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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO

CURSO DE DIREITO

DIREITO PENAL II
TRABALHO ACADÊMICO II

Aline Camila Freitas Silva


Gabrielli Rodrigues dos Santos

Santa Cruz do Sul – RS


2023.2
Aline C. F. Silva, Gabriele R. dos Santos

DIREITO PENAL II
TRABALHO ACADÊMICO II

Trabalho Acadêmico que consiste em


responder os questionários referentes a
Direito Penal. Tendo como objetivo
aprovação na disciplina de Direito Penal
II do curso de Direito da Faculdade Dom
Alberto.

Prof. (a): Mariana Azambuja

Santa Cruz do Sul – RS

2023.2
Questionários:
1- Augusto caminhava pelo bairro de sua residência, ocasião em que visualizou um vizinho
de longa data sendo vítima de roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo. Ato
contínuo, Augusto correu em direção ao autor do fato, desferindo um soco em seu rosto. O
acusado caiu ao solo, após levantou-se e fugiu. Considerando as disposições do Código
Penal, Augusto agiu sob alguma excludente? Explique sua resposta com fundamento na
legislação vigente.
Augusto ao caminhar pelo bairro visualizando seu vizinho sendo vítima de roubo
circunstanciado sendo empregado o uso de arma de fogo. Augusto ao se deparar com a situação
correu e desferiu um soco no autor do fato, ao agir de tal maneira ele agiu com legítima defesa
de terceiros, defendendo seu vizinho no caso, sendo causa da justificação. Fundamentado pelo
Art. 25 do Código Penal “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”

2- Michele é trabalhadora rural no interior do nordeste brasileiro e, já sendo mãe solo de três
filhos, todos menores de idade, sendo que um deles é portador de microcefalia, descobre
que está grávida novamente. Ainda, Michele descobre que o bebê dessa gestação também
é portador de microcefalia. Desesperada, pois já vive abaixo da linha da pobreza, Michele
percebe que não terá como sustentar e dar a atenção necessária à outra criança que vai
nascer, razão pela qual pratica um aborto. Diante do caso narrado, quais argumentos
jurídicos podem ser utilizados para a defesa de Michele? Fundamente com base na
legislação vigente.
Conforme o Artigo 124 do código penal, é previsto que há culpabilidade em casos de aborto
praticado pelas gestantes, mas há exceções previstas no artigo 128, dos quais constam que não
haverá culpabilidade por parte da gestante ou do médico que praticar o aborto legal, em
situações de risco à vida da gestante, resultado de gravidez após um estupro ou em casos de
bebê anencéfalo. Com isto não se tem a questão do qual permite que, bebês portadores de
microcefalia, entrem nas exceções de um aborto legal. Contudo, o ADPF 54 trata dos casos de
fetos anencéfalos e não dos casos em que os fetos padecem de microcefalia. Anencefalia e
microcefalia são anomalias distintas. De acordo com a decisão proferida pelo STF na ADPF
54, os fetos anencéfalos não têm vida, de forma que não são amparados pelo tipo penal que
prevê o crime de aborto. No entanto, conforme é descrito na questão a situação de Michele, há
uma possibilidade de extinguir a culpabilidade do caso com a causa supralegal de
inexigibilidade de conduta diversa, diante de sua situação econômica, social e mental do qual
prejudicaria os cuidados necessários para a vida do bebê, tendo impossibilidade de uma criação.
Com isto é possível se utilizar dos princípios fundamentais da situação de Michele retirando a
culpabilidade por questões de vida, da mãe, bebê e dos outros filhos.

3- Diferencie coação moral de coação física irresistível.


Conforme o Artigo 22 do Código Penal: "Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o
autor da coação ou da ordem.", é aplicado explicitamente na Coação Moral Irresistível, do qual
se baseia na causa da exclusão de culpabilidade, que se trata do fundamento da inexigibilidade
de conduta diversa, que seria, isto é: diante da situação não seria exigível que o sujeito tomasse
outra atitude, senão aquela que acabou lesionando direito de outrem.
Já na coação física irresistível, se trata da causa de exclusão de tipicidade, do qual se refere
a quando o sujeito pratica o movimento em consequência de força corporal exercida sobre ele.
Quem atua obrigado por uma força irresistível não age voluntariamente. Neste caso, o agente
é mero instrumento realizador da vontade do coator.
Então a diferença entre coação Moral e física, seria que a Moral se trata de ameaça ao coagido
para que o mesmo realize a conduta criminosa, fazendo do ameaçador alcançar o objetivo. Já
o físico tens como o uso da força corporal para a prática do delito, isto é: o coagido, sem a
vontade, é obrigado em consequência de força corporal a agir no ato criminoso, contudo, a
coação moral, não há aplicação da força física, mas de ameaça ou intimidação, feita através da
promessa de um mal, para que se determine o coato à realização do fato criminoso.

4- Quais são os requisitos da legítima defesa. Discorra sobre cada um.


Os requisitos para o emprego da legítima defesa são:
Agressão sendo ela injusta, atual ou iminente, e contra direito próprio ou alheio. A agressão
injusta é a ação ou omissão consciente e voluntária onde uma pessoa causa dano ou coloca em
perigo um bem ou interesse protegido pelo ordenamento jurídico. Existe a provocação do
agente que é diferente, é crucial diferenciarmos a agressão da provocação do agente. Somente
os humanos causam agressão, os animais representam uma ameaça e são muitas vexes
sacrificados por razões de estado de necessidade, mas a legítima defesa é reservada a agressões
advindas dos seres humanos. Pode ocorrer de um animal ser utilizado para instrumento de
crime, um exemplo disso seria atiçar um cachorro para atacar uma pessoa. Caso isso ocorra o
animal perante o ordenamento jurídico é tratado como uma arma sendo autorizado a legitima
defesa.
Um dos requisitos para a legitima defesa é o estado de necessidade de uma reação. Precisa o
agente esboçar uma reação somente na medida do necessário quando precisar parar uma
agressão, ele não deve cometer excessos ou abusos, apenas deve se utilizar da força que precisa
para repelir aquela agressão, protegendo a si ou a terceiros.
Os outros requisitos necessários são a proporcionalidade da reação, onde o agente deve agir
de forma proporcional à agressão sofrida, deve ser compatível com a gravidade do que está
ocorrendo. Um exemplo disso é que não se pode responder uma agressão física com um facão,
ou alguma arma branca, ou quaisquer armas de fogo, a menos que o bem jurídica vida esteja
em risco. Também precisa haver ausência da provocação por parte do agente, ele não pode ter
provocado um ato lesivo e alegar legítima defesa quando o outro esboçar reação, pois foi o
próprio agente que provocou a agressão através da provocação.

5- Alberto, pessoa humilde e analfabeta, com 70 anos de idade, residente em zona rural,
acabou por danificar, no exercício de suas atividades pessoais, floresta considerada de
preservação permanente. Ao ser ouvido, em juízo, o réu narrou que não sabia que a sua
conduta era penalmente ilícita, considerando que sempre morou no campo e que o seu
sustento sempre esteve ligado à fauna e à flora locais. Diante do caso narrado, Alberto
praticou algum crime? Fundamente com base na legislação vigente e na teoria do crime.
Considerando as disposições do Código Penal Alberto não praticou crime pois houve erro
de proibição de direito, excluindo a culpabilidade de Alberto, A teoria do crime estabelece que,
para que haja crime, é necessário que a conduta do agente seja típica, ilícita e culpável. A
tipicidade consiste na adequação da conduta do agente ao tipo penal descrito na lei. A ilicitude,
por sua vez, refere-se à contrariedade da conduta do agente aos valores tutelados pelo
ordenamento jurídico. A culpabilidade, por fim, diz respeito à capacidade do agente de
entender o caráter ilícito de sua conduta e de se comportar de acordo com esse entendimento.

6- Obra-prima de Harper Lee, “O sol é para todos” conta a história de um idealista advogado
e sua família, que ao aceitar defender um jovem negro acusado de estupro contra uma
mulher branca, ele e toda a sua família sofrem consequências na sociedade racista em que
vivem. Diante disso, podemos dizer que atualmente no direito penal temos um tratamento
igualitário em um julgamento?
Conforme o princípio constitucional da igualdade ele é um dos elementos estruturantes do
estado democrático de direito e da lei penal aplicada de forma igualitária, conforme os
princípios e os direitos fundamentais, o Art. 5 da Constituição Federal busca estabelecer um
tratamento igual dos iguais perante a lei tratando de forma desigual aqueles que se desigualam.
Ou seja, referente a época do livro o Sol é Para Todos, onde a lei não era específica e ocorria
muito mais desigualdades, de gênero, de raça, de classe social entre outros.
Atualmente existem essas desigualdades na vida social da população, mas não perante a lei,
o meio jurídico através da Constituição Federal, das leis e das jurisprudências, tenta estabelecer
o princípio da igualdade no direito penal. Isto é, o direito no tribunal tem como objetivo a
igualdade e direito de ambas as partes no processo judicial, somente será jugado culpado se
estabelecidos provas concretas e verídicas contra uma das partes. Há de fato um preconceito
racial, mas um regulamento de um juiz trata de conhecimentos, além de jurídicos, sociais,
contudo, não se há espaço para julgamentos preconceituosos como era aplicado na época que
se trata a obra, tendo uma visão preconceituosa no mundo tributário, não se pode exercer o
cargo por violar direitos fundamentais, que se deve ser o conhecimento de todos.

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