Você está na página 1de 18

DOS DELITOS E DAS PENAS

CESARE BECCARIA (1738-1794)


CESARE BECCARIA (1738-1794)
Quem era o autor?
Cesare Bonesana, marquês de
Beccaria, foi um jurista, filósofo,
economista e literato italiano.
Suas obras são fundamentais no
estudo do Direito Penal e norteiam o
pensamento jurídico moderno.
Foi um jovem revolucionário, que
defendia a filosofia e a humanidade,
inspirado no iluminismo.
Com apenas 26 anos publicou a obra
“Dei DeliI e Delle Pene”
EUROPA – SÉCULO XVIII
O tratado ”Dos delitos e das penas" foi
publicado em 1764, mas como
Beccaria temia uma reação política,
ele o publicou anonimamente.
Só depois que foi recebido e aceito
pelo governo, Beccaria o publicou em
seu nome.
O tratado foi elogiado publicamente Foi publicado em
por Catarina, a Grande, Maria Theresa muitos idiomas em
todo o mundo e foi
da Áustria-Hungry e citado por influente na criação e
Voltaire, Thomas Jefferson e John reforma dos sistemas
penais em todo o
Adams. mundo.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• O tratado discutia questões de governo e foi escrito de uma
maneira que era direta e claramente compreendida.

• O grande sucesso e o impacto prático em muitos países é


atribuído pela forma sistemática como foram escritos os
princípios de reforma penal, bem como a defesa dos direitos
da humanidade.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Expressa não apenas a necessidade do sistema de jus`ça
criminal, mas o direito do governo de ter leis e punições.
• Contratosocial e livre-arbítrio: os indivíduos racionais
optavam por viver em sociedade em vez de viver sozinhos.
• Quando alguém escolhe viver em sociedade, então opta por
abrir mão de algumas liberdades pessoais em troca da
segurança e do conforto de uma sociedade.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• As leis são as condições de uma sociedade de indivíduos
racionais e de livre arbítrio.

•É necessário criar algum sistema para garantir que os


indivíduos da sociedade sejam protegidos, e contra aqueles
que também desejam prejudicar as liberdades pessoais de
outros na sociedade.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Todos os indivíduos na sociedade precisam obedecer e
seguir o contrato social.
• Com a criação de leis criminais e um sistema de justiça
criminal, uma forma racional de punição também deve ser
criada.
• Era contra as punições cruéis e arbitrárias da época, mas
afirmava que o governo tinha o direito e o dever de punir
aqueles indivíduos que ameaçavam a sociedade.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Para que uma punição alcance o seu fim, o mal que inflige
só tem de exceder a vantagem derivável do crime; neste
excesso do mal deve incluir a certeza da punição e a perda
do bem que o crime possa ter produzido.
• Tudo além disso é supérfluo e por isso tirânico.
• Portanto, embora o governo pudesse punir, não poderia ir
além do que era necessário para a segurança da sociedade.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Trouxe os princípios par`culares que um governo justo
usaria para manter a segurança da sociedade.
• Tratasobre o papel que os tribunais desempenham na
obtenção de jus`ça.
• As leis devem ser estabelecidas pelos legisladores, os
legisladores não podem julgar pessoas.
• Os juízes, em processos criminais, não podem interpretar as
leis.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Os infratores devem ser julgados por seus pares (metade da
vítima, metade do criminoso), direito do criminoso de
recusar alguns jurados, nenhuma acusação secreta.
• Os juízes devem ser pesquisadores imparciais da verdade e
os juízes não devem fazer parte do tesouro, para que não
procurem os criminosos para fazer dinheiro.
• Se as leis forem claras, não necessitarem de interpretação e
forem conhecidas do público, o crime diminuirá.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Alguns direitos do preso: a prisão antes da condenação é
importante e aceita; as leis devem proibir perguntas ou
questões sugestivas em julgamento; nenhuma tortura para
receber uma confissão; e o direito do criminoso de se
defender.
• Os juramentos eram inúteis, porque não farão o mentiroso
dizer a verdade.
• Mulher como testemunha.
DOS DELITOS E DAS PENAS

• A tortura para obter uma confissão faz com que um inocente


sofra um castigo que não merecia ou que ainda foi provado.
• A tortura também torna uma pessoa fraca mais propensa a
confessar um crime do que uma pessoa forte, sem levar em
consideração a culpa.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• As punições devem ser certas (rigorosas) e imediatas
(prontamente), para serem eficazes de impedir outros
crimes e serem consideradas justas e úteis.
• A certeza de um cas`go, mesmo que moderado, causará
sempre uma impressão mais forte do que o medo de outro
que é mais terrível, mas combinado com a esperança de
impunidade.
• Paraconstruir a conexão entre o crime e a punição, é
essencial que a punição seja imediata.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Indivíduo deve ser punido por tentativa de crime.
• Cúmplices trabalhando juntos em um crime devem ser
punidos igualmente.
• Mais severo o crime, mais severa a punição.
• Crimes contra pessoas devem receber penas corporais.
• Crimes de roubo deveriam receber penalidades de multas.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Oponente à pena de morte, pois sen`a que uma laboriosa
perda de liberdade era mais dura do que uma morte
rápida.
• Afirmou: "Não é absurdo que as leis, que são a expressão
da vontade geral, que detestam e punem o homicídio,
ordenem um mor`cínio público, para desviar os cidadãos
do assassínio?”
• A pena de morte, embora cruel e excessiva, também era
uma medida ineficaz para reduzir ou punir o crime.
DOS DELITOS E DAS PENAS
• Prevenir o crime é melhor do que puni-los.
• Para prevenir o crime, uma sociedade deve:
1) Leis claras e simples.
2) Toda a nação está unida na defesa.
3) Leis não contra classes de homens, mas homens.
4) Os homens devem temer as leis e nada mais.
5) Certeza do resultado do crime.
DOS DELITOS E DAS PENAS

6) O membro da sociedade deve ter conhecimento, porque a


iluminação acompanha a liberdade.
7) Recompensa virtude.
8) Educação perfeita.
9) Direcionar o interesse da magistratura como um todo para
a observância e não para a corrupção das leis.

Você também pode gostar