Disciplina: Psicologia Aplicada aos Cuidados da Enfermagem
Discente: Paula Giovana da Silva Rocha
O ESTRESSE NOS PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM
As possíveis causas do adoecimento de enfermeiros no ambiente de trabalho são diversas e complexas. Algumas delas incluem: Chefes com má formação: Lideranças inadequadas podem criar um ambiente de trabalho estressante e desmotivador. Falta de gestão da Cultura Organizacional: Uma cultura organizacional mal gerida pode levar a conflitos e falta de apoio. Pouco ou nenhum investimento no desenvolvimento de pessoal: A falta de oportunidades de crescimento e aprendizado pode causar frustração e estagnação. As pessoas não expressarem seus pensamentos e sentimentos: A incapacidade de expressar preocupações ou sentimentos pode levar ao estresse e ao isolamento. Carga excessiva de trabalho: Jornadas longas e sobrecarga de tarefas podem levar à exaustão física e mental. As pessoas não saberem falar “não”: A dificuldade em estabelecer limites pode resultar em uma carga de trabalho insustentável. Ineficiência nos feedbacks: Feedbacks pouco construtivos ou ausentes podem impedir o desenvolvimento profissional. Inexistência de Programas de Qualidade de Vida e Bem-estar: A falta de programas de apoio pode deixar os enfermeiros sem recursos para lidar com o estresse. Além disso, o trabalho pode afetar as relações interpessoais, ser fonte geradora de estresse e distúrbios no sono. É importante que as instituições de saúde invistam na formação crítica dos profissionais, no protagonismo da classe trabalhadora e na consolidação de políticas públicas que visem à prevenção do adoecimento mental relacionado ao trabalho. O estresse é uma reação natural do organismo que ocorre quando enfrentamos situações de perigo ou ameaça. Essa resposta coloca o corpo em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. Existem diferentes tipos de estresse: Estresse Agudo: É mais intenso e curto, normalmente causado por situações traumáticas, mas passageiras. Estresse Crônico: Afeta a maioria das pessoas de forma constante no dia a dia, mas de maneira mais suave. Pode ter efeitos prejudiciais à saúde se não for gerenciado adequadamente. A ansiedade é uma reação natural do corpo a situações que causam preocupação ou medo, como fazer uma apresentação em público, ter uma entrevista de emprego ou realizar um exame na escola. No entanto, quando a ansiedade é intensa, surge sem motivo aparente e atrapalha as tarefas diárias, pode indicar um transtorno de ansiedade a, ansiedade também pode vir acompanhada de sinais físicos como aumento do batimento cardíaco, respiração rápida e transpiração excessiva. Existem diferentes tipos de transtorno de ansiedade, como o transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de pânico ou fobia social. Em caso de ansiedade, especialmente se os sintomas forem frequentes ou intensos, é recomendado consultar um psiquiatra para uma avaliação. Já a depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que afeta o estado emocional de uma pessoa, caracterizada por uma tristeza profunda, desesperança e falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas. É importante diferenciar a tristeza comum, que é uma resposta natural a eventos desagradáveis da vida, da tristeza patológica da depressão, que é persistente e pode ocorrer sem uma causa aparente. A depressão pode ser desencadeada por uma variedade de fatores, incluindo genética, alterações bioquímicas no cérebro, estresse, experiências traumáticas e certos medicamentos ou problemas de saúde. Mulheres também podem ser mais vulneráveis a estados depressivos devido a oscilações hormonais. A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional caracterizado por sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. O diagnóstico da Síndrome de Burnout é realizado por um psicólogo ou psiquiatra por meio de diálogo, análise do histórico e do relato do paciente, sua relação com o trabalho e a realização profissionais. O tratamento pode envolver psicoterapia, mudanças no ambiente de trabalho e, em alguns casos, medicação. O diagnóstico da Síndrome de Burnout é realizado por um psicólogo ou psiquiatra por meio de diálogo, análise do histórico e do relato do paciente, sua relação com o trabalho e a realização profissional. O tratamento pode envolver psicoterapia, mudanças no ambiente de trabalho e, em alguns casos, medicação. Existem vários modelos de suporte social que podem ser implementados para promover a saúde dos profissionais de enfermagem. Aqui estão alguns possíveis modelos: Grupos de Apoio entre Colegas: Criação de grupos de apoio onde os enfermeiros podem compartilhar experiências, desafios e estratégias de enfrentamento. Programas de Mentoria: Desenvolvimento de programas de mentoria para enfermeiros mais novos, oferecendo orientação e apoio de colegas mais experientes. Treinamento em Gestão do Estresse: Oferecer treinamentos regulares em técnicas de gestão do estresse, como mindfulness e relaxamento. Flexibilidade de Horários: Implementar horários de trabalho mais flexíveis para ajudar a equilibrar as demandas do trabalho e da vida pessoal. Serviços de Aconselhamento: Disponibilizar serviços de aconselhamento psicológico para ajudar os enfermeiros a lidar com o estresse e outras questões emocionais. Atividades de Team Building: Organizar atividades de team building para fortalecer as relações interpessoais e a coesão da equipe. Reconhecimento e Recompensas: Estabelecer um sistema de reconhecimento e recompensas para valorizar o trabalho duro e a dedicação dos enfermeiros. Comunicação Efetiva: Promover uma comunicação aberta e efetiva entre a gestão e os enfermeiros para entender e atender às suas necessidades. Ambiente de Trabalho Saudável: Investir na criação de um ambiente de trabalho saudável e seguro, com recursos adequados e condições de trabalho ótimas. Educação Continuada: Oferecer oportunidades de educação continuada e desenvolvimento profissional para os enfermeiros. Estes modelos visam não apenas melhorar o bem-estar dos enfermeiros, mas também aumentar o engajamento e a satisfação no trabalho, o que pode levar a uma melhor qualidade de atendimento ao paciente. A importância do acompanhamento psicoterapêutico para enfermeiros é significativa, pois esses profissionais estão frequentemente expostos a situações de alto estresse e carga emocional intensa. A psicoterapia pode oferecer vários benefícios para os enfermeiros, incluindo: Aprimoramento da Saúde Mental: Ajuda a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão, que podem ser consequências do ambiente de trabalho desafiador. Desenvolvimento de Estratégias de Enfrentamento: Fornece ferramentas para gerenciar situações difíceis e melhorar a resiliência. Melhoria da Comunicação: Ensina habilidades de comunicação eficazes, essenciais para interações com pacientes e colegas de trabalho. Aumento da Empatia: Auxilia na compreensão e no atendimento às necessidades emocionais dos pacientes. Prevenção de Burnout: Contribui para evitar o esgotamento profissional, mantendo o bem-estar e a capacidade de trabalho do enfermeiro. Promoção do Autoconhecimento: Encoraja a reflexão sobre as próprias emoções e comportamentos, o que pode levar a um crescimento pessoal e profissional. A psicoterapia também aperfeiçoa o atendimento aos pacientes e o relacionamento da equipe, enfocando a interação humana de maneira científica e humanizada é essencial que os enfermeiros tenham acesso a esse tipo de suporte para manterem-se saudáveis e eficazes em seu trabalho, beneficiando não apenas a si mesmos, mas também aos pacientes e ao sistema de saúde como um todo.
REFERÊNCIAS:
FELLI, Vanda Elisa Andres. Condições de trabalho de enfermagem e adoecimento:
motivos para a redução da jornada de trabalho para 30 horas. Disponível em: https://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2016/02/Condicoes-de-trabalho- de-enfermagem-e-adoecimento.pdf. Acesso em 28 nov.2023
BRASIL. Ministério da Saúde. Estresse. Biblioteca Virtual em Saúde MS.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/estresse/. Acesso em 28 nov. 2023
BRASIL. Ministério da Saúde. Síndrome de Burnout. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout. Acesso em 28 nov. 2023
BRASIL. Advocacia-Geral da União. Cartilha de Orientações de Atenção à Saúde
ESQUERDO, Fernanda Azevedo; PEGORARO, Renata Fabiana. Contribuições da
psicologia para a formação do técnico em enfermagem: concepções dos alunos. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 2, p. 255-264, abr./jun. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/S3g6Zq9vLMqt5sTFCXzBLCp/. Epub 14 Set 2010. ISSN 1807-0329. Acesso em 28 nov.2023