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Ao juízo da _____ Vara de Família da Comarca de Belo Horizonte/MG

Nome, brasileira, estado civil, profissão, RG nº xxxx e CPF nº xxxx, e-mail


xxxx, residente e domiciliada na Rua xxxx, nº xx, bairro xxx, CEP xxx, Município de
Belo Horizonte/MG, vem por meio dos Advogados do Núcleo de Prática Jurídica da
Faculdade Pitágoras, todos com endereço profissional na Rua Santa Madalena Sofia, 30 –
Bairro Vila Paris – Belo Horizonte/MG, propor a presente , instaurar

AÇÃO DE GUARDA UNILATERAL COM PEDIDO DE TUTELA


PROVISÓRIA
Em desfavor de Nome, brasileiro, estado civil, profissão, RG nº xxxx e CPF nº
xxxx, residente e domiciliado na Rua xxxx, nº xx, bairro xxx, CEP xxx, Município de
Belo Horizonte/MG, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - DOS FATOS
Nome e Nome, mantiveram união estável, sendo que dessa união nasceu, em xx
de xxxx de xxxx, Nome da criança, hoje com xx anos de idade.
Com o fim do relacionamento, a filha ficou sob a guarda fática da genitora, uma
vez que, ao que se sabe, o seu ex-companheiro é usuário de drogas e, inclusive,
atualmente cumpre condenação criminal no Presídio de São Joaquim de Bicas devido à
prática de diversos crimes, inclusive de roubo.
Salienta-se que a Autora, genitora da menor, tem melhores condições de exercer
a guarda da filha uma vez que tem residência fixa e emprego certo, haja vista que
trabalha como doméstica em casa de família.
Ademais, é importante trazer à baila situações vivenciadas pela Autora e sua
filha devido ao vício do Réu, senão vejamos.
Por diversas vezes, o Réu fez uso de substâncias entorpecentes no ambiente
familiar, expondo de tal modo sua família, principalmente a menor a episódios
traumáticos, que acarretaram certo receio da criança em estar em contato com o pai.
Registra-se ainda um episódio específico em que o Réu ao procurar drogas em
uma boca de fumo levou consigo a criança, o que evidencia o seu despreparo como
garantidor da menor, vez que expôs a menor a situação de alto risco e perigo, motivo
que reforça a inaptidão em compartilhar a guarda da criança com a Autora.
Inclusive, o Réu reconhece tal incapacidade por meio de uma carta escrita por
ele de próprio punho na qual afirma ser dependente químico, bem como assume seu
comportamento omisso para com sua ex-companheira e filha (documento anexo).
Com tais observações, resta demonstrado que a guarda da criança deve ser
fixada unilateralmente em favor da mãe da menor, ora Autora, e que as visitas pelo pai
deverão ser realizadas de maneira assistida.
II – DOS FUNDAMENTOS
O pedido da Autora encontra respaldo no artigo 227 da Constituição Federal,
visto que cabe ao Estado, a sociedade e a família proteger a criança e ao adolescente de
qualquer situação que os exponha a qualquer tipo de risco e a exploração, além de que
deverão assegurar à eles, à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária.
Nesse sentido prescreve ainda o art. 33 da Lei 8.069/90(ECA) que a guarda
obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
Sabe-se que a finalidade precípua da guarda é regularizar situação de fato
existente, permitindo a criança melhor assistência, em todos os aspectos.
In casu, tendo em vista o disposto nos artigos destacados verifica-se que a mãe
na busca pela guarda unilateral da menor cumpre com seu dever de assegurar à criança
direitos essenciais a sua construção como pessoa, pois além de ser muito amorosa com a
filha empenha todos os seus esforços para sempre lhe proporcionar os cuidados
necessários.
(...) As decisões que versem sobre menores devem ser orientadas pelo princípio do
superior interesse do menor. A guarda unilateral será deferida àquele que tenha
melhor condições de exercê-la e propiciar aos filhos afeto, saúde, segurança e
educação, o que será verificado conforme as provas dos autos.  (TJMG -  Apelação
Cível  1.0701.10.009498-9/001, Relator(a): Des.(a) Vanessa Verdolim Hudson
Andrade , 1ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 29/07/2014, publicação da súmula
em 06/08/2014) (Grifos nossos)

Lado outro, o genitor, ora Réu, nunca foi um pai presente, além do relevante fato
da sua vida pregressa como usuário de drogas e envolvimento na criminalidade, o que o
torna integralmente incapacitado de exercer o direito de guarda a ele conferido.
De mais a mais, verifica-se dentre suas atividades criminosas a pratica do crime
de roubo, que tem como elementos a violência e a grave ameaça, o que caracteriza sua
personalidade como agressiva, violenta e perigosa, e demonstra risco a própria
integridade física da menor.
Diante de tal situação, a Autora não mais confia na postura do Réu como pai, daí
surgindo a necessidade de que em eventual regulamentação de visita por este juízo esta
se dê de forma assistida, de maneira que o contato da filha com o pai seja devidamente
acompanhado.
Sabe-se que que a visita acompanhada é ideal para casos em que a criança não
deve permanecer sozinha com o pai, sendo que no presente caso, a própria menor afirma
categoricamente querer evitar qualquer contato com o seu genitor.
Conforme se extrai da jurisprudência, a regulamentação de visitas tem que
atender ao melhor interesse da criança, devendo-se observar a integridade física, mas
notadamente no caso em questão, a integridade moral e psicológica da menor.
(...) A regulamentação do direito de visita, assim como todas as questões que
envolvem menores, deve prestigiar sempre e primordialmente o interesse da
criança (art. 227, caput da Constituição da República), já que a convivência
familiar assegura não só a formação de vínculos afetivos, como contribui ainda
para a formação físico-psicológica do infante. Uma vez que, diante dos elementos
probatórios acostados aos autos, foi atestado que o genitor tem condição
psicológica instável e inexiste familiaridade entre ele a menor, é recomendável que,
inicialmente, as visitas sejam acompanhadas de pessoa de confiança da genitora.
(TJMG -  Apelação Cível 1.0480.12.006967-3/001, Relator(a): Des.(a) Versiani
Penna, 5ª CÂMARA CÍVEL, Dje 21/03/2014. (Grifos nossos)

Para maior facilidade no encaminhamento de uma boa convivência da filha com o


seu genitor, estando a menor sob a guarda materna, recomenda-se a oportunidade
de visitas assistidas, não obstante as suspeitas de agressões pelo pai. Isso se
justifica para facilitar uma melhor convivência entre pai e filha, sem, contudo,
colocar em risco a integridade física e o bem-estar da criança. (TJMG -  Agravo de
Instrumento 1.0525.12.017741-1/001, Relator(a): Des.(a) Armando Freire , 1ª
CÂMARA CÍVEL, Dje 04/12/2013. (Grifos nossos)

FAMÍLIA. VISITAS MONITORADAS. POSSIBILIDADE. INTERESSE DA


CRIANÇA. OBSERVÂNCIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. CONCESSÃO
PARCIAL. Mostra-se recomendável a restrição ao direito de visitas do genitor,
diante de indícios da prática de abusos, buscando-se a preservação dos interesses
do menor, sem prejuízo do convívio familiar, com a prática de visitação
monitorada. (TJMG -  Agravo de Instrumento 1.0443.08.040198-9/001, Relator(a):
Des.(a) Antônio Sérvulo, 6ª CÂMARA CÍVEL, Dje 18/03/2011. (Grifos nossos)

Por fim, tendo em vista que sob a guarda da genitora a menor encontra-se
amparada com saúde, educação, lazer, bem como toda assistência necessária para o seu
desenvolvimento psicológico e físico, conforme documentos acostados em anexo a essa
peça, e em contrapartida o pai nunca prestou qualquer assistência à criança devido a
seus problemas de dependência química e com a lei, a fixação da guarda unilateral e
a regulamente de visitas com imposição de visitação assistida são medidas que
devem ser impostas no presente caso.

III – DO REQUERIMENTO DE FIXAÇÃO DA GUARDA PROVISÓRIA


Pleiteia-se que seja deferida à Autora a guarda provisória de sua filha menor, até
que esta seja concedida em definitivo ao final da presente ação.
Tal como exposto, o Réu encontra-se cumprindo pena no Presídio de São
Joaquim de Bicas I, de modo que a menor, assim como sua genitora, não podem ficar à
mercê da autorização do pai para, por exemplo, ausentar-se da cidade em que são
domiciliadas, bem como demais situações que necessitam da assinatura/autorização de
ambos os pais.
Daí a premente necessidade de se estabelecer em favor da Autora a guarda
provisória da filha xxxx.
A verossimilhança das alegações da Autora traduz-se na sua notória condição de
exercer a guarda UNILATERAL da filha menor, apenas ratificando o que se dá
faticamente. Salienta-se ainda que a Autora é pessoa idônea, sem antecedentes criminais
e que goza de boa saúde física e mental, condições necessárias para exercer com zelo e
responsabilidade a função de guardiã, conforme comprovam os documentos em anexos.

V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS


Ante o exposto, a Autora requer:
1. A citação do Réu xxxx, para comparecimento à audiência de conciliação ou mediação
a ser designada por este Juízo, à qual é de interesse da Autora que ocorra, nos termos do
art. 334 do NCPC;

2. A produção de todas as provas em direito admitidas e que se façam necessárias, em


especial prova documental e testemunhal, além do depoimento pessoal do Réu;

3. A concessão dos benefícios da Justiça gratuita por ser pessoa pobre no sentido
jurídico do termo, conforme art. 98 e seguintes do NCPC e declaração de
hipossuficiência e documentos comprobatórios anexos;

4. A observância do art. 186, §3º do NCPC, com a concessão de PRAZO EM DOBRO


para as manifestações nos autos, haja vista estar a Autora patrocinada por Núcleo de
Prática Jurídica;

5. A intimação do RMP, nos termos do art. 178 do NCPC;

6. Que seja concedida a liminar de GUARDA PROVISÓRIA da menor xxxx à


Autora, genitora da menor.

7. Ao final, que seja julgado totalmente procedente os pedidos autorais para


constituir a GUARDA UNILATERAL da menor em favor da genitora, bem como
fixar a visitação entre o pai e a criança de forma assistida.

VI – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 00,00 (escrever por extenso), em observância ao art. 291 do
CPC.

Termos em que, Pede deferimento.


Belo Horizonte, xx de xxx de xxxx.

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