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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS – UNIFIP

CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA

RAFAELA FABRÍCIA DOS SANTOS

SAÚDE MENTAL DE COLABODORES NO ÂMBITO HOSPITALAR: UMA

REVISÃO INTEGRATIVA

PATOS/PB
2021

RAFAELA FABRÍCIA DOS SANTOS

SAÚDE MENTAL DE COLABODORES NO ÂMBITO HOSPITALAR: UMA

REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito parcial para a obtenção do

Título de Bacharel em Psicologia pelo Centro

Universitário de Patos – UNIFIP.

Orientador (a): Me Alana Cristina de Sousa

Alencar Silva
PATOS/PB
2021
Sumário

1 Introdução..............................................................................................................................4
2. Objetivos................................................................................................................................7
2.1 Geral.................................................................................................................................7

2.3 Objetivos específicos.........................................................................................................7

3 Fundamentação Teórica........................................................................................................8
4 Método..................................................................................................................................14
4.1 Tipo e Local da Pesquisa................................................................................................14

4.2 Instrumentos e Procedimentos de Coleta de Dados.......................................................14

4.3 Critérios de Inclusão e Exclusão....................................................................................14

4.4 Análise dos Dados..........................................................................................................15

4.5 Aspectos Éticos...............................................................................................................15

Referências...............................................................................................................................16
1 Introdução

O trabalho desenvolvido pelos colaboradores em âmbito hospitalar se torna

especificamente estressante devido a fatores como a alta morbimortalidade de pacientes, o

cansaço imposto as condições e tempo de trabalho durante o plantão, o estado de alerta

constante, situações imprevisíveis, além de dilemas éticos e ter que lidar com familiares, são

algumas motivações subjetivas de estresse na área (Inglesias & Vallejo, 2013; Malaquin &

colaboradores, 2017).

O tido como “estresse psicológico laboral” ocorre quando os processos físicos e

externos das pessoas vão além das suas habilidades ou capacidades, podendo se apresentar

excessivamente causando consequências que levam a sobrecarga psíquicas e físicas que

podem levar o sujeito a fadiga, ansiedade, depressão, irritabilidade e insônia por exemplo

(Moss & colaboradores, 2016).

Existem diversos fatores facilitadores e desencadeadores que influenciam no estresse

psicológico que gera patologias como a Síndrome de Burnout, os desencadeadores são fatores

debilitantes contínuos no próprio ambiente de trabalho, e os facilitadores são situações

relacionadas ao indivíduo, que podem desencadear gatilhos ou inibidores do stress sobre o

mesmo (Moreira, Souza & Yamaguchi, 2018).

O ambiente profissional hospitalar é um fator desencadeador de estresse, uma vez que

existem uma série de estímulos físicos e psicológicos presentes nos mais diferentes ambientes

de trabalhos que colaboram para surgimento de sintomas de estresse, tais como: ruído, tarefas

repetidas, temperatura, medo de punição ou perda do trabalho, desafios, alegrias, promoção,

entre outros (Baptista & colaboradores, 2005).


A profissão quando associado a fatores facilitadores de estresse como as condições

precárias, a falta de lazer, os baixos salários e os conflitos no trabalho, ocasiona no indivíduo

sentimentos de insatisfação, frustração e desmotivação em relação à rotina do trabalho

(Carlotto, 2013).

As relações interpessoais no trabalho tanto entre as equipes de profissionais quanto

entre as multiprofissionais, quando não trabalhadas de forma satisfatória, produzem um

ambiente de trabalho desfavorável que prejudica em todo processo laboral, tornando-se um

fator debilitante, ocorrendo insatisfação no profissional, e, em consequência, formação de um

ambiente estressante (Martins & colaboradores, 2015).

A escassez de autonomia é outro fator debilitante vivenciado por profissionais, no qual

em muitos aspectos dificulta o alcance dos objetivos gerencias e assistências. Pode-se elucidar

também a pouca procura do trabalhador em se permitir buscar estratégias para ultrapassar tais

obstáculos o qual pode gerar insatisfações, angústias, conflitos e estresse que levam a

sensação de sofrimento no trabalho (Valeretto & Alves, 2013).

O desenvolvimento do estresse laboral ocorre através de etapas, sendo elas o idealismo:

o trabalho atrativo e ideal que ocupa as necessidades do indivíduo; o realismo: quando não

são supridas as expectativas inicias, e o trabalho já não satisfaz as necessidades, o

reconhecimento e a recompensa são escassas; logo após vem a estagnação e/ou frustração:

toda a energia inicial e entusiasmos se transformam em irritabilidade e fadiga crônica; e então

a apatia: autodesvalorização, o indivíduo tem a sensação de desespero, perda da autoestima,

fracasso e autoconfiança (Prado, 2016).

A Organização Mundial de Saúde – OMS, descreve que um ambiente de trabalho

negativo pode desencadear problemas de saúde físicos e mentais, além de uso abusivo de

álcool e outras drogas, absenteísmo e perda da produtividade, destacando ainda a importância


das intervenções psicológicas como parte de uma estratégia integrada de saúde e bem-estar

que inclua prevenção, identificação precoce, apoio e reabilitação (Couto, 2018).

Por conta disso, esse debate, as condições de trabalho e saúde mental vem sendo cada

vez mais estudado e discutido, tendo com frequência artigos científicos publicados sobre o

tema.
2. Objetivos

2.1 Geral

- Identificar os principais problemas que estão afetando os profissionais de saúde no

contexto hospitalar considerando as circunstâncias enfrentadas atualmente. A pesquisa será

feita a base de dados, sendo assim uma Revisão Integrativa.

2.3 Objetivos específicos

- Identificar como a ansiedade se manifesta em colaboradores de nível superior no

âmbito hospitalar;

- Entender qual é o fator predominante que prejudica a saúde mental do colaborador,

considerando o tempo de atuação da profissão em âmbito hospitalar.

3 Fundamentação Teórica

A palavra “estresse”, é de uso ocorrente na língua inglesa, origina-se do latim stingere

que significa “tensionar”, e segundo vertente do francês arcaico. A palavra foi bastante

utilizada pelos ingleses no século XVII com significado de “adversidade” ou ainda

“infelicidade” (Nodari et al., 2014).

Desde o princípio da história da humanidade até os dias de hoje, é considerado que o

homem pode sofrer uma exaustão após exposto a circunstancias como o frio, o calor, a fome,
a sede, o medo, a doença, a perda de sangue ou o trabalho. Tais situações ocasionam como

consequências uma serie de desfechos físicos e biológicos conhecidos como estresse (Silva,

Goulart & Guido, 2018).

O termo técnico estresse foi primeiramente empregado pela engenharia e física com

forma de conceituar força que pode suportar antes de rompe-se. Posteriormente obteve-se o

entendimento do estresse como cansaço e fadiga, de acordo com um modelo biológico em

1936 por Selye, sendo definido pelo pesquisador como uma reação defensiva do organismo

em reposta a qualquer estímulo (Nodari et al., 2014; Silva, Goulart & Guido, 2018).

No campo da investigação científica acerca do estresse segue-se três grandes linhas de

pesquisa: a resposta biológica (que relaciona os elementos do sistema nervoso central às suas

repercussões endócrina, comportamental, imunitária e vegetativa), as circunstâncias que o

desencadeiam e a relação que tais situações estabelece entre o indivíduo e o meio ambiente

(Darnaudéry & Maccari, 2008).

O modelo biológico citado anteriormente, é dividido em três etapas: reação alarme, de

resistência e de exaustão. No âmbito psicológico, o estudo das emoções resultou em

contribuições para o conceito de estresse, através da teoria que demonstra que os fatores

cognitivos antessentes (estímulos) são determinantes das respostas emocionais subsequentes,

obtivemos o conceito de estresse psicológico, que é um conjunto de forças externas que

produzem efeitos transitórios ou permanentes sobre o indivíduo (Nodari et al, 2014).

Acerca de estresse ocupacional, este pode ser conceituado como um processo pelo o

qual rotinas e demandas psicológicas no local de trabalho ocasionam mudanças a curto e

longo prazo na saúde física e mental do trabalhador. Podendo assim, o trabalhador, sentir-se

pressionado ou ameaçado por meio de eventos ambientais, tais como: dificuldade nas relações

interpessoais, maior insegurança nas atividades profissionais, baixa moral, assédio moral,
problemas emocionais, abalo da motivação e da lealdade. Sendo, tais fatores citados

anteriormente, considerados agentes de “estresse” no ambiente de trabalho (Ferreira et al.,

2016).

A constante mudança social, tecnológica e econômica que a sociedade contemporânea

enfrenta, resulta em impacto significativo nos trabalhadores, dando novos rumos e sentidos ao

trabalho. O profissional, é o agente ativo de um cenário composto por diversos fatores, como

alta competividade, concorrência intransigente e o crescimento de mão de obra terceirizada,

acarretando desgaste cognitivo e fisiológico ao indivíduo. Sendo que, atividades que

dependem de alto grau de responsabilidade, rapidez na tomada de decisões e outras

modalidades que exijam bons resultados, estão, progressivamente, renunciando o descanso e o

lazer que mente e corpo precisam para se restabelecer (Prado, 2016).

O trabalho em hospitais tem propriedades particulares e engloba diversas situações-

limite bem como vida/morte, saúde/doença que acabam influindo no bem-estar da própria

equipe de saúde, podendo ocasionar estresse e adoecimento. Pesquisadores da área da

psicologia da saúde demonstram que poucos ambientes de trabalho são tão enigmáticos como

um hospital (Nishide, Benatti & Alexandre, 2004), devido ser ao mesmo tempo um centro de

amparo à vida e um local de doença e morte.

Tido por muitos um ambiente de trabalho aflitivo e mórbido por lidar com a dor, o

sofrimento, a doença e a morte humana (Pitta, 1991; Nishide et al., 2004), o hospital também

requer atenção contínua do trabalhador, no âmbito da prevenção de acidentes de trabalho e/ou

infecções. O grau de insalubridade e o perigo de contaminações dependerão do tipo de

atenção oferecida ao enfermo pelo profissional da saúde e do setor de desempenho.

Profissionais que exercem funções que requeiram contato mais direto com o paciente,
especialmente quando vinculado a procedimentos invasivos, estão mais expostos aos riscos

citados.

Além das propriedades institucionais, ocorrências estressoras incluindo a necessidade de

promulgar respostas rápidas referentes a situações-limite de vida e morte de pacientes, carga

horária alta, atendimento ao público, em muitos casos, em condições emocionais de

desequilíbrio, excesso de encargos, divergências nas opiniões e visões distintas com

profissionais de outra formação acadêmica também se fazem presente no dia a dia dos

profissionais da saúde que trabalham em hospitais. Caso essas condições estressoras atuem

por um tempo considerável sobre uma pessoa que não tenha um bom leque comportamental

para escapar e contra controlá-las ou que não possa expelir outros comportamentos a fim de

evitá-las, este pode demonstrar mudanças fisiológicas, complicações emocionais e outros

sintomas, podendo vir a desenvolver um quadro de estresse.

Segundo Lipp (2003), as implicações do estresse prejudicam a pessoa e seu meio social,

como família e amigos. Etapas mais desenvolvidas do estresse podem acometer sequelas

físicas e psicológicas, acarretando em cansaço mental, perda de memória, dificuldade de

concentração, e em fases evoluídas, como exaustão e quase-exaustão, provocar doenças como

hipertensão, diabetes, impotência sexual, entre várias outras.

Em estância hospitalar, a viabilidade de fuga e esquiva de situações estressoras

decresce, pois muitas vezes essas ocasiões fazem parte do dia-a-dia do estabelecimento.

Frente a essa realidade, os profissionais empregam estratégias para o embate dessas situações

que provocam estresse e desconforto físico e emocional, as denominadas “estratégias de

enfrentamento”. Estas são parte constituinte de um repertório comportamental desenvolvido

ao longo da vida e essencialmente durante a formação acadêmica, residência e estágios, já que


as circunstâncias enfrentadas no ambiente de trabalho em hospitais, apesar de terem similitude

com eventos e acontecimento cotidianos, têm suas próprias particularidades.

Como demonstrado por Lipp (2003), o estresse pode também ter impacto negativo nas

relações em sociedade. Logo, entende-se que a saúde do trabalhador tem forte influência nas

maneiras de se relacionar que esse irá construir na Instituição, com o grupo de profissionais e

com os pacientes com os quais irá encarregar-se. Por conseguinte, diagnosticar aspectos do

trabalho e formas de embate de eventos estressantes que ocasionam sintomas físicos e

psicológicos é de grande relevância para entender a maneira com que esses profissionais

enfrentam situações estressoras e como isso influencia em sua prática laboral e sua saúde.

Entre os campos de trabalho, os profissionais da área da saúde apresentam elevadas

taxas de estresse quando se compara com as demais categorias, por causa dos motivos

anteriormente citados, acarretando para os serviços nacionais de saúde despesas elevadas,

chegando a bilhões, provocado pela redução da produtividade, faltas repentinas e em excesso,

rotatividade dos profissionais, problemas de recrutamento e de permanência (Ferreira et al.,

2016).

Tais profissionais, como por exemplo, os profissionais que trabalham em Unidade de

Terapia Intensiva (UTI), são diariamente submetidos a um estresse, que foge ao seu controle,

promovido por um ambiente de trabalho crítico, permeado por tarefas árduas e com diversas

dificuldades, exigindo assim, do profissional, uma ação redobrada. As consequências de um

profissional estressado, pode ir além dele próprio, e acaba atingindo também os pacientes à

medida que sua capacidade de decisão, raciocínio, reflexos, serenidade, concentração e

sensibilidade, encontram-se comprometidas (Andrade & Costa, 2014).

O excesso de demanda no trabalho, quer em termos qualitativos como quantitativos, é

uma causa corriqueira de estresse. Por sobrecarga quantitativa compreende-se o exagero de


atividades a serem realizadas, num período de tempo definido. A sobrecarga qualitativa

refere-se ao excesso de exigências em relação as competências, habilidades e conhecimentos

do trabalhador. De outra forma, pondera o autor, o trabalho altamente leve pode culminar

também num estressor relevante.

Também a designação de poucas tarefas no decorrer do dia ou a atribuição de tarefas

muito fáceis, habituais e aborrecidas, no que diz respeito às habilidades e destreza do

trabalhador, podem ser motivo de estresse no trabalho. Têm-se diagnosticado relações

consideráveis entre a sobrecarga de trabalho, diminuição da satisfação do trabalho,

desenvolvimento de ansiedade e comportamentos perigosos para a saúde como, por exemplo,

maior consumo de tabaco (Peiró, 1993).

Vários autores têm reconhecido agentes característicos de estresse vinculados a reações

desfavoráveis ao trabalho em ambiente hospitalar, especificamente: O excesso de trabalho

(mental e física); Inseguridade do trabalho e inadequação das competências do indivíduo ao

trabalho; Ambivalência de papéis; Trabalhar em áreas desconhecidas, servir uma população

que vive medo e ansiedade; Exclusão na tomada de decisões ou planeamento; Encarregar-se

de outras pessoas e sub-aproveitamento das suas habilidades; Recursos inapropriados;

Interesses não satisfeitos, Conflito Interpessoal e Mudanças tecnológicas, entre outros fatores

(Calhoun, 1980; Greenberg, 1987).

A escolha de um leque de técnicas de enfrentamento ou de outro e a maneira como estas

são empregues é influenciada, em grande parcela, por aspectos vinculados a: crenças, auto-

regras, habilidades sociais, suporte social, habilidades de solução de problemas, assertividade

e recursos materiais (Savóia, 1999).

Os autores Antoniazzi, Dell'aglio e Bandeira (1998) demonstram que os processos de

embate podem se modificarem com o desenvolvimento do indivíduo, pelas grandes alterações


que se processam nas condições de vida, por meio das experiências já vividas pelas pessoas.

Compreende-se, pois, que a despeito de seu resultado, o que se julga como estratégia de

enfrentamento é qualquer esforço em conservar a vida ou a saúde mental e física do indivíduo

e que tenha o papel de lidar com um potencial estressor. Vale salientar que boa parte dos

autores entende o enfrentamento de estímulos estressores como um processo dinâmico, que

abarca várias respostas, abrangendo a interação do indivíduo com o seu meio (Straub, 2005).
4 Método

Trata-se de uma revisão de literatura, de abordagem exploratória, descritiva e

qualitativa, sendo a pesquisa integrativa definida como a sumarização de evidências

científicas, através da obtenção e interpretação de artigos científicos, com intuito de dar

suporte para a tomada de decisões e a melhoria da prática profissional. Essa modalidade foi

escolhida devido a tratar-se de um método que possibilita a síntese de informações produzidas

sobre o assunto, diante de um desenho de pesquisa específico e rigoroso para análise de dados

(Souza, Silva & Carvalho, 2010). A captação do construto científico fora feita por meio das

seguintes bases de dados online: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da

Saúde (LILACS), Medical Literature Analysus and Retrieval System Online (Medline),

Scrientific Eletronic Library Online (Scielo). As seguintes etapas foram seguidas para

desenvolvimento dessa pesquisa: (1) delimitação do tema e elaboração da questão norteadora;

(2) exploração do tema na literatura; (3) coleta de dados; (4) avaliação crítica das pesquisas

selecionadas; (5) apresentação dos resultados (Souza, Silva & Carvalho, 2010). Os seguintes

critérios de inclusão utilizados para este estudo: artigos que abordem o tema central,

publicados de 2015 a 2020, nacionais e internacionais, disponíveis gratuitamente on-line com

textos nas línguas portuguesa e inglesa. E como critérios de exclusão: artigos de revisão,

incompletos e duplicados. Para a busca de dados foram utilizados os seguintes descritores:

“Saúde Mental”, “Colaboradores”, “Profissionais” e “Hospital”. A coleta de dados foi

realizada no primeiro semestre de 2021. Após a identificação e captação dos artigos no banco

de dados, foi realizada a análise do material por meio de leitura exploratória, seguida de

leitura seletiva como forma de selecionar os artigos relativos ao tema da pesquisa. Do material

obtido, uma quantidade de 25 artigos foi submetido à leitura minuciosa, destacando àqueles
que responderem ao objetivo deste estudo, seguindo os critérios de inclusão e exclusão, por

fim, realizou-se á a leitura interpretativa para obtenção dos resultados que será exposto por

meio de texto corrido.  Partindo do delineamento da pesquisa, amostra e tratamento dos dados

do processo de seleção dos estudos, a discussão dos resultados e as contribuições dos estudos

analisados sobre o tema. Por tratar-se de uma revisão da literatura, não foi necessário

submeter a pesquisa ao Comitê Ético de Pesquisa (CEP) do UNIFIP- Centro Universitário,

pois a mesma utiliza como dados as informações encontradas na literatura científica acerca do

tema proposto, não havendo, desta forma, envolvimento com seres humanos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado da pesquisa contempla a busca do conhecimento sobre o tema em questão


com a aplicação de estudos, pesquisas na internet e a leitura de alguns estudiosos que falam
sobre o tema. Desse modo, percebe-se que as contribuições desses estudos ajudaram na
construção desse trabalho, pois o assunto sobre saúde mental aborda questões amplas do ser
humana, envolvendo um trabalho de reflexão sobre as ações do indivíduo; tentando expandir
o conhecimento sobre saúde mental; desejando contribuir no agir e dar subsídios para a ação
humana.
De acordo com o estudo realizado foi escolhido alguns autores que falam sobre o
assunto de saúde mental, pois foram contribuições importantes para a construção desse
trabalho, como também para o conhecimento do tema escolhido.

Figura 1. Esquema de fases das seleções dos autores.


Fonte: Figura elaborada pelo autor.

A figura acima mostra alguns autores contemplados no estudo de pesquisa com a


finalidade de promover uma maior compreensão e entendimento do assunto de saúde mental,
envolvendo conceito, circunstâncias, fatores, consequências físicas e biológicas de forma
clara e objetiva sobre a importância da saúde da mente humana. Em relação ao tipo de
pesquisa teve-se maior prevalência a Pesquisa Bibliográfica com abordagem qualitativa.
Neste sentido, compreende-se com esse estudo de pesquisa o ponto de vista dos
autores sobre a saúde mental, como Nodari (et al., 2014) que fala sobre “estresse” que
significa “tensionar” ou “adversidade” e “infelicidade”. Desse modo, Silva, Goulart e Guido
(2018) falam que o homem pode sofrer uma exaustão após exposto a circunstancias como
frio, calor, fome, sede, medo, doença, perda de sangue ou trabalho, causando consequências
físicas e biológicas conhecidas como estresse.
Os autores Silva, Goulart e Guido (2018) abordam que o estresse foi empregado como
termo técnico pela engenharia e física como forma de conceituar força que pode suportar
antes de rompe-se. Nesse sentido, o pensamento dos autores sobre estresse reflete em uma
ação do ser humano de cansaço e fadiga, então, o sujeito reage de forma defensiva em reposta
a qualquer estímulo.
Desse modo, refletindo o pensamento dos autores entende-se que o estresse é uma
ação do ser humano que se manifesta quando está exposto a uma situação que se exige muito
tanto psicologicamente como fisicamente. Assim, Darnaudéry e Maccari, (2008) falam que o
estresse no campo da investigação científica adota três grandes linhas de pesquisa: a resposta
biológica, as circunstâncias e a relação entre o indivíduo e o meio ambiente.
Diante desse contexto, é importante destacar o pensamento de Nodari et al, 2014, que
contempla o modelo biológico em três etapas: reação alarme, de resistência e de exaustão. Sua
contribuição no âmbito psicológico resultou no estudo das emoções para o conceito de
estresse através de fatores cognitivos. É fundamental incluir o pensamento de Ferreira et al.
(2016) acerca de estresse ocupacional que pode ser conceituado como um processo pelo o
qual rotinas e demandas psicológicas no local de trabalho ocasionam mudanças a curto e
longo prazo na saúde física e mental do trabalhador.
Na abordagem do autor Prado (2016) podemos refletir na constante mudança social,
tecnológica e econômica que a sociedade contemporânea enfrenta e que resulta em impacto
significativo nos trabalhadores, dando novos rumos e sentidos ao trabalho, pois o profissional
é agente ativo de um cenário composto por diversos fatores com alta competividade,
concorrência intransigente e crescimento de mão de obra terceirizada, acarretando desgaste
cognitivo e fisiológico ao indivíduo. Assim, com a contribuição do autor observamos que o
excesso de trabalho pode acarretar doença física e mental.
Nishide, Benatti e Alexandre (2004) nos faz entender que o trabalho em hospitais
envolve diversas situações-limite bem como vida/morte, saúde/doença que acabam influindo
no bem-estar da própria equipe de saúde, podendo ocasionar estresse e adoecimento. Já o
pensamento dos autores Pitta (1991) e Nishide et al. (2004) nos faz refletir que o hospital
também requer atenção contínua do trabalhador, no âmbito da prevenção de acidentes de
trabalho e/ou infecções e é tido por muitos como um ambiente de trabalho aflitivo e mórbido
por lidar com a dor, o sofrimento, a doença e a morte humana.
A contribuição de Lipp (2003) sobre as implicações do estresse é bastante pertinente
quando fala que essa doença prejudica a pessoa e seu meio social, como família e amigos.
Aborda também que as etapas mais desenvolvidas do estresse podem acometer sequelas
físicas e psicológicas, acarretando em cansaço mental, perda de memória, dificuldade de
concentração, e em fases evoluídas, como exaustão e quase-exaustão, provocando doenças
como hipertensão, diabetes, impotência sexual, entre várias outras.
Lipp (2003) ainda diz que o estresse pode ter impacto negativo nas relações em
sociedade. O autor nos faz entender que a saúde do trabalhador tem forte influência nas
maneiras de se relacionar que esse irá construir na Instituição, com o grupo de profissionais e
com os pacientes com os quais irá encarregar-se. Neste sentido, diagnosticar aspectos do
trabalho e formas de embate de eventos estressantes que ocasionam sintomas físicos e
psicológicos é de grande relevância para entender a maneira com que esses profissionais
enfrentam situações estressoras e como isso influencia em sua prática laboral e sua saúde.
Ferreira et al. (2016) contempla que entre os campos de trabalho, os profissionais da
área da saúde apresentam elevadas taxas de estresse quando se compara com as demais
categorias, por causa dos motivos anteriormente citados, acarretando para os serviços
nacionais de saúde despesas elevadas, chegando a bilhões, provocado pela redução da
produtividade, faltas repentinas e em excesso, rotatividade dos profissionais, problemas de
recrutamento e de permanência.
Andrade e Costa (2014) retratam os profissionais que trabalham em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), são diariamente submetidos a um estresse, que foge ao seu controle,
promovido por um ambiente de trabalho crítico, permeado por tarefas árduas e com diversas
dificuldades, exigindo assim, do profissional, uma ação redobrada. Mostram ainda as
consequências de um profissional estressado, pode ir além dele próprio, e acaba atingindo
também os pacientes à medida que sua capacidade de decisão, raciocínio, reflexos,
serenidade, concentração e sensibilidade, encontram-se comprometidas.
Outro autor bastante pertinente Peiró (1993) que fala da designação de poucas tarefas
no decorrer do dia ou a atribuição de tarefas muito fáceis, habituais e aborrecidas, no que diz
respeito às habilidades e destreza do trabalhador, podem ser motivo de estresse no trabalho.
Têm-se diagnosticado relações consideráveis entre a sobrecarga de trabalho, diminuição da
satisfação do trabalho, desenvolvimento de ansiedade e comportamentos perigosos para a
saúde.
Calhoun (1980) e Greenberg (1987) abordam que os agentes característicos do estresse
estão vinculados a reações desfavoráveis ao trabalho em ambiente hospitalar,
especificamente: O excesso de trabalho (mental e física); Inseguridade do trabalho e
inadequação das competências do indivíduo ao trabalho; Ambivalência de papéis; Trabalhar
em áreas desconhecidas, servir uma população que vive medo e ansiedade; Exclusão na
tomada de decisões ou planeamento; Encarregar-se de outras pessoas e sub-aproveitamento
das suas habilidades; Recursos inapropriados; Interesses não satisfeitos, Conflito Interpessoal
e Mudanças tecnológicas, entre outros fatores.
Savóia (1999) apresenta a escolha de um leque de técnicas de enfrentamento ou de
outro e a maneira como estas são empregues é influenciada, em grande parcela, por aspectos
vinculados a: crenças, auto-regras, habilidades sociais, suporte social, habilidades de solução
de problemas, assertividade e recursos materiais.
Os autores Antoniazzi, Dell'aglio e Bandeira (1998) demonstram que os processos de
embate podem se modificarem com o desenvolvimento do indivíduo, pelas grandes alterações
que se processam nas condições de vida, por meio das experiências já vividas pelas pessoas.
Straub (2005) fala do resultado do que se julga como estratégia de enfrentamento do
ser humano é qualquer esforço em conservar a vida ou a saúde mental e física e que tenha o
papel de lidar com um potencial estressor. É importante dizer que boa parte dos autores
entende o enfrentamento de estímulos estressores como um processo dinâmico, que abarca
várias respostas, abrangendo a interação do indivíduo com o seu meio.
Portanto, o trabalho de pesquisa sobre saúde mental envolveu estudo, observação,
investigação e reflexão sobre o tema de forma a ampliar o conhecimento, pois esse estudo nos
auxilia a entender ainda mais sobre a saúde da mente humana. Diante da pesquisa
bibliográfica, percebe-se que a saúde mental do ser humano é muito importante, pois uma
pessoa bem psicologicamente apresenta uma mente equilibrada diante das situações da vida.

Referências

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