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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

(UFES)
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GOIABEIRAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

EMERSON RYAN ANCHIETA SILVESTRE

INTEGRANDO PSICOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO:


Abordagens Integradas no Contexto Profissional

Vitória - ES
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2023

EMERSON RYAN ANCHIETA SILVESTRE

INTEGRANDO PSICOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO:


Abordagens Integradas no Contexto Profissional

Relatório, apresentado a Universidade Federal


do Espírito Santo como parte das exigências
para a obtenção do título de. Psicologia
Aplicada à Administração

Orientador: Dr. Prof. Vera Lúcia da Conceição


Neto

Vitória - ES

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2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4

FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ............................................................................................. 5

Estresse Psicossomático .......................................................................................................... 5

Psicodinâmica no Trabalho segundo Dejours: ........................................................................ 5

Epidemiologia Aplicada à Saúde Mental no Ambiente de Trabalho: ..................................... 6

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................... 7

Revisão Sistemática da Literatura:.......................................................................................... 8

Desenvolvimento de Instrumentos de Coleta de Dados: ........................................................ 8

Coleta de Dados Quantitativos e Qualitativos ........................................................................ 8

Análise de Dados e Comparação dos Resultados: .................................................................. 8

Considerações Éticas Finais:................................................................................................... 8

VISÃO CRÍTICA ....................................................................................................................... 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 10

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 11

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INTRODUÇÃO

O contexto atual das organizações é um ecossistema dinâmico, um verdadeiro


caleidoscópio de influências provenientes de diversas esferas. Desde as incessantes mudanças
tecnológicas até as transformações profundas nas dinâmicas sociais e nas exigências globais do
mercado, cada componente desse cenário multifacetado contribui para a configuração de um
ambiente organizacional de extrema complexidade. A capacidade de adaptação e o
entendimento detalhado dos aspectos psicossociais que permeiam o comportamento humano
dentro desses ambientes são cruciais para a eficácia, inovação e, sobretudo, a sobrevivência
sustentável das organizações neste cenário constantemente fluido e desafiador.
A interseção entre a Psicologia Aplicada à Administração e a saúde mental no contexto
corporativo envolve não apenas a análise dos aspectos individuais dos colaboradores, mas
também a consideração cuidadosa dos sistemas organizacionais e culturais que moldam seus
comportamentos. Além disso, a avaliação das práticas de liderança, a estrutura de comunicação,
a distribuição de tarefas e responsabilidades, bem como a promoção de um ambiente
psicologicamente seguro e inclusivo, desempenham papéis fundamentais na saúde mental e no
bem-estar dos funcionários. Esses fatores organizacionais, muitas vezes, influenciam
diretamente a forma como os indivíduos percebem e respondem às demandas do trabalho,
podendo ser determinantes para o surgimento de questões relacionadas ao estresse, esgotamento
profissional e outros problemas de saúde mental
A escolha criteriosa deste tema para esta pesquisa é impulsionada por uma urgência
inegável no reconhecimento crescente da importância vital da saúde mental no ambiente de
trabalho contemporâneo. À medida que os profissionais se veem imersos em um ambiente
laboral cada vez mais exigente, marcado pela velocidade das mudanças, pela demanda
incessante por novas habilidades e pela necessidade de se adaptarem a novos paradigmas
tecnológicos, as questões de estresse psicossomático e saúde mental emergem como
preocupações centrais e prementes.
A interseção entre a Psicologia Aplicada à Administração e o universo da saúde mental
nos ambientes corporativos oferece um vasto campo para explorar e compreender não apenas
os comportamentos individuais dos colaboradores, mas também para analisar de maneira
abrangente e aprofundada os fatores psicossociais inerentes a esses contextos. Essa abordagem
interdisciplinar busca não apenas mapear os desafios enfrentados pelos profissionais, mas
também examinar suas raízes e influências profundas, permitindo a formulação de estratégias
mais eficientes e sustentáveis para lidar com essas questões.

Diante deste cenário desafiador, o propósito fundamental deste trabalho não se restringe
apenas a investigar e contextualizar, mas visa realizar uma análise crítica e holística dos
elementos que compõem essa intersecção crucial entre a Psicologia Aplicada à Administração
e a saúde mental no ambiente de trabalho contemporâneo. Ao mergulhar meticulosamente nos
pilares do Estresse Psicossomático, da Psicodinâmica no Trabalho segundo Dejours e da
Epidemiologia aplicada à saúde mental, almeja-se oferecer contribuições substanciais e práticas
para profissionais, gestores e pesquisadores. O objetivo é não apenas aprimorar as práticas de
gestão, mas também fomentar ativamente um ambiente laboral mais saudável, inclusivo e
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produtivo, promovendo o bem-estar integral dos colaboradores e, consequentemente, o
desenvolvimento sustentável das organizações.

FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

A Psicologia Aplicada à Administração é um campo interdisciplinar que foca na


compreensão do comportamento humano dentro das organizações e sua aplicação na gestão
eficaz de recursos humanos. Ao unir princípios psicológicos com práticas administrativas,
busca-se otimizar o desempenho organizacional e promover eficiência, além de aprimorar o
bem-estar dos colaboradores. Dentro deste escopo, destacam-se pilares fundamentais:
Estresse Psicossomático: O estresse psicossomático é uma resposta complexa do
organismo a situações emocionais ou psicológicas adversas. Esta condição resulta da interação
entre fatores mentais e manifestações físicas, em que o estado emocional influencia diretamente
o bem-estar físico de uma pessoa. Quando alguém enfrenta estresse prolongado ou situações
emocionalmente intensas, é comum que isso se manifeste em sintomas físicos, tais como dores
de cabeça, tensão muscular, problemas gastrointestinais, entre outros.
Por exemplo, imagine um indivíduo que enfrenta constantes pressões no ambiente de
trabalho devido a prazos apertados e demandas excessivas. Esse cenário estressante pode
desencadear uma resposta psicossomática, manifestando-se através de dores de cabeça
frequentes, tensão muscular persistente e distúrbios gastrointestinais. Embora esses sintomas
pareçam exclusivamente físicos, eles estão profundamente ligados ao estresse emocional
causado pelas condições do trabalho. Esses sinais físicos são a expressão visível do impacto do
estresse psicossomático no corpo, evidenciando a interconexão entre a saúde mental e física do
indivíduo.

Diante disso, os impactos do estresse psicossomático monstram-se significativos, uma


vez que afetam não só a saúde física, mas também a mental. A exposição prolongada ao estresse
pode comprometer o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a doenças e
aumentando o risco de desenvolver condições crônicas, como hipertensão arterial, distúrbios
cardíacos e diabetes. Além disso, pode desencadear ou agravar problemas de saúde mental,
como ansiedade, depressão e transtornos do sono.
As causas desse tipo de estresse são diversas e podem estar relacionadas a situações
estressantes no trabalho, questões familiares, eventos traumáticos ou até mesmo a
predisposições individuais. Estratégias de gerenciamento incluem práticas de autocuidado,
exercícios físicos regulares, técnicas de relaxamento, terapias comportamentais e mudanças no
estilo de vida. Intervenções profissionais, como terapia psicológica e aconselhamento, também
podem ser úteis para lidar com o estresse psicossomático.
É crucial promover ambientes de trabalho saudáveis, oferecendo suporte psicológico,
programas de bem-estar e políticas que gerenciem o estresse no ambiente profissional.
Reconhecer e abordar os sinais de estresse psicossomático é fundamental para preservar o
equilíbrio entre a saúde física e mental, buscando sempre orientação profissional para um
tratamento adequado e eficaz.
Psicodinâmica no Trabalho segundo Dejours: A Psicodinâmica do Trabalho, proposta
por Christophe Dejours, oferece uma perspectiva ampla e abrangente sobre as relações entre o
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ambiente laboral e a saúde psíquica dos indivíduos. Dejours destaca que o sofrimento no
trabalho não é meramente resultado de fatores individuais, mas é profundamente influenciado
pelas condições laborais e interações sociais presentes no contexto profissional. Sua abordagem
rompe com a ideia de que os problemas psicológicos enfrentados pelos trabalhadores são
exclusivamente oriundos de questões pessoais, apontando para a influência significativa do
ambiente de trabalho na saúde mental.
Na visão de Dejours, as condições laborais desempenham um papel fundamental na
construção do sofrimento psíquico. Ele argumenta que determinados aspectos do ambiente de
trabalho, como a organização do trabalho, o estilo de gestão, a pressão por produtividade, a
falta de autonomia e as relações interpessoais dentro da empresa, podem contribuir
significativamente para o surgimento de problemas psicológicos nos trabalhadores. Dejours vai
além da análise individual e foca na compreensão das dinâmicas organizacionais que impactam
diretamente na saúde mental dos colaboradores.
Essa abordagem ressoa com os estudos e análises de Milton Athayde em "Saúde do
Trabalhador", que reforça a ideia de que os problemas de saúde mental no ambiente de trabalho
não são apenas uma questão individual, mas têm raízes profundas nas estruturas
organizacionais. Ambos os autores concordam que a saúde psíquica dos trabalhadores está
intrinsecamente conectada às condições de trabalho, enfatizando a necessidade premente de
considerar os aspectos organizacionais e sociais para promover um ambiente laboral saudável.
A compreensão da Psicodinâmica do Trabalho de Dejours e suas correlações com os
estudos de Athayde realça a importância de avaliar não apenas os aspectos individuais, mas
também as estruturas organizacionais que influenciam o bem-estar psicológico dos
colaboradores. Ao considerar essa perspectiva, gestores e profissionais de recursos humanos
podem adotar abordagens mais holísticas na gestão do ambiente de trabalho, buscando
identificar e mitigar fatores organizacionais que possam contribuir para o sofrimento psíquico
dos trabalhadores. Essa análise mais ampla pode resultar em estratégias mais eficazes para a
promoção da saúde mental e do bem-estar no ambiente laboral, propiciando um local de
trabalho mais saudável, produtivo e satisfatório para todos os envolvidos.

Como exemplo prático, considere uma empresa que adota uma cultura organizacional
altamente competitiva, onde os funcionários são constantemente pressionados a atingir metas
desafiadoras em prazos cada vez mais apertados. Nesse ambiente, a cobrança por produtividade
extrema, aliada à falta de autonomia e suporte insuficiente, pode gerar um contexto propício ao
surgimento de estresse crônico, ansiedade e até mesmo quadros depressivos entre os
colaboradores. Esses problemas de saúde mental não são apenas consequências das
características individuais dos funcionários, mas são amplamente influenciados pelas dinâmicas
do ambiente de trabalho, pela cultura da empresa e pela forma como as relações interpessoais
são estabelecidas. Este exemplo concreto ilustra como a Psicodinâmica do Trabalho de Dejours
e a análise de Athayde ressoam na compreensão de que o sofrimento psíquico no trabalho
muitas vezes é uma consequência direta das condições laborais, não se limitando apenas aos
aspectos individuais dos trabalhadores.
Epidemiologia Aplicada à Saúde Mental no Ambiente de Trabalho: Uma disciplina
crucial na compreensão dos fatores que afetam o bem-estar psicológico dos trabalhadores. Essa
área de estudo se concentra na análise das condições de trabalho, dos padrões de adoecimento
mental e das estratégias de prevenção e intervenção em contextos laborais. Ao utilizar métodos

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epidemiológicos, como levantamento de dados, estudos longitudinais e análise estatística, a
epidemiologia aplicada à saúde mental no ambiente de trabalho busca identificar padrões,
prevalência e possíveis causas de transtornos psicológicos relacionados ao trabalho.
Através da coleta e análise de informações, a epidemiologia permite mapear e
compreender a incidência de problemas como estresse, ansiedade, depressão, síndrome de
burnout e outras condições mentais dentro de diferentes setores e ambientes laborais. Isso
possibilita uma visão mais clara das variáveis que contribuem para o surgimento desses
problemas e como eles se manifestam entre os trabalhadores.
Além disso, a Epidemiologia Aplicada à Saúde Mental no Ambiente de Trabalho
desempenha um papel fundamental na identificação de grupos de risco, fatores de proteção e
no desenvolvimento de estratégias de intervenção. Por meio de estudos epidemiológicos, é
possível determinar quais características do trabalho, como carga horária excessiva, ambientes
estressantes, falta de suporte social ou demandas psicológicas elevadas, estão associadas a um
maior risco de problemas de saúde mental entre os colaboradores.
Essa disciplina também contribui para a formulação de políticas e práticas voltadas para
a promoção da saúde mental no ambiente de trabalho, pois com base nas evidências
epidemiológicas, empresas e gestores podem implementar medidas preventivas, como
programas de gerenciamento de estresse, promoção do equilíbrio entre vida pessoal e
profissional, incentivo à prática de atividades físicas e mentais, além de oferecer suporte
psicossocial aos funcionários.
Um estudo prático de epidemiológico conduzido em uma empresa do ramo de
tecnologia revelou que os colaboradores submetidos a frequentes horas extras não remuneradas
e constantes exigências para cumprir prazos rigorosos apresentaram uma incidência
significativamente maior de sintomas relacionados à ansiedade e estresse crônico em
comparação com aqueles que mantinham um horário de trabalho regular. Notavelmente, a falta
de políticas de apoio psicossocial e a ausência de programas de bem-estar mental estavam
fortemente associadas ao aumento dos casos de esgotamento emocional (burnout) entre os
funcionários mais sobrecarregados. Esse exemplo ilustra como a epidemiologia aplicada à
saúde mental no ambiente de trabalho não apenas identifica de maneira clara e direta os fatores
de risco específicos, mas também destaca suas correlações com problemas de saúde mental,
fornecendo insights fundamentais para a implementação de intervenções e políticas efetivas
voltadas à saúde mental dentro do ambiente corporativo.
Em suma, a Epidemiologia Aplicada à Saúde Mental no Ambiente de Trabalho
desempenha um papel crucial na identificação, prevenção e intervenção em questões
relacionadas à saúde mental dos trabalhadores. Por meio da coleta e análise de dados
epidemiológicos, essa disciplina proporciona subsídios para a implementação de estratégias
eficazes que visam promover ambientes de trabalho mais saudáveis e contribuir para o bem-
estar psicológico dos colaboradores.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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A compreensão dos fatores que influenciam a saúde mental dos colaboradores no
ambiente de trabalho envolve uma abordagem metodológica integrada. Nesse sentido, os
procedimentos metodológicos a seguir são propostos para investigar e analisar as inter-relações
entre Estresse Psicossomático, Psicodinâmica no Trabalho e a Epidemiologia aplicada à saúde
mental no contexto laboral mostram-se em:
Revisão Sistemática da Literatura: A revisão sistemática da literatura científica sobre
Estresse Psicossomático, Psicodinâmica no Trabalho e Epidemiologia da Saúde Mental no
ambiente laboral é um passo crucial para fundamentar a pesquisa. Essa análise abrangente e
meticulosa visa identificar estudos, teorias e modelos que ofereçam perspectivas
multidimensionais e atuais sobre esses temas. Além disso, essa revisão possibilita compreender
a evolução do conhecimento nessas áreas, identificando lacunas e tendências emergentes.
Através dessa base sólida de informações, será possível desenvolver uma compreensão mais
ampla e fundamentada das inter-relações entre estresse psicossomático, dinâmicas laborais e a
saúde mental no contexto do trabalho.
Desenvolvimento de Instrumentos de Coleta de Dados: A partir dos insights obtidos
na revisão da literatura, serão elaborados ou selecionados cuidadosamente instrumentos de
coleta de dados. Esses instrumentos devem ser sensíveis e específicos para capturar
informações relevantes sobre o estresse psicossomático, aspectos psicodinâmicos do ambiente
de trabalho e indicadores epidemiológicos da saúde mental. Isso pode incluir o refinamento de
escalas de avaliação do estresse, adaptação de questionários voltados para a compreensão dos
aspectos psicossociais no ambiente laboral e a seleção criteriosa de indicadores
epidemiológicos de transtornos mentais comprovadamente válidos e confiáveis.
Coleta de Dados Quantitativos e Qualitativos: A condução da coleta de dados será
realizada por meio de uma abordagem integrada, envolvendo métodos quantitativos e
qualitativos. Esta estratégia inclui não apenas a aplicação dos instrumentos desenvolvidos, mas
também a realização de entrevistas individuais ou em grupo, observações no local de trabalho
e análise minuciosa de documentos pertinentes. Essa abordagem multifacetada visa a obtenção
de dados robustos e complementares, possibilitando uma compreensão abrangente e holística
dos temas investigados.
Análise de Dados e Comparação dos Resultados: Os dados coletados serão submetidos
a uma análise detalhada, utilizando técnicas estatísticas avançadas para dados quantitativos e
análise de conteúdo para dados qualitativos. Essa análise minuciosa permitirá a identificação
de padrões, associações significativas e insights relevantes sobre o estresse psicossomático,
aspectos psicodinâmicos no trabalho e indicadores epidemiológicos da saúde mental. Será
realizada uma comparação entre os resultados obtidos nos diferentes domínios para destacar
convergências, divergências e pontos de interseção, contribuindo para uma compreensão mais
completa e contextualizada dos fenômenos estudados.
Considerações Éticas Finais: Em consonância com os princípios éticos, todas as fases
da pesquisa serão conduzidas com rigor e respeito aos participantes. O consentimento
informado será obtido de maneira clara e transparente, garantindo a confidencialidade e o
respeito à privacidade dos envolvidos. As conclusões oriundas dessa pesquisa serão derivadas
dos resultados da análise, oferecendo insights valiosos não apenas para a compreensão
integrada do estresse psicossomático, aspectos psicodinâmicos no trabalho e epidemiologia da

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saúde mental no ambiente laboral, mas também para a proposição de diretrizes e políticas
organizacionais voltadas à promoção da saúde e do bem-estar dos trabalhadores.

VISÃO CRÍTICA

A integração da Psicologia na Administração revela uma série de vantagens substanciais


que impactam positivamente o ambiente organizacional. Em primeiro lugar, a compreensão
mais aprofundada do comportamento humano no contexto empresarial permite uma gestão mais
eficaz das equipes. Ao considerar não apenas as habilidades técnicas, mas também as
motivações, reações emocionais e dinâmicas individuais dos colaboradores, os gestores têm a
oportunidade de adotar abordagens mais personalizadas e empáticas na condução de suas
equipes. Isso não apenas melhora a comunicação e as relações interpessoais, mas também
facilita a resolução de conflitos e o estímulo à motivação individual, resultando em
colaboradores mais engajados e produtivos.
Além disso, a aplicação da Psicologia na Administração contribui para a criação de
ambientes de trabalho mais saudáveis e estimulantes. Ao reconhecer e considerar as
necessidades psicológicas dos funcionários, as organizações podem implementar políticas e
práticas que promovam o bem-estar emocional e mental dos colaboradores. Isso envolve não
apenas a redução do estresse, mas também a promoção de estratégias de autocuidado, equilíbrio
entre vida pessoal e profissional e apoio emocional, resultando em ambientes mais harmoniosos
e produtivos.
Outro ponto relevante é o desenvolvimento de líderes mais capacitados e sensíveis às
nuances do comportamento humano. A compreensão das dinâmicas de grupo, das
peculiaridades individuais e das necessidades de crescimento pessoal capacita os líderes a
exercerem uma liderança mais eficaz e orientada para o desenvolvimento das competências da
equipe. Isso não apenas fortalece as relações dentro da equipe, mas também estimula a
inovação, a criatividade e a resolução de problemas.
Entretanto, apesar dos benefícios, a aplicação prática da Psicologia na Administração
enfrenta desafios consideráveis. A complexidade das relações humanas, por exemplo,
representa um obstáculo significativo, uma vez que o comportamento humano é diversificado
e multifacetado, tornando a aplicação de teorias psicológicas um desafio em ambientes
organizacionais diversos e em constante mudança. Essa diversidade de perspectivas e a
interpretação individual podem complicar a implementação prática de estratégias baseadas na
Psicologia.

Adicionalmente, há o risco de simplificação excessiva dos princípios psicológicos, já


que ao tentar resumir a complexidade do comportamento humano a modelos excessivamente
simplificados, corre-se o risco de não capturar a verdadeira essência e a diversidade das
experiências individuais, o que pode comprometer a eficácia das estratégias adotadas.
Portanto, embora a aplicação da Psicologia na Administração ofereça inúmeros
benefícios, é fundamental enfrentar esses desafios para uma aplicação eficaz e responsável
desses conhecimentos no contexto organizacional, garantindo assim benefícios duradouros e
significativos para as organizações e seus colaboradores.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Refletir sobre a interseção entre Psicologia e Administração revela a complexidade


inerente à aplicação prática desses conhecimentos nos ambientes organizacionais
contemporâneos. As relações humanas multifacetadas e em constante evolução emergem como
desafios cruciais, pois o comportamento humano é diverso e complexo, dificultando a aplicação
direta de teorias psicológicas em ambientes de trabalho diversos e dinâmicos. A multiplicidade
de perspectivas individuais muitas vezes dificulta a eficácia na implementação de estratégias
psicológicas nesses contextos.
É crucial destacar o perigo da simplificação excessiva dos princípios psicológicos.
Tentar condensar a complexidade do comportamento humano em modelos excessivamente
simplificados pode resultar na perda de nuances e em uma compreensão equivocada das
experiências individuais. Esse tipo de simplificação, quando aplicado ao ambiente
organizacional, pode minar a eficácia das estratégias adotadas e limitar a compreensão
adequada das dinâmicas psicossociais presentes no ambiente de trabalho.
Apesar dos desafios evidentes, é inegável que a integração da Psicologia na
Administração traz valiosas contribuições. No entanto, superar esses obstáculos requer
abordagens mais flexíveis e adaptáveis, capazes de considerar a singularidade de cada contexto
organizacional e a diversidade das equipes. Estratégias mais personalizadas e sensíveis às
particularidades de cada ambiente laboral podem promover uma cultura organizacional
inclusiva e estimulante, atendendo às necessidades individuais dos colaboradores.

É fundamental enfatizar a importância da formação contínua e do aprimoramento das


habilidades dos gestores. Programas educacionais e de capacitação focados no desenvolvimento
de habilidades interpessoais, inteligência emocional e liderança são fundamentais para uma
aplicação mais eficaz dos conceitos psicológicos na gestão organizacional. Assim, apesar dos
desafios inerentes, é vital reconhecer e enfrentar essas questões para explorar plenamente os
benefícios que esses conhecimentos podem proporcionar, visando práticas de gestão mais
eficazes, inclusivas e sustentáveis.
Ao considerar a aplicação da Psicologia na Administração, é importante ressaltar que a
complexidade dos fenômenos psicológicos e organizacionais requer uma abordagem integrada
e holística. A compreensão das nuances das relações humanas nos ambientes de trabalho, aliada
à implementação de práticas administrativas sensíveis, constitui um desafio constante. Essa
intersecção demanda uma análise criteriosa das dinâmicas psicossociais, buscando aprimorar
não apenas o desempenho organizacional, mas também o bem-estar dos colaboradores.
Os desafios se ampliam quando se trata da integração da teoria psicológica com as
práticas administrativas. A diversidade de perspectivas e a complexidade das interações
humanas dentro dos ambientes organizacionais adicionam camadas de dificuldade na aplicação
direta de princípios psicológicos. O risco de simplificar demais esses princípios é grande, pois
isso poderia levar à perda de detalhes importantes e à inadequação das estratégias aplicadas nas
organizações.
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A integração bem-sucedida entre a Psicologia e a Administração requer uma abordagem
adaptável e sensível ao contexto. A compreensão aprofundada das peculiaridades de cada
ambiente laboral é essencial para a formulação e implementação eficaz de estratégias
psicológicas na gestão organizacional. Estratégias flexíveis e personalizadas são cruciais para
a promoção de um ambiente de trabalho inclusivo e harmonioso, onde os colaboradores possam
prosperar.
Por fim, ressalta-se a importância da contínua capacitação dos gestores para a aplicação
responsável desses conhecimentos. Programas de desenvolvimento profissional focados na
melhoria das habilidades interpessoais e no entendimento das complexidades psicossociais no
ambiente de trabalho são essenciais para promover uma gestão mais eficaz e adaptável. Este
caminho, embora desafiador, é fundamental para a maximização dos benefícios proporcionados
pela integração da Psicologia na Administração.

REFERÊNCIAS

ATHAYDE, M. Coletivos de Trabalho e Modernização: questões para a engenharia de


produção, 1996. Tese de Doutorado, Rio de Janeiro: Coppe, Universidade Federal do Rio de
Janeiro.

BARBOSA, M.; GOMES, R. Saúde dos profissionais da segurança pública. [s.l.] Editora CRV,
2023.

CECIERJ, F. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Administração - Volume Único - Canal


CECIERJ. Disponível em: https://canal.cecierj.edu.br/recurso/6448.

DEJOURS, C.; PARAGUAY, A. I.; FERREIRA, L. L. A loucura do trabalho: estudo de


psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez Oboré, 2008.

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