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LARISSA CHAGAS NOBRE

Resenha crítica: Bem-estar no trabalho e comportamento disfuncional nas


organizações

Guaratinguetá - SP
2022
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SUMÁRIO

1 BEM-ESTAR NO TRABALHO ................................................................. 3


1.1 ABORDAGEM PARA ESTUDAR O BEM-ESTAR .................................... 3
1.2 CONTINUUM DE SAÚDE MENTAL ......................................................... 3
1.3 DIAGNÓSTICO E CAUSAS BEM-ESTAR NO TRABALHO ...................... 4
1.4 MODERADORES DO BEM-ESTAR NO TRABALHO ............................... 4
1.5 PREVENINDO ESTRESSE E ESGOTAMENTO E PROMOVENDO O
BEM -ESTAR ..............................................................................................................5
1.6 COMPORTAMENTO DISFUNCIONAL NO TRABALHO .......................... 5
2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 5
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1 BEM-ESTAR NO TRABALHO
Para prosperar e sobreviver em um ambiente em permanente variação, as
organizações precisam de funcionários saudáveis e motivados. O bem-estar do ser
humano é um processo multidimensional que envolve a saúde intelectual, social,
emocional e física. E este assunto tem sido cada vez mais discutidos nas últimas
décadas, visto que ocorreram grandes mudanças no ambiente de trabalho,
relacionados ao uso crescente de tecnologia de comunicação e informação e
crescente flexibilização do trabalho. Essas mudanças afetam o bem-estar das
pessoas nas organizações, pois elas tendem a implementar costumes que tentam
reduzir os custos e aumentar a produtividade, levando com frequência a uma
mentalidade que favorece a lucratividade em detrimento do bem-estar das pessoas.

1.1 ABORDAGEM PARA ESTUDAR O BEM-ESTAR

São discutidas no texto duas abordagens de bem-estar: o modelo da doença e


o modelo da psicologia positiva.

O modelo da doença

Por muitos anos os psicólogos se preocuparam com os fundamentos


psicopatológicos do sofrimento, da doença e do desvio. O foco nesses aspectos
psicopatológicos resultou no modelo da doença. Os indivíduos experimentam
estresse ocupacional quando as demandas do local de trabalho excedem suas
respostas adaptativas. O estresse ocupacional aparece dentro dos parâmetros do
ambiente de trabalho, e isso significa que uma pessoa não pode lidar efetivamente
com as demandas relacionadas ao trabalho, como sobrecarga de trabalho, conflito
de atribuições no local de trabalho e más condições de trabalho. Para as
organizações, o modelo de doença implica abordar a psicopatologia, o estresse e o
burnout.

O modelo da psicologia positiva

Ao desenvolver um modelo de bem-estar no trabalho, há duas considerações


a ter em mente: Primeiro, um modelo multidimensional de bem-estar deve ser usado.
Não considerar a natureza multidimensional do bem-estar pode resultar em um
comportamento prejudicial para o bem-estar dos indivíduos no longo prazo. Em
segundo lugar, as dimensões do bem-estar devem ser consideradas como “estados”,
dos quais podem ser influenciados pelo ambiente de trabalho e pelas relações
sociais.

1.2 CONTINUUM DE SAÚDE MENTAL

Keyes (2007) operacionalizou a prosperidade como um padrão de sentimentos


positivos e funcionamento positivo na vida. Cada medida de bem-estar subjetivo é
considerada um sintoma externo de um estado não observável. Os indivíduos
prosperam quando experimentam altos níveis de pelo menos um sintoma de bem-
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estar emocional.

Um estudo sobre saúde mental descobriu que 48,5% dos participantes tinham
alto bem-estar hedônico. Seligman (2011) distinguiu cinco elementos da
prosperidade: emoções positivas, engajamento, propósito, realização e
relacionamentos positivos. As emoções positivas referem-se a obter o máximo de
prazer possível através da experiência de afeto positivo.

1.3 DIAGNÓSTICO E CAUSAS DO BEM-ESTAR DO TRABALHO

Para diagnosticar o bem-estar no ambiente de trabalho, é necessário um


psicólogo organizacional que avalie tanto o estresse e esgotamento, quanto a
prosperidade. Sobre as causas, o bem-estar é afetado por forças externas, fatores
organizacionais e fatores individuais.

Forças externas (como taxa de variação social e tecnológica, família, raça,


sexo, classe social e comunidade, assim como fatores ambientais) podem afetar o
bem-estar dos indivíduos no trabalho no sentido de levar ao medo de perder o
emprego, resultando no estresse. Cabe ressaltar que as minorias estão sujeitas a
mais fatores estressantes do que os grupos majoritários

Fatores organizacionais (por exemplo, exigências da função, responsabilidade


pelos demais, exigências interpessoais, estrutura organizacional, natureza de
determinados cargos, condições físicas do trabalho, apoio organizacional,
oportunidades de crescimento, oportunidades de progresso e segurança no
emprego) podem resultar em estresse e esgotamento ocupacionais, definhamento
ou prosperidade dos funcionários. Fatores individuais também afetam o bem-estar,
sendo exemplo a percepção, experiência na função, senso de coerência,
autoeficácia, localização do controle, otimismo, ousadia e enfrentamento.

1.4 MODERADORES DO BEM-ESTAR NO TRABALHO

Pessoas diferentes reagem de forma diferente ao mesmo fator estressante.


Além disso, sabe-se que algumas pessoas conseguem prosperar em situações
estressantes, enquanto outras são incapazes de lidar com as mesmas. Isso porque
há certos fatores que determinam a relação entre as fontes potenciais de estresse e
o modo como diferentes pessoas sentem essas situações estressantes, como a
percepção, experiência no emprego, autoeficácia(crenças na capacidade de alguém
para mobilização, motivação, e ações necessárias para alcançar dadas demandas
organizacionais), locus de controle(percepção do indivíduo quanto à sua capacidade
de exercer controle sobre o ambiente), otimismo e coping (nível de estresse pelo
qual passa um indivíduo em seu contexto organizacional)

Existem algumas pessoas que são capazes de ter um desempenho


excepcional nos momentos em que passam por estresse elevado, talvez porque
tenham virado especialistas nas tarefas que realizam.

Entretanto, seus efeitos exatos dependem de vários fatores diferentes (por


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exemplo, complexidade da tarefa realizada, características pessoais dos indivíduos


envolvidos ou experiência prévia nessa tarefa).

1.5 PREVENINDO O ESTRESSE E ESGOTAMENTO E PROMOVENDO O BEM-


ESTAR

As orientações para assegurar o bem-estar no trabalho incluem atenção à


ergonomia, acompanhamento e avaliação dos funcionários, reestruturação do cargo
e mudanças no trabalho, implementação de uma liderança eficiente, proporcionar
treinamento para os funcionários, mudar a estrutura e o clima organizacionais,
segurança no emprego, participação no desenvolvimento da carreira, esclarecimento
das funções e implementação de programas de qualidade de vida do
funcionário(esses programas concentram-se no bem-estar físico e emocional.)

1.6 COMPORTAMENTO DISFUNCIONAL NO TRABALHO

Há vários tipos de comportamento disfuncional, incluindo absenteísmo,


presenteísmo, furto, assédio sexual, intimidação e uso de drogas e álcool.
Absenteísmo é usado como mecanismo para fugir de situações ruins no trabalho,
podendo ser dividido em ausência por motivos médicos ou não médicos.
Presenteísmo é o costume de comparecer ao trabalho quando o indivíduo não
deveria fazê- lo, de forma que ele está fisicamente presente, mas mentalmente
ausente.

Em relação a Furtos, estes acontecem de várias formas, desde a itens como


bens, dinheiro, peças, componentes, suprimentos, quanto a informações e clientes.
Já assédio sexual é definido como qualquer comportamento de fundo sexual que
seja sabidamente indesejado. E intimidação refere-se ao bullying e pode ser definido
como ações e práticas repetidas voltadas a um ou mais empregados e que são
indesejadas pela vítima, e que claramente causam humilhação, ofensa e distresse e
podem interferir no desempenho profissional e/ou provocar um ambiente de trabalho
desagradável. Sobre uso de álcool e drogas, seu uso e abuso é uma das principais
fontes de problemas de saúde e de socialização.

2. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em minha opinião, a parte mais interessante do texto foi o tópico


“Moderadores do bem-estar no trabalho”, em que há a afirmação de que pessoas
diferentes reagem de forma diferente em situações estressantes. Considero tal
discussão muito importante, visto que muitas vezes tenho a tendência de me
comparar com outras pessoas, e a me questionar sobre como alguém é capaz de
lidar tão bem com algo que para mim é difícil e estressante.

“Sabe-se que algumas pessoas conseguem prosperar em situações


estressantes, enquanto outras são incapazes de lidar com as mesmas. Isso porque
há certos fatores que determinam a relação entre as fontes potenciais de estresse e
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o modo como diferentes pessoas sentem essas situações estressantes”. Ou seja,


cada pessoa lida com suas tarefas de formas diferentes, pois cada um tem sua
própria experiencia e isso impacta diretamente na forma como ela irá enfrentar suas
dificuldades. Alguns indivíduos lidam com situações estressantes de forma melhor
do que outros, e isso não significa que um tem mais capacidade do que o outro.
Além disso, não é justo comparar-se com outras pessoas quando cada uma tem a
sua própria vivência e seu próprio tempo para lidar com suas atribuições.

Ademais, o assunto abordado nesse capítulo tem uma importância muito


grande no estudo da Psicologia Aplicada ao Trabalho, pois discute sobre a importân-
cia do bem-estar do trabalhador e como garantir que isso aconteça da melhor forma
possível. Ao lado de salários, benefícios e oportunidades de crescimento, o ambien-
te de trabalho é um fator decisivo na satisfação dos trabalhadores. Companhias que
não valorizam e investem em seus colaboradores estão colocando em risco seu
próprio desempenho. Por outro lado, organizações que investem no bem-estar, na
saúde física e mental e na satisfação de seus trabalhadores têm em posse um po-
tencial de resultados positivos.

Também cabe mencionar que, para nós, alunos da matéria Psicologia Aplicada
ao Trabalho, o assunto discutido no capítulo é bastante oportuno, pois estamos a
poucos passos de ingressarmos no mercado de trabalho. E, para isso, precisamos
ter a consciência que devemos optar por opções de trabalho que nos proporcione
não apenas realização financeira, mas que também disponha de um ambiente
saudável e que se preocupe com o bem-estar de seus colaboradores.

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