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JORNAL DOS
Codaten® – diclofenaco sódico + fosfato de codeína. VIA ORAL. Forma farmacêutica e apresentações: Codaten® Comprimido revestido. Embalagem com 10 e 20 comprimidos revestidos contendo 50mg de diclofenaco sódico e 50 mg de fosfato de codeína.
Indicações: Para tratamento a curto prazo (máximo de 2 semanas): dor forte causada pela inflamação das doenças degenerativas articulares (p. ex. gonartrose); dor intensa e muito intensa após intervenções cirúrgicas; dor tumoral, especialmente se os ossos
forem afetados ou se houver edema inflamatório peritumoral. Posologia: Adultos: a dose recomendada é de 1 a 3 comprimidos revestidos/dia, de preferência, antes das refeições, com líquido, sem mastigá-los. A dose máxima diária é de 3 comprimidos revestidos.
Populações especiais: Nenhum ajuste da dose inicial é necessário para idosos. Recomenda-se cautela quando administrado a pacientes com insuficiência renal leve a moderada e insuficiência hepática leve a moderada. Contraindicações: hipersensibilidade a
algum dos componentes da formulação, pacientes cujo uso de ácido acetilsalicílico ou outros AINEs pode precipitar asma, angioedema, urticária ou rinite aguda, úlcera gástrica ou intestinal ativa, sangramento ou perfuração, falência hepática, renal ou insuficiência
cardíaca grave, insuficiência respiratória, ataques agudos de asma, pneumonia, coma, gravidez e lactação. Para crianças e adolescentes. Pacientes conhecidos por serem metabolizadores ultrarrápidos da CYP2D6. Pacientes com íleo paralítico e aumento da
pressão intracraniana. Advertências e precauções: • Recomenda-se cautela em pacientes com sintomas / história de doença gastrointestinal (GI) e em idosos, devido aos riscos de hemorragia ou perfuração gastrointestinal. Deve ser interrompido se essas
condições ocorrerem. • O uso combinado com agentes protetores gástricos deve ser considerado em pacientes com histórico de úlcera, idosos e aqueles que necessitam de baixas doses de ácido acetilsalicílico. • Cuidado quando usado seletivos de recaptação de
serotonina. • Recomenda-se cautela em pacientes com colite ulcerativa ou doença de Crohn. • Recomenda-se cautela em pacientes com asma, rinite alérgica sazonal ou doenças pulmonares crônicas. • Riscos de reações alérgicas graves. Deve ser descontinuado
se essas condições ocorrerem. • Recomenda-se cautela em doentes com insuficiência hepática (incluindo porfiria). • Monitoramento da função hepática durante o tratamento prolongado. • Cuidado com retenção de líquidos grave e edema. • Monitoramento da
função renal é recomendado em pacientes com história de hipertensão, insuficiência cardíaca ou renal, depleção de volume extracelular, idosos, pacientes em tratamento com diuréticos ou medicamentos que tenham impacto na função renal. • Recomenda-se
cautela em pacientes com fatores de risco cardiovasculares • Monitoramento de hemogramas é recomendado durante o tratamento prolongado. • Monitoramento é recomendado em pacientes com problemas de hemostasia. • Avaliar a relação risco-benefício em
casos de dependência à opiáceos, inconsciência, situação de pressão cerebral elevada, no uso concomitante com inibidores da MAO. • Monitoramento é recomendado para idosos, pacientes com função renal reduzida e pacientes com distúrbios respiratórios. •
Deve-se evitar o uso concomitante de diclofenaco com outros AINEs sistêmicos, incluindo inibidores seletivos da cicloxigenase-2. • Existe o risco de dependência no uso prolongado e tolerância cruzada a outros opiáceos. Havendo dependência de opiáceo anterior
(mesmo aqueles em remissão), deve-se contar com recaídas rápidas. Para dependentes de heroína, a codeína é considerada como substância substituta. Dependentes de álcool e sedativos também tendem a abuso e dependência da codeína. • Pode mascarar
sinais e sintomas de infecção. • Podem ocorrer efeitos nervosos centrais como cansaço, sonolência, tontura e distúrbios visuais, podendo afetar a capacidade de dirigir e/ou operar máquinas. • Não administrar durante a gravidez e/ou lactação. • Codeína pode
causar hipotensão ortostática e sincope. Existe risco de hipotensão grave em indivíduos com a capacidade de manter a pressão arterial comprometida. • Utilizar com cautela em pacientes com hipotireoidismo, devido ao potencial de depressão respiratória. • É
recomendado precaução especial em pacientes com falência respiratória. • Existem riscos quando coadministrado com benzodiazepínicos ou outros depressores SNC. • Monitoramento é recomendado em pacientes com hipertrofia prostática. • Codeína pode
causar confusão e sedação excessiva em idosos. A duração máxima do tratamento é de 2 semanas. Reações adversas: Comuns: cefaleia, tontura, fadiga, vertigem, náusea, vômito, diarreia, dispepsia, dor abdominal, flatulência, diminuição do apetite, constipação,
aumento de transaminase e rash. Incomuns: infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, palpitações e dor no peito. Raras: hipersensibilidade, reação anafilática e anafilactoide (incluindo hipotensão e choque), sonolência, asma (incluindo dispneia), gastrite,
hemorragia gastrintestinal, hematêmese, diarreia hemorrágica, melena, úlcera gastrintestinal (com ou sem sangramento, estenose ou perfuração gastrintestinal, que pode levar a peritonite), boca seca, hepatite, icterícia, distúrbio no fígado, urticária, edema. A codeína
pode aumentar o tônus da musculatura lisa, especialmente em doses individuais acima de 60 mg. Muito raras: trombocitopenia, leucopenia, anemia (incluindo hemolítica e anema aplástica), agranulocitose, angioedema (incluindo edema de face), desorientação,
depressão, insônia, pesadelos, irritabilidade, distúrbio psicótico, parestesia, diminuição de memória, convulsão, ansiedade, tremor, meningite asséptica, disgeusia, acidente cerebrovascular, comprometimento visual, visão embaçada, diplopia, zumbido, diminuição
da audição, hipertensão, vasculite, pneumonite, colite (incluindo enterocolite hemorrágica, colite isquêmica e exacerbação de colite ulcerativa ou doença de Crohn), estomatite, glossite, distúrbios esofágicos, doença intestinal bolhosas, eczema, eritema, eritema
multiforme, síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica (síndrome de Lyell), dermatite esfoliativa, alopecia, reação de fotossensibilidade, púrpura, púrpura de Henoch-Schoenlein, prurido, insuficiência renal aguda, hematúria, proteinúria, síndrome
nefrótica, nefrite intersticial, necrose papilar renal, ganho de peso. Frequência desconhecida: agitação, nervosismo, alucinações, estado confusional, hipotermia, taquicardia, síncope, hiperidrose, astenia, retenção urinária, mal-estar, inchaço, Síndrome de Kounis.
Interações medicamentosas: inibidores potentes de CYP2C9, lítio, digoxina, diuréticos e anti- hipertensivos (ex.betabloqueadores e inibidores da ECA), ciclosporina, medicamentos conhecidos por causar hipercalemia, antibacterianos quinolônicos, outros AINEs
e corticosteroides, anticoagulantes e agentes antiplaquetários, inibidores seletivos da recaptação de serotonina, antidiabéticos, fenitoína, metotrexato, depressores do SNC, agonistas/antagonistas opioides, antidepressivos, inibidores das enzimas CYP2D6 e CYP3A4
e indutores enzimáticos (ex. fenobarbital e rifampicina), cimetidina. Interações com exames laboratoriais: elevação na amilase e lípase plasmática. Pacientes em tratamento com Codaten® não devem ingerir álcool. USO ADULTO. VENDA SOB PRESCRIÇÃO
MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA. MS – 1.0068.0898. A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. BSS 05.02.2018/ 2018-PSB/GLC-0918-s. Esta mini-bula foi atualizada em 06/03/2018.
Codaten® é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.
Contraindicações: pacientes cujos uso de ácido acetilsalicílico ou outros AINEs podem precipitar ataques de asma, angioedema, urticária ou rinite aguda, úlcera gástrica ou intestinal ativa, sangramento ou
perfuração. Interações Medicamentosas: inibidores potentes de CYP2C9, lítio, digoxina, diuréticos e anti-hipertensivos (ex.betabloqueadores e inibidores da ECA).
1. Lista B de medicamentos referência - Anvisa. Publicado em 15 de junho de 2018. Acessado em 17 julho de 2018. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/4412457/Lista+B+15-06-2018.pdf/0f26e301-a9a-
6-4830-981b-7cfe7986278c 2. Bula do produto. 3. Shaheen PE et al. Opioid equianalgesic tables: are they all equally dangerous? J Pain Symptom Manage. 2009;38(3):409-17.doi:10.1016/j.jpainsymman.2009.06.004.Knotkova H, Fine
PG, Portenoy RK.Opioid rotation: the science and the limitations of the equianalgesic dose table. J Pain Symptom Manage. 2009 Sep;38(3):426-39. doi: 10.1016/j.jpainsymman.2009.06.001. 4. AHFS Drug Information 2003. McEvoy GK, ed.
Codeine. Bethesda, MD: American Society of Health-System Pharmacists; 2003:2570-2.
Vila Mariana – São Paulo – SP Paulo Renato Barreiros da Fonseca (RJ) conceitos emitidos em matérias
CEP: 04014-012 Diretor Científico
ou artigos assinados são de
Tel./Fax: 11 5904-2881| 5904-3959 José Oswaldo de Oliveira Junior (SP)
exclusiva responsabilidade dos autores.
E-mail: dor@dor.org.br Diretora Administrativa
É permitida a reprodução desde que
Site: www.sbed.org.br Dirce Maria Navas Perissinotti (SP)
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no Instituto Nacional da Propriedade Juliana Barcellos de Souza (SC) Coordenação editorial:
Industrial (INPI) e protegida Secretária Juliana Barcellos de Souza
contra o uso não autorizado. Janaína Vall (CE) Edição de arte: MWS Design
3o TRIMESTRE DE 2019
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Com a duloxetina você oferece ao seu
paciente melhor qualidade de vida.(3)
» Melhora da dor.(4,5)
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Apresentações:
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VELIJAMD - cloridrato de duloxetina 30 mg com 10, 30 ou 60 cápsulas de liberação retardada; e 60 mg com 30 ou 60 cápsulas de liberação retardada. Uso oral e adulto (acima de 18 anos de idade).
Indicações: transtorno depressivo maior (TDM); dor neuropática diabética; fibromialgia (FM) em pacientes com ou sem transtorno depressivo maior (TDM); estados de dor crônica associados à dor lombar crônica; estados de dor crônica associados à dor devido à osteoartrite de joelho (doença
articular degenerativa), em pacientes com idade superior a 40 anos; e transtorno de ansiedade generalizada (TAG). Contraindicações: pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Não deve ser administrado concomitantemente com IMAO ou dentro de, no mínimo, 14 dias
da interrupção do tratamento com um IMAO; também se deve aguardar, no mínimo, 5 dias após a interrupção do tratamento com VelijaMD, antes de se iniciar o tratamento com um IMAO. Este medicamento não é recomendado para pacientes com doença renal em fase terminal (necessitando
de diálise), com disfunção renal grave (clearance de creatinina < 30 mL/min); ou ainda em pacientes com insuficiência hepática. Precauções e Advertências: a possibilidade de tentativa de suicídio é inerente ao TDM e pode persistir até que ocorra remissão significativa dos sintomas
depressivos. Os pacientes com alto risco devem ser acompanhados estritamente no início do tratamento, e os médicos devem incentivar os pacientes a relatar quaisquer tipos de pensamentos ou sentimentos aflitivos. Deve ser usada com cautela em pacientes com história de mania ou de
convulsão. Deve ser evitado seu uso em pacientes com glaucoma de ângulo estreito descompensado. Em pacientes com hipertensão conhecida e/ou outra doença cardíaca, é recomendada a monitoração da pressão arterial. A duloxetina deve ser usada com cautela em pacientes com uso
substancial de álcool (elevações graves das enzimas hepáticas. Embora estudos clínicos controlados com duloxetina não tenham demonstrado qualquer prejuízo do desempenho psicomotor, da memória ou da função cognitiva, seu uso pode estar associado à sonolência e à tontura. A segurança
e eficácia em pacientes pediátricos não foram estabelecidas. Não foram observadas diferenças na segurança e eficácia entre indivíduos idosos (≥ 65 anos) e indivíduos mais jovens. .É recomendado cuidado no uso de duloxetina em pacientes com doenças ou condições que produzam
alteração no metabolismo ou nas respostas hemodinâmicas. A duloxetina não foi sistematicamente avaliada em pacientes com história recente de infarto do miocárdio ou doença cardíaca instável. Uso em gestantes durante o 3º trimestre de gravidez: recém-nascidos expostos a ISRSs ou
IRSNs durante o 3º trimestre desenvolveram complicações, exigindo hospitalização prolongada, suporte respiratório e alimentação via sonda. Os médicos devem considerar cuidadosamente a relação entre riscos e benefícios do tratamento com duloxetina em mulheres no 3º trimestre de
gravidez. Atenção: Este medicamento contém açúcar (sacarose), portanto deve ser usado com cautela em portadores de diabetes. Cada cápsula contém 0,02g (VelijaMD 30 mg) ou 0,04g (VelijaMD 60 mg) de sacarose. Gravidez e lactação: categoria de risco na gravidez: C. Não há estudos
bem controlados e adequados conduzidos em mulheres grávidas. Não houve evidência de teratogenicidade em estudos com animais. A duloxetina e/ou seus metabólitos são excretados no leite de ratas lactantes, mas não foi avaliada no leite humano, portanto, não é recomendada a
amamentação. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Interações com medicamentos, alimentos e álcool: houve relatos de reações graves (hipertermia, rigidez, mioclonia, instabilidade autonômica com
possíveis flutuações rápidas dos sinais vitais e alterações do estado mental, incluindo agitação extrema, progredindo para delirium e coma), às vezes fatais, em pacientes recebendo um inibidor da recaptação de serotonina em combinação com um IMAO. Antidepressivos tricíclicos (ATC):
pode ocorrer inibição do metabolismo dos ATC, sendo necessária redução da dose e monitoramento das concentrações plasmáticas do ATC. Inibidores do CYP1A2 (como por ex.: fluvoxamina, quinolonas): pode ocorrer aumento da concentração da duloxetina. Fármacos metabolizados
pela CYP2D6 (como por ex.: desipramina, tolterodina): pode aumentar as ASC destes fármacos. Inibidores da CYP2D6 (como por ex.: paroxetina): pode aumentar a concentração da duloxetina. O uso concomitante de duloxetina com álcool não é recomendado. Antiácidos e
antagonistas H2: medicamentos que aumentam o pH gastrointestinal podem promover uma liberação precoce de VelijaMD. Entretanto, a coadministração da duloxetina com antiácidos que contêm alumínio ou magnésio (51 mEq) ou com famoditina não resultou em efeito significativo das
taxas ou da quantidade absorvida da duloxetina (40 mg). Não há informações sobre a coadministração de duloxetina com inibidores da bomba de prótons. Erva-de-são-João (Hypericum perforatum): pode ser mais comum a ocorrência de eventos indesejáveis. Fármacos que atuam no
SNC: pode ocorrer sinergia dos efeitos. Fármacos com altas taxas de ligação às proteínas plasmáticas: pode aumentar as concentrações livres destes fármacos. Lorazepam: aumento da sedação, em comparação ao uso isolado de lorazepam. Reações Adversas e alterações de exames
laboratoriais: Muito comuns (≥ 10%): constipação, boca seca, náusea, dor de cabeça, tontura, sonolência. Comuns (≥ 1% e < 10%): palpitação, diarreia, vômito, dispepsia, diminuição do apetite, perda de peso, fadiga, rigidez muscular/contração muscular, tontura, letargia, tremor, sudorese,
fogachos, visão turva, anorgasmia, insônia, diminuição da libido, ansiedade, distúrbio da ejaculação, disfunção erétil, bocejo, hiperidrose, suores noturnos; visão borrada, disgeusia, ansiedade, hesitação urinária. Raras (≥ 0,01% e < 0,1%): taquicardia, palpitação, vertigem, midríase, distúrbio
visual, eructação, gastroenterite, estomatite, calafrios, sensação de anormalidade, sensação de calor e/ou frio, mal estar, sede, aumento da pressão arterial, aumento de peso, distúrbios do sono, agitação, bruxismo, hesitação urinária, rubor facial, extremidades frias, anorgasmia, desorientação,
noctúria. Muito raras (< 0,01%): desidratação, desorientação, reação de fotossensibilidade. Alterações laboratoriais: pequenos aumentos médios nos valores de ALT, AST, CPK e fosfatase alcalina. Posologia: dose diária inicial: 60 mg em tomada única, com ou sem alimento. Dose máxima
diária: 120 mg, dividida em duas tomadas diárias. Doses acima de 120 mg não foram sistematicamente avaliadas. Para os pacientes cuja tolerabilidade é preocupante, pode ser considerada uma dosagem inicial mais baixa. Para pacientes com insuficiência renal deve ser considerada uma
dosagem inicial mais baixa e aumento gradativo conforme a necessidade, realizando monitoração constante. Tratamento Prolongado/Manutenção/Continuação: é consenso que os episódios agudos do TDM necessitam de uma terapia farmacológica de manutenção, geralmente por vários
meses ou mais longa. Não há evidências disponíveis suficientes para determinação da duração do tratamento com duloxetina. Os pacientes devem ser periodicamente reavaliados quanto à necessidade de manutenção do tratamento e qual a dosagem apropriada. Dor neuropática associada
à neuropatia diabética periférica: a eficácia da duloxetina deve ser avaliada individualmente, já que a progressão da neuropatia diabética periférica é bastante variável e o controle da dor, empírico. Reg.MS 1.0033.0167/Farm. Resp.: Cintia Delphino de Andrade CRF-SP nº 25.125. LIBBS
FARMACÊUTICA LTDA/ CNPJ 61.230.314/0001-75/Rua Alberto Correia Francfort, 88/Embu-SP/Indústria Brasileira /VELIJA-MB12-17/Serviço de Atendimento LIBBS: 08000-135044. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA.
VELIJAMD É UM MEDICAMENTO. DURANTE SEU USO, NÃO DIRIJA VEÍCULOS OU OPERE MÁQUINAS, POIS SUA AGILIDADE E ATENÇÃO PODEM ESTAR PREJUDICADAS. A persistirem os sintomas, o médico deve ser consultado. Documentação Científica e informações adicionais
estão à disposição da classe médica, mediante solicitação. Referências bibliográficas: 1. SKLJAREVSKI, V. et al. Efficacy of duloxetine in patients with chronic pain conditions. Curr. Drug Ther., v. 6, n. 4, p. 296-303, 2011. / 2. WIERMANN, E.G. et al. Consenso brasileiro sobre manejo da
dor relacionada ao câncer. RBOC, v.10, n.38, p.132-143, 2014. / 3. OGAWA, K. et al. Correlation between pain response and improvements in patient-reported outcomes and health-related quality of life in duloxetine-treated patients with diabetic peripheral neuropathic pain. Neuropsychiatr.
Dis. Treat. v. 11, p. 2101-7, 2015. / 4. ROBINSON, M.J. et al. Relationship between major depressive disorder and associated painful physical symptoms: analysis of data from two pooled placebo-controlled,randomized studies of duloxetine. Int. Clin. Psychopharmacol., v.28, n.6, p.330-8,
2013. / 5. PERGOLIZZI, J.V. et al. A review of duloxetine 60 mg once-daily dosing for the management of diabetic peripheral neuropathic pain, fibromyalgia, and chronic musculoskeletal pain due to chronic osteoarthritis pain and low back pain. Pain Pract, v. 13, n. 3, p. 239-52, 2013. / 6.
BRANNAN, S.K. et al. Onset of action for duloxetine 60 mg once daily: double-blind, placebo-controlled studies. J. Psychiatr. Res., v. 39, n. 2, p. 161-72, 2005. / 7. GUIA DA FARMÁCIA. São Paulo: Contento, v. 25, n.302, jan. 2018. (Suplemento Lista de Preços).
CONTRAINDICAÇÃO: PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE AOS COMPONENTES DA FÓRMULA. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: FÁRMACOS QUE ATUAM NO SNC:
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REFERÊNCIA NA ÁREA DE DOR
na europa desde 1946.
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» Dor
» Gota e inflamação
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na América Latina
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Linde K, Allais G, Brinkhaus B, Fei Y, Mehring
M, Vertosick EA, Vickers A, White AR. Acupunc-
ture for the prevention of episodic migraine. Co-
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X, Neumann J, Maeda Y, Nierhaus T, Liang F,
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using brain imaging with FMRI-a systematic
review and meta-analysis of the literature.
PLoS One. 2012 Apr 9;7(4):e32960.
3. Ernst E, Lee MS, Choi TY. Acupuncture: does
it alleviate pain and are there serious risks? A re-
view of reviews. PAIN®. 2011 Apr 1;152(4):755-64.
3o TRIMESTRE DE 2019
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COMITÊ DE DOR OROFACIAL 7
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8 COMITÊ DE PESQUISA BÁSICA EM DOR
Dor Crônica no
Universo Parkinsoniano
Em 1817, quando o médico inglês James Parkinson des- A DP representa um distúrbio neurodegenerativo relacio-
creveu pela primeira vez detalhadamente os sintomas e os nado à idade bastante comum em humanos. Segundo o Ins-
critérios de diagnóstico da doença que leva o seu nome, ele tituto Brasileiro de Geografia e Estatística, existem aproxima-
incluiu na sintomatologia de uma paciente parkinsoniana a damente 222 mil parkinsonianos no Brasil, sendo esperado
seguinte descrição “[...] complaining of great pain in both the um aumento no número de pacientes acometidos por esta
arms, extending from the shoulder to the finger ends [...]”1. Ape- doença a cada ano em virtude do fenômeno de envelheci-
sar deste primórdio relato, o sintoma doloroso ainda é negli- mento populacional3.
genciado clinicamente nos dias atuais e apenas metade dos O mecanismo mais aceito como sendo responsável pelas
pacientes com Doença de Parkinson (DP) que sofrem de dor características motoras clássicas da DP (bradicinesia, rigi-
usam algum tipo de tratamento analgésico2. dez muscular, tremor e instabilidade postural) é a perda de
Dra. Glauce Crivelaro Dr. Renato Leonardo Dr. José Aparecido Dra. Christie Ramos
do Nascimento de Freitas da Silva Leite Panissi
Especialidade: Neurociências Especialidade: Especialidade: Psicologia Especialidade: Neurociências
FMRP-USP Neuropsicofarmacologia FFCLRP-USP Ribeirão Preto – FFCLRP-USP
FMRP-USP e FFCLRP-USP
3o TRIMESTRE DE 2019
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neurônios que produzem o neurotransmissor dopamina na no universo do paciente parkinsoniano. Assim, vamos de-
substância negra compacta (SNc) com subsequente perda dicar mais esforços e atenção para este tema tão importan-
de terminações nos núcleos da base (caudado, putâmen, te? Vamos contribuir para melhorar a qualidade de vida do
globo pálido) e no núcleo subtalâmico4. Antes de perda de parkinsoniano? A investigação de medicamentos eficazes,
5% a 10% destes neurônios, no entanto, os sintomas moto- com menos efeitos colaterais para esta condição e um olhar
res não se desenvolvem, mas a doença já apresenta uma sé- mais atento e empático para a dor do parkinsonismo po-
rie de sintomas não motores, mudanças no organismo que dem ser admiráveis iniciativas!
nem sempre são identificadas, mas que podem ajudar na
confirmação de um diagnóstico precoce. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Os primeiros destes sintomas não motores são constipa- 1. Parkinson J. (1817). An Essay on the Shaking Palsy. London: Sherwood, Neely,
and Jones.
ção intestinal e distúrbios na fase REM do sono, momento 2. Broetz D, Eichner M, Gasser T, Weller M, Steinbach JP. Radicular and nonradi-
em que a pessoa começa a ter pesadelos fortes. Redução da cular back pain in Parkinson’s disease: a controlled study. Mov Disord. 2007;
22(6):853-6.
capacidade de reconhecer cheiros, alterações de humor e 3. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro, 2002.
depressão são outros sintomas que aparecem antes das difi- 4. Yang L, Beal MF. Determination of neurotransmitter levels in models of Par-
culdades motoras5. Em adição, tem-se reconhecido que 83% kinson’s disease by HPLC-ECD. Methods Mol Biol. 2011;793:401-15.
5. Bezard E, Fernagut PO. Premotor parkinsonism models. Park. Relat. Disord.
dos pacientes com DP apresentam alterações na sensibilida- 2014;Suppl 1:S17-9.
de dolorosa6. Assim, um dos grandes desafios que os porta- 6. Faivre F, Joshi A, Bezard E, Barrot M. The hidden side of Parkinson’s disease:
dores de Parkinson enfrentam é a diversidade de sintomas e Studying pain, anxiety and depression in animal models. Neurosci. Biobehav.
Rev. 2019;96:335-352.
como estes se manifestam e o comprometimento da capaci- 7. Ford B. Pain in Parkinson’s disease. Clin Neurosci. 1998;5(2):63-72.
dade de realizar atividades do dia a dia está na dependência, 8. Chudler EH, Dong WK. The role of the basal ganglia in nociception and pain.
principalmente destes sintomas não motores da doença. Em Pain. 1995; 60: 3-38.
9. Schestatsky P, Kumru H, Valls-Solé J, Valldeoriola F, Marti MJ, Tolosa E, Chaves
cada parkinsoniano, a dor surge em uma região e em uma ML. Neurophysiologic study of central pain in patients with Parkinson disea-
intensidade diferentes. Por isso, é tão comum ouvir dos por- se. Neurology. 2007;69: 2162-2169.
tadores de Parkinson que há “dias bons” e “dias ruins”. 10. Tassorelli C, Armentero MT, Greco R, Fancellu R, Sandrini G, Nappi G, Blandini
F. Behavioral responses and Fos activation following painful stimuli in a ro-
Os tipos de dor mais frequentemente descritos na DP são dent model of Parkinson’s disease. Brain Res. 2007; 1176:53-61.
dor musculoesquelética, dor neuropática radicular, dor dis- 11. Wada A, Shizukuishi T, Kikuta J, Yamada H, Watanabe Y, Imamura Y, Shinozaki
tônica e dor neuropática central7. A dor geralmente flutua T, Dezawa K, Haradome H, Abe O. Altered structural connectivity of pain-
-related brain network in burning mouth syndrome-investigation by graph
com a incapacidade motora parkinsoniana, o que justifica as analysis of probabilistic tractography. Neuroradiology 2017; 59:525-532.
alterações na sensibilidade dolorosa de acordo com os pe- 12. Domenici, R.A., Campos, A.C.P., Maciel, S.T., Berzuino, M.B., Hernandes, M.S.,
Fonoff, E.T., Pagano, R.L. Parkinson’s disease and pain: Modulation of no-
ríodos on ou off da medicação para a DP8.
ciceptive circuitry in a rat model of nigrostriatal lesion. Exp. Neurol. 2019;
A fisiopatologia da dor na DP ainda não está completa- 315:72-81.
mente elucidada. Pacientes com doença de Parkinson ou 13. Nascimento GC, Bariotto-dos-Santos K, Leite-Panissi CRA, Del-Bel EA, Borto-
lanza M. Nociceptive Response to l-DOPA-Induced Dyskinesia in Hemipar-
lesões nos gânglios da base podem ter limiares de dor re- kinsonian Rats. Neurotox. Res. 2018;34(4):799-807.
duzidos, resultando em hiperalgesia e alodinia9. Resultados 14. Fil A, Cano-de-la-Cuerda R, Muñoz-Hellín E, Vela L, Ramiro-González M, Fer-
neuroanatômicos evidenciam que os núcleos da base estão nández-de-las-Peñas C. Pain in Parkinson disease: A review of the literature.
Park. Relat. Disord. 2013; 19(3): 285-94.
envolvidos não somente com as funções mo-
toras, mas também, com o processamento de
informações nociceptivas, além de outras so-
matossensoriais10. Especificamente, a informa-
ção nociceptiva atinge essa região por meio
de várias estruturas aferentes, incluindo córtex
cerebral, tálamo medial e posterior, amígdala,
área parabraquial e núcleo dorsal da rafe11. A
partir da última década, evidências também
sugerem que o sistema dopaminérgico, prin-
cipalmente a via nigroestriatal exerce papel na
modulação dolorosa12,13. Além disso, o sistema
dopaminérgico tem sido criticamente implica-
do na analgesia natural pelo sistema descen-
dente inibitório em áreas como medula espi-
nhal, substância periaquedutal, tálamo, córtex
anterior cingulado, ínsula e estriado ventral14.
Apesar da correlação bem estabelecida en-
tre a dor e a DP, ainda não existe terapia es-
pecífica para a dor relacionada à doença de
Parkinson, e a sintomatologia é subvalorizada
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10 COMITÊ DOR AGUDA
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câncer e hoje utilizada para todas as demais. O “primeiro de- inibição da sensibilização da dor), tem indicação controversa
grau” propõe a utilização de analgésicos simples para dores na literatura para casos agudos3-5.
de leve e moderada intensidade. Fármacos adjuvantes que A cetamina é inibidora de receptores de glutamato do
concorram para implementar a eficácia analgésica e/ou tra- tipo NMDA e em doses inferiores a 0,1 mg por kg de peso
tar outros sintomas que venham a exacerbar a dor (antide- é um potente analgésico, provocando resultados mesmo
pressivos, fenotiazínicos, antieméticos, protetores gástricos) nas dores refratárias ou com resposta fraca aos opioides. A
podem ser usados desde o início ou adicionados a qualquer dextroanfetamina, o metilfenidato e a cafeína incrementam
momento. Entretanto, com a possibilidade de os pacientes a analgesia e reduzem a sedação induzida por opioides3-5.
queimados passarem por períodos de instabilidade hemodi- Os bloqueios com anestésicos locais injetados nas vizi-
nâmica não os tornam elegíveis para o uso de anti-inflama- nhanças dos troncos nervosos, plexos, raízes nervosas, es-
tórios, pois, tais fármacos poderão reduzir ainda mais o fluxo paços peridurais e subaracnóideo, minimizam o desconforto
sanguíneo renal já prejudicado3-5. de inúmeros procedimentos terapêuticos como curativos,
O “segundo degrau” é atingido na hipótese de a dor ser debridamentos, limpezas, punções aliviadoras de cistos e
mantida ou agravada, caracterizado pelo uso de opioides abscessos, dentre outros, sem interferir com a atividade mo-
fortes em baixas doses, seguido pelo “terceiro degrau” que se tora. Para uma analgesia prolongada pode ser utilizado o
baseia no aumento progressivo das doses de opiáceos caso bloqueio troncular não neurolítico com agentes neurolíticos
persistam os sintomas3-5. (álcool e fenol em concentrações menores que 50% e 4% res-
Incluem: pectivamente) pode ser empregado com ou sem bloqueio
•• Agonistas puros: morfina, meperidina, fentanil, metado- teste prévio com agentes anestésicos3-5.
na, oxicodona, hidromorfona; A administração tópica continuada de anestésicos locais
•• Agonistas-antagonistas ou agonistas parciais: buprenor- tem sido proposta para o alivio da dor de natureza neuropá-
fina, nalbufina, pentazocina e butorfanol. tica, reduzindo a amplificação do quadro clínico e proporcio-
Estes últimos apresentam efeito teto para analgesia, po- nando, também, efeitos cosméticos pois impedem a forma-
dendo antagonizar ou até mesmo reverter os efeitos indu- ção de queloides volumosos3-5.
zidos pelos opioides puros e, inclusive, precipitar quadros A heparina cutânea tem sido usada para tratar queimadu-
agudos de abstinência. O esquema analgésico proposto ras há décadas6. No estudo de Barretto et al., os pacientes
deve ser administrado, após o ajuste inicial da dose, em ho- receberam 4.200 UI de heparina para cada 1% de superfície
rários regulares3-5. corpórea afetada três vezes ao dia, até a formação das cros-
No que tange às vias de administração, a oral é a mais utili- tas, sendo encontrados valores menores de EAV em todos
zada por sua praticidade e menor invasão. Há ainda a possibi- os dias de internação e um menor consumo de analgésicos.
lidade da via venosa – mais utilizada no tratamento intra-hos- Apesar de mantidas as lesões descobertas, não foi notado
pitalar; peridural – pouco empregada em grandes queimados aumento da incidência de infecções locais ou sistêmicas7. O
devido à inexistência de área íntegra para seu posicionamen- estudo em questão foi corroborado por Sigler et al., que des-
to e a subcutânea – não recomendada devido à absorção errá- tacou ainda período inferior de cicatrização dos pacientes,
tica secundária ao extravasamento, para o interstício, de ma- na metade do tempo do grupo controle8.
cromoléculas pelos poros capilares anormalmente dilatados, Diante da sobrevida cada vez maior das vítimas de gran-
reduzindo o poder osmótico intravascular3-5. des queimaduras e do elevado número de procedimentos,
Passando à análise dos adjuvantes, os antidepressivos muitos deles invasivos, dolorosos e divididos em várias inter-
tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina, imipramina, clomi- nações, a analgesia é fator crucial para a melhora da qualida-
pramina, maprotilina), em baixas doses, apresentam efei- de de vida desses pacientes9.
to analgésico, normalizam o padrão de sono, aumentam
o apetite e ajudam na melhora do humor. Os antidepres- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Espada, EB. Dor na Criança com Queimadura. In: Tratado de Dor – Publicação
sivos duais (venlafaxina, duloxetina, desvenlafaxina), por da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor. 1ed. Rio de Janeiro, 2017.
sua vez, oferecem alternativa aos tricíclicos, com anal- 2. Oliveira JR, JO; Rezende, RQM. A Dor em Queimados. In: Tratado de Dor –
gesia discretamente menos intensa, porém, com melhor Publicação da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor. 1ed. Rio de Janeiro,
2017.
perfil de efeitos adversos3-5. 3. Kowalske, KJ; Tanelian, DL. Burn pain. Anesthesiol Clin North Am. 1997;15(2):
Os neurolépticos fenotiazinas (clorpromazina, levomepro- 269-83.
mazina) e as butirofenonas (haloperidol) apresentam efeito 4. Oliveira JR, JO. Aspectos referentes à fisiopatologia comparada entre dor
neuropática e espasticidade. Rev Dor. 2000;2(1):25-30.
sedativo, ansiolítico, analgésico e antiemético. Agem no SNC 5. Melzack, R. The tragedy of needless pain. Sci Am. 1990;262(2):27-33.
acarretando assimbolia da dor4. 6. Saliba, MJJ. Heparin efficacy in burns: II. Human thermal burn treatment with
Os anticonvulsivantes levam à estabilização das membra- large doses of topical and parenteral heparin. Aerospace Med. 1970;41:1302-6.
7. Barretto, MGP; et al. Estudo comparativo entre tratamento convencional e
nas dos neurônios das vias aferentes dolorosas e têm ainda tratamento com heparina tópica para a analgesia de queimaduras. Rev As-
um efeito psicotrópico. Os mais empregados são: a carbama- soc Med Bras 2010; 56(1): 51-5 53
zepina, a difenilhidantoína, o clonazepam, o valproato de só- 8. Sigler, L; et al. Heparin in a deep second degree burn in a murine model. Vol.
33, Núm. 2, abril-jun 2011.
dio, o baclofeno e a oxcarbazepina. A gabapentina, apesar de 9. San Diego First International Meeting on the Effects of Heparin the Treatment
utilizada para tratar a dor persistente de queimaduras (pela of Burns: Beneficial effects of topical heparin in burn wound healing. 1994.
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12 COMITÊ DOR ONCOLÓGICA
A Percepção de Terminalidade
e seu Impacto no Tratamento
da Dor no Câncer
Terminalidade se dá quando se esgotam as possibilidades mas, tais como: insônia; alterações
de resgate das condições de saúde do paciente e a possibili- de funções psicológicas como per-
dade de morte próxima parece inevitável e previsível (Gutier- cepção, memória e concentração;
rez, 2001). Ou seja, o paciente se torna “irrecuperável” e cami- irritabilidade; fadiga; hipertensão
nha para a morte, sem que se consiga reverter este caminhar. arterial; diabetes; doenças no siste-
Pode acontecer diante de qualquer patologia grave e po- ma digestório (ex.: gastrite, úlceras,
tencialmente ameaçadora da vida, aguda ou crônica, inclu- entre outras); perda de eficiência do
sive câncer. sistema imunológico, favorecendo
Diante disso, a questão acima, tema de uma das palestras o aumento de infecções (ex.: rinites,
do 14º Congresso Brasileiro de dor, da Sociedade Brasileira sinusites, gripes, pneumonias, etc.); Dr. Rodolfo Moraes Silva
para o Estudo da Dor, em 2019, na verdade pode ser assim entre outros (Reis, 2010). Médico, Especialista em
interpretada: o que muda no tratamento da dor de um pa- Mesmo que a nocicepção não te- Clinica Medica, Área
de Atuação em Dor.
ciente oncológico quando ele se descobre “irrecuperável”? nha sido, efetivamente, modificada, Presidente do Comitê de
Antes de mais nada, necessário se faz resgatarmos o con- notamos, portanto, um aumento da Dor Oncológica SBED.
ceito de dor total, proposto pela Dra. Cicely Saunders, na dé- intensidade da dor, promovida pela
cada de 1960. Ela assertivamente postulou que o fenômeno influência direta nos outros campos do fenômeno da dor total,
doloroso, especialmente daqueles portadores de doenças mormente o emocional e o espiritual.
em estágio avançado, é composto não apenas pela esfera Os sintomas espirituais estão estritamente relacionados com
física, mas também pelas esferas mental, social e espiritual. os sintomas psicossomáticos que envolvem a doença terminal
Assim sendo, impossível será tratarmos adequadamente e atingem os pacientes que se encontram sob cuidados paliati-
uma dor, se nos atermos exclusivamente aos fenômenos de vos (Gaudette H, 2013).
nocicepção, deixando de lado aspectos emocionais, sociais e Portanto, não se trata de apenas aumentar a dose do anal-
espirituais sem a devida abordagem. gésico. Diante do conhecimento da terminalidade, por parte
O temor da morte é um constante companheiro obscuro do próprio paciente, mais do que nunca, é necessária reavalia-
em um sujeito que apresenta qualquer enfermidade de or- ção de todas as esferas de sua “dor total”, com especial atenção
dem crônico/terminal, em especial a neoplasia, nesta situa- para os aspectos psicológicos e espirituais, que podem, sim,
ção a questão de finitude ultrapassa as barreiras do medo, caso não abordados, agravar em muito a sensação dolorosa!
dando lugar ao horror que a doença representa (Teixeira, O benefício da espiritualidade e da religiosidade na diminui-
2006; Ribeiro, 2008).
ção da percepção dolorosa pode estar relacionado com uma
Portanto, as diferentes esferas que compõem o fenôme-
maior eficiência e interatividade do sistema hipotálamo-pitui-
no doloroso, nesta condição, se interpelam e se influenciam
tária-adrenal, em resposta ao estímulo doloroso e à liberação
mutuamente.
de mediadores importantes (gaba, serotonina, dopamina) no
Diante da terminalidade, e em especial quando o paciente
sistema nervoso central (Lago-Rizzardi CD, 2010).
toma conhecimento dessa situação, mais do que nunca, o es-
Nessa fase, é preciso intensificar um padrão de comunica-
tresse surge como agravante. Observa-se o aumento de sinto-
ção que dê oportunidades de que o paciente e seus fami-
liares se expressem livremente, com o apoio de uma equipe
multiprofissional, para a correta abordagem que se traduzirá
em alivio da dor e melhora da qualidade de vida.
Em resumo, podemos dizer que a percepção de termina-
lidade tem impacto no tratamento da dor no câncer, pois
pode influenciar sobremaneira na intensificação da dor, de
forma direta (pelo estresse) e/ou indireta (pela percepção)
devido à alta carga de sofrimento associado às esferas men-
tal e espiritual, que passam a ter que receber, por parte da
equipe multiprofissional, atenção redobrada, reavaliação
constante e intervenção precisa para um manejo adequado.
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COMITÊ LIGA DE DOR 13
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Coordenação Lied: Dra. Luci Mara França Correia, Dra. Maria Beatriz Campos, Dra. Adriana do Carmo de Souza e Dra. Laís
Kozminski Akcelrud.
Apesar dos avanços substanciais nas últimas décadas, nume- a parte I da aula e, ao término da parte II, o questionário foi
rosos estudos mostram que menos da metade dos pacien- devolvido aos acadêmicos, que foram orientados a formar
tes recebem alívio adequado da condição álgica, em grande grupos de três à quatro pessoas e rediscutir as respostas,
parte, por desconhecimento sobre o manuseio básico da dor tendo a possibilidade de alterá-las. A média de acertos foi
pelos profissionais da área da saúde, que não recebem du- de 14, das 17 questões, o que representa 82,3% de respostas
rante a graduação, a orientação necessária3. dentro do desejado. As questões com maior percentual de
Por acreditar que os estudantes de hoje serão os profis- acerto foram as relacionadas à fisiopatologia, subjetividade
sionais de amanhã, a Liga Interdisciplinar para o Estudo da e avaliação da dor. Somente um, dos 21 acadêmicos partici-
Dor de Curitiba (LIED) vêm tentando suprir essa necessidade pantes, não obteve 50% de acertos. Comparando esse resul-
de conhecimento, oferecendo aos ligantes um programa de tado com o obtido por Alves et al. em 20135 com acadêmicos
educação continuada em dor e proporcionando à todos os de todos os períodos do curso de fisioterapia de um centro
acadêmicos da área da saúde a possibilidade de participar universitário – em que a maior porcentagem de acertos dos
desses encontros mensais. Nos meses de julho e agosto fo- 3 grupos avaliados foi de 49,7% – verifica-se uma aborda-
ram ministradas duas aulas, divididas em parte I e parte II, gem eficaz do tema nas aulas ministradas pela LIED. Após as
com duração de 1h30 cada uma, sobre a fisiopatologia da primeiras aulas, a liga foi convidada a discutir o tema duran-
nocicepção. As aulas abrangeram conceitos básicos, discor- te a semana acadêmica do curso de fisioterapia da Pontifícia
rendo sobre as vias neurológicas da dor, englobando todo Universidade Católica de Curitiba, cumprindo assim com seu
o processo de transdução, transmissão, modulação e per- compromisso de auxiliar a SBED em sua missão de promover
cepção. Para avaliar o aproveitamento em relação ao con- com excelência e ética, o estudo da dor.
teúdo estudado, foi aplicado um questionário adaptado, do
instrumento proposto e validado por Sereza e Dellaroza4, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Projeto Hospital sem dor:
contendo 17 questões objetivas sobre aspectos gerais da diretrizes para implantação da dor como 5º sinal vital. J Dor. 2005;2(16);1-7.
dor, sendo: 6 questões relacionadas a fisiopatologia da dor, 2. Posso IR, Grossmann E, Fonseca PRB et Al. Tratado de Dor: publicação da So-
4 questões relacionadas a subjetividade e avaliação da dor e ciedade Brasileira para o Estudo da Dor. Rio de janeiro: Atheneu, 2017
3. Teixeira MJ. Fisiopatologia da nocicepção e da supressão da dor. Jornal Brasi-
7 questões relacionadas a terapêutica tanto farmacológica leiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial. 2001;1(4);329-34.
quanto não farmacológica da dor. As respostas poderiam ser 4. Sereza TW, Dellaroza MS. O que está sendo aprendido a respeito da dor na
deduzidas com o conteúdo da aula e 90% dos acadêmicos UEL? Semina Cienc Biol Saúde. 2003;24(1):55-66.
5. Alves RC et al. Análise do conhecimento sobre dor pelos acadêmicos do
presentes nunca tinham tido contato com o tema. Foi apli- curso de Fisioterapia em centro universitário. Rev Dor. São Paulo, v.14, n.4,
cado o questionário individualmente uma primeira vez após out-dez p. 272-9, 2013.
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COMITÊ PRATICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM DOR 15
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COMITÊ SAÚDE MENTAL 17
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Otimismo – Reflete uma tendência a esperar bons resultados. tos pró-sociais, tais como, compaixão, empatia e altruísmo,
Tem sido estudado no contexto de sérias condições médicas, bem como, tomada de decisão social, compreensão, decisão,
incluindo doença cardiovascular, tendo sido mostrado estar reconhecimento da incerteza, regulação social, tolerância a
associado com menos estresse relacionado à doença, altas sa- sistemas de valores divergentes, abertura a novas experiên-
tisfação e qualidade de vida e baixa incidência de depressão. cias, espiritualidade e senso de humor. Tem sido mostrado
Análises sistemáticas da literatura têm revelado que o otimis- que uma maior sabedoria pode ser importante para a habili-
mo se relaciona de forma significativa com melhores desfechos dade de idosos sobreviverem e se motivarem, a despeito de
na saúde, incluindo indicadores cardiovasculares, marcadores piora na saúde física. De modo similar, a sabedoria transmiti-
fisiológicos como a função imune, problemas relacionados ao da para gerações mais jovens pode fornecer uma vantagem
câncer, à gravidez, à dor e à mortalidade. Também tem sido para a adaptação, ajudando a neutralizar a perda da fertilida-
mostrado que os adultos otimistas se engajam mais provavel- de na velhice – assim chamada Hipótese das Avós4.
mente em comportamentos saudáveis que os pessimistas1-3. O constructo de sabedoria demanda adicionais considera-
Nível de aspiração pessoal e Autoeficácia do enfrentamen- ções. Este importante constructo tem longas raízes religiosas
to – Aspiração pessoal denota as expectativas individuais em e filosóficas. Entretanto, apenas a partir da década de 1970
relação à eficácia em alcançar os resultados desejados. No pesquisas empíricas têm-na investigado mais sistematica-
contexto de estresse de vida crônico, aspiração pessoal pode mente e, como consequência, nos últimos anos, aparecerem
promover comportamentos adaptativos específicos e orien- inúmeros estudos buscando mais bem defini-la, mensurá-la,
tados para objetivos, além de auxiliar na manutenção desses entender sua neurobiologia e suas implicações para a lon-
comportamentos a despeito de estresse contínuo. O gevidade e saúde, bem como, entender como interven-
nível de aspiração parece proteger os indivíduos ções podem enriquecê-la e promovê-la em dife-
dos efeitos negativos do estresse e de uma rentes contextos sociais4.
saúde frágil. Um conceito relacionado é Entende-se hoje que sabedoria é um tra-
a autoeficácia do enfrentamento, que ço multidimensional compreendendo
se refere à habilidade auto percebida vários componentes específicos que
para ativar estratégias de enfrenta- são úteis para o indivíduo e para so-
mento específicas para sobrepujar ciedade. Similar a muitos constructos
os desafios da vida e influenciar os psicológicos, o todo é maior que a
desfechos destes1-3. soma de suas partes, mas, por último,
Engajamento social – Refere-se sabedoria reside no comportamento.
a quão bem integrada uma pessoa Revisões sistemáticas da literatura
está em sua rede social, incluindo o científica da sabedoria têm identifica-
número e a qualidade de relaciona- do vários componentes: conhecimento
mentos íntimos, frequência da sociali- geral da vida e tomada de decisão social,
zação e o grau em que alguém encontra regulação emocional, comportamentos
prazer na integração e interação sociais. A pro - sociais, tais como compaixão e empa-
qualidade e quantidade das relações sociais tia, compreensão ou autorreflexão, aceitação de
de alguém são associadas com desfechos de saú- diferentes sistemas de valores, aceitação das incerte-
de numa vasta amplitude de populações médicas. Estudos zas, espiritualidade e determinação4.
têm mostrado que há 50% de aumento na probabilidade Vários outros estudos têm buscado conhecer as regiões ce-
de sobrevivência entre participantes com fortes relaciona- rebrais e a neurocircuitaria da sabedoria. Frutos destes estu-
mentos sociais comparados a outros participantes com re- dos envolvendo especialmente o imageamento cerebral têm
lacionamentos mais frágeis, independentemente da idade, revelado que os componentes da sabedoria parecem estar
sexo, estado de saúde inicial, causa de morte e período de localizados primariamente no córtex pré-frontal e no striatum
acompanhamento1-3. límbico. Lesões nestas regiões causam mudanças comporta-
Espiritualidade e religiosidade – Espiritualidade refere-se mentais que indicam uma perda de sabedoria e um declínio
ao grau em que as crenças pessoais, os pensamentos e os precipitado no funcionamento social e comportamental. A
comportamentos focalizam tópicos transcendentes, tais perda da sabedoria também tem sido observada na demên-
como, significado da vida, crença em um ser superior e po- cia frontotemporal, uma demência que é inicialmente carac-
der ou nível de consciência. Religiosidade, por sua vez, é re- terizada não pela perda da memória, mas por alterações de
servada para se referenciar à religião organizada, tendo uma personalidade como impulsividade, pobre consciência social,
conotação social, enquanto espiritualidade pode ser perso- desinibição, comportamento antissocial e apatia4.
nalizada. Estudos têm mostrado que práticas espirituais e Em relação à mensuração, a maioria das medidas e avaliações
religiosas estão associadas com maior bem-estar e melhores da sabedoria baseia-se nas escalas de auto-registro, além de
desfechos de saúde ao longo da vida1-3. questionários, inventários e entrevistas estruturadas e semi-
Sabedoria – A despeito da variabilidade entre as definições -estruturadas. Outros métodos usados para avaliar a sabedoria
de sabedoria, os elementos comuns incluem comportamen- têm incluído estimativas ou nomeações de pares sábios, ou no-
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meações e caracterização de pessoas sábias e famosas, usual- resultados de saúde indicados pela baixa prevalência de uso
mente Madre Teresa, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela. Mas, de álcool e drogas, baixos níveis de ansiedade, fobia e outras
como sabemos, todos estes métodos têm imitações psicomé- desordens mentais. De outro lado, outros autores têm en-
tricas, incluindo um conhecimento prévio dos avaliados ou da contrado exatamente o oposto, pois aqueles indivíduos com
celebridade, bem como outros vieses cognitivos e afetivos4. alto nível de espiritualidade e baixo nível de religiosidade
Pesquisas emergentes sugerem que sabedoria está co- foram associados com melhor saúde, indicados por melhor
nectada a uma condição melhor de saúde, bem-estar subje- funcionamento físico, qualidade de vida, status de saúde e
tivo, felicidade, satisfação com vida e resiliência. Em adição, menos sintomas depressivos5,6.
sabedoria provavelmente aumenta com a idade, facilitando Recentemente, um estudo (Peres et al., 2018; Journal of Re-
um possível papel evolutivo da sabedoria dos avôs em pro- ligion and Health, 1-14)5 considerando amostra brasileira, in-
mover a adaptação das espécies. A despeito da perda de vestigou esta área e usou uma escala de religião para avaliar
sua própria fertilidade e mesmo de sua saúde física, os ido- religiosidade e uma escala de fé para avaliar espiritualidade.
sos ajudam a enriquecer e a promover o bem-estar de suas Interessante foi verificar que os dados que deram significado à
crianças, saúde, longevidade e, também, fertilidade4. vida, bem como, paz, foram mais importantes e associados com
Finalmente, devemos destacar, que sabedoria tem impor- qualidade de vida e saúde mental do que os níveis de religiosi-
tantes implicações tanto para o indivíduo quanto para a so- dade. Em adição, os participantes com altos níveis de religiosi-
ciedade. Inúmeros pesquisadores neste domínio têm suposto dade, mas com baixos níveis de significado e paz, apresentaram
que a sabedoria pode ser aumentada, educada, promovida, e desfechos piores quando comparados com aqueles com baixos
que há necessidade urgente e primária de enfatizar a promo- níveis de religiosidade e altos níveis de significado e paz.
ção de sabedoria em nosso sistema educacional desde o ensi- Outro estudo, realizado pelo mesmo grupo (Vitorino et
no fundamental e médio até ao ensino superior e profissional. al., 2018; Scientific Reports, 8)6, focando a atuação entre Es-
Assim considerando, fica claro que características psicos- piritualidade, Religiosidade e Saúde Mental mostrou dados
sociais positivas têm sido associadas com desfechos de saú- indicando que, pessoas, com níveis mais elevados tanto de
de objetivamente mensurados, incluindo maiores longevi- espiritualidade quanto de religiosidade, tiveram melhores
dade e bem-estar subjetivos1-4. desfechos de saúde do que as que tinham apenas um des-
Em relação à espiritualidade e religiosidade (E/R), cons- tes comportamentos, ou nenhum deles. Ademais, pessoas
tructos notáveis entre nós humanos, embora sejam defini- tendo altos níveis de religiosidade, em detrimento de altos
ções muito populares e discutidas por vários autores, dentro níveis de espiritualidade, foram, também, associadas com
e fora da arena religiosa, não apresentam consenso acerca desfechos melhores em comparação a outros.
de suas definições. Religiosidade é definida como a extensão Tomados em conjunto, esses estudos revelam que altos
na qual um indivíduo acredita, segue e pratica uma religião níveis de espiritualidade e religiosidade são associados com
e, usualmente, essas crenças influenciam como as pessoas melhor qualidade de vida psicológica, social e ambiental, oti-
buscam viver e como consideram os outros. Espiritualidade, mismo e felicidade quando comparados com aqueles tendo
por outro lado, é um conceito muito mais complexo, poden- apenas espiritualidade, apenas religiosidade ou nenhum de-
do ser entendido como a busca de significado para a vida, les. Revelam, também, que é possível tais resultados serem
envolvendo relações com o sagrado ou a transcendência e muito importantes na prática clínica, visando definir a saúde
conexão com um ser divino supremo, de alto poder5,6. como um estado de bem-estar físico, mental e social comple-
Uma ideia mais ampla de Espiritualidade a define como to e não meramente de ausência de doença e enfermidade5,6.
o aspecto da humanidade que se refere à maneira como os Assim considerando, as intervenções, dentro da abordagem
indivíduos buscam, e expressam, significado e propósito da da Psiquiatria Positiva, devem visar a promoção do bem-estar
vida, bem como, a maneira como eles vivenciam sua conec- e também prevenir e tratar as doenças mentais; arranjando
tividade ao momento, a si mesmo, aos outros, à natureza e objetivos pessoais, praticando otimismo, a sabedoria, a reli-
ao sagrado. A despeito do crescente interesse da comunida- giosidade e a espiritualidade, e usando a força de caráter para
de científica sobre a relação E/R e saúde, a literatura mostra enriquecer o bem-estar e aliviar os sintomas depressivos.
controvérsias não só em relação aos seus conceitos como,
também, em relação aos seus efeitos. Há, todavia, vários es- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
tudos que têm avaliado o papel da E/R sobre o bem-estar, a 1. Jeste, D.V. et al. (2015). Positive Psychiatry: its time has come. Journal of Clini-
cal Psychiatry, 76(6(:675-683.
qualidade de vida, a sobrevivência e a saúde mental e física
2. Graham, M.L. et al. (2018). Overview of measurement-based positive
ao redor do mundo5,6. psychiatry. Nord Journal of Psychiatry, 72 (6): 396-403.
Tentando entender esses conceitos e se eles são importan- 3. Jeste, D.V., & Palmer, B.W. (2013). A call for a new positive psychiatry of
tes na prática clínica, alguns estudos começaram a investigar ageing. The British Journal of Psychiatry, 202: 81-83.
4. Bangen, K.J., et al. (2013). Defining and assessing wisdom: A review of the
se há diferenças entre aqueles com alto nível de religiosidade literature. American Journal of Geriatric Psychiatry, 21 (12): 1254-1266.
e baixos níveis de espiritualidade e aqueles com altos níveis 5. Peres, M.F.P., et al. (2018). Mechanisms behind religiosity and spirituality´s
de espiritualidade e baixo nível de religiosidade. De um lado, effect on mental health, quality of life and well-being. Journal of Religious
and Health, 57:1842–1855
alguns autores têm revelado que aquele com alto nível de 6. Vitorino, L. M., et al. (2018). The association between spirituality and religiou-
religiosidade e baixo nível de espiritualidade têm melhores sness and mental health. Scientific Reports, 8:172333.
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20 COMITÊ UROGENITAL
Tetrahidrocanabinol &
Vulvodínia Localizada
Provocada por Alérgenos
– Estudo em Animais Dra. Telma Regina
Mariotto Zakka
Ginecologista
Taubaté – SP
relacionar à exposição a produtos químicos para limpeza do- vias aéreas10, ambas acionadas pe-
méstica e do local de trabalho6. los mastócitos. Mastócitos dérmicos e células dendríticas são
Observou-se que exposições repetidas à hapteno oxazo- os primeiros a responder ao DNFB na pele e orquestram a sub-
lona na pele de camundongos ativavam os principais sinto- sequente inflamação causada pelas células T11.
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RESULTADOS
Camundongos sensibilizados com DNFB
desenvolveram sensibilidade tátil significa-
tiva e persistente. Os sítios alérgicos mos-
traram acúmulo de mastócitos, infiltração
de células T CD8 + CD103, aumento inicial
e localizado de eosinófilos e neutrófilos e
elevação sustentada da imunoglobulina
E (IgE) sérica. A administração terapêuti-
ca intravaginal de Δ9-tetrahidrocanabinol
(THC) reduziu o acúmulo de mastócitos e a Figura 1 – Exposições repetidas ao DNFB na pele levaram ao acúmulo de células
sensibilidade tátil. T reguladoras, células T de memória e mastócitos. O aumento dos mastócitos se
Desta forma, estratégias terapêuticas di- correlacionou com o aumento da sensibilidade tátil. A aplicação terapêutica de
recionadas aos mastócitos podem forne- THC intravaginal reduziu a densidade de mastócitos e a dor tátil. As setas sólidas
cer novas maneiras de gerenciar e tratar a indicam os mecanismos hipotéticos propostos neste modelo. Linhas pontilha-
dor vulvar potencialmente instigada por das indicam observações experimentais sobre as contribuições das células T re-
exposições alergênicas repetidas. guladoras, IFN-γ e IgE circulante para o recrutamento, sobrevivência e atividade
de mastócitos no tecido. As barras T indicam supressão do acúmulo de mastóci-
CONCLUSÃO tos e sensibilidade tátil após a aplicação de THC.
A vulvodínia é uma condição complexa
e multifatorial dolorosa que decorre de ampla variedade de Implications for vulvar vestibulitis. Am. J. Obstet. Gynecol. 2007; 196:346. e1-e8.
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inflamatórios de experiências individuais e histórias médi- 6. Reed B.D., McKee K.S., Plegue M.A., Park S.K., Haefner H.K., Harlow S.D. Envi-
cas. A complexidade dessa síndrome não pode ser capturada ronmental Exposure History and Vulvodynia Risk: A Population-Based Stu-
dy. J. Womens Health. 2019; 28:69–76.
em um único modelo pré-clínico e os achados deste estudo 7. Landry J., Martinov T., Mengistu H., Dhanwada J., Benck C.J., Kline J., Boo B.,
apoiam a plausibilidade biológica das conexões epidemio- Swanson L., Tonc E., Daughters R., et al. Repeated hapten exposure induces
lógicas entre dor vulvar e alergias e sugerem que dor vulvar persistent tactile sensitivity in mice modeling localized provoked vulvody-
nia. PLoS ONE. 2017;12:e0169672.
inexplicável, acompanhada de anormalidades nos mastóci- 8. Martinov T., Glenn-Finer R., Burley S., Tonc E., Balsells E., Ashbaugh A., Swan-
tos teciduais, pode potencialmente ser aliviado pela deple- son L., Daughters R.S., Chatterjea D. Contact hypersensitivity to oxazolone
ção local de mastócitos. provokes vulvar mechanical hyperalgesia in mice. PLoS ONE. 2013;8: e78673.
9. Dudeck A., Dudeck J., Scholten J., Petzold A., Surianarayanan S., Köhler A.,
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22 COMITÊ VETERINÁRIA
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Figura 2 – Bomba de infusão elastomérica posicionada no pescoço possibilitando a mo- Paulo: Faculdade de Medicina, Uni-
vimentação normal do animal, facilitando seus deslocamento e posicionamento de pé. versidade de São Paulo; 2018.
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24 COMITÊ DOR NO IDOSO
Envelhecimento, Depressão
e Atividade Física
O envelhecimento da população é acompanhado por fação com a vida4. Mecanismos
um aumento das desordens psiquiátricas, e entre estas, a neuroendócrinos são também
depressão merece maior atenção devido às consequências apontados como responsáveis
negativas para o indivíduo afetado. A prevalência de de- pelos efeitos antidepressivos no
pressão entre brasileiros varia entre 20% e 26%. No Brasil, humor, tais como alterações na
aproximadamente 10 milhões de idosos sofrem de depres- atividade central de norepinefrina
são1 e há uma estimativa de que seja a maior causa global e aumento da secreção de seroto-
de disfunção em 2024. Este conhecimento é fundamental nina e endorfina.
para um planejamento da saúde pelos profissionais envol- Intervenções para idosos podem
vidos em reabilitação2. incluir uma ampla variedade de Dra. Luciana Dardin
Depressão e sintomas depressivos podem estar associados modalidades de exercícios, incluin- Fisioterapeuta
ao declínio da capacidade física, neste contexto, preservá-la do aeróbico, fortalecimento, flexi- São Paulo – SP
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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COMITÊ EM EDUCAÇÃO E DOR 25
•• Promover a realização de eventos científicos para profis- sante, as ações do CED ao longo de
sionais e pacientes; seu primeiro biênio de existência
•• Estimular a educação em dor através das ligas acadêmi- se mostraram profícuas e mobiliza-
cas de dor. ram outros profissionais.
Ao longo deste biênio realizamos como ações a tradução Alguns novos membros do co-
para a língua portuguesa dos fact sheets da IASP lançados mitê para o período de 2020/21 já
por ocasião do Ano Global de Excelência em Educação em estão atuando com a gestão atual,
Dor, elaboração de artigos para o Jornal dos Comitês e rea- em uma ação em parceria com a As-
lização do I Simpósio do Comitê de Educação em Dor que sociação Catarinense para o Estudo
aconteceu em novembro de 2018, bem como contribuir na da Dor (seccional da SBED em Santa
elaboração da programação do Congresso Brasileiro de Dor Catarina) na elaboração de uma dis-
Dra. Micheline Koerich
2019, que pela primeira vez teve as salas dos comitês. A sala ciplina sobre dor que será oferecida
Professora da UDESC
com a temática “Educação e Dor”, teve um público significati- através da Universidade Federal de Membro do Comitê
vo e discussões muito produtivas, abrangendo temas como: Santa Catarina no telessaúde em de Educação e Dor
Gestão 2020/2021
inclusão da dor nos currículos e na formação profissional/ uma ação pioneira no Brasil que Florianópolis/SC
acadêmica, como conduzir pesquisas relacionadas à educa- oferecerá educação em dor para
ção e dor, e recursos e tecnologias para educação do pacien- profissionais de saúde do Sistema único de saúde (SUS).
te com dor crônica. Saudamos todo(a)s o(a)s novo(a)s membros do comitê e
Ao logo deste evento foram realizadas as reuniões dos co- convidamos todo(a)s o(a)s sócio(a)s da SBED á participarem
mitês. Tivemos duas reuniões dado a dificuldade de agenda do CED e das ações promovidas por este grupo. Temos plena
em comum dos interessados, contando com a participação convicção da importância desta área de conhecimento e atua-
de 18 profissionais de diversas áreas de atuação. O que indi- ção e certeza da importância da integração das atividades do
ca um crescimento bastante significativo do comitê. CED com os outros comitês da SBED. Desejamos que o biênio
de 2020/21 seja tão estimulante e pleno de ações como foi a
primeira gestão. Temos certeza que o crescimento do Comitê
de Educação em Dor (CED) que aconteceu em conjunto com
diversos outros comitês foi uma ação de sucesso na SBED,
provendo uma maior interdisciplinaridade na sociedade,
Transpondo a ampliando a atuação dos sócios e benefícios oferecidos pela
SBED. Os objetivos do CED ainda permanecem os mesmos,
lacuna entre mas com certeza teremos uma ampliação da nossa atuação
conhecimento em termos territoriais e na qualidade e número de ações.
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26 COMITÊ HIBERMOBILIDADE
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mecânico excessivo, resultando em comprometimento da 3. Morlino S, Piedimonte C, Castori M. Recognizing and treating Ehlers-Danlos
syndrome(s): the need for a multidisciplinary approach. Cuad Neuropsicol.
função do nervo periférico11,13. 2016;10:95–109.
Pacientes com deficiência de tenascina-x, um tipo de 4. Murray B, Yashar BM, Uhlmann WR, et al. Ehlers-Danlos syndrome, hyper-
proteína do tecido conectivo, frequentemente desenvol- mobility type: a characterization of thepatients’ lived experience. Am J Med
Genet A. 2013;161A:2981–2988.
vem dores abdominais recorrentes com características 5. Chopra P, Tinkle B, Hamonet C, et al. Pain management in the Ehlers-Danlos
viscerais uma vez que há uma expressão excessiva – cerca syndromes. Am J Med Genet C Semin Med Genet. 2017;175:212–219.
de três vezes superior – de fibras nervosas que peptídeo 6. Di Stefano G, Celletti C, Baron R, et al. Central sensitization as the mechanism
underlying pain in joint hypermobilitysyndrome/Ehlers-Danlos syndrome,
relacionado ao gene da calcitonina em estudos compara- hypermobility type.Eur J Pain. 2016;20:1319–1325.
tivos com ratos “knockout”14. 7. Camerota F, Celletti C, Castori M, et al. Neuropathic painis a common feature
in Ehlers-Danlos syndrome. J PainSymptom Manage. 2011;41:e2–e4.
8. Rombaut L, Scheper M, De Wandele I, et al. Chronic painin patients with the
CONCLUSÃO hypermobility type of Ehlers-Danlossyndrome: evidence for generalized
Em pacientes com síndrome de hipermobilidade podem hyperalgesia. ClinRheumatol. 2015;34:1121–1129.
estar presentes muitos tipos diferentes de quadros doloro- 9. Scheper MC, Pacey V, Rombaut L, et al. Generalizedhyperalgesia in children
and adults diagnosed with hypermobility syndrome and Ehlers-Danlos syn-
sos, muitas vezes somatórios, nos quais mecanismos de sen- dromehypermobility type: a discriminative analysis. Arthritis CareRes (Hobo-
sibilização central e fibromialgia se associam com quadros ken). 2017;69:421–429.
articulares, neuropáticos, nociceptivos, miofasciais, viscerais 10. Galan E, Kousseff BG (1995) Peripheral neuropathy in Ehlers-Danlos syn- dro-
me. Pediatric Neurology 12:242–245.
que se juntam e se misturam, muitas vezes no mesmo pa- 11. 5. Matsumoto K, Sawa H, Sato M, Orba Y Nagashima K, Ariga H (2002) Distri-
ciente, levando a um verdadeiro desafio diagnóstico. bution of extracellular matrix tenascin-X in sciatic nerves.Acta Neuropathol
(Berl) 104:448–454.
12. Bosman FT, Stamenkovic I (2003) Functional structure and composition of
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28 COMITÊ DOR NEUROPÁTICA
Tetrahidrocanabinol na
Dor Neuropática; uma
Revisão de Literatura
Dra. Mariana
INTRODUÇÃO seu uso é cercado por controvér- Camargo Palladini
A dor neuropática (DN) é uma entidade complexa, con- sias. Cannabis sativa tem sido uti- Área de Atuação em
Dor SBA/AMB; Médica
ceituada pela Associação Internacional para o Estudo da lizado como analgésico há séculos. Responsável do Centro
Dor (IASP) como “dor causada por lesão ou doença do sis- Esta planta contém mais de 400 Paulista de Dor
tema nervoso somatossensorial”. Na DN, o sistema nervoso compostos químicos e é frequen-
responde de forma inapropriada ao dano sofrido. Esta res- temente utilizada por suas pro-
posta envolve múltiplos mecanismos1. O uso de opioides na priedades euforizantes de forma
abordagem da dor não oncológica tem sido alvo de várias ilícita. THC e canabidiol (CBD) são
críticas e preocupações, as quais envolvem o seu potencial os principais compostos extraídos
de abuso, o seu impacto nos organismos após utilização pro- dessa planta e possuem efeito
longada e a dificuldade de acompanhamento mais próximo analgésico. Além do efeito analgé-
dos pacientes2. Neste contexto, é importante buscar outras sico, o THC possui efeito relaxan-
alternativas de tratamento. te, altera a percepção, aumenta a
Estudos recentes propõem a utilização dos tetrahidroca- libido e promove distorções per-
nabinol (THC) no tratamento da DN refratária, entretanto o ceptuais do tempo e do espaço. O Dra. Anita Perpetua
Carvalho Rocha de Castro
canabidiol não tem ação psicoativa
Área de Atuação em Dor
e possui propriedades anti-infla- SBA/AMB; Doutorado em
matórias e antioxidantes. Seu uso Anestesiologia pela UNESP/
Botucatu; Supervisora
está associado a redução da dor e da residência de Dor da
da inflamação, sem os efeitos do Santa Casa da Bahia,
Hospital Santa Izabel
THC3. A ação do canabidiol e seus
efeitos analgésicos deve a diminui-
ção dos níveis de PGE2, peróxidos
e oxido nítrico (NO), pela redução
da expressão da peróxi sintase en-
dotelial4.
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30 COMITÊ ONDAS DE CHOQUE
Tratamento de Ondas de
Choque Extracorpóreas nas
Tendinopatia Calcária do Ombro
O ombro doloroso é uma das patologias ortopédicas mais tamento cirúrgico aberto ou artros-
comuns. Em aproximadamente 75% dos casos, os sintomas se copia e mais recentemente; agulha-
originam no espaço subacromial, mas também pode ser uma mento orientado pelo ultrassom.
dor referida de várias regiões como coluna cervical, vísceras
abdominais, ápice pulmonar e as vezes, pode estar relaciona- TERAPIA POR ONDAS DE
da à isquemia do miocárdio. Sendo assim, um diagnóstico pre- CHOQUE EXTRACORPÓREAS
ciso é fundamental para se indicar o tratamento apropriado. (ESWT) NA TENDINOPATIA
CALCÁRIA DO MANGUITO
TENDINOPATIA CALCÁRIA DO MANGUITO ROTADOR ROTADOR
Calcificações do manguito rotador são uma doença relativa- O tratamento pela ESWT surgiu Dra. Ana Claudia
mente comum de causa desconhecida, caracterizada pela pre- como uma alternativa quando Pinto de Souza
sença de deposição de cristal de hidroxiapatita de cálcio em o tratamento conservador falha Médica
São Paulo/SP
tendões que podem ser multifocais e evoluir para resolução e como alternativa aos procedi-
espontânea com eventual reparo do tecido comprometido. O mentos cirúrgicos. Seu uso é mencionado na literatura há
local mais comum desse depósito é no tendão supraespinhal duas décadas. A indicação é considerada quando o trata-
(80%), seguido pelo infraespinhal (15%), tendão do redondo mento conservador falha após 6 meses e nos casos onde
menor e subescapular em aproximadamente 5%. O diagnós- os depósitos calcários são estágios I e II da Classificação
tico é por meio clínico, radiológico, sendo o ultrassom o mais de Gartner (Tabela 1), pois os estágios III têm grandes
eficaz, sensível e barato; e ressonância magnética (RNM) para chances de desaparecer espontaneamente (Figura 1).
concluir o estudo e excluir patologias. Embora a história natu-
ral possa evoluir para uma resolução espontânea, o ciclo pode
estagnar em qualquer estágio. O tratamento inicial de escolha Tabela 1 – Classificação Radiológica de Gärtner e Heyer para
é conservador, incluindo repouso, analgésicos, anti-inflamató- Tendinite Calcária do Ombro
rios não esteroides, reabilitação e infiltrações com corticoste- Tipo I – Bordas bem demarcadas, calcificação densa
roides, com resultados favoráveis em 9%0 e 99% dos casos, Tipo II – Bordas contorno suave, irregulares. Densidade
considerando a cirurgia como uma indicação excepcional. Os diminui/transparente
procedimentos invasivos estão indicados quando evoluírem
para progressão dos sintomas; dor constante e intratável e/ Tipo III - Alteração das bordas/translúcido e
ou falha do tratamento conservador. As opções são pelo tra- nublado/“algodoado“
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O mecanismo de absorção de cálcio após a ESWT não foi clui que o uso de alta energia determina uma maior taxa de
totalmente elucidado. Branes, Guiloff et al.1 foram capazes de reabsorção da calcificação e melhor resposta funcional, com
demonstrar presença de fenômenos de neolinfangiogênese nível de evidência I. Em geral, ao aplicar ESWT de alta ener-
com biópsias pós cirurgias de reparo de MR, previamente tra- gia, a aplicação de anestesia ou sedação pode ser justificada
tados com ESWT. Sobre a eficácia da ESWT, em um estudo de de acordo com a tolerância à dor.
mais de 30 meses, Wang2 comparou prospectivamente dois As contraindicações absolutas para a ESWT na patologia
grupos: o grupo da ESWT havia 90,9% excelentes ou bons do ombro são tumores malignos ou infecção aguda no cam-
resultados, 3% regulares e 6,1% ruins; e desaparecimento po do uso das ondas de choque. As complicações mais co-
completo da calcificação em 57,6% dos pacientes. O grupo muns são eventos adversos relacionados a dor local, princi-
da ESWT-placebo apresentou 16,7% de resultados regulares, palmente quando usamos ESWT de alta energia e, em casos
83,3% de resultados ruins e desaparecimento da calcificação extremos, intolerância, petéquias e hematomas.
em 16,7% dos casos. Gerdesmeyer3 em um ensaio clínico A terapia por Ondas de Choque Extracorpóreas surge
randomizado de 144 pacientes relatou melhores resultados como forte aliada terapêutica para patologia do ombro e
em pacientes tratados com ESWT, ambos baixos energia e existem evidências para apoiar seu uso no tratamento das
alta energia, em comparação com o placebo. Rompe4 com- tendinopatias calcárias do MR.
parou os resultados da cirurgia com a ESWT, observando
que não houve diferença nos resultados em um ano, mas, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. J. Branes, H. Contreras, P. Cabello, V. Antonic, L. Guiloff, M. Branes, Shoulder
com melhora nos pacientes tratados com ESWT durante dois rotator cuff reponses to extracorporeal schockwave Therapy: morphological
anos de acompanhamento. Hsu5 em um estudo prospectivo and inmunohistochemical analysis, J. Shoulder Elb. Surg. 4 (3) (2012) 163e168.
com um grupo controle alcançou 87,9% de bons e excelen- 2. C.J. Wang, K.D. Yang, F.S. Wang, H.H. Chen, J.W. Wang, Shock wave therapy for
calcific tendinitis of the shoulder: a prospective clinical study with two-year
tes resultados utilizando ESWT de alta energia. Os autores follow-up, Am. J. Sports Med. 31 (2003) 425e426.
concluem que preferem usar a ESWT como a primeira op- 3. L. Gerdesmeyer, S. Wagenpfeil, M. Haake, Extracorporeal shock wave therapy
ção terapêutica por ser um método não invasivo, evitando for the treatment of chronic calcifying tendonitis of the rotator cuff: a rando-
mized controlled trial, JAMA 290 (2003) 2573e2580.
as possíveis complicações envolvidas com o procedimento 4. J.D. Rompe, J. Zoellner, B. Nafe, Shock wave therapy versus conventional sur-
cirúrgico. Os métodos para traçar e marcar as calcificações e gery in the treatment of calcifying tendinitis of the shoulder, Clin. Orthop.
atingi-las com as ondas de choque são: marcos topográficos Relat. Res. 387 (2001) 72e82.
5. C.J. Hsu, D.Y. Wang, K.F. Tseng, Y.C. Fong, H.C. Hsu, Y.F. Jim, Extracorporeal
da anatomia, feedback do paciente com a palpação e sensi- shockwave therapy for calcifying tendinitis of the shoulder, J. Shoulder Elb.
bilidade máxima, ultrassonografia, radiologia por fluorosco- Surg. 17 (1) (2008) 55e59.
pia e tomografia computadorizada. Em relação aos níveis de 6. F.U. Verstraelen, N.J. In den Kleef, L. Jansen, J.W. Morrenhof, High-energy
versus low-energy extracorporeal shock wave therapy for calcifying tendi-
energia, a tendência tem sido considerar que energia mais nitis of the shoulder: which is superior? A meta-analysis, Clin. Orthop. Relat.
alta é mais eficaz. Verstraelen6 reafirma esse conceito e con- Res.472 (9) (2014) 2816 e 2825.
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32 COMITÊ DE TÉCNICAS INTENVERSIONISTAS EM DOR
Procedimentos
Intervencionistas em
Dor em Pediatria
A dor crônica em crianças é um problema de saúde preva- INFILTRAÇÃO DE PONTOS DE GATILHO
lente e, ainda hoje, sub reportado, com grande impacto psi- A síndrome miofascial é bem conhecida em crianças e ado-
cológico, emocional e social para a criança e família e físico e lescentes. A infiltração de pontos de gatilho com anestésico
funcional para esses pacientes1. local é uma técnica simples que pode ser bastante efetiva. É
Os procedimentos minimamente invasivos para o controle importante tentar identificar os fatores desencadeadores ou
da dor têm seu papel reconhecido no manejo da dor no adul- perpetuadores e combatê-los5.
to, especialmente num contexto de tratamento multidiscipli-
nar. Entretanto, o uso dessas técnicas em crianças é suportado BLOQUEIOS NO NEURO-EIXO
apenas por relatos de casos, séries de casos e pouquíssimos Não encontramos relatos quanto a aplicação de corticos-
estudos randomizados e controlados. A maioria dos estudos teroides peridural em pediatria.
randomizados focaram no uso de baclofeno intratecal1. De Acreditamos que o uso de técnicas contínuas através de
forma contrária à população adulta em que as técnicas inter- cateteres peridural ou intratecal tenham maior aplicabili-
vencionistas têm frequentemente emprego precoce seja para dade. Têm indicação nas crises de anemia falciforme6, no
fins diagnósticos ou terapêuticos, em pediatria, ainda são controle da dor e dessensibilização na síndrome dolorosa
guardadas para os casos de falha terapêutica1. complexa regional, e no controle da dor oncológica e em
Os procedimentos intervencionistas têm indicações diag- pacientes em cuidados paliativos com dor regional, em qual-
nósticas, terapêuticas e prognósticas3. Podem ter boa aplica- quer segmento abaixo de C5, de difícil controle7. Além disso,
bilidade no âmbito da reabilitação, podendo fa-
cilitar o processo através de um bom controle da
dor. Na dor aguda, é padrão ouro para cirurgias
como amputação de membro inferior e toracoto-
mia, associando-se a excelente controle da dor e
redução de risco de cronificação da dor e outras
complicações, principalmente respiratórias3.
As técnicas guiadas por imagem (radioscopia,
ultrassom ou tomografia computadorizada),
se relacionam à maior efetividade e segurança
quando comparadas às técnicas baseadas ape- Dr. Gustavo Rodrigues Dr. Renato Bender Dr. Guilherme Augusto
Costa Lages Castro Ciaco de Carvalho
nas em referências anatômicas, além de pode-
Anestesiologista Anestesiologista Anestesiologista
rem contribuir para fazer diagnósticos4. Belo Horizonte/MG Porto Alegre/RS Mogi Guaçu /SP
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O seu paciente sabe:
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CADA PACIENTE,
UMA DOR DIFERENTE. 1
A família de
PREGABALINA
completa
DO BRASIL
50 mg2 75 mg3 100 mg4 150 mg3
Referências bibliográficas: 1. Freynhagen R, Serpell M, Emir B, et al. A comprehensive drug safety evaluation of pregabalin in peripheral
neuropathic pain. Pain Pract. 2015 January;15(1):47-57. 2. Bula Prebictal® 50 mg. 3. Bula Prebictal® 75 mg e 150 mg. 4. Bula do produto
– Prebictal® 100 mg.
PREBICTAL® (pregabalina). Cápsulas. Embalagem com 14 ou 28 cápsulas de 50mg, 75mg, 100mg ou 150mg. Uso Adulto. Uso Oral.
Indicações: Tratamento da dor neuropática; terapia adjunta na epilepsia;transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG); fibromialgia.
Contra-indicações: Hipersensibilidade à pregabalina ou componentes da fórmula. Advertências e Precauções: pacientes com
intolerância agalactose, deficiência de lactase de Lapp ou má absorção de glicose-galactose não devem utilizar Prebictal®. Categoria de
risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Pacientes não devem
dirigir, operar máquinas complexas ou se engajar em atividades potencialmente perigosas pois Prebictal® pode produzir tontura e
sonolência. Interações Medicamentosas: pregabalina pode potencializar efeitos do etanol e lorazepam. Prejuízo aditivo na função
cognitiva e coordenação motora causado pela oxicodona. Redução da função do trato gastrintestinal inferior (obstrução intestinal, íleo
paralítico, constipação) quando pregabalina coadministrada com medicamentos com potencial para produzir constipação (ex:
analgésicos opióides). Reações Adversas: Tontura e sonolência (mais frequentes e principais motivos da descontinuação). Posologia:
Dose inicial: 150mg/dia, em 2 ou 3 tomadas; pode ser aumentada para 300mg/dia (100mg três vezes ao dia ou 150 mg duas vezes ao dia)
dentro de uma semana; dose máxima de 300mg para as dores neuropáticas, neuropatia periférica diabética e neuralgia pós herpética,
e 600mg para demais indicações. Favor consultar a bula para lista completa de EA e detalhes sobre posologia. VENDA SOB
PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DA RECEITA. Reg. MS: 12214.0082 (75mg e 150mg), 1.2214.0096
(100mg) e 12214.0092 (50mg). SAC: 0800-166575. Informações adicionais disponíveis aos profissionais de saúde mediante solicitação
a Zodiac Produtos Farmacêuticos S.A. – www.zodiac.com.br.