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dever de cuidado.
RESUMO
Este trabalho abordar a questão do abandono afetivo dos genitores em relação aos seus
filhos menores. Aqueles são os titulares do poder familiar e apresentam direitos e
obrigações previstos pelo ordenamento jurídico, sendo os pais os responsáveis de suprir
as necessidades básicas da criança e do adolescente tanto no aspecto material como
imaterial. Diante disso, os deveres dos genitores abrangem também a questão afetiva,
como cuidado, educação, criação, assistência, companhia e convivência. Assim, é a
partir da conduta omissiva dos genitores quanto há essas atribuições que haverá a
possibilidade da caracterização da responsabilidade civil. A condenação do genitor
ocorre, especificamente, diante dos critérios jurídicos estabelecidos pelo vínculo da
filiação e da parentalidade. Destarte, utilizar-se-á o método dedutivo através pesquisas
bibliográficas com analise da lei, doutrina e jurisprudência. Em vista disso, constatar-se-
á os pressupostos da indenização, bem como será desvinculado o conceito de afeto em
relação ao seu aspecto sentimental. Ademais, será verificado que os operadores
jurídicos ainda fazem uma relação do afeto com essa questão.
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Breno Mendes Forel Muniz Vianna levantou algumas indagações a respeito do afeto: “Será mesmo
necessária a presença do afeto para que enxergue uma entidade familiar? Mas seria o afeto um valor
jurídico? Ou um princípio jurídico? Ou talvez somente um valor trazido para o mundo jurídico?”
VIANNA, Breno Mendes Forel Muniz. Responsabilidade Civil Parental. In: TEIXEIRA, Ana Carolina
Brochado; RIBEIRO, Gustavo Pereira Leite (Coord). Manual de Direito das famílias e das sucessões.
Belo Horizonte: Del Rey: Mandamentos, 2008. p. 454
Para tanto, iniciar-se-á a discussão a partir da constitucionalização do direito
civil e do direito de família, bem como os princípios constitucionais que tutela o Direito
das Famílias, apresentando as leis e os desdobramentos dos seus efeitos jurídicos.
Também serão discutidas questões direcionadas à relação de parentalidade, de filiação,
e do poder familiar a fim de verificar a existência de uma obrigação prévia para a
possível aplicação dos preceitos da indenização por danos morais.
Posteriormente, realizar-se-á uma exposição sobre os pressupostos necessários
para caracterizar a responsabilidade civil. Por fim, analisar-se-á os precedentes
jurisprudenciais sobre a temática. Embora, existem algumas barreiras para serem
quebradas em relação à aplicação da reparação de danos por abandono afetivo no que
tange ao real significado do afeto, há entendimento na jurisprudência favorável à
condenação do genitor por abandono afetivo dos filhos menores.
Considerações finais