia
distraída com algo que olhava no seu celular. Amanda vai de fininho até ela.
- HAAAAA... - Carla deu um grito, e o celular quase caiu da sua mão, ela
segurou seu peito e suspirou.
-Tá louca? Você quase me matou de susto! - Diz com raiva. - Alguns clientes
do restaurante olhavam para a gente. Peço desculpa para eles. Amanda se
sentou rindo igual uma louca.
- Foi engraçado! - Diz jogando sua cabeça para trás e continuou rindo.
- Vai ter volta. - Carla falou em um tom de ameaça.
Balanço a minha cabeça e me sento na cadeira ao lado de Carla.
-Vocês duas parecem duas crianças. - Digo, elas se entreolharam e depois
olharam para mim.
- Nós não somos crianças. - Elas falaram juntas. Reviro os meus olhos e
peguei o cardápio que estava em cima da mesa. Escolho o que vou comer.
- Já escolheram? - Elas confirmaram, chamo o garçom e falo o que vou
querer.
Depois de ter jantado com as garotas, decido caminhar um pouco na praia
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sozinha, pois elas recusaram. Abri a porta, da lateral do restaurante, que dava
acesso à praia.
Desci os poucos degraus que tinham.
-Droga! - Digo quando meu salto afundou na areia, me inclino para baixo e
os tiros. Endireitei-me e tirei os cabelos do rosto. Começo a andar pela praia.
Sentir a areia nos pés me deixava calma. Olho para o mar, e vejo as ondas se
quebrando. Sentei-me na areia e fiquei olhando para o mar a minha frente.
Aqui sozinha comecei a pensar na minha vida, não tenho do que reclamar.
Sempre me pergunto o porquê do Jonas ter me traído, me entreguei a ele
como nunca tinha me entregado a ninguém. Fiz tudo por ele, e o que eu
recebi em troca foi um par de chifres. Eu o tinha conhecido no final da minha
faculdade, e desde então a gente namorava. Ele era um ano mais velho do que
eu, formado em Direito. Muitas vezes ele me trocou pelo seu trabalho, mas
eu o entendia e não ficava magoada por isso, o compreendia.
Lembro-me muito bem no dia que descobri a sua traição, eu estava indo vê-
lo no trabalho. Deveria ser umas onze da noite, fui para o escritório dele
para lhe fazer companhia. Tinha acabado de sair do elevador, e escutei
gemidos. Andei até onde vinham os gemidos sem fazer barulho, eu parei na
frente da porta da sala do meu namorado, fiquei estática sem saber se queria
mesmo abrir aquela porta e vê quem estava lá dentro. Respirei fundo e
toquei na maçaneta abrindo a porta.
Meus olhos se encheram d’água ao vê-lo, transando com a sua secretária, a
minha respiração ficou presa na garganta.
- Então é esse seu trabalho até mais tarde! - Minha voz saiu um pouco alta e
falhou no final. Eles se assustaram e a sua secretária saiu de cima dele e
tentou cobrir o seu corpo desnudo.
- Anne eu posso explicar. – Jonas falou desesperado, já colocando a sua
calça.
- Não precisa se vestir. - Limpo uma lágrima que tinha caído no meu rosto. -
Tenho nojo de você Jonas.
Viro-me e saio andando apressada. Apertei várias vezes o botão do elevador,
quando sinto ele me puxar pelo braço.
- Anne, eu…
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- Não quero saber de nada Jonas. - O interrompi - Só quero que me esqueça,


e também que um dia nós fomos namorados.
As portas do elevador se abriram e entrei no mesmo, aperto o botão do
térreo, assim que as portas tinham se fechado, me deixei chorar.
Saí do prédio, e fui direto para o meu carro.
Assim que o carro estava em movimento, meu choro aumentou mais e
comecei a soluçar. Eu não poderia acreditar que ele tinha me traído, eu fiz
de tudo por ele, me dediquei cada segundo da minha vida para ele e em troca
fui chifrada, pelo homem que eu pensava que me amava.
Saio das minhas lembranças - nada agradáveis - limpo a lágrima que tinha
caído no meu rosto e solto um suspiro trêmulo. Viro-me assustada ao ouvir
um barulho pela praia, procuro de onde veio o barulho, mas não acho. A praia
estava escura e silenciosa. Levantei da areia, pego meus saltos que estavam
ao meu lado. E começo a andar de volta para o hotel.

****

Deito-me na cama depois de tomar um longo banho. Cubro-me até os ombros


e fecho os meus olhos - me sentia cansada pela viagem e pelas lembranças
que me atormentavam essas semanas.
Viro-me, fico de lado e me aconchego mais na cama, fico pensando em
bobagens até que consigo dormir e fiquei feliz por não ter sonhado com ele.

****

Sou acordada com algumas batidas na porta - cubro minha cabeça para ver se
o barulho parava – mas vejo que não iria parar. Descobri-me e fui até a porta.
Ao abrir a porta olho para Amanda que estava parada na frente da porta - ela
vestia um biquíni verde esmeralda e usava um short jeans.
- O que faz aqui há essa hora? - Pergunto entrando e voltando para dentro do
quarto. Escuto ela fechar a porta.
- São quase duas da tarde – Respondeu, vindo atrás de mim.
- Deixe-me dormir mais um pouco. – Joguei-me na cama e puxei as cobertas
para cima do meu corpo.
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- Nada disso. - Ela puxa o cobertor do meu corpo. - Levanta esse traseiro daí,
porque não vou deixar você dormir o dia todo, enquanto o sol brilha lá fora.
- Estou cansada Amanda. - Cobri os olhos com o meu braço.
- Você pode dormir mais tarde. - Ela tira o meu braço do rosto, puxou meu
outro braço e me fez sentar. - Agora levanta dessa cama e vamos para a
piscina.
- Você não vai deixar mais eu dormi, né?
- Não, vamos logo! Carla está nos esperando lá na piscina.
Levanto da cama e vou até a mala, procuro um biquíni. - Pego um da cor rosa
claro e um short branco. Vou para o banheiro, tomo um banho rápido e visto
a roupa. Arrumo meu cabelo e saio do banheiro. Amanda olhava para o lado
de fora da janela, ao perceber a minha presença se virou e sorriu.
- Agora vamos! – Murmurou, indo até a porta, pego os meus óculos de sol e
vou atrás dela.
Ao chegar à área da piscina, encontramos Carla deitada em uma das
espreguiçadeiras que tinham ali, sentei em outra, que tinha ao lado dela, tirei
o short, e me deitei. Sinto o sol bater no meu corpo. Tudo que eu escutava
eram pessoas conversando baixo ou o barulho do mar, das ondas se
quebrando.
Fico mais um tempo deitada, me bronzeando um pouco, mas logo minha
barriga ronca, me lembrando de que eu não tinha comido nada. Sentei-me na
espreguiçadeira, chamei um garçom e pedi um suco de morango.
Fiquei olhando para as crianças que estavam brincando em uma piscina
pequena, própria para elas. As olhei por minutos, até que o garçom me trouxe
o suco, o agradeço e tomo um gole da bebida, isso não iria matar a fome que
estou sentindo, mas ia me sustentar até o almoço.
Deitei-me de bruços e tentei dormir um pouco, sentia o meu corpo cansado.
Depois de ter dormido alguns minutos na espreguiçadeira, almocei com as
meninas, passamos a tarde conversando e tomando drinks sem álcool, só
relaxando. Quando à tardinha chegou cada uma foi para seu quarto. Ao
chegar lá, tirei a minha roupa, vesti um roupão e me sentei na poltrona.
Peguei alguns relatórios que tinha trazido para a viagem. O primeiro relatório

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que li foi sobre um assassinato que tinha acontecido alguns dias atrás, eu
fiquei para organizar isso e mandar para Damon por e-mail.
Fiquei lendo os documentos que nem vi o tempo passar, quando olhei para o
relógio, que estava no aparador ao lado da cama, já era quase sete da noite.
Levantei-me da poltrona e fui direto para o banheiro, tirei o roupão e entrei
no box do banheiro. Liguei o registro d’água e fui recebida por um jato
d’água. Lavei os meus cabelos e fiquei mais um tempo debaixo d’água.
Depois de sair do banho, me enxuguei, parei na frente do grande espelho do
banheiro e fiquei me olhando no reflexo. Meus cabelos são loiros claros e vão
até os meus ombros, meus olhos são da cor azul escuro, e tenho um metro e
sessenta e quatro, meu corpo é magro, mas tenho curvas nos lugares certos.
Sou feliz com o corpo que tenho.
Pego um secador e começo a secar os meus cabelos, depois de secá-los, os
penteio e deixo com um pouco de volume. Volto para o quarto, procuro
alguma roupa para vestir e optei por uma saia longa da cor lilás e um cropped
branco, mostrando a barriga lisinha. Coloco um conjunto de calcinha e sutiã
preto. Quando estava colocando a saia alguém bate na porta, eu sabia que era
Amanda. Abro a porta e dou espaço para ela entrar, eu fechei a porta e voltei
a me ajeitar.
-Hoje vai ter um luau na praia vamos? - Ela se sentou na cama e começou a
mexer nas minhas coisas.
Olhei-a e assenti, peguei a cropped e o coloquei, terminei de me ajeitar e
saímos do quarto. Encontramos Carla no restaurante, jantamos caladas e
depois fomos para a praia. Às meninas foram para um bar improvisado que
tinha ali, fiquei em um canto mais afastado, olhando para as pessoas
conversando ou dançando, até que escuto uma pessoa falar no meu ouvido.
- Olha quem eu encontrei. - Virei e me deparei com o homem que esbarrei no
aeroporto.
Fiquei o olhando sem saber o que falar. E agora sem pressa eu consigo ver
como ele é alto e musculoso, seus cabelos castanhos estavam bem arrumados,
como da primeira vez que o vi, e seus olhos castanhos pareciam negros, por
causa da pouca luz, ele vestia um terno roupas casuais: bermuda e camiseta
de manga curta.

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- Não vai falar nada? – Percebi que estava o olhando por muito tempo.
Balancei a minha cabeça e tentei falar sem gaguejar.
- Ah… oi. - Falei sem graça.
- Oi. - Ele me olhou da cabeça aos pés. Fiquei um pouco sem graça, por ele
está me avaliando. E um silêncio constrangedor ficou pairando entre nós.
- É, desculpe por eu ter esbarrado em você e ter lhe xingado no aeroporto. –
Falo, tentando preencher o silêncio que tinha ficado entre nós.
- Sem problema, já me chamaram de coisas piores. - Falou dando um sorriso
de lado, e isso o deixou mais lindo do que é. Repreendo-me por pensar nisso.
E o silêncio ficou pairando mais uma vez entre nós, coço minha sobrancelha.
- Se me der licença, vou procurar a minha amiga. - Falei já saindo, antes que
eu conseguisse me distanciar ele me segurou pelo pulso.
- Aceita beber algo comigo? - Fala com a sua voz rouca. Fico olhando e
penso em recusar o seu convite. Olho para o bar, encontro Amanda e Carla
conversando com alguns homens, e sei que vou terminar esta noite sozinha.
- Aceito! - digo sem pensar, ele abriu um sorriso que me deixou boba. Soltou
o meu pulso, e colocou uma das suas mãos nas minhas costas e me guiou
para o bar. Sentamos nos bancos que tinham ali. Fiquei olhando o seu rosto,
quando ele fazia os pedidos ao barman, ele se virou para mim com os seus
olhos intensos.
- Qual é o seu nome? – Perguntou me observando. Pensei que não devia dizer
meu nome verdadeiro, mas eu sempre fui ruim em mentir para as pessoas.
- Anne. - Estendo a mão para ele - Qual é o seu?
- Noah. - Ele apertou a minha mão com firmeza, o seu toque fez correr um
arrepio pelo meu corpo. Tirei a minha mão da sua e as descansei em cima do
meu colo.
- Peço mais uma vez desculpa, por ter lhe xingado no aeroporto, não tenho o
costume de fazer isso. - Tento parecer séria.
- Não precisa se desculpar, não ligo que me xinguem. - Assim que ele
terminou de dizer isso o barman trouxe às nossas bebidas.

****
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Já perdi a conta de quanto bebi, percebi que Noah mal bebia, ele ficou o
tempo todo conversando comigo. E nesse tempo que estávamos conversando,
descobri que ele é dono de uma joalheria bem famosa em Nova York, e seu
sobrenome é Johnson. Quando ele falou seu sobrenome, me deu uma
impressão de que já ouvir falar dele em algum lugar, mas eu não consigo me
lembrar de onde. Ficamos conversando sobre coisas aleatórias, quando me
levantei da banqueta para ir embora vi tudo girar à minha frente. Senti a mão
de Noah na minha cintura me segurando para eu não cair. O seu toque era
quente e forte.
- Bebi demais. - Minha voz falhou um pouco. Ele me ajudou a ir para dentro
do hotel.
- Concordo. - Ele falou, me segurando mais forte contra o seu corpo e
consigo sentir o seu cheiro, que é maravilhoso. Fechei os meus olhos e me
concentrei no seu cheiro, que estava me deixando embriagada - Anne, você
está bem?
Saí do meu transe e abri os olhos, o olhei sem jeito, confirmei com a cabeça,
voltamos a andar. Quando estávamos dentro do elevador, fechei novamente
os meus olhos e respirei fundo tentando controlar a tontura que sentia. Assim
que as portas do elevador se abriram, Noah me ajudou a chegar ao meu
quarto, virei para ele.
- Obrigada por ter me trazido. – Dei um sorriso torto.
- De nada, nos vemos amanhã. – Ele falou como se tivesse a certeza que nos
veríamos no outro dia. Noah se virou e foi andando de volta para o elevador,
desviei o meu olhar das suas costas largas e olhei para o seu traseiro que era
grande, e pude imaginar ele sem aquela bermuda, que o deixava maravilhoso.
Balancei a cabeça com estes pensamentos. Eu só poderia estar muito bêbada
para pensar nessas coisas, com um homem que eu mal conheço.
Abri a porta do quarto, entrei e fechei a porta. Encostei-me a ela e fiquei
sorrindo igual uma idiota para o nada. Concentrei-me em ir para a cama sem
esbarrar em nada, tirei as minhas sandálias e me joguei na cama, sem me
importar que ainda estivesse com roupa, puxei o travesseiro contra o meu
rosto e caí no sono.

****
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Na manhã seguinte, minha cabeça doía demais quando abri um pouco os


meus olhos, mas logo os fechei, por causa da luz do sol, escutei batidas na
porta. Sentei-me na cama e olhei para os meus pés, estava sentindo uma baita
dor de cabeça, parecia que ela ia estourar a qualquer momento, levantei com
cuidado da cama e fui até a porta, ao abri-la vejo Amanda encostada no
parapeito da porta e Carla olhando para o teto do corredor.
- Finalmente! - Amanda falou sarcástica, reviro meus olhos e minha cabeça
doeu mais. Faço uma careta e volto para dentro do quarto, me deitei na cama
e me cobri.
- Tem alguém que bebeu bastante ontem à noite. - Amanda falou se sentando
aos pés da cama me olhando. - Como foi a sua noite?
- Boa e a sua? - Não quero falar nada sobre a minha noite de ontem, mesmo
que tenha sido boa.
- Você está escondendo algo. - Carla fala se sentando também na cama, e
agora que percebo que as duas estavam com biquínis.
- Não estou escondendo nada, só bebi muito ontem. - Elas me olharam e
deram de ombro desistindo de descobrir algo.
- Ok! Bem, a minha noite foi muito produtiva. - Amanda sorri com malícia,
ela deve ter dormido com o homem que estava conversando ontem à noite.
- E a sua? - Viro para Carla.
- Boa, também foi produtiva. - Diz indiferente.
- Bom, não vamos falar no que aconteceu ontem à noite, a gente veio te
chamar para ir à piscina.
Faço uma careta, por mim eu iria passar o dia todo na cama, mas decidi ir
com elas, eu poderia descansar depois.
- Me deem cinco minutos. - Saí da cama, peguei um biquíni azul marinho e
vou para o banheiro, tomei um banho para ver se a minha dor de cabeça
passava e vesti o meu biquíni azul, botei um short jeans. Saí do banheiro.
Quando chegamos à área da piscina me sentei em uma mesa debaixo do
guarda-sol. Chamei um garçom e pedi um suco de laranja. Amanda se sentou
à minha frente e franziu a testa e eu saiba que o interrogatório iria começar.
- Pode falar tudo! – Falou encostando-se à cadeira e cruzando os braços em
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cima do peito, olhei para o lado e Carla já estava deitada em uma das
espreguiçadeiras, viro e olho novamente para Amanda.
- O que você quer que eu fale? – Me fingi de desentendida.
- Querida Anne, não se faça de doida comigo, você sabe que eu quero saber o
que aconteceu ontem à noite.
- Já falei, não aconteceu nada, só bebi muito ontem. - Dou de ombro, desvio o
meu olhar do dela e olho para as pessoas que estavam na piscina se
divertindo.
- Quando você desvia os seus olhos é porque está mentindo. - Suspiro e
decido contar.
- Conheci uma pessoa.
- Que maravilha! Como ele é? Faz o quê? É gostoso? - Me encheu de
pergunta.
- Uma pergunta de cada vez. – Resmunguei passando a minha mão pelo
cabelo. - Ele é lindo, cabelos castanhos e seus olhos também são castanhos, é
alto e bastante musculoso, a sua beleza me encantou, ele é dono de uma
joalheria em Nova York, e sim ele é bem gostoso.
Amanda deu um gritinho e bateu palmas. Virei e olhei se Carla estava
olhando, mas ela estava mais concentrada em se bronzear do que em prestar
atenção na louca da Amanda.
- Quero o conhecer, ver se é tudo isso que você me disse. - Ela falou toda
empolgada. - Estou muito feliz que você esteja conhecendo alguém, é bom
que esqueça mesmo o Jonas.
Quando ela tocou o nome de Jonas, senti algo no meu coração, eu só poderia
ser tola por sentir algo por ele. Jonas nesse momento poderia estar com outras
mulheres e eu aqui sofrendo por ele, eu só posso ser burra. Mas não quero
pensar nele, quero imaginar que posso ver Noah hoje.
- Não vamos tocar no nome dele tá certo?
- Você ainda gosta dele não é? – Assenti. Ela percebeu que eu não iria falar
nada e decidiu mudar de assunto – Bom, e quando você vai ver o gostosão?
Do uma pequena risada da forma como ela falou gostosão.

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- Não sei. Talvez eu me esbarre por aí com ele. - Quando falei esbarre me
lembrei no aeroporto, e isso me fez sorrir novamente.
- Vejo que você está querendo o encontrar. – O seu tom é de malícia.
- Amanda você é muito maliciosa, nem sei como sou sua amiga.
- Anne você é igual a mim, mas você guarda esse lado malicioso só para
você. Mas um dia você vai soltar esse seu lado.
Ri alto com a certeza que ela falou isso.
- Vamos parar com essa conversa, agora eu quero saber como foi a sua noite.
- Ela se endireitou na cadeira e sorriu com as suas lembranças da noite
passada.
- Foi ótimo, o Brand foi magnífico, mas já tive melhores. - Ela terminou
fazendo uma careta.
- Você acabou de dizer que ele foi magnífico e depois diz que já teve outros
melhores? Você é estranha.
- Não sou estranha. - Ela faz cara feia. - Mas a verdade é que eu já tive
melhores que o Brand.
- Você não pensa em ter um namoro? Cada semana é uma pessoa diferente,
isso não é legal.
Assim que acabo de falar, ela fica séria de verdade. Vi mágoa nos seus olhos
e me arrependo do que acabo de falar.
- Você sabe mais do que ninguém que eu sou assim por que… - ela parou e
respirou fundo, sei mais que ninguém como é difícil ela falar sobre isso - que
eu fui traída quando mais jovem e minha mãe também não ajudou muito, vivi
a minha infância toda a ouvindo falar que os homens não prestam, que o meu
pai a deixou porque ela engravidou e que ele foi embora por minha causa. Ela
jogou a culpa em mim, eu não tive culpa por ter nascido, e quando eu fiz
dezesseis anos e me apaixonei por um garoto no colégio, ela falou que eu não
iria ser feliz, que ele iria me trair. Isso aconteceu, vi o garoto que eu era
apaixonada me trair no baile do colégio, a dor que senti foi enorme, parecia
que tinha esmagado o meu coração, depois daquilo eu me fechei e soube que
minha mãe tinha certeza, que eu nunca iria ser feliz na minha vida. Então fui
crescendo e fui aprendendo a usar os homens. Só tenho certeza que não quero

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sentir o que eu senti há anos atrás, não quero sentir nunca mais aquela dor,
então eu prefiro viver a vida livremente a sofrer novamente por um amor ou
paixão não correspondida. Se um dia eu me apaixonar e tiver certeza que a
pessoa que eu estiver é a pessoa certa, eu aquieto o meu facho. E até que esse
dia não chegue, vou viver adoidada.
Por uma parte dessa história eu até posso entender, mas ela não pode pensar
assim, desde que conheci Amanda na faculdade, ela sempre foi desse jeito,
ficava com um homem a cada semana e nunca teve um relacionamento sério.
Um dia eu perguntei o porquê dela ser assim e ela me contou a mesma
história que ela acabou de dizer. E tenho certeza que se a mãe dela não
tivesse falado tudo isso, Amanda poderia estar hoje em dia com uma pessoa
que poderia fazer ela muito feliz.
Não toco mais no assunto e decidi dar um mergulho na piscina, tirei o meu
short e vou para a água. Mergulho e quando volto para a superfície, vejo uma
muralha de músculo parada a minha frente, levei um susto, coloquei uma
mão no meu peito e tento controlar as batidas do meu coração.
- Ai que susto!
- Me desculpe, não foi a minha intenção de te dar um susto. - Diz escondendo
um sorriso. Estreito os meus olhos para ele.
- Mas pelo o que vejo você não está arrependido por ter me assustado. -
Acuso. E nado para a borda da piscina.
- Por que está dizendo isso? - Perguntou vindo atrás de mim.
- Porque os seus olhos te entregam.
- Sério? - Perguntou divertido, olhei para os seus cabelos molhados e me deu
um súbito desejo de passar os meus dedos pelos seus cabelos. Mas me
controlo. E o vejo se aproximar mais de mim.
- Sério. - Murmurei um pouco mais baixo. Noah abaixou seu olhar e olhou
para os meus seios.
- Você poderia olhar para cima? - Tampei os meus seios, ele voltou a me fitar
seriamente como de costume.
- Quero que jante comigo essa noite. - Diz sem arrodeio, levantei uma
sobrancelha.

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- Você poderia pedi com mais gentileza. – Reclamo. Percebo que ele tinha
uma tatuagem no braço e outras pelo corpo, fico observando a que ele tinha
no braço que parecia um dragão. Noah falou com mais gentileza: - Quer
jantar comigo essa noite? - Tenho vontade de ri com o tom de voz que ele
usou. Poderia ser até fofo.
- Não. – Dou um impulso na borda da piscina e saio dela. Comecei a andar de
volta para a mesa, a minha consciência queria que eu tivesse aceitado, eu até
poderia ter aceitado mais uma coisa que eu não gostei foi o jeito que ele me
fez a pergunta, ele parecia que estava dando alguma ordem e não pedindo.
Estava quase perto da mesa, quando o senti puxar o meu braço e me virar
para ele e tive que levantar a minha cabeça para conseguir olhá-lo nos olhos.
Fiquei o olhando com raiva pelo jeito que ele estava segurando o meu braço.
- Olha, eu não sou um homem que aceito um não como resposta. - Falou com
raiva, o seu semblante estava fechado e ele ficou ainda mais gostoso quando
estava sério.
- Mas sempre existe a primeira vez. - Solto o meu braço da sua mão.
Virei e volto a andar, quando escuto ele falar alto: - Estarei lhe esperando às
19 horas no bar do hotel, não se atrase. - Ele parecia que tinha certeza que eu
iria nesse jantar, ao virar vejo-o se distanciar e fiquei olhando para a sua
bunda coberta pela sunga preta.
Assim que cheguei à mesa, Amanda já me encheu de perguntas: - Quem era
aquele deus grego que estava falando com você? Não me diga que é o
gostosão de ontem?
- Você tem que parar com essa mania de me encher de perguntas. -
Resmungo, pego meu short e o visto. – Sim, é o gostosão que te falei.
- E o que ele queria? - Ela me olhou mais interessada.
- Ele quer jantar comigo, mas eu não aceitei. - Pego os meus óculos e saio
andando, eu sabia que Amanda iria vir atrás de mim.

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Capítulo Dois
Ando pelo corredor, escuto os passos de Amanda, vindo atrás de mim. Ao
abrir a porta a escutei dizer: - Você tem que ir nesse jantar Anne. - Virei e
fiquei a olhando.
- Porque eu deveria ir? - Ando para dentro do quarto, escuto-a fechar a porta.
Sentei na cama e fiquei a olhando esperando uma resposta.
- Porque você tem que esquecer o Jonas e essa é a melhor forma. Então você
tem que ir nesse jantar.
Olho-a sem falar nada, eu não sabia se iria nesse jantar. Suspiro e me jogo na
cama, fecho os olhos. Senti a cama afundar.
- Não pense demais, aja com o coração. - Diz deitada ao meu lado, virei à
cabeça de lado, abri os meus olhos para olhá-la.
- Obrigada por ser minha amiga. - Sussurro. Ela sorriu e me abraçou pelo
ombro.
- Estou aqui para lhe ajudar Anne. - Ela beijou minha testa. - Agora vá tomar
um banho e pense no que eu falei. Você ainda tem algumas horas para decidir
se vai querer ir ou não.
Concordo me levantando da cama. Vou para o banheiro, tiro as minhas
roupas. Entrei no chuveiro, liguei a água, ao sentir a água bater no meu corpo
fechei os meus olhos e comecei a pensar no que Amanda me disse. Se eu
ficasse aqui no quarto, eu iria pensar no Jonas, e se eu for nesse jantar vou ter
uma chance de esquecê-lo por algumas horas. Termino de tomar o meu
banho, pego uma toalha, cubro o meu corpo e saio do banheiro. Ao abrir a
porta do banheiro vejo que Amanda não estava mais no quarto, me enxugo e
pego uma roupa confortável, que é um short de algodão e uma blusa branca
sem manga, sentei na poltrona e comecei a ler um livro que tinha trazido.
Nem percebi o tempo passar, quando dei por mim, eu escutei uma batida na
porta, fechei o livro e fui até a porta, ao abri-la vejo um funcionário do hotel
segurando uma caixa grande.
- Mandaram isso para a senhora. - Ele me entregou a caixa e saiu, nem tive

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tempo de agradecê-lo. Fechei a porta com o pé, andei até a cama e deixei a
caixa em cima dela. Ao abri-la, arregalei os olhos ao ver um vestido preto.
Peguei um papel que estava em cima do vestido e nele estava escrito: “Se
usar esse vestido você será a mulher mais bela desta noite”.
Noah Johnson.
Releio várias vezes, olho para o vestido dentro da caixa, o pego e vejo que ele
é longo, tinha alças finas, tinha um decote extravagante na frente e outro um
pouco mais comportado nas costas, parecia que iria ficar justo no meu corpo,
suspiro e penso se vou usá-lo esta noite. O deixo em cima da cama e vou
procurar outro vestido que eu poderia usar, revirei todas as minhas roupas a
procura de um vestido que estivesse à altura daquele. Depois de minutos
procurando, desisti e decidi usar o que de Noah me deu mesmo.
Guardo todas as minhas roupas que espalhei pelo quarto, olhei o relógio e
decido começar a me arrumar, tomei um banho de banheira, depois passei
hidratante no meu corpo, vesti uma calcinha preta de renda, Peguei o vestido
e o coloquei. Olhei-me no espelho que pegava o meu corpo inteiro. O vestido
ficou colado no meu corpo e realçou as minhas curvas, o decote da frente
valorizava os poucos seios que eu tinha, e o decote atrás ia até o meio das
minhas costas. Perguntei-me se deveria usar um casaco para não mostrar o
decote de trás, mas decidi não usá-lo. Começo a arrumar o meu cabelo, deixo
as pontas do meu cabelo com cachos. Maquiei-me, peguei um batom e no
mesmo instante bateram na porta, deixo o batom em cima da penteadeira e fui
abrir a porta, Amanda estava parada à minha frente, vestindo um vestido azul
que realçava a sua pele branca, que estava um pouco bronzeada, e os seus
cabelos ruivos estavam em um penteado de lado e deixava o seu pescoço
amostra.
- Vejo que decidiu ir nesse jantar. - Ela abriu um sorriso que quase não cabia
no rosto.
- E você também parece que vai sair. - Digo voltando para dentro do quarto, e
passando o batom nos lábios.
- Vou jantar com o Brand. - Diz se olhando no espelho, ajeitando o cabelo.
- Humm... - Ela me olhou e revirou os olhos. Termino de me ajeitar, sento na
cama e coloco os saltos altos da mesma cor do vestido.

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- Bom, eu tenho que ir. - Pego minha bolsa de mão, coloco dentro o meu
celular e o batom vermelho que estava usando.
- Usem proteção. - Diz rindo. Dei um tapa no braço dela e saio do quarto ao
seu lado. Pegamos o elevador, ela começou a falar besteiras, e quando
chegamos à recepção começo a ficar nervosa e sentir um friozinho na barriga,
eu me despedi dela e fui até o bar que ficava no restaurante, parei na entrada.
Fiquei olhando para o local a procura de Noah, o encontro sentado no bar
bebendo algo. Ele vestia um terno preto e os seus cabelos estavam um pouco
bagunçados. Fiquei parada na entrada do restaurante o olhando. Ele se virou
percebendo que estava sendo observado e encontrou o meu olhar. A sua boca
se abriu um pouco parecendo buscar ar. Tomo coragem e começo a caminhar
ao seu encontro. Solto um suspiro baixo tentando controlar o nervosismo que
estava presente.
- Atrasada? - Perguntei dando um sorriso de lado, ele ficou um tempo me
olhando. E isso me deixou um pouco desconfortável. Sinto o meu rosto ficar
quente. Noah balançou a sua cabeça como se recuperasse a sua consciência.
- Não. - Sua voz rouca me fez sentir um arrepio no corpo inteiro.
- Então vamos? - Pergunto me virando, antes que eu possa andar, ele segura a
minha mão e com esse ato, senti um formigamento no braço com o seu toque
quente.
- Antes vamos tomar uma bebida. - Ele me puxou para um banco ao seu lado
e me fez sentar. - O que você prefere tomar?
- O mesmo que você. – Fico o olhando pedir outra bebida, observando a sua
aparência. Ele não tem barba, o seu nariz é reto, a sua boca é fina e vermelha,
o seu semblante é sério e isso o dar um ar de perigoso. Noah se virou e ficou
me olhando com aqueles olhos que sempre estavam sérios.
- Se me permite dizer, você está linda. – Ele bebeu um pouco do seu uísque.
- Você tem bom gosto. – Olhei para o lado, sentindo o meu rosto ficar um
pouco quente.
- Você está ficando vermelha. – E isso me deixa com mais vergonha.
- Você está me deixando nervosa.
- Por quê?

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Não o respondi, e a minha sorte foi que a bebida que ele pediu chegou,
peguei o copo e dei um gole grande. Senti o líquido me deixar um pouco
mais relaxada.
- Você ainda não me respondeu.
- Eu não sei, quando estou com você me sinto nervosa.
- Interessante. – Diz passando sua mão pelo queixo pensando em algo.
- Onde iremos jantar? – Tento mudar o assunto, ele saiu dos seus
pensamentos e deu um sorriso de lado.
- Você é muito curiosa.
- Tenho que ser. – Bebo mais da minha bebida. – Então onde vamos jantar?
- Em um lugar que acho que você vai gostar. – Estreito os olhos para Noah.
- Que estou vendo que você não irá me dizer para onde vamos.
Noah bebeu a sua bebida, sorrindo divertido com a minha curiosidade. Bebi o
resto do conteúdo que tinha no copo e deixo-o em cima do balcão.
- Vamos? – Se levantou e estendeu a sua mão para eu segurar, levantei,
peguei a minha bolsa de mão e segurei a sua mão estendida. Noah nos guiou
para fora do restaurante. Ao chegar ao lado de fora do hotel, um homem abriu
a porta traseira do carro, Noah me conduziu até o carro e me ajudou a entrar.
Ele fechou a porta e o observei conversar com o homem no lado de fora.
Quando entrou no carro se sentou ao meu lado e me olhou.
- Teremos seguranças esta noite. – O olhei sem entender o porquê de termos
seguranças.
- Por que teremos seguranças?
- Por precaução. - Foi à única coisa que me disse. Fiquei o olhando e ele é tão
bonito sério. Ficamos calados o caminho inteiro. Quando o carro parou, Noah
saiu primeiro e abriu a porta para mim, e estendeu a sua mão. Segurei-a e saí
do carro. Olhei para o restaurante, fiquei encantada só com o lado de fora e
poderia imaginar como era no lado de dentro. Noah nos guiou para dentro do
restaurante, e quando entramos uma mulher apareceu à nossa frente. Ela era
um pouco baixa tinha um corpo magro, seus cabelos eram vermelhos e ela
era bronzeada.

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- Boa noite, Sr. Johnson. Eu irei levá-los a mesa de vocês. – Falou sorrindo
largamente para Noah. – Me acompanhem, por favor!
Ela se virou e nos guiou até a mesa, no caminho fiquei olhando para as
paredes que eram de vidro e conseguimos ver o mar lá fora. Quando
chegamos à mesa, Noah puxou uma cadeira para eu sentar, agradeci e sentei.
A mulher nos entregou os cardápios, quando ela se afastou eu o olhei e sorri.
- Se você quis me impressionar, você conseguiu. – Um sorriso nasceu nos
lábios dele.
- Que bom que consegui! – Ele bebeu um pouco de água. Abri o cardápio e
comecei a ler. Depois de alguns segundos, escolhi o que queria. Fizemos os
pedidos, Noah encostou-se à cadeira e ficou me olhando e isso me deixou um
pouco nervosa.
– Você está ficando vermelha novamente.
- Você está me deixando sem graça. – Peguei a taça de vinho e dei um longo
gole, tentando me acalmar.
- Então vamos conversar para você relaxar um pouco. – Ele colocou seus
braços em cima da mesa. – Diga-me Anne, você trabalha com o quê?
- Sou jornalista. Mas o meu pai nunca gostou da minha profissão.
- Por quê? – Ficou interessado.
- Por que ele queria que eu fosse uma empresária, o que eu nunca quis ser.
- O seu pai trabalha com o quê? – Vejo nos seus olhos que ele queria
descobrir tudo sobre mim.
- Ele é empresário de uma empresa de cosméticos. – Respondo bebendo mais
do vinho. – Agora me conte sobre você.
- Bem, como você já sabe, sou dono de uma das empresas de diamantes mais
famosas dos Estados Unidos, e também sou sócio de algumas boates. – Ele
segurou a sua taça de vinho, o meu sentido de jornalista me diz que ele está
escondendo algo.
Assim que ele terminou de falar, as nossas comidas chegaram e começamos a
comer calados. Quando terminamos fiquei o olhando discretamente, escuto
uma orquestra começar a tocar, eu olhei para a direção de onde vinha a
música e alguns casais foram para a pista de dança que havia ali.
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- Aceita dançar comigo? – Noah se levantou e estendeu a mão.


- Aceito.
Segurei na sua mão e fomos para a pista de dança, Noah passou a sua mão
pela minha cintura e a outra segurou a minha mão, segurei no seu braço e
começamos a dançar. A música era lenta, e Noah me guiava lentamente.
Senti a sua mão pelas minhas costas nuas e isso me deixou um pouco
incomodada, estávamos muito próximos conseguia sentir o seu cheiro, que
era muito bom.
Fechei os meus olhos e encostei a minha cabeça no seu ombro, fiquei daquele
jeito até a música acabar.
- Você está bem? – Levanto a cabeça e o olho.
- Sim.
Noah tocou no meu rosto carinhosamente, e só com esse toque, ele me fez
fechar novamente os meus olhos e deitar a minha cabeça na palma da sua
mão, senti os seus lábios nos meus, foi um beijo carinhoso, sem pressa, no
primeiro instante fiquei parada sem fazer nada, mas logo o correspondi.
Passei a minha mão pelo seu cabelo, que eram macios. Ele passou a sua mão
pela minha cintura e me trouxe para mais perto do seu corpo rígido. Nós
paramos o beijo por falta de ar. O olhei e passei a minha mão pelo seu rosto.
- Vamos sair daqui. – Ele me puxou, fomos até a mesa, peguei a minha bolsa
e Noah pagou o jantar. Saímos apressados do restaurante, eu sentia algo no
meu ventre que nunca senti por ninguém, nem mesmo por Jonas.
Balanço a minha cabeça ao pensar nele, nessa hora ele deve estar se
divertindo por ai e eu aqui pensando nele, quando o motorista abriu a porta
traseira do carro, entrei e logo depois Noah entrou, ele apertou em um botão
que fez um vidro preto subir para separar a visão do motorista. Assim que
Noah me olhou, ele me puxou e me fez sentar no seu colo, ele segurou o meu
rosto e me beijou com mais força, senti a sua língua tocar na minha, passei
meus braços pelo seu pescoço e me ajeitei no seu colo, e fiquei sentada nele,
subi um pouco a saia do vestido para ficar confortável, sentir a mãos de Noah
passar pelas minhas costas e parar no zíper.
- Estou louco para tirar esse vestido do seu corpo. – Diz contra a minha boca.
Solto um gemido ao sentir a sua mão entrar pelo tecido do vestido e ir até a
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minha bunda e apertá-la com força. Passo as minhas mãos pelo seu peito e
vou subindo até tirar o seu paletó. As minhas mãos ficaram trêmulas quando
começo a abrir a camisa dele, Noah me surpreendeu quando me deitou no
banco do carro e ficou em cima de mim e começou a beijar o meu pescoço,
descendo os seus beijos até o meu decote, senti a sua mão passar pela minha
coxa exposta e sua mão foi subindo até entrar no meu vestido e chegar à
minha barriga. Senti a sua boca na minha pele e sua mão passar pelo meu
corpo, me deixei levar pela sensação maravilhosa de ter a sua boca na minha
pele, as suas mãos me tocando nos lugares certo, eu me sentia extasiada pelo
homem que estava me deixando louca só com os seus toques. Eu nunca senti
tanto desejo por alguém como estou sentindo por Noah, ele acende algo
dentro de mim, que eu não conhecia, ele me faz sentir desejada. Eu não
deveria está sendo tão fácil, assim como estou sendo, mas Noah é um homem
que qualquer mulher queria ter na sua cama, ele pode ser gentil quando quer,
mas também pode ser grosso, na maioria das vezes, e isso ele já demonstrou
para mim. Só sei que ele é a minha chance de esquecer por algumas horas
todos os problemas.
Passo minhas mãos pelas suas costas cobertas pela camisa. Noah desceu uma
alça do vestido e começou a beijar o meu ombro e seus beijos foram
descendo até chegar ao meu seio, o beijando e logo após, o sugando com
força, o que e me fez arfar, me inclinei para frente e segurei nos seus cabelos.
Levei um susto ao escutar alguém bater no vidro, Noah se sentou rápido e
começou a arrumar os seus cabelos, ele me ajudou a sentar, arrumei as alças
do vestido e tentei arrumar os meus cabelos.
- Sua boca está borrada. – Diz rindo, queria o esbofetear por está rindo de
mim. Passo a mão pelos meus lábios tentando tirar a mancha de batom.
- Você também está. – Terminei de ajeitar o meu cabelo e abri a porta do
carro. Noah chegou perto de mim e me puxou para dentro do carro
novamente.
– Isso não terminou. – Diz com a sua voz grave, que me faz senti um arrepio
pelo corpo. Os seus olhos estavam bastante escuros. Saí do carro ajeitando o
meu vestido que estava um pouco amassado, senti a mão de Noah segurar a
minha cintura e me levar para dentro do hotel.
Ficamos parados esperando o elevador, e nesses segundos, que pareciam uma
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eternidade, fiquei pensando no que aconteceu no carro, e o pior de tudo era


que eu não me arrependo de nada. As portas do elevador se abriram e
entramos, Noah apertou o botão do último andar e isso me fez sentir um
formigamento na barriga, o olhei discretamente e vejo que ele estava me
olhando seriamente.
– Bom, temos algo para terminar. – Diz vindo até mim, encostei-me à parede
do elevador e seu corpo parou a minha frente, levantei a minha cabeça para
olhá-lo nos olhos. Noah passou as pontas dos seus dedos pelo meu pescoço,
foi subindo até o meu queixo, o segurou e aproximou o seu rosto do meu,
nessa altura a minha respiração já estava alterada com um simples toque seu.
Noah colocou a sua boca na minha, e começamos um beijo feroz. Ele soltou
o meu queixo e me segurou pela cintura, me colou ao seu corpo e senti a sua
ereção contra a minha barriga, isso me fez soltar um gemido contra a sua
boca. Passo a minha mão pelo seu cabelo, o puxei levemente. Noah passou a
sua outra mão pelos meus cabelos e os segurou firmemente, me mantendo no
lugar. Ao escutar o barulho das portas se abrindo, Noah se afastou de mim,
me segurou pela mão e me levou para fora do elevador. Noah me pegou de
surpresa quando me ergueu do chão e encostou-me à parede do corredor.
– Alguém pode nos pegar aqui, Noah. – Digo contra a sua boca.
– Estou pouco me fodendo para isso. – Sua voz era rouca e baixa, me agarrei
mais a ele, coloquei os meus braços nos seus ombros e minhas mãos nos seus
cabelos macios.
Noah começou a andar até a porta do seu quarto, quando ele conseguiu abrir
a porta, ele entrou comigo ainda no colo. E fechou a porta com os pés.
Começou a andar pelo cômodo, até que senti a cama macia nas minhas
costas, ele parou de me beijar e me olhou por alguns instantes. E vejo um
sorriso malicioso crescer nos seus lábios avermelhados, pelo beijo. Sentei-me
na cama e o puxei pela camisa, voltando a beijá-lo, Noah soltou um gemido
do fundo da garganta e isso me fez sorrir contra a sua boca. Ele passou as
suas mãos grandes pelas minhas costas, chegando ao zíper do vestido e o
abriu lentamente. Senti as pontas dos seus dedos passar pela minha coluna,
me fazendo arrepiar. Começo a abrir a camisa dele botão por botão, quando a
mesma está aberta a tiro do seu corpo e jogo em qualquer lugar.
Ele desceu as alças do meu vestido e o mesmo ficou na minha cintura, Noah
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desceu o seu olhar e ficou olhando para os meus seios expostos. Deitei na
cama o olhei com luxúria. Noah tirou as minhas sandálias e as deixou cair no
chão, logo depois beijou os meus pés e me contorci na cama ao sentir ele
morde a minha panturrilha, ele foi subindo a minha saia até que o vestido
todo ficou embolado na minha cintura, Noah beijou o interior da minha coxa
e o senti ali no meio das minhas pernas, solto um gemido ao senti-lo beijar a
minha intimidade por cima da calcinha. E passou o seu nariz onde beijou,
segurei nos lençóis e joguei a cabeça para trás ao senti-lo tirando a minha
calcinha e caindo de boca na minha intimidade, ele me beija e brinca com a
língua. Solto um gemido mais alto e enfio as minhas mãos em seu cabelo. Ele
não para, a língua circulando o meu clitóris, deixando-me louca de excitação.
Tento controlar os meus gemidos que ficavam cada vez mais altos, sinto
minhas pernas ficarem rígidas e tento mexê-las, mas Noah as segura
firmemente no lugar e sinto o meu orgasmo chegando, explodo em um prazer
arrebatador.
Estou com os meus olhos fechados tentando controlar a minha respiração,
quando abro os meus olhos, vejo Noah nu a minha frente, ele subiu
lentamente e ficou pairando em cima de mim, passo os meus braços no seu
pescoço, dou um impulso e consigo inverter a posição, fico montada em cima
dele, tiro o vestido que estava embolado na minha cintura e jogo-o no chão.
Noah se sentou na cama e ficamos cara a cara, passo minha mão pelo seu
rosto e vou descendo pelo seu pescoço até chegar ao seu peito nu, ele
levantou o meu rosto e aproximou mais o seu rosto do meu e me beijou,
consigo sentir o meu gosto na sua boca, o nosso beijo é faminto, sempre
querendo mais um do outro. Ele passou as suas mãos pelas minhas costas e
me apertou mais contra o seu corpo musculoso, os meus seios foram
esmagados pelo seu peito, que tinha poucos pelos escuros e a sensação era
boa. Conseguia sentir a sua ereção debaixo de mim. Rebolo só para provocá-
lo, e sinto-o apertar minha pele, como se estivesse se controlando. Ele me
surpreende quando inverteu as posições e fiquei debaixo dele, ele segurou
meu joelho e ergueu minha perna até o seu quadril e me fez senti-lo, segurei
os seus braços e joguei o meu queixo para cima, ele beijou o meu queixo e foi
descendo para o pescoço e o senti entrar em mim bem devagar. Abri a minha
boca a procura de ar, apertei mais os seus braços, Noah procurou a minha
boca e me beijou, senti cada estocada dele, mordi o seu lábio inferior e senti
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ele se movimentar mais rápido e me perdi na plenitude do prazer que ele


estava me dando.

****

Estava com a cabeça no seu peito e Noah fazia carinho nas minhas costas,
fecho os meus olhos me sentia cansada e nem percebi que caí no sono.

****

Eu acordo sobressaltada e olho para o lado da cama e Noah não estava mais
na cama, o encontro encostado na porta da varanda do quarto. Ele parecia
pensativo, me levantei devagar, sem chamar atenção dele, ainda era noite,
olhei para o relógio que havia no aparador e eram três da manhã, me
aproximei dele e toquei nos seus ombros, ele virou a cabeça e me olhou, mas
logo voltou a olhar para frente.
– Está tudo bem? - Pergunto baixo.
– Sim, você deveria estar dormindo.
– Estou sem sono.
– Também. – Ele se virou para mim e ficou me olhando, ele tocou o meu
rosto, e aproximou e me beijou. Trouxe-me para mais perto do seu corpo, ele
desceu as suas mãos pela lateral do meu corpo e parou nas minhas coxas, me
pegou no colo, e me levou de volta para a cama.

****

Abri os meus olhos e vejo o sol entrar pelas janelas, olho para o meu lado e
vejo Noah dormindo, escuto barulho de celular. Levantei da cama, fui até a
minha bolsa, a pego e procuro o celular, quando o acho e vejo que tinha uma
mensagem do meu chefe.
“Anne, desculpe por interromper as suas férias, mas estou precisando da
sua ajuda aqui na Redação, se você não pode vir vou entender. ”
Damon Carte.
Fico olhando para o celular e penso no que responder, olho para Noah que
estava dormindo e comecei a bater o meu pé no chão, como um tique
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nervoso, volto a minha atenção para o celular e decido responder: “Claro que
posso voltar Damon, volto para Nova York dentro de algumas horas. ”
Anne Clark.
Guardo o celular e olho mais uma vez para a cama, fico contemplando o
homem mais lindo que já tinha visto e que tinha me dado uma noite
inesquecível. Peguei as minhas roupas e as vesti. Encontro uma folha e pego
uma caneta de dentro da minha bolsa e escrevi um bilhete.
“Foi ótimo te conhecer e espero que algum dia nós nos vejamos
novamente”.
Anne Clark.
Deixo a folha em cima da mesa que tinha na entrada do quarto e saio sem
fazer barulho. Coloco o meus saltos e aperto o botão do elevador, quando
chego ao quarto tiro toda a minha roupa e vou para o banho, quando termino
me enxugo e procuro a primeira roupa que encontrei. Arrumo as minhas
coisas que estavam jogadas e coloco tudo na mala, ao terminar saio e vou até
o quarto de Amanda, que demorou alguns segundos para abrir a porta. Os
seus cabelos estavam assanhados e estava com cara de sono.
– É bom que seja algo importante para ter me acordado há essa hora. – Diz
mal-humorada.
– Eu só vim dizer que vou voltar para Nova York. – Digo logo sem rodeios.
Ela abriu caminho e me deixou entrar no seu quarto, deixo a minha mala ao
lado da porta e vou para o sofá que havia por ali, Amanda fechou a porta e
veio se sentar ao meu lado.
– Por quê?
– Damon me mandou uma mensagem me pedindo para voltar.
– Aquele filho da mãe te explora, ele tem que saber que a escravidão já
acabou há séculos. – Diz alterada.
– Eu que quis voltar. – Cheguei mais perto dela e beijo o alto da sua cabeça. –
Nos vemos daqui a duas semanas.
- Espera aí. – Ela me puxou, me fazendo sentar novamente no sofá. – E o
gostosão como vai ficar? E o que aconteceu entre vocês ontem à noite?
- O gostosão se chama Noah, e tivemos uma noite agradável, mas eu tenho
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que voltar para a minha realidade. – Me levanto e paro na frente dela. – Se


divirta por mim. Diga a Carla que a amo e nos vemos quando vocês voltarem
para Nova York. Tenho que ir agora, beijos.
Viro pego a minha mala e saio do quarto dela, ao chegar à recepção, pago
pela hospedagem e saio do hotel, minha sorte era que tinha um táxi na porta,
entro no mesmo e digo para o taxista o meu destino. Fico olhando para o mar
e me lembro de Noah e sorrio com as lembranças de ontem à noite.
Quando chego ao aeroporto, comprei a passagem de volta para Nova York e
a minha sorte era que o mesmo iria sair entre alguns minutos, ao entrar no
avião me sentei na poltrona e fiquei olhando o céu pela pequena janela,
peguei o meu livro de dentro da bolsa e comecei a ler.

****

Quando chego a Nova York já era de noite, peguei um táxi e fui para o meu
apartamento. Ao chegar ao apartamento, fechei a porta e vou direto para o
meu quarto, deixei a mala ao lado da cama e fui para o banheiro, tirei as
minhas roupas e tomei um banho, depois saí e coloquei o meu pijama que era
cheio de vaquinhas.
Volto para a sala, liguei a televisão e coloco em um canal que estava
passando um filme de romance, vou até a cozinha e abro à geladeira a
procura de algo para comer, e não encontro nada.
Tenho que fazer compras.
Fecho a porta da geladeira e peguei o telefone e liguei para o restaurante
Japonês.

****

Depois que a comida chegou, me sentei no sofá e fiquei assistindo enquanto


comia, escuto a campainha tocar, deixo o pote em cima da mesinha a minha
frente e vou até a porta, ao abri-la vejo um entregador de flores.
- A Srta. Clark está?
- Sou eu.
- Bom assine isso aqui, por favor! - Ele me entregou uma prancheta e uma
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caneta, assino e devolvo para ele, e o rapaz me entregou o buquê de flores.


Agradeço e volto para dentro, pego um cartãozinho que tinha em cima das
flores. E eu conhecia aquela caligrafia muito bem, abri o cartãozinho, que
dizia: “Eu sei que não há desculpas pelo que fiz com você Anne, mas
mesmo assim peço desculpas, me perdoe pelo que fiz, eu te amo Anne,
espero que aceite essas flores com muito carinho”.
Jonas Lucas.
Não posso acreditar que ele me mandou isso. Depois de semanas, idiota. Ele
acha que vou perdoá-lo com umas simples flores, ele está muito enganado.
Olho para as flores e para o maldito cartãozinho, então eu vou até a cozinha,
jogo-o no lixo junto com as flores, encostei-me ao balcão da cozinha e fiquei
olhando para a lixeira. Não posso acreditar, que ele depois de semanas veio
pedir desculpas, ele deve tá achando que vou perdoá-lo, mas está muito
enganado. Vou até as janelas da sala, abri um pouco as cortinas e olhei a rua
lá embaixo que estava vazia. Decido ir me deitar, chego ao quarto, olhei para
a mala que ainda estava ao lado da cama, depois eu iria arrumá-la, eu
precisava ter uma boa noite de descanso. Deitei na cama e o meu celular
apitou, o pego e vejo uma mensagem de Amanda: Amanda Evans: Espero
que tenha chegado bem.
Anne Clark: Sim cheguei bem, tenho uma coisa para te contar.
Ela me respondeu rápido:
Amanda Evans: Fale logo, você me deixou curiosa.
Anne Clark: Jonas me mandou um buquê de flores e um cartão, pedindo
desculpas pelo que fez comigo.
Amanda Evans: Aquele bunda mole lhe traiu e veio pedir desculpas? Você
não aceitou não né?
Anne Clark: Claro que não, estou muito bem sozinha.
Amanda Evans: Ótimo, bom, vamos mudar de conversa, o gostosão do
Noah veio atrás de você.
Sorrio com o que ela me enviou. Digitei rápido: Anne Clark: E o que ele
queria?
Amanda Evans: Não sei, ele veio te procurar e falei que você tinha voltado
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para Nova York, ele não falou mais nada e saiu.


Anne Clark: Ok! Eu vou dormir que amanhã tenho que ir cedo para a
Redação. Beijos.
Amanda Evans: Ok! Beijos.
Desligo o celular e o deixo no aparador, me cobri inteira, fechei os olhos e cai
no sono.

Capítulo Três
Acordo com o meu despertador falando as primeiras notícias da cidade,
sentei na cama e fiquei olhando para o sol lá fora. Já tinham se passado duas
semanas. Hoje era o dia que Amanda e Carla iriam voltar, e eu nem iria poder
pegá-las no aeroporto. Nessas duas semanas que haviam passado, o Jonas
vivia me mandando buquê de flores com cartãozinho, contendo as minhas
poesias preferidas. Eu tive vontade de ir atrás dele e bater nele com os buquês
e fazê-lo engolir os cartõezinhos, mas a minha consciência me dizia para eu
ficar quieta, e foi que eu fiz.
Levantei da cama e fui direto para o banheiro fazer a minha higiene matinal,
depois vesti um vestido preto, que ficava um pouco abaixo do joelho e
coloquei os meus saltos da mesma cor do vestido. Sai de casa sem comer
nada, já estava um pouco atrasada, no caminho para a Redação comprei um
café.
Ao chegar à Redação, já sou recebida por Vanessa, minha ajudante, ela me
entregou algumas papeladas dos jogos que tinham acontecido ontem à noite e
outros que iriam acontecer hoje. Entrei na minha sala, deixo os papéis na
mesa, sentei na minha poltrona e olhei para o porta-retratos que mostrava
uma foto minha e de Carla. Os seus cabelos loiros escuros estavam amarrados
em um rabo de cavalo, e os seus olhos azuis bebê estavam brilhantes. Ela é
bem diferente de mim, os meus cabelos são loiros claros e os meus olhos são

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azuis escuros, a única coisa em que eu e Carla somos parecidas é o nosso


sobrenome, porque pelo resto, somos diferentes uma da outra. Lembro-me
muito bem desse dia estávamos em um piquenique com os nossos pais, esse
dia fui o último que vi nossa mãe saudável. Quando ela morreu, Carla tinha
cinco anos e eu tinha sete. Carla era muito próxima a mim, mas quando
começou a crescer foi se distanciando, e sempre segue o que nosso pai fala.
Ela está cursando o último período da faculdade de publicidade, a faculdade
que meu amado pai queria que eu fizesse.
Mas eu segui o meu sonho, que era ser jornalista, tive várias brigas com ele
por isso, e se eu tivesse seguido a profissão que ele queria, hoje eu estaria
formada em algo que eu não gosto e estaria trabalhando para ele e sendo
infeliz.
Tirei esses pensamentos da cabeça e comecei a trabalhar.

****

Estava digitando sobre o jogo de beisebol que tinha acontecido ontem à noite,
quando batem na porta. Mandei entrar. Parei o que estava fazendo ao ver
Amanda entrar na minha sala.
- SUA DESNATURADA! VOCÊ NÃO FOI ME BUSCAR NO
AEROPORTO. – Gritou Amanda. Encostei-me a poltrona e esperei ela se
acalmar.
- Eu não pude ir buscar você. Estou cheia de trabalho aqui na Redação. –
Levanto os papéis para ela ver.
- O seu trabalho é mais importante do que ir buscar eu e Carla no aeroporto?
– Ela ignorou o que acabei de falar.
- Deixe de drama. Eu iria passar hoje à noite na sua casa, para a gente ir
jantar fora. Mas vejo que não vai rolar. – O semblante de Amanda ficou
suave.
- Pra onde a gente vai?
- Para o restaurante que você tanto gosta. – Digo me referindo ao restaurante
Italiano.
- Eu já disse que te amo? – Ela rodeou a mesa e me abraçou pelos ombros. –
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Pois eu te amo muito, querida Anne.


Levantei e a abracei direito.
- Eu estava com saudades das suas loucuras.
- Eu também estava com saudades de você.
- Vou querer saber o que aconteceu nessas duas semanas no Caribe. – Me
afastei dela.
- Eu conto tudo hoje à noite. Agora tenho que ir para o meu apartamento.
Estou cansada da viagem. – Ela se virou e foi até a porta, mas antes de sair
falou: – Não se esqueça de ir me buscar para jantamos, beijos.
Estava feliz por Amanda ter voltado.

****

Depois de passar quase a tarde inteira trancada na minha sala, saio e vou até
uma lanchonete que tinha a uma quadra da Redação. Comprei um sanduíche
e um refrigerante, depois de lanchar volto para a Redação. Tranquei-me
novamente na sala e continuei a trabalhar.
Olho para o relógio e já era cinco da tarde, desliguei o notebook e guardo os
papéis que estavam espalhados pela mesa. Pego a minha bolsa e saio da
Redação. Ao chegar a minha casa, deixo a bolsa no sofá e me joguei no
mesmo. Fiquei olhando o teto quando escuto o celular tocar, peguei a bolsa
que estava ao meu lado, e o encontrei.
- Alô.
- Oi, minha filha. – Fecho os meus olhos ao escutar a voz do meu pai.
- Oi pai.
- Quero que venha para o almoço de família nesse final de semana. – Diz
com o seu tom autoritário de sempre. Eu nem poderia imaginar ficar perto da
mulher do meu pai por algumas horas.
- Não sei pai, se eu posso ir. Estou cheia de trabalho da Redação para fazer
neste fim de semana. – Minto. Não tinha nada para fazer, mas não iria gastar
o meu tempo ouvindo meu pai, colocando pilha no meu trabalho e a vaca da
Luiza tentando me agradar. – Como sempre.

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- Você vai trabalhar nesse fim de semana? – Pelo seu tom de voz, percebi que
ele não acreditou no que acabei de falar.
- Sim, vou trabalhar nesse fim de semana. – Já estava nervosa, sempre que
falava com ele eu ficava assim.
- Então tenha um bom trabalho. – Diz desligando o celular na minha cara.
Eu odeio quando ele faz isso. Eu nunca fui próxima ao meu pai. E me
distanciei mais quando minha mãe morreu, e ele tinha colocado outra mulher
no lugar da minha mãe. Nem tinha esperado o corpo da minha mãe esfriar.
Ele nunca ligou para o meu bem-estar, sempre ficou enfurnado no escritório
dele, aumentado a sua fortuna e raramente dando atenção para mim e Carla.
Quando fiz os meus dezessete anos, ele falava que eu iria fazer publicidade,
para seguir a sua carreira. Mas eu segui o meu sonho que era jornalismo. E
hoje sou uma jornalista bem remunerada.
Só tenho pena de Carla, que tenta de tudo para ver o nosso pai feliz. Ela é
tudo que o meu pai quis que eu fosse, certinha e calada. Olhei para o céu lá
fora e já estava começando a anoitecer. Levantei do sofá e andei
preguiçosamente para o quarto, me arrumar, para ir jantar com Amanda.
Ao entrar no quarto, tirei toda a minha roupa e coloquei no cesto de roupa
suja. Entrei no banheiro e tomei meu banho, lavei os cabelos. Depois do
banho, volto para o quarto, coloco uma calcinha verde e o sutiã da mesma
cor. Escolhi uma saia lápis branca e uma blusa de manga longa azul-marinho,
estava fazendo frio aqui em Nova York. – Estávamos perto do inverno.
Sequei o meu cabelo, fiz uma maquiagem leve e passei um batom rosa claro
nos lábios. Quando terminei de me arrumar, peguei a minha bolsa coloquei
algumas coisas dentro que iria precisar. Saí de casa e fui buscar Amanda.
Ao parar o carro na frente do prédio dela, mandei uma mensagem dizendo
que tinha chegado. Fiquei trocando as estações de rádio até encontrar uma
música legal. Amanda abriu a porta do carro e entrou.
- Pensei que não iria vir mais. – Diz colocando o cinto de segurança.
Revirei os meus olhos e comecei a dirigir. Ao chegarmos ao restaurante,
fomos para a mesa que eu tinha reservado hoje mais cedo. Ao nos sentar o
garçom nos entregou os cardápios, escolhi um Risoto e Amanda escolheu
Tortellini de Bolonhesa. Bebi um pouco de água e a olhei.
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- Pode falar tudo.


- Bom, foi ótimo essas duas semanas. Queria que você estivesse lá. – Ela fez
uma cara de triste.
- Eu também queria ter ficado. Mas o meu trabalho tinha me chamado. –
Sorrio a confortando – Mas me fale tudo o que aconteceu nessas semanas.
- Encontrei Brand com outra, mas nem liguei, fiquei com outros. Eu adorei
essas semanas, a Carla ficou na dela, como sempre, e ficou com um carinha,
nessas semanas. Eu adorei essas férias. – Ela murmurou sorrindo. – E como
foram essas semanas aqui em Nova York?
- Foram boas. O Jonas continua me mandando buquê de flores e eu jogo
todos fora. Dá vontade de ir atrás dele e fazê-lo engolir todas as pétalas das
flores. Mas eu estou me controlando. – Suspiro – Posso lhe dizer uma coisa?
- Claro que pode.
- Eu não sei mais o que sinto por Jonas. Desde que transei com Noah, eu não
sei mais o que sinto por ele. – Falo baixo. Amanda levantou uma sobrancelha
e me olhou surpresa.
- Isso é bom. Se um dia você reencontrar o Jonas o que você irá fazer?
- Eu não sei. – Balanço a cabeça.
- E o que você sente por Noah?
- Eu não sei também. – Repito massageando a minha testa. – Eu sinto ódio do
Jonas, por ter me traído, e toda vez que me lembro do que ele fez dói. Dói
muito.
- Ei. – Ela segurou a minha mão. – Não vamos falar sobre isso. Vamos
aproveitar esta noite.
Concordo e dou um pequeno sorriso. O nosso jantar foi agradável. Ficamos
conversando várias coisas, depois de comer a sobremesa, pagamos a conta e
fomos embora, deixei Amanda na casa dela e fui para a minha. Tirei os meus
saltos altos e andei até o quarto. Tirei toda a minha roupa e me joguei na
cama. Estava tão cansada. Eu agradecia a Deus por amanhã já ser sexta-feira.

****

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Hoje era sábado, e eu estava deitada preguiçosamente na cama. Já passava de


uma da tarde. Estava olhando para o teto pensando em algo para fazer,
poderia ir dar uma caminhada no parque que tinha perto daqui, ou ir a uma
loja de doces e comprar chocolates para assistir algumas coisas na TV. Decidi
ir caminhar e depois ir à loja de doces. Tomei um banho, comi algo leve,
coloquei uma roupa para caminhar, calcei os meus tênis e saí de casa. Ao sair
do prédio atravesso a rua correndo. Coloco os fones de ouvido e aumento o
volume da música que estava tocando. E começo a correr pela calçada.

****

Senti o meu corpo cansado ao parar de correr. Minha respiração estava rápida
e meu corpo inteiro estava molhado de suor. Fiquei parada olhando para as
pessoas andando com os seus animais de estimação. Caminho devagar até a
loja de doces que tinha ali perto. Ao entrar na loja a mesma estava um pouco
lotada, olhei para os diversos tipos de chocolates, peguei três barras de
chocolate preto e alguns saquinhos de jujubas. Fui até o caixa e paguei.
Quando peguei a sacola, ouvi me chamarem: - Anne! - Eu conhecia muito
bem essa voz, eu ainda não estava pronta para reencontrá-lo, respirei fundo e
me virei, olhei para Jonas que estava quase perto de mim.
- O que você quer? - Murmurei calmamente e até me surpreendi.
- Podemos conversar?
- Conversar o quê? - Levantei uma sobrancelha. Eu estava me odiando por
estar usando um short horrível e uma blusa branca que deveria está
transparente por causa do suor, e meus cabelos deveriam estar assanhados no
meu rabo de cavalo.
- Sobre o que aconteceu há algumas semanas atrás. - Diz um pouco receoso.
– E deveria mesmo estar um pouco receoso. O olhei séria, e pensei se queria
conversar com ele.
- Não temos nada para conversar sobre esse assunto, nem sobre nenhum
outro. - Passo por ele e saio da loja. Ao lado de fora, senti sua mão segurar
meu braço, virei para ele e tirei o meu braço do seu aperto. - Não toque em
mim!
- Eu preciso falar com você. - ele se afastou um pouco. - Anne o que você viu
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naquela noite foi um deslize meu... a Petra apareceu na minha sala já tirando
a roupa…
- E você foi obrigado a transar com ela? – O interrompi. Sorri irônica pra ele.
- Eu não quero saber o que aconteceu ou deixou de acontecer naquela noite.
Você teve semanas para vir atrás de mim para dar algum tipo de explicação,
mas você não veio. Eu percebi que você não merece nem um suspiro que eu
dê. A única coisa que eu quero é que você vá para o inferno e me deixe viver
minha vida em paz.
Viro para me distanciar dele, mas logo virei para ele novamente.
- Ah, e antes que eu me esqueça: pare de me mandar àqueles malditos
buquês. Você nunca soube escolher flores. E as flores que você me mandou
são horríveis. A única coisa que desejo para você é que, a Petra lhe de um
maldito chifre e que vocês sejam felizes com os lindos filhos que terão.
Virei e sai andando triunfante, senti que tinha saído um peso nas minhas
costas. Fiquei feliz por não parecer fraca na frente daquele idiota. Amanda irá
ficar feliz quando souber que eu não caí mais nos truques do Jonas. Agora eu
sabia que poderia seguir em frente com a minha vida sem me preocupar com
o Jonas.

Três meses depois.

Tinha acabado de sair do banheiro. Sentei no sofá para ver se a minha tontura
parava. Ultimamente estava vomitando tudo que comia. Amanda ficou me
olhando estranha.
- O que foi?
- Desde quando você está assim? - Perguntou levantando uma sobrancelha.
- Umas três semanas. – Murmuro, bebendo um copo d’água que ela me
entregou.
- E quando foi a sua última menstruação? - Me engasguei quando ela
perguntou isso. Amanda bateu de leve nas minhas costas, até que me acalmei.
E pensei no que ela falou, fazia três meses que eu não menstruava. Eu nem
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me importei com isso, porque estava tendo muito estresse na Redação nesses
meses. Amanda entendeu a minha reação e falou: - Vou comprar teste de
gravidez. - Diz já pegando a sua bolsa e saindo do meu apartamento. E eu
fiquei pálida.
Eu não posso estar grávida. Eu não posso estar grávida.
Eu repeti isso várias vezes na minha cabeça. Eu não me imaginava sendo
mãe. Pensei em viver mais um pouco a minha vida e depois pensar em ter um
filho. Amanda voltou alguns minutos depois. Ela estava segurando um saco
cheio de teste.
- Aqui. - Ela me entregou a sacola, levantei e fui para o banheiro que tinha no
corredor. Leio as instruções de como fazer o teste. Depois de fazer, fiquei
olhando para o mesmo em minhas mãos. Não poderia acreditar que tinha
dado positivo, deixo cair uma lágrima. O que eu vou fazer na minha vida
agora em diante? Fiquei sem saber o que fazer. Eu não me imagino sendo
mãe. Não sei quanto tempo eu fiquei no banheiro do corredor olhando para o
palitinho. Só sou tirada dos meus pensamentos quando Amanda bateu
levemente na porta do banheiro.
- Anne, você está bem? – O seu tom de voz era preocupado.
- Sim, já vou sair. - Levanto do vaso sanitário. Abri a porta e vejo-a parada a
minha frente. Não aguentei e caí no choro. Ela me abraçou fortemente, me
confortando.
- Vai dar tudo certo! - Murmurou alisando as minhas costas.
- Como você pode ter certeza? Nem sei se sou capaz de cuidar de uma
criança. - Falei desesperada. Não consigo me imaginar cuidando de uma
criança.
- Eu sei que você vai conseguir cuidar dela. Você é forte Anne, e eu estarei
aqui para lhe ajudar. - Ela me abraçou ainda mais forte.
Fiquei chorando nos seus braços. Eu sempre me perguntei como seria ser
mãe, mas nunca pensei em ter um.
E nesse momento eu queria ter a minha mãe aqui ao meu lado, para me
consolar um pouco e falar que daria tudo certo, e que eu iria conseguir. Que
eu seria uma mãe maravilhosa, mas sei que nunca irei ouvir estas palavras
dela e isso me deixou mais triste.
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Depois de chorar mais alguns minutos nos braços de Amanda, sentei no sofá
e olhei para o teste em minhas mãos. Ela o pego e ficou o olhando admirada.
- Quem diria. Anne Clark será mãe. - Diz sorrindo, olhei-a e dei um pequeno
sorriso.
Uma coisa vem a minha cabeça. Este filho que estou esperando é do Noah.
- Esse filho é do Noah. – Balbuciei, olhando para a parede a minha frente.
- Você vai atrás dele?
- Eu não sei. - Fechei os meus olhos. Sentime cansada.
- O que você decidir eu estarei aqui ao seu lado. - Ela segurou a minha mão.
- Obrigada! - Apertei a sua mão. – Estou com fome.
Amanda soltou uma gargalhada alta.
- É claro que está. Você quase botou seu intestino todo para fora. – Ela se
levantou e foi para a cozinha.
- VOCÊ VAI FAZER O QUÊ? – Gritei para ela. Que eu me lembre da
Amanda, ela não sabe cozinhar nada.
- ALGO DECENTE PARA VOCÊ COMER! – Gritou de dentro da cozinha.
Rezei para ela não destruir a minha cozinha.
Depois de minutos ela voltou com uma panela cheia de brigadeiro.
- Isso é algo decente de se comer? – Murmuro brincando. Ela fez uma careta
e se sentou ao meu lado dizendo: - É o que tem pra hoje! – Diz me
entregando uma colher. Liguei a TV e coloquei em um filme que estava
passando.

****

Depois de assistirmos o filme, Amanda falou que teria que ir embora, porque
ia resolver algumas coisas, mas depois ligava para mim. Quando ela saiu
continuei na sala assistindo uma série que eu amava de coração.
Toquei na minha barriga por cima da blusa que estava usando e sussurrei: -
Vou tentar ser uma boa mãe! – Aliso minha barriga que ainda estava reta.

****
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No dia seguinte acordei um pouco mais cedo do que o habitual. Fiz minha
higiene matinal. Vesti um vestido solto azul marinho e coloquei salto alto da
mesma cor. Peguei a minha bolsa e fui para cozinha. Tomei o meu café da
manhã, e logo depois saí de casa. Tinha decidido ontem à noite que iria hoje
até a casa do meu pai contar a novidade, que ele seria avô e depois iria ao
médico, saber como estava o bebê.
Ao parar o carro na frente da casa do meu pai, fiquei alguns segundos dentro
do carro tomando coragem, porque não era fácil falar com ele. Tomei
coragem e saí do carro, subi alguns degraus que havia e logo toquei a
campainha. Segundos depois a porta foi aberta por Luiza, a mulher do meu
pai. Ela é uma mulher alta, de cabelos pretos, que estavam bem amarrados,
em um coque, magra até demais para o meu gosto. Os seus olhos castanhos
tinham um brilho quando me viu, ela era branca, quase papel. E me pergunto
se ela via sol. Porque era esquisita a cor da sua pele.
– Anne querida há quanto tempo! – Falou já me abraçando, abracei de volta.
Mas não do mesmo jeito que ela me abraçou.
– Oi Luiza. – Ela me soltou e me deixou entrar. – Cadê o meu pai?
Eu nunca gostei da Luiza. Ela só está com o meu pai por causa do dinheiro.
– Está no escritório. – Falou, andando pelo hall e desaparecendo pela sala.
Andei até o escritório dele que ficava no primeiro andar. Bati na porta e o
escuto dizer entre.
Abri a porta e o vejo sentado atrás da sua mesa me olhando sério. Isso me
lembrou de quando eu era mais jovem, quando ele me dava bronca por não
estar me comportando como deveria. Sentei a sua frente.
– Depois de meses você vem me ver. – Diz mal-humorado. – Se eu tivesse
morrido você só iria saber agora da minha morte.
Revirei os olhos pelo seu drama.
– Eu não vim aqui para brigar. – Coloco minhas mãos em cima da mesa. –
Vim tratar de um assunto sério.
– Está precisando de dinheiro?
– Você acha que eu preciso de seu dinheiro? – Perguntei rude. – Mas para
você ficar sabendo eu não vim por causa de dinheiro.

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Levantei da cadeira e peguei a minha bolsa.


– Vejo que foi perca de tempo vim aqui falar com você. – Fui até a porta,
quando a abri escuto-o falar: – Então porque veio aqui? Se não foi por causa
de dinheiro? – Virei para olhá-lo com raiva.
– Porque para mim dinheiro não é tudo. Eu só vim aqui para lhe dá uma
notícia. Mas já me arrependi.
– E que notícia é essa?
– Que você vai ser avô.
– Como assim avô? – Ele me olhou como se eu tivesse falado uma
barbaridade.
– Eu estou grávida, pai.
– O Jonas é o pai dessa criança?
– Jonas não é o pai...
– Como assim ele não é o pai? Está me dizendo que você se deitou com outro
homem? Você traiu o seu namorado?
– Olha aqui. Eu não vim aqui pra você me dá lição de moral. Porque você
não é a melhor pessoa para fazer isso, e o Jonas me traiu com a secretária
dele. Então eu posso me deitar com quem eu quiser!
Saio do escritório, sem esperar meu pai falar algo. Ando apressada pelo
corredor. Ao chegar à sala, Luiza estava sentada lendo uma revista. Passo por
ela sem me despedir. Entrei no carro e dei a partida. Queria sair logo daquela
casa.
Ao parar no sinal vermelho. Encostei minha cabeça no volante e soltei uma
respiração dura, tentando controlar a raiva que estava me consumindo
naquele momento.
- A partir de agora será só nós dois. – Murmuro, tocando a minha barriga.
Quando o sinal ficou verde, dirigi até um parque que ficava perto do
apartamento que morava.
Andei até um banco que tinha debaixo de uma árvore. Escutei o meu celular
tocar dentro da bolsa, ao pegá-lo de dentro da bolsa, vejo que era o meu pai
me ligando. Deixei tocar, não queria falar com ele. Estava com raiva dele.

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Por um instante, pensei que ele iria ficar feliz por saber que seria avô, mas
vejo que estava enganada. Pergunto-me como minha mãe foi se apaixonar
por uma pessoa que não liga para nada além do dinheiro.
Fiquei olhando para o lago e algumas crianças brincando, e daqui a algum
tempo vou ver meu filho brincar por aqui. E com esses pensamentos dou um
sorriso.
Há algumas horas atrás eu nem poderia imaginar o que faria da minha vida
com um filho. Mas agora, não consigo imaginar minha vida sem ele. Agora
eu sei que não estarei mais sozinha.
Não estou me importando se o meu pai vai estar ao meu lado, ou que o
mundo vai dizer. Tudo que me importo agora é com esta criança que estou
carregando na barriga.
Eu sei que o certo era ir atrás do Noah, mas o medo que ele rejeite o meu
filho é muito grande. Então decidi cuidar do meu filho, sozinha, e não terei
medo de nada. Farei tudo para o bem estar do meu filho.

Um mês depois.

Já havia se passado um mês, desde aquele dia que tive a discussão com o meu
pai, não falo com ele. Ele tenta falar comigo, mas faço de tudo para não falar
com ele. Eu ainda estou chateada com ele.
Hoje eu tenho uma consulta com o meu médico, e se tiver sorte descobrirei se
é uma menina ou menino.
A Amanda vive aqui no meu apartamento, preocupada comigo. Desde que
tive um sangramento algumas semanas atrás, mas o médico disse que era
normal. Mas se isso acontecesse novamente eu teria que ir para o hospital
urgentemente.
E desde então, ela fica de olho em tudo que faço, até acho engraçado quando
ela quer ir comigo no banheiro. Teve um dia que eu estava querendo ir ao
banheiro e ela querendo ir comigo. Tive que gritar com ela para ir só. Mas eu
a agradeço por ficar preocupada comigo.
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Olho para a minha barriga que já estava evidente. As minhas roupas quase
não cabem mais em mim.
E pior de tudo é quando tenho ataque de raiva. Teve um dia que eu queria
vestir um vestido que eu tinha há algum tempo, eu o tinha colocado, mas o
problema quando fui tentar fechar o zíper o mesmo não fechou. Ai eu chorei,
dei um grito de raiva, chamei todos os nomes que existem. Mas logo a minha
raiva passou, tirei o vestido e fui comer algo.
Os meus hormônios estão acabando comigo, eu falo tudo que penso. Eu
paguei um mico grande quando estava no trabalho, quando o meu chefe foi
falar comigo. Aí ele se virou para sair da minha sala, e sem pensar falei da
bunda dele.
Damon se virou e ficou me olhando estranho, fiquei vermelha igual um
tomate. Mas logo pedi desculpa a ele. Essa gravidez está me deixando sem
noção.
Essa semana, eu tinha recebido um convite para fazer uma matéria sobre um
evento que haverá daqui a dois dias. Primeiramente, fiquei receosa em
aceitar, porque o evento era de uma Joalheria Johnson, e o pior de tudo é que
Noah é o dono da Joalheria. Eu ainda não sei se vou. Imagine aí, eu chegando
lá e ele me ver com essa barriga enorme de quase cinco meses? E Amanda
está me obrigando a ir. Ela até me ameaçou dizendo: se você não for, eu juro
que lhe arrasto até lá Anne Clark. Ela falou isso irritada e vermelha.
Saí do carro e entrei na clínica, vou até a recepcionista e vejo que eu era a
próxima a ser atendida. Fiquei folheando uma revista até que chegou a minha
vez.
- Srta. Clark. - Levantei e fui até a secretária do meu médico. Ela me guiou
até a sala do doutor Peter.
Sentei na cadeira de frente para ele.
- Srta. Clark. - Ele estende a mão.
- Dr. Peter. - Apertei a mão dele. Ele tinha quarenta e poucos anos, era alto,
tinha cabelos pretos, com alguns fios brancos. Ele era bastante sério.
- Vamos ver se conseguimos saber o sexo do bebê.
Ele me guiou até uma marca e me pediu para deitar nela. Também pediu para

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eu levantar a blusa, eu sempre ficava nervosa nesse momento. Dr. Peter


passou um gel gelado pela minha barriga, depositou um parelho e começou a
mexer. Olhei para a tela que mostrava o meu bebê.
- Você e a criança estão bem. - Falou olhando para a tela. – Já consigo ver se
é menino ou menina. Quer saber?
Balanço a cabeça confirmando. Já sentia os meus olhos ficarem marejados
pela emoção que estava sentindo, antes de saber o sexo do meu bebê. Que eu
já amava muito.
- Parabéns! Você está esperando um menino! - Murmurou dando um sorriso
sem mostrar os dentes.

Capítulo Quatro
Ao chegar a minha casa, deixo a bolsa no sofá. Ligo a TV, e vou até o quarto.
Troco de roupa, vesti um short e um top, e volto para a sala. Vejo um convite
no chão. O pego e ele tinha uma caligrafia dourada. Ao abri-lo vejo que era o
convite da Joalheria. Fico confusa, eu me lembro de já tinha sido convidada

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para este evento.


Pego o meu celular de dentro da bolsa, digito o número de Amanda, e ela
atende no segundo toque: - Está sentindo algo? Já estou chegando aí – Ri
com a preocupação dela.
- Não estou sentindo nada. Só quero que tire uma dúvida minha. – Falo
olhando para o convite em minhas mãos.
- Pode falar.
- Eu queria saber por que recebi outro convite da Joalheria. Eu me lembro de
que já tenho um.
Escuto ela se engasgar no outro lado da linha.
- É... Eu não sei. – Murmurou gaguejando. – A pessoa que lhe mandou o
convite deve ter se confundido e mandou novamente.
Amanda diz tudo enrolada no outro lado da linha.
- Não minta para mim Amanda. Fale como você conseguiu aquele convite
anterior. – Murmuro divertida, eu sempre adorei ver Amanda nervosa.
- Tudo bem. Eu fiz uma proposta para um cara em troca do convite. – Diz
irritada.
- Não acredito que você fez isso! – Falo rindo. – Mas olha pelo outro lado. Eu
iria receber esse convite de qualquer jeito. – Parei de falar e pensei em algo
maléfico. – Só vou nesse evento se você fizer algo para mim.
- O quê?
- Você vai fazer essa matéria sobre o evento para mim.
- Nem pensar. Já estou lotada de coisa para fazer.
- Então eu não vou! – Ela suspirou no outro lado da linha, e sorri. Eu sabia
que ela iria fazer isso para mim.
- Você vai me pagar por isso! – Me ameaçou.
- Eu te amo Amanda.
- Eu sei que você me ama. Agora desligue esse celular e vá descansar, porque
se eu ouvir você reclamando de dor na coluna, eu juro que prendo você na
cama.

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Ri com isso, me despedi dela, e deixei o celular em cima da mesinha à minha


frente.
Deitei no sofá, fiquei assistindo e senti um chute do meu bebê. Sorri e toquei
no local onde ele chutou. Peguei novamente o convite e suspirei.
- Seja como Deus quiser.

****

Fazia algumas horas que estava olhando para vários vestidos. Eu ainda não
consigo acreditar que Amanda me convenceu a vir no shopping para comprar
um vestido para hoje à noite. Eu estava cansada, sentindo meus pés inchados
e morrendo de fome.
- Amanda, por favor, escolhe logo um vestido. Estou cansada e com fome! –
Ela estava parada à minha frente segurando dois vestidos longos, um preto e
o outro branco.
- Espera Anne! – Ela levantou os vestidos na minha frente. – Se você fosse
usar um desses dois, qual seria?
- O branco! – Ela olhou para o branco e fez uma careta.
- Vou levar o preto! – Ela se virou e foi até o caixa. Revirei os meus olhos.
Eu já tinha comprado o meu vestido. Ele era rosa, quase nude, ele ficava
colado ao meu corpo, tinha um decote pequeno na frente, que realçava os
meus seios, que estavam maiores, e mostrava a minha barriga que estava
começando a crescer.
Ao saímos da loja, fomos até um restaurante japonês que tinha ali perto do
shopping. Sentei-me em uma mesa e esperei Amanda trazer as nossas
comidas.
Alguns minutos depois ela se sentou à minha frente e começamos a comer
caladas. Depois que comemos fomos até o salão de beleza, fazer o cabelo e as
unhas.

****

Duas horas depois, saímos do salão e fomos para casa. Ao chegar ao meu
apartamento, vou direto para o meu quarto e deixo minha bolsa em cima da
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cama. Entro no banheiro e ligo a torneira para encher a banheira. Voltei para
o quarto, tirei toda a minha roupa, parei na frente do espelho e virei de lado.
Olhei para a minha barriga que estava um pouco maior, e os meus seios
tinham crescido mais. Já tinha me acostumado com a ideia que seria mãe de
um menino, e até poderia imaginar como ele seria. Se ele ia ter os cabelos
castanhos como do Noah, ou loiros como o meu, se os seus olhos eram azuis
ou castanhos. Passo a mão pela barriga e entro novamente no banheiro.
Desliguei a água, entrei na banheira, ao sentir a água morna bater na minha
pele, soltei um gemido de satisfação. Estava com dor nas costas e os meus
pés estavam inchados. Eu deveria fazer algum exercício como o médico
mandou, mas a minha preguiça não deixava.
Descansei a minha cabeça na borda da banheira, fechei os meus olhos e
acabei dormindo.

****

Depois de te acordado na banheira. Sai da água que já estava fria, me sequei,


fui para o quarto e vesti um conjunto de calcinha e sutiã azul claro. Verifiquei
a hora e percebi que tinha dormido muito tempo na banheira. Peguei o meu
vestido que estava no closet e deixei-o em cima da cama. Sentei na frente da
penteadeira e comecei a arrumar os meus cabelos que já estavam hidratados,
consegui fazer um coque nele e deixar alguns fios soltos, me maquiei,
esfumei os meus olhos com uma sombra preta e passei um batom vermelho
sangue na boca.
Ao terminar de me maquiar. Fui até a cama e peguei o vestido. O vesti e parei
na frente do espelho que pegava o meu corpo inteiro. Ele ficou perfeito no
meu corpo, marcava bem as minhas curvas, e a minha barriga que crescia a
cada dia. Nem parecia que estava com quatro meses, ela ainda era pequena,
mas dava para perceber que eu estava grávida. Na minha penteadeira abri
uma pequena caixa de veludo e peguei os meus brincos que tinha pequenos
diamantes nele, e depois peguei outra caixa que havia um colar de diamantes
que eu havia ganhado de Carla no meu aniversário de vinte e seis anos.
Entrei no closet, peguei os meus saltos pretos e os coloquei. Também peguei
minha carteira e coloquei algumas coisas que iria precisar. Saí de casa já um
pouco atrasada, e o trânsito também não ajudou. Quando cheguei ao local
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onde seria o evento, parei o carro e saí do mesmo, entreguei a chave para o
manobrista. Tinham muitos fotógrafos tirando fotos de pessoas importantes.
Passei direto e entrei na joalheria. Tinha muitas pessoas andando para todos
os lados olhando para as joias que estavam expostas.
Andei um pouco pelo local, olhando para as joias e parei onde tinha um colar
de rubis, fiquei encantada com a sua beleza, então escutei, atrás de mim, uma
voz que eu conhecia: - Gostou da joia Srta. Clark? – Fiquei trêmula, virei e
olhei para Noah que estava parado a minha frente. Ele estava vestindo um
smoking preto, seu cabelo estava bem arrumado e ele estava com uma barba
pouco rala, que o deixou mais gostoso do que antes.
- Noah! – A minha voz saiu um pouco baixa.
- Clark! – Sorriu de lado.
Ele ficou me olhando nos olhos. Mas logo desceu o seu olhar para o meu
corpo e ficou olhando para a minha barriga.
- Você estar grávida?
- Sim, estou. – Coloco meus braços na frente da barriga, como se quisesse
protegê-la.
- De quantos meses? – Perguntou, levantando uma sobrancelha parecendo
interessado.
Se eu falasse que estava de quatro meses, ele poderia desconfiar que fosse
dele.
- Estou...
- Anne, finalmente eu encontrei você! – Amanda murmurou, parando ao meu
lado. Soltei um suspiro de alívio. Poderia dá um beijo nela e a agradecer por
ter me salvado.
Ela olhou para Noah e deu um sorriso maroto.
- Desculpe por ter interrompido a conversa de vocês! – Falou fingindo-se de
arrependida. – Mas eu tenho que levar Anne, para me ajudar com uma
coisinha.
Amanda termina de dizer, já me levando para longe de Noah, mas o escuto
falar: - Nos vemos por aí Clark! – Virei à cabeça e o vejo andar para perto de
algumas pessoas.
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Amanda me levou para onde havia alguns aperitivos, e bebidas.


- Eu vou lhe dá um beijo por ter me salvado. – Falei a abraçando.
- Um dia vou lhe cobrar por ter lhe ajudado. – Ela falou, saindo do meu
abraço.
- Ok! Agora me diga onde você estava? Por que não lhe encontrei quando
cheguei.
- Você sabe né, fui ver como estava o movimento pela joalheria. – Murmurou
dando um sorriso safado.
- Sei qual foi o movimento que você foi vê.
Peguei um suco, e fiquei conversando com Amanda até que escutamos Noah
Johnson falar no microfone, em cima de um palco improvisado que havia ali.
- Boa noite! Primeiramente quero agradecer a todos que vieram. Bom, hoje
estou feliz por ter conseguido mais uma vitória na minha vida. – Falou
sorrindo. – E isso eu não teria conseguido sozinho, tenho que agradecer a
uma pessoa que é muito importante na minha vida... – Ele se virou para um
lado e continuou a falar: – Laura se não fosse você, acho que eu não estaria
aqui agora. Se você não estivesse ao meu lado nos momentos ruins e se não
tivesse me aturado todo esse tempo, eu não sei se estaria aqui agora. Isso
mostrou que você é a pessoa certa para estar ao meu lado em todos os
momentos, e sei que quero passar o resto da minha vida ao seu lado. – Ele
tirou uma caixinha de dentro do bolso da calça. – Laura você aceita se casar
comigo?
Estou parada olhando para a cena a minha frente, não conseguia acreditar no
que tinha acabado de escutar. E por alguns segundos, pude me imaginar
falando para ele que estava grávida de um filho seu. Mas isso não acontecerá,
porque ele acabou de pedir outra mulher em casamento. Olho para o copo de
suco em minhas mãos e desejei que ele fosse alguma bebida alcoólica, para
tentar esquecer essa cena a minha frente.
- Sim, claro que aceito. – A escuto dizer. Vejo-a ir até ele e abraçá-lo. – Já
estava na hora, porque já estamos juntos há tanto tempo.
Há tanto tempo, isso quer dizer que ele a traiu comigo. Senti o sangue fugir
do meu corpo. Isso não pode ter acontecido comigo.

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- Anne você está bem? – Amanda perguntou preocupada.


- Me tira daqui, por favor! – Falo baixo, sentindo minha garganta se fechar.
Ela segurou na minha mão, como se quisesse me apoiar. Ao dá um passo,
senti o meu corpo ficar mole, vejo tudo ficar preto a minha frente e caí no
chão.

****

Acordei sentindo uma dor na cabeça, abri os meus olhos, que estavam
pesados e percebi que estava em um quarto hospitalar. Fiquei me
perguntando como vim parar aqui, e as lembranças do evento vêm à cabeça, o
reencontro com Noah, o seu pedido de casamento para a tal Laura.
O que martela na minha cabeça é que eles estão juntos há um tempo. Ele
ficou comigo estando comprometido com outra. Isso quer dizer que fui a sua
amante passageira, e agradeço por ter sido uma única noite, senão eu me
sentiria mais suja que já estou me sentindo.
Olho para a porta ser aberta, e Amanda entrar no quarto. Ela já não usava
mais o vestido de gala e sim uma calça jeans e uma blusa vermelha de manga
longa.
- Que bom, que acordou. – Falou beijando o alto da minha cabeça. – Estava
preocupada com você.
- O que houve? – Minha voz saiu um pouco rouca.
- Você desmaiou quando o Noah pediu aquela mulher em casamento. Aí eu
gritei pedindo ajuda. E o Noah veio lhe socorrer. – Falou se sentando na beira
da cama.
- Foi ele quem me trouxe para cá? – Ela confirmou.
- Você tem que descansar, o Dr. Peter disse que você teve uma queda de
pressão e isso não irá fazer bem para o bebê.
Concordo, fechando os meus olhos, tentando dormir, mas não conseguia a
minha consciência estava pesada.
- Ele perguntou quem era o pai do meu filho? – Abri novamente os meus
olhos.

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- Sim ele perguntou. – Ela segurou na minha mão. – Mas eu não disse quem
era. Você mesma vai escolher se vai dizer ou não.
Do um sorriso fraco e seguro de volta na mão dela. Agora eu tinha certeza
que ele nunca saberia sobre esse filho que estava esperando. Por mim, ele vai
viver sem saber da existência desta criança, ele que viva com aquela mulher e
que seja feliz com ela.
Porque eu vou seguir a minha vida e criar o meu filho sozinha, e dá tudo que
ele precisar.

Capítulo Cinco Noah

Quatro meses antes.

Acordo sentindo o lado da cama vazio, ao abrir os olhos não a encontro ao


meu lado, saio da cama e vou à procura de Anne. Procurei-a no banheiro,
pela sala e na varanda e não a encontrei. Mas encontrei uma folha em cima da
mesa, que ficava na entrada do quarto, leio o que estava escrito: “Foi ótimo
te conhecer e espero que algum dia nós nos vejamos novamente”.
Anne Clark.
Foi ótimo me conhecer? Só isso que ela tem a dizer sobre o que houve ontem
à noite?

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Amassei a folha com raiva, e o jogo em qualquer lugar do quarto. Ela não
pode ter me deixado quando dormia. Entrei no banheiro e tomei um banho
rápido, coloquei uma calça jeans escura e uma camisa preta. Ao sair do
quarto vou direto para o dela, ela deveria estar lá se escondendo de mim.
Bati na porta do quarto dela, mas ninguém abriu, bati mais uma vez e nada. A
minha raiva já estava chegando ao limite.
Calma, Noah.
Ela deve estar na área da piscina como sempre faz todas as manhãs. Eu não
sei o que está acontecendo comigo, desde que eu a reencontrei aqui no
Caribe, desejei tê-la só para mim, pensei que isso era só desejo passageiro,
mas não era, quando finalmente a tive, senti algo a mais.
Ando apressado até chegar ao meu destino, olhei para o local e não a
encontrei e sim uma das garotas que já vi junto dela. Ando até ela e paro a
sua frente, a moça tirou os seus óculos de sol e ficou me olhando com a testa
franzida.
- Oi! – Dou um sorriso forçado. – Você sabe onde Anne estar?
- Ahh... A Anne não está mais aqui no Caribe. Ela teve que voltar para Nova
York.
Então deve ter sido por isso que ela me deixou dormindo.
- Obrigado! – Falo e me desculpo por ter a incomodado. E saio andando para
dentro do hotel novamente, a raiva que sentia por Anne ter me deixado
dormido, diminuiu um pouco, mas ainda estava com muita raiva.
Ao entrar no quarto, escuto o meu celular tocar, vejo que é Laura, solto um
suspiro e atendo.
- Oi, Laura! – Minha voz saiu ríspida.
- Querido. – Murmurou aliviada. – Soube que viajou de férias, por que não
me levou junto com você?
Fechei os meus olhos e contei até dez, tentando me controlar. Se ela soubesse
que essas férias são para resolver alguns assuntos pendentes que eu tinha
aqui.
- Eu não estou de férias, estou trabalhando. – Falo controlando a voz.

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- Mas eu poderia está aí lhe fazendo companhia.


Existem companhias melhores que a sua, queria dizer, mas me controlo.
- Mas não preciso, estou voltando para Nova York. Hoje mesmo! – Murmurei
já me preparando para desligar o celular.
- Você às vezes é bem rude sabia? – Ela parecia magoada.
Não irei aguentar o drama dela, a essa hora da manhã.
- Laura eu tenho que desligar. – Desligo sem esperar ela falar.
E digitei o número de Marcos. No segundo toque ele atendeu.
- Sim, chefe.
- Quero que investigue a vida inteira de Anne Clark, e depois me entregue o
relatório.
- Claro.
- Espero você amanhã no escritório. E também vou querer todos os
documentos das novas mercadorias.
Desligo.
Olhei para o mar a minha frente. Preciso saber tudo sobre ela, de onde ela é, e
onde mora, eu não contei tudo sobre mim. Ela não precisa saber que sou o
Capo da Cosa Nostra dos Estados Unidos.
E agradeço por ela não saber, pago muito bem para o meu pessoal esconder
isso, das pessoas e do mundo todo. A empresa de diamantes é só uma fachada
para os negócios da máfia.
E não consigo imaginar o que aconteceria se ela descobrisse o que sou de
verdade.

Quatro meses depois.

Estou olhando para os papéis em minhas mãos, já fazia quatro meses que os
tinha. Falando de Anne e sua vida inteira. Aqui dizia que ela perdeu a sua
mãe ainda bem jovem, e o seu pai tinha se casado alguns meses depois da
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morte da sua mãe. E nesses quatro meses, fiquei acompanhando todos os


passos dela. Fiquei chocado ao descobrir que ela estava grávida, de quase
cinco meses. Eu não sabia o que fazer. Eu fiz as contas e é o tempo que
ficamos juntos, e nesse tempo ela não ficou com ninguém.
Depois de alguns minutos,, fiquei digerindo a novidade que seria pai, em
breve. E me perguntei por que ela não veio atrás de mim.
Claro seu idiota, ela não precisa da sua ajuda para criar a criança. – A
minha consciência berra na minha cabeça.
Daqui a alguns dias, irei fazer um evento para abrir mais uma joalheria, e
aproveitei esse evento para mandar um convite para ela. E poderei vê-la
depois de meses, e vê na minha frente a sua barriga de grávida e poder tocá-
la.
Sempre sonhei em ter um filho homem e ensinar tudo que sei para ele, e
deixar tudo que tenho para o meu herdeiro, que seria o herdeiro da máfia dos
Estados Unidos.

****

Hoje é o dia do evento, e já tinha mandado o convite para Anne, mal posso
esperar para vê-la.
Olho para o meu celular que estava tocando e era Pietro um dos meus
soldados.
- Fala.
- Senhor, tivemos um problema com o descarregamento.
Fechei os meus olhos e respirei fundo, o descarregamento de armas não
poderia dar errado. Tinha investido muito nisso.
- Como assim teve problemas?
- Quando íamos pegar a encomenda, uns dos homens da máfia russa nos
atacaram.
- Alguém se feriu? – Tento me controlar.
- Não senhor.
- Pegaram eles?
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- Não conseguimos senhor.


- Vocês são uns imprestáveis. – Rugi furioso. – Espero que vocês me
entreguem a encomenda no fim do dia, ou nem apareçam na minha frente.
- Sim senhor.
Não falei mais nada e desliguei. Jogo o aparelho na parede do meu escritório.
Passo minhas mãos pelos cabelos, tento controlar a minha raiva. Sentei na
minha poltrona e olhei para foto de Anne, que estava em cima da minha
mesa, mostrava-a saindo do seu prédio com um vestido branco que marcava
as suas curvas e mostrava a sua barriga que estava crescendo e isso me
acalmou. Penso que poderia a ter aqui nos meus braços e o meu momento de
raiva é esquecido.
- Você será minha. – Murmuro.
A porta da minha sala é aberta, e vejo Laura adentrar. Guardo a foto na
gaveta da mesa.
- O que você quer aqui? – Murmurei sem paciência.
- Olha Noah, você sumiu há um mês e quando vejo você já vem com
grosseria. – Ela fala alto.
- Primeiro Laura: não tolero que aumente o tom de voz comigo. Segundo,
pouco estou me importando se sumi há um mês, e se eu quiser ficar mais
tempo sem lhe vê eu fico minha linda. – Falei levantando da poltrona e
colocando as mãos na mesa.
- Você está estressado. – Falou baixo.
- Você que me estressa. – Rebato.
- Noah meu amor, não vamos brigar. Eu só vim falar com você sobre o
evento de hoje à noite.
- O que tem ele?
- Você irá me pedir em casamento hoje. – Diz sorrindo.
- O QUÊ?
- É isso que você ouviu. O seu pai foi falar com o meu, e sem querer acabei
escutando a conversa deles dois. – Falou dando de ombros. – Bom, o seu pai
vai falar com você, mas eu vim antes. Eu até já comprei o anel que você vai
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me dar hoje à noite. – Falou tirando uma caixinha de dentro da sua bolsa. E
deixou em cima da minha mesa.
- Você só pode estar louca. – Murmuro olhando para a caixinha em cima da
mesa.
- Não querido, não estou louca. Como eu ouvi o seu pai falar, ele disse que
você teria que se casar para te herdeiros e passar o seu lugar de Capo da
máfia em diante.
Semicerrei os meus olhos para ela.
- Que eu saiba você não pode ter filhos.
- Eu estou fazendo tratamento. – Falou rude.
- Mas isso não significa que vai dá certo. – Retruquei. Já estava pensando em
acabar tudo com ela, mas isso foi à gota d’água.
- Vai dá certo. – Falou confiante. – Eu irei poder dar os filhos que você tanto
deseja meu amor.
Ela vem para na minha frente e toca o meu rosto.
- Eu irei fazer você feliz. – Sussurrou.
- Será?
- Sim, eu te amo. – Me abraçou, mas não devolvo o seu abraço só fico
olhando para a minha frente.
- Laura eu tenho que trabalhar. – Falo afastando-a.
- Tudo bem, eu te vejo hoje à noite. – Se virou para sair.
- Ok! – Ela me mandou um beijo e saiu da sala.
Olho para a caixinha em cima da minha mesa. Eu sabia que teria que pedir
ela em casamento, mas eu não iria me casar com ela. Tinha outros planos
para a minha vida. E ela não estava incluída nos meus planos.

****

Finalmente tinha chegado à noite, já estava no evento falando com algumas


pessoas importantes para a máfia. Olhei pelo local e paro os meus olhos em
Anne, que estava parada olhando uma joia. Pedi licença para as pessoas que

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estava falando e vou até ela.


- Gostou da joia Srta. Clark? – Falo atrás dela, e a vejo ficar um pouco
trêmula. Ela se virou e me olhou dos pés a cabeça. Fiquei parado deixando
que ela me verificasse.
- Noah. – A voz dela saiu um pouco baixa.
- Clark. – Dei um sorriso de lado.
Fiquei a olhando nos olhos, mas logo desci o meu olhar para o seu corpo que
estava ainda mais gostoso do que antes. E parei olhando a barriga dela, que
estava um pouco maior do que a foto.
- Você está grávida?
- Sim, estou. – Ela falou colocando os seus braços na frente da sua barriga,
como se quisesse protegê-la.
- De quantos meses? – Pergunto. É claro que sabia de quantos meses ela
estava, mas tinha que fingir que não sabia de nada, para ela não desconfiar.
Ela ficou calada, como se estivesse pensando em uma resposta para a minha
pergunta.
- Estou...
- Anne! Encontrei você. – A moça que falei há quatro meses, veio até nós e
parou ao lado de Anne.
Ela me olhou e deu um sorriso maldoso. E percebo que tenho que ter cuidado
com ela.
- Desculpe por ter interrompido a conversa de vocês. – Falou fingindo-se de
arrependida. – Mas eu tenho que levar Anne, para me ajudar com uma
coisinha.
A moça terminou de falar, já arrastando Anne para longe de mim.
- Nos vemos por aí Clark. – Murmurei, já andando para longe e paro para
falar com alguns homens importantes.
Depois de conversar com eles, pedi licença e vejo Laura, vindo até a mim.
- Quem era aquela mulher que você estava falando? – Perguntou autoritária.
- Isso não lhe interessa. – Murmuro, já andando para longe dela.

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- Noah, espera. – Falou já pegando meu braço. – Se eu souber que você está
tendo algo com aquela ruiva ou com a que está grávida, você vai se ver
comigo.
- Depois vamos conversar sobre você está me ameaçando, mas eu não quero
arrumar uma cena na frente dos meus convidados. – Tiro o meu braço da sua
mão.
- Tudo bem! – Vejo medo nos seus olhos. Depois de falar com mais algumas
pessoas vou até um palco improvisado que tinha ali.
- Boa noite! Primeiramente, quero agradecer todos que vieram. Bem, hoje
estou feliz por ter conseguido mais uma vitória na minha vida. – Falo dando
um sorriso forçado. – E isso eu não teria conseguido sozinho, tenho que
agradecer uma pessoa que é muito importante na minha vida... – Viro para o
lado onde Laura estava, e sei que vou me arrepender do que vou falar agora,
mas isso não irá durar por muito tempo. – Laura se não fosse você, acho que
eu não estaria aqui agora. Se você não estivesse ao meu lado nos momentos
ruins, tendo me aturado todo esse tempo, eu não sei se estaria aqui agora. Isso
mostrou que você é a pessoa certa para estar ao meu lado em todos os
momentos, e sei que quero passar o rosto da minha vida ao seu lado. – Tirei a
caixinha, que ela levou mais cedo no meu escritório, do bolso da calça. –
Laura você aceita se casar comigo?
Vejo-a pular de alegria, por mim eu não estaria fazendo nada disso. Mas logo
irei desfazer esse pedido.
- Sim, claro que aceito. – Laura falou sorrindo. E ela andou até onde estou. –
Já estava na hora, porque já estamos juntos há tanto tempo.
Olhei-a com ódio, ela estava mentindo, nós estávamos juntos há uns dez
meses.
- ME AJUDEM AQUI, POR FAVOR! – Olhei para onde vinha o grito, e
vejo Anne caída no chão, desci do palco e fui até ela. Peguei-a no colo.
- Saiam. – Me desviei das pessoas e saí com ela no colo, ando até a minha
Land Rover que estava parado na frente do prédio.
Coloquei-a no banco de trás e a mulher que estava com ela, entrou. Andei
apressado para o banco do motorista. Liguei o carro e dei a partida.
Dirigi rápido e menos de dez minutos chegamos ao hospital. Saí do carro,
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peguei Anne no colo e entrei no hospital. Pedi por ajuda e uma enfermeira
veio até nós e me pediu para colocar Anne em uma maca. Quando a coloco,
alguns enfermeiros a levaram. Virei e vi amiga dela, olhando preocupada
para o corredor onde levaram Anne.
- Qual é seu nome? – Pergunto.
- Amanda. – Falou me olhando, logo abriu a sua bolsa e começou a procurar
algo dentro dela.
- Amanda, por favor, tire a minha dúvida, quem é o pai do filho que Anne
está esperando? – Ela parou de mexer na sua bolsa e estreitou os olhos para
mim.
- Eu não posso falar. – Murmurou seca. – Se você me der licença, tenho algo
para fazer.
Amanda se virou e me deixou sozinho, fiquei olhando para a parede a minha
frente.
Se Anne pensa que vai me esconder essa criança, está bem enganada. Vou
resolver tudo que tenho com Laura e vou atrás dela, e ficar com o meu filho.

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Capítulo Seis Anne

Sentei na minha cadeira e olhei para os papéis espalhados na minha mesa.


Respirei fundo e comecei a arrumar a bagunça.
Quando estava terminando, escuto baterem na porta da minha sala.
- Pode entrar. – Falo olhando para um documento.
- Anne. – Olhei para a porta e vejo Damon parado.
- Oi.
- Bom, só vim dizer que o documentário que você fez sobre o evento da
Joalheria Johnson, ficou o máximo. Iremos publicar hoje, na revista.
- Fico feliz que tenha gostado. – Sorriu para ele. – Mas quem fez a matéria foi
a Amanda, não fui eu.
- Ah! – Vejo-o ficar sem graça. – É... Mas a matéria ficou ótima. Mesmo não
sendo você que fez, vim lhe dá parabéns pelo trabalho.
- Obrigada! – Já estava ficando sem graça, vendo-o ficar me olhando do jeito
que estava me olhando. – É só isso?
- Sim, se me der licença. Desculpe por ter interrompido o seu trabalho. –
Falou se virando para a porta, mas antes de sair o escutei falar: – Anne?
- Sim?
- Você aceita almoçar comigo?
Fiquei surpresa pelo convite dele, e meio sem graça. Eu não tinha tanta
intimidade com Damon.
- Hoje não dá. – Vejo a decepção no rosto dele. – Mas podemos marcar para
semana que vem? O que acha?
Ele sorriu para mim.
- Terça, está bom para você?
- Ótimo! Então fica para terça. – Ele saiu da minha sala alegre.
E ao ver a porta ser fechada solto à respiração. Damon nunca tinha me
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convidado para almoçar e não sei o que deu nele para fazer esse convite.
Paro de pensar nele e me concentro no meu trabalho. Dez minutos depois,
Amanda entrou na minha sala como um furacão.
- Você poderia bater na porta antes de entrar. – Falei, continuando a escrever
algo no notebook.
- Não gosto de bater na porta. – Murmurou, já se sentando na cadeira a minha
frente.
- O Damon veio aqui para me parabenizar pelo documentário sobre o evento
de sábado passado.
Parei de digitar, olhei-a e continuei a falar.
- Mas falei que não tinha sido eu a fazer o documentário. Disse que tinha sido
você.
- E qual foi à reação dele?
- Ele ficou um pouco sem graça. – Me inclinei para frente e falei baixo: –
Mas logo depois me convidou para sair.
- Sério? Você aceitou não foi sua safada? – Ela me perguntou rindo.
- A safada entre nós duas é você minha linda. – Ela gargalhou alto. – Eu disse
que não podia almoçar hoje com ele, mas semana que vem poderia.
- E qual vai ser sua desculpa para semana que vem?
- Ainda vou pensar.
- Você é mau, Anne. – Falou pegando uma caneta de cima da minha mesa.
- E o que você está fazendo aqui há essa hora? – Pergunto mudando de
assunto.
- Não tenho nada para fazer. – Falou distraída.
- Então, você pode me ajudar a organizar algumas matérias, para o jornal de
amanhã de manhã.
- Nem vem! Terminei quase agora alguns documentos para a revista desse
mês.
Amanda trabalhava em outro setor aqui na redação, eu era da parte do jornal
e ela era da revista de moda.
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- Então não me atrapalhe. – Digo voltando ao meu serviço.


Enquanto eu trabalhava, Amanda ficou esperando, mexendo nas minhas
coisas. Na hora que o meu expediente acabou, arrumei as minhas coisas e saí
da sala com ela, que foi até a sua sala e pegou a bolsa, entramos no elevador e
fomos para a garagem do prédio.
Despedi-me dela e entrei no meu carro. Ao chegar em casa, deixo minha
bolsa em cima do sofá e vou para a cozinha. Pego um pacote de biscoito e
voltei para a sala, sentei no sofá, tirei meus saltos, liguei a TV e fiquei
assistindo a um filme.
Uma hora depois fui para o quarto, tomei um banho e deitei na cama para
descansar. Fechei os meus olhos e caio no sono profundo.

Um mês e meio depois


Estava assistindo um filme, quando a campainha toca. Levantei do sofá e fui
até a porta, quando a abri senti o meu coração parar por alguns segundos, não
podia acreditar que ele estava parado a minha frente.
- O que você está fazendo aqui?
- Não vai me convidar para entrar? – Perguntou Noah, levantando uma
sobrancelha.
Fiquei parada olhando-o, sem saber o que fazer. Respirei fundo e o deixei
entrar, depois fechei a porta.
- Como é que você descobriu que moro aqui? – Perguntei olhando para cada
movimento dele.
- Anne, eu sei de muitas coisas. – Falou se virando para mim. – E sei que este
filho que você está esperando é meu.
- Você está enganado. – Falo convincente.
- Não, não estou. Eu fiz as contas Anne, você está de cinco meses e eu me
lembro de que faz cinco meses que transamos. – Murmurou seco.
- Eu transei com outra pessoa nesses cinco meses, meu lindo. – Andei até
sofá.
- Mentirosa.

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- Não estou mentindo, Noah. Eu transei com o meu ex-namorado, foi uma
recaída que tive.
Ele andou até parar na minha frente e me olhou sério, eu até tive medo do
olhar que ele me lançava.
- Eu não vou cair nisso. – Vocifera trincando os dentes. – Eu vim para cuidar
de vocês dois.
Ele estendeu a sua mão para tocar a minha barriga, e me afastei dele antes
que ele me tocasse.
- Eu não preciso que você cuide de mim. – Murmurei andando até o outro
lado do sofá.
Tenho que manter distância dele.
- Sim, você precisa.
- Não, não preciso. – Noah se aproximou de mim mais uma vez. – Só quero
que você vá embora. A sua noiva não vai gostar de saber que o noivo dela
veio atrás de outra.
- Eu não estou mais noivo. – Senti os seus dedos na minha bochecha.
Fiquei olhando para o rosto dele, tentando encontrar alguma mentira no que
ele acabou de dizer, mas só encontro verdades nos olhos dele.
- Não consigo acreditar em você.
- Por quê?
- Você ainda pergunta o porquê? Você traiu a sua noiva, comigo. Você foi
um cafajeste. E eu odeio homens que traem.
Afastei-me dele.
- Eu não quero discutir isso. – Se aproximou novamente. – Eu estou aqui para
ficar com você e com o nosso filho.
- Eu já falei que o filho não é seu. – Murmurei irritada.
- Para de mentir! – Percebo que ele já estava perdendo a paciência.
- Eu não estou mentindo!
- Está sim! – Ele me segurou pelos ombros. – Eu sei que você não se
envolveu com nem um ex-namorado, Anne. Você pode acreditar que eu sei
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tudo que você fez nesses cinco meses.


Arregalei os meus olhos no que ele acabou de revelar.
- Como assim você sabe tudo?
- Coloquei uma pessoa da minha confiança para lhe seguir todo esse tempo.
Afastei-me dele e andei para longe.
- O que você é?
- Isso não importa.
- Quero que você saia da minha casa agora. – Aponto para a porta. – Saia,
Noah.
Minha cabeça estava girando, me sentia tonta e parecia que a qualquer
momento eu poderia desmaiar.
- Não vou sair. – Disse grosso. – Por que não me procurou para falar que
estava esperando um filho meu?
- Você queria que eu fizesse o quê? Você poderia achar que eu estava
mentindo. Você iria confiar em uma pessoa que você só teve uma noite?
- Não.
- Está vendo? É isso que eu tinha medo, da rejeição. A única coisa que eu não
queria era que o meu filho fosse rejeitado.
Noah ficou calado me olhando, ele parecia pensar no que acabei de falar,
fechou os olhos e passou as mãos pelos cabelos.
- É melhor você ir embora agora, Noah. – Suspiro, cansada. – Eu não estou
me sentindo bem.
- O que você está sentindo? – Perguntou me olhando preocupado.
- Só estou cansada. Agora, por favor, vá embora. – Fechei os meus olhos,
para ver se a tontura passava.
- Você não está bem, Anne. Vou te levar para o hospital. – Tentou me pegar
nos braços.
- Vá embora, Noah.
Ele fingiu que não escutou e me pegou no colo, ao me levar para fora do
apartamento fechei os meus olhos e encostei a minha cabeça no peito dele,
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sentindo o seu cheiro maravilhoso.


Nem tinha prestado atenção no caminho para o hospital, pois no carro, fiquei
no colo de Noah.
No hospital, me levaram para um quarto e fizeram alguns exames, e vi o Dr.
Peter entrar com uma prancheta médica.
- Srta. Clark. – Falou me olhando sério, como sempre.
- Dr. Peter.
- O que diz aqui nos seus exames, é que você está com a pressão alta. – Falou
mexendo na prancheta. – Como sabemos você não pode ter nenhum tipo de
estresse.
- É eu sei. – Vejo que ele olhou para Noah, que agora estava sentado sem
falar nada.
- Você deve ser o pai da criança. – Apertou a mão de Noah – Dr. Peter.
- Sim, sou. – Ele tentou esconder um sorriso que brotou nos seus lábios.
- Então Senhor...
- Johnson.
- Então, Sr. Johnson, a Srta. Clark, não pode ter nenhum tipo de estresse, mas
vejo que ela não consegue ficar calma nem por um segundo. – Revirei os
meus olhos. – Ela está no quinto mês da gestação. Então é bom que ela
mantenha a pressão estável, isso não iria fazer bem para ela e nem para a
criança.
- Entendo. – Noah falou, prestando atenção em tudo que o médico falava.
- Agora Anne... – Dr. Peter se virou para mim – Quero que se mantenha
calma, e nós veremos daqui a duas semanas.
- Ok!
O vejo sair do quarto, olho para Noah que estava me olhando com as
sobrancelhas levantadas.
- O que foi?
- Nada. – Se aproximou da cama. – Você vai morar comigo.
- Nem morta! – Cruzo os braços o desafiando.
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- Para o bem do bebê. – Abaixei um pouco a guarda.


- Por que quer que eu more com você?
- Para eu poder cuidar da sua saúde.
- Eu posso me cuidar sozinha.
- Estou vendo. – Murmurou sarcástico. – Você vai querer colocar a vida do
nosso filho em risco?
Olho para a minha barriga, e a toco. Eu nunca iria colocar a vida do meu filho
em risco.
- Tá certo, eu vou morar com você. Mas não venha bancar o pai todo
protetor, vou continuar a fazer tudo que faço.
- Tudo bem. – Deu um sorriso de lado.
- É bom que eu não me arrependa disso. – Falei baixo.
Abracei a minha barriga, e percebi que Noah olhou-a. Suspiro e pergunto: -
Que tocar? – Vejo-o ficar surpreso pela minha pergunta.
- Posso? – Assenti. Ele se sentou na beira da cama e estendeu a sua mão e
tocou na minha barriga. Ao sentir o seu toque me senti segura perto dele.

Capítulo Sete Noah


Um mês e meio antes.

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Olhei para o meu pai que estava sentado à minha frente. Eu estava tentando
controlar a raiva que estava sentindo nesse momento.
- Como você pode arranjar um casamento sem eu saber? – Perguntei o
olhando sério.
- Você queria que eu fizesse o quê? Você já tem 32 anos, Noah! E você já
deveria estar casado e com filhos!
- Aí você se achou no direito de arranjar um casamento para mim? Se eu
quiser me casar, eu me caso. Eu não preciso que você arranje nada para mim.
- Noah, você é o Capo da Cosa Nostra...
- Você falou muito bem, eu sou o Capo. Então, se eu não quis me casar
ainda, você não tem que se intrometer na minha vida.
Antes que ele falasse algo, volto a falar.
- E eu não vou me casar com a Laura.
- A Laura é filha do Consigliere de Chicago, e se você casar com ela, vai ter
muitos aliados Noah.
- Eu não estou nem aí se ela é filha do Consigliere de Chicago. Eu. Não. Vou.
Me. Casar. Com. Ela. – Termino de dizer pausadamente.
- E com quem você vai se casar? – Perguntou debochado. – Você sabe que
não pode se casar com nenhuma mulher fora da máfia.
- Se eu quiser me casar com alguma mulher fora da máfia, eu caso, não devo
satisfação a ninguém.
- Olha como fala comigo. Eu ainda sou o seu pai Noah Johnson. – Se
levantou e apontou um dedo para mim. – Você não irá sujar o nome da minha
família se casando com qualquer uma.
- Olha quem fala. Você deveria ter vergonha de trair a minha mãe. – Rebato.
- VOCÊ É UM MOLEQUE! – Falou alto – COMO PUDE BOTAR
ALGUÉM COMO VOCÊ NO COMANDO DA MÁFIA? EU SÓ PODERIA
ESTAR LOUCO!
- Me respeite. – Tento me controlar. – Você pode ser o meu pai, mas eu não
irei aceitar que você fale alto comigo.
- Olha aqui... – Abaixou o tom da voz. – É melhor você se casar com a Laura.
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- Senão o quê? – O desafio.


- Não me provoque, Noah. – Falou se virando e saindo da minha sala,
fechando a porta com força.
Respirei fundo e encostei minha cabeça na poltrona. Quando me sinto mais
calmo, peguei o telefone na mesa.
- Silvia, venha aqui na minha sala. – Desligo.
Ela entrou segundos depois, com um bloco de anotação.
- Sr. Johnson. – Falou, ajeitando os seus óculos de grau.
- Quero que você remarque todos os meus compromissos de hoje para os
próximos dias. – Balbucio, me levantando, pegando o meu palitó.
- Sim, senhor. Quer mais alguma coisa?
- Não, você pode tirar o resto do dia de folga. – Pego a minha maleta e saio
da sala.
Ao entrar no elevador pego o meu celular, e ligo para Laura.
- Oi querido! – Falou com a voz melosa.
- Quero encontrá-la na minha casa daqui a trinta minutos. – Vou logo ao
ponto. – E não se atrase.
Desliguei, sem esperar que ela fale. Saio do elevador e ando pela garagem do
prédio, ao chegar perto do carro, sinto o celular vibrar.
Olho e vejo que é Marcos.
- Oi.
- Chefe, encontramos o cara que tentou roubar as mercadorias da semana
passada. – O seu tom de voz era satisfatório.
- Ótimo! Você sabe o que fazer, depois vá até a minha casa para
conversamos.
- Ok!
Despeço-me dele e desligo.
Entro no carro, e dou a partida. Dirijo para a minha casa.

****
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Ao chegar à minha casa, vou para o bar e me sirvo de uma dose de uísque.
Depois de bebê-lo e colocar mais uma dose, escuto a porta da sala ser aberta.
- Oi amo. – Falou Laura, andando até onde estou, me abraçando.
- Vamos conversar. – Falo me afastando.
- Sobre o quê?
Ela se sentou no sofá, deixou a bolsa ao seu lado, e ficou esperando que eu
começasse a falar.
- O casamento. – Vejo os olhos dela brilharem.
- Eu já estou fazendo os preparativos, meu amor, está fincando tudo lindo! –
Falou sorrindo.
- Não haverá mais casamento. – Murmuro. Ela me olhou com os seus olhos
arregalados.
- Como assim? Não haverá mais casamento? – Se levantou rápido. – Porque
está fazendo isso comigo, Noah?
- Eu não estou fazendo nada com você Laura, eu só não quero me casar com
você.
- Por quê? – Vejo ódio nos olhos dela. – Ah, eu já sei, você encontrou uma
vadia para aquecer a sua cama, não é?
- Olha aqui Laura, você não tem esse direito de falar “merda” dentro da
minha casa.
- EU FALO O QUE EU QUISER! – gritou ela. – Você não irá me deixar por
um mero capricho, Noah! Nós estamos juntos há tanto tempo.
- Mas nunca tivemos nada realmente sério. – Vejo as mãos dela tremerem.
Laura parecia tentar se controlar, ela respirava ofegante e os seus olhos
estavam grandes e vejo que estavam lacrimejantes. – Você colocou coisas na
sua cabeça, e pensou que algum dia iriamos nos casar.
- Você me pediu em casamento, na frente de todos. – Ela parecia que iria
desabar a qualquer momento. – E como vai ficar a minha imagem.
- Eu fiz o pedido porque fui coagido a isso, mas do pedido até o casamento
tem uma distância longa. E sobre a sua imagem, eu não posso fazer nada. –
Me abaixei rápido, quando ela jogou um vaso na minha direção. – Você ficou
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louca?
- SEU DESGRAÇADO! – Gritou jogando outro vaso – VOCÊ IRÁ SE
CASAR COMIGO!
- Não, eu não irei. – Murmurei calmo. – Agora saia da minha casa, porque
tenho mais o que fazer, do que ficar aqui ouvindo você gritar.
- Noah, você vai se arrepender por ter feito isso comigo. – Pegou a sua bolsa
e saiu andando rápido da casa.
Olho para os vasos quebrados no chão e respiro fundo, mulheres.
Vou para o meu quarto, tirei toda a minha roupa e andei até o banheiro, tomei
um banho rápido, vesti uma calça de moletom e deitei na cama.
Fiquei olhando para o teto, e dei um sorriso.
O meu próximo passo era ter Anne só para mim.

Um mês e meio depois


Estou olhando para a porta a minha frente. Há uma semana Marcos, o meu
Consigliere e amigo, tinha conseguido o endereço de Anne. Estava me
sentindo nervoso e me repreendi por isso. Inspirei fundo e bati na porta.
Quando a mesma foi aberta, vejo-a ficar surpresa. Olhei-a de cima a baixo.
Anne estava vestindo um short preto e um top da mesma cor. Deixando a sua
barriga a mostra.
- O que você está fazendo aqui?
- Não vai me convidar para entrar? – Perguntei levantando uma sobrancelha.
Ela ficou parada me olhando, sem saber o que fazer. Anne respirou fundo e
deu espaço para eu entrar.
- Como é que você descobriu que moro aqui? – Perguntou. Sentia o olhar
dela sob mim.
- Anne, eu sei de muitas coisas. – Falei me virando para ela. – E sei que este
filho que você está esperando é meu.
- Você está enganado. – Falou tentando ser convincente.
- Não, não estou. Eu fiz as contas Anne, você está de cinco meses e eu me
lembro de que faz cinco meses que transamos. – Murmurei seco.
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- Eu transei com outra pessoa nesses cinco meses, meu lindo. – A vejo andar
até o sofá.
- Mentirosa.
- Não estou mentindo Noah, eu transei com o meu ex-namorado, foi uma
recaída que tive.
Andei até parar na frente dela e fiquei a olhando sério.
- Eu não vou cair nisso. – Vociferei – Eu vim para cuidar de vocês dois.
Estendo a minha mão para tocar a barriga dela, mas ela se afastou antes que
eu pudesse tocá-la.
- Eu não preciso que você cuide de mim. – Murmurou e andou até o outro
lado do sofá.
Percebi que ela estava tentando se manter longe de mim.
- Sim, você precisa.
- Não, não preciso. – Me aproximo dela. – Só quero que você vá embora, a
sua noiva não vai gostar de saber que o noivo dela veio atrás de outra.
- Eu não estou mais noivo. – Toco na bochecha dela.
Ela ficou me olhando, tentando encontrar alguma mentira nos meus olhos.
- Não consigo acreditar em você.
- Por quê?
- Você ainda pergunta o porquê. Você traiu a sua noiva, comigo. Você foi um
cafajeste. E eu odeio homens que traem.
Afastou-se de mim.
- Eu não quero discutir isso. – Me aproximei novamente. – Eu estou aqui para
ficar com você e o nosso filho.
- Eu já falei que o filho não é seu. – Falou firme.
- Para de mentir! – Já estava perdendo a minha paciência.
- Eu não estou mentindo!
- Está sim! – A segurei pelos ombros. – Eu sei que você não se envolveu com
nenhum ex-namorado, Anne, você pode acreditar, que eu sei tudo que você
fez nesses cinco meses.
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Anne arregalou os olhos no que acabei de dizer.


- Como assim você sabe tudo?
- Coloquei uma pessoa da minha confiança para lhe seguir todo esse tempo.
Ela se afastou de mim e andou para longe.
- O que você é?
- Isso não importa.
- Quero que você saia da minha casa agora. – Apontou para a porta – Saia,
Noah.
- Não vou sair. – Falo grosso – por que não me procurou para falar que estava
esperando um filho meu?
- Você queria que eu fizesse o quê? Você poderia achar que eu estava
mentindo. Você iria confiar em uma pessoa que você só teve uma noite?
- Não.
- Está vendo? É disso que eu tinha medo, da rejeição. A única coisa que eu
não queria era que o meu filho fosse rejeitado.
Fico calado a olhando, e fiquei pensando no que ela acabou de falar, passei as
minhas mãos pelos cabelos e não sabia o que dizer.
- É melhor você ir embora agora, Noah. – Suspirou. – Eu não estou me
sentindo bem.
- O que você estar sentindo? – Perguntei a olhando preocupado.
- Só estou cansada, agora, por favor, vá embora – A vejo fechar os olhos.
- Você não está bem, Anne. Vou te levar para o hospital. – Tento pegá-la no
colo.
- Vá embora, Noah.
Não escuto o que ela falou e a peguei no colo, e saí do apartamento dela,
quando estávamos no elevador a vejo fechar os seus olhos e afundar o seu
rosto no meu peito.
No caminho inteiro para o hospital, fiquei com Anne no meu colo.
Ao chegar ao hospital, a levaram para um quarto e fizeram uma bateria de
exames. E vejo um médico entrar no quarto.
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- Srta. Clark. – Falou a olhando sério.


- Dr. Peter.
- Bom o que diz aqui nos seus exames, você estar com pressão alta. – Falou
mexendo na prancheta. – Como sabemos você não pode ter nenhum tipo de
estresse.
- É eu sei. – Ele se virou e me olhou - Você deve ser o pai da criança. –
Apertou a minha mão. – Dr. Peter.
- Sim, sou. – Falo tentando esconder um sorriso.
- Então Senhor...
- Johnson.
- Então, Sr. Johnson, a Srta. Clark, não pode ter nenhum tipo de estresse, mas
vejo que ela não consegue ficar calma nem por um segundo. – Fiquei
prestando atenção no que ele falava. – Ela está no quinto mês da gestação,
então é bom que ela mantenha a pressão estável, isso não vai fazer bem para
ela e nem para a criança.
- Entendo. – Falo o olhando sério.
- Agora Anne... – O médico falou se virando para ela. – Mantenha-se calma,
e nós veremos daqui há duas semanas.
- Ok!
O médico saiu do quarto, e fiquei olhando para Anne com as sobrancelhas
levantadas.
- O que foi?
- Nada. – Me aproximo da cama. – Você vai morar comigo.
- Nem morta! – Cruza os braços me desafiando.
- Para o bem do bebê. – Vejo-a abaixar um pouco a guarda.
- Por que quer que eu more com você?
- Para eu poder cuidar da sua saúde.
- Eu posso me cuidar sozinha.
- Estou vendo. – Murmurei sarcástico. – Você vai querer colocar a vida do
nosso filho em risco?
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Anne olhou para a sua barriga, e a toca.


- Ok, eu vou morar com você. Mas não venha bancar o pai todo protetor, vou
continuar a fazer tudo que faço.
- Tudo bem. – Dei um sorriso de lado.
- É bom que eu não me arrependa disso. – Falou baixo.
Ela abraçou a barriga e percebendo o seu movimento, fico olhando para a sua
barriga.
- Que tocar? – Fiquei surpreso pela pergunta dela.
- Posso? – Assentiu. Sentei na beira da cama, e aproximei a minha mão da
barriga dela e a toquei. E foi a melhor sensação que senti, e prometi pra mim
mesmo, que iria proteger eles de qualquer perigo.

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Capítulo Oito Anne

Quando chegamos ao meu apartamento, fui direto para a cozinha. Odeio


comida de hospital. Abri as portas dos armários e procuro algo para comer,
encontrei um pacote de biscoito de chocolate. Pego o pacote, abro e pego um
biscoito de dentro e coloco na boca e solto um gemido de satisfação.
- Você deveria comer algo saudável. – Revirei os olhos ao ouvir a voz dele na
porta da cozinha.
- O que nós combinamos? – Pergunto levantando uma sobrancelha.
- Eu sei o que combinamos, mas esse biscoito não irá fazer bem para a
criança. – Falou pegando o pacote da minha mão.
- Me devolva o biscoito. – Tento pegá-lo da mão dele.
- Não. Agora vá arrumar as suas coisas, que você vai para a minha casa.
Murmura, saindo da cozinha com os meus biscoitos na mão.
Olhei para a minha barriga.
- Que pai eu fui arrumar para você. – Resmungo saindo da cozinha.
Quando chego à sala o vejo sentado no sofá comendo os meus biscoitos.
- Tomara que você se engasgue.
Falo já andando pelo corredor, e o escuto ri.
Idiota.
Entrei no quarto e vou até o closet e pego uma mala, arrumei as minhas
coisas. Peguei um vestido preto solto, um conjunto de calcinha e sutiã da
mesma cor do vestido e uma sapatilha branca.
Deixo as coisas na cama e entro no banheiro, tiro toda a minha roupa e vou
para o box, ligo a água e tomo um banho demorado.

****
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Quando saio do banheiro enrolada na toalha, levo um susto ao ver Noah


deitado na minha cama, com os braços atrás da cabeça. Eu conseguia ver os
músculos do braço dele cobertos pela camisa branca que estava usando.
- Apreciando a vista? – Pergunta dando um sorriso malvado, olhando para o
meu corpo que estava coberto por apenas uma toalha minúscula.
- Noah, saia do meu quarto, por favor! – Sinto o meu rosto quente.
- Eu já vi você sem roupa Anne. – Diz com os seus olhos mais escuros do que
o normal.
- Eu sei que você já viu, mas eu quero que você saia.
Noah se levantou da cama e veio até onde estou, e parou na minha frente.
- Quer mesmo que eu saia? – Sua voz estava mais rouca do que o normal.
- Sim, eu quero. – Levantei a minha cabeça para poder olhá-lo nos olhos.
Noah estava me olhando intensamente, e por um segundo pensei que ele
poderia me beijar. Mas ele balançou a cabeça e deu um sorriso maldoso.
- Ok! Estarei esperando-a na sala.
Virou-se e saiu do quarto.
Soltei a respiração que estava prendendo. Vou até a cama e vesti as roupas,
penteei o meu cabelo, terminei de ajeitar a minhas coisas, e saí do quarto com
a minha mala.
Encontro Noah olhando alguns porta-retratos. Vejo que ele estava segurando
a foto da minha mãe.
- Essa é a minha mãe. – Murmuro perto dele. – Essa é a única foto que tenho
dela saudável.
- Você se parece com ela – Disse me olhando – Quantos anos ela tinha
quando...
Ele não terminou a frase, mas entendi o que ele queria saber.
- 33 anos. – Engulo em seco, e sinto um nó na garganta. Mas continuo a falar.
– Ela era linda, me lembro muito bem dela, os cabelos dela eram enormes.
Mas aí na foto estavam curtos por causa da quimioterapia. Mesmo doente ela
era feliz, continuava sorrindo e alegre. Ela falava para mim que iria ficar boa,
que isso era só uma gripe, mas eu sabia o que ela tinha, eu conseguia ver nos
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olhos dela o medo de morrer. Lembro-me do dia que ela faleceu, eu senti
uma dor enorme no meu coração, e eu pensei que poderia morrer também,
mas me lembrei de Carla. Eu teria que ser forte por ela. Era o meu dever de
irmã mais velha de protegê-la de todo o mal. E fiz isso até quando pude.
Fechei os meus olhos e inspirei com força. Senti os braços de Noah rodearem
a minha cintura e me abraçar forte, e o abraço de volta, e por incrível que
pareça me sentia confortável nos braços dele.
- Desculpe por perguntar. – Sussurra.
- Às vezes é bom falar. – Sussurro.
Depois de um tempo, me afastei dele e me senti constrangida por ter me
mostrado fraca na sua frente. Virei para onde estava o porta-retratos e peguei
a foto de Carla quando era adolescente.
- Essa aqui é minha irmã. – Mostro a foto para ele.
- Ela não parece muito com você. – Murmura, olhando para a foto.
- Ela parece mais com o meu pai.
Noah me olhou de relance e voltou a olhar para os retratos e franziu o cenho.
- Você não tem nenhuma foto do seu pai aqui.
Coloco de volta o retrato de volta no lugar e o respondo.
- É algo complicado. – Foi à única coisa que consigo dizer.
- Problemas? – Confirmo.
Ficamos calados olhando para os retratos.
- É... Você já está pronta?
- Sim, já estou pronta, só vou pegar a minha bolsa. – Vou até o meu quarto e
a pego.
Ao voltar para sala, Noah já estava me esperando na porta aberta e com a
minha mala em mãos.
- Vamos. – Disse sério, franzi o cenho.
Esse homem deve ser bipolar, um minuto atrás ele estava sendo legal comigo
e agora está todo sério. Não entendo.
Saímos do meu apartamento, tranco a porta e guardo a chave na bolsa.
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Descemos até a garagem do prédio.


- Você pode me dar o endereço da sua casa e eu vou com meu carro.
- Não, você vai comigo. – Falou, andando até um carro esportivo e abrindo o
porta-malas.
- Eu não vou deixar o meu carro aqui. – Cruzo os meus braços.
- Não vamos discutir, Ok? Eu mando alguém vim pegar depois o seu carro.
Eu não iria discutir, só iria conversar com ele civilizadamente.
Você iria discutir sim, você sempre discute. – Falou a minha consciência.
- Entra no carro Anne. – Vejo que ele tinha abrido a porta do passageiro para
mim.
Bufei e entrei no carro. O vejo dar a volta no carro e entrar, se acomodando
no banco do motorista. E logo deu a partida.

****

No caminho inteiro para a casa de Noah fiquei olhando a vista pela janela.
O vejo parar em um condomínio luxuoso, apertando em um botão, os portões
de ferro abriram, e ele dirige devagar, fiquei olhando para as casas, que eram
enormes.
Noah parou novamente o carro, na frente de uma casa bem luxuosa, ele
digitou uma senha e os portões da casa se abriram. Voltou a dirigir, olho para
o jardim que era bem cuidado. E sorrio me lembrando de quando era criança,
e sem perceber toquei a minha barriga.
Ele parou o carro na frente da casa e saiu do carro. Inspirei e também saí,
fechei a porta do carro e olhei para a casa a minha frente. Já tinha ficado
encantada só com o lado de fora da casa.
- Vem. – Percebo que ele já tinha pegado as minhas malas.
Ao entrar na casa de Noah, fiquei encantada só com o hall, era tudo branco,
tinha uma mesa no centro com um vaso de flores. E as paredes tinham alguns
quadros, que eram lindos.
A sala tinha as paredes cinza e os móveis brancos, e também tinha uma
parede de vidro, que mostrava a vista lá de fora.
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Noah me levou para o andar de cima, o corredor era enorme, e no lado


esquerdo e direito era cheio de portas, que deveria ser os quartos. Noah parou
na frente de uma porta.
- Aqui é o seu quarto. – Falou abrindo-o.
Olhei para o quarto, que era um pouco maior que o meu, ele tinha uma cama
king size casal, a parede de trás da cama era cinza e tinha um quadro, que
mostrava uma mãe segurando o seu filho.
Os móveis eram de madeira escura, vejo uma penteadeira, com alguns
cosméticos em cima. E duas portas, que era para o banheiro e a outra para o
closet.
- Belo quarto. – Falo andando até a porta da varanda.
- Sabia que você ia gostar. – Nem precisava virar para saber que ele estava
atrás de mim.
- Obrigada.
- Pelo quê?
- Pelo quarto.
Virei para olhá-lo, mas logo me arrependi. O rosto dele estava próximo ao
meu, e sentia a sua respiração no meu cabelo.
A mão de Noah subiu pelo meu quadril e parou na minha cintura. Prendi a
respiração, ao sentir ele apertar um pouco a minha cintura. Fechei os meus
olhos e tentei controlar o desejo que estava crescendo dentro de mim.
- Noah, eu estou exausta. – Falo baixinho.
Como se tivesse voltado para a realidade, ele tirou a sua mão da minha
cintura. E se afastou.
- Vou deixar você descansar um pouco. – Falou já saindo do quarto.
Inspirei profundamente, e andei até a cama onde já estava a mala. Tirei a
sapatilha, e as deixei ao lado da cama. Abri a mala, comecei a tirar as minhas
roupas de dentro da mala. Guardo tudo dentro do closet.
Ao terminar a arrumação, tirei a minha roupa e deitei na cama, e a minha
coluna agradeceu.
Fechei os meus olhos e dormi rápido.
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****

Acordei assustada com alguns gritos, no andar de baixo. Sentei na cama e


fiquei tentando me situar de onde estava, e me lembrei de que era na casa de
Noah.
E os gritos do andar de baixo estavam ficando cada vez mais altos. Levantei
da cama. Vesti uma das minhas camisetas, que parecia um vestido de tão
grande e largo.
Saí do quarto, um pouco receosa se deveria descer. Fiquei parada no alto da
escada ouvindo os gritos que eram femininos.
- VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR! – Percebi que quem estava gritando
histérica era a Laura, a tal noiva do Noah. – QUEM É A OUTRA? FALA-
ME!
- Eu não lhe devo satisfação, Laura. – A voz de Noah era calma. – Agora faça
o favor de sair da minha casa.
- ESTÁ ME EXPULSANDO? – Ela gritava com ódio na voz.
Noah não falou nada. Só escutei a porta sendo fechada com força.
Depois de alguns minutos, decidi descer. E vi Noah no bar que tinha ali na
sala, bebendo uísque. Quando ele percebeu que eu estava descendo as
escadas, olhou para as minhas pernas que estavam expostas, e me arrependi
por não ter colocado nenhum short por baixo.
- Oi. – falei um pouco tímida.
- Oi. – Sua voz estava um pouco rouca. – Conseguiu descansar?
Assenti, e olhei para a sala.
- Eu escutei o que a sua noiva falou. – Murmurei, fixando os meus olhos nos
dele.
- Você ouviu a conversa toda? – Ele parecia um pouco receoso.
Neguei com a cabeça.
- Só ouvi um pedaço. Eu acho melhor eu não ficar aqui na sua casa, é melhor
eu voltar para o meu apartamento. Não quero causar confusão com a sua
noiva.

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- A Laura não é mais minha noiva. – Falou calmo. E percebi que ele relaxou
um pouco.
- Mas mesmo assim, eu não quero causar nem uma confusão, Noah.
- Não há nenhuma confusão e não vamos mais falar sobre a Laura. Está com
fome?
- Faminta. – Brinquei. Ele sorriu, e andou até a cozinha.
Ao entrar na cozinha, Noah apontou para o banco do balcão. Sentei na
cadeira, e fiquei olhando ele andar por lá. Ele abriu a geladeira e me
perguntou: - Você gosta de comer o quê?
- Tudo que for comida. – O vejo balançar a cabeça. – Macarrão com queijo.
- Algo mais saudável, Anne. – Reclama.
Revirei os meus olhos e pensei em algo.
- Sopa.
- Legumes? – Faço uma careta, mas concordo. – É para o seu bem estar,
Anne!
- Ok!
Fiquei observando ele fazer a sopa.

****

Quando a comida ficou pronta, Noah colocou um prato na minha frente e me


estendeu a colher.
- Coma tudo. – Revirei os meus olhos e começei a comer.
E me surpreendi ao ver que a sopa estava maravilhosa.
- Você cozinha bem. – Murmuro, tomando mais da sopa.
- Eu sei disso. – Falou se gabando.
Reviro os meus olhos e termino de comer. Levantei e tirei os nossos pratos na
mesa e vou até a pia.
- O que você está fazendo? – Noah perguntou, se levantando.
- Você fez a comida, então eu lavo a louça. – Falo lavando os pratos.

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- Não precisa disso, pode deixar que eu lavo. – Murmurou, tentando pegar a
esponja da minha mão.
- Não, eu lavo. – Digo jogando água nele, e Noah me deu um olhar nada
agradável.
- Você me molhou? – Estava me olhando como se quisesse me matar.
- Sim, molhei. – Paro de lavar a louça e viro o desafiando. – Vai fazer o quê?
- Anne, você não deveria ter feito isso. – Se aproximou e me deixou
encurralada entre ele e a pia.
Senti a sua mão, na minha cintura e foi subindo pelo meu corpo. E a sua outra
mão, passou pelas minhas costas e parou na minha nuca e agarrou o meu
cabelo, e soltei um suspiro ao sentir os seus lábios no meu pescoço.
- O que você está fazendo Noah? – Perguntei, já com a minha voz rouca.
- O que eu estava com vontade de fazer hoje mais cedo. – Falou contra a
minha pele.
Ele voltou a beijar o meu pescoço, e senti uma das suas mãos adentrar na
minha blusa e passar a mão pelas minhas costas me trazendo para mais perto
do corpo dele, que a minha barriga permitia. Noah subiu o seu rosto e
começou a beijar o meu queixo e mordiscá-lo.
E foi subindo mais os seus beijos, até que a sua boca encontrou a minha. E
começamos a nos beijar, com desejo.
Passo as minhas mãos pelo cabelo dele e o puxo para mais perto. De repente
Noah me pegou no colo, me fez sentar na bancada da cozinha, abriu as
minhas pernas e se colocou no meio delas. Então começou a passar as mãos
pelas minhas coxas e subir a minha camiseta. Comecei a desabotoar a camisa
dele, e escutamos o seu celular tocar. Noah não ligou e continuou a me beijar,
mas o celular não parava de tocar.
- Eu vou quebrar essa merda. – Falou com a sua boca ainda colada na minha.
Dei uma risada, contra a boca dele. O celular parou de tocar, e Noah voltou a
me beijar, e a subir a minha camisa. E voltamos a escutar o celular a tocar.
- Atenda logo isso, deve ser importante. – Murmurei me afastando da sua
boca.

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- Só um minuto. – Pegou o celular e olhou quem estava chamando, ficando


todo sério, ele atendeu: – Fala.
Noah ficou calado ouvindo a outra pessoa que estava falando do outro lado
da linha, e nesse tempo percebi a besteira que eu ia fazer. Eu iria transar com
Noah, aqui na cozinha. Eu só posso ter perdido o juízo.
- Ok! Chego aí em meia hora. – Falou e desligou.
- Vou ter que resolver um assunto importante na minha empresa, mas volto
logo. – Murmurou já saindo da cozinha.
Fiquei um tempo, ainda sentada na bancada, olhando para a parede a minha
frente. Desci, e terminei de lavar a louça. Ao terminar fui para o meu quarto,
tirei a minha camisa e vou para o banho. Coloquei uma camisola confortável
e deitei na minha cama. Liguei a TV, e vi um filme de comédia romântica,
fiquei assistindo até que sinto o meu bebê chutar, passei a mão na região onde
ele chutou.
- Eu te amo! – Falo baixo para ele e o senti chutar novamente.

Uma semana depois.

Já fazia uma semana que eu estou morando com Noah, e nesse tempo ele está
se mostrando carinhoso, mas eu sempre me mantenho um pouco distante. Eu
não quero me apegar, para depois ir embora quando for à hora certa.
Ele tinha viajado fazia uns três dias. Dizendo ele que é viagem de negócios,
mas eu estou desconfiada, porque há alguns dias atrás eu ouvi uma conversa
estranha dele com outra pessoa no celular, mas eu não falei nada, fingi que
não escutei nada. Mas tinha me deixado com uma pulguinha atrás da orelha.
E agora eu estou conversando com a Sra. Gomez, uma senhora muito
simpática, que eu tinha conhecido há uma semana. E me lembro do dia que a
conheci.
Estava descendo as escadas quando vi uma senhora passando um aspirador
de pó pela sala. Ela levantou a cabeça e sorriu quando me viu.

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- Eu não sabia que o Sr. Noah tinha visita. – Disse simpática. – Qual é o seu
nome minha querida?
- Anne. – Respondi sorrindo para ela.
- Prazer Anne, sou Marie. – Falou vindo me abraçar e logo depois se afastou
e olhou para a minha barriga. – Está grávida?
- Sim. – Digo passando a minha mão pela barriga.
- Nem parece a sua barriga é tão pequena. – Falou olhando para minha
barriga. – Não me diga que este bebê é do Noah.
Ela falou um pouco chocada, mas eu vi um brilho no seu olhar. E me fez
sorrir por isso.
- Sim, é dele.
Vejo-a abrir um lindo sorriso e me olhar com amor.
- Eu sabia que ainda iria viver para ver o menino Noah tendo um filho.
Ela me olhou mais um pouco e pegou a minha mão.
- Vem, vou lhe servir o café da manhã. – Falou já me levando para a
cozinha.
- Anne querida está pensando no quê? – Sou tirada dos meus pensamentos.
- Em nada.
Volto a cortar as verduras e a escuto falar: - O Noah volta hoje. – Falou como
se não quisesse nada.
E percebi que ela esperava alguma reação minha. Só confirmei com a cabeça
e continuei a fazer o meu trabalho com as verduras.

****

Estou assistindo televisão na sala, quando escuto a porta da frente ser aberta.
Olho para a mesma e vejo Noah entrando, ele tinha seu semblante cansado,
ele me olhou e subiu para o segundo andar sem falar nada.
O olhar que ele tinha me dado foi estranho. Balancei a cabeça e volteii a
minha atenção para a TV. Passo a minha mão pela barriga e sinto uma dor na
lateral, mas não ligo. Deveria ser o cansaço.

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Estou assistindo uma parte do filme, que o homem da serra elétrica estava
correndo atrás de uma mulher. Quando vejo Noah descer as escadas, só
vestindo uma calça de moletom. Noah se sentou ao meu lado no sofá e ficou
assistindo comigo.
E escutei o meu celular, que estava na mesa do centro, apitar. O pego e vejo
uma mensagem de Amanda.
“Anne, vamos sair hoje?”
Amanda Evans.
Olhei para o meu lado e Noah continuava a prestar atenção no filme. Digitei
rápido uma resposta.
“Claro, chego à sua casa em meia hora”
Anne Clark.
Levantei-me do sofá, e Noah me olhou. Não liguei e vou andando para o meu
quarto. Tirei a minha roupa e procuro por outra dentro do closet, vesti um
vestido florido e uma sandália baixa. Peguei a minha bolsa e sai do quarto.
Quando estava abrindo a porta da casa escutei Noah perguntar?
- Vai aonde? – Virei e fiquei o olhando.
- Agora eu tenho que dizer para onde vou? – Perguntei indignada.
- Sim. – Falou sério.
Revirei os meus olhos e o respondi grossa.
- Não lhe devo satisfações. – Ele levantou uma sobrancelha e ficou me
olhando mal-humorado.
- Sim, você me deve. Agora me diga para onde vai. – Falou se levantando e
veio até onde estou.
- Querido Noah, eu não vou dizer para onde eu vou. – Digo, dando um
sorriso cínico, virei e saí da casa. Desço os degraus devagar e vou até o meu
carro na garagem.
Ao entrar no carro, vi Noah andando rápido até o carro. Travei a porta sem
dar chance dele, tentar abrir a porta.
- Anne não ouse sair sem falar para onde vai. – Abaixei o vidro e fiquei o

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olhando. – Anne abra essa porra dessa porta agora.


- Não estou querendo. – Sei que estou agindo como uma criança, mas eu não
aguento mais ele ficar tentando controlar todos os meus passos.
- Anne abra essa porta, não estou brincando. – O tom da sua voz até poderia
me dá medo. Mas não abri a porta do carro.
- Eu volto antes das dez. – Ligo o carro.
- Me diga para onde vai. – Falou manso.
- Não. – Afundei o meu pé no acelerador e saí da garagem. Olhei para o
espelho e o vejo olhar para o carro balançando a cabeça.

****

Paro o carro na frente do prédio onde Amanda mora, e vejo a mesma vim
correndo até o carro.
- Você demorou. – Reclamou colocando o cinto de segurança.
- Tive que resolver algumas coisas. – Digo a olhando. – Para onde vamos?
- Shopping! – Disse batendo palmas. – Vamos gastar dinheiro.
Dei uma risada para o entusiasmo dela. E ficamos conversando até chegar ao
shopping.
- Anne, hoje nós iremos comprar tudo para o meu afilhado. – Amanda falou
assim que entramos no shopping, e ela já foi me arrastando para uma loja de
crianças.
Fiquei encantada olhando para brinquedos e roupinhas. Toquei em um
brinquedo e sorri já pensando no meu filho daqui a alguns meses.
- Olha essas roupinhas. – Amanda parou na minha frente com várias
roupinhas em mãos.
- São lindas.
Amanda me levou para uma ala onde tinha mais roupas de crianças.
- Vamos escolher as roupinhas do... – Ela me olhou e levantou uma
sobrancelha. – Você já escolheu o nome do meu afilhado?
Sorri e assenti.
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- Qual é o nome?
- Ethan.
- Gostei. – Sorriu. – Ethan Johnson.
Revirei os meus olhos e volto a olhar para as roupas a minha frente.
Amanda pegava tudo que ela via.
- Vamos levar a loja toda? – Brinco. Ela me olhou e deu um sorriso fingindo
que não escutou o que falei.
Assim que terminamos de fazer as nossas comprar, fomos para outra loja que
era de gestantes.
Fiquei olhando para vários tipos de sutiãs de amamentação, quando vejo
Amanda mexendo no celular sorrindo.
- Hummm... – Empurro o ombro dela.
- O que foi?
Ela me olhou como se nada estivesse acontecendo.
- Nada. Só estou vendo que você está bem empolgada, olhando alguma coisa
neste celular. – Falei pegando um sutiã, fingindo está interessada.
- Eu conheci uma pessoa.
- Quantos dias?
- Uma semana.
- Uma semana?
Ela confirmou.
- Uau, cadê aquela regra de não se envolver com a mesma pessoa mais do
que uma vez?
- Ele é diferente. – Vi um brilho quando ela falou isso. – Eu sinto que ele é o
homem que eu sempre sonhei Anne. Ele me fez quebrar todas as minhas
regras.
Percebo que ela está feliz e isso também me deixa feliz. Amanda já sofreu
por um amor não correspondido. Mas eu estou feliz por ela ter encontrado
alguém que a faça sorrir.
- Fico feliz por você! – A abracei e quando ela retribuiu o meu abraço senti
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um chute do meu filho. – Acho que Ethan também está feliz por você.
- É verdade. – Ela se afastou e passou a sua mão pela minha barriga. – Ethan
quando você sair desse forninho, que já está ficando pequeno para você, a
titia aqui vai fazer uma festa.
- Não venha corromper o meu filho. – Falo, me fingindo de brava.
- Não vou corrompê-lo. – Fez uma careta. – Agora vamos escolher essas
coisas de grávida, porque estou com fome.

******

Depois de ter comprado mais algumas coisas, fomos para um restaurante,


comemos alguma coisa e logo depois fomos para casa de Amanda. Quando
me sentei no sofá dela e tirei as minhas sandálias senti um alívio. Os meus
pés já estavam inchados de tanto eu ter andado hoje.
Peguei o meu celular de dentro da bolsa e vejo que Noah estava ligando.
- Não vai atender?
- Não. – Desliguei o guardei de volta na bolsa.
Minutos depois vejo Amanda atender o seu celular.
- Alô? – Atendeu e levantou uma sobrancelha – Eu nem vou perguntar como
você descobriu o meu número, porque eu já sei a resposta. – Revirou os olhos
para a pessoa do outro lado. – Sim Noah, ela está aqui comigo.
Levantei uma sobrancelha e fiquei a olhando interessada. Eu não podia
acreditar que Noah ligou para Amanda, para saber do meu paradeiro.
- Noah a Anne não pode falar com você agora, ela está fazendo algum muito
importa... – Vejo que ela foi interrompida por ele. Percebo que ela já está
perdendo a sua paciência com Noah e me deu vontade de rir, mas me
controlei. – Se você gritar comigo mais uma vez, eu juro que faço você
engolir todos os seus dentes! Noah!
Não me controlo e dou uma risada. Amanda sempre foi estressada, e ela
nunca tolerou que ninguém gritasse com ela.
- Eu acho que já sei qual é o seu problema Noah, você precisa fazer sexo e
tem que ser uns dos bem selvagens.

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Fiquei boquiaberta ao ouvir isso. Amanda deveria ter freio na língua às vezes.
- Noah se eu quisesse ouvir como eu deveria falar com as pessoas, eu estaria
falando com a minha mãe agora e não com você. – Retrucou e eu não
aguentei, deu uma gargalhada alta. – Em algumas horas, Anne estará de volta
meu querido, até mais! – Disse desligando.
- Eu não sei como você ainda não o mandou se foder. – Reclamou.
- Eu só não o mandei ir para esse lugar, porque sou mais educada que você.
- Me chamou de mal-educada?
- Não me atreveria a chamá-la de mal-educada.
- É bom mesmo. – Estreitou os olhos para mim. – Agora vamos assistir
alguma coisa, porque quero passar o resto da tarde com a minha amiga.
Deitou-se no sofá e colocou os seus pés no meu colo.
- A Carla perguntou por você. – Falou olhando para a TV.
Já fazia alguns meses que não falava com a minha irmã. Carla sempre se
afasta quando eu brigo com o nosso pai.
- Ela perguntou o quê?
- Perguntou como você está, falei que bem. Ela sente a sua falta. – De repente
fiquei triste.
- Eu amo a minha irmã Amanda, mas ela sempre se afasta quando eu brigo
com o nosso pai. – Limpo uma lágrima que tinha caído no meu rosto. – Eu
também estou com muita saudade dela.
- Eu sei que você a ama. A Carla sente a sua falta, eu vejo isso quando ela
fala de você, mas também vejo muita pressão do lado do seu pai. – Fiquei
pensando no que ela acabou de dizer. – Tente conversar com ela, tente se
aproximar dela, Anne, sei que ela vai ficar feliz e você também irá ficar feliz.
- Vou tentar. – Falei baixo. – Eu também quero que ela saia da casa do nosso
pai, eu quero que ela viva a vida dela e não o que o nosso pai quer.
- Converse com ela sobre isso. – Assenti e olhei para o relógio e vejo que já
estava anoitecendo.
- Tenho que ir. – Levantei do sofá e peguei a minha bolsa. – Vai me visitar
amanhã?
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- Tudo bem! – Se levantou, me deu um abraço e sussurrou no meu ouvido: –


Dê um trato naquele bruto.
- Amanda. – A repreendi.
- O que foi? Só falei a verdade. – Riu da minha cara.
Revirei os olhos e fui até a porta.
- Te vejo amanhã. – Mandei um beijo para ela e saí de seu apartamento e fui
para a casa de Noah.

Capítulo Nove
Paro o carro na garagem, pego a minha bolsa e saio do carro. Ando
despreocupada pelo jardim e vejo alguns seguranças por ali, às vezes eu até
me esqueço deles.
Ao entrar na casa, já vejo Noah sentado em uma poltrona lendo um livro.
Inspirei fundo e andei até a sala. Ele levantou o seu olhar e me olhou sério.
- Essa é hora de chegar? – Perguntou com a voz muito calma, e isso até me
deixou um pouco com medo. Mas não demonstrei o medo.
- Noah... – Suspirei. – Eu não quero brigar. Estou cansada, vou me deitar. –
Falo já indo na direção das escadas.
- Por que você não atendeu o maldito celular? – Perguntou calmo.
- Porque se eu atendesse, nós dois iríamos acabar brigando.
Virei e fiquei o olhando.
Noah fechou os olhos e passou a mão pelo cabelo.
- Olha Noah, eu vou para o meu quarto, quando você aprender a me ouvir a
gente conversa. – Viro novamente e começo a subir as escadas.
- Por que você sempre foge quando estamos conversando? – Falou mais
perto.
- Nós não estamos conversando e sim discutindo.
- Anne, por que você é tão difícil de conversar?
- Eu não sou difícil de conversar, é que você sempre arranja um jeito de nós
dois acabarmos brigando.
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- Então eu sou o culpado de brigarmos sempre? – Estou dois degraus acima


dele e fiquei o fitando nos olhos. Eu via que ele estava se controlando para
não explodir de raiva.
Suspirei e fiquei o olhando. Esta conversa não iria a lugar algum. Fiquei mais
algum tempo olhando nos seus olhos.
- Me responda Anne.
- Nós dois que somos culpados por sempre está brigando. A gente não se
conhece direito e você sempre arranja alguma coisa para discutirmos.
- Eu arranjo? – Me olhou surpreso. – Você sai sem me dizer para onde vai. E
coloca a vida do meu filho em risco e sou eu que arranjo briga?
- Eu não coloquei a vida do meu filho em risco. – Vocifero, desço um degrau
e fiquei cara a cara com ele.
- Não? Então é normal você sair sem proteção alguma?
- Por que eu precisaria de proteção em um shopping?
- Então você foi para um shopping. O que você foi fazer lá?
- Isso não é da sua conta. – Já estava me estressando com ele.
- É sim da minha conta, tudo que tem haver com você é da minha conta.
- Não, não é. Eu não sou nada sua para você tentar me controlar meu lindo.
- Mas você é mãe do meu filho. – Rebate.
- Sim, eu sou, mas a única coisa que nos liga, é essa criança.
Ficamos nos encarando por alguns segundos ou minutos.
- Agora se me der licença vou para o meu quarto. – Falo já subindo.
Entrei no quarto e fechei a porta com força, e joguei a bolsa em cima da
cama.
- Droga. – Passo as minhas mãos pelo cabelo e tento controlar a minha
respiração que estava alterada.
Noah está muito enganado se acha que vai me controlar. Não sou mais
criança para ele me dar um sermão.
Deitei na cama e fiquei olhando para o teto e nem percebi quando caí no
sono.
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****

Acordei de madrugada com algumas pontadas na barriga, sentei depressa na


cama, senti o meu rosto um pouco suado, inspirei fundo e soltei um grito
quando senti mais uma pontada de dor.
Droga o que está acontecendo comigo? Será que estou perdendo o meu
bebê?
Coloco a minha mão em cima da barriga e fecho os meus olhos com força.
- Não me deixe, por favor. – Sussurro.
Sinto outra pontada e gritei por Noah.
Escutei a porta sendo aberta com força e olho para Noah, que estava me
olhando apavorado.
- Anne. – Veio rápido até a cama e me pegou no colo, então vejo o porquê
dele está apavorado tem uma mancha de sangue nos lençóis da cama.
- Me ajuda. – Falo baixo.
Fechei os meus olhos, encostei a minha cabeça no peito dele e senti lágrimas
descerem pelo meu rosto.
Escutei Noah ordenar alguma coisa e voltar a andar. Apertei os meus dedos
no tecido da camisa de Noah quando senti novamente a pontada e esta foi
mais forte.
- Eu não quero perder o meu filho. – Falei assim que estávamos dentro do
carro.
- Você não vai. – Abri os olhos e o encarei, eu via preocupação nos olhos
dele e isso me deixou com ainda mais medo de perder o meu filho.
O carro estava em movimento e continuei no colo de Noah no banco de trás,
virei a minha cabeça e vi um dos seguranças da casa de Noah dirigindo.
Volto a encostar a cabeça no peito dele e fecho os meus olhos e só sinto o
cansaço me levar.

****

Abri os meus olhos devagar e observei o ambiente todo branco. Virei a minha

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cabeça para o lado e vi Noah sentado em uma poltrona ao lado da cama.


Estava sentindo a minha barriga dolorida e já entrei em pânico ao lembrar o
porquê de ter vindo parar em um hospital.
- Calma. – Noah falou se levantando e me olhou. – Vou chamar o médico.
Saiu do quarto, fiquei olhando para o teto sem saber o que aconteceu com o
meu bebê e não consigo imaginar o que vou fazer se tiver o perdido.
Olho o Dr. Peter entrar no quarto ao lado de Noah.
- Você teve sorte Anne, você não perdeu a criança. Mas de agora em diante
você vai ter que ter que fazer repouso, você teve um sangramento que não é
normal, para uma pessoa que está com quase sete meses de gestação, então
tenha cuidado.
Acenei e fiquei prestando atenção no que ele falava. Depois alguns minutos
dele me falando que eu não deveria mais ficar me estressando com bobeira e
que eu deveria ficar de repouso por alguns dias, me deu alta.
Noah me ajudou a trocar de roupa e segurou a minha mão para me ajudar a
sair do hospital. Ao entrar no carro, sentei no banco de trás. Coloquei o cinto
de segurança, fechei os meus olhos e tentei descansar.
Acordei com Noah me segurando no colo, abri os meus olhos e fiquei
olhando para o jardim enquanto ele me levava para dentro de casa. Não falei
nada, fechei os meus olhos e adormeci novamente.

****

Sinto braços me rodeando. Abri os olhos e vi que não estava no meu quarto.
Virei calmamente e olhei para Noah, que estava dormindo, me segurando nos
seus braços. Passei os meus dedos pela sua bochecha e ele se mexeu, abriu os
olhos e ficou me olhando.
- Como é que você está? – Sua voz era rouca pelo sono.
- Bem. – Respondo em um sussurro.
- Está sentindo alguma coisa? – Percebo preocupação na sua voz.
- Não, só estou cansada. – Fechei os meus olhos e senti os seus lábios na
minha testa.

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- Não vamos mais brigar. – Murmurou baixo. – Para o bem de vocês dois.
Assenti e continuei com os olhos fechados.
- Tudo bem. – Depois de um tempo falei.
- Eu estava com medo... – Falou em um suspiro. – Estava com medo de
perder vocês dois.
Fiquei calada, sentindo um nó na minha garganta.
- Eu pensei que iria perder vocês, quando vi você sangrando. – Comecei a
chorar baixinho. – Não chora, por favor.
- Eu sinto muito... – Falei soluçando. – Por fazer você sentir medo.
- Shhh... – Ele começou a alisar as minhas costas e encostou a sua boca no
meu cabelo. Encostei a minha cabeça na curva do seu pescoço e fiquei
sentindo o seu cheiro.
Não sei quanto tempo fiquei assim com Noah. Estava me sentindo sonolenta,
mas eu estava com fome.
- Estou com fome. – Falei baixo no ouvido dele.
- Quer que eu prepare alguma coisa para você comer? – Acenei com a
cabeça. – Fique aqui deitada que eu vou até a cozinha preparar algo.
Saiu da cama e vestiu uma camiseta. Fiquei o olhando até sair do quarto.
Encolhi-me na cama e tirei um cochilo.

****

- Anne? – Abri os olhos e Noah estava parado na minha frente, segurando um


prato. – Ainda está com fome?
- Sim. – Sentei na cama e ele me entregou o preto, vejo que era uma canja de
galinha e o cheiro estava muito bom.
Lodo depois que terminei de tomar a sopa, Noah pegou o prato da minha mão
e saiu do quarto.
Levantei da cama, olhei para o quarto de Noah. Ele era bem maior do que o
meu, as paredes eram pintadas de preto, tinha uma janela que ia do teto ao
chão e ela era coberta por uma cortina cinza. Tinha uma poltrona ao lado da
janela, uma porta que deveria ser o closet dele e a outra porta que deveria ser
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o banheiro.
Olho para o meu corpo e vejo que estou vestida com uma camisa, que ficou
bastante grande no meu corpo, essa camisa deve ser de Noah. Prendi o meu
cabelo em um coque, andei pelo quarto, abri devagar a porta da varanda e
olhei para o céu escuro, sem estrelas.
Estava tão submersa nos meus pensamentos que nem percebi a presença de
Noah atrás de mim. Só senti a sua mão na minha cintura. Virei e fiquei
olhando para o seu rosto. Via preocupação nos olhos de Noah.
- Eu estou bem. – Murmurei dando um sorriso confortante. – O que
aconteceu hoje mais cedo só foi um susto.
- Eu não sei o que iria fazer se você tivesse...
Noah não consegue terminar. O abracei, ele me segurou nos seus braços e me
manteve neles por um bom tempo. Só me afastei quando já me sentia
cansada.
- Acho melhor eu ir para o meu quarto.
- Não, você vai ficar aqui comigo esta noite, quero ter certeza que nada vai
acontecer com você.
- Eu já falei que estou bem...
- Você fica. – Falou sério.
Confirmei com a cabeça e andei para dentro do quarto.
- Então eu só vou ao meu quarto pegar uma roupa de dormir. – Falei o
olhando.
- Você pode usar alguma roupa minha. – Diz dando de ombro.
- Noah eu preciso ir ao meu quarto.
- Ok! Não faça nada brusco. – Se deu por vencido.
Saí do quarto dele e fui para o meu, no closet, escolho uma camisola
confortável e também peguei uma calcinha.
Entrei no banheiro, tirei toda a roupa que estava vestindo. Entro de baixo do
chuveiro, liguei a torneira e o jato de água quente caiu no meu corpo, senti
um alívio.

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****

Ao sair do banho já me senti revigorada, troquei de roupa. Penteie o meu


cabelo e voltei para o quarto de Noah. O encontrei olhando para a janela e
estava falando com alguém no celular.
- ...Eu sei, mas você tem que ter certeza que ele vai ficar calado. – Seu tom de
voz era sério. – Tem que dar tudo certo, eu investi muito neste negócio
Marcos.
Noah deve ter percebido que estava sendo vigiado. Ele se virou e ficou me
fitando nos olhos.
- Eu tenho que desligar Marcos, amanhã eu quero um relatório completo. –
Falou e desligou.
Eu não sabia o que fazer. Fiquei parada na porta o olhando.
- Se quiser pode se deitar, eu vou tomar um banho. – Murmurou indo para o
banheiro.
O vejo fechar a porta. Fiquei, ainda por alguns segundos, parada na porta.
Andei até a cama e deitei-me devagar, sentia o meu corpo dolorido.
Já estava com os meus olhos fechados, quando senti a cama se afundar um
pouco. Noah se deitou com cuidado e logo o senti atrás de mim. A sua mão
abraçou a minha cintura e me trouxe para mais perto do seu corpo. Ele
enterrou o seu rosto nos meus cabelos e ficou inspirando o meu cheiro.
- Boa noite!
Não o respondi, só segurei a sua mão que estava espalmada na minha barriga
e pude dormir.

****

Já havia se passado mais uma semana. E neste periodo, eu pedi as minhas


férias da redação. Achei melhor ficar em casa e não ter nenhum tipo de
preocupação. O Noah estava quase neurótico, ele não me deixava fazer nada
e na maioria do meu tempo, ficava deitada. Às vezes eu até ficava com tédio,
mas sempre passava quando Amanda vinha me visitar, ou quando Marie me
fazia companhia.

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Eu e Noah estávamos sentados jantando. Ele estava calado, como a maioria


das vezes. Fiquei o olhando por alguns segundos, mas logo me concentrei na
minha comida.
- Você está muito calada. – Murmura bebendo um gole do seu vinho. – Você
é sempre muito falante.
- Não tenho nada para falar. – Digo, mastigando a comida.
- Quando vai ser a sua consulta médica? – Perguntou puxando assunto.
- Daqui a duas semanas. É em uma terça eu acho.
- Tudo bem.
Noah se levantou de repente, estendeu a sua mão para mim. Levantou uma
sobrancelha.
- Venha comigo, por favor.
Peguei na sua mão e levantei da cadeira. Noah me guiou até a sala de estar,
ele me deixou no meio da sala. E foi até um canto. Vi ele ligar o seu ipod. E
uma melodia lenta preencheu o ambiente. Fiquei o olhando sem entender
nada.
O que será que ele está aprontando? – Falou a minha consciência.
- Aceita dançar comigo? – Perguntou estendendo a sua mão.
Fiquei olhando sem saber o que dizer. Peguei na sua mão e ele me trouxe
para mais perto do seu corpo.
Começamos a dançar calmamente, fechei os meus olhos e encostei a minha
cabeça no seu peito. Fiquei dançando lentamente com Noah e escutando a
letra da música que tocava.
Quando levantei a minha cabeça, vi que ele estava me olhando intensamente.
Lembrei-me da nossa noite no Caribe há alguns meses atrás.
Noah passou a sua mão pelo meu rosto, colocou uma mecha do meu cabelo
atrás da minha orelha.
- Você é linda! – Falou baixo com a sua voz rouca.
Fechei os meus olhos mais uma vez, inclinei a minha cabeça na palma da sua
mão. Senti os lábios de Noah colados nos meus, ele abraçou a minha cintura
com as suas mãos e me segurou no lugar. Passei as minhas mãos livres pelo
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seu cabelo e abri a minha boca, dando acesso para a sua língua passar. O
nosso beijo não era calmo e sim necessitado. Ele desceu uma das suas mãos
da minha cintura e foi até o meu bumbum e o apertou, senti o seu membro
cutucando a minha barriga, e isso me deixou ainda mais excitada por ele,
saber que ele me queria do jeito que eu o queria. Noah espalmou a sua outra
mão no meu bumbum e me levantou no seu colo. Entrelacei a sua cintura
com as minhas pernas. Abracei o seu pescoço com os meus braços, e
aprofundei ainda mais o nosso beijo.
Noah se afastou, ficamos olhando um para o outro, ofegantes. Ele andou e
senti uma parede nas minhas costas, ele começou a beijar e chupar o meu
pescoço. Soltei um gemido quando ele mordiscou a minha pele abaixo da
orelha.
- Se você não estivesse grávida eu comeria você aqui mesmo. – Falou baixo
no meu ouvido. A sua voz rouca me deixou ainda mais louca por ele.
Noah se afastou da parede ainda comigo no colo. E começou a andar até as
escadas a subiu. Desci a minha cabeça, comecei a dar beijos molhados no
pescoço dele, depois comecei a morder a sua pele e Noah rosnou com isso.
- É melhor você parar com isso Anne. – Sibilou com a sua voz rouca.
Não parei de morder a pele do pescoço dele. Desci uma das minhas mãos
pelo peitoral dele, comecei a desabotoar a camisa dele. Parei de beijar o seu
pescoço e o fitei nos olhos. Os olhos de Noah estavam mais escuros que o
normal.
Ele parou na frente da porta do seu quarto, e com pouco de dificuldade ele
conseguiu abrir a porta. Noah entrou no quarto, fechou a porta e me encostou
à mesma. Voltou a me beijar com fervor.
O segurei ainda mais forte contra o meu corpo e o beijei da mesma forma. Eu
sentia saudades dos seus beijos avassaladores e dos seus dedos que me
deixavam em chamas com um simples toque.
Estes pensamentos devem ser por causa da minha gravidez, com meus
hormônios à flor da pele – penso.
Termino de tirar a camisa dele jogando-a no chão. Passei as minhas mãos
pelas suas costas e senti cada músculo. Noah se afastou do nosso beijo
ofegante, ficou me olhando intensamente e me presenteou com um sorriso de
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tirar o fôlego de qualquer mulher.


E um turbilhão de sentimentos me atingiu, eu não sei o que sinto por ele, mas
sei que é algo muito forte, que só aumenta cada vez mais. Passo a minha mão
pelo seu rosto e dou um sorriso de lado.
Noah andou calmamente até a cama. Deitou-me com delicadeza no colchão.
Fiquei olhando o seu corpo sob o meu. Noah inclinou a sua cabeça para
baixo, sinto os seus lábios nos meus carinhosamente. Ele não me beijou, só
deixou a sua boca encostada na minha. Senti a sua grande mão passear pelo
meu corpo, até parar na minha barriga. Noah desencostou a sua boca na
minha, desceu os seus lábios pela minha mandíbula, mordeu com leveza,
depois deu um beijo chupado.
Desceu a sua boca pelo meu pescoço, beijou, mordeu e chupou. Com as suas
mãos ele levantou a minha blusa. O ajudei a tirá-la, ele deixou-a cair no chão.
Noah beijou o meio dos meus seios e aspirou o meu cheiro e deu um gemido
de satisfação.
- Você tem um cheiro maravilhoso. – Disse me olhando nos olhos.
Noah se sentou sob os seus calcanhares e me puxou para também ficar
sentada. Ele passou a suas grandes mãos pelas minhas costas, abriu o fecho
do meu sutiã, jogou-o em qualquer lugar do quarto. Fechei os meus olhos ao
senti-lo beijar o meu seio direito com leveza.
Noah me fez deitar novamente, começou a chupar o meu seio com calma.
Segurei nos seus cabelos o incentivando a continuar. Ele passou a sua mão
esquerda pelo meu outro seio e ficou o massageando. Dei um gemido,
quando ele mordeu o meu mamilo.
- Noah. – Suspirei. Era tão bom senti-lo novamente.
- Hummm...
Ele continuou a chupar o meu seio, depois de alguns minutos, ele foi para o
outro e fez o mesmo procedimento. E a cada instante eu soltava gemidos cada
vez mais altos. Segurei ainda mais forte os cabelos dele, fazia tanto tempo
que eu não tinha nenhuma relação sexual, e o que Noah estava fazendo nos
meus seios sensíveis, estava me deixando ainda mais louca de tesão.
Sinto um arrepio gostoso passar pelo meu corpo inteiro. Eu sabia que o meu
orgasmo estava mais perto.
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- Noah... – Supliquei por algo que eu não sei.


- O que foi Anne? – Senti um alívio quando ele falou contra o meu seio.
- P-por favor... Eu quero você. – gaguejei. Sentia-me toda rígida pelo tesão
que estava acumulado no meu corpo.
Noah parou de chupar o meu seio, levantou a sua cabeça e ficou me olhando
com... Luxúria... ou... Volúpia, eu não sabia distinguir o seu olhar naquele
momento, estava louca para tê-lo dentro de mim.
Ele se afastou, tirou os sapatos e meias, depois foi a vez da calça com a sua
cueca. Fiquei admirando o seu corpo maravilhoso nu a minha frente. Noah
tirou o meu short, depois a calcinha. Ele segurou uma das minhas pernas,
começou a beijá-la calmamente, beijou o meu tornozelo, minha panturrilha.
Subiu para a minha coxa. Beijou a minha coxa até chegar ao alto da coxa.
Quando pensei que ele ia beijar a minha intimidade, ele voltou, pegou a
minha outra perna e repetiu o processo. Quando parou no alto da minha
segunda coxa, ele beijou a minha intimidade, Noah abriu mais as minhas
pernas e começou a me chupar. Joguei a cabeça para trás e dei um grito de
excitação, Noah era bom no que fazia. Ele lambia e chupava toda a minha
boceta e isso me deixava ainda mais excitada do que antes. Ele deu atenção
ao meu clitóris, o mordeu e isso me fez dar mais um grito. Sentia o meu
corpo dá sinal, tentei tirar as minhas pernas das mãos de Noah, mas ele as
segurou mais forte.
- Noah... Por favor... – Choramingo. Ele não parou o que estava fazendo.
Continuou a me chupar, até que cheguei ao meu orgasmo, que me fez tremer
inteira. Eu poderia ver estrelas.
Quando a minha sanidade voltou, vir Noah subindo em cima de mim. Ele
tinha um sorriso de satisfação estampado nos seus lábios.
- Eu ainda não terminei. – Falou já me beijando.
Conseguia sentir o meu gosto na sua boca, a sua língua entrou na minha boca.
Noah desceu uma das suas mãos, puxou o meu joelho até o seu quadril e se
esfregou na minha intimidade. Gemi contra a sua boca.
- Você é tão gostosa Anne. – Mordeu o meu lábio inferior.
Segurei o seu braço e joguei a cabeça para trás ao senti-lo entrar em mim
calmamente, centímetro por centímetro. Era tão bom, ele me preenchendo.
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Abri a minha boca para encontrar oxigênio. Noah afundou a sua cabeça na
curva do meu pescoço e começou a se movimentar devagar, parecia querer
prolongar esse momento.
- Você é tão apertada. – Rosnou. Mas continuou com as estocadas devagar.
- Mas rápido, por favor. – Pedi em um suspiro.
- Não, tenho que ser devagar, eu não quero machucá-la. – Sentia o seu corpo
tenso. Abracei a sua cintura com as minhas pernas e o puxei para mais perto.
O incentivando a ir mais rápido, mas Noah continuou com o seu controle.
- Por favor...
- Não, Anne. – Vocifera.
Aproximei a minha boca da sua orelha e mordi o lóbulo da sua orelha. Soltei
um gemido. Noah apertou o meu joelho e sabia que ele estava perto de perder
o seu controle.
Passo as minhas mãos pelas suas costas, parei na sua bunda, que era
musculosa, apertei-a e o fiz entrar mais dentro de mim. Ele soltou um gemido
másculo e entrou com mais força dentro de mim. – Noah tinha perdido o seu
controle.
Ele começou a se movimentar cada vez mais rápido, logo senti arrepios
gostosos passar pelo meu corpo. Mordi o ombro de Noah para abafar o meu
grito ao sentir o meu clímax chegar.
E Noah se entregou ao seu orgasmo logo após o meu. Ele continuou a se
movimentar, mas agora só devagar. Mas logo saiu de dentro de mim e se
deitou ao meu lado. Ele me trouxe para os seus braços e beijou a minha testa.
Fechei os meus olhos.
Fiquei sentindo, ele passar a sua mão pelas minhas costas enquanto
recuperávamos o fôlego. Sentia-me satisfeita e saciada. Enterrei o meu rosto
no seu pescoço e deixei-me ser levada pelo sono.

Capítulo Dez
Despertei sentindo Noah passar a mão pela minha barriga. E senti Ethan dá
um chute. Abri os meus olhos lentamente, fiquei olhando para Noah, que
estava alisando a minha barriga, que estava coberta pelo lençol.
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Dou um sorriso sonolento para ele.


- Vejo que acordamos você. – Falou dando um sorriso de lado.
Fechei os meus olhos, tentando despertar por completo. Virei de lado e abri-
os novamente. Noah ficou me olhando atentamente, parecendo encontrar algo
negativo no meu rosto.
- O que foi? – Minha voz saiu rouca pelo sono.
- Nada, só percebi que você fica ainda mais linda quando acorda. – Senti as
minhas bochechas ficarem vermelhas pelo seu elogio.
Noah aproximou o seu rosto do meu, ele beijou a ponta do meu nariz, depois
ele me deu um beijo casto. Passo a minha mão pelo seu rosto e correspondo o
seu beijo.

****

Olho para Noah que está fazendo o café da manhã. Ele está usando um dos
seus ternos caríssimos. E fico um pouco triste por pensar em ficar sozinha
nessa casa enorme.
- Pensando em quê? – Perguntou colocando um prato com panquecas a minha
frente.
- Você tem que ir mesmo trabalhar? – Perguntei sem responder a pergunta
que ele tinha feito antes.
- Tenho sim, Srta. Clark. – Noah deu a volta na bancada e me beijou. – Agora
coma tudo, eu tenho que ir.
- Pelo menos tome o café da manhã comigo. – Falei manhosa.
- Vou tomar o café na empresa. – Faço uma careta. Noah se aproximou do
meu rosto, me beijou calmamente, mas logo se afastou e sorriu para mim. –
Mas a noite eu estarei de volta.
Do um sorriso pequeno para ele. O vejo sair elegantemente da cozinha. Volto
a minha atenção para o prato a minha frente e senti Ethan chutar.
- Tudo bem, vamos comer. – Murmurei para a minha barriga. Pego o garfo e
começo a comer as panquecas.

****
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Estou lendo um livro quando escuto o meu celular tocar. O peguei e vejo que
era Carla que estava ligando.
- Oi, Carla. – Digo assim que atendo.
- Anne. – Percebi que ela estava feliz por eu te atendido. – Onde você está?
- Em ca... Na casa do Noah.
- Noah?
- O pai do meu filho. – Expliquei.
- Ah! Eu queria lhe ver! – Sorri por ela querer me ver. – Onde podemos nos
encontrar?
- Em um restaurante que tem perto do meu apartamento?
- Ótimo! Vemo-nos lá em uma hora?
- Claro! – Me despedi dela e desliguei o celular. Fechei o livro que estava
lendo e o deixo na mesa que tinha no meu lado. Levantei da poltrona e fui
direto para o quarto. Entrei no quarto, vou até o closet, a procura de alguma
roupa para vestir.
Coloco um vestido preto soltinho, ele ia até um pouco acima dos meus
joelhos e me deixava confortável. Soltei os meus cabelos que estavam
amarrados e fiz uma maquiagem leve. Coloquei uma sandália baixa. Pego a
minha bolsa e saio do quarto, descendo as escadas, peguei as chaves do meu
carro. Saí de casa.
Ao chegar ao restaurante, olhei para o local inteiro e a encontrei, sentada em
uma mesa um pouco distante das outras. Ao chegar perto da sua mesa, Carla
se levantou e me abraçou.
- Anne. – A abracei de volta. Estava com tanta saudade dela. Sentamo-nos,
fiquei a olhando. – Sua barriga está enorme.
- Verdade, eu estou com quase sete meses. – Falei acariciando a minha
barriga.
- Qual é o sexo do bebê?
- É um menino. – Ela sorriu para mim.
- Eu estava com tanta saudade de você Anne. – Murmura pegando a minha
mão por cima da mesa.
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- Eu também estava com saudade. – Segurei a sua mão. – Como é que você
está?
- Estou bem. Só o nosso pai que está insuportável, desde que você falou que
estava grávida.
- Ele sempre foi insuportável, eu ainda não o perdoei. Estou muito chateada
com ele, nosso pai acha que dinheiro é tudo na vida, mas não é.
- Estou pensando em sair daquela casa. – Levantei as minhas sobrancelhas,
surpresa. Lembro-me muito bem que Carla dizia que só iria sair da casa do
nosso pai quando estivesse casada.
- Por quê?
- A Luiz...
- O que foi que aquela vaca aprontou? – A interrompi.
- Ela não aprontou nada, agora me deixe terminar. Bom, a Luiza está ficando
louca, ela acha que o nosso pai está a traindo. Porque ela pegou uma conta do
cartão de credito de papai e viu que ele tinha comprado uma joia há dois
meses e o que parece esta joia não foi para ela.
Minha boca ficou aberta de surpresa, fechei a minha boca e fiquei a olhando
surpresa sem saber o que falar.
- Nossa! – Foi a única coisa que saiu da minha boca.
- É nossa mesmo, desde então eles dois vivem brigando. Eu não aguento mais
tanta discussão, eu vou acabar ficando louca naquela casa! – Terminou de
falar, já exaltada.
- Calma, se você quiser pode ficar no meu apartamento. – Carla arregalou os
seus olhos de surpresa.
- Sério?
- Sério. Não estou mais no apartamento, eu só volto pra lá quando o meu
filho nascer.
- Obrigada Anne! – Sorri ao vê-la feliz. – Não se preocupe, quando você
voltar eu cuidarei do meu sobrinho para você.
- Vou me lembrar disso. – Murmuro já rindo.
Fiquei conversando com ela por mais algum tempo, quando vi já era quase
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três horas da tarde. Disse para ela que tinha que ir. Mas prometi que logo,
logo eu iria visitá-la.

****

Cheguei à casa de Noah, saí do carro. Vou direto para dentro da casa. Ao
entrar, percebo que Noah ainda não tinha chegado. Vou para o meu quarto,
tirei toda a minha roupa, entrei no banheiro e enchi a banheira. Quando a
mesma estava cheia desliguei a torneira e entrei. Ao sentir a água morna
soltei um suspiro, os meus pés estavam inchados e a minha coluna doía
muito.
Olhei para a minha barriga que ficava um pouco para fora d’água. Fiquei
olhando-a encantada ao ver o meu filho chutar, é até engraçado ver a minha
barriga se mexer, toquei no local onde ele tinha chutado.
- A mamãe te ama muito! – Sussurrei. Afundei a minhas mãos na água, mas
logo as coloco na minha barriga.
Fechei os meus olhos para descansar um pouco.

****

Abri os meus olhos e percebo que tinha dormido na banheira. Saí com
cuidado e me enrolei em uma toalha. Fui direto para o closet, vesti uma calça
de moletom e uma camiseta folgada. Penteei os meus cabelos e os deixei
soltos.
Saí do quarto, ao descer as escadas vejo pela parede de vidro da sala que já
estava anoitecendo. Ando até a cozinha, abro a geladeira, a procura dos
ingredientes para fazer a janta.
Peguei uma panela a coloquei em cima do fogão, olhei para a receita do
escondidinho de frango que Marie me deu. Fiz tudo que a receita mandou.
Coloquei com cuidado a forma dentro do forno e marquei a hora tirá-lo.
Sentei no banco da bancada, peguei o meu livro que tinha trazido para
cozinha e começo a ler.
Já havia se passado alguns minutos quando escutei passos vindos em direção
à cozinha. Continuei lendo o livro, mas não estava mais prestando atenção.
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Só olhava para a folha.


Senti braços me rodearem, dei um grito pelo susto que tive. Virei e vejo Noah
sorrindo, ele segurou o meu rosto e me beijou. Abracei o pescoço dele com as
minhas mãos. Retribui o beijo de bom grado. Poderia ser estranho, mas já
estava sentindo saudade dele.
- Oi. – Murmurou com a minha boca colada na minha.
- Oi.
- Que cheiro é esse? – Arregalo os olhos, saio dos braços dele. Vou até o
forno e já estava na hora de tirar o escondidinho de frango. Tirei com cuidado
a travessa do forno e a coloco em cima da bancada. Noah olhou para a
comida e olhou para mim sorrindo.
- Eu pensava que você não sabia cozinhar. – Murmurou surpreso.
- É claro que eu sei cozinhar. – Falei orgulhosa. Mas a verdade era que eu
estava com medo que a comida não prestasse.
Arrumei a bancada, me sentei ao lado de Noah e o servi com um pedaço do
escondidinho. Quando dei uma garfada na comida, fiz uma careta. A comida
estava doce.
Doce, eu troque o sal pelo açúcar.
Olhei para Noah que estava comendo tudo que estava no seu prato.
- Como é que você está comendo isso?
- Está maravilhoso. – Respondeu com a boca cheia. Abaixei a cabeça e
suspirei.
Não fui feita para cozinhar.
- Pare de mentir, está horrível. – Resmunguei. – Pelo menos tem a sobremesa.
- E o que é a sobremesa? – Ele me olhou com malícia, dei um sorriso de lado.
- Torta de chocolate. – Noah me deu um sorriso que me deixou com vontade
de pular em cima dele. – Podemos comer a torta assistindo alguma coisa.
- Ótima ideia! – Se levantou e retirou os pratos. Quando pegou o meu, ele
abaixou a cabeça e beijou o meu ombro. Fechei os meus olhos, aproveitando
a sensação da sua boca na minha pele.

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Levantei-me do banco, fui até a geladeira e peguei a travessa com a torta,


virei e dei um sorriso para Noah.
- Pelo menos a torta está salva. – Murmurei rindo. Noah balançou a cabeça
tentando esconder um sorriso.
Fomos para a sala, sentei no sofá. Entreguei uma colher para ele. Coloquei a
travessa no meio das minhas pernas, que estavam dobradas em cima do sofá.
Comi um pedaço da torta, soltei um gemido de satisfação. Noah parou a
colher no caminho da sua boca quando me ouviu gemer.
- O que foi?
- Nada. – Disse comendo. Fico olhando para a sua boca que estava
mastigando a torta e um repentino desejo cresce dentro de mim. Virei à
cabeça, fiquei prestando atenção no filme que Noah tinha escolhido. O filme
era de terror, eu nunca fui medrosa, mas o meu problema de assistir esses
filmes era porque eu sempre sonhava depois com o filme.

****

Nós já tínhamos comido a metade da torta e o bendito filme ainda estava na


metade quando Noah me melou com a cobertura, virei a minha cabeça de
lado e o olhei surpresa. Limpei a minha bochecha que estava melada. Olhei-o
zangada, peguei um pouco da torta e passei no rosto dele. O rosto de Noah
estava todo lambuzado de chocolate, não resisti e acabei rindo, só parei de rir
quando ele me melou novamente, mas desta vez foi o meu rosto todo.
- Isso não vale. – Tento limpar o meu rosto com a mão.
- Vale sim, você melou o meu rosto todo.
- Você parece uma criança. – Murmurei com raiva.
Quando ia me levantar, Noah me puxou me fazendo sentar no seu colo. Os
nossos rostos ficam centímetros um do outro. Ele segurou na minha nuca e
colou a sua boca na minha, o nosso beijo era urgente. Passei as mãos pelo seu
cabelo, aprofundei ainda mais o nosso beijo. Ele passou a sua mão pelas
minhas costas e desceu até chegar à minha bunda, ele me fez levantar para
me sentar de frente para ele, com uma perna de cada lado do seu corpo. Desci
as minhas mãos do seu cabelo e fui descendo até a sua camisa, fui abrindo
botão por botão até que estivesse completamente aberta. Arrastei-a pelos seus
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ombros largos e a tirei do seu corpo. Passei as minhas mãos pelo seu peito
musculoso, me afastei dos seus lábios. Eu estava com a minha respiração
alterada como a dele. Toquei no seu rosto todo sujo de chocolate, aproximei a
minha boca do rosto dele, comecei a chupar o seu rosto cheio de chocolate.
Lambi a bochecha dele, Noah soltou um gemido e isso me incentivou a
continuar o que estou fazendo. Cheguei perto da sua boca e beijei o canto
dela, fui para o outro lado do seu rosto, fiz o mesmo processo, parei no seu
nariz, plantei um beijo na ponta do seu nariz e dei uma mordida de leve. A
mão de Noah que antes estava no meu traseiro, agora estava no meu quadril,
ele o apertou um pouco com força. Afastei o meu rosto do dele, Noah abriu
os olhos que estavam fechados, o castanho dos seus olhos estavam intensos,
eu via desejo, luxúria neles.
Noah me trouxe para mais perto do seu corpo e senti a sua ereção em baixo
de mim. Fechei os meus olhos e soltei um gemido pela fricção da sua ereção
com a minha intimidade. Noah abaixou a sua cabeça e começou a beijar o
meu pescoço, o beijou, mordeu e chupou a minha pele. Desceu até o meu
colo e deu beijos molhados na minha pele, ele parou de beijar e me olhou
com os seus olhos, que me deixava ainda mais desejosa por ele, começou a
beijar novamente o meu colo. As suas mãos foram até a barra da minha blusa,
a levantou até a minha cabeça o ajudei a tirá-la do meu corpo. Arregalei os
meus olhos quando Noah pegou a sua colher e a mergulhou na torta e a
trouxe até o meu colo, espalhando-a ali. Antes que eu pudesse falar alguma
coisa, Noah abaixou a sua cabeça e começou a lamber a sujeira que tinha
feito na minha pele, soltei um gemido alto, joguei a minha cabeça para trás e
senti o meu corpo arder com o desejo que estava sentindo naquele instante.
Segurei no seu ombro para me manter sentada no seu colo. Noah pegou mais
da torta e espalhou nos meus seios que já estavam intumescidos, ele os
chupou com força me fazendo soltar um grito de prazer. Abri a minha boca
tentando falar alguma coisa, mas nada saiu.
Noah mordeu o meu mamilo direito e o mesmo ficou ainda mais duro do que
antes, depois ele foi para o meu outro seio e deu a mesma atenção que deu
para o outro.
- Noah... – Minha voz saiu como um sussurro.
- Hmmm... – Murmurou sem parar no que estava fazendo. Segurei nos seus

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cabelos, para tentar controlar o desejo que consumia o meu corpo inteiro.
Noah desceu a sua boca até a minha barriga e plantou um beijo nela. Ele me
pegou no seu colo e me fez deitar de costa no sofá, ele aproveitou e tirou a
sua calça e cueca. Fiquei olhando para o seu corpo musculoso e com algumas
tatuagens que o deixava ainda mais delicioso do que antes. Noah tirou com
delicadeza a minha calça de moletom e a calcinha que eu estava usando. Ele
ficou no meio das minhas pernas e me deu um beijou com desejo. Os nossos
corpos estavam pegajosos pelo chocolate que ainda tinha no meu corpo.
Noah passou a sua mão direita pelo meu cabelo e a esquerda pela minha
coxa, mordi o seu lábio inferior ao senti-lo entrar cuidadosamente em mim. A
cada estocada que ele dava eu me entregava ainda mais a ele.
E de repente o sentimento, que ainda não sei decifrar, apareceu novamente,
eu nunca senti este sentimento por ninguém e sei que quando for tomar
alguma decisão sobre mim e Noah eu sairei destruída. Tiro estes pensamentos
e me entreguei a este momento que estamos tendo, e me perco no meu prazer.

****

Estou deitada em cima de Noah, estou recuperando o fôlego. Ele passa suas
mãos pelas minhas costas, com o seu carinho eu me sentia sonolenta e tenho
a plena consciência que tenho que tomar um banho.
Levantei a cabeça e fiquei o olhando, levantei a mão e toquei no seu rosto
que estava relaxado, ele me olhou e deu um sorriso lindo. Tinha de descobrir
o que estou sentindo por esse homem, só sei que é muito forte e que eu nunca
senti por ninguém. Soltei um suspiro e deitei a cabeça no seu peito, senti o
seu cheiro misturado com suor. Fiquei mais um tempo deitada ao lado dele
até que criei coragem para me levantar.
Noah me olhou atentamente quando sentei em cima dele, inclinei a minha
cabeça de lado e fiquei o fitando.
- Vou tomar um banho. – Noah sorriu e vejo o seu olhar mudar de relaxado
para malicioso.
- Está me convidado para tomar um banho? – Balancei a cabeça divertida e
saí de cima dele.
- Se quiser vir. – Murmurei subindo as escadas e vejo-o se levantar, terminei
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de subir e entrei no quarto deixando a porta aberta.

****

O nosso banho foi cheio de carícias e beijos, coloquei uma camisola


confortável e deitei-me na cama. Noah se deitou ao meu lado e me trouxe
para os seus braços.
Fechei os meus olhos e enterrei a minha cabeça no seu peito, e quando eu já
estava quase dormindo, Ethan chutou, Noah ficou um pouco assustado, mas
logo tocou na minha barriga e o meu bebê chutou novamente, como
conhecesse o toque do seu pai.

Capítulo Onze
Olho para o apartamento, Carla já tinha se mudado para cá há algumas
semanas. E eu só agora tive tempo de visitá-la, ele tinha mudado algumas
coisas nele, deixou um ar mais jovem.
- Gostei. – Falei sorrindo para ela.
- Que bom, quando é que você vem para cá? – De repente, senti uma tristeza
passar no meu coração. Nessas semanas que haviam se passado eu e Noah
estávamos nos dando tão bem, que eu nem me imaginava saindo da casa dele.
– Por que está triste?
- Por nada. Não estou. – Forço um sorriso. – Eu venho para cá logo após o
meu filho nascer.
- Ótimo! Estou louca para dividir este apartamento com você. – Ela me
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abraçou com força.


Abracei-a de volta e olhei mais uma vez o ambiente.
- Eu quero saber como o nosso pai reagiu quando soube que você iria se
mudar. – Estava curiosa. Por que pelo o que eu o conheço ele não deve ter
aceitado muito bem essa notícia.
- Você sabe como ele reagiu. Fez uma tempestade em um copo d’água, ele
falou que eu não precisava sair de casa, mas eu falei que precisava ter alguma
responsabilidade na minha vida.
- Eu sei muito bem como ele é. Foi à mesma coisa no meu tempo, chegou até
a ficar sem falar comigo por duas semanas. Mas, fico feliz por você querer
sair da casa do nosso pai e assumir sua vida.
Ela concordou. Ficamos conversando por algumas horas. Eu sentia saudade
de estarmos juntas, e poder conversar com ela, desse jeito que estamos agora.
- Oi, Amanda. – Comecei a dirigir e deixei o celular em viva-voz.
- Oi, Anne. Você pode passar aqui na minha casa? – A voz de Amanda estava
estranha.
- Claro, chego aí em meia hora. – Me despeço dela e desligo o celular. Liguei
o rádio e começo a escutar uma das minhas músicas favoritas.

****

Pareio em frente do prédio de Amanda, saí do carro e entrei no prédio. Ao


chegar ao seu andar, bati na porta do seu apartamento e segundos depois a
porta foi aberta. Amanda estava com o rosto vermelho e inchado por tanto
chorar, quando ela viu que era eu, ela me abraçou. Quando a abracei de volta,
Amanda caiu em prantos. Entrei no seu apartamento com ela ainda me
abraçando e me sentei com ela no sofá. Amanda não falou nada só ficou
chorando nos meus braços.
- Shhh... – Eu queria saber o que estava acontecendo com a minha amiga, ela
nunca foi de chorar por besteira ou por qualquer coisa. Fiz cafuné nos seus
cabelos ruivos.
Amanda ficou agarrada a mim por minutos, sei que aconteceu alguma coisa
muito grave para ela está nesse estado.
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Quando o seu choro foi diminuindo, ela levantou a sua cabeça do meu ombro
e respirou fundo, mas logo caiu no choro novamente. Puxei-a novamente para
os meus braços. Não gostava de vê-la desse jeito, ela é alegre e divertida. E
não triste.
- Quer me dizer o que aconteceu? – Perguntei gentilmente.
Ela fungou e levantou a cabeça.
- O Marcos terminou comigo. – Levantei uma sobrancelha intrigada, queria
saber quem era esse Marcos. Ele deveria ser o homem que Amanda estava
tendo um romance.
- Quem é Marcos?
- É aquela pessoa que eu te falei, mas agora não importa, ele terminou tudo
comigo. – Falou caindo no choro.
- Minha amiga não fique assim. – Levantei a sua cabeça. – Ele não merece
nenhuma lágrima que você está derramando.
Lembro-me quando estava no lugar dela. Amanda me dando conselho para
esquecer o Jonas, e agora sou eu que estou dando conselho para ela esquecer
esse tal Marcos.
- Você tem razão, não vou mais chorar por ele. – Falou enxugando o seu
rosto. – Aquele filho da mãe não terá mais nenhuma lágrima derramada por
mim.
- É assim que se fala. – Amanda dá um sorriso triste. Vejo nos seus olhos que
ela estava tentando controlar todos os seus sentimentos. Amanda respirou
fundo e se levantou do sofá. E agora que eu percebi que ela estava usando
uma camisa masculina.
- De quem é esta camisa? – Ela olhou para o seu corpo e deixou um soluço
sair. Amanda estava tentando ser forte, mas parecia que não estava
conseguindo. Tive uma ideia. Levantei-me do sofá e fui até a cozinha, abri a
geladeira e encontrei o que estava precisando, peguei o sorvete e duas
colheres. Quando eu estava no lugar de Amanda, ela sempre pegava um
sorvete para afogarmos a nossa tristeza em algum doce.
Voltei pra sala, me sentei ao seu lado e entreguei uma colher para ela.
Amanda me olhou e deu um sorriso pequeno. Comemos o sorvete

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calmamente, e todo esse tempo que estávamos comendo ela ficou quieta,
mergulhada nos seus pensamentos. Depois de comer o sorvete, ela deitou a
sua cabeça no meu colo e ficamos assistindo um filme, fiquei fazendo carinho
no seu cabelo e a escutei chorar baixinho.
Depois de alguns minutos, Amanda já estava dormindo no meu colo e
continuei a passar a minha mão pelo seu cabelo. O meu celular tocou e
Amanda acordou assustada, peguei o celular de dentro da bolsa e vi que era
Noah que estava me ligando.
Levantei do sofá e me afastei um pouco de Amanda.
- Oi, Noah. – Fiquei olhando para Amanda que estava com o rosto todo
vermelho.
- Onde é que você está? – A voz de Noah estava autoritária, como sempre.
- Estou na casa de Amanda. Ela está precisando de mim. - Respondi
calmamente.
- Quero você aqui na minha casa em uma hora. – Já estava demorando ele
querer mandar em mim.
- Não irei dormir hoje na sua casa. – Escutei-o soltar uma respiração pesada.
- Anne, eu estou precisando de você. – A sua voz era baixa quase um
sussurro.
- O que aconteceu? – Pergunto um pouco preocupada.
- Eu só preciso de você. – Não respondeu a minha pergunta.
Olhei para Amanda que estava encolhida no sofá. Eu não poderia deixar a
minha amiga neste estado.
- Eu não posso sair daqui Noah, sinto muito. – No outro lado da linha escutei
algo se quebrando. – o que foi isso Noah?
- Nada porra! – Rugiu. – Fique com a sua amiga.
Ao termina de falar, ele desligou o celular na minha cara. Olhei para o
aparelho em minhas mãos, chocada por Noah te desligado dessa forma
grosseira. Queria ligar para ele e o mandar ir à merda, mas me controlei.
Deixei o celular na mesa de centro e me sentei no sofá novamente.
- Tudo bem? – Amanda perguntou levantando uma sobrancelha.
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- Sim. – Dou um sorriso amarelo. Amanda deitou a sua cabeça no meu colo e
ficou assistindo o resto do filme. Não estava prestando atenção na TV, eu só
pensava na reação de Noah, ele parecia agressivo pelo celular. Balancei a
cabeça e tentei tirá-lo dos meus pensamentos.

****

Acordei com um cheiro de alguma coisa queimando, me levantei rapidamente


do sofá e fui até a cozinha, de onde vinha o cheiro.
Ao parar na porta da cozinha, vi Amanda jogar uma panela na pia e ligar a
torneira.
- Bom dia! – Amanda murmurou, assim que me viu parada na porta. Ela
estava com os cabelos bagunçados e a sua aparência estava melhor.
- Bom dia! – Vou até a panela e vejo o que ela estava tentando fazer. – Era
ovo frito.
- Não deu certo. – Ri da cara que ela fez. Fui até a geladeira e peguei mais
ovos e vou até o fogão, peguei uma frigideira e comecei a cozinhar. Fiz ovos
mexidos, torradas, suco e café. Botei tudo em cima da mesa e sentei-me ao
lado de Amanda.
- Você aprendeu a cozinhar? – Olhei para ela e dei um sorriso maroto.
- Aprendi com o melhor chefe de cozinha. – Me lembrei de Noah me
ensinando a cozinhar direito.
- Ah! Não preciso saber de detalhes. – Murmura, comendo uma torrada.
Balancei a cabeça e tomei um gole do meu café.
Depois de tomar o café da manhã com Amanda, me despedi dela, mas antes
me certifiquei que ela iria ficar bem. E fui embora.

****

Estacionei o carro na garagem e desci do carro. Quando entrei na casa, a


primeira coisa que vi foi o hall revirado, a mesa que tinha ali com um vaso de
flores estava destruída. Andei com cuidado para não pisar nos cacos de vidro.
Ao entrar na sala vejo Marie limpado o chão da sala que estava cheio de
cacos de vidro, olho para tudo assustada.
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- O que aconteceu aqui? – Assim que Marie me viu, ela parou o que estava
fazendo e veio até onde estou parada.
- Minha filha, o Noah que fez isso! Quando cheguei hoje mais cedo vi tudo
destruído. E ele está trancado no quarto e não quer sair de lá por nada.
- Vou ver como ele está. – Dou um sorriso para acalmá-la.
Subi as escadas e parei na frente do quarto dele. Bati na porta do seu quarto e
nada dele aparecer. Bati novamente e não escutei nem um movimento vindo
de dentro do quarto.
Desci as escadas à procura de Marie, a achei no corredor que levava para a
dispensa.
- Marie, você tem a cópia da chave do quarto do Noah?
- Tenho sim querida. – Ela a pegou de dentro do bolso do seu avental e me
entregou a chave.
Agradecia e voltei para o quarto de Noah. Quando consigo abrir a porta, o
quarto estava todo escuro, exceto por uma fresta de luz que entrava pelas
cortinas fechadas. Andei devagar sem fazer barulho e vou até a cama, onde
Noah estava jogado de qualquer jeito. Pela pouca luz que tinha no quarto, vi
que Noah estava com o rosto machucado. Sentei na cama e toquei no seu
rosto, ele se mexeu, mas não acordou.
- Noah? – Chamo-o, mas ele não acorda. – Noah!
Balancei levemente o seu braço para acordá-lo, mas ele só virou o rosto.
Fechei os meus olhos por alguns instantes, mas logo os abri.
- Noah, acorda! – O balancei mais forte. Ele abriu os olhos, ficou me fitando
por alguns segundos, mas logo os fechou novamente. – Acorde, não é pra
dormi!
- Me deixe em paz! – A voz de Noah estava rouca pelo sono.
- Não vou deixar você em paz até que esteja acordado. – Ele resmungou algo,
se sentou na cama e abriu os olhos me olhando com raiva.
- O que você quer Anne? – Perguntou rude.
- Quero que você tome um banho, que depois eu vou cuidar desse ferimento
no seu rosto. – Respondi-o, me levantando da cama e abrindo as cortinas do

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quarto.
- Fecha essa merda agora!
- Olha a boca suja. Agora vá para o banho. – Noah me lançou um olhar
enfurecido, mas logo se levantou e foi direto para o banheiro. Arrumei a
cama e fui para o meu quarto, tomei um banho rápido e vesti um vestido
solto. Quando voltei para o quarto de Noah, ele já tinha saído do banho.
- Vista alguma roupa que eu vou fazer um curativo no seu rosto. – Entrei no
seu banheiro e procurei o kit de primeiros socorros. Saí do banheiro com a
maletinha em mãos.
Vejo Noah sentando na beira da cama com a cabeça abaixada. Coloquei a
maleta ao seu lado e levantei o seu rosto. O jeito que ele estava me olhando
era um pouco estranho, parecia que ele queria me contar algo, mas não falou
nada.
Assim que terminei de cuidar do rosto dele, fiz um curativo.
- Pronto. – Dou um sorriso de lado. Ele ficou me olhando sem falar nada.
Voltei para o banheiro e guardei a maletinha onde encontrei. Fiquei encostada
na porta do banheiro, o olhando.
- Obrigado! – Disse ele baixo. Andei devagar até ele e fiquei para na sua
frente.
- O que aconteceu com você para estar nesse estado? E por que quebrou a
casa toda?
Noah ficou me olhando seriamente, mas logo virou a cabeça para o lado e
ficou olhando para a janela.
- Não foi nada. E desculpe pelo que disse no celular ontem.
Respondeu-me sem me olhar.
- Noah olha para mim. – Segurei cuidadosamente no rosto dele e o fiz me
olhar. – Me diz o que está acontecendo, para você está desse jeito?
- Não foi nada, eu já disse. – Noah parecia nervoso com alguma coisa.
Soltei o seu rosto e andei até a porta do quarto.
- Quando quiser me dizer o que está acontecendo, pode me chamar. – Saio do
quarto dele. Andei até o meu quarto e entrei no closet.
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Encontro às sacolas de compras que fiz para o Ethan, algumas semanas atrás.
Peguei todas as compras e as deixei em cima da cama, abri cada uma e fiquei
olhando para todas as roupinhas. Até pude imaginar o meu bebê usando as
roupinhas.
Escutei batidas na porta.
- Pode entrar. – Murmurei dobrando as roupas.
Senti o perfume de Noah, virei e fiquei olhando para ele, que estava parado
na porta me olhando. Ele entrou no quarto e fechou a porta devagar. Virei
para a cama e continuei a dobrar as roupinhas do Ethan.
- Quando comprou essas roupas? – Perguntou parado ao meu lado. O vejo
olhar para as roupas com admiração.
- Faz algumas semanas. – Respondi, já terminando de dobrar e deixando tudo
em cima da cama.
- Qual dos quartos você irá usar para o quarto do bebê? – Perguntou me
olhando.
Eu ainda não tinha falado para ele, que não iria ficar aqui na casa dele, depois
que o nosso filho nascesse. É claro que ele poderá visitar o Ethan a hora que
ele quiser.
- Eu ainda não sei. – Respondi-o.
Peguei as roupas e guardei em uma gaveta que eu tinha esvaziado.
- Você tem que decidir. Faltam poucos meses para o bebê nascer. –
Balbuciou parado na porta do closet. Virei e fiquei o fitando e decidi contar
logo para ele sobre a minha decisão.
- Noah... – Respirei fundo e mordi o meu lábio inferior para controlar o meu
nervosismo. – Eu não vou ficar aqui quando o bebê nascer.
O vejo arregalar os olhos e ficar me olhando incrédulo.
- Como assim?
- Noah, nós combinamos que eu moraria com você até o fim da minha
gestação. Quando eu tiver o bebê, eu voltarei para o meu apartamento. Mas
isso não quer dizer que você não possa vê-lo. Você poderá visitá-lo a hora
que quiser.

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- Anne você não pode fazer isso. O melhor para você e o bebê é ficarem aqui
ao meu lado.
- Não vamos discutir. Eu já tenho a minha decisão. – Noah respirou fundo e
passou a mão pelo cabelo, tentando se controlar.
- Você não irá sair daqui com o meu filho. – O seu tom de voz era de ameaça.
Quem ele pensa que é para me ameaçar? Fico o olhando com raiva.
- Está me ameaçando?
- Pense como quiser. Você não irá sair dessa casa com o meu filho.
- Saia do meu quarto! – Aponto para a porta.
Noah ficou me olhando por alguns segundos, mas logo se virou e saiu do
quarto, batendo a porta com força. Sento-me na cama, e tento controlar a
minha respiração que está alterada. Toco na minha barriga e fico sentindo o
nervosismo passar pelo meu corpo.
- Eu irei proteger você. – Sussurro.
Peguei rapidamente o meu celular de dentro da minha bolsa e liguei para
Amanda. No terceiro toque ela atendeu.
- Oi, Anne. – A voz dela era de sono.
- Oi, Amanda. Eu preciso que faça algo para mim. – Murmurei, me
levantando da cama e pegando o meu notebook, que estava em cima do
aparador da cama, e me sentei na cama novamente.
- Pode falar.
- Eu preciso que você descubra tudo sobre o Noah para mim.
Eu sinto que ele está escondendo algo e descobrirei o que é.
- Ok! Vai ser um pouco difícil eu conseguir alguma informação sobre Noah,
mas vou tentar.
- Obrigada, Amanda.
- De nada. Agora me deixe dormir.
Revirei os meus olhos e me despedi dela.
- Vamos descobrir o que o seu pai esconde.
Noah não deveria ter me ameaçada, ele nunca irá tirar o meu filho de mim.
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Antes de isso acontecer vou descobrir o que ele está escondendo de mim.

Capítulo Doze
Depois de passar a manhã inteira no quarto, desci até a sala principal e
encontrei Marie terminando de arrumar o estrago, que Noah tinha feito mais
cedo.
- Marie? – Chamo-a.
Ela se virou e deu um sorriso largo a me ver.
- Anne. – Ela veio até onde estou e me abraçou fortemente. Toda vez que
Marie me abraça sinto um carinho de mãe, que eu tive por pouco tempo em
minha vida.
- O Noah está?
Perguntei a olhando nos olhos.
- Não, minha filha. – Ela passa a sua mão carinhosamente pelo meu rosto. –
Ele saiu faz algum tempo. Ele parecia revoltado com algo.
Fiquei a olhando e dei um sorriso, para reconfortá-la. Eu já tinha percebido
que Noah estava preocupado com algo, mas ele não quer me contar o que é.
Mas mesmo assim, ele não tem o direito de ameaçar de tirar o meu filho de
mim.
- Quando ele chegar, eu irei conversar com ele.
- Faça isso minha filha. Ele parece preocupado com algo.
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Concordo, fomos até a sala de estar e ficamos conversando.

****

Horas mais tarde, Marie teve que ir embora, e fiquei sozinha nessa casa
enorme. Decidi sentar em uma poltrona na sala e esperar por Noah, olho para
o meu relógio de pulso, já era noite e nada dele chegar. Puxo mais o casaco
pelo meu corpo para me proteger do frio que sentia. Mesmo com o aquecedor
ligado, mas parecia que o frio vinha de dentro de mim. O nervosismo estava
consumindo o meu corpo inteiro, desde hoje mais cedo, estou sentindo esse
frio que está me deixando mal.
Fecho o meu livro e olho para o janelão da sala, fico olhando para o tempo lá
fora, me perguntando onde Noah pode estar nesse momento. E o que está
acontecendo com ele.
Sou tirada dos meus pensamentos, pela porta da frente sendo aberta. Vi Noah
entrando e fechando vagarosamente a porta, ele tinha o seu semblante
cansado e irritado com algo. Arregalei os meus olhos ao ver uma mancha de
sangue na sua camisa branca. Levantei-me rápido e fui até ele. Noah até pode
ameaçar de tirar o meu filho, mas mesmo assim eu me preocupo com ele.
- O quê que aconteceu com você? – Perguntei assim que parei na frente dele.
Noah me olhou por instantes, ele passou por mim e subiu as escadas
calmamente, mas percebo que o seu corpo estava tenso, ele ainda deve estar
com raiva. Mas quem deveria estar com raiva era eu e não ele!
Subi as escadas indo atrás dele, entrei no quarto e o vejo tirar a camisa que
estava com a mancha de sangue e me pergunto o porquê dessa mancha, será
que ele se machucou? Mas eu não vejo nenhum ferimento pelo seu corpo e
isso me deixa ainda mais intrigada.
Noah percebe a minha presença, ele não se virou, foi para o banheiro e
fechou a porta. Sento na cama, fico esperando por ele. Minutos se passaram e
nada dele sair do banho, Noah deve estar fazendo isso de propósito, para ver
se eu vou sair daqui, mas ele está muito enganado, só irei sair daqui quando
falar com ele.
Depois de quase quinze minutos dentro do banheiro, Noah saiu com uma
toalha enrolada na cintura, o seu peitoral estava molhado e fiquei olhando
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para as gotas d’água descendo pela sua pele bronzeada, pelo seu abdômen
sarado e sumir pela toalha, respirei fundo para não cair em tentação.
Ao ver que ainda estou ali, esperando, Noah suspirou e perguntou grosso.
- O que você quer?
Ele entrou no closet.
- Eu quero saber o que está acontecendo com você. Primeiro você me ligou,
na noite passada pedindo para eu voltar para cá, quando eu falei que não
poderia vim, você quebrou algo e falou um palavrão. Quando cheguei hoje
mais cedo vi tudo quebrado e a coitada da Marie limpando tudo. Vim atrás de
você, a porta do seu quarto estava trancada. Entrei, vi você dormindo com o
rosto machucado, aí eu acordei você. Depois de cuidar dos seus machucados,
eu tentei conversar, e como você me recebe? Com patadas. Resolvo sair do
seu quarto, mas logo você veio atrás de mim e acabamos brigando. Você me
ameaçou de tirar o meu filho de mim. Eu só quero saber o que está
acontecendo com você, para estar agindo desse jeito?
O respondi, continuei sentada esperando ele sair do closet. Quando ele saiu,
parou na minha frente, só vestindo uma calça de moletom. Ficou me olhando
por segundos que parecia uma eternidade sem fim.
- Eu só estou cheio de problemas, agora, por favor, sai do meu quarto. –
Balbucia Noah calmamente.
Continuei olhando-o e vi que ele não iria falar mais nada, me levantei da
cama e saí do seu quarto e fui para o meu, ao entrar tranquei a porta, me
deitei na cama e fiquei olhando para o teto. O que será que Noah está
escondendo? Deve ser algo muito sério para ele está desse jeito.

****

Fico me revirando na cama, tentando encontrar uma posição confortável para


dormir. Olho para o relógio em cima do aparador e vejo que são duas da
manhã, eu ainda não consegui dormir, sinto o meu corpo cansado, mas a
minha cabeça não para de pensar no que Noah pode estar escondendo.
Levantei da cama e saí do quarto, o corredor está escuro, andei devagar para
não esbarrar em nada, desci as escadas calmamente. A única iluminação no
andar de baixo vinha da cozinha, vou até lá e não tinha ninguém, estranho
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porque a luz nunca ficava ligada. Andei até o escritório de Noah e também
não tinha ninguém, e a minha conclusão era que ele deveria estar dormindo.
Virei para o corredor e não ouvi nada, entrei no escritório, fechei a porta
devagar. Acendi a luz e fui até a mesa de madeira escura. Sentei-me na
poltrona de couro.
Havia papéis espalhados pela mesa, olhei um de cada vez para ver se achava
alguma pista sobre o que estava acontecendo com Noah, mas só uma coisa
me chamou atenção: foi uma papelada que falava sobre porte de armas, franzi
os cenhos e continuei a ler.
Que merda é essa?
Os papéis falavam sobre um carregamento de armas e drogas, soltei os papéis
na mesa sem acreditar no que acabei de ler. Noah não pode estar se
envolvendo com esse tipo de coisa.
Quem é Noah de verdade?
Abro a primeira gaveta da mesa, a procura de algo e quase soltei um grito ao
ver uma arma, a fechei rapidamente e abri outra gaveta, encontro uma pasta
preta, ao pegar a pasta percebo que era pesada, a abro e vejo vários
documentos. Peguei o primeiro documento e começo a ler o que tinha nele.
Nome: Dominic Menezes.
Ano de nascença: 19 de Março de 1990.
Ano de falecimento: 20 de Julho de 2013.
Documentário sobre Dominic Menezes.
O Sr. Menezes faleceu nesse sábado, tudo indica que foi um assalto, mas as
autoridades desconfiam que não tenha sido esse o motivo e sim um
assassinato. O Sr. Menezes era dono de uma das maiores empresas de
advocacia dos E.U.A. pelo que todos falam, ele tinha muitos inimigos
dentro e fora dos tribunais, mas o que parece que ele tinha envolvimento
com alguns mafiosos, mas não sabemos se isso é verdade.
Sentimos muito pela família do Sr. Menezes, nossos pêsames para os
parentes.
Jornal Mendes.
Eu lembro muito bem desse dia, todos os jornalistas estavam no pé da polícia
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para saber mais informações sobre esse caso. Mas o que eu quero saber é o
porquê de Noah ter esse documentário. Isso é muito estranho.
Pego outro documento que falava sobre a morte de uma mulher, mas não uma
simples mulher e sim de uma modelo internacional.
Nome: Catharina Smith.
Ano de nascença: 17 de Março de 1988.
Ano de falecimento: 12 de Agosto de 2014.
Documentário sobre Catharina Smith.
Recebemos uma má notícia, a modelo Catharina Smith morreu ontem em
um trágico acidente de carro; testemunhas dizem que o freio não
funcionou, mas a polícia desconfia que sabotaram o carro da modelo.
Catharina tinha acabado de ser mãe do seu primeiro filho, que só tem seis
meses. Só temos a lamentar, nossos pêsames para a família da modelo.
Hoje Londres está em luto, perdemos uma bela mulher no mundo da moda.
Jornal Blues.
Soltei a folha e peguei outra, agora falava sobre um acidente que aconteceu
nesse ano.
Nomes: Felipa Valares & Philips Valares.
Ano de nascença de Felipa: 30 de Janeiro de 1986.
Ano de nascença de Philips: 21 de abril de 1980.
Ano de falecimento de Felipa: 23 de Agosto de 2016.
Ano de falecimento de Philips: 23 de Agosto de 2016.
Documentário sobre o Sr. & Sra. Valares.
Todos os cidadãos de Nova York ficaram chocados nesta manhã de quarta-
feira quando foi noticiado na TV o trágico acidente de avião, que matou o
Sr. & Sra. Valares. Parece que está ficando frequente morte de famosos,
primeiro foi o Sr. Menezes que morreu em um assalto há três anos. Depois
foi a morte da modelo Catharina Smith que morreu em um acidente de
carro há dois anos. E agora depois de um ano perdemos esse casal
bombástico de Nova York, os nossos corações estão partidos com essa
notícia trágica.
NACIONAIS-ACHERON
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Estamos todos de luto, os nossos pêsames para a família do casal Valares.


Jornal Mendes.
Fechei a pasta com os documentos, não consigo ver mais nada que fale de
morte, fico sem saber o que fazer, e me pergunto o porquê de Noah guardar
tudo isso. Estou cada vez mais confusa e me perguntando o que Noah é de
verdade. Enfim, parece que eu não o conheço.
Arregalo os olhos quando ouço passos vindos à direção do escritório,
levanto-me rapidamente da poltrona, vou até a parede, desligo a luz e me
escondo em uma cortina escura que tinha ali.
Escutei a porta sendo aberta, prendi a respiração quando a luz foi ligada,
tampei a minha boca com as minhas mãos e rezei para o meu bom Senhor,
para ele tirar quem for que seja que esteja nesse escritório, fecho os meus
olhos ao escutar os passos mais próximos de onde estou, e sei que estou perto
de ser descoberta.
Senhor me salve.
E parece ele me escutou, o celular da pessoa que estava perto da cortina
tocou. Ouço passos se distanciando, saindo do escritório, e desligando a luz.
Sai de trás da cortina, ando até a mesa para guardar a pasta, mas vejo que ela
já não estava mais lá.
Droga.
Pelo perfume que ainda está pelo ambiente, percebo que era Noah, olhei para
o relógio que tinha na mesa e vejo que já eram quatro da manhã, eu não tinha
dormido nada. Antes de sair do escritório, vejo se tinha alguém pelo corredor
e não tinha ninguém, subi as escadas e me tranquei no quarto, então pude
respirar com calma, era tão bom está na proteção do meu quarto.
Sentei-me na cama e tentei colocar os meus pensamentos em ordem, quero
saber por que Noah guarda todas aquelas reportagens em uma pasta e porque
ele tem uma arma. E pelo o que eu vejo tem muito mais para descobrir, a
minha cabeça está girando e estou bastante confusa com isso tudo. Só posso
pensar que Noah não é alguém que eu pensei que fosse; ele pode ser uma
pessoa perigosa! Ele pode ser um assassino ou algo pior!
Onde fui me meter? Mas eu não tenho culpa, só tivemos uma noite e nessa
noite de descuido produzimos um filho. E se eu tivesse evitado me deitar com
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Noah, será que eu estaria aqui agora? Não, não estaria; eu nem teria o meu
filho no meu ventre agora, então eu devo pensar que tudo isso aconteceu
porque deveria ter acontecido. E o meu presente em tudo isso é o meu filho.
Não sei se consigo imaginar a minha vida sem ele, sei que não planejei ter
um filho, mas ele é a minha vida agora, a razão do meu viver. O meu filho é o
meu amor verdadeiro e farei de tudo para protegê-lo de todo mal que pode
acontecer para ele.

****

Acordo com o sol batendo no meu rosto, na madrugada, depois de um tempo


acordada eu conseguir dormir um pouco e descansar a minha mente. Olhei
para o relógio no aparador e já era quase meio-dia.
Sentei na cama e fiquei olhando para a janela, o que parecia o sol estava forte
lá fora e expulsando o frio que estava fazendo nestes dias. O meu celular
apitou em cima do aparador, ao pegá-lo vejo que era uma mensagem de
Amanda.
”Anne minha querida, fiz o que você me pediu, descobri algo de Noah que
eu até fiquei chocada. Encontre-me na cafeteria que tem perto do Central
Park. Beijos”!
Amanda Evans.
Ao terminar de ler a mensagem de Amanda, senti um mau pressentimento
passar pelo meu corpo, que me fez arrepiar dos pés à cabeça. Levanto-me da
cama e fui até o closet, escolhi um vestido branco folgado e uma sapatilha da
mesma cor. Depois de tomar um banho e me arrumar saí de casa.

****

Estaciono o carro na frente da cafeteria. Ao entrar, olho o local até encontrar


Amanda sentada em uma mesa, andei até ela.
- Anne. – Murmurou Amanda se levantando e me abraçando.
- Oi. – Retribui o seu abraço e logo após me sentei a sua frente. Sentime
nervosa e curiosa para saber o que ela descobriu sobre Noah. – O que você
descobriu?

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- Anne...
Amanda parou de falar, olhou para a sua frente, e no mesmo instante ficou
pálida, com os olhos arregalados como se estivesse vendo um fantasma.
Olhei para onde ela estava olhando, vi um homem alto, de cabelos pretos,
entrando na cafeteria com uma mulher loira, um pouco mais baixa que ele.
Viro-me para Amanda e vejo que ela estava ficando vermelha e os seus olhos
estavam lacrimejandos.
- Está tudo bem?
- Sim. – A voz de Amanda estava rouca. Ela me olhou e deu um sorriso
forçado.
- Quem aquele homem Amanda?
- Ninguém importante.
Ela abaixou a cabeça e ficou olhando para as suas mãos que estavam em seu
colo.
- Se não fosse importante, você não estaria nesse estado. – Balbuciei, não
gosto de ver minha amiga nesse estado.
- Ele é o Marcos... O homem que eu estava me envolvendo, mas não deu
certo, ele terminou tudo comigo e o que parece esse desgraçado já está com
outra. – A voz de Amanda era de mágoa e raiva.
- Não fique assim, ele não te merece.
Ela enxugou uma lágrima que tinha caído no seu rosto.
- É; ele não me merece. Quero que ele sofra bastante com essa daí. – Disse
Amanda, jogando os seus cabelos ruivos para trás. – Ele está olhando para cá.
A segurança da sua voz de alguns segundos atrás sumiu, ela parecia nervosa,
e com os seus olhos verdes arregalados. Eu devo fazer algo para ajudar minha
amiga.
- Vamos fazer assim, vá ao banheiro, se ele te seguir é porque ainda quer algo
com você, se ele não te seguir é porque não quer mais nada e você vai tratar
de lhe esquecer.
Amanda assentiu freneticamente, se levantou da cadeira, um pouco nervosa, e
andou até o banheiro feminino. Olhei discretamente para a mesa onde o tal

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Marcos estava sentando com a loira, o vi falar algo para a mulher e ir até o
banheiro onde Amanda tinha entrado.
A minha conclusão é que ele quer ainda algo com Amanda, mas tem algo
impedindo os dois de ficarem juntos.

****

Tomo um gole do meu café, que tinha acabado de pedir, já tinham se passado
alguns minutos e nada de Amanda aparecer, peguei o meu celular e já era
uma da tarde. Estou bastante curiosa para saber o que Amanda ia me contar
sobre Noah, antes que Marcos apareceu.
Vejo Amanda se sentar à minha frente, os seus olhos estavam vermelhos
denunciando que ela havia chorados alguns instantes atrás.
- O que aconteceu?
Ela respirou fundo, passou as suas mãos pelo rosto e me olhou.
- Vamos sair daqui, por favor! – Balbuciou, se levantando, pegando sua
bolsa, e saindo rapidamente da cafeteria. Levanto-me da cadeira, olhei para a
mesa de Marcos, e vi o semblante dele bastante carregado.
Deixei o dinheiro em cima da mesa e saí da cafeteria, indo atrás de Amanda.
Encontrei-a encostada no meu carro, com a cabeça abaixada olhando para os
seus pés.
- Amanda fale comigo. – Quando ela levantou a sua cabeça, vi que ela estava
chorando.
- Por que a minha vida tem que ser assim? – Perguntou chorando. – Porque
eu não posso ser feliz ao menos uma vez? Eu não aguento mais, parece que
eu não nasci para ser feliz.
Ela passou as mãos pelo rosto, tentando secar as lágrimas que caíam. Essa
Amanda que está a minha frente eu mal conheço, ela nunca foi de mostrar
muitos sentimentos por alguém, ela sempre tentou se manter imune, para não
se machucar.
- Calma. – Abracei-a. – Me conte tudo.
- Ele está noivo daquela mulher, foi por isso que ele terminou tudo comigo,
ela está grávida dele. – Disse Amanda, fungando no meu ombro. – Eu estou
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fervendo de raiva por dentro, será que eu não mereço ser feliz?
- Você merece ser feliz sim, Amanda. Só que você ainda não encontrou o
homem certo para isso acontecer.
- Ele parecia ser o meu feliz para sempre. – Sussurrou ela.
Eu odeio ver a minha amiga nesse estado, ela sempre foi alegre, extrovertida,
e não dessa maneira, triste e chorosa.
- Você vai encontrar o seu feliz para sempre, mas não em Marcos. Esqueça-o,
vai ser melhor para você. Ele ainda vai se arrepender por ter te deixado e ele
vai ser muito infeliz com essa mulher, eu vejo isso nos olhos dele.
- É o que eu mais quero no mundo, que ele seja infeliz. – Afastou-se e secou
as suas lágrimas, se recompondo.
Ela mexeu na sua bolsa e pegou algo de dentro dela. – Foi difícil conseguir
essas coisas sobre Noah, mas consegui. Só leia isso quando estiver sozinha.
Amanda tirou um pen drive e me entregou.
- Aqui diz tudo sobre ele? E como você conseguiu?
Amanda assentiu, e por um instante fiquei com medo de descobrir tudo, será
que eu quero mesmo saber o que tinha nesse pen drive? Sim, eu quero, ele
não vai mais ameaçar de tirar o meu filho de mim.
- Tive ajuda de um amigo.
- Não sei como agradecer você, Amanda.
- Então não agradeça. Agora vá para casa.
- E você? Vai ficar como?
- Vou ficar bem, vou a um supermercado comprar sorvete, me afundar em um
sofá, assistir todos os meus filmes de romance, e chorar um pouco. – Me
respondeu dando de ombro. Vejo uma sombra de sorriso nascer no seu rosto.
- Não é para chorar! – Reclamei. – Eu te amo, Amanda.
- Eu também te amo, Anne. – Abraçou-me e nos despedimos uma da outra.
Vejo-a se virar e entrar no seu carro, que estava estacionado atrás do meu.
Olhei para o pen drive em minhas mãos e soltei um suspiro trêmulo. É agora
que eu descubro o que ele está escondendo de mim, mas Deus queira que não

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seja nada grave.

Capítulo Treze
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Estaciono o carro na garagem e saí do carro, ao entrar na casa a mesma estava


silenciosa, provavelmente não tinha ninguém. Ótimo! Subi para o meu
quarto, fechei a porta, deixei a minha bolsa na cama, e fui pegar o meu
notebook, me sentei na cama e peguei o pen drive da bolsa. Ao conectá-lo no
notebook, várias pastas de documentos apareceram na tela, cliquei na
primeira e vários vídeos abriram, apertei no primeiro da lista.
Nos primeiros segundos uma imagem embaçada apareceu, mas logo foi
mostrado um homem alto de porte atlético, mas ele estava de costa a câmera.
Fiquei olhando para o vídeo, o homem de costa andou calmamente até outro
homem, que estava sentado em uma cadeira, percebi que o tal homem que
andava segurava uma arma, tentei aumentar o volume do notebook para ouvir
o que o homem de pé falava, para o que estava sentando e amarrado, mas o
vídeo era sem som, soltei um suspiro de frustração.
O homem de pé continuou a falar, até que mais dois homens apareceram na
imagem e seguraram o que estava sentado pelos braços o fazendo se levantar,
o que segurava a arma falou mais alguma coisa antes de se virar, ele se
distanciou um pouco, mas logo se virou e atirou, tampei a minha boca com as
minhas mãos. Olhei horrorizada para a imagem, o que atirou falou alguma
coisa para os outros dois homens, que seguravam o morto e foi embora.
Respirei fundo e escolhi outro vídeo, agora era em um galpão, dois carros
pararam e o mesmo homem do vídeo anterior saiu do carro elegantemente,
mas agora a imagem estava melhor e eu consigo ver com mais clareza as
imagens. O homem do vídeo anterior tem ombros largos, os seus cabelos são
castanhos e bem cortados, ele estava novamente de costas e ele vestia um
terno preto e caro. E eu tinha a impressão de conhecê-lo de algum lugar.
Agradeci pelo vídeo agora ter áudio, e poder ouvir o que ele falava.
- Você achou que eu não iria descobrir que era você, que estava passando
informações para o desgraçado do Theo?
Prendi a minha respiração ao conhecer a voz, quem estava falando era Noah,
eu não posso acreditar que é ele nessas filmagens, e senti o meu coração
perder uma batida ao lembrar que no vídeo anterior ele tinha atirado em um
homem, Noah é um assassino.
Volto a minha concentração no vídeo, havia uma mulher amarrada em uma

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cadeira, ela estava com a cabeça abaixada, olhando para os seus próprios pés,
e o seu cabelo castanho ocultava a sua face.
- Me responda Catharina. – Noah segurou a cabeça dela e a levantou com
força.
Essa Catharina é a tal modelo que morreu no acidente de carro, não posso
acreditar que Noah tem algo a ver com isso.
- Você é um desgraçado, filho de uma puta, Noah! – Gritou Catharina.
- Eu sei disso, minha querida Catharina. – Respondeu Noah, passando uma
mão pelo rosto dela. – Você é tão bonita, mas tão burra para achar que
conseguiria seduzir um dos meus soldados e arrancar informações
importantes sobre mim.
- E quem disse que eu não consegui? – Havia um sorriso debochado
estampado no rosto dela. – O seu soldado caiu direitinho no meu jogo, e me
disse muitas coisas sobre você meu lindo.
- Só uma coisa que eu não entendo... – Disse Noah, se agachando na frente
de Catharina. – Para que você queria saber coisas sobre mim?
- Não vou falar. – Balbucia Catharina virando o rosto de lado.
- Nunca vire o rosto quando eu estiver falando com você. – Noah puxou o
rosto dela com brusquidão.
- Você é um monstro, Noah!
- Você pode xingar, gritar, quantas vezes você quiser, minha querida, porque
você não vai sair daqui com vida.
Esse Noah que falava nas imagens eu não conhecia, ele era frio e arrogante.
Eu até posso sentir medo desse homem que vejo, mas será que ele teria
coragem de fazer algum mau a mim e ao nosso filho? Não sei no que pensar,
eu só sei que tenho que me manter distante dele, para proteger o meu filho e a
mim mesma.
- Noah, você acha que eu sou tão burra assim? Há essa hora uma pessoa da
minha confiança está com as provas, que eu tenho contra você, amanhã você
estará apodrecendo na cadeia como um verme que você é.
- Você acha que eu não sei quem está com essas provas, que podem me
incriminar? Há essa hora a sua amiguinha já está morta, minha linda
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Catharina.
- Seu filho da puta! – Gritou Catharina, que tentou avançar para cima de
Noah. – Você vai queimar no inferno Johnson, você não poderia ter matado
a Lily, eu te odeio.
- Então o nome dela é Lily. – Ele se levantou. Catharina o olhava, espantada,
e viu que tinha cometido uma burrada, das grandes.
- Noah não faça nada a ela, por favor!
Noah a olhou por alguns instantes e saiu. Minutos depois ele apareceu,
pegou uma cadeira e se sentou na frente dela.
- Vamos fazer assim... – Ele arregaçou as mãos da sua camisa até o
antebraço. – Você me diz o que tem naqueles arquivos e eu deixo a sua
amiga viva.
- Como eu posso confiar em você?
Ela parecia cansada, e o olhava fixamente nos olhos.
- Simples, eu sei que ela está na casa dos pais, eu não irei fazer nada a ela e
nem a seus pais, se você ligar para ela e disser para Lily destruir todas as
provas que me incriminam.
- Nunca!
- Tudo bem então. Vou mandar uns dos meus soldados para brincarem com a
irmã mais nova dela.
- Você é um doente, Noah!
- Me xingue novamente, que eu arranco a sua língua.
- Se você arrancar a minha língua, você nunca irá saber o que tem naqueles
arquivos.
Noah parecia já sem paciência, ele passou as suas mãos pelo cabelo e olhou
para ela furiosamente.
- Vou fazer uma proposta para você, se você me disser o que tem naquele
maldito arquivo, você tem uma morte rápida e sem dor, ou você pode ter uma
morte lenta e bem dolorosa.
Catharina o olhou por segundos e logo abaixou a cabeça.

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- Tudo bem então. – Ele se levantou. – Tenha uma boa noite, Srta. Smith.
Olho para frente assim que o vídeo acaba. Não posso acreditar no que assisti,
Noah parecia tão frio nesse vídeo, ele parecia não se importar com nada. Será
que ele fez algo para essa tal Lily? Deus queira que não, ele não deve ser tão
cruel assim.
Concentrei-me novamente no notebook, saí da pasta de vídeos, não aguento
mais ver tanta barbaridade, apertei em uma pasta que tinha alguns
documentos de anos atrás.
Falls – Os homens mais ricos da máfia.
Neste ano reunimos todos os mafiosos do mundo inteiro, escolhemos cinco
deles, e claro que não poderia faltar o famoso e mais temido dos capos da
Cosa-Nostra, o nosso querido Noah Johnson, ele que é herdeiro da
joalheria Johnson.
Noah Johnson se tornou o Capo da Cosa-Nostra quando tinha os seus
vinte e quatro anos, o seu pai Patrick Johnson era o homem mais famoso
do mundo, até que deixou o seu império para o seu único filho, desde
então, Noah Johnson comanda a Cosa-Nostra dos Estados Unidos. No
começo, nenhum membro da máfia americana concordara que Noah
Johnson comandasse, por causa da sua pouca idade, mas logo ele
conseguiu mostrar que tinha maturidade o bastante para comandar no
lugar do pai, e ganhou respeito e a lealdade de todos.
Hoje em dia, Noah Johnson multiplicou a fortuna do pai, com a certeza
que o seu pai tem muito orgulho do filho que tem. Noah Johnson é o
segundo mafioso mais rico da América.
Revista Falls.
Passo a minha mão pela barriga tentando acalmar o meu nervosismo:
mafioso. Então é isso que Noah é de verdade, não posso acreditar, o pai do
meu filho é um mafioso, como eu nunca desconfiei disso? Como é que eu
nunca vi essa matéria? Claro, eu nunca gostei da revista FALLS e eu só lia
algo que me interessava, mas eu deveria ter lido isso na época.
Olho para a foto de Noah com mais quatro homens, ele era o mais jovem
entre os outros, Noah dava um sorriso de cafajeste e os seus olhos tinha uma
expressão de prendador.
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Vejo outra matéria que era desse ano e dizia que ele continuava entre os cinco
mais ricos da América. Passei para outra pasta e tinha alguns documentos que
pareciam contratos ou algo do tipo, mas todos estavam em italiano.
Claro que estavam; ele é Italiano sua besta, minha consciência falou
revirando os olhos para mim.
Fecho os notebook e respiro fundo, a minha mente está dando voltas, não sei
no que pensar ou o que fazer. O pai do meu filho é um mafioso!
- O que eu faço meu amor? – Pergunto para a minha barriga.

****

Estou segurando o celular em minhas mãos. Desde ontem eu não sei o que
fazer, eu até pensei em ir embora e nunca mais ver Noah na minha frente.
Mas, o meu filho iria nascer sem conhecer o pai, e Noah também tem o
direito de conhecer o filho. Então desisti. Mas, eu sinto a necessidade de
alguma explicação, eu preciso saber o porquê de Noah nunca ter falado o que
era de verdade, estamos vivendo juntos faz alguns meses, ele poderia ter me
contado pelo menos. Mesmo que eu enlouquecesse quando me dissesse, mas
ele teria me contado e eu não teria precisado descobrir sozinha.
Respirei fundo e liguei para Amanda. Eu precisava saber como a minha
amiga estava, desde ontem não falo com ela e tenho medo que ela possa estar
jogada em um sofá, chorando pelo Marcos.
O celular chamou várias vezes e no quinto toque ela atendeu. A sua voz
estava baixa e fraca, denunciando que estava chorando.
- Oi, Anne.
- Oi, Amanda. Como é que você está?
- Tentando sobreviver, mas eu estou bem. – Diz fungando e suspirando. –
Você viu as imagens né?
- Sim. Eu não sei o que fazer.
- Primeiro você tem que ter calma. – Murmurou Amanda.
- Eu estou calma.
- Ótimo! Agora você precisa pensar um pouco e raciocinar no que fazer.

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Você não vai conseguir fazer isso estando perto dele, então saia um pouco
dessa casa.
Fiquei pensando no que ela falou. Eu precisava mesmo colocar meu
raciocínio no lugar e eu estando perto de Noah não iria conseguir fazer isso,
toda vez que eu o olhasse ia me lembrar dos vídeos, lembrar como ele foi frio
matando aquelas pessoas, e eu não quero pensar nisso.
- E onde eu irei pensar um pouco? – Perguntei a ela.
- O seu pai ainda tem aquela casa de praia?
- Sim.
- Então vá para lá.
- Eu poderia ir para lá, se eu estivesse falando com o meu pai. – Digo
revirando os meus olhos.
- Ele não precisa saber sua besta. – Amanda falou já irritada e eu poderia vê-
la revirando os olhos para mim.
- Ok! Eu acho que vou amanhã. – E aí uma coisa vem a minha cabeça: como
vou conseguir sair daqui sem que Noah perceba? – Temos um problema,
Amanda. Como vou conseguir sair dessa casa, sem que Noah perceba?
- Saia em um horário que ele não esteja. – Disse ela simples.
Andei até as janelas do quarto, olhei para o céu que já estava começando
anoitecer.
- Venha comigo. – Digo para ela.
- Eu não posso, tenho muito trabalho para fazer, o Damon me sobrecarregou
essa semana.
Eu não queria ficar sozinha naquela casa de praia, e eu tinha certeza que a
Carla não iria comigo.
- Diga ao Damon que ficou doente e tem um atestado de alguns dias, por
favor, vamos comigo. – supliquei para ela.
Escutei-a suspirar no outro lado da linha e sabia que ela tinha cedido. Dou um
sorriso, que quase não cabe no meu rosto.
- Ok! Eu vou. – Disse ela. – Venha me buscar amanhã, mas não muito cedo.

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- Tudo bem, pego você lá pelas dez, beijos! Até amanhã.


- Até.
Despedi-me dela e desliguei o celular. Entrei no closet e arrumei uma mala
pequena, para passar alguns dias na casa de praia, peguei alguns vestidos
folgados. Eu sentia saudades das minhas calças e blusas, nenhuma mais
entrava em mim e isso me deixava triste. Arrumei tudo dentro da mala e a
deixei em um canto no closet, passo a minha mão pela barriga e sorri.
- Vamos ficar bem.
Saí do quarto, quando começo a descer as escadas, vi Noah entrando em casa.
Terminei de descer e não o cumprimentei, passei direto, fui até a biblioteca,
fechei a porta e fiquei andando pelas estantes, tentando escolher algum livro
para ler. Peguei um, que tinha chamado a minha atenção e fui me sentar em
umas das poltronas reclináveis. Abri a primeira página e li o primeiro
parágrafo.
Você parecia um anjo quando te vi pela primeira vez...
Pelo meu olhar periférico, vi Noah entrando na biblioteca e fechando a porta
vagarosamente. Ele se encostou a uma das estantes e ficou me olhando
seriamente.
Concentrei-me no livro, mas não conseguia ler nada, sabendo que ele estava
ali me olhando. Lembro dos vídeos que vi ontem à noite e isso me fez sentir
um frio no estômago, respirei fundo para tentar controlar a bile que subiu
pela minha garganta. Eu não posso ficar perto dele, sabendo que ele matou
pessoas inocentes, e pensei, será que ele teria coragem de fazer algo contra
mim, quando souber que sei o que ele é de verdade? Eu acho que não, mas na
verdade eu não sei quem é Noah.
O homem que conheci no Caribe é completamente diferente, ele é carinhoso
e gentil, e o homem que vi naquelas filmagens era frio e cruel, não tinha
piedade de ninguém. E um flash de alguns dias atrás vem a minha cabeça,
Noah entrou na casa com a camisa manchada de sangue, será que aquele
sangue era de alguma pessoa que possivelmente ele matou? Prefiro pensar
que não. Não posso imaginar ele matando alguém.
- Por que está me ignorando? – Saio dos meus devaneios ao ouvir a sua voz
rouca. Tirei os meus olhos do livro e o fitei, por alguns segundos, seriamente
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e logo voltei a minha atenção para o livro.


- Fiz uma pergunta para você, Anne. – Diz Noah.
- Não tenho obrigação de responder. – Retruco.
Noah se aproximou rapidamente de mim e parou na minha frente. Fechei o
livro e fiquei o olhando nos olhos, e as cenas do vídeo vêm a minha cabeça
novamente. Sinto medo dele, do que ele possa fazer quando descobrir que sei
o que ele é de verdade.
- Tem algo lhe incomodando? – Perguntou ele suavemente. Fiquei o olhando
sem saber o que falar. Tem algo me incomodando? Sim claro que tem! Você é
um mafioso que mata pessoas inocentes! – Minha consciência grita dentro da
minha cabeça.
Respirei profundamente, tentando acalmar o meu nervosismo.
- Sim. – Digo baixo, tentando não transparecer o meu nervosismo.
- E o que seria? – Noah me olhava, esperando a minha resposta.
- Estou me sentindo enganada, e eu sentia essa mesma sensação quando eu
saí com você pela primeira vez no caribe, eu sabia que você escondia algo.
Vi o corpo de Noah ficar tenso, quando falei isso, e ele ficou me olhando com
receio.
- Por que diz isso?
- Eu não sei. Talvez essa gravidez esteja me deixando alerta em alguns
sentidos. – Falei, dando de ombros.
Eu não serei tola de contar para ele, que descobri tudo. Irei ver até onde ele
vai mentir para mim.
- Você está estranha. – Balbuciou, se sentando na poltrona ao meu lado.
Fiquei tensa ao senti-lo tão próximo de mim, mesmo sabendo o que ele é, eu
me senti mexida coma proximidade dele. Segurei com força o livro entre os
meus dedos, e tentei controlar a minha respiração.
- Não estou nos meus melhores dias. – Digo calmamente, virei a minha
cabeça de lado para olhá-lo, decidi perguntar um pouco sobre ele e ver se
Noah vai me contar algo. – Você nunca falou da sua família.
- Não tem muito que saber, eu sou filho único. A minha mãe morreu faz
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alguns anos, em um acidente de carro, e o meu pai está vivo, ele é um


empresário rico e deixou o seu império para eu cuidar quando se aposentou.
E a máfia. Isso ele não fala.
Será que eu posso acreditar no que ele acabou de dizer? Eu queria muito, mas
não consigo, eu via verdade nos seus olhos, mas algo dentro de mim dizia
para não acreditar.
Deito a minha cabeça no encosto da poltrona e fico olhando para o teto. Não
quero pensar em nada, quero esquecer um pouco a minha vida. Por que a
tudo tem que ser tão complicado?
Passo minha mão pelo rosto, respirei fundo. Minha cabeça estava doendo, era
muita coisa para pensar e processar.
- Você não parece bem. – Disse Noah, preocupado.
- Estou ótima! – Digo, amarrando o meu cabelo em um coque. Olhei mais
uma vez e perguntei algo que já estava entalado há dias. – Pode tirar uma
dúvida minha?
- Claro.
- Por que você estava estranho há dois dias?
- Deve ser impressão sua. Só estou estressado com o trabalho.
- É só isso?
- Sim. – Falou Noah se levantando. – Vou para o meu quarto, estou cansando.
Boa noite!
Assenti, o vendo sair da biblioteca rapidamente, como se quisesse fugir de
algo. Olhei para o livro em minhas mãos, contornei a capa com os meus
dedos, suspirei tristemente.
- Tudo poderia ser mais fácil. – Levantei-me e saí da biblioteca.

****

Olhei para o relógio do aparador ao lado da cama, já eram quase dez da


manhã. Eu não tinha dormido a noite, pensando no que Noah disse ontem,
mas não sei se posso acreditar no que ele falou. Levantei da cama e fui para o
banheiro fazer a minha higiene matinal, ao sair do banho me sequei, vesti a
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minha calcinha e sutiã da cor branca, peguei um vestido vermelho liso de


mangas longas. Hoje era uma manhã fria em Nova York, calcei as minhas
sapatilhas vermelhas para combinar com o vestido. Penteei os meus cabelos
loiros, que estavam maiores que o normal, eles estavam quase batendo na
minha cintura. Andei até o aparador, peguei o meu celular e vi que tinha uma
chamada perdida da Carla, peguei a minha mala e saí do quarto, enquanto
ligava para Carla.
No quarto toque ela atendeu.
- Oi, Carla. – Digo descendo as escadas.
- Oi, Anne. – Carla parecia feliz no outro lado da linha. – Você poderia
passar aqui em casa?
- Claro. – Andei até a garagem da casa, fui até o meu carro e abri o porta-
malas, coloquei a minha mala e vou até a porta do motorista. – Chego aí em
meia hora.
- Ok! Estou te esperando. – Me despedi dela, entrei no carro. Coloquei o
cinto de segurança e dei a partida.

****

Ao entrar no prédio dei bom dia para o seu Paulo e fui até o elevador. Assim
que cheguei ao andar do apartamento, apertei a campainha, depois de dez
segundos a porta foi aberta por uma Carla sorridente. Ela não esperou eu falar
nada e me puxou para dentro do apartamento.
- Posso saber o porquê dessa alegria toda? – Perguntei assim que ela me
largou na sala e ficou sorrindo como uma boba.
Carla levantou a sua mão direita e vi no seu dedo anelar um anel de diamante,
abri a minha boca surpresa. Não poderia acreditar que a minha irmã mais
nova estava noiva!
- É o que estou pensando? – Consegui perguntar.
Ela assentiu e me abraçou fortemente, a abracei de volta.
- Não posso acreditar! – Digo me afastando dela, Carla sorria sem parar e vi
nos seus olhos como ela estava feliz, e eu também estava feliz por minha
irmã.
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- Quem é o rapaz?
- É o mesmo que eu conheci no Caribe, a gente se encontrou aqui em Nova
York e começamos a sair juntos. Tudo foi muito rápido, mas eu sinto que ele
é a pessoa que eu quero passar o resto da minha vida. Eu o amo, Anne.
Tive vontade de chorar. Não posso acreditar que a minha irmã mais nova vai
se casar, eu ainda a vejo como um bebê, sorri emocionada e a abracei
novamente tentando não chorar.
- Estou feliz por você!!! – Sussurro.
Pelo menos eu tinha recebido uma notícia boa, para alegrar o meu dia. Peguei
a sua mão e fiquei olhando para o anel, ele era de ouro branco e em cima,
tinha um delicado diamante.
- Quero conhecê-lo.
- Pode deixar. – Disse ela, alegremente. – Agora, eu tenho que pensar como
falar para o nosso pai que estou noiva.
Fiquei calada quando ela falou do nosso pai, eu ainda não tinha voltado a
falar com ele, ainda me sinto um pouco magoada depois do que ele falou.
- Você ainda não voltou a falar com o nosso pai?
Neguei com a cabeça.
- Isso vai durar por quanto tempo? A briga mais duradoura de vocês foram
duas semanas. Eu não quero vocês dois brigados no dia do meu casamento. –
Disse Carla, me olhando com raiva. – Por que você não vai falar com ele?
- Eu não sei se quero falar com ele! Ainda estou magoada.
- Anne, o nosso pai já se arrependeu do que disse para você, agora é a sua vez
de perdoá-lo.
Não quero ter uma discussão com Carla, então prefiro não falar nada. Eu
saberei a hora de perdoar o meu pai.
- Eu tenho que ir Carla.
- Tá com raiva de mim?
- Não, claro que não. Mas eu preciso ir, vou fazer uma viagem. – Abraço-a
fortemente. – Cuide-se.

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- Pode deixar.
Ela me levou até a porta e me despedi dela. Saio do prédio e vou direto para a
casa de Amanda, já estava atrasada. Assim que bati na porta do apartamento
de Amanda, vi minha amiga com os olhos inchados, de tanto ter chorado, o
seu rosto estava pálido e tinha olheiras debaixo dos seus olhos, denunciando
que ela mal estava dormindo.
- Oi. – Murmurei já a abraçando, ela me abraçou de volta. Entrei no seu
apartamento que estava todo bagunçado. – Passou um furacão por aqui?
Ela se afastou e estirou o seu dedo do meio para mim. Amanda se sentou no
sofá e ficou me olhando com uma cara sofrida.
- Eu não quero viajar.
- Vai ser bom para nós duas saímos um pouco da cidade. – Digo, me
sentando ao seu lado. – Você precisa descansar um pouco e sair desse
apartamento.
Ela fez uma careta, fechou os olhos e deitou a sua cabeça no meu ombro.
- Ele me ligou. – Amanda balbuciou fracamente.
- Você atendeu? – Ela balançou a cabeça negando. – Ótimo! Vamos fazer
assim: quando saímos por aquela porta... – Apontei para a porta. – ...vamos
nos desligar do mundo por alguns dias.
Ela levantou a sua cabeça do meu ombro, limpou o seu rosto que estava
molhado pelas lágrimas.
- Ok! – Diz Amanda dando um sorriso fraco. – Vou arrumar as minhas
coisas.
Amanda saiu da sala e sumiu pelo corredor que levava para o seu quarto.
Olhei para a janela da sala, vi que o tempo estava um pouco nublado, torci
para não chover. Não gosto de dirigir chovendo e levaria horas para
chegarmos na casa de praia.
O meu celular tocou, ao pegá-lo de dentro da bolsa vejo que era Noah, que
estava me ligando, decido não atender. Desligo o celular e guardo de volta na
bolsa.
Quando Amanda voltou, ela já estava arrumada, ela usava uma calça escura e
uma blusa de mangas longas, da cor cinza. Os seus cabelos estavam
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amarrados em um coque mal feito. Amanda colocou os seus óculos de sol


para esconder a sua aparência.
- Estou pronta.
Saímos do seu apartamento, assim que chegamos ao carro ela pega o seu
celular e o desliga. Sorri com o seu ato. Liguei o carro e dei a partida.

Capítulo Catorze
Já fazia algumas horas que eu e Amanda estávamos na estrada, olho para o
meu lado por um instante e vejo-a dormindo, volto a minha atenção para
estrada, já consigo ver o mar. A casa de praia do meu pai, ficava alguns
quilômetros de Nova York e eu acho isso ótimo. Vou poder ficar um pouco
distante daquele trânsito e barulho.
Viro à esquerda, entrando em uma estrada de terra. Dirigi por alguns minutos
até avistar a casa. Parei o carro nos grandes portões de ferro, peguei o
controle e apertei o botão, os grandes portões são abertos. Volto a dirigir pelo
caminho de pedra até chegar à casa, desligo o carro, assim que paro na frente

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da casa. Olho para o meu lado, vejo que Amanda tinha acordado e ela estava
coçando os seus olhos.
- Já chegamos? – Assenti para ela, saí do carro. Peguei as malas do porta-
malas. Amanda saiu do carro e se encostou ao carro. Sua cara de sono era
engraçada.
- Vamos entrar. Parece que vai chover. – Digo olhando para o céu que estava
nublado.
Subi os quatro degraus que tinham na frente da casa, abro a porta e fiquei
impressionada por ver que a casa estava completamente limpa. Já fazia algum
tempo que não vinha aqui, mas tudo parecia como antes. A sala é toda
branca, há dois sofás creme, há uma mesa de centro, uma estante com alguns
livros e porta-retratos, duas poltronas, pertos dos janelões que estão cobertos
por cortinas pesadas da cor branca.
Amanda pegou a sua mala e passou por mim, começou a subir as escadas que
levavam para o segundo andar. Peguei a minha mala e a segui, subias
escadas, vejo Amanda entrar no primeiro quarto do corredor. A casa tem
quatro quartos, duas suítes, e todos os quartos têm um banheiro e um closet.
Ando pelo corredor e paro no último quarto do lado direito, abri a porta do
meu quarto. Ele estava como na última vez que vim para cá. O quarto é bem
grande, tem uma cama de casal no meio, uma penteadeira no lado direito,
perto da porta do banheiro, que era espaçoso, também tem uma poltrona perto
das janelas que iam do teto ao chão, que estão cobertas por uma cortina rosa
claro. Deixo a mala em cima da cama e vou até a janela, abro as cortinas, e
tenho a vista do mar.
Volto até a cama, e começo a arrumar as minhas coisas, colocando as minhas
roupas no closet. Quando terminei, saí do quarto e vou ver como Amanda
está, a encontrei jogada na cama dormindo. Fechei a porta do seu quarto e
desço as escadas, vou para a cozinha. Abri as portas dos armários de madeira
escura, e vejo que tinha comida e agradeço por isso. Nem queria imaginar de
sair e procurar algum supermercado mais próximo para comprar comida.
Abro a porta dos fundos da cozinha e saio da casa. Desci as escadas que
levavam para a praia. Quando cheguei à areia, tirei as sapatilhas, ao sentir a
areia nos meus pés, fecho os meus olhos e solto um suspiro de satisfação.

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****

Quando voltei para casa já estava anoitecendo. Eu tinha me sentado na areia e


comecei a pensar nos acontecimentos dos últimos dias e não tinha percebido
o tempo passar, a minha cabeça estava doendo e eu precisava descansar um
pouco.
Entrei na casa pela porta da cozinha e vi Amanda sentada no banco da
bancada de mármore, ela comia alguma coisa. Quando ela me viu deu um
sorriso.
- Estava na praia?
Assenti, indo até a geladeira pegando uma caixa de suco, para me hidratar.
- Precisava pensar, um pouco. – Digo, me sentando na sua frente.
- Quer conversar? – Perguntou ela.
Sim eu queria muito conversar, eu precisava desabafar com alguém ou eu iria
acabar ficando louca. Fiquei a olhando por alguns segundos e decidi falar o
que estou sentindo e pensando.
- Eu não sei o que fazer. – Amanda ficou me olhando e continuei a falar: - A
minha cabeça está dando voltas. Eu não sei mais o que pensar. O homem que
tive por uma noite é um mafioso, mais “perigoso” da América, e eu não sabia
disso. Eu sou uma jornalista, eu deveria saber, mas o impressionante é que eu
não sei. Eu não consigo pensar em mais nada. O homem que eu pensei que
conhecia bem, eu não o conheço nada. Ele é um completo estranho para mim,
eu não sei se ele é um empresário, como ele diz, ou tudo se era tudo mentira.
Há alguns dias atrás ele estava estranho, e fico pensando: será que aconteceu
algo com ele? Eu até perguntei, mas ele não me diz nada.
Paro de falar, tomando fôlego. Amanda ficou me olhando e levantou uma
sobrancelha.
- Não vai falar nada? – Perguntei para ela.
- Bom, eu não sei o que dizer. Mas vamos lá: Anne, o melhor que você pode
fazer é perguntar o porquê dele não ter te falado nada disso. Não coloque
coisas na sua cabeça, minha amiga. O Noah deve ter motivos para não ter lhe
contado. Quando eu descobri também fiquei chocada, e olha que eu sou bem
mais indecisa do que você, mas eu sei que ele fez isso para te proteger de
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algo.
- Me proteger do quê?
- Não sei, mas como você falou: vamos esquecer o mundo por alguns dias. –
Ela segurou a minha mão por cima da bancada. – Estou aqui para lhe ajudar.
- Eu sei. – Aperto a sua mão com carinho. – E também estou aqui para lhe
ajudar.
Amanda soltou um suspiro e me olhou tristemente.
- Eu também não sei no que fazer. – Disse Amanda, olhando para a janela da
cozinha. – No começo eu estava tão feliz, mas, logo começou as mentiras,
Marcos chegava tarde quando eu estava esperando por ele, ou passava dias
sem dar notícias, mas eu pensava que era pelo trabalho dele como
Consigliere.
- Consigliere? – Pergunto, franzindo o cenho.
- Ele também é da máfia. – A minha boca se abriu em um “O” perfeito pela
revelação de Amanda. – Eu o conheci em uma das boates da máfia há dois
meses. No começo eu não queria nada com ele, como eu nunca quis com
outra pessoa, mas ele era diferente, ele tinha mexido comigo. Pode ser até
clichê no que vou dizer agora, mas eu me apaixonei por ele no mesmo
instante que o vi pela primeira vez. Saímos por semanas e quando vi já
estávamos tendo algo mais do que sexo. Eu fiquei um pouco assustada pelos
sentimentos que estava sentindo por Marcos, só que eu sentia que ele era a
pessoa certa para mim. Mas eu tinha me enganado completamente. Há alguns
dias, Marcos foi até a minha casa e disse que não poderíamos ficar mais
juntos, porque tinha uma noiva e... que ela estava grávida. – Amanda parou
de falar, lágrimas já caíam pelo seu rosto. – Eu queria ter lhe falado isso
antes, mas eu queria saber se ia dar certo o meu relacionamento.
Segurei mais forte a mão dela. Eu queria poder tirar essa tristeza da minha
amiga. Não gosto de vê-la nesse estado, isso me machuca por dentro. Quando
vou falar algo, Amanda me interrompe e continua a falar: - Quando ele
terminou comigo, senti uma dor enorme na hora, mas dói muito mais agora,
quando penso que dei tudo de mim e ele só me usou. Eu estava vivendo por
ele, Anne. É por isso que eu não gostava de me aproximar de alguém, porque
toda vez acabo me machucando no final. Eu sei como é ser abandonada por
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alguém, eu sei como é sentir a dor da perda, e eu jurei para mim que não
sentiria mais isso, quando Gabriel me traiu, mas eu senti, eu senti essa mesma
dor com Marcos, e ele me destruiu. Eu dei o meu amor para ele, e ele não
soube valorizar o meu amor. – Ela parou de falar, respirou fundo e continuou.
– Naquele dia que a gente estava na cafeteria e ele foi atrás de mim no
banheiro, Marcos me fez uma proposta, ele queria que eu fosse a sua amante,
Anne. Eu não aguentei, dei um tapa no rosto dele e falei para ele ficar longe
de mim, porque se ele tivesse coragem de vim atrás de mim de novo, ele iria
se arrepender. E desejei que ele fosse muito infeliz com a noiva dele, e que
ela fizesse a vida dele um inferno. Não culpo a criança que ela espera. Desejo
que a criança nasça saudável, ela não tem culpa pelo pai que tem. Agora eu
só quero esquecê-lo e seguir a minha vida, tenho certeza que ainda vou ser
muito feliz.
- Eu também tenho certeza que você vai ser muito feliz! – Amanda dá um
sorriso de lado.
- Agora vamos mudar de conversa, não quero perder meu tempo falando
naquele idiota. – Diz ela, limpando o seu rosto e me olhando seriamente. – Já
decidiu no que vai fazer?
Amanda mudou de assunto e voltamos para o assunto “Noah”. Suspirei
olhando o copo em minhas mãos.
- Não. Eu só quero o melhor para o meu filho, Amanda. – Digo, bebendo o
meu suco. – Eu só penso nele. Eu só estou naquela casa por ele.
- Mas você tem que pensar em você.
Amanda murmurou, me olhando calmamente. Eu até estranhava a calmaria
dela, ela nunca foi desse jeito. Amanda sempre foi estressada e fazia tudo que
vinha a sua cabeça. Ela nunca pensava no que fazia, e nem se arrependia de
nada depois.
- Eu penso em mim! Mas a prioridade é o meu filho. – Me levanto e deixo o
meu copo na pia.
- Eu sei que você dá prioridade ao pequeno Ethan, mas me diga o que seu
coração está dizendo nesse momento?
Paro o que estou fazendo e penso no que Amanda acabou de falar. Eu não sei
o que meu coração está sentindo nesse momento, ele está confuso. O que eu
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sinto por Noah, eu nunca senti por ninguém, nem mesmo por meu ex-
namorado. Sei que é paixão que está virando amor. Mas será que Noah sente
o mesmo por mim?
- Que eu deveria estar no lado dele, perguntar o que está acontecendo,
confortá-lo um pouco e dizer que estou do seu lado. Mas eu preciso pensar,
porque Noah é uma pessoa que eu nunca imaginei que fosse. O pai do meu
filho é um mafioso.
- Mas agora o importante é você se perguntar como vai seguir daqui por
diante. E saiba que qualquer decisão que você decidir, eu vou estar aqui ao
seu lado. – Amanda falou se levantando, atravessou a bancada e veio até onde
estava e me abraçou. – Você é como uma irmã para mim. Minha pequena
Anne.
Sinto os meus olhos ficarem lacrimejados, suspiro para controlar o choro.
- Você também é como uma irmã para mim. – Deito a minha cabeça no seu
ombro. – Obrigada por estar aqui ao meu lado.
- Eu sempre estarei ao seu lado.
Afastei-me dela e dei um sorriso.
- Eu te amo, minha amiga.
- Eu também me amo. – Amanda disse jogando a sua cabeça para trás e rindo.
Era bom ver a minha amiga feliz como antes. Bato no seu ombro e ela
continua rindo como uma louca. – Agora, vamos parar com essa conversa
melancólica, porque vou desidratar de tanto chorar.
- Deixa de ser chata. – Digo, a empurrando para sala. Sentamo-nos no sofá e
começamos a assistir um filme.

****

Eu e Amanda estávamos sentadas na beira da piscina. O sol começava a


sumir, dando espaço para a lua. Ontem, depois de conversar com Amanda e
de assistirmos um filme, nós fomos dormir. Eu pelo menos tentei, fiquei
pensando no que Amanda me falou, mas ainda tento saber o porquê dele não
ter me falado nada, será que ele não confia em mim?
- Você está bastante pensativa. – Sou tirada dos meus pensamentos, quando
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Amanda falou ao meu lado. Ela está esticada na borda da piscina usando um
biquíni branco minúsculo.
- Mesmo tendo conversado com você, eu não consigo parar de pensar no que
vi no pen drive.
- Você viu tudo mesmo? – Perguntou me olhando como não quisesse nada.
Aí tem coisa, meu subconsciente falou.
- Como assim? Eu vi que tinha documentos em outras línguas eu não
entendia.
Amanda se apoiou nos cotovelos, tirou os seus óculos de sol e me olhou
séria.
- Tinha um que era da nossa língua. – Diz Amanda.
- Me explique direito.
Ela suspirou antes de falar: - Tinha um documento que falava sobre um
acordo de família ou algo do tipo. É melhor você vê.
- Irei ver isso. – Falei já me levantando da borda da piscina.
- Estarei aqui quando você voltar.
Andei apressada. Entrei na casa e subi as escadas rapidamente, entrei no
quarto. Peguei a bolsa que estava na poltrona, vasculhando-a até achar o pen-
drive, indo ao escritório do meu pai, que tinha no segundo andar.
Ao entrar no escritório, sentei na poltrona e liguei o notebook que havia ali.
Quando o notebook já estava ligado, conectei o pen drive e comecei a
procurar o tal documento que Amanda tinha me falado.
Prendi a respiração assim que o achei e vi o que tinha nele. Noah não pode ter
feito isso comigo!
Acordo entre a família: Collins & Johnson.
Quando o primogênito Johnson ou Collins nascer terão que se casar para
o bem das famílias. Se uma das famílias desacatarem o acordo, poderá
haver guerra entre a máfia Americana e Italiana.
Se os primogênitos forem homens, o filho homem das duas famílias terá
que esperar para a outra família ter a filha mulher para fecharem o
acordo.
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Esse acordo foi fechado pelo Sr. Noah Johnson e Sr. Salvatore Collins.
Esse acordo não poderá ser quebrado.
Data do contrato: 23 de outubro de 2016.
Encosto-me a poltrona. Noah não pode ter feito isso! Agora eu entendo o
porquê dele estar estranho naquele dia, e essa data é do mesmo dia que eu
estava na casa de Amanda. Foi o dia que ele me ligou pedindo para voltar
para a casa dele.
Noah deveria estar se sentindo culpado pelo que fez. Fico olhando para a tela
do notebook, e fico tentando pensar em algo. Eu não vou deixar que o meu
filho, que nem nasceu, tenha o seu futuro comprometido.
Saio do escritório, furiosa, desço as escadas e vou até a piscina, onde
Amanda está.
- Como ele pode ter feito isso?
Falei assim que me sentei no seu lado, ela me olhou e segurou na minha mão.
- Calma! – Diz Amanda, me olhando. – É melhor voltarmos para Nova York.
- Não! Eu não irei voltar agora. Vou pensar como desfazer esse mal que Noah
fez. – Respiro com força. Noah não deveria ter feito isso, como ele pôde
comprometer o futuro do meu filho? Mas eu irei fazer de tudo para desfazer
esse acordo, o meu filho irá escolher se vai querer se casar ou não.
- Se acalme! – Fico olhando para Amanda. Como ela quer que eu me acalme?
Estou fervendo de raiva por dentro, sinto que a qualquer momento vou
estourar.
- Como você quer que eu fique calma? O Noah comprometeu a vida do meu
filho! Eu quero matar ele!
- Esse ódio que você está sentindo é passageiro.
- Passageiro? O que estou sentindo não vai passar.
Amanda bufou pelo meu drama. E falou.
- Ele deve ter motivos para ter feito isso, Anne.
- Motivos? Ele fez um maldito acordo ou um contrato, seja lá o que seja
aquilo que eu acabei de ler. O Noah não tinha direito de decidir algo pelo
meu filho que nem nasceu! – Vocifero com raiva, a minha respiração estava
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ofegante. Eu não entendi o porquê da Amanda está protegendo o Noah, ela


deveria estar ao meu lado! – Por que está o defendendo?
Amanda me olhou levantando uma sobrancelha e logo revirou os olhos.
- Eu não estou defendendo ninguém, eu só não quero que você se estresse.
Agora se acalme! Desse jeito que você está não vai resolver nada.
- Eu quero matá-lo! – Começo a chorar de raiva. – Ele não podia ter feito
isso.
- Eu sei minha amiga. – Ela me abraçou de lado, e sinto o meu corpo tremer
pelos soluços. – Se acalme.
- Não consigo. – Soluço mais alto. Sinto uma dor passar pelo meu corpo.
Noah não poderia ter me escondido algo tão grave assim. Eu até pensei em
perdoá-lo por ter escondido o que é de verdade, mas agora que sei que ele fez
um acordo com outra família, eu não sei se quero vê-lo ou perdoá-lo, estou
magoada, com raiva dele. É uma mistura de sentimentos que está me
deixando maluca, sem saber o que fazer. – Eu vou explodir! Não aguento
mais, parece que a minha cabeça vai estourar.
- Shhh... – Ela começou a alisar o meu cabelo, tentando me acalmar.
Fecho os olhos e tento controlar os meus sentimentos, que estão à flor da
pele. Eu queria muito está calma, como Amanda estar. Mas descobrir que o
pai do meu filho é um mafioso e que ele fez um acordo com uma família que
eu nem conheço, isso é demais para mim!
- Você está muito calma, cadê aquela Amanda que iria me mandar ir atrás de
Noah e arrancar os seus miolos?
Amanda começa a ri do que acabo de dizer.
- Aquela Amanda deve estar em algum lugar por aí. Mas essa aqui é a
Amanda racional, a que quer a sua amiga pensando muito antes de fazer uma
besteira, que ela possa se arrepender depois.
Ela disse apertando a ponta do meu nariz.
- Eu prefiro a Amanda de antes. – Resmungo.
Amanda ri, balançando a sua cabeça.
- Eu também, mas vamos aproveitar essa aqui. – Falou ela, jogando seus

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cabelos ruivos para trás. – A minha Amanda racional está dizendo que você
tem que acalmar os nervos e pensar muito bem em tudo que descobriu.
- Irei seguir o conselho da sua Amanda racional. – Reviro os meus olhos.
Enxugo o meu rosto e solto um suspiro cansado. Amanda está certa, eu não
posso agir sem pensar. Mas não irei deixar barato o que Noah fez.

Capítulo Quinze
Estou na praia, segurando o celular nas mãos, pensando se devo ligá-lo ou
não. Já se passaram três dias e tentei pensar, mas cada vez que penso, eu só
fico mais confusa. Eu já chamei todos os nomes existentes por Noah. E nesse
tempo a raiva que estou sentindo por ele ter me escondido o que era de
verdade, começou a diminuir, mas toda vez que me lembro do contrato, a
raiva aumenta.
Ligo o celular, e quando ele está ligado, várias ligações aparecem, todas são
do Noah, e também tem várias mensagens de voz.
Ao apertar na primeira mensagem, sinto raiva ao ouvir a voz rouca de Noah,
e controlo-me para não chorar.
“Anne cadê você? Por que não atende esse maldito celular? Eu fiz algo que
te machucou? Se sim, me perdoe”.
Idiota! Filho da mãe! Como ele pode perguntar se fez algo para me magoar?
É claro que você me magoou. Você fez um acordo que compromete a vida do
meu filho, e escondeu o que você é de verdade, seu idiota!
Eu queria escrever isso para ele, mas me controlei. Respirei fundo e aperto na
próxima mensagem.
“Anne cadê você? Já se passaram dois dias e nada de você aparecer. Se
você ouvir essa mensagem me ligue”.
“Estou desesperando procurando por você. Onde é que você está? ”

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“Se eu encontrar você, pode se considerar morta! ”


“Estou criando cabelos brancos por sua causa. Eu vou ter um ataque
cardíaco, Clark. ”
“Ok Anne! Eu entendi que você não quer falar comigo, mas você poderia
me ligar e me dizer que está bem né? ”
Terminei de escutar as mensagens, fico olhando para o celular e penso se
devo ligar para ele e dizer que estou bem.
Não! Anne, ele não merece saber se você está viva ou não. Deixe-o sofrer um
pouco, meu subconsciente falou.
Viro-me e começo a andar para a escada, que me levava de volta para casa.
Assim que subi o primeiro degrau, parei bruscamente, ao ver o meu celular
começar tocar. Era Noah que estava ligando, fico olhando para o seu nome na
tela do celular, sinto o meu coração acelerar, mordo o meu lábio inferior e
fico me perguntando se atendo a ligação ou não. O meu subconsciente dizia
que não, mas o meu coração dizia que sim.
Decido atender, e senti meu coração perder uma batida. Ouvir a voz dele me
deixou sem chão.
- Anne? – O seu tom de voz era de preocupação. Respirei fundo tentando me
manter calma.
- Sim, sou eu. – Digo tentando ser indiferente.
- Cadê você? Por que não estava atendendo, as minhas ligações?
- Noah, eu só atendi a sua ligação para dizer que estou bem. – A minha voz
saiu baixa e trêmula.
- Por que está agindo desse jeito? Eu fiz algo que te magoou?
- Noah, eu não quero falar sobre isso pelo telefone. Quando eu voltar, nós
conversaremos com calma. Eu só quero um tempo para pensar.
- Tempo para pensar em quê, Anne?
- Para pensar em tudo, estou confusa. Eu preciso de um tempo só para mim.
- Não entendo Anne, não entendo! – Sua voz era baixa. – Pelo menos me diga
no que você precisa pensar.
- Preciso desligar Noah. – Não quero falar sobre isso, preciso colocar os meus
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sentimentos em ordem e saber o que é certo de se fazer sobre tudo que


descobri. Seria mais fácil se ele tivesse tido coragem de ter me contado a
verdade, sem que eu precisasse descobrir por conta própria.
- Anne? – O tom de voz de Noah era como se ele estivesse pedindo algo.
- Adeus, Noah! – Desliguei, sem esperar que ele falasse algo.
Ando de volta para casa, quando entro, encontro Amanda sentada em uma
poltrona, lendo um livro. Quando ela percebeu a minha presença, ela fechou
o livro e ficou me olhando com as sobrancelhas levantadas.
- Pela sua cara você atendeu. – Ela falou me olhando com carinho. – E aí?
Como foi?
Suspirei e me sentei em outra poltrona ao seu lado.
- Ouvi todas as mensagens de voz. Ele parecia preocupado. – Solto um
suspiro trêmulo. – E ele me ligou.
- Você atendeu?
- Sim. – Respondo-a. – Eu não sei o que fazer, uma parte de mim quer voltar
correndo para ele e dizer que o amo, mas a outra parte quer matar ele.
- Eu faria o mesmo, se fossem alguns dias atrás nós iria mandar você fazer a
sua segunda opção. Mas, como eu estou tentando mudar, e sendo sua amiga
vou lhe dar um conselho: siga o seu coração, faça o que ele está mandando.
Converse com ele, faça todas as suas perguntas e depois faça o que achar
certo para você e esse pequeno aqui. – Ela se inclinou e tocou na minha
barriga. – Eu só quero o melhor para vocês dois.
- Eu sei! – Uma lágrima cai no meu rosto. – Só estou com medo do que ele
poderá me responder.
- Não tenha medo. – Amanda deu um sorriso me encorajando. – Vá e faça as
suas perguntas.
- Eu irei, mas não agora. – Limpo o meu rosto. – Tirarei mais um dia para
mim.
- Ótimo. Também irei resolver a minha vida. – Amanda falou séria. – Irei
mudar de vida. Não irei mais sofrer por homem, eles que irão sofrer por mim.
Concordo com a cabeça. Amanda parecia mesmo decidida em mudar.

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****

Estava dirigindo de volta para Nova York. Depois de passar um dia inteiro
pensando no que fazer, decidi voltar. Amanda estava ao meu lado dormindo,
como sempre, estava estranhando isso, mas não falo nada.
Parei o carro em um semáforo, olho para o céu lá fora e estava um pouco
nublado, eu até estava com saudades desse frio.
Deixei Amanda na sua casa e fui para a casa de Noah. Estacionei o carro na
frente e desço do carro, não tiro a mala do porta-malas. Entro na casa e a
mesma estava silenciosa, deixo a minha bolsa na mesinha do hall.
- Noah? – O chamo, mas não obtenho resposta. – Noah?
Ouço passos vindos do primeiro andar, o vejo descer as escadas rapidamente,
e quando ele me viu ficou parado no meio da sala me olhando, eu posso ver
raiva nos seus olhos.
- Onde é que você estava? – Sibilou ele.
- Noah, eu não quero brigar. Só vim pegar as minhas coisas, vou voltar para a
minha casa. – Digo passando por ele. Quando vou subir o primeiro degrau da
escada, senti a mão de Noah segurar fortemente o meu braço.
- Por que está agindo assim? – Perguntou Noah, perto de mim. Não o olho.
Fecho os meus olhos, para não agir sem pensar.
- Noah...
- Anne, eu passei esses dias te procurando. Mas eu entendi que você
precisava de um tempo e te dei esse tempo. Mas agora, eu quero explicações
por você ter saído e não ter dito para onde foi.
- Olha... – Respirei fundo, me virei e fiquei o olhando. – Eu precisava pensar.
- Pensar em quê?
- Na minha vida. Se me der licença, preciso pegar as minhas coisas.
- Você não irá sair daqui até me dizer o que está acontecendo.
- Você quer saber mesmo?
- Sim.
- Pois bem. Eu descobri tudo. Descobri o que você é de verdade.
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Vir Noah mudar de cor, ficando mais branco do que já é. E os seus olhos
ficaram arregalados.
- Como é que você descobriu?
- Isso não importa. Por que você não me falou antes, o que fazia de verdade?
- Eu posso explicar.
- Explicar o quê? Que você é um mafioso? Que mata pessoas inocentes? Fala
Noah, porque eu quero pelo menos uma resposta.
- Anne... – Ele suspirou passando a sua mão pelo cabelo. – ...eu não sabia
como falar o que eu fazia de verdade para você. Eu só estava esperando a
hora certa para contar.
- E qual seria a hora certa?
- Eu não sei. Poderia ser depois que você tivesse o nosso filho ou não. Eu não
sei quando iria contar para você.
- Você também mata pessoas inocentes. – Digo horrorizada. Só de lembrar o
vídeo que ele ameaçou Catharina Smith, já fico com medo dele, do que ele
pode fazer contra mim.
- Elas mereceram. – Ele me respondeu friamente.
- Por quê? Elas ameaçaram você?
- Cada um teve um motivo, Anne. – Continuou ele friamente. – Não sei qual
pessoa você está se referindo nesse momento, mas só sei que ela mereceu.
- Mesmo ela sendo mãe? – Perguntei com espanto. – Você teria coragem de
matar a mãe do seu filho?
Vejo que essa pergunta o pegou de surpresa. Noah me olhou por segundos
que pareciam ser uma eternidade. Ele desviou os seus olhos do meu e ficou
olhando para o corrimão da escada.
- Não! – Respondeu em um sussurro. – Eu não teria coragem de matar a mãe
do meu filho.
Soltei um suspiro de alívio pela sua resposta.
- Por que você matou Catharina Smith?
Noah volta a me olhar, e mais uma vez os seus olhos estavam arregalados.

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- Como você descobriu que eu a matei?


- Isso não vem ao caso. – Digo passando a minha mão pelo rosto. – Só quero
que me responda.
- Ela tinha que morrer, ou eu estaria agora na cadeia. Catharina foi muito
burra em pensar que eu não descobriria que ela estava se envolvendo com um
dos meus soldados, mesmo estando casada. Ela mereceu morrer.
- Você é um monstro! – Digo quase gritando. – Eu não te conheço, Noah.
Pergunto-me como pude me envolver com uma pessoa como você.
Subo mais degrau para me distanciar dele. Noah ficou me olhando como se
eu tivesse dito uma barbaridade.
- Não fale isso, Anne! – Ele subiu mais degrau ficando próximo de mim. – Eu
nunca faria mal a você, nunca.
Eu não sei se posso acreditar nele, eu consigo ver verdade nos seus olhos,
mas não consigo acreditar nele.
- Será? Olhando para você agora, eu não consigo acreditar em você. Vê você
falando desse jeito frio, sem se importar com ninguém. Eu não consigo
acreditar em nada que saia da sua boca, Noah.
Minha voz saiu trêmula, pelo choro que estou segurando. Noah pareceu
magoado pelo que acabei de dizer.
- Anne...
- Eu ainda não terminei. – Interrompo-o. – Você ainda escondeu que tinha
feito um acordo com uma família que eu não conheço.
As primeiras lágrimas começam cair pelo meu rosto, não as seco, quero que
ele veja como está me magoando.
- Você não poderia ter feito isso comigo. – Sussurro. – Não poderia ter
planejado o casamento do meu filho. Você não tinha esse direito, ele nem
nasceu ainda e já tem o seu futuro comprometido. Você não poderia ter feito
isso.
- Ele também é meu filho. – Foi à única coisa que ele disse.
- Eu sei que é. Mas isso não lhe dá o direito de fazer um maldito acordo para
o meu filho se casar quando for mais VELHO! – Cada palavra que saía da

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minha boca era mais alta, até que termino de dizer gritando.
- Anne...
- EU NÃO ACABEI! Olhe, eu tentei mesmo te compreender, pensei bastante
nesses dias que sumi, mas você falando desse jeito, não consigo ver você
perto do meu filho. Se depender de mim, você não irá chegar perto do meu
filho.
- Você não pode fazer isso. – Vociferou se aproximando, ficando com o rosto
quase colado com o meu. – Se você pensar em tirar o meu filho de mim, você
irá se arrepender.
- Pode me ameaçar o quanto quiser Noah. – Vocifero. Até posso está com
medo por dentro, mas não irei demostrar isso a ele. – Pois não tenho medo.
Tente fazer algo comigo que você também irá se arrepender.
- O que você não sabe de mim Anne, é que eu adoro quando me ameaçam.
O sorriso que estava estampado no rosto dele poderia me dá medo, se eu não
estivesse fervendo de raiva.
- Não irei ficar nem mais um segundo nessa casa. – Digo me virando e
subindo as escadas. Entro no meu quarto, pegando as minhas malas e
colocando as minhas roupas dentro dela. Ao sair do closet, vejo Noah parado
no quarto, me olhando seriamente.
- Você não vai sair dessa casa. – Disse ele se aproximando e parando na
minha frente.
- Vou sim. E você não irá me impedir.
Passo por ele, e entro no banheiro. Peguei os meus pertences que estavam
espalhados na bancada da pia, e os guardo no meu nécessaire. Volto para o
quarto e Noah já não estava mais lá. Termino de arrumar as minhas coisas e
saio do quarto. Desci as escadas carregando a mala, que estava bastante
pesada. Parei na sala e nem um sinal do Noah. Estranho! Mas não ia esperar
que ele aparecesse e me impedisse de sair dessa casa.
Saio da casa, desço os poucos degraus que tinham na frente e vou até o carro,
abro o porta-malas e guardo a mala. Entro no carro e dou a partida.
E quando já estou na estrada me permiti chorar de verdade, minha visão está
embaçada pelas lágrimas, limpo o meu rosto e tento me concentrar no
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caminho que me levava para a casa do meu pai. Sei que faz mais de meses
que não falo com ele, mas nesse momento eu preciso de um colo de pai, que
me faça sentir segura por um tempo.

****

Parei o carro na frente da casa de papai, as luzes estavam acesas. Saio do


carro, enxugando os meus olhos, respirei fundo enquanto bato na porta da
casa. Segundos depois a porta foi aberta por meu pai, que me olhava sem
entender nada, ele parecia surpreso por estar me vendo a sua frente.
- Anne? – Papai ficou me olhando surpreso.
- Pai. – Não consigo me segurar, vou até ele e o abraço com força, e começo
a chorar. No primeiro instante, papai não me abraça, mas logo sinto os seus
braços me rodearem.
- O que aconteceu minha filha? – Sua voz tinha um tom de preocupação.
Não o respondo, continuei abraçada a ele chorando. Mesmo tendo as nossas
desavenças, eu sentia saudades do meu pai. Ele fazia carinho pelas minhas
costas.
- Vem, vamos entrar! – Ele me levou para dentro de casa. Papai me fez sentar
no sofá e se sentou ao meu lado. – Está mais calma?
Confirmo com a cabeça, e enxuguei o meu rosto.
- O que aconteceu?
Perguntou novamente. Respirei fundo para me acalmar e o respondo.
- Tive uma briga com o pai do meu filho. Eu não tinha nenhum lugar para ir,
então pensei que poderia ficar aqui.
Ele assentiu, vejo que ele está olhando para minha barriga.
- De quantos meses está?
- Seis. – Digo, passando a minha mão pela barriga.
Papai levantou uma das suas sobrancelhas grossas e ficou admirando a minha
barriga.
- Posso tocar? – Confirmo com a cabeça. Papai passou a sua mão pela minha
barriga e sorriu quando o Ethan chutou. – Já sabe se é menino ou menina?
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- É um menino e o nome dele é Ethan.


- Olá Ethan, eu sou o seu avô que está muito feliz por estar te conhecendo. –
Disse o meu pai para a minha barriga. Eu nunca tinha visto o meu pai desse
jeito, bobão. Ele levantou o seu olhar triste. – Anne minha filha, eu quero
pedir desculpa pelo que falei há meses atrás.
- Tudo bem pai. Já passo, agora eu só quero estar bem com o senhor. – Digo
sorrindo e peguei a sua mão. – Estava com saudade.
- Eu também minha filha. – Papai me puxou para um abraço. – Eu posso
parecer um pouco grosso às vezes, mas eu sempre vou amar você e a sua
irmã, que agora decidiu se mudar. Você sabia que ela vai se casar? Eu
conheci o rapaz, gostei dele.
- Que bom! Eu também já sei que ela irá se casar.
Olho para a casa, e a mesma estava muito quieta para o meu gosto. Até agora
nenhum sinal da Luiza.
- Cadê a Luiza?
- Ela viajou. Aquela mulher está ficando louca, ela acha que estou a atraindo
e quase me matou ao ver que eu tinha comprado uma joia há alguns meses. –
Papai disse revirando os seus olhos. – A joia era para ela, mas ela não
acreditou em mim e quebrou quase tudo que estava a sua frente.
Ri do jeito que papai falava. Ficamos falando sobre tudo. Foi bom vim ficar
com ele. Reconciliar-me com papai foi ótimo, parecia que tinha tirado um
peso das costas.
Fui para o meu antigo quarto, arrumei as minhas coisas. Não sei quanto
tempo irei passar aqui na casa do meu pai, e nesse tempo, vou organizar a
minha vida. Sinto que fui um pouco dura com Noah, mas ele parecia outra
pessoa, quando falei que tinha descoberto o que ele fazia de verdade. Vê-lo
falar daquele jeito me deixou com medo, mas não demonstrei. Eu até posso
ter me apaixonado por Noah, mas eu sei que fiz a escolha certa para mim.

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Capítulo Dezesseis
Tomo um banho um pouco demorado, e fui até o meu closet, peguei uma
camisola longa branca e uma calcinha também branca. Solto o meu cabelo do
coque e o penteio. Deitei-me na cama e fiquei olhando para o teto. Ouço o
meu celular apitar, o pego de cima do aparador da cama, vejo que Noah me
mandou uma mensagem. Prendi a minha respiração, assim que começo a ler:
“Eu entendo que esteja com raiva de mim, sei que agi sem pensar.
Desculpe-me, você não me deixou explicar, só me acusou. Não queria te
ameaçar, mas eu não consigo imaginar minha vida sem você. Nesse tempo
que estamos vivendo juntos, comecei a desenvolver sentimentos que eu
jamais sentir por outra pessoa, e eu não sei me comportar com esses
sentimentos novos.
Eu sei que deveria ter te contado quem eu era e o que fazia de verdade, mas
eu tive medo que você me abandonasse, esse é o verdadeiro motivo por eu
não ter te contado o que eu fazia. E eu quero que você me desculpe por
isso, Anne. Também sei que deveria ter te contando sobre o acordo que fiz
com a família Collins, mas se eu não fizesse acordo, eu poderia perder você
e o nosso filho, e eu prefiro morrer a colocar a vida de vocês em risco.
E o que eu mais quero nesse momento, é o seu perdão. Eu sinto muito pelo
que fiz e disse a você. Eu errei e quero outra chance e farei tudo diferente,
sem mentiras.
Não vou desistir de você, saberei esperar. Nem que isso demore a minha
vida inteira, mas eu esperarei por você”.
Com carinho, Noah.
Termino de ler com lágrimas nos olhos, e me controlo para não chorar. Se
isso que ele acabou de me mandar, não for uma declaração, não sei o que foi.
Deixo o celular no aparador e fico olhando mais uma vez o teto do quarto.
Fecho os meus olhos, tentando descansar um pouco e ver o que o dia de
amanhã me aguarda.

****

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Acordei com algo tocando, passo a minha mão por debaixo do travesseiro e
não encontro o celular. Virei de lado, procurando em cima do aparador,
encontrando o bendito celular, que não para de tocar. Não olho para quem
estava me ligando e atendo.
- Alô? – Digo, passando minha mão pelo rosto.
- Anne, já faz três dias que você sumiu. Cadê você? – Amanda parecia
irritada no outro lado da linha.
- Estou na casa do meu pai. – Murmurei, ainda com os olhos fechados.
- Não sabia que já estava de bem com o seu pai. Então, ligue para o idiota do
Noah, por que ele vai acabar me deixando louca!
- Louca você já é.
Escuto Amanda dá uma risada sem humor.
- Você vai ver quem é louca se você não o mandar parar de me ligar.
- Por que ele está te ligando? – Perguntei interessada.
- Ele está atrás de você, minha querida! Todos os dias ele me liga
perguntando se tenho alguma notícia sua. Já estou cheia, ou você liga para o
Noah, ou eu vou mandá-lo catar coquinho.
- Irei ligar para ele. Agora me deixe dormir. – Digo já desligando. Jogo o
celular ao meu lado, na cama. Viro e vejo a hora no relógio do aparador. Já
eram nove da manhã.
Já fazia três dias que eu estava aqui na casa do meu pai, e nesses dias o Noah
me mandava mensagens pedindo desculpas e dizendo que me quer de volta,
mas não respondi nenhuma. Noah até me ligou, mas não atendi, não estou a
fim de conversar, se eu atender as suas ligações, eu posso fazer alguma
besteira.
Levantei da cama e vou direto para o banheiro fazer a minha higiene matinal.
Saí do banheiro enrolada em uma toalha roxa e entro no closet. Vesti um
vestido folgado azul, penteei os meus cabelos e fiz uma trança nele. Assim
que saio do closet, ajeitei a cama e vejo o meu celular começar a vibrar, o
peguei e olhei para o mesmo. Noah estava me ligando.
Decidi atender.

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- O que você quer Noah? – Perguntei assim que atendo.


- Anne. – Ele deu um suspiro. – Quem bom que atendeu, podemos conversar?
- Não sei. O que temos para conversar?
- Só quero me explicar. Você não me deixou falar, só ficou me acusando, eu
só quero explicar tudo.
Suspirei profundamente, e o respondi: - Ok! Estou na casa do meu pai, sabe
onde é?
- Claro que sei. Encontro-te em meia hora.
Não falei mais nada e desliguei o celular. E fiquei me perguntando, se ele
sabia que eu estou esse tempo todo aqui na casa do meu pai. É claro que ele
deve saber, ele é um mafioso, sabe de tudo.
Desço as escadas e a casa estava silenciosa, papai deve ter ido para o
trabalho. Vou para a cozinha e vejo panquecas cobertas, na bancada. Sentei-
me em uns dos bancos e começo a comer as panquecas, que estavam
deliciosas.

****

Estava lavando a louça, quando escutei a campainha tocar. Enxuguei as mãos


e fui até a porta, ao abri-la, vejo Noah parado, ele está usando um suéter
cinza, jeans preto e botas pretas, os seus cabelos estavam desarrumados o
deixando com cara de mau.
- Entre. – Digo dando espaço para ele entrar. Quando ele entrou, fechei a
porta.
Noah fica olhando para cada canto da sala. Ele parecia tenso e nervoso. Ele se
virou e ficou me olhando nos olhos. Os seus olhos castanhos tinham um
brilho intenso, e isso me deixa nervosa, boba, eu não sei o que sinto quando
ele me olha desse jeito predador, me sinto exposta e desconcertada.
- Podemos conversar? – Perguntou ele baixo.
- Claro.
Passo por ele, tentando não parecer mexida com a sua presença. Sentei-me
em um dos sofás brancos da sala. Noah se sentou no outro sofá que tinha de

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frente ao que estou sentada.


- O que você quer conversar?
Perguntei calmamente, mas com firmeza na voz.
Ficar o olhando me fazia repensar em tudo, sei que a qualquer momento eu
posso esquecer as divergências e me entregar a ele de corpo e alma.
- Eu quero explicar o porquê que eu fiz o acordo. – Noah parou por instantes,
esperando alguma reação minha, mas viu que eu iria permanecer calada e
continuou. – Eu não tive opção, se eu não fizesse o acordo com os Collins,
você poderia morrer.
- Como assim?
Arregalo os meus olhos depois do que ele acabou de falar. Como eu poderia
morrer, se ele não fizesse esse acordo? Eu não estou entendendo nada.
- Se por acaso alguém da máfia descobrir que eu vou ter um filho, com uma
mulher fora da máfia, e que ela não é a minha mulher, essas pessoas vão
querer fazer algum mau a você e ao meu filho. E eu nunca permitirei isso.
Noah estava sério, com os seus cotovelos apoiados nos seus joelhos, e os seus
olhos estavam fixos nos meus.
Engoli em seco sem dizer nenhuma palavra. Decido ficar calada e deixar que
ele continue a falar.
- Então decidi fazer esse acordo com a família Collins, assim eu posso
proteger você e o bebê. Salvatore é um amigo de longa data. Eu falei com ele
e disse que tinha me envolvido com uma mulher fora da máfia. Foi ele que
me propôs esse acordo e eu não pude recusar, a única coisa que eu pensava
naquele momento era de te proteger e ao nosso filho. – Eu via tristeza nos
olhos dele. – Quando eu te vi naquele aeroporto, pela primeira vez me
xingando, não sei, mas, eu queria te encontrar e por acaso encontrei. Fiquei
surpreso quando te vi, no mesmo hotel que eu estava. Eu pensei que estava
vendo coisas, mas não, você estava na minha frente. Você mostrou que não
gosta que mandem em você, e isso me deixou encantado por você, Anne.
- Quando nós dormimos juntos, eu me senti tão bem que até achei estranho, e
fiquei horas olhando você dormindo, com os seus cabelos loiros, que me
deixaram ainda mais louco por você, espalhados pelo seu rosto angelical.

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Você parecia um anjo, e naquele momento eu sabia que você seria minha, de
qualquer jeito, não iria me importar o que as pessoas da máfia falariam, eu só
queria você. Eu fiquei puto da vida, quando você foi embora sem falar nada e
tendo deixando só um bendito bilhete, dizendo que foi bom me conhecer.
Quando voltei para Nova York, liguei para o meu Consigliere e pedi que ele
descobrisse tudo sobre você e ficasse lhe vigiando. Eu sempre soube onde
você estava e o que fazia. Quando te encontrei na Joalheria, eu já sabia que
você estava grávida de um filho meu. Eu sempre sonhei em ser pai, e você,
Anne, realizou esse sonho. Sei que tivemos nossas brigas e reconciliações,
mas a única coisa que tenho certeza é que eu estou completamente
apaixonado por você, Anne Clark.
O meu mundo parecia que tinha parado por alguns segundos, quando ele
falou que está apaixonado por mim. Fico olhando sem saber o que dizer ou
fazer, eu desviei o meu olhar do dele.
- Fale algo, Anne. – Olhei-o, e vi que ele estava apreensivo, esperando que eu
falasse.
- Não sei o que dizer. – Falo em um sussurro, sentindo um nó na minha
garganta. – Noah eu...
- Não precisa falar nada, eu entendo que você precisa de um tempo.
- Noah...
- Não precisa dizer nada, Anne. – Noah me interrompeu mais uma vez.
- Me deixe falar! – Digo alto. – Eu também estou completamente apaixonada
por você. Eu juro que tentei não sentir nada, pois eu sabia que iria acabar me
machucando, mas não consegui. O que eu sinto por você é muito forte, e esse
sentimento, eu nunca senti por ninguém. Eu não sei o que pensar, você fez
algo que eu não deveria perdoar, mas eu não consigo ficar longe de você,
Noah, eu te amo.
Noah se levantou rapidamente, me trouxe para os seus braços fortes e me
beijou fortemente. Segurei na sua nuca e correspondi o seu beijo, com paixão.
Sinto as minhas lágrimas caírem pelo meu rosto e se misturarem no nosso
beijo. Ele afastou os seus lábios dos meus e encostou a sua testa na minha e
deu um sorriso, que me deixou ainda mais louca por ele.
- Eu também te amo, Anne. – Disse ele baixo.
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- Nunca mais me esconda nada. – Digo séria, afastei um pouco meu rosto do
dele e fitei os seus olhos castanhos.
- Nunca mais. – Murmurou ele. Ele passou o seu nariz pela pele exposta do
meu pescoço. – Senti saudades de você.
- Eu também senti. – Beijei a sua mandíbula, inclinei-me para trás para fitar o
seu rosto sereno. – Tem algo mais para me contar?
- Sim. Eu sou um mafioso, como você sabe. Meu pai era Capo da Cosa
Nostra, hoje sou eu que comando a máfia Americana, sou dono de uma
empresa de diamantes, e isso eu não menti para você. Não tenho uma relação
boa com o meu pai, e como você sabe, a minha mãe morreu faz alguns anos.
E a morte dela só me fez distanciar mais do meu pai, porque ele foi o
culpado. O meu pai queria que me casasse com uma mulher de dentro da
máfia, mas eu não queria, porque estava correndo atrás de uma loira de olhos
azuis, que não saía da minha cabeça. Até agora, a minha antiga noiva me
ameaça, mas não dou importância, porque ela não pode fazer nada contra
mim. Agora, eu só quero saber da mulher que está aqui na minha frente,
usando esse vestido azul, que tenho vontade de tirá-lo do seu corpo delicioso.
Então é isso, não tenho mais nada para dizer. Agora você realmente já sabe
de tudo.
Segurei na nuca de Noah e o puxei para um beijo, assim que as nossas bocas
se encostaram começamos um beijo feroz. Passo a minha mão pelo seu peito
largo e vou subindo a mão até o seu ombro. Com a minha outra mão que
estava na nuca de Noah, puxei levemente os seus cabelos.
Noah passou uma das suas grandes mãos pelas minhas costas, e com a outra
ele segurou na minha bunda, e me pegou no colo, entrelacei as minhas pernas
na sua cintura, sem descolar as nossas bocas.
Noah se sentou no sofá, e alisou as minhas costas com as suas mãos. Paro de
beijá-lo e desço a minha boca para o seu pescoço, beijando sua pele exposta,
passo a minha mão pelo seu queixo e sinto a sua barba por fazer, na palma da
minha mão. Continuo a beijar, chupar e lamber o seu pescoço. Beijei o seu
queixo, bochecha e nariz e olhei os seus olhos castanhos que estavam
intensos.
- Te amo! – Sussurro.

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Noah continuou me olhando nos olhos, seriamente. Ele passou uma das suas
mãos pelo meu rosto, alisando carinhosamente.
- Eu também te amo. – Falou me puxando para mais perto do seu corpo
grande. – Volta para casa.
- Eu volto, mas eu preciso de mais um dia. – Digo alisando o seu cabelo
castanho.
- Por quê?
- Eu estou tão próxima do meu pai, como eu nunca estive antes. Eu quero
aproveitar isso um pouco.
- Ok! Só mais um dia. Não aguento passar tanto tempo longe de você.
- Tudo bem. Depois de amanhã eu volto para a sua casa.
- Nossa casa! – Arregalei os olhos, quando ele falou isso. Noah sorriu e
continuou a falar. – Você será minha mulher, em breve.
- Como assim? Eu serei a sua mulher?
- Nós iremos nos casar.
- Está me pedindo em casamento? – Perguntei franzindo o cenho.
- Você aceita?
Ele passou o seu dedo indicador pelo meu lábio inferior, e continuou a me
olhar, esperando uma resposta.
- Como você consegue ficar calmo?
- Eu não estou calmo, Anne. Eu estou apreensivo esperando uma resposta
sua.
Segurei o seu rosto em minhas mãos, encostei a minha boca na sua e o
respondo.
- É claro que eu aceito. – Beijei-o, carinhosamente. E logo depois afastei a
minha boca da sua. – Mas você deveria ter feito um pedido de casamento
mais decente.
- Um pedido mais decente. – Disse ele pensando em algo.
- O que você está pensando?
- Em nada.
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Estreito os meus olhos e continuo o fitando. Ele vai aprontar, eu sei disso.
- Humm... – Passei os meus braços pelo pescoço dele e fiz uma careta. –
Estou com fome.
- Já tomou o café da manhã?
Confirmei com a cabeça.
- Mas ainda está com fome?
Assenti mais uma vez.
- Ok! Onde fica a cozinha?
Indiquei com a cabeça o corredor que tinha perto da sala. Dei um grito de
surpresa, quando Noah se levantou do sofá comigo no seu colo e começou a
andar pelo corredor. Quando chegamos à cozinha, ele me deixou sentada em
uns dos bancos do balcão.
Fiquei o olhando, andar pela cozinha procurando algo para cozinhar. Noah
abriu a geladeira, e vejo tirar ovos e outros ingredientes. Depois deixou tudo
em cima da bancada.
- Onde ficam as panelas?
Apontei para o armário de madeira escura. Noah andou elegantemente até o
armário e pegou uma frigideira.

****

Soltei um gemido, quando comi mais um pedaço da omelete, que estava


deliciosa.
- Está maravilhoso! – Digo comendo. Noah que está sentado ao meu lado,
ficou me olhando, dando um sorriso de lado.
- Que bom que gostou.
Inclinei-me até ele e o beijei. Depois, me sentei direito no banco e me
concentrei na comida. Depois de terminar de comer, levantei e deixei o prato
na pia. Viro-me e fico olhando para Noah.
- Vai ficar para passar o dia comigo? – Pergunto esperançosa.
- Não posso. – Disse ele se levantando e vindo até onde estou. – Mas nos

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vemos amanhã?
- Sim. – Dou um sorriso de lado. Noah segurou minha cintura, me trouxe para
mais perto do seu corpo e me beijou fortemente.
Passo a minha mão pelo seu cabelo castanho, que estava um pouco mais
curto, o seguro com força e aprofundei mais o beijo, Noah solta um gemido e
me aperta mais contra o seu corpo, mas logo ele se afasta e dá um sorriso de
lado.
- Eu tenho que ir. – Me deu mais um beijo. – Até amanhã.
- Hummm... – Faço uma careta para ele, e o mesmo ri da minha careta. – Vou
te acompanhar até a porta.
Noah segurou na minha mão e fomos até a porta da frente, quando paramos.
Ele me olhou por segundos, suspirou, beijou a minha testa e foi embora.

Capítulo Dezessete
Tinha acabado de sentar em uma poltrona na sala, para ler um livro, quando a
campainha tocou. Devia ser Noah, ele deve ter mudado de ideia e decidiu
ficar. Dou um sorriso de lado e vou até a porta, assim que a abro, o sorriso
que eu tinha no rosto, morreu. Fico olhando para Laura parada na minha

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frente, tentei fechar a porta, mas ela entrou rápido.


- Vamos conversar Anne. – Disse Laura dando um sorriso, me olhando.
Laura se virou e olhou para a sala, por alguns segundos. Mas logo se virou
para mim novamente e me olhou dos pés à cabeça.
- Eu não sei o que o Noah viu em você. – Laura murmura, raivosa.
- Saia da minha casa, Laura. – Aponto para a porta. Como será que ela
descobriu onde eu moro? Deve ser essas coisas da máfia.
- Não irei sair, até que resolvamos um assunto importante. – Balbuciou ela e
colocou a sua bolsa em cima da mesa que havia no hall.
- Que eu saiba, não tenho nada para resolver com você.
Fiquei a encarando calmamente, mas por dentro estou em alerta para qualquer
coisa que ela possa fazer. Laura não é confiável.
- Temos sim. – Ela dá um sorriso de lado. – Você irá ficar longe do Noah.
- Não vou fazer o que você quer. Se você veio falar sobre o Noah, perdeu o
seu tempo.
Viro para abrir a porta, mas ela me puxou bruscamente.
- Se você não o deixar, eu vou fazer da sua vida em um inferno. – Rosnou ela
perto do meu rosto. – E irei tirar o seu filho de você.
Quando ela falou do meu filho, senti uma raiva consumir o meu corpo.
Empurrei-a na parede ao lado da porta e apertei o seu pescoço fino. Eu nunca
fui agressiva, mas ela ameaçou tirar o meu filho de mim, e eu não irei deixar
barato. Ela não deveria ter mexido comigo.
- Se você falar mais uma vez que irá fazer algum mal ao meu filho, você irá
se arrepender. – Digo apertando ainda mais o seu pescoço.
Laura arregalou os seus olhos verdes e começou a se debater a procura de ar.
– Suma da minha vida Laura. Eu não sei como você descobriu onde estou
morando, mas você cometeu um grande erro ao vim me confrontar.
- Não tenho medo de você. Você só é mais um brinquedinho para Noah. – Ela
falou em um fio de voz. – Ele sempre volta para mim. E dessa vez, nós
iremos nos casar.

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Dou um sorriso de lado.


- Então eu devo ser um brinquedo bem divertido, porque ele saiu faz pouco
tempo daqui. Nós dois transamos feito loucos, bem ali. – Apontei para o sofá.
– Ele sussurrava meu nome. Venerava-me como uma deusa, e me fez gritar o
nome dele, quando me deu um orgasmo delicioso.
Provoco-a, e me sinto bem em está mentindo para ela. Laura me olhou com
raiva e tentou sair do meu aperto.
- Você é uma vagabunda, que engravidou de propósito, para ter alguma coisa
no futuro. – Ela cuspiu as palavras. Não me aguentei e desferi um tapa no seu
rosto, que logo ficou vermelho, com a marca da minha mão na sua pele
branca.
Ela gritou histérica, e tentou me arranhar com as suas unhas enormes, que
duvido muito que seja dela de verdade. Joguei-a no chão e subi em cima do
seu corpo magricelo.
- Nunca mais se atreva a me chamar de vagabunda! Você é uma recalcada,
por não ter segurado o Noah. Eu devo ser muito melhor que você na cama,
minha querida. Ele nunca vai voltar para você, Laura. Se conforme!
Ela arranhou o meu braço com força, e em um ato de descuido ela me
derrubou no chão e sinto uma forte pontada de dor nas costas. Laura subiu em
cima de mim e tentou desferir um tapa no meu rosto, mas segurei a sua mão e
com a minha outra mão puxei os seus cabelos pretos para o lado, com força.
- AHHHHH... – Laura dá um grito, tentando tirar a minha mão do seu cabelo.
Derrubei-a novamente e a prendi no meio das minhas pernas.
- Não deveria ter mexido comigo. – Continuei com a minha mão no seu
cabelo, com a outra mão segurei mais uma vez o seu pescoço e sei que depois
irá ficar com marca dos meus dedos. – Você irá aprender a respeitar as
pessoas, sua idiota!
Laura se debatia mais e sorrio para ela.
- Você me paga, Anne. Eu irei tirar o seu filho de você! – Arrocho mais o seu
pescoço e ela começou a tossir. – Você vai ficar sem o seu filho e sem o
Noah.
- Cala a sua boca! – Apertei ainda mais o pescoço dela e a vejo ficar sem ar e

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continuei apertando. Senti mãos fortes me tirando de cima do corpo de Laura.


– ME SOLTA!
- Acalme-se Anne. – Ao escutar a voz de Noah, me acalmo e fico olhando
Laura virar para o lado e tossir, quando sentiu ar entrar pelas suas narinas, e
aí vejo o que eu iria fazer. Será que eu tinha coragem de matá-la? Não, não
tenho, não sou esse tipo de pessoa, eu estava sob o efeito da raiva. –
Acalmou-se?
Assenti, ele me soltou e foi até Laura. Ele a pegou pelo braço e a levantou
bruscamente a fazendo olhar nos seus olhos.
- Eu já falei para você não chegar perto dela. – Noah falou seco. Eu até tive
medo dele. – Mas parece que você não entendeu o recado.
- VOCÊ É MEU! – Gritou Laura toda descabelada e com o rosto vermelho
pelo tapa que dei.
- Eu nunca fui seu e nunca serei. Você inventou coisas na sua cabeça. Você
irá embora agora e quando chegar a sua casa, o seu pai vai ter uma conversa
muito séria com você. – Acho que pude ver medo no olhar dela. – Você irá
ter um castigo, e o seu pai vai escolher qual será, porque se fosse por mim
você iria ser exilada da máfia e nunca mais poderia chegar perto da sua
família.
- VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO. – Ela se debateu nos braços
de Noah.
- Você que quis isso, Laura. Eu avisei, mas você não escutou, então pague as
consequências pelas suas escolhas. – A voz de Noah era fria, que até me fez
arrepiar de medo. – Agora vá embora.
Noah pegou a bolsa dela e a jogou nos braços dela. Laura se virou e saiu
correndo, fechando a porta com força. Noah não olhou para mim, ele pegou o
seu celular, digitou rápido e o colocou no ouvido.
- Sua filha aprontou mais uma vez. – Disse ele grosso. – Eu avisei para você
Lucco, que se ela aprontasse mais uma vez, eu a iria punir. Mas, irei ser
bonzinho, vou deixar você dá um castigo nela, ou eu mesmo irei dar.
Continuo olhando para ele, que conversava seriamente com o tal Lucco.
Depois de alguns minutos, ele desligou o celular e o guardou no bolso da sua
calça, ele se virou e ficou me olhando.
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- Como você está? – Perguntou calmo. O seu olhar não era mais frio e sim
carinhoso e preocupado.
Fico o olhando nos olhos, mas não o respondo, desviei os meus olhos do seu
e olho para qualquer lugar do hall. Estou sentindo um incomodo na barriga,
mas não deve ser nada demais. Eu não deveria ter me exaltado, mas não me
controlei, Laura me deixou com raiva. Ela não deveria ter falado do meu
filho, ninguém irá o tirar de mim. Ninguém.
- Bem. Mas eu preciso me deitar, estou cansada. – Digo já me virando, mas
algo vem a minha cabeça. Por que ele voltou? Ele não tinha ido embora?
- Por que você voltou? – Pergunto, olhando para ele.
- Eu esqueci a minha chave do carro, na cozinha. – Diz dando de ombro. – E
quando estava voltando para pegar a chave, ouvi gritos vindos daqui de
dentro.
Fiquei olhando e percebo que ele está falando a verdade.
- Laura é uma louca. – Digo sem pensar, mas não me arrependo por ter dito
isso. Noah levantou uma sobrancelha e ficou me olhando surpreso, quando
digo isso.
- Ela só está descontrolada, mas já falei com o pai dela. Laura nunca mais vai
tentar fazer alguma coisa contra a você. – Ele se aproxima de mim. – Você
não deveria ter feito aqui com ela.
- Você está a defendendo? – Perguntei raivosa, mas não vou me alterar, o que
eu mais quero nesse momento é a minha cama. – Olha Noah, eu vou me
deitar.
Noah me pegou nos seus grandes braços, tentei sair, mas ele me segurou
ainda mais forte.
- Deixe de ser brava. – Sussurrou no meu ouvido, tentei não ficar mexida
com a sua voz rouca. – Só estou dizendo que você não deveria ter feito
aquilo, porque você poderia ter se machucado.
- Ela merecia umas tapas. – Encosto a minha cabeça no seu peito largo e
inspiro o seu cheiro másculo. – Ela disse que iria tirar o nosso filho de mim.
- Laura nunca irá tirar o nosso filho de você. – Beijou o alto da minha cabeça.
– Eu nunca iria deixar isso acontecer.
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- Eu sei disso. – Sussurrei. – Eu estava com medo. Ela disse que eu era só um
brinquedinho para você.
- E você acreditou? – Sinto o seu corpo ficar tenso.
- Não! – Respondi rápido e ele soltou um suspiro de alívio.
- Você é muito importante para mim, minha bella. – Era a primeira vez que
eu o ouvia falar Italiano.
- É a primeira vez que o escuto dizer algo em Italiano. – Digo, dando um
sorriso malicioso. – Você fica ainda mais gostoso falando em outra língua.
- Tu non sai quello che voglio fare con te, amore mio. – Sussurrou no meu
ouvido. Franzi o cenho e tento entender o que ele acabou de falar.
- O que você acabou de dizer? – Perguntei o olhando curiosa.
- Você não sabe o que eu quero fazer com você, meu amor. – Disse alisando
o meu rosto com as pontas dos seus dedos.
- E o que você quer fazer comigo? – Fico de ponta de pé, para falar no seu
ouvido, e mordo o lóbulo da sua orelha.
- Tenho muitas coisas em mente. – Disse ele me segurando contra o seu
corpo. Passo os meus braços pelo seu pescoço e dou um sorriso de lado. –
Venha, vou te levar para o seu quarto.
Noah segurou na minha mão e me levou para o quarto, no andar de cima, e eu
até estranhei por ele saber qual era o meu quarto, mas não falei nada. Não
quero brigar com ele. Eu só quero estar perto dele e nada mais, e também
quero esquecer a visita inesperada da Laura.
Assim que entramos no quarto, virei-me e o beijei, o pegando de surpresa,
mas logo ele segurou a minha nuca e aprofundou o beijo, segurei o seu
suéter, trazendo-o para mais perto, só não ficamos colados por causa da
minha barriga, que está maior do que nunca. Sinto sua mão grande descer
pelas minhas costas e parar no meu traseiro, e segurá-lo com força, soltei um
gemido ao sentir o seu membro duro cutucar a minha barriga. E a sua outra
mão segura carinhosamente o meu rosto. Desço uma das minhas mãos pelo
seu peito e vou descendo até a barra do seu suéter, e com ajuda dele tiro a
peça de roupa do seu corpo, jogando no chão, depois eu passo a minha mão
pela sua pele, que estava bastante quente, trilho os meus dedos pelo seu

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abdômen sarado e paro no botão da sua calça, abri rapidamente, coloco a


minha mão dentro da calça e sinto o seu membro duro coberto pelo tecido da
cueca, o apertei e Noah soltou um gemido rouco, que me deixou ainda mais
excitada por ele.
Noah tirou habilidosamente o meu vestido, me deixando só de lingerie verde.
Ele passa as suas mãos pelo meu corpo, e parou na minha barriga, começou a
descer a sua boca pelo meu pescoço, deixando mordidas e beijos molhados,
que me fizeram arrepiar completamente. Apertei um pouco com força o seu
membro, que eu ainda estava segurando. Noah soltou um gemido grave e
mordeu a curva dos meus seios, que estão bem maiores e sensíveis. Senti-o
passar as suas mãos pelas minhas costas, abrir o fecho do sutiã, jogar a peça
no chão, e logo sugar um dos meus seios com calma, me fazendo arfar, tirei a
minha mão do seu membro e segurei no antebraço dele, para tentar me
manter em pé. Ele repetiu o mesmo processo com o meu outro seio, e soltei
um grito de susto quando ele me pegou nos braços e me deitou
cuidadosamente na cama. Noah ficou pairando sob mim, me olhando nos
olhos, que tinham um brilho diferente, parecia paixão. Luxúria... ou
admiração. Eu não sei distinguir o que era. Passo os meus dedos com carinho
pela sua barba, que está maior e bem feita.
Ele voltou a me beijar, e começou a descer uma das suas mãos pela lateral do
meu corpo e parou na minha calcinha, e agradeço por estar usando uma
calcinha decente e não uma de vovó, que normalmente estou usando com
frequência. Noah desceu o fino tecido pelas minhas pernas e se afastou um
pouco, olhando para o meu corpo nu. Eu não me senti tímida pelo olhar que
ele me lançava, eu me senti desejada pelo homem que eu amo loucamente.
Noah afastou as minhas pernas, se colocou no meio delas e se apoiou nos
cotovelos. Começou a me beijar, até que ficamos sem fôlego e desceu os seus
lábios pelo meu corpo parando na minha intimidade, arfei ao senti-lo me
beijar lá em baixo. Seguro o lençol de cama com força e me contorci quando
ele sugou devagar o meu clitóris.
- Noah... – Arfei, tentando controlar a minha respiração que estava
descontrolada.
Ele não parou com a sua tortura, e continuou a dar atenção para o meu
clitóris, senti o meu corpo ficar tenso, quando comecei a sentir o meu
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orgasmo chegar, apertei ainda mais forte o lençol, e fiquei me contorcendo


debaixo dele.
- Quieta! – Noah falou segurando o meu quadril e continuou a me lamber.
Tento me controlar, mas o desejo que estava crescendo, mais e mais dentro
de mim, não me deixava ficar parada.
Soltei um grito quando senti o meu clímax vir. Foi tão intenso. Assim que o
meu orgasmo acabou, fiquei com os meus olhos fechados, e tentei controlar a
minha respiração. Depois de alguns segundos, abri os meus olhos,
encontrando os de Noah me fitando intensamente.
- Ainda não acabei.
Ele se levantou rapidamente da cama e tirou a sua calça, junto com a cueca.
Fiquei olhando para o seu corpo nu. Ele é todo musculoso, mas não
exagerado, o seu corpo é firme, ele tem pelos ralos pelo peito, pernas grossas
e musculosas. O seu membro estava duro. Noah engatinhou para cima de
mim, bem devagar. Deitou-se, cuidadosamente, sobre o meu corpo e me
beijou. Passei os braços pelo seu pescoço e o acolhi entre as minhas pernas,
podia sentir a sua ereção cutucar a minha vagina. Esfreguei-me
descaradamente contra ele, que gemeu e segurou o meu pescoço, quando
entrou em mim, com um pouco de brutalidade, soltei um gemido alto.
Preenchendo-me. Os seus movimentos eram lentos e depois fortes, senti que
estava vindo novamente a cada estocada que ele dava. Arranhei as suas
costas, ao sentir o meu orgasmo me invadir. Noah veio logo depois e
relaxado, deitou ao meu lado, me puxando para os seus braços. Sinto-o
acariciar as minhas costas, e isso me deixou sonolenta e acabei dormindo nos
seus braços, que me transmitiam segurança.

****

Acordei um pouco desorientada, olhando para os lados e vendo que estou


sozinha no quarto. Sentei-me na cama, olho para o aparador ao lado e vejo
uma folha de papel, leio o que está escrito nele.
“Sinto muito por não está aí quando você acordar, mas eu tinha que
resolver uma coisa importante. Falamo-nos depois, meu amor”.
Solto um suspiro e me levanto da cama, peguei as minhas roupas que
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estavam jogadas no chão e as coloco dentro do cesto de roupa suja. Quando


entro no banheiro fico me olhando no espelho e vejo um arranhão no meu
braço, ele era um pouco grande e estava vermelho.
Balanço a cabeça e vou para o chuveiro, assim que sinto a água bater na
minha pele fechei os olhos e aproveitei a água quente. Passo a mão pela
barriga. Estou sentindo um desconforto na lateral do meu corpo. Olhei para a
barriga, a procura de algum hematoma e agradeci por não encontrar nenhum.
Termino de tomar o meu banho, saio do box, pegando uma toalha vinho e me
enrolo nela. Entro no quarto, pego uma roupa confortável, uma calça de
moletom e uma blusa fina branca de alcinha. Saio do quarto e desço as
escadas, assim que terminei de descer as escadas encontrei o meu pai
sentado, no sofá da sala, lendo alguns papéis. Cheguei perto dele e beijei sua
bochecha.
- Oi. – Digo me sentando ao seu lado.
- Oi, querida. – Papai falou beijando minha testa. – Estava dormindo?
Assenti, e dei uma olhada nos papéis que estavam em suas mãos, ele falava
sobre novos produtos de beleza da empresa Clark.
- Maquiagens? – Perguntei surpresa.
- Sim. Foi a sua irmã que insistiu nisso. Ela vai me ajudar. – Falou, lendo um
relatório. – Quem era o rapaz que saiu daqui?
Perguntou mudando de assunto. O olhei surpresa. Mordo o meu lábio
inferior, um pouco nervosa.
- Noah? O senhor o conheceu?
- Sim. Ele saiu daqui faz alguns minutos. – Ele desviou o seu olhar dos papéis
e ficou me fitando. – Ele parece ser uma pessoa boa.
Papai falou calmamente, eu até estranhei, mas não falei nada. Desde que
Luiza “viajou” ele está mais calmo. Eu até acho isso bom.
- Ele é uma pessoa boa. – Falo, dando um sorriso de lado. – Ele é o pai do
meu filho.
- Já desconfiava disso. – Disse ele, voltando a sua atenção para os papéis em
suas mãos. – Você gosta dele?

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Engulo em seco. Eu nunca tive uma conversa desse tipo com ele, eu até acho
estranho falar de sentimentos com o meu pai, que eu nunca tive muita
aproximação, mas estou adorando esse momento que estamos tendo.
- Eu o amo! – Digo sorrindo.
Papai me olhou com os olhos arregalados, espantado pela minha revelação.
- Você tem certeza? – Perguntou preocupado.
- Tenho. Demorou um pouco para eu perceber isso, mas eu o amo como
nunca amei ninguém.
- Isso foi profundo.
Ri do jeito que papai falou.
- Pai, vamos mudar de assunto. Eu já estou ficando sem graça por estar
falando essas coisas com o senhor. – Digo, já sentindo o meu rosto ficar
vermelho.
- Ok! Eu só quero que você e a sua irmã sejam felizes. Sei que nunca fui um
pai presente... – Ele falou pegando a minha mão. Sinto os meus olhos se
encherem de água. – Mas, eu sempre amei você. Posso ser chato, arrogante,
mas esse é o meu jeito de ser. Mas nunca esqueça que eu sempre vou amar
vocês.
Abraço-o já chorando. Eu nunca tive uma convivência boa com meu pai, mas
eu sempre o amei. Fico abraçada a ele por alguns minutos.
- Eu também te amo, papai. – Fungo me afastando dele para olhá-lo. – Sei
que tivemos muitas brigas e desavenças, mas eu sempre te amei muito. Sei
que você pode ser grosso às vezes, mas sei que aqui dentro... – Toco no seu
peito, onde bate o coração, – Tem um coração grande que ama as suas filhas
e tenta protegê-las de qualquer coisa.
- É bom saber que você sabe disso. – Ele beijou o alto da minha cabeça. –
Você e a sua irmã sempre serão os meus bebês.
- Estou com ciúmes! – Levantamos os nossos olhos e ficamos olhando para
Carla que estava encostada no batente da entrada da sala.
- Vem cá, minha filha querida. – Papai estende a sua mão livre a chamando.
Carla vem correndo e ficou abraçada a ele também. – Vocês duas são as
coisas mais preciosas da minha vida.
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Eu e Carla ficamos nos olhando, e sorrimos uma para outra. Estou feliz por
estar perto do meu pai e da minha irmã. Faz muito tempo que eu não me
sentia bem, como estou me sentindo agora. Só falta a minha mãe aqui com a
gente, mas sei que de onde ela estiver, vai estar feliz por nos ver bem. Seguro
na mão de Carla e sussurro um eu te amo. E ela responde também te amo bem
baixo. Estou tão feliz, por estar com eles.

Capítulo Dezoito
Já era noite quando chego à casa do Noah. Entrei e deixei a minha mala na
entrada do hall. Botei a minha bolsa na mesa do hall e vou até a sala.
- Noah? – Chamo-o mais não escuto nada, nem uma resposta. – Noah?
Ando até a sala e a mesma estava iluminada por velas no chão, está tudo
escuro e as velas são a única iluminação. Andei com cuidado e encontrei uma
folha em cima da mesinha da sala. Pego-a e vejo o que está escrito.
“Siga as velas”.
Faço o que estava escrito no papel e segui o caminho. As velas me levaram
para o jardim da casa. Assim que paro na porta que levava para o jardim, vejo
outro bilhete no vidro da porta.

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“Vá lá fora”.
Vou para o lado de fora da casa, o jardim estava vazio. Olhei para os lados e
vi uma luz um pouco distante de onde estou. Segui o ponto de luz e quando
chego, a minha boca se abriu em surpresa. A grama estava com pétalas de
rosas vermelhas e com velas espalhadas. E os meus olhos se encheram de
lágrimas quando leio o que estava escrito na grama com as pétalas.
“Aceita casar comigo? ”
Enxuguei uma lágrima que tinha caído no meu rosto e peguei mais um papel
que estava no chão, me abaixando com cuidado, eu li o que estava escrito
nele.
“Você é o amor que eu estava procurando. Demorou um pouco, mas você
chegou. Tudo que eu fiz foi por amor a você, Anne. Você aceita casar
comigo? ”
- Você aceita, Anne? – Virei-me e observei Noah, que está parado me
olhando ansioso.
Ando até ele o abraço fortemente, já chorando.
- É claro que eu aceito. – Sussurro.
- Você não deveria está chorando. – Disse ele, limpando o meu rosto com a
costa da sua mão. Depois ele se distanciou um pouco e se ajoelhou tirando
uma caixinha preta, de dentro do bolso do seu paletó preto. Ele abriu a
caixinha e lá dentro havia um delicado anel de diamantes.
Estendo a minha mão direita e ele coloca delicadamente o anel no meu dedo
anelar. Noah se levantou e me puxou para os seus grandes braços.
- Agora você não tem como fugir de mim. – Dou um sorriso e passo os
braços pelo pescoço dele.
- Eu nunca iria fugir de você. – Acariciei os seus cabelos castanhos. – Você
Noah Johnson é a minha felicidade!
- Você que é minha felicidade! – Me beijou com carinho. – Te amarei para
sempre.

****

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Dois meses depois

Noah acabou de abrir a porta de um dos quartos da casa. Ele não havia me
deixado entrar nesse quarto por semanas, fiquei me perguntando o que ele
estava aprontando, mas agora descobri o que ele estava escondendo de mim.
Abri a minha boca para forma alguma palavra, mas nada saía. Estou surpresa,
o quarto estava todo decorado para receber o nosso filho. As paredes estavam
pintadas de azul bebê, e tinha desenhos de animais. Andei pelo cômodo,
olhando para cada canto. Há bonecos pelas prateleiras que havia nas paredes,
também tem um berço no meio do quarto. E uma poltrona ao lado do berço.
Chego perto do berço, toco no mesmo, posso imaginar o meu bebê ali dentro
e dou um sorriso por isso.
Virei para olhar para Noah, que está encostado no batente da porta, olhando
para cada passo que dou. Mordo o meu lábio inferior, para controlar a
emoção que estou sentindo nesse momento. Olhei mais uma vez para o
quarto todo e suspirei de felicidade.
- Não posso acreditar que você fez isso. – Falei o olhando emocionada.
- Queria surpreender você. – Disse dando de ombro. – Consegui?
- Sim. – Sorrio de lado. – Você sempre consegue me surpreender, Noah
Johnson.
Sorrio para ele. Nesses últimos meses está sendo maravilhoso. Nós paramos
de brigar por besteiras e agora, eu tenho certeza que serei feliz com Noah.
Amanda tinha viajado para a casa da mãe, dizendo que tinha que tirar umas
férias, para colocar a sua vida em ordem, mas me prometeu que voltaria antes
que Ethan nascesse, e faltava pouco, eu irei fazer nove meses daqui a uma
semana e eu não vejo a hora de ter o meu filho nos braços e mimá-lo.
Eu tinha descoberto que o tal Marcos era o Consigliere de Noah. Marcos já
tinha se casado com a sua noiva, há algumas semanas atrás, e quando
Amanda soube, ela fingiu que não tinha acontecido nada.
O Noah tinha me assumido para todos da máfia, dizendo que iria se casar
comigo. No começo, as pessoas da máfia ficaram relutantes e tentaram tirar
Noah como o Capo, mas não conseguiram.

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Carla está feliz pelo seu casamento, que está cada vez mais próximo. Eu tinha
conhecido o noivo dela um dia, quando eu estava na casa do nosso pai. Erick
era o nome dele, um rapaz legal, eu só quero que ela faça a minha irmã feliz,
é só isso que me importa. E já deixei avisado que se ele ousasse machucar
minha irmã, ele iria se vê comigo.
- Que bom que você gostou. Eu estava apreensivo que você pudesse não
gostar. – Falou ele, vindo até onde estou, tocou no meu rosto carinhosamente.
- Eu amei. – Beijei a palma da sua mão.
Noah se abaixou e me beijou, seguro a sua nuca e continuo o beijando. Eu
queria que aquele momento nunca acabasse. Noah se afastou de mim quando
ficamos sem fôlego.
- Eu queria ficar mais tempo com você aqui, só que tenho que resolver um
assunto com alguns dos meus soldados. Mas eu prometo jantar com você
hoje.
Concordei com a cabeça, e ajeitei a sua gravata da cor azul marinho. Noah
estava vestindo uma calça social preta, camisa branca de botões, uma gravata
azul marinho e um terno preto. Fiquei na ponta do pé e beijei a sua boca.
- Ok! Vou te acompanhar até o carro.
Saímos do quarto de mãos dada, descemos as escadas e fomos para o lado de
fora da casa, onde estava o seu SUV estacionado. Olho para os vários
seguranças, que estavam nos seus postos. Desde que Noah me anunciou
como a sua noiva, ele triplicou a segurança da casa e eu nunca saía sozinha,
sempre estava acompanhado por um soldado de confiança de Noah.
- Boa sorte. Estou te esperando para o jantar. – Digo o beijando.
De repente, escuto um disparo de arma. Afastei-me de Noah, olhei para baixo
e vejo sangue na minha blusa branca. Senti as minhas pernas fracas e caí no
chão.
Escutei gritos para todos os lados, mas eu não conseguia distinguir nada. Só
conseguia ouvir a voz de Noah apavorada.
- ANNE! – Olho para Noah que está debruçado sobre mim. – Mantenha-se
acordada. Não feche os olhos, por favor!
Fico olhando para o seu rosto apreensivo. Consigo levantar a minha mão e
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tocar no seu rosto querido.


- Eu te amo! – Sussurro com a voz fraca. Sinto os meus olhos pesados e o que
eu mais quero é dormir. – Salve o nosso filho.
Foi à última palavra que consegui dizer antes que a escuridão me levasse.

****

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Noah

- ANNE! – Grito, tocando o seu rosto tentando acordá-la, mas ela não
acordava de jeito nenhum. Peguei-a no meu colo e entrei no carro
desesperado. Pedi para um dos meus soldados dirigir o mais rápido que
pudesse.
Se alguma coisa acontecer a Anne, eu não sei o que farei da minha vida.
Seguro-a nos meus braços para tentar afastar o frio. Toco no seu rosto, que
está pálido, e isso me deixou com ainda mais medo de perdê-la.
- Anne meu amor, não me deixe, por favor, não me deixe. – Peço
desesperado. – Abra os seus olhos, meu anjo.
Ela não se mexeu e parecia que não estava mais aqui. Tento diminuir o fluxo
do sangue, apertando o local onde ela foi atingida.
Ao chegar ao hospital, saio do carro com Anne nos meus braços. Entro no
hospital gritando por ajuda, e logo vem dois enfermeiros me ajudarem,
pegaram Anne dos meus braços, a colocaram em uma maca e a levaram por
uma porta.
- Senhor me diga o que aconteceu. – Viro e olho para uma enfermeira para a
minha frente.
- Você não viu ou é cega? Ela foi atingida por uma bala. – Rosno. A
enfermeira me olha assustada e vejo que peguei pesado com ela. – Desculpe,
não queria falar assim com você. Bom, a minha noiva foi... foi atingida por
uma bala, quando eu estava prestes a entrar no meu carro, na nossa casa.
Você tem que ajudá-la, ela está grávida do meu filho.
- Tudo bem senhor. Iremos fazer tudo para salvar a vida da sua noiva e do seu
filho. O senhor pode aguardar qualquer notícia, na sala de visitas, que fica
bem ali. – A enfermeira falou nervosa e apontou para uma porta, que tinha
perto de um corredor, e logo saiu apressada. Eu acho que ela está com medo
que eu faça alguma coisa com ela.
Fui para a sala de visitas e me sentei em uma das cadeiras que tinha lá.
Coloquei os meus cotovelos em cima dos meus joelhos e abaixe a cabeça. Eu
não sei o que pensar, se eu perder Anne, a Laura pode se considerar morta.
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Isso me dá uma ideia.


Pego o meu celular no bolso do meu paletó que está com manchas de sangue.
E ligo para Marcos.
- Chefe.
- Quero que leve Laura para a sala de tortura e faça o que quiser com ela.
Mas, quero que você a mate lentamente e depois mande o seu corpo para a
sua família.
- Sim, Chefe. E como está a Srta. Clark? – Perguntou ele.
- O estado dela é grave, e ainda não tenho nenhuma notícia dela.
- Sinto muito, Noah. Espero que ela se recupere bem. Irei fazer o que você
me pediu. – Marcos falou não como o meu Consigliere e sim como o meu
amigo de longas datas.
Termino a chamada e decido ligar para o pai de Anne e avisar o que
aconteceu.

****

Já tinham se passado cinco horas e nenhuma notícia da Anne. Eu já estou


ficando louco, por não saber como ela está. O pai de Anne e a irmã dela estão
ao meu lado, apreensivos como eu. Estava com a cabeça abaixada, quando o
médico apareceu.
- Quem são os parentes da Srta. Clark? – Levantei-me rápido e parei na frente
do senhor, que aparentava ter mais que cinquenta anos.
- Eu sou o noivo dela.
- Ok! Senhor...
- Johnson.
- Sr. Johnson, a sua noiva passou por uma cesariana de emergência, para
tirarmos a criança, que nasceu perfeitamente bem e só irá ficar por algumas
horas na incubadora, por precaução. A Srta. Clark perdeu muito sangue, por
causa do ferimento que foi bem fundo. A bala que atingiu a região do
abdômen dela ficou alojada perto do estômago, e por pura sorte não perfurou
nenhum órgão. A cirurgia que fizemos logo após a cesariana foi bem

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delicada, e conseguimos retirar a bala. E agora, ela está na UTI se


recuperando da cirurgia, ela irá ficar em observação por vinte quatro horas, e
se ela não tiver nem uma complicação nesse período, amanhã ela poderá ir
para um quarto normal.
Presto atenção em cada palavra que o médico falou, e senti um alívio ao saber
que ela e o meu filho estão bem.
- Posso vê-la? – Perguntou o pai de Anne, que está o tempo todo ao meu
lado.
- Sim, mas vai ter que ser rápido. – O médico levou o pai e a irmã de Anne,
para vê-la.
Fico parado no corredor, até que vejo uma enfermeira passar e perguntei onde
fica o berçário, e a mesma me levou até lá. Perguntei para ela qual dos bebês
que tinha nascido há pouco tempo. Ela apontou para um bebê que está
coberto por uma manta branca.
- É um menino?
- Sim senhor. Ele nasceu faz algumas horas.
- Posso vê-lo? – Perguntei ansioso.
- O senhor é o que dele?
- Pai. – Então ela me pediu para preencher uma ficha. E logo depois ela me
deixou ver o meu filho.
Aquele ser pequenino a minha frente, é tão frágil, os seus olhinhos estão
fechados, e ele tem cabelinhos escuros na sua pequena cabeça.
Coloquei a minha mão na abertura que tinha no vidro, e seguro na pequena
mão do meu filho, ele abriu os seus olhinhos verdes que eram quase
castanhos.
- O papai te ama, Ethan. – Falo o seu nome, e me lembro no dia em que Anne
me falou o nome do nosso filho. Era um fim de semana, estávamos deitados
na nossa cama, já era noite e estava chovendo. Eu estava com ela nos meus
braços, quando perguntei se ela já tinha escolhido o nome do bebê, e eu já
esperava que sim. Ela sempre escolhe as coisas sem me falar nada, e quando
Anne, me falou o nome, fiquei feliz. Eu queria ter participado da escolha,
mas gostei do nome do nosso filho: Ethan Johnson.
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Fico olhando para o meu filho e dou um sorriso de lado.


- A mamãe irá ficar bem.

****

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Anne

Sinto dor pelo meu corpo inteiro, a minha garganta arde, pela sede que estou
sentindo. Abri os meus olhos devagar e tento me acostumar com a claridade
que entrava no quarto. Sinto uma mão segurar a minha, viro a minha cabeça
de lado e vejo Noah debruçado sobre a cama, com a cabeça encostada no seu
braço. Aperto a sua mão com a força que ainda me resta.
Ele levantou a cabeça rapidamente, com os seus lindos olhos castanhos, um
pouco arregalados, e quando me viu soltou um suspiro que eu acho que era de
alívio.
- Anne. – Suspirou. – Que bom que você acordou.
Do um sorriso fraco e fico olhando para o seu rosto, que aparentava cansaço.
Fico me perguntando há quantos dias eu estou no hospital.
- Há quanto tempo estou aqui? – Pergunto o olhando.
- Há três dias.
Olho para a minha barriga e sinto um vazio dentro de mim. Cadê o meu
filho? Será que ele está bem? Deus queira que sim.
- Cadê o nosso filho? – Perguntei já sentindo um desespero me tomar por
dentro. – Ele está bem, não está?
- Acalme-se Anne. Ele está bem. O nosso pequeno Ethan é perfeito, igual à
mãe.
Ele disse beijando a minha testa, dou um sorriso, fecho os olhos, quando
sinto dor na região do abdômen.
- Você está bem? – Perguntou ele, preocupado.
- Estou sentindo dor na barriga.
- Vou chamar um médico. – Noah se levantou da cadeira que estava sentando
e saiu do quarto.

****

O médico fez uma bateria de exames e disse que a dor que estava sentindo no
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abdômen era normal, mas iria passar alguns medicamentos para passar as
dores que eu possa sentir. Depois que ele saiu do quarto, uma enfermeira
entrou com um embrulho nas mãos, quando peguei o meu bebê nos braços,
me senti completa.
- Oi meu amor! – Digo em um sussurro. Segurei a sua mãozinha pequena.
Fico encantada pelos seus olhos, que são de um verde escuro quase castanho,
os seus cabelos escuros iguais ao de Noah. O meu pequeno Ethan, é tão
parecido com o pai. – A mamãe te ama, muito.
Olho para Noah que está ao meu lado, olhando para o nosso filho em meus
braços.
- Obrigada. – Noah me olha e dá um sorriso de lado. – Obrigada por ter me
dado ele.
- Eu que tenho que agradecer.
Noah se abaixou um pouco e beijou a minha boca.
- Eu te amo. – Falo baixo, e o beijo novamente.
- Eu também te amo.
Sorrio para ele, e volto a olhar para o nosso filho, que está nos olhando
atentamente. Noah me falou quem tinha atirando em mim, foi a Laura.
Perguntei o que ele fez com ela, ele não me respondeu. Mas eu já sabia a sua
resposta, e não gosto de imaginar ele a matando.
Tiro esses pensamentos da cabeça e o pergunto quando vou sair desse
hospital.
- Não sei. Vou falar com o médico, para saber quando você terá alta.
- Ok!
Fico olhando Ethan adormecer nos meus braços.

****

Três dias depois


Noah parou o carro na frente da nossa casa, ele saiu, abriu a porta traseira e
pegou Ethan da cadeirinha. Saio do carro com cuidado, ainda sinto um pouco
de cor no corpo.
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- Vem, você precisa descansar. – Com a mão livre, Noah segurou a minha
cintura, e me ajudou a subir as escadas da frente da casa.
Assim que entramos, fico surpresa quando vejo meu pai, Carla e Amanda na
sala. Sorri alegremente para os três, e eles vêm me abraçar um de cada vez,
para não me machucar.
- Que bom, que você está bem mim filha. – Papai me abraçou com cuidado.
- É bom ver o senhor. – Beijo a sua bochecha.
Papai se afastou, Carla veio e me abraçou um pouco apertado, soltei um
gemido de dor, mas retribuí o seu abraço.
- Eu pensei que você não iria ver o meu casamento. Eu quase o desmarquei. –
A voz dela falhou no final. Os seus olhos estavam cheios d’água. E me
pergunto se é pôr está feliz em me ver, ou por não precisar desmarcar o
casamento.
- Não chore Carla. Eu ainda estou aqui. – Digo a abraçando mais forte e não
me importo se isso pode me machucar.
Carla se afastou enxugando o seu rosto, e Amanda veio me abraçar e fiquei
me pergunta quando ela tinha chegado de viagem.
Assim que nos abraçamos, Amanda começou a chorar.
- Quem bom, que você está bem. – Disse soluçando. – Eu estava com medo
de perder a minha melhor amiga.
- Mas não perdeu, eu ainda vou perturbar você. – Digo brincando. Ela se
afastou e limpou o seu rosto.
- Eu estou muito emotiva esses dias. – Justificou o seu choro, e eu só
concordo.
- Hmmm... Você está estranha.
Olho para as roupas que ela está usando. Amanda está vestindo uma blusa
cinza folgada e uma calça jeans escura, também folgada.
- Depois conversamos! – Diz ela, baixo.
Concordo com a cabeça. Depois fiquei um tempo com o meu pai e irmã. Eles
ficaram encantados com o Ethan, mas logo eles foram embora. Fui para o
meu quarto com Amanda, mas antes, deixo Ethan no berço do seu quarto.
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Noah estava no escritório.


Sentei-me na cama e fiquei olhando para Amanda que se sentou ao meu lado.
- Pode falar.
- Eu não sei o que vou fazer Anne. – Ela começa a chorar, abraço-a e começo
a fazer carinho no seu cabelo. – Estou grávida. Eu não sei se sou capaz de
cuidar dessa criança, que está crescendo dentro de mim.
- Calma. Tudo tem um jeito. – Tento confortá-la um pouco. – Irei ajudá-la,
como você me ajudou quando descobri que estava grávida.
- Eu não sei se quero ter essa criança. – Diz ela, em prantos. – Eu estou
sozinha nisso.
- Você não está sozinha, eu estou aqui para te ajudar. – Beijo o alto da sua
cabeça. – Sempre estarei aqui para você. E não faça nenhuma besteira que
você possa se arrepender depois.
Ela confirmou com a cabeça, continuei com ela nos meus braços, tentando
acalmá-la um pouco. E eu posso até imaginar como ela está. Eu não sei o que
faria se descobrisse que eu iria ter um filho, de um homem que tinha
“acabado” de se casar. Mas eu espero que, Amanda, não faça nada que se
arrependa depois.
Fico mais um tempo com ela, até que ela decidiu ir embora, e a fiz prometer
que não faria nada sem pensar, e ela prometeu para mim. Assim que ela saiu,
fui até o quarto de Ethan e fiquei um tempo olhando-o dormir, e quando ele
acordou, dei banho nele e o amamentei e logo depois o pus para dormir. Saio
do quarto dele e vou para o meu, entro e vejo que Noah ainda não saiu do
escritório. Aproveitei e fui tomar um banho e trocar o curativo do meu
abdômen.
Depois de tomar um banho demorado e relaxante, troquei o curativo, vesti
uma camisola preta longa e deitei-me na cama. Eu estou quase dormindo,
quando escuto a porta do quarto ser aberta e logo depois ser fechada devagar.
Logo sinto a cama se afundar com o peso de Noah, e ele passou o seu braço
pela minha cintura, me puxando para o seu corpo grande e quente.
- Está acordada? – Perguntou com a sua voz rouca.
- Sim. – Viro-me dentro do seu braço e fico fitando nos olhos, mesmo o

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quarto estando escuro consigo ver os seus olhos castanhos brilhantes, me


observando.
- Você deve estar cansado.
Acaricio o seu rosto.
- Estou um pouco. – Ele fecha os olhos e aproveita o carinho que faço no seu
rosto.
- Eu te amo. – Falo beijando a sua bochecha.
- Também te amo! – Beijou os meus lábios. – Para sempre.
Sorri para ele e o beijei novamente. Agora eu sei que ele é o meu amor,
minha felicidade. O meu para sempre.

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Epílogo

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Seis meses depois

Olho-me mais uma vez no espelho, eu nem acredito que hoje é o dia do meu
casamento. Só falta eu colocar o vestido de noiva, mas eu já estou maquiada
e com os meus cabelos arrumados em um coque alto.
Viro e olho para Amanda, que está sentada na minha cama terminando de se
ajeitar, ela está com uma barriga “grande” para uma pessoa de quase oito
meses, e o que me impressionou é que ela não está agindo negativamente a
gravidez. Amanda está muito calma, ela só surtou quando descobriu que
estava esperando gêmeos, e claro que, eu estava lá ao seu lado para acalmá-
la, e dizer que tudo iria dar certo, que ela será uma boa mãe para os seus
filhos.
Há alguns meses, Marcos o Consigliere de Noah, perdeu a sua mulher no
trabalho de parto e infelizmente o bebê também não sobreviveu, eu fiquei
triste por ele, eu não me imagino perdendo o meu filho, que é tudo para mim.
O Noah o mandou ficar um tempo fora da máfia, para tentar colocar a sua
vida no eixo novamente. Quando eu disse essa notícia a Amanda, ela não
reagiu e nem falou nada, ela somente fingiu que nada tinha acontecido. Eu até
posso entender o lado dela, mas eu esperava algum tipo de compaixão, mas
ela não sentiu. Eu não conheço mais a minha amiga, parece que algo mudou
dentro dela.
Eu até tentei convencê-la de contar para Marcos que ela está grávida, mas ela
é cabeça dura e disse que não iria dizer nada a ele, porque ele merece sentir
essa dor, que ele provavelmente está sentindo. E ela até ameaçou de parar de
falar comigo, se eu continuasse a falar nesse assunto e a única coisa que tive
que fazer, foi aceitar a sua decisão.
- Como é que estou? – Perguntou Amanda se levantando, com um pouco de
dificuldade, da cama. Ela está usando um vestido roxo longo, ele é tomara
que caia e tem o busto rendado, e uma fita no meio da barriga, também tem
um pequeno decote na frente e um maior atrás no formato “V”. Os seus
cabelos ruivos, que estão mais brilhantes e maiores do que antes, estão
arrumados em uma trança lateral. No seu rosto tem uma maquiagem leve;
uma sombra clara e um batom rosa. A minha amiga está maravilhosa, e a sua
barriga é o que estava destacando mais no seu vestido.
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- Maravilhosa!
Tirei o robe que estou usando e o deixo em cima de uma cadeira que tinha ali.
- Me ajuda, a colocar o vestido? – Pergunto para ela.
- Claro.
Quando coloquei o vestido de casamento, me senti realizada, agora eu sei que
irei me casar. O vestido é todo branco, as mangas dele são todas rendadas e é
um pouco rodado na saia, mas não muito. O meu vestido é simples, eu não
quis nada extravagante. Ouço baterem na porta, e quando a foi aberta, vejo
Carla entrando no quarto, vestindo um vestido igual ao da Amanda, todos os
vestidos das minhas madrinhas são iguais. Sorrio ao ver o meu bebê nos
braços de Carla. Vou até eles e o peguei no colo. O meu pequeno Ethan, que
já tem seis meses e que é igualzinho ao Noah, abriu um sorriso para mim.
- Oi meu amor! – Beijo a sua bochecha gorducha. – A mamãe já estava com
saudade.
- Você o viu há meia hora. – Disse Carla, revirando os olhos.
- Quando você tiver um filho, você saberá como é ficar longe dele. – Rebato.
Seguro na mão dele e fico brincando com ele.
- Isso vai demorar bastante tempo, querida Anne – Disse ela. – Eu quero
aproveitar o meu casamento.
- Era bom que você queimasse a língua. – Amanda falou dando um sorriso
travesso. E as duas começaram a discutir.
Não escuto o que elas estão falando e fico olhando para Ethan, nos meus
braços. Beijo o seu narizinho e ele começa a ri.
- Meu pequeno homem. – Falo baixo. Ele pegou o meu dedo indicador e o
segurou com força, e ficou me fitando nos olhos, como sempre, e eu às vezes
acho que ele puxou Noah, de sempre ficar me olhando nos olhos.
- Vamos Anne. O Noah já está te esperando na igreja. – Amanda veio até
onde estou e pegou Ethan dos meus braços. – Nos encontramos na igreja.
Carla me mandou um beijo de longe e saiu do quarto com Amanda. Quando a
porta foi fechada, solto um suspiro trêmulo, ando até o janelão do meu quarto
e fico olhando para o jardim do lado de fora, olho para os soldados que
estavam andando para todos os lados. Se eu imaginasse há algum tempo atrás
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que estaria me casando hoje e teria um filho maravilhoso, com o homem que
amo, eu provavelmente iria me achar louca. Eu nunca me imaginei casando
aos vinte e sete anos, eu pensava em fazer tantas coisas, antes de pensar em
casar e ter filho, mas eu sei que a minha vida teve que ser assim. Mas estou
feliz, vou me casar com o homem que me apaixonei incondicionalmente.
Sou tirada dos meus pensamentos, quando a porta foi aberta, mostrando o
meu pai vestindo um smoking preto, sob medida.
- Posso entrar?
Assenti sorrindo para ele.
- Você está linda, querida. – Falou papai parando na minha frente e beijando
a minha testa.
- O senhor também está lindo.
Alguns meses atrás, o meu pai me contou que tinha se divorciado da Luiza,
eu achei maravilhosa essa notícia. Mas tive raiva ao saber que ela estava o
traindo, com um homem bem mais novo do que ela, eu queria ter ido atrás
dela e dar um bofete naquela cara plastificada dela, mas o meu pai falou que
não era necessário, porque ela saiu do seu casamento, com uma mão na frente
e outra atrás. Ele só falou do seu divórcio meses depois, porque ele disse que
ainda não estava preparado para contar, para mim e para a Carla. Eu pude ver
mágoa nos olhos dele, eu conseguia ver que ele é completamente apaixonado
por aquela mulher, mas eu sei que ele ainda vai encontrar alguém, que possa
amá-lo de verdade.
- Está pronta? – Confirmo com a cabeça. – Então vamos.
Papai me ajudou a descer as escadas e entrar no carro. Assim que o motorista
deu a partida, olho para o meu pai, que está sentado ao meu lado e dou um
sorriso nervoso. Olho para a janela e me lembro da minha despedida de
solteiro há três dias.

****

Eu, Carla e Amanda, tínhamos acabado de entrar em uma das boates, que
não era da máfia, estava vestindo um vestido azul marinho, que vai até um
pouco acima dos meus joelhos e é justo no meu corpo. Felizmente, eu voltei
ao meu corpo normal, antes de engravidar, mas agora eu estou com mais
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curvas no corpo. A Carla está usando uma blusa branca de botões e uma
saia lápis marrom de couro. E Amanda está usando um vestido vermelho,
justo, que marca bastante a sua barriga de quase oito meses.
Sentamo-nos em uma mesa e pedimos algumas bebidas; eu e Amanda
pedimos água, já a Carla pediu tequila.
Já havia se passado uma hora que estávamos na boate, quando as poucas
luzes que iluminavam o local se apagaram, mas logo luzes vermelhas
começaram a piscar, vejo quatro gogo boys, vestidos de bombeiros,
aparecerem a minha frente. A luz mudou para a cor verde, azul e várias
outras. E fiquei paralisada quando escutei falarem o meu nome em um
microfone.
- Hoje vamos comemorar uma despedida de solteira da Srta. Clark, que
daqui a três dias vai se casar.
Várias pessoas assoviaram e aplaudiram.
Olhei para as garotas, e as mesmas estavam rindo da cara que estou fazendo
de espantada. Eu vou matar elas.
Eu tinha prometido a Noah que iria ficar na casa da Amanda, assistindo
alguns filmes, enquanto conversamos bobagens. Mas na verdade eu, Amanda
e Carla, iríamos sair para alguma boate para nos divertir. E Noah não
precisava saber disso. Mas se ele souber que na minha despedida de solteiro
teve gogo boys ele vai me matar.
Os gogo boys vem até onde estou. Um deles pegou a minha mão, me fazendo
levantar da cadeira que estou sentada, fecho a minha boca que está aberta e
tampo os olhos para não olhar para eles, mas estava muito difícil. Fico no
meio dos quatros, com os olhos fechados, só sinto os seus corpos se
esfregando no meu. Sinto o meu rosto ficar vermelho, eu não posso acreditar
que Amanda e a Carla fizeram isso comigo, elas sabem que se o Noah
descobrir que estou com esses gogo boys, ele vai me matar. Um dos quatros
que estavam dançando, pegou a minha mão e a fez deslizar pelo seu corpo
musculoso, abro os meus olhos e fico olhando embasbacada para o corpo
dele.
Senti o meu corpo ficar tenso quando escuto uma voz brava, que eu conheço
muito bem.
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- Que porra é essa?! – Vociferou Noah.


O meu corpo se treme todo, pelo tom de voz que ele usou. Os gogo boys se
afastaram, talvez eles estivessem sentindo medo do meu noivo, que parecia
que poderia matar qualquer um, a qualquer momento.
Fico olhando para Noah, que estava com o maxilar trincado, pela raiva que
está sentindo.
- Então esse é o filme que você disse que iria assistir? – Perguntou-me
raivoso. Fico calada o olhando assustada, como ele tinha descoberto que eu
estava aqui na boate? – Responda-me!
- Meu amor, não é nada disso que você está pensando. – Falei docemente,
me aproximando dele. – Eu só saí para me divertir um pouco, com as
meninas.
- E esses homens tinham que está se esfregando em você?
Ele me olha com raiva, mas eu sei que essa sua raiva é passageira.
- Eu não sabia dos gogo boys, Noah. Eu juro! – Falo, e tento tocar no seu
rosto, mas ele se afastou do meu toque.
- Vamos embora, em casa nós conversamos. – Disse ele, se virando e saindo
da boate.
Viro e olho para as meninas, que estavam até agora só olhando para mim e
Noah.
- Parece que a noite acabou para mim. Vemo-nos amanhã, se eu estiver viva.
– Digo pegando a minha bolsa de mão.
- Boa sorte! – Disseram as duas.
Despeço-me delas e vou atrás de Noah. O encontro encostado no seu carro,
a me ver, ele abriu a porta traseira para eu entrar, entro no carro e me
acomodo no banco de couro confortável, vejo o motorista na frente. Noah se
sentou ao meu lado e continuou sério, com o seu semblante fechado. Tiro os
meus saltos dos pés, e percebo que ele está olhando cada movimento que
faço. Faço um coque no cabelo e peguei o meu celular, que apitou avisando
que tinha chegado uma mensagem.
Era mensagem de uma revista de fofoca, estreito os meus olhos. E aperto na
foto que tinham me enviado. Assim que a foto foi aberta, sinto a minha
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mandíbula ficar tensa. A foto mostrava uma mulher tentando agarrar Noah,
e a mulher era uma stripper. Sinto uma raiva consumir o meu corpo, respirei
fundo para me controlar.
Virei bruscamente e coloquei o celular na frente do seu rosto, o vi ficar com
os olhos arregalados e abrir a boca para falar algo. Levantei a mão.
- Conversamos em casa. – Rosno raivosa.
No restante do caminho, fiquei calada, olhando para a janela do carro.
Assim que o carro parou na frente da casa, sai rápido, segurando a minha
bolsa e os meus saltos. Subi os degraus da frente da casa voando e entrei em
casa, subi as escadas para o segundo andar, antes de ir para o meu quarto
vou até o do Ethan e vejo como ele estar, o encontro dormindo dentro do seu
berço. Beijo a sua testa e verifico se a babá eletrônica está ligada. Saio do
quarto do meu filho e vou para o meu quarto, não encontro Noah. Deixo as
minhas sandálias de salto do chão e jogo a minha bolsa na poltrona que
tinha ali. Estou com tanta raiva, que não consigo abaixar o zíper do meu
vestido. Escutei a porta sendo aberta, mas logo sendo trancada. Noah se
sentou na beirada da cama e ficou olhando para cada movimento que faço,
consigo abrir o bendito vestido e o tiro do meu corpo, lentamente, para
provocá-lo. Assim que o vestido caiu aos meus pés, e o joguei na poltrona.
Virei e fiquei olhando para Noah, que está olhando para cada canto do meu
corpo.
- Podemos conversar agora. – Digo calmamente. Caminho vagarosamente
até ele e paro na sua frente.
Noah olha para o meu corpo e vejo luxúria, desejo no seu olhar.
- Como é que você descobriu que eu estava naquela boate?
Ele desviou o olhar do meu corpo e ficou me fitando nos olhos, aqueles olhos
intensos que sempre conseguem me desarmar, em um estalar de dedo.
- Mandei um dos meus soldados vigiar você, e ele me ligou quando você
entrou naquela boate. – Disse ele dando de ombro.
Sei que ele espera alguma briga, mas eu não vou gastar o tempo que tenho
com ele para brigar.
- Entendo. – Mordo o meu lábio inferior, e ele olhou para a minha boca com
desejo. – E o que você estava fazendo em uma boate de stripper?
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- Alguns dos meus amigos da máfia me levaram para aquela boate, eu não
sabia que era de stripper. Eu juro.
Noah falou baixo, ele não está mais com aquela pose de machão, que manda
no pedaço. Ele está calmo, até demais, para o meu gosto.
- Eu confio em você. – Passo os meus dedos pela sua bochecha. Abaixei-me
um pouco e plantei um beijo na sua boca. – Vou tomar um banho.
- Posso acompanhar você?
- Não. O seu castigo será não me tocar esta noite.
- Anne você não pode fazer isso comigo. Você também estava se esfregando
em homens e eu não fiz nada.
- Por que você também estava se esfregando em mulheres, meu lindo. Agora
eu vou tomar o meu banho, estou cansada.
Entro no banheiro e deixo a porta aberta, sei que ele vai tentar algo. Tiro a
minha calcinha e sutiã e entrei no box. Estou lavando o meu corpo, quando
senti Noah entrar e passar as suas grandes mãos pela minha cintura, me
puxando para mais perto do seu corpo musculoso. Finjo que ele não está me
segurando e continuei a lavar o meu corpo.
Noah começou a beijar o meu ombro molhado, fechei os meus olhos e parei
de lavar o meu corpo e fiquei sentindo a sua boca na minha pele.
- Não vamos ficar brigados. – Sussurra ele no meu ouvido, fazendo-me
arrepiar.
Ele rodeia a sua mão pela minha cintura, me fazendo virar para ele, a sua
boca se chocou na minha. Não resisti e segurei o seu braço e aprofundei
mais o nosso beijo. Noah me encostou à parede de azulejo e começou a
descer a sua boca na pele do meu pescoço.
- Eu amo o seu cheiro. – Diz ele beijando e chupando o meu pescoço.
Eu não me aguentei e segurei o seu rosto o fazendo me olhar e o beijei
loucamente, eu tinha dito que ele não me tocaria essa noite, mas eu que estou
necessitada dele. Saímos do banho e fomos para o quarto, e lá nos perdemos
um no outro.

****
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- Está pronta? – Sou tirada dos meus devaneios, e percebo que já tínhamos
chegado na igreja. Viro para papai e dou um sorriso sem mostrar os dentes.
- Sim.
Ele confirmou com a cabeça e saiu do carro, quando olho lá para fora, vejo
vários fotógrafos, esperando o momento de ver a noiva do Capo da máfia
americana. Aperto o buquê em minhas mãos e tento controlar o nervosismo
que está me consumindo, nesse momento. Tudo vai dá certo. Tem que dá.
A porta do carro foi aberta e papai me ajudou a sair, vários flashes foram
disparados, sorri para todos que estavam me olhando. Andamos até a entrada
da igreja. Respirei fundo, várias vezes, antes de entrar na catedral. A marcha
nupcial começou a tocar e todos ficaram de pé, a maioria das pessoas que
estavam presentes eu não conheço, tinham alguns capos das máfias aliadas,
os consiglieres, e os capitães. Vejo os parentes do meu pai e da minha mãe,
que fiz questão de convidar, olho para as pessoas, a procura do pai de Noah,
mas não o encontro. Há um mês eu conheci Patrick, pai de Noah. Ele não foi
muito “acolhedor”. Eu já esperava por isso, Patrick não aceitou que o seu
único filho se casasse com uma mulher de fora da máfia.
Assim que vi Noah parado no altar, o meu coração acelerou, ele estava com
um sorriso estampado no seu rosto perfeito. Eu sei que ele estava nervoso,
como eu, mas ele sabia esconder isso perfeitamente. Fui entregue para Noah,
e o meu pai apertou a mão dele e saiu. Noah pegou a minha mão e vi que ele
estava suando frio, me controlei para não sorri.
- Se acalme. – Sussurrei.
- Estou tentando.
Sorrio de lado e quando vou falar algo, o padre começou a cerimônia. Fiquei
prestando atenção a cada palavra que ele dizia, e eu sabia que a cada
momento que passava, eu estava mais perto de me tornar a Sra. Johnson.
- Anne Clark, você aceita Noah Johnson como o seu legítimo esposo? Para
amá-lo e respeitá-lo na saúde e na doença. Na alegria e na tristeza. Na riqueza
e na pobreza? Até que a morte os separe?
Olho para Noah com os olhos cheio de lágrimas e respondo: - Aceito.
- Noah Johnson, você aceita Anne Clark como a sua legítima esposa? Para
amá-la e respeitá-la na saúde e na doença. Na alegria e na tristeza. Na riqueza
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e na pobreza? Até que a morte os separe?


- Aceito.
- Então pelo poder em mim investido, eu os declaro marido e mulher. –
Sorrio para Noah. – Pode beijar a noiva.
Noah me trouxe para perto do seu corpo e me beijou com carinho. Eu me
senti a mulher mais feliz do mundo.
- Agora você é minha para sempre. – Falou com os seus lábios colados nos
meus.
- Para sempre.

Fim.

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