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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

BACHARELADO EM PSICOLOGIA

Ana Laura Coelho de Oliveira 16-92362

Karen Gelcimina Guimarães 16-56450

Thaísa Tomásia Miranda Santos 16-97002

Raquel dos Santos de Caravalho 16-54029

ELABORAÇÃO DE ITENS SOBRE ESTRESSE NO TRABALHO

Divinópolis
2022
Definição do Construto

O estresse é um dos termos mais vistos na bibliografia que trata da saúde do


trabalhador. Quando se efetuam estudos acerca da condição de vida no âmbito laboral
ou sobre ambiente organizacional, ele costuma apresentar-se em primeira posição
dentre os principais problemas no ambiente de laboral. No trabalho o estresse tem sido
indicado como uma importante demonstração do progresso de desfechos prejudiciais à
saúde do trabalho.

De acordo, com Aquino (2007), o tema estresse exerce lugar de importância tanto
no senso comum, quanto na sociedade científica, comumente associado às
adversidades dos indivíduos frente às ocorrências de problemas, como questões
familiares, de trabalho, crises financeiras, entre outras. Assim, ao se estuda sobre o tema
é provável encontrar, durante os anos, diversas concepções para o termo.

Segundo, Linhares e Siqueira (2014), a condição do trabalho na pós-


modernidade é definido pelo mal-estar vivenciado pelos trabalhadores, instigado pela
incerteza, fluidez, imposição por produção e constante controle, o que e vem
colaborando para precarização dos cenários trabalhistas. Essas, colocam à prova
habilidade humana de assimilar as mutáveis concepções determinadas aos
trabalhadores.

Conforme Portinha (2012), o trabalho obteve, durante os anos, grande


significância social. No entanto, para o autor, a importância pela eficiência e pela
produtividade nem sempre é auxiliado de situações adequadas e dignas, recursos
eficientes e funções de trabalhos que levem em conta as particularidades dos indivíduos
as necessidades, interesses e habilidades. Assim sendo, com o advento do capitalismo,
o ambiente laboral passou por diversas alterações, de forma que esse procedimento de
transformação permanece até os dias de hoje, de forma contínua ocasionando
consequências.

Segundo defendeu, Abranches e Napoleão (2005), que essas modificações


impactaram a saúde do trabalhador, reverberando tanto no âmbito físico quanto no
psicológico. Isso tem mudado o ambiente trabalhista numa matriz de sofrimento para o
sujeito e, assim, ocasionado um declínio na qualidade de vida.
Desde modo, esse ambiente conflituoso faz com que sejam prováveis surgimento
de novos problemas relacionados ao trabalho, com é o caso do estresse. De acordo,
com Abrahão e Cruz (2008) mostram que o estresse é um aspecto habitual de enfrentar
a realidade pela sociedade contemporânea e sua manifestação revela o mal-estar que
está acontecendo.

Para elaborar em um conceito do estresse, é preciso voltar a observação para


dois elementos mostrador por Marques e Abreu (2009) primeiro, o estresse não se
remete às sensações de nervosismo e exaustão. E segundo, a consideração de uma
condição como sendo estressante passa pela subjetividade. Dessa maneira, cada
pessoa considera o ambiente laboral de forma subjetiva, e responde a esse a partir de
suas próprias vivências.

A temática sobre o estresse é analisado a partir de distintas concepções teóricas


e, por isso, mostram sentidos e formas de mensuração diferente. Com isso, apresenta
uma ausência de consenso teórico sobre o processo saúde-adoecimento no trabalho.
Assim, conforme Barros (2013), podemos constatar o estresse como estímulo, como
reação ou consequente da interação entre ambos.

Estudos mostram ainda que o estresse está fundamentalmente associado ao


armazenamento lento e gradativo de danos, provocando enfermidades, neurológicas
gastrointestinais, cardíacas, dermatológicas e atingindo, também, o sistema
imunológico, tornando a pessoa mais suscetível ao adoecimento (Bauer, 2002).

A síndrome de bunout, ou síndrome do esgotamento profissional é a doença


clínica mais descrita quando relacionada ao estresse no trabalho, devido estar
diretamente relacionada aos aspectos laborais (Castro, 2013).

Assim sendo, é normal que os indivíduos vivam, eventualmente, algum


desconforto eventual que se encontre dentro do conjunto de manifestações relacionados
ao estresse. De acordo, Lipp (2000), isto , ocasionalmente não dignifica e nem deve ser
entendido com definição clínico para o diagnóstico de estresse ocupacional. Entretanto,
quando o desconforto, a fadiga, o nervosismo, a aflição e outras manifestações
incendem de forma contínua sobre o indivíduo, pode-se, então, pressupor, que algo está
incorreto e necessita do nosso alerta. Por acreditar na importância do tema, o presente
projeto analisou o estresse no trabalho, para elaboração de itens com o objetivo de
mensurar o estresse no ambiente laboral.
Dimensão dos itens

Os itens para a avaliação do estresse ocasionado no ambiente de trabalho foram


elaborados com base na leitura de artigos científicos sobre o estresse no trabalho, saúde
física e/ou emocional do trabalhador, sofrimento no trabalho. Além disso, também foi
analisado testagens já realizadas no meio ocupacional.

Os itens buscam identificar e mensurar o fator estressor no trabalhador. Para isso, é


possível correlacionar fatores que podem provocar ou aumentar o estresse no trabalho.
Dessa forma, cita-se a seguir, quatro fatores influenciadores do estresse em
trabalhadores. São eles:

1º Metas inatingíveis e o excesso de tarefas associado às exigências emocionais - A alta


cobrança por metas absurdas corrobora para o estresse dos trabalhadores, causando
desde a queda da produtividade e interesse, devido ao esgotamento mental e físico a
acidentes de trabalho e transtornos psiquiátricos. A pressão no contexto laboral afeta a
saúde mental do sujeito e gera sofrimento no trabalho. O excesso de trabalho gera
consequências graves desde o aumento de doenças ocupacionais até mesmo levar a
síndrome de burnout, que é resultado do desgaste emocional no ambiente de trabalho.
Além disso, muitas demandas exigidas não são compatíveis com a capacidade do
trabalhador de realiza-las, o que faz sentir-se frustrado(a). As características emocionais
como frustração, ansiedade e depressão podem refletir diretamente no desempenho das
funções e tarefas do trabalhador, causando assim um reflexo catastrófico no
desempenho e na produtividade dentro da empresa. Dessa forma, entende-se que o
estresse no trabalho pode levar ao adoecimento: físico, mental ou psicológico.

2° Falta de colaboração dos membros da equipe e situações difíceis enfrentadas com a


clientela – A ausência de colaboração pode tornar alguns indivíduos vulneráveis e
suscetíveis a erros. Ademais, as fofocas, intrigas, falta de comunicação também são
prejudiciais para a saúde do trabalhador. Quando estes membros da equipe sentem
receio de demonstrar tal vulnerabilidade, perde sua produtividade, prejudicando todo o
processo produtivo da equipe. O sistema capitalista gera nos profissionais sentimentos
de competição, exploração e insegurança, o que estimula que os trabalhadores não
ajudem uns aos outros, e não sejam ajudados, ficando então, sobrecarregados. Além
das dificuldades entre a equipe, existem profissões que também precisam lidar com o
desafio de lidar com o público/cliente, que, muitas das vezes, agem com desrespeito,
grosserias, indiferença, impaciência com o trabalhador. Nesse viés, o estresse também
é fruto das condições externas do trabalho.

3° Salários abaixo do piso e falta de estímulos positivos – Grande parte dos


trabalhadores precisam buscar soluções alternativas para aumentar sua renda fora do
trabalho formal, passando mais tempo fora de casa. Esta procura por outras alternativas,
pode prejudicar muito seu convívio familiar. A falta de estímulos positivos e
reconhecimento no trabalho, pode levar o trabalhador a muitos quadros extenuantes e
que podem afetar negativamente sua vida pessoal e profissional. A falta de valorização
no trabalho é estimuladora pra o estresse.

4° Chefe/superior abusivo e instabilidade no trabalho - Um chefe/superior abusivo afeta


diretamente o bem-estar do trabalhador e também a sua produtividade no trabalho e este
chefe acaba atrapalhando toda a equipe de trabalho. Segundo pesquisas, quanto maior
o tempo permanecido no emprego sob supervisão de um chefe abusivo, maior o dano à
saúde física e mental .O estresse também acontece devido á ordens contraditórias dos
supervisores, e também a não compreensão ao certo de quais são suas atividades ao
certo, exercendo atividades para além da função. Para os trabalhadores, a instabilidade
profissional é causada principalmente pela concorrência qualificada e mais habilidosa e
para as empresas, a instabilidade profissional surge pela busca por desafios, novas
experiências e melhores salários por parte de seus empregados.

Itens:
1- Com qual frequência você lida com a falta de empatia por parte de quem
frequenta/adquire seus serviços?
Alternativas:
a) Sempre
b) Às vezes
c) Frequentemente
d) Raramente
2°Fator: Falta de colaboração dos membros da equipe e situações difíceis
enfrentadas com a clientela

2- Quando você recebe uma nova tarefa/meta para cumprir, como você se sente?
Alternativas:
a) Motivado
b) Desmotivado
c) Neutro
d) Fica ansioso para cumprir rapidamente
1º Fator: Metas inatingíveis e o excesso de tarefas associado às exigências
emocionais

3- Seu chefe/supervisor possui o hábito de irar-se e te tratar mal, de forma


grosseira, quando uma tarefa é executada incorretamente?
Alternativas:
a) Sempre
b) Nunca
c) Às vezes
d) Quase sempre
4° Fator: Chefe/superior abusivo e instabilidade no trabalho

4- Você apresenta sentimentos de estresse/ansiedade quando é pressionado no


trabalho?
Alternativas:
a) Nunca
b) Às vezes
c) Sempre
d) Quase sempre
1º Fator: Metas inatingíveis e o excesso de tarefas associado às exigências
emocionais

5- Você tem o costume de levar tarefas do trabalho para realizar fora do horário
comercial, em sua casa?
Alternativas:
a) Nunca
b) Sempre
c) Às vezes
d) Quase sempre
1º Fator: Metas inatingíveis e o excesso de tarefas associado às exigências
emocionais

6- Ao cumprir uma tarefa/meta estipulada, você é parabenizado/elogiado?


Alternativas:
a) Sempre
b) Dificilmente
c) Às vezes
d) Nunca
3° Fator: Salários abaixo do piso e falta de estímulos positivos

7- Considerando seu trabalho atual e anteriores, você acredita que os salários


são/eram compatíveis com a função que exercia?
Alternativas:
a) Sim
b) Não
c) Às vezes
d) Quase sempre
3° Fator: Salários abaixo do piso e falta de estímulos positivos

8- Com que frequência ocorre desentendimentos na sua equipe de trabalho?


Alternativas:
a) Nunca
b) Sempre
c) Poucas vezes
d) Muitas vezes
2° Fator: Falta de colaboração dos membros da equipe e situações difíceis
enfrentadas com a clientela

9- Considerando todos os empregos que já teve, você tinha estabilidade em todos


eles?
Alternativas:
a) Sempre
b) Nunca
c) Às vezes
d) Quase sempre

10- Você costuma adoecer fisicamente e/ou mentalmente em razão do seu


trabalho?
Alternativas:
a) Nunca
b) Às vezes
c) Sempre
d) Quase sempre
1º Fator: Metas inatingíveis e o excesso de tarefas associado às exigências
emocionais

11- Você já precisou se ausentar em razão de adoecimento físico/mental no


trabalho?
Alternativas:
a) Poucas vezes
b) Não
c) Algumas vezes
d) Muitas vezes
1º Fator: Metas inatingíveis e o excesso de tarefas associado às exigências
emocionais

12- Você tende a ficar disposto/motivado quando se aproxima o horário de ir


trabalhar?
Alternativas:
a) Sim
b) Não
c) Às vezes
d) Quase sempre
3° Fator: Salários abaixo do piso e falta de estímulos positivos
13- Com qual frequência você pensa em mudar de emprego devido ao desgaste
emocional?
Alternativas:
a) Sempre
b) Quase sempre
c) Nunca
d) Quase nunca
1º Fator: Metas inatingíveis e o excesso de tarefas associado às exigências
emocionais

14- Quando você é repreendido pelo seu chefe, isso acontece em lugar adequado,
de forma particular?
Alternativas:
a) Sim
b) Não
c) Às vezes
d) Quase nunca
4° Fator: Chefe/superior abusivo e instabilidade no trabalho

15- Como é a sua relação com seus colegas de trabalho?


Alternativas:
a) Bom
b) Ruim
c) Razoável
d) Péssimo
2° Fator: Falta de colaboração dos membros da equipe e situações difíceis
enfrentadas com a clientela
Referências

Abrahão, J. & Cruz, R. M. (2008). Perspectivas de investigação do mal-estar no trabalho


com base nos modelos teóricos de estresse e da psicodinâmica do trabalho. In Á.
Tamayo (Org.). Estresse e cultura organizacional. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Aquino, R. R. (2007). Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF) e Escala de


Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho (EVENT): evidência de validade. Dissertação
de Mestrado. Itatiba: Psicologia. Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em
Psicologia da Universidade São Francisco.

Barros, I. C. S. (2013). Estresse ocupacional e qualidade de vida no contexto hospitalar:


um estudo psicossociológico. Tese de doutorado, Universidade Federal da Paraíba,
Paraíba, Brasil.

Bauer, M. E. (2002). Estresse: como ele abafa as defesas do corpo?. Ciências


Hoje, 30(179), 20-25.

Castro, F. G. (2013). Burnout e complexidade histórica. Revista Psicologia Organizações


e Trabalho, 13(1), 49-60. Recuperado em 28 outubro, 2022,
de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-
66572013000100005&lng=pt&tlng=pt

Linhares, A. R. P., & Siqueira, M. V. S. (2014). Vivências depressivas e relações de


trabalho: Uma análise sob a ótica da psicodinâmica do trabalho e da sociologia
clínica. Cadernos Ebape. BR, 12(3),719-740. Recuperado
de https://dx.doi.org/10.1590/1679-395110385

Lipp, M. E. N. (2000). Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp


(ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Marques, V., & Abreu, J. A. (2009). Estresse ocupacional, conceitos fundamentais para
o seu gerenciamento. Recuperado em 28 outubro, 2022,
de http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos09/288_Estresse%20ocupacional,%
20conceitos%20fundamentais%20para%20o%20seu%20gerenciamento.pdf

Murofuse, Neide Tiemi, Abranches, Sueli Soldati e Napoleão, Anamaria AlvesReflexões


sobre estresse e Burnout e a relação com a enfermagem. Revista Latino-Americana de
Enfermagem [online]. 2005, v. 13, n. 2 [Acessado 28 Outubro 2022] , pp. 255-261.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-11692005000200019>. Epub
10 Jun 2005. ISSN 1518-8345. https://doi.org/10.1590/S0104-11692005000200019.

Portinha, C. (2012). Medicina Preventiva: Stress no trabalho. FMUP – Faculdade de


Medicina da Universidade do Porto. Recuperado de http://qualoteustress.med.up
.pt/imagens/relatoriofinal.pdf.

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