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Capa: LA Capas
Diagramação: Veveta Miranda
Revisão: Helen Bampi
Criado no Brasil.
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Penúltimo capítulo
Último capítulo
Epílogo 1
Epílogo 2
Dedico esse livro a uma pessoa especial que foi uma guerreira é minha
verdadeira rainha, Minha mãe Rosa Helena Vicente!
Sinceramente, eu não sei como consegui chegar em casa. Entro em silêncio
para não acordar a minha irmã, e acabo gemendo quando sem querer esbarro no
corrimão e tranco os dentes para não gritar, soltando apenas um pequeno gemido
de dor.
Vou andando bem devagar, e cada passo que eu dava era uma tortura, e
sempre me apoiando na parede até chegar à minha mesinha, onde eu tinha um
notebook e também alguns livros.
Nem sempre eu precisava acender a luz do quarto, sendo que eu tinha uma
luminária. Assim que consigo alcançá-la, acendo-a e vejo os meus dedos
machucados. Sinto as lágrimas já escorrerem. Abro o diário que eu tinha
ganhado da minha irmã e começo a escrever. Até mesmo escrever dói. Começo a
chorar baixinho.
Só consigo escrever isso, e deixo o diário. Abro a gaveta, onde havia um
pequeno canivete. Pego-o e sigo para o banheiro. Ao chegar lá, acendo as luzes.
As lágrimas descem mais e mais e não consigo controlar. Eu estava
envergonhada, com dor, com raiva.
Levo o estilete direto para o meu pulso e começo a passar a lâmina. Sinto a
ardência do corte e já vejo o sangue saindo. Faço a mesma coisa no outro, e não
demorou muito eu estava caindo no chão. Um pouco antes de fazê-lo, ouço o
grito da minha irmã:
— Eu sei que é! — concordo com ela. Eu sei muito bem que as mulheres
desejam o meu corpo. Desde que eu era adolescente, sabia chamar atenção.
— Você não quer me foder? — ela me pergunta, com voz de queixa. É claro
que eu iria foder ela. Afinal, um homem como eu sabe como foder. Não
precisava nem tocar nela para saber que ela já estava excitada o bastante para
enfiar o meu pau dentro da sua bucetinha.
— Você é uma putinha que está desesperada pelo meu pau, não? —
pergunto, já sabendo a resposta.
Meus amigos falam que eu ainda vou encontrar o grande amor da minha
vida, e só dou risada da cara deles, para mim essa história de amor, como já
disse, não existe.
— Me fode, Leon, mais forte! — ela pede, e dou o que ela quer. Puxo seus
cabelos com força e a fodo mais e mais forte, fazendo a cama balançar.
Logo a ouço dizer que está gozando e a deixo gozar primeiro, e depois vou
logo atrás. Eu sou filho da puta, mas também sei ser generoso. Tiro o meu pau de
dentro dela e vou até o banheiro, tiro a camisinha e jogo no lixo. Antes de sair,
lavo as mãos e me visto. Ela me olha espantada.
— Você sabe que eu não durmo com nenhuma mulher — respondo, grosso.
Eu deveria ter me tocado de que quando você fode uma, duas vezes ou
mais, ela já acha que me amarrou.
— Então já sabe que não devemos mais nos ver — digo simplesmente.
Pego o meu relógio e a chave do carro e vou em direção à porta. Quando estou
saindo, ouço-a me chamando e me viro.
— Eu te juro, Leon, que vou fazer a sua vida um inferno e que logo, logo
você vai ser meu novamente.
— Nunca fui e nunca vou ser seu, Laura. Adeus! — digo, e vou embora.
Chegando à recepção do hotel, deixo pagos a diária e o dia seguinte e mais o que
ela deveria comer e vou embora para nunca mais voltar.
— Boa noite, Arthur. Tudo em ordem por aqui? — desligo o rádio e tiro o
meu celular do suporte.
— Que bom! — agradeço e lhe dou boa noite. Logo estou seguindo para
minha casa. Finalmente vou ter uma boa noite de sono. Andava tendo festas
demais por aqui, às vezes eu tinha vontade mesmo era de me mudar para um
apartamento.
Penso sempre sobre isso, e acabo desistindo. Com alívio chego em frente à
minha garagem. Quando estou para entrar em casa, a porta se abre.
— Algum problema?
— Ainda não.
Fico ali durante algum tempo sentindo a quentura da água. Passo o sabonete
pelo meu corpo, e não demoro muito no chuveiro. Volto para o meu quarto e lá
me seco, colocando meu pijama. Quando estou penteando meu cabelo, ouço a
Olívia me chamar, me avisando da janta.
Para mim era tão bom, porque a morte viria e me levaria do meu
sofrimento. De uma coisa eu tinha certeza: eu não saberia como viver com
aquilo. Só que eu não contava que as enfermeiras fossem entrar tão rápido e
gritando. E apaguei novamente.
— O que você fez, Duda? — ela me questiona, com lágrimas nos olhos.
— Então, vai ou não me fazer entender o que está acontecendo com você?
— Sim… — sussurro.
— Eu sei que não! Você não sabe o que eu senti quando te vi no chão do
banheiro toda ensanguentada.
Minha irmã linda… Ela não tinha ideia de como eu a admirava, me criou
desde pequena, a nossa diferença é de dez anos.
— Não, eu não quero que você atente mais contra a sua vida! — ela diz,
brava, e se levanta. Assim pude reparar em como ela estava abatida.
— Eu preciso morrer!
— Eu não posso ficar calma! — olho firme para ela. — Além de ter sido
violentada, posso estar grávida e ainda correr o risco de ter pegado uma DST.
— Não senhorita! Mas isso não significa que a senhorita não tenha que
tomar a pílula do dia seguinte e muito menos o coquetel, pois vai tomar como
prevenção.
— Mas o senhor não disse que eu não estou grávida e também não contraí
DST? Por que eu tenho que tomar? — questiono, já ficando nervosa.
— A senhorita passou por um grande trauma, e sei que está abalada, mas
precisa fazer mais exames e também começar a tomar a medicação, tudo bem?
— aceno a cabeça em concordância. Não demora muito, ele sai, e vem uma
enfermeira, e sou tirada da restrição. Foi assim que comecei a minha longa
jornada para esquecer o meu pesadelo.
Decidi que nunca vou me relacionar com ninguém. O medo ainda bate em
mim quando algum homem se aproxima. Mesmo sabendo que não pode me fazer
nada de mal, eu ainda fico com um pé atrás.
Pego a mochila e sigo para o curso, pedindo mais uma vez a Deus para me
fazer esquecer de tudo que me aconteceu. Será que é pedir muito? Solto um
longo suspiro triste.
Eu andava muito estressado, e a única pessoa que me aguentava era a minha
secretária. Acho que ela merece até mesmo um bônus por me aguentar tanto.
— Depois eu retorno — mas eu não iria ligar merda nenhuma para aquela
louca. Ela cumpriu mesmo a promessa de tornar a minha vida um inferno. Agora
a louca disse que estava achando que eu a tinha engravidado.
— Mas eu não!
Dou um sorriso.
— Não, obrigada — ela brinca, e dou risada. Sei que a Vanessa namora um
médico.
— Hã… sei! — ela ri, e continua: — Eu não faço o seu tipo, e mesmo que
fizesse estou muito feliz com o meu namorado.
Vanessa era a única mulher de quem eu gostava, e que não queria abrir as
pernas para eu foder.
— Bom, me avisa, que mando fazer uma cesta para ela também.
— Vanessa, preciso me casar com você! — volto a brincar ao ver que ela
tinha feito pedido de arroz branco com strogonoff de frango e batata palha e um
suco de laranja.
— Eu já disse que não quero me casar com você — ela rebate, ironizando, e
deixa a comida. Volto para a mesa e ataco. Deus, aquilo estava muito bom.
Volto para a minha mesa e continuo a trabalhar até o fim do expediente. Sou
novamente interrompido quando a Vanessa entra para me avisar que estava indo
embora.
— Também já vou — aviso, e logo nos despedimos. Fico ainda mais um
pouco no escritório. Quando vou embora, em vez de ir atrás de um “rabo de
saia”, sigo para casa.
A empresa da qual eu sou presidente foi fundada pelo meu pai, agora
aposentado. Ele sempre dizia que o chocolate é mais do que afrodisíaco, é amor,
e quando você ama uma pessoa você a presenteia com chocolates. Foi assim que
ele conheceu a minha mãe, dando chocolates como presente.
— Meu filho, você precisa arranjar uma bela mulher — lá vinha ela
novamente com essa história.
— Mãe, você sabe que eu nunca vou me casar — lembro-a, e penso que
também nunca vou amar ninguém.
— Meu filho, escuta o que eu vou te dizer! Não vai demorar e você logo vai
conhecer uma boa pessoa e com certeza vai se apaixonar.
— Mãe, não fui feito para o amor — confesso, sentindo pela primeira vez
uma solidão.
— Bobagem, meu filho! Todo mundo foi feito para amar, e você também
vai amar alguém algum dia — ela fala com tanta convicção, que quase acredito
nela.
E fiquei mais uma noite sem dormir. Acho que isso está virando rotina
mesmo. Aqui estou, sentada na cama com os joelhos dobrados tentando relaxar,
mesmo sabendo que não iria conseguir.
Às vezes eu tenho uma grande inveja dela. Minha irmã é perfeita em tudo.
Tem um corpo de dar inveja. Lindos cabelos negros e compridos. Somos
completamente diferentes, eu sou ruiva de cabelos ondulados.
Vanessa sempre fala que puxei à nossa mãe — que Deus a tenha em um
bom lugar. Às vezes é difícil pensar que nossos pais acabaram morrendo em um
acidente de avião alguns anos atrás.
Faço um café não muito forte e começo a tomar, sentindo logo o seu sabor
maravilhoso. Fico ali mergulhada em pensamentos profundos, quando dou de
cara com a Vanessa.
— Sim.
— OK, por ora vamos deixar quieto — ela cede, e dou graças a Deus.
— Eu sei, e estava falando com o meu chefe sobre você — ela diz, sem me
olhar.
— Vane! — alerto-a, e olho feio para ela, que me olha como se não tivesse
falado nada.
— Então, deixa te contar, ele pediu para te convidar para ir à festa dos
funcionários.
— Então… — ela demora para responder, e volto a olhar feio para ela.
— Duda, se você não sair de casa, nunca vai achar que está pronta!
Eu sei que o que ela está dizendo é verdade. O único problema é que toda
vez que sou convidada para ir a alguma festa ou mesmo um barzinho eu tenho
algum tipo de bloqueio.
— Ora, vamos, ninguém vai morder você! — ela brinca, e fico com a
sensação de que isso poderia acontecer.
— Ótimo! Eu quero comprar uma roupa bem bonita para sair com o meu
doutor — Vane fala, bem sonhadora.
Minha irmã acabou mesmo namorando o meu médico. É claro que isso não
podia acontecer quando eu estava internada. Mas isso não foi empecilho para o
meu ex-médico, que agora é meu cunhado e amigo.
Ele é o único homem que eu deixo se aproximar de mim. Sei que ele não
me faria mal. Eu devo muito ao doutor Lucas Leão, meu futuro cunhado.
— Graças a Deus!
— Então, ele me convidou para jantar amanhã, acho que ele vai me fazer a
proposta.
Entro no elevador e logo ouço um grito pedindo para segurar a porta. Como
todo-cavalheiro que eu sou, seguro-a. Logo vem, praticamente descabelada, a
minha secretária.
— Nossa, o que deu em você? — eu tenho que a tratar bem, senão é bem
capaz de ela colocar veneno no meu café.
— Bom, isso dá para ver na sua cara — brinco, e recebo um olhar mortal.
Fico em silêncio.
— Sua irmã deve ter assistido a algum filme de terror — brinco, querendo
aliviar o clima, que de repente ficou tenso.
Vanessa está muito quieta, e eu não quero forçá-la. E ali fico, observando-a
fazer o café. Logo a máquina libera um aroma delicioso.
— Meu Deus, homem, não me assuste assim, não! — ela diz, brava,
colocando a mão no coração.
— Fica tranquila.
Ela agradece e logo está me servindo uma caneca de café. Do nada, diz:
— Que bom! — ela abre um sorriso, e fico aliviado que agora ela está mais
tranquila.
— Ah, é claro.
— Bom, não sou mesmo de comentar, meus pais morreram alguns anos
atrás em um acidente de avião, e ficamos a minha irmã e eu.
— Bom, vamos mudar de assunto, que hoje vou dar uma volta para ver
como andam os chocolates. Você vem comigo?
Vou para a minha sala. Hoje é o dia de fazer verificação na fábrica, e para
deixar uma boa aparência acabei vestindo um terno, sem gravata. Não estou a
fim de morrer cozido, aliás, não vejo a hora de tudo acabar e ir para casa, o dia
mal começou e já estou cansado.
Quando estou saindo para ir fazer a vistoria pela fábrica, o meu celular toca.
Atendo sem nem ver quem era.
— Alô?
— Meu amor, você deve estar enganado, nós apenas tivemos uma pequena
discussão.
— Leon, como você pode falar assim com a mãe do seu filho? — ela diz,
agora com voz de choro.
— Que filho? Você não está grávida porra nenhuma! — grito, perdendo a
paciência.
— Escuta o que vou te falar, se eu descobrir que você está me traindo, vou
acabar com a sua raça — a puta louca desliga na minha cara, e jogo o celular em
cima da mesa. Percebo que a Vanessa está parada na porta do escritório.
— Obrigado, Vane!
— Duda, a sua irmã está certíssima, eu mesmo já tinha comentado com ela
sobre isso. E então, você está disposta a se ajudar?
— Alô, Duda?
Assim que termino, subo para o quarto e tomo um banho rápido. Saio
correndo, para não chegar atrasada ao meu curso.
E ali fiquei, tranquila, ou melhor, tentando ficar tranquila com uma peste
bem do meu lado. Não estava dando certo mesmo. O babaca andava me
perturbando muito com brincadeiras idiotas e decidiu ficar no meu pé.
— Sabe, quanto mais você me despreza, mais fico gamado em você! — ele
diz, e sinto ânsia de vômito.
— Qualquer hora vou te ensinar uma bela lição! — ele fala, em tom de
ameaça, e gelo na hora, tenho certeza de que fiquei pálida. Pego as minhas
coisas e, sem olhar para ele, acabo me mudando de mesa. Quando acho que vou
ficar tranquila, a praga volta a me atormentar.
As horas vão passando. Hoje com certeza não prestei atenção a nada que foi
passado, e não posso ficar desse jeito.
— Algum problema, Maria Eduarda? Você é uma das alunas mais aplicadas
no curso de Administração, e hoje você não estava tão presente como é nas
outras aulas. Tem certeza de que está bem?
Agradeço e saio correndo, com a sensação de que estou sendo seguida, mas
olho para trás e não vejo ninguém. Pode ser impressão minha.
Volto para casa o mais rápido possível. Quando chego, tranco tudo e subo
correndo as escadas. Vou para o meu quarto e o tranco também. Pode até ser
mesmo paranoia, mas não quero pagar para ver.
Desde que comecei o curso, sempre evitei qualquer contato com os colegas.
Se eles chegam muito perto, sem querer acabo travando e fico morrendo de
medo.
— Aqui não é a Vane — diz uma voz abafada, e começo a tremer como
vara curta.
— Ah, sou a pessoa que vai infernizar a sua vida, vadia! — ele desliga.
Bloqueio o número e volto a chorar, imaginando que deveria ser aquela peste.
Como ele conseguiu meu número?
Meu Deus, mais uma vez não! Corro para o banheiro e jogo toda a comida
que tinha comido no vaso. E fico ali um bom tempo. Quando acho que não vai
sair mais nada, pego a minha escova e escovo os dentes para tirar o gosto
amargo do vômito.
Assim que termino, ligo o chuveiro e entro, deixando a água quente cair em
meu corpo. Lavo-me querendo tirar a sujeira que estava não no meu corpo, mas
na alma.
Ele parecia o deus Adônis, o deus da beleza, e uma coisa eu posso dizer:
nunca fiquei tão excitada e ao mesmo tempo confusa por causa de um homem. A
minha calcinha tinha acabado de inundar só de ver aquele deus ali na minha
frente.
O andar dele era de predador, e fez-me andar para trás. Não sei o que está se
passando comigo, mas uma coisa eu posso dizer de olhos fechados: ele nunca me
faria mal. O seu olhar tinha o poder de me levar direto para os seus braços, e fico
chocada com esses pensamentos.
Mal conheci essa mulher e não vejo a hora de tê-la em minha cama e fazer
amor com ela, tão delicado e ao mesmo tempo foder seu corpo com gosto. Como
não a conheci antes?
— Que bom. Deixa te apresentar a minha irmã, Leon — ela diz, alegre, e
sorrio com a sua animação: — Essa é a Maria Eduarda.
Porra, que voz é essa que ela tem? Sexy pra caramba. Não preciso nem
olhar para o meu pau para saber que ele já está ali de pé como se estivesse
reverenciando a sua rainha.
— Pode me chamar de Leon! — peço, querendo que ela dissesse meu nome
só para saber como sairia daquela boca.
— OK, Leon!
Droga, eu poderia ficar ali só ouvindo a sua voz sexy. Ela me olha nos
olhos, e é quando tenho a confirmação de que ela esteve mesmo chorando. Será
que foi por algum namoradinho?
Ela não pode ter um namorado. Eu não quero que ela tenha. Quero-a para
mim, e farei de tudo para conquistar o seu coração. Mesmo que essa minha
rainha tenha um namorado, irei tratar logo de fazer com que eles terminem essa
relação.
— Vane, falta muito para você sair? — ela pergunta, e solta a minha mão, e
eu sinto a falta do seu contato. Para um homem da minha idade, ter esses tipos
de sentimentos é bem perturbador.
— Que bom — ela diz, me olhando meio sem jeito. Estava corada. Como
ela ficava mais linda corada daquele jeito! Como queria experimentar a sua boca
para saber o seu gosto.
— Leon, você pode ficar fazendo companhia para a minha irmã? — ela
pergunta, e pisca o olho para mim. Essa Vanessa é muito esperta mesmo.
— Bom, não tenho nada de interessante sobre a minha vida — ela diz,
quase em um sussurro.
— Não tenho.
— Não, a menos que você queira vir trabalhar comigo — flerto com ela.
— Então, não vai me contar? — ela olha para a minha boca fixamente,
como se estivesse concentrada.
— Hã… Desculpa, fiquei distraída. Eu não viria trabalhar aqui só por causa
dos chocolates.
— Por quê?
— Pensei que você não viria trabalhar aqui por minha causa!
— Sim, é claro — ela responde, e enrubesce. Acho que nem percebeu que
havia concordado.
— Então, sei que você deve achar estranho o que vou te falar — começo,
olhando para ela. Eu estava suando frio. Que droga, nunca fiquei tão nervoso por
causa de uma mulher do jeito que estava por ela. Quando ia lhe contar que estava
interessado e gostaria de chamá-la para jantar, a sua irmã aparece novamente, e
olho feio para ela.
— E aí, já se conheceram?
— Meu Deus, como vocês são moles — ela exclama, e a Duda desvia o
olhar do meu e fala:
— Vane!
— O quê?
— Eu te conheço, Vanessa! — ela diz, brava. E não é que ela fica linda toda
bravinha?!
— Meu Deus, como vocês dois são injustos — ela se faz de vítima.
— Hã… Você deve estar bem ocupado, não? — Duda diz, como se não
quisesse que eu fosse.
— É claro que não, Duda! — e me olha com deboche: — Leon não trabalha
mesmo!
— Ei! — eu protesto.
— Vane, tem certeza de que não sabe do que estou falando? — pergunto,
pedindo a Deus a paciência que não estou tendo.
— Vanessa, puta que pariu, tinha que agir daquele jeito? — explodo com
ela, que nem se abala.
— Agir como?
— Ah, sei, então foi impressão minha você me jogar para o seu chefe?
— É claro que sim! — ela volta a se defender, e ficamos em silêncio. Eu
estava louca para bater nela. — Oh, Duda!
— O que é?
Eu sei muito bem que ela gostaria de saber o que eu estava achando dele.
Ela queria que eu falasse o quê? Que ele é bonito? Sim, ele é! Que ele é gostoso?
Sim, também é! Que quando nossas mãos se tocaram eu senti uma espécie de
choque? A isso eu não sei responder.
— É claro que sim! Ele é o que você precisa. Um homem forte, bom e que
vai saber te respeitar, e o melhor de tudo: vai poder te amar como você merece.
— Vane, você não pode ficar querendo me jogar nos braços de todo homem
que conhece.
— Eu não estou te jogando em qualquer um, e sim nos braços do Leon! —
ela volta a se defender.
— Vane, pelo amor de Deus! Ele deve estar se divertindo vendo que você
está oferecendo a sua irmãzinha na bandeja para ele.
— Ah, então você acha ele um lobo sexy e feroz? — ela brinca.
— Meu Deus, tem certeza de que não bateu a cabeça em algum lugar, não?
— Ah, vamos lá, Duda, só para mim, ninguém vai saber! — ela insiste.
— A verdade!
— Não era exatamente o que eu queria ouvir, mas fazer o quê?! Isso vale
também.
— E eu tenho culpa?
Minha irmã me abraça, e sinto uma leve fraqueza nas pernas. Quando acho
que vou cair, sinto os braços do Leon me pegando.
— Não sei!
— Eu estou bem — sussurro. Não queria contar o que acho que vi.
— Leon, será que aqui tem uma clínica médica tipo “doutor-consulta”?
— Não, você não está — quem responde é o Leon. Ele me pega no colo, e
seguimos direto para a entrada do shopping. Lá, vejo a minha irmã perguntando
se tinha a tal clínica. Logo estou sendo levada.
— Leon, me solta!
— Não! — ele nega, e não sinto medo de ficar em seus braços e acho isso
muito estranho.
— Que droga, Duda! — ele diz, bravo. E não é que fico excitada? O que
está acontecendo comigo?
— Eu já disse que não vou te soltar! Meu Deus, mulher, para de ser
teimosa! Vamos deixar uma coisa bem clara entre a gente? Eu estou amando
segurar uma mulher com curvas! — ele pisca o olho, e fico ainda mais excitada.
Como isso é possível?
— Leon, esquece, não entra na onda da minha irmã — peço.
— Eu sei que ela quer me jogar em seus braços — resmungo, na hora sem
nem saber o que dizer direito.
— Eu não sou “ninguém” mesmo — tenho vontade de dar uns tapas nele.
— Eu sou Leon Vitorino, e você gostando ou não vou cuidar de você! Vou
venerar e amar você!
— Acabou? — ironizo.
Será que foi o mesmo homem que ligou? Seria o Pedro querendo fazer trote
só porque não dou bola para ele? Parece que eu vou ficar por enquanto sem
saber o que fazer.
Olho para o Leon, tão sério, tão seguro de si e ainda tão determinado a que
eu fique com ele. Seria ele o homem certo para mim, uma menina mulher
machucada pela vida?
— Você não tem ideia de como é perfeita para mim, e não consigo tirar os
meus olhos de você nem em pensamentos — seu tom rouco me deixa mais
excitada, e acho que devo estar muito doente.
— Eu acho que não sou perfeita para ninguém — confesso, com tristeza.
— Isso não é verdade! Minha rainha, o que você não entendeu é que você
me pertence, e vai descobrir que, quando Leon Vitorino ama, ele ama para
sempre! — ele me diz, com convicção. Por que será que sinto que esse homem
está me dizendo a verdade?
A forma como a Duda estava querendo me dispensar chegava até a ser
cômica. Ela ainda não me conhecia bem o suficiente para saber que eu, Leon
Vitorino, nunca desisto do que quero, e como eu quero essa menina!
Duas coisas que me chamaram atenção: a Duda não queria deixar o médico
examiná-la, ficou até mesmo pálida, como se tivesse fobia de médico.
Outra coisa era que o médico a estava olhando de uma forma nem um
pouco profissional, e isso não gostei de maneira alguma. Quando ele vai tocá-la,
não aguento e falo:
— Algum problema aí, doutor? — vejo que as mãos dele estão indo para
perto dos seios dela.
— Muito bem!
Eu fico aliviado.
— Ótimo!
— Algum problema?
— E você acha que não sou? — provoco-a, amando ver o fogo em seus
olhos.
— Vane, você tinha que ver o Leon falando com o médico, bem estúpido.
— Estúpido o cara! Estava querendo tocar em seus peitos — volto a me
defender. A mulher é minha e ninguém toca no que é meu.
— Meu Deus, fala sério isso! — ela diz, brava, e sai na minha frente toda
furiosa, e eu louco para ir atrás dela. Mas a Vanessa me segura:
— Nem pense!
— Eu não consigo!
— Sei disso. E ela também, só que não quer dar o braço a torcer.
— Vou tentar.
— Obrigada.
Assim que chegamos lá, a minha rainha estava tomando um sorvete, e sua
expressão de prazer fez o meu pau entrar em modo ativo.
— Então, é bom?
— O quê?
— Esse sorvete.
— Não!
— O que é engraçado?
Ela me olha como se estivesse chocada com o que eu disse, e logo seu rosto
fica mais vermelho ao entender.
— Ah, minha linda rainha, logo você vai ver que tudo que eu falo e faço
para você é verdadeiro.
— Como você pode achar que está apaixonado por mim? — ela tenta puxar
a sua mão de volta, mas não deixo.
— E você, como pode achar que não está apaixonada por mim? — minha
pergunta a deixa espantada.
— Eu também não sei, Duda! Só sei que o que eu sinto por você vai além
de uma atração sexual.
— Então o único homem por quem você vai se apaixonar loucamente sou
eu! — brinco.
— Meu Deus, você é louco? — ela ri, e amo sua risada. Sim, eu estava
louco por ela.
Estou querendo jogar alguma coisa na cabeça do Leon. O filho da mãe teve
a ousadia de vir nos acompanhar para nos fazer segurança. Ah, como tive
vontade de tirar o sorrisinho daquele babaca bonito. A vontade é tanta, que
chego até a abrir um sorriso de satisfação.
— É isso mesmo, eu não achei nada! — eu não vou lhe dizer que o achei
lindo e que ele me deixa confusa com os meus próprios sentimentos.
— Eu vi vocês dois juntos, e pareciam tão fofos — ela faz um coração com
as mãos.
— E você não tem ideia de como estava feliz conversando com o Leon!
— É claro que sim! Não gostei de ouvi-lo dizer “Você, Duda, é a minha
rainha” — ironizo, mesmo que no fundo tenha achado meio fofo.
— Sim, eu ainda tenho que estudar! — gemo ao lembrar que hoje nem
prestei atenção na aula.
— Algum problema?
— Nenhum, só hoje não estava muito disposta para estudar — desconverso,
não queria contar-lhe o que tinha acontecido comigo.
— Sim.
— Sim, e você me ama também — brinco. Dou boa noite para ela e vou
lavar a louça.
Resolvo seguir a minha irmã e também vou direto para o chuveiro. Sentir a
água caindo pelo meu corpo foi muito bom. Não me demoro e logo saio, me
seco e coloco um baby-doll, pego meus livros e meus cadernos e começo a
estudar. Fico assim durante um bom tempo.
Estava tão entretida com a matéria, que quase não ouço o meu celular tocar.
Fico meio indecisa, não sabendo se verificava ou não. Amanhã sem falta tenho
que trocar o chip.
Pego o meu celular e, ainda meio receosa, o desbloqueio. Percebo que não
tinha nenhuma ligação perdida, e sim um recado no WhatsApp. Quando abro,
me deparo com uma mensagem que me deixou feliz e ao mesmo tempo com
vontade de esganar a minha irmã.
“Ah, minha rainha, ao meu lado você sempre terá sonhos bons!”
Por incrível que pareça, acredito nele. Eu não posso me envolver com ele!
Acabo rindo da mensagem dele, e devo concordar com a minha irmã, ele
me faz rir.
“Brega não, minha rainha, sou apenas um homem a fim de uma bela mulher!”
Meu coração dá um pulo quando leio essa mensagem. E escrevo o que acho
das palavras dele.
“Então você mandou mensagem por engano, eu não sou uma bela mulher!”
“Ao contrário do que você pensa, vou te mostrar como você é a minha bela
rainha! Escreve o que vou te dizer: muito em breve você será minha!”
Fico mexida com a forma como ele escreveu, mesmo ele dizendo essas
palavras bregas e fofas ao mesmo tempo. Uma coisa eu posso dizer: não sou a
mulher certa para ele, e talvez nunca seja.
“Eu sou uma mulher que não pode amar e muito menos ser amada por um
homem como você, Leon! Acho melhor você procurar outra mulher que te faça
feliz e que não carregue um passado cheio de dor e sofrimento!”
— A gente não vai se ver mais! — decido. Preciso procurar ajuda o mais
rápido possível.
— O caralho que a gente não vai se ver mais! — ele protesta, bravo, e
sorrio.
— O que eu quero é você, Duda, e vou te ter custe o que custar. Escuta o
que vou te dizer: nada que você disser vai nos separar!
— Sabe de uma coisa, Leon? Tem coisas que podem separar um casal.
— Então me diga!
Ouvir seu choro me fez quase sair de casa e ir para a casa dela durante a
madrugada. Como eu queria saber o que estava acontecendo com ela!
A minha vontade foi ligar para a Vanessa assim que a minha rainha desligou
a chamada. Mas não achei certo acordá-la sendo que o problema tinha que ser
resolvido entre a minha rainha e eu.
Mesmo que ela não queira falar comigo, eu a tenho que procurar, e é o que
vou fazer assim que terminar de amanhecer. Levanto-me da cama e sigo para o
chuveiro para tirar o cansaço que estava em meu corpo.
A forma como ela ficou em meus braços foi perfeita, e logo a imagino aqui
em minha casa e em nossa cama. Ela chamou minha atenção não só pelo seu
corpo maravilhoso, mas também pela força que me mostrava.
Isso sim seria muito gostoso. Tê-la aqui ao meu lado me acariciando, me
tocando, e juntos fazendo amor bem gostoso. Meu pau estava bem duro e
precisando de uma foda. Se fosse em outra ocasião, eu iria procurar a Laura, ou
outras mulheres com as quais fiz sexo.
Quando olho para baixo, vejo que meu pau estava meio duro e dou um
suspiro de alívio, não fazia bem eu aparecer com uma bela ereção na casa dela e
assustá-la. Eu preciso ver se ela está bem, e nada melhor do que ir já. Troco-me
rápido e logo estou indo para lá. Espero que ela me receba.
Assim que chego à casa dela, toco a campainha, e quem vem me atender é a
Vanessa, que fica surpresa ao me ver ali parado.
— Sim. Acho que ela mal dormiu essa noite. Aliás, parece que vocês dois
mal dormiram.
— É claro que não! Assim você me conta o que veio fazer atrás da minha
irmã a esta hora da manhã — ela brinca.
— Então por isso ela estava triste — Vane fala consigo mesma, e fico
curioso.
— Vane, ela disse que tinha algo que estava acontecendo com ela. E ela não
quis me contar.
— Então, Leon, é só ela que pode te contar! — ela diz, sem graça.
— É o que eu vou fazer! Vane, obrigado por ter me apresentado a sua irmã.
— Eu sei que não, Vane. Só preciso que ela me veja e diga na minha frente
que não quer nada comigo.
— Sim, e não vejo a hora de ficarmos frente a frente. Vou indo para lá!
— Pois é, minha amiga, a sua irmã deve ser alguma bruxinha que colocou
um feitiço em mim, não consigo tirá-la da cabeça, e mesmo que ela me rejeite eu
vou lutar até o fim! — me despeço e vou em direção ao curso, onde fico
esperando a minha rainha.
Saio do carro e percebo que os alunos estão saindo. Reparo que a minha
rainha não me vê e corro atrás dela para não a assustar. É quando ela vê que sou
eu e para de andar. Noto as expressões em seu rosto, que variam entre medo e
alívio.
— Vocês têm alguma enfermaria? — logo estão me levando direto para lá.
Ao me ver com a minha rainha, a enfermeira exclama, preocupada:
— Que eu saiba ela se encontra bem — minto, não vou contar que a gente
brigou.
— Então tudo bem! — ela pega um frasco do que parecia álcool e passa em
uma gaze, levando até o nariz da minha rainha.
Não demora muito, a Duda começa a se mexer na maca. Logo está abrindo
os olhos. Fico aliviado, pois ao me ver ela abre um sorriso e sussurra:
— Leon, eu pensei que tinha sido um sonho! — ela leva a sua mão ao meu
rosto, fazendo um carinho. Só de ver que ela está bem eu fico mais tranquilo.
Penteio meus longos cabelos ruivos e passo uma leve maquiagem em meu
rosto. Sempre fui vaidosa e gosto do jeito como me visto. Gosto de chamar
atenção como toda adolescente. Sei que sou bonita e vivo atraindo olhares.
— Nossa, Duda, como você está linda! — minha irmã diz, e olho para ela,
que estava ali parada na porta.
— Sinceramente, me sinto ótima, sei que parece estranho, mas parece que
ganhei a minha liberdade.
— Você falando assim até parece que eu te deixava em uma cela! — Vane
debocha, e eu rio.
— Ah, sim! Mamãe e papai acharam graça também quando disse que agora
estava livre para fazer o que quisesse — ela diz, com um sorriso triste, que
acabou me contagiando.
— Sim. E você?
— Sempre — confesso.
— Bom, agora chega de tristeza — ela tira uma sacola que estava
escondida. Eu não tinha nem percebido.
— Talvez você não soubesse, mas toda mulher da nossa família tem um
diário. E a mamãe me pediu para te dar um quando fizesse 18 anos se ela não
estivesse mais aqui.
— Que bom! Agora, me conta o que vai fazer hoje, no dia do seu
aniversário?
— Bom, como eu sou maior de idade, vou para a balada! E é claro que você
vai comigo!
— Duda, só peço que tome cuidado, OK? — aceno com a cabeça, e ela
continua: — Você agora é maior de idade e não é bom ter uma irmã sempre ao
seu lado.
— Eu sei disso.
— Então, o que está te incomodando?
— Duda, lembra que eu deixo você ficar alguns meses sem estudar e só
depois você vai fazer a faculdade?
— Deus me livre!
— Agora, vamos lá, que eu te levo para a escola e depois sigo para o
trabalho.
— Não enche, Pedro! — respondo, sem nem olhar para ele. Ele vive me
aborrecendo, dizendo que eu sou gostosa. E de uma coisa eu tenho certeza: ele
fala isso só para ficar me zoando. A única coisa que sinto por ele é nojo.
— Ah, sim, eu bato bem da cabeça, e, quero dizer, das duas! — ele pisca o
olho, e olho para ele com nojo.
Deixo-o ali falando sozinho. Eu não vejo a hora de ir para a boate e
comemorar meu aniversário. Logo vêm algumas colegas conversar comigo, me
desejando feliz aniversário e perguntando onde eu iria comemorar.
Olho-a e reviro os olhos sabendo do que ela estava falando. Ele era um
babaca completo, e era uma pena que o curso que eu estava querendo fazer ele
também faria. Bom, era o que eu ouvia sempre dele.
— Eu não gosto dele! Ele se acha o maior gostosão, fica dando em cima de
todas e ainda acha que eu vou querer alguma coisa com ele.
— Amiga, fica tranquila, eu mesma disse isso a ele! — fico mais tranquila e
volto a beber, dançando muito.
Eu estava um pouco cansada, pedi licença para as meninas e avisei que iria
pedir água para ajudar a controlar a bebida. Quando chego lá, ouço uma voz
irritante.
— Ora, ora, se a Dona Maria Eduarda não está bêbada! — quando olho,
vejo ninguém mais, ninguém menos do que o Pedro. Sinto que a minha noite já
tinha se encerrado.
— Ora, o mesmo que você! — fico de costas para ele, pego o copo com
água e tomo, para ver se me ajudava a melhorar para pedir um carro e irmos
embora. — O que você está bebendo?
— Não dou o meu número para nenhum estranho — respondo, e olho para
o Pedro, e por incrível que pareça ele me deixou sozinha ali com o idiota.
Saio dali, sentindo que estou com muito sono, e resolvo procurar um
banheiro e ligar para um táxi, ou mesmo um Uber.
— Droga, bebi demais! — resmungo, cada vez com mais sono, se isso era
possível, e tonta. Não encontro o bendito do banheiro, e quando finalmente acho
que é e empurro a porta, do nada sou empurrada para fora. Não era um banheiro,
mas uma saída de emergência. — Puta que pariu, o que estou fazendo aqui?
Quem foi que me empurrou? — pergunto a mim mesma, e quando vou entrar
ouço uma voz abafada:
— Aonde você pensa que vai, sua putinha? — naquele momento, sinto que
algo horrível poderia me acontecer.
— Socorroooooo…
Levo um tapa no rosto e sinto o gosto do sangue em minha boca, e sei que
estou machucada. Nessa hora desejei nunca ter vindo para essa maldita boate.
Eu tento enxergar o seu rosto, e não consigo. Tento descobrir a sua voz, e
também não consigo. Estou morrendo de medo.
— Então quer dizer que você é valente, não? — ele diz, em tom ameaçador,
e sinto suas mãos em meu pescoço apertando com tanto gosto, que sinto que
estou ficando sem ar.
— Não, hoje você vai ser a minha putinha! — logo as suas mãos estão em
meu corpo. Sinto-me suja.
— Não! Eu tenho uma coisinha muito especial para você! — ele diz, e enfia
uma coisa em minha boca. Percebo que é o seu pênis e sinto ânsia de vômito,
engasgando. Ele ri. — Está gostando, né? — ele pergunta, com voz abafada.
Quando ele finalmente tira o pau da minha boca, eu vomito, e ele bate em meu
rosto novamente.
— Ah, eu vou, sim, depois que eu tiver o meu prêmio — ele passa as mãos
pelas minhas pernas, já que estava usando vestido, e rasga a minha calcinha. Não
era dessa forma que eu queria perder a minha virgindade.
— Não, eu vou comer você bem gostoso, e pode ter certeza de que nunca
vai me esquecer — consigo levar o meu braço ao seu rosto e arranhá-lo. Ele diz,
nervoso: — Sua puta rameira, você vai me pagar — e me bate novamente. Eu
acabo desmaiando, e quando acordo começo a chorar.
— Meu Deus, por favor, que tenha sido um pesadelo — peço, chorando e
sentindo dor pelo corpo. Consigo achar a minha bolsa depois de ficar tateando
pelo chão.
Minha boca está amarga e eu sinto vontade de vomitar. Então jogo fora tudo
o que tinha no meu estômago. Quando me sinto melhor, consigo chamar um
Uber.
— Não, obrigada — saio bem lentamente do carro e não olho para trás. Não
sei como consegui chegar até a porta de casa, e quando entro a minha vontade é
de ficar ali contra a porta, sentada ali.
Mas isso eu não podia fazer, e assim vou lentamente até o meu quarto e
pego o diário. Sinto-me suja, imunda, não quero viver, e decido me matar,
deixando apenas um recado no diário para explicar exatamente o que aconteceu
comigo.
E foi assim que meu pesadelo começou, e a minha única paz seria a morte.
Então decidi que era melhor para todos. Eu não queria sofrer mais
Eu não conseguia parar de beijá-la, era como se os seus lábios tivessem sido
feitos para serem beijados por mim. Os toques delicados dos seus beijos
mostravam que ela era inexperiente nesse assunto, e aquilo me deixou mais
possessivo em relação a ela. Eu faria de tudo para ensinar-lhe a sentir prazer em
meus braços.
De uma coisa eu poderia ter certeza: não podia assustá-la com os beijos que
estávamos dando. A minha vontade era de tirar a sua roupa e fazê-la minha ali
mesmo. Mas isso eu não poderia fazer, porque tinha até plateia, e eu não quero
ninguém olhando para o seu corpo, só eu é que posso olhá-la.
Acho que tudo é uma nova experiência para um homem vivido como eu.
Tenho que controlar a fome que estou sentindo, e está sendo duro e bem difícil.
Aos poucos vou separando nossos lábios. Tenho de levá-la embora, e seria
para minha casa, logo eu cuidaria dela para sempre.
— Nossa… — ela se solta, chocada, e sorrio ao ver que eu era o
responsável por deixá-la desse jeito. Seu rosto está corado e seus olhos brilham.
Eu faria tudo novamente só para deixá-la daquele jeito outra vez.
— Sim, estou bem, Leon! — ouvi-la pronunciar o meu nome fez meu pau
ficar dolorido.
— E por que você não me beija? — ela sussurra, ainda segurando a minha
mão, e com a outra faço carinho em seu rosto.
— Sim, eu vim atrás de você! E virei sempre ao seu encontro mesmo sendo
contra a sua vontade.
— Sim, eu quero te contar, mas não aqui — concordo e volto para o meu
lugar, coloco o cinto de segurança e ligo o carro.
— Sempre a mesma coisa, estudo, faço trabalho e também tenho que ficar
aguentando piadinha.
— As pessoas de sempre.
— Para quê?
— E isso quer dizer o quê? — ela provoca, e fico com um olho na rua e
outro nela.
— Que por mais que você negue ainda, minha rainha, você é minha e
sempre será!
— Eu estou calmo, e, como já disse, eu quero você na minha vida para todo
o sempre! — assim que os seguranças veem que sou eu, eles liberam a entrada, e
seguimos até a minha casa. Quando estaciono em minha garagem, viro para ela e
digo: — Chegamos, minha rainha.
— Ainda não, vem até a minha casa, e depois que você descansar eu te
levo.
— Leon, eu não quero entrar na sua casa! — ela começa a ficar nervosa.
— Obrigado, Olívia, assim que estiver pronto nos avise, por favor.
— Bem, eu te trouxe para você descansar — respondo, sem olhar para ela.
— E quem disse que eu quero ficar aqui neste quarto? — ela diz, brava.
Saio do quarto rápido, com medo de cair na tentação e voltar lá para dentro
e reivindicá-la. Sigo para o escritório, e ao chegar lá vou fazer umas ligações.
Converso com a Vanessa e lhe aviso que a minha rainha estava aqui em casa, só
não lhe conto que a Duda tinha passado mal.
— Leon, eu não aguento mais isso! — ela me abraça mais forte, e ficamos
assim durante algum tempo.
— Leon, eu tenho uma coisa para te contar e não aguento mais! — ela tenta
sair dos meus braços, e não consegue, por eu estar segurando-a. Quando ela tenta
mais uma vez, acabo soltando-a e digo, ao ver que ela começou a andar de um
lado para o outro:
— Como você quer que eu fique tranquila quando recebo essas malditas
mensagens? — ela explode, e aí reparo que o seu celular está jogado no chão.
Pego-o e aperto um botão qualquer. Logo aparecem as mensagens, que me
deixaram com medo e também muito puto querendo ir até ele e mostrar a quem a
minha rainha pertence.
Assim que termino de ler as mensagens, olho para ela, que estava me
olhando com pavor e medo, e pergunto:
— Desde ontem.
— Eu não entendi.
— Leon, há dois anos eu fui estuprada — ela sussurra, sem olhar para mim.
— O quê?! — grito, chocado.
Desde que me entendo por gente, sempre gostei de foder uma bela mulher,
e fiz questão de conquistar cada uma delas, que sempre caíram em meus braços.
Mulher para mim é mais do que lixo descartado depois que é utilizado. Eu
não conheço a palavra amor. Ela não existe em meu dicionário de fodas.
As mulheres com que trepo sempre me falam que eu era um garoto gostoso
e agora sou um homem irresistível.
Quem sou eu para dizer o contrário? Sempre dei duro na vida para não ser
perdedor como meus pais. Minha mãe sempre foi uma maior vadia, vivia traindo
o meu pai, e ele, um pobre coitado que se envolveu em bebidas e que achava que
o seu casamento iria durar para sempre. Mas esse não foi o caso.
Logo a minha mãe foi embora de casa com outro homem e nos deixou
sozinhos. O meu pai não aguentou e começou a beber mais ainda, até que um dia
decidiu colocar um fim à sua vida. Um tremendo covarde que se matou por
causa de uma mulher idiota que ele amava. Por isso eu não acredito em amor.
Ele torna as pessoas fracas e idiotas, e esse não é o meu caso.
Quando você completa a maioridade, tem que sair do orfanato. Foi o que
aconteceu comigo, e eu sempre dizia que seria um vencedor. Aos poucos fui
procurando emprego, e quando fui contratado para ser prostituto foi uma das
melhores coisas da minha vida. Ali aprendi como dominar uma mulher e deixá-
la satisfeita.
Sabia que estava atrasado na escola e tinha que voltar para terminar os
meus estudos. Foi assim que conheci uma menina chamada Maria Eduarda
Sanches, uma garota gorda, mas que tinha até certo charme.
Fiquei com várias meninas, que me deram fama de garanhão, e sempre que
podiam voltavam como abelha ao mel. Eu sabia que era doce, ou melhor, meu
pau sabia muito bem satisfazer essas belas vagabundas.
Quando ela chega à sala de aula, algo nela está diferente, ela é bonita
mesmo sendo gordinha. E estava na hora de chegar nela, mas quando fui brincar
com ela a piranha me dispensou como se eu fosse um nada.
E logo ela estava rodeada de duas amigas, que eram as minhas putinhas. Eu
podia ser novo na idade, só que experiência tinha bastante. Assim que as
amiguinhas dela saíram de perto e eu ia tentar uma nova chance, chega a
professora, e não consigo mais falar com a Maria Eduarda.
Enquanto a professora não decidia o que iria fazer, mando mensagem para
as minhas putinhas. Montei um grupo de WhatsApp para ter contato com as
duas.
“Meninas, meus amores, o que vocês tanto conversaram com a Maria Eduarda?”
E ali, naquele momento, decido ir até aquela bendita boate. Quem sabe
depois de algumas bebidas eu não consigo ficar com a Maria Eduarda?
— Pedro, você sabe muito bem que a Duda não gosta de você! — Lorena
comenta, e isso me deixa meio enfurecido, a vontade que eu tenho é de bater
nela, só por falar besteira.
— Que isso, Lorena, minha gata, você está com ciúme? — provoco-a.
— Ela disse que iria até o bar beber algo mais leve — Adriana comenta, e
como forma de agradecimento respondo:
— Obrigado, minha princesa, você vai ter uma bela surpresa hoje! — pego
a sua mão e a beijo.
— Você também vai ganhar, meu anjo! — pego a sua mão e a beijo
também. Peço licença e me afasto delas.
Vejo uma mulher linda e troco umas ideias com ela, e não é que ela me
oferece a sua bebida? É claro que agradeço do meu jeito e volto a procurar a
Maria Eduarda. Eu estava mais querendo atentá-la em seu aniversário. Não
demora muito, acabo encontrando-a no bar, conforme as duas putinhas falaram.
Ela tem que levar uma bela lição! Aproveito que ela pediu uma Coca-Cola
e um idiota chega e fica trocando ideia com ela e batizo a sua bebida sem
ninguém perceber.
E fico ali, só querendo que ela bebesse logo o seu refrigerante batizado. O
cara que estava perto dela estava jogando o seu charme, e não liguei, porque eu
iria levar ela embora para casa.
Fico olhando ao redor, quando a morena que me deu a bebida veio ao meu
encontro e me chamou. Vou atrás dela só para pegar o seu número, era uma coisa
rápida, e ela me dá um lenço que estava usando para não me esquecer dela.
Quando volto, cadê ela? Não a encontro e vou rápido procurá-la. Quando
estava quase desistindo, a ouço resmungar:
Lembro que tenho uma ótima oportunidade de dar um troco nela. Vejo-a se
aproximar da porta de saída e torço para ninguém ver o que eu iria fazer.
Resolvo colocar meus planos em prática ali.
— Puta que pariu, o que estou fazendo aqui? Quem foi que me empurrou?
— percebo que está ficando com medo, e isso me deixa excitado.
— Aonde você pensa que vai, sua putinha? — pergunto, mudando a voz ao
ver que ela estava com pressa em ir embora.
— Eu sou aquele que vai cuidar com muito carinho de você! — aviso-lhe, e
percebo que ela tenta correr de mim. Então a pego, e percebo que está chorando.
— Socorroooooo… — ouço-a gritar. Mas nada nem ninguém vai atrapalhar
meus planos, e acabo dando um belo tapa em seu rosto.
— Agora seja uma boa menina e deixa que eu vou te cuidar — peço, já
perdendo a paciência. Essa Maria Eduarda é igual a todas as putas, fica atiçando
e depois não dá bola. Ouço a voz da minha cabeça, que fala do nada, e chego até
a olhar para ver se tinha alguém, mas era só eu mesmo e a Maria Eduarda ali
fora onde estava meio escuro.
— Então quer dizer que você é valente, não? — falo, em tom ameaçador, e
coloco as minhas mãos em seu pescoço, apertando com força e a ouvindo ofegar.
Abro um sorriso satisfeito.
— Ah, não vou te machucar, não! — tranquilizo-a, e percebo que ela está a
ponto de desmaiar. Mas ainda quero sentir seu corpo, sua boca e experimentar
sua bucetinha, que no mínimo deve ter dado para todo mundo. Jogo-a no chão e
fico em cima dela.
— Por favor, me deixa ir embora! — ela pede novamente, e com uma das
mãos vou abrindo o cinto da minha calça.
— Não, hoje você vai ser a minha putinha! — volto a tocar em seu corpo.
Vejo que ela ficou meio sem reação, como se não estivesse gostando das
minhas mãos nela.
— Não! Eu tenho uma coisinha muito especial para você! — pego o meu
pau e enfio na boca dela, fazendo um vai e vem. Ela se engasga, e isso foi
música para os meus ouvidos. — Está gostando, né?
— Ah, eu vou, sim, depois que eu tiver o meu prêmio! — passo as mãos
pelas suas pernas e chego à sua calcinha, e a rasgo, querendo sentir o seu cheiro.
Guardo a sua calcinha no bolso da minha calça, e ela grita quando toco na sua
bucetinha. Pego a camisinha que já tinha deixado ali e coloco rápido no meu pau
sem ela perceber.
— Não, eu vou comer você bem gostoso, e pode ter certeza de que nunca
vai me esquecer — e não é que a puta me arranha? — Sua puta rameira, você vai
me pagar! — ameaço-a, e começo a bater nela, até que percebo que ela desmaia,
e termino de foder bem gostoso. — Você nunca vai saber, sua puta, que você deu
a sua bucetinha para mim! — eu amei sentir estrangular o meu pau, penso com
um sorriso satisfeito, e vou acelerando mais e mais rápido e gozo bem forte.
Quando termino, deixo-a ali largada e puxo a camisinha, amarro e enrolo no
lenço que tiro do meu rosto. Logo estou voltando para dentro. — É, Pedro, a
Maria Eduarda acabou sendo sua sem ela querer mesmo! — digo a mim mesmo.
Vou até o banheiro, jogo a camisinha e o lenço da morena no lixo e volto para o
bar para comemorar a minha vitória.
Mesmo se passando dois anos, ainda sinto seu cheiro, coloco a sua calcinha
em meu nariz e me masturbo sentindo o cheiro que ainda se conservava. Ainda
tenho vontade de fodê-la. Sem ela perceber, peguei o seu número em uma pasta
que os professores do curso tinham deixado aberta no computador. Comecei a
andar atrás dela. A Maria Eduarda ficou afastada da escola e depois voltou para
concluir. Fiquei com medo de nunca mais vê-la.
Por outro lado, tinha receio de que ela tivesse me reconhecido! Se bem que
a minha voz fala que é impossível ela saber que fui eu que fiz aquele sexo bem
gostoso. Depois disso, nunca mais consegui transar com outra mulher. Acabei
saindo do meu emprego como prostituto e comecei a trabalhar com
computadores, na esperança de que um dia conseguiria o contato dela
novamente.
Sem querer, eu tinha caído de amores por ela, e toda vez que eu me
masturbava pensava nela. Foi assim durante dois anos, até o dia em que eu a vi
sendo abraçada por um homem mais velho, e o meu ciúme me fez ficar cego de
ódio.
Ah, Maria Eduarda, você vai voltar para mim, nem que eu tenha que matar
o seu amante! Juro isso para mim mesmo, e volto para casa e começo a pensar
no que eu faria para acabar com aquele romance. De uma coisa eu tinha certeza:
ela estava apaixonada por aquele cara, e eu faria a vida dela um inferno.
Contar a verdade só me fez tirar um peso que estava em meus ombros, e eu
não sabia que falar iria ajudar tanto.
Se não fosse por causa desse louco, que eu mesma nem sei quem é, a minha
vida poderia ter dado uma bela guinada. Será que eu estaria casada e com filhos?
Será que algum dia eu teria coragem de transar sem ter vontade de vomitar?
— Duda, olha para mim! — Leon pede, e fico sem coragem ainda de olhá-
lo.
Ouço os passos dele vindo em minha direção e sou puxada para os seus
braços, chorando mais ainda.
— Olha para mim, minha rainha! — ele pede, com carinho, e levanta o meu
rosto, fazendo-me olhar para ele.
— Não tem o que perdoar, minha rainha! Você não tem culpa do que te
aconteceu!
— Como você pode ter certeza? — pergunto, agora sim olhando para ele.
— Porque eu vou caçar o filho da puta e vou fazê-lo pagar tão caro por ter
feito tanto mal a você, minha rainha — Leon jura, e acredito em suas palavras.
— Leon, por causa dele sempre tive receio de chegar perto de um homem.
— Minha rainha, ao meu lado pode ter certeza de que você vai estar sempre
segura — ele puxa o meu rosto e toca os meus lábios com sua boca bem de leve.
Foi automático, e logo estávamos nos agarrando. Leon foi me levando até a
cama, e quando sinto que chegamos sou deitada com delicadeza.
Logo ouço seus passos vindo em minha direção e percebo que o colchão dá
uma afundada. Suas mãos me puxam para os seus braços. É quando eu começo a
chorar mais e mais.
— Por que você está chorando, minha rainha? — ele pergunta, preocupado,
e ouvi-lo me chamar desse jeito faz com que o meu coração fique aliviado. Eu
tinha medo de que depois que ficasse sabendo o que tinha acontecido ele parasse
de me chamar de sua rainha.
— Leon, você está certo — comento, dando um longo suspiro.
— Sobre o quê?
— E por que você acha que eu não quero fazer amor com você? — ele me
corrige, chocado, e puxa meus braços para si.
— Porque você disse que não pode! E como eu te contei o meu passado,
acho que você não quer se envolver com uma mulher que foi violentada —
comento, ainda sentindo a dor da rejeição.
— Minha linda rainha, você não entendeu nada! — ele traz o meu rosto
perto dele.
— Não fale uma besteira dessas! — ele exclama, levando os seus dedos à
minha boca para silenciar, e fica passando o seu polegar em meus lábios,
fazendo uma leve carícia. Eu amo o seu toque.
— Eu também sou louca por você — confesso, ainda olhando para ele.
— Minha bela rainha, eu sou um homem que está lutando com todas as
suas forças para não deitar você nesta cama e fazê-la minha logo de uma vez.
— Porque, minha rainha, você merece uma coisa especial para sua primeira
vez!
— Você esqueceu que eu não sou mais virgem? — brinco, e ele olha para
mim e diz:
— Você pode não ser mais virgem, mas quero que a nossa primeira noite
seja tão especial, que você vai achar que é a sua primeira vez.
Ouvi-lo dizer essas palavras fez o meu coração transbordar de amor por ele.
Como isso é possível? Mal o conhecia e ao mesmo tempo sabia que poderia
colocar a minha vida em suas mãos, que com certeza ele saberia cuidar de mim.
— Ah, não?
— Não, minha linda rainha, e vou te mostrar — ele tira a mão do meu rosto
e pega a minha, levando-a até o seu colo. Minha Nossa Senhora, ele estava bem
excitado.
— Está vendo?! É desse jeito que fico por você, com uma bela ereção, que
fico me controlando para não me masturbar — Leon confessa, com aquele
sorriso que faz a minha calcinha ficar molhada na hora.
— E dói?
— E o que posso fazer para ajudar a te aliviar? — minha mão parece ter
ganhado vida e fica se movimentando bem lentamente.
— Ah, minha rainha, sentir o toque de suas mãos com certeza ajuda a
aliviar! — ele solta um leve gemido.
— Acho que estou te machucando — mas, quando vou tirar a minha mão
de cima do pau dele, ele a segura e diz:
— Estou te machucando?
— Não, minha linda, você só está aliviando a minha dor — ele diz, rouco.
— Tem certeza?
Chego com o rosto perto dele. O Leon pega a outra mão e leva até o meu
rosto, fazendo carinho, e passa para minha nuca e traz mais ainda o meu rosto
para perto do seu. Logo nossos lábios voltam a se tocar, e o simples toque me faz
flutuar.
— Não posso, a Vane deve estar preocupada por eu não ter ligado.
— Não, ela sabe muito bem que a irmã dela está protegida comigo — ele
fala isso com tanta convicção, que acho lindo nele.
Mesmo lutando com todas as minhas forças para não ceder à tentação,
minha rainha merece ter sua primeira noite de amor com tudo que tem direito.
— Ah, então vamos, estou com fome! — ela diz, animada, saindo dos meus
braços. — Preciso jogar uma água em meu rosto, devo estar parecendo um
espantalho.
— Algum problema?
— Estou olhando.
— Bom saber! — ela brinca, e seus olhos brilham de felicidade. Sei que ela
gostou. — Você diz mesmo que eu não estou parecendo um espantalho?
— Para mim, minha rainha, você é linda de qualquer jeito! Seus olhos
mesmo inchados são incríveis, e os seus lindos cabelos me deixam feliz por eu
ser o responsável por tê-los bagunçado.
Vou até ela e a abraço por trás, trazendo o seu corpo para mais perto do
meu. Minha rainha encosta sua cabeça em meu peito, e ali ficamos, nos olhando
pelo espelho.
— Juro pela minha vida que não deixarei que nada nem ninguém venha a te
fazer mal.
— Preciso de um pente!
— Para quê?
— Prontinho, viu só? Você fica linda de qualquer jeito, minha rainha!
— Sei que tenho uma boa aparência e tudo… — brinco, e ela revira os
olhos e diz:
— Eu sei disso! Ainda tenho uma pergunta — ela se afasta de mim e fica
andando pelo banheiro, que, diga-se de passagem, é grande.
— Do que se trata?
— Mas, Leon, por que você fez isso com a pobre mulher?
— Por quê? Minha rainha, eu não posso ficar com uma pessoa só porque
ela está apaixonada por mim! E outra, a Laura sabia muito bem que não me
apaixonava por nenhuma mulher e que ela e eu nunca ficaríamos juntos.
— Sim, pela minha mais bela rainha! — confesso, indo ao seu encontro.
Abraço-a e dou-lhe um longo beijo. Quando nos afastamos, estávamos
ofegantes.
— Sim, vamos!
— Olívia, é para me chamar de Duda, por favor! — ela pede, com um lindo
sorriso, e fico ainda mais apaixonado.
Meu celular toca e atendo sem olhar o visor de chamada. Logo ouço:
— Quem é a puta que você estava abraçando hoje? — Laura fala, furiosa.
— Como você pode falar assim com a mãe do seu filho? — meu Deus, essa
mulher estava louca mesmo, só podia ser.
— Laura, pelo amor de Deus! Que filho? — pergunto, querendo saber até
onde iria a sua loucura.
— Você é louca? Você já veio com essa loucura antes, e não acredito em
você! — encerro a ligação e vejo a minha linda rainha vindo em minha direção.
Ela me olha curiosa e pergunta:
— Algum problema?
— Ah, não me diga que não ficou com saudades de mim? — me faço de
triste.
— Oh, meu Deus, não me diga que se sentiu solitário sem mim?
— Ah, só tem um porém — ela brinca, e vejo seus olhos brilhando pelas
lágrimas.
— O que seria?
— Ah, não seja por isso! — solto o nosso abraço e ali mesmo, no hall de
entrada da casa, me ajoelho e digo: — Senhorita Maria Eduarda Sanches, aceita
ser a minha rainha namorada? — e ela fica li parada me olhando surpresa com a
forma como a estava pedindo em namoro. Como ela nada responde, eu continuo:
— Este homem aqui está desesperado para saber se a senhorita aceita ou não ser
a namorada dele — brinco, nervoso, e fico surpreso ao vê-la se ajoelhar em
minha frente e dizer, já com lágrimas escorrendo:
— Agora sim você me pertence! — pisco o olho para ela, que ri. Ajudo-a a
se levantar, e seguimos abraçados para a sala de jantar para finalmente
almoçarmos.
A noite chegou tão rápido, que nem percebi. Depois do almoço espetacular
organizado pela governanta do Leon, seguimos para a sala, onde havia uma
televisão daquelas gigantes, nos sentamos, e ele me abraça, enquanto assistíamos
à série que ele queria me mostrar, e no fim eu mesma acabei ficando viciada. A
série era muito boa mesmo, mas acho que estava tão cansada, que acabei
dormindo em seus braços. Aquilo foi muito bom, o dia foi bem cansativo.
Quando acordo, não sei onde me encontro, e vejo tudo escuro. Acabo
ficando receosa, não sabendo se eu estava sonhando ou estava acordada. Sento
direito no que imagino ser uma cama e começo a procurar algo para iluminar,
tateando para ver se encontro. Quando encontro um fio, percebo que pode ser o
abajur, e vou tocando até achar o botão para acender. Não demora muito, eu
consigo acender, e respiro aliviada ao ver que estava novamente na cama do
Leon.
Meu coração volta a bater normal, aquilo me deixou mais tranquila. Ouço
uma respiração, me viro e dou de cara com um Leon totalmente relaxado,
dormindo tão tranquilamente ali ao meu lado.
Estava meio confusa para saber como viemos parar ali. A última coisa de
que eu me lembro era estarmos assistindo à série, e depois devo ter apagado.
Deve ser bem tarde, e a Vane deve estar preocupada. Tento me lembrar de
onde coloquei o meu celular; a última vez estava nas mãos do Leon, depois disso
o esqueci completamente. Ouço um barulho do meu celular e percebo que está
em uma mesa que nem tinha notado. Quando vou me levantar, sinto que a cama
se movimenta, e reparo que o Leon se mexe e se senta. O que me chama atenção
é ver que ele está sem camisa, e fico sem fôlego, ele é magnífico.
— Acho que dormi, não me lembro de ter tido algum sonho ruim —
estremeço de frio, e o Leon percebe e joga a coberta em cima da gente. Ficamos
assim, juntinhos, nos esquentando.
— Sim, fica tranquila, que a sua irmã já sabe que você está dormindo aqui
hoje.
— Sério?
— Disse que se eu não cuidar bem de você ela vai cortar meu amigo fora.
— Amigo?
— Sim, este amigo! — ele aponta para o colo, e deu para notar que estava
elevado, o que significa que o Leon estava excitado.
— E você aceitou bem essa ameaça? — brinco, curiosa para ver como era o
pau dele.
— Ah, sim, eu aceitei muito bem, ninguém vai fazer nada para a minha
preciosidade.
— Ele é, sim, o seu bem mais precioso, porque o meu bem mais precioso é
você! — nessa hora meu coração quase para de bater só por ouvir essas palavras.
— Ei, não chora — ele volta a se sentar na cama e me puxa para os seus
braços, onde me deito contra o seu peito, usando-o como um travesseiro.
— Eu não choro por tristeza, e sim emocionada com a forma como você me
trata.
— Por quê?
— Eu sei que você tem problemas para dormir — ele diz, com cautela, e
deito a cabeça novamente em seu peito, ouvindo o seu batimento cardíaco
acelerado.
— Pois é, eu tenho.
— Eu sei que é a primeira vez que você dorme com um homem estranho
numa cama.
— De você? Você é uma pessoa especial que eu tive sorte de ter em minha
vida.
— Eu te amo!
— Eu prometo que não vou chorar — falo, sorrindo, e ele volta a me puxar
para os seus braços e me beija com tanta ternura, que as lágrimas descem livres
ainda e não consigo controlar.
— E a sua mãe?
— É claro que vamos com calma. Pela expressão do seu rosto, te assustei.
— Sim!
— Sei que é tudo novo para você e não quero te forçar a nada.
— Ah, eu tenho, sim! E acho que quando eu te contar você não vai me ver
com bons olhos.
— Nada que você me disser vai me fazer olhar para você de forma
diferente. Eu também tenho algo para te contar.
— Algum problema?
— Sim.
— Ela disse que está grávida de mim — ele solta a bomba, e olho chocada
para ele, que ao me ver espantada fala rápido: — Minha rainha, ela não está
grávida de mim!
— Como assim, ela não está grávida de você? — pergunto, chocada e sem
entender a porra toda. Estava morrendo de medo de ser tudo real.
— Ela não pode estar grávida de mim porque sempre usamos preservativo.
— É claro que sim, minha rainha! Nunca fui santo, mas em todas as minhas
relações sexuais sempre exigi preservativo.
— Não, minha linda rainha, a única pessoa que pode vir a gerar o nosso
Leonzinho e a nossa Dudinha é você!
— OK, isso é verdade. Não tem mais nada para me contar, não, né?
— Que bom, não quero também ficar encontrando com as suas “ex-putas”.
— “Hum” o quê?
— Eu te amo, minha rainha, você não precisa ficar com ciúme, eu sou seu!
— ele declara, e me puxa para os seus braços.
— Me desculpa!
— Eu nunca olhei para eles — aviso, chocada e excitada com a forma como
ele me olhava.
— Não precisa, é só você sair para a rua ou mesmo abrir o seu belo sorriso,
que já faz os homens te desejarem.
— Eu te amo, Leon!
— Eu também, minha rainha. Agora, vamos dormir, que amanhã o dia vai
ser bem longo — ele me dá outro beijo, e ali, nos seus braços, finalmente eu
tenho um sono profundo e em paz como eu não tinha há meses.
Pela primeira vez na minha vida acho que posso dizer com toda a certeza
que enfim eu encontrei o amor verdadeiro. Minha bela rainha estava dormindo
tão serena e em paz, eu sabia que ela não andava dormindo direito. E agora sabia
exatamente o porquê.
A minha vontade era de ficar na cama o dia todo, mas não podia, tinha que
ir para a empresa, e não via a hora de entrarmos logo em recesso para eu poder
finalmente ficar com a minha rainha.
Deus, como ela é linda, a forma como seu corpo corresponde ao meu é algo
maravilhoso. E, para tudo se ajeitar, eu tenho que dar um jeito de descobrir quem
é o maníaco que está atormentando a minha rainha. Outro passo é comprar um
chip e um novo aparelho de celular.
— Bom dia! — ouço a sua voz rouca, e meu pau acorda só porque ouviu a
voz dela, me deixando bem dolorido.
— Bom dia, minha rainha, dormiu bem? — puxo-a para os meus braços.
— Isso é muito bom, quero muito que você continue dormindo aqui
comigo.
— Leon…
— Calma, minha rainha, eu só estou oferecendo a minha casa e meu quarto
para você dormir.
— Sei, então quer dizer que eu posso vir na sua casa quando eu quiser e
dormir aqui em seu quarto? — fico admirando seus olhos nublados ainda de
sono e seus lindos cabelos embaraçados, e meus olhos vão descendo bem
lentamente pelo seu corpo. Não vejo a hora de vê-la sem essas roupas, e sim com
uma linda camisola, que nem precisava ser sensual. — Leon, no que tanto você
pensa?
— Mas é verdade!
— Bom, bem que eu queria ficar de papo, mas tenho aula hoje.
— Por quê?
— Ah, sim, esses dias andei meio estressada com um garoto lá da minha
sala. Leon, você me emprestaria uma camisa sua?
— Ah, obrigada!
“Você acha que dormindo com esse homem vai me fazer desistir de você?”
— Não liga para o que ele fala! — ela pede, me fazendo carinho. Vi que ela
estava com medo e ao mesmo tempo sabia que ela estava criando coragem para
se libertar.
— Ah, minha rainha, eu ligo, sim! Eu quero que você saiba que não vou
desistir de encontrar esse maníaco e dar um fim nele! — aviso, ainda nervoso.
— Sim, outro celular e outro chip, eu não quero que aquele louco volte a
falar com você.
— E por que você acha que ele não poderá entrar em contato comigo pelo
número novo?
— Porque, minha rainha, quem vai ter o seu número novo seremos sua irmã
e eu.
— Só acho que deve ser algum conhecido seu — comento a ideia que
passou pela minha cabeça.
— Será?
— Sim, minha rainha. Pode ser alguém conhecido, e você não sabe.
— Meu Deus, homem, quantas camisas você tem? — ela brinca, e dou
risada, eu tinha mesmo muitas.
— Fica à vontade! Eu quero que escolha a camisa que te deixe mais linda
do que já é.
— Você está bem romântico hoje, não? — ela brinca, e vai até o guarda-
roupa e escolhe uma camisa social da marca Calvin Klein na cor azul-marinho,
tira do cabide e coloca em cima da cama.
— Eu gostei dessa cor, combina com esses lindos cabelos ruivos — elogio.
— Na verdade não.
Olho-a confuso.
— Como assim?
— Você é pervertido!
— Não, Leon, você sabe que não pode forçá-la a nada! — falo comigo
mesmo. — Ela tem que estar pronta, mesmo que você tenha que colocar um saco
de gelo no seu pau — olho para o meu pau armado.
Sem falar nada, saio praticamente correndo para dentro do banheiro, com
medo de o pau sair pela cueca.
Ligo o chuveiro no frio e entro com tudo, tomando um belo choque de água
fria, para ver se eu conseguia fazer o meu pau amolecer. Fico assim durante
alguns minutos. Sei que deveria bater uma punheta, mas eu tinha que chegar
logo no escritório, e outra: a próxima vez que eu fosse bater uma punheta seria
para a minha rainha e ela com certeza estaria participando.
Outra coisa que me chamou atenção é que a nossa cama estava toda
arrumada, e isso era coisa dela, com certeza. Me troco rápido e coloco uma
camisa social, dobro as mangas e passo o meu perfume. Percebo o outro aroma
de perfume que ela estava usando, e gostaria de saber qual era.
Tinha que comprar algumas coisas para deixar aqui em casa, como lingerie,
perfume, xampu e condicionador, entre outras. Pego o meu celular, que estava na
cômoda, e verifico que já eram sete horas da manhã. A minha rainha já estava
meio que atrasada.
Desço logo e vou procurar a minha rainha para avisar-lhe que ela estava
ficando atrasada e que eu iria levá-la. Ouço vozes e risos e sigo na direção de
onde vinham. Quando chego, encontro a Olívia e a minha rainha tomando café e
conversando.
— Nem um pouco, e não faça mais isso! — Duda pede, com a mão no
peito, como se estivesse se tranquilizando. — E você está um gato com essa
roupa.
— Não faço mais isso, minha rainha! Ah, que bom que gostou da roupa.
— Obrigada. Agora, senta aqui e toma café comigo — ela pede, e eu me
sento e começo a me servir.
— Ah, Duda, antes que me esqueça, você entra que horas na faculdade?
— Não mesmo, Leon, já dei muito trabalho — seu rosto fica vermelho, e
acho lindo isso.
— Você não tem o que querer, eu vou te levar para a faculdade e depois que
você sair vamos almoçar juntos e providenciar outro celular.
— Eu sei disso! E você, minha rainha, gosta de mim do jeito que eu sou! —
isso a deixa ainda mais vermelha.
— Sim, muito!
— Bom, espero que tenha sido para melhor — brinco, ao parar o carro no
farol, e olho para ela, que sorri ao dizer:
Assim que chegamos, havia algumas pessoas ali fora, talvez cabulando, ou
então esperando a segunda aula.
Paro o carro e saio logo. Chego ao seu lado abrindo a porta e pego em sua
mão para ajudá-la a sair. Pego a sua mochila e pergunto:
— Sim, Leon, a gente se encontra aqui. Tenho que ir, a aula começa em
cinco minutos.
— Ah, vem aqui me dar um abraço de despedida — peço. Acho que estou
meio carente.
— Esse foi o meu erro? — abro um sorriso bem sexy para ela.
Pensei que o professor já estaria na sala, e para a minha sorte ele não
estava. Sinceramente, eu queria era voltar para os braços do meu príncipe Leon
Vitorino.
— Quem é aquele homem que você estava beijando? — sou acordada dos
meus pensamentos e olho para quem perguntou. Era o Pedro.
— Ninguém que te interessa — não gostei da forma como ele falou comigo.
— Pedro, eu não sou obrigada a falar da minha vida para ninguém aqui!
— Nossa, como alguém ficou incomodada! — ele me zoa, e diz para todos
que estavam na sala: — Vocês viram, né, gente, a Duda dando um showzinho
com aquele velhote?
— Pedro, para com isso! — peço, desejando que o professor chegasse logo.
— Pedro, eu não vou falar sobre a minha vida para você e nem para
ninguém desta sala.
— Mas você tem que nos contar sobre o velhote, ele é bom de cama? —
olho-o ainda sem entender o que passava na cabeça dele.
— Não, vamos continuar. Conta, vai, seja uma boa menina, e não uma puta!
— olho para ele chocada. Nunca o imaginei falando esse tipo de coisas, era
como se ali não fosse o Pedro.
Mudei de mesa e tentei ficar o mais longe possível do Pedro, mas sempre
sentia seu olhar me seguindo. Me pergunto como eu nunca notei isso.
Dou graças a Deus que as horas passaram rápido e estava quase na hora de
o Leon vir me buscar. Quase não ouço o que o professor diz, só percebo que os
alunos estavam se levantando. Arrumo as minhas coisas, pego a mochila e saio
rápido, não querendo dar de cara com o Pedro novamente.
Saio do prédio e vejo que o Leon já está me esperando lá fora. Ele acena
para mim, e retribuo. Não via a hora de chegar perto dele e me jogar em seus
braços.
Quando estava indo em sua direção, sou agarrada pelo braço, e quando me
viro para gritar dou de cara com o Pedro, irreconhecível.
— Me larga, Pedro, quem você pensa que é? — grito, e vejo o Leon tirando
o Pedro de perto de mim.
— Você não escutou o que ela pediu, não? — Leon estava enfurecido.
— Quem você pensa que é? — Leon puxa o Pedro e o leva contra a parede
mais próxima, apertando o seu pescoço com força.
— Eu? Sou um homem que vai te destruir! — ele fala, como se estivesse
louco, ou talvez estivesse mesmo.
— Ah, você se acha esperto, não? — Leon o ameaça e aperta mais ainda o
seu pescoço, fazendo-o se engasgar. Eu puxo o braço do Leon, e quase não
consigo, de tão forte que ele é.
— Leon, solta ele — peço, com calma, ao ver que o Leon colocou outro
braço no pescoço.
— Ele te machucou?
— Tem certeza?
— Eu não gosto que nenhum homem toque em você! — ele olha para o
Pedro e diz: — Se você chegar perto da minha namorada, eu não me
responsabilizo pelos meus atos.
— Nada.
— Tem certeza?
— Absoluta.
— Então agora que está tudo bem, você me deve uma coisa — ele diz, bem
sensual.
— Então deixa eu te pagar — me levanto nas pontas dos pés. Nossas bocas
se encontram e nos beijamos bem lentamente durante um tempo. Quando nos
separamos, estávamos ofegantes, e brinco: — Nossa, sempre que nos beijamos
eu fico com as pernas trêmulas e a respiração ofegante. É melhor a gente parar
de se beijar.
— Minha?! — ele diz, como se não soubesse que tinha um poder de mexer
comigo. — Se você soubesse que neste exato momento estou precisando de um
banho…
— Banho? — vejo que a calça que ele estava usando estava bem volumosa
e dou uma risadinha.
— Bom, não tem como negar, não! — aponto para a bela protuberância.
— Isso é sua culpa! — ele pega a mochila do meu ombro e coloca no dele,
me puxa para os seus braços novamente e me coloca na sua frente.
— Ah, minha rainha, as coisas que eu quero fazer com você são bem
impróprias.
— Ah, minha linda, precisamos capturar o louco, e só assim você vai ficar
tranquila para se entregar a mim.
— Eu te amo, Leon! — falo, com sinceridade, sabendo que ele estava certo,
por mais que eu queira me entregar, a sensação de estar sendo vigiada é horrível.
— Eu também te amo, meu amor. Agora, vamos almoçar, eu preciso
alimentar a minha rainha.
— O que houve?
— Nada, não.
— Vai embora, Pedro, o Leon daqui a pouco vai aparecer aqui e te dar uma
bela surra — ameaço-o, e ele abre um sorriso frio. Nessa hora tenho um
pressentimento ruim, quando ele responde:
— Acho que seu velhote vai estar meio incapacitado neste momento para
vir te socorrer — Pedro debocha, e dou um passo para trás.
— Você é um doente!
— Eu, doente? É claro que não — ele vem em minha direção, e eu andava
para trás, até que acabei encostada contra a parede. Pedro coloca a mão na
jaqueta, tira um revólver e aponta para mim, dizendo:
— Sem nem um pio, você vai sair bem devagar e de braços dados comigo.
— Por favor, Pedro, me deixa em paz! — peço, mas sei que era inútil falar
com esse louco.
— Não deixo, agora seja uma boa menina e vamos sair bem tranquilamente,
como se nada estivesse acontecendo — fico olhando para a porta do banheiro
com a esperança de o Leon aparecer e tudo que o Pedro falou fosse mentira. —
Agora vamos, e sem nem um pio, senão você morre, e pode ter certeza de que
volto até o banheiro e termino de vez com aquele velhote.
— Tudo bem, Pedro, eu vou com você! — acabo cedendo, e vejo seu rosto
triunfante. Dou uma última olhada para a porta do banheiro masculino e vou
embora sabendo que talvez essa fosse a última vez que veria o meu príncipe
encantado.
— Cadê a minha namorada? Ela está ferida? Preciso ver ela! — tento
sentar, e a vertigem que sinto é tão forte, que quase caio, se não fossem os
enfermeiros. Fecho os meus olhos rápido.
— Por favor, me fale onde está a minha noiva — peço novamente, com
medo de algo ruim ter acontecido com minha rainha. Eu não iria suportar.
— Sim, por favor, ligue para minha cunhada. E também quero que chame a
polícia.
— OK, senhor, vamos avisar a sua cunhada. Quanto à polícia, ela já está
aqui.
— Obrigado, doutora. Então mande eles entrarem, eu preciso falar com eles
— peço, com urgência.
— O senhor sofreu uma forte pancada na cabeça que foi feita por uma
coronhada de revólver.
— O senhor disse que saiu da sua fábrica e foi até a faculdade de sua
namorada para buscá-la.
— Então continue, o que o senhor fez quando viu que esse tal de Pedro
tinha agarrado o braço de sua namorada?
— Vamos voltar, sobre o shopping, e depois quero saber mais sobre esse
maníaco, como o senhor mesmo disse.
— Que eu saiba, não. Pedi para avisarem a minha cunhada, a sua irmã
Vanessa Sanches.
— Não, que a gente saiba. Há mais ou menos uns dois dias ele voltou a
persegui-la — comento, pensativo, ainda querendo saber como ele descobriu o
seu número.
— E, fora isso, a sua namorada não tem problema com mais ninguém?
— Não, a minha irmã não tem problema com ninguém! — ouço a voz da
Vanessa na porta do quarto, olho para ela e sento novamente. Gemendo
baixinho, pergunto, esperançoso:
— Temo que sim! — olho para os policiais que ainda estavam ali e
pergunto: — Agora, o que vocês vão fazer para trazer a minha namorada de
volta para mim?
— Como é que é?
— Não mesmo, eu não vou ficar aqui esperando dar as malditas vinte e
quatro horas para vocês poderem ir atrás da minha namorada.
— Senhor Vitorino, o senhor não pode fazer nada.
— Eu não posso me acalmar sendo que eu não sei onde está a minha
namorada! Como querem que fique aqui de boa sendo que eu nem sei se a minha
namorada está machucada ou não?
— Senhor Vitorino, tente ficar tranquilo, que vamos atrás de sua namorada
— o policial me avisa.
— Eu não vou seguir ordem de ninguém, eu vou sair daqui, e vai ser agora!
— grito alto, e sinto que os enfermeiros estavam me segurando com força.
Então observo a doutora dar o sinal e logo sinto a picada em meu braço. Os
enfermeiros me soltam e vão embora.
— Não foi para o meu bem! — sinto meus olhos começarem a se fechar e,
antes que eu perdesse a consciência, meu último pensamento foi para a minha
rainha, e era como se eu pudesse vê-la ali ao meu lado. Comento comigo
mesmo: — Me perdoa, minha rainha, por não conseguir ir te resgatar! — sinto as
lágrimas começarem a escorrer em meus olhos e sou sugado pela escuridão em
que fui colocado.
Minha cabeça lateja e gemo de dor. Aos poucos vou abrindo os olhos e dou
de cara com o Pedro me olhando como se fosse um falcão olhando a sua presa.
— Nunca vou morar aqui com você! — debocho, rindo da cara dele, e ele
vem com tudo e me dá um soco, me fazendo gemer de dor.
— Então se eu te der um tiro não vai ter problema? — ele aponta a arma
para a minha testa.
— E você acha que eu ligo? — comento, ainda rindo. — Se, como você
mesmo disse, ninguém vai nos encontrar, então acho melhor você me matar e
depois se matar — o provoco. Mas eu sabia que não podia ficar fazendo isso.
— Então quer dizer que você gosta de brincar com fogo? — ele debocha.
— Se você acha que estou brincando… Já que você disse que vamos ficar
juntos para sempre, me responde a uma pergunta: por que você me raptou?
— Você nunca me notou, né? — de repente ele fica alterado, era como se
tivesse sido possuído.
— Sim, eu sei que vai me amar, afinal vamos ficar juntos para sempre!
— Eu amo outro homem, sempre vou amar o meu namorado, e é com ele
que quero viver até o fim da minha vida — declaro, e ele me olha com fúria.
— Pedro, a minha vida pessoal não é da sua conta! Agora quer me fazer o
favor de me soltar? — mexo os meus braços e tento me soltar das gravatas.
— Não senhora, a sua vida sempre é importante para mim — ele diz, com
um sorriso irônico nos lábios.
— Então, elas sempre ficavam ao seu lado, e via como você ria, e aquilo me
encantou.
— Sim, você é um louco por inventar essa história! — ele me dá outro tapa,
e, mesmo doendo muito, começo a rir.
— Você acha graça? Você gosta de apanhar? — ele diz, nervoso, e volta a
me dar tapas.
— E você, gosta? — retruco. Mesmo sentindo uma dor do cão, eu não iria
demonstrar.
— Sabe que gosto de você assim, confiante! — ele ri e passa a mão no meu
rosto.
Eu congelo.
— Ah, você não se lembra? Então me deixa refrescar a sua memória. Não é
o dia em que você faz aniversário? — como eu não falo nada, ele diz, gritando:
— Me responde!
— Sim, é o dia em que eu faço aniversário — respondo, a contragosto.
— Boa menina, vamos continuar! Nesse dia você foi comemorar seu
aniversário na boate, não?
— Pedro, o que você está dizendo? — indago, achando ter ouvido errado.
— Estupro? Não, minha bela adormecida, nós fizemos amor! — ele diz,
com convicção.
— Ah, não fica assim, podemos agora ficar juntos! — olho-o com vontade
de me soltar e matá-lo.
— Nunca! — grito.
— Ele não vai fazer nada! Agora, será que ele vai gostar de saber que, além
de fazer amor comigo, sempre estamos nos falando por telefone?
— Louco?
— Sim, você é louco, você acha mesmo que vou ficar com você depois de
me contar isso?
— E você acha mesmo que aquele velhote vai ficar com você?
— Eu não tenho tanta certeza disso. Ele não vai ter o prazer de ser o seu
primeiro homem!
— Tem nada, quero ver você ter nojo de mim quando formos fazer amor
novamente.
— Eu vou descer para ver quem é que entrou aqui, e vai se arrepender! —
ele ameaça, e rezo para que o Leon não se machuque.
Pedro sai e demora alguns minutos. Tento me soltar para fugir, e não
consigo. Não demora muito, ouço passos rápidos, e, quando acho que era o
Pedro, dou de cara com o meu príncipe encantado. E, ao vê-lo ali me resgatando,
começo a chorar.
Começamos a andar rápido. Leon faz sinal para um táxi, e quando entramos
ouço-o dizer para irmos direto ao hospital.
— Sinto muito, minha rainha, mas temos que ir para ver esses ferimentos, e
também vou ligar para sua irmã e ver se ela ainda se encontra lá.
— Do quê?
— Mas você é e sempre será a minha rainha! — ele fala, com devoção. —
Ele te machucou em mais algum lugar? — fico com medo, será que o Pedro
contou que fui violentada por ele?
— Então ele te contou? — pergunto, com a ânsia voltando.
— Você não foi? — ele pergunta, com receio, e reparo em seu alívio.
— Não! — mesmo querendo que o Pedro morra, não quero que o meu Leon
seja preso.
— Ele merece morrer por ter mentido para mim, dizendo que te violentou
duas vezes. Eu tenho vontade de voltar lá e matá-lo! Por que você não quer que
eu o mate?
— Ele vai ter o que merece, e sei que ele apanhou, e muito!
— Porque as suas mãos estão machucadas, e também não quero você preso
por matar aquele verme.
Por mais que o Pedro não tivesse a justiça no mundo dos homens, sei que
na de Deus ele iria pagar caro.
Quando entramos, vejo o Leon ligando, e não demora muito ouço a voz da
Vanessa gritando o meu nome, e logo estávamos nos braços uma da outra. A
Vane se solta e vai até o Leon:
Sua boca se encontra com a minha, e matamos a nossa saudade. Dou graças
a Deus que enfim tudo terminou bem. Agora o próximo passo é o Pedro estar
atrás das grades. E esse foi o meu último pensamento antes de me entregar
totalmente aos seus beijos. Eu não estava nem aí para quem estivesse vendo essa
cena.
Acordo e verifico que já era de noite. Sento na cama rápido e acabo fazendo
barulho. A Vanessa me olha assustada.
— Nada.
— Ela já foi embora, e entrou outro médico no lugar dela — dou graças a
Deus por isso.
— Droga, Leon, o cara acabou com você! — resmungo, ao ver que estava
com curativos na cabeça. Ouço me chamarem e saio do banheiro, dando de cara
com um médico que me olhava meio desconfiado.
A vontade que eu tenho é de dizer que eu não estava nada bem, por causa
da minha namorada, e que ele deveria se foder por estar me fazendo perder
tempo com besteiras.
— Ah, sim, ela me contou que você tinha sido internado na mesma unidade
em que trabalho.
— OK, vamos fazer esses benditos exames, e quanto mais rápido fizer,
mais rápido eu saio daqui! — resmungo, e vejo o alívio no rosto da Vanessa.
Entendo a sua preocupação.
— Então vamos, que vou te levar para fazer uns raios-X e depois vamos
fazer uma tomografia, só para desencargo de consciência.
Não demora muito, faço os dois, o bom de ter um médico conhecido é que
consigo fazer os exames logo.
— Bom, dá para ver que não teve nenhuma fratura e não há manchas nos
exames, e isso é muito bom!
— Leon, quero que você sente na cama só para verificar os seus olhos, e
depois sim você vai poder ir — sento rápido na cama, e ele começa a me
examinar e fazer perguntas, e eu respondo que estava tudo bem.
— Agora sim!
— É melhor.
— Se foi, eu não sei, só sei que vou até lá e vou fazer de tudo para
descobrir o endereço daquele filho da puta!
— Ah, sim, ele parecia surtado de manhã. Eu vou fazer questão de acabar
com a raça dele.
— Vane, eu prefiro que você fique aqui com seu namorado, ou mesmo vai
para sua casa.
— Sei disso, só que vou ficar mais tranquilo com você em segurança.
Eu não via a hora de encontrar a minha rainha. Sinto tanto a sua falta! De
uma coisa eu tinha certeza: ela estava com aquele Pedro. Por que ele fez isso
com a minha rainha? Será mesmo que ele tinha a ver com o caso do estupro?
Eu mato aquele desgraçado se foi ele mesmo que fez isso com a minha
rainha! Ele vai pagar tão caro! Agora o mais importante era encontrar a minha
Duda, e só assim eu me vingaria daquele desgraçado.
Meu Deus, traga a minha rainha para mim, nunca pedi nada! Só a quero do
meu lado para podermos constituir família um dia. Afinal, ela é a única mulher
que conseguiu me prender, e morro se ela não aparecer. Por isso vou fazer tudo o
que precisar para trazê-la de volta.
Eu a quero mais do que tudo na minha vida! Não sou mais um garoto que
não sabe o que quer.
— Pois não?
— Boa noite, meu nome é Leon Vitorino e gostaria de saber como faço para
pegar o endereço de um aluno — ela me olha desconfiada, no mínimo achando
estranho um homem com curativos na cabeça ali na faculdade.
— Senhor Vitorino, vou te passar o endereço, mas peço que não conte a
ninguém que fui eu que te forneci — ela pede, nervosa.
Sigo até o portão, que estava aberto, e entro sem fazer barulho. Vou até a
porta de entrada e verifico se estava aberta. Não. Tento olhar para dentro, e
estava tudo escuro, chego a pensar que a minha Duda não estava lá dentro.
Não desisto e vou andando para ver se tinha outra entrada. Fico procurando,
até que encontro uma porta do lado do quintal. Estava encostada, e fico aliviado,
no mínimo ele deve ter se esquecido de trancar. Isso foi a minha sorte.
Abro a porta bem devagar e encontro o Pedro apontando a arma para ela.
Vê-la ali sendo ameaçada fez meu sangue ferver e mais ainda querer matá-lo de
várias formas.
Outra coisa que me chamou atenção foi ver que a minha rainha estava
machucada, e a vontade de entrar e acabar com a raça dele era mais forte. Mas
não podia agir de cabeça quente.
Quando chego à cozinha, procuro algo que faça barulho bem forte e
começo a jogar tudo no chão, fazendo um ruído enorme. Não demora muito,
aparece o Pedro, armado. Quando ele acende a luz e me vê, fica surpreso, e não
tem tempo de agir, pois lhe dou um soco, fazendo-o cambalear e cair no chão.
Chuto a sua mão, fazendo a arma disparar.
— Você vai pagar caro! — o ameaço, e fico em cima dele socando-o, até
ele parar de rir e começar a sangrar.
— Não quero saber! — e lhe dou mais um soco forte, e mesmo tonto ele
ria. O cara gostava mesmo de apanhar.
Antes de ir atrás da minha rainha, consigo pegar uma faca e saio correndo.
Volto para a minha rainha, e quando a encontro eu estou tremendo tanto, que
acho que vou desmaiar. Quando ela me vê, o seu alívio é tão grande, que ela
começa a chorar.
— Ei, não chora! — eu a consolo dando um beijo nela e passo a faca com
força na corda.
— Minha rainha, eu não quero que você se preocupe com mais nada.
— Ele vai ficar algumas horas desacordado — aviso, e sinto o seu corpo
relaxar.
— Sinto muito, minha rainha, mas temos que ir, para ver esses ferimentos, e
também vou ligar para a sua irmã e ver se ela ainda está lá.
— Do quê?
— Mas você é e sempre será a minha rainha! — aviso, e ela me abraça com
força. Então me lembro do que aquele lunático disse sobre tê-la violentado
novamente e pergunto, sem jeito: — Ele te machucou em mais algum lugar?
Seu corpo fica tenso e se retrai, e a seguro em meus braços, com medo de
que ela fugisse.
— Que exame? — ela sai dos meus braços, percebe o que estou querendo
dizer e então ri: — Você acha que eu fui violentada?
— Graças a Deus, não! Seria muita falta de sorte eu ter sido violentada duas
vezes, não? — ela ri, mas então começa a chorar, e choro junto com ela.
— Não!
— Ele merece morrer por ter mentido para mim, dizendo que te violentou
duas vezes. Eu tenho vontade de voltar lá e matá-lo! Por que você não quer que
eu o mate?
— Ele vai ter o que merece, e sei que ele apanhou, e muito!
— Porque as suas mãos estão machucadas, e também não quero você preso
por matar aquele verme.
— Eu também preciso dos seus beijos novamente — ela diz, e, com plateia
e tudo, ataco a sua boca com fúria, mostrando a todos a quem essa mulher
pertencia: somente a mim.
A Vanessa praticamente me tirou dos braços do Leon quando eu vi o meu
cunhado ali me esperando. Vou até ele e o abraço.
— Algum problema?
— Leon está numa ligação, e eu estou aqui querendo saber com quem! —
brinco, ainda olhando para ele.
— A mãe dele?
— Ah, ainda não! Assumimos naquele dia em que ele foi me encontrar na
faculdade.
— Minha irmã, quero que você saiba que o Leon está completamente
apaixonado por você! — ela o defende, e abro um sorriso.
— O que houve?
— E quem foi?
— O Pedro.
— Eu não vou mentir em dizer que não mexeu comigo, porque mexeu! Pelo
menos, finalmente eu tenho um rosto e sei quem fez isso comigo. Tive nojo ao
ficar sabendo dessa história, sim! E a coisa que eu mais quero é que aquele filho
da puta seja preso.
— Sim, eu liguei para a delegacia para avisar que tinha te resgatado e que o
Pedro estava desacordado.
— Sim, minha rainha, agora vamos viver a nossa vida! Vamos embora?
— Não é só para saber se você foi ou não violentada, mas também para
limpar seu rosto e ver se você tem cortes em mais algum lugar.
— OK, vamos fazer logo isso, porque eu quero tomar um banho — falo, e
olho para o Leon: — Você também tem que trocar esse curativo.
— Eu estou bem! — olho-o mostrando que não iria aceitar, e ele responde:
— Tudo bem! Vou refazer o curativo.
— Obrigada!
— Então vamos fazer logo esses exames.
A Vane nos deixa sozinhos e vai conversar com o Lucas, aproveitando que
o andar onde ele estava era tranquilo, e fiquei surpresa, não imaginava que ele
também fazia plantão nesse hospital.
— Estava pensando em como estou amando estar com você desse jeito, em
seus braços.
— Sobre o quê?
— A nossa relação.
— Maria Eduarda Sanches, eu não vou mudar de ideia! — ele diz, bem
sério.
— Desculpa, Leon.
— Tudo bem, eu sei que você deve achar que tudo o que o Pedro me falou
iria me fazer mudar de ideia. Mas eu te amo muito, minha rainha!
— Por quê?
— Preciso tomar um banho, para tirar essa sujeira que está em meu corpo.
— Eu não tenho culpa se você tem uma beleza natural, minha rainha.
— Galanteador!
— Vamos logo. O bom é que vou pedir uma boa comida e bem cara, e é
você quem vai pagar — ela diz, indo até o Lucas e dando-lhe um beijo. Eles se
despedem, e a Vanessa fala: — Agora estou liberada, e o Senhor Leon, se
prepare para pedirmos comida bem cara!
— Você está olhando para mim com uma cara de menina tarada.
Olho para ele e sorrio vendo que ele tinha terminado de tirar toda a roupa e
estava só de cueca boxer, mostrando que ele era, sim, perfeito em tudo.
— E você, minha bela rainha, é a mulher mais perfeita que eu tive a sorte
de conhecer e amar. Não me mande embora — Leon pede, fazendo carinho em
meu rosto.
— Minha rainha, vou tomar um banho rápido, não vejo a hora de dormimos
juntos novamente — pisca o olho e manda um beijo. Volto a rir.
Novamente eu iria dormir nos braços do meu príncipe encantado, e não via
a hora de finalmente me entregar a ele, o que esperava que fosse acontecer em
breve. Agora sim eu poderia dizer que finalmente me sinto em paz como nunca
tinha sentido, e tudo isso graças ao amor que o Leon estava me dando.
Considero-me a mulher mais sortuda por ter um homem como ele em minha
vida.
Sinceramente, eu não sei como conseguimos dormir. Acordo com uma bela
ereção matinal, com uma mulher maravilhosa em meus braços e sua delicada
perna jogada em cima da minha.
Era assim que eu queria acordar, com ela todos os dias desse jeito. Mesmo
que tivesse uma bela ereção em sua homenagem. Quem sou eu para reclamar
disso?
— Maravilhosamente bem!
— Espero que a Vane não tenha se importado de eu ter dormido aqui — por
mais que eu fosse seu patrão e também amigo, teria que respeitar a casa delas.
— É claro que ela não se importa! Vane está feliz por estarmos bem.
— Eu gostaria de ficar aqui com você e passarmos o dia todo na cama, mas
não posso.
— Eu sei disso. Mas quero que você descanse um pouco mais.
— Hum — ela diz, passando a mão pelo meu peito. Meu corpo estremece.
Suas mãos em meus cabelos, puxando com uma leve força, me deixaram
ainda mais excitado, e a vontade que eu tinha era de arrancar aquele maldito
short junto com a sua calcinha e enterrar o meu pau dentro dela.
— Você não tem ideia de como estou louco para ter você! — confesso, ao
sentir a sua língua passando pela minha orelha, lambendo bem lentamente. Por
pouco não perdi o controle.
— Ah, eu quero você, eu estou tão excitada! — ela confessa, sem graça e
mal me olhando.
— Você não pode ter vergonha do que sente — falo, com sinceridade. —
Eu amo ver que você tem o mesmo fogo que eu, e vou amar ver você entrar em
combustão.
— Eu quero sentir muito o seu toque! — ela pega a minha mão e coloca em
cima da sua bucetinha.
— Minha rainha, não faz isso comigo! — peço, querendo ter forças para
não a atacar.
— Leon, preciso sentir seu toque em meu corpo — ela pede, quase em
desespero. E Deus! Eu estava a ponto de entrar em ebulição só por causa desse
pedido.
— Quer dizer, então, que ainda não estou pronta para fazermos amor? —
ela provoca, e gemo novamente, frustrado.
— Eu não tenho tanta certeza agora! — puxo a sua boca e volto a atacar.
Nossas bocas voltam a se tocar, e o beijo que damos é tão bom! Nossas
línguas ficam ali, se tocando e duelando. Estávamos com os nossos corpos em
febre. As unhas da minha rainha estavam em minhas costas, arranhando com
gosto.
Paro de beijá-la e desço o rosto para o seu pescoço, beijando. Passo a língua
bem no local em que estava a veia que estava saltando e acabo chupando de leve
seu pescoço, com certeza deixando uma marca.
Eu não fiquei com nem um pouco de remorso por saber que a tinha
marcado. Caso algum homem visse, saberia que ela me pertencia. Fui descendo
até encontrar o seu sutiã, e olho para ela e pergunto:
— Tem certeza?
— Você não tem ideia de como estou louco para sentir o seu gosto — falo,
e desço a boca para o seu colo, encontro os seus seios e beijo cada um, ouvindo
seu gemido. — Minha rainha, tente não fazer barulho — peço, e continuo, pego
o seu seio, coloco na boca e passo lambendo.
A minha língua passa pelo biquinho, e fico brincando com ele, intercalando
com o outro seio. Vejo que ela tem seios tão maravilhosos, que um dia eu faria
uma bela espanhola neles.
— Ah, eu amo eles, e amei mais ainda senti-los em minha boca — falo,
com veneração, e desço minha boca até a sua bela barriga e vou beijando e
lambendo.
Ouço os seus gemidos baixinhos. Sabia que ela estava se controlando, sua
mão estava em sua boca para abafar os gemidos. Seu corpo estava bem trêmulo.
Encosto o meu rosto em sua bucetinha e inalo o seu cheiro. Percebo que a
minha rainha fecha as pernas, e falo:
— Não!
— Minha rainha, eu vou ser o primeiro e o único homem que vai te tocar
desse jeito! — aviso, e afasto as suas pernas novamente, aproximando o meu
rosto de sua bucetinha. — Duda, tenta se controlar com o que eu vou fazer
agora!
— Leon, isso é bom demais! — ela fala, e concordo. Sempre tive fodas, e
nunca foi desse jeito, com amor.
Puxo o seu rosto para perto do meu e a beijo, querendo que ela sentisse
como era maravilhoso o seu sabor. Com a minha mão bem em frente à sua
bucetinha, vou separando os lábios com os dedos e coloco bem devagar. Minha
rainha estremece toda e geme baixinho, enquanto devoro a sua boca.
— Quer que eu pare? Estou te machucando?
Sei que ela estava muito excitada e continuo a estocá-la bem devagar, com
ela me olhando bem fundo nos olhos e sorrindo.
A forma como ela estava ali lânguida em sua cama, aproveitando tudo que
estava recebendo de mim, era maravilhosa. O sexo com ela era perfeito.
Seu rosto estava bem corado, e ela estava linda desse jeito. Tiro o meu dedo
e ouço seu gemido de frustração. Sem ela esperar, coloco mais dois dedos dentro
dela.
— Está sentindo? — pergunto, ao ouvir seu outro gemido, e sabia que ela
estava a ponto de gozar. Começo a aumentar a velocidade dos dedos, estocando
com gosto e sabendo que ela não sentiria nem um pouco de dor, apenas prazer.
Beijo-a logo para abafar seus gritos. Sabia que ela estava tendo um belo
orgasmo. Estoco com mais velocidade, e meus dedos ficam molhados com o
néctar dela. Seu corpo ainda treme, e aos poucos vai normalizando. Os meus
dedos ficam estocando até o seu corpo parar de tremer.
— Nossa…
— Tudo bem?
— Ah, sim! E só está faltando uma coisa aqui para completar o meu vício.
— E o que seria?
— Sorvete!
Ela ri.
Levanto, vou até o banheiro e pego a toalha de rosto, levo até a pia do
banheiro e molho-a, voltando para minha rainha, que estava do mesmo jeito.
Vou até ela e passo a toalha sobre a sua bucetinha para limpá-la. Sabia que
ela estava um pouco sensível, devido à intensidade do nosso ato.
— Ah, minha rainha, como gostaria muito de ficar aqui com você!
— Eu também queria ficar com você! — ela me puxa para os seus braços
novamente. E eu vou de bom grado. Ah, como amo essa mulher! Ficamos assim
durante algum tempo.
— Eu sei disso.
— Sim?!
Olho para baixo e vejo que o meu pau ainda estava armado.
Não me demoro muito, e ao sair dou de cara com a minha rainha, que
estava ali parada, me vendo terminar.
Vejo-a vindo em minha direção deixando a toalha cair, fazendo com que eu
fique ofegante com a visão dela. Quem a visse agora não imaginaria que a minha
rainha até pouco tempo era uma pessoa bem tímida e tinha medo de chegar perto
de mim.
— Minha?!
— Melhor sairmos logo, o senhor tem que ir para o trabalho! — ela diz,
provocando, e sai do banheiro. Não me demoro muito e vou atrás dela. Pego-a
olhando para o meu pau, que estava novamente duro.
— Você é uma rainha má! — declaro, e ela ri. Fico observando-a se trocar.
Eu coloco a mesma roupa.
— Eu sou a sua rainha má? — ela sorri e passa a língua em seus deliciosos
lábios, me fazendo sentir inveja. Vou em sua direção e a puxo para os meus
braços:
— Ah, sim, agora vou sair daqui, antes que eu caia na tentação! — declaro,
sedutor, e ela sorri. Pego o seu rosto e colo a minha boca na sua, e nos
entregamos ao prazer. Então nos separamos, eu me despeço e vou embora.
Desde o momento em que o Leon me deixou, depois que me beijou, as
minhas pernas amoleceram. O homem tinha mesmo o dom de fazer uma mulher
feliz.
Ainda bem que daqui a pouco estaríamos nos vendo. Como hoje eu não
queria ir para o curso, me deito na cama e pego o travesseiro com cheiro do meu
príncipe. Acabo dormindo novamente.
— Leon… — gemo ao passar as mãos pelos meus seios, que ainda estavam
sensíveis demais.
Por mais incrível que pareça, eu não tinha medo de ficar falando sobre sexo
com o Leon. Se fosse outra pessoa, teria medo e não falaria nada, ou melhor, não
chegaria perto de homem algum.
— Ah, sim, esse lindo corpo que faz o meu pau vibrar pra caramba e que
vai me deixar duro o dia todo!
— Ah, minha rainha, você não tem ideia de como fico quando te vejo ou
quando penso em você — ele suspira.
— Minha vontade é de sair daqui, voltar para sua casa… — ele respira
fundo. Ouço um barulho de zíper descendo e percebo o que está acontecendo.
— Ah, como estava dizendo, voltaria para sua casa! E entraria em seu
quarto e te beijaria do jeito que está, depois tiraria sua roupa bem lentamente…
Ouvindo isso dele, Deus, a vontade de ir atrás dele chega a ser dolorosa.
Meu corpo quer que ele venha logo, e não posso tirá-lo do seu serviço desse
jeito, só para me satisfazer, mesmo que isso fosse contra a minha vontade.
— Está ouvindo?
— Ah, sim! Eu estou muito excitado, a minha ereção está tão grande, que
sinceramente eu tenho medo de que o meu pau acabe rasgando a minha calça! —
ele faz drama, e dou uma gargalhada.
— Você é bobo!
— Bobo? Não, sou apenas um homem que está com uma ereção e com
muita vontade de descer o zíper da calça, pegar o meu pau e o masturbar.
— E por que você não o toca? — fico chocada ao falar isso.
— Ah, bem! Querer eu queria, só que não quero tocar sem você por perto
— ele diz, sincero, e acho isso fofo. Fico com dó dele.
— O quê?
— Se você está dizendo que eu sou a sua rainha má, então você vai receber
um castigo meu!
— Você não vai me beijar mais hoje! — falo, com satisfação, quando ouço
um grito dele:
— O quê?!
— Você não está falando sério, está? — ele diz, como se chocado com a
forma como o ameacei.
— Por quê?
— Acho que vamos ter que ir à delegacia para depormos contra aquele
louco.
— Eu vou fazer de tudo para que você não seja obrigada a ficar frente a
frente com ele.
— Foi o Lucas.
— E essa psicóloga seria por causa do que sofreu? — ele pede, cauteloso.
— Sim… Eu quero ser uma pessoa melhor, preciso parar de ter medo,
Leon.
— Tem certeza?
— Absoluta!
— Pois pode ficar tranquilo, que entre mim e ele nunca existiu nada, a não
ser uma bela amizade, e outra, ele é completamente apaixonado pela minha irmã.
Fico tensa.
— Sem problema. Então, ainda está disposta a fazer uma consulta com uma
psicóloga?
— Sim, e ela falou que, caso você quisesse fazer uma sessão hoje, ela tem
horário.
— E a que horas seria?
Leon deveria ter esperado para comer comigo, mas também eu não poderia
ficar segurando-o aqui em casa, sabendo que ele teria que ir embora. Tomo um
lanche rápido, não como muita coisa, porque logo estaria de encontro com o meu
príncipe encantado.
Assim que chego à fábrica, agradeço o motorista e sigo para dentro. Aquele
local nem parecia uma fábrica, olho tudo admirada pelo bom gosto.
Isso fez o meu sangue ferver mais ainda, por achar que essa tal vaca estava
a fim de roubar o meu Leon; isso eu não iria aceitar. Entro na sala, e o Leon, que
estava distraído, me vê e abre aquele sorriso lindo, vem até mim e me abraça.
Retribuo e me viro para aquela cadela, estendo a mão e falo:
— Que isso, minha rainha, você não atrapalha em nada — ele responde,
olhando para ela com carinho. Sinto inveja.
— Que bom, eu vim mais cedo para podermos almoçar. E espero que essa
reunião de vocês não demore muito.
— Sim, eu tenho!
— Ah, sua namoradinha sabe que estou grávida? — solto, e vejo a cara de
surpresa que a talzinha recebeu.
— Não, ela não sabe — a própria sonsa fala. — Não deve ser muito
interessante esse assunto, sendo que ele não comentou nada — ela dá de ombros.
— E não é mesmo!
— Simplesmente eu estou dizendo que esse filho, como você mesma disse,
não é meu!
— Impossível ser meu filho, porque sempre fizemos sexo com camisinha.
Fico com ódio por ele ter uma excelente memória, e não quero nem saber,
ainda preciso insistir nessa questão.
— Leon, a gente sempre fazia amor! — deixo bem claro que o que
tínhamos era muito importante para mim e iria mostrar para aquela mulherzinha
que vou fazer de tudo para ter o meu homem ao meu lado.
— Sim, Laura.
— Você tem o que, 18 anos? — provoco-a. — Meu Deus, você acha que ele
está apaixonado por você? Uma criança que mal saiu das fraldas?
— E por que não? Eu sou a única mulher que pode satisfazê-lo na cama e
fora dela, e não uma criança que ainda não sabe o que é fazer um sexo bem feito
— declaro, amando atormentar essa criança idiota.
— Sabe o que é mais engraçado nessa história toda? É que você sabe que
ele me ama e está tão desesperada por tê-lo perdido, que é capaz de falar besteira
só para atingir os seus objetivos.
— Ele não te ama! — declaro.
— E por que você acha que não a amo? — ouço o Leon me perguntar.
— Então, como você mesma disse, se o filho é meu, quero fazer um teste de
paternidade assim que a criança nascer, e se for meu assumo com certeza. Agora,
uma coisa eu te digo, é mentira que já fiz sexo sem camisinha, eu não seria tão
louco de engravidar uma louca como você! — essas palavras me doem.
— Você não vê, Leon, que eu sou uma mulher completa para você?
— Por que você não vai para o inferno, que a conversa aqui não é para
criancinha?
— Você se acha mesmo, não? — falo, sabendo que tinha que dar um jeito
nessa idiota.
— Me acho, sim. Agora, vou pedir pela última vez: desaparece daqui!
— Leon, olha como essa criança está me tratando — ele me olha com pena,
e isso me incomoda.
— Essa criança aqui tem todo o direito de falar com você desse jeito e
como ela quiser — ele a defende.
— Você vai se arrepender da forma como está me tratando! — falo para ele,
pegando a minha bolsa e me virando para ir embora.
— Você vai me pagar caro, Leon Vitorino, por ter me traído — falo para
mim mesma dentro do elevador. Quando já estou no meu carro, deixo as
lágrimas de raiva caírem e declaro: — Ninguém vai tirar o que é meu, nem que
eu tenha que matar aquela menininha ordinária — abro o porta-luvas, de onde
tiro um revólver, e faço carinho nele. — Você vai se arrepender, Leon Vitorino,
por ter me trocado por uma criança! — guardo a arma. Eu tinha que pensar com
calma como iria me vingar daqueles dois, ou não me chamo Laura Munhoz
Depois que aquela galinha saiu da sala do meu Leon, olho para ele e fico
observando-o por alguns instantes, vendo como esse homem era lindo e gostoso.
— E você está além de muito linda nesse vestido, é muito gostosa! — ele
pisca o olho, e dou risada. — Ah, minha bela rainha, você não tem ideia de como
senti falta de ouvir a sua risada gostosa.
— Também sinto sua falta direto — ele declara, e meu coração dá aquela
acelerada. Ele me puxa para os seus braços e, assim que me toca, eu
praticamente me desmancho.
— Leon… — sussurro, e levanto o seu rosto. Ele me olha com tanto amor,
que sem eu esperar ele puxa o meu rosto e toca os seus lábios nos meus, e o que
começou com um leve tocar de lábios se transforma em fogaréu e nos
descontrolamos.
Enquanto nos beijávamos, Leon me pega no colo sem descolar as nossas
bocas e me coloca em cima da mesa. Aos poucos vamos parando de nos beijar, e
o meu Leon separa nossas bocas e me olha.
Esse olhar dizia como ele me amava, nessas horas não precisava de
palavras, apenas gestos bastavam. Leon volta a me beijar, dessa vez no pescoço,
e a forma como ele beijava me fez fechar os olhos automaticamente. Levo as
minhas mãos em seus cabelos e os toco carinhosamente.
— Vanessa, vai embora, você está atrapalhando aqui, não vê, não? — ele
diz.
— Não ouvi nada! Agora, cai fora, que estou ocupado — Leon pede, e
acabo dando um tapa no ombro dele, e ele faz careta.
— Eu não!
Ele faz beicinho, o que acho fofo, e vejo a Vane querendo rir.
— Mas, minha rainha, ela não merece! — ele diz, contrariado, e continua
olhando para ela bravo: — E ela empacou o nosso beijo.
— Meu Deus, para de agir como uma criança contrariada! — ela resmunga.
— Cai fora, Vanessa Sanches — Leon ordena, e dou um beliscão nele, que
grita e me olha: — O que foi que eu fiz para merecer isso?
— OK, tudo bem! Você pode me perdoar por ter te tratado tão mal?
— Vou pensar — a Vanessa fala, e, sem o Leon perceber, ela pisca o olho
para mim.
— Você está vendo, minha rainha? A sua irmã não me perdoa! — ele se
defende.
— Adivinha?
Olho para minha irmã e tenho vontade de rir da forma como falou sobre a
“ex-trepadeira” do meu Leon.
— Ela veio pedir para voltar comigo, novamente, e ainda por cima voltou a
insistir em dizer que estava grávida de um filho meu.
— Que vaca!
— E eu já falei que iria com você! — ele diz, e levanto as mãos para cima
em sinal de protesto.
— Nenhum problema. Eu já disse que eu não quero ficar com ela, e ela não
entende.
— É claro que sim, se ela está mesmo grávida deve ser de outro homem.
— Leon, ela ama você — comento, porque eu tinha visto a sua expressão
de ciúme.
— Duda, você acha mesmo que eu estava olhando para ela com desejo?
— Espero que não, se você tem mesmo amor à sua vida! — resmungo, e ele
ri.
— Você é a única mulher que eu quero na minha vida! — ele declara, puxa
o meu rosto e me beija bem de leve.
— Pode ficar tranquila, que por mim não chego perto dela.
— É bom mesmo, se o senhor tem amor ao seu pau!
— Ah, minha rainha, eu tenho, sim! — ele diz, rindo, e coloca o carro em
movimento. — Qual é o endereço da médica?
— E nem almoçamos.
— Ele vai até a delegacia hoje para ver como andam as coisas, e caso
precise que compareçamos à delegacia ele me avisa.
— E você vai, porque eu vou te ajudar a superar — ele diz, com carinho,
me dando a sua força, e agradeço tanto a Deus por ter colocado esse homem em
meu caminho!
— Vou, sim, meu príncipe, obrigada pela força que sempre me dá.
— Minha rainha, vai dar tudo certo, e se você não gostar da médica
procuramos outra — ele diz, me apoiando e querendo me deixar tranquila. Por
isso eu amava tanto esse homem.
— Obrigada, Leon!
— Não tem o que agradecer. E uma coisa eu te digo: vou fazer de tudo para
você esquecer o que te aconteceu — ele declara, beijando-me. Sai do carro, vai
para o meu lado e me ajuda a sair.
— Boa tarde, tenho uma consulta com a doutora Julia Bastos — aviso a
recepcionista, que ainda olhava para o meu homem encantada. Penso comigo
mesma: “Você vai ficar só olhando mesmo, minha filha”.
— Prazer, sou a doutora Julia Bastos! — ela aponta para o sofá. — Você é a
Maria Eduarda Sanches, não?
— Doutora, o que Leon quis dizer é que ele vai acompanhar as consultas.
— Absoluta — ele diz, firme, e segura a minha mão ao ver que estava
tremendo. Nem eu mesma percebi isso.
— Calma, minha rainha, vai ficar tudo bem! — Leon me consola, leva a
minha mão que estava segurando para sua boca e a beija, encorajando-me.
Eu tinha que ser forte e contar tudo a eles. Como aconteceram as coisas e
também o que aconteceu logo depois, mesmo com o medo que estava sentindo
naquele momento de que o Leon nunca mais fosse me olhar quando soubesse o
que eu tentei fazer contra mim mesma naquela noite. Eu era covarde, ou ainda
sou?
— Está tudo bem? — a doutora pergunta, com cautela, e percebi que ela
estava preocupada.
— Sim, eu estou bem.
— Por que você não me contou? — não me aguento e pergunto para ela,
que estava chorando muito. Aquilo me cortou o coração.
— Não, obrigada! Eu estou bem, acho que agora sim eu finalmente tirei o
peso das minhas costas.
— Não.
— Você acha que está pronta para continuar?
— Sim, estou.
— Para mim foi, até o dia em que te conheci. Naquela mesma noite, eu
estava tão machucada, com tanta dor no corpo e com tanta vergonha de mim
mesma por não ter conseguido machucá-lo.
— Doutora, não é normal eu ter sido violentada por um louco que achava
que eu tinha que ser dele.
— Sim.
— Sim, eu quero acabar com isso logo. Fui largada no chão toda
machucada por um louco, e sinceramente achei que não conseguiria ir embora.
— E depois, o que aconteceu?
Meu Deus, como a minha rainha sofreu, e ainda toda machucada. Ah, como
eu queria tê-la conhecido antes e ter evitado toda essa dor e sofrimento que ela
estava passando.
— Eu tinha vergonha do que aconteceu e achava que não merecia viver, era
como se a minha alma tivesse sido arrancada do meu corpo.
— Que aquele dia era o meu aniversário de 18 anos e que tinha decidido
acabar com a minha vida.
— E depois?
— Para mim era isso, se eu me matasse não teria que enfrentar ninguém e
ficar sendo apontada por ter merecido ser estuprada.
— Porque, por incrível que pareça, ainda há preconceito, acham que nós
mulheres merecemos esse tipo de castigo para aprendermos que devemos nos
comportar onde estivermos.
— Eu não queria que eles descobrissem que tinha sido estuprada e receber
de alguns olhares de pena e outros risinhos de “bem feito”. Doutora, assim que
achei que tinha me matado, entrei na escuridão profunda achando finalmente a
paz que tanto buscava, e depois que descobri que tudo que eu tinha feito foi em
vão me desesperei.
— Porque minha irmã não merecia passar pela mesma vergonha que eu!
Ter o seu nome sendo arrastado na boca de fofoqueiros de plantão? Não, a minha
irmã é boa demais para ser ligada a esse caso.
— Como estava dizendo, assim que descobri que estava viva fiquei
chocada, e a minha irmã, coitada, estava arrasada. Aquilo acabou comigo. Não
conseguia mais querer viver, sabe? E aí tentei me matar mais uma vez… — ela
sussurra, e devo ter entendido errado.
— E depois?
Ouvir isso cortou o meu coração e fez meu sangue ferver mais ainda. A
vontade de matar o Pedro cresceu.
— Sim, o pegaram ontem — ela sorri pela primeira vez desde que entramos
no consultório.
— E você está pronta para ficar frente a frente com ele novamente?
— Não, ainda não estou. Agora, se for realmente necessário, fazer o quê?
Eu fico.
— Agora não mais. Durante anos tive medo dele, e agora, sabendo quem é,
não vejo mais motivos para ficar com medo.
— Como você acha que vai ser agora?
— O que é engraçado?
— Agora eu sei que não tive culpa de ter sido violentada, passei anos me
sentindo um lixo e parecia que estava morta por dentro, e acho que estava
mesmo. Mas, desde que eu o conheci, comecei a me sentir viva.
— Ah, sim, ele também me deu o seu amor, seu carinho, e bastou isso para
me trazer de volta.
— O que acham de voltar na semana que vem? Como você está se sentindo
agora?
— Vamos voltar, sim. Agora sinto que o meu peso foi embora.
— Isso é muito bom, mesmo! A nossa conversa foi para você colocar o seu
peso para fora.
— Muito bem.
— Que bom, assim não preciso passar nada para você dormir.
— Eu quero comer algo — então lembro que não comemos nada, e espero
que a Olívia tenha feito alguma coisa.
— Você não dá trabalho algum, e, além do mais, logo, logo você vai morar
comigo.
Ligo o carro, e seguimos para a minha casa. Não vejo a hora de tê-la em
meus braços novamente. Hoje vou dormir muito bem acompanhado pela minha
bela rainha e vou fazê-la esquecer do passado, ou não me chamo Leon Vitorino,
o seu príncipe.
Finalmente chegamos à casa do Leon, e, como ele mesmo disse, em breve
vai ser a nossa casa. Eu fico feliz mesmo por estar ali. A Olívia tinha feito um
belo banquete, frango assado com salada de maionese e arroz branco.
— Apaixonada.
— Ainda não, mas vou ligar. E outra, ela deve saber que estou aqui e que
no mínimo vou dormir aqui.
— E logo ela vai ver que em breve você vai ficar aqui comigo.
— Não, minha rainha, pode usar. Não quer companhia? — ele pisca o olho,
e dou risada.
— Vamos? — chamo-o, e sabia que ele ficaria tentado. Ele estava quase
indo, mas diz:
— Melhor não!
— Por quê?
— Se eu entrar nesse banheiro, vou perder a cabeça ao te ver nua e não vou
conseguir me controlar, vou acabar te fazendo minha ali mesmo.
— Ah, sim, minha rainha, só que quando perdermos a nossa cabeça vai ser
nessa cama, e não no banheiro.
— Ah, minha rainha, vai ser delicioso, sim. Agora, seja uma rainha
boazinha e vai tomar o seu banho, que te espero aqui, e enquanto estiver
tomando pensa em mim!
Vou para o banheiro, tiro o meu vestido e a sandália, ligo o chuveiro e tomo
um banho bem relaxante. Enquanto passo o sabonete, faço o que o Leon tinha
pedido, penso nele, e os meus mamilos ficam enrijecidos. Estava ficando
excitada, então paro de me tocar, porque mais um pouco eu iria acabar gozando.
Aproveito que tinha deixado a minha escova de dente ali e já a uso. Não me
demoro muito no chuveiro e saio, com a toalha enrolada no corpo. Quando o
Leon me vê enrolada na toalha, ele fala:
— Nossa…
— Tudo bem?
Enquanto isso, vou até o guarda-roupa dele, pego uma camisa e uma cueca
boxer suas e visto.
Depois que termino, fico esperando o Leon voltar para o quarto. Ligo a TV
e começo a procurar alguma coisa para assistir, até que encontro uma série
chamada “The Mentalist”. Quando estava para mudar de canal, o Leon aparece e
diz:
Mas olho para ele e perco toda a vontade de assistir TV, porque a cena ali
na minha frente me fez ficar sem fôlego. O homem estava simplesmente
espetacular. Como isso era possível? Um homem daquele ser tão perfeito em
todos os lugares? A natureza realmente resolveu ser bem generosa com ele.
— Algum problema?
— Nenhum, você está simplesmente linda nessa minha camisa.
— Que isso, minha rainha, você tem todo o direito de pegar o que quiser
meu.
— Então não tem problema de ter pegado uma cueca boxer também, não,
né? — pergunto, tomando coragem, e tiro o edredom do meu corpo, jogo nos pés
da cama e volto a deitar. Leon fica ali parado, como se estivesse hipnotizado.
— Hum… — ele gagueja. — Nem um pouco, acho que essa cueca ficou
melhor em você do que em mim.
— Algum problema?
— Minha rainha, você passou por muita coisa hoje e precisa descansar.
Meus seios pareciam estar bem inchados, e aquilo era muito bom. Ouço o
gemido do Leon, que me pega no colo, e com uma das mãos levanta o meu rosto
e traz para perto do seu.
— Melhor impossível! — ele diz, rouco, e vem com as mãos em meu rosto,
faz carinho e depois vai descendo até o meu pescoço. Ali, eu mesma percebi
como a minha veia estava pulsando.
Ele queria me torturar, só podia ser isso. Aos poucos, foi descendo as mãos
até os meus seios e ali ficou, com as mãos paradas. Era como se ele estivesse
lutando com todas as forças.
— Leon… — sussurro.
— Sim…
Aos poucos a intensidade dos nossos beijos vai acalmando. Em seguida, ele
me deita novamente contra o travesseiro, para de beijar a minha boca e vai
descendo a boca pelo meu pescoço, até chegar aos meus seios.
Quando chega ao vale dos meus seios, ele para e fica olhando hipnotizado,
vendo-os ali rijos e pesados. Desce o rosto até eles, encosta em um deles e
começa a beijar. Pega o bico de um deles com os dentes e morde de leve. Aquele
leve choque de dor e prazer corre em meu corpo e gemo.
Ele volta e faz isso com o outro seio, e fica sempre intercalando entre um e
outro, deixando os dois tão sensíveis, que a hora que ele os assoprou me fez
contorcer na cama, de tão grande prazer que estava sentindo.
Deus, aquilo era tão bom, sentir prazer em meu corpo… Poderia morrer
agora, que morreria feliz só por estar sentindo como é bom ser amada. Leon
brincava com os meus seios, mamando-os com gosto, e as mordidas deixavam
minha bucetinha exclamando de desejo.
Oh, Deus, que língua era aquela que descia pela minha barriga me fazendo
ofegar?! Eu estava trêmula em todos os lugares do meu corpo, era como se
estivesse em uma montanha-russa do prazer.
O Leon desce mais ainda e chega até a minha bucetinha, separa as minhas
pernas, sobe na cama e fica no meio das minhas pernas. Fecho as coxas, no
automático.
— Minha rainha, abre essas pernas, abre! — ele pede, todo sedutor, e
obedeço. — Você está toda inchadinha e molhadinha para mim, Duda.
Sim, eu estava muito excitada com o carinho que ele estava fazendo em
meu corpo. Sua língua me provocando em todos os lugares me dava um prazer
que nunca imaginei sentir.
O Leon sabia mesmo como me deixar em brasa com os toques de sua boca
e seus dedos fazendo carinho em meu corpo. Pego mais um travesseiro e coloco
para deitar elevada. O Leon não se faz de rogado e cai com tudo em minha
bucetinha, fazendo-me gritar quando a chupa com gosto.
— Ah, sim, droga, seu gosto é tão bom, tão viciante — ele diz, gemendo e
inalando o meu cheiro, que em vez de me deixar com vergonha me deixou mais
excitada. Eu sentia o líquido escorrendo pelas minhas pernas, e a boca do Leon
estava em todos os lugares, era como se tivesse ganhado vida.
Ele volta a cair de boca em minha bucetinha, deixando-a bem mais sensível
do que já estava. A sua língua tão perversamente passando pelos lábios,
lambendo e tocando, me fazia segurar o lençol com força, e grito com gosto ao
perceber que ele enfiou a língua dentro e fica ali, enfiando e saindo.
— Sim… — sussurro, rouca, de tanto que gritei. Ele volta com o rosto na
minha bucetinha e coloca novamente lá dentro, me tocando tão bem lá dentro,
que, quando dou por mim, meu corpo começa a pulsar mais forte. Eu sabia que
estava gozando. — Leon…
— Isso, deixa vir… — Leon pede, e grito novamente com ele me chupando
e enfiando a língua.
— Leon, eu não aguento…
— Ah, sim, você aguenta mais orgasmo e vai me dar mais — ele ordena, e
não é que fico excitada com a forma como ele fala comigo? Antes que o meu
corpo parasse de tremer, ele para de me chupar, e dou um gemido frustrado. Ele
ri: — Agora, minha linda rainha, você vai gozar em meus dedos — e começa a
introduzir os dedos em mim, tirando e colocando um dedo e depois dois. Então
começa a socar com gosto, e grito novamente.
— Mais uma vez, minha rainha — ele pede, solta a toalha e a joga no chão,
pega o seu pau e coloca bem na entrada da minha bucetinha. — Tem certeza?
— Eu te amo!
— Obrigada, Leon!
— É que estávamos fazendo algo muito mais importante do que essa série.
— E devo me preocupar?
— Também achei, nunca tinha feito amor antes, e isso foi e sempre será
maravilhoso.
— Eu sei disso, minha rainha, e agora sim vamos ter uma nova vida, e tudo
que já nos aconteceu de ruim ficará para trás.
— Isso mesmo, minha rainha, ninguém vai nos separar — ele concorda e
puxa o meu rosto, e selamos essas palavras com um grande e maravilhoso beijo.
Nem acredito que passaram alguns dias desde que finalmente nos
encontramos tanto emocional quanto sexualmente. Agora estávamos aqui, todos
reunidos na minha casa, com minha mãe, Melinda, que estava aqui depois de ter
puxado a minha orelha por não ter entrado em contato com ela e a deixado tão
preocupada, que acabou ligando para a Vanessa e perguntando sobre mim.
— Nem acredito que você resolveu fazer um belo almoço aqui e convidar a
todos.
— Sim, eu queria que todos estivessem aqui, porque estou planejando algo
para hoje.
— Ainda não, minha rainha, ainda não! — falo, rindo dela, e a beijo. Os
nossos beijos eram sempre explosivos, e Deus, eu estava a ponto de tirá-la dali,
levá-la direto para o nosso quarto e fazê-la minha novamente.
— Ei… — ouço a voz da minha mãe nos chamando, e paramos de nos
beijar. Ela ficou encantada de conhecer a Duda, e vice-versa, tanto é que as duas
ficaram amigas inseparáveis.
— Eu espero vocês lá, então — minha mãe nos deixa sozinhos novamente.
Minha rainha volta a me beijar, e me entrego aos seus beijos. Sinceramente, não
via a hora de ficarmos sozinhos e podermos curtir tudo outra vez.
— Sim…
— Sim, eu só quero ficar com você em nosso quarto e em nossa cama, nós
dois enrolados num edredom e nos amando lentamente — falo, bem
sedutoramente, sabendo que bastava um simples toque para fazê-la cair em meus
braços.
— Ah, então, já que estou enganada, você não vai querer saber o que vou
usar hoje à noite, quando formos para a cama, né? — ela provoca.
— Não senhor, você disse que não quer fazer amor comigo, então hoje vou
dormir na minha casa e você aqui! — ela volta a provocar, sai e me deixa ali
sozinho. Chamo por ela, que não estava nem aí.
Saio do hall de entrada e sigo para a sala de jantar, onde todos estavam
reunidos. Ao me verem, começam as gracinhas, e dou risada. Ali se encontram a
minha rainha, a minha mãe, a Vanessa e o namorado Lucas e a Olívia, minha
empregada.
Faço sinal para a Olívia, que vai até a cozinha e retorna com champanhe e
taças, colocando a bandeja em cima da mesa. Ouço a Vanessa perguntar:
— Qual é a ocasião?
— Não mesmo!
— Leon, o que você acabou de falar? — ela pergunta, e tiro a caixinha com
os anéis de noivado, na cor ouro, com três pedras de diamantes.
— Minha linda rainha, aceita ser a minha eterna noiva e muito em breve a
minha esposa para todo o sempre? — olho para ela ansioso, e vejo que seus
olhos já estão em lágrimas. Eu estava a ponto de perguntar novamente, quando
ela finalmente responde, emocionada:
— Sim, eu aceito ser sua noiva e também aceito ser a sua esposa em breve.
Levanto-me, pego a sua mão, coloco a aliança e beijo-a. Ela faz o mesmo
com a minha mão, coloca a aliança e beija da mesma forma que eu tinha feito.
Eu não me canso de olhar para essa aliança e vê-la em meu dedo. Parece
que foi ontem que o meu príncipe me fez o pedido, e meu coração parecia que
iria explodir com tanta emoção.
— O que você está fazendo aqui, Laura? — pergunto, ao vê-la ali sentada.
Olho para ela parada bem na minha frente, quando estava saindo da minha
última sessão com a doutora Bastos.
— Abaixa essa arma, Laura! — peço, com receio, e vejo que as pessoas
começam a fugir dali.
— Você é uma vadiazinha, que se acha a tal só porque está transando com o
meu homem — ela grita, e vejo como está descontrolada.
— Laura, eu te peço, abaixe essa arma, senão vamos nos machucar!
— Você tem que morrer! — ela passa a arma pelo rosto. Seus olhos
mostram muito ódio por mim.
— Você é uma puta, roubou o meu homem, o pai do meu filho! — ela
coloca a mão na barriga.
E meu alívio é tão grande ao ver que a polícia estava chegando, que cheguei
a ter uma leve tontura e tenho que me segurar em um carro para não cair. Droga,
o Leon vai me esganar ao perceber que eu não tinha comido quase nada.
— Abaixe essa arma, Laura! — ouço a voz do Leon e fico surpresa por vê-
lo ali.
— Ah, então você veio buscar a sua putinha, seu pai desnaturado? — ela
grita, agora apontando a arma para o Leon, e temo por ele.
— Laura, por favor, larga essa arma, vamos conversar — Leon pede.
— “Por favor”? Você, implorando para mim? — ela ri. — Lembra que eu te
falei que faria a sua vida um inferno? Eu quero que você sofra tanto, que vai me
pedir para acabar com a sua vida! — ela me ameaça e aperta o gatilho. O Leon
se joga em minha frente.
— Você vai pagar caro por ter atirado no Leon — aviso. Coloco a cabeça
do Leon em meu colo e tento parar o sangue. — Por favor, Leon, não me deixe!
Ele já estava fechando os olhos, mas dou graças a Deus ao ver o carro de
ambulância.
— Você sempre foi e sempre será a minha eterna rainha! — ele diz, e fecha
os olhos.
Ele o leva correndo junto com os outros paramédicos, e fico sem saber
como agir. Procuro a Laura e vejo-a com a arma apontada para sua cabeça.
Estava calada, como se estivesse em transe. Depois balbucia coisas desconexas.
— Senhora Vitorino?
— O que houve?
— Lembro que falaram que o meu noivo estava correndo risco de vida —
sussurro, com medo de ter ouvido mal.
— Sim, a senhora está grávida, e pela expressão do seu rosto imagino que
para a senhora é um choque.
— OK.
— Por favor, meu príncipe, se recupera logo, que tenho que te contar que
em breve vai nascer o nosso filho, o fruto do nosso amor — faço uma prece.
Agora estava ali, depois de dois meses, caminhando pela igreja, usando um
vestido branco e carregando um buquê de rosas vermelhas que combinavam com
os meus cabelos, segundo a minha irmã.
Decidi ir sozinha até o altar. Minha irmã estava muito emocionada, vi como
estava feliz por saber que eu estava grávida. A única pessoa que não sabia era o
Leon, mas hoje ele ficaria sabendo.
Dou o meu buquê para a minha irmã, e o padre começa a falar. Fico ali
olhando para ele, lembrando-me de como ele foi forte por ter superado tudo, e
isso graças ao nosso amor, que venceu várias batalhas.
Minha irmã em breve iria se casar com o Lucas. Minha sogra Melinda se
mudou para mais perto depois que descobriu que eu estava grávida. A Laura foi
diagnosticada com possessividade e psicose e foi internada para fazer um
tratamento durante um bom tempo. O Pedro iria mesmo a júri popular e muito
em breve seria trancado durante muito tempo.
Quando o padre nos declara marido e mulher, o Leon fala, fazendo todo
mundo rir:
Seguimos para nossa casa, onde demos folga para a Olívia, que ficou feliz
em ver que seu patrãozinho finalmente sossegou. Contratamos um Buffet com
muita comida, música e bebidas. Assim que chegamos a casa, fomos dançar.
Quando chega a hora de jogar o buquê, ele cai nos braços da minha irmã.
Eu sabia que em breve seria ela.
Depois de algum tempo que estávamos ali curtindo, chamo o Leon e o levo
até o nosso quarto. Lá, entrego-lhe uma pequena caixa. Ele olha curioso e
pergunta:
— O que é?
— Abre!
Mais tarde naquela noite, depois que fizemos amor loucamente ouvindo as
nossas músicas, aproveito que o meu príncipe estava dormindo e pego um novo
diário que ganhei da minha irmã. Começo a escrever nele o que escrevi no outro,
mas agora era bem diferente. Com isso, encerro a minha história, de uma menina
machucada pela vida que encontrou o amor nos braços do seu CEO possessivo.
Fim
AGRADECIMENTOS
Agradeço também a LA Capas, essa capista maravilhosa que, por ter feito a
capa do jeito que eu queria, ficou perfeita. Agradeço a Helen Bampi pela
disponibilidade de fazer a revisão de “Meu CEO Possessivo”, que ficou muito
boa, e também a minha diagramadora, Veveta Miranda, que sempre faz as
diagramações dos meus bebês ficarem tão perfeitas. Tem mais livros vindo para
você!
Agradeço também aos meus leitores fiéis que conquistei desde o meu livro
“Samantha” no Wattpad e que me seguem e leem meus livros até hoje. Aos
grupos de WhatsApp, Facebook e Telegram, que sempre falam dos meus livros e
estão sucessivamente indicando.
Agradeço a Deus por ter me dado uma pessoa tão especial em minha vida,
que partiu no último dia 11 de janeiro. Minha rainha e mãe, Rosa Helena
Vicente, que sempre me deu apoio nessa minha nova jornada. Onde ela estiver,
sei que está muito feliz por ver que consegui vencer mais essa etapa da minha
vida.
Este livro, assim como todos os que já foram escritos e os que ainda virão, é
dedicado à minha mãe, uma mulher guerreira que lutou até o último dia de sua
vida. Algum dia quero ter pelo menos a metade de sua força.
Muito obrigada a todos por estarem comigo mais uma vez e sempre, amo
vocês pelo carinho que sempre tiveram comigo. Até o próximo livro!
Betânia Vicente <3
Table of Contents
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Penúltimo capítulo
Último capítulo
Epílogo 1
Epílogo 2