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Escola Luiz Alves da Silva

Aluno: José Robelio da Silva / EJA 3° Ano “A”


Prof: Diego / Matéria: Ed. Física

Corpo, saúde e beleza

Abril de 2023
Santa Cruz do Capibaribe
Juventude e Discurso Midiático
Você já indagou a si mesmo(a) sobre as diferentes relações existentes entre os
padrões corporais e as formas de consumo da nossa sociedade? Como essas
questões podem fazer parte da vida dos nossos alunos e alunas, e ser objeto de
discussão nas aulas de educação física? Além disso, você já pensou sobre a
forma como as TDIC estão inseridas nesse processo, já que, cada vez mais,
os(as) estudantes têm acesso a um número quase infinito de discursos
midiáticos e publicitários?
Na sociedade contemporânea, o padrão de corpo ideal repercutido pela mídia
tem grande destaque em diferentes produtos disponibilizados para consumo,
sobretudo, naqueles aos quais está vinculada uma série de conceitos, como
saúde, beleza, estética, performance, longevidade e juventude, cuja combinação
resultaria em felicidade e qualidade de vida.
Desde os veículos publicitários, passando por publicações especializadas e
sites na internet, entre outros, podemos perceber uma série de informações
disponíveis para aqueles e aquelas que tiverem interesse na busca pelo “corpo
ideal”. Essa profusão de informações é carregada, principalmente, de estratégias
e de discursos elaborados em nome do culto ao corpo, dirigindo-se, por exemplo,
à valorização da eterna juventude, à associação da saúde com um determinado
padrão de beleza, e deste com a felicidade.
Ter um corpo perfeito, trabalhado, esculpido à imagem e semelhança do desejo
de cada um é uma tendência que se vem firmando e ganhando a aparência de
um fato normal, inerente, essencial e, portanto, “natural” do modo de viver a
identidade contemporânea. Já não basta apenas ser saudável: há que ter beleza,
ser jovem, estar na moda e ser uma pessoa ativa (FIGUEIRA; GOELLNER,
2005).
Na esteira da busca pelo “corpo ideal”, um ponto a ser destacado são os meios
utilizados pelos(as) jovens para o alcance do padrão de corpo apresentado pela
mídia, ou seja, o corpo magro, torneado, sarado, bronzeado. Dentre esses meios
estão a prática intensiva de exercícios físicos, muitas vezes associada ao
consumo de suplementos alimentares e esteroides anabolizantes, culminando,
até mesmo, em quadros de vigorexia; não tão conhecida como a anorexia, mas
igualmente deletéria à saúde mental e física.

Dentro da mesma lógica, as dietas e os regimes alimentares severos são


utilizados para que os corpos sejam moldados dentro daquilo que
hegemonicamente define-se como o modelo de corpo ideal. Atrelados a tais
práticas, encontram-se transtornos alimentares que contemporaneamente
fazem parte da vida dos(as) jovens, como a bulimia e a anorexia nervosa. Parece
cada vez mais constante a divulgação de reportagens sobre meninas que,
espelhadas no padrão de corpo das top models, acabam desenvolvendo tais
transtornos sociais, adoecendo e, em certos casos, até mesmo chegando à
morte.
Somente para ilustrar esse quadro da busca por esses padrões, no ano de 2004,
soube-se do caso de três adolescentes do Distrito Federal que entraram em
coma por conta do uso de anabolizante para cavalos. Um deles faleceu dias
depois, e os sobreviventes contaram que desejavam um corpo mais forte e
músculos maiores com a ajuda da musculação. Naquele mesmo ano, a revista
Época dedicou a capa de uma edição ao tema da vaidade e ao desejo da
transformação do corpo. Na reportagem destacaram-se casos de implantes,
próteses, cirurgias e uso de substâncias para aumentar a massa muscular ou
diminuir o peso (GUZZO, 2005).

Mas o que isso tem a ver com as TDIC? É importante destacar que o culto à
aparência está constantemente sendo exposto e avaliado nas diferentes redes
sociais, por exemplo. As diversas TDIC aparecem como recursos que auxiliam a
medição, o controle e a disciplina na busca por esse “corpo perfeito”. Como
vimos, o acesso a um sem número de informações é realidade cada vez mais
visível na vida de nossos(as) alunos(as).

Por isso, é importante que nos apropriemos das TDIC cada vez mais para
melhor orientarmos a busca por esses conteúdos e solidificarmos um olhar crítico
dos(as) estudantes para as informações e os discursos hegemônicos que
circulam em nossa sociedade, e são amplamente divulgados nas grandes
mídias.
Nesse sentido, podemos destacar que as tecnologias não servem apenas para
a reprodução desse discurso hegemônico, mas também são fundamentais na
viabilidade e na consolidação de uma perspectiva crítica de ensino-
aprendizagem, principalmente com o tema que estamos abordando neste tópico.

Bibliografia
https://sgmd.nute.ufsc.br/content/especializacao-cultura-digital/educacao-
fisica/pagina-30.html

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