BURNOUT Dra Luiza Pimenta Rochael

Médica pela UFTM. Psiquiatra pela USP.

Psicanalista em formação.
Membro do corpo docente – IPEMED-Go
11 de fevereiro
de 2022
Herbert Freudenberger – 1970
Psicanalista estadunidense.

Foi um dos primeiros a descrever

os sintomas de esgotamento
profissional e desenvolveu um
amplo estudo sobre a síndrome de
burnout.
CID - 11
 CID - 11
Consta no capítulo:
Fatores que influenciam o estado de saúde ou o
contato com serviços de saúde.

Subtópico:
Problemas associados com emprego ou
desemprego
NÃO É classificado como
transtorno mental.

Consta como
fenômeno ocupacional.
DEFINIÇÃO
Síndrome resultante de estresse crônico no
local de trabalho que não foi manejado com
sucesso.

Se refere especificamente ao contexto

ocupacional, e não deve ser aplicado para
descrever experiências em outros setores da
vida.
DEFINIÇÃO
Envolve 3 dimensões características.
1. Sentimento de esgotamento de
energia ou exaustão;
2. Aumento do distanciamento mental e
diminuição do envolvimento com o
trabalho. Ou ainda, sentimento de
negativismo e de descaso quanto ao
trabalho.
3. Diminuição da eficácia/rendimento
profissional.
 Só tem Burnout quem trabalha.

 Mas nem todo estressor NO TRABALHO é

suficiente para causar burnout.

 Não devemos diagnosticar BURNOUT em

pessoas cujos aspectos de vida fora do âmbito
profissional são os estressores determinantes
no quadro clínico.
O QUE DIZEM POR AÍ QUE É BURNOUT?
 “ No fim de 2020 perdeu a sogra para covid 19,
em seguida seu marido também diagnosticado
com a doença foi internado. Para complicar
ainda mais, o pai descobriu um câncer, tudo isso
enquanto ela cuidava dos filhos que estavam
Caso Clínico estudando em casa enquanto ela cuidava das
atividades profissionais.
Em uma reunião de trabalho, ela chorando
ainda tentava dizer que não era nada, que estava
tudo bem. “
 O único motivo dela ter sido diagnosticada –
pela reportagem - com Burnout, é porque ela
trabalhava.
 REAÇÃO DE AJUSTAMENTO

Capítulo:
Fatores que influenciam o estado
de saúde ou o contato com serviços
de saúde.

Subtópico:
Problemas associados com eventos
danosos ou traumáticos.
 REAÇÃO AGUDA AO ESTRESSE

1) Exposição a um evento ou situação (de curta ou longa duração) de natureza

extremamente ameaçadora ou horrível (por exemplo, natural ou humana:
desastres, combate, acidentes graves, violência sexual, agressão).

2) Desenvolvimento de sintomas transitórios

. Sinais autonômicos de ansiedade (por exemplo, taquicardia, sudorese, rubor);

. Torpor;
. Confusão, tristeza, ansiedade, raiva, desespero, hiperatividade, inatividade,
retraimento social ou estupor.

3) Resposta ao estressor é considerada normal, dada a gravidade do

estressor,
Geralmente começa a diminuir dentro de alguns dias após o evento ou após a
remoção da situação ameaçadora.
 ESTÁ
TODO
A reportagem diz que 75% dos
MUNDO entrevistados por um site nos EUA
DOENTE relatavam experiências recentes
de exaustão profissional em 2020.
POR CAUSA
DO
TRABALHO
?
 A geração Millennials ( 1980 – 1999)

 De Pequim a Berlim, os adultos jovens estão

abandonando empregos, que consideram
monótonos, pouco estimulantes e frustrantes,
mesmo que isso signifique viver com menos
recursos e de maneira mais precária, mas com
mais leveza.

“ Não trabalho pelo salário, não é esse o meu ponto.

Preciso me sentir pleno, satisfeito. “
 Para a autora,
 Burnout é a cina da geração Millennials.
 Burnout: parental, conjugal, existencial ...
 É nossa condição contemporânea.
 Significa chegar ao ponto da exaustão e se
forçar a continuar, por dias, semanas ou anos.
Herbert Freudenberger – 1970
Psicanalista estadunidense.

Foi um dos primeiros a descrever

os sintomas de esgotamento
profissional e desenvolveu um
amplo estudo sobre a síndrome de
burnout.
O autor cunha o termo Burnout, para se referir
à:

1) perda de sentido da vida, a incapacidade de

conviver bem com os familiares, amigos e
colegas de trabalho, a desilusão com o
casamento e carreira, o cansaço recheado de
frustração,
2) a necessidade de seguir adiante,
consumindo cada vez mais energia para
manter o ritmo que estabeleceu para si.
O quadro que Herbert Freudenberger descreve
detalhadamente é sobre crise existencial,
bastante relacionado com características de
personalidade e posturas interpessoais
derivadas da criação.

Ele trata de subserviência, carência,

perfeccionismo, alto nível de exigência pessoal,
incapacidade de colocar e sustentar limites nas
relações, incluindo NAS RELAÇÕES DE
TRABALHO, mas não só.
Herbert Freudenberger faz as seguintes perguntas na
introdução da obra:

- Você se sente esgotado ou como se estivesse consumido?

- Há algo errado no seu relacionamento amoroso?
- A posição que você lutou tanto para obter agora lhe parece não ter mais
sentido?
- Seus filhos parecem distantes?
- Seus colegas de trabalho estão folgando em cima de você?
- O local onde trabalha lhe parece um labirinto de burocracia e enrolação?
- O contato com amigos não é mais estimulante e prazeroso?
- Tem cometido excessos, alguns até perigosos, tentando melhorar o seu
ânimo e buscar alegria?
- Gostaria de cair fora da vida que tem?
Ele declara em seguida: Se balançou a cabeça
positivamente, pode ser que esteja com
burnout.

Diz ainda que essa constatação não é

necessariamente ruim. Pois permitirá que se
tome alguma providência para mudar os
rumos da coisa.
Enfatiza a participação da pessoa:

CONSUMIR-SE,

ESGOTAR-SE,

EXAURIR os recursos físicos e mentais,

ABUSAR DE SI na busca incessante de ideais e

expectativas fantasiosas impostas por si mesmo
ou pelos valores da sociedade.
A definição de BURNOUT da CID-11 e a original
são bem distintas.

A primeira responsabiliza a pessoa, e a segunda

o ambiente de trabalho.
A reportagem refere—se à CID – 11 pra validar o
que dizem, mas utilizam o conceito original no
que é retratado.
 FEITO AS
DEVIDAS
RESSALVAS
 Categoria profissional mais acometida de
burnout nos termos da CID-11:
BURNOUT NA
 Enfermeiros e médicos.
CID - 11
Bastante prevalente na pandemia de covid-19.
 SINTOMAS EM NOSSA CATEGORIA:

 Exaustão emocional;
 Achar que o trabalho não tem mais sentido;
 Sentimentos de ineficácia ou de inutilidade;
 Tendência de considerar estudantes, colegas, e
BURNOUT NA pacientes, como objetos e não como seres humanos;
CID - 11  Estreitamento da visão de mundo;
 Diminuição da capacidade de doação;
 Pensamentos de que seria melhor abandonar a
carreira;

 Manifestações físicas: dor de cabeça, insônia, tensão,

raiva, diminuição da atenção, prejuízo da memória...
 Fatores que podem estar associados ao Burnout em
profissionais da saúde.

 Dependência crescente de exames laboratoriais para

fundamentar o raciocínio clínico.

GATILHOS  Tendência a tratar os dados, e não o paciente.

 Mundo de regras: aplicação de protocolos, preenchimento de
PARA guias dos planos de saúde, confecção de relatórios, e etc.
BURNOUT  Assimetria entre esforço e recompensa: nem sempre, ou quase
nunca, a remuneração (financeira e reconhecimento social) não é
proporcional à dedicação e seriedade com que se realiza as
tarefas.
 Sentimento de impotência.
 Sistema de registro digital, que se por um lado corrigiu algumas
falhas dos prontuários em papel, por outro trouxe novos
problemas.
 Na Pandemia

 Falta de recursos nos hospitais;

 Ameaça de exposição ao vírus como mais um aspecto de
insalubridade da profissão;

GATILHOS  Turnos de trabalho mais longos;

 Perturbações dos padrões de sono;
PARA  Desequilíbrio entre vida profissional e pessoal;
BURNOUT  Dilema entre cuidar dos pacientes X se expor a contaminação e medo
de levar o contágio para familiares;
 Descuido com as necessidades pessoais e familiares com o aumento
do turno de trabalho;
 Falhas de comunicação entre a equipe e com outros serviços;
 Excesso de informações e atualizações necessárias.
CHINA

Profissionais da linha de frente

X
Profissionais que atuaram nas enfermarias
habituais

MENOR risco de desenvolvimento de sintomas

de Burnout para os primeiros.
 PAPEL DA EMPRESA:
 Atender as necessidades fisiológicas dos profissionais:
Nutrição adequada;
Garantir que horários sejam cumpridos para descanso;
Limitar excesso de trabalho.
Prevenção do
 Garantir EPI’s;
BURNOUT
 Fornecer apoio psicológico com terapia – sessões
múltiplas;

 Promover psicoeducação.
 PAPEL DO FUNCIONÁRIO

Prevenção do  Buscar rede de apoio e apoio dos pares;

BURNOUT  Identificar dificuldades pessoais e reconhecer
os próprios limites;
 Procurar ajuda em Saúde Mental.
 REAÇÃO DE ESTRESSE AGUDA/TEPT

+/-
O que
acontece na CRISE EXISTENCIAL
pandemia?
+/-

BURNOUT
Mesmas experiências são assimiladas de forma
diferente em cada indivíduo.

O que pode ser traumático para determinada

pessoa, pode não ser para outra.
 O Precisaremos de resiliência para recuperarmos.
estrago
está Estarmos juntos, e reconhecer o momento de
procurar ajuda.
feito.
SE CUIDEM!
 The Maslach Burnout Inventory

PTSD – escala DSM-V

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