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A influência da mídia na prática de atividades

físicas

Adaptado de Claudia Sueli Litz Fugikawa; disponível em:


http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/edfisica.pdf

Segundo o dicionário, influência significa o poder ou ação que alguém exerce sobre pessoas ou coisas. Poder
de influenciar e modificar o pensamento ou o comportamento de outrem sem o uso da força ou da imposição.

Estamos inseridos numa sociedade fundamentada no consumo, cuja preocupação está em fixar indústrias
pautadas no lucro e criar meios que tornem a vida moderna mais confortável.

Com a intenção de “melhorar a vida” das pessoas, nos aspectos materiais e tecnológicos como nos aspectos
fisiológicos, biológicos e anatômicos, também surgem produtos variados - desde alimentos até as intervenções
cirúrgicas - que visam a correção de supostas imperfeições.

Vivemos numa sociedade em que tudo o que está ao nosso redor interfere, de certa forma, nossos
pensamentos e nossas ações. O círculo de amigos, a religião, as relações sociais, as relações no trabalho, a
influência da mídia são alguns dos fatores que nos tornam o que somos.

Somos sobrecarregados de informações que nos influenciam, e isso se reflete no modo como nos
relacionamos no mundo. Neste sentido, as diferentes indústrias desenvolvem pesquisas e novas tecnologias
tentando alcançar um número cada vez maior de consumidores. Assim, pela padronização do consumo, que
determina vontades e vaidades, nós acabamos perdendo uma das características fundamentais do ser humano
que é a singularidade.

As gordurinhas localizadas, as estrias, as celulites, as rugas compõem o rol de aspectos indesejados que não
são bem vistos ao nos referirmos à questão da aparência. O mercado de consumo, atento a esses aspectos,
desenvolve mecanismos e produtos para satisfazerem as necessidades criadas por essa mesma lógica de
consumo, principalmente para aquelas pessoas que nunca estão satisfeitas com a própria aparência.

Todas essas supostas imperfeições são alvo de enormes investimentos da indústria de cosméticos e das
academias, que criam variados artefatos, cada vez mais sofisticados, com o objetivo de adaptar os corpos às
exigências da sociedade.

Será que atingir este “ideal” de corpo ditado pela mídia é fácil? O caminho a ser percorrido por aqueles que
almejam o modelo ideal de corpo não é simples. Ao contrário, exige muita vigilância e sacrifícios numa “árdua
rotina de exercícios” e outros meios artificiais de luta contra a balança e contra o espelho.

Que motivos nos levam a mudar a própria aparência? Até que ponto essa vontade de mudar é movida por
vaidade própria? Provavelmente, as respostas a estas questões seriam diferentes para homens e mulheres.

Segundo estudo realizado em academias de ginástica, as mulheres descrevem as formas corporais ideais da
seguinte maneira: preocupam-se principalmente com o fortalecimento dos membros inferiores e com o abdome.

Já as respostas a estas questões por parte dos homens referem-se à constituição (corporal) física bem
delineada, ou seja, aqueles homens fortes, do tipo “saradão”, barriga “tanquinho” ou, em outros termos, homens
musculosos com um volume (tônus) muscular aumentado principalmente nos membros superiores.
Esta imagem “ideal” de corpo, desejada por algumas pessoas, está baseada exclusivamente na aparência e,
para reforçar essa ideia, há várias personalidades famosas na mídia que têm a sua imagem intensa e
constantemente veiculada como modelo de “corpo perfeito”.

Ainda conforme o mesmo estudo, alcançar tais “contornos corporais ideais”, sem intervenções artificiais
como bisturis, utilizando apenas a prática de atividade física, não é assim tão fácil. Isso significa que não é com a
prática de uma atividade física realizada uma vez ou outra que será possível chegarmos às formas corporais
descritas anteriormente. Pois bem, é preciso muita “malhação” e sacrifícios, o que faz com que algumas pessoas
travem “batalhas” incessantes e incansáveis com a balança, com o espelho, com dietas e os exercícios físicos, sem
contar as dolorosas incisões cirúrgicas, para aqueles com possibilidades financeiras que buscam resultados mais
rápidos.

Os sacrifícios são considerados válidos para se obter um corpo “sarado” e estão associados a uma
“malhação” bem sucedida. Tal malhação é, muitas vezes, confundida com a sensação de dor. Quantas vezes
ouvimos as pessoas dizendo que fizeram ginástica e não sentiram “dor”, então a prática dessa atividade não deve
ter tido efeito.

Estas são questões idealizadas pela grande maioria da população? Ou será que essas são apenas
preocupações de uma parcela da população, que tem condições financeiras de pagar para ter acesso a tais
práticas?

Quantas pessoas se submetem às dietas malucas, exercícios frenéticos ou até a medicamentos proibidos ou
duvidosos para perder alguns “quilinhos”?

E você, já parou para pensar no que gostaria de “melhorar” nessa ou naquela parte do seu corpo? Até que
ponto tais preocupações não seriam fruto da influência daqueles padrões divulgados pela mídia?

Afinal de contas, o que significa o termo mídia de massa? Giddens esclarece que o significado de mídia de
massa é decorrente do fato desse tipo de mídia alcançar uma quantidade enorme de pessoas. Assim, jornais, TV,
revistas, internet, rádio são alguns exemplos de mídia de massa que influenciam a opinião, atitudes e
comportamentos da maioria da população.

Tudo isto é criado por esse mesmo mercado com a intenção de vender mais, ou seja, criando falsas
necessidades de consumo em uma parcela grande da população.
Escola/Colégio:
Disciplina: Ano/Série:
Estudante:

LISTA DE EXERCÍCIOS

1 - (ENEM 2017) Apesar de muitas crianças e adolescentes terem a Barbie como um exemplo de beleza, um
infográfico feito pelo site Rehabs.com comprovou que, caso uma mulher tivesse as medidas da boneca de
plástico, ela nem estaria viva.
Não é exatamente uma novidade que as proporções da boneca mais famosa do mundo são absurdas para o
mundo real. Ativistas que lutam pela construção de uma autoimagem mais saudável, pesquisadores de distúrbios
alimentares e pessoas que se preocupam com o impacto da indústria cultural na psique humana apontam, há
anos, a influência de modelos como a Barbie na distorção do corpo feminino.

Pescoço: Com um pescoço duas vezes mais longo e 15 centímetros mais fino do que o de uma mulher, a Barbie
seria incapaz de manter sua cabeça levantada.
Cintura: Com uma cintura de 40 centímetros (menor do que a sua cabeça), a Barbie da vida real só teria espaço em
seu corpo para acomodar metade de um rim e alguns centímetros de intestino.
Quadril: O índice que mede a relação entre a cintura e o quadril da Barbie é de 0,56, o que significa que a medida
da sua cintura representa 56% da circunferência de seu quadril.
Esse mesmo índice, em uma mulher americana média, é de 0,8.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 2 maio 2015.
Ao abordar as possíveis influências da indústria de brinquedos sobre a representação do corpo feminino, o texto
analisa a
a) noção de beleza globalizada veiculada pela indústria cultural.
b) influência da mídia para a adoção de um estilo de vida salutar pelas mulheres.
c) relação entre a alimentação saudável e o padrão de corpo instituído pela boneca.
d) proporcionalidade entre a representação do corpo da boneca e a do corpo humano.
e) influência mercadológica na construção de uma auto imagem positiva do corpo feminino.

2 - (ENEM 2009) Nunca se falou e se preocupou tanto com o corpo como nos dias atuais. É comum ouvirmos
anúncios de uma nova academia de ginástica, de uma nova forma de dieta, de uma nova técnica de
autoconhecimento e outras práticas de saúde alternativa, em síntese, vivemos nos últimos anos a redescoberta
do prazer, voltando nossas atenções ao nosso próprio corpo. Essa valorização do prazer individualizante se
estrutura em um verdadeiro culto ao corpo, em analogia a uma religião, assistimos hoje ao surgimento de novo
universo: a corpolatria.

CODO, W.; SENNE, W. O que é corpo (latria). Coleção Primeiros Passos. Brasiliense, 1985 (adaptado).
Sobre esse fenômeno do homem contemporâneo presente nas classes sociais brasileiras, principalmente, na classe
média, a corpolatria
a) é uma religião pelo avesso, por isso outra religião; inverteram-se os sinais, a busca da felicidade eterna antes
carregava em si a destruição do prazer, hoje implica o seu culto.
b) criou outro ópio do povo, levando as pessoas a buscarem cada vez mais grupos igualitários de integração social.
c) é uma tradução dos valores das sociedades subdesenvolvidas, mas em países considerados do primeiro mundo
ela não consegue se manifestar porque a população tem melhor educação e senso crítico.
d) tem como um de seus dogmas o narcisismo, significando o “amar o próximo como se ama a si mesmo”.
e) existe desde a Idade Média, entretanto esse acontecimento se intensificou a partir da Revolução Industrial no
século XIX e se estendeu até os nossos dias.

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