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ESTADO DE NECESSIDADE
- Art. 24/CP;
- Colisão de bens jurídicos de “distinto valor”, devendo um deles ser sacrificado em prol
da preservação daquele que é reputado como mais valioso;
- Ponderação de bens - razoabilidade do sacrifício;
- A ação dirige-se, em regra, contra um bem jurídico pertencente a terceiro inocente;
- No estado de necessidade há ação;
- Teoria unitária: a colisão de bens jurídicos pode acontecer também entre bens de iguais
valores;
1 Estado de necessidade justificante: quando o bem ou interesse sacrificado for
de menor valor a ação será considerada lícita/justificada. Entretanto, a doutrina brasileira,
também admite o estado de necessidade justificante quando se tratar de bens ou interesses
em conflito de iguais valores;
2 Estado de necessidade exculpante: quando o bem ou interesse sacrificado for
de valor superior ao que se salva. Deixa-se de excluir o caráter ilícito.
* ATENÇÃO!
Mas e se o bem sacrificado for de valor maior que o bem protegido?
- Quando o bem ou interesse sacrificado for de maior valor, pela desproporcionalidade
entre valor preservado e valor sacrificado, de acordo com o Código Penal, a ação não está
abrigada pela previsão do estado de necessidade;
- O indivíduo responderá pelo crime, mas sua pena poderá, a depender das circunstâncias,
ser reduzida pelo Juiz (art. 24, § 2º/CP);
- Requisitos: ação de salvaguarda necessária, para fazer frente a um perigo atual, não
provocado pelo titular do bem jurídico preservado;
- Art. 25/CP;
- É a defesa necessária empreendida contra agressão injusta, atual ou iminente, contra
direito próprio ou de terceiro, usando, para tanto, moderadamente, os meios necessários
(CAPEZ, 2023, p. 411);
- Exige-se a presença simultânea dos seguintes requisitos:
1 Agressão injusta, atual ou iminente: a agressão deve estar acontecendo ou prestes a
acontecer
2 Bem jurídico próprio ou alheio;
3 Meios necessários usados moderadamente: reação proporcional - o agente deve fazer
uso dos meios necessários para afastar a agressão injusta, mas deve fazer uso moderado
de tais meios (eventual excesso será punido);
4 Elemento subjetivo: animus defendendi - o agente deve saber que está agindo em
legítima defesa, ou seja, deve conhecer a situação justificante e agir com intenção de
defesa;
ATENÇÃO!
- Legítima defesa sucessiva: É aquela na qual o agredido injustamente acaba por se
exceder nos meios para repelir a agressão. Logo, aquele que primeiramente agrediu, agora
poderá agir em legítima defesa. Ex.: José agride Pedro, com socos e pontapés. Pedro, para
se defender, dá um soco em José e o imobiliza (legítima defesa). Já estando José
imobilizado e sem oferecer qualquer risco, Pedro continua a agredir José (excesso), por
estar com muita raiva. José, então, o agressor inicial, poderá agora repelir essa injusta
agressão de Pedro (legítima defesa sucessiva).
ATENÇÃO!
Cabe legítima defesa real em face de legítima defesa putativa?
- Sim. Ex.: Se Mévio pensa estar sendo ameaçado por Tício e o agride (legítima defesa
putativa), Tício poderá agir em legítima defesa real;
- A atitude de Mévio não é justa, logo, é uma agressão injusta, de forma que Tício poderá
se valer da legítima defesa;
ATENÇÃO!
- Quando uma pessoa é atacada por um animal, em regra não age em legítima defesa, mas
em estado de necessidade. Porém, se o animal estiver sendo utilizado como instrumento
de um crime (dono determina ao cão bravo ataque a vítima), o agente poderá agir em
legítima defesa. Neste caso, a legítima defesa estará ocorrendo em face da agressão do
dono, e não em face do animal.
ATENÇÃO!
Estrito cumprimento do dever legal x Exercício regular de direito:
a) a primeira excludente é de natureza compulsória, irrecusável, enquanto a segunda é
facultativa;
b) na primeira, o agente deve limitar-se a atender ao comando existente em lei, enquanto
na segunda detém ele o poder de agir, legitimado pela norma;
c) na primeira, o dever de agir somente pode ter origem em lei, enquanto na segunda o
direito pode surgir de qualquer fonte do direito.
BIBLIOGRAFIA
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral (arts. 1º a 120). 29
ed. São Paulo: SaraivaJur, 2023.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal - Parte Geral. v. 1. 27 ed. São Paulo:
SaraivaJur, 2023.
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: parte geral - arts. 1º a 120 do
código penal. 7 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2023.