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ESCOLA MAGNIFICA

ALUNA: JERLIA TAIS SILVA

PROFESSOR: JHONNY REIS

CURSO: TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Síndrome de Burnout: entendendo e combatendo


o Esgotamento Profissional

O que é a síndrome de Burnout...


A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do
esgotamento profissional, é um estado de esgotamento físico, emocional
e mental causado por estresse prolongado ou excessivo, especialmente
no ambiente de trabalho.
A origem do termo “Burnout” surgiu em 1974, quando o psicanalista
Herbert Freudenberger usou pela primeira vez esta expressão, derivada
do inglês “To burn out”. Freudenberger notou que não sentia mais
satisfação no seu trabalho, uma sensação que associou ao esgotamento
causado pela diminuição de energia emocional.
Com isso, a expressão passou a descrever o estado de alguém que atingiu
seus limites, afetando gravemente seu desempenho físico e emocional. O
termo em inglês, então significa “esgotamento/exaustão”, referindo-se à
incapacidade de continuar desempenhando funções que foram
determinadas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) refere a doença como “uma
síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi
gerenciado com sucesso”. Infelizmente, os dados são bem alarmantes:
 Aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a síndrome.

 O Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos diagnosticados, superado


apenas pelo Japão, onde 70% da população é afetada pelo problema.
 Um estudo realizado pela Deloitte mostrou que 77% dos empregados
experimentaram burnout em seu emprego atual, sendo a principal razão a falta de
suporte e reconhecimento por parte da liderança.
De acordo com a OMS, os problemas relacionados à saúde mental no trabalho, tais
como o Burnout, diminuem a produtividade, resultando na perda anual de US$ 1
trilhão no mundo.
No contexto do crescente número de casos de transtornos mentais, a discussão
sobre a síndrome de burnout e saúde mental se tornam cada vez mais relevantes no
ambiente corporativo. É o que afirma a Doutora em Mundo do Trabalho e Saúde
Mental, Patrícia Pousa: “Não podemos deixar de abordar este tema, não só porque
os números de transtornos mentais vêm aumentando, mas também por ser consenso
que o trabalho é fundamental não só para a nossa subsistência, mas para a nossa
essência.”
OMS inclui o Burnout na lista de doenças do trabalho
Em janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) oficializou a
Síndrome de Burnout na sua Classificação Internacional de Doenças (CID-11). A
decisão foi tomada em maio de 2019, durante a Assembleia Mundial da Saúde.
Com isso, na prática, significa que a pessoa diagnosticada tem direito a licença
médica, devidamente remunerada, de até 15 dias, sendo que, em caso de
necessidade, pode ser estendida por mais tempo – porém sob cobertura do INSS.
Após o fim do auxílio-doença acidentário, o indivíduo não pode ser dispensado sem
justa causa pelo prazo de um ano.
A decisão da OMS de reconhecer o burnout como uma condição médica é um
passo importante na compreensão e tratamento, especialmente no contexto do
ambiente de trabalho. Isso ajuda a legitimar as experiências de inúmeros
trabalhadores ao redor do mundo e destaca a necessidade de abordagens mais
eficazes para prevenir e gerenciar o estresse ocupacional.
As 3 dimensões da Síndrome de Burnout...
 Exaustão emocional: Sensação de estar emocionalmente esgotado e
drenado, resultado do acúmulo excessivo de estresse, especialmente no
ambiente de trabalho.

 Despersonalização ou Ceticismo: Refere-se ao desenvolvimento de


sentimentos negativos, cínicos e insensíveis em relação aos colegas de
trabalho e até mesmo ao próprio trabalho.

 Baixa realização profissional: Esta dimensão envolve uma sensação de


ineficácia e falta de realização no trabalho.
Quais são as causas da Síndrome de Burnout?
 Carga de trabalho excessiva: Horas de trabalho longas e ininterruptas,
prazos apertados, e tarefas excessivas.

 Falta de controle: Sentir-se incapaz de influenciar decisões que afetam seu


trabalho, como sua programação, tarefas ou carga de trabalho.

 Expectativas de trabalho incertas e conflitantes: Não ter clareza sobre o


grau de autoridade ou as expectativas do seu papel na empresa.

 Dinâmica de trabalho desafiadora: Isso pode incluir lidar com colegas de


trabalho difíceis, falta de suporte da equipe ou gerenciamento ruim.

 Falta de reconhecimento: Não receber feedback positivo ou recompensas


pelo trabalho duro.

 Falta de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: Dificuldade em equilibrar


as exigências do trabalho com as da vida pessoal.

 Ambiente de trabalho tóxico: Isso pode incluir tudo, desde política de


escritório até bullying ou assédio.

 Mudanças constantes: Adaptação frequente a novas políticas ou direções


sem tempo adequado para ajuste.

 Fatores pessoais: Como traços de personalidade (perfeccionismo, por


exemplo) ou problemas pessoais fora do trabalho.
OBS: É importante lembrar que a Síndrome de Burnout não surge apenas
devido a um fator isolado, mas geralmente é o resultado de uma combinação desses
fatores ao longo do tempo.
Quais são os sintomas da Síndrome de Burnout?
Sintomas emocionais
Exaustão emocional: Sentir-se cansado e sem energia para enfrentar as demandas
diárias.
Desânimo e negatividade: Sentimentos de pessimismo, frustração e desesperança.
Ansiedade e depressão: Sentimentos de tristeza, inutilidade ou preocupações
persistentes.
Despersonalização: Sentimentos de cinismo e distanciamento dos colegas de
trabalho ou do trabalho em si.
Baixa autoestima e insegurança: Duvidar da própria competência e valor.
Sintomas físicos
Fadiga e cansaço crônico: Sentir-se constantemente esgotado, mesmo após
períodos de descanso.
Problemas de sono: Dificuldades em adormecer ou manter o sono.
Dores de cabeça e dores musculares: Tensões frequentes ou dores inexplicáveis.
Alterações no apetite: Perda ou aumento do apetite.
Problemas digestivos: Como indigestão, diarreia ou constipação.
Sintomas comportamentais
Isolamento: Evitar interações sociais, tanto no trabalho quanto na vida pessoal.
Procrastinação e ineficiência no trabalho: Incapacidade de se concentrar e
cumprir prazos.
Uso de substâncias: Aumento do consumo de álcool, drogas ou medicamentos.
Mudanças de humor: Irritabilidade, impaciência ou explosões de raiva.
Absentismo: Faltar ao trabalho frequentemente ou chegar tarde.
OBS: A presença de alguns desses sintomas não significa necessariamente que uma
pessoa está sofrendo de Burnout. No entanto, se vários desses sintomas estão
presentes e persistem ao longo do tempo, é aconselhável procurar ajuda
profissional para avaliação e orientação adequadas.

Quais são os perfis de colaboradores mais propensos a ter síndrome de Burnout?


A Síndrome de Burnout pode afetar qualquer pessoa em qualquer profissão, mas
certos perfis de colaboradores podem ser mais propensos a desenvolvê-la devido a
características individuais e condições de trabalho específicas. Confira quais são:

 Perfeccionistas
Indivíduos que têm altos padrões pessoais e se esforçam para um desempenho
perfeito muitas vezes colocam pressão excessiva sobre si mesmos, o que pode levar
ao esgotamento.
 Alto senso de responsabilidade
Colaboradores que se sentem indispensáveis no trabalho ou que têm dificuldade
em delegar tarefas podem acabar assumindo mais responsabilidades do que
conseguem gerenciar.

 Pessoas que trabalham em ambientes de alta pressão


Profissionais em campos como saúde, direito, finanças, e tecnologia, onde as
demandas são altas e os prazos são apertados, estão em maior risco.
 Trabalhadores de ‘Ajuda’ ou ‘Cuidado’
Profissionais como médicos, enfermeiros, assistentes sociais, policiais e professores,
que estão constantemente cuidando dos outros, podem negligenciar o autocuidado,
levando ao burnout.
 Pessoas com pouco suporte no trabalho
Colaboradores que não têm apoio suficiente de colegas ou supervisores podem se
sentir isolados e sobrecarregados.
 Pessoas que trabalham em ambientes tóxicos
Trabalhadores que estão constantemente expostos a ambientes de trabalho
negativos, como bullying, discriminação ou falta de reconhecimento, estão mais
propensos ao burnout.
 Trabalhadores com pouco equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Aqueles que têm dificuldade em separar o trabalho da vida pessoal e passam a
maior parte do tempo trabalhando podem desenvolver burnout.

 Pessoas com dificuldades em dizer não


Indivíduos que têm dificuldade em estabelecer limites e dizer ‘não’ a tarefas
adicionais podem se encontrar sobrecarregados com excesso de trabalho.
 Profissionais em papéis que exigem constante conectividade
Pessoas em funções que exigem disponibilidade constante, especialmente em uma
era de tecnologia e comunicação digital, podem ter dificuldade em desconectar-se
do trabalho.
Como evitar a Síndrome de Burnout?
Nas organizações: Para prevenir a Síndrome de Burnout em uma empresa, é crucial
reduzir o estresse e a pressão no ambiente de trabalho, o que é essencial para a saúde
mental e o combate à exaustão crônica profissional.

Criar um ambiente de segurança psicológica é fundamental. Isso pode ser


alcançado através de pesquisas regulares de clima organizacional para identificar
áreas de insatisfação da equipe ou áreas para melhorias.
Além disso, oferecer benefícios de bem-estar aos colaboradores também é uma
forma de combater o esgotamento profissional. Esses benefícios podem incluir
terapia, programas de saúde mental, subsídio de medicamentos, entre outros.
Síndrome de Burnout tem cura? Qual é o tratamento?
Sim, a Síndrome de Burnout pode ser tratada e superada. Embora não exista uma
“cura” no sentido tradicional, como para algumas doenças físicas, a recuperação é
possível por meio de uma combinação de mudanças no estilo de vida, suporte
profissional e, em alguns casos, alterações no ambiente de trabalho:

 Procurar apoio profissional: terapia com um especialista de saúde mental, e, se


necessário, tratamento medicamentoso.

 Reavaliar prioridades e limites: ajustar às demandas de trabalho e vida pessoal.

 Melhorar o equilíbrio pessoal e profissional: encontrar tempo para atividades


prazerosas.

 Praticar autocuidado: manter rotina de exercícios, sono adequado e boa alimentação.

 Gerenciamento de estresse: utilizar técnicas como meditação e respiração profunda.

 Buscar apoio social: fortalecer conexões com colegas, amigos e familiares.

 Conexão social: estreitar laços com pessoas próximas, trocar experiências e


sentimentos para alívio do estresse e suporte emocional.

 Mudanças profissionais: trabalhar com gestores para ajustar a carga de trabalho,


melhorar a comunicação, definir metas realistas e obter apoio adequado como
prevenção e tratamento do burnout.

OBS: O processo de recuperação pode variar de pessoa para pessoa,


dependendo da gravidade dos sintomas, das circunstâncias individuais e do
ambiente de trabalho. A recuperação exige tempo e paciência .

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