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Sumário
Sumário .................................................................................................................... 1
2. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
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1. NOSSA HISTÓRIA
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2. INTRODUÇÃO
Viver com saúde e boa forma é uma das preocupações que perpassa todos os
segmentos da sociedade, principalmente o do público feminino.
Entretanto, este padrão imposto como o ideal não respeita os diversos biótipos
existentes e induz mulheres a se sentirem feias e a desejarem o emagrecimento. Para
isso, diversas mulheres caem na armadilha da dieta e aderem práticas inadequadas,
como o uso de remédios, laxantes, jejum prolongado, excesso de atividade física,
entre outros métodos sem se preocupar com os danos que podem causar a sua saúde.
Diante de tais considerações o presente estudo tem por objetivo realizar uma
revisão bibliográfica e avaliar a valorização da imagem corporal através do cuidado
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nutricional subsidiado pela prática da atenção nutricional. Foram pesquisados os
idiomas: português, inglês e espanhol e definidos os seguintes descritores: beleza,
corpo, estética, aconselhamento nutricional, nutrição estética e alimentação saudável.
Os levantamentos dos estudos referentes ao tema escolhido priorizaram o período de
2000 a 2008, para que a pesquisa contasse com dados mais recentes, não excluindo
publicações de datas anteriores, que possuíssem material pertinente ao estudo e que
fossem atuais ainda hoje. Além disso, foram pesquisados livros técnicos, sites de
internet e revistas cientificas relacionados ao tema principal do estudo.
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3. BELEZA, CORPO E ESTÉTICA
Durante muito tempo, temas como beleza, corpo e estética foram considerados
menores no campo das ciências sociais brasileiras. Apesar de alguns autores terem
tratado destes temas, já no início do século XX, estes demoraram a surgir em nosso
país. No entanto, no final do século XX e início do século XXI, parece ter ocorrido uma
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verdadeira explosão de trabalhos científicos, em diferentes áreas de conhecimento,
que trazem como objetivo central discutir a singularidade do corpo, da construção da
beleza e estética na nossa cultura.
Ao longo dos séculos, os padrões de beleza mudaram. Nos anos 80, ocorreu
um crescimento considerável do mercado relacionado à manutenção do corpo. Nas
últimas décadas, além de ter se estabelecido um fascínio pela imagem, que é medida
pelo culto ao corpo, passa a ter um espaço privilegiado na publicidade.
A mídia veicula um modelo de beleza, que é possível apenas para uma parcela
da população mundial, já que para conseguir estes padrões envolve custos para
diferentes classes sócias e culturais. Além disso, as propagandas existentes,
principalmente nas revistas, de uma forma indireta, afirmam que a aparência física é
responsável pela felicidade e sucesso, formando uma ilusão de bem-estar que para
ser conquistado, será necessário que a pessoa se enquadre no padrão de beleza
estabelecida.
A cultura ocidental enfatiza mais a boa forma e a imagem corporal, o que facilita
a identificação de incômodos com pequenos excessos de peso. Nossos padrões
culturais fazem com que até indivíduos com o peso dentro dos parâmetros da
normalidade, possam sentir-se com seu peso acima do desejado.
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reconstruí-lo. O indivíduo busca em seu corpo uma verdade sobre si mesmo que a
sociedade não conseguia mais lhe proporcionar. Sendo que os padrões valorizados
não são os mesmos para todos.
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Diversos estudos atuais estão evidenciando proporções elevadas de
comportamentos alimentares considerados anormais e de insatisfação com a imagem
corporal em ambos os sexos, em diferentes faixas etárias e classes sociais 23 o que
faz aumentar significativamente a procura por profissionais que possam auxiliar na
busca por um corpo ideal. São profissionais da área da saúde, como: médicos,
cirurgiões plásticos, psicólogos, personal training e nutricionistas.
4. A NUTRIÇÃO E A DIETÉTICA
A ciência da nutrição destaca que todo indivíduo deve ter uma alimentação
saudável e equilibrada, tanto em qualidade como em quantidade. Hábitos alimentares
inadequados, alto consumo energético e falhas no metabolismo levam à obesidade e
à deficiência de nutrientes, que afetam mais de dois bilhões de pessoas mundialmente.
Isto corre porque há um consumo cada vez maior de alimentos industrializados.
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O profissional da área da saúde e nutrição não pode estar alheio ao que se
passa no mercado midiático. De nada adianta prescrever dietas, divulgar práticas
alimentares saudáveis, descontextualizadas da forte influência que o público recebe
da mídia.
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não transmissíveis e uma vida mais saudável, além de auxiliar pessoas na busca de
seus ideais, como por exemplo, o corpo perfeito.
5. ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL
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favorável para a construção de estratégias que favoreçam o desenvolvimento de
ações pelo cliente. Considera-se que a ajuda para resolver problemas alimentares
insere-se numa busca de âmbito maior por qualidade de vida. Esta ocorre em
determinado momento crítico, no qual surge um problema, que, por sua vez, também
é fruto de uma história de vida.
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Consequentemente, a modificação de padrões distorcidos de raciocínio e a
reestruturação de crenças supervalorizadas, associadas ao peso e à imagem corporal
são focos primários do tratamento, sendo utilizadas várias técnicas cognitivas com
essa finalidade. Nos últimos anos os casos mais comuns para a abordagem da TCC
foram: os transtornos alimentares e distorção de imagem.
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Percebe-se que a preocupação com a beleza é alvo das atenções de toda
humanidade, e o cuidado estético tem se expandido a cada dia. Esse processo tem
um impacto negativo sobre a autoimagem, principalmente das mulheres que se
sentem obrigadas a terem um corpo magro. A pressão cultural para emagrecer é um
elemento fundamental da etiologia dos transtornos alimentares, que interage com
fatores biológicos, psicológicos e familiares. Contudo, é importante mencionar que as
alterações em relação à estética e à imagem corporal estão em constante evolução,
necessitando assim de uma maior atenção nutricional.
Portanto, a nutrição vai além das dietas para perda de peso, o nutricionista atua
na promoção da saúde buscando bons hábitos alimentares para uma melhor
qualidade de vida, advertindo sobre as crenças e as condutas equivocadas a respeito
da alimentação.
Como você deve imaginar, este tema traz muita visibilidade à profissão do
nutricionista e também é responsável por fazer com que muitos alunos busquem a
graduação em Nutrição. Atualmente praticantes de atividades físicas esporádicas
procuram nutricionistas que entendam profundamente de nutrição esportiva, da
mesma forma que os consultórios ficam lotados de pessoas em busca de ferramentas
nutricionais que ajudem na melhora estética. Essas áreas da Nutrição são muito novas
e muito procuradas, e por isso existem muitos profissionais atuando nelas sem o
conhecimento necessário para desempenhar um bom trabalho. Portanto, o objetivo
desta disciplina é fazer de você um profissional diferenciado: que fale com
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conhecimento e embasamento sobre os assuntos recorrentes que envolvem nutrição,
exercícios físicos e estética e que não seja mero repetidor de informações
equivocadas veiculadas por aí. Nesta disciplina, você conhecerá mais detalhes acerca
das Ciências da Saúde e da Nutrição voltadas ao exercício físico e à avaliação
nutricional, bem como prescrição dietética para praticantes de atividades físicas e para
fins estéticos. Na primeira unidade deste livro serão abordadas as bases fisiológicas
e bioquímicas do exercício físico: você, futuro nutricionista, será introduzido no
universo da ciência dos exercícios físicos e aprenderá sobre bioenergética e
metabolismo e, ainda, sobre termorregulação e hidratação. A segunda unidade será
destinada ao tema "nutrição e exercício físico", quando serão abordados assuntos
como balanço energético e aspectos nutricionais na prática esportiva, avaliação
nutricional do praticante de exercícios físicos e a nutrição em diferentes modalidades
esportivas. Na terceira unidade, o foco será a prescrição nutricional para o exercício
físico, quando serão discutidos plano alimentar do praticante de atividade física,
suplementação nutricional e recursos ergogênicos nutricionais. Palavras do autor. Por
fim, na quarta unidade, abordaremos a temática "nutrição e estética", com foco nos
tópicos: nutrição e envelhecimento, o papel dos nutrientes para a saúde da pele, das
unhas e dos cabelos e, ainda, os aspectos nutricionais relacionados ao fibroedema
geloide, à celulite e à adiposidade.
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também previstos às famílias brasileiras. A Segurança Alimentar e Nutricional – SAN,
de acordo com a Lei de Segurança Alimentar e Nutricional (BRASIL, 2006a), consiste
na: “realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de
qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde
que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis” (BRASIL, 2006a).
Diversidade de alimentos
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específicas para garantir seu direito (LEÃO; RECINE, 2011). As situações de
insegurança alimentar e nutricional são demonstradas de diferentes maneiras em
cada território, como por exemplo, a falta de acesso à água, renda, saneamento básico,
entre outros. Conhecendo as necessidades das famílias, a equipe técnica poderá
identificar e planejar estratégias adequadas. E por meio do mapeamento das
potencialidades do território podem ser definidas estratégias intersetoriais com
diferentes parceiros. Para tanto, é importante a articulação com o órgão responsável
pela Segurança Alimentar e Nutricional no município, estado ou Distrito Federal, com
intuito de favorecer o acesso à alimentação adequada, respeitando as necessidades
individuais, as necessidades alimentares especiais, bem como as práticas alimentares
e hábitos culturais da família e do território.
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do tempo; conhecimento e fatores pessoais, recursos, contexto alimentar, aspectos
sensoriais e percepção sobre alimentação saudável. Já entre os determinantes
coletivos encontram-se os fatores econômicos, sociais e culturais, como por exemplo,
regulação da indústria de alimentos, alimentação saudável na escola e em instituições,
espaços públicos saudáveis, acessibilidade a alimentos saudáveis, envolvimento do
setor de serviços, dentre outros. Importante destacar que o ato de comer, além de
satisfazer as necessidades biológicas também é fonte de prazer, de socialização e de
expressão cultural. O modo de vida contemporâneo, caracterizado pela ampla oferta
e diversidade de alimentos, pelo pesado investimento em marketing e tecnologia de
alimentos e pelo apelo midiático, influência de maneira significativa o comportamento
alimentar das famílias de todos os extratos sociais. Observa-se que a autonomia do
indivíduo é mediada por diversos fatores, neste sentido a abordagem da EAN deve se
dar de forma articulada a estratégias estruturais, que abranjam aspectos desde a
produção até consumo dos alimentos. Isso porque a prática autônoma e voluntária de
hábitos alimentares saudáveis depende de ações articuladas entre as dimensões
voluntárias, que o indivíduo pode definir e alterar e àquelas estruturais, que o ambiente
determina e possibilita.
Como já destacado, a EAN pode e deve ser abordada por diferentes setores
com vistas a contribuir para a garantia Direito Humano a Alimentação Adequada –
DHAA. E, segundo o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para
as Políticas Públicas, quando tratamos da abordagem desta temática nos serviços
sócio assistenciais, a EAN deve observar os princípios organizativos e doutrinários do
Sistema Único de Assistência Social, bem como os princípios das ações de EAN.
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promove a alimentação adequada e saudável, refere-se à satisfação das
necessidades alimentares dos indivíduos e populações, no curto e no longo prazo,
que não implique o sacrifício dos recursos naturais renováveis e não renováveis e que
envolva relações econômicas e sociais estabelecidas a partir dos parâmetros da ética,
da justiça, da equidade e da soberania. A produção local Contribui para o
desenvolvimento local e para a garantia do Direito Humano a Alimentação Adequada
– DHAA. Cultivo de alimentos em casa. Incentivar as famílias a terem uma horta em
casa é uma estratégia estimular o consumo de alimentos saudáveis, a um custo
acessível, além de garantir que são alimentos cultivados de forma sustentável.
Intersetorialidade Sustentabilidade social, ambiental e econômica Abordagem do
sistema alimentar na sua integralidade Valorização da cultura alimentar local e
respeito à diversidade de opinião e perspectivas A comida e o alimento como
referências - culinária emancipatória A promoção do autocuidado e da autonomia A
diversidade dos cenários de prática A educação enquanto um processo permanente,
participativo e gerador de autonomia.
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e regionais. Esse princípio trata da diversidade na alimentação e deve contemplar as
práticas e os saberes mantidos por povos e comunidades tradicionais, bem como
diferentes escolhas alimentares, sejam elas voluntárias ou não, como por exemplo, as
pessoas com necessidades alimentares especiais.
9. ALIMENTOS ORGÂNICOS
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Mesmo quando o preparo efetivo de alimentos não é viável nas ações educativas, é
necessário refletir com as pessoas sobre a importância e o valor da culinária como
recurso para alimentação saudável (DAMATA, 1987).
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autocuidado são gerar conhecimentos e habilidades às pessoas para que conheçam
e identifiquem seu contexto de vida; e para que adotem, mudem e mantenham
comportamentos que contribuam para a sua saúde
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Intersetorialidade: Compreende-se intersetorialidade como uma articulação dos
distintos setores governamentais e não-governamentais, de forma que se
corresponsabilizem pela garantia da alimentação adequada e saudável. O processo
de construção de ações intersetoriais implica a troca e a construção coletiva de
saberes, linguagens e práticas entre os diversos setores envolvidos com o tema, de
modo que se torne possível produzir soluções inovadoras quanto à melhoria da
qualidade da alimentação e vida. Neste processo cada setor poderá ampliar sua
capacidade de analisar e de transformar seu modo de operar, a partir do convívio com
a perspectiva dos outros setores, abrindo caminho para que os esforços de todos
sejam mais efetivos e eficazes.
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desenvolvimento de ações de promoção de hábitos alimentares saudáveis e modos
de vida sustentáveis no território.
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Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão,
qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do
processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e
fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de
saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo
efetividade.
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puérperas no pós-parto imediato (antes da alta hospitalar). Esse programa faz parte
da Ação Brasil Carinhoso constante no Programa Brasil sem Miséria, que objetiva o
combate à pobreza absoluta na primeira infância e reforça a assistência a criança
menor de 5 anos para prevenção da deficiência de vitamina A, garantindo o acesso e
disponibilidade do insumo a todas as crianças nessa faixa etária nas Regiões Norte e
Nordeste e os municípios das Regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste contemplados no
Programa Brasil sem Miséria.
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Desde 1953, é obrigatória a iodação do sal no Brasil e, desde 1974, é
obrigatória a iodação de todo o sal destinado ao consumo humano e animal – Lei nº
6.150. O que vem ocorrendo desde então são adequações à legislação para atender
melhor a população na prevenção dos distúrbios causados pela deficiência de iodo.
O Programa de Combate aos Distúrbios por Deficiência de Iodo no Brasil é uma das
ações mais bem-sucedidas no combate aos distúrbios por deficiência de
micronutrientes e tem sido elogiado pelos organismos internacionais pela sua
condução e resultado obtido na eliminação do bócio endêmico no País. Entre as ações,
a iodação universal do sal para consumo humano e o monitoramento e fiscalização
das indústrias salineiras são as principais responsáveis pelo sucesso do programa.
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dos legumes e verduras, Grupo das frutas, Grupo das castanhas, Grupo dos leites e
queijos, Grupo das carnes, aves, pescados e ovos) para se ter uma dieta variada e
mais completa, aumentando as chances de obter variados nutrientes para a boa
nutrição do corpo. Os guias alimentares são opções práticas quando pensamos numa
Alimentação com qualidade, uma vez que fornece um conjunto de informações,
recomendações e orientações sobre escolhas, preparo e consumo.
Alimentação
Alimentar-se não é apenas comer para deixar de sentir fome ou porque o que
se escolheu é muito saboroso. A alimentação envolve aspectos mais profundos como
quantidade, que deve ser suficiente para suprir as necessidades energéticas;
qualidade, os alimentos consumidos devem suprir as necessidades nutricionais;
harmonia, pois se deve ter equilíbrio entre os nutrientes e a quantidade em que são
consumidos; adequação, ou seja, deve ser adequada às necessidades específicas de
cada pessoa. Por exemplo, quando a dieta está adequada as necessidades do
esportista ou do atleta, ele estará em melhores condições para se adaptar ao estímulo
do exercício e apresentar menores riscos a lesões e enfermidades. Na alimentação
de esportistas e atletas, os nutrientes particularmente importantes para manutenção
de sua saúde e de seu rendimento esportivo são: cobre, cromo, ferro, manganês,
magnésio, sódio, zinco, cálcio, vitamina A, E, C e vitaminas do complexo B,
particularmente as vitaminas B6 e B12. Tudo isso, aliado ao adequado fornecimento
de energia e de proteínas é facilmente disponibilizado ao organismo quando provém
de uma dieta rica em cereais, leguminosas, frutas, hortaliças, carnes magras,
pescados, produtos lácteos e lipídeos insaturados. Atletas que restringem o consumo
alimentar, que consomem alimentos em quantidade abaixo do que necessitam ou que
eliminam de suas refeições algum grupo de alimentos, que restringem a ingestão
calórica para perda de peso sem qualquer orientação, estão em maior risco de
inadequação nutricional. Isso porque, consumo energético baixo pode levar a maiores
riscos de doenças ou injúria, dificuldade de aumentar a densidade óssea, fadiga,
processo de recuperação pós-esforço mais prolongado. O praticante de atividade
física deve avaliar sua conduta alimentar para evitar danos a sua saúde. Outro ponto
interessante é o que diz respeito a algumas crenças sobre alimentação para atleta.
Muitos creem que somente com o consumo mais elevado de proteínas eles terão os
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melhores resultados em termos de aumento de massa muscular e desempenho
esportivo. No entanto, essa é uma crença errônea, pois o melhor é o ajuste específico
da alimentação às necessidades de cada atleta, levando em conta suas
particularidades nutricionais e seus objetivos. Dessa forma, o atleta desfrutará de boa
saúde e os efeitos de treinamento serão maximizados.
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Durante muito tempo, temas como beleza, corpo e estética foram considerados
menores no campo das ciências sociais brasileiras. Apesar de alguns autores terem
tratado destes temas, já no início do século XX, estes demoraram a surgir em nosso
país. No entanto, no final do século XX e início do século XXI, parece ter ocorrido uma
verdadeira explosão de trabalhos científicos, em diferentes áreas de conhecimento,
que trazem como objetivo central discutir a singularidade do corpo, da construção da
beleza e estética na nossa cultura.
Ao longo dos séculos, os padrões de beleza mudaram. Nos anos 80, ocorreu
um crescimento considerável do mercado relacionado à manutenção do corpo. Nas
últimas décadas, além de ter se estabelecido um fascínio pela imagem, que é medida
pelo culto ao corpo, passa a ter um espaço privilegiado na publicidade.
A mídia veicula um modelo de beleza, que é possível apenas para uma parcela
da população mundial, já que para conseguir estes padrões envolve custos para
diferentes classes sócias e culturais. Além disso, as propagandas existentes,
principalmente nas revistas, de uma forma indireta, afirmam que a aparência física é
responsável pela felicidade e sucesso, formando uma ilusão de bem-estar que para
ser conquistado, será necessário que a pessoa se enquadre no padrão de beleza
estabelecida.
A cultura ocidental enfatiza mais a boa forma e a imagem corporal, o que facilita
a identificação de incômodos com pequenos excessos de peso. Nossos padrões
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culturais fazem com que até indivíduos com o peso dentro dos parâmetros da
normalidade, possam sentir-se com seu peso acima do desejado.
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Segundo a sociedade brasileira de cirurgia plástica, o brasileiro, especialmente
a mulher, se tornou logo após o norte-americano, o povo que mais faz plástica no
mundo. A lipoaspiração é a cirurgia mais realizada, seguida da operação das mamas,
abdômen, pálpebras e nariz. Dados recentes demonstram que a mulher brasileira é
campeã na busca de um corpo perfeito.
A ciência da nutrição destaca que todo indivíduo deve ter uma alimentação
saudável e equilibrada, tanto em qualidade como em quantidade. Hábitos alimentares
inadequados, alto consumo energético e falhas no metabolismo levam à obesidade e
à deficiência de nutrientes, que afetam mais de dois bilhões de pessoas mundialmente.
Isto corre porque há um consumo cada vez maior de alimentos industrializados.
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Sabe-se que uma exposição de apenas 30 segundos a comerciais de alimentos
é capaz de influenciar a escolha de um determinado produto, o que mostra que o
papel da televisão (TV), no estabelecimento de hábitos alimentares, deve ser
investigado. Diante da TV, um indivíduo pode aprender concepções incorretas sobre
o que é um alimento saudável.
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Mota et al., a criação de um índice com base em propostas específicas para a
população brasileira, e que avalie de forma qualitativa e quantitativa a dieta habitual,
faz-se necessária para propor intervenções dietéticas mais eficazes.
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O nutricionista deve estar preparado para captar o estado emocional do cliente
(ansiedade, nervosismo e insatisfação) declarado verbalmente ou por meio de gestos,
postura, movimento do corpo, expressões faciais, qualidade da voz e o silêncio. O
profissional deve, antes de tudo, saber ouvir e saber aceitar, criando um ambiente
favorável para a construção de estratégias que favoreçam o desenvolvimento de
ações pelo cliente. Considera-se que a ajuda para resolver problemas alimentares
insere-se numa busca de âmbito maior por qualidade de vida. Esta ocorre em
determinado momento crítico, no qual surge um problema, que, por sua vez, também
é fruto de uma história de vida.
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fatores cognitivos, emocionais e comportamentais no tratamento dos transtornos de
imagem. A TCC ocupa-se da identificação e correção das condições que favorecem
o desenvolvimento e a manutenção das alterações cognitivas e comportamentais que
caracterizam os casos clínicos.
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Além disso, faz-se importante que os profissionais envolvidos, principalmente
os das áreas de saúde e educação, atentem cada vez mais para a importância de
incentivar as pessoas a conhecerem melhor a si mesmo e ao seu corpo e a refletirem
sobre os padrões corporais em voga e a compreenderem essa relação com a sua
saúde e qualidade de vida
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16. REFERÊNCIAS
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20. Almeida ACN, Carneiro CH, Araújo DR, Santos FP, Neto JMV, Marino MAP et al.
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