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Nome: Larissa Chagas Nobre RA: 191323951

A1 – DIREITO

PROFA. DRA. GRASIELE A. F. NASCIMENTO


INÉDITA CONDENAÇÃO POR BULLYING NO RS

05.07
A 6ª Câmara Cível do TJRS proferiu interessante e inédito julgamento sob a
relatoria da desembargadora Liége Puricelli Pires, em caso envolvendo
indenização pela prática de bullying pela Internet.

O autor Felipe de Arruda Birck, um professor da cidade gaúcha de Erechim,


ajuizou ação contra o provedor de Internet Terra e Solange Fátima Ferrari, mãe
do menor de idade responsável pelas ofensas, alegando que foi criado um
fotolog (espécie de saite com imagens) com suas fotos com a finalidade de
ofender, atrelando fatos e imagens de caráter exclusivamente pejorativo.
A relatora entendeu que a prática de “bullying” é ato ilícito, haja vista
compreender a intenção de desestabilizar psicologicamente o ofendido, o qual
resulta em abalo acima do razoável, respondendo o ofensor pela prática ilegal.
“Bullying” é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou
psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de
indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se
defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em
determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas da
turma.
A desembargadora também referiu, ao responsabilizar a mãe do ofensor, que
“aos pais incumbe o dever de guarda, orientação e zelo pelos filhos menores
de idade, respondendo civilmente pelos ilícitos praticados, uma vez ser
inerente ao pátrio poder, conforme inteligência do art. 932, do Código Civil”.
Segundo o acórdão, é incontroversa a ofensa aos direitos de personalidade do
autor, como à imagem e à honra, restando, ao responsável, o dever de
indenizar o ofendido pelo dano moral causado.

Também foi entendido, em relação ao provedor da Internet, que, havendo


denúncia de conteúdo impróprio e/ou ofensivo à dignidade da pessoa humana,
incumbe ao prestador de serviços averiguar e retirar com brevidade a página
se presente elementos de caráter ofensivo.
E, no caso, foi hipótese em que o provedor excluiu a página denunciada do ar
depois de transcorrida uma semana. Assim, ausentes provas de desrespeito
aos direitos previstos pelo CDC, não houve responsabilidade civil do provedor.
Lance interessante do caso foi que a vítima descobriu, por meio de ação
cautelar ajuizada contra o Terra, de qual computador partira a produção do
flog, o que o permitiu chegar à identificação da mãe do menor. A reparação
pelo dano foi mantida pelo TJRS conforme arbitrada na sentença proferida pela
juíza Taís Culau de Barros, da 1ª Vara Cível da Comarca de Carazinho, em R$
5 mil.
As advogadas Silviane Arruda Estery e Vera Cecília Wentz atuam em nome do
professor autor da ação. (Proc. nº 70031750094 – com informações do blog do
gabinete do desembargador Ney Wiedemann Neto).

Disponível em: Inédita condenação por bullying no RS – TJCE.

Leia a notícia acima, responda:

1- O que é bullying? Explique, indicando como e onde pode ser caracterizado.


(3,5)
R: Bullying é termo que designa o comportamento obsessivo e agressivo,
intencional e repetitivo, em uma relação de desequilíbrio de poder entre os
indivíduos envolvidos. É o ato que agride a dignidade física e psíquica de uma
pessoa, causando-lhe diversos danos, como insegurança, dor e angústia, e até
mesmo resultando em doenças psicossomáticas e desordem na qualidade de vida
da vítima. Segundo a normatização, uma ação é considerada bullying quando
praticada no ambiente escolar, e de forma repetitiva

2- Por que a mãe do menor foi responsabilizada pela prática de bullying e não o
próprio menor? Explique, considerando os temas estudados em aula. (3,5)
R: A mãe do menor foi responsabilizada pelo bullying porque, de acordo com o
Código Civil ( do art. 932) , cabe aos pais a responsabilidade de orientar e zelar
pelos filhos que sejam menor de idade, respondendo civilmente pelos atos
ilícitos praticados . Portanto, cabia à mãe da criança se atentar, observar e
controlar o uso da internet do filho, impedir o ato de bullying, além de orientá-lo
sobre o tema e as suas consequências para a vida da vítima.

3- No caso em análise, a condenação abrangeu danos morais ou materiais?


Explique e diferencie as duas modalidades. (3,0)
R: A condenação abrangeu danos morais, porque os danos causados à vítima
foram de ordem psicológica.
Danos materiais são os prejuízos sofrido por aquele que é vítima de ato ilícito de
outra pessoa ao seu patrimônio econômico (bens e coisas), tratando-se de algo
perceptível e de fácil reparação, pois cabe à vítima o direito de ressarcimento
daquilo que se perdeu ou deixou de lucrar.
Já os danos morais caracterizam-se por ofensas à reputação e dignidade das
pessoas, ou seja, é um ataque a moral da vítima. Neste caso, os valores afetados
são de ordem pessoal, e diferentemente dos danos materiais, é difícil
dimensionar o tamanho do abalo sofrido, de forma que há uma grande
dificuldade em se estabelecer valores para a reparação desses danos.

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