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CENTRO UNIVERSITÁRIO PROJEÇÃO

ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – ECJUS


FACULDADE DE DIREITO

RECONHECIMENTO DE VÍNCULO PARENTAL


SOCIOAFETIVO POST MORTEM
BRASÍLIA/DF
2018
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO PARENTAL
SOCIOAFETIVO POST MORTEM

Trabalho de conclusão de curso apresentado


perante Banca Avaliadora do curso de Direito
da Escola de Ciências Jurídicas e Sociais da
Faculdade Projeção como pré-requisito para a
aprovação na disciplina de TCC 2 e para a
obtenção do grau de bacharel em Direito.
Área de concentração: Direito Civil.
BRASÍLIA/DF
2018
RESUMO: A família é um instituto em constante transformação e, corolário da
sociedade que é, a família a ela se adéqua. Todavia, nem sempre é possível ao
legislador a normatização de todas as condutas sociais, muito menos em relação ao
direito de família, devido à sua dinâmica social. Cabe então ao operador do direito,
com as normas disponíveis e aplicação dos princípios gerais do direito, suprir essa
anomia. Com a popularização do direito de família, novos arranjos familiares vem se
formando, baseadas principalmente no afeto, carinho, dedicação e apoio mútuo. O
presente trabalho tem como objetivo analisar, de acordo com a doutrina e a
jurisprudência, a possibilidade do reconhecimento do vínculo parental socioafetivo
post mortem. Nesse sentido, utilizando a metodologia de pesquisa exploratória em
razão da limitação do tema objeto de estudo, serão analisados os mais variados
arranjos familiares socioafetivos, dentre os quais as famílias monoparentais,
multiparentais e principalmente a anaparental. A questão que surge é a possibilidade
ou não da mesma proteção estatal dada às entidades familiares previstas no art. 226
da CF/88, bem como os efeitos civis advindos desse reconhecimento. Busca-se com
isso identificar os princípios justificadores da recognição referente à filiação
socioafetiva e à fraternidade socioafetiva de modo a fundamentar a possibilidade do
reconhecimento desse novo arranjo familiar, bem como analisar os possíveis efeitos
jurídicos decorrentes de tal reconhecimento. Assim, sendo a entidade familiar
anaparental reconhecida caberá ao operador do direito analisar, caso a caso, a
possibilidade de reconhecimento do vínculo parental post mortem.
Palavras-chaves: Família; Multiparentalidade; Reconhecimento; Socioafetividade;
Anaparental.

ABSTRACT: The family is an institute in constant transformation and, corollary of the


society that is, the family to it to suit itself. However, it is not always possible for the
legislator to standardize all social behavior, let alone to family law, due to its social
dynamics. It is then up to the operator of law, with the rules available and application
of the general principles of law, to remedy this anomie. With the popularization of
family law, new family arrangements have been formed, based mainly on affection,
affection, dedication and mutual support. The objective of this study is to analyze,
according to the doctrine and jurisprudence, the possibility of recognition of the
parental socio-affective bond post mortem. In this sense, using the exploratory
research methodology due to the limitation of the subject of study, the most varied
socio-affective family arrangements will be analyzed, among which are single-parent,
multiparent and mainly anaparental families. The question that arises is the
possibility or not of the same state protection given to the family entities foreseen in
art. 226 of CF / 88, as well as the civil effects resulting from such recognition. It seeks
to identify the justificatory principles of recognition regarding socio-affective affiliation
and socio-affective fraternity in order to justify the recognition of this new family
arrangement, as well as to analyze the possible legal effects resulting from such
recognition. Thus, since the anaparental family entity is recognized, it is up to the
legal operator to analyze, on a case-by-case basis, the possibility of recognition of
the post-mortem parental relationship.
Keywords: Family; Multiparentality; Recognition; Socio-activity, Anaparental.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ​5
2 PRINCÍPIO DA SOCIOAFETIVIDADE APLICÁVEL AOS NOVOS ARRANJOS

FAMILIARES 6
2.1 Da Filiação socioafetiva e posse de estado de filho (a) ​7
2.2 Provimento n.º 63 do Conselho Nacional de Justiça e a Legitimidade para

requerer o reconhecimento do vínculo socioafetivo 8
2.3 Os efeitos do reconhecimento do vínculo socioafetivo ​9
3 O RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA POST MORTEM:
requisitos à luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ ​10
4 RECONHECIMENTO VÍNCULO PARENTAL COLATERAL SOCIOAFETIVO POST
​2
MORTEM 1
​5
5 CONCLUSÃO 1
​6
REFERÊNCIAS 1

1 INTRODUÇÃO

O Direito de família está em profunda transformação, de modo que o ordenamento


jurídico não consegue acompanhar a mudança de valores que atualmente regem a
sociedade e a própria família (TARTUCE, 2017, p. 780).

Essas transformações são sentidas pelo estudo de seus princípios, muitos deles de
cunho constitucional, dentre os quais o princípio da dignidade humana,afetividade,
igualdade e liberdade.

O ponto central do novo contexto em que o direito de família está inserido consiste
na problemática do reconhecimento do vínculo socioafetivo e seus efeitos. Este, vem
sendo tratado com exaustão pelos doutrinadores, principalmente após o
reconhecimento do princípio da igualdade entre filhos previsto no art. 227, § 6º, da
CF e art. 1.596 do CC.

Assim, cabe ao judiciário o exercício de seu papel constitucional para dirimir os


conflitos através da interpretação dos princípios constitucionais e infraconstitucionais
que regem o tema. A família, nos termos do art. 226 da Constituição Federal, é a
base da sociedade e tem especial proteção estatal.

Nesse contexto, as novas configurações de família repercutem no mundo


jurídico,acarretando efeitos em outras esferas do direito como por exemplo: Direito
Previdenciário e Sucessório.

Ademais, o conceito de família está em constante mutação, devido à dinâmica


social, de modo que novos arranjos familiares - monoparental, multiparental e
anaparental - surjam, com vistas a reivindicar a tutela estatal.

A multiparentalidade faz parte da nossa realidade fática e consiste na possibilidade


da ampliação do vínculo parental, admitindo a coexistência da
paternidade/maternidade biológica com a socioafetiva.

Todavia, diante da anomia desse novo instituto, a doutrina e a jurisprudência busca


preencher as lacunas existentes, com o objetivo de suprir os anseios da sociedade
contemporânea.

Diante disso, é possível pontuar que, o artigo 227 da Constituição Federal, em seu
parágrafo 6º, hasteia o princípio da isonomia entre os filhos, afixando que “os filhos,
havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos
e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”
(BRASIL, 2018).

Em suma, poder-se-ia dizer que essa igualdade abrange os filhos adotivos, os filhos
socioafetivos e os havidos por inseminação artificial heteróloga (com material
genético de terceiro). Essa igualdade é reflexo do cenário contemporâneo que passa
a valorar as relações familiares baseando-se no afeto.

Com o presente trabalho busca-se discutir a possibilidade do reconhecimento do


vínculo parental socioafetivo colateral post mortem, ou seja, o reconhecimento da
família anaparental, formada pela convivência de irmãos sem consanguinidade,
atribuindo efeitos legais, garantindo-lhes o direito sucessório além de outros.

Para isso utilizou-se a pesquisa exploratória consubstanciada em análise


bibliográfica e casos reais julgados pelo judiciário, tendo em vista que o tema
proposto é pouco conhecido.

2 PRINCÍPIO DA SOCIOAFETIVIDADE APLICÁVEL AOS NOVOS ARRANJOS


FAMILIARES

A família Monoparental tem previsão no art. 226, § 4º da CF e consiste na entidade


familiar composta por apenas um dos pais, podendo se dá de forma originária (mãe
solteira ou reprodução assistida) ou superveniente (divorcio ou falecimento).

Anaparentalidade é resultante da relação familiar sem a presença dos ascendentes,


formada por irmãos consanguíneos ou não, não restrita a parentes, podendo, ainda,
serem formada por amigos, desde que baseada no vínculo afetivo, carinho e
assistência mútua.

Embora a falta de pais possa ser superada com a aplicação do princípio da


pluralidade familiar, o reconhecimento da família anaparental socioafetiva, isto é,
aquela formada a partir do afeto e da convivência de dois amigos que decidiram
morar juntos e se apoiar financeiramente e emocionalmente como se irmão fossem,
encontra resistência.

O princípio da socioafetividade é resultado da valorização dos princípios da


dignidade da pessoa humana e da solidariedade, apesar de não estar
expressamente previsto na carta política de 1988, é considerado atualmente como
princípio fundamental das relações familiares (TARTUCE, 2017, p. 786).

Com isso, o conceito de família deixou de fundar-se nos valores econômicos e


passou a ser analisado pelo aspecto da afetividade atribuindo novo significado para
o Direito de família.

A relação afetiva não é compatível com um conceito de família estagnado,


consubstanciado no vinculo patrimonial ou para fins matrimoniais. Desta feita, a
afetividade virou pauta dos juristas, com intuito de explicar as relações familiares
contemporâneas (DIAS, 2016, p. 53).

Assim, com a importância dada ao princípio da dignidade da pessoa humana, o ser


humano passou a estar no centro do contexto social, tendo na família papel
fundamental na realização pessoal focado na busca da sua felicidade e dos
indivíduos integrantes da entidade (PEREIRA, 2004, pp. 129-130).

A despeito de críticas suscitadas por alguns juristas, não resta dúvida de que a
afetividade constitui um princípio jurídico aplicado nas relações familiares e com
repercussões sucessórias (TARTUCE, 2017, p. 786).
Significa dizer que há possibilidade de produção de efeitos jurídicos a partir de três
diferentes enfoques parentais. O parentesco biológico, o registral e o socioafetivo,
nem sempre coincidentes.

2.1 Da Filiação socioafetiva e posse de estado de filho (a)

A filiação é a mais importante quando falamos de relações de parentesco, seja sob a


perspectiva dos filhos, ou pela dos pais, maternidade/paternidade. A relação de afeto
foi de suma importância para que a igualdade entre filhos fosse reconhecida
(FARIAS; ROSENVALD, 2015, p.539).

Desta forma, na busca pela igualdade fraterna em razão das diferentes origens,
procurou-se impedir a discriminação quanto à procedência da filiação. Assim, o
direito de família busca tutelar as novas concepções de família, protegendo as
relações jurídicas de filiação (FARIAS; ROSENVALD, 2015, pp.540-541).

Como resultado de tal entendimento, é possível afirmar que todo e qualquer filho
goza dos mesmos direitos e proteção, tanto na esfera pessoal como na patrimonial.
Portanto, a existência de dispositivos legais que, direta ou indiretamente, violem a
isonomia devem ser excluídos do ordenamento jurídico. Fazendo com que a
isonomia, formal e material, entre os filhos seja plena.

Não obstante a anomia em relação à proteção a filiação socioafetiva, o poder


judiciário lança mão do princípio da dignidade da pessoa humana como subsidio
para respaldar tal situação.

É importante consignar que o direito subjetivo decorrente da existência de vínculo


socioafetivo deve pautar-se numa relação afetiva durável e inconteste a fim de
consubstanciar o reconhecimento de tal vínculo.

A prova de filiação é realizada através da certidão do registro civil de pessoas


naturais, critério jurídico, contudo não é o único utilizado. Existe também o critério
biológico, demonstrado através do DNA e o afetivo, apoiado na posse de estado de
filho (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p.547).

O reconhecimento da filiação socioafetiva não está adstrito a um registro civil de


nascimento, para exteriorização da relação afetiva entre pais e filhos há a
necessidade do preenchimento dos aspectos disciplinados pela doutrina.

A filiação socioafetiva assenta-se no reconhecimento da posse de estado não


oriunda do nascimento, mas de um ato volitivo, alicerçada no terreno da afetividade.
Assim, a posse de estado de filho que nada mais é do que o reconhecimento jurídico
do afeto, com claro objetivo de garantir a felicidade, como um direito a ser alcançado
(DIAS, 2016, p. 678).

A doutrina disciplina três elementos para o reconhecimento da posse de estado de


filho: o trato, o nome e a reputação. Assim, é necessário provar que entre os
envolvidos haja tratamento de pai e filho e, ainda, que esse tratamento seja notório.
No entanto, é prescindível a utilização do nome de família para acolher a teoria no
caso concreto (FARIAS; ROSENVALD, 2015, p.547).
Além disso, para Paulo Lobo (2011, p.211, apud FARIAS; ROSENVALD, 2015,
p.549) a posse de estado de filho oferece os necessários parâmetros para o
reconhecimento da relação de filiação, fazendo ressaltar a verdade socioafetiva.
Tem a maleabilidade bastante para exprimir fielmente a verdade que procura, para
mostrar onde se encontra a família socioafetiva cuja paz se quer defender pelo seu
valor social e pelo interesse do filho.

Uma vez reconhecida a filiação pela posse de estado de filho, torna-se impossível
sua revogação ou retratação, operando-se todos os efeitos jurídicos daí decorrentes
(FARIAS; ROSENVALD, 2015, p.549).

2.2 Provimento n.º 63 do Conselho Nacional de Justiça e a Legitimidade para


requerer o reconhecimento do vínculo socioafetivo

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), recentemente, aprovou o Provimento n.º 63,


o qual trouxe as diretrizes sobre o reconhecimento espontâneo do vínculo
socioafetivo no âmbito extrajudicial.

O referido provimento visa instituir modelos únicos de certidão de nascimento,


casamento e óbito a serem utilizados em território nacional, tratando do registro dos
filhos concebidos por reprodução assistida e dispondo sobre a possibilidade de
reconhecimento voluntário da paternidade ou maternidade socioafetiva em cartório.

O provimento faz referência, ainda, à ampla aceitação da filiação socioafetiva,


baseada nos princípios da afetividade e dignidade da pessoa humana, ao lidem case
(STF/RE n. 898.060/SC) e à necessidade de uniformizar as regras para registro
socioafetivo, inclusive no tocante aos aspectos sucessórios e patrimoniais.

O artigo 11 do mencionado Provimento estabelece que o reconhecimento da


maternidade ou paternidade socioafetiva poderá ser realizado perante um oficial de
registro civil, independentemente de chancela judicial, sendo tal reconhecimento
irrevogável, em regra.

Nesse contexto, vê-se que o regulamento buscou facilitar e uniformizar o


reconhecimento voluntário do vínculo socioafetivo a fim de conferir segurança
jurídica aos envolvidos.

Importante tecer reflexões acerca da titularidade do direito ao reconhecimento da


parentalidade socioafetiva. Caberia esta somente ao filho? É possível competir ao
pai ou mãe socioafetivo a legitimidade? É viável que outro parente a requeira?

Nesse trilhar, o STJ assentou entendimento que o direito de propor ação para o
reconhecimento do vínculo socioafetivo é personalíssimo, a saber:

DIREITO CIVIL E DA CRIANÇA. NEGATÓRIA DE PATERNIDADE


SOCIOAFETIVA VOLUNTARIAMENTE RECONHECIDA PROPOSTA
PELOS FILHOS DO PRIMEIRO CASAMENTO. FALECIMENTO DO PAI
ANTES DA CITAÇÃO. FATO SUPERVENIENTE. MORTE DA CRIANÇA. 1.
A filiação socioafetiva encontra amparo na cláusula geral de tutela da
personalidade humana, que salvaguarda a filiação como elemento
fundamental na formação da identidade e definição da personalidade da
fundamental na formação da identidade e definição da personalidade da
criança. 2. A superveniência do fato jurídico representado pela morte da
criança, ocorrido após a interposição do recurso especial, impõe o emprego
da norma contida no art. 462 do CPC, porque faz fenecer o direito, que tão
somente à criança pertencia, de ser abrigada pela filiação socioafetiva. 3.
Recurso especial provido. (REsp 450.566/RS, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/05/2011, DJe 11/05/2011)

Todavia, em outro caso, firmou entendimento de ser possível o pai propor tal ação
conforme se verifica no acórdão abaixo transcrito:

[...]Diante dos complexos e intrincados arranjos familiares que se delineiam


no universo jurídico ampliados pelo entrecruzar de interesses, direitos e
deveres dos diversos componentes de famílias redimensionadas , deve o
Juiz pautar-se, em todos os casos e circunstâncias, no princípio do melhor
interesse da criança, exigindo dos pais biológicos e socioafetivos coerência
de atitudes, a fim de promover maior harmonia familiar e consequente
segurança às crianças introduzidas nessas inusitadas tessituras. - Por tudo
isso consideradas as peculiaridades do processo, é que deve ser concedido
ao padrasto legitimado ativamente e detentor de interesse de agir o direito
de postular em juízo a destituição do poder familiar pressuposto lógico da
medida principal de adoção por ele requerida em face do pai biológico, em
procedimento contraditório, consonante o que prevê o art. 169 do ECA.-
Nada há para reformar no acórdão recorrido, porquanto a regra inserta no
art. 155 do ECA foi devidamente observada, ao contemplar o padrasto como
detentor de legítimo interesse para o pleito destituitório, em procedimento
contraditório. Recurso especial não provido. (REsp 1106637/SP, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/06/2010,
DJe 01/07/2010)

Segundo Christiano Cassettari a legitimidade ativa para propositura da ação de


investigação de paternidade socioafetiva pode ser tanto dos pais como do filho,
consoante trecho a seguir:

Pelo princípio da isonomia, insculpido no art. 5º, caput, da Constituição


Federal, devemos dar direitos iguais na socioafetividade, pois, se há afeto
entre as partes, por que somente o filho poderia requerer essa declaração?
Ela deve ser de mão dupla, para não se hierarquizar o afeto entre as
pessoas, em que se poderia cair no erro de tentar mensurar e valorar o
afeto, dando mais importância ao que o filho sente pelo pai ou mãe, do que
vice-versa. (p. 61)

Nesse contexto, diante dos argumentos tecidos, verifica-se a plausibilidade do direito


de ação quanto ao reconhecimento do vínculo socioafetivo, seja proposta pelos pais
ou pelo filho socioafetivo desde que demonstrada a existência do direito pleiteado
em juízo, assim, em situações post mortem será necessário que o conjunto
probatório seja analisado de forma clara de modo a evitar o desvio da finalidade do
instituto.

2.3 Os efeitos do reconhecimento do vínculo socioafetivo

O reconhecimento do vínculo socioafetivo traz consequências jurídicas entre as


quais a relação de parentesco, direitos pessoais, patrimoniais e sucessórios. Dessa
forma se torna necessária uma análise de tais consequências.

Primeiramente cabe analisar as relações de parentesco entre pais e filhos


socioafetivos, eis que com a extensão da parentalidade será alterada a árvore
genealógica dando novos contornos a estas, surgindo às figuras irmãos
socioafetivos, bem como avós e tios socioafetivos.

O Código civil normatiza as relações de parentesco em seus arts. 1.591 e seguintes,


são divididas em linha reta e colateral ou transversal. Segundo o códex brasileiro, o
parentesco pode ser natural ou civil a depender da consanguinidade ou de outra
origem.

A expressão “outra origem” engloba a parentalidade socioafetiva, por esse motivo,


todas as regras de parentesco natural se aplicam ao socioafetivo. Dessa forma, o
vínculo socioafetivo se constitui, ligando as pessoas pelos laços parentais.
(CASSETTARI, 2015, p.114)

Assim, quando uma maternidade ou paternidade socioafetiva é reconhecida dá ao


filho não apenas um pai e/ou mãe, mas também avós, bisavós, trisavós, tataravós,
irmãos, tios, primos, sobrinhos etc.

Em consequência da alteração das relações de parentesco fazem surgir direitos e


obrigação um para com os outros, como por exemplo a obrigação de prestar
alimentos; o direito de guarda; direito de visita, bem como direito a sucessão entre
os parentes socioafetivos.

O artigo 1.829 do Código Civil estabelece a ordem da sucessão legítima dispondo


da seguinte forma: aos descendentes em concorrência com o cônjuge sobrevivente,
se este for herdeiro e não meeiro, aos ascendentes em concorrência com o cônjuge,
ao cônjuge sobrevivente, e por fim aos colaterais.

A legislação estabelece que os filhos afetivos reconhecidos são herdeiros


necessários, herdando quinhão em igualdade com os filhos de outra origem.
Ressalta-se que a constituição veda qualquer discriminação relativa ao estado de
filiação, estabelecendo tratamento igualitário aos filhos biológicos e socioafetivos.

Acerca do tema, Maria Berenice Dias (2016, p. 409) sustenta que para o filho afetivo
ter direito sucessório é necessário que tenha nascido ou ao menos tenha sido
concebido antes da abertura a sucessão, tendo em vista que se não for reconhecido
não poderá desfrutar da condição de filho e não lhe será transmito a herança.

Ainda com relação a vocação hereditária cabe observar que a legislação dispôs que
na ausência de ascendentes e descendentes do de cujos serão chamados a
suceder os colaterais até o quarto grau.

Portanto, com base no artigo 1.841 do Código Civil, fora garantido o direito
sucessório ao colateral de segundo grau socioafetivo, a ser chamado a suceder na
herança do irmão que não deixou herdeiros necessários.

3 O RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA POST MORTEM:


requisitos à luz da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem adotado posicionamento favorável ao


reconhecimento do vínculo parental post mortem, aplicando de forma extensiva o
disposto no art. 42, § 6˚, do ECA, todavia hão que ser preenchidos alguns requisitos,
bem como uma análise do caso concreto.

O STJ consignou no REsp 1.217.415/RS, de relatoria da Min. Nancy Abdrighi, que


“para as adoções post mortem, virgem, como comprovação de inequívoca vontade
do de cujos em adotar, as mesmas regras que comprovam a filiação socioafetiva: o
tratamento do menor como se filho fosse e o conhecimento público dessa condição”.

Em outro recente julgado, REsp 1.500.999/RJ, relatado pelo Min. Villas BôasCueva,
decidiu pela aplicação extensiva do dispositivo, enfatizando a importância do
reconhecimento da paternidade socioafetiva como realização da dignidade da
pessoa humana permitindo a valorização da verdade real consubstanciada no
histórico de vida e na condição social ostentada.

Ainda, segundoo Min. Marco Aurélio Bellizze, relator do REsp 1.328.380, “as
manifestações de afeto e carinho por parte da pessoa próxima à criança somente
terão o condão de convolarem-se numa relação de filiação, se, além da
caracterização do estado de posse de filho, houver, por parte daquele que despende
o afeto, clara e inequívoca intenção de ser concebido como pai/mãe daquela
criança.

Conforme depreende-se dos julgados acima a vontade inequívoca consiste no


reconhecimento do pretenso pai/mãe de ser reconhecido (a) voluntariamente e
juridicamente como tal, em razão da demonstração de carinho, afeto, amor, etc.

Quanto à posse de estado de filho tem sua configuração, de acordo com a doutrina,
como a presença não concomitante de tractatus (tratamento de parte a parte),
nomen (utilização do nome de família) e a fama (reconhecimento pela família e pela
comunidade da relação de filiação).

Desta forma, o reconhecimento dos vínculos socioafetivos caracterizadores das


relações de filiação encontram respaldo em casos de situação post mortem,
atribuindo-lhe todos os efeitos jurídicos e patrimoniais, inclusive para efeitos
sucessórios.

Todavia, além dos requisitos acima mencionados é necessário a demonstração,


conforme análise caso a caso, por meio de acervo fático-probatório, da existência do
binômio caracterizadores do vínculo socioafetivo.

Incumbe ao suposto filho demonstrar a existência do direito pleiteado em juízo,


assim, em situações post mortem será necessário que o conjunto probatório seja
analisado de forma clara de modo a evitar o desvio da finalidade do instituto.

Assim, em consideração à retratação da verdade e do prestigio a paternidade e


maternidade, bem como o vínculo afetivo formado ao longo dos anos, acredita-se
ser possível o reconhecimento post mortem da parentalidade socioafetiva, desde
que, em vida, tenham existido a relação afetiva e a posse de estado de filho.

Cabe ressaltar, ainda, a possibilidade do reconhecimento da união estável post


mortem, desde que presentes os elementos caracterizadores dessa, previstos na Lei
9.278/96, ou seja, união duradoura, pública e contínua com intenção de constituir
família.

Nesse contexto, pode-se inferir que o reconhecimento post mortem surge da


necessidade de salvaguardar direitos oriundos de situações fáticas vivenciadas por
determinados sujeitos que busca no judiciário um pronunciamento capaz de produzir
efeitos jurídicos a uma situação fática existente.

Apesar de ser possível o reconhecimento post mortem da união estável, tal se


mostra pouco aplicável no âmbito do STJ tendo em conta que para sua efetivação é
necessário analisar o conteúdo fático-probatório, prática vedada em sede de recurso
à Corte superior.

4 RECONHECIMENTO VÍNCULO PARENTAL COLATERAL SOCIOAFETIVO


POST MORTEM

O conceito de família hodiernamente em sentido lato sensu consiste no conjunto de


pessoas unidas por vínculo jurídico de natureza familiar, denominado parentesco.
Assim, compreende os ascendentes, descendentes e colaterais. (VENOSA, 2017).
Surge, assim, a necessidade de se reconhecer novas estruturas familiares além das
constituídas pelo casamento, ampliando a proteção estatal a esses novos arranjos,
tais como a família monoparental e às constituídas pela união estável.

Todavia, o avanço quanto ao conceito de família, devido a dinâmica social, fez com
que novos tipos de relações intersubjetivas pleiteassem seu reconhecimento
constitucional.

Dessa forma, surge a controvérsia sobre a taxatividade do rol previsto no artigo 226
da Constituição Federal. A priori poder-se-ia concluir que a proteção estatal abrange,
somente, os três modelos expressamente mencionados.

Apesar de parte da doutrina – da qual fazem parte maria Helena Diniz e Arnaldo
Rizzardo – entender que a Constituição não contempla outros arranjos familiares
existentes no plano fático, tem predominado, na doutrina e na jurisprudência, a
compreensão de que o rol do art. 226 da CF/88 é exemplificativo.

Daí surge à expressão criada por Sergio Resende de Barros (2003), a família
anaparental que quer dizer família sem pais. Corrobora com esse entendimento a
doutrinadora, Maria Berenice Dias, ao asseverar que “a diferença de gerações não
pode servir de parâmetro para o reconhecimento de uma estrutura familiar. Não é
verticalidade dos vínculos parentais em dois planos que autoriza reconhecer a
presença de uma família merecedora de proteção jurídica.”. (DIAS, 2016, p. 242).

Embora a falta de pais possa ser superada com a aplicação do princípio da


pluralidade familiar, o reconhecimento da família anaparental socioafetiva, isto é
aquela formada a partir do afeto e da convivência de dois amigos que decidiram
morar juntos e se apoiar financeiramente e emocionalmente como se irmão fossem,
encontra resistência.
O conceito de socioafetividade não é tão recente, embora restrito às relações de
filiação, goza de reconhecimento doutrinário e jurisprudencial, a família anaparental
vem rompendo paradigmas para o reconhecimento jurídico, principalmente com a
admissão da família monoparental.
O artigo 1.593 do Código Civil de 2002 estabelece que “o parentesco é natural ou
civil, conforme resulte de consanguinidade ou de outra origem” (BRASIL,2018). A
expressão “outra origem” consiste num conceito aberto, possibilitando uma maior
amplitude em razão das particularidades nas relações sociais.

Dessa forma, pretendeu-se dar uma maior abrangência ao termo viabilizando o


reconhecimento de outras formas de vínculos de parentesco, seja em linha reta ou
colateral, tais como a socioafetividade.

Ademais, o art. 1.547 do Código Civil regula a chamada posse de estado, a qual
consiste no critério, reconhecido expressamente pelo direito brasileiro, para
demonstrar a existência de vínculo conjugal, conforme elementos fáticos que
comprovem de modo inequívoco a natureza material mantida pelos sujeitos.

Conforme visto no contexto deste artigo a posse de estado representa a conjugação


dos requisitos nomen, tractatio e a reputatio. No entanto deve-se extrair do
dispositivo sua ratio de reconhecer que “aqueles que se comportam de maneira
notória e duradoura como sendo, de fato são” (FACHIN, 2012, p.259), salientando
que seu objetivo é o de regulamentar situação de fato.

Não à toa, o dispositivo, que representa a expressão concreta da socioafetividade,


teve sua incidência ampliada, podendo-se, hoje, falar em posse de estado de filho e
em posse de estado de irmão.

Nesse sentido, o Ministro Luiz Edson Fachin, em parecer elaborado em resposta ao


questionamento apresentado pelo patrono de três senhoras que buscavam
judicialmente a declaração de vínculo de irmandade socioafetiva, realçou a
aplicabilidade da posse de estado no estabelecimento de parentesco também entre
colaterais:

A convivência qualificada pela participação efetiva na vida do outro, no


partilhar de alegrias e de dores, no altruísmo desinteressado fundado
apenas no afeto que se tem pelo outro, pode se configurar como vínculo de
fraternidade capaz de encetar parentesco. (...)
Mutatis mutandi, se a posse de estado vale para atestar casamento, ato
formal e solene, há de haver, também, força jurídica apta a sustentar a
família parabiológica entre pessoas que se se formam, no espaço público e
privado, como irmãos. Aqueles que se comportam de maneira notória e
duradoura com sendo, de fato são.

O referido parecer decorre do caso em que três senhoras, que ainda em 1943,
conheceram um senhor com quem criaram um vínculo de amizade e eram
reconhecidos como irmão perante a sociedade em que viviam.

Décadas depois, o senhor veio a falecer sem deixar descendentes e os únicos


parentes consanguíneos localizados eram primos com os quais o de cujus sequer
mantinha contato.

As irmãs socioafetivas sobreviventes, em meio a ação judicial que buscava o

reconhecimento do vínculo, solicitaram o referido parecer, que entendeu pela


viabilidade de admissão de vínculo parabiológico a ensejar parentesco também em
linha colateral, além de identificar no caso a posse de estado de irmãos.

O reconhecimento da família anaparental tem pouca manifestação da jurisprudência,


isso faz com que esta publicação seja a melhor e mais recente sobre o tema. Ainda
assim é possível encontrar casos como no REsp 159.851/SP da relatoria do Ministro
Ruy Rosado Aguiar. O referido julgado reconheceu a impenhorabilidade do imóvel
em que dois irmãos solteiros residiam, reconhecendo a constituição de uma
entidade familiar.

Diante disso, pretende-se demostrar as normas e institutos jurídicos autorizadores


do reconhecimento da socioafetividade em linha colateral. No entanto, deve-se
cuidar que para o reconhecimento deste novo arranjo familiar há outro e bem mais
importante fundamento, de ordem constitucional, que é o principio da igualdade e
vedação de qualquer tipo de discriminação, nos termos do art. 3º da CF. (BRASIL,
2018)

No presente trabalho, o princípio da igualdade se aplica em duas dimensões.


Primeiramente a de não privilegiar determinados arranjos familiares em detrimento
de outros, trata-se no principio da pluralidade familiar e interpretação extensiva do
art. 226 da CF.

A Segunda seria a não aplicação das premissas autorizativas, nos casos de


reconhecimento da filiação socioafetiva,às situações envolvendo irmãos ou outros
colaterais, as quais acarretariamna violação do art. 1.593 do Código Civil, bem como
a confirmação da desigualdade e do tratamento discriminatório, proibidos pela
Constituição.

Conforme se vê em ambos os institutos temos pontos semelhantes e diferenças.


Nos pontos semelhantes temos o intuito familiar reconhecido pelo meio social e a
socioafetividade como origem do parentesco.

Já quanto a diferenciação, temos que uma regula as relações de filiação e a outra os


vínculos colaterais. Dessa forma, o tratamento diferenciado em virtude do vínculo
familiar que as une, se de filho ou irmão, seria o mesmo que encampar
entendimento de outrora em que se tratava homens e mulheres de forma desigual,
somente, em razão do gênero.

Nesse contexto, o não reconhecimento da família anaparental socioafetiva no


mundo jurídico, conquanto as previsões legais existentes e recente posicionamento
doutrinário e jurisprudencial resultariam numa discriminação arbitrária e injustificável,
incompatíveis com os preceitos constitucionais.

5 CONCLUSÃO

É incontroverso que o conceito de família deixou de estar relacionado,


exclusivamente, sob o prisma do casamento, passando a ser reconhecido quando
verificada a intenção de se constituir uma família (intuitu familiae).

Conquanto inexista amparo constitucional, a fim de reconhecer legalmente o afeto


como típico das relações familiares hodierna, a anomia legislativa não encontra
supedâneo para que se inviabilize o reconhecimento de direitos merecedores da
tutela estatal.

A instituição familiar, de fato, encontra-se em constante mutação, sendo indiscutível


que a compreensão pelo direito não consegue acompanhar tal evolução. Assim,
qualquer interpretação rígida da legislação atualmente existente acabará por afrontar
a própria essência de livre associação.

No meio das diversas formas de organização familiar que surgiram ao longo do


tempo podemos citar as monoparentais, multiparentais e anaparentais, sendo as
últimas amparadas no princípio da socioafetividade, para seu reconhecimento.

Por intermédio de uma analise doutrinária e jurisprudencial verificou-se a


possibilidade de se reconhecer a socioafetividade como um fenômeno social,
todavia, somenteas relações envolvendo a filiação socioafetiva ganharam respaldo
jurídico.

Dessa forma, buscou-se fundamentos que viabilizassem o reconhecimento post


mortem do vínculo parental colateral, eis que, apesar de incipiente, nos casos de
filiação socioafetiva a jurisprudência vem, caso a caso, admitindo tal possibilidade.

A extensão da socioafetividade às relações colaterais perpassam, necessariamente,


pela aplicação de princípios de ordem constitucional, os quais permitem, a partir de
uma ótica unificada do sistema, interpretar todo o ordenamento jurídico à luz de
valores lá estabelecidos.

Contudo, conclui-se que família anaparental socioafetiva requer o reconhecimento


jurídico com base nos princípios da dignidade da pessoa humana, solidariedade,
igualdade, além da aplicação dos institutos previstos nos arts. 1.593 e 1.547 do CC,
que preveem a autorização do parentesco de “outra origem” e a posse de estado,
respectivamente.

Com isso, se assemelharão as demais relações lastreadas na socioafetividade em


razão de que (i) necessitam de reconhecimento judicial para produzirem efeitos; (ii)
possibilidade de convivência simultânea, com igualdade de direitos, com outros
núcleos familiares, sem representarem afronta ao sistema legal vigente; e (iii)
necessitam de comprovação da afetividade, estabilidade e ostentabilidade para
adquirir chancela estatal.

Assim, a família anaparental socioafetiva, formada pela convivência de irmãos sem


consanguinidade, para ser reconhecida como entidade familiar necessita da
conjugação dos seguintes elementos: (i) convivência baseada no afeto; (ii) relação
de forma estável e duradoura; e (iii) reconhecimento social.

Apesar da pouca manifestação da jurisprudência referente ao tema, é necessário o


reconhecimento desses novos arranjos familiares, assim, a atribuição de efeitos
legais, significa, à priori, a garantia de direitos sucessórios, dentre outros.

Nesse sentido, diante do estudo exposto, vê-se, plenamente, possível o


reconhecimento do vínculo parental socioafetivo post mortem, não somente aos
casos de filiação socioafetiva, mas também aos casos de socioafetividade colateral
fraternal.
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