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CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
EFEITOS DO STRESS NO TRABALHADOR E ORGANIZAÇÃO
As organizações estão cada vez mais atentas à saúde dos seus trabalhadores.
Ambientes organizacionais não saudáveis têm consequências no trabalhador e na
própria organização, como o aumento de pedidos de baixa por doença, aumento
das taxas de absentismo, aumento da rotatividade, baixa produtividade e baixa
qualidade no trabalho que desempenham. Uma coisa é certa, trabalhadores
saudáveis são mais felizes e produzem mais.
CAUSAS AMBIENTAIS
CAUSAS PESSOAIS
O nível de stress vai variar de pessoa para pessoa, o que para uma pessoa pode
ser stressante pode não ser para outra. A tolerância ao stress depende de muitos
fatores, como por exemplo, relacionamentos de qualidade com os colegas, a sua
própria visão sobre si e sobre a vida e a sua inteligência emocional.
Aprenda a gerir o stresse no
trabalho
Júlia Machado, psicóloga no Hospital Lusíadas Porto, revela algumas
estratégias que o podem ajudar a combater a pressão e o stresse no
trabalho.
Metas a cumprir, resultados para mostrar e uma agenda cheia de reuniões que
não o deixa respirar. O stresse no trabalho pode ser causado por uma série de
fatores e normalmente está relacionado com situações incómodas no trabalho
ou na vida pessoal. O problema acontece quando os níveis de stresse se
tornam “excessivos e difíceis de controlar”, explica Júlia Machado, psicóloga do
Hospital Lusíadas Porto.
Físicos
Dores de cabeça, tensão muscular, problemas intestinais (úlceras, gastrites
nervosas), alterações cardiovasculares (arritmias, taquicardias, hipertensão),
alterações do sono;
Biológicos
Por exemplo, níveis anormais de ácido úrico ou de açúcar no sangue;
Psicológicos
Dificuldades de concentração, ansiedade generalizada, deterioração das
relações interpessoais, pensamentos confusos e mente pouco clara, perda de
interesse sexual, diminuição dos níveis de satisfação do trabalho, da
produtividade e da eficiência.
“O primeiro passo é saber quais são as causas das situações que lhe
provocam stresse. Algumas podem ser recorrentes e, depois de as identificar,
poderá mudá-las ou o modo como se sente em relação a elas”, afirma Júlia
Machado.
“Um dos aspetos para gerir melhor o stresse é saber identificar a nossa atitude
em situações potencialmente geradoras de stresse”, diz a especialista. Na
maior parte dos casos, são as atitudes das próprias pessoas perante estas
situações que as tornam stressantes, acrescenta. Assim, pode seguir as
seguintes estratégias:
Faça um registo diário das situações de stresse no trabalho durante uma
semana;
Analise a forma como tende a reagir perante cada uma;
Identifique o que pode melhorar;
Defina um plano de ação direcionado para a adoção de boas práticas.
Júlia Machado defende que é sempre possível “adotar estratégias de
prevenção do stresse, no sentido de aumentar a resiliência”. O segredo está
em perceber o que está errado na sua postura. Um plano eficaz para combater
o problema passa pela adoção de “hábitos de vida saudáveis” em vários
domínios. Tais como:
Estabeleça prioridades
Comece pelo que é realmente importante e abdique do que não é. Se tem uma
tarefa difícil pela frente, dedique-se a ela o quanto antes.
2. Inteligência emocional
3. Saúde e bem-estar
Premeie-se
Recompense-se pelo seu esforço e dedique tempo para si mesmo. Aproveite o
fim-de-semana e faça atividades que realmente gosta. Vai ver que se sentirá
com mais energia e focado no trabalho.
Stresse no Trabalho
O QUE É?
O stresse, de uma forma muito geral, corresponde à incapacidade de um indivíduo para
lidar com determinada situação a que está exposto, sendo percecionado pelo mesmo um
desequilíbrio entre as exigências que lhe são feitas e os recursos físicos e mentais
disponíveis para dar resposta à situação.
O stresse pode ocorrer quando a exigência é demasiada, mas também pode ocorrer
quando as tarefas não constituem desafio suficiente.
O stresse não é a ativação, não é a pressão, não é a exigência, mas sim o desequilíbrio
entre a pressão colocada sobre um indivíduo e os recursos que o mesmo tem disponíveis
para lidar com as exigências.
CAUSAS
O stresse que um indivíduo sente no local de trabalho pode, contudo, não ser provocado
por fatores de risco psicossocial no trabalho, mas sim por questões pessoais ou fatores
sociais.
Doença/Luto;
Desequilíbrio entre trabalho e vida familiar e pessoal;
Finanças;
Principais acontecimentos da vida, p. ex. casamento, gravidez e cuidar de crianças, divórcio,
mudança de casa, entre outros;
Questões relacionadas com as condições em que vive ou estilo de vida, hábitos – álcool,
drogas, entre outros;
Relacionamentos pessoais.
EFEITOS
fadiga
Embora o stresse não seja uma doença per si, pode causar perturbações no organismo
que, por sua vez, podem provocar danos a longo prazo nos sistemas e órgãos do corpo. O
stresse pode estar na origem do desenvolvimento de úlceras pépticas, doenças
inflamatórias do intestino e lesões músculo-esqueléticas, bem como hipertensão e
desenvolvimento de doenças cardíacas ou cardiovasculares. O stresse pode ainda
debilitar o organismo, alterando as suas funções imunitárias e tornando o indivíduo mais
suscetível a doenças. O impacto destas perturbações é potenciado pela falta de descanso
que permita a recuperação do organismo.
O QUE FAZER
Promover uma postura de abertura tanto por parte dos trabalhadores, como das
organizações;
Ganhar o compromisso com a gestão do stresse (liderança das organizações);
Promoção da resiliência da equipa através de uma boa gestão;
Organizar atividades para os trabalhadores que promovam a diminuição de fatores de stresse
organizacionais;
Formar/Informar os trabalhadores para a temática.
A OIT aconselha ainda uma maior autonomia dos trabalhadores no que diz respeito às
suas tarefas e uma aposta na melhoria da comunicação organizacional de forma a permitir
a participação dos trabalhadores na tomada de decisões. Outra medida sugerida pela OIT
passa pela implementação de sistemas de apoio social aos trabalhadores no local de
trabalho, atendendo à interação entre desempenho no trabalho e as condições de vida dos
trabalhadores.
Do ponto de vista da saúde no trabalho, muito embora em Portugal não sejam incluídas na Lista de Doença
OIT incluiu em 2010 perturbações de foro mental e comportamental na sua Lista de Doenças Profissionais, d
em dois pontos:
- Perturbação de stresse pós-traumático;
- Outras perturbações de foro mental e comportamental, para as quais é estabelecida cientificamente uma re
mesma é determinada por métodos adequados às condicionantes e práticas nacionais, entre a exposição a fa
decorrentes de atividades de trabalho e a perturbação de foro mental e comportamental identificada no trabal
O stresse relacionado com o trabalho é o 2.º problema de saúde mais referido na Europa,
ficando atrás apenas das perturbações musculo-esqueléticas.
Cerca de 4 em cada 10 trabalhadores sente que o stresse não é um tema devidamente
abordado no seu local de trabalho.