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3º Ano
UniRovuma
Nampula
2021
Edilson Rodolfo Popinsky
3° Ano
UniRovuma
Nampula
2021
Índice
1. Introdução.............................................................................................................. 4
1.1. Objectivos ...................................................................................................... 4
1.1.1. Objectivo geral ........................................................................................ 4
1.1.2. Objectivos específicos ............................................................................. 4
2. Contextualização teórica ........................................................................................ 5
2.1. Conceito de doenças ocupacionais .................................................................. 5
2.1.1. Factores por detrás das doenças ocupacionais .......................................... 7
2.1.2. As principais doenças ocupacionais ......................................................... 9
2.2. Formas de evitar doenças ocupacionais ......................................................... 13
2.3. Qualidade de vida no trabalho ....................................................................... 14
2.3.1. Origem e evolução ................................................................................. 14
2.3.2. Modelos de QVT ................................................................................... 16
2.3.3. Motivação.............................................................................................. 19
2.3.4. Promoção da qualidade de vida no trabalho ........................................... 22
3. Conclusão ............................................................................................................ 24
4. Referências bibliográficas .................................................................................... 25
1. Introdução
Já é por nós sabido, que os colaboradores de uma empresa dedicam a maior parte
do seu dia ao trabalho. Sendo assim, esse ambiente, bem como a relação com os colegas
e gestores, tem total influência sobre a sua qualidade de vida e convívio social.
Alguns autores têm afirmado que com as rápidas e contínuas mudanças sociais,
económicas e políticas que ocorrem na contemporaneidade, de modo especial no mundo
do trabalho, têm gerado novos desafios de análise e intervenção.
1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Definir o que são doenças ocupacionais e qualidade de vida no trabalho.
Com isto, Borges, Argolo & Baker (2006 apud Aliante & Abacar, 2020)
apontam tais mudanças registadas na estrutura do sistema produtivo tornam as
organizações mais complexas e repercutem nas relações de trabalho, implicando mais
instabilidade nos empregos e renovando velhas angústias dos seus funcionários.
Entretanto, existe um novo factor diferencial que vem tomar destaque e que se
torna cada vez mais importante nas organizações, a saúde e o bem-estar do trabalhador
(Silva & Costa, 2019), permitindo uma melhor visão das organizações por parte de seus
clientes, que em si são consumidores do produto final, a qualidade de vida do trabalho.
Silva & Costa (2019) afirmam que gestores de indústrias com esta envergadura,
apontam que,
Portanto, doenças ocupacionais são todas aquelas adquiridas por uma actividade
específica ou não dentro do local de trabalho, sendo capazes de trazer danos à saúde e
bem-estar do trabalhador (Araújo, 2010). Daí, que é extremamente importante que se
entenda quais são essas doenças e os factores de risco para o seu desenvolvimento.
Com esta visão, fazemos a alusão ao trabalhador que arduamente faz de tudo
pelo seu trabalho, de maneira a que possa atingir o desempenho profissional e uma
satisfação profissional e pessoal duradoura. Podemos comparar estes trabalhadores
como “uma brasa de fogo”, que quando retirada do seu conjunto de brasas reduz as
chamas. Portanto, um trabalhador pode, indirectamente ser influenciado e influenciar o
outro.
De acordo com Aliante & Abacar (2020), os factores que podem estar
relacionados às causas das doenças ocupacionais são:
Stress Ocupacional
Autores como Selye e Lipp (1976; 2000 citados pelos mesmos autores)
conceituam o stress como um conjunto de reacções fisiológicas ou psicológicas do
indivíduo perante determinados estímulos stressores, ou ainda, como uma reacção
normal do organismo e indispensável para a sobrevivência, caracterizando-se por ser um
processo complexo, com componentes psicobioquímicos e que tem seu mecanismo
desencadeado em resposta a uma necessidade significativa de adequação frente a um
estímulo stressor.
Síndrome do burnout
Depressão
Ansiedade generalizada
Vale ressaltar, também, que existem outros tipos de doenças ocupacionais, tais
como apresentam Silva & Costa (2019):
Lesões por esforço repetitivo (LER)
De acordo com Rocha (2003 apud Silva & Costa, 2019), estas são patologias do
sistema músculo-esquelético, que ocorrem geralmente nas extremidades superior do
corpo, ocasionando ou não a degeneração de tecidos, apresentando as seguintes fases
clínicas:
b) Fase 2: dor tolerável, porém mais intensa, com formigueiro e calor, piora com a
jornada de trabalho e com alguns afazeres domésticos;
Com vista neste ponto, as doenças ocupacionais devem ser resolvidas com
acções práticas e, principalmente com o apoio de profissionais especializados
(psicólogos, ou gestores de recursos humanos, ou ainda médicos). Isto deve-se ao facto
de que por mais que um gestor possua conhecimento sobre o seu negócio, dificilmente
saberá identificar as situações que podem gerar esse tipo de problema em seus
trabalhadores. Com o apoio destes profissionais, situações que geram as doenças
ocupacionais, físicas ou psicológicas poderão ser identificadas e revertidas.
Silvas & Costa (2019) afirmam, ainda que, com prática da ergonomia, ou seja, a
adequação do trabalho do homem, os gerentes e executivos organizacionais poderão
atribuir significado muito abrangente ao trabalho, de tal maneira que compreendê-lo-ão
não somente como algo relacionado a máquinas, mas também toda a situação em que
haja envolvimento do homem e tarefa produtiva.
A QVT também foi concebida como uma abordagem, método, e passou a ser
definida em termos de técnicas específicas usadas para reformular o trabalho, como o
enriquecimento de cargos e tarefas, autonomia no trabalho em grupo, entre outros,
passando também a ser considerada como um movimento em função de transmitir
valores sociais positivos com a utilização dos termos “administração participativa e
democracia industrial” (Santos, 2012).
Finalmente, segundo o mesmo autor, QVT passa a ser vista como um conceito
global envolvendo todos os tipos de programas e perspectivas, entretanto, este conceito
levou as pessoas à confusão do que realmente a QVT é, pois este era apenas um
modismo passageiro, caso alguns de seus projectos fracassassem. Que, para vários
autores, isto se deve ao facto de existir um entendimento vago do conceito de QVT
(Huse & Cummings, 1985 apud Santos, 2012).
Dimensões, estas, que Robbins (2008 apud dos SANTOS, 2012), podem ser
vistos como características da vivencia do indivíduo no trabalho ou características do
ambiente de trabalho, a destacar: (1) a compensação justa e adequada; (2) condições de
segurança e saúde no trabalho; (3) oportunidade imediata para utilizacao e
desenvolvimento da capacidade humana; (4) oportunidade futura para crescimento
contínuo e segurança; (5) integração social na organização de trabalho; (6)
constitucionalismo na organização de trabalho; (7) trabalho e espaço total da vida; e (8)
relevância social da vida do trabalho.
De ressaltar, ainda, que de acordo com Dias (2001) citado pela mesma autora,
estas dimensões são abrangentes para a analise do trabalhador de uma organização, pois
avaliam aspectos como a autonomia, múltiplas habilidades, mobilidade social na
organização do trabalho e segurança no emprego.
Sugestão apoiada por Garcia (2007) citado pela mesma autora, onde enuncia que
“as dimensões do modelo de Hackmann e Oldhan referencia a três estados psicológicos
críticos que estão presentes na realização de uma tarefa, e são considerados positivos
para o trabalhador: a) a significância é a maneira de como o funcionário acredita que as
experiencias de trabalho são valiosas e significativas; 2) a responsabilidade percebida
refere-se ao grau de responsabilidade e pelas tarefas concluídas; 3) o conhecimento dos
resultados do trabalho permite ao trabalhador compreender e analisar a efectividade do
trabalho que tem realizado”.
Chiavenato (2004) referido pela mesma autora, considera que o modelo de QVT de
Nadler e Lawler está fundamentado em quatro aspectos a considerar: 1) participação dos
funcionários nas decisões, com o objectivo de formar grupo de trabalho com base na
compreensão, avaliação e resolução de problemas organizacionais; 2) reestruturação do
trabalho com vista na adequação das tarefas relativas às necessidades das pessoas e à
estrutura social na qual o trabalho está inserido; 3) inovação no sistema de recompensas
para influenciar o clima organizacional; 4) melhoria do ambiente de trabalho quanto às
condições físicas, psicológicas e horário de trabalho.
A QVT pode ser definida como uma forma de envolver as pessoas, o trabalho e
a organização, onde se destacam: a preocupação com o bem-estar do trabalhador e com
a eficácia organizacional e a participação dos trabalhadores nas decisões e problemas
(dos Santos, 2012).
Rodrigues (2007 apud dos Santos, 2012) classifica e aborda quatro indicadores
quanto a QVT: político, económico, psicológico e sociológico. Onde, os problemas
políticos gerariam consequências como insegurança; o económico, a injustiça; o
psicológico, a alienação (gerar indiferença) e o sociológico, a anomia.
Rodrigues (2007 apud dos Santos, 2012), este modelo descreve que a QVT se
compromete pelos seguintes factores: supervisão, condições de trabalho, pagamento,
benefícios e projectos de cargos. Onde, o projecto de cargo é visto em três níveis:
organizacionais (propósitos, objectivos, organização, departamentos e cargos);
ambiental (sociais, tecnológicas, económicas, culturais e governamentais) e
comportamental (necessidades de recursos humanos, motivação e satisfação).
2.3.3. Motivação
De acordo com Sampaio (2018), estudar a QVT exige uma prévia compreensão
sobre a motivação humana no ambiente organizacional, isto porque os aspectos
motivacionais são fundamentais na promoção de mudanças organizacionais conduzidos
pelo sentimento de emoção e orgulho pelo trabalho, podendo levar a empresa a
resultados significativos.
Teoria de ERC-Alderfer
Teoria de Vroom
Chiavenato (1999 apud Sampaio, 2018) aponta a teoria de Victor H. Vroom, que
perspectiva que o nível de produtividade individual parece depender de três forcas
básicas que actuam dentro do indivíduo, a destacar:
Teoria de McGregor
Teoria de Skiner
De acordo com Ribeiro (2010 apud Sampaio, 2018), a teoria de reforço, criada
por J. Skinner, aponta que o comportamento humano é condicionado por factores
positivos ou negativos e, que, geralmente, o reforço positivo é motivador e se dá de
várias formas, tais como: presentiações, promoções e elogios.
Portanto, tal como explicam Rodrigues e Amorm (2006 apud Sampaio, 2018), a
QVT é uma metodologia que envolve pessoas, trabalho e organização, onde se busca o
bem-estar, a participação, integração do funcionário, assim como a eficácia
organizacional, através da melhor qualidade e maior produtividade.
3. Conclusão
Falar das doenças ocupacionais e da qualidade de vida no trabalho torna-se
evidente quando percebemos que, enquanto o trabalho for uma forma do indivíduo
atingir a autonomia, necessidade criada por Maslow, ele ainda é palco de diversos
problemas, que na sua maioria dificultam a reinserção de um determinado individuo no
meio em que vive.
Abordar sobre estes tópicos tornam-se pertinentes, uma vez que é com base
neles que se pode perceber, identificar e solucionar problemas correlatos ao trabalho.
Ajudam-nos, portanto a minimizar os impactos causados pelas doenças ocupacionais.
Falar deste tópico, é falar a respeito dos mecanismos a adoptar para pôr em
ênfase a mão-de-obra humana, pois acredita-se que um trabalho executado em local
certo, no momento e condições certas e, por uma pessoa certa tenderá a gerar
produtividade organizacional e bem-estar e satisfação para o trabalhador.
O ser humano não é uma máquina, mas é capaz de executar tarefas que nem uma
máquina seria capaz de fazer, caso não, porque será que homem tende sempre a
verificar o produto final feito por máquinas? São questões de segurança, daí a
importância da mão-de-obra humana no trabalho.
4. Referências bibliográficas
ABACAR, Mussa, ALIANTE, Gildo, NAHIA, Isabel Alfredi. Fontes do Estresse
Ocupacional e Estratégias de Enfrentamento em Professores Moçambicanos do Ensino
Básico. Saúde e Psicologia, Maringá, 2019.
ARRUDA, Ariana Trindade de, et al. A Qualidade de Vida nas Organizações Como
Factor Influenciador na Produtividade de Seus Colaboradores. TCC apresentado a
Faculdade G & P, Pederneiras, 2016.
SILVA, Állisson Sousa da, COSTA, Rik Alexandre Correia. Doenças Ocupacionais:
Produtividade e Qualidade de Vida no Trabalho. IX Congresso Brasileiro de
Engenharia de Produção, Ponta Grossa, 2019.