Você está na página 1de 101

Disciplina: Prática de ensino: recursos educacionais digitais em sala de aula

Autores: D.r Anderson Marcelo Petchak de Oliveira

Revisão de Conteúdos: D.r Marcus Quintanilha da Silva

Designer Instrucional: Andrey Gabriel Ota Eshima

Revisão Ortográfica: Esp. Lucimara Ota Eshima

Ano: 2022

Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas


páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de
Marketing da Faculdade UNINA. O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança
de direitos autorais.

0
Anderson Marcelo Petchak de Oliveira

Prática de ensino: Recursos


Educacionais Digitais em Sala de
Aula
1ª Edição

2022

Curitiba, PR

1
Faculdade UNINA

Faculdade UNINA
Rua Cláudio Chatagnier, 112
Curitiba – Paraná – 82520-590
Fone: (41) 3123-9000

Coordenador Técnico Editorial


Marcelo Alvino da Silva

Conselho Editorial
D.r Eduardo Soncini Miranda / D.ra Marli Pereira de Barros Dias /
D.ra Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd / D.ra Wilma de Lara Bueno /
D.ra Yara Rodrigues de La Iglesia

Revisão de Conteúdos
Marcus Quintanilha da Silva

Designer Instrucional
Andrey Gabriel Ota Eshima

Revisão Ortográfica
Lucimara Ota Eshima

Desenvolvimento Iconográfico
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério

Desenvolvimento da Capa
Carolyne Eliz de Lima

FICHA CATALOGRÁFICA

OLIVEIRA, Anderson Marcelo Petchak de.


Prática de ensino: recursos educacionais digitais em sala de aula / Anderson
Marcelo Petchak de Oliveira. – Curitiba: Faculdade UNINA, 2022.
102 p.
ISBN: 978-65-5944-266-9
1.Tecnologia. 2. Redes sociais. 3. Educação.
Material didático da disciplina de Prática de ensino: recursos educacionais digitais
em sala de aula – Faculdade UNINA, 2022.

2
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870

PALAVRA DA INSTITUIÇÃO

Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade UNINA!

Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier,


nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão
Universitária.
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas
também brasileiros conscientes de sua cidadania.
Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão
de dúvidas via telefone, atendimento via Internet, emprego de redes sociais e
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e
estudantes.

Bons estudos e conte sempre conosco!


Faculdade UNINA

3
Sumário
Apresentação da disciplina ....................................................................... 7
Aula 1 – O saber das comunidades virtuais .............................................. 8
Apresentação da aula 1 ............................................................................. 8
1.1 O que são as redes sociais .......................................................... 8
1.2 Conhecendo e classificando as redes sociais .............................. 12
1.2.1 Conexão entre os atores ........................................................... 13
1.3 Estatística das redes sociais, as mais utilizadas .......................... 14
1.3.1 Rede social Instagram ............................................................... 16
1.4 Rede social e as alterações no nosso viver ................................. 17
Conclusão da aula 1 .................................................................................. 18
Aula 2 – Internet e as redes sociais .......................................................... 19
Apresentação da aula 2 ............................................................................. 19
2.1 Rede social e o nosso cotidiano ................................................... 20
2.1.1 Rede social e as Fake News ..................................................... 21
2.2 Vazios de dados ........................................................................... 22
2.3 Internet e os mecanismos de busca ............................................. 25
2.3.1 Google Trends mais preciso ...................................................... 28
2.3.2 Melhorias nas redes sociais ...................................................... 29
Conclusão da aula 2 .................................................................................. 30
Aula 3 – Software livre na educação e na pesquisa acadêmica 31
Apresentação da aula 3 ............................................................................. 31
3.1 Inclusão na cultura digital ............................................................. 31
3.2 Software livre ................................................................................ 33
3.3 Software livre na educação ........................................................... 35
3.3.1 Importância da fluência digital na educação ............................. 38
Conclusão da aula 3 .................................................................................. 41
Aula 4 – Mediações tecnológicas dentro do processo educacional 42
Apresentação da aula 4 ............................................................................ 42
4.1 Incorporação das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas . 42
4.1.1 Quem são os alunos na era digital ............................................ 45
4.1.2 A instituição de ensino no meio digital ....................................... 47
Conclusão da aula 4 .................................................................................. 51
Aula 5 - Tecnologia da informação e comunicação (TIC) ......................... 52

4
Apresentação da aula 5 ............................................................................ 52
5.1 O que são as TICs ........................................................................ 53
5.1.1 Exemplificando as TICs ............................................................. 55
5.2 TIC na educação do Brasil e do mundo ....................................... 58
Conclusão da aula 5 .................................................................................. 62
Aula 6 - Necessidade do posicionamento crítico em relação aos conceitos 63
de tecnologia ..............................................................................................
Apresentação da aula 6 ............................................................................. 63
6.1 Tecnologia e seus conceitos ........................................................ 63
6.1.1 Tecnologia e sua avaliação crítica ............................................. 67
6.2 Escravos da tecnologia ................................................................ 68
6.2.1 Vadiagem cibernética ................................................................ 72
Conclusão da aula 6 .................................................................................. 73
Aula 7 - Mudanças no ensino brasileiro trazidas pelas tecnologias .......... 74
Apresentação da aula 7 ............................................................................. 74
7.1 Educação a distância .................................................................... 75
7.1.1 Ensino a distância, suas formas e fórmulas .............................. 78
7.2 Ensino a distância no Brasil .......................................................... 81
Conclusão da aula 7 .................................................................................. 84
Aula 8 - Práticas pedagógicas utilizando tecnologias digitais ................... 85
Apresentação da aula 8 ............................................................................ 85
8.1 Mudança dos paradigmas através das tecnologias ...................... 85
8.2 Inserção das tecnologias digitais .................................................. 89
Conclusão da aula 8 .................................................................................. 94
Resumo da disciplina ................................................................................ 96
Índice Remissivo ........................................................................................ 97
Referências ............................................................................................... 100

5
Apresentação da disciplina

Caros alunos, nesta disciplina “Recursos educacionais digitais em sala de


aula”, abrangeremos e analisaremos as mudanças no ensino brasileiro trazidas
pelas tecnologias da informação e comunicação. Conheceremos melhor e de
maneira crítica e construtiva as redes sociais, trazendo novas ideias, discutindo
e compreendendo a necessidade do posicionamento crítico em relação aos
conceitos de tecnologia, sociedade, cultura e política. Aprenderemos sobre os
efeitos da Internet e das redes sociais em nossa vida social e acadêmica.
Entenderemos sobre os mecanismos de buscas e suas ações no processo do
conhecimento. Iremos aprender sobre as TICs e os grupos de tecnologias que
auxiliam na comunicação, incluindo hardwares, como smartphones e
microcomputadores, softwares, com aplicativos de troca de mensagem ou
teleconferência e tudo mais que pode ser acessado por meio de redes de acesso
a dados, como a Internet. Enfim, caros discentes, nesta disciplina primaremos
pelo seu aprendizado e tudo o que ele trará de novos conhecimentos para sua
vida acadêmica, pessoal e profissional.

6
Aula 1 – O saber das comunidades virtuais

Apresentação da aula 1

“Olá, alunos. Sejam bem-vindos à primeira aula da disciplina, Recursos


educacionais digitais em sala de aula. A partir de agora, você vai saber de
onde surgiram e quais são os conceitos das redes sociais, as estatísticas
mundiais e brasileiras, sua participação na geração de boas ideias, boas
práticas, e as mudanças ocorridas em nossas vidas a partir do surgimento delas.
Vamos lá?”

1.1 O que são as redes sociais

Na era pré-Internet, o telégrafo fez a vez de uma rede social pré-histórica,


permitindo o envio de telegramas, que eram as mensagens a longa distância
usando a tecnologia da época. Então, antes da existência da Internet como a
conhecemos, existiu uma tecnologia militar chamada ARPANET (Rede da
Agência de Pesquisas em Projetos Avançados), primeira rede de computadores,
que conectava universidades em uma proto-Internet (rotas do telégrafo).
A primeira mensagem enviada por esta plataforma saiu da UCLA
(Universidade da Califórnia em Los Angeles) para o Stanford Research Institute
(Instituto de pesquisa em Menlo Park, Califórnia, EUA) em 1969.
Entendendo melhor essa “comunicação”, em 29 de outubro de 1969,
Leonard Kleinrock e Charley Kline enviaram ao pesquisador da Universidade de
Stanford, Bill Duval, uma mensagem de duas letras: “lo.” A mensagem
pretendida era a palavra completa “login”, que foi truncada por uma pane no
computador.

7
Rascunho da primeira mensagem enviada por uma rede conectada
Fonte: https://img.ibxk.com.br/2014/07/04/04095227734127.gif

O desenvolvimento do protocolo TCP e IP começou em 1973, mas,


somente em setembro de 1981, a DARPA (Agência do Departamento de Defesa
norte-americano) e Vinton Gray Cerf publicaram as especificações finalizadas do
conjunto de protocolos TCP / IP, que define as regras básicas de funcionamento
da Internet. A data de 01 de janeiro de 1983 marcou o início do uso generalizado
do TCP / IP e o nascimento da Internet moderna.
Entendendo melhor o protocolo da Internet, TCP / IP é um conjunto de
protocolos que consiste em dois protocolos principais, o Transmission Control
Protocol (TCP) e Internet Protocol (IP). Eles definem o Roteamento e o
Endereçamento.
O TCP garante que os pacotes cheguem ao destino sem erros, ligando
para se certificar de que haja um host para receber as informações, e no caso
de que as informações sejam perdidas ou corrompidas no caminho, retransmita
os dados até que cheguem com segurança (Roteamento).
O IP lida com o Endereçamento de máquinas na rede, e como os blocos
de dados (chamados de “pacotes”) chegam ao destino adequado.
Então podemos dizer que TCP é responsável pela entrega dos dados
assim que o endereço IP for encontrado. Percebamos que TCP e IP são duas
tecnologias distintas que trabalham juntas, de mãos dadas, para obter conexões
confiáveis por meio de uma rede de computadores heterogênea (muitos tipos
diferentes de computadores e links).

8
TCP e IP
Fonte: https://img-
19.ccm.net/qXUQzHjsJSBNmsdkbiZBMAfxGdk=/1000x420/smart/9e03985e15f646a7b
cebc888604188e4/ccmcms-esccm/31081456.jpg

Há quem defina rede social como qualquer meio que proporcione a


comunicação entre as pessoas, mas essa definição genérica acaba englobando
métodos nada tecnológicos, como o envio de cartas, por exemplo. Já nos tempos
modernos, rede social é como são chamados serviços que, usando a Internet,
permitem que as pessoas se conectem umas com as outras instantaneamente.
Então vejamos, a rede social é um conjunto de dois elementos: atores e
conexões, os atores são as pessoas, instituições ou grupos (os nós da rede),
enquanto as conexões representam interações ou laços sociais desses sujeitos.
A representação de uma rede de nós interconectados é, então, uma metáfora
para observar padrões de conexão de um grupo social e sua estrutura social, ou
seja, uma ação que ocorre de maneira coletiva, em que o sujeito modifica e é
modificado pelo grupo em que se está inserido.

9
Rede de nós interconectados
Fonte: https://www.uncommunitymanager.es/wp-content/uploads/redes-sociales-
profesionales-1.jpg

As redes sociais, ou os grupos sociais, podem ser observadas em toda a


história, porém, com o advento da Internet e a criação de sites e plataformas de
socialização (chats), que geravam os agrupamentos de pessoas foram
ganhando em intensidade, assiduidade e frequência.

Importante

No contexto das redes sociais virtuais ou das redes sociais na Internet, os atores
são o primeiro elemento de uma rede social. Os responsáveis por moldar as
estruturas sociais, por constituir tais redes e por manter os laços que garantem
sua existência.

Em redes estabelecidas na Internet, há um distanciamento entre os


envolvidos na interação social, típico da comunicação baseada em Tecnologias
da Informação e Comunicação (TIC). Nesse contexto, o ator passa a ser uma
representação dos atores sociais ou uma construção identitária no ciberespaço
(espaço das comunicações nas redes de computadores).

10
Através das ferramentas como o Facebook, Whatsapp, Instagram, entre
outras, os atores passam a possuir um local de fala e um espaço de interação
para a construção e a narração de si. Permitem também que se perceba a
construção do outro e, a partir disso, que haja interação entre esses atores. Isso
contribui para modificações na construção desse ator virtual, sobretudo na
produção de expressões e impressões acerca da “realidade” em que esses
elementos estão inseridos.

1.2 Conhecendo e classificando as redes sociais

O segundo elemento das redes sociais, as conexões, são entendidas


como os laços sociais formados pelas interações entre os atores. Essas
conexões na Internet podem ser compreendidas em três diferentes níveis:
interação, relação e laços sociais. A interação é sempre um processo
comunicacional, de caráter social perene e diretamente relacionado à natureza
das relações entre seus envolvidos. Estudar a interação social compreende
estudar a comunicação entre os atores, suas trocas de mensagens e o sentido
das mesmas.
No contexto da comunicação mediada através das TIC, a interação pode
ser síncrona, em que os envolvidos interagem na mesma hora, ou assíncrona
que se refere aos envolvidos que interagem em momentos distintos. Também
pode ser classificada, em interação mútua ou interação reativa. A interação
reativa é unidirecional, ou seja, corresponde a um clique em um site, a visualizar
um vídeo no YouTube, a ler um blog, entre outras interações que se baseiam em
estímulo e resposta. Já a interação mútua, “é aquela caracterizada por relações
interdependentes e processos de negociação, em que cada interagente participa
da construção inventiva e cooperada da relação, afetando-se mutuamente”. A
interação mediada por TIC é sempre dialógica e no caso da interação mútua, ela
sempre possuirá um impacto social, uma vez que possui reflexos nos dois lados
da conexão.

1.2.1 Conexão entre os atores

11
O segundo tipo de conexão entre atores na Internet é a relação social. O
conjunto de interações sociais entre dois atores acaba por estabelecer um
vínculo maior entre eles, que pode ser definido como sendo uma relação social.
No âmbito da Internet, as relações tendem a ser mais diversificadas, há
um número maior de grupos e de possibilidades de interação, mesmo com o
distanciamento presente nas relações on-line. Esse distanciamento permite o
anonimato, já que a relação entre a pessoa física e a personalidade construída
na Internet pode não ser direta ou clara nesses ambientes.
Há uma maior liberdade entre as relações, uma vez que o distanciamento
permite a diminuição de barreiras, como sexualidade, cor, limitações físicas e
geográficas. Por não envolver o “eu físico” do ator, as relações mediadas por TIC
podem ser mais voláteis, ou seja, facilmente se constroem e com a mesma
facilidade são desfeitas.
Os laços, por sua vez, constituem uma conexão efetiva entre dois atores,
resultado das relações estabelecidas entre eles. São mais institucionalizados,
construídos e fortalecidos no tempo por meio da interação e das relações sociais.
Laços consistem em uma ou mais relações específicas, tais como, proximidade,
contato frequente, fluxos de informação, conflito ou suporte emocional. A
interconexão desses laços canaliza recursos para localizações específicas na
estrutura dos sistemas sociais. Os padrões dessas relações e a estrutura da rede
social organizam os sistemas de troca, controle, dependência, cooperação e
conflito. O estabelecimento dos laços nas redes sociais contribui para o
sentimento de pertencimento a grupos, organizações e ideais, contribuindo
assim para a construção do sujeito e sua forma de interação com o meio.
Os atores e suas conexões (interações, relações e laços) formam uma
rede social, que, por sua vez, terá um capital social atrelado a ela. O capital social
refere-se ao conjunto de normas de reciprocidade e confiança que acabam por
emergir da conexão entre indivíduos. O capital social de uma rede está
intimamente ligado à ideia de pertencimento a um grupo, virtude cívica e
moralidade que vão se fortalecendo através das relações de um grupo. O valor
social de uma rede perpassa ainda por características individuais e coletivas. A
individualidade vem dos interesses dos indivíduos em fazer parte de uma rede
social para seu próprio benefício. Em seguida, destaca-se o caráter coletivo que
nasce do fato de que o capital individual reflete na natureza coletiva do grupo.

12
1.3 Estatística das redes sociais, as mais utilizadas

Importante

De acordo com dados oriundos das próprias redes sociais e classificados pelo
portal alemão de estatísticas o Statista em 2022, as 17 redes sociais mais
utilizadas mundialmente são, em ordem de classificação, Facebook, Youtube,
WhatsApp, Instagram, Weixin / WeChat, Tik Tok, Facebook Messenger, e lá na
15º posição está o Twitter.

Estatísticas das redes sociais em 2022


Fonte: https://www.statista.com/statistics/272014/global-social-networks-ranked-by-
number-of-users/

13
Importante

O líder de mercado Facebook foi a primeira rede social a ultrapassar um bilhão


de contas cadastradas e atualmente tem mais de 2,89 bilhões de usuários ativos
mensais. A empresa Meta possui quatro das maiores plataformas de mídia
social, todas com mais de um bilhão de usuários ativos mensais cada: Facebook,
WhatsApp, Facebook Messenger e Instagram. No terceiro trimestre de 2021, o
Facebook registrou mais de 3,58 bilhões de usuários produtos da família
principal.

Número acumulado de usuários mensais da empresa Meta (anteriormente


Facebook Inc.) no 1º trimestre de 2022 (em bilhões).
Fonte: https://www.statista.com/statistics/272014/global-social-networks-ranked-by-
number-of-users/

Durante o primeiro trimestre de 2022, Meta afirmou que 3,64 bilhões de


pessoas estavam usando pelo menos um dos principais produtos da empresa
(Facebook, WhatsApp, Instagram ou Messenger) a cada mês. Este foi um
pequeno aumento em relação ao trimestre anterior.

1.3.1 Rede social Instagram

14
O Instagram foi criado pelo brasileiro Mike Krieger e Kevin Systrom em 06
de outubro de 2010. Poucos meses depois, a rede social se tornou um dos
aplicativos mais promissores da App Store.
Em apenas um ano, já contava com dez milhões de usuários, sendo que
o serviço estava disponível apenas para proprietários de iPhones e iPads. Em
2012, o Facebook comprou o Instagram por cerca de 1 bilhão de dólares, no
mesmo ano em que a rede social foi disponibilizada para dispositivos Android.
A rede social permite o compartilhamento de fotos e vídeos, bem como a
integração com outros aplicativos. Entre as suas funcionalidades estão à
aplicação de filtros, o Boomerang, os Stories, além das gravações e
transmissões de vídeos ao vivo. Atualmente, o Instagram também é um dos
principais veículos para a publicidade de empresas de todo o mundo.
De acordo com a empresa, hoje cerca de 800 milhões de pessoas utilizam
a rede social. Para dar conta do crescimento e da intensa atividade, a companhia
se baseia em valores, como simplicidade, criatividade e privacidade.

Importante

No Brasil o Instagram surgiu em 2012, é uma das redes sociais mais acessadas
desde 2015, e os brasileiros ocupam lugar de destaque entre os usuários nas
estatísticas do aplicativo, bem como sua participação é maior que a média global.

Curiosidade

O que quer dizer a palavra Instagram? Os criadores do Instagram também


usaram o diferencial oferecido pelo app para buscar inspiração para o nome.
"Insta" vem de "Instant Camera", que significa câmera instantânea, em livre
tradução. Já "Gram" foi tirado de "telegram", ou seja, telegrama, forma mais
rápida de enviar uma mensagem via correio, antigamente.

15
Países líderes com base no tamanho do público do Instagram em janeiro
de 2022 (em milhões).
Fonte: https://www.statista.com/statistics/272014/global-social-networks-ranked-by-
number-of-users/

1.4 Rede social e as alterações no nosso viver

Pelas estatísticas que vimos e a quantidade de acessos por dia, podemos


constatar que as redes sociais deixaram de ser apenas uma forma de manter
contatos, passaram a ser fonte de informação, atração de novos clientes,
publicidade, oportunidade e lazer.
Essa nova sociedade que denominamos Aldeia Global vem modificando
o nosso modo de nos relacionarmos com as pessoas, nos comunicarmos,
adquirirmos informação e entretenimento etc.
Nas redes sociais cada indivíduo tem sua função e identidade cultural, ou
seja, sua relação com outros indivíduos vai formando uma cumplicidade que gera

16
a criação de grupos de interesse, como esporte, cultura, entretenimento,
educação, e outros exercendo influência direta no comportamento social e vice-
versa.
A proximidade cada vez maior do mundo on-line com o off-line, ou a
junção desses dois, trazida por essas plataformas, tornou-se um espaço propício
para o compartilhamento de notícias, informações, conhecimentos, debate de
pontos de vista e formação de comunidades baseadas em interesses e interação
humana.
Estes espaços podem ser utilizados como um meio de interação entre
professores e alunos com o conteúdo, transformando a sala de aula, inclusive
dos docentes que não utilizavam tais recursos, uma vez que seus alunos podem
buscar explicações alternativas ou expor tópicos do conteúdo para visualização
nas redes sociais.

Mídias

Aprendemos nesta aula sobre o espaço que as redes sociais ocupam em nossas
vidas trazendo benefícios e malefícios. Gostaria de deixar para vocês, discentes,
um trecho de uma das palestras do Professor e Pensador Mario Sergio Cortella,
na qual ele profere “Eu Desconfio das Redes Sociais”. Copie e cole no seu
navegador.
Link:
https://www.youtube.com/watch?v=YDMOnF_i6Qw&list=PLAJytlJYwISPzshq4v
9g69MB2SuYgTFIs&index=11

Conclusão da aula 1

Chegamos ao final de nossa primeira aula. Aqui você aprendeu o que é


uma rede social, que os atores são os primeiros elementos de uma rede social,
os responsáveis por moldar as estruturas sociais, por constituir tais redes e por
manter os laços que garantem sua existência; que as conexões são entendidas
como os laços sociais formados pelas interações entre os atores; que essas
conexões na Internet podem ser compreendidas em interação, relação e laços
sociais. Percebeu as estatísticas estratosféricas das redes e seus bilionários
crescimentos em acessos. E para finalizar o aprendizado de hoje, compreendeu

17
que as redes sociais virtuais vêm modificando o nosso modo de nos
relacionarmos com as pessoas, nos comunicarmos, adquirirmos informação e
entretenimento.

Atividades de Aprendizagem
Os anos de 2020, 2021 e até metade de 2022 provocaram significativas
mudanças nos hábitos digitais das pessoas em todo o mundo. Com a pandemia
de Covid-19, o consumo de informações nos mais variados formatos dentro das
mídias sociais aumentou significativamente. Isso acabou gerando algumas
mudanças, por exemplo, reposicionamentos na lista das 10 redes sociais mais
usadas no Brasil. Pesquise na Internet a lista das 10 redes sociais mais usadas
no Brasil atualmente. Confira os resultados pelo menos em dois ou três sites.
Elabore um gráfico deste resultado utilizando planilha eletrônica.

Aula 2 – Internet e as redes sociais

Apresentação da aula 2

Olá, alunos. Sejam bem-vindos à segunda aula da disciplina, Recursos


educacionais digitais em sala de aula. A partir de agora, você vai saber como
funciona e quanto a Internet e as redes sociais afetam você diariamente, o porquê
de termos perfis nestas redes onde o social do relacionamento corporal foi
deixado de lado, e o foco principal passou a ser somente aspectos tecnológicos.
Além disso, você compreenderá que as plataformas de mídia social são a fonte
primária de informação para muitas pessoas e o que são os vazios de dados
existem, entendendo melhor o que eles são, que eles descrevem
vulnerabilidades que emergem de mecanismos de busca, como o Google.
Também, saberá que precisamos conectar os interesses de nossas buscas com
os resultados e que algumas destas ações podem vir a acontecer, enfim, que
podemos utilizar as redes sociais, os mecanismos de buscas e a tecnologia de
maneiras ainda mais eficientes.
2.1 Rede social e o nosso cotidiano

18
É notório que os meios de comunicação deram uma contribuição enorme
para o desenvolvimento do ser humano, isso devido ao alcance significativo que
têm. Com a chegada da Internet, a comunicação deixou de ser um elemento
social importante e passou a ser algo essencial.
Para a maioria dos usuários deste conglomerado de redes em escala
mundial, o acesso a elas passou a ser uma necessidade constante e pela
quantidade de acessos diários, as redes sociais passaram a ser fonte rica de
informações, afetando diretamente o cotidiano, a forma de agir e pensar das
pessoas.
A velocidade com que essas mudanças comportamentais vêm
acontecendo são surpreendentemente significativas e inesperadas, ou seja, as
mídias sociais trouxeram a acessibilidade para pessoas comuns terem voz ativa
e expressarem suas opiniões, e como tudo na vida, existe o lado bom e ruim,
algumas expressam o que pensam, sentem e vivem, sem nenhum filtro,
transformando essas ferramentas numa espécie de diário virtual. Este “mural
virtual” pode, por exemplo, transformar uma pessoa boa em má, ou vice-versa,
somente com base na postagem efetivada.
Se analisarmos as redes sociais, percebemos que são arquiteturas
sociais baseadas em sistemas digitais, que ligam vários tipos de pessoas e
organizações que tendem a ter objetivos e valores semelhantes, muitas vezes,
de se promoverem, pois são inúmeros os casos de usuários que ganharam
projeção mundial por causa de seus posts. Isso tem levado artistas a divulgarem
seus trabalhos por meio de microblogging, mantendo assim um maior contato
com seu público.
As organizações, motivadas por essa maneira de se fazer publicidade
passam a fazer propagandas de seus produtos e fornecer maiores ofertas para
seus clientes por intermédio das redes sociais.
As redes sociais são componentes que estão presentes no dia a dia e
geram relações interativas no ambiente em que as pessoas vivem. A Teoria Ator-
Rede pode ser incluída nesse âmbito, pois, na era tecnológica em que se vive, é
quase impossível produzir, permitir e influenciar sem que se tenha acesso aos
“actantes” (aquele que realiza alguma ação, influenciando outros elementos da
rede) que são os computadores, smartphones e Internet.
Assim, quando uma rede está em movimento é necessário que ela amplie
essa função. Por exemplo, quando você pesquisa sobre uma marca famosa que

19
foi indicada por uma digital influencer, se as suas redes sociais estiverem logadas
no mesmo actante que você utilizou para fazer a pesquisa, nos stories do seu
Instagram aparecerão propagandas sobre ela, no feed do seu Facebook também
até que você vá a alguma loja e adquira esse produto. Essa função pode ser
chamada de plug in, pois faz as movimentações entre as informações,
executando assim as associações.

2.1.1 Rede social e as Fake News

As redes sociais também têm seu lado negativo. As chamadas Fake News
são parte desse viés e podem ser definidas como notícias inventadas e
manipuladas com o intuito de viralizar na rede mundial de computadores,
atraindo, com um pretenso verniz jornalístico, a atenção do público e o resultado
financeiro derivado dos cliques e visitas na página.

Fake News
Fonte:
https://portal.fgv.br/sites/portal.fgv.br/files/styles/noticia_geral/public/noticias/06/22/fake
-news.jpg?itok=tPByuwT6

Há uma distância entre compartilhar um link e a sua leitura propriamente


dita. Estudo divulgado pela Universidade de Columbia e o Instituto Nacional
Francês mostra que 59% dos links compartilhados em redes sociais não chegam

20
a ser clicados ou lidos. Dessa forma, uma manchete atraente, que normalmente
fica explícita na URL do link já seria suficiente para garantir engajamento.

Importante

Mesmo quando os links são clicados, poucos leitores vão passar dos primeiros
parágrafos, o que facilita ainda mais o trabalho de elaboração de uma notícia
falsa. Estudo do Nielsen Norman Group (Empresa Americana de Consultoria)
mostrou que 81% dos leitores clicam no link, mas não significa necessariamente
que leram nem mesmo o primeiro parágrafo do texto, enquanto 71% chegam ao
segundo parágrafo. São 63% os que leram o terceiro parágrafo, e apenas 32%
voltam os olhos para o quarto.

A influência das Fake News motivou estudos diversos, foram mapeados


sites conhecidos por disseminar notícias falsas e veículos tradicionais nos
Estados Unidos e concluiu-se que as visitações são significativamente maiores
nos sites que se utilizam de notícias falsas.
Houve questionamentos sobre a influência no resultado das eleições
passadas nos Estados Unidos. Amostras foram colhidas, analisadas e no mês
do pleito eleitoral foram 40,1 mil pessoas visitando sites tradicionais,
considerados como fontes seguras de notícias, enquanto 3,1 mil acessaram
notícias de páginas conhecidas por conteúdos falsos, ou seja, Fake News.

2.2 Vazios de dados

O Nieman Lab, que faz parte da Fundação Nieman, de Harvard, cuja


missão é “promover e elevar os padrões do jornalismo”. Pretende ajudar o
jornalismo a descobrir seu futuro na era da Internet produzindo reportagens e
análises sobre mídia. Informa-nos claramente que os vazios de dados nas redes
sociais estão espalhando desinformação e causando danos ao mundo real. Aqui
estão algumas ideias sobre como consertar o problema.
Esses momentos invisíveis de vulnerabilidade são conhecidos como
vazios de dados: quando há altos níveis de demanda por informações sobre um
tópico, mas baixos níveis de fornecimento confiável. Os vazios de dados

21
descrevem vulnerabilidades que emergem de mecanismos de busca como o
Google.

Vazios de dados descrevem vulnerabilidades que emergem de


mecanismos de busca como o Google.
Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/01/28/como-os-mecanismos-
de-busca-conseguem-trazer-quase-tudo-que-queremos-saber.htm

Quando se trata de vazios de dados, geralmente é feita uma distinção


entre os mecanismos de busca e as plataformas de mídia social. Enquanto a
interface primária dos mecanismos de busca é a barra de busca, a interface
primária das plataformas de mídia social é o feed: encontros algorítmicos com
postagens baseadas no interesse geral, não uma pergunta específica que você
está procurando pela resposta.
Desta forma, é fácil deixar passar o fato de que também aqui existem
vazios de dados: mesmo que a busca não seja a interface primária, ainda é uma
funcionalidade importante. E, com bilhões de usuários, isso pode estar criando
grandes vulnerabilidades sociais.
Se pretendemos responder às necessidades de informação à medida que
elas surgem, e entender se elas estão causando danos, precisamos de uma
maneira de monitorá-las.

Importante

22
As pessoas estão usando o Facebook e o Instagram como mecanismos de
busca. Durante a pandemia, isso foi perigoso. Os vazios de dados nas redes
sociais espalharam desinformação e causaram danos ao mundo real, todos
precisariam ter acesso a informações confiáveis durante uma pandemia, sem
isso pessoas morreram.

Somos especialmente vulneráveis quando queremos saber algo, por


exemplo, como tratar a covid-19, na época não existiam informações confiáveis.
No início da pandemia, reinava a confusão sobre os sintomas, as causas e os
tratamentos. Postagens virais alegavam que corrimento nasal não era sinal da
doença, ou que o alho, o álcool ou a luz do sol eram boas medidas preventivas.
Uma série de medicamentos foram experimentados e testados, incluindo
cloroquina, hidroxicloroquina, favipiravir, dexametasona, azitromicina e
remdesivir e alguns foram considerados eficazes, outros, nem tanto.
Existiu mais especulação ou desinformação em torno dessas questões do
que fatos confiáveis, e os mecanismos de busca frequentemente apresentaram
isso a pessoas que, em meio a uma pandemia, estavam em um momento de
desespero, que levou à confusão, teorias conspiratórias, automedicação,
estocagem e overdoses.
Um trabalho importante foi realizado nesta direção. A International Fact-
Checking Network (IFCN) visualizou as verificações de fatos relacionados ao
corona vírus para ajudar a entender onde estava sendo fornecida informação
confiável. A empresa de ranqueamento da Amazon, Alexa, criou um painel de
controle para monitorar artigos em inglês relacionados ao corona vírus que foram
compartilhados no Twitter e Reddit. Outros exemplos, como o gathers.co,
criaram feed de artigos relevantes. Cada um desses esforços fala de uma
necessidade social que ainda não foi alcançada: a de acompanhar o fluxo de
informações confiáveis em tempo real.

23
Painel de controle para monitorar artigos em inglês relacionados ao
corona vírus
Fonte: https://static.poder360.com.br/2020/08/instagram-1024x535.jpeg

Mas embora tenham existido esforços para rastrear a oferta de


informações confiáveis, geralmente através de checagens de fatos ou notícias,
o que não vimos foram tentativas de unir a oferta com a demanda, ou seja, o que
as pessoas querem saber imediatamente e que informações estão recebendo.

2.3 Internet e os mecanismos de busca

As plataformas de mídia social são mecanismos de busca, o YouTube


descreve-se como “o segundo buscador mais popular do mundo”. Apesar de ser
uma inteligente forma de marketing, a afirmação é honesta: as pessoas buscam
informações nas mídias sociais, assim como nos mecanismos de busca.
Com bilhões de usuários, as plataformas de mídia social são a fonte
primária de informação para muitas pessoas. Mas para quantas, não sabemos.
O YouTube permite que o público investigue o interesse de pesquisa em
sua plataforma através de um recurso escondido no Google Trends.
Considerando que o interesse no YouTube flutua independentemente do
interesse no Google, é importante para nós monitorarmos ambos. Google Trends
é uma ferramenta do Google que mostra os mais populares termos buscados em
um passado recente, apresenta gráficos com a frequência com que um termo

24
particular (palavra-chave) é procurado em várias regiões do mundo, e em vários
idiomas.
A principal função do Google Trends é comparar o volume de busca
relativo das pesquisas entre duas ou mais palavras-chave diferentes. Ele
também pode ser usado para descobrir picos de busca de determinadas
palavras-chave com base em eventos específicos ou determinadas épocas do
ano.

Importante

Precisamos de um Google Trends para Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, e


Reddit, não temos ideia do que as pessoas estão procurando nas redes sociais,
ou que resultados essas plataformas estão colocando na frente das pessoas.
Claramente, as plataformas consideram que existem vulnerabilidades de
desinformação baseadas em buscas em suas páginas, pois elas intervêm em
certos resultados de pesquisa para promover informações oficiais.

Entretanto, elas não oferecem a transparência necessária para saber o


que as pessoas estão buscando, como isso muda por localização, como
tendências ou picos surgem em tempo real e que informações estão sendo
colocadas na frente das pessoas nos resultados da busca.
Informações sobre tendências e postagens no Facebook e Instagram
podem ser acessadas através do CrowdTangle, a ferramenta analítica do
Facebook que mostra quais URLs e postagens estão ressoando. O interesse
pode, até certo ponto, ser inferido a partir destas informações.
Mas há alguns problemas. Primeiro, o CrowdTangle cobre apenas
postagens públicas, o que equivale apenas a uma pequena parte do que está
acontecendo no Facebook. Segundo, ele não nos diz nada sobre as buscas na
plataforma e os resultados conectados com bilhões de usuários, e
provavelmente bilhões de buscas.
O Twitter já tem um recurso de tendências, mas não há painel de controle
para explorar múltiplos locais. Você só pode ver as tendências em sua
localização como usuário individual, ou acessar os dados através de sua API
como um desenvolvedor.

25
Entretanto, a API do Twitter não fornece informações sobre o interesse de
busca. As tendências referem-se apenas a hashtags populares e palavras-chave
dentro de tweets, transmitindo uma imagem do que as pessoas se sentem
inclinadas, e capazes de expressar publicamente. A procura de informações via
pesquisas é um tipo muito diferente de ponto de dados, e precisamos monitorar
essas buscas, assim como o que os tweets estão apresentando de forma
proeminente nos resultados.
Ainda que existam envoltórios API não oficiais e ferramentas de análise
para o TikTok, ao nosso entendimento não há possibilidade de rastrear
tendências ou resultados de pesquisa.
Bing (motor de pesquisa da Microsoft) representa 13% do mercado de
pesquisa de desktop dos EUA, o que equivale a muitos milhões de usuários e
muitas outras pesquisas. O Google estabeleceu o padrão para a análise dos
mecanismos de busca, mas Bing, Yahoo e Duck Duck Go carecem da mesma
transparência. O Duckduckgo é um buscador que surge com uma proposta de
não armazenar os seus dados para que você tenha uma navegação segura.
Esse mecanismo surge como algo diferenciado dos buscadores que se utilizam
de cookies (que são armazenadores de dados e que, de certo modo, controlam
a experiência virtual).

Buscador Duckduckgo
Fonte: https://t.ctcdn.com.br/OW-
1lfD671H4z2YwS_CghB4XEiY=/1400x788/smart/i392670.jpeg

2.3.1 Google Trends mais preciso

26
Precisamos que o Google Trends seja mais preciso. O Google está
fazendo um trabalho importante para resolver os vazios de dados. Não só
estabeleceu o padrão para análise de mecanismos de busca com o Google
Trends, mas também está trabalhando diretamente no endereçamento de vazios
de dados com o Question Hub, uma ferramenta projetada para identificar “vazios
de conteúdo” e trabalhar com verificadores de fatos para preenchê-los.
Entretanto, algumas pequenas mudanças melhorariam muito sua eficácia.
O Google Trends deve permitir consultas Booleanas. É uma pequena mudança,
mas um grande impacto. Busca Booleana é um tipo de pesquisa que utiliza os
operadores AND, OR e NOT (E, OU, NÃO) na combinação de palavras-chave
para adição, alternância ou negação entre os termos.

Importante

Primeiro, seremos capazes de buscar com mais precisão o interesse de uma


população por um tópico, agregando o interesse em termos em vários idiomas.
Em nossa pesquisa sobre vazios de dados na Grécia, por exemplo, queríamos
pesquisar por “coronavírus OU κορωνοϊός”. Não fomos capazes de fazer isso,
então tivemos que usar o termo em inglês em todos os países. Em segundo
lugar, seremos capazes de rastrear tópicos em vez de palavras. Em vez de
apenas procurar a palavra “vacinas”, poderíamos procurar: (vacinas OU vacina
OU vacinação OU vacinações) E (inseguras OU feridas OU precipitadas OU
perigosas OU…).

Isso significaria que poderíamos monitorar a hesitação em torno de


narrativas específicas, tais como, a segurança da vacina. Google Search,
Google Scholar, Google Alerts e outras ferramentas do Google já aceitam
consultas Booleanas. Google Trends também precisa aceitar.
Precisamos de mais alertas. Não podemos passar o dia inteiro olhando
para o Google Trends, por mais fascinantes que sejam as percepções. Portanto,
precisamos de alertas por e-mail quando há picos e explosões. Atualmente, você
só pode recebê-los semanalmente, e muitas vezes isso é tarde demais.
Precisamos de alertas quando e à medida que eles ocorrem.
Precisamos conectar os interesses com os resultados. Digamos que
muitas pessoas estão procurando informações sobre a segurança das vacinas.

27
A próxima pergunta é: que resultados elas estão obtendo? Que notícias estão
se destacando? Quais estão sendo clicadas?
Precisamos de informações mais ricas sobre os resultados se quisermos
ser capazes de determinar vazios de dados. Uma tabela mostrando os principais
e os crescentes resultados para termos de pesquisa aumentaria muito nossa
capacidade de monitorar para onde as pessoas estão sendo enviadas, e manter
as plataformas para contabilizar as informações que elas expõem a seus
usuários.

2.3.2 Melhorias nas redes sociais

Para onde vamos a partir daqui? Precisamos de diferentes tipos de


informações com o avançar do tempo. Durante a pandemia encontramos muitas
perguntas sobre a origem. Depois, mais demandas sobre remédios e
tratamentos, muitos dos quais poderiam causar danos. É justamente para aqui
que estamos voltando nossa atenção agora. É fundamental monitorar as
necessidades emergentes de informação sobre as vacinas e responder às
informações prejudiciais sobre segurança, moralidade, liberdade, necessidade,
eficácia e assim por diante.

Importante

Precisamos rastrear os vazios de dados relacionados às vacinas, a fim de salvar


vidas. Com as mudanças no Google Trends, poderemos acompanhar melhor o
interesse pelas narrativas e direcionar nossas respostas para elas. Também
precisamos ver as plataformas de mídia social agirem. Os primeiros indicadores,
como as buscas sugeridas de “vacinas” no Facebook, TikTok, Instagram e
Reddit, mostram o que é possível quando não conseguimos analisar o interesse,
os resultados e os vazios das buscas.

Esperamos que algumas destas ações possam vir a acontecer, enfim,


utilizarmos as redes sociais, os mecanismos de buscas e a tecnologia de
maneiras ainda mais eficientes. Que possamos confrontar os próximos capítulos
desta infodemia (grande fluxo de informações que se espalham pela Internet

28
sobre um assunto específico) positivamente, de forma mais inteligente, com
objetivos fixos de salvar ainda mais vidas humanas.

Conclusão da aula 2

Chegamos ao final de nossa segunda aula. Aqui você aprendeu que as


redes sociais são componentes que estão presentes no dia a dia e geram
relações interativas no ambiente em que as pessoas vivem e que as redes
sociais afetam o cotidiano, o espaço-rede que as pessoas criaram nelas, permite
que os actantes sejam protagonistas influenciando nas relações interpessoais
por meio das redes sociais. Também, assimilou que as plataformas de mídia
social são mecanismos de busca, o YouTube, por exemplo, descreve-se como
“o segundo buscador mais popular do mundo”, e que precisamos de informações
mais ricas nos resultados das buscas, ou seja, diferentes tipos de informações,
pois com o avançar do tempo, as inovações tecnológicas devem acompanhar o
nosso raciocínio integral, não somente o parcial, e que essas soluções tem valor
impactante no mundo em que vivemos.

Atividades de Aprendizagem
Pesquise na Internet sobre o Duckduckgo, que é um buscador que surge com
uma proposta de não armazenar os seus dados para que você tenha uma
navegação segura. Desta forma aprenderá mais sobre buscadores. Confira os
resultados pelo menos em dois ou três sites. Elabore um texto com os resultados
da pesquisa.

Aula 3 – Software livre na educação e na pesquisa acadêmica

Apresentação da aula 3

29
Olá, alunos. Sejam bem-vindos à terceira aula da disciplina, Recursos
educacionais digitais em sala de aula. A partir de agora, você vai aprender
sobre a tecnologia de software livre dentro das instituições de ensino, seus
propósitos de serem utilizados como apoio na introdução de novos
conhecimentos aos alunos. Também, verá que as ferramentas digitais ajudam
os alunos a desenvolverem habilidades digitais práticas que podem ser
aplicadas nas tarefas do cotidiano, dentro e fora da sala de aula, permitindo
explorar o mundo através da comunicação e informação.

3.1 Inclusão na cultura digital

A inclusão digital é uma ampliação do ambiente digital que consiste em


garantir a todas as classes sociais o acesso às tecnologias de informação e
comunicação. A desigualdade social e cultural resulta em conflito entre as
pessoas, e com a chegada da tecnologia, esse processo está sendo melhorado
e reestruturado no Brasil.
As classes que estão no topo da lista continuam tendo os privilégios
tecnológicos, mas a Internet é uma forma de democratizar e ampliar o
conhecimento e automaticamente buscar mais oportunidades.
Esta inclusão consiste em ajudar todas as pessoas sem exceções, pois
uma pessoa “incluída digitalmente” tende a ganhar e melhorar sua qualidade de
vida através das melhorias tecnológicas adquiridas.
O acesso à cidadania pode ser potencializado com os serviços on-line, a
emissão de documentos pessoais, o levantamento de direitos ou de informações
oficiais de entidades ou do governo, operações bancárias pela Internet,
pagamentos e recebimentos de contas via pix, poupando tempo e obtendo a
praticidade de não ir até uma agência bancária.
Abrir as janelas do conhecimento é o primeiro benefício da inclusão digital.
O acesso a diferentes culturas, saberes locais dos mais remotos cantos do
planeta e todo tipo de informação que se desejar a um clique precisa ser possível
a muito mais pessoas. O conhecimento existe para ser compartilhado e
multiplicado.
No Brasil, onde a carga horária de trabalho é uma das maiores do mundo,
poucas pessoas conseguem conciliar faculdade, trabalho, tarefas pessoais e

30
família ao mesmo tempo. Com a chegada do EAD tudo foi facilitado na vida
destes brasileiros que conseguem melhorias significativas através da inclusão
pela cultura digital.
Caros, a instituição de ensino deve incentivar o processo de inclusão na
cultura digital. Nos cursos de formação de professores podemos instigar e
desafiar a utilização de tecnologias em sala de aula. O professor em formação
inicial precisa vivenciar as possibilidades de aplicação de diferentes softwares
para que possa utilizá-los posteriormente em sala de aula.
Então, vejamos, com a difusão crescente das tecnologias na sociedade,
faz-se necessário que as mesmas sejam problematizadas em cursos de
formação docente, assim os estudantes chegam à sala de aula imersos nessa
cultura. O professor em formação, que desenvolve fluência tecnológica digital,
seja em softwares educacionais livres ou privativos, poderá estar apto a utilizar
de forma eficiente e eficaz diferentes recursos de acordo com a metodologia que
venha a atender os objetivos propostos no processo educacional.
A necessidade de inserção de recursos tecnológicos em cursos de
formação docente está contemplada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para
Formação de Professores em nível superior. Destaca-se o uso de tecnologias da
informação e da comunicação e de metodologias, estratégias e materiais de
apoio inovadores.
Essa intervenção formal e pedagógica que acontece na instituição de
ensino desencadeia um complexo processo de ensino e aprendizagem, pois o
professor, ao apresentar softwares educacionais aos futuros professores, estará
viabilizando a utilização da cultura digital de modo criativo e significativo,
contribuindo com a arte de educar, principal atividade do professor.

31
Cultura digital
Fonte:
https://www.escolapresidentevargas.com.br/media/images/1598/1598//6144e245c88d8
629f302d86f77a617b8db655507406a0.jpg

3.2 Software livre

Alunos, esta aula analisa a utilização de softwares livres em cursos de


formação de docentes, destacando a necessidade de desenvolvimento de
fluência tecnológica digital para implementação de diferentes aplicações livres.

Importante

O software livre é um programa no qual o usuário tem permissão de utilizar,


copiar, alterar e redistribuir sem a necessidade de pedir permissão aos autores
iniciais. Corresponde a qualquer software que possua, simultaneamente:
liberdade de executar o programa, para qualquer propósito; liberdade de estudar
como o programa funciona e adaptá-lo às suas necessidades; liberdade de
redistribuir cópias do programa, de modo que se possa ajudar o próximo;
liberdade de melhorar e modificar o programa tornando essas modificações
públicas, de modo que toda a comunidade se beneficie.

32
O uso de software livre está relacionado à questão da liberdade,
segurança, estabilidade e custos. Sendo o código-fonte disponível, o usuário tem
a possibilidade de adaptar o programa conforme suas necessidades, detectando
erros, traduzindo e sugerindo novas funcionalidades. Da mesma forma,
colaborativamente, viabiliza-se a evolução para programas mais aprimorados,
sem vínculo com licenças limitadoras.
Nesse sistema, a incidência de vírus é menor, pois os criadores de
malware ainda produzem as suas pragas digitais principalmente para o sistema
privativo existente em mais de 90% dos computadores do mundo. As falhas
encontradas nos sistemas livres geralmente são corrigidas em curto prazo de
tempo por pessoas de diferentes países que testam a segurança e corrigem
erros constantemente. Esse suporte em comunidade viabiliza a estabilidade do
sistema porque os problemas são resolvidos rapidamente em colaboração. O
suporte técnico geralmente apresenta custos reduzidos, pois as atualizações e
aquisição são gratuitas. A instalação do sistema, em muitos casos, ocorre em
equipamentos tidos como obsoletos.
Ao oferecer a liberdade ao usuário para utilizar, modificar e distribuir
colaborativamente, o software livre torna-se uma alternativa para as instituições
públicas de ensino, já que poupa verbas. Não há ligação com sistemas
privativos, em que o conhecimento sobre o modo de funcionamento do software
é secreto.

33
Software livre
Fonte: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/H5sEpX9WjyBQzm8Af73pjYSkreMrWFdPwhMsVrBxEM
DkPcrcYrWgjTZyUaVf/open-source-codigo-aberto-livre-linux-firefox-mozilla.jpeg

Ao fazer parte da cultura acadêmica, o movimento social do software livre


contribui para formação de profissionais mais conscientes e atuantes que
defendem a liberdade de conhecimento. Essa liberdade é vinculada à autonomia
e à diversidade, não à subordinação e à dependência. Instigar o
compartilhamento do conhecimento tecnológico, que se constitui em um bem
social da humanidade contribui para o desenvolvimento da ciência e o avanço
de uma sociedade democrática.
Ao incentivar o livre conhecimento, a criação coletiva e o
compartilhamento das informações, a filosofia do software livre promove a
independência tecnológica e cultural. No campo educacional, torna-se essa uma
estratégia, pois demanda continuidade, aprendizado e aplicação compartilhada
de conhecimentos.

3.3 Software livre na educação

A qualidade na educação passa pela formação inicial de professores e


requer o desenvolvimento de fluência tecnológica digital. A fluência permite aos
professores em formação reconhecer, avaliar e tomar decisões em relação à
potencialidade de cada ferramenta em virtude dos objetivos e dos conteúdos das
atividades de ensino a serem propostas com a utilização de diferentes softwares.
Isso implica que maiores níveis de fluência potencializam as problematizações
dos conteúdos de ensino e mediação do processo ensino-aprendizagem.
Podemos considerar a fluência tecnológica digital como a facilidade de
utilização de diferentes aplicativos educacionais. Significa conhecer e apropriar-
se desses aplicativos, seus princípios e aplicabilidade em diferentes situações.
Significa ainda criar, corrigir, modificar interativamente diferentes ferramentas e
artefatos, compartilhando novos conceitos, funções, programas e ideias.

Importante

34
O professor com fluência tecnológica digital desafia os estudantes a procurarem
sempre mais a apropriação dos conteúdos curriculares mediados por tecnologias
livres. Assim, colabora com a autonomia, para que os estudantes se apropriem
do conhecimento teórico, o que é fundamental no processo de ensino e
aprendizagem. Ser fluente é pessoal no sentido de que os indivíduos fluentes
com tecnologias da informação avaliam, distinguem, aprendem e usam novas
tecnologias da informação que sejam apropriadas às suas atividades pessoais e
profissionais. Ser fluente no sentido de não apenas saber como usar ferramentas
tecnológicas, mas também saber como desenvolver materiais significativos com
essas ferramentas. O professor que conhece e desenvolve habilidades em
relação a aplicativos de software livre tem possibilidade de explorar e adaptar
interativamente esses recursos, compartilhando novos conceitos, funções,
programas e ideias. As sete razões para usar o software livre na educação
citadas pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Curricular em Sistemas Não-
Proprietários são:

Sete razões para usar o Software livre na educação


Fonte: https://cedec.intef.es/wp-content/uploads/2016/11/7razonesSoftwarelibre.jpg

35
Os conceitos fundamentais referem-se a conhecimentos teóricos
relacionados a redes, computadores e sistema de informações. Esses
conhecimentos viabilizam maior compreensão em relação às ferramentas, assim
como acesso aos benefícios que elas oferecem. As habilidades contemporâneas
envolvem o uso da Internet para encontrar informações, do computador para
estabelecer comunicação, de editores gráficos, de materiais instrucionais, de
banco de dados e de configurações em geral para diferentes atividades. Tais
habilidades capacitam o professor em relação à compreensão das possibilidades
de criação com as tecnologias livres. Capacidades intelectuais envolvem ações
de colaboração, teste de solução, gerenciamento de situações complexas,
pensamento abstrato sobre a implementação das tecnologias livres, sua
organização, navegação e avaliação de informações.
A experiência de uma disciplina na qual os estudantes em formação têm
a possibilidade de agir sobre o objeto (software livre), de transformá-lo, de
modificá-lo, de adaptá-lo a sua área de conhecimento e de entender essa ação
através da experiência, constrói conhecimento sobre o software e a filosofia
social que o fundamenta.

3.3.1 Importância da fluência digital na educação

A educação tem um papel essencial na formação digna e cidadã de cada


pessoa através de conteúdos que vão muito além da compreensão de uma
disciplina, ensinando a respeito dos valores e princípios da vida em sociedade.
Os agentes de todas estas transformações são os professores, profissionais
formados dentro da pedagogia ou de especializações capazes de ensinar sobre
todas as ciências. Ter fluência digital hoje é um dos principais métodos de
ensinar com eficiência e promover o envolvimento dos alunos com os conteúdos.
O professor que não está atualizado quanto às inovações e ferramentas
digitais tem dificuldade de se conectar com os alunos. Esta afirmação não é
leviana, mas baseada na realidade: as novas gerações estão imersas em
tecnologias e no mundo da Internet. Por isso, o profissional precisa conhecer
mais sobre a área e sobre como a fluência digital é importante para a composição
de suas aulas.

36
A tecnologia é o presente e continuará sendo o futuro, não só na
educação, mas em várias áreas em que conceitos como inteligência artificial, big
data, algoritmos, etc. estão sendo colocados na prática.
E a fluência digital na educação é importante porque auxilia a formação
dos professores para que eles possam não só conhecer ferramentas, mas
também usá-las a favor dos seus objetivos.
Esse pensamento puxa um gancho importante relacionado à formação
profissional dos educadores. Nem todos são nativos digitais e possuem
limitações de conhecimento e até de acesso à tecnologia.
Por isso, quando uma instituição de ensino adota a fluência digital como
princípio, promove um incentivo ao conhecimento e ao aprimoramento sobre o
tema dentro da realidade da instituição.

Importante

Existem vários métodos para alinhar a capacitação dos professores com a


tecnologia. Um dos mais conhecidos é o TPACK, que é a sigla para
Technological Pedagogical Content Knowledge, em português, significa
Conhecimento Tecnológico Pedagógico do Conteúdo.

Esse modelo foi criado para orientar quais os tipos de habilidades e


conhecimentos o professor precisa ter para desenvolver a prática pedagógica
em um ambiente de aprendizado tecnológico.
O objetivo do TPACK é a integração perfeita entre conteúdo, prática
pedagógica e tecnologia.
Essa tríade é a base do trabalho das instituições de ensino que precisam
alinhar o que vai ser ensinado e os métodos pedagógicos que atendem os
objetivos de ensino-aprendizagem para criar uma experiência rica.
Aliado a isso, a tecnologia entra como um fator estratégico que coloca o
aluno em contato com as tendências de aprendizado, ajudando-o a ver as
ferramentas além da sua capacidade de entreter ou de substituir um processo
por outro.
O desafio de integrar os conhecimentos sobre a aprendizagem, o
pensamento do estudante, os conteúdos específicos e a tecnologia motivaram a

37
proposição de um quadro conceitual do conhecimento docente, que pode ser
utilizado em contextos de ensino e de aprendizagem variados, em múltiplas
áreas curriculares. Conforme citado anteriormente, o modelo TPACK considera
três áreas distintas e inter-relacionadas representados pela figura a seguir:

Tpack
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Danilo-
Jesuz/publication/348508783/figure/fig1/AS:980242080493571@1610719332457/Figu
ra-1-O-Quadro-TPACK-e-os-Respectivos-Componentes-do-Conhecimento_Q640.jpg

Tal base de conhecimento docente contempla as dimensões


pedagógicas, de conteúdos específicos e tecnológicos inter-relacionados e
ilustram as intersecções da complexidade da prática pedagógica. O modelo
TPACK expressa um saber que se diferencia do conhecimento de especialistas

38
em tecnologia, de professores de áreas específicas ou de profissionais da
educação que dominam a didática geral.
A estrutura do TPACK considerada uma complexa interação entre os três
corpos de conhecimento (conteúdo, prática pedagógica e tecnologia), impacta
significativamente a pesquisa e a prática na produção de tipos mais integrados
de conhecimentos flexíveis, necessários para integrar a tecnologia em sala de
aula. O modelo incentiva muitas perguntas a serem feitas sobre a metodologia
de coleta de dados e estratégias disponíveis para analisá-los e interpretá-los. As
funções do modelo, como um esquema de classificação, fornecem informações
sobre a natureza e as relações dos objetos, ideias e ações pedagógicas.
Os estudos constantes da revisão das referências sobre o modelo TPACK
apresentam avanço significativo no campo da formação de professores e das
pesquisas em educação, ao destacarem que a integração de tecnologias requer
mais do que habilidade e conhecimento destas, envolvendo complexa interação
entre os conhecimentos de conteúdo específico e tecnológico.

Conclusão da aula 3

Chegamos ao final de mais uma aula, e aqui foram enfatizadas as


possibilidades didáticas dos softwares livres e a necessidade de planejamento
para escolha dos que realmente agregam inovação na construção do
conhecimento em sala de aula. Que os softwares livres se constituem em um
agente de mudança educacional a partir do momento que forem implementados
com o objetivo de estimular e favorecer desenvolvimento cognitivo dos
estudantes, abrindo caminho para a autonomia profissional.

Atividades de Aprendizagem
Pesquise na Internet sobre o TPAK que é um método para alinhar a
capacitação dos professores a tecnologia. Desta forma aprenderá mais sobre
estes métodos. Confira os resultados pelo menos em dois ou três sites. Elabore
um texto com os resultados da pesquisa.

39
Aula 4 – Mediações tecnológicas dentro do processo educacional

Apresentação da aula 4

Olá, alunos. Sejam bem-vindos à quarta aula da disciplina, Recursos


educacionais digitais em sala de aula. A partir de agora, você vai aprender
sobre as mediações tecnológicas dentro do processo educacional no cenário
internacional e brasileiro. Assim, uma proposta desta aula é refletir sobre o uso
das tecnologias digitais nas práticas educacionais, de modo que os participantes
da instituição de ensino possam compreender os espaços e as pessoas que
integram o contexto educacional e nele considerem o uso de instrumentos
digitais na mediação pedagógica dentro de cada realidade presente nos âmbitos
educacionais.

4.1 Incorporação das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas

A presente aula caminha pelo questionamento do uso ou incorporação


das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas: como ela pode acontecer
dentro do processo de ensino e aprendizagem e o que deve ser considerado ao
incorporá-la; qual o cenário propício e como ela repercutirá no ensino e na
aprendizagem a fim de se encontrarem respostas. Assim sendo, os participantes
do âmbito da instituição de ensino devem discutir sobre o contexto social em que
estão inseridos.
A discussão em torno das tecnologias em ambientes de aprendizagem
não é uma questão nova para a educação brasileira. Ela ocorreu no ano de 1980,
iniciada pelas políticas públicas que inseriam o uso das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) em âmbitos escolares. Entretanto, tem-se a
sensação de que não se avançou nessa área, no sentido de que a tecnologia
não equacionou os problemas educacionais.
O ato de educar é complexo, pois é construído por meios intencionais
políticos, dialógicos, socializadores e humanizadores. Educar é impregnar de

40
sentido o que fazemos a cada instante. Assim a educação é construída por
articulações das diversas subjetividades envolvidas que estão tecidas por
pensamentos, saberes, sentidos, ações, posicionamentos em um processo
social colaborativo. A tecnologia não nos apresenta um computador que seja
capaz de processar o ato educativo.

Tecnologias digitais
Fonte: https://amazonas1.com.br/wp-content/uploads/2019/12/post6-img01.jpg

Conduzir o desenvolvimento educacional, a reflexão crítica sobre a prática


torna-se uma exigência para o professor, o que conduz a experiência para longe
de ser uma ação mecânica e repetitiva, definida por técnicas e fórmulas. Assim,
o progresso educacional não está na adaptação das tecnologias digitais como
um sistema fechado, o que torna uma aula melhor ao utilizar um recurso
tecnológico.

Importante

41
A mediação pela tecnologia pode auxiliar na reinvenção da sala de aula
enquanto atende às necessidades e interesses dos participantes da educação.
Os recursos digitais se tornam instrumentos para uma didática mais interativa
dos conteúdos e conhecimentos produzidos. Por isso, não há uma solução
mágica na tecnologia que atenda a todo público escolar. Faz-se necessária uma
reflexão crítica sobre quais propostas devem ser usadas dentro das possíveis
realidades em que se encontra o público a ser atingido.

A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa a favor do ensino,


contribuindo para o aprendizado e desenvolvimento cognitivo dos alunos.
Imagens comunicam mais do que palavras e facilitam a construção de conceitos
relevantes. Além disso, a velocidade dos cliques favorece o desenvolvimento do
pensamento ágil e lógico e colabora para a flexibilidade do raciocínio.
A inclusão digital no ensino é algo inevitável, pois grande parte dos
estudantes já está inserida nesse meio digital. Então, se a inclusão não for feita
a tempo, existirá uma carência de inovação muito grande, fazendo com que o
engajamento escolar fique cada vez menor.
Essas competências priorizam o preparo do jovem para a sociedade, e a
cultura digital é apresentada como uma ferramenta engajadora do processo de
aprendizado. O uso da tecnologia faz com que os jovens sintam que a sua
realidade digital está sendo representada dentro da instituição de ensino,
fazendo com que as novas necessidades destes alunos passem a ser atendidas,
além de criar um novo ambiente de ensino.
Além das vantagens que englobam o engajamento do estudante, o
aprendizado e o desenvolvimento de competências e habilidades
socioemocionais, os professores e os demais membros da instituição terão um
controle maior sobre o ensino, a performance dos estudantes e também uma
praticidade maior durante as aulas.
A Cultura Digital consegue realizar uma expressiva otimização no ensino,
dando também a oportunidade dos professores entenderem melhor como cada
indivíduo se comporta e se desenvolve durante a sua jornada educacional,
abrindo espaço para um aprendizado individual e centralizado no estudante.
A desconstrução da ideia de que a educação deve se modernizar com as
TICS é essencial. Os caminhos devem ser pautados pela realidade em que os
participantes da escola se encontram. A inclusão de todos é fundamental para
situações exitosas, respeitando-se os aspectos culturais, históricos, sociais que
circundam o ambiente escolar.

42
4.1.1 Quem são os alunos na era digital

O professor, ao responder a essa pergunta, certamente dirá que é um ser


com o perfil da geração digital, ou seja, está intimamente relacionado ao
entrelaçamento computacional, aos eventos históricos sociais e ao indivíduo
social. Portanto, diante destas perspectivas, os interesses estão voltados para a
era tecnológica. Se o aluno já chega à instituição de ensino com o uso desse
meio, que supostamente o aproxima de infinitas possibilidades de acesso ao
conhecimento, por qual motivo esse método ainda não entrou como total
condutor do processo educativo.
Os brasileiros passam mais de três horas por dia utilizando o celular, o
Brasil é considerado o 5º país no ranking do uso de smartphones. Entre os
aplicativos mais utilizados nos gastos destas horas, estão em 50% as redes
sociais, 15% os de vídeos e 10% os jogos.
Os dados apresentados mostram que essa geração, em sua maioria, faz
as mesmas coisas ao utilizar-se dos meios tecnológicos em busca de lazer e
entretenimento. Compreende-se então, que além de se tratar de um problema
técnico, há uma questão de como produzir conhecimento usando a tecnologia a
favor do desenvolvimento intelectual da humanidade. A sociedade atual está
vivenciando uma aprendizagem digital limitada, o que, em suma, não transforma
a realidade, pois limita o pensamento crítico do aprendiz. Esses dados também
podem trazer a compreensão de desinteresse em utilizar a tecnologia como um
instrumento para aprimorar o conhecimento.

Tecnologia como um instrumento para aprimorar o conhecimento

43
Fonte: https://i.ytimg.com/vi/NLRuBImF_gQ/maxresdefault.jpg
O domínio de uma ferramenta é muito mais que aprender a usá-la, é
importante poder definir o que faremos com ela. Há uma necessidade de criar
posturas autônomas e críticas que situem o sujeito em seu contexto biográfico,
social e histórico.

Importante

Nos dias de hoje, utilizamos as telas para uma gama enorme de atividades, como
encontros, aulas, shows e palestras. Mais do que isso: precisamos da tecnologia
para nos conectar com as pessoas. Para quem vive sozinho, para quem tem
família ou amigos em outro país ou mesmo na porta ao lado, encurtar distâncias
de forma virtual nunca foi tão importante.

Os espaços virtuais conduzem muitos dos seus usuários aos moldes


prontos disponíveis em redes sociais, mensagens instantâneas, jogos e até
plataformas educativas. Reconhece-se dentro dessa perspectiva a instituição de
ensino que centraliza o ensino no professor. O aluno ou o sujeito da geração
digital está apenas reproduzindo o que é lhe oferecido, partindo do princípio de
um mero figurante do processo. De certa forma, o figurante responde ao
processo com frases já ditas e interpretadas pelo protagonista que é o professor,
o livro, o recurso digital, etc.
A tecnologia traz sim inúmeras possibilidades, porém o que irá se tornar
realidade está em âmbitos políticos, sociais e econômicos. Se vamos
definitivamente democratizar o ensino por meios digitais, é preciso formar
sujeitos para essa realidade com a capacidade de acesso a esse meio, a decisão
sobre o que deseja ler, acessar ou escrever. Essas políticas públicas não cabem
somente aos governantes, mas deve-se mover de baixo para cima, da
comunidade para o governo.
A educação, com atitudes reflexivas, pode intervir auxiliando o aluno a
partir do uso dos recursos tecnológicos. Concebe-se assim um caminhar que
desperta o interesse fundamentado no conhecimento produzido e mediado por
infinitas possibilidades, criando de ideias que transformam sua realidade. Faz-
se necessário uma compreensão crítica das tecnologias e da conduta de
privilegiar o protagonismo humano. Além de compreender que os espaços

44
educacionais devem considerar uma construção de conhecimento mais aberta e
complexa.

Importante
Uma pessoa cognoscente é um sujeito capaz de pensar, de planejar, de desejar,
de imaginar e de construir o real da sua vida. A instituição de ensino se faz
atuante em ações voltadas para o conhecimento, sendo este inseparável das
percepções dos participantes do processo, o que conduz a uma evolução
conjunta de construção entre os envolvidos.

O espaço da instituição é esse lugar de diálogo, troca de experiências,


debates, levantamento de dúvidas, perguntas e muito mais; em um espaço
virtual tudo pode acontecer, mas a socialização e humanização ocorrem no
presencial.
Ademais, o contexto pandêmico provocado pelo Covid-19 evidenciou a
perda das relações socioemocionais no ambiente escolar. Professores de todas
as partes do mundo protagonizaram sua práxis em busca de respostas para a
condução da sala de aula em modo remoto, utilizando meios tecnológicos
síncronos e assíncronos.
Há um aspecto positivo diante das aulas remotas: os participantes
experimentam, reinventam, avaliam, refletem e sistematizam o uso de
ferramentas digitais, que favorecem a reforma do pensamento. O conhecimento
evolui pela sofisticação tecnológica, assim como pela capacidade de situar,
contextualizar e englobar conteúdos e conceitos diante de novas perspectivas.

4.1.2 A instituição de ensino no meio digital

Foi apresentado um cenário escolar pelo Comitê Gestor da Internet no


Brasil que levantou dados de escolas públicas, revelando que 85% possuem
computadores e salas para laboratórios de informática e 92% destes acessam a
Internet. Porém, as instalações desses equipamentos foram feitas há muito
tempo, tornando-os assim não só obsoletos como também eles não contam com
a manutenção necessária. Ainda com a pesquisa apresentada, dados revelam

45
que os alunos e professores utilizam a Internet. Professores, 97% para buscarem
conteúdos e alunos, 22% para realizarem as atividades escolares.
Esses dados revelam que as políticas públicas para a implantação das
TICs ocorrem conforme quesitos de aparelhagem, que ao longo do processo
tornaram-se ineficientes por não haver uma manutenção desse recurso.
Entretanto, ao considerar a disponibilidade dessas máquinas e a Internet, seria
possível o uso dos meios digitais no espaço público.
O espaço do ensino permite a promoção da inclusão digital com base nos
seus frequentadores, os alunos, que em grande parte encontram-se bastante
abertos para esse aprendizado.

Inclusão digital na instituição de ensino


Fonte:
https://campusvirtual.fiocruz.br/portal/sites/default/files/programa_inclusao_digital_PIDi
g_materia_redes_chamada.jpg

Além disso, o uso coletivo baseado nas propostas interventivas da parte


docente viabiliza discussões em grupos a partir de conhecimentos construídos
pela troca entre os participantes. O que é uma proposta socialmente relevante.

46
Ainda assim, reafirma-se a questão sobre educar como um processo
complexo. Incorporar meios digitais que tragam situações exitosas e não
simplesmente superficiais.

Importante

A instituição de ensino deve buscar um relacionamento educacional entre o


homem, o meio ambiente e a tecnologia, sendo assim, supostamente aliada à
mudança de atitudes para o desenvolvimento da qualidade de vida humana e
ambiental da vida cotidiana.

Dessa forma, as instituições devem reformular as práticas de ensino para


que elas também incluam o aprimoramento e a compreensão das ferramentas
digitais como mais um caminho para o aprendizado.
A importância da inclusão da tecnologia nos processos pedagógicos de
ensino determina que os educadores devam incentivar os estudantes a utilizar a
tecnologia de forma mais consciente, em que seja possível estimular a reflexão
e os demais conceitos éticos da sociedade.
Os caminhos da aprendizagem não estão dissociados, como caixas
justapostas do conhecimento; sua apreensão está nas interconexões
estabelecidas na integração de saberes, usando elementos que se articulam
entre si. É preciso posicionar a utilização pedagógica dos meios digitais em
direção ao mesmo ponto das diversas teorias e relacioná-las com a
epistemologia da rede. Isso acarreta projetos macros, missões e desafios que
trarão multirrespostas, acompanhadas de mais perguntas e aproximações com
o real.
A aprendizagem faz sentido quando vivida, experimentada,
estabelecendo vínculos ao integrar o novo contexto, reativando novos
significados. Parte-se da ação reflexão, ação, entre teoria, prática e novos
posicionamentos. O interesse é despertado pelo desafio e desejo do
conhecimento quando se questiona se houve aprendizado e então interioriza-se
o significado desse conceito em uma reelaboração pessoal, o que implica no
viver analítico.

47
Ambientes transdisciplinares abrem-se para novas possibilidades no ato
de educar, uma delas é admitir provisoriedade do conhecimento, aberto ao
diálogo e integração de novas ideias. Por isso, é preciso descartar respostas
prontas e definitivas, pois o espaço virtual e a realidade concreta convivem em
uma comunicação coletiva, uma tecnologia social e os internautas tornam-se
móveis.

Importante

As pessoas estão em constante construção e desconstrução do conhecimento


pelos meios digitais. O conhecimento é objeto da experiência educativa
acadêmica, contudo, a vida humana é construída e descontruída pelas
dimensões sociais, espirituais, biológicas, culturais, éticas envoltas na inteireza
do ser; assim o ato de conhecer envolve compreender processos que estão
conectados em todas essas dimensões. Verifica-se assim, nestas
circunstâncias, a capacidade de conhecimentos plurais, dialógicos entre o saber
humanístico e científico religando as diferentes dimensões da vida.

A relação entre o sujeito e o conhecimento acontece em uma formação


complexa estabelecida pela vivência entre o ser, o conhecer, o meio ambiente e
sua realidade contextual. Tudo ao nosso redor é questionável e tudo se mistura,
não existe aquele que sabe e aquele que ensina, todos sabem alguma coisa e
todos aprendem alguma coisa simultaneamente.

Relação entre o sujeito e o conhecimento


Fonte: https://7e19129b-a-62cb3a1a-s-
sites.googlegroups.com/site/fhilos11/resumos/o-conhecimento-e-a-racionalidae-

48
cientifica-e-tecnologica/descricao-e-interpretacao-da-actividade-
conoscitiva/an%C3%A1lise%20fenomenol%C3%B3gica%20do%20conhecimento.png
?attachauth=ANoY7cr6HjkY6tmJOUc-T2eWd0h1GuUE0_JxnTW-
a5qQhoJw94tBW6Flya2cib5ETEfBwyErLAyUWqim4OD85psLiJcwPiQqT0bIF8pXE7rC
x5mlUN8dMVyphKMG-uY-4xKaScqRPmQMOUBDkOJPIApHDCjgfsbornh-
zk5aAZJe1f0t3OpNbqT1gP1F7byCyroLKEVuql7pVbBdApGR_DcJ5rnuMzRwxZGsOJ
WHp1_CfuG_Vpp8hwz3J8R4rT8kVQguyExqAR2zyLj4IW98KDPjWIO5TxoQUI1eHzW
18UlpfBcMLTdY_jaXks5QT6vLFHMwodJ9DfSY0-
dIeHLC2dA1TutdqT4XDCgGsUsr9p_gOLzspHPaAFRbXnsGf2q6OG4VzwZzPHXLtWF
UulwMQ2b0O0Dx2_gfuptIDSs2ODkeKUW3tZVR8gE%3D&attredirects=0

O emprego de toda uma tecnologia sem o reconhecimento de seus efeitos


soma-se ao confronto dos docentes com aulas cada vez mais complexas em
decorrência de vários fatores: a heterogeneidade dos saberes, a experiência dos
alunos, a fragilidade da formação acadêmica, a formação continuada de
professores, a precarização da docência, dentre outros. Tudo isso ressoa na
formação do espaço escolar que se torna ainda mais complexo com a inclusão
de elementos digitais.

Conclusão da aula 4

Chegamos ao final de mais uma aula, e aqui foram compreendidos os


espaços e as pessoas que integram o contexto educacional e nele consideram
o uso de instrumentos digitais na mediação pedagógica dentro de cada realidade
presente nos âmbitos educacionais. Diante desse cenário, percebeu-se a
necessidade de educação com autonomia e liberdade para escolhas de
pensamentos que partem de movimentos singulares para a comunidade, na qual
se explicou que escolhas demandam consciência e geram alterações nos
propósitos originais.

Atividades de Aprendizagem
Caros alunos, relendo o texto desta aula, “Ademais, o contexto pandêmico
provocado pelo Covid-19 evidenciou a perda das relações socioemocionais
no ambiente escolar e professores de todas as partes do mundo
protagonizaram sua práxis em busca de respostas para a condução da sala
de aula em modo remoto, utilizando meios tecnológicos síncronos e
assíncronos.” Pesquise na Internet sobre “aula em modo remoto” que é
exatamente o que estamos fazendo atualmente, nós aqui na instituição de
ensino produzindo materiais e aulas, e vocês adquirindo conhecimento
através desta forma tecnológica. Elabore um texto com os resultados da
pesquisa.

49
Aula 5 – Tecnologia da informação e comunicação (TIC)

Apresentação da aula 5

Olá, alunos. Sejam bem-vindos à quinta aula da disciplina, Recursos


educacionais digitais em sala de aula. A partir de agora, você vai aprender
sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). O assunto propõe refletir
que os participantes da instituição de ensino incorporem as TICs de forma crítica
e reflexiva, pois, com o avanço da transformação digital, essas tecnologias são
cada vez mais acessíveis e fazem parte do cotidiano dos estudantes de uma
maneira muito intensa. Isso faz com que disciplinas, como robótica,
programação e gamificação na educação, evidenciem a importância dos
avanços tecnológicos. Assim, à medida que as tecnologias móveis se deslocam
das margens da educação para seu centro, os professores se tornam peças-
chave para o sucesso das TIC no ensino e na aprendizagem.

5.1 O que são as TICs

Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) pode ser definida como


um conjunto de recursos tecnológicos utilizados de forma integrada com um
objetivo comum. As TICs são utilizadas das mais diversas formas, na indústria
(no processo de automação), no comércio (no gerenciamento, nas diversas
formas de publicidade), no setor de investimentos (informação simultânea,
comunicação imediata) e na educação, no processo de ensino-aprendizagem e
na Educação a Distância.
Trata-se de um grupo de tecnologias que auxiliam na comunicação,
incluindo hardwares, como smartphones e microcomputadores, softwares, com
aplicativos de troca de mensagem ou teleconferência e tudo mais que pode ser
acessado por meio de redes de acesso a dados, como a Internet.

50
O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a
operacionalização da comunicação e dos processos decorrentes em meios
virtuais. No entanto, foi à popularização da Internet que potencializou o uso das
TICs em diversos campos.
Foi somente nos anos 90 que as TICs conquistaram um espaço maior que
o esperado dentro dos processos de aprendizado em instituições de ensino. A
partir de então, a educação foi implementando cada vez mais a tecnologia dentro
da sala de aula, como forma de ensino complementar.
Através da Internet, novos sistemas de comunicação e informação foram
criados, formando uma verdadeira rede. Criações como o e-mail, o chat, os
fóruns, a agenda de grupo on-line, web cam, comunidades virtuais, redes sociais,
entre outros, revolucionaram os relacionamentos humanos.
Em meio ao caos frenético dessa evolução, foram surgindo cada vez mais
tecnologias da informação e comunicação que potencializaram o interesse e o
engajamento dos alunos.
Através do trabalho colaborativo, profissionais distantes geograficamente
trabalham em equipe e os intercâmbios de informações geram novos
conhecimentos e competências entre os profissionais.
Novas formas de integração das TICs são criadas e, consequentemente,
uma das áreas mais favorecidas com as TICs é a educacional. Na educação, as
TICs são vistas como potencializadoras dos processos de ensino-aprendizagem.
Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de maior desenvolvimento,
aprendizagem e comunicação entre as pessoas com necessidades educacionais
especiais.

51
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)
Fonte:
https://s3.amazonaws.com/s3.timetoast.com/public/uploads/photo/17228010/image/80
8eff015f43f1d7ffcdf619d8014a4c

Importante

As TICs representam ainda um avanço na educação a distância. Com a criação


de ambientes virtuais de aprendizagem, os alunos têm a possibilidade de se
relacionar, trocando informações e experiências. Os professores e/ou tutores
têm a possibilidade de realizar trabalhos em grupos, debates, fóruns, dentre
outras formas de tornar a aprendizagem mais significativa. Nesse sentido, a
gestão do próprio conhecimento depende da infraestrutura e da vontade de cada
indivíduo.

A democratização da informação, aliada à inclusão digital, pode se tornar


um marco dessa civilização. Contudo, é necessário que se diferencie informação
de conhecimento. Sem dúvida, vivemos na Era da Informação.
Ao entender que nos dias de hoje a educação anda de mãos dadas com
a tecnologia, teremos a noção da importância em adotar o ensino híbrido e outras
práticas ligadas à tecnologia digital dentro das instituições.
Com as TICs sendo utilizadas como instrumento pedagógico, não importa
a idade, aprender os conteúdos fica mais lúdico e até mesmo divertido. Afinal,
esse ambiente virtual é um espaço onde os estudantes se sentem à vontade!

52
As TICs, quando são inseridas no planejamento de uma aula, tendem a
aguçar o interesse e a criatividade que estava presa na mente, mas que agora
ganhou liberdade e mais recursos para se desenvolver.

5.1.1 Exemplificando as TICs

Usando software poderosos, a tecnologia da informação foi um marco


crucial, uma mudança de paradigma na educação, e após compreender a
definição de TICs, fica mais fácil encontrar os exemplos que se encaixam nessa
categoria. Por ser um tema relacionado à tecnologia, uma grande porcentagem
de pessoas tende a acreditar que as TICs são todos os dispositivos eletrônicos
de comunicação. Porém, não é dessa maneira que funciona.
Perceba que as TICs são um conjunto de tecnologias que proporcionam
acesso à informação, gerando colaboração e interatividade. Por isso, para
encontrarmos exemplos de Tecnologias da Informação e Comunicação,
devemos ficar atentos ao seu verdadeiro significado.

Importante

Atualmente, uma criança de 5 anos já pode decidir se quer desenvolver um robô


ou um game, por meio de um recurso de hardware bastante conhecido como o
Arduíno, que é uma plataforma de prototipagem eletrônica de código aberto
(open source). Na prática, ele é formado por uma placa eletrônica expansível
que pode ser utilizada para o desenvolvimento de protótipos, ou seja, para
adicionar inteligência em qualquer coisa e até controlá-la remotamente.

A educação foi uma das grandes beneficiárias com a criação das


tecnologias de informação. Disciplinas como robótica, programação e
gamificação na educação evidenciam a importância dos avanços tecnológicos.

53
Arduíno
Fonte:
https://t.ctcdn.com.br/2NjqH4Btv3GBRDNGli0HiSjGBNg=/1293x727/smart/i264046.jpe
g

Veja alguns exemplos de TICs na educação que podem ser usados dentro
de uma instituição de ensino promovendo um melhor ensino para os estudantes:
wi fi com um smartphone ou tablet teremos Internet, vídeos no YouTube, câmera
fotográfica, e-mails, serviços de streaming, Bluetooth, sites, como a Wikipédia e
etc., computador, pen drive, impressora com scanner, televisão e outros.
Fazendo o uso de qualquer um desses recursos apresentando conteúdos,
além de aumentar o interesse da turma, pode ser extremamente benéfico para
os alunos com necessidades especiais. Afinal, muitos dos TICs têm recursos
adaptados para portadores de deficiência.
Muitas pessoas ainda banalizam o uso da metodologia na sala de aula,
acreditando que a presença de celulares ou tablets apenas dispersa a atenção
dos alunos. No entanto, já passou o tempo quando os alunos conseguiam se
concentrar por mais de 2 horas com um professor somente lendo o livro didático.
O mundo mudou e adaptar-se é uma realidade. O fato do docente ter
conhecimento faz dele o professor facilitador da aprendizagem, que é aquele
capaz de identificar as fortalezas e dificuldades dos alunos em determinadas
disciplinas. Além disso, ajuda o aluno a desenvolver a autonomia nos estudos,
visando à troca mútua de informações e conhecimentos.

54
Importante

Um simples exemplo de um smartphone em sala de aula pode agregar


conhecimentos onde o aluno tem acesso a fontes educacionais para tirar
dúvidas, pode carregar uma vídeoaula de um assunto que não foi compreendido
ou até mesmo baixar um livro, artigo ou slides com intuito de acompanhar a
aula. Enquanto um professor poderá compartilhar um filme, enviar uma atividade
interativa on-line, ou até mesmo gerar uma lista de frequência dos alunos. Nada
disso havia sido tão simples e fácil de fazer antes do surgimento dos TICs.

As redes sociais, por exemplo, podem ser um ótimo canal comunicativo


entre o estudante e o professor. Será possível criar uma rede de
compartilhamento de conteúdo, correção de exercícios e até um espaço para
debates construtivos. Mas é claro que esse não é o único caminho, já que o
educador pode explorar também o formato de videoaula, audiobook e até a
utilização da gamificação como modo de aprendizado interativo.
A grade curricular dos jovens também pode englobar matérias que
trabalhem diretamente o uso da tecnologia. Diante disso, os estudantes poderão
entender melhor sobre a montagem, a configuração e o manuseio das
ferramentas. Além disso, essa inclusão pode ser a porta de entrada para o
despertar tecnológico dos jovens dentro de uma visão empreendedora. Eles
começarão a entender que a tecnologia pode ser muito útil à sua vida
profissional, abrindo caminhos para que possam empreender dentro dessa área.
O papel do educador precisa valer-se de todas as ferramentas que
possam ser utilizadas diante de aspectos que envolvam a criticidade, a reflexão,
e as atitudes que contribuem para a efetividade do ensino e da aprendizagem. É
um desafio que busca interagir com todas as dimensões do ser humano no que
tange aos aspectos sensoriais, intelectuais, emocionais, éticos e tecnológicos.

5.2 TIC na educação do Brasil e do mundo

55
A UNESCO, que tem como principal objetivo a redução do analfabetismo
no mundo, acredita que as TIC podem contribuir para o acesso universal à
educação, a equidade na educação, a qualidade de ensino e aprendizagem, o
desenvolvimento profissional de professores, bem como melhorar a governança
e a gestão educacional ao fornecer a combinação certa e organizada de
políticas, tecnologias e capacidades.

Vocabulário

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura


(UNESCO) - (acrônimo de United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organization) é uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) com sede
em Paris, fundada em 16 de novembro de 1945 com o objetivo de contribuir para
a paz e segurança no mundo mediante a educação, ciências naturais, ciências
sociais/humanas e comunicações/informação.

O Brasil precisa melhorar a competência dos professores na utilização


das TICs na educação. A forma como o sistema educacional incorpora as TICs,
afeta diretamente a redução da exclusão digital existente no país.
Vários pontos devem ser levados em conta quando se procura responder
a questões como estas, já que as TICs podem ser utilizadas para acelerar o
desenvolvimento em direção à meta de educação para todos e ao longo da vida.
Podem propiciar melhor equilíbrio entre ampla cobertura e excelência na
educação, contribuir para reconciliar universalidade e especificidade local do
conhecimento. A educação pode preparar os indivíduos e a sociedade, de forma
que eles dominem as tecnologias que permeiam de modo crescente todos os
setores da vida e, com isso, possam se beneficiar delas.

56
TIC na educação
Fonte: https://infopt-br.examtime.com/files/2013/11/ead-ensino-a-distancia.jpg

Primeiro, as TICs são apenas uma parte de um desenvolvimento contínuo


de tecnologias, a começar pelo giz e pelos livros, visto que todos podem apoiar
e enriquecer a aprendizagem.
Segundo, as TICs, como quaisquer ferramentas, devem ser usadas e
adaptadas para servir a fins educacionais.
Terceiro, várias questões éticas e legais, como as vinculadas à
propriedade do conhecimento, ao crescente tratamento da educação como
mercadoria, à globalização da educação frente à diversidade cultural, interferem
no amplo uso das TICs na educação.
Na busca de soluções para essas questões, a UNESCO coopera com o
governo brasileiro e com instituições parceiras na promoção de ações de
disseminação de TIC nas escolas, com o objetivo de melhorar a qualidade do
processo de ensino-aprendizagem, entendendo que a alfabetização digital é
uma decorrência natural da utilização frequente dessas tecnologias. Também
coopera com o Programa TV Escola, para explorar a convergência das mídias
digitais na ampliação da interatividade dos conteúdos televisivos utilizados no
ensino presencial e a distância.

Vocabulário

57
TV Escola é um canal de televisão brasileiro fundado no dia 4 de março de 1996.
Pertence a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto, uma
organização social. É transmitido em algumas localidades do Brasil pelas TVs
abertas e em todo o país pelas antenas parabólicas digitais e TVs por assinatura.

Importante

À medida que as tecnologias móveis se deslocam das margens da educação


para seu centro, os professores se tornam peças-chave para o sucesso das TICs
no ensino e na aprendizagem. As tecnologias móveis não são uma panacéia,
mas apresentam um caminho claro para melhorar a eficiência educacional. A
aprendizagem móvel apresenta atributos exclusivos, se comparada à
aprendizagem tecnológica convencional: ela é pessoal, portátil, colaborativa,
interativa, contextual e situada; enfatiza a aprendizagem instantânea, uma vez
que a instrução pode ocorrer em qualquer lugar e a qualquer momento. Além
disso, pode servir de apoio às aprendizagens formal e informal, tendo assim um
enorme potencial para transformar o modo de se oferecer educação e
treinamento.

Os aparelhos móveis são a TIC mais onipresente e bem-sucedida da


história da humanidade. Existem em grandes quantidades, em lugares onde
livros e escolas são escassos. Em menos de uma década, as tecnologias móveis
se espalharam para os lugares mais longínquos do planeta. Da população
estimada da Terra, por volta de 7 bilhões de pessoas, 6 bilhões já têm acesso a
um telefone móvel em funcionamento. A África, que nos anos 1990 apresentava
um índice de penetração da telefonia móvel de apenas 5%, atualmente é o
segundo maior e mais crescente mercado dessa tecnologia do mundo, com um
índice de penetração de mais de 60%, e que ainda está aumentando.
A escassez da quantidade de professores, tanto atual quanto futura,
impede uma ampla gama de esforços de desenvolvimento, ao não permitir que
os jovens tenham acesso a uma instrução de alta qualidade, necessária para se
sobressair nas sociedades do conhecimento. Essa escassez de professores
capacitados e motivados é mais grave em partes do mundo nas quais se
necessita desesperadamente de mais instrução de melhor qualidade.
A análise das políticas, programas e projetos implantados relativos às TIC
na educação, em alguns países, indica que a preocupação maior incide sobre a
infraestrutura e o conteúdo, seguidos de perto pela visão, competência, não

58
levando em conta aspectos relacionados a currículo, avaliação e pesquisa.
Embora essas preocupações sejam uma busca constante das práticas
educativas com a mediação das TICs, somente agora aparecem metodologias
que sistematizam em procedimentos os referenciais teóricos que tratam
explicitamente do equilíbrio entre infraestrutura, conteúdo, visão, e competência,
como o modelo Four in Balance.
O modelo Four in Balance foi desenvolvido em 2001 pela Fundação TIC
para a Escola, da Holanda, atualmente conhecida como Fundação Kennisnet,
organização pública de Educação e TIC, financiada pelo Ministério da Educação,
Cultura e Ciência da Holanda. Este modelo tem sido utilizado tanto no
desenvolvimento quanto na avaliação de situações educacionais visando ao uso
eficaz e eficiente das TICs na educação. É composto de dois elementos,
humanos e tecnológicos: o primeiro é constituído por dois eixos, visão e
competência; e o segundo, pelos eixos conteúdos e recursos digitais, e
infraestrutura.

Modelo Four in Balance Fundação Kennisnet


Fonte:
https://www.researchgate.net/publication/342362284/figure/fig1/AS:905290056757250
@1592849377217/Figura-1-Os-quatro-eixos-em-equilibrio-realimentado-de-modo-
circular-e-continuo-pelo.png
De acordo com o modelo Fundação Kennisnet, os quatro eixos devem
estar em equilíbrio para que a utilização das TIC seja eficaz, orientada e
acompanhada. Para tanto, cabe ao poder público garantir que a instituição de
ensino tenha condições para conceber seus projetos pedagógicos adequados à
sua realidade, considerando os propósitos educacionais e as expectativas de
sua comunidade, de modo que os professores possam estruturar os processos

59
de ensino e de aprendizagem de forma mais eficiente e a instituição possa
melhorar a transparência das atividades acadêmicas, compreendendo tanto a
existência dos quatro eixos como a interdependência entre eles.

Mídias

Aprendemos nesta aula que atualmente uma criança de 5 anos já pode decidir
se quer desenvolver um robô ou um game, por meio de um recurso de hardware
bastante conhecido: o Arduíno. Gostaria de deixar para vocês, discentes, um
trecho de uma das palestras do Professor e Pensador Mario Sergio Cortella, na
qual ele profere “Fomos Dominados Pelas Máquinas”. Copie e cole no seu
navegador.
Link:
https://www.youtube.com/watch?v=y60apCZHXjc&list=PLAJytlJYwISPzshq4v9
g69MB2SuYgTFIs&index=15

Conclusão da aula 5

Chegamos ao final de mais uma aula, e aqui foi aprendido que a educação
foi implementando cada vez mais a tecnologia dentro da sala de aula, como
forma de ensino complementar. Também foi visto que as TICs são apenas uma
parte de um desenvolvimento contínuo de tecnologias, a começar pelo giz e
pelos livros, visto que todos podem apoiar e enriquecer a aprendizagem. Assim,
à medida que as tecnologias móveis se deslocam das margens da educação
para seu centro, os professores se tornam peças-chave para o sucesso das TIC
no ensino e na aprendizagem. Por fim, vimos que as TICs podem ser utilizadas
para acelerar o desenvolvimento em direção à meta de educação para todos e
ao longo da vida.
Atividades de Aprendizagem
Caros alunos, relendo o texto desta aula “A escassez da quantidade de
professores, tanto atual quanto futura, impede uma ampla gama de esforços
de desenvolvimento, ao não permitir que os jovens tenham acesso a uma
instrução de alta qualidade, necessária para se sobressair nas sociedades do
conhecimento.” Pesquise na Internet sobre “a escassez da quantidade de
professores universitários” e elabore um texto com os resultados da pesquisa.

60
Aula 6 – Necessidade do posicionamento crítico em relação aos conceitos
de tecnologia

Apresentação da aula 6

Olá, alunos. Sejam bem-vindos à sexta aula da disciplina, Recursos


educacionais digitais em sala de aula. A partir de agora, você vai aprender
que a tecnologia tem se apresentado como o principal fator de progresso e de
desenvolvimento e que no paradigma econômico vigente, ela é assumida como
um bem social e, juntamente com a ciência, é o meio para a agregação de
valores aos mais diversos produtos, tornando-se a chave para a competitividade
estratégica e para o desenvolvimento social e econômico de uma região.
Também, verificaremos que vivemos num mundo em que a tecnologia
representa o modo de vida da sociedade, na qual a cibernética, automação,
engenharia genética, computação eletrônica são alguns dos ícones da
sociedade tecnológica que nos envolve diariamente. Por isso, há a necessidade
de se refletir sobre a natureza da tecnologia, sua necessidade e função social.

6.1 Tecnologia e seus conceitos

Para você, caro aluno, o que é de fato a tecnologia? Para quem trabalha
com computadores e todas as novidades desse universo, a tecnologia envolve
o desenvolvimento de aparelhos que lidam com a distribuição da informação de
forma cada vez mais veloz, abrangendo um número crescente de pessoas e
realizando cálculos cada vez mais avançados.
Contudo, se você falar com um biólogo, por exemplo, ele poderá lhe dizer
que a tecnologia envolve a criação de ferramentas que facilitem o estudo das
células, bem como das evoluções animal e vegetal. Já, um arqueólogo pode falar
sobre o desenvolvimento das ferramentas que permitem o estudo de elementos
históricos. A lista de exemplos pode seguir adiante e englobar as mais diversas
áreas de desenvolvimento humano.
Mas afinal de contas, quem é que está correto nessa história toda? O fato
é que, ao longo da nossa evolução, a tecnologia sempre existiu, inclusive
confundindo-se com a nossa história e abraçando cada segmento de nossas

61
vidas. Com tantas abordagens sobre o assunto, valeu elaborar esta aula que
trata exclusivamente desse assunto. Confira!
O termo tecnologia, de origem grega, é formado por tekne (arte, técnica
ou ofício) e por logos (conjunto de saberes ou o estudo de algo). É utilizado para
definir os conhecimentos que permitem fabricar objetos e modificar o meio
ambiente, com vista a satisfazer as necessidades humanas. De acordo com o
dicionário da língua portuguesa, a tecnologia é o conjunto dos instrumentos,
métodos e técnicas que permitem o aproveitamento prático do conhecimento
científico. Convém destacar que, embora erradamente, é usada a palavra
tecnologia como sinônimo de tecnologias da informação, que são aquelas que
permitem o tratamento e a difusão de informação por meios artificiais e que
incluem tudo o que esteja relacionado com os computadores.
A tecnologia é um modo de produção, o qual utiliza todos os instrumentos,
invenções e artifícios e que, por isso, é também uma maneira de organizar e
perpetuar as vinculações sociais no campo das forças produtivas. Dessa forma,
a tecnologia é tempo, é espaço, custo e venda, pois não é apenas fabricada no
recinto dos laboratórios e usinas, mas recriada pela maneira como for aplicada
e metodologicamente organizada.
Apesar de ser difícil estabelecer um mesmo esquema para as diferentes
aplicações da tecnologia, pode-se dizer que a fabricação de um novo
aparelho/dispositivo começa com a identificação de um problema prático a
resolver. De seguida, são fixados os requisitos que deve cumprir a solução
(materiais, custos, etc.) e o seu princípio de funcionamento. Por fim, procede-se
à concepção do dito aparelho, à construção de um protótipo e ao próprio fabrico.
A tecnologia abarca, portanto, todo este processo, desde a ideia inicial à sua
aplicação propriamente dita.
Voltando no tempo, a tecnologia teve início quando o homem começou a
desenvolver ferramentas que o ajudassem em seus afazeres, e na resolução de
problemas. Nisso, podemos citar as primeiras civilizações que começaram a
transformar pedras em lâminas para cortar a madeira e também faziam uso de
ferramentas, como lanças e machados. Sem essas ferramentas era muito mais
difícil, e até mesmo letal, conseguir caçar.
Há ainda quem vá bem mais longe, considerando a descoberta do fogo
como um sinal do início dos avanços da tecnologia. Os primeiros indícios de
ferramentas criadas com pedra identificados na Etiópia seriam um marco, algo

62
com mais de 2,5 milhões de anos. Com isso, ferramentas básicas criadas com
materiais extremamente rústicos representam o que seria o período inicial do
estudo da técnica.
Já mais perto do nosso século, podemos citar a máquina a vapor como
uma importante tecnologia desenvolvida no século XVIII pelo engenheiro
escocês James Watt. Com esta máquina foi possível produzir mais e atender a
demanda existente.

Máquina a vapor do engenheiro escocês James Watt


Fonte:
https://www.mozaweb.com/pt/mozaik3D/TOR/ujkor/james_watt_gozgepe/960.jpg

Entretanto, essa abordagem também gera certa discussão no campo dos


estudos. Isso porque a linha que separa a Ciência da Engenharia e da
Tecnologia é muito tênue. Enquanto algumas pessoas defendem a existência de
grandes diferenças entre as três áreas, há quem acredite que os três tópicos
andam de mãos dadas, ou seja, são interdependentes. Aliás, esse é o método
de análise mais popular visto entre os diversos campos de atuação. Já imaginou
o mundo sem a roda?

63
Invenção da roda
Fonte: https://reciclaleitores.com.br/wp-content/uploads/2019/03/reinventando-a-
roda.jpg

Roda pode parecer simples, mas definitivamente mudou a história, dando


uma mãozinha na evolução do homem. Ninguém sabe ao certo quem inventou
a roda, mas os registros mais antigos foram encontrados por volta de 3500 a.C,
lá na Mesopotâmia (onde fica hoje a Turquia).
As primeiras rodas eram de madeira resistente, depois vieram os aros e
mais tarde, a roda passou a fazer parte também das máquinas industriais, ou
seja, ela tem importância fundamental no nosso dia a dia.
A tecnologia não está restrita somente ao setor de serviços de informática,
smartphones e computadores, mas também a máquinas e demais elementos
que visam contribuir com a solução de problemas.

Importante

Dos vários impactos positivos, mencionaremos o fato de aumentar a


produtividade do trabalho humano e do nível de vida da população, bem como a
diminuição dos esforços que implica. Já, no que diz respeito aos aspectos
negativos, a tecnologia pode dar origem à desocupação, a partir do momento
em que a mão de obra, fruto do trabalho do homem, é substituída por máquinas;
a diferenças sociais, quando os trabalhadores são categorizados em função das
suas competências tecnológicas; e à contaminação ambiental.

64
6.1.1 Tecnologia e sua avaliação crítica

Se considerarmos que a tecnologia moderna está inserida e se produziu


num contexto social, político e econômico determinado, então a nossa visão
sobre a tecnologia e o seu papel na sociedade deverão ser diferentes daquela
que prega que a tecnologia é um “mal necessário”, pois, se compreendemos que
ela surgiu em certo período histórico, ela não é inerente à condição humana, ou
seja, não é tão antiga quanto à técnica.
Por isso, é necessário fazermos uma avaliação crítica sobre a tecnologia,
sua constituição histórica e sua função social, no sentido de não só compreender
o sentido da tecnologia, mas também de repensar e redimensionar o papel da
mesma na sociedade. É necessário dirigir a razão, o pensar, para a emancipação
do homem, e não para sua escravidão, como ocorre na razão instrumental, e
também conduzir a razão para emancipação, com uma maior autonomia da
ciência, que nos tempos modernos tornou-se escrava da tecnologia, para
redefinir qual a função social da ciência, da técnica e da tecnologia.
Passados mais de três séculos, a história do desenvolvimento tecnológico
nos dá condições suficientes para avaliar as significações da tecnologia moderna
que modelou a sociedade como industrial, pós-industrial e, por último, da
sociedade informática. Vivemos, hoje, o “colapso da modernização”, começando
pela própria confiança absoluta na ciência que emanciparia o homem de toda
escravidão, obscurantismos e medo. Fato que não ocorreu. O que constatamos,
na atualidade, é a escravidão do próprio homem pelas suas invenções e
descobertas tecnológicas, só possíveis graças à aliança entre ciência e técnica.

Importante

A tecnologia tem multiplicado e transformado qualitativamente o poder de


produzir e destruir, de curar e depredar, de ampliar a cultura dos seres humanos
e de gerar riscos para a vida, visto que esse poder, associado aos perigos, está
distribuído social e regionalmente de maneira muito desigual. Dessa maneira, a
ciência e a tecnologia têm feito que o poder se fixe nas mãos de alguns seres
humanos.

65
Vivemos num mundo em que a tecnologia representa o modo de vida da
sociedade, na qual a cibernética, automação, engenharia genética, computação
eletrônica são alguns dos ícones da sociedade tecnológica que nos envolve
diariamente. Por isso, há a necessidade de se refletir sobre a natureza da
tecnologia, sua necessidade e função social.

6.2 Escravos da tecnologia

Além da ponte Golden Gate, a região de São Francisco, na Costa Oeste


dos Estados Unidos, é famosa por ter uma população que exerce, como em
poucos lugares do mundo a liberdade de expressão, o respeito ao meio ambiente
e um estilo de vida baseado em equilíbrio e bem-estar.
A região é também berço da maior parte das grandes empresas de
tecnologia do mundo, instaladas poucos quilômetros ao sul, no Vale do Silício.
Apple, Google, Facebook, eBay, HP e Cisco são algumas entre os milhares de
companhias sediadas no vale, estima-se que existam 400.000 pessoas
trabalhando com alta tecnologia na região.
Essa reflexão tem um local certo, o evento Wisdom 2.0, cuja quarta edição
ocorreu em fevereiro de 2022, em São Francisco, num centro de convenções
que fica a algumas quadras da sede de Twitter, Airbnb, Zynga e Dropbox.
O congresso reuniu 1700 profissionais da indústria digital para debater os
caminhos que a tecnologia tomou na vida das pessoas e para entender como
ela poderia proporcionar empregos e existências mais cheios de significado e
profundidade.
A proposta do evento, que tem o Google como principal patrocinador, são
colocar presidentes das maiores empresas do ramo, executivos, profissionais da
área de saúde, professores de universidades renomadas e alguns instrutores de
meditação para pensar os efeitos da tecnologia: ela nos faz trabalhar demais?
Estamos mais distraídos? Tornamo-nos pessoas superficiais? Nossa ansiedade
aumentou? Somos escravos da tecnologia?

66
Escravos da tecnologia
Fonte:
https://static.brasilsemmedo.com/uploads/destacado/Escravos_da_tecnologia.jpg

Mas não existe um clima de culpa. Não é como se o mercado de fast-food


se reunisse para discutir a obesidade ou a indústria tabagista para estudar
doenças respiratórias.

Importante

A era digital trouxe avanços indiscutíveis para a forma como trabalhamos e


vivemos. Há ganhos significativos de produtividade para profissionais e
empresas. O tom das conversas do evento é de responsabilidade. O Vale do
Silício é um lugar de mentes brilhantes. Se existe alguma coisa dando errado no
sistema, os nerds querem corrigir os bugs e eliminá-los.

67
A tecnologia tem um poder tremendo, mudou a forma como o mundo se
comunica, mas fez aparecer pessoas com problemas de concentração, pessoas
que estão fisicamente em um lugar, mas não estão presentes.
As mudanças comportamentais e sociais que smartphones, softwares,
tablets, aplicativos e redes sociais estão provocando, faz com que o trabalho
tenha um papel central, uma vez que, talvez, o escritório seja o lugar em que as
marcas da tecnologia sejam mais profundas, tanto as boas quanto as ruins.
Uma pesquisa aponta que, nos últimos quatro anos, ferramentas
colaborativas aprimoraram a eficiência de processos corporativos. Das mais de
2000 companhias consultadas pela pesquisa, 74% afirmam que o acesso ao
conhecimento cresceu, 58% declaram ter reduzido custos de comunicação, 40%
conseguiram reduzir custos de viagem e 40% registraram um aumento na
satisfação dos funcionários.
Mas a tecnologia criou novos problemas profissionais, um deles,
aparentemente simples de resolver, é a distração, estamos disponíveis para
receber mensagens e estímulos eletrônicos o tempo inteiro. Um estudo da
Universidade da Califórnia, campus de Irvine, mostra que profissionais que
trabalham em frente de um computador são interrompidos ou interrompem-se
espontaneamente a cada três minutos.
Toda vez que isso ocorre, leva-se até 23 minutos para retomar a tarefa.
Em uma semana, um profissional distraído perde muitas horas de trabalho. Além
disso, o desgaste mental de mudar uma atividade para outra faz a pessoa ficar
muito mais cansada.
A tecnologia tem efeitos sérios sobre a ansiedade. De acordo com a
Universidade Stanford, em São Francisco, o sistema de recompensa do cérebro,
o mesmo que nos faz ingerir alimentos para não morrer de fome, adaptou-se à
era digital e hoje é carente também de informação.
Essa avidez por atualização se reflete no trabalho de algumas maneiras.
Em primeiro lugar, causa um aumento da insegurança: os profissionais sentem-
se na obrigação de estarem disponíveis 24 horas por dia, já que o trabalho não
fica mais restrito ao escritório. Além disso, as pessoas passam mais tempo
observando os outros nas redes sociais e fazendo comparações. Este hábito faz
a pessoa conviver com a sensação de ter ficado para trás.

68
Importante

A ansiedade digital levou a Associação de Psiquiatria Americana a incluir a partir


de 2022 a desordem do uso da Internet no Manual de Transtornos Mentais,
espécie de lista das doenças psiquiátricas existentes. Trata-se de um vício, na
linha das dependências comportamentais, como comprar ou jogar.

Ansiedade digital
Fonte: https://www.altoastral.com.br/media/_versions/legacy/2016/08/tecnologia-
ansiedade_widelg.jpg

6.2.1 Vadiagem cibernética

A tecnologia tem também a capacidade de potencializar problemas que já


ocorreriam de qualquer forma, como o comportamento de profissionais que
usam a tecnologia para matar trabalho, o chamado cyberslacking ou
cibervadiagem.
Um funcionário com tendência a procrastinar terá essa má conduta
exacerbada quando estiver conectado à rede, e o mesmo ocorre com
profissionais desmotivados com o emprego ou excessivamente cansados. Esse

69
comportamento pode ser classificado em dois níveis. No mais brando, ele gasta
um tempo escrevendo e-mails particulares que poderiam aguardar o fim do
expediente ou fica vendo notícias de seu clube do coração.
Nos casos sérios, o funcionário esquece-se do trabalho e fica trocando
mensagens instantâneas, jogando ou navegando nas redes sociais. São ações
que gastam mais tempo e interferem diretamente na produtividade.

Importante

Uma pesquisa com 4100 profissionais mostra que 62% das pessoas que
admitem adiar atividades o fazem porque se perdem navegando na Internet. O
estudo constatou que 25% dos entrevistados gastam até uma hora no trabalho
com assuntos pessoais na web. Essas pessoas vão ter de cumprir o serviço
alguma hora, o problema é que elas estão sacrificando também os momentos de
praticar atividade física, ler e cuidar da saúde.

A solução é tomar consciência e assumir o controle de sua vida digital. A


tecnologia distrai as pessoas, mas nós é que temos que ter a responsabilidade
de decidir o que iremos fazer com ela. A maneira de fazer isso não é adotando
soluções radicais, como se desconectar ou fugir da tecnologia. É preciso encarar
o monstro com disciplina. Nossa obrigação é aprender a usar a tecnologia e
ensinar nossos filhos a se relacionar com ela.
Nos escritórios do Facebook, o acesso a redes sociais, por questões
óbvias, é liberado. Isso não significa usar o tempo todo. A solução da empresa
é estimular a responsabilidade entre os empregados. Trabalho e diversão nas
redes sociais acontecem ao mesmo tempo para os funcionários, mas qualquer
pessoa que esteja criando algo deve se afastar por algumas horas para poder
pensar, porque a tecnologia pode distrair, diz o diretor de engenharia do
Facebook.
A diretora de educação e desenvolvimento do Twitter de São Francisco
disse que: quando alguém vem falar comigo, fecho o meu computador. Outros
vão ainda mais longe, é o caso do gerente de integração de negócios do Google,
que diz que na empresa existe uma cultura de permanecer muito tempo junto de
outras pessoas e que isso ajuda a escapar das distrações da tecnologia. É uma

70
forma das pessoas perceberem o que ocorre em volta delas num tipo de trabalho
em que ficam horas grudadas na tela do computador.
A tecnologia pode fazer as relações ficarem mais próximas e os laços
mais fortes, mas sabemos que não há substituto para abraços ou para o olho no
olho.

Mídias

Falamos muito nesta aula sobre conceitos de tecnologias e o mundo digital.


Gostaria de deixar para vocês, discentes, uma palestra muito educativa na
Universidade de Stanford proferida por Steve Jobs, um dos grandes criadores
de toda essa tecnologia no mundo. Copie e cole no seu navegador.
Link:
https://www.youtube.com/watch?v=AlWnufs7ERk&list=PLAJytlJYwISPzshq4v9
g69MB2SuYgTFIs&index=11

Conclusão da aula 6

Chegamos ao final de mais uma aula, e aqui foi aprendido que a


tecnologia é um modo de produção, o qual utiliza todos os instrumentos,
invenções e artifícios e que, por isso, é também uma maneira de organizar e
perpetuar as vinculações sociais no campo das forças produtivas. Vimos ainda
que ela não está restrita somente ao setor de serviços de informática,
smartphones e computadores, mas também a máquinas e demais elementos
que visam contribuir com a solução de problemas. Refletimos que é necessário
fazermos uma avaliação crítica sobre a tecnologia, sua constituição histórica e
sua função social, no sentido de não só compreender o sentido da tecnologia,
mas também de repensar e redimensionar o papel da mesma na sociedade. E o
mais importante, que a tecnologia pode fazer as relações ficarem mais próximas
e os laços mais fortes, mas sabemos que não há substituto para abraços ou para
o olho no olho.

Atividades de Aprendizagem

71
Caros alunos, relendo o texto desta aula “A tecnologia pode fazer as relações
ficarem mais próximas e os laços mais fortes, mas sabemos que não há
substituto para abraços ou para o olho no olho.”
Pesquise na Internet sobre “tecnologia estreita os laços humanos” e elabore um
texto com os resultados da pesquisa.

Aula 7 – Mudanças no ensino brasileiro trazidas pelas tecnologias

Apresentação da aula 7

Olá, alunos. Sejam bem-vindos à sétima aula da disciplina, Recursos


educacionais digitais em sala de aula. A partir de agora, você vai aprender
sobre a evolução da educação diante das tecnologias, o surgimento do EAD e
que as oportunidades de aprendizado formal estão disponíveis on-line em todo
o mundo por meio de cursos on-line, podcasts, programas de graduação remotos
e muito mais. Além disso, poderá perceber que este número de oportunidades
de aprendizagem hoje nunca foi tão elevado, e que isso tudo se deve à
tecnologia e que o conteúdo programático deve promover situações
problematizadas, nas quais o aluno deve expor seus pontos de vista teóricos e
práticos, fazendo o máximo possível para ter a mesma situação e realização de
aprendizagem presencial. No sistema de EAD, não é apenas o aluno que
aprende, o professor, por sua vez, também está em constante aprendizado,
fazendo das plataformas virtuais suas novas ferramentas do ensino e da
aprendizagem, compreendendo os diversos pontos de vistas dos diferentes
alunos e atividades propostas.
7.1 Educação a distância

Caros alunos, o portal do MEC define que educação a distância é a


modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados
fisicamente e temporariamente e, por isso, faz-se necessária a utilização de
meios e tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade é regulada
por uma legislação específica e pode ser implantada na educação básica
(educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e
na educação superior.

72
Então, vejamos, quando se fala em educação a distância, precisamos
mencionar a origem e o porquê desse nome, e quem foi seu possível
autor/criador. Dessa forma, direcionamos a origem dessa temática ao educador
sueco Börje Holmberg, que, por sua vez, ouviu tal expressão na Universidade
Alemã de Tübingen. Para tal, chamavam de educação a distância ou ensino a
distância, já para Holmberg, seria educação por correspondência, haja vista a
situação de estudo e envio de materiais didáticos pelo correio.
Foram muitos os estudiosos que questionaram o nome e forma de
nomenclatura, porém em 1938 o Conselho Internacional de Educação por
Correspondência estava entrando em transformações em todos os sentidos, e a
partir do ano de 1982 passou a ser chamado de Conselho Internacional de
Educação a Distância, assumindo assim então a autonomia de ser algo além de
correio e correspondências, promovendo educação de forma real.
Com a percepção e preocupação de uma nova necessidade de conciliar
estudo e mercado de trabalho aos alunos do ensino superior, Dr. John Sperling
fundou em 1973 o Apollo Group. Este grupo é reconhecido por seu pioneirismo
no método de educação distância nos Estados Unidos acreditando grandemente
nesse sistema de aprendizagem, foi inovando e buscando parcerias em outros
países do mundo, ampliando as oportunidades de ensino a muitos estudantes
do mundo inteiro.
No Brasil a educação a distância surgiu por volta de 1904, na ocasião, as
instituições de ensino internacionais ofereciam cursos pagos por
correspondência, ou seja, via correio, pelos quais os alunos efetuavam o
pagamento, recebiam o material impresso para estudar em casa e
posteriormente preenchiam e enviavam as atividades para correção. Nesse
tempo era apenas o aluno e o material didático, uma autonomia centrada no
individuo, o qual ficava sem auxílio algum para tirar dúvidas.

Importante

Em 1934, surge o Instituto Universal Brasileiro, com cursos a distância, de várias


áreas, no estilo de capacitação e aprimoramento, e muitos voltados para o
mercado de trabalho profissional. Em 1939 surgem também o Instituto Monitor,
no mesmo seguimento. Hoje estes institutos provêm de campanhas de

73
marketing apenas nos próprios correios ou diretamente na Internet. Em 1947,
SENAC e SESC, com a colaboração de emissoras de rádios, criaram a Nova
Universidade do Ar, ofertando curso via ondas radiofônicas, os alunos se
inscreviam e ficavam aguardando as aulas nos horários combinados dos
referidos programas, eram aproximadamente 1 hora ou 1 hora e 30 minutos via
rádio. E na época, aprendia-se apenas pelos áudios, os quais tinham grandes
diferenciais, pois os alunos que estavam ouvindo criavam em suas mentes as
mais belas interpretações e compreensões do que não estavam vendo naquele
momento.

Instituto universal brasileiro


Fonte: https://live.staticflickr.com/3001/2635097530_f72fd1eb12_b.jpg

Em 1960, o Movimento de Educação de Base (MEB) também passa a


usar o sistema radiofônico para difundir o ato educativo, reconhecendo assim
que o rádio estaria promovendo a educação de forma coletiva, conscientização
e politização entre as pessoas. Nessa mesma época o Brasil era considerado
um dos líderes nessa modalidade, destacando os projetos SACI e Minerva, os
quais tinham por foco principal a capacitação continuada dos profissionais da
área da educação. Em 1976 foi criado o Sistema Nacional de Tele-educação, o
rádio perde espaço para a TV, destacando-se na época o Telecurso da
Fundação Roberto Marinho, ramificação da Rede Globo. Nesse cenário já havia
mais interação do áudio e imagem, porém o sistema de transmissão conforme
horários continuavam cronometrados. Daí em diante, com a chegada plena da
Internet e demais tecnologia, esse sistema de educação foi se aprimorando cada
vez mais, via satélite, com transmissões ao vivo, aulas gravadas e etc.
Começava a nova geração e mais uma fase da evolução da educação a
distância.

74
Vocabulário

Projeto SACI, de educação primária via satélite, criado em 1974 para atender as
quatro primeiras séries do antigo primeiro grau. Saci é a sigla de Satélite
Avançado de Comunicações Interdisciplinares, cujo ideal teve como modelo o
relatório Advanced System for Comunications and Education in National
Development (Ascend), realizado pela Stanford University, nos Estados Unidos,
de quem obteve consultoria.
Projeto Minerva (1970-1989) foi um programa radiofônico, educativo e cultural,
no qual ensino e aprendizagem consistia no acompanhamento das radioaulas
pelos seus participantes. Esse projeto foi criado durante o governo militar (1964-
1985), pelo Serviço de Radiodifusão Educativa (SRE), do Ministério da
Educação e Cultura (MEC).

Antes, a metodologia era mais precária, comparada com nossa


atualidade, mais era o que tinham, e para aquele momento foi suficientemente
compatível, resolvendo os anseios. Os mecanismos eram: correios, pelo qual o
material era enviado para a residência, estudado, respondido e enviado para
correção; rádio, os alunos aguardavam ansiosos pela transmissão das
atividades, som considerado ao vivo; fitas cassete e VHS, recebiam as
gravações e vídeos dos conteúdos; e televisão, algo mais atual e dinâmico, com
horário pontual para atividades, diferente da rádio, que era apenas voz, na
televisão já havia mais interatividade entre voz e imagem.

7.1.1 Ensino a distância, suas formas e fórmulas

Vários autores conceituam a interação e reconhecimento do ensino a


distância, assim como fazem o diferencial metodológico, que permite a
autonomia intelectual individual, utilizando as tecnologias e consequentemente
ciberespaço, o hipertexto e interatividades.
Ciberespaço ou espaço virtual é um espaço existente no mundo
tecnológico no qual não é necessária a presença física do homem para constituir
a comunicação como fonte de relacionamento, dando ênfase ao ato da
imaginação, necessária para a criação de uma imagem anônima, que terá
comunhão com os demais.

75
Ciberespaço ou espaço virtual
Fonte: https://culturadigital2.files.wordpress.com/2013/12/ciberespac3a7o.jpg?w=299

O escritor américo-canadense de ficção especulativa William Gibson


utilizou o termo ciberespaço em 1984 em seu livro Neuromancer para se referir
a um espaço virtual que era composto por cada computador e usuário conectado
em uma rede mundial.
Tudo que está caracterizado como espaço virtual, podemos exemplificar
como a Internet, e-mails, redes sociais, blogs, fóruns, comércio on-line, mapas
on-line, smartphones, sistemas de monitoramento de vídeos e outros dados
digitais, de forma geral.
No ciberespaço o aluno do EAD fica mais objetivado a produzir
individualmente e coletivamente no processo educacional, e é através deste
espaço virtual que, diferente do espaço presencial de ensino, substituímos o
lápis, caneta e papel, pelos ícones virtuais.
O meio virtual, transformou a maneira de ler e escrever, trazendo o
hipertexto como um novo espaço em que leitor e escritor encontram-se diante
de novos processos de produção e compreensão textuais, de novas formas de

76
linguagem e interagindo com sua multiplicidade, de um novo código, que usa o
teclado para “conversar”, ou seja, fala escrevendo, ou será que escreve falando?
O hipertexto é um texto que vem acompanhando de vários links,
possibilitando uma leitura não linear, já que o leitor se encontra livre para
modificar o caminho de sua leitura quando os acessa. A palavra inglesa link é
uma forma curta, usada para designar as hiperligações do hipertexto. Significa
“atalho” “caminho”, ou “ligação”. Por meio dos links é possível produzir
documentos não lineares, interconectados com outros documentos ou arquivos
a partir de palavras, imagens ou outros objetos. Navegar, como se diz
usualmente, é seguir uma sequência de links, agregando interatividade ao
documento e somando rapidamente outros conteúdos sobre o assunto
específico que se está estudando.
Quando se fala em ensino a distância, devemos entender que o processo
de aprendizagem é válido, reconhecido, e que faz do indivíduo alguém
preparado’ para exercer qualquer função conforme a área em que atua ou busca
atuar. Pessoas buscam cursos de graduação em EAD pela comodidade, tempo,
por morarem em locais distantes, e etc.
A princípio tudo que é novo, causa medo, receio e muitas vezes até
preconceito, e no sistema de educação a distância não poderia ser diferente,
mesmo com todo o desenvolvimento e crescimento de aquisições do
conhecimento, e reconhecimento do Ministério da Educação MEC, muitas
pessoas ainda acham que, pelo fato de não ter um professor (presente) em sala
de aula por 4 horas diárias, “não se aprende nada”. Discordamos dessa
afirmação, visto que cada um de nós é responsável pela própria aquisição de
conhecimento e aprendizagem. No meio presencial muitas vezes podemos estar
em sala de aula, porém, por muitos fatores, tais como, cansaço do trabalho e da
distância de locomoção até a instituição, não conseguimos a concentração
necessária, e por vezes até dormimos na sala.

Importante

Com a EAD, nós mesmos fazemos nossos horários de estudo, qualquer hora,
local, precisando apenas de um aparelho com disponibilidade de acesso à

77
Internet, e muitas vezes nem isso, pois também temos os livros impressos, com
os quais podemos estudar da mesma maneira que o acompanhamento on-line.

O universo educacional é bem relativo, aprender é uma arte, e tal arte age
com firmeza e clareza para quem a buscar, fazer um curso, seja de graduação,
pós-graduação, cursos livres e de capacitação, presencial ou a distância, tem a
mesma validade e a mesma eficácia de um presencial, só depende inteiramente
da disposição e dedicação do aluno. Podemos observar que os alunos EAD se
destacam normalmente em concursos públicos e exames educacionais.

Alunos EAD destacam-se normalmente em concursos públicos e exames


educacionais
Fonte:
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/GTU100_perspectivas_profissionais/data/img/uni2/t
op3/FIGURA19.jpg

7.2 Ensino a distância no Brasil

Depois de muitas situações de reconhecer ou não, no ano de 1996, foi


efetuada a Normalização da EAD pela Lei 9.394/96, como modalidade válida e
equivalente para todos os níveis de ensino. E em 1999, o MEC começa a se
organizar para credenciar oficialmente instituições universitárias para atuarem
nessa modalidade. Foi a conquista de um grande reconhecimento, o qual abriu
caminho para essa vasta gama de instituições que ofertam todos os seguimentos
voltados à educação, dessa forma, a autonomia de fazer parte de uma
modalidade de ensino nesse cenário é de grande importância, visto que
aprendemos na prática que os diversos profissionais, sejam em situação

78
presencial ou a distância, são quem fazem a diferença no processo de ensino e
aprendizagem.
O tempo passou, e os mecanismos se desenvolveram e evoluíram, e a
educação a distância ganhou o ápice com a atualidade da Internet, uma vez que
os alunos têm suas salas virtuais, com conteúdo de videoaula, conforme cada
disciplina estudada e recebem livros impressos e digitais. Para quem não tem
computador ou acesso exclusivo à Internet, os CDs e DVDs foram incluídos
facilitando ainda mais o acesso ao ensino e aprendizagem.
Além do acesso à Internet através de computadores e notebooks,
podemos estudar através de tabletes e smartphones. Muitas instituições em EAD
oferecem encontros presenciais, tutoria para dúvidas e encontros via webcam.
Suas avaliações são direcionadas no sistema diretamente via portal on-line, com
sistemas de dissertação em nível teórico e prático, sistemas de objetivas de
múltipla escolha e tudo mais que a Internet oferece.

Importante

Estamos em plena época de transformações e surgimento de ferramentas para


facilitar a vida de quem opta por estudar por meio da modalidade EAD. E nesse
contexto, o professor não é mais aquele que somente passa textos, é um gerador
de conteúdos, capacitado, aprimorado, sabe dominar e consequentemente
repassar as ferramentas tecnológicas aos alunos. No sistema EAD o professor
assume o papel de tutor, mediador e auxiliador em vários momentos.

79
Professor EAD
Fonte: https://livingprettyhappy.com/wp-content/uploads/2021/05/Life-Coach-Feature-
scaled-e1620739393522.jpeg

Nesse cenário educacional, existem os professores autores, que são


aqueles que criam os conteúdos conforme cada disciplina e curso, são também
os responsáveis pelas atividades, avaliações e tudo relacionado às questões
pedagógicas. Também existe o tutor, aquele que executa as atividades docentes
planejadas pelos professores autores, é ele, junto com uma equipe
multidisciplinar, que acompanha os alunos, em todo o processo de ensino e
aprendizagem a distância, existem tutores para cada área, por exemplo:
geografia, pedagogia, história, administração e etc, cada um faz a tutoria para
sua área afim.
Além da metodologia inovadora de ensino, a EAD também se destaca nas
vantagens de: a) flexibilidade: os alunos escolhem o local e horário para fazer
seus estudos, de acordo com sua rotina, tempo e disponibilidade de acesso ao
sistema AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem); b) em economia: através
desde sistema, poupa-se tempo, gastos de locomoção diários e fora que a
própria mensalidade é bem mais em conta do que as dos presenciais. Ainda, a
qualidade referente a pesquisas virtuais, classificações em concurso público e
ENADE, os alunos da modalidade a distância se sobressaem aos outros, pela
grande prática ativa no sistema digital de informação, incentivo à pesquisa
interativa, a própria metodologia a distância proporciona aos mesmos, uma

80
autonomia, e os incentiva a serem pesquisadores, além de que suas avaliações
os preparam para serem bons redatores de dissertações teóricas e práticas, e
suas atividades objetivas on-line lembram muito as questões de concurso
público.

Vocabulário

O AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) são sistemas ou softwares que


reúnem conteúdos, exercícios e ferramentas de cursos on-line para uma
comunidade virtual. Existe para simular uma sala de aula real no meio digital,
sendo assim, permite que os professores compartilhem materiais e se
comuniquem com seus alunos através da web. É um ambiente de aprendizagem
composto por um conjunto de ferramentas destinadas a aprimorar a experiência
de ensino.

O ingressante no mundo virtual é alguém que se destaca além da


realidade, que cruza espaço geral e intelectual, os quais fazem a diferença na
prática e no resultado de tudo. Os diplomas têm a mesma validade e
reconhecimento do MEC como os presenciais.

Importante

O conteúdo programático deve promover situações problematizadas, em que o


aluno deve expor seus pontos de vista teóricos e práticos, fazendo o máximo
possível para ter a mesma situação e realização de aprendizagem presencial.
No sistema de EAD, não é apenas o aluno que aprende, o professor, por sua
vez, também está em constante aprendizado, fazendo das plataformas virtuais
suas novas ferramentas do ensino e da aprendizagem, compreendendo os
diversos pontos de vistas dos diferentes alunos e atividades propostas. Enfim,
estamos em uma nova era, na qual as novidades de hoje serão coisas do
passado amanhã. A Internet é um meio revolucionário, onde estudamos e nos
informamos a cada momento, utilizando as diversas máquinas conectadas a ela,
às redes sociais e demais espaços de interatividade no meio virtual. Hoje em dia,
pouquíssimas pessoas não têm acesso ou não sabem usar as novas
ferramentas digitais, quem não tem um computador em casa, tem um celular
com sistema moderno que lhe dará acesso à Internet.
Conclusão da aula 7

81
Chegamos ao final de mais uma aula, e aqui foi aprendido que no Brasil
a educação a distância apareceu por volta de 1904, na ocasião, as instituições
de ensino internacionais ofereciam cursos pagos por correspondência. Foi visto
também que antes, a metodologia era mais precária, comparada com nossa
atualidade, mais era o que tinham, e para aquele momento foi suficientemente
compatível, resolvendo os anseios. Além disso, compreendemos que tudo que
está caracterizado como espaço virtual, como a Internet, e-mails, redes sociais,
blogs, fóruns, comércio on-line, mapas on-line, smartphones, sistemas de
monitoramento de vídeos e outros dados digitais, de forma geral. Ainda,
aprendemos que o conteúdo programático deve promover situações
problematizadas, nas quais o aluno deve expor seus pontos de vista teóricos e
práticos, fazendo o máximo possível para ter a mesma situação e realização de
aprendizagem presencial e que no sistema EAD não é apenas o aluno que
aprende, já que o professor também está em constante aprendizado, fazendo
das plataformas virtuais suas novas ferramentas do ensino e da aprendizagem,
compreendendo os diversos pontos de vistas dos diferentes alunos e atividades
propostas.

Atividades de Aprendizagem
Caros alunos, pesquisem na Internet sobre “sistema AVA (Ambiente Virtual de
Aprendizagem)” e elaborem um texto com os resultados da pesquisa.

82
Aula 8 – Práticas pedagógicas utilizando tecnologias digitais

Apresentação da aula 8

Olá, alunos. Sejam bem-vindos a oitava e última aula da disciplina,


Recursos educacionais digitais em sala de aula. A partir de agora, você vai:
aprender sobre as práticas pedagógicas utilizando tecnologias digitais; saber
que o desafio das mudanças históricas substanciais na virada do século e em
especial do paradigma da ciência, leva ao repensar do sistema educacional
como um todo e, nesse contexto, a prática pedagógica que vem sendo
desenvolvida nos meios acadêmicos; entender que a sociedade passa a exigir
profissionais que tenham capacidade de tomar decisões, que sejam autônomos,
que produzam com iniciativa própria, que saibam trabalhar em grupo, que
partilhem suas conquistas e que estejam em constante formação; e por fim,
aprender que com a disseminação das tecnologias digitais, os novos tempos
exigem uma atualização por parte dos gestores e demais profissionais da
educação quanto aos novos recursos didáticos que a tecnologia põe ao dispor
do ensino e da aprendizagem. Então, vamos lá!

8.1 Mudança dos paradigmas através das tecnologias

Nas últimas décadas, a educação tem passado por grandes mudanças,


que estão inovando e transformando a forma de ensinar e consequentemente,
as novas formas de aprender. Com o avanço e o uso da tecnologia, surgiram
novos pensamentos e paradigmas educacionais, rompendo com a ideia de uma
educação tradicional que centralizava o professor como principal responsável
pelo processo de ensino e aprendizagem e o aluno era o receptor de todo o
conhecimento transmitido. Com o atual modelo de educação, as formas de
ensino foram descentralizadas e os papéis e funções do professor e aluno
passaram por uma inversão, que resultou num professor mediador do
conhecimento e tornou o aluno protagonista do próprio conhecimento.
O mundo sempre se transforma, mas só percebemos as mudanças com
maior intensidade quando surge uma revolução tecnológica. Foi assim com a
chegada da imprensa de Gutenberg no ano de 1439, quando os manuscritos
foram substituídos pelos livros impressos. O conhecimento, antes limitado a uma

83
elite, passou a ser acessível a um maior número de pessoas. Na revolução
tecnológica ou informacional, o acesso ao conhecimento foi potencializado com
a rede mundial de computadores. A Internet, por exemplo,
provocou mudanças em vários campos dos saberes. Foram transformações que
exigiram atitudes diferentes para incorporar o novo e acompanhar o
desenvolvimento não só do ponto de vista tecnológico, mas também cultural.

Imprensa de Gutenberg no ano de 1439


Fonte: https://www.mozaweb.com/pt/mozaik3D/TOR/kozepkor/gutenberg/960.jpg

O desafio das mudanças históricas substanciais na virada do século e em


especial do paradigma da ciência leva ao repensar do sistema educacional como
um todo e, nesse contexto, a prática pedagógica que vem sendo desenvolvida
nos meios acadêmicos.
Na realidade, acredita-se que a caracterização da prática pedagógica está
fortemente alicerçada nos paradigmas que a própria sociedade vai construindo
ao longo da história.
A educação, a economia e a sociedade, assim como o homem, são
produtos da ação histórica. Sendo assim, os paradigmas propostos e
construídos pelos próprios homens vêm acompanhados de crenças, valores e
posicionamentos éticos em frente a uma comunidade determinada.
Portanto, não se trata de entender o paradigma como um sistema
fechado, nem acoplá-lo à pertinência de um modelo que vem se construindo ao

84
longo dos séculos, mas analisar criticamente a possibilidade ou não de adotá-
los.
Os paradigmas afetam toda a sociedade e, em especial, a educação. O
fato é que estes paradigmas não se sucedem linearmente, nem têm uma
demarcação de tempo para começar ou terminar, mas vão sendo construídos
cotidianamente e acabam se interpenetrando e criando novos pressupostos e
novos referenciais que caracterizam diferentes posturas na sociedade.
Na educação, o que se tem observado é um descompasso com o avanço
paradigmático que a sociedade vem desenvolvendo. As transformações
aceleradas e contundentes, em especial no final do século 20, fazem pensar
sobre o trato pedagógico que as universidades vêm oferecendo aos estudantes,
e as exigências que a sociedade vem fazendo para a comunidade em geral.
Acredita-se que a reflexão sobre a caminhada histórica na educação
permite dividir, para fins didáticos, os paradigmas que influenciaram a prática
pedagógica dos professores universitários em dois blocos: os paradigmas
conservadores e os paradigmas inovadores.
Os paradigmas conservadores caracterizam uma prática pedagógica que
se preocupa com a reprodução do conhecimento. A ação docente apresenta-se
fragmentada e assentada na memorização, na cópia e na reprodução. O século
19 e grande parte do século 20, atendendo ao paradigma da Sociedade de
Produção de Massa, alicerçaram uma prática pedagógica assemelhada à
produção de uma fábrica.

Paradigma conservador

85
Fonte:
https://www.researchgate.net/publication/332017087/figure/fig2/AS:741059416035328
@1553693741180/Figura-02-Paradigmas-de-pratica-docente.png

O final do século 20 caracteriza-se pelo advento da sociedade do


conhecimento, da revolução da informação e da exigência da produção do
conhecimento. Esse processo de mudança afeta profundamente os profissionais
de todas as áreas do conhecimento e, por consequência, exige o repensar dos
seus papéis e suas funções na sociedade.

Importante

A sociedade passou a exigir profissionais que tenham capacidade de tomar


decisões, que sejam autônomos, que produzam com iniciativa própria, que
saibam trabalhar em grupo, que partilhem suas conquistas e que estejam em
constante formação.

Nesse movimento de mudança, o professor passa a ter um papel


fundamental de articulador e mediador entre o conhecimento elaborado e o
conhecimento a ser produzido. O paradigma inovador tem como pressuposto
essencial uma prática pedagógica que possibilite a
produção do conhecimento. O avanço depende do redimensionamento em
relação à reprodução, à memorização e à cópia vigente na ação docente do
professor universitário.

86
Paradigma inovador
Fonte:
https://www.researchgate.net/publication/332017087/figure/fig2/AS:741059416035328
@1553693741180/Figura-02-Paradigmas-de-pratica-docente.png

O ponto de encontro dessas abordagens é a superação da reprodução e


a busca da produção do conhecimento. Na realidade, é uma produção do
conhecimento que permite aos homens serem éticos, autônomos, reflexivos,
críticos e transformadores; que, ao inovar, os profissionais e, em especial, os
professores, preocupem-se em oferecer uma melhor qualidade de vida para os
homens, provocando, nesse processo, uma reflexão de que se vive num mundo
global, portanto, são responsáveis pela construção de uma sociedade mais justa
e igualitária.
Cada abordagem pedagógica tem uma influência direta dos paradigmas
da época e caracterizam uma opção metodológica, portanto,
torna-se relevante que os professores reflitam sobre esses paradigmas
conservadores e busquem maneiras de ultrapassá-los.

8.2 Inserção das tecnologias digitais

A revolução informacional trouxe maior poder ao cidadão com computador


e acesso à Internet. Com a popularização do computador conectado à Internet,
aumenta o número de usuários em todo o mundo. No entanto, para que exista
uma sociedade democrática, quanto ao acesso aos benefícios da rede de
computadores, é necessário elaborar vários projetos para incluir os excluídos
digitais.
A sociedade atual, revolucionada pelo uso das Tecnologias Digitais (TD)
tem levado os gestores das instituições de ensino a buscar caminhos para que
esta prática seja uma realidade nas escolas onde atuam. As TD nas instituições
possibilitam novas formas de compreensão do processo de ensino e
aprendizagem e da organização do trabalho pedagógico. Com a disseminação
das tecnologias digitais, os novos tempos exigem uma atualização por parte dos
gestores e demais profissionais da educação quanto aos novos recursos
didáticos que a tecnologia põe ao dispor do ensino e da aprendizagem.
As tecnologias digitais se referem ao uso de recursos digitais para
efetivamente encontrar, analisar, criar, comunicar e usar a informação em um

87
contexto digital. Engloba o uso de ferramentas da web, ferramentas das mídias
digitais e ferramentas de programação bem como aplicações de Software.
Alguns professores pertencem à geração pré-ícone/digital, aquela que
não nasceu na sociedade tecnológica e não está familiarizada com a linguagem
dos ícones e touch screen como forma de interação. Novas práticas precisam
ser introduzidas, pois estamos diante de uma geração ícone/digital, aquela que
nasceu na sociedade tecnológica e está familiarizada desde muito cedo com a
linguagem dos ícones e as telas sensíveis ao toque como forma de interação.

Geração pré-ícone/digital
Fonte: https://safetec.com.br/wp-content/uploads/2021/10/transformacao-digital-
empresas.jpg

Importante

Por não contar diretamente com a figura do professor, o EAD costuma exigir dos
alunos capacidades, como autonomia e autodeterminação, que estejam mais
desenvolvidas do que em estudantes do modelo convencional. O desempenho
está diretamente ligado ao grau de dedicação do aluno.

Algumas pessoas chegam ao EAD pensando em se dedicar menos aos


estudos e são surpreendidas por uma rotina que exige mais empenho do que o
esperado. O estudante vai realizar atividades orientadas, mas precisa se

88
disciplinar, ter momentos destinados à leitura, organizar-se porque o tempo livre
pode ser uma armadilha.
Em alguns pontos, o método é mais rígido que o tradicional. Por exemplo,
no ensino presencial, há professores flexíveis com a entrega de atividades, já no
EAD, se passou das 23h59min, o sistema já não aceita o trabalho.
A avaliação de docentes é de que os alunos do EAD estão dispostos e
comprometidos com a aprendizagem. Apesar de ser exigido, o estudante usufrui
de um sistema de ensino que propicia assimilar o conhecimento. As instituições
têm investido em formas inovadoras de apresentar o conteúdo. O ambiente
virtual tem recursos como hipertextos, links, simulações e bibliotecas virtuais.
Cabe ao aluno, então, ser proativo para fazer o uso adequado do material
didático.
Ainda que os ambientes virtuais amigáveis favoreçam a navegação
intuitiva a quem tem apenas conhecimentos básicos de informática, é importante
que o aluno que vai cursar EAD analise se o modelo se encaixa no seu perfil
pessoal.
A variedade de recursos digitais é quase infinita e abarca ambientes de
alta ludicidade, com simulações, animações e atividades interativas, linguagens
contemporâneas em tempo de cultura digital. Além disso, é possível acessar
variadas fontes para a pesquisa.
Quando as tecnologias digitais são inseridas no cotidiano da instituição de
ensino, elas apresentam uma conotação educacional, e consequentemente
tornam-se um recurso agregador na produção do conhecimento. Lembrando que
antes de introduzir as TD nas salas de aula, tanto a escola quanto os docentes
responsáveis pela formação de cidadãos reflexivos e críticos necessitam
estudar, debater e reformular sua prática docente.
Somente inserir as TICs nas aulas não garante, ao professor, inovação ou
renovação no processo ensino-aprendizagem. Quando não são bem
empregadas, a novidade perderá o “encanto” com o tempo e não haverá
transformação significativa na construção do conhecimento.
Dessa forma, o simples uso das tecnologias educacionais não implica a
eficiência do processo ensino-aprendizagem nem uma “inovação” ou
“renovação”, principalmente se a forma desse uso se limitar a tentativas de
introdução da novidade, sem compromisso do professor que a utiliza e com a
inteligência de quem aprende.

89
Ao contrário do que alguns docentes pensam, as tecnologias digitais não
vieram para substituí-los, mas para auxiliá-los a fazer o que já faziam antes, de
forma diferente, melhor. De maneira alguma, a tecnologia se sobrepõe ao ser
humano, pois jamais existirá tecnologia sem a presença humana, no caso do
docente, sua intervenção é fator fundamental para sua utilização diferenciada.

Importante

Os docentes assumem a missão de reconstruir os caminhos dos valores


humanos visando formar um cidadão ético que busque a transformação da
sociedade para torná-la mais justa e humana, pois a escola deve apropriar-se
dos processos, desenvolvendo habilidades que permitam o controle das
tecnologias e de seus efeitos, preparando e formando cidadãos capazes de
utilizar as tecnologias para interferir e transformar a sociedade.

Ensinar é organizar situações de aprendizagem. Organizando-as,


estaremos criando condições para que nossos alunos compreendam a
complexidade do mundo e de sua própria identidade.
Propiciar ao aluno o desenvolvimento da capacidade de ler e interpretar o
mundo, certamente, é levá-lo a uma aprendizagem significativa e com sentido.
Com isso, o aluno adquire autonomia para buscar, constantemente, novas
aprendizagens.
As situações criadas pelo professor fazem com que os alunos tenham
uma participação ativa e consequentemente, uma aprendizagem significativa,
levando-os a uma investigação e a uma problematização para a produção e o
desenvolvimento de projetos para a resolução de problemas.
Nos dias atuais torna-se premente que o professor associe as tecnologias
digitais com sua prática pedagógica.

90
Tecnologias digitais e a prática pedagógica
Fonte: http://www.abrafi.org.br/js/ckeditor/foto_internas/celularhomemin.jpg

Através das atividades propostas nossa intenção é que você, professor,


possa articular teoria, prática e domínio da tecnologia, ou seja, que você
encontre estratégias de ação que estejam associadas às TD – Tecnologias
Digitais e aos métodos de aprendizagem, e que eles constituam redes de
conhecimento.
É fundamental que você, futuro professor, aprenda não apenas a
operacionalizar os recursos tecnológicos que estão disponibilizados nas
instituições de ensino, mas também a conhecer as potencialidades pedagógicas
envolvidas nas diferentes tecnologias e os modos de integrá-las ao
desenvolvimento do currículo da instituição.
A opção por um ensino baseado em projetos proporciona a possibilidade
de uma aprendizagem pluralista e permite articulações diferenciadas de cada
aluno envolvido no processo educativo. A escolha do ensino com pesquisa,
numa abordagem crítica, que envolva um processo individual ou coletivo, dá aos
alunos a oportunidade de diversificar as atividades metodológicas e propicia o
acesso a maneiras diferenciadas de aprender. Essa metodologia exige que
professores e alunos, ao aprender a aprender, numa ação conjunta, aprendam
a investigar e a pesquisar.
A Metodologia de Projetos busca aprendizagem a partir de
problematizações, nas quais são apresentados pontos norteadores, que
instrumentalizam o processo de investigação. Com essa visão, o docente pode

91
fornecer alguns itens ou bibliografia que podem auxiliar os alunos com subsídios
e outras fontes de informações. Portanto, nessa metodologia, os estudantes
terão que pesquisar, discutir, elaborar e, principalmente, discernir entre o que é
ou não relevante para construir seu próprio conhecimento durante o processo.
O professor é um pesquisador, um profissional da reconstrução do
conhecimento. Ser professor é substancialmente saber fazer o aluno aprender,
partindo da noção de que ele é a comprovação da aprendizagem bem-sucedida.

Conclusão da aula 8

Chegamos ao final da oitava e última aula, e aqui foi aprendido que o


professor passou a ter um papel fundamental de articulador e mediador entre o
conhecimento elaborado e o conhecimento a ser produzido, que o paradigma
inovador tem como pressuposto essencial uma prática pedagógica que
possibilite a produção do conhecimento, que o avanço depende do
redimensionamento em relação à reprodução, à memorização e à cópia vigente
na ação docente do professor universitário e que as tecnologias digitais se
referem ao uso de recursos digitais para efetivamente encontrar, analisar, criar,
comunicar e usar a informação em um contexto digital, englobando o uso de
ferramentas da Web, ferramentas das mídias digitais e ferramentas de
programação bem como aplicações de software. Entendemos que por não
contar diretamente com a figura do professor, o EAD costuma exigir dos alunos
que capacidades como autonomia e autodeterminação estejam mais
desenvolvidas do que em estudantes do modelo convencional. O desempenho
está diretamente ligado ao grau de dedicação do aluno. E aprendemos que
importantemente o professor é um pesquisador, um profissional da reconstrução
do conhecimento, e que ser professor é substancialmente saber fazer o aluno
aprender, partindo da noção de que ele é a comprovação da aprendizagem bem-
sucedida.

Atividades de Aprendizagem
Caros alunos, pesquisem na Internet sobre “inovação na educação” e elaborem
um texto com os resultados da pesquisa.

92
Resumo da disciplina

Nesta disciplina de Recursos Educacionais Digitais em Sala de Aula,


aprendemos o quão importante é a tecnologia atualmente. Hoje, a tecnologia
cerca nosso dia a dia, e com a Internet se tornando mais acessível, nós temos
mais acesso a informações e notícias por diversas vias, sendo as redes sociais
uma das principais fontes de informação atuais. E a educação deve se aproveitar
deste recurso para implementar o ensino, uma vez que é possível um
aproveitamento de conteúdo e informação maior do que no estilo tradicional de

93
ensino. Porém, é preciso tomar cuidado com as chamadas “Fake News”, ou até
mesmo com a possibilidade de se tornar dependente da tecnologia, já que seu
acesso é muito facilitado.

Índice Remissivo
A instituição de ensino no meio digital ....................................................... 47
(Ensino; tecnologia; pedagogia)
Conexão entre os atores ........................................................................... 13
(Conexão; Internet; atores)
Conhecendo e classificando as redes sociais ........................................... 12
(Redes sociais; conexão; Internet)
Educação a distância ................................................................................ 75

94
(EAD; educação; MEC)
Ensino a distância no Brasil ....................................................................... 81
(EAD; Brasil; AVA)
Ensino a distância, suas formas e fórmulas ............................................... 78
(EAD; ciberespaço; educação)
Escravos da tecnologia .............................................................................. 68
(Tecnologia; Vale do Silício; escravidão)
Estatística das redes sociais, as mais utilizadas ....................................... 14
(Estatísticas; Meta; redes sociais)
Exemplificando as TICs ............................................................................. 55
(TIC; educação; equipamentos)
Google Trends mais preciso ...................................................................... 28
(Google Trends; Google; pesquisa)
Importância da fluência digital na educação .............................................. 38
(Educação; Internet; TPACK)
Inclusão na cultura digital ........................................................................... 31
(Tecnologia; Brasil; sala de aula)
Incorporação das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas .............. 42
(Tecnologia; ensino; meio digital)
Inserção das tecnologias digitais ............................................................... 89
(Tecnologia; TIC; pedagogia)
Internet e as redes sociais ......................................................................... 19
(Redes sociais; mecanismos de busca; dados)
Internet e os mecanismos de busca .......................................................... 25
Internet; Google; buscadores)
Mediações tecnológicas dentro do processo educacional ......................... 42
(Meio digital; ensino; tecnologias digitais)
Melhorias nas redes sociais ....................................................................... 29
(Redes sociais; informações; infodemia)
Mudança dos paradigmas através das tecnologias ................................... 85
(Tecnologia; educação; paradigmas)
Mudanças no ensino brasileiro trazidas pelas tecnologias ........................ 74
(EAD; Brasil; educação)
Necessidade do posicionamento crítico em relação aos conceitos de 63
tecnologia ..................................................................................................
(Tecnologia; escravidão; progresso)
O que são as redes sociais ....................................................................... 8

95
(Redes sociais; TCP; Internet)
O que são as TICs ..................................................................................... 53
(TIC; comunicação; tecnologia)
O saber das comunidades virtuais ............................................................. 8
(Redes sociais; Internet; Instagram)
Práticas pedagógicas utilizando tecnologias digitais ................................. 85
(Tecnologia; educação; pedagogia)
Quem são os alunos na era digital ............................................................ 45
(Educação; alunos; espaço virtual)
Rede social e as alterações no nosso viver ............................................... 17
(Redes sociais; online; dia a dia)
Rede social e as Fake News ..................................................................... 21
(Redes sociais; Fake News; informação)
Rede social e o nosso cotidiano ................................................................ 20
(Redes sociais; Teoria Ator-Rede; Fake News)
Rede social Instagram ............................................................................... 16
(Instagram; rede social; público)
Software livre ............................................................................................. 33
(Software livre; tecnologia; vírus)
Software livre na educação ....................................................................... 35
(Software livre; educação; ensino)
Software livre na educação e na pesquisa acadêmica ............................. 31
(Softwares livres; educação; pesquisa acadêmica)
Tecnologia da informação e comunicação (TIC) ....................................... 52
(TIC; tecnologia; Brasil)
Tecnologia e seus conceitos ...................................................................... 63
(Tecnologia; conceito; evolução)
Tecnologia e sua avaliação crítica ............................................................. 67
(Tecnologia; crítica; sociedade)
TIC na educação do Brasil e do mundo ..................................................... 58
(TIC; Brasil; educação)
Vadiagem cibernética ................................................................................ 72
(Tecnologia; cyberslacking; redes sociais)
Vazios de dados ........................................................................................ 22
(Dados; vulnerabilidade; jornalismo)

96
REFERÊNCIAS

Acesso ao site: www.cedec.intef.es Disponível em: https://cedec.intef.es/7-


razones-para-usar-Software-libre-en-los-centros-educativos/ Acesso em:
20/06/2022, às 14h46min.

Acesso ao site: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Disponível em: <


http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoe
s_pde/2013/2013_utfpr_gestao_pdp_edilmara_da_silva.pdf> Acesso em:
27/06/2022, às 10h34min.

Acesso ao site: www.educadordofuturo.com.br Disponível em: <


https://educadordofuturo.com.br/tecnologia-na-educacao/exemplos-tics-na-edu
cacao/> Acesso em: 21/06/2022, às 16h17min.

Acesso ao site: www.epaa.asu.edu Disponível em: < https://epaa.asu.edu/


index.php/epaa/article/download/4295/2460/22789> Acesso em: 22/06/2022,
às 10h07min.

97
Acesso ao site: www.escoladainteligencia.com.br Disponível em: <https://
escoladainteligencia.com.br/blog/mudancas-na-educacao/> Acesso em:
23/06/2022, às 09h43min.

Acesso ao site: www.estatista.com Disponível em: <https://www.statista.


com/statistics/272014/global-social-networks-ranked-by-number-of-users/>
Acesso em: 10/06/2022, às 14h20min.

Acesso ao site: www.exame.com Disponível em: <https://exame.com/


carreira/viramos-escravos-da-tecnologia/> Acesso em: 22/06/2022, às
15h00min.

Acesso ao site: www.gauchazh.com.br Disponível em: <


https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2016/06/ensino-a-
distancia-exige-alunos-comprometidos-com-os-estudos-6225697.html> Acesso
em: 01/08/2022, às 08h36min.

Acesso ao site: www.infoescola.com Disponível em: <https://www.infoes


cola.com/informatica/tecnologia-da-informacao-e-comunicacao/> Acesso em:
21/06/2022, às 15h39min.

Acesso ao site: www.monografias.brasilescola.uol.com.br Disponível em: <


https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-evolucao-educacao-
distancia-no-brasil.htm> Acesso em: 23/06/2022, às 08h21min.

Acesso ao site: www.nieman.harvard.edu Disponível em: < https://nieman.


harvard.edu/> Acesso em: 13/06/2022, às 11h19min.

Acesso ao site: www.periodicos.ufjf.br Disponível em: <https://


periodicos.ufjf.br/index.php/RPDE/article/download/32922/23177> Acesso em:
21/06/2022, às 09h11min.

Acesso ao site: www.poder360.com.br Disponível em: <


https://www.poder360.com.br/midia/o-perigo-do-uso-das-redes-sociais-como-
mecanismo-de-busca-durante-a-pandemia/> Acesso em: 13/06/2022, às
13h26min.

Acesso ao site: www.pt.unesco.org Disponível em: < https://pt.unesco.org


/fieldoffice/brasilia/expertise/ict-education-brazil> Acesso em: 22/06/2022, às
08h54min.

Acesso ao site: www.reveduc.ufscar.br Disponível em: http://www.reve


duc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/1605/524 Acesso em: 20/06/2022,
às 17h21min.

Acesso ao site: www.tutormundi.com Disponível em: <


https://tutormundi.com/blog/ambiente-virtual-de-aprendizagem/> Acesso em:
29/07/2022, às 11h48min.

98
Acesso ao site: www.youtube.com Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=AlWnufs7ERk&list=PLAJytlJYwISPzshq4v9
g69MB2SuYgTFIs&index=12&t=120s> Acesso em: 04/07/2022, às 10h21min.

Acesso ao site: www.youtube.com Disponível em: <


https://www.youtube.com/watch?v=YDMOnF_i6Qw&list=PLAJytlJYwISPzshq4v
9g69MB2SuYgTFIs&index=11&t=11s> Acesso em: 04/07/2022, às 11h03min.

Acesso ao site: www.youtube.com Disponível em: <


https://www.youtube.com/watch?v=y60apCZHXjc&list=PLAJytlJYwISPzshq4v9
g69MB2SuYgTFIs&index=13&t=6s> Acesso em: 04/07/2022, às 11h35min.

Delmazo, C.; Valente, L. C. J. Fake News nas Redes Sociais Online:


Propagação e Reações à Desinformação em Busca de Cliques. Universidade
Nova de Lisboa, Universidade de Brasília, 2018. Disponível em: <
https://impactum-journals.uc.pt/mj/article/view/2183-5462_32_11/4561>. Acesso
em: 28/06/2022, às 16h21min.

DOS SANTOS, Borges M. L. Contribuições das redes sociais da Internet para


o ensino de ciências. Revista de educação, ciência e tecnologia, 2020.
Disponível em: <https://periodicos.ifrs.edu.br/index.php/tear/article/view/4064
/2829>. Acesso em: 10/06/2022, às 10h00min.

SCHNEIDER, da Rocha Daniele e outros. Software livre na educação: uma


experiência em cursos de formação docente. Periódicos UFMG, 2016.
Disponível em: < https://periodicos.ufmg.br/index.php/textolivre/article/
download/16736/13493/47821> Acesso em: 14/06/2022, às 15h24min.

Silveira, R. M. C. F.; Bazzo, W. Ciência, tecnologia e suas relações


sociais: a percepção de geradores de tecnologia e suas implicações na
educação tecnológica. Scielo Brasil, 2009. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/ciedu/a/mzxknTRyQvxGrsQbSNwXgHt/>. Acesso em:
22/06/2022, às 10h57min.

99
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de
Marketing da Faculdade UNINA. O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança
de direitos autorais.

100

Você também pode gostar