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Uberlândia
2022-2
FACULDADE PITÁGORAS UBERLÂNDIA
Uberlândia
2022-2
Sumário
01 Introdução ............................................................................................................. 4
03 Método ................................................................................................................... 8
06 Referências .......................................................................................................... 15
07 Anexo ................................................................................................................... 17
Diante disso, o presente relatório irá analisar e relacionar, a literatura existente a respeito
da doença e relato de experiência, realidade de quem passou por esse sofrimento psíquico
ocasionado pela Síndrome, a partir dos dados coletos por meio uma entrevista com uma pessoa
que desenvolveu Burnout e uma revisão de literatura.
Por fim, tem como objetivo de criar pautas que contribuem e possibilitem trazer a
atenção em relação a um problema que sempre existiu na sociedade, porém com um mundo
globalizado, que possui uma visão acerca do trabalho, que remete a desempenho e produção
Byung-Chul Han (2015), acima do bem-estar, faz com que se depare com uma sociedade cada
vez mais adoecida e negligenciada.
02 SÍNDROME DE BURNOUT
O ambiente organizacional vem mudando cada vez mais, uma maior competividade, a
necessidade de sempre estar produzindo e lucrando, um caminho direito para o desgaste
emocional, físico e potenciando o adoecimento. Segundo Pêgo & Pêgo (2016), impulsiona a
discussão sobre a atenção e cuidado na atuação profissional e a qualidade do trabalho:
2.2 Sintomas
O processo de diagnóstico é realizado por um psicólogo e/ou psiquiatra, que irão fazer
um levantamento da história pessoal e do ambiente organizacional, aplicação de entrevistas
semiestruturadas, como a anamnese, entre outros instrumentos psicológicos, tendo como
principal, a escala de Mslach Burnout Inventory (MBI), que é usada para verificar nível de
Exaustão Emocional (EE) e Despersonalização (DP) e Realização Pessoal (RP). É importante
também analisar e relacionar os sintomas apresentados pela pessoa com a profissão e trabalho
(Lima &Dolabela, 2021).
O tratamento e diagnósticos muitas vezes são difíceis, pois a procura de um especialista
não é realizada imediatamente, sem mesmo é feito a consulta, ou é tratado como depressão e
ansiedade, dificultando uma intervenção mais eficaz.
O profissional realiza o tratamento adequado com essa pessoa, que pode chegar ser o
afastamento dela trabalho ou do motivo estressor, conforme a necessidade de cada caso, sendo
fundamental analisar o contexto inserido. observou-se que o desemprego também pode ser um
motivo da síndrome de Burnout (Pêgo & Pêgo, 2016).
O psiquiatra pode entrar com medicação e realizar um trabalho em conjunto com o
psicólogo que auxiliará o paciente, no sentido de encontrar estratégias para enfrentar a
síndrome. Ademais, é importante ressaltar a intervenção no ambiente organizacional e
individual afim de precaver e evitar o desenvolvimento da síndrome. Políticas de incentivo e
promoção que visam qualidade e bem-estar dos funcionários, criando um ambiente menos
rígido e opressor, com objetivos não somente lucros e produções acima da saúde, mas sentido
no trabalho e acolhimento. Cabe também o cuidado individual da saúde emocional e física de
cada um, evitando o adoecimento (Ministério da Saúde, 2022)
De acordo com a lei, a pessoa pode ter um afastamento de 15 dias do serviço, como
também acesso a auxílio-doença solicitado pelo INSS. Ademais, terá estabilidade 12 meses no
trabalho, salvo em casos de demissão por justa causa. Na saúde pública, a pessoa tem o direito
ao tratamento ofertado pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que disponibilizará todo o
suporte necessário. (Ministério da Saúde, 2022).
03 MÉTODO
O Estágio Básico III - Indiv., Grupo e Instit. - Instrum. e Téc. de Coleta de Dados foi
desenvolvido com foco no tema da Psicologia, que possibilita uma discursão e insights no que
diz respeito da experiência vivida por pessoas com Síndrome de Burnout, realizou-se uma
pesquisa a partir de uma entrevista semiestruturada com uma pessoa que sofreu Síndrome
Burnout e outra pessoa que apresentou todos sintomas de pessoas com estresse crônico e
esgotamento profissional e teve o diagnóstico de transtornos Depressão e Ansiedade.
Foi realizado entrevista com pessoas que tiveram o diagnóstico de Burnout. A partir
dos dados levantados , realizou-se uma revisão bibliográfica, considerando possíveis fatores de
risco para o seu desenvolvimento e consequências, nas relações interpessoais e no ambiente de
trabalho, além de discutir os sintomas que podem confundir o quadro com outros transtornos
psiquiátricos e um diagnostico tardio e inadequado para acesso a um melhor tratamento, como
também garantia de direitos previsto na lei com a adesão da síndrome no CID-11. A entrevista
foi realizada por meio do programa de vídeo chamada Google Meet1, com duração de 30 a 40
minutos, para a coleta de dados e discursão sobre a vivencia da entrevista com o esgotamento
profissional e a criação de um grupo de acolhimento de pessoas que passaram ou estão passando
pelo mesmo situação.
A entrevista, uma servidora pública que foi diagnosticada com Burnout aos 21 anos,
depois de ter sofrido com o estresse crônico e se viu sofrendo com crises de ataque cardíaco,
que ocasionou em um colapso de ansiedade, depois de vários exames foi encaminhada para um
psiquiatra e teve que enfrentar também com a Depressão.
1
1 Google Meet é um site/aplicativo de disponibiliza o serviço de videoconferência e chat desenvolvido
pela empresa Google.
Por conseguinte, realizou uma revisão bibliográfica que auxiliasse construção do
discursão e principais questões levantadas pelo relato das entrevistadas. Assim, deu-se uma
análise e relacionou-se os conteúdos na literatura com a experiencia depoimentos da experiencia
adoecida pelo ambiente de trabalho, por meio de uma pesquisa qualitativa
3.1 Instrumentos
04 ANÁLISE DE DADOS
A partir dos dados levantados observou-se que há uma alta demanda de adoecimento
mental no ambiente organizacional, e como esse modelo competitivo, sobrecarga e pressão
contribui mais com o adoecimento. Muitas pessoas que apresentam os sintomas, em muitos
casos, encontram dificuldade no acesso ao tratamento e a direitos trabalhistas, uma vez que
tanto em âmbito pessoal, como também profissional, há um déficit de conhecimento e atuação
quanto se trata do adoecimento mental ligado ao ambiente organizacional.
A entrevistada aborda que teve uma maior facilidade de acesso a seus direitos, porém
as pessoas que procuram o grupo de apoio, não compreendem aquilo que estão passando possui
um nome e é possível procurar ajuda de especializada, contando com advogados, psicólogos e
médicos para ajudar no enfretamento da síndrome e melhor qualidade de vida.
Esse cenário é cada vez mais presente pela precarização do ambiente de trabalho. O
artigo publicado, segundo Mla et al. (2018), por meio de um levantamento em relação a
demanda de casos da incidência do afastamento de servidores públicos devido a transtornos
mentais, abordando sobre a importância do ambiente de trabalho e relação à saúde mental.
Dessa forma, observe-se, uma maior facilidade de acesso a direitos em alguns casos. A
entrevistada traz que, assim que teve o diagnóstico, pode se afastar para ter o tratamento
adequado, como servidores públicos que possuem órgão de fiscalização, como o SIASS, Gestão
que instituiu o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS), que
disponibiliza uma equipe preparada para intervir e atuar nessas situações Mila et al. (2018).
Em outros casos é algo mais burocrático, que pode também não ser acessível. O grupo
de apoio, disponibiliza justamente esse espaço de acolhimento e encaminhamento para
profissionais que podem ajudar quando há suspeitas do esgotamento profissionais, além de do
compartilhamento de informações e centros e meios gratuitos ou privados.
A literatura discute sobre a importância de uma intervenção preventiva, uma vez que
quando diagnosticados a pessoa com síndrome de burnout chegou ao extremo do estresse
crônico impossibilitando a sua atuação, como o caso da entrevistada, que mesmo apresentando
todos os sintomas, encontrou dificuldade de ter atendimento qualificado e que respeitasse o que
estava passando.
No livro “HunterMinds”, relata a experiencia com burnout vivida por John Douglas, o
especialistas comportamental, que atuava na Unidade de Apoio Investigativo do FBI (Federal
Bureau of Investigation), na década de 80, que como no relato da entrevistada, descreve em um
processo lento, o acumulo de tarefas, algumas sendo encargos de outros colegas ou setores, que
muitas vezes é informado aos superiores para uma atuação na melhoria e qualidade de trabalho,
mas são negligenciados pela noção capitalista contemporâneo e “pressão de desempenho” ,
com o foco na produção, narrado no livro : “Sociedade do Cansaço” do sul-coreano Byung-
Chul Han (2015), que se é construída sobre o que se entende de trabalho. Então,
Além disso, estava chateado com o FBI pela situação à qual eles haviam me sujeitado.
Em fevereiro do ano anterior, eu havia conversado com um diretor adjunto, Jim
McKenzie. Disse a ele que não estava conseguindo acompanhar o ritmo de trabalho e
perguntei se podia arrumar outros funcionários para me ajudar. McKenzie
compreendeu o meu pedido, mas foi realista. “Você sabe como é esta organização”,
afirmou ele. “É preciso desabar de tanto trabalhar antes que alguém reconheça o seu
esforço.” (OLSHAKER & DOUGLAS, p.18, 2017).”
No início do livro, Douglas traz uma fala que se assemelhou muito a entrevistas e dos relatos
que muitas trazem no grupo de acolhimento desenvolvido por ela:
Além de achar que não estava recebendo o apoio de que precisava, sentia que meu
trabalho também não era reconhecido. Na verdade, sentia que não havia
reconhecimento algum (OLSHAKER & DOUGLAS, p.18, 2017).
Dessa forma, como foi abordado durante a entrevista, sendo principal motivo da criação
do grupo de apoio, enfatizar e reafirmar a importância de se falar de saúde mental no ambiente
de trabalho. Nos relatos, a entrevistada informa que passou por vários profissionais que depois
de vários exames davam como retorno que poderia ser apenas estresse, mas em momento
algum, orientada ela ou cogitavam um diagnóstico adequado para ajudar em seu sofrimento
psíquico, que já estava se expressando em sua saúde física e em seu comportamento.
Um tópico trago pela entrevistada foi a falta de uma rede de apoio, mesmo sendo
servidora pública, onde existe um órgão de fiscalização A unidade SIASS e por ter passado por
uma perícia para poder acessar alguns direitos, como o de afastamento para se tratar, ela não
encontrou uma rede de apoio ou profissionais que pudesse ajuda-la no processo de reabilitação.
Dessa forma, com dificuldades na volta ao trabalho, pois ela se viu diante de um ambiente que
não estava disposto a implementar mudanças nessa cultura organizacional que promovia o seu
adoecimento, acarretou em sua aposentadoria precoce. O seu projeto volta-se, principalmente,
por disponibilizar esses profissionais ajudem as pessoas nesse momento difícil e de
vulnerabilidade. Em a mentora traz em sua fala a importância de passar esse conhecimento
adiante, as dificuldades que ela vivenciou nesse processo todo, sem aparo, ela procurar, com a
colaboração de uma equipe profissional, diminuir os impactos negativas e auxiliar as pessoas
nesse momento de sofrimento a garantirem seus direitos.
05 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A adesão recente da Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional abre espaço
para mudanças, mas ainda há muito caminho para ser percorrido e mais pesquisas e atuações
de especialista nesse cenário mostra-se necessária. Dessa forma, até a ajuda se torna de difícil
acesso para a maioria que enfrenta com o estresse crônico. Compreender a realidade e discutir
sobre a falta de assistência aos trabalhadores nessas condições, é garantir a segurança no
trabalho, pois o conceito não abarca somente a integridade física e risco explícitos no ambiente
de trabalho (Nascimento, 2021)
Por fim, salienta-se que além do papel fundamental das instituições organizacionais na
prevenção e promoção da saúde mental nos casos de Síndrome Burnout, a necessidade de
capacitação de profissionais como psicólogos, médicos, advogados etc. para atendimento da
demanda das doenças organizacionais que vem apresentado aumento significativo,
demostrando a importância de bons especialistas na atuação e acolhimentos dos pacientes em
sofrimento mental. Além disso, intervenções e mapeamentos que atuem em um âmbito de
planejamento estrutural e organizacional das instituições para esse processo de reabilitação e
prevenção em relação às doenças no ambiente de trabalho.
06 REFERÊNCIAS
PÊGO, Francinara Pereira Lopes e; PÊGO, Delcir Rodrigues. Síndrome de Burnout / Burnout
Syndrome, Rev. bras. med. trab ; 14(2): 171-176, maio.-ago. 2016.
LIMA, Suani dos Santos Fialho,; DOALBELA, Maria Fani, Estratégias Usadas para a
prevenção e tratamento da Síndrome de Burnout. Rev. Research, Society and Development, v.
10, n. 5, e11110514500, 2021
CARLOTTO, Mary Sandra; PALAZZO, Lílian dos Santos. Síndrome de burnout e fatores
associados: um estudo epidemiológico com professores. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, p.
1017-1026, 2016.
MLA, Bastos Silva; Junior; GB, Domingos ETC, Araújo RMO, Santos AL. Sick leaves by
mental disorders: case study with public servants at an educational institution in Ceará, Brazil.
Rev Bras Med Trab., p. 53-59, 2018;
HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. t rad. Gênio Paulo Giachini. 2.ed. Petrópolis, RJ:
vozes, 2017.