A SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL OU SÍNDROME DE
BURNOUT E A SAÚDE MENTAL DOS PROFESSORES Deise de Limaa , Raquel Ferreira da Rosab a Curso de Psicologia, Faculdade da Serra Gaúcha, Caxias do Sul, RS; b Curso de Psicologia, Faculdade da Serra Gaúcha, Caxias do Sul, RS.
PALAVRAS-CHAVE: Síndrome de Burnout; trabalho; saúde; professores.
INTRODUÇÃO: O mundo do trabalho docente tem sido alvo de doenças psicossociais e mentais. Uma das síndromes que vem sendo motivo de análise no ambiente educacional é a Síndrome de Burnout, um tipo de estresse ocupacional, que não é exclusiva desse ambiente, mas pode interferir na saúde de indivíduos onde o trabalho com pessoas esteja envolvido. Conforme Silva (2006), tal síndrome refere-se “à dor profissional que perde sua energia de trabalho, por se ver entre o que poderia fazer e o que efetivamente consegue fazer”. A mesma autora, citando Kuenzer (2004) ressalta que o trabalho do professor se fundamenta na tensão entre o trabalho em geral (qualificador, transformador, prazeroso) e o trabalho capitalista (mercadoria comprada para valorização do capital), tensão acentuada pela natureza não-material desse trabalho, ou seja, não há separação entre produto e produtor”. Tal contradição, relacionada ao trabalho não-material, ou seja, prestar um serviço, pode induzir o profissional da educação ao sofrimento e a não realização. Essa questão, aliada às questões salariais e de desvalorização, indisciplina dos estudantes, condições precárias de trabalho, esgotamento profissional, falta de dedicação e envolvimento pessoal no ambiente de trabalho, dentre outras, pode levar à síndrome da desistência. Maslach e colaboradores, abordados por Silva (2006), apresentam as três dimensões, numa perspectiva social-psicológica, do Burnout: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho. Essas dimensões levam as pessoas a sentirem-se infelizes consigo mesmas e insatisfeitas profissionalmente e, assim sendo, acabam por gerar sofrimento e afastamento do emprego. Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo compreender a Síndrome do Esgotamento Profissional, ou Síndrome de Burnout, tendo como produto final a elaboração de um folder com informações sobre a mesma. OBJETIVO: O objetivo desse trabalho foi: compreender as características da Síndrome de Burnout para elaboração de um folder explicativo, que poderá ser divulgado para professores. MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido a partir de revisões bibliográficas sobre o assunto em questão. RESULTADOS E DISCUSSÕES: O estudo desenvolvido atingiu o objetivo proposto. Pode-se perceber a relação da Síndrome de Burnout com as demandas que professores precisam lidar diariamente, visto que o ato de lidar com pessoas está intimamente ligado ao distúrbio. Analisando as principais causas abordadas pela literatura, Carlotto (2002) destaca que as mesmas são uma combinação de fatores individuais, sociais e organizacionais. Essa interação levaria a uma percepção de desvalorização profissional, tendo o distúrbio como resultado. Conforme Carlotto (2002) professores que apresentam altos índices da síndrome, pensam com frequência em largar a profissão, o que acaba por gerar consequências nas instituições escolares e de forma mais ampla no sistema educacional. Um fator de resistência à síndrome seria a questão da experiência profissional. Friedman (1991) apud Carlotto (2002) identificou em seus estudos que quanto maior a experiência profissional do educador, menores eram os níveis de Burnout. O desafio que esses profissionais, especificamente, precisam conscientizar-se atualmente é com os sintomas presentes, ou seja, identificar o estresse, seus sintomas, e buscar formas de superá-lo. No folder explicativo há dicas importantes que são apresentadas e que podem ser divulgadas para os professores. CONCLUSÃO: Sugere-se a continuidade dos estudos sobre o assunto, visto que é amplo e demandaria maiores análises e aprofundamentos. Ações conjuntas entre professores, estudantes, instituições de ensino e sociedade podem levar à prevenção e erradicação do Burnout, segundo Carlotto (2002). O folder elaborado poderia ser um material de divulgação sobre o distúrbio e distribuído nos ambientes educacionais como forma de prevenção, com dicas de resiliência para o enfrentamento das situações adversas que poderiam levar à síndrome de Burnout. REFERÊNCIAS CARLOTTO, M. S. A Síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicologia em estudo, Maringá, v. 7, n. 1, p.21-29, jan/jun 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/pe/v7n1/v7n1a03.pdf. SILVA, M. P. Burnout: por que sofrem os professores? Disponível em: http://www.revispsi.uerj.br/v6n1/artigos/PDF/v6n1a08.pdf. Acesso em 27/04/2019.