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Divulgado, recentemente, que a OMS classificou o Burnout como uma das doenças do
trabalho. De acordo com o site do Ministério da Saúde, trata-se de “um distúrbio emocional
com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de
trabalho desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade”.
Investir em bem-estar nas equipes deve ser uma das estratégias para evitar esse esgotamento,
além de ficar por dentro da percepção de colaboradores e colaboradoras em relação às
políticas, práticas e processos do negócio. Porém, as lideranças exercem uma importante
influência para evitar o burnout.
A sua equipe tem uma identidade própria? Pode parecer uma pergunta aleatória, mas um
estudo publicado pela International Journal of Environmental Research and Public Health no
final de 2021 demonstrou que líderes que promovem o sentimento de identidade no time
contribuem para a prevenção do Burnout entre liderados e lideradas.
Entenda o estudo
Esse levantamento percebeu que, em todo o mundo, existe uma ligação entre estilo de
liderança por identidade compartilhada e a redução dos riscos de o time desenvolver Burnout.
A conclusão da pesquisa é que o senso de pertencimento de uma equipe promove a redução
do esgotamento.
Mas quais são as características dessa liderança que contribui para reduzir o esgotamento
entre a equipe?
- Senso de pertencimento criado pela liderança — vai haver sempre o estímulo de criar uma
identidade da equipe.
- Líder visto como uma pessoa da equipe — a liderança é parte do time, sem transparecer um
sentimento de hierarquização.
- Defende os interesses da equipe — a liderança vai entender quais são os interesses do time e
reconhecer sempre que houver algum feito.
- Promove significado — esse grupo entende o propósito do time e sabe como ele atua para
que a empresa possa alcançar os resultados pré-estabelecidos.
Isso é muito importante, pois proporciona maior visibilidade a um transtorno mental que afeta
a vida de milhões de pessoas. De acordo com a International Stress Management Association
(ISMA-BR), o Brasil é o segundo país com o maior número de pessoas afetadas pela doença.
A falta de conhecimento sobre o burnout e seus sintomas ainda é um grande problema. Por
isso, falar sobre o assunto sem tabus é tão necessário. Há formas de prevenir e tratar o
esgotamento mental e, neste artigo, você poderá aprender mais sobre isso!
Muita gente ainda confunde estresse e burnout, por isso, é muito importante entender as
diferenças para saber quando é necessário procurar ajuda.
O estresse não é uma doença, mas pode ser um gatilho. Trata-se da maneira que o corpo
reage diante de diversas situações que exigem grande esforço emocional. O problema se
origina quando as situações estressantes não são superadas e se tornam muito frequentes ou
prolongadas. Nesses casos, é possível começar a ter sequelas que podem se tornar doenças.
O estresse pode ser decorrente de questões em diferentes esferas da vida, não se limitando
somente ao âmbito profissional. Quando é contínuo pode gerar sintomas físicos depois de um
tempo, por exemplo: alergias, doenças de pele, refluxo, doenças intestinais, doenças
autoimunes etc.
O burnout, por sua vez, está estritamente relacionado ao ambiente de trabalho e tem três
características principais que o diferenciam do estresse:
exaustão: sensação de que está indo além dos limites sem recursos físicos ou emocionais para
lidar com as situações;
ceticismo: reação negativa diante das dificuldades, falta de interesse e preocupação com o
trabalho;
Além disso, a síndrome de burnout, quando não é tratada, pode resultar em um estado de
depressão profunda. Por isso, quando surgem os primeiros sinais já é muito importante
procurar ajuda profissional.
Para evitar isso, é muito importante que o indivíduo observe com atenção como a sua vida
profissional está impactando a sua saúde. Uma dica é reparar em como o seu corpo reage
quando você chega e sai do local de trabalho. Sintomas físicos, como dor de cabeça e
respiração ofegante podem estar sinalizando que algo não vai bem. Além disso, desânimo para
cumprir as tarefas e falta de concentração também são indícios de que algo não vai bem.
Preste atenção nos sinais do seu corpo e não espero os sintomas piorarem para procurar
ajuda. Independentemente de o seu diagnóstico ser burnout ou não, pode ser preciso
orientação profissional para cuidar da saúde mental.
Por isso, quando analisamos as suas possíveis causas, é preciso olhar para o dia a dia
profissional do indivíduo e entender o que pode estar causando o transtorno.
Profissionais que viram noites trabalhando e têm pouco tempo para lazer e descanso podem
ser bastante afetados pelo esgotamento mental. O desgaste físico e emocional nesses casos é
muito alto e pode resultar no burnout.
Pressão excessiva
Alguns ambientes de trabalho fazem com que seus colaboradores se sintam extremamente
pressionados em vários sentidos. É lógico que, em alguns casos, pode ser necessário ser mais
enfático e firme, mas isso não significa colocar pressões desumanas nos funcionários.
Metas inatingíveis
Metas impossíveis de serem batidas também são um problema no dia a dia de muitos
profissionais que sofrem com burnout. Algumas empresas simplesmente não têm recursos ou
conhecimento o suficiente para chegar aonde gostariam e tentam extrair um milagre dos
colaboradores. Tudo isso torna o ambiente hostil e contribui para o desgaste emocional.
Ambiente inadequado
Falta de ventilação, mobília inadequada e problemas com aparatos tecnológicos também são
fatores que contribuem para o estresse. Se não forem devidamente cuidados, podem acabar
pesando na balança do burnout.
Como prevenir o esgotamento mental?
O burnout pode ser prevenido por meio de estratégias que visam reduzir o estresse e a
pressão no trabalho.
garanta momentos de lazer com amigos e familiares quando não estiver trabalhando;
evite ficar por perto de pessoas negativas e que falam mal de outros colaboradores e
da própria empresa;
não consuma álcool ou tabaco em excesso, pois aumentam a confusão mental e fazem
tudo parecer pior do que realmente está;
sempre que possível, tente sair da rotina para fazer coisas diferentes, descansar a
mente e ter momentos de prazer;
faça atividades físicas regularmente;
tenha uma boa rotina de sono e durma pelo menos 8 horas por noite;
evite trabalhar em lugares que têm uma cultura muito desalinhada aos seus valores e
àquilo que é importante para você;
fique de olho na autocobrança e tente diminuir o ritmo quando sentir que não vai dar
conta de tudo o que precisa fazer;
crie um canal de diálogo com seus chefes para tentar conversar sobre possíveis
mudanças e melhorias que trariam mais bem-estar ao time;
faça pausas ao longo do expediente para oxigenar o cérebro e ser mais produtivo;
se você é gestor ou CEO, aprenda a delegar funções para as pessoas certas para
descentralizar o trabalho e diminuir a carga de tarefas;
não abra mão das suas férias, pois são fundamentais para “recarregar as baterias”;
sempre que possível, evite ler e-mails e mensagens do trabalho fora do expediente,
incluindo seu horário de almoço e intervalos.
A boa notícia é que a síndrome de burnout tem tratamento. Ao procurar ajuda de profissionais
especializados, você receberá um diagnóstico e poderá começar a cuidar da sua saúde mental
com muito mais consciência.
Não existe um tratamento único e um período definido, afinal, cada ser humano tem as suas
particularidades, mas, no geral, o que costuma ser feito para tratar o esgotamento mental é:
Psicoterapia
O tratamento deve ser acompanhado por um psicólogo que, ao longo das sessões de terapia,
irá ajudar o paciente a identificar gatilhos e causas da síndrome. Dessa forma, poderá
desenvolver estratégias para combatê-la e viver muito melhor, com mais saúde e bem-estar.
Medicação
Em alguns casos, pode ser necessário consultar um psiquiatra, médico que será responsável
por receitar medicamentos para complementar o tratamento. Isso não significa que a pessoa
irá tomar remédios para o resto da vida e de jeito nenhum o paciente deve se automedicar e
ignorar a orientação profissional.
Atividades físicas
Meditação
A meditação é outra atividade que pode ser incluída na rotina e beneficiar o paciente. A prática
auxilia na redução do hormônio do estresse e ajuda a aumentar o foco e a atenção no
momento presente, ou seja, reduz a ansiedade. Para começar a sentir os benefícios, no
entanto, é preciso meditar regularmente.
O convívio social é fundamental para manter a sanidade mental. Somos seres sociais e
precisamos ter momentos com amigos e familiares para abstrair a mente, dar risadas e
compartilhar histórias. Incluir estes encontros na sua rotina é importante para garantir que a
sua vida não esteja apenas voltada para o trabalho.
Momentos de descanso em sua própria companhia também são muito bem-vindos: ler um
livro, passear com o cachorro, tocar um instrumento, assistir a uma série, cozinhar… Vale tudo,
o importante é se sentir descansado e desconectado do trabalho.