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PRÁTICA JURÍDICA III

Família e Sucessões
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE
UNIÃO ESTÁVEL
1. CABIMENTO: o propósito desta ação é dissolver a
União Estável formada em convivência pública,
contínua, duradoura e com intenção de constituir
família. Para o reconhecimento da União Estável é
necessário o atendimento do: I - respeito e
consideração mútuos;II - assistência moral e material
recíproca;III - guarda, sustento e educação dos filhos
comuns.
2. BASE LEGAL: o direito de requer a dissolução da
União Estável, encontra respaldo no § 3º, art. 226,
da Constituição Federal, e art. 1723 e segs. do CCB.
3. PROCEDIMENTO:
Rito comum ordinário - art. 34 da Lei n°6.515/77
(LDi). O art. 9º da lei nº 9278/96 dispõe que:
“Art. 9º Toda a matéria relativa à união estável é de
competência do juízo da Vara de Família, assegurado o
segredo de justiça.”
* O art. 693 e ss. do NCPC prevê o mesmo procedimento do
Divórcio para a dissolução da União Estável, incluindo
audiência prévia de mediação e conciliação.
4. FORO COMPETENTE: por analogia, a ação de dissolução da União
Estável deve ser ajuizada no foro da residência da mulher, consoante art. 100,
I do CPC. Entretanto, é importante observar que se trata de competência
relativa, isto é, o juízo não pode declinar de ofício, sendo necessária a
interposição de “exceção de incompetência”.
*O NCPC traz a competência em seu art. 53:
Art. 53 É Competente o foro:
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e
reconhecimento ou dissolução de união estável:
a)De domicílio do guardião de filho incapaz;
b)Do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c)De domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do
casal.
5. QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS:
 Há quanto tempo convivem?
 Existe contrato escrito de convivência? Se houver, qual o
regime de bens eleito? Há patrimônio a partilhar?
 Há filhos?
* Existe dependência econômica?
* FILHOS:
GUARDA
PENSÃO ALIMENTÍCIA
6. DOCUMENTOS: deverão ser apresentados, em cópia
autenticada, os seguintes documentos:
– documento pessoal das partes (Identidade e CPF);
– certidão de casamento ou nascimento (a depender do
estado civil) e, se houver, o contrato de convivência;
– Certidão de nascimento dos filhos;
– Comprovante de rendimentos;
– Documentos comprobatórios de propriedade dos bens
comuns.
7. PROVAS: além da comprovação da existência de
bens e filhos, se houver, bem como do estado civil das
partes, é importante demonstrar a convivência nos
moldes estabelecidos pela lei, ou seja, da existência da
União Estável.
8. VALOR DA CAUSA: Havendo bens a serem partilhados
pelos companheiros, o valor da causa, na ação de
dissolução, deve ser o somatório dos valores dos
referidos bens. Não havendo bens e cientes da
obrigatoriedade de atribuição de um valor à causa (art.
258, CPC – mantido pelo art. 291 do NCPC), o autor
tem autonomia para fixar este valor segundo critérios
subjetivos próprios, desde que razoável em
comparação com as circunstâncias gerais do caso.

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