Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pasteurização e Esterilização-1
Pasteurização e Esterilização-1
Pasteurização e Esterilização
Introdução
A pasteurização e a esterilização são maneiras de conservar alimentos usando
calor para eliminar microrganismos e prolongar a vida útil dos produtos. Apesar de
compartilharem o mesmo objetivo fundamental, essas técnicas apresentam diferenças em
termos de temperatura, tempo de aplicação e impacto no alimento.
1. Pasteurização
A pasteurização, técnica de conservação de alimentos por aquecimento
controlado, surgiu em um contexto histórico marcado por doenças transmitidas por
microrganismos, alta mortalidade infantil e precárias condições sanitárias. No século
XIX, a Europa vivia a Revolução Industrial, que impulsionava o crescimento urbano e
intensificava o consumo de leite, alimento crucial para a nutrição da população.
Nesse cenário, o químico francês Louis Pasteur (1822-1895) se destaca como
figura central na história da pasteurização. Através de seus estudos pioneiros, Pasteur
demonstrou a relação entre microrganismos e a deterioração de alimentos e bebidas, como
vinho e cerveja. Em 1862, buscando solucionar o problema da azedagem do vinho, ele
desenvolveu um processo de aquecimento controlado, denominado pasteurização, em
homenagem ao diplomata francês Louis Pasteur.
O sucesso da pasteurização na indústria vinícola impulsionou sua aplicação em
outros alimentos, especialmente no leite. Em 1880, na Alemanha, Franz von Soxhlet
propôs a pasteurização do leite in natura, comprovando sua eficácia na eliminação de
bactérias e na prevenção de doenças. Essa descoberta teve um impacto significativo na
saúde pública, reduzindo drasticamente a mortalidade infantil por doenças como
tuberculose e brucelose.
A pasteurização se consolidou como um marco na história da segurança alimentar,
contribuindo para a prevenção de doenças, o aumento da qualidade dos alimentos e a
extensão de sua vida útil.
O processo consiste em aquecer o alimento a uma temperatura específica por um
período de tempo específico, então ele é resfriado rapidamente. O tipo de alimento, o
microrganismo alvo e a tecnologia utilizada determinam a temperatura e o tempo de
pasteurização.
2. Esterilização
A esterilização de alimentos, técnica de conservação por meio da aplicação de
calor intenso, surge em um contexto histórico marcado por escassez de alimentos, longas
viagens marítimas e precárias condições de armazenamento. No final do século XVIII, a
Europa vivia a Revolução Francesa, período de instabilidade social e econômica que
intensificava a busca por soluções para garantir a segurança alimentar da população.
Nesse contexto, o confeiteiro francês Nicolas Appert (1749-1841) se destaca como
pioneiro na esterilização de alimentos. Através de experimentos empíricos realizados em
sua cozinha, Appert descobriu que a aplicação de calor intenso em recipientes
hermeticamente fechados eliminava microrganismos causadores da deterioração dos
alimentos. Essa descoberta revolucionou a forma de conservar alimentos, permitindo o
armazenamento por longos períodos e o transporte para longas distâncias.
Em 1810, Appert publicou sua obra seminal "L'Art de conserver les substances
animales et végétales", detalhando seus métodos e resultados. O livro teve um impacto
significativo na comunidade científica e na indústria alimentícia, impulsionando o
desenvolvimento de técnicas de esterilização para diversos tipos de alimentos, como
carnes, legumes e frutas.
A descoberta de Appert contribuiu significativamente para a segurança alimentar,
reduzindo a fome e as doenças transmitidas por alimentos. Sua inventividade e
persistência o tornaram um marco na história da ciência alimentar e da conservação de
alimentos.
A esterilização por produtos químicos pode ser realizada por imersão, gás ou
vapor. A escolha do método e do agente químico depende das características do produto
a ser esterilizado e do nível de segurança desejado. É importante seguir as instruções do
fabricante do agente químico e tomar as medidas de segurança adequadas durante o
processo de esterilização.
REFERENCIAS
Silva, N. P., Gomes, C. F., & Teixeira, E. C. (2019). Pasteurização de leite: Uma revisão
da literatura. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 39(2), 232-240.
Souza, Vânia de Oliveira. A pasteurização do leite: uma análise histórica e social. São
Paulo: Cortez Editora, 2002.
Van der Zanden, J., & Verstraete, W. (2007). Milk pasteurization and its effects on the
quality of cheese. International Journal of Dairy Technology, 60(4), 244-254.