Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo: O artigo tem por finalidade de estudo o sobre o instituto da legítima defesa, que
é uma das causas de exclusão da ilicitude que se caracteriza pela existência de agressão
injusta, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, que pode ser repelida usando-se
moderadamente dos meios necessários. Referido instituto encontra-se disposto no artigo
25 do Código Penal Brasileiro. Por ser uma excludente de ilicitude, aquele que agir em
legitima defesa, não comete crime. Neste artigo, serão tratadas as principais espécies de
legitima defesa, quais sejam: legítima defesa real, própria ou autêntica; legítima defesa
putativa; legítima defesa recíproca; legítima defesa de terceiro; legítima defesa sucessiva
e legítima defesa da honra. Será tratado ainda, sobre o erro na execução, os excessos da
legitima defesa, bem como, a diferença entre legitima defesa e estado de necessidade. O
artigo foi feito através de pesquisa bibliográfica realizada por meio de livros, artigos,
doutrinas existentes sobre o tema escolhido.
Abstract: The purpose of this article is to study the institute of self-defense, which is one
of the causes of exclusion of illicit behavior that is characterized by the existence of unjust
aggression, current or imminent, in its own right or others, which can be repelled using
moderately of the necessary means. This institute is provided for in article 25 of the
Brazilian Penal Code. Being an exclusionary of unlawfulness, he who acts in self-defense
does not commit a crime. In this article, the main types of self-defense will be addressed,
namely: real self-defense or self-defense; putative (imaginary) self-defense; reciprocal
self-defense; legitimate third party defense; legitimate successive defense and legitimate
defense of honor. It will also be treated, about the error in the execution, the excesses of
the legitimate defense, as well as the difference between legitimate defense and the state
of necessity. The article was made through bibliographical research conducted through
books, articles, existing doctrines on the chosen theme.
O direito penal dispõe sobre excludente de ilicitude, que é um mecanismo que estabelece
a possibilidade de uma pessoa praticar uma ilicitude sem que esta seja considerada como
crime. Ou seja, a excludente permite que uma pessoa pratique uma ação que normalmente
seria considerada um crime e não seja penalizado por ela.
A legítima defesa é uma das causas de exclusão de ilicitude, ou seja, é uma exceção na
qual o cidadão não é responsabilizado criminalmente por um ato. Está inserida no inciso
II do artigo 23 do Código Penal (BRASIL, 1940) e fundamenta-se no fato de que o Estado
não possui condições de oferecer total proteção a todos cidadãos e em todos os lugares e
momentos, portanto, permite que os cidadãos se defendam quando não houver outra
forma em determinada ocasião.
Para que seja reconhecida a legitima defesa é necessário a existência de alguns requisitos,
ou seja, a agressão deverá ser injusta, isto é, não autorizada pelo direito, bem como deverá
ser atual, desencadeada naquele momento ou iminente, a que está prestes a acontecer.
Além disso, o agente deve fazer uso moderado dos meios utilizados, não excedendo os
limites legais. Caso assim não ocorra, este responderá pelos excessos. A legitima defesa
difere-se do estado de necessidade.
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
Excesso punível
Parágrafo único – O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo
excesso doloso ou culposo.
Legítima defesa
O doutrinador Fernando Capez (2011) ensina que a legítima defesa é uma causa de
exclusão da ilicitude que consiste em repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito
próprio ou alheio, usando de forma moderada dos meios necessários.
De acordo com Nucci (2012) na legítima defesa existe um conflito entre o titular de um
bem ou interesse juridicamente protegido e um agressor, agindo ilicitamente, ou seja,
trata-se de um confronto entre o justo e o injusto.
Carlos e Friede (2013) lecionam que a legítima defesa se trata de uma das causas de
excludente de ilicitude através da qual o Estado permite, em caso excepcional, e desde
que presentes os requisitos necessários, o exercício da autodefesa.
Os requisitos da legitima defesa são: agressão injusta, atual ou iminente, a direito próprio
ou alheio; reação com os meios necessários; uso moderado dos meios necessários.
A agressão configura-se como a conduta humana que lesa ou põe em perigo um bem ou
interesse juridicamente tutelado. A agressão não pode ser confundida com a mera
provocação do agente. (BITENCOURT, 2012).
A agressão parte de uma ação ou omissão do ser humano, portanto, só haverá a conduta
agressiva se está for iniciada por uma pessoa humana, não existindo conduta agressiva
por um ser irracional, ou seja, um animal, um cachorro ou por qualquer outra coisa
inanimada.
A agressão pode estar vinculada também a uma omissão, a qual, há o dever jurídico de
agir e o agente não age causando danos a terceiros, devido a sua conduta omissiva.
(CAROLINO, 2016)
A agressão deve ser injusta, isto é, de natureza ilícita contrária ao direito. A agressão pode
ser dolosa ou culposa. (MASSON, 2015).
A reação da vítima agredida é sempre preventiva, pois impede o início da ofensa ou sua
continuidade, evitando maior lesão.
Não caracteriza legítima defesa contra agressão passada ou futura. Caso a agressão já
tenha ocorrido no passado, a conduta do agredido não é preventiva, é uma conduta
vingativa ou pode ainda ser classificada como comportamento doentio.
Não atua porém em legitima defesa, aquele que pratica o fato típico após uma agressão
finda, que já cessou. A reação deve ser imediata à agressão ou tentativa dela; a demora
na reação não configura a discriminante. Quem, provocado pela vítima, se dirige a sua
residência, apanha uma arma e volta para o acerto de contas não age licitamente.
(MIRABETE, 2004, p. 183)
É protegido pela legitima defesa qualquer bem jurídico que pertença àquele que se
defende ou a terceira pessoa.
A legitima defesa pode ser empregada para defender direito próprio ou de terceiro, tendo
em vista que a proteção caíra ao bem jurídico da vítima ameaçado pelo agressor.
(CAROLINO, 2016)
Portanto, a vítima da agressão atual ou iminente quando for se defender, precisa fazer uso
moderado do meio utilizado, para afastar a agressão injusta que está sofrendo. Somente
através da sua ponderação e proporção de defesa, o órgão competente analisará no caso
concreto da sua conduta defensiva e os meios empregados por ela.
Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
• 1º– Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
• 2º– Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.
No estado de necessidade existe um conflito entre diversos bens jurídicos que estão diante
de uma situação de perigo, situação está que não poderia ter sido prevista, em que o perigo
é originado pelo comportamento humano, animal ou por evento da natureza. O estado de
necessidade exclui o caráter antijurídico de uma conduta criminosa. Neste caso, os
interesses do agressor são ilegítimos e a agressão não possui destinatário certo.
De acordo com Capez (2008), ataque de animal não configura a legitima defesa. No caso,
se a pessoa se defende do ataque do animal, está agindo em estado de necessidade. Mas,
se o dono do animal incentiva e ordena para que o animal ataque uma pessoa, e a pessoa
se defende, ela estará agindo em legitima defesa, tendo em vista que o animal é um ser
irracional, mas que está sendo utilizado para prática de crime. O animal por si só não
pratica agressão.
A principal diferença é que na legítima defesa o autor defende um bem jurídico seu ou de
terceiro, de uma agressão injusta; enquanto que no estado de necessidade, devido as
circunstâncias, o autor lesará um bem jurídico para afastar a situação de perigo. No estado
de necessidade existe ação e na legítima defesa reação.
Portanto, na legítima defesa tem-se uma agressão injusta e um bem jurídico a ser
defendido, já no estado de necessidade haverá dois bens jurídicos tutelados pelo
ordenamento e em virtude da situação, um predominará sobre o outro.
Neste capítulo serão analisadas as principais espécies de legítima defesa, quais sejam:
legítima defesa real, própria ou autêntica; legítima defesa putativa; legítima defesa
recíproca; legítima defesa de terceiro; legítima defesa sucessiva e legítima defesa da
honra.
A legitima defesa própria é aquela exercida em seu próprio favor, ou seja, é a aquela em
que a pessoa se defende de alguma reação ilegal que a outra pessoa tem para com si.
Para que seja este tipo de legítima defesa, a pessoa tem que usar de mecanismos que
tenham a mesma proporção daquele ataque previsto pelo agressor. Exemplificando:
quando acontecer de existirem duas pessoas no mesmo local, e uma delas se aproximar
com um punhal na mão, com a finalidade de matar/agredir a outra, a vítima pode usar de
outros recursos para se defender, gerando os mesmos efeitos que iria acontecer, caso fosse
agredida. Portanto, se o agressor tinha o intuito de matar, a vítima pode se defender com
a mesma razoabilidade que o agressor, ou seja, também tendo a liberdade de ferir, ou até
mesmo matar.
A legítima defesa putativa ocorre quando alguém por um erro justificável pelas
circunstâncias, repele aquilo que ele acredita ser uma agressão injusta e atual.
Capez (2011) conceitua legítima defesa putativa como sendo a errônea suposição da
existência da legítima defesa por erro de tipo ou erro de proibição. A vítima imagina que
irá sofrer uma injusta agressão, que na verdade não existe.
A legítima defesa putativa existe quando o agente supõe por erro que está sendo agredido
e repele a suposta agressão.
Tal modalidade está prevista no artigo 20, parágrafo 1°, do Código Penal Brasileiro
(BRASIL, 1941):
Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
• 1° É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando
o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
A legítima defesa putativa é aquela defesa imaginária que uma pessoa tem sobre outra
pessoa e que, quando realiza o ato de se defender contra a outra pessoa, acredita que
realizou a sua legítima defesa, porém, na verdade ela acabou utilizando de sua força em
excesso, vez que nada iria lhe acontecer.
Não é fácil de provar se a conduta do agente que sofreu a agressão foi praticada com ou
sem dolo, ou se houve de fato o erro de tipo que caracterize a legítima defesa putativa,
porém, existem muitos meios probatórios aceitos pelo ordenamento jurídico vigente,
dentre eles, o princípio da verdade real ou material que possibilita a livre análise das
provas pelo juiz, limitada esta análise à obrigatoriedade da fundamentação.
Este tipo de legítima defesa ocorre quando há agressão entre ambas as partes, ou seja,
ataque e defesa ao mesmo tempo. Nessa modalidade, é difícil de identificar quem deu
início a agressão, e, como não tem como saber quem iniciou a agressão, o juiz aplica que
ocorreu a legítima defesa recíproca.
Entretanto, quando duas pessoas inicial começam uma briga, mas não se sabe quem
iniciou esta briga, o juiz, poderá reconhecer a absolvição por ausência de provas, e não a
própria legítima defesa recíproca em si.
A legítima defesa recíproca, que ocorre quando não há injusta agressão a ser repelida,
uma vez que a conduta inicial do agente é ilícita.
A hipótese de legítima defesa contra legítima defesa não é admitida no ordenamento
jurídico. Se o agente atua em legítima defesa, é porque há injustiça na agressão. O
agressor não pode, em seu favor, alegar legítima defesa se repelir o ataque lícito do
agente.
Qualquer bem jurídico pode ser protegido pelo instituto da legítima defesa, sendo
irrelevante a distinção entre os bens. (CAROLINO, 2016)
A titularidade do bem jurídico protegido, pode ser classificado em: próprio ou de terceiro,
que autorizam legítima defesa própria, quando o repelente da agressão é o próprio titular
do bem ameaçado ou atacado, e legítima defesa de terceiro, quando objetiva proteger
interesse de outrem (GRECO, 2016).
A legítima defesa é um instituto que preza pela proteção dos bens jurídicos tutelados pelo
direito, quando estão diante de uma agressão atual ou iminente considerada injusta.
Encontrando-se em situação de risco, o bem tutelado juridicamente, tanto o do titular do
próprio direito, quanto o do terceiro, podem assim repelirem a injusta agressão.
Este tipo de defesa acontece quando o agressor realiza uma atitude ilícita perante a vítima,
e esta reage praticando atos que ultrapassam os limites da legítima defesa, ação esta que
acaba provocando prejuízo ao primeiro agressor e, com isso, acaba realizando um ato para
moderar os efeitos daquela ação.
Exemplificando, quando Marcos assalta João, esta atitude acaba sendo legítima, porém
ilegal, mas a partir do momento que João utiliza de sua legítima defesa, mas com atitudes
excessivas, acaba se modificando em uma ofensiva injusta para com Marcos. A partir do
momento que Marcos viu-se em desvantagem com aquela agressão, acaba realizando uma
outra atitude para se defender das agressões de João, e efetua outra ação, prejudicando o
sujeito Marcos.
A legítima defesa sucessiva é aquela defesa que parte do agressor em direção a vítima,
sendo assim a vítima a prejudicada neste conflito.
Conforme ensina Rogério Greco (2016), quando o agente alcança seu objetivo, qual seja,
fazer cessar a agressão injusta, já não poderá ir além.
O artigo 25 do Código Penal (BRASIL, 1940), que trata da legítima defesa, não identifica
qual bem jurídico deverá ser objeto de proteção, bastando que exista uma injusta agressão,
e que a pessoa se utilize dos meios necessários e de forma moderada, visando repelir a
injusta agressão. Portanto, admitia-se a legitima defesa da honra.
Aberratio ictus por erro na execução ocorre quando determinada conduta atinge um alvo
diferente do pretendido.
Erro na execução
Art. 73 – Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código.
A aberratio ictus pode ser definida como uma espécie de erro causada por acidente ou
falha nos meios de execução. É um erro no momento do ataque, que durante os meios de
execução do delito, o agente acaba por atingir pessoa diversa.
Pode ocorrer que determinado agente, almejando repelir agressão injusta, agindo com
animus defendendi, acabe ferindo outra pessoa que não o seu agressor, ou mesmo a ambos
(agressor e terceira pessoa). Nesse caso, embora tenha sido ferida ou mesmo morta outra
pessoa que não o seu agressor, o resultado advindo da aberração no ataque (aberratio
ictus) estará também amparado pela causa de justificação da legítima defesa, não
podendo, outrossim, por ele responder criminalmente. (GREGO, 2016, p. 469)
Dessa forma, o agente que agir em sua defesa pessoal com animus defendendi estará
amparado pela legítima defesa se atingir pessoa diversa a qual deveria ser atingida e não
responderá criminalmente, pois, o agente agredido estava agindo como se estivesse
atingindo seu agressor, com a finalidade de repelir a injusta agressão.
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.
Não se aplica, pois, ao terceiro inocente a norma do art. 65 do Código de Processo Penal,
já que, quanto a ele, a lesão, apesar da absolvição do agente, não pode ser considerada
um ilícito civil. Trata-se, portanto, de uma hipótese em que há exclusão da
responsabilidade civil, restrita é claro ao terceiro inocente. (TOLEDO, 1994, p.199)
causados por atos lícitos, visto que a ideia de responsabilidade é diferente e mais ampla
que a ideia de ato ilícito.
A aberratio ictus em legítima defesa configura um destes casos, pois, mesmo havendo
culpa no erro, a culpa não é levada em consideração para efeito de gerar a indenização
pois ela está submetida à doutrina da responsabilidade sem culpa, que exige apenas a
prova do dano, do fato danoso do agente e do nexo de causalidade entre ambos, sem
verificar se houve, ao menos, violação de um dever objetivo de cuidado.
5. O EXCESSO NA LEGÍTIMA DEFESA
A legítima defesa, assim como todas as demais causas de excludentes de ilicitude, deve
obedecer aos limites legais, não podendo o agente exceder do seu direito.
O excesso ocorre quando o agente extrapolar os limites traçados pela lei, respondendo
pelas lesões provocadas inutilmente, seja na forma culposa ou dolosa.
Geralmente, o excesso tem início depois de um marco fundamental, qual seja, o momento
em que o agente, com a sua repulsa, fez estancar a agressão que contra ele era praticada.
Toda conduta praticada em excesso é ilícita, devendo o agente responder pelos resultados
dela advindos (1999, p. 322).
Para ser considerado como excesso doloso, o agente/vítima tem que se aproveitar da
situação em que se encontra e agir de forma premeditada e impor um sacrifício maior ao
suficiente para proteger o seu direito ameaçado ou lesado.
Se verificada o excesso doloso, não há que se cogitar em legítima defesa, vez que o agente
queria o resultado ocorrido, passando assim de vítima para agressor. O excesso será
culposo, quando a vítima não agir com o devido cuidado, não avaliando a gravidade de
sua ação ou por não reagir adequadamente para adequar equilibradamente sua reação com
a agressão sofrida.
Portanto, o excesso de legítima defesa ocorre quando, ainda que a pessoa tenha o direito
teórico de defender o bem jurídico (vida, patrimônio, honra liberdade sexual etc) que
está defendendo, na prática, quando o está defendendo, excede (no meio ou na
quantidade) a força que de fato precisava utilizar para repelir a perigo.
Assim, é possível que uma pessoa, inicialmente em situação de legítima defesa, estado de
necessidade e demais excludentes da ilicitude, exagere e, em razão disso, cometa um
crime, doloso ou culposo, conforme a natureza do excesso.
CONCLUSÃO
A legítima defesa equivale a uma exigência natural, uma forma instintiva que leva a
vítima agredida a repelir a agressão sofrida, mediante a lesão do agressor.
É importante que o cidadão tenha consciência do que se trata a legítima defesa, para que
possa saber os meios necessários para agir caso se encontre em alguma situação de injusta
agressão, bem como, é necessário o conhecimento de todos os requisitos para que o
cidadão não se exceda e acabe por cometer um crime.
O instituto da legítima defesa é muito complexo, e para que ele seja realmente
configurado é necessária a presença de todos os requisitos objetivos previstos no artigo
25 do Código Penal, conjuntamente com o requisito de ordem subjetiva, ou seja, com o
conhecimento por parte do agredido da situação da injusta agressão e da necessidade da
defesa.
Pode ocorrer o excesso na legítima defesa do agente quando agir de forma imoderada e
se utilizar de meios desproporcionais para se defender, transformando assim, o amparo
inicial da excludente de ilicitude em conduta reprovada e punível, em razão de ter sido
realizada de forma desnecessária e exagerada, independente de ser dolosa ou culposa,
tendo o agente que responder pelos resultados advindos do excesso, mas, sem desamparar
a legítima defesa exercida anteriormente ao excesso cometido.
REFERÊNCIAS
BARROS, Flavio Augusto Monteiro de. Direito penal: parte geral. Saraiva: 2006.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. Parte geral. 17ª. Ed. Rev.
Ampl e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte geral.12ª ed. São Paulo: Saraiva,
2008.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 16ª. ed. São Paulo: Saraiva,
2012, v.1.
CARLOS, André; FRIEDE, Reis. Teoria Geral do Delito. Rio de Janeiro: Freitas
Bastos, 2013.
CAROLINO, Anderson Zeferino dos Santos. A legítima defesa como causa excludente
da ilicitude. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/50026/a-legitima-defesa-como-
causa-excludente-da-ilicitude>. Acesso em: 18 Out. 2019.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 18ª ed., Rio de Janeiro: Impetus,
2016, v.1.
JESUS, Damásio E. de. Direito Penal – parte geral. 26 ed. São Paulo: Saraiva, 1997. p.
360
MASSON, Cleber. Direito penal esquematizado. Parte geral. V. 1. 9ª. Ed. Rev. Atual
e ampl. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método, 2015.
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual do direito penal: parte geral. 21.ed. São Paulo:
Atlas, 2004.
NUCCI, Guilherme de Souza. Direito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal. 5ª ed., São Paulo:
Saraiva, 1994, p. 199.