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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
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Curso de Graduação em Direito da PUC Minas
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Direito Previdenciário – Noite / Contagem
licenciado
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1. Explique como a jurisprudência entende a condição de dependente no

casamento, na união estável e no concubinato.

No casamento, a jurisprudência reconhece o cônjuge como dependente legal, a

condição de dependente é automaticamente estabelecida pela legislação ao contrair
matrimônio. O dependente possui alguns direitos determinados, benefícios e
proteções legais como; a possibilidade de pensão alimentícia em caso de separação
ou divórcio, herança na ausência de testamento, direito à meação dos bens adquiridos
durante o casamento, entre outros.

Já a união estável é reconhecida no Brasil como uma entidade familiar, equiparada

ao casamento em muitos aspectos legais.

A jurisprudência entende que, na união estável, o companheiro(a) tem direito à

condição de dependente, assim como no casamento. Para comprovar a união estável,
é necessário demonstrar a convivência pública, contínua e duradoura com o objetivo
de constituir família.

Os direitos e benefícios conferidos ao companheiro(a) são semelhantes aos do

casamento, como pensão alimentícia, herança e direito à meação dos bens adquiridos
durante a união estável.

No entanto o concubinato é caracterizado como uma relação afetiva entre duas

pessoas, de forma duradoura e contínua, sem a formalidade do casamento ou da
união estável. A jurisprudência brasileira não reconhece o concubinato como uma
entidade familiar, não conferindo ao companheiro(a) a condição de dependente legal.
Isso significa que o(a) parceiro(a) não tem direito aos mesmos benefícios e proteções
legais garantidos ao cônjuge ou ao companheiro(a) em união estável.
2. A advogada Marta prestou serviço ao Laboratório Oliveira, recebendo
R$4.000,00. No mesmo mês, prestou serviço a Joana, recebendo desta
R$5.000,00. Como fica a sua contribuição para a previdência social?

A contribuição para a previdência social é calculada com base nos rendimentos

recebidos pelo indivíduo. No caso da advogada Marta, que prestou serviço ao
Laboratório Oliveira e recebeu R$4.000,00, (a empresa é responsável pelo
recolhimento).

Contribuição Patronal: 20%

Contribuição Segurado: 11%  R$4.000,00 x 11% = R$440,00

E também prestou serviço a Joana e recebeu R$5.000,00. Neste caso, advogada

Marta é responsável por fazer o recolhimento previdenciário, sendo ela uma
contribuinte individual, alíquota será de 20%.

Desse modo, recolherá sobre o valor de R$3.507,40 respeitando o teto da previdência

de R$7.507,49.

R$3.507,40 x 20% = R$701,50

Portanto, o valor total da contribuição de Marta é de: R$440,00 + R$701,50 =

R$1.141,50

3. João, trabalhador autônomo, prestou, no mês de abril de 2023, serviço para a

empresa Calçados Pé Torto Ltda, recebendo R$900,00. Sendo esta a única
remuneração de João no referido mês, como deve ser recolhida sua
contribuição à previdência social?

Para calcular a contribuição previdenciária de João, que é um trabalhador autônomo,

é necessário considerar que ele se enquadra como contribuinte individual. Os
contribuintes individuais são responsáveis por recolher sua própria contribuição à
previdência social. No caso de trabalhadores autônomos, a alíquota de contribuição é
de 20% sobre o valor recebido no mês. No entanto, é importante destacar que a
contribuição previdenciária autônoma tem um limite mínimo e máximo de contribuição,
que são atualizados anualmente.

Contribuição Patronal: 20%

A empresa recolhe 11% sobre o valor R$900,00 referente a contribuição de João a
previdência social:  R$900,00 x 11% = R$99,00

João deverá completar o valor da sua contribuição, considerando o salário mínimo de

R$1.302,00 em abril, o valor do complemento será de R$402,00. Sendo contribuinte
individual a sua alíquota é de 20%:  R$402,00 x 20% = R$80,40

Sendo assim, a contribuição de João para a previdência social no mês de abril é de:
R$99,00 + R$80,40 = R$179,40.

4. João, condutor autônomo de caminhão, realizou em março três serviços de

frete: o primeiro para Ricardo, servidor público removido, que o contratou por
R$20.000,00 para transportar seus bens de Aracaju a Teresina. Os outros dois,
executou para a Madeireira Corta Tudo, que lhe encomendou serviços de
transporte de longa distância, acordando o valor de R$30.000,00. Como deve
ficar a contribuição de João para a previdência social?

João motorista de caminhão (Lei 8.212/91, art. 22, §15).

Prestação de serviço por conta própria – Frete para Ricardo  R$20.000,00  Base
de cálculo 20% valor do Frete = R$4.000,00.

Frete para Madeireira R$30.000,00  Base de cálculo 20% valor do Frete =

R$6.000,00.

R$6.000,00 x 11% = R$660,00

Para o frete prestado para a Pessoa física no caso Ricardo, o recolhimento deve -se
atentar ao valor do Teto do INSS no valor de R$7.507,49.

R$6.000,00 - R$7.507,49 = R$1.507,49 x 20% = R$301,50

O valor de R$301,50 é referente ao serviço prestado para Ricardo. Desse modo

esse valor é como contribuinte individual.

Portanto, a contribuição de João para a previdência social é de: R$660,00 +

R$301,50 = R$961,50.

5. Pedro é gerente da Perfumaria Cheiro Bom, recebendo a remuneração mensal

de R$6.000,00. Em dezembro, a empresa pagou-lhe R$6.000,00 referente ao
salário do mês e R$3.000,00 referente à segunda parcela do 13º salário, cuja
primeira parcela, no mesmo valor, havia sido paga em setembro. Sabendo que
o risco da atividade é leve e que o FAP da empresa é 1,0000 quanto deve ser
pago pela perfumaria e por Pedro à previdência social no mês de dezembro?

Dezembro/22 – Contribuição do Pedro

- Salário R$6.000,00 - A contribuição do Pedro é limitada a 11% do teto previdenciário
no mês
- 13º. Sal R$6.000,00 - A contribuição s/ 13º. Sal é feita sobre o valor integral no mês
de pagto da 2ª. parc

Em dezembro/22 .... 0 valor da contribuição acumulada do Pedro (folha + 13º. Sal) é

de R$1.354,00
Sobre o salário de dezembro/22 R$ 6.000,00 x 14% = R$840,00- 163,00 = R$677,00
Sobre o 13º. Salário 12/2022........ R$ 6.000,00 x 14% = R$840,00-163,00 = R$677,00
Obs: 14% é a alíquota para a faixa R$3.641,04 a R$7.087,22 e R$163,00 é a parcela
de desconto nesta faixa em dez/22.

Dezembro/22 – Contribuição da Perfumaria

- Sobre o salário Contrib empresa 20% / RAT-FAP leve =1% x1 = 1% / Terceiros=5,8%

CONTRITUIÇÃO SOBRE O SALÁRIO DE DEZEMBRO ........ R$6.000,00

CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA
INSS 20%........................ 1.200,00
RAT/FAT 1%.................... 60,00
Total ........................... 1.260,00

Terceiros 5,8%................ 348,00

Total da EMPRESA .......R$ 1.896,00

CONTRITUIÇÃO SOBRE O 13º.SALÁRIO DE DEZEMBRO ........ R$6.000,00

CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA
INSS 20%........................ 1.200,00
RAT/FAT 1%.................... 60,00
Total ........................... 1.260,00

Terceiros 5,8%................ 348,00

Total da EMPRESA .......R$ 1.896,00

Valor da previdência que deve ser pago em dezembro (Salário + 13º. Salário) pelo
Pedro = R$ 1.354,00 e pela Perfumaria = R$2,2.520,00 (+ R$696,00 de contribuição
para terceiros).
Obs: O valor da contribuição do Pedro deve ser somado com a contribuição da
Empresa e recolhido junto.

6. A empresa de sapatos Calça Descalça possui uma folha de pagamento de

empregados de valor mensal de R$20.000,00. No mês de março, contratou o
pintor Frederico para fazer a pintura das instalações, pagando-lhe R$3.000,00
pelo serviço, e a faxineira Elaide, para efetuar duas faxinas gerais, remunerando-
a com R$500,00. Sabendo que o risco da atividade é baixo e que o FAP é igual
0,0005, quanto a empresa deverá pagar de contribuição patronal?

VALOR DA FOLHA ------ R$ 20.000,00

AUTONOMO ------------- R$ 3.000,00
FAXINEIRA ------------- R$500,00
TOTAL ............................R$23.500,00

CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA
INSS 20% sobre (20.000+ 3.000,00 +500,00)......... R$ 4.700,00
RAT/FAT 1% x0,5 = 0,5 de 20.000............... R$ 100,00
Total da empresa a recolher ................R$ 4.800,00

O valor da contribuição previdenciária Patronal é R$4.800,00.

7. A padaria Pão Quente possui nove empregados, sendo que dois padeiros,
Juarez e Juracy, exercem atividades expostos ao agente nocivo calor. A folha
de pagamento da padaria totaliza R$26.000,00 e, destes, os dois padeiros juntos
recebem o valor de R$10.000,00. Sabendo que a alíquota de SAT/GILRAT é de
3%, o FAP da empresa é de 0,8765, e que os padeiros têm direito à aposentadoria
especial de 25 anos, qual deve ser o valor da contribuição patronal?

Folha de pagamento total ------- R$26.000,00

Empregados situação normal - R$ 16.000,00 - Cota Patronal 20% + SAT/FAP

Empregados situação especial - R$10.000,00 - Cota Patronal 20% + 6% + SAT/FAT

RAT/FAT = 3% X 0,8765 = 2,63%

R$ 16.000,00 X 22,63% = R$3.620,80

R$ 10.000,00 X 28,63% = R$2.863,00

O valor da contribuição Patronal é R$6.483,80

8. Patrícia é psicóloga e possui um consultório para atendimento de seus
pacientes, no qual emprega duas funcionárias: uma secretária, que recebe
R$2.600,00 e uma faxineira, com remuneração de R$1.320,00. No final do mês,
após pagar todos os custos do consultório, Patrícia recebeu, como
remuneração de seu trabalho, R$11.000,00. Sabendo que o grau de risco dessa
atividade é baixo, e que o FAP não é aplicável, pois ela é pessoa física
equiparada à empresa, quanto ela deve pagar de contribuições à previdência
social (considerando a sua e a de suas funcionárias)?

Para calcular as contribuições previdenciárias de Patrícia e suas funcionárias,

considerando que ela é pessoa física equiparada à empresa e o grau de risco da
atividade é baixo, vamos analisar cada caso separadamente.

Contribuição Previdenciária de Patrícia (como pessoa física equiparada à empresa):

A contribuição previdenciária de Patrícia é calculada sobre a sua remuneração como
profissional autônoma. Nesse caso, ela deve aplicar a alíquota correspondente à
categoria de contribuinte individual, que varia de acordo com o valor da remuneração.

Considerando que Patrícia recebeu uma remuneração de R$11.000,00, ela é

classificada como uma contribuinte individual ela deverá aplicar a alíquota de 20%
sobre o teto de R$7.507,49.

Contribuição de Patrícia = Valor do Teto x Alíquota

Contribuição de Patrícia = R$7,507,49 x 20%
Contribuição de Patrícia = R$1.501,50

Portanto, Patrícia deve pagar R$1.501,50 como contribuição previdenciária,

considerando a sua remuneração como profissional autônoma.

Contribuição Previdenciária da Secretária e Faxineira:

A contribuição previdenciária da secretária de Patrícia, que recebe R$2.600,00, é

calculada sobre o seu salário. A contribuição previdenciária da faxineira de Patrícia,
que recebe R$1.320,00, também é calculada sobre o seu salário. As alíquotas de
contribuição para empregados em 2023 é

7,5% para salários de até R$ 1.320,00  R$99,00 ------------- Soma = R$215,05

9% para salários entre R$ 1.320,01 e R$ 2.571,29  R$172,61
12% para salários entre R$ 2.571,30 a R$2.600,00  R$3,44

Salário da Secretária de R$ 2.600,00 alíquota de retenção de 12% progressiva do

INSS = R$ 215,05
Salário da Faxineira R$ 1.320,00 alíquota de retenção = R$ 99,00
Total dos funcionários: R$ 314,05

Contribuição Patronal: 20% + 1% SAT = R$1.320,00 x 21% = R$277,20

Contribuição previdenciário: 7,5% = R$1320,00 x 7,5% = R$99,00

Contribuição Patronal:
Secretária – R$2.600,00
Faxineira – R$1.320,00
Total R$ 3.920,00*21% = R$ 823,20 (contemplando INSS Patronal de 20% e 1%
RAT/FAP).
Contribuição da Patrícia:
Sobreo tento máximo do INSS de 20% contribuinte individual sendo, R$1.501,50
Contribuição Patronal: R$823,20
Contribuição individual Patrícia: R$1.501,50.
Patrícia vai pagar de contribuição o valor total: = R$ 823,20 + R$1.501,50 = R$
2.324,70.

Contribuição das funcionárias R$215,05 + R$99,00 = R$314,05

9. Discorra sobre as contribuições substitutivas da cota patronal previstas na

lei 8.212/91 e a (in)constitucionalidade destas contribuições.

A Lei 8.212/91, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social, estabelece a

contribuição previdenciária a ser paga pelos empregadores, conhecida como cota
patronal. Essa contribuição é um dos pilares do sistema de financiamento da
Previdência Social no Brasil.

A contribuição patronal é uma obrigação tributária imposta às empresas para financiar

a Seguridade Social, que engloba a Previdência Social, a Assistência Social e a
Saúde. A cota patronal é calculada com base na folha de salários dos empregados e
possui uma alíquota definida em lei, variando conforme a atividade econômica e a
faixa salarial dos funcionários.

No contexto da Constituição Federal de 1988, a contribuição previdenciária é

considerada um dos princípios fundamentais da ordem econômica e social do país,
visando assegurar a proteção social aos trabalhadores.

A constitucionalidade da cota patronal está relacionada à sua finalidade de financiar a

Seguridade Social, que é um direito fundamental previsto na Constituição, tendo como
objetivo é garantir a cobertura dos riscos sociais, como aposentadoria, invalidez,
pensão por morte e outros benefícios previdenciários, além de proporcionar
assistência social e acesso à saúde, assim, cota patronal é uma forma de arrecadação
direta para o sistema previdenciário, contribuindo para a sua sustentabilidade e o
equilíbrio financeiro, ao exigir que os empregadores contribuam com uma parcela dos
salários pagos aos empregados, busca-se garantir recursos para financiar os
benefícios previdenciários e as políticas sociais.

No entanto, também existem argumentos que apontam para a inconstitucionalidade

da cota patronal, alguns críticos argumentam que essa contribuição representa uma
carga tributária excessiva sobre as empresas, prejudicando a atividade econômica e
a geração de empregos. Além disso, argumenta-se que a contribuição patronal é uma
forma de "imposto sobre a folha de pagamento", o que poderia desestimular a
formalização de empregos e incentivar a informalidade.

Em resumo, a cota patronal prevista na Lei 8.212/91 é uma contribuição previdenciária

obrigatória imposta aos empregadores para financiar a Seguridade Social. Sua
constitucionalidade está relacionada à finalidade de proteção social e garantia dos
direitos dos trabalhadores, enquanto a sua inconstitucionalidade pode ser
argumentada com base em questões como a carga tributária sobre as empresas e
seus impactos econômicos. A análise precisa ser feita caso a caso, considerando.

10. A cooperativa Cadeirão foi formada a partir da união de 50 produtores de

cadeiras. Ao final do mês de abril, a cooperativa remunerou cada cooperado
com R$3.000,00. Remunerou, ainda, duas secretárias com R$1.800,00 cada.
Sabendo que 10 cooperados são responsáveis pela fundição do aço para
moldagem das cadeiras, estando expostos a agente nocivo que enseja
aposentadoria especial em 25 anos, que o SAT é 3% e o FAP 1,5000, qual deve
ser a contribuição patronal dessa cooperativa?

 50 (cooperados) x 3.000 (salário individual) = 150.000 x 20% (alíquota patronal básica)

= R$ 30.000,00.
 10 (cooperados com direito de aposentadoria especial) x 3.000 (salário individual) =
30.000 x 6% (alíquota aposentadoria especial) = R$ 1.800,00.
 2 (secretárias) x 1.800 = 3.600 x 20% (alíquota patronal básica) = R$ 720,00.
 2 (secretárias) x 1.800 = 3.600 x 4,5% (alíquota SAT 3% + FAP 1,5) = R$ 162,00.

Conclusão: Contribuição Patronal dessa Cooperativa Total = R$ 32.682,00